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Março de 2012 Estágio obrigatório facilita entrada no mercado de trabalho OPORTUNIDADE CONQUISTE SUA VAGA A formação em um curso técnico está condicionada ao cumprimento de deter- minada carga horária, fixada pelo Minis- tério da Educação e Cultura (MEC), em atividades práticas. Esse processo é mais conhecido como estágio obrigatório. E o que para alguns estudantes representa um transtorno, para outros torna-se uma excelente oportunidade de inserção no mercado de trabalho. Esse é o caso de Danilo Santos. Ele está no terceiro mó- dulo do curso Técnico em Informática, do Colégio Politécnico Pio XII, e está fazendo estágio há cerca de um ano na Livraria Leitura de Juiz de Fora. “Deixei meu currículo no local, mas não havia previsão para o surgimento de uma vaga. Contudo, seis dias depois, fui chamado para participar de um proces- so seletivo. Nem acreditava que poderia ser convocado, pois seria meu "primeiro emprego". A princípio, senti um "frio na barriga", mas aos poucos fui me acos- tumando com a situação. Fiz inúmeras amizades que contribuíram para minha vida pessoal. Sou de Faria Lemos (mu- nicípio do interior de Minas Gerais) e tinha acabado de chegar à cidade para complementar meus estudos. Foi uma grande felicidade conquistar essa opor- tunidade”. Hoje, ele brinca que a sorte estava ao seu lado. “Decidi fazer o curso Técnico em In- formática, a princípio, por curiosidade, pois acho a área envolvente. Agora, tenho certeza de que minha formação vai contri- buir para que seja possível cursar o ensino superior”. Após quase 12 meses na livraria, Danilo acredita que a fórmula “mágica” para o sucesso de seu treinamento se deve à sua postura. “Ajo como se já fosse efetiva- do. Cumpro os horários estabelecidos, não falto e assumo responsabilidades”. O coor - denador administrativo da Leitura, Marcos Paulo, endossou o pensamento de Danilo. “É preciso que a oportunidade seja vista de forma positiva e não como uma obrigação. Comprometimento, responsabilidade e atitude fazem a diferença. O ir "além" do pedido é visto com bons olhos. As organi - zações procuram pessoas dinâmicas, que se adaptam às situações e buscam soluções para os contratempos. Isso chama a atenção do empregador. O estágio é o início da for - mação profissional”. PÁGINA 2 JAQUELINE DIAS PÁGINA 5 Foto: Eduarda Monteiro Foto: Arquivo Pessoal Foto: Assessoria CONTINUAÇÃO NA PÁGINA 4 O estudante, Jeziel de Moraes Sil- va, está sorrindo à toa e não é para menos. Ele jamais poderia imaginar que sua participação na Feira do Es- tudante fosse render uma bolsa inte- gral de estudos, no Colégio Politéc- nico Pio XII. Conheça sua história. A decisão de empreender e trilhar o próprio caminho está sendo cada vez mais adotada em todo o país, o técnico Carlos Roberto Gomes Lima pode ser considerado um exemplo dessa nova realidade. Danilo Santos recebe orientações do coordenador de CPD, Júlio Goulart O técnico Gabriel da Silva está concluindo seu estágio Foto: Assessoria

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Jornal Março 2012

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Page 1: Jornal Março 2012

Março de 2012

Estágio obrigatório facilita entrada no mercado de trabalho

OpOrtunidade

CONQUISTE SUA VAGA

A formação em um curso técnico está condicionada ao cumprimento de deter-minada carga horária, fixada pelo Minis-tério da Educação e Cultura (MEC), em atividades práticas. Esse processo é mais conhecido como estágio obrigatório. E o que para alguns estudantes representa um transtorno, para outros torna-se uma excelente oportunidade de inserção no mercado de trabalho. Esse é o caso de Danilo Santos. Ele está no terceiro mó-dulo do curso Técnico em Informática, do Colégio Politécnico Pio XII, e está fazendo estágio há cerca de um ano na Livraria Leitura de Juiz de Fora. “Deixei meu currículo no local, mas não havia previsão para o surgimento de uma vaga. Contudo, seis dias depois, fui chamado para participar de um proces-

so seletivo. Nem acreditava que poderia ser convocado, pois seria meu "primeiro emprego". A princípio, senti um "frio na barriga", mas aos poucos fui me acos-tumando com a situação. Fiz inúmeras amizades que contribuíram para minha vida pessoal. Sou de Faria Lemos (mu-nicípio do interior de Minas Gerais) e tinha acabado de chegar à cidade para complementar meus estudos. Foi uma grande felicidade conquistar essa opor-tunidade”. Hoje, ele brinca que a sorte estava ao seu lado. “Decidi fazer o curso Técnico em In-formática, a princípio, por curiosidade, pois acho a área envolvente. Agora, tenho certeza de que minha formação vai contri-buir para que seja possível cursar o ensino superior”. Após quase 12 meses na livraria,

Danilo acredita que a fórmula “mágica” para o sucesso de seu treinamento se deve à sua postura. “Ajo como se já fosse efetiva-do. Cumpro os horários estabelecidos, não falto e assumo responsabilidades”. O coor-denador administrativo da Leitura, Marcos Paulo, endossou o pensamento de Danilo. “É preciso que a oportunidade seja vista de forma positiva e não como uma obrigação. Comprometimento, responsabilidade e atitude fazem a diferença. O ir "além" do pedido é visto com bons olhos. As organi-zações procuram pessoas dinâmicas, que se adaptam às situações e buscam soluções para os contratempos. Isso chama a atenção do empregador. O estágio é o início da for-mação profissional”.

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jaQueLine diaS

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Foto: Eduarda Monteiro

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Assessoria

cONTINUAÇÃO NA págINA 4

O estudante, Jeziel de Moraes Sil-va, está sorrindo à toa e não é para menos. Ele jamais poderia imaginar que sua participação na Feira do Es-tudante fosse render uma bolsa inte-gral de estudos, no Colégio Politéc-nico Pio XII. Conheça sua história.

A decisão de empreender e trilhar o próprio caminho está sendo cada vez mais adotada em todo o país, o técnico Carlos Roberto Gomes Lima pode ser considerado um exemplo dessa nova realidade.

Danilo Santos recebe orientações do coordenador de CPD, Júlio Goulart O técnico Gabriel da Silva está concluindo seu estágio

Foto: Assessoria

Page 2: Jornal Março 2012

Domingo, 11 de março de 2012

empreendedOr técnicO

Descubra o que é necessário para montar seu próprio negócio

A decisão de empreender e trilhar o próprio caminho está sendo cada vez mais adotada em todo o país e os núme-ros estão aí para comprovar. De acordo com informações do Ministério da Previ-dência Social (MPS), quase 2 milhões de pessoas estão cadastradas no regime do Simples Nacional, como Empreendedo-res Individuais (EI), programa que pos-sibilita a regularização do negócio com o pagamento de tributações menores.

No dicionário, a palavra empreendedor tem em sua descrição os seguintes dizeres: “que se aventura à realização de coisas di-fíceis ou fora do comum; ativo, arrojado”. Contudo, o professor do curso Técnico em Administração, do Colégio Politécni-co Pio XII, Leandro Benício, incluiu ou-tros pontos que, em seu entendimento, são fundamentais nesse profissional.

“Ele precisa ter disciplina, autocon-fiança, pró-atividade, persistência, cria-tividade, liderança e otimismo. Em sín-tese, é necessário que ele aja de forma diferenciada”. O tema é abordado por Leandro em sala de aula e ele faz ques-tão de ressaltar que o dinamismo é fun-damental para que seja possível trans-formar ideias em realidade.

“Nós estimulamos essa postura. Para realizar sonhos, é necessário ter perse-verança. Existem pessoas que nascem com o talento de empreender. Porém, também é possível moldar essa capaci-dade. Não devemos nos prender a uma rotina profissional e acredito que o mais importante é se adaptar ao mercado. A todo o momento, surgem novas oportu-nidades. Cabe a nós aproveitar e trans-formar as experiências positivas e até mesmo negativas em nosso favor”.

Para Carlos Roberto Gomes Lima, um evento que poderia ser encarado como um problema foi o desencadeador para a realização de seus projetos pessoais. Ele contou que a paixão por carros, um bem

que o fascinava desde a infância, o levou a concluir o curso de Mecânica Industrial, em 1988, no Colégio Politécnico Pio XII. Antes mesmo de finalizar seus estudos, ele foi contratado para trabalhar em uma grande companhia têxtil. “Minha forma-ção me deu embasamento para conquis-tar uma vaga no mercado de trabalho”.

Sua rotina já estava estabilizada, en-tretanto, um fato veio para modificar sua vida de forma definitiva. “Sofri um aci-dente, no qual meu dedo foi prensado, na realização de uma atividade de ma-nutenção. Naquele momento, percebi que a questão da segurança no trabalho

era fundamental. A empresa já mantinha programas, mas era somente para cum-prir questões burocráticas. Os profissio-nais não eram conscientizados”.

Carlos ainda se recorda que, na data, a área estava em plena expansão. “As empresas precisavam disputar os pro-fissionais”. Ao perceber esse cenário, o técnico não teve dúvidas e voltou às salas de aula, no Colégio Pio XII, agora para agregar novos conhecimentos à sua formação anterior. "Desejava estudar Segurança do Trabalho".

Após concluir o curso, ele atuou em empresas do ramo industrial, mas sua

Carlos Roberto orienta profissionais de diversos setores

jaQueLine diaS carreira começou a deslanchar quando passou a trabalhar em espaços confina-dos. “Coordenava uma equipe de es-cavação subterrânea, no qual conferia itens como montagem, manutenção, limpeza dos produtos e reservatórios de água. Para exercer tal função, tive que me qualificar ainda mais”.

Em 2007, com a Portaria GM n.º 202, 22 de dezembro de 2006, foi instituída a regulamentação das atividades desem-penhadas em locais fechados. Com Nor-ma Regulamentadora (NR) 33, que esta-belecia as regras de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados, Carlos Roberto viu a oportunidade de estabelecer, definitivamente, seu pró-prio negócio.

Com a legislação, ficou determinado que toda empresa que possui esse tipo de ambiente deve ter uma gestão de segurança. Assim, construtoras, monta-doras de veículos, siderúrgicas, meta-lúrgicas, empresa de saneamento, forne-cedoras de energia elétrica, entre outras, são obrigadas a profissionalizarem um dos seus colaboradores para gerenciar a entrada de trabalhadores nessas áreas.

O técnico aproveitou a ocasião e de-cidiu montar um simulador móvel para treinamento prático em espaço confina-do. “Na época, já possuía uma empresa de consultoria na área de segurança do trabalho. E, com o veículo, seria possível realizar as simulações sem trazer riscos aos aprendizes. Esse era o diferencial. O investimento foi alto, enfrentei inúmeros problemas, mas segui em frente”. Hoje, Carlos comemora o sucesso de seu em-preendimento e disse que já prestou ser-viço para empresas como Voith Brasil, Energisa e Bela Ischia Indústria Comér-cio de Polpa e Fruta Congelada. “Sou re-alizado enquanto profissional", revelou.

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Fotos: Arquivo Pessoal

CONHEÇA CARLOS ROBERTO GOMES LIMA

diretora Geral: Drª Jane Aragãodiagramador: Adriano de Souza / Gilmar Abreurevisora: Elaine Milagre jornalista: Jaqueline Dias

Page 3: Jornal Março 2012

Domingo, 11 de março de 2012

03Saúde

SAIBA COMO PARTICIPAR

Colégio Politécnico Pio XII incentiva doação de sangue e medula óssea

Com slogans como “Essa corrente pre-cisa de você. Doe sangue”, o Ministério da Saúde (MS) visa sensibilizar a popu-lação para a importância da causa. Outras ações de conscientização têm como obje-tivo estimular a coleta de material para ca-dastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que faz par-te do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O indivíduo que deseja integrar o banco de doadores precisa, apenas, ter entre 18 e 54 anos, estar em boa saúde e não apre-sentar doenças, como as infecciosas ou hematológicas. A professora referência do curso Técnico em Enfermagem, do Colégio Politécnico Pio XII, Nina Hal-feld, 30 anos, informou que essa ques-tão é frequentemente abordada durante a formação dos alunos. “Nós explicamos a importância e damos exemplo, fazen-do ‘nossa parte’. Vou ao Hemocentro de Juiz de Fora uma média de três vezes ao ano. Defendo que esse ato de solidarie-dade deveria partir de todas as pessoas. Saio de lá com minha consciência tran-quila, certa de que cumpri minha parte”.Mesmo ciente de que a probabilidade de encontrar uma medula compatível é, em média, de uma em cem mil, a educadora integra o cadastro do Inca e não perde as esperanças. “Estou preparada, caso seja necessário”. Nina ainda destacou que os alunos são engajados com a proposta, e a técnica de Enfermagem, Carolina Nunes Ribeiro, 21 anos, é prova disso. Durante a Semana do Técnico de 2011 – evento promovido pela instituição –, ela aderiu à campanha de medula óssea, realizada no local. “Nunca havia doado sangue, mas senti necessidade de participar porque desejava ajudar outras pessoas. O ato pode ser considerado ‘pequeno’, mas tenho certeza de que se cada um fi-zer sua parte, o resultado será satisfató-rio. Por isso, iniciativas como a do Co-légio Pio XII são fundamentais, porque trazem mais informação à população”.

Carolina ainda destacou que o proces-so para o cadastro foi rápido, simples e indolor. “A princípio, estava receosa.

Contudo, a enfermeira coletou apenas uma pequena amostra de sangue. Du-rante minha formação, essa questão foi abordada e explicaram que não há moti-vos para preocupação. Agora, estou tor-cendo para que eu possa ser compatível e, assim, ajudar outras pessoas”.

O auxiliar operacional Jonas das Gra-ças Gabriel, 29 anos, é um doador assí-duo no Hemocentro de Juiz de Fora, tan-to que ele conta o número de vezes que já esteve no local. “Essa é minha 36ª coleta. Não tinha a intenção de criar essa rotina, mas desde a primeira vez, me senti tão bem com o ato, que não quis parar mais. Considero um gesto bonito e saudável. Já doei para pacientes específicos, mas, em geral, doo para quem estiver precisando”.Quatro vezes por ano, ele “cumpre” seu papel e acredita que, dessa forma, contri-bui para o bem-estar da sociedade. “To-dos poderiam ajudar. Entendo que doar sangue deveria ser encarado como qual-quer outro compromisso, como estudar ou trabalhar”, frisou. Para o professor do curso Técnico em Enfermagem, Mauro César Gomes, 38 anos, a postura de Jonas é uma demonstração de huma-nidade. “Sempre estimulo os alunos a também aderirem à causa. Explicamos a importância do ato para o tratamento e realização de procedimentos. Inclusive, relatamos que ocorrem cancelamentos devido à falta de sangue, causando da-nos ao paciente, familiares e onerando os custos das instituições, porque a esta-da do enfermo se prolonga”.

jaQueLine diaS Foto: Assessoria

Para aderir à causa, a responsável pelo setor de captação do Hemocentro de Juiz de Fora, Ana Eliza Alvim, explicou quais são os requisitos para a doação de sangue:• Ter e estar com boa saúde;• Ter entre 16 e 67 anos*;• Pesar acima de 50 kg;• Dormir bem na noite anterior;• Alimentar-se antes, se for doar pela manhã. À tarde, é necessário dar um intervalo de três horas após o almoço. Não é autorizada a doação em jejum;• O período menstrual e o uso de anticoncepcionais não impedem a doação.

*Com objetivo de permitir que cerca de 14 milhões de brasileiros doem sangue, o Ministério da Saúde (MS), em junho do ano passado, ampliou a faixa etária de doadores, possibilitando que jovens entre 16 e 17 anos, mediante autorização dos pais ou responsáveis e idosos até completarem 68 anos estejam autorizados a coletar material. A medida visa ampliar o público que pode doar e está relacionada, também, com a tendência de crescimento da expectativa de vida da população brasileira.

Não é permitido doar quem:• Teve hepatite após os 11 anos de idade;• Apresente comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis;• Teve gripe, resfriado ou diarreia nos últimos sete dias;• Ingeriu bebida alcoólica nas últimas 12 horas;• Tenha feito tatuagens ou piercings nos últimos 12 meses;• Use entorpecentes;• Esteja grávida ou em período de amamentação. Após o parto normal, é necessário aguardar três meses. Já no caso de cesariana, é preciso esperar seis meses;• Tenha feito ou esteja em tratamento dentário. Nesse caso, a doação pode ser impedida pelo período de um a 30 dias, de acordo com o caso;• Apresente ferimento não cicatrizado;• Tenha feito exame de endoscopia ou broncoscopia nos últimos seis meses.

Ana Eliza relatou que um único indivíduo pode doar material para até três pacientes dife-rentes. Após a divisão das plaquetas, leucócitos, hemácias e plasma (componentes encontra-dos no sangue e separados no processo intitulado como fracionamento), o enfermo recebe a parte necessária para seu organismo.

Foto: Assessoria

Jonas Gabriel defende que doar sangue é um dever de todos

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Page 4: Jornal Março 2012

Domingo, 11 de março de 2012

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Marcos relatou que frequentemente seleciona discentes do Colégio Pio XII, principalmente para o setor de proces-samento de dados. Ele explicou que di-versos setores são coordenados por essa área e que, devido ao fato, a mão de obra especializada é tão importante. “É alto o volume de informações e executá-las possibilita que o estagiário pratique o que recebe de conteúdo em sala. No es-tágio, a vivência é grande e o profissio-nal tem a chance de perceber o funcio-namento da empresa como um todo”. O coordenador administrativo, que também estudou no Colégio Pio XII e é formado como Técnico de Informática, contou que sua experiência positiva com a instituição foi fundamental para que, hoje, recorresse ao local para selecionar estudantes. “Inclusive, já efetivamos profissionais de lá. E pretendemos con-tinuar com a parceria”, comentou. Outra empresa parceira do Colégio Politécnico Pio XII é o grupo Arcelor Mittal. Na visão do gerente de Recursos Humanos, Qualidade e Meio Ambiente da empresa em Juiz de Fora, Ricardo Schmidt, o estágio é importante por di-versos fatores. "Primeiro, pela questão do aprendizado e enriquecimento. E esse processo de recrutamento é um dos melhores caminhos para selecionar pro-fissionais capacitados e interessados”. Ricardo relatou que a empresa possui um programa nessa área, que resulta em inúmeras contratações. “Um dos objeti-vos é fortalecer as sucessões e reposi-ções de colaboradores. Entendemos que conceder a oportunidade de vivenciar o conteúdo ministrado em sala é funda-mental. Os alunos se envolvem nos pro-gramas de qualidade, sustentabilidade e aperfeiçoamento do currículo. Temos um compromisso com Juiz de Fora e, dessa forma, estamos mais presentes junto à comunidade”. O gerente revelou que diversos discentes já foram contrata-dos. “Posso afirmar que a principal por-ta de entrada para a empresa é através do estágio. Atualmente, contamos com cer-ca de 80 profissionais em treinamento, mesclados entre alunos do nível técni-co e superior. Eles representam 12% do efetivo total da organização no municí-pio. Em geral, eles já concluíram meta-de do curso e agora vão se aprofundar. A

motivação e o brilho nos olhos são fun-damentais, porém, o conhecimento téc-nico se faz necessário para a realização das atividades”. O técnico de Segurança do Trabalho, Gabriel José Cândido da Silva, concorda com Ricardo. Ele está concluindo seu estágio na ArcelorMittal e acredita que a intenção do exercício foi cumprida, uma vez que ele aplicou o conteúdo ministrado em sala e ainda teve acesso a informações complemen-tares. O jovem contou que participou do processo seletivo, há cerca de um ano, por indicação de um professor do Colé-gio Pio XII. “Enviei meu currículo e, ao participar do processo seletivo, fui sub-metido a provas técnicas e práticas. Tam-bém passei por uma psicóloga. Concorri com colegas de classe e creio que meu conhecimento na área de informática fa-voreceu minha entrada na empresa. Obti-ve essa noção mais aprofundada devido um curso na área”. Por isso, ele defen-deu que estar em constante processo de aprimoramento é fundamental. “Agora, dei início ao curso Técnico em Eletrô-nica, dando preferência, novamente, ao Colégio Politécnico Pio XII, devido à experiência anterior e à avaliação que fiz do conteúdo que será administrado nos quatro módulos”. Com a forma-ção, ele planeja crescer ainda mais. A técnica de Administração, Francislane Nocelli, 22 anos, está comemorando o estágio na ArcelorMittal. Ela já concluiu os dois módulos do curso e, agora, está realizando o estágio obrigatório. Ela ex-plicou que a oportunidade surgiu após cadastro no banco de oportunidades da empresa. Apesar de não ser seu primeiro emprego, a jovem acredita que essa será uma boa oportunidade para que possa atuar na área em que se qualificou. Toda empresa que necessite de cola-boradores das áreas ofertadas pelo Co-légio Politécnico Pio XII pode se tornar um parceiro da instituição, de acordo com o coordenador de estágios, pro-fessor José Carlos Lordello Travassos. “Por exemplo, um hospital não neces-sita, somente, de estudantes da área de Enfermagem. Ele pode contratar alunos de Informática, Administração ou Ele-trônica. Por isso, o campo é amplo”. O professor explicou que a parceria pode ser realizada de três formas: o Pio XII

pode indicar um estudante, as empresas podem requerer um estagiário ou o pró-prio aluno pode buscar a empresa em que deseja atuar. “Existem cursos que apresentam uma demanda tão elevada que faltam discentes para preencher as vagas. Algumas empresas chegam à instituição e desejam contratar dez pro-fissionais de uma única vez. E os pedi-dos são tantos para estágio, como para emprego”. José Carlos relatou que o Colégio Poli-técnico Pio XII também busca empresas como o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Agência de Gestão Ambiental de Juiz de Fora (Agenda-JF), para fir-mar parcerias. “São mais de 500 parcei-ros integrando o time”. O coordenador ainda disse que se o estagiário perceber que as atividades exercidas não têm re-lação com sua área de formação ou que a oportunidade não está sendo provei-tosa, ele pode solicitar o desligamento da empresa que está exercendo suas ati-vidades. “Esse processo deve colaborar para o aperfeiçoamento do ensino trans-mitido em sala”.

Estágio obrigatório De acordo com o professor José Carlos, para que o estágio seja bem sucedido, o estudante deve seguir as algumas dicas: • O Termo de Compromisso do Estágio

cONTINUAÇÃO dA págINA 1Foto: Eduarda Monteiro

Obrigatório, bem como o Acordo de Cooperação, são de responsabilidade do estudante. Eles devem ser devidamente preenchidos e assinados pelos responsá-veis da empresa ou instituição e, antes do início do estágio, devem ser protoco-lados na secretaria do Colégio Politéc-nico Pio XII; • O estudante deverá ser assíduo e pon-tual em relação às atividades propostas no estágio, bem como respeitar e ser cordial com supervisores e demais co-laboradores;• É importante participar de reuniões, cursos, seminários, palestras, atividades de orientação e supervisão, organizadas pela Coordenação de Estágio, empresa ou entidade;• Sempre que ocorrerem dúvidas, proble-mas ou dificuldades, o aluno poderá re-correr ao coordenador. Ele estará apto para prestar esclarecimentos relativos às normas e procedimentos do estágio;• O material de estágio deve ser mantido em ordem;• O estagiário deverá cumprir as exigên-cias e as normas do Regulamento da em-presa ou instituição em que desenvolve suas atividades;• É aconselhado que o estudante apre-sente propostas ou sugestões que pos-sam contribuir para o aprimoramento das atividades no estágio.

Francislane Nocelli comemora seu novo estágio

Page 5: Jornal Março 2012

Domingo, 11 de março de 2012

05OPORTUNIDADE

Colégio Pio XII concede bolsa integral de estudos em Feira Estudantil

O estudante, Jeziel de Moraes Silva, 21 anos, está sorrindo à toa e não é para me-nos. Ele jamais poderia imaginar que sua participação na Feira do Estudante, no ano passado, fosse render uma bolsa in-tegral de estudos, no Colégio Politécnico Pio XII. Durante o evento, a instituição, que manteve um estande destinado à exi-bição de projetos e esclarecimento de dú-vidas, sorteou uma vaga em um dos seus cursos. Para concorrer, era necessário preencher uma ficha de inscrição e cruzar os dedos. A sorte contemplou Jeziel, que agora está matriculado no curso Técnico em Química, realizando o sonho de se aprofundar na área. A paixão do jovem pela disciplina e a afinidade com o Co-légio Pio XII não é de hoje. Ele revelou que, em 2011, esteve presente na institui-ção e se encantou com a estrutura e com o conteúdo do curso. “Acompanhava um amigo na ocasião, mas me recordo que desejei estudar no local assim que con-cluísse o Ensino Médio”. Quando teve a oportunidade de participar da Feira do Estudante, junto com outros colegas de sua cidade de origem, Pequeri, ele não teve dúvidas e preencheu o cadastro.

“Almejava fazer o curso Técnico em Quí-mica, porém não vislumbrava como. Quan-do percebi que havia uma chance, me ins-crevi e aguardei o resultado. Não coloquei mais de uma folha na urna porque tinha em mente que se a vaga tivesse que ser minha, ela seria com uma única inscrição”. Após a realização do sorteio, feito pela diretora geral do Colégio Politécnico Pio XII, Drª Jane Aragão, a instituição entrou em conta-to com a família de Jeziel para comunicar o resultado. “Estava em aula e minha mãe aguardou meu retorno para revelar a notí-cia. Chorei de alegria e tenho que admitir que foi uma grande surpresa. Fiz minha ma-trícula na semana seguinte e hoje, frequen-tando as aulas, estou ainda mais convicto de que escolhi a direção certa”.

Jeziel é grato pelo incentivo de uma professora que o acompanhou durante

seus estudos e que o estimulou a cursar Química. “Tracei meu destino durante minha formação no Ensino Médio. Sei que a área não é fácil, mas é muito inte-ressante. Mantive boas notas, o que tem facilitado meu aprendizado. Tenho cer-teza de que vou atingir meu sonho, que é trabalhar em farmácia”. O estudante ain-da acredita que o curso vai contribuir de maneira significativa para sua entrada no mercado de trabalho, uma vez que não possui experiências anteriores. “Agora, terei uma qualificação. Irei me dedicar e fazer valer a bolsa que ganhei”.

Ao perceber a felicidade de Jeziel, em frequentar seu primeiro curso técni-co, a diretora geral do Colégio Pio XII, Drª Jane Aragão, tem a certeza de que o sorteio da bolsa atingiu seu propósito. “Nós desejávamos alcançar, como um todo, o número expressivo de estudantes que esteve no local e, com a premiação, todos poderiam concorrer. A decisão foi acertada. É a realização de um sonho pessoal e profissional”, concluiu.

jaQueLine diaS Fotos: Assessoria

Drª Jane Aragão revela o ganhador da bolsa de estudos

Jeziel entre os novos colegas de classe e professores

Page 6: Jornal Março 2012

Domingo, 11 de março de 2012

06meiO ambiente

DETERMINAÇÃO SERÁ VÁLIDA A PARTIR DESTE ANO

Proibição do uso de sacolas plásticas chega a Juiz de Fora

A preservação do meio ambiente é tema recorrente em salas de aula, pales-tras e encontros entre representantes do poder público. Atualmente, o veto ao uso de sacolas plásticas tem sido percebido como uma medida importante na redu-ção dos prejuízos causados à natureza.

Em Juiz de Fora, o vereador Júlio Gasparette (PMDB-MG) é autor da Lei nº 11.816, de 5 de agosto de 2009, que prevê a proibição da utilização de saco-las plásticas em todos os estabelecimen-tos comerciais, industriais e prestadores de serviço do município.

O texto ainda descreve que as sacolas biodegradáveis, oxibiodegradáveis e reutilizáveis são alternativas ao uso dos materiais agora vedados. A medida entra em vigor a partir do dia 4 de agosto des-te ano, cumprido o prazo de três anos, desde a publicação, para as adequações e deve ser adotada por todas as empre-sas do município.

Na visão do parlamentar, a lei se ade-qua a uma tendência mundial de preser-vação do meio ambiente. “Vários esta-dos e municípios brasileiros já aderiram à medida. As sacolas oxibiodegradáveis se decompõem em 18 meses e as biode-gradáveis em apenas 180 dias, período muito inferior ao das sacolinhas plásti-cas tradicionais, que ficam cerca de 100 anos no ambiente. Além disso, os preços são muito semelhantes e não oferecem prejuízos nem ao consumidor nem aos donos de estabelecimentos”.

Contudo, o professor de Meio Am-biente, do Colégio Politécnico Pio XII, Fabrício Luís de Andrade, alegou que a medida é pouco eficiente, porque o gran-de problema não são as sacolas, mas os produtos consumidos diariamente que têm sua base industrializada.

“Como exemplo, posso citar margari-na, leite, refrigerante e biscoito. Se fôs-semos partir do princípio que a sacola é danosa ao ambiente, teríamos que levar

em consideração que os outros materiais também são. É um paliativo mal elabo-rado porque deveria haver uma mudança de pensamento, no sentido de entender que é o resto do que nós consumimos que gera o maior problema”.

O docente acredita que a gestão do lixo caseiro não é feita de maneira adequada, porque o próprio cidadão descarta ma-teriais considerados matéria-prima. “O vidro de maionese, por exemplo, é com-posto de um material 100% reaprovei-tável. Inutilizamos plásticos e garrafas, que poderiam ter melhor destinação”.

Fabrício ainda expôs que, do ponto de visto econômico, para as empresas, é mais vantajoso criar uma nova emba-lagem a reciclar. “Avalio que a gestão dos resíduos sólidos seria a forma am-

bientalmente correta de reciclagem. Ao invés de misturar o lixo, é necessário separá-lo para que seja possível enviá-lo a um centro de triagem. Sem isso, esta-mos jogando dinheiro e material fora”.

Ele ainda defendeu que o fato da proi-bição das sacolas plásticas vai onerar, ainda mais, os custos do consumidor, que agora terá de pagar por um material que antes era gratuito.

“Isso irá forçar a população a voltar a comprar os sacos de lixo. É preciso refletir que não é a sacolinha que pro-move o dano ambiental, mas o contex-to de como o lixo é descartado. É uma questão de conscientização. Se vamos deixar de usar esse componente, iremos utilizar outro”.

O estudante do curso Técnico em Meio

jaQueLine diaS

Ambiente, do Colégio Pio XII, Tenerson Dias de Castro, concordou com Fabrício e defendeu que a medida não trará bene-fícios para a população.

“Acredito que os governantes preten-dem demonstrar que estão preocupados, mas não tomam providências para redu-zir a quantidade de plástico em outros recipientes. As sacolas serão retiradas, mas o resto do material será embalado nesse mesmo tipo de componente”.

Já a aluna, Érica dos Santos Moreira, disse que a preocupação deveria partir das empresas que fabricam os produtos. “É importante pensar em alternativas que visam reduzir o volume de plásticos produzidos”. A discente, Amanda Re-zende, ainda frisou que falta informação para a população sobre como reciclar, adequadamente, o lixo caseiro.

O vereador, Júlio Gasparette, reba-teu os questionamentos lembrando que, com certeza, a medida é pequena perto do que ainda precisa ser feito em rela-ção ao meio ambiente, mas ela repre-senta o início.

“O plástico é utilizado em várias em-balagens, mas precisamos começar por algum lugar. O primeiro passo é muito importante e é isso que pretendemos que seja essa medida: apenas o primeiro pas-so de uma longa caminhada em busca da preservação da natureza”.

Ele ainda explicou que haverá fiscaliza-ção nos estabelecimentos e a mesma é de competência do poder Executivo. Em caso de descumprimento da determinação, ha-verá punições, que variam entre notifica-ção, multa no valor de R$500 e, em caso de reincidência, penalidades no valor de mil reais. Nas situações mais graves, pode ocorrer interdição do estabelecimento e cassação do Alvará de Localização e Fun-cionamento de Atividades. A legislação ainda estabelece que a notificação con-cederá, ao notificado, o prazo de 30 dias para se adequar às normas previstas.

Foto: Ilustrativa

Page 7: Jornal Março 2012

Domingo, 11 de março de 2012

07Foto: Assessoria/PJF

De acordo com a coordenadora do departamento de Meio Ambiente do Demlurb de Juiz de Fora, Lílian Gisele Canedo, a realização da coleta seletiva é muito simples e promove inúmeros benefícios. “Basta separar o lixo seco do úmido como, por exemplo, os restos de alimentos do material comum. Garrafas pet, latas, papelão e vidros podem ser destinados ao reaproveitamento”. Ela explicou que esse processo está passando por um período de reestruturação, com licitação de novos caminhões para atender melhor a população, uma prioridade do prefeito Custódio Mattos.

“A coleta está funcionando em todos os bairros, mas com certa irregularidade. O recolhimento do lixo comum tem quer ser feito de maneira mais frequente, uma vez que estes detritos não podem esperar, em função do mau cheiro. Já os produtos da seletiva não causam odor e podem ser acondicionados de forma que não ocor-ram problemas nesse sentido. Estamos prestando o serviço, atualmente, com dois caminhões e quando há uma demanda represada, colocamos veículos menores para realizar a retirada”.

Segundo Lílian, caso um morador deseje fazer a coleta, ele pode solicitar o reco-lhimento do material em sua residência. Ela explicou que o interessado pode entrar em contato com o Demlub, através dos telefones (32) 3690-3537 ou (32) 3690-3509 e solicitar a visita.

A coordenadora relatou que existe uma usina de reciclagem, no Bairro Benfica, operada através da Associação Municipal dos Catadores de Materiais Recicláveis e Reaproveitáveis de Juiz de Fora (Ascajuf). “O grupo é responsável pela destinação adequada. Nossa responsabilidade é coletar e deixar o material para, posterior-mente, a Ascajuf realizar a divisão. Nossa preocupação é no curto prazo, em estar coletando todo o material reciclado da cidade, de forma a evitar que este tipo de conteúdo seja destinado ao Aterro Sanitário, promovendo melhor qualidade de vida tanto para a população quanto para os catadores”.

bOm eXempLO O Demlurb entregou cerca de mil sacolas ecológicas, no ano passado, às pessoas

que passavam pelo Calçadão da Rua Halfeld, durante um evento de conscienti-zação. “A procura foi muito grande, pois a sacola é toda de material reciclado. Agora, estamos aguardando eventos onde possamos fazer nova distribuição para a população”.

cOLeta SeLetiVa

Estudantes e professores do curso de Meio Ambiente discutem a questão

Professor Fabrício de Andrade discorda da medida

Fotos: Assessoria

Page 8: Jornal Março 2012

Domingo, 11 de março de 2012

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