jornal - online - fesfbafesfba.org.br/site/informativos/informativo_24.pdf · 2014-06-06 ·...
TRANSCRIPT
NOTÍCIASagosto 2013 - Ano XII - Nº 24
Foto
: A
less
andra
Lori
Fo
to: A
less
andra
Lori
Fo
to: A
less
andra
Lori
Uma exposição permanente sobre o legado de amor e caridade do Anjo Bom. Assim é o Memorial Irmã Dulce (MID), inaugurado em 1993, um ano após a morte da
freira baiana, e situado num prédio anexo ao Convento Santo Antônio, na sede das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID). O hábito usado por ela, fotografias, documentos e objetos pessoais podem ser vistos no MID, que ainda preserva, intacto, o quarto de Irmã Dulce, com a cadeira onde ela dormiu por mais de 30 anos em virtude de uma promessa. Outros fatos marcantes de sua vida são lembrados em maquetes, livros, diplomas e medalhas.
Entre as peças do acervo, está a imagem de Santo Antônio, do século XVIII, pertencente à família da religiosa, diante da qual ela costumava rezar. Nas Obras Sociais, ela costumava apresentar o santo aos visitantes como o "Tesoureiro da Casa". A visita ao Memorial estende-se à Capela das Relíquias, no Santuário da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, onde, desde junho de 2010, encontra-se o túmulo que guarda suas relíquias. Parte integrante do Memorial, o núcleo de Memória da OSID reúne hoje um acervo de mais de nove mil peças, ajudando a preservar e manter vivos os ideais de Irmã Dulce.
O MID, com entrada franca, está aberto de terça a sábado, no horário das 10h às 17h, e aos domingos, das 10h às 15h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (71) 3110-1166 ou pelo site www.irmadulce.org.br.
Visitantes - O museu que abriga a exposição permanente sobre a vida e a obra de Irmã Dulce teve 24,3% a mais de visitantes entre janeiro e março de 2013, em comparação com os três primeiros meses do ano passado. A recente inclusão em rotas de cruzeiros marítimos e a participação em eventos que promovem o turismo religioso foram determinantes para o expressivo número de visitantes no Memorial Irmã Dulce, que recebeu 26,8 mil pessoas no 1º trimestre, contra os 20,3 mil no mesmo período de 2012. Somente no mês de janeiro, 13 mil turistas visitaram o núcleo das Obras Sociais Irmã Dulce, responsável pela preservação e difusão da imagem de sua fundadora. Nada menos que 71% deles vieram de outros estados. Considerando os dados de 2012, São Paulo lidera a lista de frequência dos turistas brasileiros em visitação ao MID, com 22% do total. Pernambuco, com 17%, Rio de Janeiro, com 14%, e Ceará, com 6%, vem em seguida. A expectativa, para este ano, é de ultrapassar a marca das 85 mil visitas registradas em 2012.
Estrangeiros - Considerando os dados de novembro de 2012 a março de 2013, temporada dos cruzeiros marítimos pela costa brasileira, o Memorial recebeu 1,6 mil visitantes estrangeiros. Apenas em dezembro de 2012, em dois finais de semana, a quantidade de alemães, ingleses, franceses, italianos, austríacos e turcos chegou a 810. “Este número nos surpreendeu e revelou o quanto é importante estarmos preparados também para esse perfil de turista. Até então, nunca houve uma demanda assim”, destaca Osvaldo Gouveia, assessor de Memória e Cultura da OSID.
Memorial Irmã Dulce
guarda legado de amor e caridade
Texto e fotos ASCOM/OSIDObjetos pessoais retratam a vida de Irmã Dulce
Memorial Irmã Dulce fortalece turismo religioso
Da Fé e Resistência à
Coragem e Luta
2
Encerramos as comemorações das Bodas de Prata da FESFBA há pouco mais de um mês. Homenageamos os nossos
parceiros, ex-presidentes, colaboradores, pessoas e instituições que tiveram participação decisiva para o fortalecimento do setor filantrópico de saúde e, por consequência, da entidade que o representa na Bahia.
Começamos os 26 anos saudando a memória de Irmã Dulce, o Anjo Bom da Bahia (capa e contracapa do nosso FESFBA Notícias), cujo exemplo de trabalho em defesa dos mais carentes, de amor e abnegação, sempre esteve associado à persistência e à coragem para lutar por seus ideais. Sua beatificação como “Bem- Aventurada Dulce dos Pobres” é reflexo do seu belo trabalho, iniciado antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), quando o olhar da sociedade para o setor filantrópico era de solidariedade, traduzido pela força das doações.
O SUS mudou a realidade, porque a sociedade passou a compreender que o financiamento do governo seria suficiente para garantir a sustentabilidade. Entretanto, o foco desse olhar só se modifica com mais clareza nos momentos de forte crise, quando as entidades aproximam-se de um colapso.
A crise crônica que vem castigando o setor tem como principal causa o subfinanciamento do SUS, culminando com o fechamento de pequenas entidades, principalmente no interior. Recentemente isso tem sido evitado pela solidariedade de entidades mais fortes que acolhem instituições que estão na UTI.
Precisamos, pois, buscar inspiração em Irmã Dulce, seguindo suas lições de persistência e coragem para continuar trabalhando pelo fortalecimento do setor filantrópico de saúde na Bahia, de fundamental importância para o atendimento à população carente. Essencial na realização de procedimentos de média e alta complexidade, no ensino e na pesquisa. De grande alcance na educação e na assistência social.
Nosso desejo, com a reeleição para conduzir a FESFBA por mais três anos, é que o setor continue cada vez mais unido, caminho para o seu fortalecimento. Que a caminhada de conquistas até as Bodas de Prata ganhe mais velocidade, numa grande maratona que conduzirá a FESFBA ao ouro, com mais reconhecimento do governo do nosso papel de prestar assistência com amor e qualidade a quem mais precisa.
Gestão | Opinião
Impressão - LuriPress Gráfica - Tiragem: 2500 exemplares
Conselho EditorialConselho EditorialConselho Editorial
Maurício Dias (presidente)
Jornalista responsável - Ana Maria Vieira - MTB/DRT/BA-694)
Diagramação: Ivan de Jesus
Revisão: Cora Lima
Fotos: Alessandra Lori, Ivan de Jesus e assessorias
Federação das Santas Casas Hospitais e Entidades Filantrópicas
do Estado da Bahia. (FESFBA) - Telefax: (71) 3267-2270
Portal: - e-mail: [email protected]
Maurício Dias
Maurício Dias: reeleição aumenta a responsabilidade
FESFBA Elege Diretoria
para o Triênio 2013/2016
“A reeleição redobra minha responsabilidade de respeito com o setor filantrópico”, destacou Maurício Dias, ao tomar posse como presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (FESFBA). A reeleição, por unanimidade, para o período 2013-2016 aconteceu no dia 1º de março. Em seguida, ele agradeceu o voto de confiança do ex-presidente da FESFBA, Antonio Brito, ao indicar seu nome para sucedê-lo.
Ao assumir a FESFBA em 2010 - pontuou - prometi humildade, determinação e dedicação, visando ao fortalecimento da FESFBA. Foi muito importante - disse - a credibilidade da entidade por conta do trabalho do ex-presidente Antonio Brito e dos seus antecessores, Sebastião Dias e Jorge Bahia.
O presidente da Assembléia Geral da FESFBA, Antonio Brito, disse que “Maurício Dias fez a sucessão mantendo a harmonia. Respeitou o que vinha sendo feito, mas cresceu muito mais. Ele fez bem e bonito nos últimos três anos, acrescentando que ele pode contar com seu apoio para continuar trabalhando pelo fortalecimento do setor filantrópico na Bahia”.
Atual Diretoria Executiva da FESFBA
Presidente: Maurício Dias (provedor da Santa Casa de Oliveira dos Campinhos)
Vice-presidente da capital: Alfredo Martini (Hospital São Rafael)
Vice-presidente do interior: Sandra Peggy de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana)
Secretário geral: Rosalvo Coelho Neto (Hospital Evangélico da Bahia)
1º secretário: Eric Ettinger de Menezes (Santa Casa de Itabuna)
2º secretário: Roberto Sá Menezes (Grupo de Apoio à Criança com Câncer - GACC),
1º tesoureiro: Carlos Dumêt (Fundação José Silveira),
2º tesoureiro: Doraides Alves Nunes Souza (União Hospitalar de Campo Formoso)
Diretor jurídico: James Rodrigo de Senna Costa (Fundação José Silveira)
3Congresso | Santas Casas
Ampliação dos recursos para média complexidade no Incentivo à Contratualização (IAC) em R$ 1,7 bilhão (24% de aumento) e o anúncio da reabertura do
cadastramento ao Programa de Contratualização para as unidades hospitalares com menos de 30 leitos. As duas medidas divulgadas pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o 23º Congresso Nacional das Santas Casas, encerrado no dia 8 de agosto em Brasília, foram recebidas com entusiasmo e esperança pelos participantes do Congresso.
O presidente da FESFBA e vice-presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia (CMB), Maurício Dias, disse que as medidas fazem parte da pauta de reivindicações do setor, reunidas em documento encaminhado ao Ministério da Saúde.Tendo participado intensamente das discussões da pauta com representantes do MS e com o presidente da Frente Parlamentar das Santas Casas, no Congresso, deputado Antonio Brito, bem como na elaboração do documento, o vice-presidente da CMB disse que o governo avançou na solução dos problemas dos filantrópicos, reconhecendo a gravidade da crise que castiga o setor.
Atualmente, 700 dos 2,1 mil hospitais filantrópicos e santa casas no País já aderiram ao Programa de Contratualização, que estabelece a remuneração de forma global e não por procedimento.A expansão da contratualização, permitindo a inclusão de novos hospitais e o aumento do IAC foram as mais importantes conquistas recentemente, na avaliação de Maurício Dias. O reajuste de 24% sobre o valor produzido na média complexidade é r e t r o a t i v o a j u l h o p a r a a s e n t i d a d e s j á contratualizadas. Os novos contratualizados receberão 50% de IAC, a partir da adesão.
PROSUS
A busca de soluções para o endividamento, outro importante item da pauta de reivindicações, também está avançando, segundo avaliou o vice-presidente da CMB. “Conseguimos aprovar a Medida Provisória - MP 600, como resultado do grande esforço do deputado Antonio Brito, que assegurava um REFIS de 360 meses para a dívida tributária”.
O Governo, com o veto da presidente Dilma Roussef, apresentou o Projeto de Lei nº 5.813/2013,
que tramita na Câmara dos Deputados em regime de Urgência Constitucional. Esta proposição prevê a anistia das dívidas tributárias e previdenciárias das santas casas e hospitais filantrópicos, que se encontram em grave situação econômico-financeira. Estabelece o parcelamento da dívida em 180 meses, com carência de igual prazo, e possibilidade de remissão da dívida para entidades que cumprirem algumas regras definidas no PL.
As entidades que não se enquadrarem no percentual de endividamento - exigência do novo Código Tributário Nacional, que só permite remissão de dividas quando configurado estado de emergência - não terão a remissão da dívida. Neste caso, a CMB deseja que essas entidades tenham direito ao parcelamento.
LEI DA FILANTROPIA
A necessidade de mudanças na Lei da Filantropia já tem o apoio do governo, depois de demoradas discussões entre a CMB, a Frente Parlamentar e o Ministério da Saúde. O projeto de lei alterando a Lei 12.101/2009, estabelecendo novas regras para a concessão do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS) chegou à Câmara Federal no último dia 8 de agosto e conta com contribuições do deputado Antonio Brito (PTB/BA) e da CMB.
As mudanças propostas - analisou Dias - são muito importantes, especialmente para as entidades que descumpriram os prazos da lei anterior para a renovação do certificado. Também está sendo proposto para as entidades que perderam a filantropia que seja considerado o débito do período de seis meses, e não três anos, facilitando, assim, novo enquadramento.
A tramitação do PL que altera a Lei da Filantropia, segundo avaliou o vice-presidente da CMB, exigirá a continuação do processo de mobilização do setor filantrópico e da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Filantrópicos.
A união - destacou o presidente da FESFBA - é de vital importância para novas conquistas que levarão ao fortalecimento do setor filantrópico, garantindo às entidades a continuação da assistência à saúde com qualidade aos mais carentes.
Governo reconhece crise dos filantrópicos
e avança na solução dos problemas
Ministro da Saúde: reajuste do IAC e reabertura do programa de contratualização
Mesa de encerramento do 23ª Congresso Nacional das Santas Casas e Filantrópicos
4 Homenagens | FESFBA 25 Anos
Parceiros e ex-presidentes recebem hom
Maurício Dias entrega placa de agradecimento ao ex-presidente da FESFBA,deputado Antonio Brito.
Rita Couto (direita) coordenadora da FESFBA, entrega a placa à parceira daFESFBA, a consultora da FEHOSP, Maria de Fátima da Conceição
O secretário da Saúde da Bahia, Jorge Solla, entrega a homenagem aJosé Luiz Spigolon, superintendente da CMB.
O assessor jurídico da FESFBA, Carlos Alberto Dumêt Faria (esquerda), recebe homenagem daFESFBA das mãos do presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, Antonio Brito
Marcia Dias de Carvalho recebe da presidente do Sindfiba, Laura Queiróz, placahomenageando (in memoriam) seu pai, Sebastião Dias, ex-presidente da FESFBA.
Maria de Fátima Carvalho Barreto recebe homenagem (in memoriam) ao seu pai,Jorge Bahia de Carvalho, ex-presidente da FESFBA, das mãos de Dr. Rosalvo Coelho.
A celebração dos 25 anos da FESFBA foi um momento especial para agradecer aos parceiros, colaboradores, ex-presidentes que tiveram participação decisiva na construção e fortalecimento da entidade que representa o setor filantrópico de saúde na Bahia.
5
enagens nas Bodas de Prata da FESFBA
Homenagens | FESFBA 25 Anos
Homenageados pela FESFBA com o secretário Jorge Solla e Maurício Dias
Maurício Dias entrega placa de agradecimento à representante da Band News FM
Mais reconhecimento ao trabalho da imprensa, Tribuna da Bahia
A representante da Rádio Metrópole recebe a homenagem da FESFBA.
O presidente da FESFBA entregou placa à representante de A TARDE
A entrega de placas aos homenageados foi marcada pela emoção, principalmente para os familiares de homenageados in memoriam, pessoas que construíram a FESFBA, como o ex-presidente e fundador da FESFBA, Jorge Bahia de Carvalho, e o ex-presidente Sebastião Dias.
6 Gestão | Entrevista
Areeleição de Maurício Dias para presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (FESFBA) foi seguida
pela sua eleição para vice-presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia (CMB). Mais trabalho e responsabilidade, porém, mais espaço para a Bahia e para a Região Nordeste no cenário nacional. Maurício Dias pretende consolidar o processo de fortalecimento institucional da FESFBA. Na CMB, ele defenderá as bandeiras de luta do setor filantrópico. Confira a entrevista.
FESFBA NOTÍCIAS - Reeleição para a FESFBA e eleição para vice-presidente da CMB. Como o senhor vê o duplo desafio, de dirigir a FESFBA e a CMB ?
MAURÍCIO DIAS - Não há dúvidas de que aumenta a carga de trabalho e de responsabilidades, mas a maior parte do trabalho que pretendo desenvolver na CMB, em Brasília, direta ou indiretamente, refletirá aqui na Bahia, pois coincide com os interesses dos associados da FESFBA.
FN - Qual a importância para o setor filantrópico da Bahia ter o presidente da FESFBA na vice-presidência da CMB?
MD - Na medida em que eu ocupo esse espaço e passo a ser um interlocutor junto ao Congresso, ministérios e demais órgãos federais, sabendo exatamente a realidade da Bahia e suas dificuldades, os temas de interesse dos associados da FESFBA passam a figurar como prioridade nas negociações feitas com o governo, o que não estaria assegurado se a CMB estivesse dirigida exclusivamente por representantes oriundos do Sul e Sudeste, por exemplo. Esta representação já estava muito bem assegurada para os baianos, pelo ex-presidente da CMB, e hoje deputado federal Antonio Brito, presidente da Frente Parlamentar das Santas Casas
no Congresso, que agora passa a ter um reforço nosso, para juntos lutarmos cada vez mais pelos filantrópicos, em especial os da Bahia.
FN - Em relação ao segundo mandato na FESFBA, quais as principais metas?
MD - Consolidar o processo de fortalecimento institucional da entidade, estimulando cada vez mais a união entre os associados, como estratégia de conquistas de melhores condições de sobrevivência e mais reconhecimento.
FN - E no plano nacional, quais as grandes bandeiras que defenderá na CMB?
MD - Quatro são as principais demandas do setor nacional, que se transformam naturalmente nas principais bandeiras de luta: ampliação do financiamento da média e alta complexidade, para corrigir o déficit existente; soluções para o elevado endividamento do setor, seja ele tributário ou bancário; alterações e melhorias na política de contratualização dos serviços prestados pelos filantrópicos ao Sistema Único de Saúde - SUS; alterações na Lei da Filantropia, reduzindo os gargalos existentes atualmente no processo de certificação.
FN - Como o senhor avalia o setor filantrópico do ponto de vista da organização; está mais mobilizado, sabendo lutar mais pelos seus direitos?
MD - Tanto no âmbito nacional, como no plano estadual, verificam-se avanços e amadurecimento do setor, recorrendo a estratégias mais criativas e com mais união, apesar de ainda precisar evoluir muito. Os gestores de entidades precisam perceber a força e a importância que, juntos, possuímos, para parar de se curvarem tanto aos gestores públicos, aceitando muitas vezes migalhas em troca do importante serviço que desempenhamos em nome deles, que são os responsáveis por isso. Vide a Constituição Federal, "saúde é um direito de todos e um dever do estado". Nós somos apenas prestadores que, por termos responsabilidade social, terminamos assumindo todo o ônus da falta de recursos da saúde e ainda levamos fama de maus prestadores, quando, na verdade, fazemos muito mais e melhor do que a máquina publica, com raras exceções.
FN - Como diretor da CMB, o senhor já vinha participando ativamente das discussões sobre as grandes questões que inquietam o setor filantrópico no País. Como este trabalho fortaleceu seu nome para vice-presidente?
MD - Na verdade, as coisas foram acontecendo naturalmente. À medida que a luta nacional foi avançando, enfrentando momentos de tensões e divergências, eu procurava sempre me posicionar com racionalidade, equilíbrio e coerência, para objetivar os processos e torná-los mais resolutivos. De repente, quando me dei conta, tinha conquistado a confiança de todos os presidentes de federações estaduais. Dois aspectos facilitadores. Primeiro, o DNA transmitido por meu pai, um verdadeiro filantropo, e em segundo, a permanente articulação e diálogo com a Frente Parlamentar das Santas Casas, liderada pelo deputado Antonio Brito que com seu feeling, compromisso e dedicação, potencializava as nossas ações em âmbito nacional.
FN - Qual sua avaliação do trabalho da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas no Congresso, de articulação política,
Setor Filantrópico na Bahia avança com
Maurício Dias - presidente da FESFBA
Opresidente da FESFBA, Maurício Dias, é o novo vice-presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia Hospitais e Entidades Filantrópicas
(CMB). Com a eleição realizada em junho, em Brasília, Saulo Coelho, ex-deputado federal e provedor da Santa Casa de Belo Horizonte ( MG ) é o presidente da CMB.
Ao ser empossado, o baiano Maurício Dias reiterou os compromissos que firmou com as federações estaduais que, por unanimidade, o escolheram: estimular o processo de gestão participativa, buscando sempre o diálogo com todas as federações; profissionalizar cada vez mais a CMB; focar as ações da entidade nos eixos prioritários do setor (busca permanente do pleno financiamento, soluções para o endividamento, qualificação permanente, integração dos associados).
O presidente da FESFBA disse que as mais importantes conquistas do setor filantrópico de saúde foram resultado do forte trabalho da gestão do presidente da CMB, Antonio Brito, projetando a Bahia no cenário nacional. Este trabalho ganhou mais amplitude ao ser eleito deputado federal, criar e presidir a Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas na área de saúde.
CICLO DE MUDANÇAS
A eleição completa um ciclo de mudanças na CMB, que recentemente aprovou um novo modelo de governança, que busca profissionalizar a gestão da entidade, montando uma diretoria executiva contratada e composta de técnicos para, junto com o presidente e vice, administrar a entidade. Pelo novo modelo, a presidência terá como prioridade a representação política e institucional, enquanto o vice-presidente, além de substituir o presidente nessa função, contribuirá também com a gestão administrativa e operacional da Confederação.
A mudança do modelo de governança antecipou o processo da eleição da nova mesa diretora em aproximadamente um ano. Portanto, a diretoria eleita terá seu mandato vigente até abril de 2014, quando haverá nova eleição para um mandato de três anos.
O presidente eleito representa o Sul e Sudeste, bem como as entidades de grande porte, como é o caso da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, com cerca de mil leitos, 100% SUS, e também a continuidade de parte da antiga diretoria, cujo mandato seria exercido ate abril de 2014, se não fosse sua antecipação em função das alterações estatutárias.
7
Maurício Dias, vice-presidente da CMB
Eleição | Entrevista
como no caso do REFIS das Santas Casas?
MD - Simplesmente excepcional. Nunca antes neste País se viu o setor ser tratado e respeitado como hoje estamos sendo, graças ao dinamismo, a seriedade e a capacidade de articulação e aglutinação de Brito. De repente, deixamos de ser tratados como os pilantrópicos mencionados no passado, em função da postura inadequada de uns poucos, para sermos chamados de principais parceiros do SUS, em função dos resultados gerados pela maioria. Já temos, em apenas dois anos de luta da Frente, conquistas importantíssimas, como a primeira alteração da Lei da Filantropia, a Lei 12.101, que permitiu grandes avanços, a liberação de recursos equivalentes a 26% da remuneração da média complexidade, a ampliação do Caixa Hospital da CEF para 84 meses, com uma discreta redução de juros, a aprovação de um REFIS de 360 meses para parcelamento das dívidas tributárias, que foi vetada pela presidente Dilma, mas aprovada por quase unanimidade na Câmara e Senado, dando origem a um PL do PROSUS, que propõe outro modelo de parcelamento, entre outras que estão chegando breve.
FN - Como vem sendo realizado o trabalho da FESFBA de apoio a Santas Casas em situação de dificuldade, como aconteceu com a Santa Casa de Ilhéus, por exemplo? A Frente Parlamentar tem apoiado a FESFBA no trabalho?
MD - Tanto a FESFBA quanto a Frente vêm ajudando muito as entidades em situação de maior dificuldade. A FESFBA com orientação: promoção de eventos de planejamento e orientação técnica, além do intercâmbio de experiências entre associados, e a Frente Parlamentar com o prestígio do deputado Brito, transpondo barreiras burocráticas para facilitar e agilizar a liberação de operações financeiras com a CEF e outros bancos públicos, indispensáveis para tirá-las da asfixia em que se encontram.
FN - O governo, em todos os níveis, sempre destaca a importância dos filantrópicos para a operacionalização do SUS. O discurso já evoluiu para ações práticas ou ainda falta muito a ser realizado?
MD - Sim, evoluiu, mas ainda carece de evoluir a ponto de chegarem ao centro dos problemas, a verdadeira origem. Muitas ações demonstram a boa vontade e o reconhecimento das nossas dificuldades, mas a maioria delas tem mais caráter paliativo do que corretivo e definitivo.
FN - Qual a sua mensagem para os associados da FESFBA, no encerramento da comemoração dos seus 25 anos?
MD - Que venham os 50 anos e que estejamos juntos, mais fortalecidos, mais profissionalizados, mas sustentáveis.
Saulo Coelho (à direita) e Maurício Dias (à esquerda)
Eleição completa ciclo de mudanças na CMB
Osetor filantrópico de saúde deu uma prova de coesão, suspendendo os atendimentos eletivos em todo o País no dia 8 de abril com o Movimento Tabela SUS - Reajuste Já.
Pelas estimativas, mais de 150 mil procedimentos eletivos deixaram de ser realizados no País para os usuários do SUS, sendo cerca de 10 mil na Bahia. A suspensão da agenda foi uma maneira de chamar a atenção do governo federal, em especial da equipe econômica, para a crise que atinge o setor filantrópico e tem como principal causa o subfinanciamento do SUS. Para cada R$ 1 gasto, o governo paga R$ 0,50. Isso empurra as entidades para os empréstimos em bancos, uma das saídas para a sobrevivência. Muitas entidades já foram obrigadas a fechar as portas por conta da longa crise e outras estão prestes a fazer o mesmo. O débito do setor filantrópico no País já ultrapassa R$13 bilhões. Vai crescendo ano após ano. Por isso, um dia após o Dia Mundial da Saúde, o movimento nacional “Tabela SUS - Reajuste Já”, planejado pela Frente Parlamentar em Defesa das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, em parceria com as federações estaduais, ganhou o País. A adesão nacional foi de mais de 1,6 mil hospitais, de um total de 2,1 mil instituições. Na Bahia, o movimento atingiu 54 hospitais, sendo 16 da capital e o restante do interior, uma adesão de mais de 95%, segundo o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia, Maurício Dias.
NO MARTAGÃO GESTEIRA
Em Salvador, a FESFBA reuniu logo cedo os associados no Hospital Martagão Gesteira, 100% SUS, com atendimento essencialmente pediátrico, portanto, um dos mais atingidos pela crise. Em entrevista coletiva à imprensa do presidente da FESFBA e do presidente da presidente da Confederação Internacional das
Misericórdias e da Frente Parlamentar, que defende o setor na Câmara Federal, Antonio Brito (PTB-BA), foi analisada a crise e também a construção do movimento, que começou ano passado na Bahia com a reunião das 30 maiores Santas Casas do País. O movimento seguiu com o encontro em Votuporanga (interior de São Paulo), contando com a presença do presidente da FESFBA, Maurício Dias e da Federação do Rio Grande do Sul, Julio Dornelles, que lá defenderam a ampliação do movimento para uma dimensão nacional,
98
Setor filantrópico unido mostra sua força e importância com o movimento “Tabela SUS - Reajuste Já”
Tabela SUS | Reajuste Já Tabela SUS | Reajuste Já
O deputado disse que o endividamento é nacional, sendo causado pelo subfinanciamento do SUS. Ressaltou que a situação na capital baiana possui mais um agravante: “Assim como o Martagão Gesteira, os hospitais locais estão sendo heróicos. Além da crise do reajuste que atinge todo o Brasil, existe o atraso no repasse de milhões em Salvador. O passivo está muito grande”, alertou. Maurício Dias concordou com o deputado, afirmando: “A dívida é nacional, o subfinanciamento é nacional, mas o nosso perfil é de mais endividamento do que o Sudeste. Nós estamos respondendo por isso, mas é importante lembrar que a dívida é do SUS. Este subfinanciamento da saúde, pagando metade do que realmente deveria, foi o que gerou essa dívida”, destacou. Dias lembrou que o setor filantrópico é o principal responsável por tratamentos de oncologia no estado (83%), cirurgias do aparelho da visão (78%), cirurgias de mama (46%) e cirurgias do aparelho circulatório (45%), além de liderar mais oito especialidades.
UNANIMIDADE
No encontro dos associados da FESFBA na capital, todos os participantes foram unânimes em destacar a crise que enfrentam por conta do subfinanciamento. O superintendente do Hospital
Martagão Gesteira, Carlos Emanuel de Melo, disse: “Somos um exemplo científico do impacto negativo do SUS. Alongamos a dívida e surfamos na onda da redução de juros. Vamos encostar no teto de nosso endividamento ao final de 2013”. A presidente da Liga Álvaro Bahia contra a Mortalidade Infantil (entidade mantenedora do Martagão), Rosina Bahia, também ressaltou a dificuldade da instituição. “Estamos sendo penalizados por atender esta população carente. Ano passado, renovamos um empréstimo de R$ 10 milhões, que é nossa capacidade de financiamento, e mesmo assim estamos devendo fornecedor, e perdendo funcionários por conta dos baixos salários”. O diretor de expansão do Hospital São Rafael, Sidney Batista Neves, disse que “fechamos de 2012 para 2013, com R$ 22 milhões em aberto. Os contratos não sofrem reajuste. Como falar em expansão?”, perguntou. O representante do Hospital Sagrada Família, Adelir Detofol, disse que “chegaremos ao ponto de não poder mais atender, porque no caso de Obstetrícia, o que o SUS paga cobre apenas 30% do custo noturno”.
Hospital Martagão Gesteira, no dia do Ato de Mobilização Nacional “Tabela do SUS - Reajuste Já”
Em Campo Formoso, interior da Bahia, o movimento ganhou força
Movimento atraiu a presença da imprensa Maurício Dias e Antonio Brito reunem-se com associados no HMG
Na pequena cidade de Itambé, a Santa Casa aderiu ao movimentoAtendimento de emergência foi assegurado
“A diretoria da Real Sociedade
Por tuguesa de Beneficênc ia
Dezesseis de Setembro - Hospital
Português - sente-se no dever de
apresentar ao Dr. Maurício Dias os
parabéns pela sua reeleição para a
presidência da Federação das Santas
Casas de Misericórdia e Hospitais
Filantrópicos da Bahia (FESFBA), e
também pela eleição para a vice-
presidência da Confederação das
Santas Casas de Misericórdia,
Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB). Estes acontecimentos
demonstram a importância e a dedicação do Dr. Maurício Dias ao
setor filantrópico da Bahia e do Brasil, dando seguimento a atuação
do seu pai, Dr. Sebastião Dias Pereira, que também foi um dedicado
servidor à causa das nossas instituições filantrópicas”.
10
Associados destacam atuação da FESFBA
Depoimentos | Gestores
“Maurício tem acompanhado
ativamente os problemas das
filantrópicas há muitos anos e,
quando assumiu a presidência da
F E S F B A , m o s t r o u t e r a s
características necessárias para
agregar interesses complexos e, às
vezes, divergentes, em direção do
caminho único, que é prestar
a s s i s t ênc i a human izada , de
qualidade, aos menos favorecidos.S u a r e e l e i ç ã o a c r e s c e n t a
experiência ao trabalho anterior, dando-lhe maiores
responsabilidades, aumentadas também pela recente nomeação
para a vice-presidência da CMB, onde a Bahia mantém o privilégio
de estar presente nas negociações, agora de âmbito nacional,
continuando uma brilhante trajetória iniciada pelo nosso deputado
Antonio Brito. Boa sorte !”
Genaldo Vargas
“A primeira palavra que me vem à
cabeça para descrever Maurício
Dias é líder. Maurício é um líder
não porque possui um cargo de
liderança, mas porque nos envolve e
nos ensina. É capaz de estimular e
nos manter unidos mesmo quando
estamos desiludidos com tantos
acontecimentos turbulentos na área
da saúde. Ele nos diz a verdade sem
rodeios e nos defende. Tenho o
prazer de poder conviver e aprender
com ele.”
Mariana Soliani
Paulo Magalhães Bittencourt
“O p res iden te da FESFBA,
Maurício Dias, tem demonstrado ao
l o n g o d e s u a g e s t ã o , q u e
acompanhamos de perto, além de
uma habilidade ímpar, também uma
competência e espírito de luta que
tem merecido todo o respeito,
admiração e consideração de nossa
parte, na condição de provedor da
Santa Casa de Misericórdia de Feira
de Santana, assim como de toda a
m e s a d i r e t i v a d a E n t i d a d e
Filantrópica, bem como da direção geral do Hospital D. Pedro de
Alcântara, nosso hospital de referência. Desse modo, nos solidarizamos com o atual presidente,
Maurício Dias, que por sua experiência e seu passado, inclusive
familiar, vinculado a ações filantrópicas, posto que é oriundo da
Santa Casa de Oliveira dos Campinhos, acreditando que ele possa
nos brindar com uma nova gestão. Sabemos do sacrifício pessoal
decorrente de tal empreitada, mas no momento necessitamos da
continuidade de um trabalho profícuo, competente e dedicado,
como vem ocorrendo na atual gestão.”
Outran Borges
“Em tão boa hora a FESFBA
praticou com justiça à reeleição do
p r e s i d e n t e M a u r í c i o D i a s ,
fortalecendo assim o seu trabalho na
defesa das entidades. Nosso
h o s p i t a l - m a t e r n i d a d e , q u e
sobrevive com bastante dificuldade
por falta de recursos suficientes para
o seu funcionamento, tem na atual e
nova presidência da Federação o seu
apoio e incentivo para continuar
funcionando. Com dinamismo,
inteligência e a força de vontade no servir tem buscado melhores
dias para o setor, sempre defendendo, cobrando e reivindicando
novas conquistas para os hospitais. O seu trabalho o credenciou
para a eleição de vice-presidente da CMB. As Filantrópicas
sentem-se à vontade com o presidente Maurício Dias, fazendo
votos de mais uma profícua administração.”
Antonio Carlos Pinto de Pinna
“Esta nova conquista nada mais é do
que o reconhecimento pelo seu
desprendimento, ser iedade e
efic iênc ia da sua lu ta como
representante das Santas Casas. Seu
empenho tem resgatado e fortalecido
o verdadeiro papel do setor e dado
esperanças de dias melhores!
Torcemos para que sejamos sempre
muito bem representados como
estamos agora com a sua pessoa.
Parabéns, Maurício Dias”Doraides Nunes Souza
Hospital São Francisco (Campo Formoso)
Hospital Maternidade Santo Amaro
Hospital Humberto Castro Lima
Hospital da Sagrada Família
Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana
Hospital Português
11Filantrópicos | Salvador
Dívida do município de Salvador com
filantrópicos é de R$ 54 milhões
As entidades filantrópicas, que prestam serviços à Prefeitura de Salvador, deram mais um exemplo de compreensão e paciência. Após o encontro com o
prefeito ACM Neto, no último dia 11 de julho, decidiram suspender o movimento planejado para o dia 15, data em que não realizariam atendimentos eletivos - exceto Oncologia e Hemodiálise - por conta do débito deixado pela gestão municipal anterior, da ordem de R$ 54 milhões. Segundo o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas da Bahia (FESFBA), Maurício Dias, a prefeitura vem pagando com regularidade pelos serviços prestados no atual exercício, mas o débito da gestão passada tem criado uma situação de muita dificuldade para as entidades, por inviabilizar o planejamento financeiro, uma vez que não há previsão para a entrada dos recursos em caixa.
No encontro com o setor, solicitado pelo prefeito ACM Neto, ele condicionou o pagamento de débitos de exercícios anteriores à entrada de novos recursos da Saúde. O caminho mais discutido é a ampliação do teto do SUS para Salvador, tema que vem sendo discutido com o Ministério da Saúde. A ideia da suspensão do atendimento nasceu após longa espera pela divulgação do cronograma para pagamento da dívida, tema cuja primeira reunião com representantes do setor e o prefeito ACM Neto aconteceu em março. Antes, as entidades filantrópicas notificaram o município de Salvador por inadimplência, em função da falta de pagamentos para serviços prestados na gestão passada A FESFBA, representando os associados que sofrem por conta da falta de pagamento, também notificou o município de Salvador. Antes, a FESFBA, por meio de ofício, pediu apoio ao Ministério Público Estadual, ao Ministério da Saúde, à Secretaria Estadual de Saúde, por meio da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), à Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas no Congresso Nacional e à Frente de Apoio às Santas Casas na Câmara Municipal de Salvador. O presidente da FESFBA disse esperar que o pagamento do débito seja realizado para assegurar a saúde financeira das entidades, hoje asfixiadas por dívidas. A situação é muito grave - destacou Maurício Dias -, tanto para os prestadores de serviços de assistência à saúde na média e alta complexidade, como dos contratos de gestão de unidades municipais de pronto atendimento e serviços especializados em saúde. Maurício Dias disse ter esperanças de solução para a dívida após participar do encontro do ministro da Saúde, em Brasília, com o prefeito ACM Neto e o deputado Antonio Brito.
Em março, o prefeito ACM Neto teve o primeiro encontro com filantrópicos.
Hospital Santa Izabel completou 120 anos
OHospital Santa Izabel (HSI) comemorou no dia 31 de julho, com a celebração de uma missa, 120 anos no bairro de Nazaré, onde presta assistência de alta
complexidade e promove atividades de ensino e pesquisa, por meio das quais forma e aprimora médicos e profissionais da área de saúde e produz conhecimentos que dão suporte aos direcionamentos estratégicos da instituição.
Em sua secular trajetória, que remonta ao primitivo Hospital da Caridade, fundado por Thomé de Souza, em 1549, o Hospital Santa Izabel proporciona assistência resolutiva de alta complexidade, conforto e bem-estar aos pacientes e desempenha grande variedade de ações assistenciais e de ensino e pesquisa, que muito contribuem para o progresso da saúde na Bahia.
“Queremos, no entanto, fazer ainda mais. Muito mais”, afirmou a provedora da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Lise Weckerle. “Por isso, passo a passo, tijolo por tijolo, estamos expandindo nossas atividades com planejamento, perseverança e o envolvimento do corpo multiprofissional da instituição”, completou a provedora, após agradecer o empenho de cada profissional da instituição.
Já o diretor médico da instituição, Ricardo Madureira, afirmou que dentro do compromisso de atender às principais demandas e carências na área da saúde, o HSI vem ampliando nos últimos anos os investimentos para adequar e expandir as instalações físicas, qualificar processos e equipes profissionais, adquirir novos e
modernos equipamentos tecnológicos, realizar diagnósticos mais precoces e detalhados e cirurgias cada vez menos invasivas.
CENTRO ONCOLÓGICO
Nos últimos quatro anos, foram executadas quase quatro
dezenas de projetos de investimento. Destaque para a inauguração
do Instituto Baiano do Câncer (IBC) este ano. A nova unidade
proporciona ao paciente tratamento em um centro de grande
aprofundamento técnico, científico e acadêmico, com equipe
especializada e multiprofissional. Uma decisão conjunta,
envolvendo clínico, cirurgião e radioterapeuta, oferece mais
segurança, agilidade e um melhor cuidado do paciente.
Foto
: A
geco
m/P
MS
Celebração eucarística marcou a comemoração dos 120 anos do Santa Izabel
AFundação José Silveira inaugurou a Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) Neonatal da Santa Casa Hospital São
Judas Tadeu, a primeira da região. A nova ala do hospital
conta com 14 leitos, traz o que há de mais moderno em tecnologia
de equipamentos no campo da neonatologia e dispõe de uma equipe
multidisciplinar de profissionais especializada em atendimento
neonatal. A Santa Casa oferece, também, cinco leitos clínicos
neonatais de apoio à UTI Neonatal, utilizados por bebês antes da
alta hospitalar. A UTI Neonatal complementa a assistência integral
ao Serviço de Obstetrícia do Hospital, que possui Centro de Parto
Normal, Centro de Parto para atendimento à gestante de alto risco,
clínica obstétrica e assistência pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
possuindo capacidade para oito mil atendimentos por ano. Para os
moradores de Jequié e região, as instalações representam uma
enorme segurança aos pais e bebês. Isso porque, sem precisar se
deslocar para a capital, eles contarão com tecnologia avançada,
serviços de ponta e atendimento humanizado, um diferencial da
Fundação.
Além da UTI Neonatal, a Santa Casa passou por uma reformulação
para atender às demandas da população e ampliou os serviços para
realização de exames preventivos, consultas em obstetrícia e
ginecologia, atendimentos em emergências e urgências obstétricas
e realização de tratamento clínico da gestante. A estrutura conta,
ainda, com mais 28 leitos de clínica obstétrica, dois leitos de UTI
adulto e 10 leitos para o Centro de Parto Normal.
12
Jequié: Santa Casa São Judas Tadeu conta com UTI neonatal
Filantrópicos | Interior
Ilhéus: Hospital São José reinaugura UTI com ampliação de leitos
Arecuperação do Hospital São José e Maternidade Santa Helena, da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, continua avançando. Depois da reinauguração da UTI, agora com
10 leitos após a ampliação - sendo, no mínimo, seis para o SUS - será assinado novo contrato com o Planserv. Também faz parte do novo momento do São José a liberação de recursos, através de um convênio assinado com a Sesab para aquisição de equipamentos, visando à requalificação do Pronto-Socorro da unidade. A reinauguração da UTI contou com a presença do presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Hospitais
Filantrópicos no Congresso Nacional, deputado Antonio Brito. Segundo o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia da Bahia (FESFBA), Maurício Dias, Antonio Brito fez um amplo trabalho de articulação, viabilizando a parceria entre os governos municipal, estadual e federal para a recuperação e ampliação do Hospital São José, para melhorar a capacidade de atendimento à população.
Na crise - explicou Maurício Dias - o primeiro passo foi a negociação com o Sindicato dos Trabalhadores, pedindo um crédito na paralisação, enquanto se trabalhava na busca de recursos financeiros para tirar a entidade da asfixia financeira. Com o apoio do deputado Antonio Brito, a operação com a CEF autorizou empréstimo à Santa Casa de Ilhéus no valor de R$ 6 milhões, permitindo a negociação de dívidas com diversos fornecedores. Antonio Brito e o presidente da FESFBA acompanharam todo o processo de recuperação com reuniões em I lhéus e encaminhamento das demandas à Secretaria da Saúde do Estado da
Bahia.
Segundo Maurício Dias, “a crise que colocou em risco a saúde do Hospital São José por conta do grave endividamento tem, entre outros motivos, a defasagem da tabela do SUS e os constantes atrasos nos repasses de pagamentos por parte da secretaria”. A recuperação do São José é muito importante, diante do seu papel estratégico no atendimento à população de Ilhéus e região. A reinauguração da UTI, fruto de parceria com empresários da iniciativa privada, com previsão de nova ampliação, foi importante conquista para a população. São mais leitos dotados de equipamentos de precisão com alta tecnologia.
AJUDA MUITO IMPORTANTE
Para o provedor da Santa Casa de Ilhéus, Eusínio Lavigne Gesteira, a ajuda do presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas no Congresso Nacional, deputado Antonio Brito, e da FESFBA, foi muito importante para salvar a entidade centenária, que mantém a única maternidade de Ilhéus.
O Hospital São José conta com 188 leitos, 10 leitos de UTI e Pronto-Socorro 24 horas. São 300 funcionários e 100 médicos prestadores de serviços. Com 80% de atendimento SUS, o hospital viveu série crise que se agravou com a greve dos funcionários.“Com a crise perdemos o contrato com o Planserv que agora estamos recuperando”, observa o provedor.
UTI do HSJ é ampliada e conta com modernos equipamentos
Jequié ganha a primeira UTI neonatal
Autoridades prestigiaram reinauguração da UTI
Alzira Costa (Zirete) deixa forte saudade
13Registro | FESFBA
Alzira Maria Dias da Costa Pinto. O extenso nome, para os colegas da FESFBA se resumia a Zirete, Zizi ou minha véia, tratamentos carinhosos
próprios para a nativa do signo de câncer, que esbanjava emoção e carinho com a família e companheiros de trabalho. No dia 6 de março, o coração da santamarense, 63 anos, exemplo de mulher guerreira, silenciou, deixando muita saudade. Da descoberta da doença até a morte - menos de dois anos - jamais perdeu a fé e a esperança. Enfrentava as sessões de quimioterapia, mas fazia questão de voltar ao trabalho logo que as condições de saúde permitiam. Ela jamais perdeu o bom humor no trabalho. Aposentada, preferiu continuar trabalhando. Com sua voz grave e leveza do andar, tinha o dom da ironia - próprio das pessoas inteligentes, que usava com muita sabedoria. Curtia o espaço do seu lar assistindo a filmes, lendo e também fazendo delícias na cozinha. Mãe dedicada, deixou três filhos, que lhe deram a alegria de seis netos, que ele amava com intensa paixão. Secretária do Sindicato das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (Sindifiba), que funciona nas dependências da FESFBA, Alzira era um símbolo forte dessa união, sempre disposta a ajudar os colaboradores da Federação nos momentos que exigiam a participação de todos, como na organização e execução de eventos externos, principalmente. No Sindifiba, ela também contava com o apoio da turma da FESFBA.A coordenadora da FESFBA, Rita Couto, que nutria forte amizade por Zirete - trabalharam juntas durante quase 17 anos - está sempre lembrando da amiga com quem conversava por telefone à noite em
casa após o trabalho. Durante a doença de Alzira, Rita aproximou-se ainda mais da colega, dando-lhe importante suporte emocional. “As vezes ainda pego a direção dos Barris, imaginando que vou buscá-la para trabalhar. A saudade é muito forte”, resume Rita.
Alzira Maria Dias da Costa Pinto
AFederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (FESFBA) fez forte trabalho de mobilização com seus associados, na
busca de assinaturas em prol do “Saúde+10”, projeto de Lei de iniciativa popular, que vai assegurar o repasse efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública brasileira, alterando, dessa forma, a Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012. A mobilização, segundo o presidente da FESFBA, Maurício Dias, fez parte da ação definida pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia (CMB). É muito importante - analisou - porque representará um incremento anual de R$ 40 bilhões para a saúde.
No início de agosto, o secretario-geral da CNBB e representante do Comitê Saúde+10, dom Leonardo Steiner, entregou ao presidente da Câmara Federal, Henrique Alves, as assinaturas coletadas em todo o País (1.896.592), quase 400 mil a mais que o mínimo exigido para o projeto de lei de iniciativa popular. Para o presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Entidades Filantrópicas no Congresso, deputado Antonio Brito, “esse projeto é da maior importância e devemos nos mobilizar e apoiar para trazer mais recursos para a saúde, oferecendo ao brasileiro uma assistência de qualidade cada vez melhor”.
Nós acreditamos no direito à saúde de forma digna. A “população não pode ser atendida de qualquer forma e por qualquer meio. Por isso, nos engajamos na coleta de assinaturas. Nós continuaremos acompanhando o projeto no Congresso", disse o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, sobre a participação da entidade na campanha do Saúde+10.
A estimativa é a de que o valor com o Saúde+10 supere R$ 42 bilhões em recursos adicionais por ano. De acordo com o último Orçamento da União, em 2013, estão destinados ao setor cerca de R$ 90 bilhões.
ROYALTIES
O presidente da FESFBA também destacou como medida muito importante para a ampliação dos recursos para a saúde a destinação de 50% dos royalties do petróleo do pré-sal, proposta que vem sendo defendida pelo deputado federal Antonio Brito. É importante garantir - destacou - que esses recursos cheguem realmente aos prestadores, para não se repetir o que aconteceu na vigência da CPMF, porque os recursos adicionais para a saúde não chegaram aos prestadores.
Saúde+10 significará mais de R$ 42 bilhões/ano adicionais para a saúde
Saúde+10 : FESFBA mobilizou associados na busca de assinaturas
A umento de 13% das internações e de 40% das cirurgias eletivas; crescimento de 30% da taxa de ocupação e decréscimo de
33% da taxa de permanência. Estes indicadores positivos foram obtidos no período de um ano pela Santa Casa de Misericórdia
de Valença (SCMV), no Baixo Sul da Bahia, que encontrou o caminho da sustentabilidade ao recorrer a ferramentas de gestão
empresarial em busca da sobrevivência.
O caminho vem sendo seguido por instituições filantrópicas em razão da crise que atinge o setor, tendo como principal causa o
subfinanciamento. A crise torna ainda mais importante a busca de ferramentas de gestão. Na SCMV, a mudança foi uma decisão do
novo provedor, Guido Jr, logo que assumiu o cargo: “trarei uma gestão eficiente, profissionalizada e meritocrática, com foco no paciente e
buscando resultados que possam ser medidos em números”, disse ao ser empossado.
MUDANÇAS
Quem chega hoje à Santa Casa de Misericórdia de Valença percebe uma grande mudança. Chamam a atenção os avanços no padrão de
higienização e na organização. Os funcionários estão mais confiantes e há maior oferta de médicos, condições que estão contribuindo
para o aumento do nível de satisfação dos usuários.
No novo modelo de gestão, aos poucos, termos como PDCA, Planejamento Estratégico, Coaching e Liderança foram invadindo o
cotidiano da Santa Casa de Misericórdia de Valença, compartilhados com líderes e funcionários da instituição.
Nos primeiros meses de gestão, uma força-tarefa foi montada, com implantação de um plano de ação emergencial para atacar os pontos
críticos. Foram revisados e remodelados todos os processos e controles financeiros, contábeis, da cadeia de suprimentos, além de corrigir
distorções de faturamento. Simultaneamente, foram corrigidas as principais não conformidades técnicas, com foco na segurança do
paciente. À medida que os dias progrediam, a cultura de disciplina orçamentária ia sendo incorporada à estrutura organizacional. Os
lideres iam sendo identificados, capacitados e preparados para pensar a unidade com vistas ao futuro. Foram mais de 360 horas de
treinamento, quando foram capacitados os principais colaboradores em ferramentas de gestão e liderança.
14 Gestão | Filantrópicos
Aumenta a satisfação de colaboradores e usuários com novo modelo de gestão na SCMV.
15
amentas de gestão para superar a crise
Gestão | Filantrópicos
A SCMV estava vivendo o chamado choque de gestão, uma mudança de cultura que mudaria a imagem, a forma de pensar e de agir da Instituição.
No Pronto-Socorro foi implantada a triagem baseada na classificação de riscos, otimizando recursos e priorizando os atendimentos
urgentes e emergenciais. Mais perceptível do que os números, a classificação de riscos na SCMV vem permitindo a humanização e
melhor acolhimento das demandas de saúde, um ganho imensurável para a população.
Após 90 dias, foi realizado um planejamento estratégico formal, evento que teve a duração de quatro dias e permitiu a manifestação de
lideranças e técnicos de municípios do Baixo Sul, além de toda a comunidade hospitalar. Foram definidos: missão, visão e valores da
Instituição, objetivos estratégicos principal, secundário e terciário, metas, submetas e indicadores. Em seguida, foram elaborados planos
de ação e definidas responsabilidades. Desde então, todas as ações são acompanhadas e todas as metas são medidas com indicadores
claros e avaliadas mensalmente.
Estes resultados servem também para avaliação de desempenho dos colaboradores. “Não existe possibilidade de se reestruturar uma
instituição como esta sem um forte investimento em planejamento, processos e qualificação das pessoas”, afirma Antonio Novaes Jr.,
administrador - chefe da Vertix Gestão Empresarial - empresa contratada para implantar o novo modelo de gestão da SCMV.
Enquanto todo o trabalho ia sendo executado na esfera interna da instituição, outra equipe trabalhava no sentido de entender as
demandas da população e estabelecer um canal aberto de comunicação que fosse ágil e eficiente. Para isto lançou-se mão de recursos
tecnológicos como internet e redes sociais, blogs, sites, pesquisas de satisfação, campanhas de orientação e divulgação, além de um bem
planejado modelo de captação de recursos. “Não teria sentido fazer toda esta mudança sem o envolvimento e participação da
comunidade do Baixo Sul, a principal beneficiada”, comenta Camilla Oliveira, diretora da empresa de comunicação especializada na
área hospitalar.
PERSPECTIVAS
Bons resultados sempre atraem novas perspectivas. Neste momento, a equipe da SCMV está lutando contra o tempo para concluir
vários projetos que mudarão definitivamente a perspectiva da entidade frente à rede de saúde. Duas UTIs (uma para adultos e outra para
recém nascidos), novas enfermarias e equipamentos, além de um plano diretor para ordenar seu crescimento são alguns dos projetos em
andamento. “Como homem público, sinto-me muito feliz quando vejo que o trabalho focado na gestão chega a quem mais precisa. Por
isso não meço esforços em apoiar esta iniciativa”, afirma o deputado Antonio Brito, responsável pelo aporte de R$ 1,3 milhão em
emendas parlamentares destinadas a SCMV.
Na avaliação do presidente da FESFBA, para o novo salto de qualidade da SCMV foi muito importante o trabalho do ex-provedor
Valdírio Quaresma, “que ousou ao avançar com olhar no crescimento da entidade, permitindo ao provedor Guido Magalhães Júnior
novos avanços”. As etapas complementam se - analisou Dias.
Colaboradores foram treinados em ferramentas de gestão e liderança
Valença: Santa Casa recorre a ferr