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CONGRESSO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM
DE 03 a 06/11/08
JornalABEnUma Publicação da Associação Brasileira de Enfermagem
Jornal da Associação Brasileira de Enfermagem Ano 50 - N° 03 Jul/Ago/Set de 2008Brasília/DF/Brasil
IMPRESSO ESPECIAL
CONTRATO Nº 9912152106
ECT/DR/DF
ABEn - Assoc. Bras. de Enf.
ACF CONIC - STO:
10900586
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
ABEn apóia campanha para controle da doença.
Novos pactos entre Educação e Saúde em prol da Formação
dos Profissionais de Enfermagem.
Pág. 07
BEM-VINDOS AOBEM-VINDOS AO
60º 60º REBEnHanseníaseEdição Temática Especial
Lançamento no 60° CBEn
Uma parceria entre ABEne Ministério da Saúde
Adquira seu exemplar!
11º SENADEnem Belém
Hanseníase no Brasil
Graduação:ABEn reinvidica
4 mil horas
Entrevista:Telia Negrão
e a Rede Feminista
Aconteceu na Enfermagem:Saiba o que piolho tem a ver com depressão
Pág. 08 Pág. 03
Lucas
Pág. 03
JornalABEnUma Publicação da Associação Brasileira de Enfermagem
02
Maria Goretti David Lopes - Presidente
Maria Salete Silva Pontieri Nascimento -
Vice-presidente
Maria Madalena Januário Leite -
Diretora de Educação
Simone Aparecida Peruzzo -
Secretária Geral
Maria José Moraes Antunes -
Diretora de Assuntos Profissionais
Telma Ribeiro Garcia -
Primeira Secretária
Rosalina Aratani Sudo -
Diretora Científico-Cultural
Maria Goreti Lima -
Primeira Tesoureira
Regina Coeli Nascimento de Souza -
Segunda Tesoureira
Jussara Gue Martini - Diretora de
Publicação e Comunicação Social
Ivone Evangelista Cabral -
Diretora do CEPEn
Maria José Fernandes Torres -
Conselheira Fiscal
Nilton Vieira do Amaral -
Conselheiro Fiscal
Ângela Maria Alvarez -
Conselheira Fiscal
ABEn Nacional:
SGAN 603, Conjunto "B"
Brasilia/DF - Brasil - CEP - 70830-030
Fone: (61) 3226.0653 - FAX: 3226.0653
Sugestões de pauta, anúncios e
observações:
Tiragem: 5.000 exemplares
Jornalista Resp.: Rafael Gue Martini
MTB/SC 02551JP
Criação e Diagramação: Laymark
Propaganda - Fone (48) 3338.2404
E D I T O R I A L
PODER: ENFERMAGEM E CIDADANIA
Expediente Jornal 03/2008Diretoria ABEn 2007 – 2010
Hoje, somos mais de um milhão de trabalhadores de enfermagem, contingen-
te bastante expressivo não só numericamente, mas
pela presença constante nos diversos espaços onde
se dá o cuidado de enfermagem. Assim, o Cuidado
de Enfermagem se reveste de poder, ora para a
opressão ora para promoção da cidadania. Estas contradições revelam disputas de
poderes que perpassam a assistência, a gestão, a educação e a pesquisa - espaços em
que a Enfermagem atua.
No 60º Congresso Brasileiro de Enfermagem temos que potencializar as
oportunidades de ampliação do horizonte da categoria – aproveitando que nosso evento
acontece na “Terra da Liberdade”, em torno da compreensão da Enfermagem como
uma prática social, co-partícipe na construção da cidadania.
No momento em que se busca consolidar o processo democrático no Brasil, a
Enfermagem, como parte do trabalho coletivo de
saúde, se sente na responsabilidade de aprofundar as
discussões em torno do cuidado. A saúde acompanha a
ampliação dos espaços de cidadania como um direito,
onde a autonomia do usuário e do trabalhador de Enfermagem tem que ser analisada de
forma a possibilitar a conquista da qualidade de vida para ambos. Portanto, discutir o
tema “Espaços de Cuidado, Espaços de Poder” significa aprofundar a reflexão sobre o
Cuidado de Enfermagem, buscando compreender as relações de poder entre os
diferentes segmentos sociais e profissionais. Ao mesmo tempo, dar luz à Enfermagem
na promoção da cidadania ao vislumbrar o valor do cuidado na construção de uma
sociedade mais solidária, justa e democrática.
gradeço o exemplar do jornal da ABEn (edição abril a junho de 2008). Apreciei
os artigos publicados principalmente “Aconteceu na Enfermagem”, que me fez recordar
os ensinamentos da Escola de Enfermagem Ana Nery – 1946/1949, infelizmente esqueci-
dos nesta década, onde o enfermeiro especialista, Mestre, Doutor, está esquecendo do
“Cuidar”, não chega perto do paciente e o profissional é desconhecido. Fato que
aconteceu comigo como paciente na UTI em 1997 no Rio de Janeiro e 2007 em São Paulo.
Nunca vi o enfermeiro perto de mim quando internada nos melhores hospitais.
Outros artigos que me chamaram atenção: “ABEn na defesa da qualidade do
ensino em enfermagem”; Educação, Graduação e o projeto que quer reduzir a carga
horária para 3200 horas; O mais expressivo “Em busca do Entendimento entre ABEn e
COFEN” que, desde a criação do COFEN Lei 5905 de 12 de outubro de 1973 está necessi-
tando de uma revisão nos seus artigos, com interpretações pelas diretorias anteriores
confusas, modificações sem expressão para o desenvolvimento profissional.
Parabenizo esta diretoria e continuem defendendo a
ABEn como um Órgão de Classe, com as mesmas características
iniciais de harmonia, solidez e preceitos profissionais insuperáveis.
Enfª Maria da Graça S. Corte ImperialEx-presidente da ABEn Nacional (1974 a 1976)
1ª Diretoria do COFEN - Atual colaboradora do COREN-SP.
Somos mais de um milhão de trabalhadores
de enfermagem
Diretoria ABEn Nacional
AA
Associação Brasileira de Enfermagem
C A R T A S
Envie sua carta, sua opinião é importante para nós:
Se for selecionada pelo Conselho Editorial, será editada e publicada neste espaço.
Participe!
O Cuidado de Enfermagem se reveste
de poder
Entre os dias 13 e 15 de agosto a presi-
dente em exercício da ABEn
Nacional, Maria Salete Silva P.
Nascimento, participou do 11ª Seminário
Nacional de Diretrizes para Educação em
Enfermagem (SENADEn) em Belém do Pará.
O tema do evento foi “Novos Pactos entre
educação e saúde em prol da qualidade da
formação dos profissionais de enferma-
gem”.
O tema da qualidade da educação é
tópico de interesse e ocupa hoje o centro do
debate educacional em nosso país. Novos
desafios da sociedade exigem
novas respostas das instituições educaciona-
is. A ABEn, sensível a tais discussões, reco-
nhece a necessidade de
mudanças no processo de
formação e na relação
estabelecida entre o pro-
fissional da enfermagem
e a sociedade.
O 11ª SENADEn trouxe em debate as
políticas articuladoras entre educação e saú-
de. A temática estimulou a discussão sobre
as necessidades de mudanças, que deverão
ser pensadas e construídas pelos diversos
atores que compõem o sistema educacional
e de saúde, a instituição formadora e o con-
trole social. A construção
de um saber na perspecti-
va da integralidade
demonstra o compromis-
so ético da ABEn com a
saúde da coletividade e o
cuidar com autonomia.
O desafio é melhorar a atenção e,
ao mesmo tempo, buscar soluções para os
problemas da área da saúde.
11º SENADEn Belém/Pará
Maria Salete na abertura do SENADEn
Novos desafios da sociedade exigem novas respostas das instituições educacionais.
A qualidade da educação
ocupa hoje o centro do
debate educacional em
nosso país.
D E S TA Q U E D A A G E N D A D A P R E S I D E N T E
03
Associação Brasileira de Enfermagem
AAssociação Brasileira de Enfermagem
(ABEn) e a Federação Nacional de
Enfermeiros (FNE) entregaram ao
Conselho Nacional de Educação (CNE) e ao
Ministério da Educação e Cultura (MEC) uma
carta reivindicando carga horária mínima de
4.000 horas para os cursos de Graduação em
Enfermagem no Brasil. O documento foi proto-
colado no dia 1° de agosto e endereçado ao
Ministro Fernando Haddad e ao Presidente do
CNE, Edson de Oliveira Nunes.
Os dois órgãos representativos da
Enfermagem acreditam que este é o tempo
mínimo para desenvolver e implantar um pro-
jeto político-pedagógico integrado de ensino,
pesquisa e extensão. As 4 mil horas represen-
tam o tempo justo para se promover a aprendi-
zagem significativa, capaz de produzir subje-
tividades e competências para lidar com a com-
plexidade das necessidades e problemas de
saúde dos diferentes grupos sociais.
Aguardamos o atendimento, por
parte do MEC e do CNE, da reivindicação da
ABEn e da FNE por expressar as intenções do
coletivo de Enfermagem, e seguir as recomen-
dações da 12a Conferência Nacional de Saúde.
Carta reivindicando 4 mil horas para a Graduação foi entregue ao CNE e MEC
uns litros de leite, lá ia ele para a comunida-
de, cumprir a hercúlea tarefa de provar ser
um erro considerar “perigosa” a mistura
daquelas frutas com leite. Manga, em espe-
cial, “um veneno”! “Vamos lá, minha gen-
te... Eu garanto que não faz mal. Querem
ver? Vou tomar um copo e não vai acontecer
nada comigo...” Tomou o primeiro, o segun-
do, e muitos mais; aumentou alguns quilos e
não convenceu ninguém. Suspendeu o pro-
pósito. Uma sábia decisão.
Mais recentemente, por ocasião do
9º SINADEn, realizado em maio deste ano,
em Porto Alegre, soube que uma enfermeira,
trabalhando numa comunidade indígena,
detectou que os índios estavam infestados
por piolhos. Concentrou, então, seus esfor-
ços profissionais para debelar aquela “pra-
ga”, indicativa de falta de higiene. Uma
coisa inadmissível! Conseguiu. A pediculose
foi debelada. Entretanto, pouco tempo depo-
is, a tribo inteira entrou em um quadro
depressivo. O que teria acontecido? Ao eli-
minar, a pediculose, eliminou-se, embora
não intencionalmente, a atividade dos índi-
os de mexer na cabeça uns dos outros, “ca-
tando piolhos”, momento de lazer e
demonstração de afeto, zelo e cuidado
mútuo...
Esses dois exemplos de experiênci-
as “não tão bem sucedidas” vêm a propósito
de demonstrar que, muito longe do estereó-
tipo, nós, profissionais da Enfermagem, não
somos nem anjos, nem semideuses, mas gen-
te. Como tal, sujeitos a enganos, descuida-
dos, desatenções, muito embora atuando
com Responsabilidade Social...
A prática Social da Enfermagem
tir determinados códigos culturais da clien-
tela é, por vezes, um desafio, se não uma
armadilha para nossos próprios valores e
crenças.
No Brasil, por exemplo, algumas
comunidades respeitam, por tradição ou cos-
tume, tabus alimentares que contrariam o
saber profissional. Não seria instigante fazer
com que se compreenda o engano da crença
nesses tabus? Foi o que decidiu fazer um cole-
ga com quem trabalhei no Acre, nos idos de
1980. Munido de um liquidificador, algumas
frutas (manga, abacaxi, cajá, pinha, etc) e
Aenfermagem é uma prática social;
seus agentes desempenham as ativi-
dades de sua alçada com responsabi-
lidade social, conceito aqui entendido, para
além do Código de Deontologia, como atitu-
des éticas e sociais de respeito à imagem da
profissão, aos pares e à clientela. Durante os
anos de formação, aprende-se que o indiví-
duo, a família e a comunidade devem ser cui-
dados em sua totalidade, incluindo os aspec-
tos culturais. Entretanto, no exercício pro-
fissional conseguimos corresponder sempre
a esses princípios? Não creio. Atentar e admi
Por Telma Ribeiro Garcia
A carta pode ser lida no site da ABEn:
www.abennacional.org.br
Link: www.abennacional.org.br/index.php?path=72
Telma é Profª adjunto IV da UFPB, Pesquisadora CNPq
e Primeira Secretária da ABEn Nacional.
ABEn e FNE apóiam ensino de qualidade
Munido de um
liquidificador,
frutas e leite, lá ia
ele provar ser um
erro considerar
“perigosa” a
mistura daquelas
frutas com leite.
Aconteceu na Enfermagem
Numa comunidade indígena,
detectou-se, que os índios
estavam infestados por piolhos...
Conte-nos sua história
Por e-mail: [email protected]
Se você é enfermeira(o), técnico, auxiliar de enfermagem ou estudante e já viveu uma história profissional extraordinária, emocionante ou engraçada, escreva e en-vie pra nós. O texto deve ter no máximo 2 páginas. Sua história pode ser escolhida pa-ra o próximo Aconteceu na Enfermagem.
ou Carta: ABEn - SGAN 603, Conjunto "B" Brasília/DF - CEP - 70830-030
Participe!
04
JornalABEnUma Publicação da Associação Brasileira de Enfermagem
ABEn apóia Campanha do Ministério da Saúde
Controle da Hanseníase
Jornal ABEN: Qual a atual situação da
Hanseníase no Brasil?
Danusa: A Hanseníase hoje no Brasil apresen-
ta uma tendência de estabilização dos coefi-
cientes de detecção no Brasil, entretanto em
patamares elevados, particularmente nas
regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste.
Essas regiões concentram 53,5% dos casos
detectados em apenas 17,5% da população
brasileira. As desigualdades regionais e os
determinantes sociais e culturais do proces
so saúde-doença têm contribuído ao longo
dos anos com o desenho da Hanseníase no
país. Regiões empobrecidas, dificuldades de
acesso à saúde, desinformação sobre a doen-
ça, estigma e preconceito com os doentes
ainda é um quadro da hanseníase. Vale
destacar, entretanto, que a implantação do
esquema de tratamento poliquimioterápico
no Brasil, nas duas últimas décadas, contri-
buiu com a desaceleração de novos casos, e
hoje com a mudança do indicador de preva-
lência pontual para o de detecção de novos
casos permite que as ações de controle e pre-
venção tenham um novo olhar no campo da
saúde pública e da promoção à saúde.
Ampliar a rede de atenção à saúde e
preparar os profissionais de saúde para um
atendimento qualificado e humanizado é um
dos desafios para alcançarmos um melhor
controle e prevenção da hanseníase no país.
O momento é oportuno para unirmos esfor-
ços dos diversos setores da sociedade civil,
das representações das categorias da saúde,
dos gestores nos três níveis do SUS dos parce-
iros governamentais e internacionais na
busca efetiva da otimização das ações de con-
trole e prevenção da hanseníase no Brasil.
Jornal ABEN:
Os desafios são vários, mas destaca-
ria alguns que, de forma articulada e inte-
grada, podem contribuir para uma resposta
Quais os desafios para a rede
de atenção à saúde no controle à hansenía-
se?
Danusa:
mais efetiva ao controle e prevenção da han-
seníase, particularmente na dimensão do
setor saúde.
Compreendendo que a hanseníase
é uma doença que tem fatores e determi-
nantes sociais e culturais, sua prevenção e
controle necessitam de ações intersetoriais,
tanto para a prevenção quanto para a assis-
tência aos pacientes com hanseníase, por-
tanto um dos desafios é a articulação inter-
setorial. O desenvolvimento de ações que
contemplem aspectos da melhoria da quali-
dade de vida das pessoas, desde o acesso às
políticas públicas de saúde, educação e
assistência social até a geração de empregos
que considere as limitações decorrentes das
seqüelas do adoecimento.
Outro desafio é a articulação entre
as ações de prevenção e assistência à saúde,
desde ações educativas de prevenção até a
reabilitação das pessoas com hanseníase na
perspectiva da integralidade e da humaniza-
ção da atenção na rede de saúde. E para
tanto é necessário investir na capacitação
dos profissionais de saúde de forma interdis-
ciplinar, no fortalecimento da gestão des-
centralizada e integrada, e no empodera-
mento dos usuários no seu papel de controle
AABEn participa do
Programa de controle da
Hanseníase no país,
através da edição de um número
especial da Revista Brasileira de
Enfermagem. A enfermeira
Danusa Fernandes Benjamim,
coordenadora adjunta do Progra-
ma Nacional de Controle da
Hanseníase (do Ministério da
Saúde), nos fala sobre a situação
da Hanseníase hoje e as propos-
tas do programa.
Ampliar a rede de atenção
à saúde e preparar os profissio-
nais de saúde para um atendi-
mento qualificado e humanizado
é um dos desafios para alcançar-
mos um melhor controle e
prevenção da hanseníase no país.
Danusa Fernandes Benjamim
Coordenadora adjunta do Programa Nacional de Controle da Hanseníase
Atualização para técnicos em enfermagem Parceria entre ABEn e Artmed lança novo curso a distância
Os profissionais da enfermagem
terão uma nova ferramenta para acompa-
nhar as constantes mudanças nas ciências e
atualizar seus conhecimentos. O Sistema de
Educação em Saúde Continuada a Distância
(SESCAD), com a experiência da Artmed /Pa-
namericana Editora, oferece o Programa de
Atualização para Técnicos em Enfermagem
(PROTENF), sistema de atualização que
garante acesso ao conteúdo das pesquisas
mais recentes da área. O material exclusivo
é chancelado e oficializado pela Associação
Brasileira de Enfermagem (ABEn) que, além
de colaborar com a atualização, emite certi-
ficados que somam pontos para a carreira
profissional. O PROTENF tem como coorde-
nadora geral Maria Madalena Januário Leite
e como diretoras acadêmicas Ana Lucia
Jezuino da Costa e Dora Lúcia de Oliveira.
Não há pré-requisitos para realizar a inscri-
ção no PROTENF e não há
data nem local específico
para iniciar o ciclo, dei-
xando o participante livre
da sala de aula ou de alte-
rações na sua rotina de
trabalho. Todo o material de aprendizagem
é submetido a processamento pedagógico e
processo editorial especiais e, em caso de
dúvidas, é possível consultar diretores aca-
O Ciclo 1 do PROTENF contempla:
aleitamento materno; atuação dos técnicos
em enfermagem frente a situações de vio-
lência; cenário de atuação do técnico em
enfermagem; cuidado de enfermagem na
prevenção e tratamento
da úlcera de pressão; cui-
dado humanizado em saú-
de; cuidados de enferma-
gem a pessoas com dor;
cuidados do técnico em
enfermagem ao paciente renal no hospital e
no domicilio; cuidados no pré-natal: preven-
ção de riscos; doenças crônicas: hiperten-
são, diabetes (hiperdia); ética e bioética no
magem; medidas de precaução no controle
da infecção hospitalar; os reflexos da violên-
cia urbana no processo de trabalho das emer-
gências públicas; perfil e competências do
técnico em enfermagem; SUS: princípios e
aplicabilidade; trabalho com adolescentes:
o que existe de diferente; e vigilância e saú-
de: doenças endêmicas.
“A ABEn, ao lançar em parceria com
a Artmed/Panamericana Editora o PROTENF,
cumpre com o compromisso de dar continui-
dade a projetos e estratégias para que o
lugar do Técnico de Enfermagem (TE), na
equipe de saúde/enfermagem, venha ser
redirecionado, reconhecido e valorizado”,
assegura Maria Goretti David Lopes, presi-
dente da ABEn.
social e de participação no cuidado.
Por fim, destacaria que para
mudança do cenário nacional sobre a hanse-
níase é preciso um processo de mobilização
social que envolva ações de comunicação e
educação, que vão desde a desconstrução de
estigma e preconceito na sociedade em par-
ceria com organizações não governamentais
e a mídia que representem um compromisso
com a mudança de paradigma.
A ABEn, ao lançar o PROTENF, cumpre com o compromisso de
valorizar o Técnico de Enfermagem na equipe de
saúde/enfermagem.
05
Associação Brasileira de Enfermagem
Escolas alcançadas
Docentes e discentes cadastrados
Acadêmicos participantes
Participação em atividades educativas
Consultas de enfermagem
Alterações dermatológicas
Casos novos detectados entre escolares
2007
04
3.213
42
2.68283%
0
2.616
279
81%
11%
2003
07
5.686
10
3.99370%
954
262
02
17%
27%
6%
2004
09
6.324
15
4.844 77%
06
2.519
271
45%
13%
14%
2005
13
7.383
16
6.833 96%
09
6.051
611
86%
10%
21%
2006
10
7.053
51
5.634 80%
03
5.525
883
78%
16%
6%
Vila Velha uma cidade que atua na saúde primária em hanseníaseUma experiência integrando saúde, escola e comunidade
Aexperiência de um projeto de exten-
são em hanseníase integrando ensi-
no, serviço e comunidade, baseado
em um programa de educação em saúde em
hanseníase, que está sendo realizado na cida-
de de Vila Velha/ES surgiu a partir da con-
cepção da hanseníase como um problema de
saúde pública no Estado, e por iniciativa da
Coordenação Municipal de Hanseníase.
A coordenadora do projeto,
Dra.Marizete Puppin é docente do Curso de
Enfermagem no Centro Universitário de Vila
Velha e Coordenadora Estadual de
Hanseníase do Espírito Santo. Ela destaca a
importância da participação e integração da
universidade neste trabalho pela significân-
cia epidemiológica da doença e as possibili-
dades que o mesmo representa para o ensino
em atenção primária a saúde, possibilitando
aos alunos a interação com a comunidade,
identificando problemas de saúde e atuando
junto com esta comunidade na resolução dos
seus agravos. Dessa forma, esse trabalho pos-
sibilita que os alunos desenvolvam capacida-
de critica em relação ao modelo de saúde e a
situação sócio-econômica da população. Isso
contribui para a formação de profissionais
conscientes dos fatores causadores e perpe-
tuadores das doenças.
O objetivo do projeto é o desenvol-
vimento de atividades extracurriculares
junto à comunidade e ao programa de con-
trole da hanseníase no município de Vila
Velha, complementando e fortalecendo as
atividades educativas e de assistência, que
contribuam para o diagnóstico precoce dos
casos novos. Ganha a universidade, o serviço
e o usuário do SUS.
A metodologia utilizada é partici-
pativa, de forma integrada com a rede muni-
cipal de saúde e educação, onde o aluno
PROJETO DE EXTENSÃO DE HANSENIASE DESENVOLVIDO NAS ESCOLAS DA V REGIÃO DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA
Como atividade extracurricular, o
desenvolvimento deste projeto tem motivado
interesse e sua continuidade foi viabilizada pela
participação dos acadêmicos de enfermagem,
psicologia e medicina. A experiência tem
revelado que seus integrantes tornam-se mais
seguros e mais preparados ao assumirem outras
atividades acadêmicas e possuem mais
desenvoltura no atendimento das pessoas. A
partir deste trabalho já possível notar uma
mudança de postura, valores como preocupação
social e atitudes responsáveis com capacidade
para tomadas de iniciativas próprias e de
resolução.
me o papel de sujeito capaz de contribuir
com a alteração da realidade de uma ende-
mia, desenvolvendo ações de educação em
saúde proporcionando um maior conheci-
mento sobre a hanseníase tanto para a comu-
nidade como para a sua formação discente.
As atividades educativas e assistenciais são
desenvolvidas na 5ª região administrativa do
município de Vila Velha, abrangendo 23 bair-
ros com uma população estimada em 42 mil
habitantes.
Este trabalho de extensão é uma
parceria interinstitucional, envolvendo os
cursos de enfermagem, psicologia e medici-
na do Centro Universitário Vila Velha-UVV, o
Programa de Controle da Hanseníase do muni-
cípio de Vila Velha, com o apoio do Programa
de Controle da Hanseníase da Secretaria de
Estado da Saúde e a Netherlands Leprosy
Relief (ONG).
ÍNDICES ALCANÇADOSDE 2003 A 2007
Carinhosamente chamada de Belô
ou Beagá (BH), foi a primeira cidade plane-
jada do Brasil, inaugurada em 12 de dezem-
bro de 1897. É a terceira maior cidade do
Brasil (2,5 milhões de habitantes), cercada
pelas montanhas da Serra do Curral, que lhe
servem de moldura natural. Oferece áreas
de lazer, casas de espetáculos com intensa
produção artístico-cultural, boa e diversifi-
cada gastronomia e rico artesanato - dispo-
nível em suas feiras e lojas especializadas.
BH é uma das melhores cidades do
país para se viver - "Cidade Modelo da Área
Ambiental". Possui amplas avenidas, praças
e áreas arborizadas, que encantam a todos
que a visitam. Reúne todas as comodidades
de uma grande metrópole, mas preserva as
características da vida do interior. É privile-
giada em seu entorno por cinco circuitos
turísticos:
Local de importantes
descobertas arqueológicas, com inscrições
rupestres do homem primitivo que habitou a
região há cerca de 12 mil anos. Das 3 mil gru-
tas existentes no Brasil, mais de 2 mil ficam
em Minas Gerais, e dessas, 500 ficam nesse
circuito.
Roteiro constituído por 17
municípios dos séculos XVII e XVIII. Dispõe
de um patrimônio histórico de valor inesti-
mável, formado por igrejas, capelas e obras
de arte no estilo barroco. Destaca-se o arte-
sanato, as festas de santos e a gastronomia
típica caracterizada pelo feijão tropeiro,
pelo ora-pro-nóbis e pela cachaça.
Circuito das Grutas:
Circuito do Ouro:
Pará
Belém
06
Hospitalidade com jeitinho Brasileiro
JornalABEnUma Publicação da Associação Brasileira de Enfermagem
Praças da Liberdade e da Estação
Centro Turístico de Tancredo Neves
Lagoa da Pampulha
Museu de Arte da Pampulha
Mercado Central
Parque Mun. Américo Renné Giannetti
Basílica Nossa Senhora de Lourdes
Palácio das Artes
Edifício Niemeyer Fontes:http://www.belohorizonteturismo.com.br/http://www.belohorizonte.mg.gov.br/http://www.portalbrasil.net
Alguns Pontos Turísticos
Habitante (naturalidade): belo-horizontino
Área: 330,95 km²
Altitude média: 858,3 metros
População: 2.412.937 (2007)
Enfermagem e CidadaniaCBEn reúne profissionais de todo país no
maior congresso brasileiro da categoria
A ABEn sente-se honrada em receber
os congressistas para a 60ª edição
do CBEn, sediado pela seção Minas
Gerais. O Congresso Brasileiro de
Enfermagem é uma conquista democrática
iniciada em 1948 pela Associação Brasileira
de Enfermagem-ABEn. Nesses 60 anos, o
CBEn tornou-se um evento emblemático,
em torno do qual uma diversidade de ativi-
dades políticas, técnico-científicas, cultu-
rais e sociais desenvolvem-se com base em
um tema Central. Este ano o tema é
“ESPAÇOS DE CUIDADO, ESPAÇOS DE PODER:
ENFERMAGEM E CIDADANIA"
O CBEn é um espaço amplo de
debates, que aproxima enfermeiros, técni-
cos, auxiliares de enfermagem e estudan-
tes, possibilitando a discussão dos saberes e
práticas profissionais vividos em nosso quo-
tidiano, buscando aprofundar a participa-
ção cidadã da Enfermagem na sociedade
brasileira.
O momento histórico é de consoli-
dação do processo democrático no Brasil,
Turismo
Circuito Parque Nacional da Serra do Cipó:
Circuito Verde – Trilha dos Bandeirantes:
Circuito Veredas do Paraopeba:
Inserido na Estrada Real e localizado em
parte da Região Metropolitana de Belo
Horizonte, tem acesso rápido e fácil. Pode
ser visitado pelos dois lados da Serra do
Cipó, considerada por Burle Marx como o
“Jardim Botânico” do Brasil, tal a exuberân-
cia da flora e a riqueza de sua fauna.
Vocação natural para o ecoturismo.
As expedições dos bandeirantes foram res-
ponsáveis pelo surgimento de várias vilas
nos arredores de Belo Horizonte. Hoje são
cidades com muita história, riqueza cultu-
ral, belezas ambientais e pólos industriais,
como Betim e Contagem. Palco ideal para
turismo de negócios.
Escalar
montanhas; percorrer trilhas; banhar-se nas
cachoeiras; andar a cavalo; jogar golfe;
conhecer sítios históricos; saborear cacha-
ças artesanais; divertir-se em festas; conhe-
cer clubes; ouvir bandas e dançar. Esse
Circuito engloba uma região abundante em
águas minerais, cercada por um “mar de
montanhas”, belos vales e rios.
Mas o mais importante é conhecer a
famosa hospitalidade dos mineiros. Gente
que cuida da cidade como se fosse a própria
casa, sabe receber e cativar o turista com
amizade, carinho e respeito.
Chegar é muito fácil. Difícil é ir
embora.
Belo HorizonteParque da PampulhaBelo Horizonte - MG
decorridos 20 anos da promulgação da Carta
Magna e do Sistema Único de Saúde, sendo
apropriado para potencializar o conheci-
mento técnico, científico e político da
enfermagem. Contribuindo, assim, no pro-
cesso de construção de uma sociedade mais
solidária e digna do povo brasileiro.
Caro congressista, a ABEn reitera o
seu compromisso em destacar a vital impor-
tância da Enfermagem no contexto nacional
e internacional. Seja muito bem-vindo ao
nosso acolhedor espaço das Minas Gerais.
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM
Catedral da Sé
Ouro Preto
Ouro Preto fica a apenas 90km de Belo Horizonte
os, pacientes e trabalhadores em saúde do
mundo inteiro.
As Conferências de Saúde das dife-
rentes esferas de governo nos últimos 10
anos recomendam a adoção da Jornada de
Trabalho de 30 horas.
Importante salientar que
desde os anos 90 a ABEn atua
nessa luta desigual estabelecida
entre os empregadores e traba-
lhadores e que não irá desistir
enquanto entidade que há mais de
82 anos acompanha as lutas da categoria e
desde os anos 80 atua, defende e colabora
na consolidação do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Sugerimos para as ABEns Seções,
07
Eventos da ABEn
60ª Reunião
Associação Brasileira de Enfermagem
Belém do Pará teve o prazer de sediar
no período de 13 a 15 de agosto, o 11º
Seminário Nacional de Diretrizes
para Educação em Enfermagem – SENADEn.
O evento foi realizado no Centro de
Convenções do Hotel Sagres, onde o tema
“Novos Pactos entre Educação e Saúde em
prol da Formação dos Profissionais de
Enfermagem”, foi desenvolvido através de
conferências, mesas redondas, cursos, pôs-
ter dialogado, além da feira tecnológica que
contou com a presença da Artmed. A presi-
dente da ABEn Nacional em exercício, Maria
Salete Silva Pontieri Nascimento, abriu ofici-
almente o evento reforçando dentre outros
aspectos, a importância das discussões da
RGM
11º SENADEn faz sucesso nonorte do paísFique por dentro do
que aconteceu neste grande evento da ABEn
Cultur arae se most ou a P n r sua
iq za e cor eo afiasr ue d es e cor gr
nf r o eCo rate nizaçã nc o d ae ontr e migas
Esta campanha é pela aprovação do
Projeto de Lei 2295/2000 que regulamenta a
Jornada dos Profissionais de Enfermagem
para 30 horas semanais e que busca inclusi-
ve, humanizar o nosso trabalho. O desgaste
físico e mental está presente nos
processos saúde-doença que
vivenciamos. Nossa atuação diá-
ria e sistemática junto aos usuá-
rios e pacientes, comumente em
ambientes insalubres, aumen-
tam a vulnerabilidade do profis-
sional da Enfermagem e exige condições dife-
renciadas de trabalho.
A Organização Internacional do
Trabalho (OIT), órgão da ONU, aponta que a
jornada de 30 horas é melhor para os usuári
Entre e assista:
www.conselho.saude.gov.br
www.saude.gov.br/emtemporeal1
Campanha pela jornada de trabalho de 30 horas para a enfermagem
Conselho Nacional de Saúde (CNS) com reuniõespela internet
O conselho Nacional de Saúde, com
representantes dos diversos segmentos sociais, se
reúne mensalmente para discutir temas de interessa
de todos.
As reuniões sempre são transmitas na
íntegra ao vivo, em tempo real pela internet.
Nossa mobilização é nossa força. Quanto
mais brasileiros acompanharem as reuniões, mais
preparados estarão para acompanhar e participar das
políticas públicas de saúde.
Lembramos que a reunião pode ser assistida
por todos conselheiros, usuários gestores ou qualquer
outro cidadão, basta entrar em um dos sites
relacionados ao lado.
temática na Região Amazônica e a acolhida
do povo paraense aos congressistas.
A programação científica versou
sobre: Novos pactos entre Educação e
Saúde: cenário atual, desafios futuros;
Avaliação e Acreditação sob a ótica da gradu-
ação e pós- graduação; Pró-Saúde: possibili-
dades e desafios; Novos Rumos para as espe-
cialidades, Mestrado, Residência e
Licenciaturas; Tele Enfermagem para o ensi-
no de graduação e médio; Novos desafios na
educação profissional e permanente; Novos
sentidos para o doutorado e a pesquisa em
educação e o Fórum de Escolas da ABEn onde
foi debatido o PLS nº 26/2007 de
autoria do Senador Tião Viana.
O SENADEn teve um público de
aproximadamente 400 participantes e 257
trabalhos inscritos. A carta do SENADEn de
Belém está sob a responsabilidade da Dra
Maria Madalena Januário Leite, diretora de
Educação da ABEn Nacional e será divulgada
em breve.
Regionais e Núcleos a realização de um Ato
Público em seus estados, bem como pedimos
a colaboração por meio da permanente
divulgação dessa ação e assinatura do abaixo
assinado (http://enfermagem30horas. bone-
soft.net/). Precisamos no mínimo que 1/3
dos profissionais da Enfermagem (500 mil)
assinem o documento visando sensibilizar
mais uma vez o Congresso Nacional.
A ABEn Nacional disponibiliza no
e n d e r e ç o ( w w w. a b e n n a c i o n a l-
.org.br/download/30_horas.jpg) a arte do
adesivo das "30 horas" que deverá ser utiliza-
do permanentemente pelos profissionais da
Enfermagem durante essa campanha.
Saudações ABEnistas.
Assista as reuniões do
conselho pela web
SENADEn
Pú c i bli o prestig ou aso d c nferências o evento
Lucas
A ABEn Nacional e a Regional
Campinas participaram do evento, de 13 a
18 de julho, que ocorreu na UNICAMP, em
Campinas/SP. A temática central foi Energia-
Ambiente–Tecnologia. A Enfermagem abor-
dou os temas: Poder e Tecnologia na
Saúde/Enfermagem. O mini-curso de
Introdução a Pesquisa Qualitativa em Saúde
recebeu 25 profissionais e estudantes de
diferentes áreas, os quais freqüentaram os
quatro dias do programa. A organização reco-
mendou continuar oferecendo o curso nos
próximos eventos. Outros 25 enfermeiros e
estudantes de enfermagem prestigiaram o
mini-curso Trabalho e Enfermagem.
Durante o evento, as Associações
Profissionais envolvidas com pesquisas nas
áreas sociais e humanas estabeleceram um
debate sobre a necessidade de revisão da
Resolução 196/96, do Conselho Nacional de
Saúde, que trata da pesquisa envolvendo
seres humanos. Para os pesquisadores o dese-
nho de pesquisa quantitativo expresso na
resolução é adequado à área clínica, experi-
mental e não se aplica à pesquisa qualitati-
va, bastante aplicado às investigações das
áreas sociais e da saúde. A síntese do debate
foi encaminhada à CONEP e solicitou-se que
as entidades profissionais prossigam fomen-
tando o debate sobre a Resolução.
A g r a d e c i m e n t o e s p e c i a l à
professoras Eliete Maria Silva, Kátia
Stancato de Aquino, Sueli Fátima Sampaio e
ao Professor Mauro A. Pires Dias da Silva pelo
empenho e dedicação na condução das ativi-
dades de Enfermagem por ocasião da SBPC.
Na oportunidade também foram comemora-
dos os 30 anos do Curso de Enfermagem da
UNICAMP. Parabéns para as colegas paulis-
tas!
A 61a Reunião Anual da SBPC ocor-
rerá no período de 12 a 17 de julho de 2009
na Universidade Federal do Amazonas
(UFAM). O CEPEn já iniciou os contatos
com o a ABEn-AM e o Departamento de
Enfermagem da Universidade para o esta-
belecimento de parcerias na elaboração
da programação. A professora Elizabeth
Teixeira, membro da Comissão do CEPEn,
estará representando a ABEn nas reuniões
preparatórias.
Lucas
Lucas
Profissional de Destaque Não tem luta feminista, nos últimos 35 anos, que eu não tenha participado.
JornalABEnUma Publicação da Associação Brasileira de Enfermagem
Associação Brasileira de Enfermagem
Telia Negrão
Telia (dir.) ao lado da Diretora de Publicação e Comunicação Social da ABEn, Jussara Gué Martini.
Alegre e descontraída, a jornalista
Telia Negrão fala com propriedade
sobre o movimento feminista brasi-
leiro. A atual secretária executiva da Rede
Nacional Feminista de Saúde, Direitos
Sexuais e Direitos Reprodutivos, participa
ativamente das lutas das mulheres desde a
década de 70.
Nos encontramos em Florianópolis,
no intervalo de sua participação no evento
“Fazendo Gênero 8 – Corpo, Violência e
Poder”. Na ocasião nos concedeu esta entre-
vista.
É uma articulação criada em 1991,
com a finalidade de defender uma agenda
política vinculada à saúde integral das
mulheres, a partir de uma visão de direitos
sexuais e reprodutivos. Sua forma de ação é
a interlocução com os mais diversos setores
da sociedade, para assegurar políticas públi-
cas de saúde de qualidade através do SUS.
Te m o s
dois importantes
eixos: a defesa da
atenção integral
à s a ú d e d a s
mulheres com
qualidade; a defe-
sa de um SUS público, que garanta a ação das
mulheres no controle social.
Na área da saúde a prioridade é o
enfrentamento da mortalidade materna, a
violência, o aborto inseguro, a epidemia do
HIV /AIDS e, pela 1ª vez, o câncer de mama e
de colo de útero, que foram incorporados
nesta agenda.
A Rede vem atuando pela manuten
O que é a Rede Feminista de Saúde?
E qual é, atualmente, a principal
frente de trabalho da rede?
E a questão do SUS?
ção do SUS como serviço público e rejeitan-
do todas as propostas contrárias. O nosso sis-
tema de saúde, apesar de todos os proble-
mas, é o maior do mundo e toda ameaça
sobre ele (seja de financiamento, seja de
influência nefasta da indústria farmacêuti-
ca) coloca em risco um modelo de atenção
que completa 20 anos, resultado da luta dos
trabalhadores e trabalhadoras da área de
saúde, dos movimentos sociais e dos usuári-
os de saúde. Hoje a
Rede está presente
em cerca de 30 espa-
ços nacionais de con-
trole social (conse-
lhos de saúde,
comissões, políticas
nacionais).
A entrada da ABEn na Rede é uma
das maiores conquistas dos últimos anos
para esta articulação política. Nós sabemos
que as mulheres são maioria na categoria de
enfermagem e que tem um olhar diferencia-
do sobre o fenô-
meno da saúde. E
quanto mais este
saber se qualifica
no campo da ciên-
cia, mais coloca o
saber médico em
seu devido lugar – como um dos e não como o
único saber em saúde. A ABEn nos traz a pos-
sibilidade de reapropriação e valorização de
saberes de saúde que, ao longo dos tempos,
foram ocultados ou tratados como saberes
menores.
A ABEn tem uma enorme capilari-
dade e pode fazer chegar as lutas das mulhe-
Como a ABEn pode
colaborar com estas lutas?
E as vantagens para
as organizações?
res à diversos luga-
res do Brasil. Pode
auxiliar na sensibi-
lização dos profis-
sionais de saúde
em temas estraté-
gicos, como o aces-
so e atenção huma-
nizado, de qualida-
de e não discriminatório às mulheres que
chegam às unida-
des de saúde em
situação de violên-
cia, abortamento,
sofrimento psíqui-
co, HIV, ente outras
situações de extre-
ma vulnerabilidade e precariedade.
Acreditamos no desenvolvimento
de um programa conjunto de capacitação,-
produção de materiais e mobilização de
agendas comuns.
Comecei a militar com 18 anos. Aos
23 eu passei a ativista do jornal Brasil Mulher,
nos anos 70. Em Curitiba fundei a União de
Mulheres de Curitiba. Fui uma das fundado-
ras da União Brasileira de Mulheres e, no RS,
do Coletivo Feminino Plural. Passei a atuar
na Rede Feminista em 1997 e em 2003 fiz
parte do Conselho diretor da Rede, depois fui
conduzida para a Secretaria Executiva.
E como foi que a Telia
chegou neste movimento?
O que a motivou para o ativismo?
Como as mulheres
podem participar
destas lutas?
Uma indignação profunda com a
situação de desigualdade, principalmente
de violência doméstica, e a admiração que
tinha pelas mulheres que lutavam contra a
ditadura, na clandestinidade. Queria parti-
cipar de forma que pudesse influir na reali-
dade. Então lancei vários jornais, programas
de rádio, TV e trabalhei no lobby do Baton,
durante a Assembléia Constituinte. Não tem
luta feminista, nos últi-
mos 35 anos, que não
tenha participado.
A filiação à rede abre às mulheres
da ABEn a possibilidade de um novo ativis-
mo, voltado para a advocacia por políticas
públicas de qualidade para seu empodera-
mento pessoal e coletivo. Esperamos que as
sócias da ABEn procurem as regionais da
Rede para se apresentarem e se integrarem
organicamente nesta agenda mundial, pelo
fim das discriminações às mulheres e por
uma vida digna.
A entrada da ABEn na Rede Feminista é uma das maiores conquistas dos últimos anos
para esta articulação política.
A questão do aborto ocupa umlugar importante, por motivos históricos e pelos impactos na vida e na saúde das mulheres, mas não é a única agenda da
Rede Feminista.
Crédito: RGM
08
Acreditamos no desenvolvimento de um programa conjunto de
capacitação, produção de materiais e mobilização de
agendas comuns.
Para mais informações sobre a
Rede Feminista, acesse o site:
www.redesaude.org.br