jornal [in]formação 5ª edição 2009

8
Ano 8 •• n°. 45 ••• agosto de 2009 JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Faculdades Integradas Teresa DʼÁvila ÍNDICE PRÁTICO O QUE VOCÊ QUER VER NO Envie suas dicas para: MODERNIDADE E TRADIÇÃO NA FESTA DO TROPEIRO Robson Siqueira Atualmente, desfiles de tropas e carros de boi, comida tropeira e moda de viola se misturam com a pro- gramação variada de shows de funk, pop rock e forró A 29ª edição da festa mescla tradição e modernidade em Silveiras Durante os dias do evento, cerca de mil empregos surgem para população de menos de 6 mil habitantes da cidade São mas de 35 mil pessoas na cidade, movimentando a economia da região VIVER BEM Consumo do cigarro entre os jo- vens cai mais de 50% nos últimos anos, no Brasil. Segundo o Minis- tério da Saúde, 14,8% das pessoas entre 18 e 24 anos fumavam, con- tra 29% em 1989 Banco deimagens Segundo Congresso Integrado do Conhecimento tem como tema: “Valores, Sociedade e Mudança” EDUCAÇÃO CADERNO Bate-papo: jornalista há 22 anos, Vicente Nunes fala sobre a economia e a crise mundial P.02 Arteterapia: técnica que utiliza a dança, a música, o teatro e a literatura no auxílio à psicologia P.04 Paixão pelo futebol: considerado uma “paixão nacional”, o esporte atrai milhares de torcedores P.06 Câncer de boca: é um dos mais fáceis de serem curados, pois está em local de boa visualização e acesso P.07 P.07 P. 04 P.08 ENFOQUE Criado em 1988, o SUS (Sistema Único de Saúde) é a única forma de acesso à saúde pública no país e após 21 anos, ainda enfrenta problemas no atendimento do povo brasileiro Talita Escobar P.03 [email protected] Literatura: escritor de Piquete, Domingos Vidal, mostra que é possível viver da arte P.08 CIDADANIA Casa ATO conta com 40 voluntários no apoio, gratuito, às pessoas com câncer e já atendeu mais de 15 mil pacientes que recebem orientação para lutar contra doença que atinge milhões de pessoas Luiza Andrini P.05

Upload: jornal-informacao-fatea

Post on 22-Mar-2016

217 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal laboratório da Habilitação em Jornalismo do Curso de Comunicação Social, das Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Lorena, SP. Produzido pelos alunos do 3º ano.

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal [in]Formação 5ª edição 2009

Ano 8 •• n°. 45 ••• agosto de 2009

JORNALLABORATÓRIODO CURSO DE

COMUNICAÇÃO SOCIAL

FaculdadesIntegradas

Teresa DʼÁvila

ÍNDICE PRÁTICO

O QUE VOCÊQUER VER NO

Envie suas dicas para:

MODERNIDADE E TRADIÇÃO NA FESTA DO TROPEIRO

Robs

on S

ique

ira

Atualmente, desfi les de tropas e carros de boi, comida tropeira e moda de viola se misturam com a pro-gramação variada de shows de funk, pop rock e forró

A 29ª edição da festa mescla

tradição e modernidade em Silveiras

Durante os dias do evento, cerca de mil empregos surgem para população de menos de 6 mil habitantes da cidade

São mas de 35 mil pessoas na cidade, movimentando a economia da região

VIVER BEMConsumo do cigarro entre os jo-vens cai mais de 50% nos últimos anos, no Brasil. Segundo o Minis-tério da Saúde, 14,8% das pessoas entre 18 e 24 anos fumavam, con-tra 29% em 1989

Banc

o de

imag

ens

Segundo Congresso Integrado do Conhecimento tem como tema: “Valores, Sociedade e Mudança”

EDUCAÇÃOCADERNOBate-papo: jornalista há 22 anos, Vicente Nunes fala sobre a economia e a crise mundial• P.02

Arteterapia: técnica que utiliza a dança, a música, o teatro e a literatura no auxílio à psicologia• P.04

Paixão pelo futebol: considerado uma “paixão nacional”, o esporte atrai milhares de torcedores • P.06

Câncer de boca: é um dos mais fáceis de serem curados, pois está em local de boa visualização e acesso • P.07

• P.07

• P. 04

• P.08

ENFOQUECriado em 1988, o SUS (Sistema Único de Saúde) é a única forma de acesso à saúde pública no país e após 21 anos, ainda enfrenta problemas no atendimento do povo brasileiro

Talit

a Es

coba

r

• P.03

[email protected]

Literatura: escritor de Piquete, Domingos Vidal, mostra que é possível viver da arte • P.08

CIDADANIACasa ATO conta com 40 voluntários no apoio, gratuito, às pessoas com câncer e já atendeu mais de 15 mil pacientes que recebem orientação para lutar contra doença que atinge milhões de pessoas

Luiz

a An

drin

i

• P.05

Page 2: Jornal [in]Formação 5ª edição 2009

Entrevista

Thaís Nunes

Jornalista há 22 anos, Vicente Nunes fala sobre a economia no Brasil

Arqu

ivo

pess

oal

“Não há dúvidas de que o Brasil vive, hoje, seu melhor momento econômico dos últimos 30 anos”

Jornal Laboratório do curso de Comunicação SocialFaculdades Integradas Teresa D’ Ávila ‒ FATEA Ano VIII ‒ n° 45 - Agosto / 2009

Faculdades Integradas Teresa Dʼ Ávila ‒ FATEAAv. Peixoto de Castro, 539 ‒ Vila Celeste • Lorena ‒ SP ‒ CEP: 12606-580 • Fone: (12) 2124-2888

EXPEDIENTE

Equipe de Alunos

3° Jornalismo:Alexandre Silva, Ariane Fonseca, Bruna de Paula, Bruna Jardim, Carla Moura, Carolina Areco, Carolina Giancola, Flávia Farias, Guilherme Colombo, Joselaine Costa, Leonardo Souza, Lívia Castro, Lívia Fernandes, Lucas Staut, Luiza Andrini, Mariana Nogueira, Samantha Natielli, Sara Alves,Soraia Alves, Stela Gonçalves,Talita Escobar, Thaís Nunes e Verônica Pessoti.

Direção Geral: Prof.ª Dr.ª Irmã Olga de SáVice-direção: Prof.ª Ms. Irmã Raquel Retz

Editora geral: Prof.ª Ms. Bianca de Freitas (MTB: 28876)

Projeto Gráfi co: Agência Experimenta ‒ Agência Integrada de Comunicação

Diagramação: Samantha Natielli

Coordenação do curso de Comunicação Social:Prof. Ms. Jeff erson de Moura

Editor de fotografi a:Prof. Ms. Luis Antonio FelicianoEditor de publicidade e propaganda:Prof. Ms. Marcus Augusto

Revisão: Prof.ª Dr.ª Irmã Olga de SáProf.ª Ms. Irmã Raquel RetzProf.ª Ms. Neide Arruda

Percebo que nós, alunos de jornalismo, estamos cada vez mais empenhados na busca pela propagação de informações de relevância social, política e econômi-ca, consolidando a teoria aprendida na sala de aula ao veículo impresso.

Esta edição traz matérias sobre o SUS (Sistema Único de Saúde), que após vinte anos de existência, ainda apresenta sérios problemas ao atendimento do povo. Ain-da na área de saúde, este jornal trata so-bre a importância da doação de sangue, a Casa ATO que cuida de pessoas com cân-cer, a diminuição do consumo de cigarro e como prevenir o câncer de boca.

Interessante observar a busca cons-tante pelo destaque à cultura do Vale do Paraíba, por meio de notícias sobre os costumes e as festas da região.

Produzimos um veículo de comu-nicação jornalística, em que a técni-ca e a paixão pela “arte de fazer um

jornal diário”, modo como Ricardo Noblat resume a complexidade de se produzir este veículo, fundem-se na necessidade de uma busca por um profi ssional completo, que tem orgu-lho de ser jornalista.

Apesar da decisão do Supremo Tri-bunal Federal, que votou em junho, pela não obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da pro-fi ssão, acreditamos e vemos na práti-ca, a importância da formação acadê-mica para o aprendizado das técnicas desta profi ssão de grande responsabi-lidade social, em que alunos e profes-sores tem a oportunidade de formar e dividir conhecimentos.

Como aluna de Jornalismo, tenho or-gulho de ser jornalista por formação.

Samantha Natielli, aluna do 3° ano de Jornalismo da FATEA

“Entre Aspas”• >>>P. 02

EDITORIAL

Vicente Nunes é jornalista há 22 anos na área de economia

Considerado um dos melhores repór-teres de mídia impressa e de economia, o jornalista Vicente Nunes, começou na área de jornalismo econômico por acaso. No sexto período de faculdade, conseguiu uma entrevista no Jornal Commércio do Rio de Janeiro. Não só foi contratado, como, um ano depois tornou-se o maior salário do jornal. Já atuou na Agência Estado como editor-chefe em Brasília e hoje é repórter espe-cial do Correio Braziliense.

Vicente Nunes cobre economia há 22 anos, com um intervalo de quase dois anos, quando foi corresponden-te em Nova York. Já ganhou vários prêmios em sua carreira, foi eleito, em 2004, profi ssional de imprensa do ano no Brasil pela Associação Nacional dos Analistas do Mercado de Capitais (Abamec) e fi nalista três vezes do prê-mio Esso de Jornalismo Econômico.

Em sua passagem por Guaratingue-tá, em maio, de férias, em visita à sua família, ele fala ao [In]Formação sobre sua carreira e a economia do país.

[In]Formação: Como surgiu o gosto pelo jornalismo?

Vicente Nunes: Nunca pensei se-guir outra profi ssão que não fosse o jornalismo. Aos 9 anos já produzia jor-nais na escola. Lia pelo menos três jor-nais por dia (Folha de São Paulo, Gazeta Esportiva e Notícias Populares). Deles, retirava informações para formatar o jornalzinho ao vivo que apresentava com um grupo de amigos na escola, seguindo o modelo da televisão.

[In]Formação: Qual o papel do jornalismo econômico?

Vicente Nunes: O jornalismo econômico é fundamental. A eco-nomia está presente no nosso dia a dia, bate direto no nosso bolso,

nas nossas decisões. Pena que as pessoas ainda não se deram conta disso. Infelizmente, os temas econô-micos não estão entre os mais lidos. Perdem sempre para as notícias de celebridades, de esporte. Talvez isso ocorra por dois motivos: 1) o nível médio de educação dos brasileiros ainda é muito baixo; 2) a maioria dos jornalistas ainda insiste em es-crever em “economês”, para as suas fontes, e não para a Dona Maria.

[In]Formação: O que você acha da economia do país, com o atual Presidente Lula?

Vicente Nunes: Não há dúvidas de que o Brasil vive, hoje, seu melhor mo-mento econômico dos últimos 30 anos. O governo Lula tem grandes méritos, mas é preciso ressaltar que o processo de estabilização econômica começou no anos 90, com o governo Collor. Lula assumiu em meio a uma grande crise de confi ança, mas, além de manter a política econômica do governo ante-

rior, ampliou o ajuste fi scal, acumulou reservas internacionais, a ponto de o Brasil se tornar credor em dólar. Acre-dite: hoje, quando o dólar sobe, a dí-vida brasileira cai. E mais: mesmo com todas as incertezas provocadas pela crise mundial, o Banco Central está con-seguindo reduzir os juros. Tudo isso fez com que o Brasil fosse um dos últimos países a ser afetado.

[In]Formação: A crise fi nanceira começou há mais de um ano nos Es-tados Unidos e contaminou o siste-ma mundial. O que isso afeta no cres-cimento econômico do nosso país?

Vicente Nunes: Como não é uma ilha, o Brasil foi, sim, duramente afe-tado pela crise mundial. E isso fi cou evidente quando saiu o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre de 2008: queda de 3,6% no período ou quase 15% quando a taxa é anualizada? As previsões para o ano não são animadoras. Fala-se em queda de até 1,5% do PIB, apesar de o gover-

no insistir em um crescimento de 1%. Independentemente do número, 2009 será um ano de ajuste. O importante é que a economia está recuperando o fôlego e não houve a explosão do de-semprego que todos alardeavam.

[In]Formação: Você consegue vislumbrar que efeitos a crise vem causando ou pode causar, aqui, no Vale do Paraíba?

Vicente Nunes: O Vale está sofren-do muito mais que outras regiões do país, porque a sua base econômica é industrial, o setor mais atingido pela retração econômica provocada pela crise. Há ainda o agravante de um contingente importante da indús-tria local ser exportadora. Os gran-des consumidores do mundo, os países ricos (Estados Unidos, Europa e Japão), foram os mais atingidos pelas turbulências internacionais, estão em profunda recessão.

[In]Formação: E que medidas as pessoas podem tomar para não so-frer muito com esses efeitos?

Vicente Nunes: É preciso con-fi ar no país, consumindo dentro das nossas possibilidades, sem endivida-mento excessivo, pois os juros ainda continuam muito elevados. E os em-presários precisam ampliar os inves-timentos, que vão resultar em mais produção, emprego e renda. E, claro, o mais importante: aumentar o nível de educação do Brasil. Já avançamos bastante do ponto de vista macroe-conômico, as mazelas sociais estão diminuindo, mas temos de cobrar do governo um sistema educacional me-lhor, despertando, inclusive, as preo-cupações com o meio ambiente. Não há mais como manter os olhos fecha-dos para a destruição do planeta.

Page 3: Jornal [in]Formação 5ª edição 2009

APÓS VINTE ANOS DE EXISTÊNCIA, SUS CONTINUA COM FALHAS

Talita Escobar

Criado em 1988, SUS ainda é a única forma de acesso à saúde pública

Talit

a Es

coba

r

Enfrentando vários problemas, Sistema Único de Saúde ainda é a única forma de o povo ter acesso ao tratamento

A dona-de-casa Maria de Fátima Coelho, moradora de Guaratingue-tá, descobriu há dois anos que seu filho, de apenas dez anos de idade, sofria de epilepsia. Usuária do Sis-tema Único de Saúde (SUS) há mais de cinco anos, Maria conseguiu tratamento para o seu filho por meio do sistema público de saúde. Agora já faz um ano que o menino é tratado da doença. “Se não fosse o SUS, eu não teria como bancar o tratamento dele”, alegou.

A nossa Constituição Federal reco-nhece o acesso à saúde como um di-reito de todos os cidadãos brasileiros. Para garantir que esse direito fosse cumprido, em 1988, foi criado o nosso Sistema Único de Saúde, que comple-tou 20 anos de existência em 2008.

De acordo com a secretária de Saúde de Guaratinguetá, Nádia Mei-reles, foi somente após muita luta e mobilização da sociedade que a Constituição Federal assegurou o direito dos cidadãos à saúde, com a criação do SUS. “Depois de muitos anos batalhando, o povo brasileiro conseguiu fazer valer o seu direito, e a saúde de nosso país ganhou um novo começo”, disse.

Em comemoração ao aniversário do SUS, o Ministério da Saúde promoveu o ano passado e continua a promover este ano, debates sobre as conquistas e desafios do setor da saúde e tam-bém o reconhecimento da população quanto ao seu direito fundamental à saúde e a apropriação do SUS como patrimônio da sociedade brasileira.

Hoje se sabe que qualquer brasi-

leiro, independente de raça e classe social, tem o direito à saúde, mas até alguns anos não era essa a rea-lidade do nosso país. Antes da im-plantação do SUS, a saúde não era considerada um direito social.

Então, ao contrário de como era antigamente, quando as atividades da saúde pública se resumiam ape-nas na prevenção de doenças, com campanhas de vacinação, o SUS além de fornecer consultas, exames e internações, e de abranger desde o simples atendimento ambulatorial aos transplantes de órgãos, promove também ações de prevenção e de vi-gilância sanitária, e atendimento de alta complexidade, quando estes são negados pelos planos de saúde.

“O SUS é o único sistema de saúde que dá a consulta, o exame e o medi-camento. Ele assiste a pessoa na sua necessidade, por isso é importan-te”, alegou Nádia. Mas esse “dado”, na verdade é muito bem pago pelo bolso dos brasileiros. Para se ter uma ideia, quem ganha até dois salários mínimos, gasta 49% do salário com impostos. E mesmo pagando para o Governo, o SUS ainda dá dor de ca-beça para os seus usuários.

Centenas de brasileiros reclamam das enormes filas que têm que enfren-tar para poderem marcar uma consul-ta ou exame. Também é longa a espera por esses dois itens, podendo durar até mesmo meses. “Marquei uma consulta no mês de abril, só fui ser atendida no

final de maio. É uma falta de respeito com os cidadãos”, desabafou a lavadei-ra Lavina Lourenço Vieira.

De acordo com a Carta de Direito dos Usuários do SUS, criada pelo Mi-nistério da Saúde, todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e orga-nizado ao sistema de saúde, fato que não ocorre, segundo a secretá-ria Nádia. “Para que muitos desses problemas possam ser resolvidos, o SUS precisa de mais investimentos e organização. Aqui em Guará es-tamos batalhando muito para que exista um atendimento mais orga-nizado aos pacientes”.

A secretária disse ainda que é preciso que o Governo e o Estado invistam mais na saúde, para que não fique apenas a cargo do muni-cípio o funcionamento do SUS. “É preciso que os nossos deputados e senadores regulamentem a emen-da constitucional número 29, para que ocorra uma ampliação do va-lor financeiro de suporte ao SUS, que por enquanto é insuficiente”. Essa emenda é um Projeto de Lei que define o percentual mínimo de investimentos que a União, o Estado e o município são obriga-dos a investir em saúde.

Apesar desses problemas serem encontrados em todo o Brasil, a do-na-de-casa Maria de Fátima acredita que sem o SUS a saúde brasileira se-ria bem pior. “Mesmo com esses con-tratempos, muitos são beneficiados pelo sistema de saúde. Talvez, sem o SUS, eu não conseguisse ter o meu filho saudável perto de mim”.

[In]Foco • >>>P. 03

Page 4: Jornal [in]Formação 5ª edição 2009

Educação• >>>P. 04

NA FATEAD

Do dia15 a 30 de junho, a FATEA realizou a exposição “Narciso acha feio tudo que não é espelho”.

Organizada pelo Centro Cultural da FATEA, com o apoio do Núcleo de Arte Contemporânea, a amostra reuniu quadros, fotografi as, dese-nhos e esculturas de diversos artis-tas do Vale do Paraíba.

UM CONGRESSO, MUITOS CONHECIMENTOS

Com o objetivo de unir o univer-so dos veículos impressos e web, o jornal [In]Formação agora tem o seu próprio espaço na internet, o “[In]Formação On-line”.

Acesse!http://informacaojor.blogspot.com

A tradicional Festa Junina da FA-TEA, realizada nos dias 19 e 20 de junho deste ano, teve como tema o escritor vale-paribano Monteiro Lobato, reunindo mais de 2 mil pes-soas nos dois dias de festa.

Além das comidas típicas, jogos e brincadeiras, mais de 80 casais participaram da “Quadrilha Brega Universitária”.

Estão abertas as inscrições para o Segundo Congresso Integrado do Conhecimento, que acontece nos dias 23, 24 e 25 de setembro deste ano, na FATEA.

O tema desse ano é: “Valores, sociedade e mudança”, refl etindo as principais preocupações con-temporâneas: valores que precisam ser resgatados em uma sociedade marcada por expressivas mudanças econômicas, sociais, políticas e, so-bretudo, tecnológicas. As inscrições podem ser feitas pelo site: http://fatea.br/congresso.

Participe!

Fatea cria curso de extensão em ArteterapiaVerônica Pessoti

Um novo modo de se tratar os pacientes hoje em dia requer muita paciência e dedicação por parte dos profi ssionais. É a arteterapia, uma nova técnica que utiliza a dança, a música, o teatro e a literatura na pro-cura pelo que afl ige ou incomoda de alguma maneira a pessoa. A Fatea está habilitando um curso de exten-

são em arteterapia, para atender às solicitações da comunidade. O ob-jetivo do curso é qualifi car profi ssio-nais que atuem em escolas, hospitais, ateliês, empresas e projetos sociais.

“É fazendo com que o paciente coloque para fora o que está sentin-do através da arte escolhida, pois ele cria um mundo paralelo, um univer-

so só seu, que pode ser uma fuga ou uma doença”, explica a Coordenado-ra do curso de Educação Artística, Deise Carelli, que propôs o curso. “As atividades com os recursos artísti-cos, como desenho, pintura e outras, permitem que os alunos expressem suas vivências pela arte. Além de promover o autoconhecimento, a arteterapia trabalha diversos tipos de difi culdades que serão apresen-tadas durante o curso”.

A arte auxilia no desenvolvimento da personalidade, ajuda na comuni-cação com os outros e consigo mes-mo. Para o psicólogo, André Luiz Mo-raes Ramos, “A arte pode sim ajudar, mas apenas ser for bem direcionada, de acordo com o paciente”.

O curso será dado para profi ssio-nais que se interessarem, da área da saúde e da educação, como: psicó-logos, artistas plásticos, educadores sociais e arte educadores, sendo um recurso a mais para essas pessoas que já atuam nesses cursos.

As alunas., colocando em prática o que aprenderam no curso

Raqu

el M

artin

O 2° Congresso Integrado do Co-nhecimento da Fatea acontece nos dias 23, 24 e 25 de setembro e tem como tema central: “Valores, Socie-dade e Mudança”, destacando as principais preocupações contem-porâneas: valores que precisam ser resgatados em uma sociedade marcada por expressivas mudanças econômicas, sociais, políticas e, so-bretudo, tecnológicas.

Serão 3 Conferências, 104 pales-tras e 32 ofi cinas, abrangendo as áreas de Tecnologia, Biosaúde e Educação, além de uma programa-ção cultural com apresentações de danças, contação de estórias, parti-cipação do Coral Maria de Nazaré e o tradicional Festival Gato Preto, que este ano completa sua quinta edi-ção, premiando os melhores curtas.

O Congresso, promovido pela FA-TEA é uma atividade extracurricular, em que profi ssionais de determina-das áreas, professores, pesquisadores e estudantes se unem para ensinar e aprender sobre novas perspectivas e

descobertas em suas áreas de atuação. O primeiro Congresso da Fatea

ocorreu em 2007 e teve como tema: “Vida, Sociedade e Futuro”, reunindo 2 mil pessoas em três dias do evento.

Para a diretora geral da faculdade, Profa. Dra. Ir. Olga de Sá, a participa-ção proporciona a troca pessoal de conhecimentos: “A renovação intelec-tual, integrando conhecimento, não se faz, fechado em casa ou nas pró-prias instituições. É verdade que a In-ternet nos abre o mundo, mas temos que monitorá-la e saber o que dela podemos escolher, sem copiá-la”.

A FATEA possui mais de cinco déca-das de Ensino Superior. São 50 anos formando profi ssionais e habilitan-do-os para o mercado de trabalho.

A participação no congresso é funda-mental: “Só podemos atingir o mundo, por meio de nosso agir pequenino. Só podemos iluminar um espaço grande, se acendermos um fósforo, na escuri-dão”, diz irmã Olga de Sá.

Paralelamente ao Congresso, acontece o Encontro de Iniciação

Científi ca (ISPIC – CNPQ). Os alunos podem inscrever os seus trabalhos e apresentá-los em forma de pôster ou oralmente. Mais informações no site: http://fatea.br/cientifi ca.

Para o coordenador de pesquisas da Fatea, Prof. Dr. Rosinei Batista, o Con-gresso permite a troca de experiências e a propagação da ciência: “é a união de todas as ações voltadas à pesquisa na Fatea em parceria com os coordena-dores dos cursos de graduação, criando um ambiente positivo para o incentivo à investigação científi ca entre os profes-sores e os alunos da FATEA e outras Insti-tuições de Ensino Superior e estimular a produção intelectual da faculdade”.

No Congresso, também acontece o II Encontro de Educadores das Insti-tuições Superiores das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), uma Rede Interna-cional, que pretende unir essas Insti-tuições Superiores do mundo inteiro, para troca de informações, de pesqui-sas, intercâmbio de professores e alu-nos. O primeiro Encontro foi em Cam-pos de Goytacazes, em 2006. Este ano, em Lorena, vai reunir as Faculdades de Macaé, Campos, Santo André e convi-dados de Lins, Nordeste, Norte, Minas Gerais, Brasília, Mato Grosso e todos os interessados em Ensino Superior.

Além disso, os alunos de faculdades de todo o Brasil podem participar da Segunda Edição do Prêmio de Foto-grafi a Digital, em que serão seleciona-das 20 fotografi as para serem expostas durante o evento e, posteriormente, no banco HSBC, em Lorena. A melhor fotografi a será premiada com uma câ-mera digital. Mais informações: http://fatea.br/premiofotodigital.

Samantha Natielli

Um dos shows do I Congresso, em 2007, que reuniu 2 mil pessoas

Arqu

ivo

da F

atea

Page 5: Jornal [in]Formação 5ª edição 2009

Cidadania • >>>P. 05

CASA OFERECE APOIO ÀS PESSOAS COM CÂNCERCasa ATO já recebeu mais de 15 mil pessoas com a doença

Luiza Andrini

Sede da Casa ATO, localizada no bairro Santa Rita

Luiz

a An

drin

i

Doação de sangue tem aumentado 20% por anoCarla Moura

“Quando a pessoa recebe o diag-nóstico parece que um piano de cau-da cai na cabeça”, afirmou a fundado-ra da Casa ATO (Apoio ao Tratamento Oncológico), Evany Ramos da Silva, que ajuda pessoas com câncer. O tra-tamento oncológico é doloroso, po-rém deixa uma lição e Evany interpre-

tou a sua de uma maneira solidária: resolveu ajudar pessoas com câncer, apoiar quem faz o tratamento.

Ela se curou de um câncer de mama e, em abril de 2002, com a parceria do Psiquiatra Thales Pereira, fundou a Casa ATO, que é feita para acomodar os pacientes que fazem o

tratamento oncológico no Hospital Frei Galvão. A entidade não tem vín-culo algum com o hospital. A Casa oferece café da manhã, almoço e jantar para quem está em tratamen-to. “A Casa não é hospitalar é hospi-taleira”, afirma a fundadora. .

Os pacientes não pagam nada e, segundo Evany, 15 mil pessoas já passaram por lá. A mesa fica posta o tempo todo. Enquanto esperam, os pacientes assistem à televisão, conversam, recebem tratamentos psicológicos, participam de pales-tras sobre relacionamento. Voluntá-rios que trabalham no local fazem próteses para quem sofre com o câncer de mama. Além disso, são distribuídas cerca de 100 cestas bá-sicas para os freqüentadores.

A Casa ATO é mantida por doações e pela vendas de carnês. Para ajudar nas despesas, uma vez por ano, no aniver-sário da Casa, é realizada a passeata do ATO, em que as pessoas compram a camiseta da instituição para ajudar. Ano passado, na 5° passeata, foram vendidas 3.500 camisetas.

Cerca de 40 voluntários ajudam

essas pessoas, muitos porque já ti-veram câncer ou caso na família. A dona de casa, Nancy Góes Bahia, é voluntária há dois anos. Ela ajuda a fazer as próteses para as mulheres que retiraram a mama. “ATO é um ato de doação”, diz a voluntária.

Emocionada, Maria Celina de Sou-za fala sobre seu câncer de mama e do apoio da Casa. Ela é de outra ci-dade e não tinha onde ficar quando vinha fazer o tratamento. Hoje, Ma-ria Celina vai para o ATO, enquanto espera para fazer o tratamento on-cológico no Hospital.

“Eu montei essa casa sem saber o que queria, sabia simplesmente que queria ajudar as pessoas, mas não sabia como. O objetivo foi alcançado. É importante para a pessoa que tem câncer o apoio e ajuda do outro”, diz Evany.

Os fundadores já publicaram dois livros sobre a Casa ATO e suas expe-riências: “2º ATO” e “Atitude”. Evany após a cura do câncer descobriu que tinha facilidade em escrever poe-mas, o mais conhecido, publicado em seus livros é O Piano, que conta como ela se sentiu após a doença.

Aumenta o número de mulheres e jovens doadores

Ao longo do ano, todas as terças-feiras, é possível doar sangue e aju-dar a salvar vidas em Guaratinguetá. O Hospital Frei Galvão, em parceria com o Hemonúcleo de Taubaté, ofe-rece toda infraestrutura necessária para esse processo, que compre-ende colher, processar e distribuir o sangue nos hospitais da região de acordo com as necessidades de cada um. A parte de conscientização e orientação é responsabilidade da secretaria da Saúde.

“Em Guaratinguetá, havia mais doadores homens, mas há oito anos esse quadro está mudando. Além do número de doadores aumentar 20% por ano, muitas mulheres e jovens têm comparecido, o que é muito bom”, afirma a Educadora de Saúde, Maria José Bassaneli.

O Hospital Frei Galvão, além de ce-der o seu espaço para o recolhimen-to de sangue, é o único hospital da região a trabalhar com reposição de sangue, que consiste na orientação de familiares a repor o sangue que o parente doente utilizou.

“Fui doar sangue com o objetivo de descobrir qual o meu tipo sanguíneo, mas quando descobri que o meu san-

gue pode salvar até quatro pessoas, então decidi que enquanto tiver saú-de irei doar”, afirma Luana Rangel da Silva Azevedo, 18 anos, estudante, do-adora de sangue há sete meses.

O sangue recolhido é levado para o Hemonúcleo de Taubaté, que percor-re a região, com sua equipe externa e uma equipe volante. Lá, o sangue pas-sa por uma bateria de testes, como fa-tor RH e verificar a presença de hepa-

tites, aids, sífilis e Doença de Chagas. “Sempre tive vontade de doar sangue, porque já tive um primo que precisou e estava em falta no hospital, mas infelizmente não consegui ajudá-lo, pois já tive hepatite”, afirma a promo-tora de eventos, Raquel Bartelega. Ela acredita que a doação de sangue de-veria ser mais bem explicada, porque muitas pessoas têm receio de doar e contrair alguma doença.

Como não há estoque de sangue um hospital socorre o outro em caso, de emergência, sendo que o Hemonu-cleo de Taubaté é aberto 24 horas para levar e repor sangue nos hospitais.

Podem ser doadores

Pessoas entre 18 e 65 anos;Pesar acima de 50 quilos;Dormir bem na noite anterior à doação;Pessoas com piercing ou tatuagem podem ser doadoras, desde que es-perem 12 meses após ter sido feito a tatuagem ou ter colocado.

Não podem ser doadoresMulheres que estejam grávidas ou amamentando;Se tiver fazendo uso de medica-mento tem que esperar 30 dias para poder doar;Ter tido hepatite;Estar gripado, resfriado com febre ou diarréia;Fumar 2hs antes e 2hs depois da doaçãoSer usuário de drogas;Ter comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis;

Muitas mulheres e jovens, hoje, são doadores de sangue no país

Carla

Mou

ra

Page 6: Jornal [in]Formação 5ª edição 2009

Viver Bem• >>>P. 06

JOVENS BRASILEIROS FUMAM CADA VEZ MENOS

PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIARCampanha de combate e prevenção do câncer de boca em Roseira

Leonardo Souza

Alex

andr

e Si

lva

Em São Paulo, foram diagnosticados 4510 casos de câncer de boca

Em maio, foi iniciado o programa de Prevenção e Combate do Câncer de Boca, em Roseira. Ele tem como objetivo orientar e diagnosticar pre-cocemente o câncer de boca. Com base nas pesquisas do Instituto Na-cional de Câncer (INCA), estima-se que ocorreram 14.160 casos do cân-cer de boca no Brasil. Destes, 10.380 entre homens e 3.780 entre mulhe-

res, com cerca de 3.500 mortes. No estado de São Paulo, a estimativa foi de cerca de 4.510 casos, a maior dentre todos os Estados do Brasil. Os números apontam para o cresci-mento da doença em mulheres.

A cirurgiã dentista, Fabiana Fedrez, adverte para os cuidados que devem ser tomados. “O autoexame é impor-tante e pode ser feito depois de cada

escovação: apalpar a boca em fren-te ao espelho, ver língua, gengivas, bochechas, céu da boca e dentes, observar se tem alguma ferida, ou rachadura nos lábios”, orienta.

Geralmente, o câncer de boca é assintomático e não doi, mas quan-do se percebe a doença já está em grau avançado. Os fatores que con-tribuem para essa doença são: o alcoolismo, tabagismo, má higiene bucal, próteses e dentes quebrados, cáries, má alimentação, estomatites, úlceras na língua, feridas na boca, rachaduras provocadas pelo sol.

O câncer de boca é dos mais fáceis de serem curados, pois está em local de boa visualização e acesso.

A campanha em Roseira tem foco em mulheres na faixa etária de 39 a 59 anos. A professora, Maria de Fáti-ma dos Santos Guimarães, 50 anos, conta que essa campanha veio con-tribuir para a prevenção dessa doen-ça. “Isso me causa medo, pois estou nessa faixa etária. Quero me infor-mar mais sobre o assunto, procurar um dentista, fazer uma avaliação, pois trabalho o dia todo, não tenho

uma higiene bucal adequada devi-do à correria do dia a dia”, afirma.

Já para a dona de casa, Rosymeire Mara Galvão, 42 anos, ex-fumante, diz: “Fui fumante por muitos anos e hoje não fumo mais. Por isso, tomo todos os cuidados”. Faço autoexame, vou ao dentista a cada seis meses e me preocupo com a saúde de toda minha família”.

Há uma tendência de aumen-to dos casos de câncer de língua e boca entre as mulheres com idade entre 30 e 39 anos. A dona de casa, Andréia Oliveira, 30 anos, casada moradora de Roseira, tem proble-mas de câncer na família. “Já perdi parentes por causa do câncer. É genético em nossa família. E fiquei sabendo dessa campanha e procu-rei me informar mais. Quero alertar toda minha família, sobre os riscos dessa doença, pois tenho pai alcoó-latra e fumante e não quero perder mais um ente querido”, diz.

Para obter mais informações so-bre o assunto, acesse o site www.crosp.org.br ,ou procure a Secretaria de Saúde de sua cidade.

“Em 20 anos, número de fumantes entre 18 e 24 anos cai mais de 50%”

Símbolo de status e figura mar-cante na história dos jovens brasi-leiros, o cigarro parece ter o reina-do ameaçado com a queda de sua popularidade nas ultimas décadas. Estudos apontam que o consumo de tabaco entre os jovens caiu mais de 50% nos últimos anos. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, em 2008, 14,8% dos jovens entre 18 e 24 anos tinham o hábito de fumar, contra 29% em 1989.

Segundo o psicólogo, Mauricio Lima, a queda no número de jovens fumantes se deve à quantidade de informações referentes aos malefí-cios do cigarro e a maior consciên-cia dos adolescentes. “Antigamente o cigarro era sinal de glamour e in-dependência e isso era retratado no cinema, na TV e nas propagandas. Hoje em dia as pessoas têm conhe-cimentos científicos e casos diários de mortes causadas pelo cigarro que demonstram como o uso faz mal”.

Entretanto, se o número de jo-vens fumantes brasileiros diminui, a idade com que experimentam o cigarro também é cada vez menor. Segundo a médica pneumologista, Simone Verdaccio, a idade com que

o jovem começa a fumar caiu dos 15 para 13 anos. “Por sua vulnerabi-lidade peculiar, os adolescentes es-tão mais propícios ao vício. A indús-tria do tabaco sabe disso. O jovem não pensa no amanhã. Ele acha que tem total domínio e controle, mas de seis meses a dois anos de uso, perde a autonomia”.

O ato de fumar cigarros era fato raro até o final do século 19. A plan-ta, cientificamente chamada de Ni-cotiana Tabacum, era encontrada

como fumo para cachimbo, rapé, tabaco para mascar e charuto, até então ser comercializada sob a for-ma de cigarro. O uso se disseminou entre os soldados durante a Primeira Guerra Mundial e se espalhou pelo mundo, chegando à marca de 200 bilhões de unidades consumidas em 1930, somente nos Estados Unidos.

Para o estudante de Jornalismo, Oswaldo Corneti, de 27 anos, o jo-vem começa a entrar no vício por conta da necessidade de se afirmar

em grupo e pela grande influência dos familiares. “Meu pai fuma e, na minha família, alguns tios e primos também fumavam. Isso influencia. Afinal, quando você é pequeno, vive formando suas opiniões e gostos através das pessoas que admira”.

Fumante desde os 14 anos, Oswal-do confessa que já tentou deixar o vício por duas vezes, mas não obteve sucesso. “Quando estou eufórico ou tenso, chego a fumar um maço por dia. Não tem hora específica para o ci-garro. Pode ser após as refeições, após tomar café ou quando estou tomando alguma bebida alcoólica”, revela.

Mesmo com a diminuição no nú-mero de fumantes, o cigarro ainda é considerado o grande problema de saúde publica, chegando a matar cerca de cinco milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vício aumenta o risco de mortalidade por doenças coronarianas, hipertensão arterial, acidente vascular encefá-lico, bronquite, enfisema e câncer. Dentre as neoplasias relacionadas ao uso do tabaco, estão os cânceres de pulmão, laringe, cavidade oral, faringe, estômago, fígado, esôfago, pâncreas, bexiga e colo de útero.

Alexandre Silva

Leon

ardo

Sou

za

Page 7: Jornal [in]Formação 5ª edição 2009

Em pauta • >>>P. 07

Sara Alves

Sara

Alv

es

PAIXÃO PELO FUTEBOL

Psicóloga afirma que o futebol é prejudicial se for o centro da vida das pessoas

O futebol atrai milhões de torcedores apaixonados por seu time

Considerado a paixão nacional, o futebol atrai milhares de torcedores. Em cada jogo, há um torcedor que vibra, se emociona e até chora. As reações são inesperadas e espontâ-neas. É o caso de Adriano Fonseca e Caio Bruno Santiago Fonseca. Além da relação entre pai e filho, os dois têm algo em comum: ambos são apaixonados pelos seus times.

Adriano mora em Silveiras, tem 39 anos, e torce para o São Paulo desde os 16 anos. Conheceu o time em 1980 assistindo uma partida contra o Corin-thians. É o típico torcedor concentra-do: na hora do jogo, nada e ninguém podem tirar sua atenção. Para ele, tor-cer pelo São Paulo é motivo de orgu-lho. “É um time que só dá alegria. Todo ano conquista títulos. Não dá nem para explicar, é uma verdade”, afirma.

Segundo ele, a maior loucura que já cometeu em nome do seu time, foi em 2007, quando decidiu de última hora ir até São Paulo ver a partida que definiria o Campeonato Brasilei-ro daquele ano. “Saí de Cruzeiro às 12h, chegando ao estádio faltando apenas dez minutos para começar o jogo. Não tinha nem ingresso, meu amigo Márcio foi quem conseguiu lá na hora”, conta o torcedor.

Como não poderia ser diferente, seu ídolo é Rogério Ceni. Como todo

bom torcedor, possui DVDs, camisas autografadas e revistas de seu time.

Seu filho, Caio, 17 anos, é corin-tiano roxo. “Eu era são paulino, mas aos seis anos, meu avô me deu uma camisa do Corinthinas, então me apaixonei”, relembra o garoto. Hoje já faz dez anos que Caio torce pelo time alvinegro. Quando assiste a uma partida do timão, fica nervoso, às vezes chega a chorar. No meio da partida, troca de canal e, quando se acalma, volta para o jogo.

Para esse torcedor, o momento inesquecível de todo esses dez anos, foi quando o Corinthians voltou para a série A, em 2008. “Quando caiu para a série B foi triste, voltar foi marcante, nunca mais vou esquecer”, desabafa.

Caio já cometeu uma grande loucu-ra pelo seu time, certa vez, assistiu a um jogo entre Corinthians e São Paulo no Morumbi, no meio da torcida trico-lor. “Fui assistir o jogo com o meu pai, mas não havia jeito de ficar no lado da torcida corintiana. O timão venceu

de 1 a 0, mas nem pude gritar, fiquei quieto se não iria apanhar”, conclui.

Caio possui um acervo e tanto. Têm revistas, canecas, pôsteres, cha-veiro, caderno, edredom e bandeira do Corinthians.

Para a psicóloga Ana Cristina Gomes da Silva, torcer é algo sadio quando o torcedor se limita a vibrar e torcer, não deixando que isso interfira nas suas relações sociais e vida pessoal. Ela explica que torcer deixa de ser algo benéfico quando o indivíduo passa a priorizar o futebol, colocando-o como “centro” principal do seu existir.

A psicologia define esse compor-tamento como sendo “fanatismo”. “No mundo imaginário do torcedor, o estádio e o time é algo que lhe pertence”, diz Ana Cristina. Nesse caso, é importante que o torcedor perceba o quanto essa relação exa-gerada interfere em sua vida. “A te-rapia psicológica em alguns casos é benéfica”, complementa a psicólo-ga. Os amigos e familiares devem na medida do possível pontuar esses exageros, ajudando a pessoa envolvida a encontrar o equilíbrio.

Ana Cristina salienta que em alguns casos, esse comportamento pode es-tar relacionado como uma compen-sação. Deve-se, portanto avaliar a história de vida de cada torcedor.

Crianças sofrem efeito da telinha

Quem nunca ouviu os pais ou avós dizendo que brincavam na rua até tarde e criavam seus pró-prios brinquedos? Atualmente, nos deparamos com uma infância

cada vez mais influenciada pela mídia, que afeta a maneira de se vestir, de comportar.

Joyce Correa leciona com crian-ças há mais de cinco anos e ressalta:

“Tudo que nos atrai e nos envolve de certa forma nos influencia, e na vida das crianças não é diferente. A televisão é um dos mais atrativos modelos influenciadores das crian-ças e adolescentes. Um modelo de roupa, sapato, cabelo, brinquedo, lançado pela mídia enlouquece a criançada, influenciando-a a consu-mir tais mercadorias”.

A mídia sempre lança uma novela ou um desenho que atrai as crianças e não pára por ai. Logo em seguida vêm os bonecos, roupas, álbum de figurinhas e até produtos alimentí-cios e as crianças seguem o modo de agir e falar dos personagens.

“Fico surpresa com as conver-sas entre eles, sobre os desenhos, novelas programas de domingos... Cada detalhe assistido é copiado pelos pequenos. Comportamen-tos dos personagens como Naruto, os linguajares: Tô Pagaaando e os modelitos dos personagens prefe-ridos como: Chiquititas, Rebelde, a

Bruna Jardim

Flor de Lis. É nessas circunstâncias que se observa o poder da mídia”, afirma a professora.

A mídia torna-se cada vez mais presente no cotidiano do ser humano pela diversidade de as-suntos que ela proporciona para todas as idades. Michele Ferreira, pertencente a uma infância ante-rior, hoje é mãe e ressalta a impor-tância de conversar com as crian-ças desde cedo e estar atento ao que os filhos assistem, principal-mente respeitando a faixa etária de cada programação.

“Minha filha assiste à televisão, vê desenhos e programas pertinentes com a sua idade e sempre procuro explicar e assim mostrando que ela também tem que dividir o seu tem-po com outras atividades: brincar com outras crianças, praticar es-portes. A criança precisa estar em constante atividade, sempre”, fina-liza Michele Ferreira.

A televisão é um dos mais atrativos modelos de influência às crianças

http

://di

gana

oaoe

rotis

moi

nfan

til.fi

les.w

ordp

ress

.com

/200

8/07

/rab

bit.j

pg

Page 8: Jornal [in]Formação 5ª edição 2009

FESTA DO TROPEIRO: TRADIÇÃO E MODERNIDADE LADO A LADO

Escritor de Piquete contraria críticos e diz tirar sustento da sua arte “Acredito que as pessoas que não deram certo não acreditaram em si”

Gui

lher

me

Colo

mbo

Guilherme Colombo

O escritor Domingos Vidal cuida da família com a venda de seus livros

O escritor Domingos Vidal vem há algum tempo contrariando o que críticos de todo o país divulgam. Se-gundo Vidal, a maioria deles diz que o poeta literato está passando fome. “É mentira. Eu sou a contradição dessa informação. Eu vivo da minha litera-tura. Eu tiro o sustento da minha casa, dos livros que eu escrevo”, afirma.

Vidal possui livros, de autoria pró-pria, que fazem muito sucesso. Um ótimo exemplo é sua última obra “Você é Feliz e Não Sabe” (Editora Santuário). O 13º livro do escritor está em sua terceira edição e continua sendo muito procurado – mais de 5 mil exemplares já foram vendidos.

Segundo ele, contrariar versões nunca foi sua preocupação. “Tudo foi acontecendo de maneira sim-ples, fruto da necessidade. Hoje, te-nho três filhas para criar e minha es-posa para cuidar. O meu ganha-pão são os meus livros”. Domingos Vidal é um dos poucos profissionais com a sorte de fazer o que gosta. Ele conta que isso é que faz de suas obras, um diferencial. “Trabalho no que me faz bem. Eu sinto a necessidade, todos os dias, de escrever”, completa.

Ele acha que alguns escritores não conseguem o mesmo feito por se acomodarem após lançar um pri-

meiro livro. “Acredito que as pessoas que não deram certo foram aquelas que não acreditaram em si mesmas e nas suas obras”, diz o autor.

As vendas aumentaram ainda mais após sua aparição em um dos programas da TV Aparecida.

Ele diz que seus livros são objetivos. Um exemplo dessa simplicidade está em “Memórias de um Casal da Linha”, que conta a história de um lápis e uma caneta. A obra de literatura infantil foi, sem dúvida alguma, uma das mais

importantes de toda a carreira de Do-mingos Vidal: vendeu cerca de 500 exemplares, proporcionou a oportuni-dade do escritor conhecer a fábrica da Fáber Castell. Ainda mais além, foi com a renda desse livro que construiu a casa onde mora, atualmente, em Piquete.

Segundo dados apresentados pelo “Blog do Galeano” – www.bra-silquele.com.br – a leitura não está tão defasada quanto se acha. De

acordo com uma ferramenta da pá-gina onde é contado o número de livros lidos em todo o Brasil, o “Li-vrometro”, só nos primeiros meses de 2009 esse número já atingiu a marca de 346 milhões.

Mas, a página não apresenta so-mente números. No Blog, é possível encontrar histórias como a de Ana Beatriz Batista de Faria, 13 anos. A adolescente lê, quase, um livro por dia. No ano passado, ela emprestou 327 exemplares na biblioteca da es-cola onde estuda. Entre as obras li-das por Ana estão Hamlet e Romeu e Julieta, de Shakespeare e Os Mise-ráveis, de Victor Hugo.

A Busca pelas Letras

Ariane Fonseca

Manifestação cultural que resgata as raízes de Silveiras se divide entre baile funk e desfile de tropas

A paisagem campestre e tranquila transmitida por Silveiras, localiza-da na encosta da Serra da Bocaina, torna-se irreconhecível neste mês de agosto: mais de 35 mil pessoas devem visitar a cidade nos três dias da Festa Nacional do Tropeiro. Em sua 29ª edição, a manifestação cul-tural mescla tradição e modernida-de num único lugar. Em meio à estri-dência dos visitantes que invadem o pequeno município de menos de seis mil habitantes, os homenagea-

dos da festa mal saem na porta de suas casas para ver o movimento.

Nascido em Silveiras e criado na roça, o ex-tropeiro Joaquim Romão lamenta que o tropeirismo tenha se perdido em algum lugar do tempo. Para ele, o evento não tem mais sen-tido. “Antes, a gente via na rua dois, três lotes de burros batendo o pei-toral. Agora, as pessoas que gostam mesmo das raízes tropeiras não vêm aqui porque está tudo diferente”.

Dona Iêda Sodero, que vendia ar-

tesanatos durante o evento nos seus primórdios, também acredita que a festa perdeu sua essência. Ela diz que hoje até viaja para a casa de netos e parentes nesta época do ano para fu-gir da bagunça. “Não vejo mais senti-do nesta manifestação. Eu que vi tudo isso nascer, hoje, mal consigo ficar em casa quando ela acontece”, desabafa.

Romão e Dona Iêda não estão erra-dos: muitas mudanças ocorreram na festa durante os anos. Atualmente, os desfiles de tropas e carros de boi, a co-mida tropeira e a moda de viola - raízes da tradição dos tropeiros - se misturam com uma programação variada, que tenta agradar todos os gostos, com shows de funk, pop rock, forró, além de x-burguer, cerveja e calabresa.

Para o criador da festa e ex-pre-sidente da Fundação Nacional do Tropeirismo – entidade criada em 1986 para reconstruir a identidade do tropeiro -, Ocílio Ferraz, a mani-festação cultural ficou parada em algum lugar no tempo porque fugiu do foco. “Tradição é tradição, não adianta inventar. A Festa do Tropeiro não existe mais porque quis agradar um público heterogêneo. Isso não funciona culturalmente”.

Ferraz, que mudou-se para Silvei-

ras em 1978 e ajudou a levantar a história da cidade, acredita que outra proposta foi inserida na festa. “Temos bagunça e bebedeira a noite toda. Não se fala mais num celeiro, num domador, num ferreiro. Não se é um contador de causos. A Fundação do Tropeirismo não existe mais porque a festa do tropeiro se extinguiu”.

O secretário de Turismo, Francisco Pedroso Júnior, admite que, em rela-ção à tradição, a festa perdeu suas ra-ízes, mas acredita que a variedade da programação ajuda a atrair visitantes para cidade e, consequentemente, mostrá-la para pessoas de todos os estilos. “A festa tem 29 anos e, como tudo na vida, se desenvolveu. Tivemos que diversificar para agradar todos os públicos, pois a festa é do povo”.

Durante os dias de evento, segundo Júnior, cerca de mil empregos diretos e indiretos são oferecidos à população local. Para ele, se a manifestação tives-se continuado como era, não atrairia tanta gente e não movimentaria a economia da cidade. “A diversidade de atrações é que atrai o público. Se fosse apenas o desfile de carro de bois e o almoço tropeiro, poucas pessoas viriam em Silveiras. Acredito que as mudanças são benéficas”, finaliza.

35 mil pessoas devem passar pela cidade de Silveiras durante a Festa do TropeiroRo

bson

Siq

ueira

Obras mais famosas

“Soneto: Vitória da Vida”

“Gotas de Intimidade”

“Retratos de Mãe”

“Paz”

“Tempo de dar ao Próximo”

“Paz nas ruas e avenidas do seu coração”

“Pai, meu querido, meu velho amigo”

Regional• >>>P. 08