jornal nº 93 - international plant nutrition institute (ipni) · uréia e sulfato de amônio em...

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 1 SÓCIOS: Instituto da Potassa e do Fosfato (EUA) Instituto da Potassa e do Fosfato (Canadá) Website: www.potafos.org DIRETOR: T. Yamada POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone e fax: (019) 433-3254 - Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil INTRODU˙ˆO O feijoeiro é uma das principais culturas cultivadas na entressafra em sistemas irrigados nas regiões Central e Sudeste do Brasil. Entre as tecnologias indicadas para este sistema de cultivo, a adubação nitrogenada é a que tem gerado maior número de questionamentos. As dúvidas vão desde reações e mecanismos controladores da disponibilidade do N no solo, características e reações no solo das diferentes fon- tes de nitrogênio, até prática da adubação quanto a fontes, doses, métodos de aplicação e, principalmente, quanto aos seus aspectos econômicos. Vários são os fatores que afetam a eficiência da adubação nitrogenada de cobertura. Entre esses, três são considerados mui- to importantes para o produtor no momento da tomada de deci- são: a fonte de nitrogênio a ser adquirida, a quantidade a ser apli- cada e o método a ser empregado para a sua aplicação. Em relação ao sistema plantio direto do feijoeiro irrigado, outro questiona- mento muito freqüente refere-se à época mais adequada de aplica- ção de nitrogênio durante o ciclo da cultura e a necessidade de seu parcelamento. A uréia e o sulfato de amônio são as duas fontes nitro- genadas mais utilizadas na agricultura brasileira, possivelmente por serem de menor custo e de maior disponibilidade no mercado. Ambas apresentam baixa eficiência de utilização pelas culturas, raramente superior a 50%. A uréia, pelas suas características e reação no solo, possui grande potencial de perda de NH 3 por volatilização (LARA CABEZAS & TREVELIN,1990), e o sulfa- to de amônio, além da possibilidade de perda, apresenta alta capa- cidade de acidificar o solo (FOX & HOFFMAN, 1981). Apesar dessas desvantagens, e enquanto outras fontes de N não estiverem disponíveis no mercado em condições competitivas com a uréia e o sulfato de amônio, a estratégia para maximizar a eficiência de uso do N ainda deverá ser através do aperfeiçoamen- to de seu próprio manejo, de tal modo que os produtores possam obter máximo benefício econômico ao utilizar esses fertilizantes. A eficiência dos fertilizantes nitrogenados é menor se apli- cados na superfície sem a sua imediata incorporação ao solo. En- tretanto, são encontrados na literatura trabalhos de pesquisa de- monstrando que a uréia em cobertura pode ser tão eficiente quan- to outras fontes de nitrogênio quando ocorre uma chuva ou se procede a uma irrigação após a sua aplicação (FOX et al., 1986). Uma prática como esta, que favorece a penetração do N no solo, é perfeitamente factível nas condições de cultivo do feijoeiro irriga- ADUBA˙ˆO DE COBERTURA DO FEIJOEIRO IRRIGADO COM URÉIA FERTILIZANTE EM PLANTIO DIRETO: UM ÓTIMO NEGÓCIO Morel Pereira Barbosa Filho 1 Osmira Fátima da Silva 2 Veja neste número: Palhada no Sistema Santa Fé ................................ 6 Calcário e potássio para a cultura da soja ......... 10 Tratamento de sementes de arroz com Zn ......... 12 Vietnã ocupa o 3 o lugar na produção de café .... 14 Simpósio sobre rotação soja/milho no PD ......... 16 Matéria orgânica e boro controlariam o “amarelinho” de citros? ....................................... 20 1 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão-EMBRAPA, Santo Antonio de Goiás-GO. Telefone: (062) 533- 2214. E-mail: [email protected] 2 Economista, BSc., Técnica Especializada do CNPAF-Embrapa. INFORMA˙ÕES AGRONÔMICAS N 0 93 MARÇO/2001

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 1

SÓCIOS:

Instituto da Potassa e do Fosfato (EUA)

Instituto da Potassa e do Fosfato (Canadá)

Website: www.potafos.org

DIRETOR:

T. Yamada

POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATORua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone e fax: (019) 433-3254 - Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil

INTRODUÇÃO

O feijoeiro é uma das principais culturas cultivadasna entressafra em sistemas irrigados nas regiõesCentral e Sudeste do Brasil. Entre as tecnologias

indicadas para este sistema de cultivo, a adubação nitrogenada é aque tem gerado maior número de questionamentos. As dúvidasvão desde reações e mecanismos controladores da disponibilidadedo N no solo, características e reações no solo das diferentes fon-tes de nitrogênio, até prática da adubação quanto a fontes, doses,métodos de aplicação e, principalmente, quanto aos seus aspectoseconômicos.

Vários são os fatores que afetam a eficiência da adubaçãonitrogenada de cobertura. Entre esses, três são considerados mui-to importantes para o produtor no momento da tomada de deci-são: a fonte de nitrogênio a ser adquirida, a quantidade a ser apli-cada e o método a ser empregado para a sua aplicação. Em relaçãoao sistema plantio direto do feijoeiro irrigado, outro questiona-mento muito freqüente refere-se à época mais adequada de aplica-ção de nitrogênio durante o ciclo da cultura e a necessidade de seuparcelamento.

A uréia e o sulfato de amônio são as duas fontes nitro-genadas mais utilizadas na agricultura brasileira, possivelmentepor serem de menor custo e de maior disponibilidade no mercado.Ambas apresentam baixa eficiência de utilização pelas culturas,raramente superior a 50%. A uréia, pelas suas características ereação no solo, possui grande potencial de perda de NH

3 por

volatilização (LARA CABEZAS & TREVELIN,1990), e o sulfa-

to de amônio, além da possibilidade de perda, apresenta alta capa-cidade de acidificar o solo (FOX & HOFFMAN, 1981).

Apesar dessas desvantagens, e enquanto outras fontes de Nnão estiverem disponíveis no mercado em condições competitivascom a uréia e o sulfato de amônio, a estratégia para maximizar aeficiência de uso do N ainda deverá ser através do aperfeiçoamen-to de seu próprio manejo, de tal modo que os produtores possamobter máximo benefício econômico ao utilizar esses fertilizantes.

A eficiência dos fertilizantes nitrogenados é menor se apli-cados na superfície sem a sua imediata incorporação ao solo. En-tretanto, são encontrados na literatura trabalhos de pesquisa de-monstrando que a uréia em cobertura pode ser tão eficiente quan-to outras fontes de nitrogênio quando ocorre uma chuva ou seprocede a uma irrigação após a sua aplicação (FOX et al., 1986).Uma prática como esta, que favorece a penetração do N no solo, éperfeitamente factível nas condições de cultivo do feijoeiro irriga-

ADUBAÇÃO DE COBERTURA DO FEIJOEIRO IRRIGADOCOM URÉIA FERTILIZANTE EM PLANTIO DIRETO:

UM ÓTIMO NEGÓCIOMorel Pereira Barbosa Filho1

Osmira Fátima da Silva2

Veja neste número:

Palhada no Sistema Santa Fé ................................ 6

Calcário e potássio para a cultura da soja ......... 10

Tratamento de sementes de arroz com Zn ......... 12

Vietnã ocupa o 3 o lugar na produção de café .... 14

Simpósio sobre rotação soja/milho no PD......... 16

Matéria orgânica e boro controlariam o“amarelinho” de citros? ....................................... 20

1 Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa deArroz e Feijão-EMBRAPA, Santo Antonio de Goiás-GO. Telefone: (062) 533-2214. E-mail: [email protected]

2 Economista, BSc., Técnica Especializada do CNPAF-Embrapa.

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

N0 93 MARÇO/2001

2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

do no inverno. Além da possibilidade de irrigação imediata após aadubação de cobertura, e não havendo diferença de eficiência emtermos de rendimento de grãos entre a uréia e o sulfato de amônioaplicados na superfície do solo, a opção pelo uso da uréia podegarantir ao produtor ganho econômico considerável (menor custoda uréia em relação a outros nitrogenados), além do que uma dasdificuldades da adubação nitrogenada em cobertura tem sido aincorporação do adubo ao solo abaixo da camada de resíduos dei-xados pelas culturas anteriores.

Com o objetivo de avaliar a adubação de cobertura comuréia e sulfato de amônio em feijoeiro irrigado, em sistema plan-tio direto, são apresentados e discutidos a seguir resultados derendimento de grãos de dois experimen-tos, e a análise econômica de sua utiliza-ção, nas safras de inverno de 1999 e 2000.

METODOLOGIA

Os experimentos foram conduzi-dos numa área experimental da EmbrapaArroz e Feijão, usada por quatro anos parao plantio direto de soja e milho no verãoe feijão no inverno. O solo é caracteriza-do como Latossolo Vermelho perférrico,com 40% de argila e baixo teor de maté-ria orgânica.

O plantio de feijão foi realizado em meados de junho de1999 e 2000. Em 1999, o cultivo anterior foi a soja, e em 2000 oarroz, ambos cultivados no verão. A semeadura foi feita em linhasespaçadas de 40 cm e a adubação de plantio com 30-120-70 kg.ha-1

de N-P2O

5-K

2O, respectivamente.

No primeiro experimento foi estudado o efeito da aplica-ção de 80 kg.ha-1 de N utilizando-se duas fontes (uréia e sulfato deamônio) e dois métodos de aplicação do fertilizante (superficial eincorporado), comparado com a testemunha sem aplicação de N.A aplicação incorporada ao solo foi efetuada em sulcos abertos ma-nualmente ao lado das fileiras, numa profundidade de aproximada-mente 5 cm. Após a distribuição dos adubos, os sulcos foram cober-tos com terra. Para a aplicação superficial, os adubos foram distri-buídos ao lado e aproximadamente a 10 cm das fileiras de plantas.

No segundo experimento, o objetivo foi avaliar o efeito doparcelamento e de doses de N aplicadas na forma de sulfato deamônio e uréia. As doses de N: 30, 60, 90, 120 e 150 kg.ha-1 foramaplicadas uma única vez aos 30 dias após a emergência dasplântulas (dae), em duas vezes, aos 15 e 30 dae, e em três vezes,aos 15, 30 e 45 dae.

Em ambos os experimentos, no período máximo de um diaapós a distribuição dos adubos, foram aplicadas, via pivô central,12 mm de água para favorecer a penetração dos adubos no solo. Aavaliação foi realizada através da produtividade de grãos com140 g.kg-1 de umidade.

RESULTADOS

Aplicação de uréia fertilizante e de sulfato de amôniona superfície do solo e incorporação

Os aumentos de rendimento de grãos devidos à aplicaçãode N em cobertura foram de 17% na safra de 1999 e de 29% na de2000, não havendo, nos dois anos de cultivo, diferença entre o uso

de uréia ou de sulfato de amônio, bem como entre os métodos deaplicação de nitrogênio em cobertura, isto é, superficial ou incor-porado ao solo (Tabela 1), contrariando, assim, inúmeros resulta-dos de pesquisa que relatam a existência de elevadas perdas deNH

3 quando a uréia é aplicada na superfície do solo.

Duas explicações podem ser apresentadas para justificar anão existência de diferenças entre as fontes e os métodos de apli-cação do N em cobertura. Em primeiro lugar, deve-se considerarque no dia seguinte à adubação foi feita uma irrigação de 12 mmde água via pivô central. Isto pode ter favorecido a movimentaçãodo N em profundidade reduzindo, assim, as perdas para a atmos-fera (volatilização). Em segundo lugar, aventa-se a hipótese refe-

rente ao fato das plantas de feijão se auto-sombrearem e cobrirem toda a área livreentre as fileiras, formando uma atmosfe-ra rica em N abaixo das plantas, que éabsorvido pelas folhas inferiores.

Um aspecto importante, que valeressaltar, são os elevados níveis de ren-dimento alcançados, demonstrando o altopotencial produtivo da cultivar Pérola esua capacidade de responder à adubaçãonitrogenada.

A resposta ao N é influenciada pe-los resíduos de cultura deixados na su-perfície pelo cultivo anterior, o que ex-

plica a diferença de rendimentos de grãos das duas safras. A fontede resíduos na superfície para o plantio de inverno/1999 foi a sojacultivada no verão, enquanto para o plantio de inverno/2000 foi oarroz. Portanto, com o plantio da soja no verão/1998, desenvol-veu-se no solo um ambiente de menor imobilização e maior dispo-nibilidade de N para as plantas de feijão do que no plantio deinverno/2000, onde parte do N aplicado foi consumida pela popu-lação microbiana do solo no processo de decomposição da palhadado arroz, causando, assim, um déficit de N para o feijoeiro.

Desses resultados pode-se inferir que a necessidade de Npara a adubação de cobertura do feijoeiro cultivado nestas condi-ções de plantio direto, em que os resíduos culturais forem de difí-cil decomposição (relação C:N superior a 30:1), deve ser maiorque 80 kg.ha-1 (testada no presente trabalho). A influência dosresíduos culturais deixados na superfície do solo sobre o rendi-mento das culturas é bastante reconhecida na literatura, inclusivecom indicações de que a quantidade de N nessas condições, nummesmo solo, deva ser da ordem de 20 a 25% superior (SÁ, 1999).

FONTES, DOSES E PARCELAMENTO DENITROGÊNIO EM COBERTURA

O máximo rendimento de grãos obtido foi de aproximada-mente 3.000 kg.ha-1 para o sulfato de amônio e 3.300 kg.ha-1 paraa uréia fertilizante, não havendo diferença significativa entre asduas fontes (Tabela 2), e as explicações para esse resultado são asmesmas apresentadas anteriormente para o primeiro experimen-to. Entretanto, pela análise conjunta dos dois ensaios, as fontesmostraram comportamento diferenciado em relação ao número devezes (parcelamento) em que as doses de N foram aplicadas emcobertura. O parcelamento foi significativo apenas para a uréiafertilizante (Tabela 1). A aplicação da uréia fertilizante em duasvezes, aos 15 e 30 dias, e três vezes, aos 15, 30 e 45 dae das

Feijoeiro

A eficiência dos fertilizantesnitrogenados é menor se aplicadosna superfície sem a sua imediata

incorporação ao solo.

Entretanto, a uréia em coberturapode ser tão eficiente quanto outrasfontes de nitrogênio quando ocorre

uma chuva ou se procede a umairrigação após a sua aplicação.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 3

Feijoeiro

Tabela 1. Balanço econômico e produção de grãos em função da utilização de uréia e sulfato de amônio, aplicados em superfície e incorpora-dos ao solo, na adubação nitrogenada de cobertura do feijoeiro irrigado, cultivado sob plantio direto, no inverno de 1999 e de 2000.

Produção de grãos1 Retorno bruto2 Custo da adubação3 Retorno econômico4

Safra 1999 Safra 2000 Safra 1999 Safra 2000 Safra 1999 Safra 2000 Safra 1999 Safra 2000

- - - sc. de 60 kg.ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - R$.ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Uréia Incorporado 63,3 a* 41,8 a 355 414 112 123 243 291

Superficial 68,7 a 42,0 a 625 423 93 103 532 320

Média 65,9 41,9 490 419 - - - -

S. amônio Incorporado 65,5 a 40,5 a 465 356 168 179 297 177

Superficial 65,3 a 39,3 a 455 302 150 159 305 143

Média 65,4 39,9 460 328 - - - -

Testemunha5 56,2 b 32,6 b - - - - - -

Uréia aplicada via pivô central 53 62 572 361

S. amônio aplicado via pivô central 109 118 346 184

*Letras iguais não diferem entre si, estatisticamente, pelo teste de Tukey para P < 0,05.Notas:Preço por tonelada da uréia entregue na propriedade em abril/1999 = R$ 290,00; em abril/2000 = R$ 340,00.Preço por tonelada de sulfato de amônio entregue na propriedade em abril/1999 = R$ 270,00; em abril/2000 = R$ 290,00.Preço da saca de feijão de 60 kg comercializada em setembro/1999 = R$ 50,00; em setembro/2000 = R$ 45,00.Custo operacional da aplicação superficial dos fertilizantes via pivô central = custo de energia consumida pela bomba e sua manutenção + dias/homem = R$ 0,70/ha em 1999 e R$ 0,80/ha em 2000.Para aplicação superficial em linha ao lado das plantas foi considerado um trator de 50 a 75 CV ao custo de R$ 19,00 em 1999 e R$ 19,50 em 2000,e para aplicação incorporada, um trator de 90-110 CV = R$ 22,00 em abril/1999 e R$ 23,00 em abril de 2000, com um sulcador adubador de 4 linhas= 1,2 horas/ha.Base de cálculo do custo da aplicação dos fertilizantes parcelados em duas vezes: 80 kg.ha-1 de N + custo da hora máquina alugada + mão-de-obracontratada/dia, com preços em vigor em abril/1999 e abril/2000, em Goiânia, GO.1 Representa média de seis repetições.2 Retorno bruto = (produção de grãos de cada tratamento – produção da testemunha) x preço da saca de feijão.3 Custo da adubação = custo do N + custo de aplicação.4 Retorno econômico = retorno bruto – custo da adubação.5 Sem N em cobertura.

Tabela 2. Rendimento do feijoeiro irrigado (kg.ha-1) cultivado em sistema plantio direto, em função de fontes, doses e parcelamento de N naadubação de cobertura.

Uréia fertilizante Sulfato de amônio

P11

P2 P3 Média P1 P2 P3 Média

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg.ha-1

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

0 1.840 1.985 2.026 1.950 1.997 1.892 1.925 1.938

60 2.417 2.302 2.481 2.400 2.440 2.341 2.399 2.393

90 2.615 2.882 2.781 2.760 2.544 2.703 2.545 2.597

120 2.725 3.110 3.176 3.004 2.803 3.009 3.023 2.945

150 3.095 3.345 3.497 3.312 2.728 3.073 3.193 2.998

Média 2.539 b 2.725 ab 2.792 a 2.686 2.502 a 2.604 a 2.617 a 2.575

Dose (D) ** **

Parc. (P) * ns

D x P ns ns

CV (%) 9,1 6,3

1 P1 = N aplicado uma vez em cobertura, aos 30 dias após emergência (dae); P2 = N aplicado em duas vezes, aos 15 e 30 dae; e P3 = N aplicado em

três vezes, aos 15, 30 e 45 dae.

* e ** = P < 0,05 e 0,01, respectivamente, e ns = não significativo. Médias na horizontal seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste deTukey a 5%.

Fonte de N Método

Dose de N

4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

plântulas resultou em rendimentos de grãos significativamentemaiores do que a aplicação em apenas uma vez, aos 30 dae.

Efeito significativo (P < 0,01) e positivo das doses sobre orendimento de grãos foi verificado para as duas fontes. O modelomatemático que melhor expressou esta relação do rendimento comas doses de N e o número de aplica-ções em cobertura foi a equação deregressão linear (Figura 1), demons-trando, do ponto de vista técnico, queo feijoeiro irrigado pode responder adoses de N em cobertura acima de150 kg.ha-1 e que é necessário parce-lar a dose em duas ou três vezes du-rante o ciclo. O fato de o feijoeiroirrigado responder a altas dosagensde N, conforme demonstrado nesteestudo e em outro realizado porBARBOSA FILHO & SILVA (2000),em condições muito semelhantes,também reforça a necessidade de ou-tros estudos que levem em conside-ração os aspectos econômicos da adu-bação nitrogenada de cobertura dofeijoeiro irrigado, principalmente quando cultivado em sistemaplantio direto.

ECONOMICIDADE DAS FONTES DE NITROGÊNIO

Os tratamentos com uréia fertilizante apresentaram um re-torno econômico superior em relação aos tratamentos com sulfatode amônio. O melhor retorno econômico foi obtido com a aplica-ção da uréia em superfície nos dois anos de cultivo (Tabela 1),demonstrando a importância da escolha da fonte e de se adotar omanejo adequado desta prática. Não havendo diferença entre asduas fontes de N, uréia fertilizante e sulfato de amônio, quanto àsua eficiência, e podendo estes fertilizantes ser aplicados na su-perfície do solo sem o custo de incorporação, a adoção desse ma-nejo pode resultar em uma redução significativa de custo e, conse-qüentemente, em maior renda para o produtor de feijão irrigado,como é demonstrado na Tabela 1.

Observa-se que o retorno financeiro, ou margem líquida,resultante da adubação superficial com uréia é maior, R$ 532,00por hectare na safra de 1999 e R$ 320,00 na safra de 2000, do queo retorno obtido com o uso do sulfato de amônio, também aplica-do em superfície, R$ 305,00 e R$ 143,00, respectivamente, paraas safras 1999 e 2000. O maior retorno econômico da adubação decobertura foi obtido na safra de 1999. Isto se deve ao alto rendi-mento de grãos alcançado nesta safra (68,7 sc.ha-1) e ao menorcusto da adubação em relação ao preço do feijão na época.

A aplicação superficial tanto da uréia quanto do sulfato deamônio também é mais vantajosa economicamente do que a apli-cação incorporada. Em função do custo para incorporação dessesfertilizantes, considerando um trator de 90 a 110 CV, o ganholíquido, evidentemente, foi sempre menor em relação à aplicaçãosuperficial nas duas safras (Tabela 1).

Admitindo-se os mesmos níveis de rendimento de grãosobtidos nas duas safras para a aplicação superficial das duas fon-tes, foram estimados os ganhos líquidos caso os fertilizantes fos-sem aplicados via pivô central. Observe, neste caso, que a aplica-ção desses fertilizantes nitrogenados via pivô central certamente é

ainda mais vantajosa economicamente, dado ao baixíssimo custototal desta operação, cerca de R$ 0,70 por hectare em 1999 eR$ 0,80 em 2000.

Do ponto de vista econômico, a dose de N que correspondeao maior rendimento de grãos pode não corresponder à dose mais

rentável e, portanto, não ser a maisadequada para recomendação aoprodutor. Com este propósito, foi fei-ta uma análise financeira do uso decada dose de N da uréia fertilizantee do sulfato de amônio parceladauma, duas e três vezes, consideran-do sua aplicação por via tratorizadae pivô central (Tabela 3). Observa-se, nesta tabela, que a renda líquidaaumenta com as doses de N e que ocusto da adubação de cobertura comN via pivô central é sempre menorque com aplicação tratorizada, o queresultou, por conseguinte, numamaior relação benefício/custo a fa-vor da aplicação via pivô central.

Apesar do parcelamento doN na forma de sulfato de amônio não ter sido significativo, houveaumento de aproximadamente 100 kg.ha-1 no rendimento de grãosquando as doses de N foram aplicadas em cobertura em duas e trêsvezes, respectivamente aos 15 e 30 dae e 15, 30 e 45 dae, o que, doponto de vista econômico, pode ser vantajoso, considerando o bai-xo custo de aplicação do N via pivô central (Tabela 3).

CONCLUSÕES

1. Não existe diferença em se fazer adubação nitrogenadade cobertura com uréia fertilizante ou com sulfato de amônio;

2. Não existe diferença entre as formas de aplicação: nitro-gênio incorporado ou aplicado a lanço;

3. A aplicação da uréia fertilizante na superfície do soloseguida de irrigação é a opção mais econômica de adubação decobertura do feijoeiro irrigado.

LITERATURA CITADA

BARBOSA FILHO, M.P.; SILVA, O.F. da. Adubação e calagem para ofeijoeiro irrigado em solo de cerrado. Pesquisa Agropecuária Bra-sileira, Brasília, v.35, n.7, p.1317-1324, 2000.

FOX, R.H.; HOFFMAN, L.D. The effect of fertilizer source on grainyield, N uptake, soil pH, and lime requirement in no-till corn.Agronomy Journal, v.73, p.891-895, 1981.

FOX, R.H.; KERN, J.M.; PIEKIELEK, W.P. Nitrogen fertilizer source,and method and time of application effect on no-till corn yields andnitrogen uptakes. Agronomy Journal, v.78, p.741-746, 1986.

LARA CABEZAS, W.A.R.; TRIVELIN, P.C.O. Eficiência de um coletorsemi-aberto estático na quantificação de N-NH

3 volatilizado da uréia

aplicada ao solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas,v.14, n.3, p.345-352, 1990.

SÁ, J.C.M. de. Manejo da fertilidade do solo no sistema plantio direto.In: SIQUEIRA et al. (eds.). Inter-relação fertilidade, biologia dosolo e nutrição de plantas. Lavras: SBCS/UFLA, 1999. p.297-319.

Feijoeiro

Figura 1. Rendimento do feijoeiro irrigado em função de dosese parcelamento do nitrogênio aplicado em cobertura.

3.750

3.250

2.750

2.250

1.7500 30 60 90 120 150

( ) Y = 1.967 + 6,585X (R = 0,98 )2 **

P1

( ) Y = 1.906 + 9,023X (R = 0,97 )2 **

P2

(P3) Y = 1.924 + 9,292X (R = 0,98 )2 **

Dose de nitrogênio (kg.ha )-1

Safra 2000

P1

P3

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 5

Tabela 3. Ganho líquido (R$/ha) proporcionado pela adubação de cobertura do feijoeiro irrigado com uréia e sulfato de amônio, aplicados na superfíciedo solo, via trator e pivô central.

Produção Receita marginal1 Custo adubação2 (R$.ha-1) Margem líquida3 (R$.ha-1)

(sc. 60 kg.ha-1) (R$.ha-1) Trator Pivô Trator Pivô

Uréia SA Uréia SA Uréia SA Uréia SA Uréia SA Uréia SA

Uma aplicação (P1)

60 40,3 40,7 432 332 67 108 46 88 365 224 386 24490 43,6 42,4 581 410 89 152 69 131 492 258 512 279

120 45,4 46,7 663 604 112 195 92 175 551 409 571 429150 51,6 45,5 941 548 135 239 114 218 806 309 827 330

Duas aplicações (P2)60 38,4 39,0 238 338 88 130 47 89 150 208 191 24990 48,0 45,0 673 608 111 173 70 132 562 435 603 476

120 51,9 50,2 845 838 133 217 92 176 712 621 753 662150 55,8 52,2 1.020 886 156 260 115 219 864 626 905 667

Três aplicações (P3)60 41,4 40,0 341 355 110 151 48 89 231 204 293 26690 46,4 42,4 566 465 132 195 70 133 434 270 496 332

120 52,9 50,4 863 823 155 238 93 176 708 585 770 647150 58,3 53,2 1.103 950 178 282 116 220 925 668 987 730

Notas:Rendimento da testemunha: Uréia fertilizante: P1 = 30,7; P2 = 33,1 e P3 = 33,8 sc. 60 kg.ha-1.Rendimento da testemunha: Sulfato de amônio-SA: P1 = 33,3; P2 = 31,5 e P3 = 32,1 sc. 60 kg.ha-1.Notas: Preço por tonelada da uréia = R$ 340,00 e sulfato de amônio = R$ 290,00, em abril/2000. Preço da saca de feijão de 60 kg, comercializada emsetembro/2000 = R$ 45,00.Custo operacional da aplicação dos fertilizantes via pivô central = (Custo de energia consumida pela bomba e sua manutenção + dias/homem) = R$ 0,80/haem 2000.Para aplicação superficial em linha, ao lado das plantas, foi considerado um trator de 50 a 75 CV ao custo da hora máquina alugada de R$ 19,50, perfazendo0,9 horas/ha, com preços de abril de 2000.Base de cálculo do custo da aplicação dos fertilizantes parcelados: Custo do fertilizante + custo da hora máquina alugada + mão-de-obra contratada/dia, compreços em vigor em abril/2000, em Goiânia, GO.1 Receita marginal = (produção de grãos de cada tratamento – produção da testemunha) x preço da saca de feijão.2 Custo da adubação = Custo do N + custo de aplicação.3 Margem líquida = Receita marginal – custo da adubação.

Dose N(kg.ha-1)

Feijoeiro

Estimado Dr. Yamada:

Después de unas vacaciones en Bariloche me reintegro atrabajar. Espero que Usted también haya podido tomar vacacionesy descansar con su familia.

Con respecto a la SOJA, creo que después de hablar conella hemos tratado de darle todo lo que creemos necesitaba.

Los cambios untroducidos en esta campaña fueron lossiguientes:

• Inoculación: Se preinoculó la semilla con anticipacióncon Biagro 10, Uxal CO-S-M-O de Agrevo y Vitavax (fungicida).

• Fertilización: Azufre (S) y fósforo (P), según recomen-dación análisis.

• Ensayos con Boro y Ecosin (oligoelementos).

• Sembradora: de distribución por placa, distancia entresurcos 52 cm. Y rueda compactadora de semillas, para mejorar elespaciamiento y germinación.

• Semilla: variedades de ciclo 4 cortos a 4 medianos.• Densidad: menor que años anteriores para evitar ataque

de hongos, microambiente más seco.Resultados a la vista hemos obtenido una nodulación

extraordinaria, abundante desde el principio hasta pasado R4. Losnódulos mantienen color rojo (en su mayoría hasta el final).

Hay muy poca esclerotinia y la cantidad de granos ychauchas por planteo son altos. Si sigue evolucionando así, creoque se puede esperar rindes de mas de 7.000 kg/ha.

Por primera vez hemos sembrado soja de 1º bajo riego,distintas variedades grupo 4, creo que es difícil imaginar nadamejor.

Más adelante le enviaré informaciones con todos los datos.Espero que nos visite este año y podamos recorrer juntos algo desoja y por que no algunos maíces bajo riego de 17.000 kg/ha.

En cuanto a la fertilización fosforada, estoy tratando deimplementar con Cargill una aplicación anticipada para los culti-vos de los próximos 3 años, con pagos diferidos anualmente.

Creo que las dosis de P aplicadas actualmente son bajas yno cubren los requerimientos de los rendimientos potenciales delos cultivos, con lo que un aumento de la dosis actual soluciona elproblema; como nuestros suelos no son ácidos ni contienenaluminio no va a quedar retenido en el suelo y Fernando Garcíacree que inclusive podrá mejorarse.

Bueno Dr. Yamada muchos saludos de su amigo

Johnny Avellaneda

Nota da redação: O senhor Juan (Johnny) Avellaneda é um dosmelhores produtores argentinos, como pode-se observar pelas metasbuscadas: 7 t/ha de soja e 17 t/ha de milho. É exemplo para todosnós.

CARTA DO LEITOR

6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

INTRODUÇÃO

As práticas culturais utilizadas pelo Sistema SantaFé são aquelas requeridas nos sistemas de explora-ção intensiva dos solos agricultáveis, como as uti-

lizadas pelo sistema de plantio direto. Este sistema, para entrarem equilíbrio de operacionalidade e produção, requer uma correçãoprévia das propriedades do solo.

No Sistema Santa Fé cultiva-se seqüencialmente uma a duasculturas solteiras por ano e uma última, a safrinha, consistindo deum consórcio de uma cultura precoce com uma gramínea forrageira.A exploração agrícola, nestas condições, caracteriza-se por umcultivo solteiro no início da estação chuvosa, seja de milho, sojaou arroz, e um cultivo de safrinha associada a uma forrageira,comumente a Brachiaria brizantha. Geralmente, utiliza-se comocultura de safrinha o milho, sorgo ou milheto, também realizadaem plantio direto. Como resultado tem-se, a partir do segundoano ou mais de cultivo, solos agricultáveis corrigidos, com altosníveis de fertilidade e fisicamente estruturados. Essas áreas, ini-cialmente de fertilidade comprometida, passam a apresentar altosteores de matéria orgânica, baixos níveis de acidez e elevada infil-tração de água no solo em relação às áreas onde ainda se utilizamdas práticas de cultivos tradicionais.

Este manejo do solo, que prevê o não revolvimento da ca-mada superficial, favorece um acúmulo de matéria orgânica comoresultado da preservação da camada de palhada anualmente acu-mulada na superfície, permitindo, com isso, quebra no sistemacontínuo de perda de água do solo para o ambiente por evapora-ção ou escoamento superficial. Cria-se, desse modo, um ambientepropício ao desenvolvimento da microfauna ativa, importante paraa solubilização e disponibilização dos nutrientes para os vegetaispela decomposição da matéria orgânica. Este sistema, devido aossucessivos cultivos anuais, fornece matéria orgânica, que com opassar dos anos vai se transformando em liteira e húmus, favore-cendo positivamente a estruturação do solo. Dependendo da cul-tura anterior, há um controle de pragas e doenças, seja por barrei-ras físicas ou pela qualidade nutricional da matéria orgânica pro-duzida, possivelmente favorecendo a melhoria do estado nutricionale o desenvolvimento da cultura.

FONTE DE MATÉRIA ORGÂNICA

A fonte original de matéria orgânica em solo cultivado é otecido vegetal originário dos resíduos das lavouras. Sob condiçõesnaturais, partes aéreas e raízes de gramíneas, leguminosas e ou-tras plantas nativas fornecem anualmente grandes quantidades deresíduos orgânicos. Em decorrência da colheita ou pastejo, parte

das plantas é geralmente removida dos solos cultivados restando,porém, uma porcentagem da parte aérea e totalidade das raízes aserem incorporadas. Algumas culturas ou forrageiras produzemgrandes quantidades de massa e são as preferidas para o plantiodireto (Figura 1).

Figura 1. Produção de palhadas por diferentes culturas em umLatossolo Vermelho-Escuro de Santa Helena de Goiás.

Os animais são considerados como fontes secundárias dematéria orgânica. Certas formas de vida animal, principalmenteminhocas, centopéias e formigas, desempenham também papelimportante na mudança de localização dos resíduos vegetais (FA-RIA, 1996).

À medida que estes materiais são decompostos e digeridospelos diversos tipos de organismos do solo, integram-se nos hori-zontes subjacentes através da fase líquida do solo ou por incorpo-ração física real. Ao mesmo tempo que os resíduos orgânicos sãoatacados pelos microrganismos do solo, os tecidos originais dasplantas passam a contribuir com o meio como fonte de energia oualimento, tornando-se componentes dos ciclos de decomposiçãoou transformação.

DECOMPOSIÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA

Cerca de 75%, ou talvez mais, do tecido verde dos vegetaissuperiores é composto de água. A matéria seca é composta de car-bono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e elementos minerais (Fi-gura 2) que, ao se decompor, constitui fonte de energia para osmicrorganismos e de nutrientes para as culturas (FOLSTER &KHANNA, 1997).

Os carboidratos variam em complexidade, dos simples açú-cares à celulose. As gorduras e os óleos são glicerídeos de ácidosgraxos, tais como butírico, esteárico, oléico e outros, vêm associa-dos com resinas de tipos diversos e são, de certo modo, mais com-plexos do que a maioria dos carboidratos.

Sistema Santa Fé

Arroz Sorgo Soja Brachiaria Milho Testemunha0

5

10

15

20

25

t/ha

Itamar Pereira de Oliveira1

Sérgio Renato Artiaga da Rosa2

João Kluthcouski1

PALHADA NO SISTEMA SANTA FÉHomero Aidar1

Jefferson L. da Costa1

1 Engenheiro Agrônomo, Pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa de Arroze Feijão-EMBRAPA. Telefone: (62) 533-2181. E-mail: [email protected]

2 Aluno do Curso de Pós-Graduação em Agronomia, Escola de Agronomia/UFG.E-mail: [email protected]

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 7

3%19%

35%5%

20%

15% 3%

Açúcares e Amido

HemiceluloseCelulose

Gorduras, Ceras, Taninos, etc.Ligninas

Água Solúvel SimplesProteínas Brutas

Figura 2. Composição média dos tecidos vegetais (adaptada deBUCKMAN & BRADY, 1968).

As ligninas são compostos complexos e alguns deles po-dem ser denominados estruturas de anel, muito resistentes à de-composição. Dos diversos grupos, as proteínas brutas são prova-velmente as mais complicadas. Elas contém não só carbono, hi-drogênio e oxigênio, mas também nitrogênio e elementos comoenxofre, ferro, fósforo e outros em quantidades menores. São com-postos de elevado peso molecular e muitas são de constituição des-conhecida.

O grau de decomposição diminui à medida que a relaçãoC/N aumenta. Os açúcares e proteínas solúveis na água consti-tuem exemplos de fontes de energia imediatamente disponíveispara os organismos do solo. Geralmente, as culturas no primeiroano, em ambiente rico em resíduo orgânico, exigem aplicações denitrogênio em maiores quantidades, isto porque ocorre uma compe-titividade natural pelo nitrogênio entre os microrganismos decom-positores da matéria orgânica e a planta.

Apesar das diferenças nos graus de decomposição dos di-versos compostos orgânicos, é muito surpreendente a semelhançados produtos finais de decomposição, especialmente quando háinclusão de organismos aeróbios. Sob tais condições, a maior par-cela de todos estes compostos é essencialmente submetida a umprocesso de queima ou oxidação. As frações oxidáveis das maté-rias orgânicas são principalmente compostas de carbono e de hi-drogênio, que perfazem mais da metade do peso seco.

As proteínas vegetais e compostos afins fornecem outrosprodutos muito importantes na decomposição, além de dióxido decarbono e água. Decompõem-se, por exemplo, em amidas eaminoácidos de diversos tipos, ficando a marcha de decomposi-ção na dependência das condições reinantes. Bactérias, fungos,actinomicetos e outros organismos do solo reúnem-se nas trans-formações, incorporando parte do nitrogênio aos seus própriostecidos, à medida que se processa a digestão (BUCKMAN &BRADY, 1968).

Algumas das proteínas podem combinar-se com a ligninae outros compostos resistentes e tornar-se parte do húmus do solo.Formados os aminoácidos, podem eles ser imediatamentehidrolisados, formando dióxido de carbono, compostos de amônioe outros produtos. Pelo processo de nitrificação, os compostos deamônio podem ser modificados para nitratos, forma em que os

vegetais superiores se apoderam do seu nitrogênio em grandesproporções (BUCKMAN & BRADY, 1968).

PRODUTIVIDADE E RESTOS CULTURAIS

Todos os trabalhos do Sistema Santa Fé têm levado emconsideração a Brachiaria brizantha, isto porque esta forrageirapermite uma boa integração agricultura e pecuária. As culturasestacionais são estabelecidas com a finalidade de produzir grãos,as culturas de safrinhas com o objetivo de produzir forragem prin-cipalmente, mas também podem ser utilizadas para produção degrãos. Outro fato importante está na produção de massa verdedesta Brachiaria, que tem sido tão produtiva quanto as culturasde sorgo e milho (Figura 1).

É importante obter culturas alternativas para esse sistema,porque a repetição da mesma cultura no mesmo local tem acarre-tado problemas de redução na produtividade, pois há fatores quesupostamente variam entre alelopatia e aparecimento de pragas edoenças (Figura 3).

Figura 3. Produtividade da soja cv FT – Lider em diferentes cultu-ras em sucessão em Maracaju, MS (Briz./soja = soja sobreB. brizantha, milho/soja = soja após milho, Dec./soja = sojasobre B. decumbens, soja/soja = monocultivo de soja).

Trabalhos realizados pela Embrapa Arroz e Feijão têm mos-trado que o arroz cultivado ano após ano pode sofrer reduções deaté 60% na produtividade no segundo ano. BROCH et al. (1997)observaram que as sucessões Brachiaria brizantha/soja, milho/soja e Brachiaria decumbens/soja apresentaram produções maio-res que a sucessão soja/soja. A importância desses resultados estána diferença entre as produções de soja obtida nas três primeirassucessões com a sucessão soja/soja; mesmo a soja sendo uma cul-tura favorecida pela sua própria capacidade em fixar nitrogênio eteoricamente apresentar uma relação C/N baixa, a produtividadefoi reduzindo à medida que se repetia a cultura da soja. Por outrolado, considerando que a soja apresenta uma baixa produção deresíduo (Figura 1) e uma rápida decomposição da matéria orgâni-ca, o solo vai ficar muito tempo sem a proteção de cobertura, favo-recendo o escoamento superficial de água e contribuindo com aerosão laminar. Isto compromete a fertilidade na camada superfi-cial do solo e a presença de microrganismos saprófitas benéficosao desenvolvimento das culturas subseqüentes.

A qualidade das palhadas produzidas pela Brachiariabrizantha pode ser observada nas sucessões de culturas realizadasno Sistema Santa Fé em Santa Helena de Goiás (Figura 4). As

Sistema Santa Fé

Briz./soja milho/soja Dec./soja soja/soja500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

kg/h

a

aab ab

b

8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

Núm

ero

de fu

ngos

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e so

lo

Arroz

Milho

B. ruz

izien

sis

B. briz

antha Soja

0

2

4

6

8

10

12

14

16

TEST. - Rhizoctonia Marmelada

Figura 6. Incidência de propágulos de Fusarium solani no feijoeirosob diferentes tipos de palhada.

Figura 7. Incidência de fungos do gênero Fusarium solani no feijoeirosob diferentes tipos de palhada (COSTA & SILVEIRA,1997).

COSTA & SILVEIRA (1997), estudando a incidência defungos da espécie Rhizoctonia solani em pastagem onde se desen-volvia o Capim Marmelada (Brachiaria plantaginea), verifica-ram também menor incidência desse fungo (Figura 8). Em outrotrabalho, onde se estudou a presença do fungo Rhizoctonia solanina cultura do feijoeiro desenvolvida sobre resíduos de diferentesculturas, verificou-se que as menores incidências desse fungo ocor-reram em áreas onde se cultivava o feijoeiro após Brachiariaruziziensis, Brachiaria brizantha e soja (Figura 9).

Figura 8. Presença de fungo Rhizoctonia solani em áreas de pasta-gem de Capim Marmelada (COSTA & SILVEIRA, 1997).

maiores produções de grãos foram obtidas nos sistemas onde secultivava esta forrageira.

Figura 4. Rendimento do feijoeiro sobre diferentes palhadas, Fazen-da Santa Fé, Santa Helena de Goiás, GO. Cultura de in-verno 2000 (Ar. = arroz, Sor. = sorgo, Brac. = braquiária,Mil. = milho, Soj. = soja).

PALHADAS E INCIDÊNCIA DE DOENÇAS

Na mesma área de Santa Helena de Goiás foi avaliada aincidência de mofo branco do feijoeiro sobre diferentes palhadas.As menores incidências desse fungo foram observadas quando acultura do feijoeiro foi desenvolvida sobre palhada de Brachiariabrizantha e Brachiaria ruziziensis (Figura 5).

Figura 5. Incidência do mofo branco sobre diferentes palhadas. Fa-zenda Santa Fé, Santa Helena de Goiás, GO. Cultura deinverno 1999 (Briz. = Brachiaria brizantha, Ruz. =Brachiaria ruziziensis).

COSTA & SILVEIRA (1997) estudaram o desenvolvimen-to do Fusarium solani no feijoeiro quando cultivado após váriasculturas e/ou forrageiras. A incidência de propágulos apósBrachiaria brizantha foi menor que no tratamento controle, mos-trando a importância da braquiária no controle desse fungo (Figu-ra 6). Outra observação importante foi realizada com o feijoeiroquando se contou o número de fungos em pastagens onde ocorriao Capim Marmelada da espécie Brachiaria plantaginea. Mesmosendo um campo de forrageira natural, observou-se baixa inci-dência de Fusarium (Figura 7).

Sistema Santa Fé

Ar. Sor. Sor.+Brac. Mil. Mil+Brac. Soj. Soj.+Brac. Brac.500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

kg/h

a

Soja Milho Arroz Milho+Briz. Milho+Ruz.0

1

2

3

4

5

6

Ava

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mof

o br

anco

0

1.000

2.000

3.000

PP

G

Arroz Milho Milheto Brachiaria Controle

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 9

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90N

úmer

o de

fung

os/g

de

solo

Arroz

Milh

o

B. ruz

izien

sis

B. briz

anth

aSoja

178 20

923

3.021

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

Rec

icla

gem

de

nutr

ient

es (

g.ha

-1)

Zn Cu Mn Fe

Figura 9. Incidência de fungos do gênero Rhizoctonia solani nofeijoeiro sob diferentes tipos de palhada (COSTA &SILVEIRA, 1997).

RECICLAGEM DE NUTRIENTES

Resultados obtidos em Piracanjuba, GO, mostraram que umapastagem de Brachiaria brizantha, onde se tem seis toneladas dematéria seca disponível, pode reciclar, com o material naquelemomento, com a sua incorporação, aproximadamente 62, 12, 110,13 e 12 kg.ha-1 de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e magnésio(Figura 10) e 178, 20, 923 e 3.021 g.ha-1 de zinco, cobre, manganêse ferro (Figura 11), respectivamente (MAGALHÃES, 1997).

Figura 10. Quantidades médias de macronutrientes reciclados pelaBrachiaria brizantha em uma pastagem reformada peloSistema Barreirão (Hidrolândia, GO).

Figura 11. Quantidades médias de micronutrientes reciclados pelaBrachiaria brizantha em uma pastagem reformada peloSistema Barreirão (Hidrolândia, GO).

61,61

12,08

109,61

12,72 12,17

0

20

40

60

80

100

120

Rec

icla

gem

de

nutr

ient

es (

kg.h

a-1

)

N P K Ca Mg

Os solos de cerrado geralmente são pobres em minerais.Nas condições da área trabalhada, a mata original apresentava-seácida, com baixos teores de cálcio, magnésio, fósforo e pobre emmatéria orgânica. Observando as quantidades de nutrientes arma-zenadas na Brachiaria brizantha pode-se concluir que com estaforrageira pode-se fazer boa reciclagem de nutrientes.

MATÉRIA ORGÂNICA INCORPORADA EDENSIDADE DO SOLO

Os solos de cerrado geralmente apresentam teores dematéria orgânica em torno de 1%. Raramente são encontradossolos com 2% de matéria orgânica. Contudo, é comum encontrarsolos com teores de matéria orgânica acima de 4% onde se realizaplantio direto (Figura 12). Considerando um solo com densidadede 1,45 kg.dm-3 e 28 g.kg-1 de matéria orgânica, verificou-se umi-dade do solo em torno de 15%, e em outro solo com a mesmadensidade de 1,45 kg.dm-3 e 41 g.kg-1 de matéria orgânica verifi-cou-se umidade aproximada de 25%. Esta quantidade de água amais no solo arável é o bastante para uma cultura resistir melhor aum período de estiagem durante o seu período de crescimento.

Figura 12. Variação no teor de umidade do solo em função do teor dematéria orgânica e da densidade do solo.

LITERATURA CITADA

BROCH, D.L.; PITOL, C.; BORGES, E.P. Integração Agricultura Pecuária:Plantio da soja sobre pastagem na integração agropecuária. Maracaju:Fundação MS para Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuárias, 1997.24p. (FUNDAÇÃO MS. Informativo Técnico, 01).

BUCKMAN, H.O. & BRADY, N.C. Natureza e propriedade do solo. SãoPaulo: Livraria Freitas Bastos S.A., 1968. 594p.

COSTA, J.L.S.; SILVEIRA, P.M. Influência dos métodos de preparo do solo erotação de culturas na ocorrência de podridões radiculares de feijoeiro.Fitopatologia Brasileira, v.22, p.258, 1997.

FARIA, C.D. Caracterização de termiteiros em pastagem cultivada do Dis-trito Federal: avaliação das relações com o solo adjacente e mapeamentoda probabilidade de ocorrência. Brasília, DF, 1996. 92p. Dissertação(Mestrado) – Universidade de Brasília.

FOLSTER, H. & KHANNA, P.K. Dynamics of nutrient supply in plantationsoils. In: NAMBIAR, S.E.K. & BROWN, A.G. (ed.). Management of Soil,Nutrients and Water in Tropical Plantation Forests, 1997. 571p.(ACIAR Monograph No. 43).

MAGALHÃES, R.T. Evolução das propriedades físicas e químicas de solossubmetidos ao manejo pelo Sistema Barreirão. Goiânia, 1997. 86p. Dis-sertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás.

Sistema Santa Fé

y = - 0,0021x2 + 0,1032x + 0,2343

R2 = 0,9881

y = - 0,0033x2 + 0,1413x + 0,088

R2 = 0,958

1,2

1,25

1,3

1,35

1,4

1,45

1,5

1,55

1,6

1,65

12 15 18 21 24 27 30

Umidade (%)

Den

sida

de d

o so

lo (

kg.d

m-3

)

2,8 % MO 4,1% MO

10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

DIVULGANDO A PESQUISA

1. MAIZE RESPONSE TO TIME OF NITROGENAPPLICATION AS AFFECTED BY LEVEL OFNITROGEN DEFICIENCY

BLINDER, D.L.; SANDER, D.H.; WALTERS, D.T.Agronomy Journal, v.92, p.1228-1236, 2000.

Fine tuning current best nitrogen management practices,such as delayed N application to maize (Zea mays L.), is neededto improve fertilizer recommendations. This study was conductedto determine the relationship between relative maize N deficiencyand time of N application. Levels of N deficiency were establishedby applying different rates of N fertilizer. Additional N was appliedto each level of N deficiency at eight growth stages ranging fromearly vegetative growth to late reproductive growth. Chlorophyllmeter readings were taken before each N application as a measureof maize N deficiency. A N sufficiency index (SI) was calculatedbased on the relationship between N-deficient and non-deficientmaize.

Delaying N application to the six-leaf stage resulted innearly a 12% decrease from maximum grain yield when the SIwas below 0.90, indicating N deficiency can be severe enough toprevent full recovery when N is side dressed (Figure 1). The greaterthe N deficiency, the earlier N had to be applied to obtain maximumgrain production. Grain yield was depressed when N was appliedat R3 for slightly N-deficient maize. The potential benefit of lateseason N application depends on the degree of N deficiency. Apredictive function was developed in order to determine if Nfertilizer application would be warranted given the SI and time ofN application.

2. CALCÁRIO E POTÁSSIO PARA A CULTURA DE SOJA

MASCARENHAS, H.A.A.; TANAKA, R.T.; CARMELLO,Q.A.C.; AMBROSANO, G.M.B. Scientia Agricola, v.57, n.3,p.445-449, 2000.

Durante três anos agrícolas foi conduzido um experimentoem Latossolo Vermelho-Escuro álico, textura argilosa, em Mococa,SP, para estudar o efeito da aplicação de doses de calcário dolomí-tico (0, 3, 5 e 7 t.ha-1) e de potássio ( 0, 150, 300, 450 e 600 kg.ha-1

de K2O na forma de KCl) sobre a produtividade da soja. Os dois

insumos foram aplicados a lanço e incorporados ao solo. Foramutilizados os cultivares IAC-17 e FT-2, ambos com 110 dias deciclo, cujas sementes foram inoculadas com Bradyrhizobiumfixador do N atmosférico.

Na análise conjunta, verificou-se que a máxima eficiênciatécnica seria obtida com 383 e 441 kg.ha-1 de K

2O, em associação,

respectivamente, com 3,5 e 7 t.ha-1 de calcário, e também quandoas relações de (Ca + Mg)/K foram, em média, de 14 a 23 no solo.A produtividade do cv. FT-2 sempre foi maior do que a doIAC-17, exceto na ausência da adubação potássica. As produtivi-dades máximas de 2.384 e 1.786 kg.ha-1 foram obtidas para oscultivares FT-2 e IAC-17 com a adubação de 450 e 370 kg.ha-1 deK

2O, respectivamente. Com os mesmos 370 kg.ha-1 de K

2O apli-

cados no cv. IAC-17 seriam obtidos 2.354 kg.ha-1 com o cv. FT-2,o que é indicativo da maior eficiência deste genótipo na utilizaçãodo nutriente potássico aplicado.

3. ESTUDO DA INFLUÊNCIA DOS TEORES FOLIARESDE MACRONUTRIENTES EM FOLHAS DE LIMOEI-RO SOBRE A PRODUTIVIDADE

CRESTE, J.E.; TIRITAN, C.S.; MINCA, J.C.; CRESTE,A.L.T.; ALMEIDA, E.L.P. de. In: FERTBIO/2000 – BIODI-NÂMICA DO SOLO, Santa Maria, 2000. Resumos... SantaMaria: SBCS/SBM, 2000. p.136.

No Brasil, a cultura do limoeiro (Citrus limon (L.) Burman)tem sido pouco estudada em relação às suas necessidadesnutricionais, uma vez que a maioria dos trabalhos relacionados àcitricultura referem-se à cultura da laranjeira, sendo então estesdados extrapolados para o limoeiro. Uma forma de diagnosticardesequilíbrios, deficiências e/ou excessos nutricionais nestas cul-turas tem sido através da diagnose foliar, e a interpretação de seusresultados é feita utilizando-se os padrões nutricionais estabeleci-dos basicamente para as laranjeiras. O presente trabalho foi de-senvolvido tomando-se resultados de análises químicas de folhas(N, P, K, Ca, Mg, S). Com base nos dados existentes e utilizando-se apenas de plantas com idade igual ou superior a cinco anos,efetuou-se a classificação destes em relação à sua situação nutri-cional, utilizando-se para isso dos padrões estabelecidos peloGPACC (1994), separando-se cada nutriente individualmente emtrês categorias nutricionais (deficiente, adequado e elevado).

Os resultados mostraram diferenças significativas para osparâmetros estudados, indicando necessidade de reavalição de pa-drões próprios de macronutrientes para a cultura do limoeiro, prin-cipalmente para nitrogênio, potássio, cálcio e magnésio.

20 40 60 80 100

110

100

90

80

70

60

50

SI = 0.95

S I = 0.85

S I = 0.75

S I = 0.65

V 2 V 8 V 12 VT R 3

Per

cent

of m

axim

um m

aize

yie

ld (

%)

Y = 121 - 22 .5 (S I) - 1.4 (DA E ) + 1.5 (S I)(D AE ) R = 0.71** NS ** ** 2

Tim e of N applica tion (DAE)

Figure 1. Effect of time of N application on percent of maximummaize grain yield as influenced by N sufficiency index(SI) at Mead, NE (1993-1994).** Denotes significance of regression coefficients atthe 0.01probability level.NS = not significant.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 11

5. SOYBEAN YIELD AND NUTRIENT COMPOSITION ASAFFECTED BY EARLY SEASON FOLIAR FERTILIZA-TION

HAP, M.U.; MALLARINO, A.P. Agronomy Journal, v.92,p.16-24, 2000.

The response of soybean [Glycine max (L.) Merr.] to foliarfertilization during early growth stages has received little attention.Recent Iowa research showed a 15% probability of positive yieldresponse to a 3-15-8 (N-P-K) fertilizer applied at the V5 growthstage. This study evaluated the effects of fertilizers varying inN-P-K ratio on soybean grain yield and tissue nutrient composition.Twenty-seven field trials were conducted in soils that tested at orabove optimum soil P and K levels for soybean. Six treatmentsincluded a control and nonfactorial combinations of rates andapplication frequency of 28 to 56 L ha-1 of 3-8-15, 10-4-8, and8-0-7 fertilizers sprayed at the V5 stage. Differences betweentreatments were inconsistent across sites. Some or all treatmentsincreased or decreased yields significantly at six sites. The meanyield increase or decrease for responsive sites was 400 kg ha-1.The 3-8-15 fertilizer caused no leaf damage and other fertilizerscaused little or no damage, although the damage was not clearlyrelated with yield decreases. Analyses by site showed thatfertilization seldom increased tissue N-P-K composition, nutrientuptake, photosynthesis, or plant weight measured at the R2 growthstage. Multivariate analyses across sites showed that 27% of thevariation in yield response was explained by a combination of N,P, and K availability, vegetative growth, and rainfall. Positive yieldresponses tended to occur when soil or weather conditions reducedplant growth and nutrient availability. Foliar fertilization acrossall conditions will no offset the application costs.

Conclusions:

Foliar fertilization of soybean with macronutrients at earlygrowth stages increased yield at some sites, decreased yield at

4. PREDICTING BORON ADSORPTION BY SOILS USINGSOIL CHEMICAL PARAMETERS IN THE CONSTANTCAPACITANCE MODEL

GOLDBERG, S.; LESCH, S.M.; SUAREZ, D.L. Soil ScienceSociety of America Journal, v.64, p.1356-1363, 2000.

The constant capacitance model, a chemical surfacecomplexation model, was applied to B adsorption on 17 soilsselected for variation in soil properties. A general regression modelwas developed for predicting soil B surface complexation constantsfrom easily measured soil chemical characteristics. These chemicalproperties were cation-exchange capacity (CEC), surface area,organic carbon content (OC), and inorganic carbon content (IOC).The prediction equations were used to obtain values for B surfacecomplexation constants for 15 additional soils, thereby providinga completely independent evaluation of the ability of the constantcapacitance model to fit B adsorption. The model was well able topredict B adsorption on the 15 soils. Incorporation of theseprediction equations into chemical speciation-transport models willallow simulation of soil solution B concentrations under diverseenvironmental and agricultural conditions without the requirementof soil specific adsorption data and subsequent parameteroptimization.

others, but did not affect yield at most sites. Although differencesbetween treatments were inconsistent across sites and years, a singleapplication of 28 L ha-1 of the 3-8-15 fertilizer was a successful asother fertilizer mixtures or rates in increasing yields and did notproduce leaf injury. The infrequent positive yield response couldpossibly be explained by the mostly optimum or above-optimumsoil test P and K of the soils. Multivariate and regression analysesacross sites showed that 27% of the variation in yield responseswas explained by a complex combination of plant growth, N, P,and K uptake, and rainfall in July. Yield responses are more likelywhen all these variables are low. Reduced growth and P or K uptakewere not necessarily related to low soil-test P and K, however,because soils of two responsive sites tested within or above valuesconsidered optimum for soybean. The negative responses at somesites were not related to leaf injury and could not be explained.Use of foliar fertilization of soybean at early growth stages acrossall production conditions will seldom result in average yieldresponses that would offset application costs. The probability ofresponses is increased by soil or weather conditions that reducegrowth and soil nutrient availability early during the growingseason.

6. DOSES CRESCENTES DE SULFATO DE COBRE EOXICLORETO DE COBRE NO PLANTIO DO CAFE-EIRO EM SOLO LVAh

BARROS, U.V.; MATIELLO, J.B.; BARBOSA, C.M. In:CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS,23., Manhuaçu, 1997. Trabalhos apresentados... Rio de Ja-neiro, MAA/PROCAFÉ/PNFC, 1997. p.39-40.

Verificou-se que a adubação com cobre via solo apresentouum aumento de produção de 36% em relação à testemunha. Equando se fez a adubação com cobre via foliar o aumento foi se-melhante (31%). Quanto à fonte e à dose, observou-se a maiorprodução com oxicloreto de cobre na maior dose (4 g/cova) segui-do do sulfato de cobre, também na maior dose (10 g/cova).

Com relação ao enraizamento, o cobre, tanto via solo comofoliar, aumentou em média 73% o comprimento das raízes.

Verificou-se, ainda, que a aplicação de cobre, nos dois mo-dos e nas melhores doses, influenciou positivamente o tamanhodos grãos, dando, em média, 83% de peneira 16 acima contra76% da Testemunha.

O teor de cobre foliar encontrado pela análise aumentoucom as doses usadas via solo, sendo superior nas aplicações viafoliar, o que pode estar relacionado à sua melhor absorção, semafetar positivamente a produção, podendo ser resultado, também,de resíduos dos produtos remanescentes sobre a folhagem.

Conclui-se que:

a) O suprimento de cobre pode ser feito, com a dose corre-ta, tanto por via solo, incorporando no preparo da cova de plantio,como por via foliar.

b) A fonte mais eficiente foi o oxicloreto de cobre, nos doismodos, principalmente via foliar.

c) A carência de cobre é séria no tipo de solo LVAh, naZona da Mata-MG, e sua correção, principalmente em plantiosadensados, deve iniciar-se pela cova de plantio, com possibilidadede complementação foliar, visto que nessa condição as pulveriza-ções são dificultadas pelo fechamento.

12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

9. EVALUATION OF ZINC SEED TREATMENTS FORRICE

SLATON, N.A.; WILSON JR., C.E.; NTAMATUNGIRO, S.;NORMAN, R.J.; BOOTHE, D.L. Agronomy Journal, v.93,p.152-157, 2001.

Zinc seed treatments for rice (Oriza sativa L.) werepreviously evaluated as an alternative to soil-applied Zn.Recommendations concerning the effectiveness of Zn seedtreatments were never clearly stated. Our objectives were to evaluatethe utility of Zn seed treatments for supplying Zn to rice grown onsoils prone to Zn deficiency. In 1998, a study with three cultivarscompared Zn-treated seeds [2.8 g Zn (kg seed)-1)] with a controland 11 kg Zn ha-1 as ZnSO

4 applied to the soil. Because tissue Zn

concentration did not differ among cultivars, a single cultivar,Drew, was used in studies at two locations in 1999. The controland the soil-applied Zn were compared with seeds that were treatedwith three rates of ZnSO

4 and ZnEDTA (ethylenediaminetetraacetic

acid). Analysis showed net seed concentrations of 1.0, 2.2, and4.7 g Zn (kg seed)-1 as ZnSO

4 and 1.4, 2.8, and 5.7 g Zn (kg

seed)-1 as ZnEDTA. In 1998, neither visual Zn deficiency symptomsnor significant yield differences were observed among treatments.Soil-applied Zn and Zn seed treatments increased tissue Znconcentration by 11.9 and 4.7 mg Zn kg-1, respectively, above thatof the control (19.7 mg Zn kg-1). In 1999, Zn deficiency occurredat both locations. Measurements of dry matter, tissue Znconcentration, and grain yield showed that Zn-treated seedperformed equal to or better than soil-applied Zn (Table 1). Thesedata suggest that seed Zn concentrations between 2.2 to 5.7 g Zn(kg seed)-1 are an economical alternative to soil-applied Zn.

Table 1. Effect of Zn seed treatment source and rate on rice grain yield andharvest grain moisture compared with an untreated and standardcheck in 1999 (data averaged across two locations).

Zinc treatment Grain yield Grain moisture

kg ha-1 g.ha-1

Control 6154 19811 kg Zn ha-1 PPI* 7590 1871.0 g Zn-ZnSO

4 (kg seed)-1** 7051 179

2.2 g Zn-ZnSO4 (kg seed)-1 7257 174

4.7 g Zn-ZnSO4 (kg seed)-1 7893 171

1.4 g Zn-EDTA (kg seed)-1 7430 1702.8 g Zn-EDTA (kg seed)-1 7785 1765.7 g Zn-EDTA (kg seed)-1 7413 172

LSD (0.05) 726*** 16***

* Standard check. PPI, preplant incorporated.** Seeding rate for all treatments was 120 kg ha-1 seed.*** Significant at the 0.001 probability levels.

8. ANATOMIA DE ÁPICES RADICULARES DE FEIJÃOcv. CARIOCA SUBMETIDOS A NÍVEIS DE BORO EMSOLUÇÃO NUTRITIVA

MORAES-DALLAQUA, M.A.; BELTRATI, C.M.; RODRIGUES,J.D. Scientia Agricola, v. 57, n.3, p.425-430, 2000.

Foram estudadas as alterações anatômicas em ápicesradiculares do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L. cv. Carioca), quandosubmetidos a diferentes níveis de boro em solução nutritiva. Atravésde um experimento inteiramente casualizado, foram realizados três

7. FRAÇÕES DE BORO E ÍNDICES DE DISPONIBILIDA-DE EM SOLOS DO ESTADO DE CEARÁ

FERREYRA, F.F.H.; SILVA, F.R. Revista Brasileira de Ciên-cia do Solo, v.23, p.227-236, 1999.

Em 29 amostras superficiais (0-20 cm) de solos do Estadodo Ceará foram determinadas diferentes frações de boro e estabe-lecidas relações com algumas propriedades do solo e com o borosolúvel, usado como índice de disponibilidade para as plantas. Asfrações de boro foram analisadas, seguindo-se um esquema defracionamento seqüencial. Determinaram-se o boro solúvel emágua (B-Sol), o boro não especificamente adsorvido (B-NEsAd),o boro especificamente adsorvido (B-EsAd), o boro associado aóxidos de Mn (B-OxMn), o boro associado a óxidos de Fe e Al amorfo(B-OxFeA) e a óxidos de Fe e Al cristalino (B-OxFeC), e o bororesidual (B-Res). Também foram determinados o boro total (B-To-tal) e o solúvel em três extratores: água quente, HCl 0,05 mol.L-1 emanitol 0,05 mol.L-1 + CaCl

2 0,01 mol.L-1. O teor de boro total nos

solos variou de 10,5 a 24,0 mg.kg-1 (média de 14,4 mg.kg-1).As frações B-Sol, B-NEsAd e B-EsAd apresentaram teores

entre 0,05 e 0,79 mg.kg-1, representando entre 0,3 e 4,4% do B-Total. Dentre os óxidos houve predominância do B-OxFeC (mé-dia de 4,4 mg.kg-1) com teores uma a duas vezes superiores aos deB-OxFeA (média de 2,72 mg.kg-1). Na maioria dos solos a fraçãopredominante foi o B-Res (média de 6,22 mg.kg-1), ocluso em mi-nerais silicatados, com teores que variaram de 19,6 a 70,7% doB-Total. Os valores de B disponível, nos três extratores, corre-lacionaram-se de forma altamente significativa entre si e com asfrações B-Sol, B-NEsAd e B-EsAd. A matéria orgânica e a argilaforam as propriedades que se correlacionaram melhor com oB-Sol, B-NEsAd e B-EsAd. Conclui-se que:

• As frações de B predominantes nos solos são: o B residualou associado a minerais silicatados do solo (19,6 a 70,7% do B-Total); o B associado a óxidos de Fe e Al cristalinos (18,3 a 46,7%do B-Total); o B associado a óxidos de Fe e Al amorfos (6,4 a 30% do B-Total) e o B associado a óxidos de Mn (0,65 a 10,69% do B-Total);

• As frações de B solúvel, B não especificamente adsorvidoe B especificamente adsorvido encontram-se em pequenas quanti-dades no solo, constituindo entre 0,32 e 4,43% do B-Total;

• O boro solúvel em água é influenciado principalmentepelo conteúdo de matéria orgânica do solo, enquanto as frações doboro não especificamente adsorvido e do boro especificamenteadsorvido são influenciadas, além da matéria orgânica, pelos con-teúdos de argila e dos óxidos de ferro e alumínio do solo;

• O boro extraído por água quente, HCl 0,05 mol.L-1 emanitol representa principalmente o boro das frações solúvel emágua e não especificamente adsorvido ou trocável (fator intensi-dade), em menor proporção, o boro das frações especificamenteadsorvido ou complexado na matéria orgânica e o ligado a óxidosde manganês (fator quantidade).

tratamentos como se segue: T1 0,50 mg.L-1 de boro (testemunha); T

2

0,25 mg.L-1 de boro (nível intermediário); T0 omisso em boro; sendo

feitas amostragens em três estádios sucessivos de desenvolvimentoda planta, no decorrer de seu ciclo. As alterações foram avaliadasefetuando-se secções longitudinais de ápices radiculares, sendo ana-lisados comparativamente por meio de estudo cito-histológico com oemprego de microscópio de luz. Considerando como testemunha asplantas submetidas ao nível de 0,50 mg.L-1 de boro na solução nutri-tiva, pôde-se verificar que a omissão desse micronutriente, na solu-ção nutritiva, provocou inibição da divisão e alongamento celular,hipertrofia de células, desorganização de elementos vasculares emraiz, impedindo que a planta completasse seu ciclo, morrendo aoredor do 55o dia após o transplante. O nível de 0,25 mg.L-1 de boro,na solução nutritiva, embora tenha provocado desorganização noápice radicular, não impediu o desenvolvimento da planta.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 13

10. SOIL STRUCTURE AND ORGANIC MATTER: I.DISTRIBUTION OF AGGREGATE-SIZE CLASSESAND AGGREGATE-ASSOCIATED CARBON

SIX, J.; PAUSTIAN, K.; ELLIOTT, E.T.; COMBRINK, C.Soil Science Society of America Journal, v.64, n.2, p.681-689, 2000.

Cultivation reduces soil C content and changes thedistribution and stability of soil aggregates. We investigated theeffect of cultivation intensity on aggregate distribution andaggregate C in three soils dominated by 2:1 clay mineralogy andone soil characterized by a mixed (2:1 and 1:1) mineralogy. Eachsite had native vegetation (NV), no-tillage (NT), and conventionaltillage (CT) treatments. Slaked (i.e., air-dried and fast-rewetted)and capillary rewetted soils were separated into four aggregate-size classes (<53, 53-250, 250-2000, and > 2000 µm) by wet sie-ving.

In rewetted soils, the proportion of macroaggregatesaccounted for 85% of the dry soil weight and was similar acrossmanagement treatments. In contrast, aggregate distribution fromslaked soils increasingly shifted toward more microaggregates withincreasing cultivation intensity. In soils dominated by 2:1 claymineralogy, the C content of macroaggregates was 1.65 timesgreater compared to microaggregates.

These observations support an aggregate hierarchy in whichmicroaggregates are bound together into macroaggregates byorganic binding agents in 2:1 clay-dominated soils. In the soilwith mixed mineralogy, aggregate C did not increase withincreasing aggregate size. At all sites, rewetted macro-andmicroaggregate C and slaked microaggregate C differed in theorder NV > NT > CT. In contrast, slaked macroaggregate Cconcentration was similar across management treatments, exceptin the soil with mixed clay mineralogy. We conclude that increasingcultivation intensity leads to a loss of C-rich macroaggregates andan increase of C-depleted microaggregates in soils that expressaggregate hierarchy.

12. MANEJO DO SOLO E O RENDIMENTO DE SOJA, MI-LHO, FEIJÃO E ARROZ EM PLANTIO DIRETO

KLUTHCOUSKI, J.; FANCELLI, A.L.; DOURADO-NETO,D.; RIBEIRO, C.M.; FERRARO, L.A. Scientia Agricola,v.57, n.1, p.97-104, 2000.

O sistema de plantio direto tem sido adotado expressiva-mente por agricultores do cerrado brasileiro. Contudo, seu usocontinuado em regiões tropicais, com insuficiência de coberturado solo e sucessivas adubações superficiais, pode resultar em alte-rações nos parâmetros do solo, como compactação e acúmulo denutrientes na superfície, e na baixa expressão do potencial produ-tivo das culturas. O presente estudo teve como objetivo principalverificar o efeito de quatro sistemas de manejo de solo (plantiodireto; grade aradora; escarificação profunda e aração profunda)associados com três níveis de adubação fosfatada e potássica (semadubação, recomendação oficial e equivalente à exportação pelascolheitas) sobre o rendimento das culturas de milho, soja, feijão earroz em área submetida a plantio direto durante oito anos. Osexperimentos com soja, milho, arroz e feijão foram conduzidosem um Latossolo Roxo eutrófico no esquema de faixas e delinea-mento de blocos completos casualizados, com quatro repetições.Avaliou-se ainda o rendimento de grãos.

Não houve resposta da soja aos diferentes manejos do solonem aos níveis de adubação. Já a aração profunda resultou nosmaiores rendimentos de milho, arroz e feijão, sendo intermediá-rios os efeitos devidos à escarificação. Exceto para o feijão, nestasculturas também não se verificou efeito da adubação.

11. VARIABILIDADE HORIZONTAL DE ATRIBUTOS DEFERTILIDADE E AMOSTRAGEM DO SOLO NO SIS-TEMA PLANTIO DIRETO

SCHLINDWEIN, J.A.; ANGHINONI, I. Revista Brasileirade Ciência do Solo, v.24, p.85-91, 2000.

As adubações a lanço, quando desuniformes, ou as em li-nhas, no sistema plantio direto, aumentam a variabilidade dos atri-butos químicos do solo. Nestas condições, há necessidade de sesaber qual a melhor forma e o número de subamostras por coletapara uma boa representatividade da fertilidade da área a ser culti-vada. O objetivo deste estudo foi quantificar a variabilidade hori-zontal de atributos de fertilidade do solo no sistema plantio diretocom diferentes modos de adubação e tempos de cultivo, com vis-tas em definir o número de subamostras necessárias para formaruma amostra representativa da fertilidade do solo de uma área.Foram coletadas, em novembro de 1997, 36 amostras simples,com pá de corte, na camada de 0-10 cm, de forma diferenciadanas adubações a lanço (5 a 10 cm, espessura da fatia e largura) eem linhas (5 cm de espessura da fatia pela largura das entrelinhasde semeadura da última cultura), em oito lavouras comerciais naregião noroeste do Rio Grande do Sul.

O número mínimo de subamostras para estimar com boarepresentatividade (α = 0,05 e erro em relação à média de 10%) opH, o índice SMP e o teor de matéria orgânica foi baixo (menor doque 8) e alto (maior do que 40) para fósforo e potássio (Mehlich-1). O número de subamostras indicado para o sistema convencio-nal (20) pode ser usado no sistema plantio direto, desde que sejaadmitido um erro de 20% em relação à média.

Desde que a representatividade do sítio de coleta seja aten-dida, como adotado neste trabalho, utilizando pá de corte na cole-ta das amostras com 5 e 10 cm de espessura e largura, respectiva-mente, na adubação a lanço, e 5 cm de espessura pela largura daentrelinha, na adubação em linhas, conclui-se que, no sistema plan-tio direto:

• A variabilidade horizontal dos atributos de fertilidade dosolo não se relaciona com os teores no solo e tempo de cultivo;

• A variabilidade é baixa para matéria orgânica, pH emágua e índice SMP e alta para potássio e fósforo disponíveis;

• Pequeno número de subamostras (menor do que 8) é sufi-ciente para representar o solo, dentro dos limites de precisão pre-conizados (probabilidade de erro α de 0,05 e erro em relação àmédia de 10%) para a matéria orgânica, pH em água e índiceSMP; no entanto, o número de subamostras é elevado para potás-sio (média 42) e fósforo (média 51);

• O número de subamostras (20) preconizado para a coletade amostras no sistema convencional admite um erro de 20% emrelação à média no sistema plantio direto, não altera as faixas deinterpretação dos resultados e as respectivas recomendações deadubação nesse sistema.

14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

PAINEL AGRONÔMICO

NOVA COLHEITADEIRA PORTÁTIL DE CAFÉ

Lançada pela EMBRAPA Instrumentação Agropecuária aprimeira colheitadeira portátil do país. Trata-se de uma máquinaque pode colher café, pelo processo de vibração para a derrubadados frutos, numa velocidade cinco vezes superior à colheita ma-nual, e reduzir o custo de produção em pelo menos 10% (Cultivar,n.18, julho/2000, p.4).

PAÍSES POBRES PERDEMUS$ 20 BILHÕES POR ANO

O ex-presidente Clinton, quando estava a ponto de deixara presidência dos EUA, falando na Warwick University, na Grã-Bretanha, casualmente quebrou o tabu ao referir-se à agricultura eà ordem global: “Se os países mais ricos eliminassem os subsídiosà agricultura, dando oportunidade aos agricultores do mundo todo,só isso aumentaria a renda dos países em desenvolvimento emUS$ 20 bilhões por ano”.

Durante pelo menos duas décadas os governos americanosvêm dizendo aos países em desenvolvimento que a exportação é asaída para se livrarem da pobreza. Em vez de confiarem na ajudaexterna como uma fonte de divisas, as nações em desenvolvimen-to deveriam obtê-las vendendo aos consumidores dos países ricos.Em vez de construírem usinas siderúrgicas que se tornam elefan-tes brancos e de aspirarem à auto-suficiência industrial, os paísesem desenvolvimento deveriam centralizar seus esforços na produ-ção de coisas nas quais eles têm uma vantagem natural – tais comoos produtos agrícolas. Mas enquanto os EUA e outros países ricospregam essa ladainha, ao mesmo tempo criam dificuldades paraque tal modelo seja aplicado. A imposição de tarifas e cotas temimpedido o acesso de produtos agrícolas dos países em desenvol-vimento aos mercados ricos. E os subsídios agrícolas dos paísesricos mantêm a produção mais alta e os preços mais baixos do queem circunstâncias normais, reduzindo a possibilidade de os paísespobres viverem da agricultura.

Clinton percebeu o que isso significa para os países emdesenvolvimento, e mesmo assim nada fez. O presidente eleitoBush deu a entender que conhece o problema ao afirmar que aquestão do livre mercado “não é apenas monetária, mas moral”.Esperamos que Bush empreenda um sério esforço para transfor-mar suas palavras em atos (Traduzido do The Washington Post epublicado pelo O Estado de São Paulo, 13/janeiro/2001).

VIETNÃ: 3 o LUGAR NA PRODUÇÃO DE CAFÉ

O Vietnã ocupa o terceiro lugar na produção mundial decafé, sendo o principal produtor e exportador mundial de robusta.Em uma área pouco maior que 420 mil hectares (incluindo áreascom cafezais novos), esse país produz atualmente mais de 10 mi-lhões de sacas, basicamente de café robusta, pois, desse volumetotal, apenas cerca de 120 mil sacas são de café arábica. O maissurpreendente é que até 15 anos atrás a participação do Vietnã nomercado de café era insignificante, com volume de produção quemal alcançava 500 mil sacas.

Embora parte dessa elevada produtividade seja explicadapela espécie (é maior a do robusta quando comparada com a doarábica), o que mais favorece esse desempenho são o clima e ossolos apropriados o bastante ao cultivo de café. Outro fator é agrande disponibilidade de mão-de-obra qualificada (alfabetizada)e barata, remunerada em pouco mais de 30 dólares mensais.

Entretanto, o produto vietnamita deixa muito a desejarquanto a sua qualidade devido aos poucos cuidados dispensadosàs operações pós-colheita. Para compensar, o país é extremamen-te agressivo em suas vendas no mercado externo, tendo dobradosua participação e exportado mais de 10 milhões de sacas no pe-ríodo de outubro de 99 a setembro de 2000 (Preços Agrícolas,n.168, outubro/novembro de 2000. p.22-23).

AGRICULTOR AMERICANO PRODUZ22,4 TONELADAS DE MILHO/HA!

Ele repetiu o feito novamente. Francis Childs, de Man-chester, Iowa, EUA, conquistou o 2000 National Corn GrowersYield Contest com a produtividade de 22,4 t de milho/ha. Suaprodutividade em 2000 foi cerca de 2,3 t/ha menor que a alcançadaem 1999, de 24,7 t/ha, mas ele atribui tal redução a um temporalcom granizo que reduziu sua população de plantas.

Este é o quarto ano seguido que Francis conquista o pri-meiro prêmio em um universo de 3.000 participantes. Sua menorprodução vitoriosa foi de 20,8 t/ha. Como ele fez isso? Como umagricultor, ano após ano, consistentemente obtém produtividadestão altas?

Esta é a questão que o Potash and Phosphate Institute e aFoundation Agronomic Research estão tentando responder comsuas iniciativas de pesquisa de alta produtividade (The FAR Letter,Norcross, março/2001).

FUNGO PRODUZIDO PELA EMBRAPAELIMINA GAFANHOTOS

Uma tecnologia de controle biológico desenvolvida pelaEmbrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) é a novaarma contra os gafanhotos, que dizimam culturas como arroz, fei-jão, milho, cana-de-açúcar e pastagens no Centro-Oeste do Bra-sil.

O fungo – Metarhizium – não elimina os insetos imediata-mente, como o pesticida. Ele penetra pela “pele” do inseto quandoocorre o contato. Em poucos dias esse fungo germina, ramifica esolta toxinas, destruindo os órgãos vitais do inseto e amadurecen-do até lançar esporos (sementes) interna ou externamente. A mor-te do gafanhoto contaminado ocorre em nove dias, mas no tercei-ro dia os gafanhotos já param de comer.

Segundo os pesquisadores, um gafanhoto por metro qua-drado na lavoura significa alerta. O controle deve ocorrer na faseem que os insetos acabaram de eclodir dos ovos e a aplicação doinseticida biológico é igual a do produto químico – com pulveri-zadores manuais – e deve ser feita tanto sobre os insetos quantonas áreas suscetíveis ao ataque, nesse caso quando for detectadoalgum bando nas proximidades.

Mais caro que o uso dos produtos químicos, o controle bio-lógico tem a grande vantagem de livrar o meio ambiente, os pro-dutores e os consumidores dos efeitos dos agrotóxicos, e sua efi-ciência é de 80 a 90%.

O inseticida biológico já está pronto para ser produzidocomercialmente, e a Embrapa já está negociando a fabricação comindústrias interessadas (Globo Rural, n.185, p.37-39, 2001).

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 15

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Sites Agrícolas

OUTRAS CIÊNCIAS

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O portal, que focaliza as vendas eletrô-nicas para a rede comercial (business tobusiness), é totalmente integrado e controlaum catálogo eletrônico de itens de comprae venda, com imagens, descrições técnicase comerciais, preços, controle de estoques,crédito e pedidos, possibilitando a realiza-ção eletrônica de todas as transações comer-ciais de uma empresa.

O PODER DE NEGOCIAR

www.agropool.com

O agronegócio é o componente principaldo portal da Agropool, um eficaz canal decompras onde o produtor vai economizartempo e dinheiro. Quanto maior o volume,menor será o preço. A Agropool une o inte-ressado a outros produtores agropecuários ecria, através da internet, uma força de nego-ciação que permite baixar os custos. Funcio-na 24 horas por dia durante toda a semana.

COMPRA E VENDA DE GADO

www.eboi.com.br

Um site desenvolvido por pecuaristaspara auxiliar o dia-a-dia da produção. Aces-sando este serviço, o produtor compra, ven-de e se informa sobre: gado geral, touros,novilhas, eqüinos, tecnologia, máquinas eimplementos. Dispõe de notícias sobre o se-tor, cotações de mercado, dicas de tecnologia,etc.

COMUNICADOS DO USDA

www.usda.gov

O Serviço de Pesquisa Econômica (ERS)do Departamento de Agricultura dos Esta-dos Unidos (USDA) prepara comunicadosperiódicos sobre arroz, trigo e milho. Essesrelatórios focalizam principalmente aspec-tos da produção nos EUA, mas também con-tém substanciais informações sobre produ-ção e preços nos mercados mundiais. Os re-latórios são emitidos quase que mensalmen-te.

LINKS FLORESTAIS

www.ipef.br/serviços

Divulgue seu site no IPEF On Line. Esteé o novo serviço da home page do Institutode Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), queleva os internautas até os principais sites dosetor florestal. Se você é de uma universida-de, instituição de pesquisa, órgão governa-mental, associação ou empresa, mande ume-mail para: [email protected] o endereço de seu site. Acesse essapágina e conheça esta nova opção do IPEFOn Line.

FUNBIO

www.funbio.org

Site do Fundo Brasileiro para aBiodiversidade.

EUREKA

www.geoc i t ies .com/Athens /Acropolis/2190/index.htm

Site dedicado a descobertas cien-tíficas.

CHEMICAL ELEMENTS

www.chemicalelements.com/

Site em inglês com tabela periódica vir-tual.

A PÁGINA DE QUÍMICA

www.qmc.ufsc.br/qmcweb/

Produzida pela Universidade Federal deSanta Catarina.

CRONOLOGIA

www.cronologia.it/

Site italiano que comenta a histó-ria da humanidade.

CURIOSIDADES

ww8..terra.com.br/curiosidades/

Curiosidades sobre o reino animal.

ARCHAEOLOGY

www.he.net/~archaeol/index.html

Conteúdo exclusivo para internet.

REVISTA NATIONALGEOGRAPHIC

www.uol.com.br/nationalgeographic/

Boa página para quem quer con-ferir a versão eletrônica da edição bra-sileira da revista.

COM CIÊNCIA

www.epub.org.br/comciencia/

Revista eletrônica de jornalismocientífico.

PRÓRURAL2000

www.desenvolvimentoagrario.gov.br/pronaf

Disponível para download gratuito, é degrande utilidade para a análise econômica efinanceira de propriedades agrícolas fami-liares. O software foi desenvolvido pelaEmater-DF em parceria com o ProgramaNacional de Fortalecimento da AgriculturaFamiliar-Pronaf.

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS

EVENTOS DA POTAFOS EM 2001II SIMPÓSIO SOBRE ROTAÇÃO SOJA/MILHO NO PLANTIO DIRETO

Tema: diagnose nutricional, fisiologia, calagem e adubação para alta produtividade de soja e milho

11/07/2001 (4a feira)08:00-10:00 Inscrição10:00-10:15 Abertura10:15-11:45 DRIS: teoria e prática – Malcolm Sumner, University

of Georgia; [email protected]:45-12:30 Discussão12:30-14:00 Almoço14:00-15:00 DRIS da Meta Agroflorestal – Paulo Wadt, Meta

Agroflorestal, [email protected], fone: (19) 3665-443715:00-16:00 O uso do DRIS no balanceamento nutricional de

cultivares de soja – Áureo Lantmann, EMBRAPA-CNPSoja, Londrina-PR; [email protected],fone: (43) 371-6000

16:00-16:30 Coffee break16:30-17:30 DRIS da Compo do Brasil – J.B. Tomé Jr., Magister

Consultores Associados, Viçosa-MG;[email protected], fone: (31) 3892-3962

17:30-18:30 DRIS da Potafos – J.F. Cunha, Tec-Fertil, São Paulo-SP; [email protected], fone: (11) 9196-2627

18:30-19:30 Discussão19:30-21:00 Cocktail de confraternização

12/07/2001 (5a feira)

08:00-09:00 Neutralização da acidez do perfil do solo por resíduosvegetais – Mario Miyazawa, IAPAR, Londrina-PR;[email protected]; Fone: (43) 376-2000

09:00-10:00 Calagem compacta o solo? – José Eloir Denardin,EMBRAPA-CNP Trigo, Passo Fundo-RS;[email protected]; fone: (54) 311-3444

10:00-10:30 Coffee break10:30-11:30 Calagem no sistema de plantio direto – Ibanor Anghi-

noni, UFRGS, Porto Alegre-RS;[email protected]; fone: (51) 316-6043

11:30-12:30 DebateDebatedores:- Heitor Cantarella, IAC, Campinas-SP; [email protected]; fone: (19) 3236-9119- Roberto Ferreira de Novais, UFV, Viçosa-MG; [email protected]; fone: (31) 3899-2634

12:30-14:00 Almoço14:00-15:30 Fisiologia das culturas de soja e milho de alta produ-

tividade – Mark E.Westgate, Iowa State University,Ames-IA, EUA; [email protected];fone: 1 515-294-9654

15:30-16:30 Adubação da cultura da soja de alta produtividade.

Leandro Zancanaro, Fundação MT, Rondonó[email protected];fone: (65) 423-2041

16:30-17:00 Coffee break17:00-18:00 Adubação da cultura de milho de alta produtividade

– João Carlos de Moraes Sá, UEPG, Ponta Grossa-PR; [email protected]; fone: (42) 220-3090

18:00-18:30 Adubação nitrogenada do milho – Antônio de PáduaCruz, SN Centro, [email protected];fone: (19) 422-7336

18:30-19:30 DebateDebatedores:- Gil Câmara, ESALQ-USP; [email protected]; fone: (19) 429-4115- A.L. Fancelli, ESALQ-USP; [email protected]; fone: (19) 429-4115- Waldo Lara Cabezas, UFU, Uberlândia-MG; [email protected]; fone: (34) 3212-5566

21:00-23:00 Jantar de confraternização

13/07/2001 (6a feira)08:00-12:00 Mesa redonda: A experiência do agricultor/pesqui-

sador na busca da alta produtividadeCoordenador: T. Yamada

08:00-08:30 Aurélio Pavinato, Agropecuária Schneider Lodemann;[email protected]; fone: (55) 537-1650

08:30-09:00 Baltazar Fiomari, GDT Uberlândia;[email protected]; fone: (34) 3257-3837

09:00-09:30 Dirceu Broch, Fundação MS;[email protected]; fone: (67) 454-2631

09:30-10:00 Toshio Watanabe & Seisuke Ito, GDT Mauá da Ser-ra; [email protected]; fone: (43) 464-1291

10:00-10:30 Ney Eduardo Alves, Coreata; [email protected];fone: (14) 3762-2877

10:30-11:00 Coffee break11:00-11:30 Wagner Nunes, Luziânia; [email protected];

fone: (61) 621-234211:30-12:00 Jorge Luiz Knebel, Coopavel;

[email protected]; fone: (45) 225-688512:00-12:30 Silvio M. Ferreira, Plantar & Colher;

[email protected]; fone: (62) 621-387312:30-13:00 Agmar Fortes Lima, Lima Projetos e Assistência

Técnica Ltda., e Vicente Costa Beber;[email protected]; fone: (65) 308-1655

13:00-13:50 Discussão13:30-13:40 Considerações finais e encerramento

Data: 11 a 13/JULHO/2001Local: Teatro do SESI

Av. Luiz Ralph Benatti, 600Vila IndustrialPiracicaba-SP

Taxa de inscrição: R$ 300,00 até 15/06R$ 500,00 após 15/06

Inscrição e informação:Wilson, Evandro ou Silvia: fone (19) 433-3254 ouE-mail: [email protected]

PROGRAMA

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 17

7. 14th INTERNATIONAL PLANT NUTRITION COLLO-QUIUM

Local: Hannover, GermanyData: 28/JULHO a 03/AGOSTO/2001Informações: Telefax: + 49 511 762 3611

E-mail: [email protected]

3. 4th INTERNATIONAL CONFERENCE ON ENVIRON-MENTAL GEOCHEMISTRY IN THE TROPICS –GEOTROP 2001

Data: 07 a 11/MAIO/2001Informações: http:// www.tvl.clw.csiro.au/geotrop2001/

2. VII SIMPÓSIO NACIONAL DE CONTROLE DE EROSÃO

Local: Goiânia-GOData: 03 a 06/MAIO/2001Informações: http://: www.iesa.ufg.br (link eventos)

4. 5º ENCONTRO REGIONAL DE PLANTIO DIRETO NOCERRADO1º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PLANTIO DIRE-TO NOS TRÓPICOS SUL-AMERICANOS

Local: Parque de Exposições do Sindicato Rural de Dourados,Dourados, Mato Grosso do Sul

Data: 10 a 13/JULHO/2001Informações: Associação de Plantio Direto no Cerrado

Telefone: (5561) 366-1984Embrapa Agropecuária do OesteTelefone: (5567) 422-5122Grupo de Plantio Direto na PalhaTelefone: (5567) 421-5352

3. SIMPÓSIO SOBRE MANEJO PARA PRODUÇÃO MÁ-XIMA ECONÔMICA DE CAFÉ

Local: Universidade Metodista, Piracicaba-SPData: SETEMBRO/2001 (a confirmar)

2. SIMPAS – WORKSHOPS PROMOVIDOS COM ORGA-NIZAÇÕES (ANDA, ANDEF, ABAG e outras)

• Local: Sorriso-MTData: 08-09/AGOSTO/2001

• Local: Paracatu-MG

Data: 11-12/SETEMBRO/2001

OUTROS EVENTOS EM 20015. 7th INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON SOIL AND

PLANT ANALYSIS

Local: Edmonton, CanadáData: 21 a 27/JULHO/2001Informações: Telefax: + 49 6307-401104Website: www.ISSPA2001.COM

1. CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM RELAÇÕES SOLO-PLANTA-ATMOSFERA

Local: Departamento de Solos e Nutrição de Plantas, EscolaSuperior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP, Pira-cicaba-SP

Data: Sextas-feiras (19:30-22:30 hs) e sábados (8:00-12:00 hse 13:30-17:30 hs), em fins de semana alternados.

Corpo Docente: Professores do Departamento de Solos e Nu-trição de Plantas e de demais departamentosda ESALQ.

Público-alvo: Profissionais graduados em Engenharia Agro-nômica ou que exerçam atividade correlatas.

Informações: FEALQCaixa Postal 32913400-970 Piracicaba-SPTelefone: (19) 422-9197Fax: (19) 422-1944E-mail: [email protected]

6. BORON 2001 – INTERNATIONAL WORKSHOP ON ALLASPECTS OF PLANT AND ANIMAL BORON NUTRI-TION

Local: Bonn, AlemanhaData: 23 a 27/JULHO/2001Temas: Métodos de determinação de B, boro no metabolismo

humano e animal, uso do boro para fins medicinais,toxicidade de boro em plantas e animais, diagnose dadeficiência severa e latente de boro e estratégias paraaplicação do fertilizante.

Website: www.uni-bonn.de/akci/borwork.htm

9. INFORMATION AGRICULTURE CONFERENCE –InfoAg 2001

Local: Adam’s Mark Hotel, Indianapolis (aeroporto), Indiana,EUA

Data: 7 a 9/AGOSTO/2001Informações: Potash & Phosphate Institute

655 Engineering Drive, Suite 110Norcross, Georgia 30092-2837 EUATelefone: 770-447-0335Website: www.ppi-ppic.org

8. 1o CONGRESSO NACIONAL DAS CIÊNCIAS DO SOLO

Local: Instituto Superior de Agronomia, Auditório da LagoaBranca, Tapada da Ajuda, Lisboa, Portugal

Data: 27 a 29/JULHO/2001Informações: Instituto Superior de Agronomia

Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa PortugalTelefone: +351-21-365-3268E-mail: [email protected]: www.ipnc2001.uni-hannover.de

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18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

6. AGRICULTURA, SUSTENTABILIDADE E O SEMI-ÁRIDO

Conteúdo: O livro contém 20 capítulos escritos por cientistasbrasileiros, norte-americanos e australiano, apre-sentados como palestras na XII Reunião Brasileirade Manejo e Conservação do Solo e da Água, reali-zada em Fortaleza-CE, em 1998. A edição trata demodelos de convivência em agricultura de sequeiroà agricultura irrigada, da agricultura familiar àagroindústria, do processo de desertificação à pes-quisa avançada de como evitá-la.

Preço: R$ 25,00 + despesas postais.Editor: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo

Caixa Postal 23136570-000 Viçosa-MGTelefone: (31) 899-2471E-mail: [email protected]

PUBLICAÇÕES RECENTES

1. PLANTIO DIRETO NA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

Editores: Cabezas, W.L. & Freitas, P.L. de; 2000.Conteúdo: Plantio direto na integração lavoura-pecuária; as

mudanças nas explorações agrícola e pecuária como plantio direto; análise econômica, outros.

Número de páginas: 282Editor: Associação de Plantio Direto no Cerrado-APDC

SCLRN 712, Bloco C, loja 1870760-533 Brasília-DFTelefone: (61) 272-3191Telefax: (61) 274-7245E-mail: [email protected]

5. PRODUÇÃO DE MUDAS DE FRUTEIRAS TROPICAIS(EBDA. Circular Técnica, 5)

Editores: José Vieira Uzêda Luna; 1997.Conteúdo: Esta publicação fornece informações técnicas para

produção de mudas das seguintes frutíferas: abacate,carambola, cereja-das-Antilhas ou acerola, goiaba,graviola, jaca, lechia, mamão, maracujá, pinha,rambutão, sapoti.

Número de páginas: 36Formato: 15 x 21 cmEditor: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A.

Av. Dorival Caymmi, 15.649 - Itapuã41635-150 Salvador-BATelefone: (71) 375-1688 ramal 246Telefax: (71) 375-1335E-mail: [email protected]: www.ebda.ba.gov.br

2. A CULTURA DO DENDEZEIRO NA AMAZÔNIA BRA-SILEIRA

Editores: Viégas, I. de J.M. & Müller, A.A.; 2000.Conteúdo: Bases para uma política de desenvolvimento da cul-

tura do dendezeiro na Amazônia; botânica emorfologia do dendezeiro; aspectos agroclimáticosdo dendezeiro na amazônia oriental; microclimade dendezais na Amazônia ocidental: solos da Ama-zônia e o cultivo do dendezeiro; ecofisiologia dodendezeiro; avaliação do dendezeiro como opçãopara o seqüestro de carbono na Amazônia; melho-ramento genético e produção de sementes comer-ciais de dendezeiro; produção de mudas de dende-zeiro; implantação e exploração da cultura dodendezeiro; nutrição e adubação do dendezeiro;principais pragas do dendezeiro e seu controle; prin-cipais doenças do dendezeiro e seu controle; proces-samento industrial de cachos de dendê para produ-ção de óleo de palma e palmiste.

Formato: 16 x 22 cmNúmero de páginas: 374Preço: R$ 40,00Vendas: Embrapa Amazônia Oriental

Caixa Postal 4866095-100 Belém-PATelefone: (91) 276-2307E-mail: [email protected]

4. SOLOS DO BRASIL – gênese, morfologia, classificação elevantamento(2º edição revisada e ampliada)Acompanha CD-ROM multimídia sobre classificação dossolos do Brasil

Autor: Hélio do Prado; 2001.Contéudo: Critérios sobre a classificação de solos do Brasil

segundo a nova versão da nomenclatura do Siste-ma Brasileiro de Classificação de Solos - Embrapa1999; informações sobre levantamento de solos,ocorrência de solos em todos os Estados do Brasil ealguns aspectos sobre gênese dos solos.O CD-Rom permite, de maneira prática, classifi-car um solo até o nível de Grande Grupo.

Formato: 21 x 30 cmPreço (livro + CD): R$ 65,00.Pedido do livro: Rua Floriano Peixoto, 1630 - apto. 81

13417-050 Piracicaba-SPE-mail: [email protected]

3. FUNDAMENTOS DE QUÍMICA DO SOLO

Editor: Egon José Meurer; 2000.Conteúdo: Introdução à Ciência do Solo; composição da fase

sólida mineral do solo; composição da fase sólidaorgânica do solo; a solução do solo; fenômenos desuperfície; solos ácidos e solos afetados por sais;solos alagados; poluentes do solo e do ambiente.

Número de páginas: 174Preço: R$ 14,00 + R$ 1,80 de despesas postaisPedidos: Prof. Flávio Camargo

UFRGS - Laboratório de Análise de SolosCaixa Postal 77690001-970 Porto Alegre-RSTelefone: (51) 316-6024Fax: (51) 316-6023

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001 19

PUBLICAÇÕES DA POTAFOS

A relação das publicações disponíveis com os preços respectivos são:

BOLETINS TÉCNICOS (PROMOÇÃO)

"Nutrição e adubação do feijoeiro"; C.A. Rosolem (91 páginas)"Nutrição e adubação do arroz"; M.P. Barbosa Filho (120 páginas, 14 fotos)"Potássio: necessidade e uso na agricultura moderna" (45 páginas, 34 fotos)

LIVROS/CD

"A estatística na pesquisa agropecuária"; F.P. Gomes (162 páginas)"Ecofisiologia na produção agrícola"; P.R.C. Castro e outros (eds.) (249 páginas)"Nutrição mineral, calagem, gessagem e adubação dos citros"; E. Malavolta (153 páginas, 16 fotos)"Nutrição e adubação da cana-de-açúcar"; D.L. Anderson & J.E. Bowen (40 páginas, 43 fotos)"Cultura do milho"; L.T. Büll & H. Cantarella (eds.) (301 páginas)"Fertilizantes fluidos"; G.C. Vitti & A.E. Boaretto (ed.) (343 páginas, 12 fotos)"Avaliação do estado nutricional das plantas - 2ª edição"; Malavolta e outros (319 páginas)"Cultura do cafeeiro"; A.B. Rena e outros (ed.) (447 páginas, 49 fotos) (LIQUIDAÇÃO DE ESTOQUE)"Manual internacional de fertilidade do solo - 2ª edição, revisada e ampliada" (177 páginas) (LANÇAMENTO)“Cultura do algodoeiro”; E. Cia, E.C. Freire, W.J. dos Santos (eds.) (286 páginas, 44 fotos) (LANÇAMENTO)"A cultura da soja nos cerrados"; Neylson Arantes & Plínio Souza (eds.) (535 páginas, 35 fotos)"Nutrição e adubação de hortaliças"; Manoel E. Ferreira e outros (eds.) (487 páginas)"Micronutrientes na agricultura"; M.E. Ferreira & M.C.P Cruz (eds.) (734 páginas, 21 fotos) (PROMOÇÃO)"Cultura do feijoeiro comum no Brasil"; R.S. Araujo e outros (coord.) (786 páginas, 52 fotos) (PROMOÇÃO)CD-ROM - Monitoramento Nutricional para Recomendação da Adubação de Culturas4 CD’s-ROM - Anais do Simpósio sobre Fisiologia, Nutrição, Adubação e Manejo para Produção Sustentável de Citros

ARQUIVOS DO AGRÔNOMO (PROMOÇÃO)

Nº 1 - A pedologia simplificada (2ª edição - revisada e modificada) (16 páginas e 27 fotos), Nº 3 - Seja o doutor do seu cafezal(12 páginas, 48 fotos), Nº 4 - Seja o doutor de seus citros (16 páginas, 48 fotos), Nº 5 - Seja o doutor da sua soja (16 páginas,48 fotos - ESGOTADO), Nº 6 - Seja o doutor da sua cana-de-açúcar (16 páginas, 48 fotos), Nº 7 - Seja o doutor do seu feijoeiro(16 páginas, 55 fotos - ESGOTADO), Nº 8 - Seja o doutor do seu algodoeiro (24 páginas, 77 fotos), Nº 9 - Seja o doutor do seuarroz (20 páginas, 41 fotos), Nº 10 - Nutri-fatos: informação agronômica sobre nutrientes para as culturas (24 páginas,40 fotos), Nº 11 - Como a planta de soja se desenvolve (21 páginas, 38 fotos).

Pedidos: POTAFOS - Caixa Postal 400 CEP 13400-970 Piracicaba-SP. Telefone/fax: (19) 433-3254Forma de pagamento: cheque nominal à POTAFOS anexado à sua carta com a relação das publicações desejadas.Dados necessários para a emissão da nota fiscal: nome, CPF (ou razão social, com CGC e Inscrição Estadual), instituição, endereço, bairro/distrito, CEP, município, UF, fone/fax, atividade exercida.

R$/exemplar

7,00 7,00 7,00

20,0020,0020,0020,0020,0020,0030,0020,0030,0030,0040,0040,0040,0040,00

100,00 100,00

7,00 cada número

DESCONTOS

Para compras no valor de:

R$ 100,00 a R$ 200,00 = 10%R$ 200,00 a R$ 300,00 = 15%R$ 300,00 a R$ 400,00 = 20%mais que R$ 400,00 = 25%

8. NOVO MANUAL DE OLERICULTURA – agrotecnologiamoderna na produção e comercialização de hortaliças

Autores: Fernando Antonio Reis Filgueira; 2000.Conteúdo: Este livro abrange os variados aspectos da produção

das hortaliças mais plantadas no Centro-Sul do Bra-sil, incluindo partes do Centro-Oeste, tratando dosseguintes temas: botânica, clima, época de plantio,cultivares, solo, adubação, propagação, implantação,tratos culturais, anomalias fisiológicas, controlefitossanitários, colheita e comercialização.

Formato: 18 x 26 cmNúmero de páginas: 402Preço: R$ 60,00Editor: Universidade Federal de Viçosa-UFV

Edifício Francisco São José36571-000 Viçosa-MGTelefone: (31) 899-2234/1517Telefax: (31) 899-2143E-mail: [email protected]

7. CULTIVOS SEM SOLO: HIDROPONIA

Autores: Santos, O.; Schmidt, D.; Nogueira Filho, H.; Londero,F.A.; 2000.

Conteúdo: Cultivos sem solo; ambientes para realização decultivos sem solo; hidroponia; nutrição mineral;soluções nutritivas; cultivares de alface; produçãode mudas em sistema hidropônico; estruturas paraprodução; cultivo hidropônico: alface e outrasfolhosas; cultivo do tomateiro em hidroponia; pro-dução de brotos vegetais; produção de forragemhidropônica; colheita e comercialização de produ-tos hidropônicos.

Formato: 14,5 x 20,5 cmNúmero de páginas: 107Preço: R$ 10,00 (mais despesas postais)Vendas: Departamento de Fitotecnia

Universidade Federal de Santa Maria97105-900 Santa Maria-RSTelefone: (55) 220-8179Fax: (55) 220-8899E-mail: [email protected]

20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 93 – MARÇO/2001

Ponto de Vista

T. YAMADA - diretor, engº agrº, doutorAssociação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato

Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (019) 433-3254Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - Brasil

Website: www.potafos.org

T. Yamada

Junto com Ronaldo Alberto Duenhas Cabrera, engenhei-ro agrônomo da CATI (fone: 17 560-1158; e-mail:[email protected]), e o apoio do prefeito Vlaldir

Fuster Pinheiro e de citricultores da região de Novais-SP, estoutrabalhando desde 1999 com a seguinte hipótese: será que omanejo da matéria orgânica e da adubação boratada não pode-ria ajudar na recuperação de pomares cítricos atacados pelaXilella fastidiosa, agente causal da clorose variegada de citros(CVC), conhecida também como “amarelinho” de citros?

Esta hipótese foi levantada após abrirmos muitas trinchei-ras em pomares com CVC. Observávamos que as plantas doentesapresentavam sistema radicular pouco denso e muito superficial.Os parâmetros químicos do solo encontravam-se em geral na fai-xa adequada, exceto os teores de matéria orgânica e de boro, queestavam baixos (tanto na superfície como em profundidade).Assim, além do boro, procurou-se também aumentar o teor dematéria orgânica visando aumentar a oferta de N amoniacal e,assim, reduzir o pH da rizosfera para melhorar a disponibilidadedos micronutrientes às plantas. Como se sabe, os micronutrientestêm papel importante na prevenção de doenças e de pragas deplantas.

De início, para definir o limite de toxicidade de boro, cul-tivamos mudas de limão-cravo em solos com doses crescentes destenutriente. Notamos que doses de até 3 ppm de B não causavamfitotoxicidade e tinham grande efeito no desenvolvimento radiculardas mudas.

Nos pomares comerciais, buscamos aumentar a produçãode matéria orgânica através da adubação do pomar e do mato na

Matéria orgânica e boro controlariam o�amarelinho� de citros?

entrelinha, em geral a brachiária, para posterior deposição abai-xo da saia da laranjeira, através de roçadeira modificada parao lançamento lateral do mato ceifado. O boro foi aplicado jun-to com o herbicida de contato, em faixa, abaixo da saia, na dosede 4 kg B/ha de área tratada por ano. As plantas reagiram muitobem ao manejo, com brotações novas sem sintomas foliares típi-cos de CVC, tais como folhas pequenas e curvas, internódios cur-tos e morte do ponteiro, além de produzir frutos de tamanho nor-mal.

No ano passado recebemos em Novais-SP a visita doDr. Thomas A. Obreza, da Universidade da Flórida, e do Dr. JoséLuiz Guardiola, da Universidade Politécnica de Valencia, Espanha.Seus comentários foram muito estimulantes para o prosseguimen-to do nosso trabalho. Este ano, com o apoio da prefeitura e daCasa de Agricultura de Novais, já promovemos vários dias-de-campo com o intuito de apresentar aos colegas o trabalho queestamos desenvolvendo. Além de colegas das indústrias de fer-tilizantes e de suco de laranja, da CATI e de produtores, tive-mos a presença de pesquisadores como Wenbin Li e AntonioCelso Libanore, do Fundecitrus, Dra. Sui Mui Tsai, do CENA,e Dr. Octávio Nakano, da ESALQ.

Respondendo à pergunta inicial, é possível que não tenha-mos aqui a resposta para a CVC. Mas como os resultados já obti-dos são muito alentadores e como são de grande monta os pre-juízos causados pela CVC, sugeriria que mais colegas testassemesta prática num pequeno talhão de seu pomar. Quem sabe nãoterão surpresa agradável?