jornal metropolitano junho 2013

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Gripe Suína São Dimas em Monjolinho Jornal [email protected] Ano 6 - 35ª Edição - junho/2013 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba Pastoral Social ganha novo impulso em Uberaba JMJ: últimos preparativos Corpus Christi e a Eucaristia Não é de hoje que os trabalhos sociais da Igreja Ca- tólica contribuem para o fortalecimento da sociedade brasileira. Já há algum tempo, a Pastoral Social foi cria- da visando dinamizar esta ação, sobretudo encontrar caminhos para que as famílias excluídas de nossas co- munidades possam ter uma vida mais digna. Em Uberaba, desde o ano passado, a Pastoral Social tem experimentado novo momento em sua caminhada ar- quidiocesana. Prova disso é o envolvimento de várias pa- róquias e a sociedade civil para a realização da 5ª Semana Social Brasileira. De 25 a 27 de junho, na UFTM, o evento vai debater Estado “para que e para quem?”. Páginas 02 e 07 A Arquidiocese de Uberaba es- tima que cerca de 400 jovens da região irão à Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, no No final de maio, a Igreja Católi- ca celebrou a festa de Corpus Chris- ti, neste ano, com a volta dos tape- tes de serragem. O grande Mistério Diante do crescente número de casos de gripe H1N1 no Triângulo, o arcebispo Dom Paulo Peixoto publi- cou nota suspendendo temporaria- mente o abraço da paz nas celebra- ções eucarísticas na Arquidiocese. A ação é preventiva. Página 03 Como já acontece há vários anos, a festa de São Dimas – “o bom la- drão” –, em Monjolinho, reuniu mi- lhares de fiéis. A tradicional caval- gada também despertou a atenção dos devotos. Página 04 Rainha da Paz Com o surgimento dos novos loteamentos, os missionários ca- tólicos avançam levando a Palavra de Deus e criam novas comunida- des. Uma delas é a Comunidade Rainha da Paz, que vai atender a duas mil famílias do Copacabana e Girassóis. Página 05 próximo mês. Os últimos prepa- rativos já estão sendo agilizados, com os corações carregados de emoção. Página 11 Eucarístico, em que pão e vinho são transformados em Corpo e Sangue de Cristo, é um dos enfoques espe- ciais desta edição. Página 06 Neste mês, o Arcebispo Emérito Dom Benedicto de Ulhôa Vieira, 93 anos, lançou seu 22º livro, intitulado “Auscultando o Coração” - trabalho que é uma verdadeira joia, fruto do lado humanista do autor. Página 11 Assessor da Cac vai até as paróquias Criação da Diocese de Uberaba Formação Um trabalho árduo, porém de bons resultados, está sendo fei- to por intermédio das visitas da Coordenação Arquidiocesana de Catequese às paróquias. O encon- tro, que cobra compromisso com a missão, envolve catequistas e cate- quizandos. Página 09 Em 2013, a Igreja comemo- ra os 106 anos da criação da Diocese de Uberaba. Tudo co- meçou com a chegada de Dom Eduardo.Confira no Espaço Me- mória. Página 12 Nesta edição, temos o início de duas séries especiais, dedicadas à formação dos católicos. Enquanto o Arcebispo Emérito Dom Aloísio Roque Oppermann aborda, em dois capítulos, os cinquenta anos do Concílio Vaticano II, Padre Saulo Emílio começa um estudo dedicado à Liturgia. Página 10 Já há muito tempo terço não é mais coisa de mulher. Em nossa Arquidiocese, é cada vez mais frequente o surgimento de grupos de homens presentes na oração do Terço, como na Paró- quia Nossa Senhora das Graças. Página 09 Terço dos Homens NOVO SALÃO DA MATRIZ DO PRATA. O novo salão paroquial da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na cidade do Prata, ficou belíssimo. Conforto e bom gosto chamam atenção na nova obra. Página 04. AUSCULTANDO

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Jornal Metropolitano junho 2013

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Page 1: Jornal metropolitano junho 2013

Gripe Suína

São Dimas em Monjolinho

Jornal [email protected]

Ano 6 - 35ª Edição - junho/2013 - Órgão oficial de Comunicação da Arquidiocese de Uberaba

Pastoral Social ganha novo impulso em Uberaba

JMJ: últimos preparativos

Corpus Christi e a Eucaristia

Não é de hoje que os trabalhos sociais da Igreja Ca-tólica contribuem para o fortalecimento da sociedade brasileira. Já há algum tempo, a Pastoral Social foi cria-da visando dinamizar esta ação, sobretudo encontrar caminhos para que as famílias excluídas de nossas co-munidades possam ter uma vida mais digna.

Em Uberaba, desde o ano passado, a Pastoral Social tem experimentado novo momento em sua caminhada ar-quidiocesana. Prova disso é o envolvimento de várias pa-róquias e a sociedade civil para a realização da 5ª Semana Social Brasileira. De 25 a 27 de junho, na UFTM, o evento vai debater Estado “para que e para quem?”. Páginas 02 e 07

A Arquidiocese de Uberaba es-tima que cerca de 400 jovens da região irão à Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, no

No final de maio, a Igreja Católi-ca celebrou a festa de Corpus Chris-ti, neste ano, com a volta dos tape-tes de serragem. O grande Mistério

Diante do crescente número de casos de gripe H1N1 no Triângulo, o arcebispo Dom Paulo Peixoto publi-cou nota suspendendo temporaria-mente o abraço da paz nas celebra-ções eucarísticas na Arquidiocese. A ação é preventiva. Página 03

Como já acontece há vários anos, a festa de São Dimas – “o bom la-drão” –, em Monjolinho, reuniu mi-lhares de fiéis. A tradicional caval-gada também despertou a atenção dos devotos. Página 04

Rainha da PazCom o surgimento dos novos

loteamentos, os missionários ca-tólicos avançam levando a Palavra de Deus e criam novas comunida-

des. Uma delas é a Comunidade Rainha da Paz, que vai atender a duas mil famílias do Copacabana e Girassóis. Página 05

próximo mês. Os últimos prepa-rativos já estão sendo agilizados, com os corações carregados de emoção. Página 11

Eucarístico, em que pão e vinho são transformados em Corpo e Sangue de Cristo, é um dos enfoques espe-ciais desta edição. Página 06

Neste mês, o Arcebispo Emérito Dom Benedicto de Ulhôa Vieira, 93 anos, lançou seu 22º livro, intitulado

“Auscultando o Coração” - trabalho que é uma verdadeira joia, fruto do lado humanista do autor. Página 11

Assessor da Cac vai até as paróquias

Criação da Diocese de Uberaba

Formação

Um trabalho árduo, porém de bons resultados, está sendo fei-to por intermédio das visitas da Coordenação Arquidiocesana de Catequese às paróquias. O encon-tro, que cobra compromisso com a missão, envolve catequistas e cate-quizandos. Página 09

Em 2013, a Igreja comemo-ra os 106 anos da criação da Diocese de Uberaba. Tudo co-meçou com a chegada de Dom Eduardo.Confira no Espaço Me-mória. Página 12

Nesta edição, temos o início de duas séries especiais, dedicadas à formação dos católicos. Enquanto o Arcebispo Emérito Dom Aloísio Roque Oppermann aborda, em dois capítulos, os cinquenta anos do Concílio Vaticano II, Padre Saulo Emílio começa um estudo dedicado à Liturgia. Página 10

Já há muito tempo terço não é mais coisa de mulher. Em nossa Arquidiocese, é cada vez mais frequente o surgimento de grupos de homens presentes na oração do Terço, como na Paró-quia Nossa Senhora das Graças. Página 09

Terço dos Homens

NoVo saLão da matrIz do Prata. O novo salão paroquial da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na cidade do Prata, ficou belíssimo. Conforto e bom gosto chamam atenção na nova obra. Página 04.

ausCuLtaNdo

Page 2: Jornal metropolitano junho 2013

2 artigos

ExpedienteÓrgão oficial de comunicação da Arquidiocese de UberabaE-mail: [email protected] PASCOM: Monsenhor Valmir RibeiroJornalista Responsável: Rubério Santos - Mtb: 4.384/MG - e-mail: [email protected] Editorias : Rubério Santos e Francine MouraRevisão: Amabile Pierroti e Luiza NogueiraDireção Comercial: Miryam Pereira / 8819-5636 – e-mail: [email protected]ão: Imprima Editora e Gráfica Diagramação: Alex Maia 9969-4028 – e-mail [email protected]ção: 20 cidades do Triângulo Mineiro e Alto ParanaíbaTiragem: 10 mil exemplares

Pastoral Social Fonte Inesgotável de SucessoEditorial

Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

Jornalista rubério santos

O Ano da Fé, lançado pelo papa emérito Bento XVI, continua sendo celebrado no mundo in-teiro. Atividades paroquiais, en-contros, debates e tantas outras ações procuram levar cristãos ao exercício pleno da fé.

O que é mesmo a fé? Você tem fé? Teria já alcançado graças através deste dom sublime ou foi Deus, Pai misericordioso, que o atendeu, apesar da displicência de seu pedido?

Na missa, melhor dizendo, no momento maior do rito eucarís-tico, quando o sacerdote ergue o pão e diz “comei, este é Meu Corpo”, todo cristão que se preze afirma: “Meu Senhor e Meu Deus, eu creio, mas aumenta a minha fé!

Será que a fé pode ser medi-da, quanto maior a graça, maior a fé ou será que o certo seria di-zer: “dê-me o dom da fé”? Mesmo

Welder Castro P. andrade

Caros Leitores,Após entregar a vocês

a primeira nova edição do Jornal Metropolitano, temos a satisfação de apresentar-lhes a continuidade deste projeto de evangelização que, neste mês, marca o in-gresso do povo cristão ca-tólico no tempo comum de nosso calendário litúrgico, tempo em que pudemos contemplar as festividades de Corpus Christi.

A comunidade de nossa Arquidiocese rendeu gran-diosa festa em louvor a Jesus Sacramentado no dia 30 do passado mês, nas dependên-cias do ginásio do Colégio Marista Diocesano. A soleni-dade foi também oportuni-dade para que os Ministros Extraordinários da Eucaris-tia renovassem seu “sim” à missão grandiosa que assu-mem.

A Igreja Santa, então, nos exorta a comprometer-nos com Jesus Cristo vivo na Eucaristia. Nessa festa, Sua presença terna nos convida mais uma vez a nos integrar-mos a Seu projeto, colocan-do também nossas mãos a Seu serviço em favor da co-munidade.

E é por isso que damos especial atenção, nesta edi-ção, às Pastorais Sociais de nossa Arquidiocese que, mergulhadas no serviço aos pobres e excluídos, promo-vem a missão que Cristo nos confiou como Igreja: a cari-dade ao levar ao “menor” o pão que é Vida e Alimento.

É assim, em clima jubilo-so, que entregamos a você, leitor, esta edição. Convida-mos a todos para que conti-nuemos a celebrar a presen-ça do Deus vivo na Eucaris-tia, ao tempo em que repen-samos nosso compromisso com Aquele que nos pede, além de joelhos para rezar, mãos para socorrer nossos irmãos! Boa leitura.

dom aloísio roque oppermann scj

É um prazer misturado com fadiga. O ser humano tem capaci-dade de pôr a natureza a seu ser-viço. E de uma maneira criativa e pouco repetitiva. As formigas são seres admiráveis pela sua labo-riosidade e pela sua extraordi-nária organização, mas não são capazes de trabalhar com outro método, diverso daquele que já usavam há dois milhões de anos. O homem quer colocar toda a na-tureza a seu favor. Por isso, tra-balha a cana para dela extrair o álcool e o insuperável açúcar de nossas mesas. Seus métodos de trabalho podem mudar, moder-nizar e simplificar. Tudo para al-cançar melhores resultados, com menos esforço. “Do trabalho de tuas mãos comerás, tranquilo e feliz” (128, 2). O resultado do tra-balho causa prazer aos humanos. É a alegria de sentir-se útil. Vendo o sucesso de seu trabalho, o ho-mem e a mulher se sentem reali-zados e têm a sensação do futuro em suas mãos.

Todavia, o trabalho não só causa satisfação, como também deixa um travo amargo de fadi-ga. É a convicção de que nada se recebe de graça. O progresso só vem com esforço. “No suor do rosto comerás o teu pão” (Gen 3, 9). Para contornar o cansaço e se alimentar só de sobremesa, muitos homens, mais do que nos tempos passados, se apropriam do fruto do trabalho dos outros. O número de roubos, de assaltos e de mortes por causa de dinhei-

dom Paulo mendes Peixoto

A Pastoral Social é empenho da Igreja para ajudar na solução de questões sociais na vida das comunidades. As Pastorais So-ciais se voltam para atitudes con-cretas das pessoas em diferentes grupos ou facetas da exclusão social. Estas Pastorais Sociais são articuladas pela Pastoral Social em ações no campo sociopolítico.

O foco principal da Pastoral Social é fazer com que todas as pastorais ligadas à ação social cumpram seu papel na defe-sa da população. Aí entram as questões relacionadas à saúde, habitação, trabalho, educação e qualidade de vida, seguindo o querer de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e em abundância” (Jo 10,10).

Em todos os tempos convive-mos com situações de margina-lização. São pessoas anônimas com rostos que têm a predileção do amor de Deus. A Igreja procu-ra ir ao encontro dessas pesso-as, usando seus instrumentos de ação social, para recuperar a dig-nidade perdida em meio a uma cultura capitalista e excludente.

Além de ir ao encontro dos excluídos, a Pastoral Social deve provocar transformação na socie-dade. Assim estará contribuindo, à luz da Palavra de Deus, para a mudança dos corações insensí-veis para com os mais fracos. Po-derá também surgir daí uma nova maneira de ser. É por aí que passa a construção do Reino de Deus.

Muitas atividades podem ser provocadas pela Pastoral Social,

motivando as Pastorais Sociais em situações específicas, como no mundo do trabalho, na reali-dade das ruas, no campo da mo-bilidade humana, nos presídios, na situação de marginalização da mulher, dos trabalhadores rurais, dos pescadores, e assim por diante.

Algumas condições devem es-tar presentes na Pastoral Social. Entre elas citamos a fé e o com-promisso social, a oração e a ação, a religião e a prática de cada dia, a ética e a política. Não podemos ficar apenas na prática da oração sem ação social e política, fun-damentais na vida dos cristãos. Por isto estamos preparando a 5ª Semana Social Brasileira, com o objetivo de motivar a ação das Pastorais Sociais na vida de nos-sas comunidades cristãs.

A democracia da féporque, parece ilógico medir a fé, pesá-la; se tem ou não se tem.

Entretanto, a realidade não é bem assim; podemos, como suge-re Bento XVI, exercitar a fé. Uma espécie de motivação, um des-pertar da fé. E para tanto, preci-samos debater o assunto, ler mais e acreditar na força do Espírito Santo em nós.

Lemos tantos livros de auto-ajuda e deixamos de lado o guia da salvação, a Sagrada Escritura, onde estão os maiores testemu-nhos da fé. Quando quero infor-mação sobre doenças, leio um bom livro de medicina; sobre futebol, uma revista conceituada em esportes, e assim deveria ser com a fé. Para exercitá-la, para co-nhecer mais sobre ela o correto é ler a Bíblia, uma espécie de “enci-clopédia da fé”.

Pois é, sabemos de tudo isso, porém pesquisas demons-tram que nós, católicos, pouco

ro é coisa nunca vista. Nem nos tempos de decadência moral dos grandes impérios, nem na épo-ca em que as estradas estavam cheias de bandoleiros, nem nos tempos inseguros das guerras e revoluções se encontra paralelo com o que acontece hoje. Os que hoje querem ganhar a vida na moleza, sem trabalhar, e exigem somas valiosas, acresce a todas as suas injustiças o fato de serem cruéis, sem sentimentos para com seu semelhante. Isso de ar-rastar alguém, ainda vivo, amar-rado num automóvel; de pôr fogo numa pobre vítima por não ter dinheiro; de torturar com requin-tes de sadismo é cena corriquei-ra. É tudo falta de fé e de temor reverencial para com Deus. E vêm ainda certos luminares de nosso governo pregar contra o crucifixo em salas de aula e querer ensi-nar à juventude um sexo seguro e sem responsabilidade. É intolerá-vel. Quanto mais religião, melhor para todos. Só Cristo revela aos homens a beleza da humanidade. Para sermos plenamente huma-nos, olhemos o Salvador.

lemos a Bíblia. Estudá-la, então, é coisa para “carolas”, gente que tem tempo sobrando. Não é nos-so caso: o tempo urge, a inflação não para e a vida segue no corre-corre. Até... até que a doença nos surpreende e o leito de um hos-pital nos faz parar. Alguns ficam totalmente imóveis.

Nesta hora, com a partida já nos acréscimos, nos lembramos de Deus. "Senhor, salve minha fi-lha". "Senhor, cure-me e prometo que doravante serei outro, um cristão de verdade". Apesar da misericórdia divina, em alguns casos já é tarde demais. Mesmo porque fé não se consegue com um estalar de dedos. Afinal, é pre-ciso vivenciá-la, o que ocorre na ajuda ao irmão, no temor a Deus, na oração e no sofrimento.

Portanto, irmão, prepare-se para quando esses momentos chegarem. Exercite a fé que há dentro de você, deixe-a aflorar,

não tenha vergonha de amar a Deus sobre todas as coisas e te-nha fé. Ela não é um tiro no escu-ro e talvez seja uma das práticas mais democráticas deste mundo. Negro ou branco, rico ou pobre, bonito ou feio, sábio ou rude, qualquer um pode vivenciá-la com mais ou menos intensidade. O que você está esperando?!

Aleluia!

Page 3: Jornal metropolitano junho 2013

Leitorato e Acolitatoarquidiocese 3

Agenda

Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

19 Aniversário natalício de Dom Roque

24 Reunião de Professores do Instituto Teológico São José – às 14h

27Término das atividades da ESTELAU

28 a 30Visita Pastoral na Paróquia de São Judas - Uberaba 3º Módulo da Escola Catequética

29Aniversário sacerdotal de Dom RoqueConfraternização dos Diáconos Permanentes e famílias

30 SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO (Coleta do Óbolo de São Pedro)

02Encontro de Secretárias das Paróquias – às 9horas

07Formação de Catequistas – Região Sacramento

16 a 20 Semana Missionária para a JMJ

23 a 28 JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

julho

junhoA Arquidiocese de Uberaba, no úl-timo dia 06, acolheu os seminaristas Douglas Araújo e Ronan Belo Júnior, como novos leitores e acólitos. Os ministérios foram concedidos pelas mãos de nosso arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto. Estavam também presentes: Dom Celso, com os novi-ços dominicanos, padres formadores de nossa arquidiocese, seminaristas, amigos e familiares, além de uma porção expressiva do povo de Deus.

A Celebração Eucarística, pela qual os seminaristas foram instituí-dos nos Ministérios Litúrgicos, acon-teceu na Paróquia do Santíssimo Sacramento. Os ministérios são fun-damentais para o serviço da Santa

Igreja de Deus e, como nos apresen-ta o Catecismo da Igreja Católica, em seu parágrafo 2039, “os ministérios devem ser exercidos em um espíri-to de serviço fraterno e dedicação à Igreja, em nome do Senhor”.

Desta forma, os candidatos às Ordens Sagradas preparam-se para, no futuro, exercerem com maior dignidade o serviço da Palavra e do Altar. Às vésperas da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da Arquidiocese de Uberaba, nossa Igreja Particular viveu um momen-to de oração e gratidão a Deus por todas as vocações sacerdotais - mo-mento este de intensa unidade ar-quidiocesana.

rubério santos

O arcebispo dom Paulo Men-des Peixoto está orientando o clero de Uberaba para que sus-penda provisoriamente o abraço da paz nas celebrações eucarís-ticas e demais eventos da Igreja, como prevenção à gripe suína.

A decisão foi tomada duran-te missa na quinta-feira, dia 06 de junho, na Paróquia do San-tíssimo Sacramento, após o ar-cebispo tomar conhecimento da terceira morte por gripe H1N1 na cidade. Dom Paulo pede ao clero que seja suspenso, tempo-rariamente, o tradicional abra-

Arquidiocese suspende abraço da paz como prevenção à gripe suína

ço da paz. Ele orienta também para que a hóstia seja colocada na mão e não na boca do fiel. E complementa que, nesse perío-do, seja evitado o Pai Nosso de mãos dadas.

De acordo com o arcebispo, todas estas medidas são de ca-ráter provisório, de forma a pre-venir as pessoas contra a gripe suína. “Entendo que todos pre-cisam colaborar no sentido de acabar com a doença em Ube-raba e a medida mais urgente é tomar os devidos cuidados de higiene. Estamos fazendo nos-sa parte,” ressaltou dom Paulo, tranquilizando os cristãos.

Padre José Edilson da silva

A Arquidiocese de Uberaba, nos dias 12 e 13 de junho, no Centro Pas-toral João Paulo II, realizou sua Atua-lização Teológica, destinada ao pres-bitério da Arquidiocese e também aos religiosos, diáconos permanen-tes, seminaristas e leigos das diversas pastorais e serviços da Igreja Particu-lar de Uberaba e de nossas paróquias.

O tema abordado nessa atua-lização foi a Revitalização das Pa-róquias, apresentado pelo Padre Manoel Godoy, Mestre em Teologia Pastoral e professor na PUC-MG.Para entrar propriamente no assun-to proposto, o conferencista fez uma abordagem histórica da Igreja desde o Concílio de Trento (1545-1563), passando pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) até nossos dias.

A primeira inquietação apre-sentada foi a de que, frente ao plu-ralismo religioso e diante de duas eclesiologias marcantes que foram os dois últimos concílios, “passados 50 anos do último, percebe-se, mes-mo em terras latino-americanas, que Trento continua com sua força. Mesmo de maneira diferente, o Va-ticano II ainda não foi totalmente implementado”.

Após apresentar o panorama histórico da Igreja de Trento até nossos dias, o conferencista apre-sentou a preocupação atual da Igre-ja do Brasil, trazendo uma reflexão sobre o Documento de Estudos da CNBB, nº 104: “Comunidade de co-munidades: uma nova paróquia”, destacando suas principais ideias e contribuições.

Como última reflexão, visan-do a uma verdadeira revitalização paroquial, foram apresentadas 10

Aos 27 dias do mês de maio de 2013, a Comunida-de da Área Pastoral Nossa Senhora da Conceição Apa-recida acolheu seu novo administrador Padre Aloizio José Nunes de Azevedo Junior, que foi empossado pelo coordenador da Região Araxá, Marino Molina.

A coordenadora de catequese da Área Pastoral dirigiu, no final da celebração, algumas palavras, acolhendo o novo administrador, mostrando que o povo está aberto ao trabalho pastoral e ansioso pela criação da nova Paróquia.

Padre Aloizio, em suas palavras iniciais, ressal-tou que toda a comunidade, juntamente com o pa-dre, deve estar como os servos nas bodas de Caná, preparados para obedecer ao Senhor Jesus e dei-xar que Ele transforme nossa vida e missão. Disse também que na Igreja somos todos servos, e como servos devemos testemunhar com nossa vida em Comunidade a Ressurreição de Jesus e a Vinda do Espírito Santo sobre nós.

Atualização Teológica

pistas pastorais, tendo como ilu-minação o Documento de Apareci-da (2007) e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2011-2015), como motiva-ções para articulação de nossas co-munidades paroquiais neste novo modelo eclesial. São elas:

1ª pista: Insistir na prática de uma Igreja de comunhão-partici-pação;2ª pista: Favorecer o surgimento de novas comunidades;3ª pista: atender às demandas que emergem da subjetividade, a partir de Jesus Cristo;4ª pista: Avançar na construção de uma Igreja inculturada;5ª pista: Prosseguir na missão de profetismo social da Igreja;6ª pista: Recuperar as raízes espiri-tuais e místicas do cristianismo;7ª pista: Investir na formação sis-temática e de qualidade do laicato;8ª pista: Promover uma nova Pas-toral com os olhos voltados para a cidade;9ª pista: dar atenção especial à dimensão ecumênica e ao diálo-go inter-religioso;10ª pista: Buscar a conversão pas-toral e renovação missionária das comunidades.

Com estes caminhos, é hora de pensarmos a vida de nossas comu-nidades eclesiais e favorecermos uma verdadeira revitalização das mesmas. Isto só acontecerá quan-do, de fato, abraçarmos a causa e nos tornarmos instrumentos de Jesus Cristo que veio para servir e não para ser servido. Coloquemo-nos todos a serviço do Reino e da revitalização de nossas comunida-des paroquiais.

Posse de padre Aloizio

16 a 20 de julhoSemana MissionáriaMissa de abertura na Catedral, Vigília na Adoração, Missa de envio em São Benedito, Momento Jovem no Santuário da Abadia e Noite Cultural na praça da Concha Acústica. Participação de 20 jovens da França. Juventude participe!

Page 4: Jornal metropolitano junho 2013

4 paróquias

Dom Paulo visita PedrinópolisComunidade do Monjolinho celebra com Louvor e Devoção a festa de São Dimas

Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

Nos dias 24, 25 e 26 de maio, o arcebispo Dom Paulo Mendes Pei-xoto esteve na paróquia de São Se-bastião e N. S. Aparecida, em Água Comprida, em visita pastoral. Na ocasião, Dom Paulo reuniu-se com lideranças, visitou órgãos públicos como a Prefeitura e a Câmara dos Vereadores; esteve com alunos, professores e diretores das escolas do Município e do Estado, visitou

miguel soares

A iniciativa de utilizar o espaço na parte baixa da Igreja Nossa Se-nhora do Carmo foi do Monsenhor Célio. Com muita criatividade, sou-be fazer daquele espaço até então de pouca utilidade um cartão pos-tal para nossa cidade e que servirá para eventos, festas, seminários, encontros, etc . O término do salão de festas da Paróquia Nossa Senho-ra do Carmo foi anunciado no dia 28 de maio de 2013, nas celebra-ções que aconteceram no domingo, quando os participantes da missa foram convidados a conhecer o novo salão de eventos.

Só visitando o local para se ter uma dimensão da obra, que veio resolver uma antiga reivindicação da sociedade pratense em ter um local para grandes eventos. Tudo ficou perfeito, a começar pela entra-da principal, visto que ganhou um novo visual, com arquitetura moder-na, jardinagem, cativando todas as pessoas pela nova roupagem de um espaço antes sem utilidade, hoje to-talmente revitalizado. E o principal: mais uma fonte de receitas para a paróquia. Adentrando as dependên-cias, depara-se com amplo salão cli-matizado: cozinha, banheiros inter-nos e externos, camarins e serviços.

O nome proposto para o sa-lão foi o do Monsenhor Célio, pela iniciativa, criatividade e também pelos relevantes serviços que vem prestando como evangelizador nesta cidade e pelo trabalho na ad-

seminarista douglas araújo

São Dimas, como o Evangelho nos ensina, é o “bom ladrão” que se arrepende na cruz ao lado de Jesus e pede que o Senhor se lembre dele. “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino". Responde-lhe Jesus: "Em verdade te digo que ainda hoje estarás comigo no paraí-so" (Lc 23, 42-43).

Pela tradição cristã, São Dimas é o protetor dos pobres agonizantes, sobretudo daqueles cuja conversão na última hora parece mais difícil. Entregam a São Dimas a proteção das casas e propriedades contra os ladrões. Invocam-no nas causas difíceis, sobretudo nos negócios financeiros, para a conversão e emenda dos bêbados, dos jogado-res e ladrões. É protetor dos presos e das penitenciárias, dos carrocei-ros e condutores de veículos.

Todas as noites as celebrações estavam repletas de fiéis do Dis-

Nos dias 31 de maio, 1º e 2 de junho, a Comunidade de Nossa senhora do rosário do distrito de monjolinho celebrou solenemente a tradicional festa em louvor a são dimas.

trito de Monjolinho, das fazendas vizinhas, das cidades do Prata e Campina Verde, bem como de ro-meiros vindos até do estado de São Paulo. Também foi realizada a tradicional cavalgada com partici-pação de mais de 200 cavaleiros, e todas as noites, no salão de festas, houve a quermesse e o forró. Nossa

gratidão aos festeiros Tony Robson, Sandra e todos seus familiares que não mediram esforços para a reali-zação dessa bonita e piedosa festa de São Dimas.

Entre os dias 07 e 09 de junho, foi realizada na Paróquia São Se-bastião de Pedrinópolis a Visita Pastoral do Arcebispo Metropoli-tano de Uberaba Dom Paulo Men-des Peixoto. A Visita Pastoral é uma instrução canônica e tem como objetivo o reconhecimento do que está sendo realizado em termos de missão e evangelização. Também é uma oportunidade para que o pas-tor tome consciência da realidade onde estão inseridas as ovelhas de seu rebanho.

Durante os dias de visita, fo-ram realizados diversos encon-

tros com o poder público (exe-cutivo e legislativo), com empre-sários e agricultores, e também com as pastorais e movimentos paroquiais, sempre precedidos de orações e missas.

Entre esses encontros, desta-camos o encontro com os jovens e a recepção da Cruz Missioná-ria e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude. No dia 09 de junho, após percorrer o trajeto propos-to pela paróquia, Dom Paulo en-cerrou a visita com missa na Ma-triz de São Sebastião.

Arcebispo faz Visita Pastoral em Água Comprida

Antigo Salão Comunitário da Paróquia Nossa Senhora do Carmo será inaugurado e recebe nome de Salão de Eventos “Monsenhor Célio Pereira Lima”

doentes, conheceu a área rural e a população flutuante que vive nos ranchos. O arcebispo conheceu também toda a estrutura da paró-quia e pôde constatar as melhorias e as reformas que estão sendo fei-tas no interior da Igreja e no salão que abrigará a catequese. Para en-cerrar a visita, Dom Paulo celebrou a Eucaristia e conferiu o sacramen-to da Crisma a dez jovens da comu-

nidade. Para o Padre Rone Carlos, a visita de Dom Paulo foi um momen-to muito importante na vida pasto-ral da paróquia de Água Comprida, pois o povo teve oportunidade de conversar, tirar dúvidas, partilhar experiências e conhecer melhor nosso arcebispo. “Todos ficamos fe-lizes com sua presença no meio de nós e esperamos colher bons frutos dessa visita.”

ministração que envolve todo o patri-mônio da paróquia. Como democrata, não aceitou; sugeriu, então, que fosse feita uma votação com os nomes do Cônego Ângelo Casagrande e o seu. A votação foi feita em escrutínio se-creto. A apuração aconteceu no final da última celebração do domingo, na presença de membros do Conselho Administrativo e outros leigos, sendo o nome do Monsenhor Célio Pereira Lima, escolhido com mais de noventa por cento dos votos. Uma justa home-nagem para quem teve a ideia, a cria-tividade, lembrando que já existem na cidade outras obras que levam o nome do Cônego Ângelo Casagrande.

Parabenizamos Monsenhor Célio por seu dinamismo e trabalho, sua capacidade administrativa e gentile-za de presentear a comunidade pra-tense com um grande investimento para palestras, encontros, seminá-rios, festas de casamento, aniversá-rios, encontros, etc . Prata precisava de uma obra dessa magnitude há muitos anos. Agora podemos dizer que temos uma excelente estrutura para abrigar centenas de pessoas para grandes eventos. Onde existe uma vontade, existe uma possibilida-de; aquilo que no passado foi um so-nho, hoje é uma realidade. Parabéns a Monsenhor Célio, ao Conselho Pas-toral Paroquial e Administrativo, Pas-torais, Grupos de Reflexão, sociedade pratense, comércio local. Parabéns pelo trabalho incansável dos festei-ros de nossa comunidade, sem o qual não seria possível concluir essa im-portante obra de cunho social.

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paróquias 5

Obra da nova matriz de Santa Bárbara

Comunidade batalha por templo dedicado a Nossa Senhora Rainha da PazJornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

rubério santos

Os paroquianos de Santa Bárbara, em Uberaba, estão construindo novo templo para a matriz. A obra é uma re-alidade graças ao apoio da comunida-de. A capela de Santa Bárbara, entre os bairros Valim de Melo e Chica Ferreira, existe há mais de 20 anos. Em 2009 foi elevada à condição de paróquia e, com isto, em 2011, a comunidade deu início à construção do novo templo.

Até agora foram feitos a fundação, o contrapiso e a alvenaria, que está em fase de respaldo. O paroquiano Wilson Valério acompanha a obra de perto e ajuda no que pode. Ele conclama a comunidade para que continue contri-buindo com a construção.

Com as paredes sendo levantadas, padre Fábio Meira Santos diz que as atenções se voltam agora para a terceira etapa da obra, que inclui estrutura metálica e telhas. “Para o telhado, é bem provável que faremos novos car-nês,” diz ele.

Com metade da obra concluída, já é possível vislumbrar a futura ma-triz de Santa Bárbara. Ao todo, são 500 m² de construção, contando a nave da igreja, capelas do

Santuário da Medalha Milagrosa e Mosteiro Concepcionista – Um pouco da história...

Santíssimo e do batismo, e a sacristia. Dona Vanice Camargo fala com orgulho da construção do novo templo: “É um sonho que a comunidade está transfor-mando em realidade”, afirma a coorde-nadora do Grupo de Oração de Mães.

A construção, confirma o pároco, é fruto da força da comunidade, que não mede esforços para realizar eventos e festas com a finalidade de angariar recursos. No entanto, como ainda há muitas obras pela frente, o sacerdote espera receber contribuições de devo-tos de Santa Bárbara espalhados por todo o Brasil.

Se você quiser ajudar, pode depo-sitar qualquer quantia na Conta Cor-rente nº 70190-4, agência 0015-9, Banco do Brasil, em nome da Arqui-diocese de Uberaba.

Paulo Ferreira

Na Uberaba que construiu novos e distantes conjuntos habitacionais, nos últimos anos uma comunidade batalha, tenta reunir forças e apoio da socieda-de para edificar o seu espaço de louvor a Nossa Senhora, como um monumento de promoção da paz – numa comunidade que, visivelmente, precisa de muita paz.

Assim pode ser descrita a batalha de um grupo de moradores dos Bair-ros Pacaembu e Parque dos Girassóis, há anos tentando erguer ao menos um galpão – os primeiros passos para a construção da Igreja de Nossa Senhora Rainha da Paz. O bairro clama pela pre-

marsônio José Ferreira

Sob as luzes de Deus, em 1998, no dia 16 de outubro foi lançada a pedra fundamental para a edificação da Ca-pela do Divino Espírito Santo e Santa Edwiges. Tivemos na época a presença de nosso Arcebispo Dom Aloísio Ro-que Oppermann, do Arcebispo Emérito Dom Benedito de Ulhôa Vieira, autori-dades locais deste Município e também o povo de Deus.

A exemplo de Santa Edwiges, uma igreja humilde e cheia de vida numa comunidade carente nasce para o povo de Deus professar sua fé. A Capela foi criada dentro do território da Paróquia São Judas Tadeu, tendo como seu Páro-co Padre José Lourenço da Silva Júnior. Seguiu-se um longo período de cons-trução do templo sob a coordenação de Dona Alfa Maria Furtado, na liderança de campanhas para a edificação. Várias outras pessoas também ajudaram nessa caminhada.

No início, as Celebrações Eucarísti-cas aconteciam aos sábados, e durante o ano foram realizadas duas festas: a Festa do Titular Espírito Santo, sempre às vésperas de Pentecostes, e a Festa da Padroeira, em 16 de outubro. Ao longo de sua caminhada, a Comunidade teve

sença forte da Igreja.Há mais de 10 anos esperando, os

fiéis contam há três meses com o apoio espiritual do Padre José Edilson da Silva, coordenador de pastoral da Ar-quidiocese e titular da Paróquia Cristo Bom Pastor. Segundo ele, a intenção da comunidade é começar — em breve — a edificação de um galpão metálico, com capacidade para abrigar de 150 a 200 pessoas.

“Estamos aguardando para o mês de junho a ligação da água e da energia elétrica no local e, em seguida, começa-remos o galpão, favorecendo a vida e a participação da comunidade, que já tem Grupo de Texto, Grupo de Reflexão e de

reeleição abacial no mosteiro Concepcionista

No dia 24 de março deste ano, Madre Maria dos Anjos do Santíssimo Sacra-mento foi reeleita Abadessa do Mosteiro Concepcionista por mais um triênio. O Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa está localizado no Mosteiro; portanto, está sob a administração da Ma-dre Abadessa. Desejamos a Madre Maria dos Anjos que a graça divina a fortaleça e ilumine em sua missão junto às Irmãs Concepcionistas e conduza suas ações na administração do Santuário.

Com grande empenho das Irmãs Concepcionistas Franciscanas, foi fundado em Uberaba/MG o Mosteiro da Imaculada Conceição, da Divina Providência e de São José, em 1949. Elas chegaram em Uberaba/MG no dia 21 de junho de 1949. No dia 26 de julho do mesmo ano, foi inaugurado o pequeno Mosteiro.

A trasladação das Irmãs do Mos-teiro, na Rua Gonçalves Dias para o Mosteiro na Rua Afonso Rato foi no dia 23 de maio de 1951 e para o Mos-teiro atual (Rua da Medalha Milagro-sa), no dia 07 de janeiro de 1961.

Por meio da presença do Mostei-ro Concepcionista em Uberaba, deu-se início à propagação da devoção à Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. A Novena Perpétua de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa teve início no dia 07 de maio de 1955 e logo come-çou a atrair grande número de pes-soas. Na festa de 08 de dezembro de 1957, a imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa foi coroada na Ca-tedral como RAINHA DA DIOCESE DE UBERABA, pelo Exmo. Revmo. Bispo Dom Alexandre Gonçalves Amaral,

Em 1957 foi lançada a pedra fundamental da Igreja Conventual, o Santuário de Nossa Senhora da Me-dalha Milagrosa. O Mosteiro atual foi inaugurado no dia 07/01/1961 e o Santuário em 26/11/1961, sen-do sua ornamentação concluída em 08/08/1975. A Dedicação do San-tuário ocorreu em 08 de Junho de 2002. Ao longo dos últimos três anos, o Santuário tem passado por uma ampla restauração em seu interior, marcando assim as comemorações dos 50 anos de inauguração. As obras estão sendo finalizadas, com grande satisfação por parte das Irmãs Con-cepcionistas e dos fiéis que formam a Comunidade do Santuário.

Criação da Paróquia de Santa Edwigesem sua Administração a presença do Vigário Paroquial Padre Carlos Alexandre de Souza, que a levou a um ama-durecimento em suas necessidades pastorais, em comunhão com a Pa-róquia São Judas Tadeu.

Aumentaram as Ce-lebrações Eucarísticas e também a presença dos fieis com um Sacerdote morando na Comuni-dade e presente na vida do povo. Com o amadurecimento da Comunidade, foi-se criando o desejo de sermos uma Paró-quia independente, principalmente com o nascimento de dois blocos residenciais: Nenê Gomes e Tancredo Neves. A partir daí, apresentamos nossas aspirações ao Arcebispo Dom Aloísio Roque Opperman.

Com a vinda de Padre Juliano Evange-lista Nascimento como Pároco da Igreja São Judas, conseguimos ter nossos dese-jos atendidos. O novo Pároco da São Judas entendeu nossa necessidade e, junto com o novo Arcebispo Dom Paulo Mendes Pei-xoto, decidiu levar nossa reivindicação ao Conselho de Presbíteros, que a acolheu e aprovou, com unanimidade.

Com a transferência do Padre Junior

abrindo o empoeiradoVelho livro do passadoQue nunca mais voltaráPorque tudo é passageirosó a crônica do mosteiroNo Arquivo ficará.Com profunda emoçãorecordei a fundaçãodeste mosteiro sagradoQue sofrera muitas vezesContradições e revesessendo quase exterminado.a divina ProvidênciaVelou por sua existênciaNesta cidade benditareveses, lutas cessaramE nela se instalaram......Foi então que uma grande almao bom Professor djalmateve uma inspiraçãode instalar solenementeCom caráter permanenteuma bela devoção.Fora, pois, iniciadaaos pés da Imaculada

uma perpétua novenaQue se tornou grandiosaE mesmo miraculosaresolvendo os seus problemas.Foi a Virgem gloriosada medalha milagrosaQue estendeu as mãos benditasamparou maternalmenteE protegeu visivelmenteAs filhas Concepcionistas.As filhas da Imaculadaagradecem à mãe sagradaa oferta grandiosaQue sorrindo docementeLhes dera então de presentea medalha milagrosa......Neste último mosteirotiveram, então, o paradeiroas monjas Concepcionistastrês vezes se transladaram.Agora, enfim, descansaramGraças à Virgem Bendita.

Irmã Maria Antônia de Alencar, OIC

Catequese”, salienta o sacerdote. Ao lado do padre, há moradores ansiosos pelo espaço, como a secretária da Paró-quia Cristo Bom Pastor e moradora do Pacaembu, Maria Suelene de Medeiros.

Em busca de recursos, a comuni-dade programou para 22 de junho sua 2º Festa Junina. “Nós temos muita fé em Deus que vamos conseguir o nosso galpão, porque hoje pagamos aluguel para as nossas celebrações. As missas são celebradas em salão alugado. Está difícil, mas estamos rezando e pedindo a Nossa Senhora”, manifesta Maria Sue-lene.

telefone de contato para doa-ções: (34) 3314-1355.

para a cidade de Veríssimo/MG, o Pa-dre João Dairton Fernandes Amaral foi designado Coordenador Comunitário, mas dessa função precisou se afastar por questões de saúde. Assumiu, en-tão, a pedido de Dom Paulo Mendes Peixoto, Monsenhor Valmir Aparecido Ribeiro, para estruturar e preparar toda a Comunidade para seu novo status de Paróquia.

Hoje, na condição de Quase Paró-quia Santa Edwiges, estamos a passos largos num processo de estruturação pastoral para, então, recebermos o tão sonhado título de Paróquia de Santa Edwiges, na festa dedicada a essa santa em 16 de outubro de 2013: a igreja dos pobres e endividados.

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Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 20136 especial

Corpus Christi - O Corpo que se entregaFrei Helton Barbosa damiani

mestre de noviços da ordem dos Pregadores; vigário da

Paróquia são domingos

Tantas vezes coisificado ou em lingua-gem filosófica, “reificado”, o corpo, dimen-são humana de comunicação, é tratado como um objeto. Tipificado num aleatório bonito, feio, esbelto, obeso. Está o corpo tão em voga que é até mesmo cultuado nas tan-tas academias a proliferar pelas cidades. O fato imediato é que o corpo está sempre tão presente que vivemos um tempo de aten-ção centrada no corpo. E nesse caldo cultu-ral hodierno, a própria Igreja evoca o cor-po. Celebramos a grande solenidade de Corpus Christi. Uma solenidade do corpo. Qual corpo a Igreja evoca? Mesmo que falemos de um corpo determinado como de Cristo, isto define tudo? Eis a questão que precisamos aprofundar.

o desejo manifesto no corpoA festa do Corpo e Sangue de Cristo ou,

em seu título clássico, Corpus Christi, é a celebração da consequência mais direta do movimento da vinda de Deus à humanida-de, que sai de Si, de sua vida intradivina ou intratrinitária, e vem morar conosco. Não obstante, cantemos na vigília pascal “ó pe-cado de Adão indispensável, pois o Cristo o dissolve em seu amor; ó culpa tão feliz que há merecido a graça de um tão grande Redentor”, estamos em “águas mais pro-fundas”, como nos diz Jesus. Essa estrofe da Proclamação Pascal é a marca litúrgica de uma antiga discussão. Perguntava-se: se Adão não tivesse pecado, o Verbo se te-ria encarnado? Se para alguns a resposta é não, pois a encarnação do Verbo é estrita-mente para (a)pagar o pecado, há também quem divirja.

Vozes discordantes captam o movi-mento profundo e contínuo da Sagrada Escritura que vê a expressão permanente de Deus que ama apaixonadamente o ser humano. E este amor faz emanar o desejo irrefreável de aproximar-se da humanida-de, a fim de entregar-se a ela e redimi-la. Redimir é trazer de volta o ser humano incondicionalmente a Ele, ao próprio Deus.

É o Deus apaixonado de Oseias, volta-do a sua amada ou, podemos entendê-la de modo lato, a toda a humanidade sedenta do verdadeiro amor, a declamar: “eu mes-mo a seduzirei, a conduzirei ao deserto e falarei a seu coração” (Os 2,16). E no mais intenso desejo uníssono promete: “Eu te desposarei a mim para sempre, eu te des-posarei a mim na fidelidade e conhecerás a Iahweh” (Os 2, 22).

Em razão de tantas passagens bíbli-cas – e não cabe aqui esgotá-las –, torna-se especialmente forte o cântico presente

na Carta aos Efésios (Ef 1, 3 – 14), hino que canta o plano salvífico de nosso Deus Trino: o Pai a atrair-nos pelo “Amado”, o Filho, selando-nos pelo Espírito Santo desde a origem dos tempos. E assim dizer que Deus desejou realmente encarnar-se para tornar-se próximo de nós. E o teria feito, mesmo se pecado não houvesse, em razão do amor que provocava o desejo de experimentar a vida humana a fim de ele-var a dignidade de sua criatura, fazendo-a participante da vida divina. E de fato o fez, deixará registrado para toda a posteridade a tradição patrística!

O Filho toma a natureza humana, o corpo. E o Verbo passa a habitar entre nós (Jo 1,14). É o Deus Conosco, Emanuel (Mt 1,23). Deus doravante é visto na hu-manidade do homem, Jesus de Nazaré. E os profícuos e tremendos – concomi-tantemente simples e humanizadores – gestos de Jesus são gestos de Deus. Essa habitação de Deus nos foi preparada ao longo de toda nossa história humana, a fim de fazer de nossa história a história divina, história da salvação.

o corpo dimensão de comunicaçãoExatamente por ser Deus, Amor,

que deseja relacionar-se intensamente com o ser humano, a fim de fazer com que ele possa realmente desabrochar, como uma semente desabrocha na flor – flor da vida divina –, o Filho assumiu o corpo humano. Dizemos, Ele se fez carne ao fazer-se um de nós.

No corpo e com o corpo, o Filho, Jesus, comunica o imperscrutável e inesgotável amor de Deus. Ele vive no meio de nós. Co-munica a vida do Pai. Dá-nos a sabedoria do Espírito Santo. Toda a Palavra de Deus é agora sua vida, sua pessoa. Pois se dá na perfeita coerência de que amar é mais que o sentimento de gostar de alguém. Amar é atitude de entrega (agape, do grego). Amar é dar a própria vida. Jesus Cristo, o Filho de Deus, dá sua vida inteiramente, vivendo-a e ensinando-nos a viver em seu corpo histó-rico, bem como morrendo na cruz, a fim de que, numa entrega tão absoluta, pudesse unir-se àqueles que, em seu existir, passa-ram por situações de privação na vida pe-las múltiplas formas de opressão.

O corpo de Cristo, portanto, não é um simples corpo. É um corpo que expressa toda a corporeidade humana sedenta de realização. Corpos sedentos de vida – sem embargo, muito mais que a vida biológica (bios, do grego) manifesta em órgãos vitais funcionando –, vida que é cheia de sentido. Por conseguinte, vida que busca a verda-deira felicidade, capaz de ser encontrada somente no encontro do verdadeiro amor que está dentro de nós mesmos, pois é

aquele amor que vem de Deus. E Deus se revela “mais íntimo a nós, que nós a nós mesmos”, nos ensinará Santo Agostinho. Esta é a vida humana de verdade, porque se trata da vida no modo humano de ser. Esta vida que reúne todas as dimensões de nosso ser, realizando-as ao máximo possí-vel em nossa história (zoe, do grego, donde vem a palavra “zoológico”, como forma de vida própria).

Tão frutuosa comunicação não pode-ria extinguir-se. E como quem sincera-mente ama, não deseja partir, Jesus deixa seu memorial. O sacramento da eucaris-tia, em seu corpo e em seu sangue perpe-tua sua presença e respectiva comunica-ção de Deus a nós.

Eucaristia: memorial de JesusAs fontes bíblicas da eucaristia são

encontradas na tradição dos apóstolos re-gistrada nos evangelhos “sobretudo nos chamados evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios. Ali, esse depósito está preservado em dois aspectos: como me-mória da vida de Jesus culminada em sua paixão, morte e ressurreição e como um mandato de que preservemos aquilo que Jesus fez, a fim de nós o seguirmos em suas atitudes em nosso cotidiano.

A vida de Cristo, como total entrega de amor e no amor, revela o supremo amor do Pai que permite a intransponí-vel e repetida afirmação: “Deus é amor” (I Jo 4,8.16), que atinge seu clímax na paixão, morte e ressurreição. Essa to-talidade vital foi celebrada na chamada última ceia quando, celebrando a páscoa judaica, Jesus se revelou definitivamente como o Messias, isto é, o Cristo.

É esplendoroso notarmos que no mo-mento em que se faz o brinde da esperan-ça, visto que o Messias esperado naquela noite não foi anunciado, Jesus tomou o pão em suas mãos. E conforme a memória guardada, Jesus deu graças e disse: “isto é meu corpo”. Na ceia judaica, esse pão parti-do é como a sobremesa reservada. Trata-se de um pedaço de pão escondido (como a brincadeira conhecida como “biscoitinho queimado”). Era a maneira de entreter as crianças, a fim de que não dormissem e pu-dessem escutar as passagens fundamen-tais da memória da libertação da escravi-dão infligida no Egito pelo faraó.

É nessa hora fundamental de renova-ção da máxima esperança de que o Messias estará presente no próximo ano, que Jesus disse: “é meu corpo”. E com o cálice – cujo brinde era feito com as palavras “até Jeru-salém no ano que vem”, manifestação da esperança de que o Messias viria e a co-munidade estaria com ele na Cidade Santa – foi dito: “este é o cálice de meu sangue”. Imediatamente, os olhos se abrem: Jesus é o Messias esperado e agora no meio de seus discípulos.

Assim, o Cristo é mesmo o Jesus de Nazaré que estava e continua comendo e vivendo conosco – porém, aquele que se-ria, em breve, entregue. Morreria, pois seu corpo seria, como deveras foi, pregado na cruz, e seu sangue vertido, por não haver deixado sua missão. Jesus recusou voltar atrás; foi até o fim. Por isso exprimem João e a Oração Eucarística de número IV: “ten-do amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).

Na cruz, a forte impressão do corpo todo chagado e marcado de sangue de tal maneira impressionou os discípulos, que este memorial da ceia e do calvário, sob a égide da Palavra de Jesus, o Cristo (“fazei isto em memória de mim”), jamais deixou de ser realizado (I Cor 11,25). Ele é mesmo o Cordeiro Pascal.

O indelével memorial celebrado na última ceia e agora perpetuado em cada eucaristia celebrada, desde os tempos primevos, conforme o texto mais antigo presente na Primeira Carta aos Coríntios

(I Cor 11, 17 – 34), nos lança nessa entre-ga de Jesus. Não somente porque está na base da ceia nos evangelhos, diretamen-te em Lucas (Lc 22,19-20), mas também por estar presente numa outra tradição, posterior certamente, em Marcos (Mc 14, 22 – 25) e Mateus (Mt 26, 26 – 29). Em suma, porque participar da eucaristia é inserir-se num contexto vital.

A eucaristia nas comunidades primiti-vas era feita impreterivelmente em torno de uma ceia. Afinal, o alimento comum par-tilhado é uma das formas mais concretas de reafirmar a partilha de vida. Ninguém tem vida se não tem alimento. Não é sem razão que a oração que marca os discípulos de Jesus seja exatamente o Pai-nosso que Ele nos ensinou. Aprendemos a reconhe-cer Deus como nosso pai, o pai comum de todos nós, e de quem todos, consequente-mente, somos filhos. E assim, o pão que o Pai dá deve ser igualmente partilhado.

Incapaz de esgotar aqui todas as con-sequências, nossa participação no misté-rio eucarístico exaltado em Corpus Christi insere-nos diretamente na vida de Jesus e lança-nos na vida em comunidade com to-das as responsabilidades políticas e sociais. Daí que a Eucaristia se tornou também missa, isto é, missão. Nesse seu entregar a vida, doravante sacramentada no pão e no vinho, Jesus fez da ceia pascal judaica a Ceia da Páscoa da Nova Vida.

Corpos entreguesUm cântico conhecido, mas de remo-

ta memória, advindo da popularização da oração composta por Santo Tomás de Aquino, em virtude da origem da Festa de Corpus Christi, a pedido do Papa Urbano IV, leva-nos a rezar: “no calvário se escondia tua divindade, mas aqui também se escon-de tua humanidade...” Por sua vez, conduz para percebermos que na unidade do mis-tério de Cristo toda a criação, começando pela humanidade, está unida indissoluvel-mente com Deus.

E da mesma forma que um alimento sorvido faz parte de nosso corpo, o corpo e o sangue de Jesus que tomamos impreg-nam nossa vida. Importante é, com absolu-ta abertura, deixarmos que esta graça seja efetiva em nós – talvez seja isto o que nos falta. E assim, não por virtude, mas por ví-cio, vivemos uma sociedade aparentemen-te evangelizada, mas cujo corpo de Jesus ainda é encontrado profundamente cha-gado e ensanguentado naqueles que ain-da não têm o pão para viver, bem como os demais bens básicos indispensáveis para uma vida minimamente saudável (saúde, escola, habitação, trabalho, lazer...).

A festa de Corpus Christi é, assim, a festa de todo o corpo. Não do corpo este-ticamente exaltado, mas do corpo sofrido de tantos irmãos que pede redenção, bem como do corpo que, em virtude de sua dignidade própria, já está glorificado e res-peitado em todas suas expressões capazes de revelar a entrega de amor e no amor. O corpo que foi divinizado por Jesus quando o Verbo se fez corpo.

Coerentemente, ainda não celebra-mos a completa e absoluta realidade do sacramento do corpo e sangue do Senhor enquanto temos reações que desprezam o corpo presente no dia a dia – o nosso e daquele que, por força de oração, é nos-so irmão. Esse corpo que se faz presente numa única história humana que é histó-ria divina de salvação, pois é no hoje que Deus deseja que promovamos a justiça, e que seja devolvido a cada um aquilo de que necessita. Por esse motivo, a justiça promove o encontro de almas cujo fruto é a paz (Sl 85,10).

A evidência conscientizadora do corpo coloca o imperativo de corrigirmos as dis-torções socioeconômicas que segregam. Notemos como tem sido injustamente partilhada a riqueza mundial, a começar pelos próprios alimentos. Somente com o que desperdiçamos, aplacaríamos a fome mundial. E a iniquidade da queima dos es-toques reguladores do governo – quantas bocas fora do mercado não poderiam ser alimentadas? Afinal, está sendo queimado o “pão nosso”.

Podemos lembrar, ainda, os desequi-líbrios que atrapalham a alma que ama a expressar seu amor no corpo através da vivência da sexualidade. Ora, não se valori-za o outro transformando-o num mero ob-jeto de prazer. A sexualidade ficou tratada como algo inapropriado ao cristão, fonte de pecado. O corpo e sangue do Senhor nos fazem tomar consciência da expressão de Erich Fromm, que afirma que o sexo é a expressão mais íntima do amor entre duas pessoas.

Enfim, que o Pai, pela graça do Espíri-to Santo que habita em nós, faça com que cada dia mais conformados ao Filho, Jesus Cristo, possamos segui-lo e fazê-lo presen-te no mundo, pelo muito que podemos, mesmo que no pouco que nos empenha-mos. E assim, sermos capazes de, impul-sionados pela força do Espírito de Jesus, empenharmos um pouco mais. Não nos esqueçamos de que Deus se revelou a nós fazendo-se corpo, dando-se a nós por meio da comunhão em seu corpo, a fim de que seu amor – que para nós é sempre terno “ nos faça eternos.

CELEBração rEuNIu mILHarEs dE FIéIs. Mais de quatro mil pessoas participaram da celebração de Corpus Christi, em 30 de maio, no ginásio Marista de Uberaba, que foi presidida por Dom Paulo Mendes Peixoto e contou com a presença de Dom Fr. Celso Pereira de Almeida, OP (Bispo Emérito de Itumbiara/GO), e 30 sacerdotes da cidade. Na oportunidade, cerca de 600 ministros da Comunhão Eucarística renovaram seus compromissos perante Deus. No final, o clero realizou procissão sobre o tapete de serragem feito pelas comunidades, relembrando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Dom Paulo encerrou, abençoando o povo de forma especial com o Santíssimo Sacramento exposto no ostensório. (Rubério Santos – Assessor de Imprensa)

Jovens de Uberaba prepararam os tapetes para a celebração deste ano. Os tapetes de rua são uma tradição e manifestação artística popular realizada por fiéis da Igreja Católica, confeccionados para a passagem da procissão de Corpus Christi.

A tradição surgiu em Portugal e veio para o Brasil com os colonizadores. Os desenhos são variados, mas enfocam principalmente o tema da Eucaristia. Diversos materiais são utilizados, como serragem colorida, borra de café, farinha, areia, flores, etc.

Page 7: Jornal metropolitano junho 2013

especial 7OpiniãoPastoral Social

Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

Padre José antônio Fontes(Pároco da Paróquia de N.

senhora do rosário - uberaba; assessor das Pastorais sociais da arquidiocese de uberaba)

Pastorais na IgrejaA palavra “pastoral” deriva de

Cristo Pastor, modelo do saber cuidar (Jo 10, 10). Assim, pastoral é serviço, ação, conjunto de ativi-dades pelas quais a Igreja realiza a sua missão evangelizadora.

As Pastorais podem estar mais voltadas às necessidades “inter-nas” da Igreja (ex.: Pastoral do Ba-tismo, Pastoral Litúrgica) ou a de-safios relacionados à vida do povo (ex.: Pastoral do Povo da Rua, Pas-toral do Menor).

Identidade e missão das pastorais sociais

As Pastorais Sociais expressam a atenção, a sensibilidade da Igre-ja para com as questões reais de marginalização social. São ações voltadas concretamente para os di-ferentes grupos ou diferentes rea-lidades de exclusão, a exemplo das pastorais Operária, Afro-brasileira, Carcerária, do Povo da Rua, dos Nô-mades, da Mulher Marginalizada, do Menor, da Saúde, dos Migrantes, da Terra, da Sobriedade, da Pessoa Idosa, da AIDS... Para cada face da exclusão, deve existir uma pastoral social específica.

A fé cristã tem necessariamente uma dimensão social. Muitos tex-tos bíblicos revelam esse aspecto. Exemplo: “Assim também a fé, se não tiver obras está morta” (Tg 2,17). Nessa mesma linha estão inúmeras passagens dos evange-lhos: Mt 25, 31-46; Lc 4, 18-19; 10, 29-37; Jo 13, 34-35. Assim, pode-se afirmar que o compromisso socio-político não é apêndice, mas exi-gência da própria fé.

As Pastorais Sociais devem pau-tar sua missão em quatro aspectos complementares e indissociáveis:

1) Sensibilidade: coração sama-ritano e ecumênico diante do sofri-mento individual e/ou coletivo;

2) Solidariedade: ação efetiva, gestos concretos, apoio às lutas por melhores condições de vida (saúde, terra, moradia, trabalho, educação...);

3) Profetismo: postura crítica diante do sistema sociopolítico-eco-nômico que concentra poder, saber e riqueza, e condena à exclusão so-cial amplos setores da população;

4) Espiritualidade libertadora: compromisso com a transforma-ção da sociedade, à luz do Projeto de Deus, que é vida e liberdade para todos.

Portanto, a missão das Pasto-rais Sociais não se limita ao assis-tencialismo. Busca contribuir na superação das estruturas injustas, em vista da cidadania plena, e as-sim percorre o caminho da organi-zação dos excluídos, das mobiliza-

ções sociais, do comprometimento político. Isso, consequentemente, implica risco – o assassinato de Irmã Dorothy é emblemático. Urge assumir esses conflitos como con-sequências inevitáveis do anúncio e construção do Reino (Mt 10,16a).

Como se vê, as Pastorais Sociais ajudam a Igreja a cumprir sua mis-são de “sal da terra” e “luz do mun-do” (Mt 5,13-24), sendo pastora junto à humanidade, colocando-se na dinâmica do seguimento de Je-sus, que veio “para servir e não para ser servido” (Mt 20, 28).

as Pastorais sociais na arquidiocese de uberaba

Em agosto de 2012, foi realizada uma reunião objetivando conhecer as Pastorais Sociais existentes em nossa Arquidiocese, com a presença do Sr. Arcebispo e do Coordenador Arquidiocesano de Pastoral. Na oca-sião, os participantes (quase 50) pu-deram relatar atividades e desafios encontrados, e elegeram uma co-missão para articular os trabalhos, sob a coordenação de Padre Fontes.

Já em dezembro passado, re-alizou-se um encontro de apro-fundamento para estudo sobre a identidade e missão das Pastorais Sociais, com a presença de mais de sessenta pessoas das cidades de Uberaba, Araxá, Delta, Conquista e Campo Florido.

Neste ano, a pedido do Sr. Arce-bispo e da Coordenação de Pastoral da Arquidiocese, a referida comis-são apresentou uma reflexão sobre Pastorais Sociais em todas as Re-giões da Arquidiocese, ocasião em que se pôde mostrar a urgência des-sas pastorais na Igreja de Uberaba – frisando que não se trata de opção, mas de exigência da própria fé, que tem essa dimensão social.

Projetos das Pastorais sociaisEm nível nacional, as Pastorais

Sociais têm 02 (dois) grandes pro-jetos: o Grito dos Excluídos e as Se-manas Sociais Brasileiras (SSBs).

O Grito dos Excluídos acontece na Semana da Pátria, culminando no dia 07 de setembro, denuncia o modelo político econômico que, ao concentrar riqueza e renda, conde-na milhões de pessoas à exclusão social. Assim, propõe caminhos alternativos a esse modelo, de for-ma a desenvolver uma política de inclusão social, com participação ampla de todos os cidadãos.

Já as ssBs são uma tradição da Igreja. Fazem parte de seu trabalho evangelizador, e no Brasil aconte-cem desde o início dos anos noven-ta. Nasceram com o objetivo de re-fletir sobre a sociedade em que vi-vemos, sugerir caminhos possíveis de mudança em vista de um Brasil com mais igualdade social. Embora sendo uma iniciativa da CNBB, as SSBs são realizadas com a partici-

pação das “forças vivas da socieda-de” (eclesiais e não eclesiais).

A 5ª SSB já está sendo cons-truída, com o tema “A participação da sociedade no processo de demo-cratização do Estado – Estado para que e para quem?”. A proposta é lan-çar um olhar crítico sobre o Estado que temos, em vista do Estado que queremos, pautado no critério do “Bem Viver”. Não se pretende ape-nas criticar o atual modelo de Esta-do, mas ser um momento propositi-vo, contribuindo para o avanço das conquistas sociais, abrindo novos caminhos e retomando a construção de um Projeto Popular para o país. O encerramento da 5ª SSB, em nível nacional, está marcado para o perí-odo de 02 a 05/09, em Brasília/DF.

5ª sEmaNa soCIaL BrasILEIra – uBEraBa

Em nossa cidade, a 5ª SSB – fruto da iniciativa da Arquidiocese e apoio da UFTM e da UNIPAC -, conta com dois momentos: Oficinas de Sensibi-lização e Evento de Encerramento.

As Oficinas de Sensibilização, que aconteceram na primeira quin-zena de junho em algumas paró-quias da Arquidiocese, UFTM e UNI-PAC, objetivaram divulgar a 5ª SSB e, no diálogo com a comunidade, registrar o modo como vemos o Es-tado que temos, as transformações e mudanças já alcançadas para pro-pormos o Estado que queremos.

Já o Evento de Encerramento acontecerá em Uberaba, nos dias 25, 26 e 27 de junho, no Anfiteatro B – CEA, da UFTM - Rua Frei Pauli-no, 30 - sempre às 19h:

- 25/06: Palestra do Padre Neli-to Dornelas (assessor da CNBB jun-to às Pastorais Sociais e articulador da 5ª SSB) – “O Estado que temos e o Estado que queremos”;

- 26/06: Mesa Redonda – memó-ria das práticas da 5ª SSB em Ubera-ba, a partir dos debates ocorridos nas Oficinas de Sensibilização, e redação da “CARTA DO SERTÃO”, nossa contri-buição para o processo nacional;

- 27/06: Leitura e discussão da “CARTA DO SERTÃO”, seguida de Celebração da Palavra de Deus. Será um momento para denunciar,

à luz da fé, as estruturas injustas de nossa sociedade e, ao mesmo tempo, anunciar os avanços na conquista de um Estado mais de-mocrático, inspirado no conceito do “Bem Viver”. Sinal do Reino que alimenta nossos sonhos, compro-missos e esperanças.

Considerações finaisDiante de tantos desafios e da

fidelidade ao projeto de Jesus, en-tra a urgência das Pastorais Sociais. Evidentemente que estas – nem mesmo a Igreja Católica – não de-têm o monopólio da transformação social. Milhares de iniciativas tam-bém são forças vivas na construção de um tempo novo. E, na busca de soluções concretas, é preciso en-volver o maior número de atores sociais e de parceiros na luta por uma nova sociedade – para o que a 5ª SSB está sendo exemplo, além de constituir oportunidade de cons-trução de uma Igreja libertadora.

Iluminados pela fé, acreditamos que o mundo como está não é o fim. Outro mundo é possível: “Vi então um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1). Nesse sentido, a história continua aberta ao Projeto de Deus. Juvenal Ar-duini, o profeta maior da Igreja de Ube-raba, nos ensina: “Ainda há esperança porque a história não terminou”.

“Embora seja noite”, é preci-so caminhar. Alimentar sonhos. Recuperar utopias. É assim que o Reino de Deus vai sendo constru-ído na história: com a teimosia de nossos passos e a esperança de nossas lutas.

Fúlvio Ferreira

Numa rápida consulta ao dicionário, vemos que social é “relativo à organização e à satis-fação dos indivíduos em socieda-de”. Já caridade é “bondade, be-nevolência, ato de beneficência”; ainda: “virtude teologal que con-siste em amar a Deus acima de todas as coisas e amar o próximo por amor de Deus”.

Nossa região possui como ca-racterística a prática da caridade e da benevolência – talvez a his-tória explique que isso se deva à vontade de diminuir diferenças sociais, de abrandar a fome e o frio que cercam o nosso irmão carente. E todo esse servir deve ser discreto e desinteressado, sem o mínimo alarde. Em outras palavras “Quando derdes esmo-la, não saiba a vossa mão esquer-da o que faz a vossa mão direita”.

Entretanto, a carência nem sempre é de pão, de cobertor. Neste século de tanta evolução tecnológica surgiu uma nova ca-rência que assola ricos e pobres, com ou sem estudo, velhos e no-vos: a falta de diálogo, a falta de amigos. Se fome de pão se resol-ve com pão, a fome de amigos e de diálogo se resolve com pala-vras, carinho e amor – o que só pode dar quem tem e cuja maior fonte é a família, verdadeira célu-la da igreja.

Ultimamente, o lado social está sendo muito trabalhado nas empresas. Todos já perceberam que, quanto menos diferenças houver, melhor será a vida de to-dos; quanto mais respeito exis-tir, maior compreensão, melhor para todos. Na prática, é apenas aplicar o que Jesus viveu e pre-gou. Nada além!

Trata-se de uma questão ex-tremamente ampla, que envolve a sociedade como um todo, fa-mília, empresas, Igreja, política – mais um motivo para que te-nhamos coragem de participar, cobrar ações que tragam melho-rias indistintas, porque mora-mos no mesmo planeta, estamos no mesmo barco e queremos o melhor. Para todos!

Essa capacidade de mudança é inerente ao ser humano, ao cristão, ao católico. O Papa Francisco re-centemente afirmou que, quando o cristão não é sal de fé, esperança e caridade para os outros, quando não é o sal de Jesus se torna insí-pido e se converte em um ‘cristão de museu’ que não faz nada. Isso é mais que um recado, é uma lição, um ensinamento e um convite, não mais à reflexão, e sim à ação! É hora de trabalho, de luta para diminuir as diferenças sociais. E também é hora de levar oportunidade e res-peito ao irmão menos afortunado, de cobrar quem mais pode fazer por eles e por todos nós. Exata-mente como fez Jesus!

Sou social?

Encontro sobre Pastorais sociais em 2 de dezembro de 2012

Page 8: Jornal metropolitano junho 2013

8 pastorais e movimentos

Movimento Jovem de EmaúsSantuário da Medalha Milagrosa Realiza 2º Encontro de Casais “Nova Aliança”

Paróquia de Santa Bárbara realiza o IV EJC

Renovação Carismática Católica

Terceira etapa do Encontro de Casais com Cristo

Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

roseli Gomes assis e mário miguel

Com o objetivo de evangelizar

famílias cristãs e proporcionar a elas uma vida pautada em Deus, em 19/05/13 foi realizado o 2º En-contro de Casais “Nova Aliança”, do Santuário Medalha Milagrosa, sob a direção espiritual do Padre Ricar-do Fidelis e com a presença de vin-te e quatro casais participantes. O mesmo número de casais, distribu-ído nas diversas equipes de servi-ço, trabalhou em prol do encontro e, através do irmão, serviu a Deus.

Após a acolhida, Padre Ricardo fez a abertura do Encontro para que, em seguida, os casais pudessem re-fletir sobre vários aspectos da vida espiritual, conjugal e familiar.

A primeira reflexão foi sobre o Plano e a Palavra de Deus, segui-da de análise sobre paternidade e maternidade. Enfatizou-se que o casal deve ter uma convivência harmoniosa com o Pai criador para transmitir a seus filhos paz, fé, es-perança e exemplo de um lar feliz e voltado para as coisas divinas. Os casais conversaram e discutiram seus relacionamentos pessoais e como pais e família. Compreende-ram que um verdadeiro casal cris-

matheus oliveiira

No começo do mês de maio, a Paróquia de Santa Bárbara realizou nas dependências da Cúria Metro-politana de Uberaba o Encontro de Jovens com Cristo (EJC). Boa parte da Arquidiocese já aderiu ao encon-tro, que está sendo realizado por várias paróquias de Uberaba e re-gião. O objetivo é engajar os jovens nas atividades da Igreja.

A paróquia de Santa Bárbara já realizou quatro encontros, dos quais participaram cerca de 160 jo-vens, com idade entre 16 e 25 anos. O IV EJC, cujo tema foi “Um jeito jo-vem por uma igreja viva”, teve 24 encontristas. Participaram ainda 90 pessoas, entre jovens e adultos – estes, carinhosamente chamados de tios –, com a presença efetiva de nosso Diretor Espiritual Padre Fá-bio Meira, que, com sua fé e com-petência, nos conduziu para que o encontro fosse um sucesso.

No primeiro dia de evento, fez-se uma recepção animada aos jovens que ali estavam para um encontro pessoal com Cristo. Fo-ram apresentados testemunhos de fé, de vida e aquilo que buscamos mostrar a cada momento: a im-portância de ser e estar em uma família. No final do segundo dia, os jovens, já repletos pelo Espirito Santo e renovados no amor de Cris-to, voltaram para suas casas levan-do consigo o verdadeiro sentido do EJC e espalhando para toda sua fa-

Bárbara Caretta

Com mais de 20 anos de his-tória, o Movimento Jovem de Emaús já contou com a partici-pação de mais de três mil jovens. Criado em 1992 por Glauce e Lú-cio Naves, e com o apoio do então Arcebispo Dom Benedicto Ulhôa Vieira, o Emaús tem por objetivo um encontro pessoal do jovem com Deus.

Dois encontros anuais são re-alizados com a participação de jo-vens com idade entre 18 e 30 anos. Neste ano, nos dias 05, 06 e 07 de julho acontecerá a 42ª edição, cuja expectativa é a participação de 65 jovens nesse momento especial.tão é aquele que se coloca a serviço

da evangelização.Ao final do encontro, Padre Ri-

cardo Fidelis falou sobre a espiri-tualidade cristã. Deixou claro que é preciso estar sempre em sinto-nia com Deus, para o que é preciso conviver e se relacionar com o ou-tro, confiar na amizade, no amor e na fé, ter esperança de um mundo melhor, porque só assim construi-remos verdadeiras famílias cristãs, visto que “Família que reza unida permanecerá unida, e uma nova aliança se fará”.

Encerrando, todos os casais se dirigiram ao Santuário da Meda-lha Milagrosa, onde participaram

da Santa Missa na solenidade de Pentecostes, juntamente com seus familiares e a comunidade. Certa-mente, essas famílias não serão as mesmas após vivenciarem tal ex-periência de amor e comunhão.

Em clima de alegria e frater-nidade, realizou-se um reencon-tro em 21/05/2013, em que os casais tiveram oportunidade de expressar seus anseios e alegrias, comprometendo-se a participar de grupos de reflexão e ajudar nas pastorais, colocando-se, assim, a serviço do outro.

Que as bênçãos de Maria Santís-sima recaiam sobre nossas famílias, tornando-as santas e pacificadoras.

As fichas do encontro estão sendo distribuídas por pessoas que trabalham no encontro, cha-madas de padrinhos, que convi-dam o jovem por conhecer sua história e necessidade. No entan-to, também há a opção de falar com o padre de cada paróquia e manifestar vontade de participar do encontro.

Atualmente, o Movimento Jo-vem de Emaús da Arquidiocese de Uberaba conta com a orientação espiritual do Padre Fábio Mei-ra. E apesar de não estar ligado a nenhuma paróquia específica, o encontro tem como intenção arre-banhar jovens para que participem ativamente da Igreja Católica.

mília que Cristo vive dentro de cada um de nós.

Na semana seguinte ao encon-tro, foi realizado o Pós-encontro, com a participação de 20 dos jo-vens que participaram do evento. Ali foram propostos novos encon-tros de fé, descontração e anima-ção. E, com muito amor, já demos o pontapé inicial para a realização do V EJC Santa Bárbara.

Se você também quer fazer par-te dessa família e tem idade entre 16 e 25 anos, procure o padre de sua paróquia e manifeste o desejo de ali realizar esse encontro. Ele, então, pode entrar em contato com a equipe arquidiocesana responsá-vel pelo EJC.

Glória Beatriz souza santos e Gilson Baltazar (casal regional

setorial da província) e Pe. José dos reis Naves

O Encontro de Casais com Cristo (ECC) é um movimento da Igreja em favor da evangelização das famílias que procura construir o Reino de Deus, aqui e agora, a partir da famí-lia, da comunidade paroquial, mos-trando pistas para que os casais se reencontrem com eles mesmos, com os filhos, com a comunidade e, prin-cipalmente, com Cristo. Para isto, o ECC busca compreender o que é “ser Igreja hoje” e seu compromisso com a dignidade da pessoa humana e com a justiça social.

O objetivo da terceira etapa do ECC é propor aos casais uma re-flexão profunda, séria e adulta do

homem que vive numa sociedade cheia de injustiças, de opressão, de miséria, de egoísmo, de dominação e de marginalização, levando-os a refletir sobre a dignidade da pes-soa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, e seu relacio-namento com os outros homens; as injustiças sociais que o impedem de ser “pessoa” e viver como cristão; e a preparação dos filhos para a re-alidade do dia a dia, para o “ser” e não o “ter”.

Em nossa Arquidiocese, a ter-ceira etapa do ECC foi implantada nos dias 18, 19 e 20/10/2002. Essa etapa é arquidiocesana, e sua equi-pe dirigente – com o Diretor Espi-ritual – é ligada diretamente aos trabalhos sociais da Arquidiocese. Até hoje 290 casais já passaram por essa fase do encontro e estão

inseridos nas pastorais paroquiais arquidiocesanas e na coordenação da província VII.

No passado, os casais dessa etapa estavam engajados no curso pré-ves-tibular da Paróquia Nossa Senhora da Abadia e na distribuição de sopa em outras paróquias de Uberaba. Esse trabalho foi desenvolvido até o início deste ano na Comunidade Di-vino Pai Eterno. Infelizmente, poucos casais se engajaram nas pastorais sociais, seja por comodismo, seja por falta de apoio.

Agora, temos expectativa de atuar de modo intensivo nas pas-torais sociais, não apenas em Ube-raba, mas também na cidade de Conceição das Alagoas, onde já está sendo construída a casa do Pão, tra-balho que será totalmente voltado para a assistência social.

A Renovação Carismática Cató-lica (RCC) é uma expressão eclesial que, por vocação, precisa ser na Igreja e no mundo rosto e memória de Pentecostes, um canal efetivo de transformação de vidas, de famílias e até de serviço às realidades sociais.

A experiência de Pentecostes, na RCC, tem como Centro de irra-diação o Grupo de Oração, ao qual devemos sempre dar prioridade de enfoque no novo planejamento bianual. O Espírito Santo nos con-duz a investirmos na formação dos servos dos grupos de oração espa-lhados por toda a Arquidiocese.

Assim, percebemos que uma nova unção se derrama sobre a RCC e que, obedecendo à voz do Senhor no tocan-te à valorização dos grupos de oração, daremos consistência às inúmeras e ne-cessárias atividades missionárias que têm sido suscitadas em nossa Igreja.

Glória a Deus! Seminários de Dons, Seminários de vida no Espírito, Experiência de Oração, Incendeias, Carnavirada, Cercos de Jericó, En-contro Nacional de Formação (ENF), Congressos Nacionais, Estaduais e Re-gionais e missão do Ministério Jovem pré- Jornada Mundial da Juventude.

Um Grupo de Oração cumpre bem

sua missão quando seus integrantes vivem plenamente a vida de oração, pessoal e comunitária, aliada à for-mação, guardiã dos carismas. A partir de grupos de oração fortalecidos e de uma formação ungida e permanente, nossas atividades missionárias serão um grande instrumento nas mãos de Deus e, sem dúvida, levarão muitas e muitas vidas a uma experiência ver-dadeira com Jesus, à efusão do Espí-rito Santo que gera arrependimento, conversão e busca de santidade.

Queremos, enfim, responder ao apelo de V Conferência do Episcopa-do Latino- Americano e Caribenho. No

Documento de Aparecida, nossos bispos afirmam: “Necessitamos que cada comunidade cristã se transfor-me num poderoso centro de irradia-ção da vida em Cristo. Esperamos um novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomo-dação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calorosos es-paços de oração comunitária que ali-mentem o fogo de um ardor incon-tido e tornem possível um atraente testemunho de unidade ‘para que o mundo creia’ (Jo 17,21)”.

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(34) 8819-5636

Page 9: Jornal metropolitano junho 2013

evangelização 9

CAC realiza visita catequética em paróquias

O Terço dos HomensEstágio Pastoral dos Seminaristas

Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

seminarista Leandro santos

De acordo com o 12º PAPIU – Pla-no Arquidiocesano de Pastoral da Igreja de Uberaba – o ano de 2014 terá como urgência a catequese e voltará sua atenção preferencial para a temática: Igreja, Casa da Iniciação à Vida Cristã. Uma das prioridades des-sa ação é a reestruturação do proces-so catequético, tendo como princípio a inspiração catecumenal, que é um grande desejo de nossa Igreja. Em suas perspectivas de ação para 2014, o PAPIU apresenta a necessidade de haver um melhor aproveitamento do Estudo da CNBB sobre a Iniciação à Vida Cristã (nº 97); o estudo e a im-plantação do RICA – Ritual da Inicia-ção Cristã de Adultos – e a intensifi-cação das formações de catequistas nas Regiões Pastorais.

Diante dessa realidade futura, a CAC, na pessoa de seu Assessor Eclesiástico Seminarista Leandro Santos, teve a iniciativa com o apoio de nosso Arcebispo Dom Paulo e dos

seminarista Luiz Carlos Parra dias Júnior – 3° ano de teologia

Todos os anos, nós, seminaristas, somos agraciados com uma nova etapa de estágio pastoral, ou seja, no decorrer do processo formativo, te-mos a oportunidade de conhecer por um período de um ano uma comuni-dade paroquial.

Nessa vivência fraterna com os paroquianos nos finais de semana, aprendemos e transmitimos os fru-tos de nosso aprendizado. Somos convidados a colaborar com algu-mas atividades da paróquia, como o acompanhamento e formação dos coroinhas, dos grupos de jovens, ca-tequistas; enfim, somos convidados a estar em contato com o povo santo de Deus. Essa interação nos faz mui-to bem, pois observamos a realidade das pessoas e assumimos nossa res-ponsabilidade de anunciar o Evange-lho de Cristo.

Para nossa caminhada voca-cional, trata-se de um momento de grande valia, pois, antes de tudo, estamos aprendendo com o padre responsável e seus paroquianos, pessoas estas que são corresponsá-

Padres da Arquidiocese de realizar um trabalho de visitação catequéti-ca às paróquias a fim de conhecer a dinâmica do ato catequético de cada comunidade. As visitas estão aconte-cendo com dias e horários agenda-dos entre o padre da paróquia a ser visitada, a coordenação da catequese paroquial e a assessoria da CAC.

Essas visitas têm como objetivo principal o conhecimento de como está a catequese arquidiocesana em seus diversos níveis: formações dio-cesanas, paroquiais; necessidades dos catequistas e catequizandos; tempos de preparação para a recep-ção dos sacramentos; materiais que estão sendo utilizados, entre outros. Em segundo lugar, após conhecer toda essa realidade, apresentar uma proposta de trabalho que correspon-da aos anseios de nosso PAPIU para o próximo ano, buscando sempre aten-der ao maior número dos catequistas de nossa Arquidiocese.

Conhecendo um pouco da es-trutura das visitas

O encontro que aqui chamamos de visita, sempre acontece em dois momentos particularmente signi-ficativos para todos os envolvidos. No primeiro momento há uma bre-ve conversa com os catequizandos, quando são convidados a um diálogo sobre como está a catequese hoje, o que eles têm prazer em fazer nos encontros, quais atividades desejam que sejam inseridas ou se precisam de maior tempo para realizá-las, etc. O segundo momento é com os catequistas, quando podem relatar como está a atividade catequética em sua paróquia. Eles são chamados a um bate-papo para que tenhamos condições de perceber quais as mais urgentes necessidades formativas, sejam do campo teórico ou prático da ação catequética em suas comu-nidades.

O trabalho realizado através das visitas é árduo, porém muito gratifi-cante e enriquecedor para a Arqui-diocese. Até o presente momento, oito paróquias foram visitadas e ain-

miryam G. a. Pereira

O Terço, segundo a Santa Igreja, é mais que uma oração, é uma contem-plação dos mistérios de Jesus e de nos-sa Mãe Santíssima, sendo de intangível importância para aqueles que querem encontra-ser com Deus e consigo.

“Eu vos digo isto: se dois de vós estiverem de acordo, na terra, sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos céus o concederá. Pois onde dois ou três estiverem reu-nidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles” (Mt 18,19-20).

Em diversas Paróquias de Ubera-ba/MG, encontramos grupos de ho-mens que se reúnem semanalmente com devoção e fé para rezarem o Ter-ço. Esse encontro de oração e louvor a Deus e a Nossa Senhora é o “Terço dos Homens”, que vem tornando-se uma prática e incentivando outras Paró-quias a adotarem a mesma iniciativa.

Na Paróquia de Nossa Senhora das Graças, o encontro acontece todas as segundas-feiras, às 20 horas, coorde-nado pelo Senhor Donizzete dos Reis Pegorare que afirmou: “Quando o gru-po começou, éramos apenas quatro homens e somos trinta e seis (foto). O Terço é contagiante, quem participa dificilmente abandona o grupo. É uma benção de Nossa Senhora”. Para am-pliar a participação, foi feito um cartão-zinho, que é distribuído aos homens, sobre o Terço dos Homens realizado nas paróquias de Nossa Senhora das

da outras várias serão contempladas neste semestre, ficando as demais para o segundo semestre. Os resul-tados alcançados com essas primei-ras visitas são surpreendentemente positivos e motivadores para que se continue na caminhada rumo aos ob-jetivos propostos.

“Do encontro com o Cristo ao compromisso com a missão”, eis o lema do 12º PAPIU, que reflete di-

retamente nesse esforço, uma vez que se pode entender que as visitas catequéticas como missão só estão sendo possíveis porque houve ver-dadeiramente um encontro pessoal com o Cristo vivo na Eucaristia que nos impulsiona à missão. Evangelizar e promover o encontro pessoal com Cristo em todas nossas comunidades, este é o desejo de nossa FamÍLIa CatEQuétICa arQuIdIoCEsaNa.

veis com nosso desenvolvimento e preparação para a vida sacerdotal.

Nesses anos em que me prepa-ro para o sacerdócio, tive a grande alegria de passar por importantes realidades pastorais, que contribu-íram com o meu amadurecimento pessoal e certamente me ajudam a viver a vocação. Em 2007, exer-ci o estágio na Paróquia de Santa Luzia; em 2008, estive na cidade de Comendador Gomes na Paró-quia de São Sebastião; nos anos de 2009 e 2010, na Paróquia de São José - Gameleira; em 2011, na Pa-róquia do Santíssimo Sacramento - Adoração; em 2012, no primeiro semestre, estive na Paróquia de Santa Bárbara e no segundo, na Comunidade Santa Fé. Já em 2013, tenho a graça de conhecer outra realidade, estando na cidade de Conceição das Alagoas, na Paró-quia de São Pedro.

Por essas riquíssimas e marcan-tes experiências, agradeço a Deus, Autor de nossa vida, a todos aque-les que direta ou indiretamente contribuem para minha formação pastoral. O Cristo Bom Pastor os guarde todos em seu infinito amor!

Graças e Nossa Senhora de Fátima. O Senhor Ricardo Marisguia Mendes,

residente no Bairro Fabrício, iniciou a participação no “Terço dos Homens” a partir do convite de um amigo da Paró-quia São José, no bairro Tutunas (terças-feiras, às 19horas). Com o passar do tem-po, pensou: “Eu estou longe de minha Paróquia. Minha Paróquia também tem que ter o Terço”. Buscou informação e ficou sabendo que na Paróquia de São Judas Tadeu já existia um grupo de ho-mens que rezava o Terço às terças-feiras, às 20horas e começou a participar, sen-do atualmente nomeado coordenador do Terço dos Homens em sua Paróquia. Os grupos são pequenos nas duas paró-quias: na São José são dez participantes e na São Judas, doze, o que não diminui a valor do encontro. Ricardo ressaltou a importância de o pároco convidar os homens para participarem da oração do Terço, informando dia e horário, ao

fim de cada Missa. “Analisando os valo-res, é muito bonito ver os muçulmanos se ajoelharem e louvarem Alá quatro vezes por dia, voltados para Meca”. Os budistas com seus artefatos sagrados e nós, católicos, devemos valorizar nossa religião e o Terço é nosso instrumento sagrado. “Com o Terço dos Homens sin-to satisfação de rezar, é um compromis-so transcendental com Nossa Senhora” ressalta Ricardo que foi convidado por Monsenhor Valmir para também iniciar o “Terço dos Homens”, na Paróquia de Santa Edwiges.

Em 23 de fevereiro deste ano foi realizada a Quinta Romaria Nacional do Terço dos Homens em Aparecida do Norte – São Paulo. Compareceram 20.000 homens de todo o Brasil.

Fica aqui o convite para que os homens participem do “Terço dos Ho-mens” em suas Paróquias, ampliando sua fé e a devoção a Nossa Senhora.

Page 10: Jornal metropolitano junho 2013

dom aloísio roque oppermann scj

um requentado?Retomar os Documentos do Vati-

cano II não seria um enorme desper-dício? Nós temos de nos debruçar sobre assuntos modernos, dizem, e não engatar a marcha a ré. Entretan-to, a História sempre foi mestra de grandes ensinamentos. Por ela con-seguimos fazer de fatos pretéritos assuntos contemporâneos. Revisitar os grandes conteúdos do Concílio é tomar parte numa história das mais empolgantes que a Igreja já viveu.

Para nos situarmos, é preciso recordar que os 16 documentos ti-veram recepções diversificadas. O primeiro grupo, o mais numeroso, acolheu com alegria o magistério do Colégio Episcopal. Imediatamen-te, houve estudos e esforços para aplicar concretamente seus ensina-mentos. Talvez nem sempre a im-plantação tenha transcorrido numa rígida disciplina prudencial. Alguns não esperaram as necessárias regu-lamentações e a palavra de ordem do Bispo Diocesano. Sem perda de tempo, começaram a agir e não pou-cas vezes tiveram que retroceder em sua criatividade.

Intérpretes ousadosO segundo grupo esperava mui-

to mais. Não faltou decepção. Como suas expectativas não foram con-templadas totalmente, então surgiu um exercício de tirar água da pedra. Fizeram o Concílio dizer o que ele não disse. As esgrimas intelectuais consumiram muitas energias que foram desperdiçadas para impor pontos de vista pessoais. Citemos dois exemplos.

Como a Liturgia tomou rumos

de unidade mundial, houve várias iniciativas de “melhorar o Concí-lio”, compondo Anáforas de pró-pria lavra. É conhecida a Oração Eucarística, composta por dois Ministros Sagrados (e espalhada “urbi et orbi”) que nem tinha a pa-lavra Espírito Santo...

Outra criatividade para suprir as “falhas” (?) conciliares foi a interpre-tação do Ecumenismo. Em nome da unidade entre os cristãos surgiram verdadeiros entreguismos – pro-priamente, fraquezas na fé. Por isso, a Instrução “Dominus Jesus”, que procurou restabelecer as verdades sobre Cristo e a Igreja, despertou uma iracúndia tão grande como pou-cas vezes se viu.

Não perderam as esperançasUm terceiro grupo, pouco organi-

zado, mas amargurado, entregou-se a devaneios futuristas. Querendo ler corretamente o que disse o Concílio,

10 formação

Concílio Vaticano II – Cinquenta anos depoisJornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

Liturgia: caminho para Deus

rubério santos

O Instituto Nacional a Pastoral Familiar (INAPAF) realizou, no úl-timo dia 09 de junho, no salão do Santuário da Abadia, treinamento para formação de novos agentes paroquiais.

Cerca de 40 casais de Uberaba, Araxá e Conceição das Alagoas parti-ciparam dessa primeira fase do trei-namento do INAPAF da Arquidio-cese de Uberaba. No encontro, que inaugurou uma nova sistemática de formação dos agentes em apenas um dia, foram abordados oito mó-dulos, como vida em grupo, união conjugal, sacramentos, entre outros.

Entre diversos temas, a psicó-loga Maria Isabel Oliveira falou dos diversos tipos de família no mundo moderno, ressaltando que a Pasto-ral Familiar existe para agregar e não pode discriminar nenhum tipo

viram suas reivindicações descarta-das. O que fazer diante desse quadro que não respondia a seus anseios? Não queriam ser infiéis à Igreja.

Optaram, então, pelo futuro. Co-meçaram a falar com muita força a respeito de um tal Concílio Vatica-no III. Segundo o parecer deles, não se deveria esperar muito. Um Papa corajoso deveria entregar aos Pa-dres Conciliares várias definições sobre moralidade cristã, sobre a identidade do Presbítero no mun-do de hoje, sobre um ecumenismo mais aberto, uma nova definição do papel do leigo...

o que a Igreja incorporou do Concílio

Quem, como eu, teve a graça de conhecer a Igreja antes do Concílio e também depois dele, sabe que o corpo de doutrina não foi modifica-do, mas ampliado. Cinquenta anos depois, nos aproximamos melhor da Igreja de Jesus. Tivemos nítido progresso na praxe eclesial. Não cabe em minhas reflexões de hoje destacar o que ainda falta equacio-nar (e é muito), mas realçar o que já foi conquistado.

• Tomamos consciência da vocação eclesial de todo batizado;• Agora sabemos que não só o Padre é missionário, mas todos;• O Bispo conquistou uma importân-cia essencial na Diocese;• A autoridade eclesial, de cima até embaixo, é um serviço;• Todo ser humano é revestido de uma dignidade inviolável;• A liberdade religiosa é um dos di-reitos fundamentais de todos;• Estamos encarando o mundo mo-derno e não fugindo dele;• A Sagrada Escritura é um recurso assíduo em toda Pastoral;• A ideia do que seja a Igreja é a me-lhor de todos os tempos;• A Liturgia, pela participação, tor-nou-se muito mais compreensível;• Fomos encorajados a considerar os irmãos separados como amigos;• Adquirimos posição de respeito diante de religiões não-cristãs.

ainda nos resta um longo aminhoA mensagem do Concílio tem a

força explosiva de uma bomba. Nin-guém vai contê-lo. Por isso, estudar, à luz do Espírito, esse imenso potencial só nos pode enriquecer.

O que foi o Concílio Vaticano II?

O Concílio Vaticano II foi convocado pelo Papa João XXIII, e iniciado em 11/10/62, com o objetivo de promover o “incremento da fé católica e a saudável renovação dos costu-mes no povo cristão e para a dis-ciplina eclesiástica se adaptar melhor às necessidades dos nos-sos tempos” (Encíclica Ad Petri Cathedram), mas sem olvidar a redescoberta das riquezas espi-rituais, doutrinárias e litúrgicas dos primórdios da Igreja.

O Concílio, que contou com a participação de mais de dois mil prelados de todo o planeta, foi en-cerrado somente em 08/12/65, já sob a condução do Papa Paulo IV, com a outorga de 16 importantes documentos que trouxeram defi-nições de ação para a Igreja Cató-lica em diversos temas.

Pastoral Familiar treina agentes

de união, ainda que entre pessoas do mesmo sexo.

O objetivo do treinamento foi a formação dos casais participantes, no sentido de que eles se tornem agentes multiplicadores em suas paróquias. Para o casal Carlos Au-gusto e Silvânia Guardiero (Paró-quia Santa Luzia), o curso foi muito proveitoso. “Vamos agora repro-

duzir esses ensinamentos junto aos demais casais da nossa comu-nidade, para que eles levem adian-te a proposta de uma pastoral que defende a família como o principal alicerce da sociedade,” realça.

A expectativa do INAPAF/Ube-raba é que a próxima fase do curso seja ofertada ainda no segundo se-mestre deste ano.

Pe. saulo Emílio

A vida humana é feita em cami-nho. Caminhamos a cada dia bus-cando por meio de nossas relações a felicidade. Nesse caminho, Deus está conosco, faz-se estradeiro no cami-nho da vida. Não nos deixa sozinhos, está sempre com a gente, em todos os momentos, nas alegrias e triste-zas, nas angústias e esperanças.

Assim, tornamos célebre esse ca-minho. Celebramos a ação de Deus na história; e não fazemos isso sozi-nhos. Celebrar é uma ação comuni-tária que, de forma festiva, ressalta o sentido profundo de um aconteci-mento ou pessoa que é importante, inesquecível e merece destaque.

Celebrar é uma necessidade hu-mana, assim como temos necessida-de de pensar, agir, estreitar relações; enfim, faz parte da personalidade humana. Gostamos de celebrar nas-cimentos, aniversários, conquistas, momentos felizes e extraordinários em nossa caminhada.

Entretanto, como celebrarmos a ação de Deus na história? Na cami-nhada de fé do povo da Bíblia, encon-tramos muitos momentos celebra-tivos. Ao celebrar, o povo de Israel

fazia memória das ações realizadas por Deus em seu favor no passado, as reconhecia no presente e alimentava a certeza de sua fidelidade no futuro.

Como celebrarmos, no tempo presente, nossa fé? Por meio da ação litúrgica. Pois como salienta o Con-cílio Vaticano II, que completa 50 anos: A Liturgia é “o cume e a fonte” de nossa vida.

Mas o que é mesmo liturgia?A palavra LIT - URGIA vem do

grego: LAOS (povo) e ERGON (ação, trabalho, serviço, ofício). Unindo os dois termos que formam a palavra encontramos a raiz mais profunda do significado de Liturgia, ou seja, ação, serviço do povo em favor do povo, um serviço público.

O sentido original da palavra nos ajuda a entender a Liturgia Cristã. Celebramos a ação de Deus em favor da vida. Uma ação que atinge não só a humanidade, mas toda a criação. Pois a ação de Deus é sempre criadora, libertadora, transformadora e santi-ficadora que não apenas nos alcança como também nos envolve, nos torna caminhantes nas estradas da vida e nos torna agentes, participantes des-sa ação, desse caminho, numa aliança de amor e compromisso.

Page 11: Jornal metropolitano junho 2013

notícias da igreja 11Jornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

Jornada Mundial da JuventudeAuscultando o Coração...

Jofre rodriguessetor Juventude

É com o coração ansioso que a ju-ventude mundial aguarda a JMJ (Jor-nada Mundial da Juventude) Rio 2013, e não poderia ser diferente com os jo-vens da nossa Arquidiocese. Estamos contando os dias para embarcarmos para o Rio de Janeiro, termos a graça de receber nosso Santo Papa Francis-co e sentirmos a experiência de viver a vida de um peregrino missionário.

Para isso, os jovens de nossa ar-quidiocese estão organizando-se cada um de seu jeito, para arreca-dar fundos para a viagem. Muitas paróquias têm organizado almoços, rodízios de pizza, festival de sorve-te, galinhadas, etc., como é o caso da paróquia de Santa Cruz e Nossa Se-nhora das Dores, da qual participo. Com a ajuda de nosso pároco Padre Alex Santos e dos tios coordenadores do EJC, que é o movimento jovem de nossa comunidade, muitos jovens estão en-volvendo-se em campanhas para poder

arcar com as despesas da viagem.Segundo o diretor do SAJ (Setor Ar-

quidiocesano da Juventude) Padre José Bezerra, nossa arquidiocese levará apro-ximadamente 400 jovens, que é um nú-mero expressivo para nossa realidade. Isso significa que nossa juventude não está perdida como muitos julgam.

Muitos desses jovens sairão de via-gem no sábado dia 20/07/2013 e per-manecerão a semana toda; entre eles estarei eu com o coração transbordando de alegria para vivenciar essa bênção. Outros irão sair no dia 25/07/2013 para participar da vigília e da Santa Missa que será celebrada pelo Papa Francisco.

Com tudo isso, gostaria de pedir à comunidade católica uberabense que reze e peça ao Espírito Santo de Deus que ilumine e abençoe todos os jovens que lá estarão, pois esse evento poderá ser único, visto que desde sua criação em 1984 pelo então Papa João Paulo II, hoje Beato João Paulo, é a primeira vez que é realizado no Brasil.

Paz e Bem a todos e Deus os abençoe.

seminarista Gustavo Cortez Fernandez

Auscultando o coração é o título do novo livro de Dom Benedicto de Ulhôa Vieira, lançado no dia 12 de junho, na Paróquia do Santíssimo Sacramento. Uma noite memorável para nossa Uberaba, há trinta e cin-co anos tão bem rezada nos lábios e no coração desse incrível pastor que traz consigo “a pressa dos homens que não sabem parar”. Os admirado-res de sua vida poeticamente minis-terial sabem que ele não pode parar, porque sua vida sempre será seu maior registro.

Éramos ali sua família, seus fi-lhos na fé, seus educandos: bispos, padres, escritores, amantes da boa leitura, senhores e senhoras a amar Dom Benedicto até o fim. Queríamos falar-lhe de nossa alegria. Éramos uma só voz entoando Gloria In Excel-sis Deo! – que belíssimo ‘religare’ nos proporcionou o Coral Mater Salvato-ris, ajudando-nos a fazer daquele ato público uma oração.

O senhor ainda tem muitos reca-dos para nós, Dom Benedito! – profe-rira a Academia de Letras do Triân-gulo Mineiro a seu membro maior em emocionantes palavras vindas da querida Terezinha Hueb. Real-mente, estávamos ansiosos, pois queríamos escutá-lo. Elegante e de fino trato com as palavras, ele as tem

numa cúmplice intimidade, por isso escreve e fala na segurança de quem é servo da Verdade – próprio de um exímio auscultador.

Do latim auscultare, o verbo aus-cultar refere-se ao exercício habili-doso de escuta dos sons internos do corpo. O poeta escuta o interior, aus-culta o coração. E para essa tarefa não há tempo, não há pressa. Auscultar o coração é ter a coragem de olhar para si e prosseguir o empenho constante de buscar-se. Conhecer-se, saber-se senhor de seus passos e consciente de suas escolhas. É o despojar-se das máscaras e das prisões da alma.

Que belo exemplo auscultador o

Padre Geraldo maia

Parece que foi ontem... As lágri-mas teimavam em rolar em nossos rostos, ao andar para lançar as se-mentes. Era o dia 24 de agosto de 2009, quando deixava o Brasil para ir em direção ao Velho Mundo, buscan-do aprimorar os conhecimentos teo-lógicos em meio ao impacto cultural. Mais de três anos já se passaram... Foi um tempo de muitas sementes lan-çadas e muito suor derramado em meio às consolações da graça divina. É hora de apresentar os feixes, entre canções de alegria e louvor a Deus.

Chegando a Roma, passei a habitar no Pontifício Colégio Pio Brasileiro, um pedacinho do Brasil no coração da Itália. Ali é a residência dos padres dio-cesanos do Brasil que procuram apro-fundar-se em áreas variadas de estu-dos. Há possibilidade de opções entre diversas universidades e institutos em Roma que oferecem cursos de mestra-do e doutorado. Matriculei-me para o doutorado em teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana. A delicadeza de Deus presenteou-me com verdadei-ros irmãos, num encorajador ambiente de fraternidade presbiteral.

Realizei uma pesquisa muito inte-ressante, tendo como orientador Padre Joseph Carola, um jesuíta norte-ameri-cano. Tive a alegria de defender a tese de doutorado no último dia 10 de maio, cujo título é “A soteriologia ireneana e seu influxo na Constituição Gaudium et spes como relevância para a acolhida da salvação na Alta Modernidade”.

A tese foi composta em três gran-des partes. A primeira delas foi um levantamento da realidade cultural

de Dom Benedicto, ao cumprimen-tar o nosso arcebispo emérito Dom Roque - seu sucessor no pastoreio da Igreja uberabense - com terna amizade e gratidão. E fez questão de acentuar que se trata (Dom Roque) de um homem que em seu silêncio e prontidão sempre está rezando. Que gesto nobre de obediência ao repor-tar-se a nosso arcebispo Dom Paulo com a devida reverência e respeito, e desejando-lhe a mesma felicidade que conquistara para si. Tanto amor assim só pode ser divino. Estávamos mais perto de Deus naquela noite. Foi possível senti-lo. Nosso eterno muito obrigado, Dom Benedito!

Jovens de sta. teresinha também vão a JmJ

Alegria no retornoem que vivemos, chamada por alguns de “pós-modernidade”. Seguindo um autor inglês, Antony Giddens, em diá-logo com outros autores, preferimos denominar essa fase cultural de “Alta Modernidade”. Tratamos de recolher algumas provocações sobre o sentido de salvação. Na segunda parte da tese apresentamos o pensamento de Santo Ireneu, grande bispo, teólogo e mártir da cidade francesa de Lyon, do final do século II. Na terceira e última parte pro-curamos mostrar como o pensamento de Santo Ireneu influenciou a Gaudium et spes, documento importante do Con-cílio Vaticano II, perfazendo o diálogo entre passado e presente.

Outro nome para a tese seria: “A salvação em perspectiva de diálogo”. Na verdade, a tese coloca em diálogo três momentos importantes da compreen-são de salvação na história: o momen-to presente (fim do XX século e início do XXI), o pensamento de Santo Ire-neu (fins do II século) e o momento da Constituição pastoral do Concílio Vati-cano II (anos 60). Foram nove capítu-los, com mais de 400 páginas, escritas com a mais rigorosa metodologia cien-tífica. Sendo redigida em português, a tese apresenta citações em sete línguas diferentes: grego, latim, italiano, fran-cês, espanhol, inglês e alemão. Bem apreciada pelos examinadores da ban-ca, a nota final foi Summa cum laude, a mais alta avaliação da Universidade, não obstante alguns limites apontados.

“Além da dimensão pessoal e comu-nitária, a soteriologia tem alcance so-cioeconômico-político. O engajamento histórico da pessoa tem força salvífi-ca, tomando parte na missão de Jesus Cristo no meio do mundo. Daí decorre

a participação do ser humano na con-tinuidade da obra criada, a transfor-mação do mundo, na acolhida do Rei-nado de Deus já presente na história. Para tanto, o ser humano é chamado a buscar, em primeiro lugar, as realida-des desse Reinado de Deus: ‘verdade e vida, santidade e graça, justiça, amor e paz’. Este engajamento se abre à pers-pectiva cósmica, envolvendo o respei-to, o cuidado e a responsabilidade para com a natureza como obra de Deus” (Tese, p. 374). É certo que a proposta salvífica não se esgota na história, mas se encaminha para a plenitude, no pro-fundo mergulho em Deus...

Resignei-me a permanecer na Eu-ropa e não retornar ao Brasil durante mais de três anos, o que me rendeu a oportunidade de realizar algum tra-balho pastoral, viagens e frequentar outros cursos, além do doutorado: língua italiana (proporcionado pelo Colégio Pio Brasileiro, 2009); língua alemã (Zentrum fü r Internationale bildung und kulturaustausch, Bonn, Deutschland, 2010), Doutrina Social da Igreja (Katholisch-soziales Institut, Bad Honnef, Deutschland, 2011); Foro Interno (Penitenzieria Apostolica, Vati-cano, 2011); língua francesa (Alliance Française, Lyon, France, 2012); Paulo, João e seus ambientes (Pontificia Uni-versità Gregoriana, Turquia, 2012). Tive, ainda, a oportunidade de visitar outros países, além daqueles relaciona-dos a esses cursos (Alemanha, França e Turquia): Portugal, Suíça, Inglaterra, Áustria, República Checa, Eslováquia e várias partes da Itália.

Foi um longo período de graça so-bre graça, o que me fez vencer os inú-meros desafios e vicissitudes, superan-do as aparentes demoras de Deus. Ao findar este percurso, só tenho coração para agradecer. Assim, finalizo este ar-

tigo com as palavras que pronunciei no final da minha defesa de tese, diante da banca examinadora e dos convidados ali presentes:

Agradeço a Deus este trabalho de pesquisa sobre o diálogo atual da teo-logia da salvação com o mundo moder-no. A luz do Espírito Santo me orientou para que eu pudesse aprofundar o mis-tério do Verbo encarnado para a salva-ção da humanidade.

A meus pais, Antonio e Benedi-ta (in memoriam), que me geraram para o mundo e me educaram na fé cristã, eterna gratidão. A meus fami-liares e amigos agradeço o carinho e acompanhamento, mesmo que a distância, fazendo-me acreditar que podemos avançar sempre para águas mais profundas, no mergulho do mistério de Deus.

À Arquidiocese de Uberaba, na pessoa do Senhor Arcebispo, Dom Paulo Mendes Peixoto, e dos Senhores Arcebispos eméritos, Dom Benedito de Ulhôa Vieira e Dom Aloísio Roque Oppermann, assim como todo o presbi-tério da Arquidiocese, aqui representa-do por Padre Sebastião Ribeiro e Padre Saulo Moraes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, agradeço porque me ajudaram a acreditar na importância

desta pesquisa.Ao Pontifício Colégio Pio Brasileiro,

na pessoa do Senhor Reitor, Padre João Roque Rohr e equipe de direção, assim como a seus funcionários e funcioná-rias, agradeço a acolhida generosa e apoio constante durante o período de meus estudos em Roma. Com afeto cor-dial, agradeço aos meus irmãos pres-bíteros com os quais compartilhamos alegrias e angústias na laboriosa jorna-da de estudos.

A todos quantos me possibilita-ram este projeto de estudos: os cris-tãos da Alemanha, através da ADVE-NIAT, benfeitores da Universidade Gregoriana, comunidades da Itália e do Brasil, agradeço a confiança e a generosidade do investimento, que espero retribuir através do serviço a ser prestado à Igreja.

Agradeço por fim à Pontifícia Uni-versidade Gregoriana, através de sua direção, seus funcionários e funcioná-rias, professores e professoras, espe-cialmente Padre Joseph Carola, SJ, que me orientou com segurança, disponibi-lidade e gentileza nesta longa jornada de estudos e pesquisas, a Don Giuseppe Bonfrate, censor da tese, e P. Joseph Xa-vier, SJ, que presidiu os trabalhos desta sessão solene. Muito obrigado a todos.

FM 87,9 Mhz

Page 12: Jornal metropolitano junho 2013

12 espaço memóriaJornal Metropolitano - Uberaba, junho de 2013

A Criação da Diocese de UberabaHistoriador Carlos Pedroso

Foram várias as dificuldades na criação da Diocese de Ube-raba. Naquela época em que a viagem de navio durava vinte dias, Dom Eduardo foi quatro vezes à Europa. Uma para es-tudar; outra quando nomeado bispo de Goiás e na terceira para conseguir missionários para sua Diocese. Na quarta vez, por tra-tar da saúde, abalada por neu-rastenia, na França, o fato lhe deu a oportunidade de contratar Irmãos Maristas para o Colégio de Uberaba, e trazer consigo Re-dentoristas alemães.

Um detalhe: de passagem por Lisboa, Dom Eduardo foi preso por portar dois pacotes de rapé, espécie de tabaco em pó para inalar, cujo consumo era bastan-te comum no Brasil até o início do Século XX, mas explicou-se e foi solto. Ele já tinha sido preso por indígenas, por ocasião de uma visita pastoral aos selva-gens Javés, em Goiás (Autobio-grafia, Goiânia, 2007, pag. 154).

Dom Eduardo foi eleito Bispo de Goiás pela Bula de 22 de janei-ro de 1890. Em 08 de fevereiro de 1890, em Roma, foi sagrado Bispo pelos cardeais Parochi e Rampola del Tindaro — este, Se-cretário de Estado do Papa Leão XIII — que, por sua vez, atuava como protetor de Dom Eduardo em Roma e praticamente o abso-luto coordenador de tudo o que se referiu à criação da Diocese de Uberaba.

Por que uma nova diocese no interior do Brasil?A Diocese de Uberaba foi

criada como forte sinal de repa-ração ao ultraje republicano que prejudicou a Diocese de Goiás e humilhou seu Bispo Diocesano. Interpretando bem o Apoca-lipse, a Igreja reconheceu Dom Eduardo como perseguido e o reconduziu à condição do justo vencedor perante a Justiça Eter-na. Não foi só uma revanche, foi uma atitude de fé em Cristo Nosso Senhor, Cabeça da Igreja, o Divino Criador e Eterno Esta-bilizador de sua Igreja.

Dom Eduardo foi um herói; mesmo já tendo missionários e missionárias da Ordem Domini-cana, muitas paróquias em Goiás e no Triângulo Mineiro estavam acéfalas e providas unicamen-te de padres idosos. Ele, então, procurou na Europa congrega-ções religiosas que o ajudassem na evangelização. Com auxílio do Cardeal Rampola, conseguiu os Irmãos Maristas franceses e

os Redentoristas alemães. Certa feita, Dom Eduardo,

a contragosto, mas por deter-minação do Cardeal Rampola, cedeu dois Redentoristas para o Santuário de Aparecida/SP, e teve de contar somente com os Redentoristas de Barro Preto (hoje Trindade/GO) para cuidar da Devoção do Divino Pai Eter-no. Na viagem até Goiás, os pa-dres alemães só podiam conver-sar com Dom Eduardo em latim. Já em Uberlândia, Padre Speelt e Dom Eduardo foram homenage-ados com as danças do Congado Moçambique. Ao fim da apresen-tação, Dom Eduardo perguntou a Padre Speelt:

- Qui tibi videtur? (Que tal te parece?)

- Admirabilia. (Admirável fol-clore).

a vinda de dom Eduardo para uberabaEm razão da perseguição reli-

giosa republicana, Dom Eduardo resolveu sair de Goiás e vir para Uberaba, onde chegou em 10 de agosto de 1896 e foi recebido fes-tivamente com discursos, banda de música e desfiles, após des-confortável viagem em lombo de burro, com seminaristas, cabido diocesano, livros, biblioteca, pa-ramentos e arquivos.

Daqui, Dom Eduardo visitava sempre as paróquias de Goiás e do Triângulo Mineiro. Em 1907, no povoado de Água Suja (hoje Romaria-MG), ele elevou a hu-milde capela a Santuário Episco-pal de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja — hoje frequenta-do por milhares de romeiros —, entre julho e agosto.

Em homenagem à cidade que o acolheu tão bem, Dom Eduardo conseguiu do Cardeal Rampola a

promessa da criação da Diocese de Uberaba, desmembrando-a da Diocese de Goiás, sob duas condições: conseguir um grande patrimônio destinado a garantir a subsistência diocesana e a cons-trução de uma nova igreja de ci-mento armado, que seria alçada ao status de Catedral.

O cimento armado já tinha sido introduzido em Uberaba por construtores italianos, em 1900, na restauração das duas atuais torres da Matriz, na Praça Rui Barbosa. A exigência do cimento armado foi para que não se repro-duzissem as péssimas condições de conservação da antiga Matriz, vetada por Roma para ser a futura Catedral e que era praticamente um pardieiro de ripas despencan-do do telhado em um simplório salão de paredes de pau a pique. Por isso, a primeira Catedral de Uberaba não seguiu a regra geral de todas as outras novas Dioceses brasileiras, que sempre escolhem a Igreja Matriz no centro da cida-de para ser Catedral.

Uberaba tem o dia 02 de mar-ço como festiva data municipal em memória à criação da Paró-quia, em 1820, por ato do Rei de Portugal (e não por ato de um Bispo) Até a instituição dos atu-ais cartórios civis (republicanos), todo pároco era praticamente um funcionário de cartório a serviço do Império, que usava os regis-tros paroquiais como listagem de possíveis contribuintes de impos-tos. Durante o Império, todos os bispos e párocos recebiam ven-cimentos, as "côngruas". O livro paroquial tinha três colunas: ba-tismo, casamento e óbito.

As côngruas estavam atrasa-das. Assim, Dom Eduardo as re-quereu e empregou sua verba na construção de sua Catedral e do

Palácio Episcopal, reforçando as generosas ofertas das paróquias.

Enfim, a diocese de uberabaPronta a Catedral e garantido

o patrimônio diocesano, com ter-renos no Alto das Mercês a partir do Largo Cuiabá (hoje Praça Dom Eduardo), em 29 de setembro de 1907, pela Bula Goyaz Diamantina Brasiliana Respublica, do Papa São Pio X, foi criada a Diocese do Sagra-do Coração de Jesus, desmembrada das Dioceses de Goiás e Diamanti-na, sufragânea da Arquidiocese de Mariana.

A posse de Dom Eduardo na Diocese de Uberaba foi compli-cada, em razão do extravio do "Breve" Apostólico Apostolatus Officium, de 8 de novembro de 1907, que o desligava de Goiás e o nomeava Bispo de Uberaba – tudo isso porque, naquele tempo, a comunicação postal com Goiás era impossível em época de en-chentes de rios. A correspondên-cia de Roma se extraviou porque endereçada a Goiás, e não a Ube-raba, onde morava Dom Eduar-do. Assim, a posse dele ocorreu somente em 24 de maio de 1908 (oito meses após sua nomeação).

Quase três anos antes da criação da Diocese, a Catedral já estava pronta; foi terminada com festa na colocação da últi-ma telha, com direito a rojões e cervejada, em 30 de setembro de 1905. Tempos depois, já bem

ornamentada para o Culto Divi-no, foi inaugurada como Cate-dral, em Missa Solene realizada em 27 de janeiro de 1907.

Em 17 de outubro de 1908, Dom Eduardo assinou o Decre-to de instalação do Curato da Sé (transferido para a Praça Rui Bar-bosa no ano de 1926), com licen-ça papal para a recíproca trans-ferência entre os respectivos padroeiros da Igreja das Mercês e a Igreja da Praça Rui Barbosa – esta, a partir de 1926 até hoje, nossa Catedral no centro da cida-de de Uberaba.

Dois fatos históricos em 1923: em 7 de março de 1923, Dom Eduardo renunciou à Diocese de Uberaba e se retirou para o Rio de Janeiro, para tratamento de saú-de. Já em 6 de abril de 1923, foi nomeado Bispo de Uberaba Dom José Tupinambá da Frota (Bispo de Sobral/CE desde 1916).

Outros dois fatos históricos em 1924: em 1º de fevereiro de 1924, a Diocese de Uberaba foi desligada da Arquidiocese de Mariana e adi-da à Arquidiocese de Belo Horizon-te. Por seu turno, em 04 de junho de 1924 foi tornada sem efeito a nomeação de Dom José Tupinambá da Frota para Uberaba, proclaman-do-se a nomeação do padre diretor do Colégio Salesiano de Bagé/RS, Dom Antônio de Almeida Lustosa. Ele recebeu a sagração episcopal em 11 de fevereiro de 1925, com posse na Diocese de Uberaba, em 1º de março de 1925.

Catedral metropolitana - 1940

Palácio Episcopal - 1950