josé francisco zavaglia marques

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL José Francisco Zavaglia Marques A QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DA TEMÁTICA SOLO. Santa Maria, RS, Brasil 2018

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Page 1: José Francisco Zavaglia Marques

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

José Francisco Zavaglia Marques

A QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DA TEMÁTICA SOLO.

Santa Maria, RS, Brasil

2018

Page 2: José Francisco Zavaglia Marques

José Francisco Zavaglia Marques

A QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DA TEMÁTICA SOLO.

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Educação Ambiental, da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,

RS), como requisito parcial para obtenção de

grau de Especialista em Educação Ambiental.

Orientadora: Profª Damaris Kirsch Pinheiro

Santa Maria, RS, Brasil

2018

Page 3: José Francisco Zavaglia Marques
Page 4: José Francisco Zavaglia Marques

AGRADECIMENTOS

Agradeço à professora orientadora Damaris Kirsch Pinheiro pelo tempo, dedicação,

paciência e carinho contribuindo para transformar esse sonho em realidade.

Muito obrigado a Deus pela vida e pela força para o desafio de realizar este trabalho

e o apoio, compreensão, carinho, amor e força dos meus pais Vilmar e Marcia Marques e da

minha esposa Keiciane C. D. Marques.

Aos meus colegas e professores pelo compartilhamento de experiências,

conhecimentos, alegrias e angústias nesta formação e que sem dúvida saímos mais unidos e

fortalecidos para encarrar os problemas que a vida apresentar em busca das melhores

soluções.

Page 5: José Francisco Zavaglia Marques

RESUMO

A QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO ATRAVÉS DA TEMÁTICA SOLO.

AUTOR: José Francisco Zavaglia Marques

ORIENTADORA: Profª Damaris Kirsch Pinheiro

Diferentes fóruns, simpósios entre outros eventos destacam que os países devem assumir os

seus compromissos para o cuidar do nosso planeta e assim amenizar ou extinguir atitudes que

estão reduzindo a qualidade da natureza. Neste sentido, a educação formal deve desempenhar

a sua função na formação da cidadania dos discentes, de modo a desenvolver o pensamento

crítico, as mudanças de valores, de atitudes e a responsabilidade com a natureza. Assim, a

proposta deste trabalho é relacionar o estudo da disciplina de química com questões ligadas à

temática solo, buscando obter as percepções dos estudantes relacionadas ao tema e

sensibilizá-los sobre os impactos e as consequências das ações humanas. Os sujeitos da

pesquisa foram 31 estudantes do 1° ano do Ensino Médio de uma escola particular do

Munícipio de Cachoeira do Sul-RS. A temática de solos foi desenvolvida dentro de uma

sequência didática e os instrumentos utilizados, nesta pesquisa, com os discentes, foram a

construção de: mapa mental, infográfico e a produção de resumos a partir de textos sobre o

assunto. Como resultados alcançados, aponta-se uma maior motivação dos estudantes no

envolvimento na produção dos mapas mentais e infográficos contendo imagem-texto quando

comparados com a produção dos resumos textuais. Os grupos representaram a partir da

produção dos infográficos o impacto que a mineração produz na sociedade, na natureza e na

economia em nível local e global.

Palavras-chave: Ensino de química. Meio Ambiente. Solos.

Page 6: José Francisco Zavaglia Marques

ABSTRACT

CHEMISTRY IN MIDDLE SCHOOL THROUGH THE THEME SOIL.

AUTHOR: José Francisco Zavaglia Marques

ADVISOR: Profª Damaris Kirsch Pinheiro

Different forums, symposia and other events highlight that countries should assume their

commitments to take care of our planet and then assuage or extinguish attitudes that are

reducing nature’s quality. The formal education should perform its function on students’

citizenship formation, developing critical thinking, change of values, attitudes and

responsibility about nature. The purpose of this study is to connect the chemistry education to

questions about the theme soil, pursuing students’ perceptions and to sensitize them about the

impacts and consequences of human actions. The subjects of this research are 31 first year

students of a private high school at Cachoeira do Sul-RS. The thematic soil was developed

inside of a didactic sequence and the instruments used in this research were creation of mental

map, infographic and production of abstracts based on texts about the theme. As achieved

results, it was noticed a higher motivation of the students on the creation of the mental maps

and infographics with image-text when compared to abstracts’ production. The groups

represented through infographics’ production the impacts mining generate on society, nature

and economics at local and global levels.

Key-words: Chemistry Education. Environment. Soils.

Page 7: José Francisco Zavaglia Marques

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 8

1.1 JUSTFICATIVA ................................................................................................. 9

1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 10

1.2.1 Objetivos específicos ......................................................................................... 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 11

2.1 CLASSIFICAÇÃO E FORMAÇÃO DAS ROCHAS ........................................ 11

2.1.1 Magmáticas ou ígneas ....................................................................................... 11

2.1.2 Sedimentares ...................................................................................................... 12

2.1.3 Metamórfica ...................................................................................................... 12

2.2 ESTRUTURA GEOLÓGICA ............................................................................. 12

2.3 MINÉRIOS ......................................................................................................... 14

2.4 A IMPORTÂNCIA DO SOLO ........................................................................... 17

2.5 O SOLO E A PLANTA ...................................................................................... 17

2.5.1 Composição do solo .......................................................................................... 18

2.5.2 O solo como reciclador de matéria orgânica (MO) ........................................ 18

2.5.3 Tamanho das partículas do solo ....................................................................... 19

2.5.4 O Solo como filtro natural ................................................................................ 19

2.5.5 O solo e a água ................................................................................................... 20

2.5.6 Os nutrientes presentes no solo ........................................................................ 20

2.5.7 Composição do solo: ar ..................................................................................... 21

2.6 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A LEGISLAÇÃO ............................................. 21

2.7 FERRAMENTAS METODOLÓGICAS PARA TRABALHAR AS

PRÁTICAS AMBIENTAIS NO ENSINO FORMAL ........................................

24

2.7.1 Mapa mental ...................................................................................................... 25

2.7.2 Leitura e produção de textos ............................................................................ 26

2.7.3 Infográfico ........................................................................................................ 26

2.8 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDA NO ENSINO BÁSICO

APLICADO COM A TEMÁTICA SOLO .........................................................

29

3 METODOLOGIA ............................................................................................. 31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 33

4.1 PRODUÇÃO DO MAPA MENTAL .................................................................. 33

4.2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL .............................................................. 36

4.3 PRODUÇÃO DE INFOGRÁFICO ..................................................................... 38

5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 45

REFERENCIAL ................................................................................................ 47

ANEXOS ............................................................................................................ 50

Page 8: José Francisco Zavaglia Marques

8

1 INTRODUÇÃO

O currículo brasileiro apresenta a chamada área do silêncio que, muitas vezes,

significa a ausência completa de referência ao meio ambiente no ensino. Exemplo disso se

pode observar no ensino de química, as representações das reações químicas muitas vezes

ocorrem num espaço abstrato, sem considerar o impacto ambiental que ela vai provocar. O

nosso do currículo se enquadra no modelo cartesiano-newtoniano, problema enraizado numa

cultura, no estilo de pensamentos, valores, epistemologias e conhecimentos que impedem o

trabalho de uma visão complexa e multifacetada da crise ambiental (GRÜN, 2002).

O transcorrer de uma abordagem reducionista para visão complexa é necessário para

alcançar o rompimento dessa cultura formada, nesse sentido realizar a prática da educação

ambiental holística significa oposição às visões fragmentadas do cartesiano. Busca-se uma

educação que permita o desenvolvimento do exercício da cidadania, que eles entendam os

seus direitos e responsabilidades sociais, com o pensamento crítico e participativo de modo a

afetar suas vidas.

Não se resolve os problemas ambientais somente com o trabalho da ecologia e

biologia. Alcançar sua completa resolução demanda a percepção de outros campos como

social, cultural, valores, política e econômica que satisfazem numa abordagem complexa

(PHILIPPI & PELICIONI, 2014). A autora Mansoldo (2012) denomina essa ação de práticas

transformadoras em que precisamos ampliar a nossa percepção ambiental, o que aumenta o

potencial dos nossos sentidos de olhar, ouvir e sentir, avaliando a nossa responsabilidade

individual dentro do contexto.

Essa responsabilidade chamada de corresponsabilidade questiona a falta de iniciativa

dos governos em políticas voltadas às questões de sustentabilidades e a falta de um cidadão

participativo e ativo no controle social da máquina pública, fiscalizando e cobrando os

direitos e deveres. Envolve-se num pensar e no fazer sobre o meio ambiente deixando de ser

um agente passivo dependente somente das ações governamentais. A educação ambiental tem

papel no desenvolvimento da cidadania, em tornar o indivíduo pertencente a uma

coletividade, de modo que suas atitudes reflitam local e global na interação sociedade e

natureza; em que a escola e o educador devam assumir o seu papel na formação desse

educando corresponsável e participativo (JACOBI, 2003).

A educação formal em que a escola está inserida possibilita trabalhar com os

discentes novas perspectivas de ação no mundo, liberdade e responsabilidade pelas

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9

consequências a fim de resgatar o papel social da escola na formação do sujeito com

princípios, valores, atitudes e comportamento com a Terra (MANSOLDO, 2012).

1.1 JUSTIFICATIVA

Os documentos de orientação oficiais tais como Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN) e o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) de 2014 fortaleceram a

presença da temática ambiental no Ensino de Química (BRASIL,1997, 2014; MORAES et

al.,2012). Os resultados da pesquisa realizada por Francisco e Queiroz (2007) nos periódicos

publicados na Reunião Anual Sociedade Brasileira de Química (RASBQ) mostraram que

apenas 6,15% das produções analisadas, no período de 1999 a 2006, eram voltadas ao tema na

área de educação ambiental e o Ensino de Química.

A dificuldade em abordar temas ambientais inseridos aos conteúdos de química é

apresentada pela pesquisa de Marques (2007) com base nas entrevistas realizadas com alguns

professores de química do Ensino Médio. O Ensino de Química deve ir além dos conceitos e

alcançar conexões com a realidade em que os estudantes estão inseridos para o

desenvolvimento do olhar crítico diante das questões ambientais (SANTA MARIA et al,

2002).

É desafiante ao docente trabalhar com situações ambientais, uma vez que essa

temática exige uma constante busca de integração entre os diferentes conhecimentos de áreas

distintas e aproximação com a interdisciplinaridade. Ainda, essa carece de formação docente

teórica e metodológica para encontrar as ferramentas possíveis e adequadas para as resoluções

dos problemas em questão. A abordagem em sala de aula com o tema da Educação Ambiental

(EA), segundo orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais - Meio Ambiente (BRASIL,

1998), deve ser um componente integrante, essencial e permanente da Educação. A sua

presença de forma articulada, nos níveis e modalidades da Educação Básica e da Educação

Superior e devem integrar nos seus projetos pedagógicos. O decorrer da EA busca a

percepção da importância para a vida humana e preservação do meio ambiente, sendo assim, é

necessário desenvolver um estudante crítico capaz de perceber a origem e a evolução dos

problemas e diante disso as suas responsabilidades e atitudes de proteção e melhoria dele

(BRASIL, 1997). Desta forma, no presente trabalho, objetiva-se a inserção de questões

ambientais por meio da temática de solos no Ensino de Química do Ensino Médio.

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1.2 OBJETIVO GERAL

Planejar e aplicar atividades para os estudantes relacionadas ao tema solo buscando a

relação com os conceitos estudados na disciplina de química.

1.2.1 Objetivos específicos

Desenvolver atividades com os estudantes de compreensão e sensibilização do

consumo e da transformação do solo relacionado com as questões ambientais, sociais e

econômicas e suas consequências;

Reconhecer a importância do solo para a sociedade diante dos impactos sociais e

ambientais;

Relacionar os conceitos estudados no componente curricular de química do primeiro

ano do Ensino Médio buscando a contextualização com a temática solo, com vista à formação

de um cidadão crítico e preocupado com a preservação do Meio Ambiente.

Page 11: José Francisco Zavaglia Marques

11

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste tópico, a proposta é retomar alguns conceitos da temática solo que foram

relacionados com a disciplina de química do 1° ano do Ensino Médio. Esses conceitos

possibilitaram trabalhar com a temática dentro do conteúdo proposto no ensino de química

direcionada à importância do solo, dos minerais e do impacto das ações humanas com a

natureza. Em seguida, são revisadas as referências das leis sobre educação ambiental que

justificam a importância do ensino integrado e interdisciplinar com responsabilidade na

formação dos estudantes.

A seguir são discutidas as ferramentas didáticas que foram aplicadas no ensino de

química para trabalhar a temática solo e posteriormente avaliar os conhecimentos prévios dos

estudantes, envolvimento dos mesmos com a pesquisa e ilustrar a integração da educação

ambiental dentro do estudo da química do 1° ano do Ensino Médio.

Por fim, são apresentados quatro trabalhos que desenvolveram a temática solo no

ensino básico, com destaque para as metodologias e os resultados alcançados por cada um

deles como proposta de discutir tais implicações posteriormente no capítulo dos resultados e

discussão.

2.1 CLASSIFICAÇÃO E FORMAÇÃO DAS ROCHAS

As rochas são classificadas de acordo com suas origens em magmáticas,

sedimentares e metamórficas podendo ser compostas de um ou vários minerais.

2.1.1 Magmáticas ou ígneas

O processo de resfriamento e solidificação do magma produz a rocha magmática. Sua

classificação depende da composição química e o local onde se realizou sua solidificação e

podem ser divididas em magmática extrusiva ou vulcânica e também em magmática intrusiva

ou plutônica.

A diferença entre as duas é que a primeira acontece na superfície terrestre chegando ao

estado de fusão por meio de vulcões ou fendas no solo. Apresenta resfriamento rápido em

contato com o ambiente externo quando comparado com o segundo que acontece no interior

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da crosta terrestre. Como resultado do resfriamento lento no interior da crosta há formação de

cristais que podem ser vistos a olho nu (FTD, 2016; SAMPAIO; SUCENA, 2010).

De grande importância econômica no país, principalmente no setor da construção

civil de prédios, casas, estradas e viadutos, o uso do granito e do basalto de origem magmática

com formações intrusiva e extrusiva respectivamente é utilizado em demandas cada vez

maiores (SAMPAIO; SUCENA, 2010).

2.1.2 Sedimentares

As rochas magmáticas e metamórficas sofrem intemperismo com o passar do tempo

que modificam as propriedades químicas e físicas com auxílio do transporte por agentes

externos como rios, ventos e gelos, e assim chegam a novos locais. Passam por resfriamento e

diferença de pressão e sedimentam em camadas conhecidas por sedimentação.

Dentro dessas rochas, há várias camadas de sedimentações e podem conter presença

de restos animais e vegetais que passam por diferenças de pressões, temperaturas, reações

químicas e biológicas. Desse modo, formam materiais como o carvão e o petróleo ao longo

dos anos e que são de interesse da sociedade, como fontes de energia (SAMPAIO; SUCENA,

2010).

2.1.3 Metamórfica

Tanto as rochas magmáticas quanto as sedimentares podem dar origem a rocha

metamórfica por meio das transformações química, mineralogia, temperatura e pressão.

Processo esse conhecido como recristalização. Também podem ser formadas de uma rocha

metamórfica a qual se transforma em outra metamórfica. Essas mudanças modificam a

composição dos minerais presentes, por exemplo, o arenito de origem sedimentar forma o

quartzito, já o calcário (sedimentar) em mármore e o granito (magmática) em gnaisse

(SAMPAIO; SUCENA, 2010).

2.2 ESTRUTURA GEOLÓGICA

A estrutura geológica é um agrupamento específico de rochas conforme sua idade e a

composição do material. No Brasil é dividida em dois tipos de estruturas conhecidas como

escudos cristalinos e as bacias sedimentares. A primeira é formada por rochas magmáticas e

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13

metamórficas e apresentam idade superior a 600 milhões de anos, exibindo relevos mais altos

do que as bacias sedimentares. O Brasil está situado na região central das placas tectônicas

apresentando grande estabilidade e resistência nos pontos em que estão presentes escudos

cristalinos composto por metais e pedras preciosas (FTD, 2016).

As bacias sedimentares apresentam formação mais recente constituída de rochas

sedimentares em consequência dos desgastes das rochas metamórficas e magmáticas e

apresentam grandes reservas de carvão, petróleo, gás natural e de aquíferos (FTD, 2016). Na

figura 1, há a representação da estrutura geológica do Brasil.

Figura 1. Mapa da estrutura geológica do Brasil.

Fonte: FTD, 2016.

Nessas estruturas geológicas, encontram-se minerais metálicos e não metálicos como

granito, ardósia, quartzo, argila, entre outros. O escudo cristalino representado na figura 1

ocupa 36% do território brasileiro, essas regiões, por conter metais como ouro, cobre, ferro e

bauxita, estão presentes as principais explorações de minerais no Brasil (BRADY & WEIL,

2013; FTD, 2016).

A bacia sedimentar presente em 64% do território nacional está dividida nas bacias

continental sedimentar da Amazônia, Paraná e do Parnaíba. Dentro da bacia Amazônica

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14

encontramos o aquífero Alter do Chão, considerado o maior aquífero subterrâneo de água

doce do mundo. Essas bacias contêm reservas de minerais não metálicos como petróleo, gás

natural, carvão e o xisto betuminoso do qual se extraí o óleo combustível, areia e calcário

entre outros componentes (BRADY & WEIL, 2013; FTD, 2016).

2.3 MINÉRIOS

As condições físicas do local como temperatura, pressão e as suas propriedades

químicas dão origem à formação dos minerais. Eles surgiram no período Pré-Cambriano há

mais de 4,6 bilhões de anos. São sólidos, cristalinos, em geral inorgânicos, com composição

química específica; e o único encontrado no estado líquido à temperatura ambiente é o

mercúrio. Toda rocha exibe um ou vários minerais, em geral, são vários elementos

combinados formando os minerais, alguns elementos poderão ser encontrados na forma de

substância pura. As rochas compostas são um conjunto de minerais como o granito, rocha

composta por três minerais básicos: a mica, o feldspato e o quartzo (FTD, 2016; SAMPAIO;

SUCENA, 2010; TERRA; ARAUJO; GUIMARÃES, 2009).

Quando o mineral é rentável, torna-se explorado e é considerado minério, um

exemplo muito presente no nosso dia a dia é o ferro obtido do minério conhecido por hematita

Fe2O3, muito utilizado nas construções civis, presente na composição do aço. Os minerais

estão divididos em metais e não metais, sendo que o primeiro precisa passar por

transformações para se tornar metal ou uma liga metálica e os não metais podem ser utilizados

na forma natural encontrada ou transformados (ASMPAIO; SUCENA, 2010).

O conhecimento da estrutura geológica da Terra é importante para saber que tipo de

mineral é esperado encontrar na região. Um modelo disso: as rochas magmáticas e

metamórficas no escudo cristalino indicam a possibilidade de encontrar pedras preciosas, não

metais e minerais metálicos como o ferro, alumínio, manganês, cobre, níquel, estanho, ouro,

prata e outros que passam por transformações nas metalúrgicas retornando a sociedade na

forma de um objeto (TERRA; ARAUJO; GUIMARÃES, 2008, 2009).

A exploração do mineral acarreta problemas socioambientais, como desmatamento,

contaminação, erosão do solo, invasão de terras, assoreamento de rios, exploração de

trabalhadores sem cumprimentos das leis como legalização da mineração e garantia de

condições de qualidade dos trabalhadores como o uso de equipamentos de proteção individual

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(EPI). Na figura 2, a foto representa a situação da terra no estado de Rondônia com forte

exploração de diamante em terras indígenas (SAMPAIO; SUCENA, 2010).

Figura 2. Terra Indígena Roosevelt em Rondônia é considerada umas das 10 maiores minas

de diamante do mundo.

Fonte: Foto: Marcela Bonfim/AmReal http://amazoniareal.com.br/diamantes-de-sangue-na-amazonia/

A presença de mineração no país não é sinônimo de riqueza, pois muitos dos países

que realizam atividades não apresentam condições como capital ou tecnologia para produção

e comercialização do produto final e acabam passando para as mãos de companhias

transnacionais que recebem licença para a mineração e transportam o mineral dos países

pobres para os ricos e retornam no final na forma de produtos para a venda (BRADY &

WEIL, 2013; TERRA; ARAUJO; GUIMARÃES, 2008).

Na figura 3, o mapa representa as regiões e os minerais metálicos que são explorados

no Brasil, nosso destaque no país é ter a maior reserva de ferro do planeta a qual representa

8% do total. Nas regiões onde ocorre a mineração, essa permite o desenvolvimento local

juntamente com migrações de pessoas à procura de emprego nas mineradoras, melhoria dos

transportes rodoviários, ferrovias e portos entre outros que estão ligados aos benefícios de sua

instalação (FTD, 2016).

No estado de Minas Gerais, encontra-se o Quadrilátero Ferrífero que representa uma

geometria com conjunto de Serras entre as cidades de Sabará, Santa Bárbara, Mariana e

Congonhas. Historicamente é o lugar que iniciou a mineração no país no século XVII com o

ouro e depois, com o tempo, de outros minerais, principalmente o ferro, sendo a principal

região produtora deste no país.

Page 16: José Francisco Zavaglia Marques

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As mais recentes minerações, a da Serra dos Carajás com início por volta de 1978 e da

Serra Pelada na década de 1980, ambas no Pará, envolvem principalmente os metais ouro e

ferro. Em consequência disso, a Serra Pelada ficou conhecida mundialmente pelo maior

garimpo de ouro a céu aberto e proporcionou condições precárias de trabalho no local,

causando mortes pela violência e pelas doenças (FTD, 2016).

Figura 3. Mapa dos principais metais extraídos no Brasil e a sua localização nas regiões do

Brasil.

Fonte: FTD, 2016.

Tanto a degradação e como a decomposição das rochas por meio das chuvas, ventos e

sol modificam as propriedades físicas dos minerais que fazem surgir os diferentes tipos de

solos. O tipo de rocha, relevo e o clima da região determinam a evolução do solo; a ação da

temperatura e a umidade local regulam a velocidade e o intemperismo das rochas, exibindo

em regiões de clima quente e úmido uma combinação acelerada das reações química, torna

mais rápida a degradação das suas rochas.

Page 17: José Francisco Zavaglia Marques

17

O solo está organizado em diferentes camadas denominadas de horizontes e recém-

identificação por letras (O, A, B, E e C), que, com o passar do tempo de transformação, vão se

diferenciando da sua rocha mãe (BRADY & WEIL, 2013).

2.4 A IMPORTÂNCIA DO SOLO

O solo representa para a sociedade a sobrevivência de diversas espécies fornecendo

alimentos, matéria-prima para a produção de combustíveis, recursos minerais para

construções e do sustento da vida animal e vegetal. O crescimento da população no XXI

proporciona uma demanda de bens materiais que vem colocando em ameaça a oferta dos

recursos naturais. A cada ano que passa, são mais carros, casas, estradas, celulares, alimentos,

plantação e remédios e para-se a refletir: de onde está vindo toda essa matéria-prima que

originou esses produtos? Muitas vezes é obtida de regiões muito distante do seu destino final

e a sociedade tem dificuldade de simular o impacto gerado para o planeta.

O desaparecimento, a contaminação, a destruição são as palavras que vêm tomando

conta das notícias, dos artigos, das pesquisas sobre nosso ecossistema. Um convite para

refletir sobre nossas ações no presente e no futuro para fortalecer a cada ano que passa.

Em 1972, na Conferência de Estocolmo, na Suécia, o primeiro evento organizado pela

Organização das Nações Unidas (ONU) para debater sobre as questões ambientais apresentou

alguns princípios a serem seguidos por todos os povos. Como evidencia o primeiro princípio:

“O homem tem a solene obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações

presentes e futuras” (BRASIL, 2013b).

2.5 O SOLO E A PLANTA

O solo proporciona sustentação física, água, ar, regulagem da temperatura, proteção

contra toxinas e nutrientes para a planta. Os nutrientes minerais de origem animal que estão

dissolvidos no solo estão divididos entre os metais potássio, cálcio, ferro, cobre e não

metálicos nitrogênio, fósforo, enxofre e boro, todos extraídos pela planta. A energia dos

nutrientes que o ser humano necessita vem diretamente das plantas e indiretamente do solo.

Seus elementos essenciais para completar o ciclo de vida da planta são chamados de

macronutrientes composto por 17 elementos e os que necessitam em menores quantidades são

Page 18: José Francisco Zavaglia Marques

18

denominados micronutrientes, além de adsorver pequenas quantidades de compostos

orgânicos.

A formação do solo acontece pela decomposição das rochas matrizes, levando

milhares de anos para se formar, a sua diversidade está ligada a fatores como erosões,

intemperismos, composição, estrutura das rochas, revelo, principalmente ao clima de cada

região e à ação bioquímica dos organismos vivos que enriquecem o solo para o cultivo de

alimentos (FTD, 2016).

2.5.1 Composição do solo

Os quatro principais componentes do solo são o ar, a água, os minerais e a matéria

orgânica a qual estão diretamente ligados ao comportamento e à fertilidade do solo. A

proporção da parte sólida composta dos minerais e matéria orgânica é de 50%, mais 25% de

água líquida e 25% de ar, sendo considerada uma ótima proporção para o crescimento das

plantas. Esses valores podem variar de acordo com o perfil do solo e com fatores como clima,

temperatura, intemperismo, erosão entre outros.

2.5.2 O solo como reciclador de matéria orgânica (MO)

A matéria orgânica é o resultado de restos de animais, vegetais e microrganismos que

são decompostos e transformados em novas substâncias. Essa atividade é realizada pelos

microrganismos presentes no solo. Com o passar do tempo, a MO converte em nutrientes

minerais na forma que podem ser absorvidos pelas plantas e animais e devolve o carbono para

atmosférica na forma de dióxido de carbono que pode retornar na fotossíntese (BRADY &

WEIL, 2013).

Para se manter o equilíbrio dos minerais e da matéria orgânica no solo, é necessário

reposição de resíduos minerais e vegetais. O solo é responsável por absorver mais carbono do

que comparados a todas as plantas e a atmosfera somados juntos.

A MO aumenta a quantidade de água que o solo pode reter e é uma importante fonte

de nutrientes como fósforo, enxofre e nitrogênio. Esses são disponíveis à medida que ocorre a

decomposição na forma de íons solúveis, podendo ser absorvidos pelas raízes das plantas.

Uma parte da matéria orgânica, que não se decompõe formando um complexo

orgânico com aparência preta ou marrom conhecida como húmus, apresenta propriedade

coloidal, contendo grande área superficial por unidade de massa com cargas eletromagnéticas

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capazes atrair íons positivos e negativos. Os húmus, assim como a argila, apresentam a

propriedade coloidal, porém as cargas superficiais dos húmus em reter água e nutrientes é

superior à da argila. Portanto, os solos que apresentam húmus poderão apresentar um ganho

no crescimento das plantas devido à maior fertilidade do solo.

2.5.3 Tamanho das partículas do solo

Sem levar em consideração os fragmentos maiores como pedras, cascalho e areia

grossa, os fragmentos menores variam de tamanhos de acordo com as quatro ordens de

grandezas entre 2,0 a 0,0002mm.

A areia exibe tamanhos entre 2,0 a 0,05mm, pode ser visualizada a olho nu e não adere

uma à outra.

A silte apresenta tamanho entre 0,05 a 0,002mm, é visível em microscópio e tem a

característica de ser pequena e macia.

Argila com tamanhos de partículas menores que <0,002mm, podem ser visíveis com o

microscópio eletrônico. Em geral, é pegajosa quando molhada e quando seca torna-se

torrão duro.

O estudo das partículas do solo comparado às partículas das soluções químicas

permite compreender como os lençóis freáticos estão sendo contaminados por produtos de

limpezas, agrotóxicos entre outros. Uma solução química é formada por uma quantidade de

soluto dissolvido em determinada quantidade de solvente, o tamanho das partículas

dissolvidas está entre tamanhos de 0 a 1 nanômetro, a fim de comparação com o solo equivale

a 0,000001 mm. Os solos retêm as soluções infiltradas, porém devido ao tamanho da partícula

da solução ser muito menor, contaminam nossos lençóis freáticos (BRADY & WEIL, 2013).

2.5.4 O Solo como filtro natural

A água armazenada no solo permite fornecer água para as plantas, abastecer os

lençóis freáticos e as nascentes. Quando infiltrada, mesmo em condições de contaminação, à

medida que vai penetrando vai tornando-se purificada, até mesmo elimina organismos

causadores de doenças.

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20

2.5.5 O solo e a água

A presença de íons inorgânicos e orgânicos solúveis no solo transforma a água pura

em uma solução. Quando falamos de água no solo, estamos tratando de uma solução, pois ela

contém uma quantidade de soluto dissolvida em uma quantidade de solvente representado

nessa situação pela água. A argila, o húmus e os microrganismos em decomposição liberam

nutrientes para a solução que poderão ser absorvidos pelas raízes das plantas. Existe

resistência às mudanças de concentrações na solução dos íons adicionados e removidos, já

que o solo tem capacidade de equilíbrio denominado tampão. As mudanças no efeito tampão

do solo estão ligadas às reações químicas e biológicas que podem ocorrer e estão diretamente

ligadas ao pH do meio.

2.5.6 Os nutrientes presentes no solo

Os nutrientes do solo são disponibilizados para a solução através dos processos

químicos e bioquímicos os quais liberam os íons retidos na fase sólida (argila e húmus

principalmente) para a fase líquida. As cargas positivas e negativas presentes na fase sólida

atraem ou adsorvem íons com carga oposta presente em solução. Para ilustrar o que ocorre no

processo conhecido como troca iônica, tem-se o exemplo: o íon H+ presente na solução é

trocado com o íon adsorvido na superfície coloidal da argila ou húmus.

(Coloide)K+

+ íon H+ (aquosa) (Coloide)H

+ + K

+(aquosa)

Na reação química representada acima, o íon H+

presente em solução foi trocado pelo

íon K+, que agora está disponível na solução aquosa para ser absorvido pela raiz da planta e o

íon H+ ficou adsorvido na fase sólida coloidal. Aqui se percebe a importância da medição e

controle do pH do solo em saber se está ácida ou alcalina para a fertilização da planta, pois ele

pode facilitar ou dificultar a troca iônica na solução. A disponibilidade dos nutrientes para a

solução é muito lenta e a maior parte não está pronta para absorção pela planta. Exemplo

disso é o elemento químico essencial para a planta, o cálcio. Em região úmida, a quantidade

apresentada no seu estado sólido é de 8000 Kg/ha, na forma trocável 2250 Kg/ha e em

solução 60 a 120 Kg/ha, sendo o último em sua grande parte que poderá ser absorvida pela

raiz da planta.

Page 21: José Francisco Zavaglia Marques

21

Quando os nutrientes são consumidos pelas plantas, torna-se o meio em desequilíbrio

e para reestabelecer o equilíbrio a quantidade de nutrientes presentes no solo, ocorre a difusão

de regiões com maiores concentrações para as de menores concentrações que são as mais

próximas das raízes das plantas.

2.5.7 Composição do solo: ar

O ar está presente no solo podendo variar suas quantidades de acordo com a

quantidade de água, solo e água são inversamente proporcionais. Com o teor de ar presente,

pode-se prever a quantidade de água presente, pois o ar ocupa os poros livres que não estão

ocupados pela água. Dentre os gases que constituem o ar do solo estão presentes o gás

oxigênio e o carbônico, ainda uma grande umidade do ar que podem mudar de acordo com a

região e períodos do ano.

2.6 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A LEGISLAÇÃO

A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), Lei 9.795 sancionada em 28 de

abril de 1999 busca construir caminhos para a consolidação da educação ambiental, a partir do

ano 2004 realizou consulta pública para construir o Programa Nacional de Educação

Ambiental - ProNEA. Dentro das ações, retomaram o compromisso do Estado estabelecido na

Constituição Federal de 1988, em seu artigo de número 225, com o dever de “promover a

educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a

preservação do meio ambiente” (BRASIL, 1988, 1999). Dentre os princípios descritos no

documento, destaca-se um deles para a reflexão o compromisso com a cidadania ambiental,

um convite aos docentes a pensar a sua prática de ensino, na sua disciplina, os conteúdos

trabalhos e sobre o seu compromisso com a cidadania e a educação ambiental em todos os

níveis do ensino.

A lei define o que se entende por educação ambiental:

São os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem

valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas

para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial

à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999).

Page 22: José Francisco Zavaglia Marques

22

Em sala de aula, realizam-se atividades com muitos desses processos, mas nem

sempre com o enfoque ambiental definido, é preciso buscar por mais conexões entre as ações

humanas e as causas do meio ambiente desafiando os estudantes a encontrar as soluções de

modo mais sustentáveis. O educador deve trabalhar com os princípios do ProNEA com a

concepção de um meio em sua totalidade, sempre considerando as interdependências entre o

meio, o socioeconômico e cultural na busca da participação individual e coletiva.

A inclusão da educação ambiental é recomendada segundo as referências dos

Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) e as Diretrizes Curriculares Nacionais

(BRASIL, 2013a) devendo integrar de forma transversal nas disciplinas, contínua e

permanente.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais Meio Ambiente (PCNMA) demonstram a

importância de se trabalhar as questões ambientais no currículo para garantir o futuro da

humanidade retomando a relação da sociedade e natureza (BRASIL, 1998). Quando se trata

de pensar no futuro, é um fruto da reflexão dos fatos e atitudes que vem acontecendo no

presente, uma sociedade que cada vez mais intervém na natureza para satisfazer a oferta e a

demanda do consumo que todos estão inseridos, em um perfil econômico e político. O futuro

dos recursos energéticos e materiais irão se esgotar e para amenizar ou até mesmo frear, a

sociedade precisa estabelecer ações para as mudanças nas suas atitudes comportamentais. As

consequências são inúmeras como o esgotamento do solo, a contaminação da água, a

crescente violência nos centros urbanos entre outros. Quem nos dará a garantia de que no

futuro teremos mais qualidade vida, com mais saúde e alimentação para toda a sociedade? Em

regiões industrializadas, segundo PCNMA (1998, p.174), constatou-se que a qualidade física

e mental das pessoas está se deteriorando, assim como aquelas que vivem em grandes cidades.

O documento reforça que a alteração de um único elemento pode ser nociva ou fatal

para todo o ecossistema e faz chamada para refletir sobre qual será o impacto causado pela

extinção das abelhas, por exemplo, ou de qualquer outra fauna.

O uso dos recursos naturais muitas vezes requer sacrifícios de outros recursos como,

por exemplo, uma rocha que apresente cinco minerais diferentes e o interesse econômico para

mineração é de apenas um deles. Os outros quatro se não tiverem valor significativo para

venda, separação, purificação dos mesmos ou tiverem custo alto para transporte, serão

descartados como rejeitos. A prática acontece em países em desenvolvimento da concessão de

multinacionais para minerações, mas poucos enriquecem com essa prática na região, pois

muitas vezes o dinheiro da atividade é enviado para indivíduos do outro lado do continente. O

documento ainda traz questionamentos para pensar e construir argumentos sobre a questão

Page 23: José Francisco Zavaglia Marques

23

como forma de orientar os docentes nos seus planejamentos. Será necessário impor limites ao

crescimento? O que se faz num local, num determinado país, pode afetar amplas regiões e

ultrapassar várias fronteiras?

A temática ambiental não é relativa só à proteção da vida, mas também à melhoria do

meio ambiente. Devemos encontrar outra forma de apropriação do conhecimento, com olhar

no estudo em um contexto físico, biológico, histórico, social e político; buscando a superação

dos problemas ambientais (PCNMA, 1998, p. 238).

A conferência Internacional do Rio-92 ou Eco-92 foi representada por 170 países os

quais assinaram um tratado sobre o reconhecimento do papel da educação que é a “construção

de um mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado” com responsabilidade coletiva

e individuais e do nível local ao planetário.

A principal função de trabalhar com o tema meio ambiente é contribuir na formação

de cidadãos mais conscientes, com poder de decisão, atuantes na sociedade local e global.

Além de levar para a sala de aula mais do que informações e conceitos e sim mudanças de

atitudes, valores e um ensino de aprendizagem de procedimentos para trazer proteção e

melhorias entre os sujeitos e o meio. Isso requer um trabalho reflexivo dos estudantes, para

haver mudanças desejadas e é necessária uma aprendizagem significativa interligando a

realidade e o seus conhecimentos.

O documento orienta ações para os docentes construírem um ensino contextualizado a

partir de pesquisas em livros e levantamento de dados. Além de convidar as pessoas da

comunidade (professores, especializados, técnicos de governo, lideranças, médicos,

agrônomos, moradores que conhecem a história do lugar etc.) para entrevistas ou participarem

das aulas demonstrando uma diversidade de interpretações dos fatos (BRASIL, 1998).

Os parâmetros curriculares nacionais integraram as questões ambientais de maneira

transversal com visão local ao global com os aspectos físicos, sociais, ambientais e históricos.

O docente precisa realizar reflexões tais como que tipo de concepção os estudantes têm

construído em relação ao Ser humano/natureza, retomando a responsabilidade em produzir e

consumir, mas ao mesmo tempo reduzir a destruição dos recursos pensando nas futuras

gerações.

Com o intuito de clarear a importância deste trabalho como ação na educação

ambiental, ele está relacionado com a Conferência Intergovernamental de Educação

Ambiental de Tbilisi, de 1977. Essa definiu princípios para o seu desenvolvimento nas

escolas, aqui estão representados aqueles que têm relações diretas com o trabalho.

Page 24: José Francisco Zavaglia Marques

24

Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de

cada área, de modo que se consiga uma perspectiva global da questão

ambiental;

Examinar as principais questões ambientais do ponto de vista local, regional,

nacional e internacional;

Ajudar os alunos a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas

ambientais (tanto as locais quanto as mais amplas de acordo com as

possibilidades de compreensão em cada fase ou ciclo do ensino);

Ressaltar a complexidade dos problemas ambientais e, em consequência, a

necessidade de desenvolver o sentido crítico e as atitudes necessárias para

resolvê-los.

Há uma conexão entre os princípios da conferência citados acima com os objetivos e

os resultados alcançados neste trabalho, sempre que possível relacionando ao conteúdo

específico no Ensino de Química.

2.7 FERRAMENTAS METODOLÓGICAS PARA TRABALHAR AS PRÁTICAS

AMBIENTAIS NO ENSINO FORMAL

Nesta seção, há a seleção e explicação teóricas das ferramentas metodológicas

escolhidas a fim de se atingir os objetivos propostos.

2.7.1 Mapa mental

O mapa mental é um método de organização, armazenamento de lembranças

específicas, estimula reflexão e ideias que utilizam de palavras-chave e imagens-chave. O

mapa é desenhado no formato de um neurônio com o intuito de estimular o cérebro a trabalhar

com mais rapidez e eficiência. Ele pode ser usado em diferentes ramos, mas como a proposta

deste trabalho é no ensino formal, ele permite a leitura, a revisão dos conteúdos, o

desenvolvimento de ideias criativas entre outros (BUZAN, 2009).

O mapa começa com um conceito central e se expande de dentro para fora, as ligações

entre os conceitos-chave estimula a associação de ideias e sentidos e todo mapa mental é uma

criação única, pois possibilita que as memórias sejam mais exatas (BUZAN, 2009).

Page 25: José Francisco Zavaglia Marques

25

A proposta de elaborar um mapa mental tem como objetivo estimular a memória nos

dois lados do nosso cérebro, a palavra-chave estimula o lado esquerdo e a imagem-chave o

lado direito ativando a memória visual. A imagem-chave significa que é muito mais do que

uma simples imagem, pois ela recorda uma palavra-chave e quando elas são eficazes ativam

os dois lados do cérebro e usam todos os nossos sentidos (BUZAN, 2009).

O autor ainda explica que usamos o pensamento radiante para buscarmos em nosso

cérebro as associações com a palavra-chave e a imagem-chave dadas de forma instantânea,

isto é a base de como funciona nossos pensamentos e da produção dos mapas mentais.

A linguagem principal do nosso cérebro são as palavras e as escritas, ele trabalha por

meio dos sentidos em busca de associações de palavras-chaves, imagens, cores, ideias,

números e símbolos.

2.7.2 Leitura e produção de textos

Tanto a leitura como a escrita são habilidades fundamentais para atuação no mundo,

sendo os estudantes capazes de realizarem leituras dentro e fora dos espaços escolares

(GIRALDI & CASSIANI, 2009). O desenvolvimento dessas habilidades é de

responsabilidade não só do docente de português, mas sim de todas as disciplinas, pois elas

também contêm a linguagem de leitura e escrita. Dados do Sistema de Avaliação da Educação

Básica SAEB em 2003 (BRASIL, 2006) evidenciaram que 42,1% dos estudantes da Terceiro

Ano do Ensino Médio se apresentaram com estágio crítico ou muito crítico do

desenvolvimento da leitura.

Com isso, é fundamental a organização dos docentes de fomentar os educandos a

assumirem o diálogo com o texto, argumentar sobre a leitura, promover os posicionamentos

pessoais e críticos.

Sabe-se que os discursos produzidos são frutos de outros discursos já elaborados

antes, porém o sujeito ao criar, transformar, acrescentar algo “novo” a ele se torna autor dessa

escrita (PAES, 2008). Segundo Orlandi (1996), a autoria denominada de função-autor no

texto acontece toda vez que ele produz um texto com unidade, coerência, progressão, não

contradição e fim. Quando o autor realiza falas ou escritas é responsável pelo sentido do que

diz, pois se parte da suposição de que foi baseado no texto de origem. O texto produzido é um

gesto de interpretação, parte da organização de recortes textuais e discursivos a partir do já

enunciado.

Page 26: José Francisco Zavaglia Marques

26

2.7.3 Infográfico

Muito conhecido na área da comunicação, presente em jornais e revistas, o infográfico

é uma forma de representação visual das informações, estática ou dinâmica, de modo atraente,

a qual possibilita iniciar em qualquer ponto a leitura. É um instrumento que veio para facilitar

a compreensão do pensamento crítico por meio da síntese e análise dos conceitos estudados.

Além disso, ele estimula o desenvolvimento cognitivo da memória visual, com fácil

assimilação para quem o observa.

A infografia busca informar o leitor de modo sintético e com harmonia composta por

um conjunto de gráfico, desenho, tabela, foto e/ou vídeo que facilitam a explicação e a

compreensão de uma mensagem (BATISTA & JÚNIOR 2014; BULEGON et al, 2017).

A presença dos conjuntos mencionados acima evidencia um novo formato para os

textos agora conhecido como multimídia e o seu uso nos espaços escolares permite uma nova

estratégia de ensino, pois não só os estudantes como a população em geral são conhecidos

como sociedade da informação. Os discentes convivem em seu meio com TV, videogame,

internet e smartphone entre outros e a multimídia através do infográfico aproxima-os da sua

realidade (BATISTA & JÚNIOR 2014).

As pesquisas registradas com o uso de infográfico visam a facilitar o entendimento do

leitor, organizando dados em diferentes formas para quem está observando possa

compreender e interpretar (COSTA & TAROUCO, 2010). Tanto o mapa mental como o

infográfico são facilitadores do processamento da informação. De acordo com Mayer (2005),

quando trabalhamos imagens e textos ao mesmo tempo, desenvolvemos o princípio de

aproximação espacial, o que evita a presença de atenção dividida quando se trabalha textos

sem a imagem e o estudante precisa integrar a imagem à informação trabalhada.

Os softwares usados para construir infográficos são considerados ferramentas de

autoria do material produzido tanto do docente como dos discentes, pois não existe um único

modelo a ser seguido e sim várias ferramentas que podem ser utilizadas para realizar a

atividade (BULEGON et al, 2017). Como exemplo de possibilidade, as figuras 4 e 5

representam infográficos sobre o elemento químico ferro, os mesmos foram demonstrados

para os estudantes como exemplo de um modelo de infográfico que pode ser elaborado.

Page 27: José Francisco Zavaglia Marques

27

Figura 4. Infográfico do elemento químico ferro

Fonte: elaborado pelo autor desta pesquisa.

Figura 5. Infográfico do elemento químico ferro

Page 28: José Francisco Zavaglia Marques

28

Fonte: elaborado pelo autor desta pesquisa.

Esses infográficos representados pelas figuras 4 e 5 foram elaborados no site

canva.com o qual apresenta recursos gráficos suficientes na modalidade gratuita. Ainda

Page 29: José Francisco Zavaglia Marques

29

permite adicionar textos, imagens externas ao banco de imagens, modelos de layouts pré-

definidos e alterar o plano de fundo.

2.8 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDA NO ENSINO BÁSICO APLICADO

COM A TEMÁTICA SOLO.

O trabalho de Franklin et al. (2011) titulado como “Solo: análise didática na educação

ambiental em química” foi realizado em duas escolas do município de Macapá com os

estudantes do 2° ano do Ensino Médio. Conforme os autores, o conteúdo trabalhado na

disciplina de química dentro do estudo da físico-química apresenta subsídios para trabalhar a

temática do solo. Como levantamento de dados, foi aplicado um questionário para avaliar os

conhecimentos prévios dos estudantes antes de trabalhar o tema, posteriormente foi realizada

uma exposição sobre o tema relacionado à química. No final, foi reaplicado o questionário

para fins de análise comparativo de nível de compreensão após o tema trabalhado.

Santos et al. (2016), com o seu projeto “Educação em solos no Maciço de Baturité”,

desenvolveram o ensino de solos nos municípios de Acarape, Redenção e Barreira

pertencentes ao Maciço de Baturité em escolas de nível fundamental e médio tanto públicas

como privadas. Em todas as escolas, os autores realizaram uma explanação sobre o solo e sua

importância dentre outros conceitos, sempre buscando os conhecimentos prévios dos

estudantes como proposta construtivista, com a realização de atividades experimentais a

respeito da temática.

Destaca-se aqui um dos resultados apresentados pelos autores, a escola de ensino

privado, na qual foi aplicado um mapa conceitual com os estudantes antes da explanação do

estudo dos solos como forma de avaliar os conhecimentos dos estudantes. Os resultados

demonstram que os estudantes têm um domínio sobre a temática estudada, porém a maioria

teve dificuldade de estabelecer grandes relações com o tema. Analisando os mapas exibiram

palavras relacionadas à agricultura e muito pouco sobre as questões ambientais, essa última

questão só apresentou mudanças nas avaliações finais após apresentação da aula sobre a

temática.

Silva e Inácio (2015) realizaram pesquisa com estudantes do 3° ano em três Escolas

Estaduais do Ensino Médio no Município de Ribeirão em Pernambuco (PE). Eles aplicaram

um questionário contendo 15 questões sobre o assunto solo, matéria orgânica e meio

ambiente. Quando perguntados sobre qual a importância do solo, segundo a classificação dos

Page 30: José Francisco Zavaglia Marques

30

autores, 55% dos estudantes responderam sobre alimentação, agricultura e economia e com

37% ambiente e somente 8% para habitação.

Guilherme et al. (2016) pesquisaram em uma Escola Estadual de Ensino Fundamental

e Médio em Catingueira na Paraíba. Os estudantes do 3° ano do Ensino Médio responderam a

um questionário, com objetivo de levantar os conhecimentos prévios deles. Das 10 questões

aplicadas, 8 eram discursivas e 2 de múltipla escolha tais como: o que é solo? O que faz os

solos terem cores diferentes? Quais os elementos químicos encontrados no solo? De onde eles

vêm? Quais são os produtos químicos encontrados no solo? Entre outras perguntas. Os

resultados apresentados foram de 26,9% dos estudantes conceituarem correto ou parcialmente

o conceito do solo contra 57,7% não souberam conceituar.

Sendo assim, os quatro trabalhos citados reforçam a importância do estudo do solo na

educação formal. A partir dessas ações os jovens podem compreender o quanto importante é o

solo, assim há a possibilidade da mudança de concepções, atitudes de preservação, consumo e

respeito aos recursos naturais.

Page 31: José Francisco Zavaglia Marques

31

3 METODOLOGIA

A pesquisa é caracterizada como exploratória, qualitativa e com o método de pesquisa-

ação (GIL, 2008). A pesquisa-ação caracteriza-se como uma estreita relação entre os

pesquisadores e participantes envolvidos de modo colaborativo na resolução de um problema

(THIOLLENT,2002).

A pesquisa-ação facilita o desenvolvimento profissional do professor pesquisador por

ser emancipatória, participativa, cooperativa e crítica, permitindo articulação entre a teoria e a

prática (RAUSCH, 2010).

O presente trabalho foi realizado com 31 estudantes do 1° ano do ensino médio de um

colégio particular do Município de Cachoeira do Sul – RS no período de julho a dezembro de

2017. Durante as reuniões quinzenais dos docentes, foi estabelecido trabalhar no 2° trimestre

do ano letivo com questões ambientais tais como aquecimento global, efeito estufa, poluição

do ar, solo, água e seus impactos na sociedade, economia, política e ambiental. Dentre os

temas abordados foram apresentadas as atividades realizadas pelo docente da disciplina de

química, realizadas com a temática solo no 2° trimestre de 2017. A justificativa da escolha do

colégio foi em razão do autor ser regente do 9° ano do Ensino Fundamental II ao 3° ano do

Ensino Médio. A metodologia realizada para desenvolver o trabalho foi a sequência didática.

A seguir serão apresentadas as etapas desenvolvidas durante o trimestre.

Quadro 1. Etapas realizadas na sequência didática

ETAPA (MOMENTO)

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES AVALIAÇÃO DURAÇÃO

(50 min cada

período)

Aula expositiva

Apresentar os conceitos de ligações químicas,

polaridade, geometria relacionados à temática

solo.

Identificar os relatos e os

conhecimentos prévios dos

estudantes em relação aos

tópicos apresentados.

10 p.

Elaboração dos

mapas metais

Elaboração do mapa mental sobre a importância

e o uso do solo pela humanidade. Abordar o que

é mapa mental, como fazer e exemplos.

Avaliar as palavras e as

imagens desenvolvidas

pelos estudantes e

classificá-los quanto ao

grau de relações acerca da

temática.

2 p;

Abordagem de

textos de

divulgação

científica e

artigos

Interpretar o texto e discutir entre os integrantes

do grupo, posteriormente construir um resumo

deste e apresentar para o restante da turma.

Foram utilizados cinco textos diferentes, após a

leitura desses foi construído um mapa mental

coletivo no quadro branco.

Analisar os textos

produzidos pelos grupos e

identificar a produção de

autoria. Avaliar a

participação na produção e

apresentação dos textos.

2 p.

Page 32: José Francisco Zavaglia Marques

32

Produção do

infográfico

Abordar o que é infográfico, como fazer e

exemplos.

Cada grupo deverá criar um infográfico com um

elemento químico selecionado pelo docente e

posteriormente apresenta-lo a turma.

Avaliar se o infográfico

está dentro dos tópicos

apresentado em aula, além

verificar se os objetivos

definidos foram

alcançados.

Elaboração em

horário inverso

ao das aulas.

Apresentação

2 p.

Fonte: elaborado pelo autor desta pesquisa.

Segundo o quadro 1, foram utilizadas as seguintes metodologias: mapa mental,

infográfico e produção textual para fins de análise e discussão apresentados no próximo

tópico para avaliar os conhecimentos prévios. Ainda, o desenvolvimento das pesquisas, a

presença de autoria e a identificação da importância e dos impactos do uso do solo e a

mineração pela sociedade como forma sensibilizar os estudantes, integrando o estudo de

química com a educação ambiental de modo a abordara temática do solo. As etapas dois a

quatro foram elaboradas em grupos de três a quatro estudantes.

Page 33: José Francisco Zavaglia Marques

33

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PRODUÇÃO DO MAPA MENTAL

Antes da elaboração dos mapas mentais, foi apresentada a definição, os requisitos e os

exemplos para basear os estudantes como deveriam criar seus próprios mapas. Os estudantes

relataram que não haviam construído mapas mentais durante a sua formação escolar até o

momento.

A seguir são apresentados dois mapas mentais denominados imagem A e B

produzidos pelos estudantes, a fim de avaliar os conceitos e conhecimentos prévios

apresentados pelos grupos. A palavra central definida para os mapas era o solo e para auxiliar

os estudantes na elaboração do mesmo foram apresentadas duas perguntas: qual a importância

do solo e para que usamos o solo?

Conforme Marques (2008) menciona, uma avaliação qualitativa e formativa na

análise e discussão das ideias apresentadas nos mapas é mais adequada e funcional na maioria

das situações. Sendo assim, o objetivo principal da elaboração dos mapas mentais era

perceber de forma qualitativa as percepções prévias dos estudantes apresentas e relacionadas

ao tema solo. Os mapas foram desenvolvidos em grupos de até 3 estudantes com o tempo

total de 100 min para a produção da atividade, equivalente a 2 períodos.

Como podemos ver nos mapas mentais nomeados como figuras 6 e 7, o primeiro

desenvolveu um mapa com palavras voltadas à agricultura, composição química, estudo da

arquivologia, presença do ecossistema animal e vegetal e fertilidade do solo sem a presença

de grandes transformações químicas do solo. Em geral os mapas desenvolvidos pela turma

buscam palavras que estão relacionadas com agricultura, alimentação e fatores que alteram o

mesmo como erosão, desmatamento e intemperismo, esses resultados assemelham-se com o

trabalho de Santos et al (2016), que aplicou e analisou os mapas sobre a temática solos e

apresentaram dificuldades de realizarem grandes relações, muitas delas eram voltadas à

agricultura e poucas ligações sobre questões ambientais.

As palavras descritas pelos grupos de estudantes representam os conhecimentos

prévios, que podem ter relação com os conteúdos estudados em outras disciplinas do 1° ano

do Ensino Médio, como biologia e geografia no decorrer do trimestre letivo.

Devemos reforçar que não existe um mapa correto ou único, mesmo que utilizados

os mesmos conceitos e palavras num mesmo grupo de estudantes, pode-se apresentar mapas

diferentes, por isso a dificuldade de realização de uma avaliação quantitativa (MARQUES,

Page 34: José Francisco Zavaglia Marques

34

2008). A figura 7 apresenta maior número de relações ligadas ao tema. Podemos observar

além da relação com agricultura, os tipos e a classificação dos solos, também a presença de

processo de transformação dos minerais em metais.

Figura 6. Mapa mental elaboração por um grupo de estudantes do 1° ano.

Fonte: arquivos do autor

Figura 7. Mapa mental elaboração por um grupo de estudantes do 1° ano.

Fonte: arquivos do autor

Page 35: José Francisco Zavaglia Marques

35

A autora Kraisig (2016) desenvolveu com os estudantes do terceiro ano do Ensino

Médio mapas mentais sendo aplicado um antes e outro depois da primeira e da segunda

oficina. Como proposta de avaliar as suas intervenções sobre a temática cores, ela dividiu em

três categorias: sem relação (SR), pouca relação (PR) e grande relação (GR). Classificados os

mapas em SR quando não apresentavam nenhuma relação com a temática “cores” e com os

conhecimentos científicos; PR para aqueles que apresentaram no máximo duas relações da

temática em estudo com os conceitos científicos e como GR os mapas que apresentaram três

ou mais relações da temática “cores” com os conceitos científicos.

Diferentemente nesta pesquisa, ao invés dos grupos fazerem um novo mapa, a turma

construiu um único mapa no quadro branco para observarem as novas relações que

possibilitaram criar um olhar mais amplo sobre o tema e o desenvolvimento do pensamento

crítico após a etapa de leitura, produção de textos e apresentação oral.

A construção do mapa mental da figura 8 foi a partir da contribuição de 2 a 3 palavras

de cada grupo; posterior a leitura, produção dos textos e apresentação oral para a turma. Isso

permitiu assim uma maior percepção da turma toda da importância e do uso do solo pela

sociedade.

Figura 8. Mapa mental coletivo construído pela turma no quadro branco após a leitura,

produção e apresentação oral dos textos.

Fonte: arquivos do autor

Page 36: José Francisco Zavaglia Marques

36

4.2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

Os textos de leitura e produção dos resumos pelos estudantes analisados neste trabalho

foram:

- CORDEIRO, M.E.V.M.; CONCEIÇÃO, P.M. D.; LIMA, T.V. A educação ambiental e o

uso do solo-cimento. Revista Vértices, v.8, n.1/3, 2006.

- Grupo de disciplinas de materiais edificações e ambiente. Tijolo e a sua aplicação ao longo

do tempo. Faculdade arquitetura, 2006/2007. Disponível em: <

http://home.fa.utl.pt/~lcaldas/Tijolo.pdf>. Acesso em: 10 de maio de 2017.

Os textos foram escolhidos pelo docente como proposta de atender os objetivos

específicos deste trabalho para que os estudantes pudessem compreender, sensibilizar-se e

reconhecer a importância do solo para nossa existência e do desenvolvimento da sociedade.

Assim os discentes poderiam compreender mais sobre o consumo e a transformação do solo

relacionando com os impactos socais, ambientais e econômicos a nível local, nacional e

internacional.

Pode-se verificar a partir dos textos produzidos a função-autor pelos estudantes a

partir da leitura dos textos e produção dos resumos.

Para fim de avaliação dos resumos dos textos dos estudantes denominou-se de grupos

A, B, C e D. O objetivo da atividade era de que os estudantes lessem os textos recebidos e a

partir da leitura produzissem um resumo, podendo conter no máximo 25 linhas e

posteriormente apresentar na forma oral para a turma. O resumo do texto 1 “Educação

ambiental e o uso do solo-cimento” foi realizado por dois grupos, de 3 estudantes cada.

O grupo A, no início do seu resumo, apresentou uma síntese do que é composto o

solo-cimento, com presença de cópias de uma ou mais palavras do texto original. A partir da 4

linha até a 15 é possível observar que o texto deixou de apresentar autoria para uma cópia na

integra do texto base. Na última parte, entre as linhas 16 até 22 do resumo, o grupo apresentou

duas perguntas: “De que é feito o cimento? Porque ele é misturado com areia?” (GRUPO A)

Em seguida, a presença das respostas. Porém vale destacar a ausência destas

perguntas no texto original e muito menos as respostas, pois o trecho do texto que os

estudantes receberam relatava a importância da educação ambiental e a importância do solo-

cimento e assim deixando carente no resumo a situação da sociedade nacional e internacional.

O diagnóstico do grupo em trazer essas perguntas por motivo de curiosidade ou simplesmente

para esclarecer melhor o texto. O resumo do grupo A não permite confirmar se realmente

Page 37: José Francisco Zavaglia Marques

37

ocorreu leitura do texto na íntegra pela análise do resumo entregue, os estudantes resumiram

até o final da introdução que representa até a metade da terceira folha do total de 5 páginas,

texto já resumido do original que contém 20 páginas.

O grupo B também trabalhou com o texto 1, assim como o grupo A, e apresentou no

primeiro parágrafo como é produzido o cimento, tentando entender o porquê da presença

desse parágrafo. Isso pôde ter sido a carência dos estudantes para esclarecer mais o texto, ou a

busca pela curiosidade, ou até mesmo julgaram necessária a presença no texto. O resumo do

grupo B apresenta 15 linhas além do título que por sua vez 9 delas estão falando sobre a

educação ambiental, tópico presente no texto. Porém pela análise do texto produzido

identificou-se a presença das palavras-chave do texto base, após análise do resumo do grupo,

é possível identificar que o resumo não saiu da primeira página. Além disso, o texto

apresenta-se como uma cópia e uma parte de autoria de 2 linhas comparado ao número total

de linhas escritas, sem considerar o início que relatava sobre a produção do cimento.

O texto 2 “Tijolo e a sua aplicação ao longo do tempo” foi trabalhado por dois

grupos denominados C e D, constituídos de 3 estudantes cada. O grupo C produziu um texto

de autoria com 22 linhas e apenas 3 linhas de citação direta. É possível identificar palavras-

chaves as quais reforçam que o resumo realizado abrangeu o texto todo, essa semelhança de

trabalho foi também identificada no grupo D com uma produção 17 linhas de autoria.

Podemos identificar nos dois textos tópicos em comum à história do uso do tijolo e sua

composição, a importância para humanidade, os tipos e as propriedades dos tijolos.

Segundo Orlandi (1996), nos textos do grupo A e B há a predominância da repetição

empírica, pois realizaram cópia de longos trechos dos conceitos apresentados no texto original

do que demonstrarem o seu imaginário no resumo. O que leva os estudantes a produzirem

cópia idêntica? Consoante Orlandi (1996), pode ter sido causada por certo receio dos

estudantes de colocar em risco o resumo ao tentar demonstrar com suas próprias palavras, ou

representar incertezas na produção ou até mesmo erros de interpretação do texto.

Nos resumos dos grupos A e B, há presença de ideias distintas daquelas apresentadas

no texto original e incorporação de conceitos do texto original ligada à organização do texto

produzido. Esse modelo é conhecido como repetições históricas, segundo a autora Orlandi

(1996) exerce a função-autor representando um ato interpretativo realizado pelos grupos.

Após análise dos textos permite que o docente refletisse sobre o objetivo do trabalho

proposto e o resultado alcançado e assim identificar os obstáculos presentes para ter alcançado

com êxito o planejado é preciso intensificar a produção e a motivação na produção de texto de

Page 38: José Francisco Zavaglia Marques

38

autoria pelos estudantes. Percebe-se que é necessária mais produção textual durante o ano

letivo para os estudantes alcançarem um nível de interpretação e de autoria da escrita.

4.3 PRODUÇÃO DE INFOGRÁFICO

A produção do infográfico possibilita trabalhar com os estudantes a importância do

solo e do mineral contido estabelecendo relação com os conceitos do ensino de química como

os estudos dos elementos químicos, dos processos de separação de misturas e suas

propriedades, além de desenvolver reflexões críticas com os estudantes avaliando os impactos

sociais, ambientais e econômicos no manejo da mineração. Foram apresentados aos discentes

o que é um mapa mental, programas que poderiam criar o mapa e separados os grupos, a cada

3 integrantes por elemento químico. Os elementos químicos foram selecionados a partir do

potencial econômico e de produção do Brasil, são eles: Cromo, Ouro, Nióbio, Chumbo,

Níquel, Cobre, Titânio, Estanho, Manganês e Alumínio. O docente para ilustrar como deveria

ficar a pesquisa, a aparência e os critérios de avaliação do infográfico apresentou um mapa de

sua autoria sobre o elemento químico Ferro representado nas figuras 4 e 5.

Dentre os tópicos apresentados no mapa estão contidos os principais minerais de

obtenção do ferro, preço de exportação, regiões no Brasil com maior exploração, processo de

extração, o lixo produzido, trituração com britador, transporte, processo de separação do ferro,

sua finalidade e o impacto social, econômico e ambiental. O infográfico foi produzido e

sugerido para os estudantes utilizar o canva, encontrado pelo site canva.com, o qual é um

editor online que apresenta várias modelos para produzir e modificar além de apresentar

imagens para ser inserida ou importar do computador pessoal. O site apresenta um manuseio

fácil e contém uma parte dos recursos pagas, caso o estudante decida usar não há problema

em adicionar no inográfico, porém na hora de realizar o download da figura só será possível

mediante pagamento, sendo assim, alguns grupos encontram a solução apresentando online.

Foram produzidos e apresentados dez infográficos e os critérios de avaliação dos

mesmos são apresentados abaixo:

Mineral – presença dos principais tipos de minerais extraídos no Brasil para obtenção do

metal selecionado.

Regiões no Brasil – os principais estados de exploração do mineral com ou sem o percentual

de produção.

Page 39: José Francisco Zavaglia Marques

39

Países de exportações – destacar os principais países que são comercializados os minerais

com ou sem presença do custo.

Processo de extração e separação – apresentar detalhes sobre o processo de extração do

mineral e os processos de separação da mistura para purificação do metal.

Finalidade – citar exemplos da sua utilização no cotidiano em diferentes locais tais como

cozinha, carro, corpo humano, água, solo entre outros.

Impacto social – por consequência do trabalho de extração e produção qual impacto social

positivo ou negativo poderá causar para a sociedade próxima ou distante dos locais de

produção que afetam diretamente a sociedade.

Impacto ambiental- identificar a presença de ações positivas e negativas nos processos que

afetam a água, solo, ar, flora e a fauna.

Impacto econômico- resultado do trabalho de mineração que apresentam potencial de gerar

benefícios ou malefícios para a sociedade local e/ou para o brasil.

Imagens – que representam ligação ao texto

Síntese – capacidade de representar em poucas palavras ideias essenciais de um conteúdo de

forma clara e objetiva.

Os resultados da avaliação dos infográficos produzidos pelos estudantes estão

representados no quadro 2 para ilustrá-los com maior clareza.

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42

Quadro 2. Resultados da análise dos infográficos produzidos pelos estudantes.

Metal

Critérios

Alumínio Manganês Estanho Titânio Cobre Níquel Chumbo Nióbio Ouro Crômio

Mineral 1

Regiões no

Brasil

2

Países de

exportações

Processo de

extração e

separação

Finalidade

Impacto

social

Impacto

ambiental

Impacto

econômico

3

Imagens

relacionadas

ao texto

4

4

Síntese 7

6 5

6 6 5

6 6

Page 41: José Francisco Zavaglia Marques

43

Fonte: elaborado pelo autor desta pesquisa.

Legenda 1O mineral está citado dentro do texto história da descoberta, tópico não exigido.

2Ausência de legenda no mapa inserido no infográfico.

3Os autores mencionam no título o impacto econômico, mas não o descrevem.

4Poucas imagens relacionadas com o texto, até 2 imagens.

5Apresenta igual ou inferior a 25% do infográfico com texto longo de 2 ou mais parágrafos.

6Apresenta igual ou superior a 75% do infográfico com textos longos de 2 ou mais parágrafos.

7Apresenta igual ou inferior a 25% do infográfico com textos longos de até 2 parágrafos.

Quadros em vermelho representam ausência do tópico no infográfico e em verde representam presença dos

tópicos nos infográficos analisados.

A péssima qualidade da imagem do infográfico do grupo do metal cromo limitou

análise dos textos presentes, cabendo só análise das imagens presentes. Dentre os tópicos

ausentes nos infográficos, destaca-se que 7 do total de 10 grupos não conseguiram descrever o

impacto econômico da mineração, os infográficos produzidos pelos grupos do alumínio e

estanho estão representados nos anexos.

Quanto à finalidade do metal para sociedade, todos os grupos alcançaram objetivo a

partir de imagens e outros representaram com imagem e texto. As ligações das imagens ao

texto estão presentes em 9 dos 10 infográficos construídos, porém 2 deles apresentaram até 2

imagens relacionadas. Segundo Mayer (2005), o infográfico precisa desse conjunto

imagem/texto, visto que melhora aproximação espacial, diminuindo o desvio de atenção na

leitura do mesmo.

No ano de aplicação do trabalho, não foram realizados experimentos relacionados à

temática, como sugestão de aperfeiçoamento da aplicação em anos seguintes, essa inserção

poderá contribuir nos estudos e enriquecer o trabalho com a prática experimental. Na

elaboração dos mapas mentais pelos grupos do primeiro e segundo momento, poderiam ter

sido mantidos os grupos da primeira aplicação, permitindo assim, avaliar e comparar os

avanços dos discentes quanto ao tema abordado.

Para auxiliar os estudantes na elaboração dos próximos textos, é preciso esclarecer

como elaborar um texto de autoria e apresentar os critérios de avaliação do mesmo,

permitindo assim que eles alcancem os objetivos propostos.

O modelo de infográfico elaborado pelo autor do trabalho possibilitou orientar os

estudantes na criação dos mesmos, os discentes apresentaram dificuldades em encontrar as

informações necessárias do seu respectivo elemento químico. Diante disso, as orientações do

docente com estratégias e palavras-chaves para buscar na internet e livros, conforme

representado no quadro 1, a qual mais da metade dos grupos conseguiram superar essa

barreira apresentando os tópicos exigidos.

Page 42: José Francisco Zavaglia Marques

44

Após planejamento, execução e análise dos resultados é possível observar que o

ensino de química dentro da temática solo trouxe um foco de estudo que permite envolver

mais os estudantes não só com as ferramentas didáticas utilizadas e sim na compreensão e

interpretação dos impactos que estão inseridos dentro do tema. Além de desenvolver neles a

reflexão a partir da pesquisa das informações, a leitura dos textos, visualização dos vídeos

sobre a importância do solo, roda de conversas, o consumo de matéria-prima e as

consequências das ações humanas.

Com a sequência didática desenvolvida, foi possível despertar dos estudantes a

responsabilidade com o meio ambiente. Para conseguir esse olhar, o docente precisa ir além

de apenas apresentações de definições de conceitos, teorias e leis e sim relacionar dentro do

contexto não só ambiental, mas também social e econômico que estão inseridas essas

descrições que interferem nas questões locais e globais.

Page 43: José Francisco Zavaglia Marques

45

5 CONCLUSÃO

A educação ambiental deve estar inserida de forma transversal nas disciplinas,

contínua e permanente no ensino básico e superior. Para isso, sabe-se que a realidade do país

demanda maior formação inicial e continuada dos docentes para que efetive cada vez mais a

inserção da educação ambiental na educação básica.

O uso de objetos educacionais infográficos e mapas mentais possibilitou motivar os

estudantes, percebidos pelo envolvimento na produção e apresentação dos mesmos. A partir

dos mapas mentais, verificou-se que a leitura dos estudantes sobre o uso do solo era delimita

principalmente na área da agricultura e através da leitura dos textos, apresentação das leituras

e produção dos resumos permitiu aos estudantes uma maior abrangência do uso e da

importância do mesmo.

Na atividade de criação dos infográficos, permitiu-se buscar conexões

interdisciplinares com questões sobre a mineração dos metais que não estão presentes na

disciplina de química, além de identificar as dificuldades encontradas pelos grupos, pois

requer pesquisa, leitura, interpretação e síntese de textos para poder elaborá-los. A

apresentação de um modelo de infográfico pelo docente sobre o metal ferro permitiu mostrar

aos estudantes os critérios que deveriam conter no mesmo. Porém, em trabalhos futuros,

carece ao docente além de avaliar e identificar os tópicos presentes e ausentes também a

necessidade de promover um retorno aos grupos do que está faltando para que sejam feitas as

devidas alterações e assim alcançar os objetivos definidos. Desse modo, permite fazer dos

erros um indicador diagnóstico numa avaliação formativa, garantindo avanços e superações

dos estudantes a partir da retomada dos erros apresentados para reconstrução e reavaliação

dos mesmos.

Quanto à leitura e à produção dos textos, alguns grupos apresentaram maior

resistência em ler os mesmos. Porém, pelo seu grau de importância no desenvolvimento de

competências de interpretação, síntese, escrita, autoria, formação do senso crítico deve-se

trabalhar mais com leitura e produção textual em todas as disciplinas do currículo, não só a

disciplina de português, buscando motivação e estratégias para envolver a turma na proposta.

Comparando as três ferramentas avaliadas nos resultados, percebesse maior envolvimento dos

estudantes na produção do mapa mental e do infográfico que envolveu imagens e textos do

que na leitura e produção textual, quando apresentaram maior dificuldade de produção e

autoria.

Page 44: José Francisco Zavaglia Marques

46

As atividades realizadas buscaram sensibilizar os jovens estudantes sobre a

importância de preservar, reduzir o consumo dos recursos naturais, leitura da mineração no

país, os impactos gerados.

Page 45: José Francisco Zavaglia Marques

47

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ANEXOS

Mapas Mentais elaborados pelos alunos.

Grupo do Alumínio

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51

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52

Grupo do Estanho

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