jornal já - abril de 2011

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Moacir Scliar HOMENAGEM ARAÚJO VIANA: Morreu, aos 73 anos, o mais bomfiniano dos escritores. Nossa homenagem está na página 7. No fim de abril começa a cobertura Porto Alegre, abril de 2011 - Ano 25 - Número 405 WAL MART PATROCINA O BRIQUE CPI procura empresa fantasma EPTC vai instalar novos parquímetros É a primeira parceria desse tipo que a empresa faz no Brasil

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Edição de abril do Jornal Já

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Page 1: Jornal Já - Abril de 2011

Moacir ScliarHOMENAGEM

ARAÚJO VIANA:

Morreu, aos 73 anos, o mais bomfiniano

dos escritores. Nossa homenagem está na

página 7.

No fim de abril começa a cobertura

Porto Alegre, abril de 2011 - Ano 25 - Número 405

WAL MART PATROCINA O BRIQUE

CPI procura empresa fantasmaEPTC vai instalar novos parquímetros

É a primeira parceria desse tipo que a empresa faz no Brasil

Page 2: Jornal Já - Abril de 2011

Porto Alegre, abril de 2011

EXPEDIENTE

Editor: Elmar BonesReportagem:

Elmar Bones, Geraldo Hasse,Patricia Marini, Aline Torres, Renan

Antunes [email protected]

FotografiaArfio Mazzei e arquivo Jornal JÁ

ComercialMário Lisboa

(51) 3347 7595 / 9877 4800Diagramação:

T. WayneTiragem:

10 MIL EXEMPLARESDistribuição gratuita

O Jornal JÁ Bom Fim é uma publicação da JÁ Editores.

Diretor-editor: Elmar Bones

Redação: Av Borges de Medeiros, 915Conj 203. Centro Histórico

CEP 90020-025 - Porto Alegre/RSFone: 3330- 7272

Edições anteriores: R$ 3,00

Editorial2

CPI da Saúde está suspensa

www. jo rna l ja .com.br

ProJovem: CPI comprova pagamento a empresa fantasma Elson Sempé Pedroso/CMPA

Duas CPIs instaladas na Câmara de Vereadores, uma em debate na Assembléia Legislativa. Assim começa o ano político de 2011 nesta mui leal e valerosa capital. O embate é repetitivo. Os governistas dizem que a investigação parlamentar é ociosa, palanque político que, concretamente, nunca dá em nada. “ É u m r e c l a m o d a sociedade que exige transparência, dever do par lamento como órgão fiscalizador”, bradam os oposicionistas. Coerência não faz parte do cenário. Partidos que tentam impedir as CPIs na Câmara, fazem questão dela na Assembléia e vice-versa. Mais impressionante é a mídia que tomou partido. Decretou que as CPI municipais são futilidades e a CPI estadual indispensável. Um duplo movimento para o mesmo lado. O histórico das CPI no Estado não´é animador. Em 64 anos (desde 1947) foram 162 cpis segundo os arquivos da Assembléia, mais de duas por ano. Só o DAER foi alvo de quatro ou cinco investigações. Não há notícia de alguém que tenha sido punido. Os que o foram, retornaram indenizados. Quando se efetivou a punição, com exoneração ou prisão, foi no andar de baixo. Isso desmoraliza a CPI, sem dúvida. Mas os políticos não são os únicos culpados. Quem deixa os fatos caírem no esquecimento também contribui. Quem deu manchete com aqueles fatos e no dia seguinte jogou-os na lata do lixo também tem culpa no cartório.

O Editor

Depoimento de Jonatas Ouriques, ex-assessor jurídico da Secretaria da Juventude

A CPI da Saúde, instalada no início de março, para investigar suposto desvio de verbas no Programa de Saúde está

suspensa por uma liminar da Tribunal de Justiça. Julgando recurso do vereador Nelcir Tessaro, do PTB, o desembargador Arminio José Abreu Lima da Rosa, da 21ª Câmara Cível do TJ, considerou que não foi alcançado o número mínimo de assinaturas para requerer CPI.A controvérsia gira em torno da assinatura de Neusa Canabarro. Ela era suplente em exercício quando assinou o pedido da CPI, mas já não estava mais no cargo quando o documento foi protocolado. Autor do pedido de CPI, o vereador Pedro Ruas afirmou que irá recorrer da decisão do Tribunal de Justiça: — Vou lutar juridicamente pra que, no máximo em um mês, nós tenhamos de volta esses trabalhos, porque isso faz muita diferença para a sociedade. Vou lutar pelo ressarcimento dos cofres públicos — salientou. A comissão pretende investigar a atuação do Instituto Sollus, que terceirizava serviços do Programa Saúde da Família, na prefeitura de Porto Alegre. Segundo investigação da Polícia Federal, há indícios de desvios de cerca de R$10 milhões nos anos de 2007 e 2009. As irregularidades estariam relacionadas ao assassinato do ex-secretário da Saúde Eliseu Santos, em 26 de fevereiro do ano passado.

A CPI do ProJovem, em andamento na Câmara

Municipal, encontrou indícios de irregularidade com o projeto Quilombo da Juventude, para o qual a Secretaria da Juventude liberou R$ 338 mil. Um dos integrantes da comissão, o vereador Mauro Pinheiro (PT), disse ao JÁ que, em pelo menos uma nota de compra, tem indícios de irregularidade. O valor de é de R$ 33,6 mil reais para compra de purpurinas, lantejoulas, plumas entre outros itens carnavalescos. “Fui atrás da empresa contratada, mas não encontrei nos endereços indicados”,disse o vereador. Em dois endereços - na Av. Ferreira Jardim e na Rua Doutor Gregório Filho – ele não encontrou a empresa Flores e Camargo Ltda, que emitiu a nota apresentada à Secretaria Municipal da Juventude na prestação de contas. S ó n u m t e r c e i r o endereço, na Av. Farrapos, 3 41, Pinheiro encontrou a empresa que no local tem a loja Craque Esporte, especializada em

material esportivo. A empresa Flores e Camargo explicou que alterou a lista de produtos que vendia. Pinheiro disse a empresa terá que provar que comprou os produtos carnavalescos indicados na nota fiscal. O presidente da CPI, vereador Luiz Braz (PSDB) também questionou Jonatas Ouriques, assessor jurídico da Secretaria da Juventude nas gestões de Juliana Brizola e do marido dela, Alexandre Rambo,sobre o contrato de 40 mil reais com uma empresa para dois dias de filmagem. Ouriques argumentou que o material é de qualidade, inclusive vai disponibilizar os seis DVDs feitos pela produtora contratada, sem licitação. Até o momento, oito pessoas já depuseram na CPI, entre elas a deputada Juliana Brizola (PDT) que pode novamente depor pelas contradições em seu depoimento. Ela disse no seu primeiro depoimento, dia 24 de março, que a contratação da Fundação da Ulbra sem licitação não havia sido assinado por ela.

A a tua l secre tá r ia municipal de Educação, Cleci Jurach disse que o contrato emergencial com a fundação já estava em andamento quando Juliana Brizola assumiu a secretaria, em 2008. Segundo

ela, não dava tempo para licitar e escolher a empresa que administraria o ProJovem. “Havia risco do programa ser encerrado e 800 jovens ficarem sem aula”, disse Cleci.

Page 3: Jornal Já - Abril de 2011

Porto Alegre, abril de 2011

A Ferragem Igor, na avenida Protásio Alves, está num

dos pontos mais movimentados da cidade, defronte ao Hospital das Clínicas, o maior do Estado. Em 1951, quando foi fundada, o que dominava a paisagem era o terreno baldio reservado para o prédio de 20 andares, que seria o hospital. Só havia movimento por ali aos domingos, quando jogava o Bambala, legendário time da várzea portoalegrense, que recentemente ganhou notoriedade nacional ao ser citado por Felipão, o ex-técnico da seleção brasileira, num programa de tevê. Pois foi naquele ponto que Bernardo Igor decidiu investir todas as suas economias. Os bondes já passavam por ali, de um lado estava o Bom Fim, bairro de comércio, do outro estava Petrópolis para onde se mudava a classe média. Ele apostou. Igor estava no Brasil desde 1930. Veio da Lituânia, sem saber uma palavra de português. “Veio fazer América”,

como diz dona Ana, sua filha mais velha, que ainda mora no Bom Fim. Amigos o ajudaram a instalar-se na comunidade judaica de Porto Alegre. Era vidraceiro, teve sorte. Estavam começando os primeiros edifícios, de dois três andares. Trabalho não faltava. Mesmo assim, ele trabalhou 21 anos para ter o “seu negócio”. Comprou o ponto, uma ferragem de porta e janela, e instalou a família numa casinha de madeira nos fundos. A família eram os três filhos, pois a mulher morrera em 1944. O filho Beno, que deu continuidade ao negócio, lembra que havia uma campainha acionada por uma corda. Q u a n d o h a v i a movimento na loja, Bernardo puxava a corda para que a filha Ana, que cuidava dos irmãos menores, viesse ajudar no balcão.“No Natal a gente fazia um bazar na frente, vendia enfeites. No carnaval vendia confete, serpetina, lança perfume”, lembra dona Ana. Hoje quem toca o negócio é Eduardo Igor, de 39

Ferragem Igor quer comemorar 60 anos crescendo 20% em 2011

Tradicional ferragem do bairro já tem duas filiaise planeja abrir mais uma no ano que vem

anos. Como fez o pai, Beno Igor ele está dando continuidade ao negócio iniciado pelo avô Bernardo. O pai, aos 66 anos, ainda está presente.

Hoje da janela de seu escritório, Eduardo avista o imponente edifício do Hospital de Clínicas e diz que não consegue imaginar como seria o lugar 60 anos atrás. A porta da loja dá para uma das mais movimentadas avenidas da capital gaúcha. Só no prédio do hospital, o maior do Estado, circulam 15 mil pessoas por dia. Dentro da loja também a mudança é total. Hoje nos 250 metros quadrados da loja estão expostos mais de 13 mil itens de ferragens e material de construção. Em 1992 , quando completou 20 anos, Eduardo, que há três anos já trabalhava na loja, decidiu assumir o negócio junto com o pai.. O negócio adquiriu outro ritmo. Em 2003 compraram a tradicional Ferragem Bom Fim, fundada em 1959 por Simon

Brodacz, um ponto consolidado na Osvaldo Aranha 1174. A segunda filial veio dois anos depois, quando abriram uma loja na Assis Brasil, 1756, na Zona Norte da cidade. Hoje a loja da Assis Brasil é a que mais cresce. O poder aquisitivo na região é menor do que no Bom Fim, mas é aonde a construção civil está mais aquecida, em função da elevação da renda das faixas populares e das facilidades que o governo está oferecendo para

aquisição da casa própria. Há dois anos, Eduardo acrescentou os artigos de iluminação ao mix de produtos da ferragem. Hoje são os que mais vendem nas três lojas. \ No ano passado, a Igor cresceu 22% em relação ao ano anterior. Este ano pretende repetir a dose e no ano que vem quer abrir a sua terceira filial. Eduardo já está procurando o lugar no eixo entre o Bom Fim e a Assis Brasil.

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Eduardo Igor: terceira geração no comando do negócio

Page 4: Jornal Já - Abril de 2011

5|) Plantio de árvores

Está previsto o plantio de 116 de espécies nativas. Vinte são reposição, as demais para aumentar a cobertura vegetal no parque. Serão frutíferas, na maioria – cerejeiras, pitangueiras, para alimentar os pássaros.

3) A volta do trenzinho

A licitação já foi feita, há um vencedor, a Sólida Diversões que já é permissionária dos pedalinhos do lago. Estuda-se se o trem será movido a biodiesel, motor elétrico ou gás. O trenzinho parou de circular em 2008, tinha motor a gás.

4) Pintura dos recantos infantis São três mini-parques de brinquedos infantis que há muito não recebem uma pintura.

2) Recuperação dos recantos

O primeiro será o Recanto do Roseiral, já em andamento desde o ano passado. A escultura do “Menino da Cornucópia”, que fica em cima do chafariz, já foi restaurada, falta limpar o lago, recuperar a fonte e todo o ajardinamento. Outro que está no plano é o Recanto Oriental. Tem que trocar todas as luminárias, pintar e restaurar esculturas, bancos, muros..

Uma das inovações introduzidas no parque da Redenção que teve maior aceitação dos usuários é a Academia da

Terceira Idade, conjunto de equipamentos de ginástica ao ar livre instalados junto ao ginásio Ramiro Souto, na frente da avenida José Bonifácio. O espaço está ocupado da manhã à noite e em alguns momentos há filas, com gente de todas as idades, mas principalmente crianças e jovens, disputando os aparelhos com a Terceira Idade. Apesar do movimento intenso, os aparelhos resistem bem. Em mais de ano de uso, apenas um teve que ser retirado para reforma.

Melhorias no parque em 2011

Jorge Pinheiro ainda não tem garantidos os recursos para concretizar seus planos. O parque não tem um orçamento. O dinheiro de todas as taxas arrecadadas no parque e aora até as contrapartidas que as empresas dão por uso do parque vão para o Fundo de Meio Ambiente. O concessionário do trenzinho por exemplo vai pagar R$ 2.200 mensais, que vão para um fundo de onde não retornam para o parque. “O que fiz foi mapear as possibilidades. Agora tem que ir fazendo como dá”, diz o administrador.

O administrador da Redenção, Jorge Pinheiro, colocou num quadro negro as suas cinco metas para o parque em 2011. São elas:

Café do Lago: reforma depende de licençasO tapume já está colocado, o projeto está pronto, mas o começo

da obra depende da aprovação das diversas instâncias da prefeitura. Por isso ainda não há previsão para a reforma do Café do Lago, cuja concessão foi transferida para outra razão social em um novo contrato. Depois de tudo resolvidos, serão três meses de obras. O local será efetivamente um café, com produtos de confeitaria e chás e funcionamento até às 10 horas da noite. As festas noturnos que o concessionário anterior tinha implantado estão suprimidas.

Pepsi instala mais um chimarródromo

Já está assentada a base um segundo chimarródromo na Redenção no lado da

avenida José Bonifácio, perto da academia da terceira idade. O primeiro foi implantado há um ano e teve boa aceitação, mas o equipamento apresentou problemas. Agora as falhas foram sanadas pelo fabricante, com a troca de peças e a colocação de mais um sensor na câmara onde se coloca a garrafa térmica para receber a água quente. Com um único sensor, as térmicas menores ficavam fora do alcance e o mecanismo não liberava a água. A Pepsi patrocinadora do chimarródromo pretende levar o equipamento para as praças do interior do Estado.

Academia da terceira idadeatrai jovens e crianças

1) Quatro novos bebedouros Hoje são dois bebedouro para todo o parque, por onde passam multidões nos fins de semana. É o primeiro item na lista de Pinheiro. Ele mesmo desenhou um modelo, baseado no atual, com algumas adaptações. Por exemplo: tem embaixo um bebedouro para os cães. Nos atuais o dono tem que erguer o cachorro para ele beber no mesmo lugar onde bebem as pessoas.

Ele já tem a parte mais cara do bebedouro: uma válvula que regula o fluxo da água. As quatro custaram R$ 1.600,oo. Estão em cima de sua mesa esperando o dinheiro para o resto.

Administrador tem cinco metas para o ano

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A Walmart, uma das maiores redes de supermercados do mundo, que em Porto

Alegre opera com as bandeiras Nacional, Maxxi e BIG, vai patrocinar uma revitalização completa do Brique da Redenção. O acordo foi assinado com Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC) e a Associação dos Artesãos do Brique, no dia 4 de abril. O Brique da Redenção, com 33 anos, receberá investimento de 250 mil em nova estrutura, além de barracas para proteção dos mais de 300 artesãos da feira, divulgação da marca e criação do site. Além de distribuição de camisetas e sacolas ecológicas. “O Brique é uma referência nacional e internacional, fruto de um trabalho árduo”, disse o presidente da Associação dos Artesãos do Brique, Evilázio Rodrigues Domingos. O vice- presidente nacional da Walmart,

o gaúcho José Osvaldo Leivas explicou que a parceria firmada será de 24 meses e as obras serão iniciadas em junho. Segundo ele, a intenção da Walmart é contribuir para melhorar a vida dos porto-alegrenses, em comemoração aos 21 anos da rede de supermercados BIG na cidade. O Mercado de Pulgas, como era conhecido em 1978 - data de sua inauguração, foi patrocinado pela empresa Visa, de cartões de crédito, por dois anos até a incorporação pelo Grupo Cielo. Segundo o secretário da Indústria e Comércio, Valter Nagelstein a prefeitura e os artesãos buscavam uma nova parceria há um ano. O objetivo é a qualificação, padronização e revitalização dos quatro segmentos que compõem o lugar: as feiras de antiquários, a arte na praça, a feira de artesanato do Bom Fim e a feira gastronômica.

Brique da Redenção terá coberturaAcordo com a Walmart (da rede Nacional e BIG) vai revitalizar espaço

O principal problema do Parque da Redenção, que é a rede de drenagem, não será atacado este ano. A assessoria de imprensa do Departamento de Esgotos Pluviais, a quem compete a obra, informou ao JÁ que ainda não há projeto. O parque tinha um sistema de escoamento da água da chuva implantado por volta de 1960, que era bastante eficiente.

Mesmo com a maior chuvarada, poucas horas depois o parque estava transitável. Essa rede, porém, se deteriorou. Ninguém discute a necessidade de uma novo sistema de drenagem, a questão é o recurso. Estima-se que seriam necessários R$ 10 milhões para uma obra dessas. Mas há outras melhorias que serão implantadas em 2011.

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5|) Plantio de árvores

Está previsto o plantio de 116 de espécies nativas. Vinte são reposição, as demais para aumentar a cobertura vegetal no parque. Serão frutíferas, na maioria – cerejeiras, pitangueiras, para alimentar os pássaros.

3) A volta do trenzinho

A licitação já foi feita, há um vencedor, a Sólida Diversões que já é permissionária dos pedalinhos do lago. Estuda-se se o trem será movido a biodiesel, motor elétrico ou gás. O trenzinho parou de circular em 2008, tinha motor a gás.

4) Pintura dos recantos infantis São três mini-parques de brinquedos infantis que há muito não recebem uma pintura.

2) Recuperação dos recantos

O primeiro será o Recanto do Roseiral, já em andamento desde o ano passado. A escultura do “Menino da Cornucópia”, que fica em cima do chafariz, já foi restaurada, falta limpar o lago, recuperar a fonte e todo o ajardinamento. Outro que está no plano é o Recanto Oriental. Tem que trocar todas as luminárias, pintar e restaurar esculturas, bancos, muros..

Uma das inovações introduzidas no parque da Redenção que teve maior aceitação dos usuários é a Academia da

Terceira Idade, conjunto de equipamentos de ginástica ao ar livre instalados junto ao ginásio Ramiro Souto, na frente da avenida José Bonifácio. O espaço está ocupado da manhã à noite e em alguns momentos há filas, com gente de todas as idades, mas principalmente crianças e jovens, disputando os aparelhos com a Terceira Idade. Apesar do movimento intenso, os aparelhos resistem bem. Em mais de ano de uso, apenas um teve que ser retirado para reforma.

Melhorias no parque em 2011

Jorge Pinheiro ainda não tem garantidos os recursos para concretizar seus planos. O parque não tem um orçamento. O dinheiro de todas as taxas arrecadadas no parque e aora até as contrapartidas que as empresas dão por uso do parque vão para o Fundo de Meio Ambiente. O concessionário do trenzinho por exemplo vai pagar R$ 2.200 mensais, que vão para um fundo de onde não retornam para o parque. “O que fiz foi mapear as possibilidades. Agora tem que ir fazendo como dá”, diz o administrador.

O administrador da Redenção, Jorge Pinheiro, colocou num quadro negro as suas cinco metas para o parque em 2011. São elas:

Café do Lago: reforma depende de licençasO tapume já está colocado, o projeto está pronto, mas o começo

da obra depende da aprovação das diversas instâncias da prefeitura. Por isso ainda não há previsão para a reforma do Café do Lago, cuja concessão foi transferida para outra razão social em um novo contrato. Depois de tudo resolvidos, serão três meses de obras. O local será efetivamente um café, com produtos de confeitaria e chás e funcionamento até às 10 horas da noite. As festas noturnos que o concessionário anterior tinha implantado estão suprimidas.

Pepsi instala mais um chimarródromo

Já está assentada a base um segundo chimarródromo na Redenção no lado da

avenida José Bonifácio, perto da academia da terceira idade. O primeiro foi implantado há um ano e teve boa aceitação, mas o equipamento apresentou problemas. Agora as falhas foram sanadas pelo fabricante, com a troca de peças e a colocação de mais um sensor na câmara onde se coloca a garrafa térmica para receber a água quente. Com um único sensor, as térmicas menores ficavam fora do alcance e o mecanismo não liberava a água. A Pepsi patrocinadora do chimarródromo pretende levar o equipamento para as praças do interior do Estado.

Academia da terceira idadeatrai jovens e crianças

1) Quatro novos bebedouros Hoje são dois bebedouro para todo o parque, por onde passam multidões nos fins de semana. É o primeiro item na lista de Pinheiro. Ele mesmo desenhou um modelo, baseado no atual, com algumas adaptações. Por exemplo: tem embaixo um bebedouro para os cães. Nos atuais o dono tem que erguer o cachorro para ele beber no mesmo lugar onde bebem as pessoas.

Ele já tem a parte mais cara do bebedouro: uma válvula que regula o fluxo da água. As quatro custaram R$ 1.600,oo. Estão em cima de sua mesa esperando o dinheiro para o resto.

Administrador tem cinco metas para o ano

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A Walmart, uma das maiores redes de supermercados do mundo, que em Porto

Alegre opera com as bandeiras Nacional, Maxxi e BIG, vai patrocinar uma revitalização completa do Brique da Redenção. O acordo foi assinado com Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC) e a Associação dos Artesãos do Brique, no dia 4 de abril. O Brique da Redenção, com 33 anos, receberá investimento de 250 mil em nova estrutura, além de barracas para proteção dos mais de 300 artesãos da feira, divulgação da marca e criação do site. Além de distribuição de camisetas e sacolas ecológicas. “O Brique é uma referência nacional e internacional, fruto de um trabalho árduo”, disse o presidente da Associação dos Artesãos do Brique, Evilázio Rodrigues Domingos. O vice- presidente nacional da Walmart,

o gaúcho José Osvaldo Leivas explicou que a parceria firmada será de 24 meses e as obras serão iniciadas em junho. Segundo ele, a intenção da Walmart é contribuir para melhorar a vida dos porto-alegrenses, em comemoração aos 21 anos da rede de supermercados BIG na cidade. O Mercado de Pulgas, como era conhecido em 1978 - data de sua inauguração, foi patrocinado pela empresa Visa, de cartões de crédito, por dois anos até a incorporação pelo Grupo Cielo. Segundo o secretário da Indústria e Comércio, Valter Nagelstein a prefeitura e os artesãos buscavam uma nova parceria há um ano. O objetivo é a qualificação, padronização e revitalização dos quatro segmentos que compõem o lugar: as feiras de antiquários, a arte na praça, a feira de artesanato do Bom Fim e a feira gastronômica.

Brique da Redenção terá coberturaAcordo com a Walmart (da rede Nacional e BIG) vai revitalizar espaço

O principal problema do Parque da Redenção, que é a rede de drenagem, não será atacado este ano. A assessoria de imprensa do Departamento de Esgotos Pluviais, a quem compete a obra, informou ao JÁ que ainda não há projeto. O parque tinha um sistema de escoamento da água da chuva implantado por volta de 1960, que era bastante eficiente.

Mesmo com a maior chuvarada, poucas horas depois o parque estava transitável. Essa rede, porém, se deteriorou. Ninguém discute a necessidade de uma novo sistema de drenagem, a questão é o recurso. Estima-se que seriam necessários R$ 10 milhões para uma obra dessas. Mas há outras melhorias que serão implantadas em 2011.

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Page 6: Jornal Já - Abril de 2011

Porto Alegre, abril de 2011

A EPTC promete regularizar em poucos dias a coleta de

moedas nos parquímetros da cidade. É o tempo necessário para a contratação de uma empresa especializada no transporte de valores. Segundo a assessoria de imprensa, ocorreram problemas nos primeiros dias em que EPTC assumiu os parquímetros, quando venceu o contrato com a Estapar, empresa paulista que explorava, como concessionária, os estacionamentos em “Área Azul”. São 220 parquímetros que controlam 4.453 vagas nos estacionamentos em Área Azul, nos quais o motorista tem que depositar R$ 0,50 por meia hora. A coleta diária das moedas, que antes era feita por uma empresa especializada, passou a ser fe i ta pe los funcionários da EPTC. Eles não conseguiam dar conta e as caixas dos parquímetros ficavam entupidas. A licitação para escolher a nova concessionária está em preparo. O contrato de dez anos com a Estapar expirou no início de março e não foi renovado. A EPTC não justificou a decisão.

PARQUÍMETRO

Licitação vai escolher nova empresa

A empresa ganhava 8% como taxa de administração para fiscalizar e recolher as moedas e cartões dos parquímetros, que são da EPTC. A cobrança nas 4.453 vagas é feita das 8h às 19h, o que daria se houvesse 100% de ocupação o tempo inteiro, R$ 11 reais por dia por vaga, cerca de R$ 45 mil por dia, mais de R$ 1,3 milhão por mês. Segundo Daniel de Almeida, da Estapar, a receita real é bem menor do que isso, pois a taxa média de ocupação é de 40%.

Novas áreas estão em estudo

O estacionamento com parquímetros em Porto Alegre começou em 2001 pelo Moinhos de Vento. Hoje está em 12 bairros, entre eles Bom Fim, Menino Deus, Florestas, além do centro que é a maior área com 1.222 vagas. Segundo a assessoria da EPTC novas áreas devem ser implantadas, pois é muito grande a demanda, havendo uma lista de pedidos de comerciantes, profissionais e das próprias comunidades.

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A previsão inicial era maio de 2010. Depois várias datas

foram marcadas, a última foi 14 de fevereiro.de 2011, mas faltou a ligação elétrica com a subestação da CEEE..Além disso uma inspeção constatou que faltava uma ligação das novas canalizações com as bocas de lobo. Agora, o Departamento de Esgotos Pluviais, o DEP, garante:está tudo pronto, há quase um mês. Só falta encontrar um espaço na agenda do prefeito José Fortunati para marcar a inauguração.. Aí, então, estarão aptas para funcionar as“bombas hidráulicas instaladas na esquina da avenida Ipiranga com a rua Jacinto Gomes, para acabar com os alagamentos no bairro Santana. A obra que custou R$ 5,5 milhões foi feita com recursos federais. É uma antiga reivindicação de cerca de 2 5 mil moradores eu enfrentam o problema cada vez que chove forte na cidade.. As três bombas de sucção instaladas num prédio de 360 metros quadrados funcionarão como o “coração” do sistema de drenagem. Numa chuvarada elas poderão bombear a água para o arroio Dilúvio à vazão de 5.500 metros cúbicos por segundo, impedindo

Casa de bombas: agora só depende de Fortunati

a inundação das partes mais baixas do bairro. Uma “rede coletora” com 1.170 metros de canos e várias galerias pluviais foi implantada nas ruas Santa

Teresinha e Jacinto Gomes no ano passado. O b a i r r o v i v e a expectativa de um inverno sem inundação.

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Fortunati: agora é uma questão de agenda

Cidade tem mais de 4 mil vagas controladas por 220 parquímetros

Page 7: Jornal Já - Abril de 2011

Porto Alegre, abril de 2011 7

Pequeno País da Minha Infância

“O Bom Fim da minha infância era um bairro extremamente tranqüilo. Era quase uma aldeia encravada numa cidade que não era grande . Um bairro de imigrantes judeus, ainda que na verdade morassem ali pessoas de várias procedências - famílias portuguesas, italianas, negros. Mas a característica principal eram as casinhas de porta e janela. A travessa Cauduro era muito interessante. Toda ela era de propriedade de uma só

pessoa, o comendador Cauduro. Eram dezenas de casinhas iguais, todas pintadas de amarelo. Ali moravam artesãos, sapateiros, vendedores ambulantes. Estes últimos eram em grande número naquela época. As famílias eram pobres, as casas precárias, sem conforto. Por isso, buscavam a rua, as ruas estavam sempre cheias de gente. O movimento de automóveis era pequeno. As pessoas se encontravam para conversar no mercadinho, no armazém. Se era verão, ficavam conversando nas calçadas. No inverno, dentro de casa, tomando

chá. A convivência desse pessoal resultava em muitas histórias que eles contavam. Não havia outro tipo de diversão naquele tempo. Televisão não tinha, teatro nem falar, cinema era raro, então, o que tinha de bom para eles era conversar. Foi ouvindo histórias dos meus pais e parentes que aprendi as estórias que contei depois.

“Eu sempre volto ao Bom Fim, mesmo que não esteja escrevendo diretamente sobre o bairro. O Bom Fim para mim é sinônimo de infância e a infância marca muito todas as pessoas, principalmente os escritores. Até diria que o escritor é a pessoa que sabe manter viva a criança dentro de si. Eu tenho que manter viva a criança do Bom Fim. Quando comecei a escrever não pensava em ser um grande escritor a nível nacional, estadual. Não pensava nem mesmo em termos de cidade. Pensava, isso sim, no bairro. Queria que as pessoas lessem minhas estórias. Era isso que eu fazia. Elas circulavam de mão em mão. As pessoas mostravam minhas estórias umas para as outras. Aquilo me deixava extremamente feliz. Ainda acho que a maior gratificação que um escritor pode ter é o reconhecimento das pessoas que estão ao seu redor.

“ S o u d a g e r a ç ã o p r é -mimeógrafo.A minha família era pobre, mas se havia coisa que não faltava na minha casa era dinheiro para livro. E quando pedi para o meu pai uma máquina de escrever, ele me deu. Não tinha bicicleta, mas já possuía uma máquina de escrever . Tinha dez anos. Batia à máquina minhas estorinhas e passava adiante. Uma literatura clandestina”.

“Gostava de contar coisas. Na verdade, tudo o que nos acontecia

era fantástico. Por exemplo: ir de ônibus para capão da Canoa no verão era fantástico. A gente vivia aquilo como uma aventura de tal modo empolgantes que na noite anterior à saída para a praia as crianças não dormiam. E, quando voltava desses dez quinze dias de férias, começava a escrever sobre o que tinha se passado. É bom ressaltar que a tradição judaica valoriza muito a palavra escrita: o livro, a leitura. Por isso, eu era muito estimulado não só pelos meus pais, mas também pelos vizinhos e professores...”

“Numa velha casa na Osvaldo Aranha, ao lado do bar João, funcionava o Colégio Israelita. Na sala da frente funcionava o ensino israelita propriamente dito e atrás o curso primário. O colégio não tinha mais do que 150 ou 200 alunos. Lembro-me com muita saudades porque minha mãe foi uma das primeiras professoras do colégio”.

“Todo o bairro começou a mudar com o surto imobiliário que se seguiu à segunda guerra mundial.. O Brasil ficou numa excelente situação econômica, principalmente

pelo aumento das exportações e o surto de industrialização. Junto com a industrialização, o ramo imobiliário também desenvolveu-se . Aqueles comerciantes, vendedores, p e q u e n o s i n d u s t r i a i s , começaram a investir seu dinheiro na construção de edifícios. Primeiro pequenos, de três andares. Nos de quatro andares era obrigado a colocar elevador. Depois começaram a construir prédios maiores. Hoje em dia as casas residenciais são uma exceção”.

“Eu sou médico sanitarista, não um funcionário burocrático. É um trabalho técnico e muito agradável. Sempre gostei da medicina social. Não é um castigo, nem um ganha pão, mas uma forma de realização. Mas acho que o escritor que tem outra profissão, e se pode contar nos dedos de uma mão os que não tem, deve na medida do possível fazer uma coisa diferente . Quando se aproximar da máquina deve ser para escrever só ficção. Mas, eventualmente, o escritor pode escrever em jornal. É o meu caso. Escrevo uma vez por semana. A crônica do jornal é um bom exercício. O jornalismo como exercício rotineiro, às vezes, em relação à ficção é contraproducente. Depende porém do escritor. O Hemingway, por exemplo, se beneficiou por ser jornalista.

“Parto sempre de alguma coisa, as vezes até insignificante. Um incidente, alguma notícia de jornal, uma passagem histórica, uma frase. A partir daí começo a desenvolver uma idéia. Se é um conto, escrevo de uma vez só. Um romance, vou tomando notas. Quando acho que tenho um volume suficiente começo a fazer o roteiro. Mas raramente parto de uma idéia pré-concebida. Só descubro para onde vai a narrativa depois que estou avançando no texto. Como o poeta Antônio Machado, acredito que não há caminho. Se faz o caminho ao andar”.

“Não tenho partido, mas não me

Moacyr Scliar e as lembranças do bairro onde foi menino

Moacyr foi o primeiro filho de Sara e José Scliar, casal de ascendência russo judaica, que se radicou na comunidade israelita do Bom Fim, na primeira metade do século passado. Ele foi menino na rua Fernandes Vieira, na década de 1940.

“ N a m i n h a c a s a tínhamos um capinzal alto que, conforme as circunstâncias, se transformava em outro planeta, num mar em que eu velejava ou numa floresta africana”, contava. Sua infância no bairro foi tema de entrevista publicada no Já Bom Fim em1988, da qual reproduzimos os principais trechos.

“Era quase uma aldeia encravada

na cidade”

“Uma aventura eraviajar de ônibus

a Capão da Canoa”

“Escritor é a pessoa que sabe manter viva

a criança dentro de si”

considero apolítico. Sou contra a repressão, a censura. Sou favorável a uma política social que contribua para distribuir a renda. Em outras palavras, tenho idéias socialistas. Acho, porém, que o intelectual e o técnico, para manterem a sua independência devem ficar longe dos partidos políticos. O partido limita. Quando alguém entra num partido tem que defendê-lo ainda que não acre dite muito, além de criticar os outros, mesmo que estejam propondo coisas boas. Para não ter que representar um papel, prefiro ficar fora de partidos. Não é uma posição cômoda. A gente paga um ônus. As pessoas cobram. Mas sou intransigente na minha independência. Não abro mão disso. Especialmente no Brasil onde a política é instável, torna-se necessário que algumas pessoas tenham uma posição mais distanciada da conjuntura social-política, cultural”.

“Não tenho partido, mas não sou apolítico.

Tenho ideias socialistas”

Page 8: Jornal Já - Abril de 2011

Porto Alegre, abril de 2011

Nos primeiros dias de abril, nove operários começaram

a amarração final dos 40 arcos radiais da estrutura que vai sustentar o teto do novo auditório Araújo Vianna. É a última etapa antes de colocar a cobertura. É uma malha de aço de 140 toneladas, com a forma de uma lona de circo, que será preenchida por milhares de pequenas placas, mais de 20 mil delas, feitas de cinco camadas de materiais, com a dupla finalidade de isolar térmica e acusticamente o auditório. Com a vedação das laterais, hoje gradeadas, o isolamento será completo. “Nem os pássaros ouvirão qualquer som”, diz a arquiteta Fátima Galetto, responsável pela obra. Ela acredita que no final de abril começará a ser colocada a cobertura, a parte mais demorada e a mais cara da obra. Vai levar pelo menos seis meses. A montagem é como um quebra cabeça – milhares de placas numeradas, de tamanhos diferentes, que tem que se encaixar na estrutura. Cada placa tem cinco camadas: compensado naval, lã de vidro, manta plástica, compensado naval e manta emborrachada soldada a quente. Um forro interno de madeira ripada completa a obra. Hermeticamente fechado, com poltronas confortáveis,

Cobertura vai enfrentar o invernoÉ a parte mais cara e mais difícil da reforma do auditório Araújo Vianna

ar condicionado e lugar para 3.026 espectadores, o auditório Araújo Vianna será o maior do Estado*. Se tudo der certo, sua inauguração será destaque nas comemorações do 240 anos

de Porto Alegre, em março de 2012. Garantia ninguém dá. A arquiteta responsável lembra que “reforma sempre tem surpresa”. Ainda mais no caso do Araújo Vianna, onde nada, a

não ser o esqueleto do prédio, é aproveitável. Uma prova é o orçamento, inicialmente estimado em R$ 6 milhões. Agora, na ponta do lápis, só a cobertura vai custar R$ 7 milhões.

A arquiteta Fátima lembra também que a obra vai atravessar o inverno e que não se trabalha no teto com chuva.

8

*Hoje o maior é o do Sesi, junto à Fiergs, com

1.200 lugares. Um maior de 1.800 lugares está

em construção na Feevale.

Fotos

: Arfi

o Maz

zei

Uma rede de aço vai receber a nova cobertura que terá cinco camadas de material impermeabilizante