jornal semanal da apropuc e da afapuc · jeto "ponte para o futuro", do governo gol-pista...

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Jornal semanal da APROPUC e da AFAPUC LULA LIVRE! FORA TEMER! ABAIXO O GOLPE DA DIREITA ! CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA! CONTRA A REFORMA TRABALHISTA! PREPARAR A GREVE GERAL! FORA A INTERVENÇÃO NO RIO DE JANEIRO F UNCIONÁRIO Maquiavel defende que o Estado é a relação entre força e consenso, que em momentos de crise econômica, política e social, este Estado torna-se o capitalista coletivo como estratégia de auto-sobrevivência do capital, im- pondo a lógica da barbárie mesclada pelo dogmatismo, a irracionalidade, o ódio. Entretanto, o poder não pode so- breviver somente com a fonte da opres- são, necessita tornar-se um objeto de desejo, transmutada pela ambiguida- de, de um jogo perigoso entre lideran- ças carismáticas e massas domesti- cadas. Essa justificativa política con- duziu a lógica do fascismo, nazismo, ditaduras truculentas na América Lati- na e no Continente Africano, com go- vernos populistas e mão de ferro. Esse ajustamento político adqui- riu escala após o acontecimento do 11 de Setembro nos Estados Unidos, com feições de monstruosidade e obscurantismo na política liberal do mundo globalizado, em criminalizar os excluídos (perdedores globais) e seus movimentos sociais e políticos, como prática de terrorismo. No Brasil, po- demos identificar a articulação entre a militarização da ação do Estado e o consenso midiático das redes midiá- ticas (Record, Globo, Bandeirantes, SBT, Folha de São Paulo, Estadão, O Globo etc.) como forma de legitimar essa prática de exceção como regra da violência, com valores conserva- dores e neoliberais, estimulados por um setor da teologia da prosperidade neopentecostal, em que fé, política e "bons costumes" criariam um simu- lacro de sociedade perfeita. Na última eleição presidencial de 2014, configurou-se, no Congresso Nacional, a bancada da bíblia, da bala e do boi, em que fé, política e agrone- gócio encontraram a síntese: discur- so de combate à corrupção capaz de Fascismo não passará, jamais! remover valores democráticos, estigma- tizando-os diabolicamente, apostando numa política de ódio como solução final. Essa lógica de exclusão e violência foi aplicada ao golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, e na implantação do pro- jeto "Ponte para o futuro", do governo gol- pista Michel Temer com suas 55 PECs (Pro- posta de Emenda Constitucional). Esse conjunto de 55 ameaças pode ser dividido em afrontas aos direitos dos serviços pú- blicos, da concentração da terra e das questões agrárias, das garantias do míni- mo de dignidade humana, da gestão das coisas públicas e dos direitos da classe trabalhadora. Questões caras à democracia e à es- tabilidade política econômica foram des- montadas, destruindo conquistas históri- cas dos trabalhadores, com a proposta de terceirização sem limite, que decorre na precarização das relações de trabalho, ins- tituição do acordo extrajudicial de trabalho, prevalência do negociado sobre o legisla- do nas relações trabalhistas; regulamen- tação do trabalho intermitente por dia e por hora, como também afronta sobre a ges- tão das coisas públicas, ao propor privati- zação de todas as empresas públicas. Referente à garantia do mínimo de dignidade humana, o cancelamento da política de participação social, a altera- ção do código penal sobre a questão do aborto - criminalizando as mulheres e os profissionais de saúde -, a instituição do estatuto da família - que não reconhe- ce grupos LGBTTs -, a redução da maio- ridade penal, a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, o aumento do tem- po de internação dos adolescentes no sistema socioeducativo, a afronta às questões agrárias com alteração da lei de biossegurança, a regulamentação da compra de terra por estrangeiros e a li- beração da indústria do agrotóxico, como também dispensa de servidores públi- cos, abrindo a Caixa de Pandora do obs- curantismo brasileiro. O projeto programático "Bolsona- ro 2018", designado como "Ordem e Progresso", em que o slogan adapta- do daquele dos nazistas da Alema- nha de Hitler "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos" como meca- nismo para construir a "nação justa, livre e fraterna", promove a exclusão social com violência, em sintonia com a matriz secular colonial escravocra- ta, racista, homofóbica e misógena. O projeto Bolsonaro é a ampliação neoliberal do governo golpista Temer da Ponte para o Futuro. Essa eleição presidencial em 2018 amplia sintomaticamente a pres- tação de contas históricas da barbá- rie com valores democráticos de um projeto de país, em que a classe tra- balhadora não foi convidada a partici- par do festim diabólico, rememoran- do as práticas da Casa Grande e Senzala. Daí a indissociabilidade en- tre as bandeiras políticas dos movi- mentos sociais, ao defender ques- tões de gênero, raciais, étnico-cultu- rais da luta dos trabalhadores frente à contrarreforma trabalhista, ao des- monte da previdência pública, à re- forma do ensino médio e do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse maniqueísmo com infor- mações falsas é alimentado por con- fusões, ignorância e perversidade, próprio da lógica do obscurantismo, por exemplo, ao "considerar que Hi- tler era de esquerda", o que revela a confusão simbólica e histórica como prática política. Para manter a esperança de um projeto de sociedade democrática de- vemos frear o fascismo embriagado de conotações nacionalistas, patrióticas e de fé cristã, sem hesitação, pois trata- se do lobo mascarado de cordeiro. Diretoria da APROPUC 125995 PUCVIVA 1085 15 10 2018.indd 1 10/11/2018 1:16:25 PM

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Jornal semanal da APROPUC e da AFAPUC

LULA LIVRE!FORA TEMER! ABAIXO O GOLPE DA DIREITA !

CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA!CONTRA A REFORMA TRABALHISTA!

PREPARAR A GREVE GERAL!FORA A INTERVENÇÃO NO RIO DE JANEIRO

FUNCIONÁRIO

Maquiavel defende que o Estado éa relação entre força e consenso, queem momentos de crise econômica,política e social, este Estado torna-seo capitalista coletivo como estratégiade auto-sobrevivência do capital, im-pondo a lógica da barbárie mescladapelo dogmatismo, a irracionalidade, oódio. Entretanto, o poder não pode so-breviver somente com a fonte da opres-são, necessita tornar-se um objeto dedesejo, transmutada pela ambiguida-de, de um jogo perigoso entre lideran-ças carismáticas e massas domesti-cadas. Essa justificativa política con-duziu a lógica do fascismo, nazismo,ditaduras truculentas na América Lati-na e no Continente Africano, com go-vernos populistas e mão de ferro.

Esse ajustamento político adqui-riu escala após o acontecimento do11 de Setembro nos Estados Unidos,com feições de monstruosidade eobscurantismo na política liberal domundo globalizado, em criminalizar osexcluídos (perdedores globais) e seusmovimentos sociais e políticos, comoprática de terrorismo. No Brasil, po-demos identificar a articulação entrea militarização da ação do Estado e oconsenso midiático das redes midiá-ticas (Record, Globo, Bandeirantes,SBT, Folha de São Paulo, Estadão, OGlobo etc.) como forma de legitimaressa prática de exceção como regrada violência, com valores conserva-dores e neoliberais, estimulados porum setor da teologia da prosperidadeneopentecostal, em que fé, política e"bons costumes" criariam um simu-lacro de sociedade perfeita.

Na última eleição presidencial de2014, configurou-se, no CongressoNacional, a bancada da bíblia, da balae do boi, em que fé, política e agrone-gócio encontraram a síntese: discur-so de combate à corrupção capaz de

Fascismo não passará, jamais!

remover valores democráticos, estigma-tizando-os diabolicamente, apostandonuma política de ódio como solução final.

Essa lógica de exclusão e violência foiaplicada ao golpe contra a ex-presidenteDilma Rousseff, e na implantação do pro-jeto "Ponte para o futuro", do governo gol-pista Michel Temer com suas 55 PECs (Pro-posta de Emenda Constitucional). Esseconjunto de 55 ameaças pode ser divididoem afrontas aos direitos dos serviços pú-blicos, da concentração da terra e dasquestões agrárias, das garantias do míni-mo de dignidade humana, da gestão dascoisas públicas e dos direitos da classetrabalhadora.

Questões caras à democracia e à es-tabilidade política econômica foram des-montadas, destruindo conquistas históri-cas dos trabalhadores, com a proposta deterceirização sem limite, que decorre naprecarização das relações de trabalho, ins-tituição do acordo extrajudicial de trabalho,prevalência do negociado sobre o legisla-do nas relações trabalhistas; regulamen-tação do trabalho intermitente por dia e porhora, como também afronta sobre a ges-tão das coisas públicas, ao propor privati-zação de todas as empresas públicas.

Referente à garantia do mínimo dedignidade humana, o cancelamento dapolítica de participação social, a altera-ção do código penal sobre a questão doaborto - criminalizando as mulheres eos profissionais de saúde -, a instituiçãodo estatuto da família - que não reconhe-ce grupos LGBTTs -, a redução da maio-ridade penal, a flexibilização do Estatutodo Desarmamento, o aumento do tem-po de internação dos adolescentes nosistema socioeducativo, a afronta àsquestões agrárias com alteração da leide biossegurança, a regulamentação dacompra de terra por estrangeiros e a li-beração da indústria do agrotóxico, comotambém dispensa de servidores públi-cos, abrindo a Caixa de Pandora do obs-

curantismo brasileiro.O projeto programático "Bolsona-

ro 2018", designado como "Ordem eProgresso", em que o slogan adapta-do daquele dos nazistas da Alema-nha de Hitler "Brasil acima de tudo,Deus acima de todos" como meca-nismo para construir a "nação justa,livre e fraterna", promove a exclusãosocial com violência, em sintonia coma matriz secular colonial escravocra-ta, racista, homofóbica e misógena.O projeto Bolsonaro é a ampliaçãoneoliberal do governo golpista Temerda Ponte para o Futuro.

Essa eleição presidencial em2018 amplia sintomaticamente a pres-tação de contas históricas da barbá-rie com valores democráticos de umprojeto de país, em que a classe tra-balhadora não foi convidada a partici-par do festim diabólico, rememoran-do as práticas da Casa Grande eSenzala. Daí a indissociabilidade en-tre as bandeiras políticas dos movi-mentos sociais, ao defender ques-tões de gênero, raciais, étnico-cultu-rais da luta dos trabalhadores frenteà contrarreforma trabalhista, ao des-monte da previdência pública, à re-forma do ensino médio e do SistemaÚnico de Saúde (SUS).

Esse maniqueísmo com infor-mações falsas é alimentado por con-fusões, ignorância e perversidade,próprio da lógica do obscurantismo,por exemplo, ao "considerar que Hi-tler era de esquerda", o que revela aconfusão simbólica e histórica comoprática política.

Para manter a esperança de umprojeto de sociedade democrática de-vemos frear o fascismo embriagado deconotações nacionalistas, patrióticas ede fé cristã, sem hesitação, pois trata-se do lobo mascarado de cordeiro.

Diretoria da APROPUC

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Acima a mesa da home-nagem a Paulo Freire;no destaque a manifes-

tação dos estudantessecundaristas

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Da esquerda para a direita João Batista Teixeira da Silva,Soraya Misleh e Mohamed Hamdem

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