jornal metropolitano - maio 2013

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Graças ao Espírito Santo, Igreja se mantém viva Iniciação Cristã Nhá Chica é beatificada Pascom dinamiza meios de comunicação Papa ficará oito dias no Brasil Vicentinos em Aparecida Obra de São Galvão Dom Eduardo: testemunho de fé Jornal [email protected] ESPECIAL. Santuários atraem milhares de fiéis Araxá poderá ter mais uma paróquia O trabalho dignifica o homem Maio: mês de Maria Ano 6 - 34ª Edição - maio/2013 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba Cristãos celebram Pentecostes A Igreja Católica comemora em 19 de maio a Festa de Pentecostes. A cerimônia, ainda no período pas- cal, relembra a descida do Espírito Em primeiro de maio, comemor- ou-se o dia do trabalho. Há, porém, razões para, de fato, comemorar tal data? Em um mundo que oferece tantas ocupações indignas e sub- humanas, não causa estranheza que Neste mês o Santo Padre beatificou Nhá Chica, que viveu em Baependi, Minas Gerais. Ela é a primeira beata negra do Brasil. Página 11 No próximo dia 27, padre Aluízio toma posse à frente da Quase Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em Araxá. Nos últimos tempos a comunidade foi dirigi- da por padre Luizinho que, junto com os paroquianos, implementou significativos avanços naquela comunidade, como melhoria do templo e fortalecimento das pastorais. Anteriormente, a comunidade era dirigida pelo Padre Luizinho, que, juntamente com os paroquianos, implementou significativos mudanças, como a melhoria do templo e o fortalecimento das pastorais - pontos estes favoráveis à transformação da Igreja de Aparecida em Paróquia. De acordo com programação oficial divulgada pelo Vaticano, o papa Francis- co chegará ao Brasil no dia 22 de julho e permanecerá até dia 29. A maioria dos compromissos está vinculada à Jornada Mundial da Juventude. Página 11 A construção do novo templo de São Galvão, no bairro Morumbi, entrou neste mês numa nova etapa: o reboco das paredes. Você pode colaborar doando qualquer quantia em conta no Banco do Brasil. Página 06 Esse será o principal tema da tradicional Assembleia Arquidioce- sana da Catequese, marcada para agosto. Com ampliação da equipe, a CAC mostra-se fortalecida na busca de seus objetivos de evangelização. Página 09 Prova disso é o novo Jornal Me- tropolitano Esta edição já vem maior e toda colorida. A rádio e o site também apresentam novidades. Página 02 Centenas de vicentinos esti- veram em Aparecida/SP, come- morando os 180 anos de funda- ção da Sociedade São Vicente de Paulo. Uberaba foi representada por 150 confrades. Página 08 Uma das novas editorias do Metropolitano leva o nome de Tes- temunho da Fé. E para estreá-la, nada melhor que enfocar um dos primeiros missionários do catolicis- mo na região, o bispo Dom Eduardo da Silva. Página 12 Esta edição do Metropolitano traz reportagens especiais sobre dois dos santuários marianos da nossa Arquidiocese: Medalha Milagrosa, em Maio é um mês abençoado, porque dedicado à Mãe das mães: a Bem-aven- turada Virgem Maria. Nesta edição, o padre Saulo fala do “sim” de Maria, que mudou a História da humanidade, além dos títulos que ela recebe e dos vários predicados dessa mulher de fé. Página 10 Santo sobre os apóstolos. O Espírito Santo é a razão maior de a Igreja manter-se viva. Página 07 o governo brasileiro enalteça tanto a nova legislação sobre o trabalho doméstico. O que a Igreja tem feito para combater tantas injustiças no mercado de trabalho? Página 06 Uberaba, e Nossa Senhora da Abadia, em Romaria. Vale a pena conferir. Páginas 04 e 05 Devoção a Santo Expedito É crescente em Uberaba a devoção a Santo Expedito, o protetor das causas impossíveis. A peregrinação à paróquia do bairro Manoel Mendes é tanta, que se fala até na construção de um Santuário. Página 04 A direção do Jornal Metropolitano agradece a todos que tornaram possível esta edição

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Jornal Metropolitano - Maio 2013

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Page 1: Jornal Metropolitano - Maio 2013

Graças ao Espírito Santo, Igreja se mantém viva

Iniciação Cristã

Nhá Chica é beatificada

Pascom dinamiza meios de comunicação

Papa fi cará oito dias no Brasil

Vicentinos em Aparecida

Obra de São Galvão

Dom Eduardo: testemunho de fé

Jornal [email protected]

ESPECIAL. Santuários atraem milhares de fi éis

Araxá poderá ter mais uma paróquia

O trabalho dignifi ca o homem

Maio: mês de Maria

Ano 6 - 34ª Edição - maio/2013 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba

Cristãos celebram Pentecostes

A Igreja Católica comemora em 19 de maio a Festa de Pentecostes. A cerimônia, ainda no período pas-cal, relembra a descida do Espírito

Em primeiro de maio, comemor-ou-se o dia do trabalho. Há, porém, razões para, de fato, comemorar tal data? Em um mundo que oferece tantas ocupações indignas e sub-humanas, não causa estranheza que

Neste mês o Santo Padre beatificou Nhá Chica, que viveu em Baependi, Minas Gerais. Ela é a primeira beata negra do Brasil.

Página 11

No próximo dia 27, padre Aluízio toma posse à frente da Quase Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, em Araxá. Nos últimos tempos a comunidade foi dirigi-da por padre Luizinho que, junto com os paroquianos, implementou significativos avanços naquela comunidade, como melhoria do templo e fortalecimento das pastorais. Anteriormente, a comunidade era dirigida pelo Padre Luizinho, que, juntamente com os paroquianos, implementou significativos mudanças, como a melhoria do templo e o fortalecimento das pastorais - pontos estes favoráveis à transformação da Igreja de Aparecida em Paróquia.

De acordo com programação oficial divulgada pelo Vaticano, o papa Francis-co chegará ao Brasil no dia 22 de julho e permanecerá até dia 29. A maioria dos compromissos está vinculada à Jornada Mundial da Juventude.

Página 11

A construção do novo templo de São Galvão, no bairro Morumbi, entrou neste mês numa nova etapa: o reboco das paredes. Você pode colaborar doando qualquer quantia em conta no Banco do Brasil.

Página 06

Esse será o principal tema da tradicional Assembleia Arquidioce-sana da Catequese, marcada para agosto. Com ampliação da equipe, a CAC mostra-se for talecida na busca de seus objetivos de evangelização.

Página 09

Prova disso é o novo Jornal Me-tropolitano Esta edição já vem maior e toda colorida. A rádio e o site também apresentam novidades.

Página 02

Centenas de vicentinos esti-veram em Aparecida/SP, come-morando os 180 anos de funda-ção da Sociedade São Vicente de Paulo. Uberaba foi representada por 150 confrades.

Página 08

Uma das novas editorias do Metropolitano leva o nome de Tes-temunho da Fé. E para estreá-la, nada melhor que enfocar um dos primeiros missionários do catolicis-mo na região, o bispo Dom Eduardo da Silva.

Página 12 Esta edição do Metropolitano traz repor tagens especiais sobre dois dos santuários marianos da nossa Arquidiocese: Medalha Milagrosa, em

Maio é um mês abençoado, porque dedicado à Mãe das mães: a Bem-aven-turada Virgem Maria. Nesta edição, o padre Saulo fala do “sim” de Maria, que mudou a História da humanidade, além dos títulos que ela recebe e dos vários predicados dessa mulher de fé.

Página 10

Santo sobre os apóstolos. O Espírito Santo é a razão maior de a Igreja manter-se viva.

Página 07

o governo brasileiro enalteça tanto a nova legislação sobre o trabalho doméstico. O que a Igreja tem feito para combater tantas injustiças no mercado de trabalho?

Página 06

Uberaba, e Nossa Senhora da Abadia, em Romaria. Vale a pena conferir.

Páginas 04 e 05

Devoção a Santo Expedito

É crescente em Uberaba a devoção a Santo Expedito, o protetor das causas impossíveis. A peregrinação à paróquia do bairro Manoel Mendes é tanta, que se fala até na construção de um Santuário.

Página 04

A direção do Jornal Metropolitano agradece a todos que tornaram possível esta edição

Page 2: Jornal Metropolitano - Maio 2013

2 artigos

ExpedienteÓrgão oficial de comunicação da Arquidiocese de UberabaE-mail: [email protected] PASCOM: Monsenhor Valmir RibeiroJornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG - e-mail: [email protected] Editorias : Rubério Santos e Francine MouraCorreção: Amábile e Luiza NogueiraDireção Comercial: (34) 9181-6867 e 9942-8633Impressão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail [email protected]ção: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto ParanaíbaTiragem: 10 mil exemplares

Dia do TrabalhoEditorial

Em sua origem grega, “evangelizar” significava “anunciar boas notícias”. Apesar de não possuir conotação reli-giosa, esse foi o termo escolhido para descrever um dos aspectos mais rele-vantes da fé cristã: a missão de anunciar a Palavra de Cristo. De acordo com as Diretrizes Gerais da Ação Evangeliza-dora da Igreja no Brasil (CNBB), são essenciais à missão de evangelizar não apenas o anúncio explícito da Palavra de Deus, como também o diálogo com todos para a aproximação respeitosa, a busca da verdade e a promoção da convivência fraterna.

Recentemente, a Arquidiocese de Uberaba decidiu revitalizar a Pastoral da Comunicação, adotando uma série de medidas que possuem como dupla finalidade potencializar sua ação evan-gelizadora e adequar a veiculação de informações à realidade contemporânea dos meios de comunicação. Assim, mudanças pontuais estão sendo rea-lizadas e poderão ser percebidas por toda a comunidade católica durante os próximos meses.

A Rádio Metropolitana está passando por diversas modificações estruturais, que incluem a aquisição de novos equi-pamentos, contratação de funcionários e incremento na grade de programação. Com a proposta de ser uma voz amiga que alcance as pessoas onde quer que elas estejam, novos programas estão sendo preparados para veiculação ao lado de sucessos já consagrados, como os programas comandados pelo arcebispo emérito Dom Aloísio Roque Oppermann e pelo Pe. Reginaldo Man-zotti. Além disso, diversos sacerdotes e membros da comunidade leiga aderiram ao projeto, e irão colaborar com as novas atividades radiofônicas.

Muito esforço também está sendo envidado para difundir informações na internet com mais qualidade. Merecem destaque a revitalização do site da Ar-quidiocese (http://www.arquidiocesedeu-beraba.org.br/), com a devida atenção à

Os antigos exprimiam seu desejo de vida, em constante renovação, atra-vés da lenda do pássaro que emerge das cinzas, a fênix. Desse lugar de morte definitiva, a ave arrancava de si forças insuspeitadas, para surgir, cheia de energia, para mais um longo período de vida. O mundo moderno parece sorrir diante dessa ingenui-dade. De fato, a sobrevida acontece em certos valores, que pareciam “já cheirar mal”, mas que, mais do que de repente, retomam nova trajetória de vitalidade. Foi o que aconteceu com a realidade pastoral chamada paróquia. Logo após o Concílio, apa-receram inúmeros coveiros, dispostos a entoar o ofício fúnebre e prestar-lhe a homenagem de um enterro cristão. Os afoitos consideravam a circuns-crição da Paróquia um organismo

O Primeiro de Maio é sempre uma marca na vida dos trabalhadores. E não é para menos, porque viver na ociosidade é cur tir um sintoma de indignidade. O trabalho dignifica a pessoa e a torna feliz. Não é fácil viver desempregado, principalmente quando se tem saúde e disposição para traba-lhar. É destruidor sentir-se improdutivo e sem esperança para o futuro. Pior ainda vendo o sofrimento da família, não tendo como sustentá-la.

A Igreja, em seus documentos refe-rentes ao mudo do trabalho, está con-vencida de que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do homem e da mulher sobre a terra. E, como pessoa, o ser humano é sujeito do trabalho. Na verdade, o primeiro fundamento do valor do trabalho é a pessoa. O trabalho é para a pessoa e não a pessoa para o trabalho. Isto sig-nifica que a pessoa é mais importante do que o trabalho.

É imoral escravizar as pessoas com o trabalho em vez de dignificá-las com esse instrumento de vida. O valor do trabalho está no padrão de dignidade dado ao trabalhador.

Sabemos historicamente que a era industrial, materialista e economicista trouxe mudanças radicais nos valores. Passa-se a valorizar excessivamente o que é produzido, isto é, a mercadoria. A comida chega a ter mais valor do que quem a fez. Daí o trabalhador é tratado como instrumento de produção, fazen-do surgir a classe proletária.

Cai por terra todo aspecto da solidariedade, do respeito e do valor de quem trabalha. E isto constitui uma ferida para a humanidade. A cultura capitalista, endeusando o lucro, criou o sistema do desemprego e do subem-prego. Agora, nem o trabalhador nem o trabalho têm importância. Importa o lucro, mesmo não gerando trabalho e não valorizando o trabalhador.

É importante ter em conta que o

Caro leitor...Já não é de hoje que sabemos que

a “comunicação é a alma do negócio”. O ditado popular, em grau e proporção, pode ser referência para qualquer seg-mento, inclusive, a Igreja Católica, cujo maior comunicador foi o próprio Cristo.

Dentro dessa importância da comu-nicação e com a chegada de nosso atual arcebispo, dom Paulo Mendes Peixoto, há um ano (1º de maio de 2012), a Arquidiocese de Uberaba começa a experimentar um novo momento nessa área. Sob a tutela de monsenhor Valmir Ribeiro, foi formada a Pastoral da Comu-nicação – Pascom. São três segmentos que envolvem rádio, site e jornal, sem falar na TV que entrou na era digital.

Esta edição de maio é o primeiro experimento do Jornal Metropolitano em seu novo formato. Ganhamos em espaço, com mais páginas e tamanho da folha (40 x 26), em qualidade do papel jornal e também no visual. Afinal, todas as doze páginas virão coloridas.

Outro avanço o leitor poderá obser-var na riqueza do conteúdo, pois agora somos uma equipe e não “euquipe”. Da elaboração da pauta à confecção das matérias, seguramente, par ticiparam mais de 30 pessoas, todos colabo-radores. Alguns jornalistas, outros professores, empresários, sacerdotes e leigos. Pessoas que dominam suas áreas e que ajudarão a levar aos leitores, em diversas editorias, um pouco da igreja arquidiocesana.

Agora em maio, ênfase para os tra-balhadores. Dia 1º foi dedicado a todas as categorias. Será que temos o que comemorar? O governo falou em Rede Nacional que sim, mas o trabalhador que tentar viver do minguado salário mínimo o que pensa: pode ter esperança no amanhã? Tais assuntos são tratados nesta edição, que enfoca também os milhares de postos de trabalho gerados pela Igreja Católica e sua defesa e apoio para que o trabalhador lute sempre por seus direitos, por um salário digno e por seguras e higiênicas condições de trabalho.

Você já parou para pensar o quanto tem sido sugado em seu trabalho? Di-zem que o trabalho dignifica o homem, o que é verdade. Entretanto, não basta; afinal, alguns trabalhos mais fazem escravizar as pessoas em pleno século XXI, onde o trabalhador recebe até menos que o mínimo ou pior, como os bolivianos que vêm para o Brasil e na produção de vestuário em São Paulo recebem migalhas e ainda têm que pagar por alojamentos apertados e em condições sub-humanas.

Por outro lado, muito trabalhador também não faz por onde, aliás, faz o contrário. Chega atrasado ao trabalho, é campeão em atestado, não produz o que poderia e ainda influencia negativamente os colegas. Quem reclama direitos não pode esquecer jamais dos deveres.

O Metropolitano conclama o leitor a fazer sua parte, denunciando e cobrando atitude das autoridades. Afinal, você também é trabalhador.

Aleluia!

Jornalista Rubério Santos

Um novo tempo para a Pastoral da Comunicaçãotrabalho constitui o fundamento sobre

o qual se dignifica a vida familiar. Isto é um direito fundamental e uma vocação de toda pessoa.

A família é uma comunidade tor-nada possível pelo trabalho. E é por isto que, no Primeiro de Maio, ficamos sensibilizados, porque o trabalho é gerador de vida, mas também de morte. Devemos estar do lado de to-das as entidades que lutam pela vida, principalmente aquelas que fazem do trabalho e do trabalhador instrumentos de dignidade humana. Não podemos ficar convivendo com situações em que, na relação de trabalho e mercado, as pessoas estejam sendo injustiçadas.

Sentimos o clamor de tantas pes-soas que procuram emprego e não conseguem.

Queremos estar solidários com os jovens que buscam seu primeiro emprego e se decepcionam diante das exigências que lhes são impostas, impedindo que trabalhem. Sentimos o mesmo com aqueles que não têm como sustentar dignamente suas famílias, porque seus salários são insu-ficientes. Enfim, todos são convocados a descobrir e agir para que o trabalho seja caminho de construção de uma sociedade nova e justa, onde todos tenham condições de vida digna e feliz.

Dom Paulo Mendes PeixotoArcebispo de Uberaba

indispensável interatividade com as mí-dias sociais, bem como o ousado projeto de veiculação na rede dos conteúdos do jornal, rádio e programas televisivos, e a futura criação da Central de Mídias da Arquidiocese, com espaço físico próprio. A contratação de empresa especializada, para atuar em conjunto com a equipe, está em fase de negociações.

No que tange ao Jornal Metropo-litano, uma nova equipe trabalha para conciliar a propagação da doutrina cristã com o estreitamento dos laços entre a comunidade católica e as ativi-dades realizadas pela Igreja no âmbito da Arquidiocese. Com a missão de informar para evangelizar, ampliou-se a distribuição e alcance de um jornal física e materialmente reformulado, o qual traz, a partir desta edição, espaços destinados especificamente às notícias das nossas paróquias e ações pastorais, à forma-ção dos fiéis, às mensagens do clero, ao resgate da história da Arquidiocese, sem olvidar as várias matérias especiais. Diversos sacerdotes e leigos serão con-vidados, a cada edição, para contribuir com a criação Jornal, conforme os temas a serem abordados.

Todas essas ações implementadas pela Pastoral da Comunicação da Arqui-diocese de Uberaba possuem um único objetivo: que a Igreja possa anunciar, com mais eficácia, as boas notícias do Reino de Deus.

Francine Moura Limírio

Minguado Salário

Lembrando a águia fênix“medieval”, que “não tem mais nada a dizer”, que nasceu num ambiente “rural” e o mundo de hoje é “urbano”. Só que os guardas-noturnos – apesar de terem dado o alarme – não sabiam dizer quem estava chegando. E jamais alguém o dirá. Ninguém soube o que colocar em lugar da Paróquia. Segun-do os romanos, a natureza tem horror vacui, não suporta o nada. Mesmo envergonhadas, as organizações paroquiais prosseguiram e agora aparentam repetir a maravilha de uma nova fênix.

Por enquanto (vários séculos), a organização paroquial não tem alternativa. O que é preciso fazer é liber tá-la de seu excessivo aparato territorial, que a coloca numa camisa de força; distribuir melhor as tarefas e pôr a funcionar o exército de Leigos,

disponíveis para trabalhar; socorrer de pronto o pobre do Pároco, exausto ao acudir inúmeras frentes simul-taneamente. “Aliviei tuas costas do peso excessivo” (Sl 81,7). Todavia, o que é mais urgente fazer é aplicar duas adaptações: formar pequenas comunidades, ou grupos bíblicos, isto é, não só preocupar-se com a grande assembleia litúrgica paroquial, mas com a Igreja que se reúne nas casas e onde o leigo tem campo aberto; e sem perda de tempo, partir em busca das ovelhas extraviadas, as anêmicas. Uma circunscrição eclesiástica que tem a coragem de se preocupar com os ausentes, vai ter “vida em abun-dância” (Jo 10, 10). Ah, e falta mais uma coisa: é preciso crer que a graça divina acompanha esse organismo humano e ao mesmo tempo divino da

paróquia. Só podemos ter sucesso se acreditarmos no que fazemos.

Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo Emérito de Uberaba, MG

Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

Leonardo Henrique dos Santos - OAB/MG 133.834Aparecido Signato de Melo Neto - OAB/MG 117.668

Guilherme Leitão Borges - OAB/MG 127.956

TEL: (34) 3313-2430

Page 3: Jornal Metropolitano - Maio 2013

Alunos da Escola Diaconal recebem Ministério de Leitor

arquidiocese 3

No dia 27 de março (quarta-feira santa), durante a Missa da Unidade, 25 alunos da escola diaconal da Ar-quidiocese deram mais um passo em sua formação. Na presença do clero da Arquidiocese e de representações de todas as Paróquias, Dom Paulo Mendes Peixoto conferiu aos alunos da Escola Diaconal o Ministério de Leitor. Os alunos estavam acompanhados por suas esposas.

O Ministério de Leitor é conferido a leigos católicos e é também o primeiro passo para aqueles que são candidatos ao Sacramento da Ordem, em qualquer um dos graus (Diaconato, Presbiterato e Episcopado).

Sobre o Ministério de Leitor, diz o Pontifical Romano: “O Leitor é insti-tuído para a função que lhe é própria, de proclamar a Palavra de Deus nas Assembleias Litúrgicas. Por isso mesmo, na Missa e nas demais ações sagradas, será ele a fazer as leituras da Sagrada Escritura (com exceção, po-rém, do Evangelho); na falta do salmis-ta, será ele a recitar o salmo entre as leituras; quando não houver diácono ou cantor, será ele a enunciar as intenções

Dom Paulo Mendes Peixoto esteve na Paróquia do Santíssimo Sacramento no mês de abril para a visita pastoral – visitação que o bispo realiza oficialmente às paróquias e comunidades de sua diocese a cada cinco anos, como legí-timo sucessor dos apóstolos de Jesus Cristo, e que serve para confirmar os fiéis na fé, trazendo esperança para a caminhada missionária e evangelizadora da comunidade, como afirmou o próprio Dom Paulo. Sua presença foi um forte sinal de comunhão e unidade.

Como objetivos de sua visita, des-tacamos: 1) Proporcionar ao pastor a oportunidade de estar em meio a seu rebanho; 2) Dar-lhe a possibilidade de conhecer mais e melhor àqueles que pastoreia; 3) Celebrar com seu povo, orando a Deus por ele.

No período de 04 a 07 de abril, várias atividades proporcionaram ao Arcebispo uma visão de conjunto de nossa paró-quia. Houve Celebração Eucarística de abertura, com apresentação do relatório

A RCC de Uberaba promoveu no dia 02 de maio Noite de Orações na Paróquia do Santíssimo Sacramento. O pregador foi Eros Biondini, da Canção Nova.

A paróquia recebeu grande núme-ro de fiéis para a Noite de Orações. A maioria, membros da renovação carismática, alguns, inclusive, de cidades vizinhas, como Delta e Ara-xá. A pregação em preparação para a Jornada Mundial da Juventude coube ao missionário Eros Biondini, deputado federal licenciado. Depois de momentos de louvor, Eros relatou testemunhos de fé que pôde acom-panhar ou mesmo vivenciar, como de um sobrinho que, desenganado pelos médicos, por milagre, se curou de meningite.

O missionário falou ainda do Ano da Fé, lançado pelo papa Bento XVI e comentou o especial momento de re-

Agenda

da oração universal; a dirigir o canto e a orientar a participação do povo fiel; a preparar os fiéis para a recepção digna dos Sacramentos. Poderá, além disso, à medida que for necessário, ocupar-se da preparação de outros fiéis que, por encargo temporário, de-vam ler a Sagrada Escritura nas ações litúrgicas. Para poder desempenhar essas funções, cada vez com maior aptidão e perfeição, procura meditar

com assiduidade a Sagrada Escritura”. “O Leitor consciente da importân-

cia do ofício recebido terá o cuidado de aplicar-se e de lançar mão de todos os meios opor tunos para alcançar mais plenamente e cada dia desenvolver o conhecimento e o suave e vivo amor para com a Sagrada Escritura, de modo a tornar-se um discípulo mais perfeito do Senhor”.

Nossa Comunidade Arquidiocesa-

na une-se em oração pelos alunos da escola diaconal, afim de que tenham verdadeiro amor à Palavra de Deus e busquem, pela Leitura Orante, a intimi-dade com a Escritura Sagrada.

Parabéns aos novos Leitores! Que o Ministério seja exercido com dignidade e fidelidade ao Magistério da Igreja.

Direção da Escola Diaconal Santo Estêvão

Noite de Orações

novação que vive a Igreja com o papa Francisco. Indagado por nossa repor-tagem, o parlamentar, atual secretário de Estado dos Espor tes, afirmou ser contra a redução da maioridade penal. Ela não irá resolver a questão, apenas remediar, sentenciou.

A noite de orações foi encerrada com a entronização do Santíssimo Sacramento pelo vigário paroquial padre Fabiano.

Rubério Santos

Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

pastoral, visitas às comunidades religio-sas, escolas, prefeitura. Destacamos o encontro com alunos do colégio Marista, com catequizandos e catequistas da paróquia, bem como com alguns gru-pos de serviços. As celebrações foram importantes para a manifestação da fé de nosso povo. Durante a semana, no sábado e no domingo, nosso Arcebispo explicou durante a homilia o que signifi-cava sua visita, demonstrando que é a presença do Pastor que deve estar mais próximo do rebanho.

Encerrando a visita, Dom Paulo cele-brou, no domingo pela manhã, a missa da Primeira Eucaristia e, à tarde, a Crisma para os jovens de nossa paróquia.

Para nós foi muito importante ter nosso Arcebispo em nosso meio. Tornou-nos mais confiantes e firmes na fé e mais dispostos ao trabalho de evangelização. Agradecemos a Dom Paulo essa oportu-nidade e pedimos que volte sempre.

Padre Gilberto Araújo

Visita Pastoral

19SOLENIDADE DE PENTECOSTESFormação de Catequistas – Região Conceição das AlagoasAssembleia Arquidiocesana da Pastoral Familiar e Movimentos Familiares – Colégio Marista, das 9 às 17 horas

26SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE5ª Peregrinação Nacional da Família – Aparecida-SP

28Reunião do Conselho de Formadores

24 a 26Visita Pastoral na Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Sebastião, em Água Comprida

28Reunião da Coordenação Arquidiocesana de Pastoral (CAP), no Centro Pastoral, às 20h

30SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTIMissa em Araxá-MG, às 9h Missa em Uberaba-MG, às 16h

31/05 a 01/06 – Encontro do GREBICAT

3 a 5CONSER-LESTE II (Belo Horizonte)

7Solenidade do Sagrado Coração de Jesus (Dia de Oração pela Santificação do Clero e Padroeiro da Arquidiocese de Uberaba)

7 a 9Visita Pastoral na Paróquia de São Sebastião em Pedrinópolis-MG

7 a 9INAPAF – 2ª fase – Uberaba

10Reunião com a Equipe da CAC – 19h

11Reunião Coordenadores de Regiões Pastorais – 9h Reunião Conselho de Presbíteros – 14h

12 a 13 Atualização Teológica do Clero com Padre Godoy – Centro Pastoral

15Oração e formação – Leigas Consagradas

junho

maio

O Seminário de Filosofia Nossa Senhora da Abadia convida você e sua família para participar da nossa Noite de Massas, que será realizada no Salão Paroquial da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento (Igreja da Adoração), 08 de junho, às 19h30. Convites no valor de R$15,00.

Page 4: Jornal Metropolitano - Maio 2013

4 paróquias

Festa do Cristo Bom Pastor

Por volta do ano de 1867, alguns garimpeiros, vindos de Estrela do Sul, subindo pelo rio Bagagem, en-contraram o primeiro diamante num pequeno córrego que desaguava neste rio, surgindo daí um povoado à beira do córrego que, devido às águas barrentas e sujas, provenien-tes da lava do cascalho, emprestou o nome ao povoado então nascente: ÁGUA SUJA.

Seus primeiros habitantes, de-votos de Nossa Senhora da Abadia, iam todos os anos a Muquém, no Estado de Goiás, a fim de cumprir suas promessas e honrar a mãe de Deus. A população do povoado foi crescendo, e crescentes tam-bém eram as dificuldades para se deslocarem até Muquém, surgindo, assim, a ideia de construir uma ca-pela em honra a Nossa Senhora da Abadia, se os emissários do governo imperial não viessem incomodá-los nesse recanto, com a designação para o serviço na guerra do Paraguai.

Foi fei to um pedido formal ao bispo de Goiás Dom Joaquim Gonçalves de Azevedo, para que permitisse a construção da capela e para que os peregrinos que a visitassem obtivessem os mesmos favores espirituais de que gozavam os fiéis em Muquém, com o que o prelado concordou graciosamente.

No ano de 1870 foi construída uma Capela provisória, iniciando-se o transporte de material para o futuro Santuário. Providenciaram, também, a aquisição de uma imagem de Nossa Senhora da Abadia, encomendada de Portugal, na capital do Império.

Essa imagem, que temos ainda

Riquíssimas demonstrações de fé, devoção e uma alegria sem igual con-tagiaram nossa querida Uberaba entre 10 a 19 de abril, por ocasião da grande festa em louvor a Santo Expedito.

Conta-se que esse Santo fora possivelmente um soldado que sofreu martírio no século IV. Às tentações que lhe sugeriam deixar para amanhã sua adesão a Cristo, rejeitou firme-mente com o célebre brado Hodie! (hoje), isto é, não se pode adiar a conversão. Também seu nome é muito sugestivo: derivado do termo italiano “spedito”, que significa “rá-pido”, Expeditus é conhecido como o “santo das causas urgentes”.

Todos os anos, especialmente no dia 19 de abril – afirmam os paroquia-nos do bairro Manoel Mendes –, a igre-ja é visitada por um número expressivo de fiéis que vêm confiar à intercessão de Santo Expedito suas realidades: as coisas da vida, do cotidiano, as enfer-midades que fazem nosso povo sofrer tanto, as dificuldades enfrentadas prin-cipalmente pelos mais pobres, as famí-lias... Quanto se pede pelos filhos por quem mães simples e piedosas choram e oferecem tudo quanto seja possível para que deixem as drogas e retornem à vida! E cantam insistentemente: Santo Expedito, socorre-me agora!, clamor que só pode ser compreendido por aqueles que também em suas vidas já passaram pela experiência da dor.

Não se trata, porém, do santo da dor, pois os pedidos, as súplicas e os testemunhos de tantas graças alcançadas dão-se na esperança de

História do Santuário de Romaria

Santo Expedito, hoje!

DespertarAcordo com a barulhada dos pás-

saros e quando abro a janela do quarto, meus olhos vislumbram uma paisagem que toma conta do meu ser e se torna um momento mágico.

A visão me fascina talvez por ser um concreto recoberto de pedras, que mais parece um castelo das histórias lidas e ouvidas em minha infância. É festa para meus olhos!

Quando me deparo com esse mo-numento, sinto uma força, uma aura, e essa visão fantástica faz até desaparecer o que me entristece e me faz chorar. Essa beleza assimétrica se descortina ante meus olhos e me permite desligar das preocupações e das ausências. O motivo de minha euforia e emoção é um belo Santuário, uma relíquia pre-ciosa que guarda um tesouro que não é ouro nem diamante: “O Sacrário de Deus Vivo” e também imagens que nos fazem lembrar os Santos que fizeram a história do cristianismo e a joia preciosa irradiando bênçãos e luz por todos os lados. Ela nos permite recordar sempre que Jesus teve uma mãe que o afagou, amamentou e o educou: é a imagem de Nossa Senhora da Abadia.

Vejo pessoas subindo as escadas que levam ao segundo andar e sinto mi-nhas energias renovando-se. Meu corpo continua na janela e minha alma caminha pelas escadas com aquele peregrino contrito, de quem nem posso descortinar os sentimentos guardados no fundo do coração. Muitas vezes, de joelhos e numa fé profunda, desbrava quarenta degraus, seguindo por um imenso corredor, que culmina num simples altar, onde está a imagem da mãe acolhendo seus filhos.

Ali, caminhando rumo ao Santuário, está alguém que com certeza não é incré-dulo e de alguma forma vai a um encontro espiritual, saindo dali com a alma lavada e pronta para a renovação.

Neide Emília de Oliveira Gontijo

hoje em nosso Santuário, foi trans-portada em lombo de animais do Rio de Janeiro até a Barra do Piraí. Daí até o povoado de Água Suja veio de trem e em carros de bois. Quando de sua chegada, o povo, feliz, foi esperar a léguas de distância do arraial nascente, tendo sido a imagem benta ali mesmo, naquele lugar campestre onde ocorreu o encontro com o povo. Estando ela rodeada de filhos e devotos, foi rece-bida triunfalmente, entre aclamações apoteóticas e o espocar dos fogos de artifício, foguetes e morteiros e acor-des marciais, sendo então entronizada na Capela provisória.

Em 1872 foi criada a paróquia e, em 1874, a festa de Nossa Senhora da Abadia, que se iniciava em 06 de agosto e ia até 15 de agosto, já pôde ser celebrada na nova igreja, ainda em fase de construção.

Em 1907 foi concedido o título de Santuário Episcopal de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja.

Em 1925, a 16 de julho, a paróquia foi confiada à Congregação dos Sagra-dos Corações, sendo vigário, de 1926 a 1935, padre Eustáquio Van Lieshout, hoje declarado bem-aventurado pela Igreja.

Em razão do grande número de devotos que acorriam a Água Suja, iniciou-se, em 1928, a construção de um novo santuário.

Em 1991, a 31 de março, os padres dos Sagrados Corações deixaram Ro-maria, entregando a coordenação do Santuário ao Arcebispo Metropolitano Dom Benedito de Ulhôa Vieira.

Após receber o Santuário, o ar-cebispo nomeou para reitor Monse-nhor Geraldo Magela de Faria que, por cerca de 21 anos, ficou à frente

do Santuário como pároco e reitor. Padre Geraldo, como era chamado por todos, fez grandes obras e um excelente trabalho de evangelização, principalmente divulgando a devoção ao Bem-Aventurado Eustáquio.

Em 25 de janeiro de 2013, atenden-do pedido do arcebispo metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto, assumiu o cargo de reitor do santuário e pároco Padre Márcio Antônio Resende Ruback. Jovem, dinâmico, veio continuar o trabalho desenvolvido por Padre Geral-do, somando esforços e, sob a graça do Divino Espírito Santo, de Nossa Senhora da Abadia, padroeiros de nossa cidade, e do Beato Eustáquio,

evangelizar nosso povo, semeando o amor, a paz e a união.

Em rápidas palavras, foi assim que o povoado de Água Suja se tornou um centro de devoção mariana para Minas, Goiás, São Paulo e todo o Brasil.

Quanto à imagem de Nossa Senho-ra da Abadia, representa o mistério da Assunção de Nossa Senhora, que leva seu filho nos braços. Por isto mesmo sua festa é comemorada no dia 15 de agosto, dia em que a Igreja celebra a festa da Assunção de Nossa Senhora ao céu e sua coroação como rainha do céu e da terra.

Hamilton Pires Ribeiro

ser atendido. É, pois, com espírito bem festivo – dirá o povo fiel – que se reza a Santo Expedito. E em 2013, a alegria foi ainda maior: é visível – posso tes-temunhar – a paróquia animada, feliz, empolgada com a presença de seu pároco o Padre José Bezerra Pereira, (desde 11 de janeiro), motivada por seu pastoreio firme e presente no meio da comunidade. Desde que chegou, não mediu esforços para reunir o povo, escutar e conhecer a sua realidade.

E a resposta foi uma liturgia bem rezada, de verdadeiro encontro com Nosso Senhor Jesus Cristo. Durante a novena, diariamente, as missas foram celebradas por padres de nossa arqui-diocese e no dia 19, dia do padroeiro, foram celebradas nove missas, todas com imensa participação dos devotos. A celebração da Grande Festa teve início às 18 horas, com missa seguida de procissão, quando os presentes pu-deram expressar seu carinho e gratidão

à intercessão de Santo Expedito.Todos os dias, após os momentos

litúrgicos e devocionais, os paroquia-nos e tantos uberabenses puderam encontrar-se e estreitar laços fraternos em nossa grandiosa quermesse, com deliciosos pratos, bebidas, leilões, muita animação, com direito a concor-rer a um carro novo no último dia. As pessoas estavam felizes, trabalhando sem parar a fim de prestar serviços de qualidade e boa acolhida. Na verdade, têm consciência de que um dos alcan-ces primordiais da festa deste ano visa a um nobre objetivo: a construção da casa paroquial.

Posso dizer, pois, com satisfação, do rosto de nossa paróquia: um povo feliz e com a fé renovada. [...] Levarei seu nome pelo mundo afora!

Seminarista Gustavo Cortez Fernandez (Estágio Pastoral na

Paróquia de Santo Expedito em 2013)

Há pouco mais de um mês após ter tomado posse na nova paróquia de Cristo Bom Pastor, foi realizada a Festa do padroeiro. Com o tempo reduzido para organizar a festa, além de outras atividades religiosas como confissões, reuniões de regiões pastorais, Semana das Dores e Semana Santa, percebemos o entusiasmo e a dedicação do povo da comunidade, na realização do grande evento para a vida dessa paróquia.

A festa aconteceu de 12 a 21 de abril. A dimensão religiosa foi marcada pela participação de muitos fiéis. Cada noite da novena, com a presença dos festeiros e noveneiros de cada noite e de tantos fiéis, contamos também com a presença de vários sacerdotes que serviram a comunidade, mesmo quando ainda pertencia à Paróquia de Santa Lu-zia. Dos padres que estiveram presentes, destacamos Padre Alvimar Bhering que, até poucos meses, era o pároco dessa comunidade. Também esteve conosco nosso Arcebispo Metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto que, após ter vindo dar a posse para iniciar, nesta paróquia, meu ministério, voltou pela primeira vez para presidir a Eucaristia.

Momento marcante ainda na dimen-são religiosa foi a participação das crian-

ças. No final da Celebração Eucarística, no momento da oração diante da imagem do Cristo Bom Pastor, foram acolhidas inúmeras crianças que, vestidas como o próprio Bom Pastor, motivavam a comunidade paroquial através das invo-cações, para que todos realizassem as “glorificações” ao próprio Cristo.

A dimensão social de nossa festa foi marcada pela participação de muitos membros da comunidade, mas percebe-mos que há necessidade do envolvimento de muitas outras pessoas. Foi, além da finalidade de arrecadação financeira para as necessidades da comunidade, um grande momento de confraternização e maior integração do padre com seus fiéis.

Parabenizo a comunidade pelo grande esforço. Que o Cristo Bom Pastor ampare, proteja e guarde com sua graça todos que doaram o máximo de si para que pudés-semos vivenciar esse grande momento de ação na vida da comunidade.

Semelhante ao Cristo Bom Pastor, desejo que o caminhar como pastor e ovelhas nos faça sempre mais atentos ao apelo do Senhor, sendo testemunhas Daquele que por nós deu a vida, para que tenhamos vida e vida em plenitude.

Padre José Edilson da Silva - Pároco

Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

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paróquias 5

Desde o início da vida cristã, os dis-cípulos e discípulas de Nosso Senhor Jesus Cristo, sempre se reuniam para a oração, para a Ceia do Senhor, para ouvir o ensinamento dos Apóstolos e para a Partilha fraterna.

Nos primeiros séculos já en-contramos lugares reservados para estas reuniões, como o Cenáculo, as Igrejas domésticas, as Catacumbas e posteriormente, Basílicas, Cate-drais, Santuários e Igrejas. Todos os Templos de pedra são consagrados a Deus na busca de exaltar o Mistério da nossa Salvação ou as maravilhas operadas nos anjos, nos Santos e na Virgem Maria.

Os templos são sinais visíveis da presença Salvadora de Cristo entre nós. Ele é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (Como nos diz S. João no capítulo 1º. do seu evangelho). São sinais também da Igreja de Cristo que é formada por todos os batiza-dos, “pedras vivas, templo espiritual” (Como nos diz São Pedro no capítulo 2º. de sua carta). Somos o santuário de Deus, também nos indica São Paulo na 1ª. carta aos Coríntios, capítulo 3º.

O profeta Ezequiel no capítulo 47 de sua profecia, nos diz: “Vi sair água do lado direito do templo, e todos o que esta água tocou foram salvos”. Nós, cristãos, interpretamos esta passagem como imagem do próprio Senhor Je-sus, pois nele nos é dada a graça. Ele mesmo já nos dizia: “Quem tem sede, venha a mim e beba; rios de água viva jorrarão do seio daquele que crê em mim.”(Jo 7, 37-38).

O Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa completou 50 anos de inauguração em 2011, sendo

SANTUÁRIO DA MEDALHA MILAGROSA – Uma história de fé, uma obra de amor!

Começa a terceira etapa da Igreja de São Galvão Quase Paróquia Nossa Senhora de Lourdes das Torres

em Uberaba um sinal da presença de Cristo. No Santuário a Palavra Sagrada é proclamada, os Sacramentos são ce-lebrados, a fé é alimentada, a caridade é estimulada, a esperança é vivificada. Todos os que entram no Santuário imediatamente são convidados a olhar para o alto, para o céu , e reconhecer que para ele caminhamos entre as coisas que passam, vivenciando esta única vida que é dom divino, na busca da Vida eterna.

Algo que se impõe suavemente à vista de todos é a Imagem de Nossa Senhora, nos seus 2 metros de altura, talhada na madeira. Com seus mater-nais braços abertos parece acolher a todos quantos acorrem àquele lugar, ao mesmo tempo, que se dispõe a trazer do coração de seu Divino Filho os necessários benefícios que o povo de Deus tanto necessita.

A permanente visitação, a intensa participação nas celebrações Eucarís-ticas e a romarias de diversas partes do Brasil, são sinais claros de que no Santuário da Medalha Milagrosa as pessoas podem fazer a experiência da presença de Deus, experimentar a maternidade de Nossa Senhora, en-contrar a paz, se comprometer com a vida e de saírem para servir os irmãos e evangelizar.

Com o desejo e a aprovação da Monjas Concepcionistas e de muitos fiéis devotos iniciamos a restauração e reforma interna do Santuário, sacris-tia, capela das irmãs e uma parte do Mosteiro, para comemorar o Jubileu de Ouro da Inauguração. Foi organi-zada uma equipe para a promoção, elaboração e execução do projeto de reforma. No decorrer de três anos

muitos passos foram dados e o projeto inicial da restauração está prestes a ser concluído. Tudo isto tem sido possível, graças à generosa colaboração dos fiéis devotos da Medalha Milagrosa e de benfeitores do Mosteiro. Ainda falta

muito por fazer na Reforma do Mos-teiro e na parte externa do Santuário. Confiamos na Providência Divina, na colaboração de todos os membros da Comunidade do Santuário da Medalha Milagrosa e dos demais fiéis devotos.

Ó Maria Concebida sem pecado. Rogai por nós que recorremos a vós!

Padre Ricardo Alexandre FidelisReitor do Santuário e Capelão do

Mosteiro Concepcionista

Um sonho dos devotos de São Galvão em Uberaba começa a ser realidade. Os fiéis ganharão nos próximos meses o primeiro templo dedicado ao santo, beatificado pelo Papa João Paulo II e declarado santo pelo Papa Bento XVI. A Igreja de São Galvão está sendo erguida há mais de cinco meses, na Rua Silvério de Azevedo, 515, Bairro Morumbi. A obra está na terceira etapa, entrando na fase de reboco.

Indagado sobre o prazo para a con-clusão da obra, padre José Alves Cae-tano, pároco, tem resposta pronta: Não me preocupo com prazo. Tenho fé em Deus que conseguiremos, mas às vezes o tempo de Deus não é o nosso tempo.

São 730 metros quadrados de área construída, onde, além do espaço do templo propriamente, estarão a Capela do Santíssimo, Sacristia, Secretaria e Salas de Catequese.

Quanto à possibilidade de uma residên-cia do pároco no mesmo terreno, padre José Alves deixa a decisão por conta da comuni-dade. Os devotos contam com o apoio da imprensa, com arrecadações nas missas e

festas. A Festa do Milho acontecerá de 13 a 16 de junho, e a Festa de São Galvão, em torno do dia dele, 25 de outubro.

Primeiro santo nascido no Brasil, o frade franciscano Antônio Santana Galvão ficou famoso pelas “Pílulas de São Galvão”, pequenas frases sobre Nossa Senhora entregues aos fiéis em formato de pílulas, para o alívio de suas dores. O Santana de seu nome decorre da devoção, desde a infância, a Santa Ana, avó de Jesus.

“São Galvão era simples, dotado de

No dia 22 de agosto de 2012, a co-munidade de Nossa Senhora de Lourdes, pertencente à Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças, Bairro Boa Vista, recebeu seu título de Quase Paróquia.

Naquele mesmo dia tomou posse seu primeiro administrador paroquial Padre Vanildo Massaro de Brito. A partir de então, a Quase Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes das Torres vem desempenhado um trabalho de acolhida, formação pastoral, eventos e reestruturação em muitos aspectos. Hoje já conta com vários membros ativos em diversos segmentos.

Nos dias 04 e 05 de maio deste ano, tivemos a alegria de receber os se-minaristas de Filosofia de Uberlândia, juntamente com Padre José Roberto Ferrari, além de muitos agentes de pas-torais. Toda essa turma foi para as ruas com muita alegria e animação realizar as missões populares. De modo ime-

inteligência e muito caridoso. Ele cons-truiu o Mosteiro da Luz, em São Paulo, onde foi sepultado. Por isso é também padroeiro dos profissionais da constru-ção civil”, explica padre José Alves.

Quem quiser contribuir para a cons-trução da Igreja de São Galvão, pode fazer doações pelo Banco do Brasil, Agência 3351, conta 21.890-1. O con-tato com a Paróquia pode ser feito pelo telefone 3311-1920.

Paulo Ferreira / Jornalista

diato, tivemos uma resposta positiva muito forte, com intensa participação dos paroquianos nas celebrações dominicais.

Entretanto, isto é só o começo; há ainda muitos desafios, sendo o primeiro deles a construção da casa paroquial, obra de suma importância para todos da Quase Paróquia. Assim, estamos firmes nos trabalhos de evan-gelização, formação e criação de novas pastorais, tudo isso para que o Reino de Deus possa sempre estar presente em nosso meio.

Que a Senhora de Lourdes das Tor-res seja nossa intercessora junto ao Pai.

Venha visitar-nos: Av. das Torres s/n, alto Boa Vista. Missas às quartas-feiras (19h) e aos domingos (7h30 e 19h).

Contamos com sua presença e orações.

Pe. Vanildo Massaro

Ponte Alta festeja São José OperárioTerminou no último dia 11

de maio a festa em louvor a São José Operário, no bairro rural de Ponte Alta.

A tradicional festa do pa-droeiro de Ponte Alta foi aberta em 27 de abril com Missa, seguida de show com Luiz Gustavo e Claudinei. Houve tríduo preparatório, incluindo Reza do Terço, Celebração Eucarística e Quermesse.

No dia 1º de maio, dia do Trabalho e dedicado a São José Operário, houve alvorada festiva, carreata pelas ruas de Ponte Alta e Missa em louvor ao santo padroeiro.

Os festejos seguiram até 11 de maio com a tradicional Cavalgada de São José, leilão de gado e apresentação das bandas Impressão Digital e Pais e Filhos.

Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

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Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 20136 especial

Opinião

Deus, quando nos fez homens do seu reino, nos fez para que vivêssemos uma vida de trabalho. Assim consta dos textos bíblicos: “Javé Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden, para que o cultivasse e guardasse” (Gn 2,15). O trabalho nasce, então, como instrumento edificante da vida humana, na mais firme e propositada prova de que só o trabalho nos dignifica.

Todavia, com o passar dos anos, sob a tutela do egoísmo humano, o trabalho se viu transformado em mercadoria. As mãos que antes tra-balhavam para o bem de sua família e comunidade passavam a trabalhar para o lucro e arrogância de seus senhores. É nesse contexto que surge o termo “trabalho”, advindo da expressão“tripalium”, instrumento de tortura da sociedade romana, que no formato de um tridente era utilizado para a tortura e castigo dos escravos.

Assim, vê-se que, nas comunida-des primitivas, toda a força de trabalho era escravizada. Estrangeiros, prisio-neiros de guerra, simples devedores em mora, todos se tornavam escravos, cuja mão de obra era sugada até quan-do suportassem.

Trabalho – Do Éden aos dias de hojeEvolução histórica dos direitos trabalhistas

Passados centenas de anos, tal panorama continuaria quase o mesmo, nos anos da Idade Média, com o surgi-mento dos feudos e dos seus senhores, o trabalho novamente se torna massa de manobra dos mais poderosos. Pobres e humildes para que pudessem cultivar sua terra, deveriam submeter sua mão de obra a tais poderosos homens em um regime similar ao da escravidão.

Os anos continuaram passando e o trabalho humano, antes dádiva de Deus, continuava a ser tratado como objeto de submissão até que, com o advento da Revolução Francesa no século XVIII e a seguinte Revolução Industrial, o trabalho ganhou os ares com que o vemos hoje.

Entretanto, a exploração da mão de obra continuava sensível a quaisquer olhos, mulheres e crianças submetidas a estafantes jornadas em fábricas car-voeiras. Isto representava uma cinza cena de calamidade, da qual nasceu a tábua de salvação de todos os trabalha-dores: as primeiras leis trabalhistas. Era o Estado intervindo para salvaguardar o trabalhador.

Por sua vez, desde aquela época, a igreja Católica não se manteve silente, com o surgimento da “Doutrina Social da Igreja” voltada ao trabalho humano, seguiram-se diversas Encíclicas nas quais o trabalhador voltava a ser pensa- O Dia do Trabalho, comemorado em

1º de maio, antes de ser um feriado, uma oportunidade de descanso e lazer, é um momento de reflexão sobre o trabalho, suas relações e consequências.

Em países de breve história e com uma democracia jovem, é comum as relações trabalhistas serem engessadas por uma legislação paternalista. A CLT é um documento relativamente recente se entendermos que até pouco tempo o empregado era muito espoliado. Esta mesma legislação, no entanto, sob outra visão, se encontra agonizante em vários pontos.

Nos dias atuais, precisamos reco-nhecer que não existem, ao menos em regiões relativamente povoadas e com um mínimo de respeito à legislação, os senhores feudais. Ficou para trás o tempo onde o empregado estava fulltime à disposição da empresa e de seu pro-prietário. Outra verdade que precisamos reconhecer é que, nas últimas décadas, o ganho legal e salarial teve incremento. Benefícios como Fundo de Garantia, Seguro-Desemprego, multas por demis-são sem justa causa, Vale Transporte e tantos outros surgiram, frutos de luta, de evolução nas relações trabalhistas e muito diálogo.

Da mesma forma que existem ex-cessos pontuais, e que são abomináveis, existem também distorções na letra legal que, de maneira perniciosa, iguala os desiguais. Micro e pequenas empresas em sua maioria são compostas por até dois ou três sócios, muito comum o casal, com até três funcionários. Pagam aluguel e têm baixo movimento; portanto, pequeno faturamento. Na agricultura, os pequenos

do com a dignidade que lhe era devida. Dentre tais escritos encontramos a “Rerum Novarum”, datada de 1891, pelo Papa Leão XIII, “Quadragesimo Ano e Divinni Redemptoris”, de Pio XI e “Laborem Exercens”, de 1981, do Beato João Paulo II.

Voltando os olhos para tempos e terras mais próximas, no Brasil, após anos de escravidão, e uma lacuna de tratamento legislativo no início do século XX, em 01 de maio de 1943 foi editado o Decreto-Lei 5.452, a Conso-lidação das Leis do Trabalho – CLT, o primeiro passo para a salvaguarda dos trabalhadores brasileiro, que angaria-ram ainda a proteção constitucional no ano de 1988, com um rol pétreo de direitos laborais inalienáveis.

Entretanto, é sempre tempo para melhorar, podemos ainda hoje ver ce-nas de trabalho degradantes no Brasil e no mundo. Por aqui, para alterar este panorama, no Congresso Nacional tramitam, atualmente, 569 projetos de lei objetivando alterações nas Leis trabalhistas, por meio das quais esperamos a fórmula que nos leve a viver, novamente, em uma sociedade que eleve o trabalho ao patamar de instrumento edificante da dignidade do homem e sua comunidade.

Welder Castro Pereira Andrade

Reflexão sobre o trabalhoprodutores são chamados de “Agricultura Familiar” e recebem tratamento diferente. Essa desigualdade de tratamento na área agrícola é esperada ansiosamente pelas pequenas empresas comerciais e industriais, porque é um acinte serem tratadas como se tivessem centenas de empregados e milhões em faturamento. As micro e pequenas empresas sofrem, pois têm a mesma carga tributária das grandes empresas.

Os empresários de micro e peque-nas empresas são abnegados e aguer-ridos. Penam com os excessos de uma legislação que não quer enxergar que os pequenos empreendimentos abrem as por tas do mercado de trabalho, recrutam, ensinam, treinam e depois “entregam” essa mão de obra para as grandes empresas. A Lei não quer entender que a “Empresa Familiar” precisa ser tratada de forma diferente; que a destra do Governo deve ser mais branda, valorizar quem gera e mantém sete de cada dez empregos no Brasil.

Este é o caminho para se combater diferenças estruturais e de uma vez por todas alijar possíveis vinditas que surgem das relações trabalhistas que, via de regra, se transformam em em-boscadas para as duas partes.

O mundo evoluído aponta o ca-minho. Um futuro regido por lei, com certeza, mas que ela seja dinâmica, responsável e que incentive o diálogo e a boa remuneração para os trabalha-dores e não para os legisladores.

Fúlvio FerreiraComerciante, palestrante e

consultor em comércio varejista

Igreja gera inúmeros postos de trabalhoDe forma direta, a Arquidiocese de

Uberaba gera mais de 200 postos de trabalho. Contando seus eventos, festas de padroeiros e promoções são milhares de postos de trabalho criados em nossa região.

Para quem não sabe, a Arquidiocese de Uberaba é composta por 20 cidades do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba. Ao todo, são 57 paróquias, três áreas pastorais e mais de 250 comunidades. Nesses ambientes, emprega mais de 200 pessoas, entre secretárias, domésticas e outros profissionais.

Rosa Maria Domingos Ventura Pa-checo é secretária no Santuário da Abadia, em Uberaba, há mais de 35 anos. No final da década de 1970, com a aposentadoria da tia, a vaga lhe foi ofertada e até hoje permanece no cargo. Nesse período, Rosa passou por catorze párocos diferentes. Também casou no santuário e batizou todos os filhos. Para ela é uma alegria trabalhar na igreja. O ambiente é saudável, de fé e propício para formar excelentes amizades, enfa-tiza Rosa, agradecendo a Deus os longos anos trabalhando no Santuário da Abadia.

Há sete anos, a leiga consagrada Ilma de Souza Oliveira trabalha como secretária de Patrimônio e Coordenação de Pastorais na Cúria Metropolitana. Isto, depois de trabalhar seis anos nas igrejas de Nossa Senhora do Carmo e Nossa Senhora Aparecida, em Frutal, três anos na igreja de Comendador Gomes e dois, na Paróquia do Santíssimo Sacramento, em Uberaba. Ilma está satisfeita com o

que faz, pois se identifica muito com o trabalho, principalmente no tocante ao patrimônio. É uma vida dedicada à Igreja, destaca ela, lembrando que há 24 anos atua como catequista.

A Igreja gera ainda vários outros postos de trabalho em suas obras de ampliação. As paróquias estão sempre procurando melhorar ou ampliar suas instalações, movimentando o mercado da construção civil. Sem falar também nas novas comunidades que vão sur-gindo, sendo necessário erguer novos templos, salões e casas paroquiais.

Entretanto, talvez esteja no mercado indireto a maior contribuição da Igreja para a geração de empregos. Isto é bem visível nas festas realizadas pelas paróquias, comunidades, pastorais e movimentos. Não que os paroquianos cobrem para trabalhar, afinal, são todos voluntários. É que os produtos adquiridos ou alugados movimentam significati-

vamente o comércio. Em Uberaba, por exemplo, a Igreja Católica é um dos maiores clientes das empresas que alugam tendas e palcos. Nos setores de alimentação e bebidas, então, as paró-quias são grandes compradoras. Basta ver o volume de mercadorias que geram suas quermesses.

No setor gráfico está a maior concen-tração de negócios proporcionados pela Arquidiocese de Uberaba, fomentando, assim, o surgimento de postos de traba-lho nessa área. São tantos serviços con-tratados, seja na confecção de cartazes, folhetos, jornais e livros de cantos, que dava para montar uma gráfica própria.

E assim seguem os trabalhos da Igreja, onde o principal é servir a Deus e ao próximo. Daí a importância de que sejam trabalhos dignos e transparentes, com todos tendo igual valor perante o Pai.

Jornalista Rubério Santos

Page 7: Jornal Metropolitano - Maio 2013

especial 7

Os tempos litúrgicos, de grande intensidade na vida da Igreja, colocam-nos diante do grande mistério de nossa fé, sobretudo o tempo pascal: a revelação de nosso Deus como Deus Trindade – isto é, Deus uno e trino, um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Este é um grande mistério de revelação. Pois somente por Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nós podemos saber que Deus é, de fato, Trindade.

Não obstante, é no momento em que o tempo pascal vai chegando ao seu crepúsculo, que a luz da revelação se torna mais intensa. O Senhor nos fala, como discípulos seus, na liturgia, que voltará ao Pai. Enquanto envolvidos apenas pela sua partida, corremos o risco de nos entristecermos. Porém, não se trata de um voltar as costas àqueles que receberam Dele amor, à semelhança de Maria Madalena, que, por fim, no domingo da ressurreição, bastou “uma só palavra”, o seu nome pronunciado pelos lábios de Jesus, para reconhecê-lo o seu “grande mestre” (Jo 20, 16). E vida, à semelhança da ressurreição do filho da viúva de Naim, que transformou o viver de incontáveis pessoas (Lc 7, 11 – 19).

Jesus Cristo, Ele mesmo, é quem nos reanima com a promessa do Espírito Santo. Prepara-nos passo a passo, para este momento tão forte da vida dos seus discípulos, que continuarão a sua missão, isto é, da Igreja mesma, conforme, por exemplo, a narrativa do texto do evangelho proclamado no 6º Domingo Pascal (Jo 14, 23 – 29). Assim, a pessoa do Espírito Santo, a terceira da Santíssima Trindade, nos dispõe a experienciarmos, dentro de nossos limites humanos, a essência de nosso Deus – “Amor”.

Revelação do amor de Deus pelo Espírito Santo

O E s p í r i t o S a n t o , t a m b é m reconhecido como o Espírito de Amor (Rm 5,5 e Gl 5,22) por vivificar o amor de Deus em nós, aponta, nesta sua missão, que amar não é, em toda a Sagrada Escritura, um sentimento de querer bem. O amor é muito mais

ESPÍRITO SANTO: continuador em nós da ação de Cristoque isto. Amor é a atitude máxima do ser humano que se “assemelha”, na força do assemelhar escrito no livro do Gênesis (Gn 1, 26), ao próprio Deus Uno e Trino. É a atitude de sair de si mesmo. Deus Trindade, sai de si mesmo e entra em nossa história por meio de seu Filho que vem a nós para nos salvar (Jo 3,17).

Jesus revela o verdadeiro ser humano a toda a humanidade ao assumir a nossa história, suas alegrias e suas agruras. Logo, toda a nossa vida, principalmente as mais sofridas e abandonadas. Somente não vive o pecado, pois este é a marca do fechamento em si mesmo. Por isso, contraria o ser do próprio Deus que é aber tura infinita demonstrada na atitude de haver deixado a vida no seio de si mesmo, a vida na Trindade (Trindade Imanente, no dizer da expressão clássica da teologia) para que, assumindo a nossa vida, pudesse elevá-la à vida de Deus.

E, querendo Deus ainda permanecer conosco, por meio do mesmo amor, Jesus nos promete o Espírito Santo, que é Deus e vem de Deus para perpetuar sua presença em nós. O Espírito Santo torna-se o responsável para fazer de nós morada de Deus, verdadeiramente habitada por Deus (Jo 14,23). Assim, somos consolados nesta par tida de Jesus ao Pai, pois o mesmo Jesus permanecerá junto a nós pela graça e efusão do Espírito Santo, a nós dado em Pentecostes. Daí que o Espírito Santo é chamado de Espírito Consolador.

A ação do Espírito revelada na obra de São Lucas

Neste ano de 2013, “ano C”, com maior razão, ao seguirmos o caminho de Jesus, o Divino Mestre, por meio da meditação do evangelho Segundo Lucas, poderemos, então, exultantes, cantarmos no dia de Pentecostes a “sequência”: vinde Pai dos pobres, doador dos dons, dai os sete dons”(sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor filial de Deus) e ainda poderíamos completar, pedindo que nos dê os frutos (amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, longanimidade, mansidão, fé, modéstia, continência,

castidade). Esta “sequência” cantada antes da proclamação do Evangelho, no dia de Pentecostes, foi musicada e sempre é cantada ao longo de toda a nossa vida em todos os momentos que nos vemos necessitados de uma luz mais intensa para iluminar o nosso “caminhar na estrada de Jesus”.

A obra de Lucas, dividida em duas partes, a saber, o Evangelho Segundo Lucas e os Atos dos Apóstolos, formam um caminho onde, a ação contínua do Espírito Santo, conduz Jesus, bem como seus discípulos (a Igreja) todo o tempo. O Espírito Santo se faz presente desde a concepção quando lemos que Maria é recoberta pela sombra do Espírito Santo (Lc 1,35). Doravante, Jesus é conduzido por Ele, de Nazaré, ao norte da Palestina, na Galileia, até Jerusalém, ao sul, onde vive o apogeu de sua vida como entrega total. E de Jerusalém, a Igreja ali constituída, ganha a força do Espírito Santo, em Pentecostes, para seguir até os confins da terra, chegando, então a Roma, conforme acompanhamos em todo o percurso de Atos dos Apóstolos.

Um grande estudioso de nossos tempos, Pe. José Comblim, insistia em suas palestras e demonstra em seu belo comentário aos Atos dos Apóstolos que este livro neo-testamentário deveria ser chamado, mais que “atos dos

apóstolos”, “atos do Espírito Santo”. Afinal, em todo o percurso de Atos dos Apóstolos, vai sendo dito a nós que o Espírito Santo é quem conduz a Igreja.

O Espírito Santo em nossos dias

Em nossos dias, renovamos a mesma fé neste dom do Amor. Somos consolados pelo mesmo Espírito que conduziu a Igreja e a continua a conduzir. Ele nos atualiza Jesus que nos leva definitivamente ao Pai (Lc 9, 35). É o Espírito Santo quem faz que a vida de Deus esteja em nós. Razão pela qual, sobretudo, nos momentos mais importantes, nós o invocamos. É com esta consciência de um verdadeiro “Defensor”, “Consolador”, “Pai dos pobres”, “Doce hóspede da alma”, que a Igreja continuará sempre a invocar a presença do Espírito Santo dado a ela como “Corpo Mítico de Cristo” e “Povo de Deus”, como ela mesma se define a partir do Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Lumen Gentium (LG 7 e 9).

Nesta invocação, procuramos ouvir sua voz, não com os ouvidos meramente humanos, mas com o ouvido de nosso ser profundo que se abre ao próximo na busca de sairmos de nós mesmos para buscarmos o discernimento acerca da melhor atitude não para o nosso bem pessoal, o meu bem, mas o bem

Yves Congar afirmou que “a Igreja é feita pelo Espírito Santo, que é seu co-instituinte”, enviado em Pentecos-tes. A palavra apóstolo (gr.apostolos) significa enviado ou mensageiro. Apostollein significa um envio preciso, conotando uma missão, um mandato e qualifica o enviado. Jesus e o Espí-rito Santo foram enviados em missão, como afirma Santo Irineu, como “as duas mãos de Deus Pai”. Pentecos-tes foi a coroação de toda a missão de Jesus. O vento impetuoso teve o poder de desinstalar os apóstolos, lançando-os na continuidade da mis-são do próprio Cristo. Assim, nasceu a Igreja! O Espírito Santo sempre se fez

Um perene Pentecostes - O Espírito Santo como motor da Igreja

comum, o bem de todos. Atitude, portanto, que o próprio Deus nos deu o modelo, quando saiu, como acima comentado, da vida em si mesmo, para se fazer um de nós no mistério da encarnação.

Somos assim advertidos, por outro lado, contra qualquer manipulação da ação de Deus. Note-se que Ele não é um objeto do qual podemos fazer uma coisa ou outra. Por isso, a preocupação do apóstolo Paulo com a comunidade de Corinto, registrada em suas cartas aos Coríntios, era que, para sabermos quais são os dons que o Espírito tem dado a nós, como Igreja, ontem e hoje, não é se falamos línguas distintas, ou se alguém entre nós ganha destaque por um talento ou outro, mas se a pessoa de Jesus está se fazendo presente como dom do Amor em nós. Se comprometemos com a busca de vida digna, sobretudo, para os mais empobrecidos (Mt 25), como Jesus o fez. É o Senhor quem nos disse: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”(Jo 10,10). Então, sermos testemunhas de Jesus, continuadores de sua missão.

Na defesa da dignidade humana é que realmente falamos a língua do Espírito, conforme lemos em Atos dos Apóstolos. Trata-se de uma língua não falada pelos apóstolos, como novo idioma, ou uma língua que provenha de natureza distinta do ser humano. Mas, sim, uma “língua” compreendida pelos que “escutam” os apóstolos. Pois a língua com a qual Jesus nos comunica a salvação é a língua do amor. O amor é como a lágrima que nos é, agora, em Pentecostes, enxugada, ou o sorriso que manifesta a bondade da vida como uma graça: é entendido por todos.

Que neste Pentecostes, possamos ser habitados pelo Amor, pois Deus é amor (1Jo 4, 8.16) e assim, vivendo a busca de um mundo mais humano e doravante mais justo e fraterno, dilatemos o Reino de Deus que já está em nosso meio pelo Espírito Santo que nos é dado.

Frei Helton Barbosa Damiani, OP (mestre de noviços da Ordem

dos Pregadores; vigário da Paróquia São Domingos)

presente na história da Igreja, marcada por enorme riqueza de manifestações carismáticas. Revendo essa história, Raniero Cantalamessa observou que “os carismas não tinham desapareci-do da vida eclesial, mas sim da sua teologia” (Dons et Charismes dans la foi et la vie de l’Eglise, França: Ed. Beatitudes, 2009, p. 68).

Na preparação para o Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII pediu a oração da Igreja por um novo derrama-mento do Espírito. Paulo VI, refletindo sobre o citado Concílio, concluiu que “a Igreja tem necessidade de seu pe-rene Pentecostes; tem necessidade de fogo no coração, de palavra nos lábios,

de profecia no olhar” (L’Osservatore Romano, dez/72). João Paulo II obser-vou que o Concílio Vaticano II “foi um Concílio ‘eclesiológico’ (...) Ao mesmo tempo, porém, o ensino deste Concílio é essencialmente ‘pneumatológico’: impregnado da verdade sobre o Espírito Santo, como alma da Igreja” (DV, 26).

É inconcebível, portanto, a Igreja sem o Espírito Santo. Seria como um corpo sem alma, inerte, incapaz de qualquer movimento, fadado ao desaparecimento... A Igreja depende do Espírito Santo para cumprir sua missão. “Nunca será possível haver evangelização sem a ação do Espírito Santo”. Ele é “o agente principal”, que

Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

“impele para anunciar o Evangelho” e “no mais íntimo das consciências, leva a aceitar a Palavra da salvação” (EN 75). Em razão disso, a dimensão mis-sionária da Igreja exige a abertura ao Espírito Santo (DGAE 2011-2015, 30). Ele começa por nos levar a redescobrir a beleza e a alegria de sermos cris-tãos. Identifica-nos com Jesus Cristo, forjando missionários que se deixam impulsionar pela audácia da fé, no anúncio da salvação. Com seus dons, o Espírito Santo nos capacita para a missão de discípulos e missionários.

É necessário, outrossim, “apro-fundar e enriquecer as razões e moti-vações que permitam converter cada

cristão em discípulo missionário, para que a Igreja não se instale na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres... Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos um novo Pentecostes, que nos livre do cansa-ço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito, que renove nossa alegria e nossa esperança” (DA, p. 362).

Vera Cruz Garcia de Rezende

Bacharel em Teologia pela Faculdade Dehoniana – Taubaté - SP

Page 8: Jornal Metropolitano - Maio 2013

8 pastorais e movimentos

Pastoral Familiar

Nos dias 27 e 28 de abril, cerca de 30 casais participaram do Encon-tro Anual do ECC, Província Uberaba, na Cúria Metropolitana.

O evento do ECC - Encontro de Casais com Cristo - teve como pales-trantes o arcebispo dom Paulo Men-des Peixoto e padre Geraldo Marcone – Diretor Espiritual do ECC - Regional Leste II. A reunião trouxe também a Uberaba o casal Osmar e Zelina Lima, denominado casal regional.

Durante os trabalhos, os casais das dioceses de Uberaba, Uberlân-dia, Ituiutaba e Patos de Minas deba-teram o tema: “Família, desígnio de Deus”. O tema central foi dividido em outros: “Missão do Casal”, “Unidade do Casal no Amor e no Serviço” e “Ano da Fé”.

Os encontristas demonstraram grande preocupação com os jo-vens, ressaltando que até os filhos de casais do ECC têm dificuldade em seguir o caminho dos pais. Já padre Geraldo Marcone acentuou a importância do testemunho dos pais e o fato de sempre caminharem jun-tos, em todos os momentos de suas vidas, em especial, nas atividades da Igreja. “Não foram juntos para o al-tar?” questionou ele.

O encontro do ECC contou tam-bém com a presença dos padres Eli-seu, Zezinho, José Bezerra e Rogério, de Uberaba, e monsenhor Severo, da diocese de Patos.

Rubério Santos

O Movimento de Cursilhos de Cristandade (MCC) é um movimento da Igreja (eclesial) que, com método próprio, possibilita a vivência e a con-vivência do fundamental cristão, aju-dando a descobrir e realizar a voca-ção pessoal, e propicia a criação de núcleos de cristãos que fermentem de Evangelho os ambientes.

Dessa definição extraímos as fi-nalidades do MCC: vivência do funda-mental cristão - que significa viver a Graça, a Vida Divina em nós, realizan-do o Plano de Deus, anunciando seu Reino e seguindo a Cristo (finalidade imediata); convivência em grupos de fé presentes nos ambientes, procu-rando neles introduzir o fermento do amor, da fraternidade, da justiça, do perdão, entre outros (finalidade me-diata); e a evangelização ambiental, com a qual se procura levar os cur-silhistas a ser fermento dos valores do Evangelho em seus próprios am-bientes (finalidade específica). Tais finalidades são alcançadas em três tempos: Pré-Cursilho, Cursilho, e Pós-Cursilho.

Em Uberaba, o MCC é um movi-mento de evangelização ambiental, formação e vivência que neste ano completa 44 anos de caminhada na Arquidiocese. O primeiro cursilho para homens ocorreu entre 29/05 e 02/06/1969; para mulheres, entre 24 e 27/07/1969 – As cursilhistas Ma-ria Nilce Martinelli Pontes e Maria de Lourdes Cartafina Peres, que partici-param do primeiro cursilho de mul-lheres, atualmente são participantes ativas do MCC em Uberaba.

Um dos setores importantes da vida da Igreja é a Pastoral Familiar. Embora a realidade da família es-teja presente em muitos campos de ação da Igreja, necessário se faz organizá-la, sem o que ela se dilui entre outras pastorais, não alcançando a eficácia que dela se espera. A organização, por si só, não garante concretização dos ob-jetivos e metas estabelecidas. So-mente assim, no entanto, poderá dar passos controláveis e seguros na direção do atendimento da fa-mília. Sua organização a partir da Familiaris Consortio e consideran-do a realidade brasileira, abrange os setores pré-matrimônio, pós-matrimônio e os casos especiais.

A estruturação da Pastoral Fa-miliar Arquidiocesana faz-se sob a forma de uma comissão proposta pelo Instituto Nacional da Família e da Pastoral Familiar, ficando assim representada:- Bispo Arquidiocesano: Dom Pau-lo Mendes Peixoto- Assessor: Padre Fabiano Roberto Silva dos Santos- Apoio: Padre José Roberto Ferrari- Casal coordenador: Edith e Orialdo

Movimento de Cursilhos de Cristandade da Arquidiocese de Uberaba

Em 2012, o Movimento de Cur-silhos completou 50 anos no Brasil, com a comemoração do Jubileu em Encontro Nacional do MCC (Praia Formosa – Aracaruz/ES), com a par-ticipação de 1.400 pessoas de todo o país. Uberaba foi representada por 13 cursilhistas: Arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto; Assessor Eclesiásti-co Padre José Roberto Ferrari; os lei-gos Adriana Costa Rodrigues, Cecilia Maria Soares Pinna de Mello, José Lázaro Rodrigues, José Renis de Car-valho, José Roberto Pinna de Mello, Maria Helena Bielert Sivieri, Maria Teresa Gonçalves de Oliveira Salce, Marcelo Facuri Costa, Neusa Carva-lho Antonia Filho de Carvalho, Rober-to Leandro Alves e Sandra Aparecida Ribeiro Bendix.

Após o Jubileu de Ouro, nossa caminhada em 2013 será “Do Jubileu para um Novo Pentecostes”, tema da XXIX Assembleia do Grupo Executivo Regional (GER) Leste II, que ocorre-rá em Uberaba, entre 13 e 15 de se-tembro deste ano, no Centro Pastoral

João Paulo II, com 150 cursilhistas e 13 membros do Grupo Executivo Dio-cesano (GED) da região Leste II.

Os próximos Cursilhos da Arqui-diocese de Uberaba

O Cursilho para jovens (solteiros de 18 a 25 anos) ocorre em Araxá, e o 9º Cursilho Misto para Jovens acontece nos dias 17, 18 e 19 maio de 2013, sendo assessor Padre Mari-no Molina e coordenardora Erika Feli-cio Araújo Sales.

O 108º Cursilho para Homens será nos dias 7, 8 e 9 de junho, ten-do como coordenador José Renis de Carvalho. O 99º Cursilho para Mulhe-res acontecerá nos dias 14, 15 e 16 de junho de 2013, sob a coordenação de Maria Teresa Gonçalves de Oliveira Salce. Em ambos, o Assessor Eclesi-ástico será Padre José Roberto Fer-rari.

Os candidatos interessados po-dem retirar as fichas com o Pré-Cur-silho (José Lázaro ou Adriana) na Es-cola de Vivência às segundas-feiras, no Centro Pastoral, das 20 às 21h30.

- Núcleo de formação: Maria Isabel- Administrativo e financeiro: Maria-na e Sérgio- Secretários: Silvana e Paulo- Setor Pré-Matrimônio: Maria Isa-bel e Luiz Carlos- Setor Pós-Matrimônio: Vânia e Joscelino- Setor Casos Especiais: Francisca e Valadir- Apoio: Daniele e Wallace; Santusa e Ronei; Nádia e Ademilton

O trabalho desenvolvido pela pastoral familiar é amplo e abran-gente. É necessário que as equipes que nela trabalham tenham claros seus objetivos e prioridades, cujo enfoque principal é promover, forta-lecer e evangelizar a família, formar agentes, acolher toda a realidade de família, valorizar o ser humano des-de sua concepção, etc.

Está programado para o dia 9 de junho, das 7h30 às 18h30, no Santu-ário de Nossa Senhora da Abadia, um dia de formação para os representan-tes de pastorais e movimentos.

Maiores informações: Maria Isa-bel (9967-9788) e Edith (9117-9392)

Edith Maria C. Silva

ECC da Província debate a Família

Segue-me movimenta Santuário D’AbadiaO Segue-me é um encontro

de jovens de 16 a 23 anos, que acontece anualmente no Santu-ário Nossa Senhora D’Abadia de Uberaba. O movimento nasceu em Brasília, no ano de 1979, com o intuito de levar os filhos dos ca-sais que participavam do Encontro de Casais com Cristo a participa-rem mais das comunidades.

Da Capital Federal o encontro

se propagou rapidamente, e hoje o Segue-me está em aproxima-damente 15 dioceses espalhadas pelo Brasil. Uberaba realiza em 2013 o quar to encontro, que já soma cerca de 200 jovens e tem como objetivo impulsioná-los a par ticipar de pastorais e movimen-tos dentro da paróquia.

Bernardo Pachón tem 18 anos e fez o primeiro Segue-me de Ubera-

Arquidiocese marca presença na 43ª Romaria dos Vicentinos a Aparecida

Nos dias 27 e 28 de abril, acon-teceu a 43ª Romaria Nacional dos Vicentinos a Aparecida (SP).

A romaria deste ano comemorou em âmbito nacional e internacional os 200 anos de nascimento do Bea-to Frederico Ozanam e os 180 anos de fundação da Sociedade São Vi-cente de Paulo.

Nossa arquidiocese esteve repre-sentada no grande evento por Padre Rone Carlos, assessor do Movimen-to e cerca de 150 vicentinos de Fru-tal, Uberaba e Sacramento.

Além da Romaria Nacional dos Vicentinos em Aparecida, Unidades Vicentinas de todo o país têm organizado festividades locais para divulgar o principal fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo.

Em Uberaba, os vicentinos reu-

niram-se no dia 05 de maio em as-sembleia festiva para louvar e agra-decer a Deus os 200 anos de nasci-mento do Beato Frederico Ozanam.

Na opor tunidade, Padre Rone Carlos convocou todos os vicenti-nos para que rezem pela canoniza-ção do Beato que tanto bem fez aos pobres e necessitados.

Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

ba. Ele diz que o encontro o ajudou a enxergar com mais clareza o meio em que vivia. Representou e ain-da representa um divisor de águas, confirma o estudante.

Além dos jovens, o movimen-to também conta com a ajuda dos “tios”, casais que fizeram o ECC e trabalham nas diversas equipes res-ponsáveis pela realização do encon-tro. Lourdes Guilherme acredita que

o Segue-me criou um laço mais fraterno entre jovens e adultos na paróquia. O encontro veio para rea-vivar a juventude que estava ador-mecida no Santuário, ela afirma.

O próximo encontro acontece nos dias 24, 25 e 26 de maio des-te ano e já foram convidados 70 jovens para participarem.

Bárbara Caretta

Page 9: Jornal Metropolitano - Maio 2013

evangelização 9

Realmente foi providencial a intuição do Papa Bento XVI de anunciar um Ano da Fé, semelhante (mas em proporção diferente) à intuição do Papa João XXIII ao anunciar um Concílio.

A Igreja celebrou o Concílio Ecumê-nico Vaticano II no ápice da mudança de uma sociedade “cristã” e do surgimento de uma “sociedade moderna”: dom inestimável da Providência Divina que permitiu à Igreja Católica entrar em diá-logo com as novas formas de desafios da modernidade, com quem teve que se confrontar.

O Ano da Fé encontra-se, por sua vez, no ápice da pós-modernidade. Em gran-des linhas, sem entrarmos em detalhes, mas somente para termos uma noção do que é uma mudança de época, temos o que segue:

Era da cristandade: período em que toda a vida social girava em torno da Igreja Católica (grupo teatral, cinema, escola, hospital, etc.). A paróquia, com o seu pároco, era o centro da vida das famílias; todos se casavam depois de um tempo de namoro, eram batizados, iam à igreja aos domingos e nas festas de preceitos (dia Santo), com confissão e comunhão pelo menos uma vez ao ano. Este período teve seu início com Carlos Magno (800 d.C.), e término nos anos 60 do século passado – e nele esteve inserido o nascimento do Brasil, o inicio da Revolução Industrial, a época dos

No espírito de discípulos-missio-nários proposto pelo Documento de Aparecida, nosso Arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto propôs a nosso Semi-nário de Filosofia “Nossa Senhora da Abadia” um projeto missionário. Esse projeto visa a que nós, candidatos ao sacerdócio, tomemos contato com as vá-rias identidades paroquiais, tão diversas e únicas de nossa Arquidiocese.

Já estivemos presentes, de maneira especial, na Paróquia de São Sebastião, na cidade de Pedrinópolis, a pedido do pároco Padre Otair Cardoso da Cruz, que com muita hospitalidade nos acolheu. Pudemos

Um grande marco de nossa Igreja foi o Concílio Vaticano II, a partir do qual leigos começaram a ter partici-pação mais ativa na Igreja. Apesar de tantas mudanças, muito ainda precisa ser feito e não podemos retroceder no que já foi conquistado. A formação teológica e pastoral é o caminho para o cristão crescer na fé, na intimidade com a Palavra de Deus e estar a ser-viço da evangelização.

A Estelau tem contribuído na formação de leigos e leigas de nossa Arquidiocese. Com a turma atual, já estamos no quar to semestre, e um dos assuntos abordados foi a bioética, “a ética da vida”. Com os avanços científicos, principalmente no âmbito da biotecnologia, foi proposto um novo ramo de conhecimento que ajudasse as pessoas a pensar nas possíveis implicações (positivas ou negativas) desses avanços sobre a vida (humana ou, de maneira mais ampla, de todos os seres vivos) e assim prolongar a sobrevivência da espécie em uma forma aceitável de sociedade. “Nem tudo que é cien-tificamente possível é eticamente aceitável”. O progresso científico não é um mal, mas a “verdade científica” não pode substituir a ética. Após a II Guerra Mundial, devido aos abusos ”científicos”, houve grande discussão sobre os procedimentos éticos em “prol” da ciência.

Assim, quatro princípios básicos nor teiam a bioética: respeito da autonomia; não-maleficência (evitar o mal); beneficência (fazer o bem); justiça (igualdade de tratamento).

O Papa João Paulo II, ao falar sobre a relação entre ciência e fé, assinalou três características básicas dessa relação. Há de ser autônoma, recíproca e interativa. Ambas, religião e ciência, hão de preservar sua auto-nomia e seu caráter distintivo. Para a bioética, é fundamental o respeito à vida humana, vida com dignidade.

Marly Aparecida Spadotto Balarin (Vice-diretora da ESTELAU)

POR QUE UM ANO DA FÉ? - Da cristandade à pós-modernidadegrandes pensadores modernos e Ilumi-nismo, com os princípios da fraternidade, liberdade, igualdade. Tratou-se, porém, de um fenômeno mais de Elite do que de massa. Nesse ínterim, o pátio da Igreja paroquial (oratório) foi trocado pelo pátio da fábrica, porque lá se ganha o dinheiro que alimenta a máquina da produção e do consumo.

Era moderna: fenômeno cultural que vai dos anos sessenta (lembrando que o Concílio Vaticano II foi celebrado entre os anos 1962 a 1965) até os anos noventa. Nesse período, o cristianis-mo, principalmente em sua forma de catolicismo, encontrou-se no “olho do furacão”, isto é, diante de uma cultura que pretendia torná-lo uma coisa do passado, pendurando-o nas paredes das igrejas e na intimidade das consciências das pessoas. Assistimos aos grandes fenômenos de desestruturação das famí-lias, do êxodo rural e do assim chamado boom socioeconômico e cultural.

Pós-modernidade: trata-se de um fenômeno cultural que coloca o homem (sociedade) além de uma simples má-quina de produção e de consumo. Época de grandes transações econômicas, das bolsas de valores, da informática, da mídia, período do imediatismo, do já e agora; em resumo, período dos “ismos”: subjetivismo, protagonismo, fracio-nismo, liberalismo, relativismo, emo-cionismo, hedonismo, indiferentismo,

individualismo, consumismo e assim por diante. Na pós-modernidade, assistimos a fenômenos como as famílias abertas (e não mais monocelulares), primeira, segunda, terceira união, tendências cul-turais que rejeitam tudo aquilo que possa ter “cheiro”de instituição; uma rejeição declarada aos valores tradicionais.

A resposta da Igreja CatólicaO homem foi criado, nasceu para

valores profundos, sólidos, embasados no amor e não para realidades fúteis, vulne-ráveis, realidades líquidas (para não dizer gasosas) que desaparecem do nada. Para esse homem viciado, atordoado e perdido, vítima de promessas ilusórias, confeccio-nadas pelo capitalismo selvagem, fruto da modernidade e da fluvialidade da pós-

modernidade, a Igreja Católica, exercendo sua missão evangelizadora, responde com a proposta de redescobrirmos a beleza e o frescor de uma Cultura da Fé, respeitosa do homem e capaz de fazê-lo ressurgir através de uma Nova Evangelização a partir de uma Igreja descentralizada com profundo desejo de colocar a mão na massa, mesmo sabendo que isso pode provocar “calos”, com leigos altamente capacitados e sacerdotes humildes, de coração cheio de misericórdia, como ALTER CHRISTUS.

“Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus e do Pão da Vida” (Porta Fidei)

Padre José Roberto Ferrari

Com a ampliação da equipe, a Coor-denação Arquidiocesana de Catequese (CAC) espera desenvolver um trabalho efetivo e eficaz junto aos catequistas de nossa Arquidiocese, levando-os a uma experiência vivencial de fé com palavras e obras, sendo verdadeiras testemunhas do Amor de Deus. Com o apoio e aprovação de Dom Paulo, para o ano de 2013, nosso cronograma, que já está sendo realizado, é composto de duas formações em cada região com o tema “Documentos do Concílio Vaticano II” - neste primeiro semestre, estudando a Dei Verbum - contemplando o Ano da Fé; no segundo semestre, vamos trabalhar o Diretório Nacional de Catequese e o Documento Catequese Renovada com o objetivo de instruir os catequistas sobre os conteúdos primordiais para o exercício do ministério catequético.

Uma igreja sempre a caminho

Projeto Missionário do Seminário Nossa Senhora da Abadia

Coordenação Arquidiocesana de Catequese

perceber o quanto o povo tem sede de Deus e de sua Santa Palavra (Sl 62, 2). Visitamos muitas famílias e nelas, anunciamos a Boa-nova do Senhor Jesus (At 11, 20).

Também fizemos missão na Quase Paróquia de Nossa Senhora de Lour-des das Torres, na cidade de Uberaba, atendendo a solicitação do pároco Padre Vanildo Massaro de Brito. É bem clara, nessa comunidade que dá seus últimos passos para tornar-se paróquia, a assiduidade aos ensinamentos de seu pároco, a comunhão fraterna, a partilha do pão e o fervor nas orações como nas primeiras comunidades cristãs (At 2, 42).

Nossa tradicional Assembleia Ar-quidiocesana, no mês de agosto, com todos os catequistas, terá como tema “Iniciação Cristã” e será assessorada por padre Jordélio Siles Lêdo, CSS (Padre estigmatino, especialista em pedagogia

catequética e psicodrama; professor do curso de especialização em catequese pela PUC de Goiás, Membro do Centro de Formação Permanente (CEFOPE); coautor da coleção Catequese conforme as idades - psicopedagogia catequética,

Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

pela Paulus). Participaremos do encontro de coordenadores diocesanos do Leste II em Belo Horizonte, no final do mês de agosto, quando teremos oportunidade de trocas de experiências com outras dioceses e também de atualização de nossos conhecimentos catequéticos.

Outra novidade é que já está ocorren-do a elaboração das diretrizes arquidioce-sanas para a Crisma e Eucaristia e uma vi-sita catequética a todas as paróquias para conhecermos melhor a realidade de cada comunidade. Essas visitas estão sendo realizadas por nosso Assessor Eclesiás-tico Sem. Leandro Santos, tendo em vista a elaboração de um material didático a ser usado por toda a arquidiocese. Fidelidade ao Pai e ao encantador projeto de fazer ecoar Seu Amor, eis nossa Missão.

Márcia Marques dos Santos Felix

Fomos enviados dois a dois, como o Senhor Jesus enviou os seus (Lc 10,1) e levamos a Palavra de Deus, neste ano da Fé, convocando os fiéis e todos os que nos recebiam em suas residências a acendermos a chama da fé em nossos corações. Afinal, não basta somente ter fé. É necessário confessá-la com nossa boca para assim alcançarmos a salvação (Rm 10, 10). Abramos nosso coração para acolher o Santo Espírito que sobre nós repousa e nos faz testemunhas de Cristo até os confins da terra (At 1, 8).

Lucas da Silva Gonçalves – 3º ano

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10 formação

Maria, a Mãe de JesusMês de maio, mês dos trabalhado-

res, das noivas, das mães e da Mãe das mães, a Bem-aventurada Virgem Maria. A cada ano neste mês inten-sificamos nossas orações à Mãe de Deus, modelo de serviço e de disponi-bilidade a Deus e aos irmãos, pois em Maria toda a humanidade é exaltada pelo Criador, ao querer por meio dela se fazer um de nós.

Como é bonito de se ver o cari-nho que as pessoas têm pela Mãe do Senhor, sempre lembrada nas falas dos adultos pelo tempo de criança, quando levavam flores durante o mês de maio à Virgem ou par ticipavam de sua coroação. Esse mês é, por tan-to, mês de recordação e vivermos a nossa fé, que brota singela no chão do coração, assim como foi singela aquela que acolheu a Palavra encar-nada, o Verbo de Deus.

Não podemos falar da Mãe de Je-sus, sem nos lembrarmos daquelas que nos deram a vida, daquelas que, no amor, nos formaram, nos deram um caráter e nos ensinaram a colocar a vida sempre a serviço, nossas Mães. Pessoas simples, que nos ensinam pelo seu jeito especial de ser, pela sua

vida, pela sua luta diária por dignida-de; algumas delas nos ensinam pela sabedoria adquirida pelo tempo, outras pela juventude e a vontade de aprender, outras simplesmente porque amam, mas todas elas nos cativam por serem mães. Que todas as mães tenham a alegria de ver seus filhos crescerem e a graça de ver os filhos dos seus filhos.

O SIM QUE MUDOU A HISTÓRIAConvido você a imaginar, uma pe-

quena aldeia em Israel chamada Na-zaré, onde todo mundo conhecia todo mundo, onde a mulher não tinha voz e nem vez, e vivia ocupada com os afazeres domésticos: buscar água na bica, encontrar lenha para o fogo, tirar leite no curral, amassar o pão, limpar a casa, cuidar do marido e dos filhos. É nesse contexto, que vamos bater à porta de uma casa simples, de um pe-queno produtor rural chamado Joaquim que vivia com sua esposa, Ana, e que graças à promessa de Deus, tiveram

uma filha, Maria, que como as outras meninas de sua vila, estava prometida em casamento a um homem chamado José.

No entanto, essa jovem diferente das demais de sua vila, esperava mais do que um bom casamento, esperava que o Messias viesse para libertar seu povo; esperava que o Reino de Deus acontecesse em seu tempo; espera-va que Deus ouvisse o clamor do seu povo e viesse em seu auxílio. E assim, vivia inquieta; inquieta pela Palavra de Deus que conhecia; inquieta pela situ-ação do seu povo; inquieta por saber que sua prima Isabel, já idosa, está grávida e quer ajudar.

Inquieta porque recebeu a visita do anjo, que lhe transmite o sonho de Deus, e a convida a fazer parte desse sonho, para que se torne realidade. O Messias esperado estava chegando, e através dela entraria no mundo. A pri-meira reação de Maria é de espanto, e questiona. Porém, depois de ouvir o anjo e pensar no intimo do seu cora-ção, dá o seu sim. O sim de toda a hu-manidade, que aguardava a libertação. O sim de quem aceita caminhar com Deus pelas estradas desse mundo.

MAS POR QUE LOUVAMOS MARIA? Por que ao longo dos séculos Ma-

ria ocupou e ocupa um lugar especial dentro da comunidade dos seguidores de Jesus? Simplesmente pelo fato de ser Maria, a Jovenzinha de Nazaré que livremente se colocou a disposição de Deus e se tornou exemplo no segui-mento do Senhor. Maria é aquela que como a gente luta, busca renovação, tem solidariedade para com os peque-nos e mais carentes. Vemos isso, no Magnificat, no cântico de Maria temos o espelho de sua alma. "No Magnificat ela manifesta-se como modelo para os que não aceitam passivamente as circunstâncias adversas da vida pes-soal e social [...] mas que proclamam com ela que Deus exalta os humildes e, se for o caso, derruba os podero-sos de seus tronos" (João Paulo II). Com sua vida e mística, Maria indica um caminho novo e desafiador, capaz de integrar cidadania, espiritualidade e compromisso social.

Ao longo da história, a Virgem Ma-ria é mostrada como figura discreta que não toma o lugar de seu Filho Je-sus, muito menos é colocada no lugar de Deus. Sabemos que Jesus é o cen-tro do Cristianismo, se o deixamos de lado, não existe cristianismo e nossa fé é vã, como vai dizer o apóstolo. Po-rém, Maria é central, por ser a pessoa que está mais próxima deste centro. O cristocentrismo não é exclusivo, mais inclusivo. Pois o Deus dos cristãos não é solidão, mas comunhão. Não é Deus-só, mas Deus-com: Deus com Deus Pai, Filho e Espírito Santo; e Deus co-nosco: Emanuel. Deus não dispensa as criaturas, mas as associa ao seu ser e à sua ação. Assim, Ele mostra mais po-der fazendo as criaturas participarem de seu poder do que substituindo-as.

Assim, é pelo prisma da inclusão que devemos contemplar Maria pre-sente no Mistério Salvífico. Se Jesus é Deus, Maia é a Mãe do Filho de Deus. Se Jesus é o Caminho; Maria é aque-la que indica o Caminho. Se Jesus é a Verdade; Maria é a testemunha da Verdade. Se Jesus é o Sol da Justiça; Maria é a estrela da manhã, a lua. Por isso, sempre nas suas representações traz seu filho nos braços, ou suas mãos voltadas para o céu. E se a chamamos de Nossa Senhora é por causa de Nos-so Senhor.

MARIA NOS EVANGELHOS SINÓTICOSA figura de Maria é uma das mais

lindas das Sagradas Escrituras e certa-mente, a mais conhecida e querida pe-los cristãos. O rosto de Maria começa a ser desenhado aos pouco nos evan-gelhos. Marcos, o primeiro dos evan-gelhos, não nos fala muita coisa sobre ela, apenas nos dá o seu nome, Maria. "Esse homem não é o carpinteiro, o fi-lho de Maria?" (Mc 6,3).

Já o Evangelho de Mateus, apre-senta Maria como a Mãe virginal do Messias Salvador. Logo no início de seu evangelho Mateus apresenta Maria, na genealogia de Jesus. Além de acentuar sua virgindade, "a virgem conceberá, e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco" (Mt 1,23). Enfim,

Maria "se mostra companheira insepa-rável do Filho. é notável o fato de que Mateus use essa expressão quatro ve-zes (Mt 2,11.13.14.20). Isso denota a comunhão de destino de Maria com seu filho. Ela aparece como 'companheira do Redentor'" (Clodovis Boff).

Lucas mostra Maria como a mulher de fé; e para isso estabelece uma linha que começa a partir da liberdade da Vir-gem que aceita de forma consciente e responsável a Palavra de Deus e termina com a com a Maternidade, a partir de sua aceitação de fé na mesma Palavra. Lucas apresenta tudo isso em três ce-nas: O anúncio feito pelo Anjo; a visita de Maria à sua Prima e o Magnificat.

OS TÍTULOS DE MARIAAquela menina simples, de Naza-

ré, pela sua maternidade torna-se um exemplo no seguimento de Jesus. Nela temos um auxílio, temos o exemplo para também nós chegarmos ao Reino e para que o Reino chegue a nós, atra-vés de nós e apesar de nós. E assim, ao longo da história o povo de Deus se identifica com Maria e lhe atribui vários títulos. Antiguidade, no início do Cris-tianismo, Maria é chamada de: Mãe de Deus (Concílio de Éfeso) Virgem (Con-cílio Constantinopla II) Rainha. Já na Idade Média: Nossa Senhora e Mãe de Misericórdia. Idade Moderna: Patrona e rainha dos Povos (católicos) Mulher de

fé e serva do Senhor (reformadores). Na Idade Contemporânea: Discípula, Libertadora e Mulher.

Além de várias formas carinhosas com que o nosso povo trata a Mãe do Senhor. Nhá Chica, a primeira beata mineira, a chamava de Minha Sinhá; É bonito de se ver, quando visitamos pessoas idosas, que tem na cabeceira de sua cama sempre uma imagem de Maria, às vezes carcomida pelo tempo, às vezes passada de pai para filho, de avó para neta, mas que demonstra na simplicidade de artista anônimos, a fi-gura forte e carinhosa, amiga e compa-nheira, e quando convidados para rezar os olhos marejado se voltam para a imagem de Maria, como que pendido o auxílio da Mãezinha do Céus para suas dores e aflições.

Maria é mãe; a mãe de Jesus e nossa mãe. E como mãe está sempre preocu-pada e atenta às necessidades de seus filhos e filhas. Também se alegra com suas realizações e conquistas, além de motivar suas esperanças e sonhos, para que um dia cheguemos todos ao nos-so destino,que é o céu. Onde não mais existirá oprimidos e opressores; onde todos serão saciados; onde não haverá nem ricos,nem pobres; mas onde todos poderão cantar com ela as maravilhas de Deus em favor do seu Povo.

Padre Saulo Emílio

“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”(Jo 6, 68b)

Em solene Celebração Eucarística, presidida por Dom Antonio Braz Benevente, na catedral diocesana de Jacarezinho-PR, no dia 27 de abril, foi ordenado sacer-dote, o diácono Danilo Vitor Pena, filho de Uberaba-MG.Iniciou sua etapa formativa em nossos seminários Nos-sa Senhora da Abadia e São José, onde sempre se des-tacou pela inteligência e simplicidade.

Estiveram presentes vários padres de nossa arqui-diocese, bem como alguns seminaristas e grande repre-sentatividade de leigos das paróquias que o acompanha-ram em sua caminhada vocacional. Padre Danilo presi-diu sua primeira missa na paróquia de Santa Teresinha e, como agradecimento pela formação recebida por muitos anos em nossa arquidiocese, também presidiu a Santa Missa no seminário São José.

Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

Ordenação de padre Danilo Vitor Pena

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notícias da igreja 11

Uma luz provinda do sul de MinasA vida de Nhá Chica e a persistente

fama de santidade que as comunidades fiéis lhe atribuem é uma prova de que o Espírito fala pela voz do povo. Quando tomei conhecimento, como Bispo Dio-cesano, dos fatos simples e iluminadores de sua vida exemplar, a primeira coisa que descobri foi que ela não é uma lenda histórica, muito menos sua existência foi misturada com acontecimentos fanta-siosos. Nela tudo é muito real, revestido de simplicidade e até de pobreza de re-cursos. “O Senhor virá para ser glori-ficado nos seus Santos” (2 Tss 1, 10). Um casal não se sente diminuído ao lhe

Jornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

falarmos: “sua filhinha é muito linda”. Embora reconheçamos, sem a mínima dúvida, de que Jesus é o único Santo, o Espírito distribui entre seus filhos e filhas abundantes sinais de perfeição provindos da pessoa de Jesus. “Sede meus imita-dores como eu o sou de Cristo” (1 Cor 11,1). A Igreja precisa de modelos de santidade, por mil razões. Apenas desta-co neste momento que eles têm a razão esclarecida para entender o verdadeiro sentido das Escrituras.

Quanto à beatificação solene de Nhá Chica (Francisca Paula de Jesus), valendo a partir do dia 04 de maio de 2013, vai

Papa proclama beata Nhá Chica

O Vaticano divulgou na terça-feira, dia 7 de maio, a programação oficial da viagem do papa Francisco ao Brasil. Ele chega ao Rio de Janeiro no dia 22 de julho, às 16h, e será recebido pela pre-sidente Dilma Rousseff, pelo governa-dor Sérgio Cabral, pelo prefeito Eduardo Paes e por representantes da Igreja e autoridades, no Aeroporto Internacional do Galeão.

Depois, o Papa seguirá para a Resi-dência Assunção, no alto da estrada do Sumaré, que já hospedou João Paulo II duas vezes. Durante a estada no Rio, ali ficará hospedado.

No dia 23, o pontífice terá agen-da privada e, em 24 de julho, irá de helicóptero até a cidade de Aparecida (SP), onde celebra missa no Santuário Nacional. Retornará ao Rio de Janeiro no final do dia e visitará o hospital São Francisco de Assis, que se dedica à re-cuperação de dependentes da droga e do álcool.

No dia 25, o Papa Francisco cele-brará missa privada na Residência do Sumaré e depois irá ao Palácio da Cida-

O papa Francisco afirmou que a filha de escravos Francisca Paula de Jesus, conhecida no século XIX como Nhá Chi-ca, da cidade de Baependi, Minas Ge-rais e beatificada neste sábado, foi uma “perspicaz testemunha” da misericórdia de Cristo.

Por meio de uma mensagem, lida na homilia pelo prefeito regional da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano, cardeal Ângelo Amato, o papa Francisco evocou o pedido de beatificação apresentado pelo bispo da diocese de Campanha Frei Diamantino Prata de Carvalho e por vários fiéis.

O papa Francisco, com sua “auto-ridade apostólica”, declarou que a “ve-nerável serva” deverá ser chamada de

“beata e sua festa realizada nos lugares e da maneira estabelecida pelo direito, todos os dias 14 de junho”.

Primeira beata negra do Brasil O pontífice lembrou que a nova be-

ata era “leiga, virgem, uma mulher de assídua oração e perspicaz testemunha da misericórdia de Cristo com os ne-cessitados do corpo e do espírito”.

A beatificação de Nhá Chica foi fes-tejada em cerimônia que contou com a participação de autoridades de Baepen-di e do episcopado, acompanhada por cerca de 50 mil pessoas, segundo in-formou a prefeitura da pequena cidade de 18.000 habitantes, onde ela é vene-rada por fiéis de todo o país e também do exterior

Programação oficial da visita do Papa ao Brasil

Troféu Louvemos ao Senhor

de, onde receberá as chaves das mãos do prefeito Eduardo Paes. Em seguida, visitará a comunidade de Varginha/Manguinhos, pacificada em 2012. Lá, terá um encontro com párocos locais e visitará um campo de futebol e a casa de uma família da comunidade.

Durante a tarde, o papa irá à praia de Copacabana, onde acontecerá a Festa da Acolhida, com jovens parti-

No dia 9 de abril, foi publicada a lista oficial de artistas católicos indi-cados em diversas categorias para concorrerem ao troféu Louvemos ao Senhor (www.trofeulouvemos.com.br). Considerado o maior prêmio na-cional da música católica, em 2013 chega a sua 5ª edição com novos e surpreendentes candidatos. Para alegria e surpresa de nossa Arqui-diocese, temos um representante in-dicado em duas categorias: “Melhor Produtor do Ano” e “Artista Revela-ção”, com o álbum “O Céu vai se mover”. Ele é João Victor da Silva, 31 anos, casado e pai de três filhos. Ministro de música desde os 15 anos de idade, sempre trabalhou na evangelização dos jovens e contri-bui em muitos eventos e momentos importantes da igreja em sua cidade (Araxá), também atuando como mi-nistro em toda nossa Arquidiocese.

Hoje, além de ministro de mú-sica e pregação, João Victor é fundador da Comunidade Católica Homem Novo (www.homemnovo.com.br), onde cuida de cerca de vinte e cinco missionários. Nas re-des sociais, João Victor expressa sua gratidão e alegria: Sempre lutei pela música católica, não somente por ser meu ministério, mas porque eu creio que ela é instrumento para a salvação das almas. A premiação, no dia 22 de maio, será exibida pela emissora de televisão Século XXI. Que seja feita a vontade de Deus! Independentemente do resultado, é muito bom saber que estamos contribuindo diretamente para o crescimento da música católica. Pa-rabéns, João Victor!

Caio Bonicontro (Comunidade Homem Novo)

projetar, a partir de Baependi, uma nova luz para os céus do Brasil. Nós podemos lici-tamente invocá-la para ser nossa interces-sora em questões de saúde, de emprego, de questões amorosas, de convivência, de assuntos de fé e de tantos problemas diante dos quais nos sentimos peque-nos para vencer. Contudo, não podemos deixar na sombra o principal, pelo qual a Igreja promove a devoção aos santos: olhar como o santo ou a santa viveram o aperfeiçoamento da vida cristã; como foram seguidores de Jesus; de que forma superaram seus defeitos; de que maneira descobriram o caminho da salvação. Em

Beata Nhá Chica, sem deslizar para “men-tirinhas piedosas”, vemos um exemplo de pessoa convertida a Cristo e às coisas de Deus; nela reluz um grande desejo de ajudar o próximo em suas necessidades espirituais; tinha um imenso respeito para com a Eucaristia; sua devoção mariana era consistente; seu amor ao semelhante era incansável. Em que ponto vamos imitar o exemplo de sua vida? Eu, de minha par-te, peço sua intercessão para ser sempre mais de Cristo, meu amado Senhor.

Dom Aloísio Roque Oppermann scj – Arcebispo Emérito de Uberaba, MG

cipantes da JMJ (Jornada Mundial da Juventude).

No dia 26, será a vez da Quinta da Boa Vista, onde irá confessar cinco jovens provenientes de todos os con-tinentes. Depois, o pontífice se encon-trará com o arcebispo do Rio de Janeiro dom Orani Tempesta, em sua residên-cia oficial. Lá, irá encontrar-se reserva-damente com cinco jovens detentos.

À tarde, o papa Francisco rezará o Angelus e se encontrará com membros do comitê organizador da Jornada e seus patrocinadores. No fim do dia, irá novamente à praia de Copacabana para a Via Sacra com os jovens.

No sábado (27), o papa celebrará na catedral da cidade, encontrando-se depois com diplomatas, políticos e ar-tistas no Teatro Municipal.

No dia 28, o pontífice sobrevoará de helicóptero o Cristo Redentor. Depois, haverá missa em Guaratiba com os jovens da Jornada, evento que contará com a presença da presidente Dilma. No final do dia, será anunciado o local onde ocorrerá a próxima Jornada, em 2015. Durante a tarde, será o encontro com a coordenação do Celam (Conse-lho Episcopal Latino-Americano), com-posto por 45 bispos.

No dia 29, o papa Francisco irá ao Rio Centro, onde encontrará cerca de 15 mil voluntários da JMJ. Às 18h30, será realizada uma cerimônia de despe-dida no aeroporto do Galeão, e o papa retornará a Roma.

Restauração e Vendas de imagens Sacras e

Pinturas

Célia

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12 testemunho de féJornal Metropolitano - Uberaba, maio de 2013

Dom Eduardo DuarteA vida heroica de Dom Eduardo Du-

arte Silva é influenciada pelo destemido Pontificado de Leão XIII que foi o Papa que vislumbrou a necessidade de um “aggiornamento” na Igreja, convocan-do o Concílio Vaticano I (1869 - 1870); que sofreu a oposição à Igreja por parte das ideias liberais mas só se armou da fé mediante a consagração do mundo ao Coração de Jesus a 11 de junho de 1899 e que idealizou a Romanização das dioceses do Brasil.

Dom Eduardo trabalhou pela Ro-manização nos mais difíceis primeiros anos da República Brasileira, proclama-da por influência das ideias liberais.

A Romanização foi a reprograma-ção da Igreja no Brasil, alinhando-a ao regime republicano e objetivando:

a)- liberar-se totalmente das “amar-ras” herdadas do padroado imperial;

b)- restaurar a obediência do clero secular às orientações do bispado; e

c)- cuidar da formação do laicato católico pela Ação Católica, como meio de fazer decrescer a influência dos “co-roneis” que praticamente mandavam nas romarias e nas festas litúrgicas, todas elas “refesteladas” laicamente.

O ciclo de romanização uberabense se encerrou com o pulso forte de Dom Alexandre, que foi nomeado para bis-po, sob a condição de prometer ficar na diocese de Uberaba pelo menos 5 anos, sem pedir transferência. Ao que Dom Alexandre respondeu: “Ficarei sempre em Uberaba onde serei enter-rado”. Hoje em 2013, os tempos são bem diferentes, graças à Romanização.

Sob o aspecto da Romanização das dioceses do Brasil, Dom Eduardo foi o maior Bispo de Uberaba. Tanto Dom Alexandre como Dom Eduardo ven-ceram, mas pela irrestrita fidelidade à Igreja, sofreram muito.

Romanização das DiocesesTendo voltado de Roma onde se

doutorou, o Pe. Eduardo Duarte Silva, trabalhava em Desterro hoje Florianó-polis. Desejou ir para o Rio, porque seu pai morrera e ele assumira o sustento da família. No Rio, pela influência de seu tio Diogo, a vida financeira de sua mãe seria mais tranquila. A transferên-cia foi complicada. Pela pretensão de ir para o Rio, o bispo o obriga a prestar

exames de Teologia, costume da épo-ca pelo qual o bispo obrigava o clero a estudar. No caso de Pe Eduardo serviu de exemplo a todos os padres e de uma observação pessoal do bispo. Sub-mete-se a exames. Mas fica magoado com seu bispo. Certo dia um francisca-no lhe pergunta:

- Eduardo, há quanto tempo não conversa com o senhor bispo?

- Nunca mais, vou lá.Mas, então foi lá. O bispo tran-

quilamente lhe pede para sentar-se e requerer ao Imperador o cargo de Cô-nego da Capela Imperial, cargo vago. Emprego muito cobiçado. Depois, Pe. Eduardo comentou não entender o motivo daquela grande humilhação e daquele grande favor por parte de seu bispo. Soube só mais tarde que o bispo queria provar o orgulho do doutorzinho de Roma. Nomeado para a Capela Im-perial, cuida de sua mãe e presta bons serviços à Diocese. Capelão Imperial era cargo de notável reputação! Repre-sentando o senhor Internúncio Apostó-lico, foi o Cônego Eduardo quem en-tregou à Princesa Isabel, comenda do Papa Leão XIII, a Rosa de Ouro.

Em outra ocasião, o senhor Minis-tro do Imperador desejou um terreno dos carmelitas e o queria por medi-das drásticas. A isso se opôs o Visi-tador de Ordens Religiosas, o cônego Eduardo que conseguiu convencer o Ministro procurar a interferência da Santa Sé. Vinda tal licença de Roma, o Cônego Eduardo intermediou a doação do fundo do Convento da Lapa para a construção da primeira maternidade do Rio de Janeiro. Por tal favor, o Im-perador D. Pedro II o nomeia Conde, Comendador da Ordem de Cristo. (2 de maio de 1889)

Pela Proclamação da República, pensou-se em um Partido Católico. Por grave divergência entre dois jor-nais católicos o Partido Católico não foi fundado porque Jornal “Brasil Católico” contra o Partido Católico e Jornal “Cru-zeiro” a favor. Cônego Eduardo, a favor, ficou desgastado. Estreita-se a amizade do Cônego Eduardo com Dom Joaquim Arcoverde, este já só eleito bispo de Goiás. Contrariado, Cônego Eduardo quis tirar férias em Roma. Por pura causalidade no mesmo navio estava

o Cônego Eduardo com Dom Joaquim Arcoverde, ambos do “Cruzeiro” e Dom Antonio de Macedo Costa do “Brasil Católico”. Todos querendo falar com o Cardeal Rampola, Secretário de Leão XIII. Em Roma. Dom Arcoverde teria au-diência papal onde se iria se desculpar por não poder aceitar sua nomeação para Bispo de Goiás. O Cônego queria a oportunidade de adentrar os Palácios do Vaticano em companhia de Dom Arcoverde. Em audiência papal, conse-guida a dispensa para Dom Arcoverde. Com os assessores do Papa, já esta-va preparado um livro pontifical e uma cruz peitoral para Dom Arcoverde. En-tretanto, de repente, Leão XIII, se dirige ao Cônego Eduardo:

Papa Leão XIII- Quero que vos consagreis Bispo

de Goiás, depois, vamos providenciar o que falta para isso.

- Mas Santo Padre, minha idosa mãe. - Leve-a a Goiás.- Ela não suporta a viagem Santida-

de! Muito doente.- Nesse caso vá cada ano ao Rio

para vê-la. Aqui está a cruz peitoral e o livro pontifical que lhe dou. E pode partir.

Dom Eduardo foi nomeado Bispo di-retamente pelo Papa Leão XIII. Caso raro.

Na comemoração dos 25 anos de bispado de Dom Eduardo, Dom Arco-verde, então Arcebispo de Rio de Janei-ro, veio a Uberaba, abrilhantando tais festejos. Foi lembrado como Leão XIII nomeou bispo a Dom Eduardo. À frente da catedral há placa comemorativa so-bre tal festividade.

A Diocese inicial de Dom Eduardo, com sede em Goiás. abrangia aquele Estado e o Triângulo Mineiro. Com a falta de padres, as famílias dos coro-neis mandavam nas Paróquias que se encontravam em completa desorgani-zação. Sofreu muito. Pela proclamação da República com ideias liberais, um general confiscou o prédio do seminá-rio de Goiás, sob pretexto de servir de Hospital Militar. Dom Eduardo comen-tava que a República foi proclamada sem nenhum militar ferido. Recorreu ao Presidente da República. Nada. Todo bispo pode residir em qualquer cidade de sua Diocese, portanto, toma a deci-são de residir em Uberaba. Contrata vá-rias tropas de burros: “Em 24 de junho, havendo já em várias tropas remetido toda a minha bagagem, a dos profes-sores e seminaristas, parti de Goyaz e cheguei em Uberaba em 10 de agosto”. (“Passagens” Autobiografia,IPEHBC, série memória religiosa, UCG, Goiania, 2007, pg 145) e “O único edifício em condições de alojar o Seminário era o do Colégio Uberabense”,(COUTINHO, 2000, p.51)

Em 1899, Dom Eduardo transfor-mou o Seminário em o Colégio Dioce-sano do Sagrado Coração de Jesus, que em 1902 foi entregue aos edu-cadores maristas que Dom Eduardo conseguiu em uma eventual passagem pela França.

Dom Eduardo constrói sua Cate-dral, nas Mercês, inaugurada a 27 de

janeiro de 1907, gravando no frontispí-cio da futura catedral, em Latim:

“DIVO. CORDI. JESU. POSUIT EDU-ARDUS EPISCOPUS GOYAS 1905”.

AO DIVINO CORAÇÃO DE JESUS, DEDICOU EDUARDO, BISPO DE GOIÁS 1905. O Sagrado Coração de Jesus é o Titular da Arquidiocese.

Pela Bula Papal “Goyaz Adamantina Brasilaina Republica”, o Papa São Pio X, cria a Diocese de Uberaba a 29 de setembro de 1907, desligando-a de Goiás. A posse só foi possível a 24 de maio de 1908, 7 meses depois, por extravio postal do “Breve Apostólico Apostolatus Officium” de 8 de novem-bro de 1907, nomeando-o primeiro bis-po de Uberaba.

Incentivou a criação da primeira Escola de Odontologia e Farmácia em Uberaba, extinta em 1934. Por falta de Grupos Escolares com a colaboração das Irmãs Dominicanas fundou, pelos bairros, Escolas Primárias onde se aprenda o catecismo também.

Bispo zelosoDom Eduardo em suas andanças

apostólicas amava conhecer a nature-za. Em carta de 11 de agosto de 1911, D. Eduardo informava a um pesquisa-dor de bócio, Dr. Laudelino, o que ele aprendera em Goiás : “ ... pernicioso inseto da ordem dos hemípteros a que aqui dão o nome de barbeiro ou vum-vum que segundo experiências do Dr. Chagas é o transmissor do bócio. Eu suponho ser o “cimex lectuarius” que é diferente do “cimex (pentatona ritu-pex)” que é o percevejo comum das ca-mas. Aquele tem asas, este não... julgo que chamam-no “barbeiro”... vi por lá ( Goiás) papos de todos os feitios, uns em forma de uma grande moran-ga que da garganta desciam quase ao meio do peito. Os chamados de corda que são como uns pequenos coités de-pendurados em tendão e que descem até ao umbigo. Um desses tinha, como ouvi dizer, um sapateiro que o jogava às costas quando trabalhava em sua tenda”.

Bispo zeloso, formava comunida-des religiosas em sedes de fazenda, onde passava dias entre batizados,

casamentos, confissões e Missas. Um missionário.

Aprendia remédios caseiros com o povo simples para os receitar. Gostava de conversa popular. Com o povo das fazendas comia a taioba cozida, as sa-ladas de serralha, transagem, berdoega e o broto de abóbora.

Andava muito a cavalo. Certa vez caiu do cavalo. Conseguiu aprender domar sua própria exclusiva montaria. Nunca mais caiu.

Em pesquisa de Dr. José Mendonça: “No Almanaque Uberabense de 1904, encontramos as seguintes informações sobre o antigo Palácio Episcopal : ... Sua inauguração deu-se nos meados do ano de 1902 ... aproximadamente Setenta contos de réis ... concorreram: A Fre-guesia de Frutal, com 5 contos de réis, que foram gastos na aquisição do local; a Paróquia de Uberaba, com outros 5; a Mitra da Diocese com doze contos,... as demais Freguesias do Triângulo Mi-neiro, com dez contos de réis; o Esmo, Sr. Bispo n. Eduardo Duarte Silva, com 5 contos, provenientes de suas côngruas de Cônego da Capela Imperial ...”.

O Palácio era ao lado da primei-ra catedral. Depois foi sede do Jornal Correio Católico. Prédio destruído na década de 1950.

Dom Eduardo organizou as roma-rias na cidade de Água Suja, (Romaria MG). Em 1908, paraninfou a primeira turma formada no Colégio Marista. Pu-blicou 8 cartas pastorais. Ordenou 18 padres seculares e vários padres reli-giosos.

Dom Eduardo sofria de neurastenia crônica (cefaleia), conhecida popular-mente como enxaqueca. Em crises, ti-nha que manter-se ao leito, até por uma semana. Depois de 27 anos como bis-po de Uberaba, renuncia em março de 1923. Despede-se de seus diocesanos em Carta Pastoral de 1º de Agosto de 1923. Sai de Uberaba a 2 de setembro de 1923. Falece no Rio a 16 de outubro de 1924. A 11 de dezembro de 1983, transladados do Rio de Janeiro, seus restos mortais foram repousados na Catedral de Uberaba.

Prof. Carlos Pedroso / Historiador

Silva