jornal outrolhar | edição 12 | setembro de 2007

16
O sucesso profissional na voz do cantor mineiro Vander Lee página 16 Talento, fé e desejo real de fazer o melhor para todos entrevista entrevista entrevista entrevista entrevista cultura cultura cultura cultura cultura JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA VIÇOSA • SETEMBRO DE 2007 • ANO 04 • NÚMERO 12 Saiba como os jogos violentos interferem no seu corpo e na sua mente Lara Marqes cidade cidade cidade cidade cidade O que esconde a túnica azul do Profeta? página 5 Colecionar: um hábito além da diversão página 7 Perigo fora Perigo fora Perigo fora Perigo fora Perigo fora da tela da tela da tela da tela da tela Perigo fora Perigo fora Perigo fora Perigo fora Perigo fora da tela da tela da tela da tela da tela Perigo fora Perigo fora Perigo fora Perigo fora Perigo fora da tela da tela da tela da tela da tela cidadania cidadania cidadania cidadania cidadania Como vencer as dificuldades do primeiro emprego? página 10 página 8

Upload: comunicacao-social-jornalismo-ufv

Post on 28-Mar-2016

232 views

Category:

Documents


5 download

DESCRIPTION

O Jornal-Laboratório OutrOlhar é uma produção de alunos do Curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa. A edição nº 12 foi produzida sob orientação do professor Joaquim Lannes.

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

”““

O sucessoprofissional na vozdo cantor mineiroVander Lee

página 16

Talento, fé e desejoreal de fazer o

melhor para todos

entrevistaentrevistaentrevistaentrevistaentrevista

culturaculturaculturaculturacultura

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSAVIÇOSA • SETEMBRO DE 2007 • ANO 04 • NÚMERO 12

Saiba como os jogos violentos interferem no seucorpo e na sua mente

Lara

Mar

qes

cidadecidadecidadecidadecidadeO que esconde atúnica azul doProfeta?página 5

Colecionar: umhábito além dadiversãopágina 7

Perigo foraPerigo foraPerigo foraPerigo foraPerigo forada telada telada telada telada tela

Perigo foraPerigo foraPerigo foraPerigo foraPerigo forada telada telada telada telada tela

Perigo foraPerigo foraPerigo foraPerigo foraPerigo forada telada telada telada telada tela

cidadaniacidadaniacidadaniacidadaniacidadaniaComo vencer asdificuldades doprimeiro emprego?página 10

página 8

Page 2: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

((((( (((((

((((((((((opiniãoopiniãoopiniãoopiniãoopinião

crítica à mídiacrítica à mídiacrítica à mídiacrítica à mídiacrítica à mídia

Chefe do Departamento de Artes eHumanidadesProfª. Ana Carolina Beer F. Simas

Coordenador do Curso deComunicação Social - JornalismoProf. Ricardo Duarte

Jornalista ResponsávelJoaquim Sucena Lannes - MT/RJ 13173

Editores de PáginasÁbdon Júnior, Amanda Oliveira, Camila Pena,Clarice Machado, Elisa França, GabrielMiranda, Rodrigo Resende, Vinicius Wagner

Editoria de ArtesAna Paula Camelo, Carolina Rocha, Devalnir

Dias, Lara Marques, Oswaldo Botrel, PriscillaSouza, Rebeca Morato, Thiara Klein, VictorGodoi

RevisãoCristiano Sávio, Felipe Luchete, GerliceRosa, Tiago Agostinho, Vinicius Wagner

RedaçãoÁbdon Júnior, Amanda Oliveira, Ana MariaAmorim, Ana Paula Camelo, Beatriz Mascari,Bruno Lima, Camila Pena, Carolina Rocha,Clarice Machado, Cristiano Sávio, DevalnirDias, Elaine Nascimento, Elga Mól, ElisaFrança, Ellen Araujo, Felipe Luchete, GabrielMiranda, Gerlice Rosa, Gisele Gonçalves,Izabel Pompermayer, Jihana Silva, LaraMarques, Larissa Lacerda, Marcos Alves,

Michelle Bastos, Oswaldo Botrel, PatríciaCastro, Priscilla Souza, Rebeca Morato,Renata Amaral, Renata Loures, RodrigoResende, Simony Ávila, Tania Rosim,Tarciane Vasconcelos, Thiara Klein, TiagoAgostinho, Victor Tancredo, Victor Godoi,Vinicius Wagner

ImpressãoDivisão de Gráfica Universitária

Tiragem1500 exemplares

Os textos assinados não refletem a opinião daInstituição ou do Curso e são de inteiraresponsabilidade de seus autores.

Jornal Laboratório da Turma de 2005 doCurso de Comunicação Social -Jornalismo da Universidade Federal deViçosa

Endereço: Vila Giannetti, casa 39,Campus Universitário. CEP 36570-000.Viçosa - MG

ReitorProf. Carlos Sigueyuki Sediyama

Diretor do Centro de CiênciasHumanas, Letras e ArtesProf. Walmer Faroni

Os bodes de hoje

OUTR LHAROUTR LHAROUTR LHAROUTR LHAROUTR LHAR((((((((((

((((((((((

OOOOO

Ao leitorCom mais esta edição circulando, conquis-tamos um grande marco na vida do jornalOutro Olhar.

Aos poucos, em um ano, a atual equi-pe que produz o veículo buscou fórmulaspróprias, dentro, é claro, do modelojornalístico aprendido em nossas salas deaula, concedendo a este veículo laboratorialuma identidade bastante particular que aliaa leveza a um estilo bem agradável e útil aose manusear.

De certa forma, um caminho de expe-rimentações, no tocante aos objetivos finsdo Projeto e também aos seus propósitos deestimular a leitura, provocou a interpretaçãodos textos e levou ao conhecimento geraldo nosso público-leitor a discussão e fatosdo campo cultural e da cidadania. Tudo, éclaro, sob um Outro Olhar.

Por meio de pautas criativas e bemdirecionadas, pensadas com muito critério, acada edição, o corpo redacional retratou fa-tos cuidadosamente apurados e anguladosde acordo com uma Linha Editorial que con-templa, do princípio ao fim, os objetivos dapublicação. O processo de edição igualmen-te criativo teve os objetivos de atender e ca-tivar um público-alvo exigente e carente debom material de leitura e informação dirigida,que sempre nos deu a todos uma grande sa-tisfação em fazê-lo.

Em breve, uma outra equipe assumi-rá a linha de produção do nosso jornal. Éque a atual tem novos desafios em sua traje-tória acadêmica. Por isso, rendemos a eles anossa homenagem, uma vez que ao longode quatro edições o grupo soube tomar parasi os desafios, responsabilidades e oprofissionalismo necessário, incorporandoas técnicas e a ética, elementos fundamen-tais para se fazer um jornal. A esse grupodesejamos sorte e temos a convicção de quemuitas conquistas virão. Que consigam muitoêxito em sua trajetória até o mercado de tra-balho e, quando lá, muito sucesso. Ao gru-po a nossa gratidão por ter se empenhado elevado a sério os fatores fundamentais quedevem existir na prática jornalística: a com-petência, o “faro” jornalístico, a pertinácia,a determinação, a perspicácia, a criatividadee, sobretudo, a ética.

Prof. Joaquim Sucena Lannes

GERLICE ROSA

No Antigo Testamento da Bíblia, encontram-senarrações de diversos sacrifícios feitos pelopovo israelita. Um deles era o sacrifício de expi-ação, que reparava os pecados e as faltasinvoluntárias contra as leis. Para que os peca-dos fossem redimidos por Deus, um bode eraoferecido e sacrificado para que aquele santuá-rio, aquele altar e aquele povo ficassem livresde seus pecados.

Percebe alguma semelhança com os diasde hoje? Ape-sar de o tempoter se passa-do, a práticacontinua. Écerto que osbodes são ou-tros, os deusestambém, e a in-tenção não émais redimirpecados, masdesviar aten-ções dos peca-dores.

Váriossão os casosem que uns pa-garam pelo errodos outros,como Tiradentes na Inconfidência Mineira, quefoi o mais prejudicado dos condenados. Não sesabe ainda o porquê dessa prática, o motivo paraatribuir a outrem uma responsabilidade que nãolhe cabe, mas a verdade é que ela acontece. Aprofessora de História da UFV Stella Franco nosajuda a lembrar alguns casos: “Na história geral,o exemplo mais evidente é o do nazismo, queatribuiu ao povo judeu uma série de responsabi-lidades, de problemas e de culpas e daí simples-mente o decreto do seu extermínio. Mas isso tam-bém acontece com outras minorias étnicas e so-ciais. Já chegou a se atribuir o atraso da AméricaLatina ao fato de ser um continente povoado por

mestiços, por indígenas, por negros. É algo quefoge da explicação histórica”.

Costuma-se associar também a figura dobode expiatório ao “laranja”, aquele que cedesua conta para os desvios de verba. Dessa for-ma, as acusações começam sempre por ele, paradepois se chegar ao verdadeiro articulador.

Por trás desse desvirtuamento de fatose de personalidades encontramos sempre algu-ma intenção política, algumas representaçõessociais, além da centralização de poder e aten-

ções para determi-nadas áreas dopaís.

A questãoambiental por si sófaz muito barulhona mídia, mas ne-nhum veículo sepreocupou emaprofundar essefato. Ficam semprena ponta doiceberg e não ex-plicam os procedi-mentos políticosnecessários paramelhorar a situa-ção ecológica nopaís. O PT também

foi colocado em sacrifício dos pecados partidári-os. Apesar de muitos praticarem o caixa 2, o alvomaior foi Lula e seus aliados. O PT foi visto comoprecursor dessa prática no cenário brasileiro.Como se fosse algo inédito! No nosso dia-a-dianão é difícil encontrar alguém que seja colocadoem foco, sem ao menos verificar a profundidadedo fato. Um irmão mais novo que leva a culpa, oroubo de uma melancia mais alardeado que osmilhões perdidos por aí, e assim vai...

Muitos nomes são colocados naberlinda, muitos casos vêm à tona. Escolhem al-guém para justificar os erros alheios: há semprealguém a ser ofertado em sacrifício.

Vic

tor G

odoi

e E

lisa

Fran

ça

22222

Page 3: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

(((((((((( ((((((((((opiniãoopiniãoopiniãoopiniãoopinião

33333

Consumo...TARCIANE VASCONCELOS

Dessa vez, a prática corrente nolegislativo federal foi bem vinda.Por atraso no processo de vota-ção conclusiva pelas comissões daCâmara e pela falta de parecer dorelator, ficou suspensa a lei queinstituía o dia 11 de maio como fe-riado nacional de Antônio deSant’Anna Galvão (1739 – 1822), ofrei Galvão, recentemente canoni-zado pelo Vaticano na visita doPapa Bento XVI ao país.

A CNBB (ConfederaçãoNacional dos Bispos do Brasil) te-mia a aprovação do feriado, econsiderava o mesmo des-necessário.

“Jeitinho” brasileiro quase ganha feriadoSegundo o governo, mais

um feriado provocaria prejuízos avários setores, principalmente o fi-nanceiro. Graças aos santos doSenado, os brasileiros perdem maisum dia de descanso. Não se podeafirmar com falso moralismo que anossa sociedade é fundamentadana valorização do trabalho. Aquitudo se resolve na base da “esper-teza”, no “deixa pra depois”. O jei-tinho brasileiro sempre fala maisalto. Mas dessa vez, perdeu umforte aliado.

Provavelmente, o calendá-rio seguido no Brasil bate recorde

em número de feriados.Além dos fixos, pelo

menos um ac a d a

mês, como carnaval e datas his-tóricas, ainda se tem a licença po-ética para aniversário da cidadee, claro, da padroeira do lugar. Éinegável que o país concentra amaior população católica do mun-do, mas também é um caldeirãode religiões, todas fruto das dife-rentes culturas aqui instaladas. Eainda não existe mais a coerçãosocial contra a filiação a uma ououtra doutrina.

Que sentido faz, então,mais um feriado de fundo católicono Brasil? Apesar da forte influ-ência dessa religião, as relaçõesse transformaram de tal forma quemuitos preceitos se diluíram ousimplesmente desapareceram. Demodo geral, as pessoas não de-positam mais tanta devoção e zelopor essas crenças, e perdeu-se oreal sentido dos dias santos. Astradições passam por um proces-so de perda de valor cultural, oque representa um fluxo natural detransformações nas sociedades,mas no Brasil a cultura do jeitinhotornou as relações sociais umasimples troca de favores, na defe-sa da vantagem de um sobre osoutros. Ou seja, daqui há algunsmeses, ninguém se lembra do san-to, só do feriado.

VICTOR TANCREDO

Prezado leitor, veja se esses termoslhe são familiares e remetem você adeterminado período da sua vida:“cabeção”, “quatro-olhos”, “rolhade poço”, “tampinha”, “vara-pau”... Lembrou da época de esco-la? Pois bem, meu caro, esse tipode “brincadeirinha” é uma práticacomum há bastante tempo em es-colas, porém não é tão inofensivocomo parece.

Essa violência moral tem umnome. É um termo de origem ingle-sa, o bullying. Compreende todasas formas de atitudes agressivas,intencionais e repetidas que ocor-rem sem motivação evidente,adotadas por um ou mais estudan-

tes contra outros. É uma violêncianão física feita através de insultos,apelidos cruéis e gozações.

A prát ica do bullyinggera conseqüências graves aosenvolvidos. Essas atitudes ma-goam profundamente os afeta-dos, levando alguns à exclusão.Eles podem demonstrar desinte-resse, medo ou falta de vontadede ir a escola ou ainda alteraçõesno rendimento escolar, disper-são e notas baixas. Além disso,podem ter sintomas de depres-são, perda de sono e pesadelos.Os autores poderão continuar ater um comportamento anti-so-cial na vida adulta, com atitudesagressivas tanto na famíliaquanto no trabalho.

E vamos respeitar as diferenças Estudos em vários países

mostram uma maior possibilidadede pessoas que cometiam obullying na época da escola seenvolverem em atos de delinqüên-cia e criminalidade.

Beleza, foi explicado o queé o bullying e que ele é uma reali-dade mundial. É necessário entãose fazer uma reflexão sobre os mo-tivos que levam crianças e jovensa cometerem este ato de desres-peito ao próximo. O fatordeterminante é a visão individua-lista da sociedade moderna, queestimula sempre a competitividadeentre as pessoas. Desde cedo,seja nas palavras da mãe: “Vocêtem que ser alguém na vida!”, sejaassistindo alguma falcatrua de

novela na televisão, a criança jávai se acostumando com a idéiade superação do próximo. Dessaforma, há um certo esquecimentode que nós, os seres humanos,independente das diferenças físi-cas, de classes sociais, ideologi-as, religiões, somos todos iguaisna essência: possuímos um corpoe a capacidade de pensar.

Então, seria de muito maisutilidade e importância que valo-res como solidariedade, ética, ami-zade e companheirismo fossemensinados para a criança desde seunascimento e sempre praticadosjunto com ela. Deixo aqui umensinamento que aprendi com meuquerido pai: “Trate o outro comovocê gostaria de ser tratado!”.

IZABEL POMPERMAYER

Com a dinamicidade das rela-ções comerciais, de comunica-ção e com a influência que exer-cem sobre o consumo e sobre abusca por prazeres, o sentidocultural das datas comemorati-vas do calendário brasileirovem sendo esquecido.

Na maioria das vezes emque lembramos de uma data co-memorativa, logo pensamos empresentes e festas. Quem se apro-veita disso são os comerciantes,que investem em propagandas eidéias inovadoras e atrativaspara seduzir clientes e garantirsucesso nos lucros.

Dessa forma, os meios decomunicação ganham destaquecomo aliados do desvirtuamen-to do real significado das datascomemorativas. Eles atendem àsvontades do mercado em aumen-tar o número de pessoas interes-sadas em seus produtos, pressi-onando-as e condicionando-as,cada vez mais, a pensar que se-rão felizes se adquirirem maiorquantidade de produtos, ou quefarão outras pessoas felizes sepresenteá-las com algo de valormonetário. A sociedade passa apensar que presentear é mais sig-nificativo do que a demonstra-ção de sentimentos.V

icto

r God

oi e

Izab

el p

ompe

rmay

er

Page 4: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

Jovens queJovens queJovens queJovens queJovens queengravidam podemengravidam podemengravidam podemengravidam podemengravidam podemapresentar proble-apresentar proble-apresentar proble-apresentar proble-apresentar proble-mas de crescimentomas de crescimentomas de crescimentomas de crescimentomas de crescimentoe desenvolvimento,e desenvolvimento,e desenvolvimento,e desenvolvimento,e desenvolvimento,tanto emocionaistanto emocionaistanto emocionaistanto emocionaistanto emocionais

comocomocomocomocomocomportamentaiscomportamentaiscomportamentaiscomportamentaiscomportamentais

((((((((((

RENATA AMARAL

Para alguns, vestibular é sinônimode infinitas horas de estudo, noi-tes em claro e pressão de entrar emuma universidade. Porém, paramuitas pessoas, o fim do ensinomédio não é exatamente o início degrandes expectativas. Seja pormedo de não conseguir vaga emuma faculdade, seja por não que-rer entrar em uma ou por questõesfinanceiras, os jovens estão cadavez mais procurando meios de ga-nhar a vida sem um curso superiorno currículo.

Optar por ajudar nos servi-ços de casa e procurar empregosno comércio da cidade são as al-ternativas que a maioria dos jovensescolhe após resolver não dar con-tinuidade aos estudos. Para LetíciaAraújo, trabalhar em uma loja deroupas foi a solução que encon-trou. “Desde quando estudava nãoqueria saber de faculdade. Estudarmuito não é pra mim, nunca foi. Pre-

firo poder ajudar em casa”, diz.Entretanto, parar os estudos

não é a melhor opção. Em um merca-do de trabalho cada vez mais com-petitivo e exigente, possuir algumtipo de formação profissional temcontado muitos pontos para um fu-turo promissor. Uma boa opção sãoos cursos técnicos e profissionali-zantes. Em Viçosa, existem escolasque oferecem cursos técnicos de se-cretariado, informática, administra-ção e enfermagem, entre outros. Foiessa a escolha de Márcio José Corrêaapós tentar quatro anos o vestibularde Arquitetura na UFV. “Foi a me-lhor coisa que fiz. Daqui a um tempovou poder trabalhar, ganhar meu di-nheiro. E não vou parar por aqui. AAdministração me abriu um leque deenormes possibilidades”. As esco-las emitem certificados na conclusãoe, apesar de não serem gratuitas, es-tão entre as mais procuradas porquem não quer entrar em uma Uni-versidade, seja ela pública ou não.

Uma outra saída são os cur-

sos oferecidos pelo SEBRAE. Em-bora não sejam substitutos do en-sino superior ou técnico, cursoscomo o “Empretec” e o “Saber Em-preender” visam estimular o ladoempreendedor do aluno e fazemcom que características comocompetitividade de mercado,autocontrole, independência e es-pírito de liderança sejam aprimora-das e bem exploradas. Os cursosvariam em preço e duração, mas to-dos dão certificado e é necessárioter apenas segundo grau completo.

O que fazer depois que acaba a escola?

Gravidez na adolescência tem crescido em ViçosaELISA FRANÇA

São cinco e meia da manhã e aindanão amanheceu. Camila acorda de-sanimada pelo frio de Viçosa, tomauma xícara de café e esquenta o leitedo seu filho de sete meses. Com cui-dado, embrulha o bebê em um co-bertor e sai de casapara começar mais umdia de trabalho, masantes deixa o filho nacasa da avó. Camilatem apenas 16 anos.

Histórias deadolescentes comoCamila são mais co-muns do que pare-cem. A nutricionistaSimone Mazzoni,que acompanha grá-vidas no Centro deSaúde da Criança, observa que oíndice de gravidez na adolescên-cia em Viçosa tem crescido muitonos últimos anos. Para ela, o fatode se tratar de uma cidade univer-sitária propicia este aumento. “Semos pais por perto, os adolescentes

saem para beber e se divertir, e têmmuito mais liberdade do que teriamem casa”.

Em geral, jovens queengravidam podem apresentar pro-blemas de crescimento e desenvol-vimento, tanto emocionais comocomportamentais, além de estaremsujeitas a casos de depressão se

não receberem o apoio neces-sário dos fa-miliares eamigos.

D i -versos fatossemelhan-tes poderi-am ser evita-dos se hou-vesse maisdebates ec o n s c i e n -tização so-bre sexuali-

dade para jovens da faixa etária deCamila. É necessário também me-lhor divulgação sobre a importân-cia dos métodos contraceptivos,para prevenir não só a gravidez –

·SEBRAE Viçosa – 3891 4759·Senar – 3891 3138·ETEV – Escola Técnica de Viçosa – 3891 0404·Escola Técnica José Rodrigues da Silva – 3891 9137

Para quem tem interesse emáreas agrárias e da terra, o Senar,Serviço Nacional de AprendizagemRural, localizado no campus daUFV, oferece cursos gratuitos queorganizam em todo território naci-onal a Formação Profissional Ru-ral de jovens e adultos, homens emulheres que exerçam atividadesno meio rural.

Cursos técnicos, profissio-nalizantes, faculdade. Seja comofor, o melhor caminho é continu-ar estudando.

Se você se interessou Se você se interessou Se você se interessou Se você se interessou Se você se interessou por alguns dospor alguns dospor alguns dospor alguns dospor alguns doscursos citados e quer mais informações,cursos citados e quer mais informações,cursos citados e quer mais informações,cursos citados e quer mais informações,cursos citados e quer mais informações,ligue:ligue:ligue:ligue:ligue:

como é o caso dos anticoncepcio-nais – mas também as doenças se-xualmente transmissíveis, que po-dem ser minimizadas através douso de camisinha.

Quando soube que estavagrávida, Camila foi obrigada pe-los pais a largar os estudos parater condições de sustentar o filho.

Isabela, de 17 anos, mesmo grávida continua estudando

((((( (((((

((((((((((cidadecidadecidadecidadecidade

44444

((((((((((Na época, segundo ela, foi muitodifícil se separar das amigas paraassumir uma responsabilidade quesó esperava ter muitos anos de-pois. Ainda assim, a jovem nãodesistiu de estudar: “Ano quevem pretendo fazer um supletivoà noite para eu me formar no se-gundo grau”.

Elisa França

Page 5: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

BRUNO LIMA

Cabelo branco, barba branca e longa, túnica azul e uma carroça. Comcerteza você já viu esse senhor que, freqüentemente, atravessa a retaque corta a Universidade Federal de Viçosa. Muitos o chamam de “OProfeta”, querem saber quem é ele, o que faz, de onde vem, para onde vai.O jornal Outro Olhar investigou e descobriu a identidade desse cidadãoque tanto desperta a curiosidade naqueles que já o viram ou simplesmenteouviram falar dele.

O nome do “profeta” é Izolino Lopes de Assis, um senhorsimpático de 93 anos. Izolino é membro da Casa de Oração Para Todosos Povos e, para cumprir os rituais da igreja, usa a túnica comovestimenta diária e não pode cortar a barba. Atualmente, ele estáaposentado e vive ao lado da esposa, Joana Rosa, 85, em uma casa nobairro Bom Jesus.

Izolino é natural da cidade de Araponga, Minas Gerais, e veiopara Viçosa quando tinha 16 anos. Durante toda a sua vida, ele trabalhoucomo pedreiro. Teve sete filhos, no entanto apenas três estão vivos:Adão, Efigênio e Lúcia. “Eu guardo o sétimo dia, e tive sete filhos”,comenta Izolino, sorridente.

Quando perguntado por que decidiu seguir o estilo de vida queleva, ele respondeu: “Foi por causa de uma tentação”. Segundo Izolino,quando ele morava na Rua dos Passos, localizada no centro de Viçosa,uma série de fenômenos estranhos começou a acontecer em sua casa. Eleconta que, em determinadas horas da noite, a sua família era acordadapor sons fortes, como se alguém estivesse batendo com muita força naporta e nas paredes de sua casa. Porém, quando se levantava para olharo que estava acontecendo, não via ninguém. Outro fato que o incomodoufoi que seu filho começou a ter visões estranhas. Nas palavras de seuIzolino, “era o demônio”. A partir desses acontecimentos, ele se converteu,passou a seguir o evagelho e a freqüentar a Casa de Oração.

Seu Izolino vive uma vida tranquila. Acorda cedo, por volta dasseis da manhã, e também dorme cedo, segundo a sua esposa Joana:“Quando está frio, sete da noite a gente já está deitado; quando estámais quente, a gente dorme às oito ou às nove”. Montado em sua carroça,ele sai durante o dia para fazer visitas ou para cortar capim próximo aoDepartamento de Veterinária da UFV. O capim serve para alimentar oscabritos que cria.

A popularidade de Izolino, “O Profeta”, rendeu-lhe umacomunidade no site Orkut, com mais de 600 membros, intitulada deSeguidores do Profeta. Na descrição da comunidade, há o seguintetexto: “Esta comunidade foi criada para todos aqueles que algum dia jáviram o profeta passar pelo menos uma vez. Mesmo que ele desapareçaaos seus olhos ao passar por trás de uma simples árvore”. Nos tópicosde discussão da comunidade existem perguntas como: quem é ele, seráque ele é o Papai Noel, será que ele é Deus. Há também depoimentos depessoas que já pegaram carona em sua carroça e de outras que jáconversaram com ele.

Por mais chocante que a informação seja para os Seguidores doProfeta, seu Izolino não é profeta. Ele é um senhor comum, mas que temcrença e estilo de vidaum pouco diferentesdos ditos normais. Éum leitor assíduo daBíblia e não gosta deser fotografado.Assim sendo, asúnicas fotos dele sãoas capturadas pelaspessoas na ruaquando passa comsua carroça.

A Identidade do Profeta

Embora não aceite posar para fotos, seu Izolino permitiu que fosse fotografadasua casa, onde é possível comprovar sua fé

(((((((((( ((((((((((cidadecidadecidadecidadecidade

55555

Arte: Elisa França

Bruno Lim

a

Page 6: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

culturaculturaculturaculturacultura(((((((((( ((((((((((

OSWALDO BOTREL

Grécia An-tiga, cercade 500anos antesdo nasci-

mento deJesus. O fi-

l ó s o f oSócratesia às

ruas paradiscutir suas

idéias, nas fa-mosas ágorasgregas. Era um

hábito naqueles tempos a discus-são em praça pública.

Desde essa época, o mun-do conheceu muitas mudanças,até chegar aos dias de hoje. Con-tinentes foram descobertos comas grandes navegações, duasguerras mundiais ocorreram, re-voluções aconteceram, novosinventos foram desenvolvidos...

Viçosa, século XXI. Enga-nam-se os que acham que essesdebates filosóficos ficaram esque-cidos 26 séculos atrás.

O Café com Papo, projeto deextensão idealizado pelos alunosdo curso de Comunicação Social –Jornalismo Rafael Munduruca,Priscila Martins e Kamila Bebber,foi baseado nos cafés filosóficosque acontecem nas grandes cida-des brasileiras. A idéia ganhou umaroupagem ‘bairrista’, segundoMunduruca. “Tive a idéia de trans-formar o café filosófico em um batepapo, algo bem mineiro, umaconversinha e um café”.

Criado a partir de uma idéiados alunos, no segundo semes-tre de 2005, o projeto de exten-são trabalha com variados tiposde mídia nos eventos, o que faci-lita a integração do público comos temas a serem discutidos.“Trabalhamos com revista, rádio,internet e ainda, timidamente, comtelevisão, além, é claro, do deba-

te em praça pública”, concluiu oestudante.

Esse debate visa preencheruma lacuna existente na cidade deViçosa, que é o distanciamentoentre a comunidade viçosense euniversitária. Os encontros, reali-zados na Praça Silviano Brandão,abrem espaço para que a comuni-dade seja retratada nos debates epara que possa mostrar suas pro-duções artísticas.

Para a segunda temporada,uma importante mudança foiimplementada: a montagem deuma estrutura radiofônica. A alu-na Carolina Rocha, integrante donúcleo radiofônico, comentousobre a importância dessa novi-dade: “A estrutura radiofônica vaiaumentar a divulgação do Cafécom Papo e fará com que as pes-soas conheçam os debatedoresantes do evento, pois são feitasentrevistas anteriores ao debatena praça”. A revista continuaráentre uma edição e outra.

Ágora Viçosense

Permitidas para maioresFELIPE LUCHETE

No dia 17 de dezembro de 1989, nosEstados Unidos, mais um desenhoanimado estreou na televisão. Erasobre uma família amarela, comquatro dedos, que causava confu-sões. Homer, Marge, Bart, Lisa eMaggie, porém, não eram novosrostinhos bonitos na TV. Faziampiada de tudo: desde o presidentenorte-americano até algumas reli-giões. Os Simpsons ganharam prê-mios, foram transmitidos em maisde 70 países e completam 18 anos.Protagonistas de um longa-metragem que estreou em agostono Brasil, provam que animação nãoé somente para crianças.

Os grandes estúdios de ci-nema estão investindo muito nessegênero, sendo recompensados comrecordes de bilheteria e sucessosde crítica. Filmes como Shrek, OsIncríveis e Happy Feet – O Pingüimagradam pessoas de todas as ida-des. Há também produções volta-das ao público mais crescido, como

O Estranho Mundo de Jack, do di-retor Tim Burton, e Wood & Stock:Sexo, Orégano e Rock n´Roll, dogaúcho Otto Guerra.

O brasileiro CarlosSaldanha, diretor de A Era do Gelo2, já defendeu em entrevistas que aqualidade tecnológica das anima-ções atuais é responsável pela atra-ção de adolescentes e adultos. Ojornalista e crítico de cinema SérgioRizzo, entretanto, acredita que esseinteresse tem “menos a ver comtecnologia e mais com personagens,tramas e, sobretudo, referências irô-nicas a elementos que o públicoadulto reconhece de imediato”.

O jornalista Juliano Pires deOliveira, professor de Comu-nicação Social – Jornalismoda UFV, passou a adoles-cência assistindo a dese-nhos como Caverna doDragão e ainda adora todotipo de animação: assiste OsSimpsons e South Park.Para ele, as produções dei-xaram de lado excessivas

cenas musicais e passaram a se pre-ocupar com roteiros criativos e crí-ticos da sociedade.

Segundo Daniele RochaGuimarães, que trabalha em uma lo-cadora de Viçosa, as animações es-tão entre os filmes mais procurados.Na maioria são adultos procurandonovidades para os filhos, “mas queno fundo também querem assistir”.Idosos e adolescentes geralmenteperguntam se há algum desenhonovo para se descontrair. “Todomundo volta a ser criança”, diz ela.

Arte

: Osw

aldo

Bot

rel

Arte: Lara M

arques

O som doMetal

RODRIGO RESENDE

Os solos de guitarra se multipli-cam, os refrões marcantes tra-

zem versos, ora com mensagensengajadas, políticas, contra guer-

ras, ora trazendo tristes histórias deamor. Letras muito bem trabalhadas que

associadas à melodia perfeitamentesincronizada levam os fãs ao delírio.

O Metal, estilo derivado da misturaentre o Rock tradicional e o Hard

rock, começou a formar seusprimeiros grupos no final

da década de 60 e as-sistiu a uma verdadeiraexplosão no começo dadécada de 80 com osurgimento e a consoli-dação de bandas comoBlack Sabbath, DeepPurple e Iron Maiden.

A influência familiaré marca da propagaçãodo Metal. O estudanteCayo Luis Andrade, de15 anos, afirma queouve as músicas desdeque nasceu: “minha tiaouvia, meu pai e minhamãe também gostam”. Eleconta hoje com uma cole-ção de 50 CDs de bandas“metaleiras” e tem preferên-

cia por Mettalica, IronMaiden e Sepultura, “porser uma banda brasileiraque nessa classe represen-ta bem o país no exterior”.

Cercado por símbolos,fanatismo e mercado, o Me-tal continua a mostrar suaforça, com shows concorri-

dos e grandes públicos. Os se-guidores, assim como os adep-tos de outros estilos, queremo respeito às suas práticas e aseu modo de vida, pois comoafirma Tiago Antônio, gerentede projetos na área de teleco-municações, “o Metal é algoalém de um simples hobby, poisabrange gosto, opinião e issonem sempre é compreendido”.

Arte

: Cris

tiano

Sáv

io

66666

Page 7: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

culturaculturaculturaculturacultura(((((((((( ((((((((((77777

Quanto mais, melhorCRISTIANO SÁVIO

Desde que homens das cavernascoletavam conchas, o milenar há-bito de colecionar ganhou adep-tos em todo mundo. Pessoas pro-curam por objetos para completarou aumentar a coleção, e fazem dis-

so um passa-tempo praze-roso ou um

negócioq u epode

reunir valiosas peças. Artigos va-riam entre figurinhas de chicle-tes, bonecas, cartões, até os maisrequintados como jóias eantigüidades, passando pelas ex-cêntricas pontas de lápis ou cha-ves quebradas.

Algumas atividades decolecionadores recebem nomespróprios como a Telecartofilia, paracartões telefônicos, e a Numis-mática, quando o assunto envolvecédulas e moedas. O FilatelistaJosé Paulo Martins começou a reu-nir selos em 1964, quando ainda

estava no colégio, e conse-guiu agrupar todos os

que circularam noBrasil entre 1948 e1969. “Eu tinha umtio que era dono decartório, ele recebiamuitas correspon-dências e isso deuuma alavancadamuito grande na mi-nha coleção”. Tam-bém fazem parte dacoleção algumas ra-ridades do tempo doImpério Brasileiro e

os que vieramda Inglaterra,R o m ê n i a ,Madagascar.

Ohobby do En-g e n h e i r oA g r ô n o m oCícero Fonte-nele envolvea coleção derelógios antigos que faz há poucomais de três anos. “Depois que co-mecei, fiquei entusiasmado. É umpassatempo muito bom”, dizCícero, que iniciou com a réplicade um exemplar britânico e já pos-sui 80 peças. Para a psicólogaGrasiela Gomide, um hobby é umaatividade necessária pois “a genteprecisa muito de um tempo nosso,uma atividade de lazer, uma coisaque dê prazer”.

“Começou com o primei-ro presente que nós ganhamos,depois alguém viu e trouxe outra,outra e daí foi crescendo”. A cole-ção de Maria Regina cresceu tan-to que atualmente decora todo oambiente do seu restaurante comas mais de 500 joaninhas que ga-

Eu compro sua Idéia!TIAGO AGOSTINHO

Para quem se acha criativo e cheiode idéias novas, o mecenatocultural, popularmente conhecidocomo patrocínio, é uma dasmaneiras mais fáceis de se tercondições para colocar emprática suas idéias. Boa parte dacultura brasileira sobrevive emfunção da oportunidade quealgumas empresas ou insti-tuições proporcionam aobancarem iniciativas culturais. Opatrocínio é uma das melhoresmaneiras da indústria e docomércio verem sua marcadivulgada. Além disso, algumasdessas empresas consegueminúmeras vantagens fiscais, comoa redução de impostos.

Em Viçosa, uma das maio-

res apoiadoras culturais é a DAC –Divisão de Assuntos Culturais,órgão da Pró-Reitoria de Extensãoe Cultura da UFV. Segundo MariaGeralda Medeiros, funcionária daDAC, são abertos duas vezes porano editais para proposição deeventos. Qualquer pessoa que te-nha em mente uma atividade cultu-ral pode fazer sua sugestão e parti-cipar da seleção. Os pedidos sãoanalisados por uma comissão queseleciona os mais criativos e inte-ressantes. Ela garante que dessaforma toda a comunidade tem con-dições estruturais e apoio financei-ro para realizar um evento cultural.

Mas não vá achando quetodos os estabelecimentos comer-ciais financiam esse tipo de ativi-dade. De acordo com Eliana Coe-lho, gerente de uma loja de arti-

gos fotográficos, não compensabuscar a divulgação de seus pro-dutos através do patrocínio. Elaafirma que quem adquire produ-tos na loja em que trabalha já écliente há vários anos e que a pu-blicidade é feita boca-a-boca.

Além da DAC, os maio-res apoiadores culturais em Viçosa

são escolas de idiomas, supermer-cados, lojas de celulares, restau-rantes, academias e copiadoras. Adica está dada. Então não percatempo, monte um pequeno projetoapresentando suas idéias, coloqueos objetivos, recursos necessári-os e mãos à obra. Quem agradeceé a cultura!

((((( (((((

Além de colecionar, Cícero pesquisa sobre a históriados relógios antigos

A coleção de joaninhas foi formada por presentes dosclientes.“Eu não compro, a graça toda é o pessoal trazendo”

Cristiano Sávio

Cris

tiano

Sáv

io

nha há quase 12 anos. “É o bichi-nho da sorte na maioria dos paí-ses da Europa, principalmente naItália. Significa um carinho enor-me dos clientes”. Além dos exem-plares europeus, podem ser con-feridos alguns da Índia, NovaZelândia e Estados Unidos.

Segundo Grasiela, naadolescência, colecionar pode serimportante para socialização e odesenvolvimento do jovem. “Elecria uma rede de amizades, issopode auxiliar na organização, temo sentido de perseverar, buscarestratégias para se chegar a umresultado”. Ela considera uma ati-vidade saudável, desde que não“passe a afetar a vida social dapessoa”.

O mecenato, prática comum na Roma Antiga, foifundamental para o desenvolvimento da produçãointelectual e artística. O mecenas era quem dava ascondições financeiras para a produção cultural, sendoconsiderado como o patrocinador, o financiador. Oinvestimento do mecenas era recuperado com o prestígiosocial obtido, fato que contribuía com a divulgaçãodas atividades da empresa ou instituição querepresentava. Mesmo fato que acontece atualmente.

Page 8: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

Violência virtual: dano realCAROLINA ROCHA

Triple-X empunha sua arma em di-reção ao terrorista que aparece desúbito no fim do corredor. Com aajuda do laser, dispara duas ve-zes na cabeça de seu inimigo. Pe-daços de corpo voam pelo cená-rio. Atrás da tela que abriga essacena, está um garoto de 11 anos,controlando cada movimento doatirador. O jogo é um dos maisacessados em todos os lugaresque disponibilizam jogos em redena cidade. Às vezes, a simulaçãoé tão real que provoca a ira de jo-gadores que estão se combaten-do no mundo virtual. PedromarSilveira trabalha em uma Lanhouse no centro de Viçosa e con-ta que já teve que separar brigade jovens que se agrediam fisica-mente e estragavam equipamen-

tos, tudo por causa do jogo nocomputador.

O comportamento agressi-vo relacionado com jogos violen-tos tem sido estudado nesses úl-timos anos por pesquisadores dediversas partes do mundo. NoBrasil, o professor da Universida-de de São Paulo Valdemar Setzer éum dos principais estudiosos dasconseqüências do uso excessivode jogos virtuais. Para ele, o es-forço mental necessário para essaatividade é mínimo, pois os movi-mentos físicos para animar o per-sonagem na tela têm de ser sem-pre muito rápidos. Isso acaba poreliminar a consciência e aumentaro nível de carga emocional, o que,segundo Setzer, iguala o jogadora um animal diante da tela, movi-do por impulsos.

A história da violência nos

jogos remonta ao treinamento mi-litar de soldados para a Guerra doVietnã. Um historiador americanochamado Samuel Marshall relatouque na II Guerra Mundial apenas15% de soldados disparavam con-tra o inimigo. Já no Vietnã, essenúmero subiu para 95%. A dife-rença foi no último treinamento,quando video games de guerraforam usados para acostumar ossoldados norte-americanos a ati-rarem em figuras humanas.

No caso dos jovens, esseestímulo de violência é aindamais prejudicial, visto que os ca-minhos mentais estão ainda emprofunda transformação, alerta oprofessor Setzer. Quanto a isso,Pedromar informa que 60% dosjogadores que freqüentam a Lanhouse em que trabalha têm entre11 e 18 anos. Alguns chegam a

passar três horas por dia, todosos dias da semana, como confir-ma uma jovem de 14 anos, quetem entre seus jogos preferidosos de ação e tiro. Para ela, jogar éum lazer necessário: “Se eu nãojogar, eu não consigo concentrarem outras coisas”.

O vício em video gamestambém é um alerta aos jogado-res. Na Holanda já existe um cen-tro especializado em tratar essetranstorno, que chega a ser com-parado com outros tipos de víciocomo drogas. Para Setzer, o sen-timento de bem-estar provocadopela exaltação emocional seriauma possível causa de depen-dência. Ele alerta que não conse-guir parar de jogar é um indícioclaro de vício, cujo único trata-mento é o afastamento completodessa atividade.

O herói ganha e você perde:

Veja outros danos causados pelouso excessivo de computador e

video game

ciência ciência ciência ciência ciência((((( ((((( ((((()))))

88888Arte: Carolina Rocha

Page 9: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

ciência ciência ciência ciência ciência

A cura pela doençaANA MARIA AMORIM

Quebrando a palavra em duas,homeopatia mostra o latim escon-dido: homeo (semelhante) epathos (sofrimento). É também olatim que vai dar o caminho dahomeopatia: simila similibuscurentur, ou seja, semelhantes cu-ram semelhantes. Trata-se da Leidos Semelhantes, que acredita nacura de uma doença a partir de ummedicamento que apresente jus-tamente os mesmos sintomas quea doença em questão.

A experimentação dos me-dicamentos é sempre feita em pes-soas sadias, desenvolvendo nes-tas os sintomas da doença nasdoses homeopáticas a que sãosubmetidas. Além de se obter osrecursos para a cura, serve como

to de Dândara Moraes. Segundo apaciente, a homeopatia represen-tou uma melhora significativa notratamento da asma. Independen-te da polêmica sobre o assunto, oSistema Único de Saúde tem ahomeopatia como forma de assis-tência desde maio de 2006, via por-taria do Ministério da Saúde.

Para entender o inexplicávelLARA MARQUES

Não é doença, bruxaria, nem“coisa de outro mundo”. Quandoa Ciência passou a estudar acon-tecimentos incomuns e ainda semexplicação lógica, dons como atelepatia e a clarividência foramclassificados como fenômenosparanormais.

Hoje, dentre as três esco-las que estudam o assunto, a Ci-entífica Indepen-dente tentaexplicar osfenômenoscomo seeles tives-sem origemna mente huma-na. Assim, qualquer pes-soa pode desenvolver aparanormalidade.

A parapsicólogaTeresinha Ramos, do Insti-tuto de Parapsicologia e Poten-cial Psíquico, explica que todos osgrandes nomes da história foramparanormais que realizaram um gran-de ideal. Joana D’Arc, que tinha vi-sões e foi acusada de bruxaria, SãoFrancisco de Assis, que conversa-

va com animais, e Hitler eramparanormais. Isso significa que pra-ticavam atos além do normal e nãoexplicados pela medicina.

Teresinha diz que “oparapsicólogo ajuda a entender deonde vem [o fenômeno] e dire-cionar a ação para o bem”. Osparanormais podem inverter pre-visões ruins, por exemplo, poistêm “potenciais fantásticos para

atrair coisas boaspara a vida”. Ela

conta que aten-de pessoascom medo deviagens porcausa de so-nhos pre-

vendo aciden-tes. Nesses ca-

sos, busca entendera origem do medo

para inverter o resul-tado da premonição.

A Paranormalidadepode ser encarada como a energiaelétrica: o benefício depende douso. A função do parapsicólogo étrabalhar a energia da mente paralibertar as pessoas de traumas, me-dos, e doenças.

As bolinhas homeopáticas ainda geram muitas dúvidas

Entenda a ciência da Paranormalidade

Imagine a mente humana como um computador. Ela é dividida entre oque conseguimos acessar – o consciente – e o que normalmente estáescondido – o subconsciente, que guarda, por exemplo, detalhes dainfância.

É através da mente que acontece a percepção extra-sensorialdas coisas (sem o uso da visão e da audição, por exemplo). Através dela,as pessoas poderiam conseguir informações de forma diferente da fala,da escrita ou de sinais. Esses fenômenos são divididos em:

PSI-GAMA: Previsões e adivinhações.

Telepatia · Quando se compartilham sensações ou informações decérebro para cérebro.Clarividência · É a visão de fatos do passado ou a previsão do queacontecerá com as pessoas.

PSI-KAPA: A mente atua sobre a matéria.

Psicocinética · Quando o exercício do poder da mente faz algo emorganismos vivos (curar doenças e fazer uma flor murchar, porexemplo).Telecinética · Deslocar e movimentar objetos sem contato físicocom eles.

PSI-THETA: Sobre seres sem corpo.

Mediunidade · É a comunicação com espíritos. Segundo a doutrinaespírita, todos os indivíduos podem praticá-la, sendo que algunsmanifestam com mais facilidade que outros. Pode se desenvolvernaturalmente ou com orientação.

(((((((((( (((((

argumento de eficácia do método,capaz de provocar mudanças noorganismo. O descrédito à práticahomeopática se dá quanto aomodo como se constrói o medica-mento: trata-se da diluição infini-ta da substância.

Placebo:do latim placere,significa agradareiagradareiagradareiagradareiagradarei.Se refere ao trata-mento baseado nacrença do paciente emser tratado, mesmoque o fármaco emquestão não sejaefetivamente umremédio.

(((((

(((((

homeopatia ale-gam que faltacomprovação dométodo, que a in-tensa diluição dasubstância seriao mesmo que in-gerir água, atribu-indo o resultadoda prática a umaquestão psicoló-gica, assemelhan-do-se ao placebo(ver quadro). Mas

o fato é que a homeopatia é reco-nhecida em diversos países, sen-do um campo de estudo constan-te. No Brasil, é uma prática legal,regulada por lei federal.

As discórdias sobre a efi-cácia não interferiram no tratamen-

Os críticos à

)))))

99999

Carolina Rocha

Arte: L

ara M

arques

Page 10: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

cidadaniacidadaniacidadaniacidadaniacidadania

MICHELLE BASTOS

Ingressar no mercado de trabalhoé começar uma nova etapa da vida,entrar em um mundo de oportuni-dades e obstáculos, até entãodesconhecido. Nele, o caminhopara o futuro promissor não é en-sinado por professores nem auxi-liado por amigos, só você podetraçar. “Andar com as própriaspernas” gera preocupação e inse-gurança em muitos jovens.

Por diversos motivos, al-guns adolescentes brasileiros nãoesperam a conclusão escolar paracomeçar a trabalhar. Uma pesqui-sa mostra que 19% da populaçãoentre 15 e 24 anos estuda e traba-lha, 32% só trabalha, enquanto30% só estuda, comprovando queuma parcela abandona os estudospara trabalhar. Porém essa mesmapesquisa identifica que, quantomais novo, maior a probabilidadede estar desempregado. Sabe porquê? O principal motivo é adesqualificação desses profissio-nais. Eles começam a trabalhar semdefinir a área em que querem atuare sem se preparar para isso.

Em busca do primeiro emprego

Lanches escolares... você sabe o que consome?

(((((((((( ((((((((((1010101010

PATRÍCIA DE CASTRO

De olho nas cantinas e lancho-netes escolares de Viçosa, o Ou-tro Olhar foi visitá-las para veri-ficar a influência e a atuação dafiscalização sanitária, que é res-

p o n s á v e l

pela garantia do direito à prote-ção e à promoção da saúde doscidadãos. Por intermédio da Se-cretaria Municipal de Saúde, atu-ando juntamente com os órgãosestaduais e federais, a vigilânciasanitária é responsável por fisca-lizar locais, produtos, equipa-mentos e estabelecimentos que,

direta ou indiretamente, interfe-rem nas condições de saúde

da população, e emitir o“Alvará Sanitário”, reno-vável anualmente, que deveestar exposto em local vi-sível dentro das cantinas elanchonetes.

Os fis-cais da

v i g i -lânciasani-tária

Cristiano Faria e Maria AparecidaGomes aconselham os estudan-tes para que sejam mais exigentesquanto à fiscalização de alimen-tos e bebidas e recomendam com-prar em locais seguros. Alertampara que seja observado o rótu-lo, o prazo de validade e se osalimentos perecíveis estão con-servados sob refrigeração e emembalagens adequadas, a exem-plo da maionese, que só deve serconsumida em sachê.

Quanto à preparação dosalimentos, devem ser verificadosse os funcionários têm as unhaslimpas e cortadas, sem esmalte ouferidas nas mãos e se usam uni-formes adequados (toucas, luvasdescartáveis, jaleco, etc.).

É fundamental que os alu-nos saibam que a contaminaçãodos alimentos nas cantinas e lan-

chonetes pode se dar por frag-mentos de insetos, pêlos de ani-mais, cabelo, brinco, anel, inseti-cidas, metais pesados, desinfe-tantes, microorganismos, parasi-tas e outros. Ao se consci-entizarem e se tornarem atuantesfiscais em benefício da sua saú-de, os estudantes evitam proble-mas como enjôos, vômitos, febre,dor de barriga, diarréia, tontura,mal estar e desidratação.

Viçosa dispõe de pessoas,serviços e instrumentos que aten-dem aos padrões e normas esta-belecidos no Código de Saúde doMunicípio (Lei nº 1.476, de dezem-bro de 2001), cabendo ao públicoestudantil uma parceria-cidadã nafiscalização, para o bom funcio-namento das cantinas e lancho-netes, correspondendo à políticade saúde do município.

Deixar a escola em buscade emprego só apresenta resul-tado financeiro em curto prazo.Conciliar as duas coisas ou abrirmão do pequeno salário por umtempo é a melhor opção, pois as-sim estará se preparando paraatender ao que os empregadoresesperam, e conseguirá maioressalários. Ao contrário do primei-ro caso, que começará a ganhardinheiro mais cedo, mas o sa-lário tenderá a permanecersempre baixo.

Alessandro Souza, quetrabalha no comércio de Viço-sa, parou de estudar no se-gundo ano do ensino médiopara trabalhar. Após seis anos,reconheceu a importância doestudo e concluiu o 3º ano.Hoje, pretende fazer umcurso superior, pois paraele só assim se conseguetrilhar o caminho desejado enão depender das peque-nas oportunidades queaparecem. “Estudar pro-porciona cultura, sabedoria,novos horizontes e cami-nhos de vida”.

Segundo o Gerente doSINE (Sistema Nacional deEmprego) – Viçosa, Geraldo CésarQueiroz, a maior exigência dasempresas hoje é o conhecimentode informática e a experiênciaprofissional, o que evidencia queesperam pessoas habilitadas paracargos específicos.

O município de Viçosa vemse preparando para dar suporte a

esses jovens, investindonos programas decapacitação profis-sional. “No mo-mento a oferta é

modesta, porémestamos batalhandopara ampliar o ensi-

no técnico”, expli-ca o Secretáriomunicipal deD e s e n v o l v i -

mento, Ciência eTecnologia, CarlosFloriano.

Atualmentejá é realidade oCentro de Capaci-

tação Tecnoló-gico (CVT), que

tem programas de inclusão digitale qualificação profissionalgratuitos. Mais de mil jovens eadultos se beneficiaram doscursos de inclusão digital ,instalações elétricas residenciaise eletricidade básica, que podemser feitos a partir dos 12 anos. Hátambém a Escola Técnica deInformática, a partir dos 18 anos,na qual se pode freqüentar umcurso junto ou após o 3º ano doensino médio. As previsões paranovos cursos técnicos sãopromissoras.

Para quem está procuran-do um emprego, o SINE oferece aintermediação com as empresasda cidade. É necessário currícu-lo, carteira de identidade, CPF ecarteira de trabalho, e as inscri-ções podem ser feitas na PraçaSilviano Brandão, 48, segundoandar. Também são dispo-nibilizadas vagas pelo sitewww.vicosa.mg.gov.br.

Para apresentação e entre-vista, Carlos Floriano e GeraldoCésar Queiroz dão três dicas: serautêntico, comportar-se de maneiraadequada e controlar a ansiedade.

Arte: Rebeca Morato

Div

ulga

ção

Page 11: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

Mais que dispor de tempo, o voluntário doa sorrisoscidadaniacidadaniacidadaniacidadaniacidadania(((((

(((((((((((((((

1111111111

REBECA MORATO

Ser voluntário é ajudar. É prestarauxílio sem esperar nada em troca.É um ato de carinho, de solidarie-dade e de amor ao próximo. Se noseu dia-a-dia você se depara compessoas que cada vez mais se indi-vidualizam e que só pensam no seulado, deve se lembrar que aindaexistem pessoas de bem, que valo-rizam os atos em favor da alegriados seus semelhantes. Estas pes-soas com certeza são voluntárias.

Tudo bem, você não temtempo. Trabalha o dia inteiro, estu-da à noite. E ainda tem que se diver-tir, claro, porque ninguém é de fer-ro. Ou então passa o dia em outrosafazeres, e diz que, se pudesse, fa-ria algo em benefício dos outros.

O que acontece com gran-de parte das pessoas que gostari-am de ajudar, mas não o fazem porfalta de tempo e disponibilidade, éa subestimação do termo “volun-tário”. Mais do que oferecer umsuporte emocional, visitas a paci-entes e trabalhos que consumamtempo, há muitas outras formas de

ajudar. Atualmente a atividade vemincorporando às suas perspectivasum caráter mais amplo, maismaleável. Um exemplo disso é o tra-balho exercido no Hospital SãoSebastião, em Viçosa.

Cleonice Magnólia, coor-denadora dos voluntários, expli-ca que entre eles há alguns quenem precisam sair de casa. Mui-tos se encarregam de fazer um linkcom as fontes de recursos, comopor exemplo, mandando e-mailspara empresas que possam ajudaro hospital. Recentemente,Cleonice começou a desenvolvero projeto Oficina de Costura, queprecisa de voluntários em diver-sas áreas, desde a captação dedoações até a confecção de col-chas e roupinhas para bebês. Elaconta que muitos pacientes che-gam ao hospital sem nem mesmoroupas íntimas, fraldas ou objetosde higiene pessoal, e que essesitens não são assegurados peloSUS – por isso a importância dacaptação desses recursos.

Um exemplo de volunta-riado é Silvia Maura Leite

Moreira, de 46 anos, funcionáriado próprio hospital. Como traba-lha durante o dia no banco de lei-te, Silvia utiliza seu tempo livrepara ajudar nos projetos. Já par-ticipou de campanhas para arre-cadar roupas e livros infantis,além de ajudar mães que chegamao hospital e não têm onde ficar.Para ela o trabalho não é fácil,principalmente porque a maioriadas pessoas que estão ali têmproblemas sérios, o que acabadeixando o ambiente “carregado”.

Mas mesmoassim Silvia,voluntária hámais de 2anos, diz queé um serviçogratificante eque a cada diagosta mais doque faz.

Rea l -mente não éuma ativida-de fácil. De-pende de sa-crifício, de

força interior, muito espírito degrupo e principalmente uma almahumilde. Mas depois que ultra-passamos as barreiras que nósmesmos colocamos à nossa vol-ta, conseguimos enxergar o mun-do, e vemos que existem pessoasao redor que precisam de apoio. Apartir disso é possível percebercomo é fácil ajudar alguém e verque não há nada mais bonito doque o sorriso espontâneo no ros-to de alguém que teve a vida mu-dada por um ato de solidariedade!

MARCOS ALVES

Você sabia que, a cada dois se-gundos, um paciente necessita desangue no Brasil? Que três é onúmero de vidas que são salvasa cada doação de sangue? E quetodo o processo de doação desangue dura cerca de uma hora?

Se você não sabia de tudo isso,agora terá a oportunidade de en-tender um pouco mais sobre essegesto tão simples e ao mesmotempo tão importante.

Diariamente, milhares debrasileiros necessitam de trans-fusões de sangue. Além disso,praticamente todos os bancos de

sangue do país passampor problemas de abaste-cimento, e a falta de in-formação das pessoascontribui para que essequadro não se altere. Sãoconhecimentos simples,mas que podem influen-ciar muito a decisão de umpotencial doador.

A doação é umprocesso rápido e sim-ples: são coletados emmédia 450 ml de sanguedo doador, que podemajudar pacientes hemato-

lógicos, com câncer ou outrasdoenças que necessitam de trans-fusões freqüentes. O material co-letado também pode ajudar pes-soas queimadas, acidentadas ouque vão se submeter a cirurgias.

Ao contrário do que mui-tos pensam, a doação de sanguepode até mesmo trazer alguns be-nefícios à saúde. Segundo o mé-dico Guilherme Deucher, presi-dente da Sociedade Brasileira deMedicina Ortomolecular (Sobra-mo), “um estudo realizado na Fin-lândia mostrou que a doaçãopode diminuir em 86% os riscosde problemas cardiovascularesnuma pessoa do sexo masculino”.

Você pode fazer a diferença

Em Viçosa não é realizada a cole-ta de sangue. Os hospitais SãoSebastião e São João Batista tra-balham apenas com transfusões.

Quem mora aqui e tem interesseem fazer a doação precisa se diri-gir até Ponte Nova, onde fica oposto de coleta mais próximo.Talvez esse fato somado a ou-tros, como a desinformação, sejaresponsável pelo número tão bai-xo de doadores da cidade. Segun-do dados do Hemominas de Pon-te Nova, dos mais de 74 mil habi-tantes que compõem a populaçãoviçosense, apenas uma média de62 pessoas daqui procuram essainstituição mensalmente para fa-zer a doação.

Entretanto, para aquelesque têm interesse em ser um doa-dor, mas encontram dificuldadespara se deslocar até Ponte Nova,vale lembrar que a Prefeitura deViçosa oferece transporte gratui-to todas as quartas-feiras. Bastaque o interessado procure a Se-cretaria Municipal de Ação Soci-al e agende a sua viagem.

Porque você precisa saber sobre doação de sangue

Quando você terminar de ler esta reportagem,10 bolsas como esta terão se esvaziado

Div

ulga

ção

Reb

eca

Mor

ato

O Hospital São Sebastião recebe a ajuda de cerca de 20voluntários, mas não é o suficiente

Page 12: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

Diversão e apredizagem no Parque da Ciência(((((((((( ((((((((((lazerlazerlazerlazerlazer

THIARA KLEIN

Aprender brincando ou brincaraprendendo? O Centro de Referên-cia do Professor, mais conhecido

como Parque da Ciência é um es-paço para entender melhor os fe-nômenos naturais de um jeitinhobem fácil e descontraído.

Localizado próximo a agên-cia do Banco do Brasil, nocampus da Universidade Federalde Viçosa, o Centro é um lugaraberto à visitação onde vocêpode aprender, na prática, matéri-as que muitas vezes são difíceisde entender na escola, como físi-ca, química e biologia. Lá vocêencontra brinquedos como o“cochichódromo”, que transmitesua voz à distância, sem fio, pormais baixinho que você fale. Oaparelho é composto por doisdiscos côncavos, de frente umpara o outro, a 20 metros. Quan-

do você cochicha no centro de umdos discos, a outra pessoa que estáperto do disco oposto escuta suavoz perfeitamente! Existem tambémoutros brinquedos como a cadeirade pregos que não machuca quan-do você senta.

O Parque também possuiborboletário, infoteca, biblioteca,videoteca, experimentoteca (localdestinado a elaborações de experi-ências científicas simples), além deum observatório que abriga o te-lescópio e serve como oficina deastronomia, que é coordenada pe-los alunos do curso de Física daUFV. Todas as quartas-feiras oCAVI – Clube de Astronomia deViçosa promove a observação docéu pelo telescópio a partir da 19

Culturas, danças e paixão

1212121212Kamila Martins em apresentação naPraça da Matriz

horas. Em ocasiões de passagemde cometas e eclipses eles tambémficam disponíveis para observação.

O Centro de Referência aoProfessor foi criado em 2002 com oobjetivo de oferecer formação con-tinuada aos professores que tra-balham nas rede pública, como for-ma de melhorar a qualidade da edu-cação do ensino básico.

As visitas podem sermarcadas gratuitamentepelo telefone 3899-2499, esão acompanhadas pelosmonitores do Parque.

O cochichódromo, aparelho que transmitesom por meio destes círculos.

Thia

ra K

lein

TANIA ROSIM

“A arte de mover o corpo segundocerta relação entre tempo e espa-ço, com ritmo e composição coreo-gráfica” ou mesmo “conjunto demovimentos ritmados do corpoatravés da música”, são algumasdas muitas definições utilizadaspara descrever uma prática que ga-nha muita adesão em nosso país: adança.

Nascida de rituais ances-trais, a dança, igualmente ao senti-mento que inspira seus adeptos,está relacionada à paixão, à vida, àconquista amorosa e é segundoautores um instrumento de adora-ção das forças superiores nas cul-turas mais primitivas.

Ontem ou hoje, ela é umamanifestação instintiva do ser hu-mano. Para realizá-la só se depen-de do corpo e da vitalidade a fimde cumprir sua função enquantoinstrumento de afirmação dos sen-timentos e experiências subjetivasdo homem. A arte da dança não éapenas o ato em si, ou os diversosestilos que ela possui, mas sim,tudo o que está vinculado a ela.

No Brasil, por exemplo, estaprática é comum em festas,

folguetos e outras manifestaçõespopulares trazidas como o jongo,carimbo e o cururu, entre outros.Através desta miscelânea de hábi-tos, ritmos e culturas a professoraKamilla Oliveira, pesquisadora dedanças de cunhoétnico, desenvolveo curso intitulado“Danças Femini-nas – Sincretismonas Danças Étni-cas”. Kamilla criouuma nova linguagemunindo as semelhançasde diversos c o s -t u m e s ,como porexemplo,a dançado ventre,d a n ç a sbrasileirase o flamenco.

Essa mistura deestilos temcomo ob-jetivo or e s g a t edo “femi-nino” en-contra-do nos

arquétipos universais. Kamilla re-força a importância deste retornoàs origens “Nas pequenas coisas,nos adereços ou mesmo no ato devestir a saia, tão difícil hoje em dia,é que existe o contato com o an-

cestral,c o m onossosa n t e -passa-dos e

faz comque a mulher

se sinta maismulher”. Pois

elas, nos temposmais remotos, eram

consideradas repre-sentantes terrenas

das deusas emensageiras que

carregavam no ven-tre o mistério davida.

Movimen-tar-se faz bem e

pode trazer todos ostipos de benefícios,como o equilíbrioentre o corpo e a

mente, o físico e oemocional. A aluna Sílvia

((((( (((((

Leão de Carvalho, 22 anos, prati-cante do curso, revela seu prazerem dançar: “Eu me sinto bem, maisequilibrada. Minha auto-estima me-lhora e me sinto mais feliz”. A psi-cóloga, Meire Rodrigues, afirmaque ao olharem para sipróprias,elas se reconhecem e sevalorizam, proporcionando umareflexão e um conhecimento de simesmas: “As mulheres precisamdar mais importância ao corpo quetem. O ato de dançar mexe com aauto-estima”, ressalta a profissio-nal.

As mulheres dançando tor-nam-se mais belas, inspiradas e ale-gres. E sabendo usar esta forçapoderão se tornar mais sábias. Con-siderada a mais antiga das artes, adança é também a única que dis-pensa materiais e equipamentospara a sua prática. “Não importa oestilo ou o ritmo, o importante édançar”, conforme deixa entendera professora ao falar sobre o seucurso.

O curso de “Danças Femi-ninas” é oferecido gratuitamentepara todas as idades e funciona àsquartas-feiras, a partir das18h30min, na Sede do curso deDança da UFV.

Priscil

a Mart

ins

Page 13: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

Blog-seCAMILA PENA

O século 20 pode ser consideradocomo a Era do Rádio e da Televi-são. Primeiramente o Rádio e de-pois a TV surgiram como campe-ões de audiência que marcaram acomunicação. A Internet terá suavez no século 21? Ela é uma mídiaem que todos podem participar,publicar e serem notados. O quecomeça a tornar esse fato realidadesão os diários virtuais, conhecidoscomo blogs.

O blog é um diário ou regis-tro, mantido na Internet. Atravésdestes espaços, as pessoas têm aoportunidade de criar, expor suasidéias e receber críticas. Seu con-teúdo abrange uma infinidade deassuntos como piadas, links, notí-cias, poesia, idéias, fotografias, en-fim, tudo o que a imaginação dousuário permitir.

Segundo o siteTechnorati, que cata-loga e faz buscas emblogs no mundotodo, são cria-

(((((

Kibe LocoO Kibe Loco é famoso pelasfotomontagens com políticos

e celebridades.Quem faz: O publicitário

Antonio Tabethttp://kibeloco.blogspot.com/

InterneyO Interney é o blog mais

visitado do Brasil. Com umslogan “(In)formação e

(In)utilidade”, aborda umavariedade de assuntos.

Quem faz: O programadorEdney Souza

http://www.interney.net/

ContraditoriumArtigos sobre cultura digital e

internet, voltado parablogueiros profissionais e

desenvolvedores que quei-ram conhecer mais sobre

blogs.Quem faz: Fábio Seixas

Cardosowww.contraditorium.com

OS MAIS ACESSADOSOS MAIS ACESSADOSOS MAIS ACESSADOSOS MAIS ACESSADOSOS MAIS ACESSADOSdos 75 mil blogs por dia. Isso dáuma média de um blog novo a cadasegundo. Esse interesse se deve àfacilidade de uso. Com poucoscliques, qualquer internauta podefazer seu próprio diário virtual.

Mas não são só os blogsque estão em evidência na internet.Os flogs também vêm ganhandoseu espaço. Flog é um diário defotos na forma de site, em que dife-rentes pessoas podem ter acesso ecomentar.

A estudante DanieleFerreira, 16, criou um blog para pos-tar suas fotos preferidas. “Minha

intenção, no início, era colocar mi-nhas fotos, mas depois fui divul-gando meu blog para minhas ami-gas, então não teve jeito, virou fe-bre entre a galera. Usamos meublog para trocarmos idéias, além deser um diário das amigas”, explica.

São oferecidos vários ser-viços gratuitos que permitem criardiários virtuais. Um deles é oBlogger Brasil, cujo endereço é“www.blogger.globo.com”. Ele ébastante organizado, oferecendouma grande coleção de templates(modelos visuais).

Depois de criado, como fa-zer com que seu blog fique famo-so e decole na internet? Primeira-mente, capriche no visual e notexto, pois quanto mais atraen-tes forem, mais chances vocêterá de conquistar a audiênciavirtual. Não deixe de sempreatualizar seu blog. Além dis-so, ajude os mecanismos debusca a encontrá-lo. Use mui-tos links e principalmente

abuse de sua criatividade. Va-mos lá, blog-se!

Jiha

na S

ilva

Passeio ciclístico: uma ótima opção parao fim desemana

((((( ((((( lazer lazer lazer lazer lazer (((((

Divulgação

JIHANA SILVA

Falta de dinheiro ou opções sãofatores que acabam inviabilizando ofinal de semana de qualquer um.Principalmente em cidades do interiorcomo Viçosa, onde não existe muitadiversificação de atividades. Porvezes, o orçamento do mês está curtoe as pessoas são obrigadas a ficaremem casa. Ver televisão? Procurarcoisas para se fazer na Internet?Definitivamente não! Como ninguémé de ferro, é necessário uma atividadediferente para se desligar dasobrigações semanais e “recarregaras baterias” para uma outra semanade atividades. Outras opçõesexistem e, através de depoimentosde pessoas semelhantes a nós,podemos ver como elas sedivertem, mesmo morando emcidade do interior.

Nem só as noitadas emfestas, bares, boates e restaurantesse constituem oportunidades paraum bom bate-papo, reunião deamigos ou diversão. Muitas vezes,

de simplórias e domésticasatividades tira-se melhor proveito doque na rua. Atrativos simples,baratos e até tradicionais, mas queacabaram esquecidos ao longo dostempos devido aos fortes apelosconsumistas e modistas ditados pelamídia e propagados entre nós comgrande velocidade. Você duvida?Pois então prepare o seu caderno deendereços. É hora de pensar empessoas agradáveis, amigas edivertidas para chamar e programaratividades que não necessitam degrandes deslocamentos ouinvestimentos extras.

Um bom começo é reunir agalera em uma seção caseira decinema temperada com muitapipoca, sucos ou refrigerantes,além da tradicional “bagunça”entre amigos. Só tome cuidadopara não incomodar o vizinho,pois sua liberdade termina noponto em que a dele começa.

Gabriela Maciel, 16, diz quemesmo não parecendo, dá para fa-zer ótimos programas sem dinhei-

ro: “Reunimos todomundo e vamos passe-ar pelo calçadão, con-versamos e ainda en-contramos novas pes-soas. Dá até parapaquerar”, afirma a es-tudante com um sorrisono rosto. Outra dica é“fazer uma vaquinha” epreparar uma pizza emcasa. Renan de Olivei-ra,16, afirma que o pro-grama é impagável: “Cada um com-pra um ingrediente, a gente cozi-nha, ouve música e se diverte de-mais. Só sai risada”, completa ogaroto ao redor de sua turma.

Para aqueles que curtem ocontato com a natureza, nada me-lhor que um piquenique à beirada lagoa ou no Recanto das Ci-garras, ambos localizados nocampus da Universidade Federalde Viçosa. O programa piegaspode se tornar muito interessan-te se alguém propuser o “jogo daverdade”. Para quem não conhe-

ce a brincadeira, forma-se um cír-culo de pessoas e um dos inte-grantes roda uma garrafa. A pon-ta da garrafa indica quem faz apergunta indiscreta para quemestá do lado oposto responder.Ainda para os que preferem omi-tir as respostas, são propostosdesafios engraçados.

Não tem erro, mesmo ematividades simples é possívelreunir os amigos para aproveitaros dias de descanso. Afinal sãoeles que, na realidade, garantemtoda a diversão.

Amigos e diversão, uma dupla perfeita

1313131313

Page 14: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

LARISSA LACERDA

Disciplina, coragem, força e de-terminação. Essas são algumasdas características dos atletas deViçosa que defenderam ohalterofilismo brasileiro nos Jo-gos Pan-Americanos, realizadosno Rio de Janei-ro entre os dias13 e 29 de julho.Wellinson Rosada Silva, Valdi-rene Aparecidada Silva Laia eJúlio César San-tiago competi-ram com cercade quase 125atletas de todo ocontinente ame-ricano. JúlioCésar Santiago,que competiu na categoria 94 kg,pratica levantamento de peso hácinco anos e acredita que o es-porte melhorou bastante seucondicionamento físico, fortale-

ceu sua musculatura e melhorouseu sistema respiratório.

Ao longo de mais de 50anos, os Jogos Pan-Americanoscresceram e adquiriram maior im-portância. Desde sua primeiraedição, dobrou em número de pa-íses, atletas e modalidades, tor-

nando-se umadas principaiscompetições docalendário espor-tivo mundial. Par-ticipar de umevento dessamagnitude é umaboa oportunida-de para valorizaro esporte e oshalterofilistas deViçosa. ParaValdirene Apare-cida, da catego-

ria 53 kg, sua participação no Pando Rio 2007 comprova que, atra-vés do esporte, é possível supe-rar dificuldades. “Representar Vi-çosa e o Brasil em uma competi-

ção tão importante é uma satisfa-ção imensa. Através da prática dolevantamento de peso fui capazde superar vários obstáculos. Eume sinto mais respeitada. E seique minha classificação para oPan é uma chance de divulgar maisesse esporte na nossa cidade”.

Os halterofilistas viço-senses são treinados por MariaElizabete Jorge, que representouo Brasil nas Olimpíadas deSidney, no ano 2000. Com o le-vantamento de peso, Bete, comoé conhecida, conquistou impor-tantes títulos, sendo tetracampeãsul americana. Atualmente, em Vi-çosa, existem cerca de 50 prati-cantes do haltero-filismo. Mas Bete es-pera ampliar esse nú-mero cada vez mais, edeseja construir umcentro especializadode levantamento depeso na cidade. “Mi-nha vontade é essa. Eeu vou lutar para con-

seguir!”. A treinadora, que des-cobriu sua paixão pelas ativida-des esportivas quando estava nocolégio, busca o apoio dos pro-fessores de educação física dasescolas para divulgar e reforçar aprática do levantamento de pesona cidade. Segundo Bete, os alu-nos do ensino médio e funda-mental, de 13 a 19 anos, estão nafaixa etária ideal para iniciarem noesporte.

Os testes para quem de-seja praticar halterofilismo sãofeitos no pavilhão de levantamen-to de peso, no Departamento deEducação Física da UFV, e os trei-nos são gratuitos.

Viçosenses no Pan 2007

1414141414

SIMONY ÁVILA

Se você perguntar para o seu paido que ele brincava quando eracriança, ele certamente responde-rá que possuía bolinhas de gude,adorava jogar pelada nocampinho ou se divertia com oesconde-esconde. Porém se elepossui entre 40 e 55 anos hoje emdia e se você ajudá-lo a puxar namemória certo jogo com tacos emque o objetivo principal era pro-teger duas latinhas ou garrafas,ele fará uma cara de contente edirá: bete!

O jogo de betes (ou ta-cos como também é conhecidodependendo da região do país)foi uma verdadeira febre nos anos70 e 80. Surgiu em Brasília, masse espalhou pelo Brasil, fazendoparte das brincadeiras de rua demuitos garotos.

americano e funciona assim: sãoduas duplas adversárias. A pri-meira está segurando os tacos emposição de defesa enquanto umintegrante da outra dupla arre-messa uma bola, geralmente detênis, procurando acertar alatinha que o adversário protege.Como é costume se jogar na rua,basta colocar as latinhas numadistância de mais ou menos 15metros, definir quem serão os ba-tedores e quem serão osarremessadores. O número depontos varia, podendo ser com-binado antes da partida começar.

Para começar, o jogadorda dupla que não tem o bete ou otaco na mão arremessa a bolinhade tênis. O batedor da outra du-pla deve bater a bolinha parafrente, correndo até a área dooutro e batendo o bete no chãopara marcar pontos. Para quem ar-remessa, os pontos são ganhos

quando a latinha é acertada. Ga-nha quem fizer mais pontos.

É claro que o jogo debete não ficou esquecido e não éexclusividade dos papais, podeser que seu irmão mais velho tam-bém tenha jogado e até mesmovocê ainda pratique na rua dasua casa, afinal se tratade uma brincadeirasimples e divertida.Só tem que tomarcuidado paranão atingir ja-nelas

Como funciona o jogo de “betes”ou vidros e prestar atenção nomovimento dos carros da rua emque você mora para não provo-car acidentes. Vale lembrar tam-bém que, apesar de ser mais co-mum entre os garotos, as meni-

nas também podempraticar.

esportesesportesesportesesportesesportes(((((((((( ((((((((((

Divulgação

Divulgação

O jogo imita o beisebol

Arte: V

ictor G

odoi

Page 15: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

DEVALNIR DIAS

Uma das grandes sensações domomento nas mesas de baralho,que está fazendo a cabeça daspessoas de todas as idades, é otruco. Há diversas variações,como Truco Cego ou Truco Espa-nhol (popular no sul do Brasil,Argentina e outros países), oTruco Uruguaio (ou Truco deAmostra), o Truco Paulista,Capixaba ou Mineiro (variaçõespopulares no Brasil), o Truco Ín-dio e o Truco Eteviano. O jogopode ser disputado por 2, 3, 4 ou6 pessoas e, em geral, possui ro-dadas (em melhor de três) para verquem tem as cartas de valores sim-bólicos mais altos.

No Brasil há até uma asso-ciação para os truqueiros. “A As-sociação Truco Brasil (ATB) éuma entidade desportiva e cultu-ral sem fins lucrativos, registradano quinto Cartório de Registro

Civil de Pessoa Jurídica da Capi-tal do Estado de São Paulo e re-gistrado no Cadastro Nacional dePessoas Jurídicas (CNPJ), tendoem sua diretoria e quadro de as-sociados cidadãos sérios e respei-tados amantes do Truco”. Há vá-rios torneios independentes reali-zados por todo o país. Em 16 demaio de 2004, aconteceu a primei-ra Copa de Truco da ATB em ÁguaBranca, na cidade de São Paulo.

Em Viçosa, é comum se de-parar com vários jogadores ama-dores praticando o esporte emsuas “happy hours”, como é ocaso de Grégori Alexandre, estu-dante de Física da UniversidadeFederal de Viçosa, que diz “trucaruns patos” (expressão usada nojogo, semelhante ao “freguês” nofutebol) quase sempre no horáriodo almoço antes das aulas.

Na internet você tambémencontra a diversão on-line einterage com outros jogadores no

As maiores cartas do jogoAs maiores cartas do jogoAs maiores cartas do jogoAs maiores cartas do jogoAs maiores cartas do jogo4 de paus (Zap)7 de copas (copeta)A de espadas (Espadilha)sete de ouros (pica fumo)

E na sequência, cartas de qual-quer naipe: 3, 2, A, K, J, Q, 7, 6, 5, 4

site bananagames.uol.com.br. Maso importante é se divertir com a“pataiada” e “truco ladrão”.

A mais nova sensação das mesas

Do ping-pong ao tênis de mesaÁBDON JÚNIOR

Uma bolinha, duas raquetes, umamesa e uma rede. Tudo pronto parauma partida de tênis de mesa. Ouseria de ping-pong?

Surgido na Inglaterra emmeados do século XIX com o nomede ping-pong, o esporte logo sepopularizou e mudou o nome paratênis de mesa. Atualmente o nomeping-pong representa umabrincadeira, um lazer, um jogo maisdescontraído. Já o nome tênis demesa é o correto quando queremosnos referir a torneios e competiçõesmais organizados e jogoscompetitivos.

Poucos sabem, mas otênis de mesa alcança umapopularidade semelhante a dofutebol. O esporte é praticado em141 países e ganhou projeçãomundial quando figurou pelaprimeira vez nos Jogos Olímpicosde Seul (capital da Coréia do Sul),em 1988. Hoje em dia a modalidade

é dominada pelos asiáticos,sobretudo os chineses.

No Brasil, o tênis de mesagoza de certa popularidade, masainda carece de uma maiordivulgação, como atesta o ex-mesatenista profissional AndréBalbi: “Possuímos muitos atletasde alto nível, mas as competiçõestêm pouco espaço na mídia e não

Mesa: Possui 2,74m decomprimento, por 1,525m delargura e 76cm de altura.

Rede: Mede 1,83m decomprimento e 15,25cm de altura.Deve ter a cor escura.

Raquete: Pode ser de qualquertamanho, forma e peso. Masdeve conter um dos ladoscoberto por borracha e o outrode madeira natural.

Bola: Tem de ser feita decelulóide. Peso: 2,5g. Diâmetro:38mm.

Partida: Sets de 21 pontos. Podeser disputada em um único set,em melhor de três ou de cincosets.

Por dentro do tênisde mesa

atraem tanto o público quanto osesportes mais populares”, diz.“Além do mais poucos atletas sãofederados. A maioria ainda joga deforma amadora”, completa.

Em Viçosa não existemtorneios profissionais de tênis demesa. O esporte é praticado poramadores e por estudantes nosjogos escolares.

1515151515

((((( (((((

esportesesportesesportesesportesesportes(((((

(((((((((((((((

Divulgação

Page 16: Jornal OutrOlhar | Edição 12 | Setembro de 2007

Outro Olhar - Quais foram asprincipais dificuldades pela qualpassou antes de se firmar como umartista reconhecido pelo públicobrasileiro?

Vander Lee - A dificuldade maior éque a gente vive em um país quenão existe um mercado formadoainda. Com exceção do sertanejo edo pop rock, não há como fazer

entrevistaentrevistaentrevistaentrevistaentrevista(((((((((( ((((((((((

Talento: lazer ou profissão?AMANDA OLIVEIRAELAINE NASCIMENTO

Escolher uma carreira, explorarsuas aptidões e torná-las meiode vida. Esses são passos bus-cados pelos jovens, mas nem

sempre os objetivos são alcança-dos. Há quem tenha talento paramúsica, mas não tenha oportuni-dade de praticá-la profissionalmen-te. Há quem goste de futebol, masapenas jogue aos fins de semana.

Willian do Carmo, 18 anos“Eu pratico música.Se eu tiver oportu-

nidade pretendo seguircarreira. Mas é muito

difícil conseguir.”

Washington do Carmo, 23 anos“Eu tenhotalento para teatro. Se

estiver ao meu alcance,pretendo seguircarreira. Vai dependerdas oportunidades.”

Viviane Aparecida, 14 anos“Ainda não descobri aptidãonenhuma.”

Érika Estefani, 19 anos“Eu gosto muito de jogarfutebol. Com certeza

quero seguir carreira,porque eu jogo desde pequena e afamília me incentiva.”

?

Uma revelação da MPBELLEN ARAUJOPRISCILLA SOUZA

“Cronista e cancioneiro”, assim se define Vander Lee, mineiro de BeloHorizonte, que há vinte anos canta suas músicas pelos bares e palcos doBrasil. Dos tempos de menino, quando o pai tocava no violão as músicascaipiras de Tonico e Tinoco e do Trio Rapadura, vem a influência musicalde um artista que nunca imaginou fazer outra coisa na vida. Mas fez. Foifaxineiro, office-boy, entregador, auxiliar de jardinagem, almoxarife, ven-dedor ambulante, até estrear, em 1986, no bar Vila Velha da capital minei-ra. De lá para cá, Vander Lee não parou mais. Em 1997, lançou de formaindependente seu primeiro CD, Vanderly. Em dez anos, mais quatrosálbuns foram lançados, sendo que em 2006 gravou seu primeiro DVD,Pensei que fosse o Céu. Na última apresentação que fez em Viçosa, dia 15de junho, Vander Lee falou ao Outro Olhar sobre as dificuldades e con-quistas de sua carreira.

www.vanderlee.com.br

turnês consecutivas que vocêpossa viajar um mês, dois, pegarum ônibus e sair. Não tem públi-co, espaço, estrutura e nem gen-te para produzir. Como não temgente para patrocinar. E tem ar-tista “pra caramba”. Gente can-tando em barzinho. É um paísmusical. Aqui no Brasil tem artis-ta demais e pouca coisa aconte-cendo.Mas eu só vivi de música porqueeu sou uma pessoa muito modes-ta também. Eu vivo com pouca“grana”. Saber que você não vaificar rico com aquilo, já é umacoisa que separa os que têm vo-cação e os aventureiros.

OO – Você se considera um exem-plo de alguém que superou as difi-culdades e venceu na vida?VL - Minha mãe era faxineira. Eucomia o que sobrava dos funcio-nários da empresa que ela traba-lhava. Mas se você pegar esse ca-pítulo isolado, todo mundo vai fa-lar “nossa esse cara é um herói”,mas não é. Isso é um momento.Quem é que nunca passou uma di-ficuldade na vida?

OO - Ser cantor sempre foi umideal em sua vida?VL – Sempre fui focado nisso. Nun-ca quis outra coisa. Era o que eusabia fazer com mais facilidade.Parecia natural sonhar com isso. Eununca imaginei as coisas dandoerrado, mas não tive pressa, nem

Lara Marques

Vander Lee em seu último show em Viçosa

OO - O que acha indispensável naconstrução de uma carreira?VL – Talento, fé e desejo real defazer o melhor pra todos.

OO - O que acha fundamental paraque os jovens possam obter suces-so em suas carreiras profis-sionais?VL- Terem a noção de que estãocomeçando todos os dias. Aquinessa entrevista, tenho a clara sen-sação de que estou abrindo umafrente nova, estou falando com al-guém que não me conhecia. Issome dá forças para reinventar e bus-car o novo em mim.

OO- Que conselho daria aos jo-vens que lêem o nosso jornal?VL- Buscarem sempre ler o mundocom “OUTRO OLHAR”, se possí-vel mais generoso. A vida é cheiade significados, vale a penadecifrá-la. (risos)

quis voar muito alto, por timidez emedo.

1616161616

O Outro Olhar entrevis-tou jovens em Viçosa para saberse eles já descobriram os seus ta-lentos. Dos entrevistados, 38% dis-seram que ainda não descobriramsuas aptidões. Entre os 62% que jáDefinir uma carreira que também

traga prazer não é fácil. conhecem seus talentos, 42%afirmam que não pretendem se-guir carreira dentro de suas ha-bilidades. Os motivos vão des-de a falta de oportunidades atéencarar seus talentos apenascomo lazer.