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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER - ANO VI - NÚMERO 40 – CURITIBA, NOV/DEZ DE 2014 pág. 5 pág. 6 e 7 Coworking, espaço de trabalho, conquista mercado Conheça a Praça de Bolso de Curitiba pág. 8 e 9 pág. 10 Novos negócios atraem todo tipo de público A vez da bicicleta Via Calma é exemplo de cidadania e garante segurança aos ciclistas

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JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER - ANO VI - NÚMERO 40 – CURITIBA, NOV/DEZ DE 2014

pág. 5

pág. 6 e 7

Coworking, espaço de trabalho, conquista mercado

Conheça a Praça de Bolso de Curitiba

pág. 8 e 9 pág. 10

Novos negócios atraem todo tipo de público

A vez dabicicleta

Via Calma é exemplo decidadania e garantesegurança aos ciclistas

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Número 40 – nov/dez de 20142 MARCO ZERO

Alguns municípios brasileiros aprovaram leis municipais para multar pessoas que jogam lixo nas ruas. Na sua opinião, em Curitiba é viável ter punições para quem jogar lixo no chão?

OPINIÃOAo Leitor

José Valdeci

Maria Aparecida Peixe, 50 anos Doméstica

“O maior problema que nossa cidade sofre é a falta de fiscali-zação. As providências só são tomadas depois que as coisas acontecem. Se o Paraná adquirir essas punições, a população vai diminuir o lixo no chão”.

Alex Pedro Silvério,31 anos Serviços gerais

“Nossos governadores podiam adotar essa ideia. Com isso as pessoas iriam pensar mais antes de sujar nossas ruas. Só com pu-nições as pessoas aprendem”.

Jhenifer Cristine Cabral, 21 anos Dona de casa

“A multa seria uma ótima ideia, só que o mais importante seria a educação de cada um. As pessoas tinham que ter um pouco de cons-ciência e preservar mais nossa ci-dade que é maravilhosa”.

O esgoto virtual

TatianePinho

Racismo, um pré-conceito histórico

Foto: divulgação

Juliano Lucas Tussoline 18 anos Lavrador

“Essa lei seria viável em nossa capital, mais para isso a prefei-tura podia instalar mais lixeiras e orientar os cidadão sobre a pu-nição, para quem jogar lixo em locais aberto.

Danielle de Lara de Jesus 25 anos Assistente Administrativa

“Ótima providência. Pois muitas pessoas precisam ser educadas. Porque lugar de lixo é no lixo e não no chão. Se os nossos políti-cos adotarem essa lei mesmo, vai diminuir lixos nas ruas, que deixa mal impressão em nossa cidade”.

Segundo o Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com

27 milhões de residências sem rede de esgoto. Esse é um núme-ro alarmante, pois representa boa parte das mais de 68 milhões de residências do país.

Já, conforme dados do IBOPE, cerca de 100 milhões de brasilei-ros estão ligados em outra rede de esgoto: as “redes sociais”.

Vistas muitas vezes como si-nal de modernidade, democracia e até avanço da sociedade, as redes sociais se tornaram um campo de guerra e, muitas vezes, um “esgoto a timeline aberta” durante o perío-do eleitoral de 2014. Preconceito, homofobia, palavras de baixo ca-lão e ofensas e mais ofensas foram vistas nas redes sociais mais usa-das no Brasil, como o facebook e o twitter, principalmente durante o mês de outubro passado.

Discussões sem fim “enche-ram o saco” de muitos que só pretendiam usar as redes so-ciais para o suposto propósito

para qual elas foram criadas: se relacionar.

Mas a verdade é que já nas eleições que elegeram os atuais prefeitos e vereadores de Curitiba, em 2012, quando as redes sociais já haviam se consolidado no país, esse esgoto virtual já havia ocor-rido, porém em menor proporção. Nas eleições de 2014 a situação chegou a um nível insuportável, e acima de tudo, lamentável.

A sensação de impunidade no ambiente virtual encoraja muitos usuários a fazer comentários que, com toda certeza, nunca fariam se estivessem “olho no olho”. Esse ambiente virtual durante as eleições estimulou usuários que tipicamente não são criminosos a compartilharem mensagens de ódio e preconceito, muitas vezes postadas por grupos de extrema di-reita, e orientação neonazista, que se sentem legitimados nas redes sociais por conta da internet ainda ser, sim, uma terra de ninguém.

Outro ponto negativo do es-goto virtual durante a eleição foi a propagação de notícias sem ne-nhum fundamento. É verdade que as redes sociais foram, e são fer-ramentas de grande auxílio para a divulgação de muitas notícias

importantes. Mas durante o perío-do eleitoral pudemos acompanhar dezenas de notícias sem sentido, mentirosas, que eram comparti-lhadas na rede por usuários sem nenhuma verificação ou fonte confiável. Notícias plantadas por militantes de ambos os partidos, só com o objetivo de denegrir o candidato rival, sem nenhum compromisso com os princípios do bom jornalismo, como a ver-dade e a ética.

É importante ressaltar que os candidatos que disputaram essa eleição têm boa parte da culpa por esse esgoto a timeline aberta. Ao invés de apresentar suas propostas, muitas vezes as páginas oficiais dos candidatos na rede se propu-seram a fazer ataques ao rival, es-timulando o ódio entre os usuários da internet.

O fato é que, nessa eleição, as redes sociais mostraram que a par-tir de agora também estarão pre-sentes na democracia brasileira. Nas eleições de 2016 e 2018 um número muito maior de usuários deverá estar conectado. Leis que punam esses crimes virtuais como a homofobia e o preconceito preci-sam ser criadas e legitimadas du-rante esse período. Caso o contrá-rio, tenho até medo do que vamos ver nas redes sociais em períodos eleitorais.

Vamos aguardar, torcer e co-brar para que até as próximas eleições o número de residên-cias com rede de esgoto cresça no Brasil, e que o esgoto virtual diminua no país.

OMBUDSMAN

A matéria “Racismo, o proble-ma da impunidade”, publicada na 39° edição do Jornal Marco Zero, nos meses de setembro e outubro, aborda o problema da impunidade com a prática do racismo. O texto é bem construído, apesar de alguns erros ortográficos, discute o tema de forma mais simplificada e di-reta ao mesmo tempo, e também apresenta alternativas para que a

pessoa que for vítima do ato de ra-cismo possa se defender buscando os seus direitos perante a lei.

Considero que o Racismo não seja simplesmente um problema gerado pela impunidade. É claro que o agravante na história de es-cravidão no Brasil foi o fato de que, em sua esmagadora maioria, os se-nhores que compravam e também vendiam os negros como escravos ficaram impunes pelos diversos crimes de agressão física e moral praticado contra estes. Mas, não há como classificar um único pro-blema como o gerador de um pre-

conceito racial. São diversos atos que geram o problema, a começar pela questão cultural que incutiu na mente dos indivíduos brancos, que estes eram melhores e únicos dig-nos de cidadania e liberdade.

Assim como os preconceitos de homofobia, xenofobismo, machis-mo, entre outros, são resultados de uma mentalidade primitiva da socie-dade, carregados de diversos outros fatores, tais como, econômicos, po-líticos, religiosos, de escolaridade, que são reforçados pela impunidade. Por fim, acredito que esta discussão deveria ser muito mais ampla, cabe-ria ao menos uma reportagem espe-cial no jornal, e não simplesmente uma coluna de opinião.

A edição número 40 do Jornal Marco Zero começa com um dis-cussão sobre o uso das redes sociais durante o último processo eleitoral. Intitulado como “esgoto virtual”, o texto discorre sobre a guerra que foi travada entre os internautas na tenta-tiva de defender os diferentes pontos de vista. E essa atmosfera de debates e opiniões também se faz presente no “personagem” que ilustra o per-fil desse mês. Carinhosamente cha-mado de “mala”, o professor e jor-nalista Valdir Cruz é o protagonista de histórias curiosas do jornalismo paranaense.

Em “Cidadania”, o tema da con-versa é o “Coworking”, uma pro-posta de ambiente onde profissio-nais autônomos dividem o mesmo espaço de trabalho. Seguindo essa linha mais alternativa, “as magre-las” dão o ar da graça protagonizan-do as reportagens especiais sobre a Via Calma e a Praça de Bolsa. E tem muito mais, como o Tá na Web e um ensaio sobre os museus da capital.

Expe

dien

te O jornal Marco Zero é uma publicação fei-ta pelos alunos do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Internacional Uninter

Coordenadora do Curso de Jornalismo: Nívea Canalli Bona

Professores responsáveis:Roberto Nicolato e Luis Otávio Dias

Diagramação:César Marques

Projeto Gráfico:Cíntia Silva e Letícia Ferreira

Uninter - Campus TiradentesRua Saldanha Marinho 131

80410-150 |Centro- Curitiba PR

E-mail [email protected]

Telefones 2102-3377 e 2102-3380.

1 o lugar

SandroCesar

O Marco ZeroNa Praça Tiradentes, bem em frente à Catedral, está o Marco Zero de Curitiba, que oficial-mente é tido como o local onde nasceu a cidade, além de ser o ponto de marcação de medidas de distâncias de Curitiba em re-lação a outros municípios. Ao jornal Marco Zero foi concedi-do este nome, por conter notí-cias e reportagens voltadas para o público da região central da capital paranaense.

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Número 40 – nov/dez de 2014 3MARCO ZERO

PERFIL

O maior “mala” do jornalismo paranaenseHá mais de 30 trinta anos, entre idas e vindas, Valdir Cruz é um grande nome da imprensa

Jasson Goulart, apresentador do Paraná TV, Nívea Bona, Coordenadora do Curso de

Jornalismo da Uninter, Marcelo Cattani, Secretário de Comunica-ção Social do Estado do Paraná, e provavelmente você que está lendo esse texto. Sabe o que todas essas pessoas têm em comum? Todas foram alunos de um pro-fessor chamado Valdir Cruz.

Formado pela Universidade Federal do Paraná, com especia-lizações em Comunicação Con-temporânea e Comunicação e Ra-diojornalismo, há mais de 30 anos o famoso professor Valdir respira todos os dias o jornalismo.

O “mala”, como ele chama seus alunos, e como muitas vezes é chamado por eles, começou a sua história no jornalismo nos anos de 1980, trabalhando em alguns dos maiores jornais impressos de Curi-tiba daquela época, como o “Diá-rio Popular” e o “Estado do Para-ná”. Nessa década de 1980 o jornal impresso vivia seus anos de ouro. Valdir conta que a redação do “Es-tado do Paraná” chegou a ter cerca de 300 jornalistas.

Mas, parafraseando o profes-sor Valdir, “se você é jornalista e nunca foi demitido, tem alguma coisa errada com você”. Compar-tilhando dessa filosofia, Valdir sempre buscou novos desafios que o levaram, por exemplo, para a Rádio Clube, a primeira rádio do Paraná, e para o cargo de di-retor na paranaense “Rede OM de Televisão”, atual CNT. No final da década de 1980, e começo de 1990, A Rede OM era uma das principais redes de TV do Brasil, tornando-se, inclusive, a primeira cadeia de televisão de abrangên-cia nacional com sede fora do eixo Rio-São Paulo. Valdir ainda teve muitas outras experiências no jornalismo. Na TV trabalhou na rede Bandeirantes e na TV Iguaçu. Foi também assessor de imprensa de deputados, como do ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca.

Mas foi no ano de 1991 que a profissão trouxe a maior revi-ravolta para Valdir. “Um dia eu estava na Assembleia (Legislati-va) e um amigo chegou e disse: “Valdir, a PUC (Pontifícia Uni-versidade Católica) precisa de um professor, e precisa que seja uma

SandroCésar

pessoa como você que já tra-balhou na televi-são, rádio e jor-nal. Aí eu fui lá conversar. O di-retor do curso de comunicação da PUC, na época, professor Leo-poldo Cherman, era muito sim-pático, foi com a minha cara. Mas eu falei pra ele: Olha, eu sou jornalista, não sou professor, não sei dar aulas. E ele falou Não, mas você vai dar aula. E mandou começar no dia seguinte”.

Desde então se passaram 23 ano, e centenas de jornalistas as-sistiram e tiveram a oportunidade de receber um pouco da experiên-cia de Valdir. Alguns deles muito conhecidos, como os já citados no inicio da matéria, e o professor da Uninter, Luis Otávio Dias. Os radialistas da Banda B, Adilson Arantes e Greysson Assunção, o Diretor Chefe da Gazeta do Povo, Eduardo Aguiar, o apresentador da Revista RPC, Odilon Araujo, entre muitos outros.

Sempre com posições até um tanto polêmicas, Valdir é daque-les professores que faz o aluno se apaixonar pela profissão. Usan-do as histórias vividas por ele para contextualizar as suas aulas, o seu estilo faz sucesso entre a grande maioria dos seus alunos. Dentro da sala de aula defende com unhas e dentes o jornalismo. Quando perguntam sua opinião sobre aquela velha história de que jornalismo é uma profissão que está com o mercado de tra-balho cheio, e que não rende di-nheiro, a resposta vem ao estilo Valdir: “Se você for analisar, em cada esquina tem um consultório de dentista. Em cada esquina tem um escritório de advogado, esse mercado sim está lotado, o nos-so não. Dizer que o jornalismo é uma profissão saturada é um pensamento primário, é um pen-samento de pessoas desqualifica-das. Mas isso infelizmente come-ça nas faculdades. Os jornalistas se formam para virar empregado e isso é um erro. Hoje o jornalis-ta é um profissional liberal, você se forma e tem a possibilidade de montar a sua empresa de co-municação, montar seu site, teu

blog e trabalhar com comunica-ção”, afirma Valdir. E reforça: o jornalista tem que tomar inicia-tiva e ser um empreendedor, ter seu próprio negócio. “Eu conhe-ço muitas pessoas que estão se dando muito bem com agência de comunicação e assessorias exclusivas para determinadas áreas”, completa.

Quando o assunto é a não obri-gação do diploma para jornalis-tas, Valdir também tem uma posi-ção muito clara. “O jornalista que não tem diploma é um simples “pau mandado” das redações. Ele é aquele que faz as matérias mais idiotas possíveis, faz tudo que o patrão quer, só faz o que o chefe manda”, dispara.

Para Valdir, o fato do diploma não ser obrigatório é o absurdo do absurdo. “O jornalismo é uma profissão extremamente intelec-tual. Você precisa pensar, você precisa fazer de uma maneira diferente, você precisar agir, e a faculdade te dá toda essas fer-ramentas. Muita gente acha que a faculdade é um curso técnico, que vem aqui e vai aprender “a + b”. Não, a faculdade é intelectual, ensina você a pensar. O jornalista que é diplomado tem autonomia, ele pensa, ele faz diferente, ele é o cara que vai mudar o jornalis-mo. Já o jornalista sem diploma é a mão de obra barata que vai fazer sempre a mesma coisa”, diz o professor.

Depois de passagens pela PUC, Tuiuti, Unibrasil, Opet e Uniandra-de, sempre causando polêmicas e tendo o seu jeito único de ser, des-de 2010, de segunda a sexta-feira, o mala Valdir Cruz compartilha suas muitas histórias sobre o jornalismo nas salas de aula do Uninter.

Vida longa ao mestre Valdir...

O manequim de funeráriaAs histórias do professor Valdir são sucesso nas salas de aula e nas redes sociais. Confira um desses causos contado por ele

“Em 1985 fui esca-lado para fazer um jabá do nosso diretor geral no jornal ‘O Estado do Pa-raná’, o hoje empresário Luiz Mussi.

Era para ir a Pato Branco entrevistar um médico que tinha uma série de denúncias contra o “rei do Sudoeste” na época, o Alceni Guerra.

O chefe de reporta-gem, o Roberto Elias Sa-lomão, bom de geografia que só, aumentou o ro-teiro. ‘Você dá um puli-nho em Foz do Iguaçu e cobre a inauguração da Ponte da Amizade”, or-denou. Expliquei que era longe de Pato Branco. “Que nada, olha aqui no mapa... Dá pra ir a pé’.

Para ir comigo, foi escalado o “Socozão”, como fotógrafo, e um motorista que só sei o apelido: o “Manequim de Fune-rária”. Vejam que trio.

A história começa a se de-senhar quando o Luís Mussi, conhecido por ser mão de vaca, solta a maior grana pra eu viajar. Cinco vezes o que ganhava. Em dinheiro de hoje, uns 15 mil reais.

Durante a viagem, em Ponta Grossa, contei da dinheirama que peguei. Foi o meu grande erro. O ‘Socozão’ e o ‘Manequim’ que-riam dividir na hora. Expliquei que era para a viagem. Que íamos comer bem e ficar em bons ho-téis. E os dois não queriam nada disso. Só o dinheiro. Resultado: em Foz do Iguaçu fomos parar num mocó nos fundo da rodoviá-ria. Não conseguia dormir de tan-to barulho de ônibus. Tudo para fazer sobrar dinheiro.... Almoço... e janta.. só os mais baratos. E a inauguração da ponte seria dali a três dias ainda. Enquanto espera-va fiz algumas matérias.

Mas os dois companheiros só falavam em dividir o dinheiro. Na véspera da inauguração, come-mos numa espelunca.... Em di-nheiro de hoje era um real e coma à vontade. Não deu... comi só um

pouquinho. E mesmo assim me deu uma dor de barriga violenta.

No dia da inauguração, com as presenças dos presidentes do Brasil, José Sarney, e da Argenti-na, Raúl Alfonsin, eu estava com uma disenteria daquelas...Não pude nem participar da coletiva dos dois presidentes.

A volta, num fusquinha, foi sacrificada. Tinha que vir paran-do. Em Céu Azul, não encontrei banheiro e tive que me enfiar no meio do milharal.

O Socó, sacana, fez uma foto minha saindo do meio da roça com o papel higiênico na mão. Ele entregou pro Francisco Ca-margo, que publicou na ‘Tribo-ladas’. A legenda: “Jornalista contamina milho produzido no Oeste do Paraná”.. kkkkk

No fim da viagem, fiquei ‘P’ da vida, não dividi a grana com ninguém e devolvi tudo pro Luiz Mussi. Generoso, ele disse: ‘Fique pra você, só preste con-tas depois lá com a Eva (a chefe da tesouraria). Isso não contei até hoje pro Manequim e Soco-zão.... senão eles vão querer di-vidir... kkk’”

Valdir Cruz num flagrante

Foto: divulgação

Foto: divulgação

Valdir Cruz com alunos de Jornalismo do Uninter

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Número 40 – nov/dez de 20144 MARCO ZERO

CIDADE

Conheça Curitiba de outra forma Turismo a pé pelas atrações históricas e turísticas da região central da capital paranaense é opção para quem gosta de uma boa caminhada

RafaelSilvério

Uma nova proposta de lazer convida o curitibano e quem visita a capital paranaense a

fazer um passeio turístico pela região central de Curitiba. Trata-se de um serviço diferenciado, pois o turista não precisa pegar ônibus, nem circular de carro. A ideia é conhecer os principais atrativos culturais caminhando e re-descobrir a região central. Os visitantes e a própria popu-lação, com um roteiro definido em mãos, poderão circular pelos atra-tivos turísticos a pé.

Durante o decorrer dos anos, Curitiba passou por várias transfor-mações nas proximidades do Cen-tro Histórico. Teve a reforma da Rua Riachuelo, Da Praça Tiraden-tes e do Paço da Liberdade, entre outros. Mudanças muitas vezes não percebidas mas que ganham novos olhares e se tornam um privilégio para a nova atração. Com todas essas modificações a intenção é

valorizar o patrimônio da cidade e aumentar o número de turistas.

Uma agência de turismo da ci-dade teve a ideia de criar essa nova modalidade, de conhecer pontos históricos, museus e parques, ob-servando detalhes desses lugares propondo um passeio a pé.

A agência Special Paraná Tu-rismo e Eventos coloca à disposi-ção opções de passeios aleatórios. Bibiana Antoniacomi, diretora da agência, diz que Curitiba já tinha essa atração, mas não era ofereci-da de maneira adequada. “Agora, se você der a informação correta, a pessoal valoriza mais o centro”, afirma Bibiana.

De acordo com a agência, os turistas poderão explorar alguns pontos históricos, como o Palá-cio Garibaldi, a Galeria Tijucas, a Sociedade Operário, a Praça Tiradentes e o Edifício Garcez. Também é possível conhecer a fachada da primeira farmácia de Curitiba, fundada em 1857 pelo imigrante alemão Augusto Stell-feld. O edifício art-nouveau, fica na rua XV de Novembro, hoje

ocupado pelas Lojas Marisa. A agência também sugere ou-

tras opções de diversidade cultural para ser visitada, passando pelo Memorial Árabe, Rua 24 Horas, Teatro Guairá, o Passeio Público (primeiro parque municipal de Curitiba inaugurado em 1886) e prédio central da Universidade Federal do Paraná. Na lista desse passeio também podemos colocar o roteiro gastronômico, de bares, restaurantes e padarias. O passeio custa R$ 56 por pessoa, a duração do percurso varia de três a quatro, dependendo do ritmo do grupo. A empresa não disponibiliza um mapa e sim um funcionário, como guia turístico, para orientar e ex-plicar todo o trajeto. Cada guia fica responsável por um grupo de no máximo 10 pessoas. Segundo Bibiana, o perfil dos clientes, na maioria, é de casais na faixa de 30 a 50 anos.

Bibiana diz ainda que o tour ca-minhado a pé por Curitiba surgiu dela mesmo. Ela viu em duas ou-tras cidades, Rio de Janeiro e São Paulo, que essa modalidade era

sucesso, e resolveu trazer para Curiti-ba. “O tour já exis-te em Curitiba há três anos. O que fi-zemos de diferente foi reunir informa-ções, curiosidades dos lugares, mate-riais fotográficos da época antiga, com isso o guia vai mostrando como era antes a Cate-dral, o Paço da Li-berdade e quando a rua das flores foi fechada. Então a agência passa to-das as informações para o cliente”, ressalta Bibiana.

O passeio pode ser feito em qualquer dia da semana, Se no dia marcado chover, não tem proble-ma, a agência realiza o percurso da mesma forma, os clientes utilizam guarda-chuvas durante o trajeto. “A chuva não impede o passeio”, enfatiza a diretora da agência.

A chuva não impede o passeio” Bibiana Antoniacomi

Solar do Rosário Paço da Liberdade O Solar do Rosário é um casarão cen-tenário localizado no Centro Histórico de Curitiba, no meio do Largo da Or-dem. Está entre a Igreja da Ordem de São Francisco de Assis e das Chagas e a Igreja do Rosário dos Pretos de São Benedito. Esta última, inclusive, serviu como referência para o nome do local.

Trata-se de um complexo cultural, com galeria de arte, livraria, molduraria, antiquário, restaurante, casa de chá e jardim de esculturas. Também promove atividades culturais como cursos, ofi-cinas, ateliers, lançamentos de livros, palestras e eventos ligados a arte e a cultura.

O Sesc Paço da Liberdade é um prédio histórico localizado no centro de Curitiba, na Praça Generoso Marques. O prédio é tombado pelo patrimônio municipal, pela Secretaria de Estado da Cultura e pelo Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). O local tem muita história para contar. A Praça, onde funcionava o Mercado Muni-

cipal, cedeu espaço, em 1916, para a cons-trução do Paço da Liberdade, então sede da Prefeitura de Curitiba, até 1971. De 2007 a 2009 passou por uma ampla refor-ça. Hoje, administrado pelo Sistema Sesc, tornou-se um espaço dedicado à cultura e arte, com agenda constante de cursos e apresentações artísticas.

Foto: divulgaçãoFoto: divulgação

Foto: divulgação

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Número 40 – nov/dez de 2014 5MARCO ZERO

Coworking é muito mais que um escritórioAmbiente compartilhado surge como alternativa para empresários autônomos

ThaisChoma

A prática do Coworking (ou Co-Working) tem como objetivo conectar profis-

sionais utilizando um mesmo es-paço de escritório. Não necessa-riamente essas pessoas trabalham na mesa área de atividade e em sua grande maioria são profissio-nais liberais ou independentes. Essa prática começou em 2005 na Inglaterra, está presente em mais de 50 países e já é utilizada por aproximadamente sete mil mem-bros. No Brasil, há empresas atu-antes em Recife, Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba. Na capital paranaense está presente desde 2010.

O coworking é um ambiente de trocas de experiências. “O con-tato com profissionais de diversas áreas aumenta a oportunidade de quem trabalha em um espaço compartilhado e são essenciais para qualquer coworking”, afirma Bruno Volpi, 25 anos, administra-dor da Impact Hub Curitiba.

Ele diz também que “quando os profissionais estão rodeados por outros que estão trabalhando duro, focados e fazendo grandes coisas acontecerem, são motiva-dos cada vez mais para realiza-rem seus projetos”. Esta união de pessoas que trabalham inde-pendentes umas das outras, mas compartilham valores e buscam sinergia, acontece naturalmente quando elas dividem o mesmo es-paço. Este modelo está inspirando muitas empresas e organizações a participarem ou levarem parte deste mindset para suas opera-ções. Ser estimulado diariamente é um benefício.

O funcionamento de uma em-presa de coworking geralmente é por horas trabalhadas. Você asso-cia-se a um local, compra o paco-te de horas que vem com as van-tagens que os empreendimentos oferecem, como sala de reunião, internet, eventos, interação com outras empresas de coworking em outros países, além de cursos, que podem ser oferecidos pelo local ou pelos próprios membros, sen-do que, não associados também podem participar dos cursos e eventos.

Fora o básico de serviços de escritório que são limpeza do

ambiente, cozinha, banheiros, trata-se de um local com boa apa-rência, o que é extremamente im-portante. Bruno, da Hub, diz que eles sempre estão reformando os ambientes para que o associado sinta a importância dos servi-ços disponíveis ao profissional. Na empresa Planet Coworking é oferecido a seus sócios uma vez ao mês um curso com um Chef de Cozinha Internacional, onde ele ensina a cozinhar e ao mes-mo tempo o pessoal se descontrai com a terapia em grupo.

A procura deste tipo de am-biente pelos profissionais libe-rais deve-se a vários fatores que vão desde a ter um endereço co-mercial ou a redução de custos por não precisarem pagar alu-guel, água, luz e telefone, caso contasse com seu próprio escri-tório, e até mesmo pela intera-ção que há e é incentivada no ambiente de coworking, fortale-cendo a segurança profissional e estabelecendo a rotina, aumen-

tando o networking. Martina Seefeld, design grá-

fica, 26 anos, conta que quan-do iniciou como freelancer, em

2011, ficou um período traba-lhando em casa.

Ela diz que com o passar do tempo foi ficando mais compli-

O coworking é um ambiente de trocas de experiências. O contato com profissionais de diversas áreas aumenta a oportunidade de quem trabalha em um espaço compartilhado ”Bruno Volpi

cado, percebeu que rendia pou-co e não conseguia se posicio-nar tão bem profissionalmente quanto antes (já havia trabalha-do em escritórios de design) e que a gota d’água foi uma vez que ficou um dia inteiro pra conseguir mandar um orçamen-to, coisa que deveria demorar no máximo uma ou duas horas. Decidiu arriscar e foi para um espaço onde já tinha feito um curso - a Aldeia, espaço de co-working localizado no centro de Curitiba - e em pouco tempo as coisas mudaram. Conseguiu um posicionamento profissio-nal melhor e organizou sua ro-tina de trabalho. Hoje ela atende seus clientes em um espaço de coworking próximo à sua resi-dência.

Ivan Chagas, gerente de marketing do grupo Cetefe, an-teriormente fazia na empresa Aldeia a interação entre os usu-ários de coworking e também utilizava-se do espaço para seu

escritório virtual. “Era perfeito pra mim, porque ficar em casa é muito solitário e, às vezes, o problema de estar num ambien-te doméstico me fazia sentir que não estava trabalhando”, afirma.

Ele completa que quando utilizava do serviço comparti-lhado, obtinha um ótimo rendi-mento no seu trabalho. “Parece que você ´entra´ num escritório seu, porque o trabalho flexível e virtual exige muita disciplina pra não deixar sempre pra mais tarde as coisas”, afirma o em-presário. Ele parou de utilizar os serviços da Aldeia quando fez um intercâmbio. Chagas voltou ao Brasil faz dois meses e diz que em breve voltará a usar o coworking.

O tipo de coworking esco-lhido pelo profissional pode ser específico para áreas de atuação do mesmo ramo ou não. Cabe a você escolher onde quer as-sociar-se, podendo até integrar mais de uma empresa.

Bruno Volpi, administrador da Impact Hub

Ambiente conceitual promove impacto positivo na sociedade

Fotos: Thais Chom

a

CIDADE

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Número 40 – nov/dez de 20146 MARCO ZERO

ESPECIAL

De pedalada em pedalada, eis que chega a vez das “magrelas”Bicicletas dividem espaço com motoristas e pedestres na primeira Via Calma do Brasil

MaharaPaola

A primeira Via Calma do Bra-sil, localizada na Avenida Sete de Setembro, entre a

Rua Mariano Torres e a Praça do Japão, região central de Curiti-ba, com extensão de 6,3 km, tem como objetivo fazer com que os ciclistas possam transitar exclusi-vamente pelo lado direito da rua, sobre área demarcada em linha tra-cejada, onde a velocidade máxima permitida para carros e motos é de 30 km/hora. Todo o trajeto conta com uma sinalização horizontal e vertical, além de amplas traves-sias elevadas que fazem com que os veículos automotores reduzam obrigatoriamente a velocidade.

De acordo com a Prefeitura, o projeto da Via Calma foi baseado em uma pesquisa por amostra-gem feita em agosto de 2013 em parceria entre o Instituto de Pes-quisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) e a Ciclo Igua-çu. O levantamento revelou que 67% dos ciclistas que trafegam na Avenida Sete de Setembro usam a bicicleta para trabalhar e 52%, mais da metade, utilizam diariamente a bicicleta para este fim. Para os dados foram entre-vistados ciclistas de 54 bairros de Curitiba e também da Região Metropolitana, como os bairros Centro, Água Verde, Batel, Por-tão, Alto da XV, Cabral, Rebou-ças, Cajuru, Pinheirinho e Centro Cívico.

A Via Calma foi criada para compartilhar o trânsito entre mo-toristas, motociclistas, ciclistas e pedestres de maneira que todos se respeitem e tenham seu espa-ço. Pensando nisso foi preciso reduzir a velocidade dos veí-culos para garantir a segurança dos demais. No primeiro mês de funcionamento, a Setran (Secre-taria de Trânsito) esteve presente no trajeto com seus agentes que orientaram os motoristas, alertan-

do sobre a velocidade, as faixas elevadas e de pedestres, além da bicicaixas.

As bicicaixas tornaram-se um diferencial do projeto da Via Cal-ma, pois são áreas específicas do trajeto onde os ciclistas podem aguardar com segurança o semá-foro abrir, sendo assim as bicicle-tas acabam tendo uma prioridade na travessia dos cruzamentos, além de estarem mais visíveis para os motoristas.

Para Amanda Gallego, artista plástica e pertencente ao Coletivo Saia de Bici que promove diálogo sobre mobilidade e gênero, a cria-ção da Via Calma deve ser vista como algo positivo. “Eu acredito que a Via Calma é um passo impor-tante para promover a convivência entre motoristas e ciclistas no trân-sito, assim como para reafirmar o papel da bicicleta como meio de transporte sustentável”, afirma.

“Constantemente escuto os clientes, principalmente os que

trabalham na região e costumam andar a pé pela Sete de Setembro, elogiando e dizendo que a rua está mais segura e melhor para caminhar”, conta Andreia Arcan-jo, gerente de uma lotérica loca-lizada na Marechal Floriano que cruza a avenida e está próxima à Via Calma.

Já para Marcelo Wada, que re-side na Avenida Sete de Setembro, a instalação da Via Calma trouxe pouca diferença. “Eu ando a pé e de ônibus, uso carro poucas vezes e não tenho bicicleta, então in-fluenciou pouco no meu dia a dia. Sinceramente não notei muita dife-rença no trânsito, talvez quem te-nha notado se melhorou ou não se-jam os ciclistas, mas para mim não influenciou em nada”, enfatiza.

A Via Calma foi instalada em 21 de julho, porém os dados demonstram que os números de atropelamentos não sofreram grandes mudanças. De 21 de ju-lho a 21 de agosto de 2013 foram

registrados três atropelamentos na Avenida Sete de Setembro, sendo que no mesmo período nes-te ano foram dois, ou seja, uma variação de menos 33,33%. Em ambos os períodos não houve aci-dentes com vítimas e nem óbitos no local. Já em toda a Curitiba, segundo o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTRan), de janeiro a 21 de agosto deste ano ocorreram 21 atropelamentos com 45 víti-mas, 13 acidentes sem vítimas e nenhum óbito.

Os dados demonstram que mesmo com a instalação da Via Calma a redução no número de atropelamentos não foi tão sig-nificativa, para tanto outras me-didas estão em pauta para que as vias que possuem um tráfego maior de pessoas e veículos te-nham uma maior segurança. Um dos focos são os ciclistas, pois sofrem com a falta de espaço e de sinalização para poderem transitar de maneira segura, além

DeborahAbrahão

Tendência mundialVisto ainda como novidade no

Brasil, plano cicloviário de Curitiba segue exemplo internacional. Assim como em outras grandes cidades do mundo, a mobilidade urbana susten-tável está em pauta. Nesse contexto o ciclomobilidade, ou seja, a bici-cleta como meio de transporte, tem ganhado cada vez mais destaque em projetos de planejamento urbano. O plano cicloviário de Curitiba, por exemplo, prevê 300 km de vias ci-cláveis, além de diversos pontos de paraciclos (estruturas onde as bici-cletas podem ser estacionadas) em vários bairros da cidade. Uma das principais inovações do plano ciclo-viário curitibano são as Vias Calmas, sendo a primeira delas a Av. Sete de setembro no Centro, onde motoristas reduzem a velocidade e dividem o espaço com as bicicletas.

Porém iniciativas de priorizar o trânsito multimodal com a inserção da bicicleta em vias onde os automó-

Ciclistas conquistam mais espaço no trânsito

ESPECIAL

Foto: divulgação

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Número 40 – nov/dez de 2014 7MARCO ZERO

De pedalada em pedalada, eis que chega a vez das “magrelas”Bicicletas dividem espaço com motoristas e pedestres na primeira Via Calma do Brasil

veis tinham privilégio, já acontecem há bastante tempo em países como Canadá, Suíça, Inglaterra, Holanda, China e Japão, entre outros.

A professora de Economia da Universidade Federal do Paraná, Carolina Bagattolli, viveu no Cana-dá e conta que em Montreal, apesar da baixa temperatura, a adesão às bicicletas como meio de transporte é tão grande que a cidade possui seu próprio sistema de locação de bici-cletas que podem ser devolvidas em vários pontos disponíveis na cidade, além disso todas as linhas de metrô permitem a entrada das bicicletas e possuem vagões especiais para elas. “É muito comum vermos bicicle-tas penduradas no hall de entrada das casas, que só ficam guardadas mesmo no inverno, uma vez que as temperaturas em Montreal podem chegar a – 40ºC. Ainda assim já vi gente pedalando com temperatura por volta dos 0ºC. Para esses só a neve acumulada é o limite”, relem-bra Carolina sorridente.

Para Antônio Miranda, co-ordenador do plano cicloviário de Curitiba, a capital paranaense está entendendo o que Montreal e outras cidades estrangeiras já demonstram ter como certo: que não há como discutir mobilidade sustentável sem que o espaço dos ciclistas no trânsito seja encarado com seriedade. “Quem disse que a via é do automóvel? O automóvel foi se impondo ao longo do tempo, mas a via é de todos. Essa é uma situação sem volta, é só olharmos o exemplo de países como Canadá, Holanda, Suíça, China que inves-tem no espaço compartilhado en-tre carros e bicicletas. Não há um caminho para a mobilidade geral da cidade se centrarmos apenas no automóvel. Em Tóquio, por exem-plo, 25% dos trajetos urbanos são feitos de bicicleta. A prioridade é e sempre será do pedestre e dos mo-dos coletivos de transporte, e em segundo lugar, da bicicleta”, con-clui Miranda.

Allyson DolengaVia calma é o ponto de largada no ciclismo de Curitiba

A demanda por meios alter-nativos de deslocamento urba-no como forma de desafogar o trânsito e, assim, estimular novas formas de locomoção tornou-se pauta na última eleição.

Realizada pela Prefeitura de Curitiba, a primeira Via Calma foi construída em uma extensão de 6,3 km entre a Rua Mariano Torres e a Praça do Japão, com o custo inicial de RS 1,8 milhão.

No site da prefeitura consta que a instalação da primeira Via Calma da capital contou com uma pesquisa realizada com ci-clistas – público destinado ao uso dessa faixa preferencial. Observa-se ainda, segundo a pre-feitura, que a primeira Via Calma servirá como um projeto-piloto para outras iniciativas.

Com oito meses de implanta-ção a opinião dos ciclistas che-ga quase a unanimidade. A Via Calma possibilitou um tráfego ordenado para o público-alvo do projeto, os pedestres e os moto-ristas – esse último grupo ainda, em um número reduzido, junta-mente com comerciantes da re-gião, soltam algumas críticas. A principal é de que com a faixa destinada aos ciclistas localizada na lateral da via, os motoristas sentem dificuldade de sair ou en-trar nos prédios que fazem par-

te das proximidades onde ficam instaladas as faixas. Além disso, os comerciantes se queixam que a ação impede clientes de estaciona-rem próximos às lojas, causando prejuízos em seus comércios.

O conceito de ciclofaixas, usa-do como campanha política na última eleição para prefeitura, cer-tamente foi um ponto que pesou na decisão do eleitorado. O então candidato Gustavo Fruet e atual prefeito de Curitiba, propôs uma série de projetos que viabilizassem pistas adequadas e destinadas aos ciclistas. Vale lembrar que o pre-feito pegou carona com os ciclis-tas, pois estes, nos últimos anos nas principais capitais brasileiras, conseguiram fazer barulho sufi-ciente para que fossem atendidas as suas demandas, envolvendo al-ternativas de transporte urbano.

Se por um lado, o eco foi ou-vido e representa um passo impor-tante, a caminhada dos ciclistas e o entendimento da opinião pública sobre a criação de meios alterna-tivos de locomoção ainda tem um longo percurso para torna-se con-sistente. Até porque a Via Calma, mesmo trazendo benefícios para os ciclistas, ainda é uma gota no oce-ano. Não se pode desprezar, obvia-mente, a pavimentação de calçadas em várias regiões do centro da capital que beneficiam ciclistas e

pedestres, mas que muitas vezes ainda se perdem em falta de ma-nutenção ou trechos inacabados.

O maior dilema, porém, é uma espécie de “elitização do pedal”. Consultando o plano diretor cicloviário de Curitiba de 2013 a escassez de bairros que receberão as pistas inco-moda. Falta calçada, antes de mais nada, questionarão alguns leitores. É verdade. A malha rodoviária, que ainda é calcada muito nos ônibus, deixa a dese-jar na qualidade do calçamento há tantos anos, enão dá para culpar apenas um governo. A demanda é antiga, e o problema mais ainda. O investimento já grande que vem sendo gerado pela construção e ampliação das novas faixas seria multiplica-daocom a readequação de cal-çamento, caso isso fosse (real-mente) levado para os bairros. A questão orçamentária se encaixa em outra discussão, mas a velha história de “levar as coisas com a barriga” se encaixa perfeita-mente aqui.

Ou seja, se pensarmos de maneira mais direta, podería-mos concluir algo como “deixar a cidade bonita, deixa o resto também bonito”. O ciclismo em Curitiba tem um morro ainda bem alto para subir.

Carros e bicicletas circulam juntos na Av. Sete de Setembro

Bicicaixas garante segurança para ciclistas nos semáforos

Foto: divulgação

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Número 40 – nov/dez de 20148 MARCO ZERO

Um espaço para curtir e compartilharA Praça de Bolso do Ciclista, no centro de Curitiba, é um gesto concreto de cidadania

ESPECIAL

Curitiba está ganhando um espaço diferente, uma praça construída para ser um ponto

de encontro e descanso para aquelas pessoas que gostam de passear pelas ruas da cidade com suas bicicletas. Uma área, que até a metade do ano pas-sado, era ocupada por uma construção antiga, abandonada e sem uso.

Quem conhece o centro de Curitiba já passou pela Rua São Francisco, uma das mais antigas ruas da capital do Paraná. A pra-ça, que se localiza entre esta e a Rua Presidente Faria, era apenas um terreno sem utilidade aparen-te. Mas, do outro lado da rua, há a sede da Bicicletaria Cultural de Curitiba, local onde os ciclistas podem estacionar as suas bicicle-tas e se encontrarem. Percebendo a necessidade de transformar o ter-reno, eles foram atrás da prefeitura e órgãos especializados para saber como poderiam atuar no local.

A Bicicletaria Cultural foi cria-da em agosto de 2011 a partir da organização coletiva. No local, há também oficinas e as mais variadas atividades culturais para os ciclis-tas.

Goura Nataranaj é um dos fundadores do Ciclo Iguaçu, uma organização que tem a sua sede na Bicicletaria Cultural. Segundo ele, é uma organização sem fins lucrativos e que tem como foco principal estimular o uso da bici-cleta como um importante meio de transporte em Curitiba e Região Metropolitana.

Outro integrante e coordenador Técnico da Ciclo Iguaçu, Bruno Meirinho, explica que a Ciclo Igua-çu reivindica direitos coletivos para os ciclistas e também participou da luta por um espaço para as bicicle-tas no trânsito. “Inicialmente foi to-mada uma atitude de pintar, mesmo que sem autorização uma rua da cidade com uma faixa vermelha. A prefeitura multou os ciclistas e con-siderou aquilo um crime ambiental. O argumento de defesa dos ciclis-tas era que simplesmente estavam cumprindo o código de trânsito, que prevê a reserva de um espaço para a bicicleta”, conta.

A partir de então, começava uma mobilização de ciclistas em prol do cumprimento da legislação e se formava a associação dos ciclistas. Goura, como coordenador geral,

passou a assumir a organização deste projeto. Após a luta, a Ciclo Iguaçu conseguiu convencer a prefeitura a realizar campanhas no trânsito em favor do respeito ao ciclista. As pri-meiras atitudes foram tomadas com a criação das ciclo faixas na Avenida Marechal Floriano Peixoto.

Goura explicou que pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) foi apresentado o projeto para conseguir construir a pra-ça no local do antigo terreno. “Foi fei-ta uma proposta ao Ippuc, juntamente com a planta do que seria feito. Demo-rou mais de um ano para que tivésse-mos o aval para começar as obras”.

AcolhimentoO coordenador do Setor de Ci-

clomobilidade do Ippuc, Antonio Carlos de Mattos Miranda, relatou que o instituto foi inteiramente favorável à iniciativa, tendo parti-cipado da ideia dos ciclistas e da Ciclo Iguaçu, desde o princípio. Também auxiliou na viabilização, junto à Secretaria de Urbanismo e à Procuradoria do Município, dos instrumentos legais que compro-vam que a área da Praça de Bolso é um espaço público efetivo, com indicação fiscal atribuída ao muni-cípio.

Miranda contou que o Ippuc foi responsável por entrar em con-tato com a Secretaria Municipal de Obras (SMOP) e a Secreta-ria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), ajudando a organizar visitas aos depósitos gerais destas secretarias, para a realização de in-ventários de materiais que pudes-sem ser aproveitados pelo projeto da obra que seria realizada.

“O Ippuc também contatou a SMOP visando obter serviços rela-tivos a primeira terraplanagem do terreno, assim como a colocação de postes de iluminação pública e a instalação de ponto de água sem hidrômetro”, disse Antonio Mi-randa. Ele explicou que o instituto continuou acompanhando a obra e as necessidades dos ciclistas e dos mutirões com a disponibiliza-ção de acesso às duas secretarias, assim como junto à Secretaria de Trânsito (Setran), que se disponi-bilizou em fechar a Rua São Fran-cisco nos dias de ação das pessoas.

Goura Nataranaj contou que, após a aprovação das obras, o pes-

soal envolvido no pro-jeto buscou a ajuda da prefeitura para a cons-trução da praça. A ideia inicial era que a prefei-tura oferecesse mão de obra na construção do ambiente, que deveria ter sido construído até o Fórum Mundial da Bicicleta em feverei-ro deste ano, porém a autorização não havia saído.

“Fechado por ta-pumes o local, o Ciclo Iguaçu e o IPPUC deli-nearam o projeto e, de-pois, as obras da praça saíram do papel”, conta Goura. Como foi dito pelo instituto, ele con-firmou que a terrapla-nagem foi feita pelos órgãos públicos e os materiais foram conse-guidos nos depósitos das secretarias municipais. Além deles, o represen-tante do Ciclo Iguaçu contou que eles tiveram o apoio da construtora Thá, que forneceu os materiais que não foram encontrados nos depósitos.

A partir daí começaram os muti-rões para a construção do local para os ciclistas, que ocorreram todos os finais de semana de maio até 22 de setembro (Dia Mundial sem Carro). Esta atitude da prefeitura de deixar a construção na mão dos cidadãos para ele é algo bom. “Ao participar desse momento, mais que criar um espaço público é desenvolver amor pelo que fez”, comentou.

Para Nataranaj, é outra forma de lidar com o poder público. Ou seja, “se utilizar deles para poder construir coisas em prol de todos, como o espaço que foi apropriado para construção da Praça de Bol-so do Ciclista, feita por todos para todos”.

Para a construção, muitos se can-didataram como voluntários, entre eles Leda Emy, coordenadora do grupo Couch Surfing. Segundo ela, desde março deste ano, está auxi-liando o grupo nos serviços sociais relativos a praça. Ela afirmou que o pessoal que participa da associação sempre anda de bicicleta junto, as-

sim convidou mais pessoas em prol desta luta e foi possível formar uma grande equipe.

O Couch Surfing é uma comu-nidade de hospitalidade, onde são hospedadas pessoas do mundo in-teiro. “O Renan acabou de chegar do Chile e já está nos ajudando com o programa. Ele vai ficar na minha casa e já está totalmente ligado as atividades elaboradas pelo Couch Surfin ”, conta Leda. O grupo internacional de hospita-lidade é uma entidade que busca valorizar o serviço humano e as pessoas de maneira geral, reivindi-cando, por exemplo, a construção do bicicletário no mercado muni-cipal. A Bicicletaria Cultural par-ticipa do processo de ciclocivismo que atinge toda as associações do movimento. Segundo a coordena-dora, o trabalho voluntário busca fazer as pessoas participarem da construção de um espaço que será para elas. O que para ela, no per-curso, a pessoa ainda ganha novos aprendizados e amizades.

Atividades na praçaCom a conclusão da Praça de

Bolso do Ciclista, os frequentado-res ganharam uma zona de Wi-Fi. Além disso também, como foi in-formado pelo Ippuc, terá um bebe-douro, caso o ciclista ou frequen-tador queira beber água.

A Ciclo Iguaçu e a Bicicle-taria Cultural, para promover o uso da Praça, mesmo antes da inauguração oficial já fazia ati-vidades no local. Além de dis-cussões sobre as políticas públi-cas e a apropriação de espaços públicos, assim como o cuidado desses lugares, também serão feitas sessões de cinema ao ar livre e mais momentos de dis-cussão e trocas de ideias entre as pessoas.

Na conversa com o Ippuc, o órgão se colocou à disposição, na medida das suas atribuições, para que se multiplique essa in-ciativa em outros espaços públi-cos de Curitiba e diz que apoiará

A Praça de Bolso, construída por inciativa coletiva é um exemplo de que os esforços conjuntos podem transformar os espaços públicos

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Número 40 – nov/dez de 2014 9MARCO ZERO

Um espaço para curtir e compartilharA Praça de Bolso do Ciclista, no centro de Curitiba, é um gesto concreto de cidadania

EduardoVidal

LeonardoFugimoto

LeonardoPollis

WillianGomes

outros empreendimentos desta natureza. E ainda, recentemen-te, os técnicos entraram em contato com a Secretaria Muni-cipal de Urbanismo, visando a elaboração de decreto voltado à

transformação da Praça de Bolso do Ciclista em Praça Pública Efetiva, com o objetivo de dotar os mesmos benefícios oferecidos às de-mais praças operadas pelo Departamento de Parques e Jardins quanto à vigilância e à ma-nutenção do espaço.

A Praça de Bolso, construída por inciativa coletiva é um exemplo de que os esforços conjuntos podem transformar os espaços públicos

A capital paranaense possui a segunda maior rede de ciclovias do Brasil, ficando atrás somente do Rio de Janeiro, mas nem por isso é ideal para os ciclistas. Grande parte dos espaços reservados estão na liga-ção dos parques da cidade.

Para o ciclista Rafael Damasceno, 27 anos, alguns obstáculos são enfrentados no dia a dia: “Grande parte da rede de ciclovias está abandonada, esburacada, com raízes de árvores e até pontos de ônibus, placas e postes implantadas no meio da ciclovia”. Damasceno já fez viagens de bicicleta por muitas cidades da América do Sul. Desta-cou que Curitiba tem uma melhor estrutu-ra do que outros munícipios, mas relatou alguns problemas, principalmente com o trânsito. “Aqueles que fazem uso cotidiano das bicicletas têm que se arriscar em meio ao transito caótico dos carros e ônibus para ir e voltar de seus trabalhos e estudos”.

Em 2014 foi inaugurada a Via Calma em Curitiba, na Rua Sete de Setembro, onde os carros dividem a rua com ciclistas. Rafael aprovou a criação do espaço. “Toda iniciativa para fomentar o uso de bicicle-tas é boa, seja ela qual for. Além de que, a conscientização das pessoas para o uso de

bicicletas é feita devagar, para que elas enten-dam os benefícios do uso da bicicleta como solução para mobilidade urbana”.

Já a esposa de Rafael, Jéssica Damasceno, 23 anos, também é ciclista, e utiliza a via des-tinada aos usuários de bicicletas. Ela identifi-cou alguns problemas que enfrenta no caminho para faculdade. “Enquanto os motoristas não se conscientizarem de que precisam dividir o espaço com as bicicletas, continuará sendo um corredor para motos e sem segurança para os ci-clistas. Se fosse uma faixa exclusiva poderia ter um resultado melhor, pois não deixo de andar na canaleta para andar em uma via que a qualquer momento um carro pode me fechar".

Quando questionada sobre a estrutura de Curitiba para os ciclistas, Jéssica foi incisiva ao declarar que a cidade está preparada para quem pretende visitar parques, ao contrário de outros trechos da capital. “Para pessoas que querem visitar parques, sim, há uma boa estrutura. Agora, para quem usa a bicicleta como meio de transporte acredito que po-deria ser investido um pouco mais, pois não há ciclovias, faixas, vias, em que a bicicleta possa trafegar com segurança. Um exemplo é o trecho do Viaduto Capanema até a Avenida Mariano Torres”.

A Curitiba para os ciclistas

Rafael e Jéssica Da-masceno, um casal que utiliza a bicicleta como meio de transporte e es-pera iniciativas públicas para que ele possam andar pela cidade com mais segurança.

Os voluntários dizem que o trabalho fica divertido, quando é para o bem de todos.

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Foto: divulgação

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Número 40 – nov/dez de 201410 MARCO ZERO

Novo conceito em fast-food chega a CuritibaCuritiba sempre foi centro de diversos tipos de negócios atraentes a todos

Estudo e trabalho estão cada vez mais em pauta na vida dos brasileiros. Com isso,

uma das novas tendências na gas-tronomia está ganhando forças no mercado nas redes de fast-food em todo o país: as comidas rápidas e de conteúdo orgânico. A busca por este tipo de alimentação vem com o intuito de trazer nutrição por meio de comidas saudáveis que possam combater a fome jun-tamente com a falta de tempo na hora da refeição.

Com a correria do dia a dia de escalas variadas na jornada de trabalho ou até mesmo na facul-dade, a opção por matar a fome com lanche é, na maioria das vezes, primor-dial para mui-tas pessoas. Logo quando entramos nes-te apuro lem-bramos de ir a lanchonetes das grandes redes como Subway, M c D o n a l d ’s , Madero, entre outras. Nelas po-demos optar nas refeições tradi-cionais ou as mais variadas. A moda é lanche de rua, composto de pão de forma, com os mais variados recheios acompanhado com refrigerantes. Mas quebrar o galho com refeições rápidas e calóricas faz mal, principalmente quando se torna rotina.

Um dos métodos que se po-pularizaram pelo mundo foi o serviço “take away” (pegar, pagar e sair, sem mesinhas) onde o con-sumidor escolhe o produto e já usufruir no decorrer do caminho de volta oferecido pela rede Pret a Manger, localizada no Reino Uni-do. Com opções saudáveis de sa-ladas, frutas, sucos naturais, pães e bolos, a rede britânica virou inspiração às várias outras redes deste segmento.

A Mob Fun Fresh Food é uma nova rede aberta em Curitiba, e tem como sua especialidade ser-

vir alimentos saudáveis. Nasceu dda ideia de Gustavo Guimarães – fundador e gerente da rede Mob – por conta da prática de uma dieta que fazia em 2010. Gustavo esta-va à procura de uma alimentação saudável através de saladas. “Eu queria uma conveniência, pegar o carro para comprar a salada e levá- la para casa comer. Assim vi que existia uma oportunidade”, expli-ca o empresário. Como este ramo era pouco explorado na cidade, viu uma loja na rua Carlos de Carva-lho no centro de Curitiba onde se vendiam alimentos naturais e se inspirou.

Após muitas pesquisas na in-ternet, Gustavo viu que existiam muitas redes parecidas com o que ele imaginava a fazer. Concluiu seus estudos em gastronomia e foi viajar pelo Brasil e outros países na Europa para descobrir o que ti-nha de novo neste segmento. Logo se surpreendeu e buscou mais in-formações e foi adicionando suas ideias. Com a ajuda de um chef de cozinha e uma nutricionista

o gerente con-seguiu adaptar seus produtos com a qualidade dos ingredientes necessária para mantê-lo saudá-veis e saborosos. “Tenho uma nu-tricionista aqui dentro que é meu braço direi-to. Ela me ajuda

muito na criação de novos produ-tos e na manutenção da qualidade deles”, conta ele.

À primeira vista quando as pessoas entram na Mob pensam que se trata de uma grande rede de fast-food, mas para a surpresa é um produto curitibano e com muito orgulho, como está escrito em post numa rede social. E sobre a questão de o porquê da escolha de Curitiba, Gustavo fala que por ele ter uma vida aqui e porque a capital paranaense é considerada uma cidade-teste. “Se um produ-to der certo em Curitiba, ele dará certo em outras cidades brasilei-ras”, diz confiante.

A Mob Fun Fresh Food está localizada na Rua Luiz Xavier, centro de Curitiba, e abre de se-gunda a sexta, nos horários das 8h às 21h e nos sábados das 8h às 17h30. Bom, para você leitor que está lendo essa matéria deve estar se perguntando: por que não

WillianBruno

falam das comidas? Então chegou a hora.

A Mob conta com um car-dápio que se baseia no Pegue e Leve e o buffet (área de criação). No Pegue e Leve os produtos fi-cam nas gôndolas prontos e prá-ticos para o consumidor levar e comer no trabalho ou em outro lugar, mas se desejar comer no local existe um espaço amplo e confortável para isso. Os produ-tos seguem à risca o conceito de vida saudável, pois têm poucas calorias e não levam conservan-tes, o que os tornam perfeitos para quem está querendo fazer dieta ou pensa em mudar hábitos alimentares.

Outra característica marcante da MOB é o design moderno. Uma logomarca com uma fonte dife-renciada e cores atraentes (desta-que para o vermelho e o amarelo) além de embalagens criativas com ilustrações de humor e música am-biente.

Mas o que leva as pessoas a consumirem esses produtos? Alex Ristzav, 32 anos, comer-ciante, ao ser perguntado sobre o motivo de consumir na Mob e o que ele mais gostou disse: “Um dos motivos de comprar aqui é o diferencial de ter produtos saudáveis e naturais, e que este tipo de produto antes era difícil encontrar. Essa essa é uma ten-dência que tem tudo para dar certo e cair no gosto do povo curitibano”. Por fim, falou que o que mais gostou, além do car-dápio, foi atendimento prestativo e atencioso que recebeu”, afirma Ristzav.

“Os produtos seguem à risca o conceito de vida saudável, com poucas calorias”

“Se um produto der certo em Curitiba, ele dará certo em outras cidades brasileiras”.

CIDADE

Foto: divulgação

Foto: divulgação

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FelipeSanzovo

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Número 40 – nov/dez de 2014 11MARCO ZERO

CRÔNICA

O monólogo do Jornalismo Esportivo

A velha anfitriã dáboas vindas à nova estação

IsabelaCollares

Ela testemunhou episódios importantes da história de Curitiba, num tempo em que a Praça Tiradentes ainda era

conhecida como Largo da Matriz. É do tipo elegante, dona de um tamanho e de uma ro-bustez de chamar atenção. Se você nunca reservou um tempinho para admirar a beleza da figueira da praça Tiradentes, tudo bem. Ao que tudo indica, ela terá todo o tempo do mundo para desfilar sua beleza revestida por longos caules esculturais e raízes gros-sas. O ato de apreciá-la já responde o fato da figueira ter sido escolhida como um símbolo de forte apelo representativo no universo das religiões. Haja vista o judaísmo, que tem a planta como ilustração de Israel.

Mas, voltando à praça, a bela e fron-dosa figueira pertence ao grupo das vinte e uma árvores que são consideradas de in-teresse especial para proteção; em função da localização, porte, espécie, raridade, beleza, histórico ou relação com comuni-dade. Em tempos de boas-vindas à nova estação, eis uma representante a altura da primavera. Aos que acham que admirar árvores é coisa pra bicho-grilo, tudo bem. O que seria do Pinóquio sem o sábio e companheiro grilo falante? Aliás, além de tagarelar pelos cotovelos, o bom inseto, se pudesse, se divertiria a sombra da bela figueira da Praça.

@TÁ NA WEB

Curitiba em duas rodas

Já que as “magrelas” ocuparam boa parte da edição desse mês, lá vai a sugestão de um vídeo inspirador, produzido aqui mesmo, em Curitiba. Gente que usa a bike para ir ao trabalho, para ir à escola, para curtir o final de semana ou só para fugir do stress do trânsito. Uma verdadeira motivação para explorar a beleza da nossa cidade de uma maneira mais livre e consciente.

Quem já participou ou pelo menos observou uma coletiva de imprensa, há de concordar que o vídeo abaixo é hilário. De uma maneira muito bem humorada, um grupo de jornalistas tagarelas e tendenciosos deixa um jogador de futebol numa si-tuação crítica por meio de perguntas sem pé nem cabeça. Qualquer semelhança com o conteúdo de alguns veículos, não é mera coincidência.

http://www.youtube.com/watch?v=Pg4uikZnx5I

http://www.youtube.com/watch?v=RLF4jSMDTrk

Foto: divulgaçãoFoto: divulgação

Isabela Collares

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Número 40 – nov/dez de 201412 MARCO ZERO

ENSAIO FOTOGRÁFICOMuseu, uma porta ou uma janela? Thais

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Pela arte que nele existe podemos viajar, sonhar, nos inspirar. Podemos conhecer novos mundos sem precisar atravessar nenhuma fronteira. Sentir, cores, formas e movimentos. Museu é uma janela do presente e uma porta para o passado.