jornal do sitraemg nº 04 - 2010

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Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais Ano I - Edição 04 Tiragem: 5000 2 1 d e Sete m bro d e 2009 Sindicato mostra que há sobra no orçamento e cobra passivos Páginas 6 e 7 CNJ tenta impor aumento de jornada a servidores Página 8 TRE aceita pedido do sindicato quanto a juros da URV Página 8 Servidora do TRT denuncia crime de racismo Página 2 Mobilização para exigir a revisão salarial, mas sem perda de direitos Sindicato convoca a categoria a se engajar nas mobilizações para forçar os tribunais a enviar projeto de lei que garanta a revisão mas não represente perda de direitos para categoria; participe dos novos protestos. Páginas 2 e 4 Categoria aprova e Sindicato entra com mais 7 ações na Justiça. Página 5 Valcir Araujo Flávio Faustino Gil Carlos Negociações com a administração do TRE/MG Em audiência com a ouvidora e a diretora geral do TRE/MG, a diretoria do Sindicato defendeu a revogação de medida que mudou o horário de atendimento nos cartórios eleitorais do interior e trouxe transtorno para os servidores. Página 3 Reunião ampliada da Fenajufe, em Brasília: representantes de Minas defenderam proposta que não ameace direitos da categoria

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Mobilização para exigir a revisão salarial, mas sem perda de direitos

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Page 1: Jornal do SITRAEMG nº 04 - 2010

Sindicato dos Trabalhadores do Poder

Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais

Ano I - Edição 04Tiragem: 5000

21 de Setembro de 2009

Sindicato mostra que há sobra no orçamento

e cobra passivosPáginas 6 e 7

CNJ tenta impor aumento de jornada

a servidoresPágina 8

TRE aceita pedido do sindicato quanto a juros

da URVPágina 8

Servidora do TRT denuncia crime de

racismoPágina 2

Mobilização para exigir a revisão salarial, mas sem perda de direitos

Sindicato convoca a categoria a se engajar nas mobilizações para forçar os tribunais a enviar projeto de lei

que garanta a revisão mas não represente

perda de direitos para categoria; participe dos

novos protestos. Páginas 2 e 4

Categoria aprova e Sindicato entra com mais 7 ações na Justiça.

Página 5

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Gil

Car

los Negociações com a administração do TRE/MG

Em audiência com a ouvidora e a diretora geral do TRE/MG, a diretoria do Sindicato defendeu a revogação de medida que mudou o horário de

atendimento nos cartórios eleitorais do interior e trouxe transtorno para os servidores.

Página 3

Reunião ampliada da Fenajufe, em Brasília: representantes de Minas defenderam proposta que não ameace direitos da categoria

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2ANO I - EDIÇÃO 04

JORNAL DO SITRAEMG

OPINIÃO DO SITRAEMGA luta está só começando

A farsa quase secreta

Na história dos trabalhadores do Judiciário Federal no Brasil, nada veio de graça. As conquistas passaram sem-pre por muita luta, greve e mobiliza-ção.

Não será diferente agora na campa-nha pela revisão do Plano de Cargos e Salários. A política adotada pelo setor majoritário na federação nacional (Fenajufe) nos levou ao abandono da cam-panha pelo plano de carreira. Também nos legou uma nego-ciação que resultou numa proposta cheia de armadilhas e que mesmo assim perdeu o prazo de ser incluída pelos trâmites normais no orçamento do ano que vem.

Discordamos disso em Minas, mas acreditamos não só que a luta deve continuar, como temos a convicção de que sem ela não teremos sequer revi-são salarial e cairemos, nos próximos anos, na ameaça do congelamento salarial.

A direção colegiada do SITRAE-MG convoca a categoria a se engajar nesta campanha pela aprovação de

Em pouco tempo, o caso parece ter caído no esquecimento. Repre-sentante das antigas oligarquias, que domina um estado cujos baixos índi-ces sociais já são por si só uma carta de apresentação, o senador José Sar-ney, do PMDB, continua firme como presidente do Senado.

O apoio do presidente Lula e da base governista foi, sem dúvida, fun-damental para que ele escapasse ile-so da série de acusações que sofreu, dentre elas a de usar atos secretos para nomear parentes e amigos para ocupar cargos no Senado.

Mas se sabe nos bastidores da polí-tica, em Brasília, que a história real passou também por outros caminhos. Um acordo, tácito ou mesmo explícito, entre Sarney e a oposição oficial – leia-se PSDB e PFL – teria livrado a pele do homem que dá nome a dezenas de ruas e escolas no Maranhão, estado que concentra um dos mais altos índices de analfabe-tismo no Brasil.

No fundo, assistimos a um teatro,

um projeto que afaste o fantasma do congelamento que, no fundo, signifi-ca a desvalorização contínua do poder aquisitivo, bombardeado pela inflação.

No entanto, entendemos que não podemos vender direitos trabalhistas. A revisão salarial não passa, em hipó-tese alguma, por aceitar a introdução no Judiciário de métodos de gestão

privados, neolibe-rais e que no futu-ro próximo podem nos trazer perdas muito grandes.

As metas traça-das pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para o Judiciário nos levou, até aqui, na tentativa de aumentar a explo-ração sobre os servidores, enquanto as direções dos tribunais superiores se empenham em conseguir, no Congres-so Nacional, o aumento salarial dos juízes. Para nós, mais trabalho, jorna-da maior e menos direitos. Para eles, mais salários.

Tal equação, evidentemente injus-ta, não vai mudar se não colocarmos para valer nas ruas a campanha salarial. Essa é uma tarefa de todos nós.

“Sem mobilização não haverá revisão salarial”

“O nepotismo, como o contido nos atos

secretos de Sarney, é apenas um aspecto de uma política que usa

o Estado para atender a interesses privados”

cuja pizza final já virou lugar comum na política brasileira.

Para completar, perde-se ótima oportunidade de discutir o problema das nomeações de cargos de confian-ça nos serviços públicos. Secretos ou nem tanto, os atos que presenteiam com empregos a parentes e amigos ajudam a transformar o serviço públi-co em espaço onde fomentam ambi-ções particulares em detrimento do interesse público.

O nepotismo, que segue vigoroso no país, apesar dos avanços na legisla-ção, é mais do que o uso indevido e par-ticular de algo que é público e coletivo. É apenas um aspec-to de uma política que usa e abusa do Estado para atender

a interesses privados de uma pequena elite econômica. O presidente Lula e o PT, que construíram suas histórias políticas combatendo tais práticas, infelizmente transformaram-se em guardiães da velha e da nova oligar-quias, que de tudo fazem para não mudar nada nesse cenário.

SITRAEMG apóia servidora do TRT que denunciou crime de racismo

TRE abre concurso de monografias para seus servidores

Sindicato quer que caso seja investigado e responsável punido

Os filiados do SITRAEMG aprova-ram por aclamação, na assembleia geral do dia 10 de setembro, moção de apoio à servidora Francisca Reis da Silva, do TRT, e às amigas Ângela Machado Teles e Vânia Cristina da Cruz Ribei-ro. Elas acusam um homem, Danilo Adolpho dos Santos, de ter praticado crime de racismo contra elas.

O episódio ocorreu no dia 22 de agosto, em Belo Horizonte. As três agredidas são negras. Francisca era lotada no TRT do Maranhão, mas transferiu-se recentemente para a capital mineira, onde está lotada na 14ª VT.

Além do registro em ocorrência policial, as agressões físicas e verbais que as mulheres teriam sofrido foram

O SITRAEMG é um dos apoiado-res do I Concurso de Monografias do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, do qual poderão participar todos os servidores da Justiça Eleitoral, ativos e aposentados, da capital e do interior, incluindo os cedidos e requisitados. Os concorrentes deverão apresentar tra-balhos individuais e inéditos, que não tenham sido publicados total ou par-cialmente ou apresentados em ativida-des acadêmicas. O prazo de entrega vai de 14 a 18 de dezembro deste ano.

Serão contemplados 15 trabalhos

DISCRIMINAÇÃO RACIAL

denunciadas pelo Sindicato, centrais sindicais e entidades do movimento negro ao Ministério Público estadual, que abriu processo investigatório.

As agressões tiveram como ori-gem uma briga do cachorro do acusa-do com outro cão das mulheres, que passeavam pela cidade, na região da Savassi. O suposto agressor teria usa-do um chicote contra as mulheres, a pretexto de apartar a briga entre os animais. Em reportagem publicada no portal do SITRAEMG, em 11/09/09, pode-se obter a íntegra da moção e mais informações sobre a mobiliza-ção das entidades para que o caso não fique impune e aderir à campanha contra este e quaisquer tipos de cri-mes de racismo.

SITRAEMG - Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais •Endereço Rua Euclides da Cunha, 14 - Prado - Belo Horizonte - MG - CEP: 30410-010 •Telefones (31) 4501-1500 ou 0800.283.4302 •Site www.sitraemg.org.br •Diretoria Colegiada

Alexandre Brandi, Alexandre Magnus, Célio Izidoro, Etur Zehuri, Eva do Nascimento, Fernando Neves, Gilda Falconi, Luiz Fernando,

Mário Alves, Mauro Sales, Sebastião Edmar •Reportagens Generosa Gonçalves - Mtb 13265 e Gil Carlos Dias (colaboração Hélcio Lourenço Duarte Filho - Mtb JP16379RJ) •Edição Gil Carlos Dias - Reg. Mtb. MG

01759 •Projeto Gráfico e Editoração Flávio Faustino

EXPEDIENTE

Gil

Car

los A moção

de apoio à servidores

e pela apuração

de caso foi aprovada na assembleia geral, em

setembro, do Sindicato

relativos aos primeiros, segundos e terceiros colocados, com a seguinte premiação: um notebook para os cinco primeiros colocados, um aparelho DVD para os cinco segundos e uma máquina fotográfica digital para os cinco tercei-ros. Além disso, o primeiro lugar de cada tema será publicado na primeira edição da Revista de Monografias Pre-miadas do TRE/MG.

Todas as informações a respeito do concurso, além da íntegra do edital, estão em texto publicado no site do SITRAEMG (www.sitraemg.org.br), em 04/09/09.

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3JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 04

TRE/MG

SITRAEMG questiona no TRE o novo horário dos cartórios do interiorAlém de audiência com a ouvidora, diretoria colegiada entrou com recurso

administrativo contra a mudança

Depois de receber reclama-ções de servidores em relação à medida, a diretoria do SITRAE-MG protocolou, em 24 de agos-to, recurso administrativo contra decisão contida na Resolução 774/2009, do TRE/MG, que mudou o horário de funciona-mento dos cartórios eleitorais do interior, do período de 12h às 18h para 10h às 16h.

O recurso foi fundamentado no fato de que a Administra-ção do Tribunal não consultou os servidores e desconsiderou todo o costume relacionado ao funcionamento dos cartórios no interior. Argumentou, também, que muitos órgãos públicos fun-cionam a partir das 12 horas. O recurso ainda não foi julgado pelo Tribunal.

Não obstante, o Sindicato solicitou uma audiência com a administração do TRE/MG, para discutir o assunto. Antes, porém, fez uma consulta, através do correio eletrônico, aos servi-dores afetados pela mudança de horário. Nada menos que 180 servidores se manifestaram, 108 deles (60%) contrários à medi-da, 54 (30%) a favor e 18 (10%) com ressalvas.

Esses números, assim como os argumentos dos servidores, sem a identificação, foram leva-dos à audiência realizada em 9

de setembro. Pelo Tribunal, par-ticiparam a ouvidora, juíza Mari-sa Porto, e a diretora geral, Eliza-beth Rezende; pelo Sindicato, o presidente Alexandre Brandi, os diretores Fernando Neves e Gil-da Falconi e o advogado César Lignelli, da assessoria jurídica. A servidora Alessandra Maria Oliveira, chefe do cartório da 258ª Zona Eleitoral, de São João Nepomuceno, também esteve presente, representando o seg-mento.

Tribunal promete analisar casos de

cartórios com dificuldades com

horárioNa audiência que durou cerca

de duas horas, o Sindicato rela-tou casos de cartórios em dificul-dades com a imposição do novo horário, com questionamentos relativos à segurança, à incom-p a t i b i l i d a d e com o horário do fórum esta-dual, proble-mas com horá-rios de almoço e muitos locais em que a falta de servidores

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Consulta aos servidores: maioria contraPOSIÇÃO NÚMERO DE RESPOSTAS PERCENTUAL

Contra o novo horário 108 60%A favor 54 30%A favor, mas com ressalvas 18 10%

Concurso de remoção - O Sin-dicato encaminhou pedido admi-nistrativo solicitando que as vagas existentes sejam disponibilizadas aos servidores do quadro, antes de serem preenchidas por concur-sados. O pedido está baseado na Resolução do TSE nº 23092.

Internet - Pedido adminis-trativo para liberação de acesso à internet (à página do SITRAEMG e sites com domínios “.org”, “.jus” e “.gov”) no interior. A diretora geral, Elizabeth Rezende, informou que a Administração já estuda a viabili-dade desse acesso e que, em breve, será dada resposta à categoria.

Resoluções 781 e 782/2009 - Proibiram o pagamento de horas extras e diárias a servidores convo-cados para recadastramento eleito-ral nas cidades de Curvelo, Pará de Minas, Ponte Nova e São João Del Rei, e determinaram a remoção sem anuência do servidor. O SITRAE-MG protocolou pedido de recon-sideração: o pagamento de horas extras e diárias é determinado pela Constituição e pela Lei 8.112/90 e a remoção terá que ter anuência do trabalhador, e encaminhou estudo do economista Washington Luiz Moura Lima, que assessora o Sin-dicato, que comprova haver saldo orçamentário para pagamento das verbas.

Outras reivindicações

levadas ao tribunal

Representantes do Sindicato na audiência com a ouvidora e a diretora geral do TRE/MG e (no detalhe) protocolando recurso que

contesta a mudança do horário dos cartórios do interior

causa embaraço no atendimen-to.

A ouvidora disse que os car-tórios com dificuldades podem encaminhar pedido ao Tribunal, com justificativas, para possível alteração. O fundamento para esse pedido, orientou, está no artigo 47, parágrafo único, da Resolução 777/2009, que tra-ta do Regulamento de Juízos e Cartórios Eleitorais da Circuns-crição de Minas Gerais.

“Horário dos servidores é flexível”

Em comunicado posterior veiculado internamente no âmbito do TRE/MG, o Tribu-nal esclareceu que o horário dos cartórios eleitorais do interior é para o atendimento ao público. O horário de trabalho para os servidores é definido pelo juiz eleitoral e “pode ser flexível”. A diretoria colegiada avalia essa posição como um avanço, mas continua aguardando o julga-mento do recurso por meio do qual o Sindicato pleiteou o retor-no do antigo horário.

Por Gil CarlosDa redação do SITRAEMG

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4 JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 04

Defesa da revisão salarial terá novos protestos no país

Servidores criticam esvaziamento do poder da reunião ampliada OPINIÃO DO SERVIDOR

MOBILIZAÇÃO

Sindicato convocará atividades em Minas para defender revisão sem perda de direitos; servidores avaliam que sem luta salário fica congelado

A luta pela revisão salarial sem perda de direitos terá novas mobili-zações nacionais para forçar os tribu-nais a negociar com os servidores o envio de projeto de lei ao Congresso Nacional. As manifestações devem ocorrer em setembro e outubro, com atos e possíveis paralisações nos esta-dos. Também existe a possibilidade de realização de uma manifestação centralizada em Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal.

A decisão de reforçar as mobili-zações foi definida por consenso na reunião ampliada da federação nacio-

A decisão do setor majoritário na diretoria colegiada da federação nacional (Fenajufe) de dar caráter apenas consultivo à reunião amplia-da gerou protestos de dirigentes sindicais.

O setor majoritário que coman-da a entidade, ligado à CUT (Cen-tral Única dos Trabalhadores) e ao governo Lula, alega que o estatuto da federação não prevê que as reu-niões ampliadas sejam deliberati-vas.

Ocorre que a polêmica que envolve a Fenajufe no momento – lutar por um plano de carreira ou restringir a luta a uma revisão do plano de cargos - está diretamen-te ligada a uma decisão de reunião ampliada, a de agosto, que alterou resolução aprovada na plenária estatutária da categoria.

Para Etur Zehuri, diretora do

“A reunião não é deliberativa, mas temos questões para decidir. Então quem decide, eles? É uma ati-tude antidemocrática”

Márcio de Souza, do TRE, delegado à reunião ampliada

nal (Fenajufe), ocorrida no dia 12 de setembro, em Brasília. Na reunião, que não teve caráter deliberativo, prevaleceu o entendimento de que sem mobilização não haverá revisão de salários. "Vamos à luta desde já para mudar esse projeto e colocá-lo no Congresso Nacional. Vamos para as ruas mudar esse projeto", defendeu Paulo Rios, diretor da federação e do sindicato do Maranhão (Sintrajufe).

Durante os informes dados pela diretoria da federação, foi dito que uma das razões da demora no envio seria o fato de os dirigentes dos tribu-

nais temerem que o projeto atrapalhe o PL que dá aumento para os juízes.

A principal polêmica na reu-nião girou em torno da definição se a mobilização defenderá o envio imediato do projeto, com ou sem as alterações propostas pelos servido-res, ou se o centro das reivindicações será lutar pelas mudanças, para que o projeto de lei já chegue ao Congresso Nacional com as alterações necessá-rias negociadas.

Não houve consenso e integran-tes do setor majoritário na direção da federação disseram que prevalecerá a decisão da reunião da diretoria da Fenajufe, ocorrida na véspera, que votou a favor do envio imediato do projeto.

A reunião ampliada anterior, porém, que tinha poder de decisão, aprovou lutar para barrar qualquer tipo de ataque aos direitos dos servi-dores em troca de possíveis aumentos salariais.

Proposta dos tribunais têm problemas

Os principais problemas da pro-posta dos tribunais, que ainda não foi enviada ao Congresso, são a excessi-va valorização das gratificações, em detrimento do vencimento básico,

a abertura do caminho para imposi-ção de uma avaliação de desempenho com caráter punitivo e a quebra da paridade e da isonomia.

O diretor da Fenajufe Cláudio Klein disse que a disputa deve se dar no Congresso Nacional: "Lá é mais difícil avançar, é muito mais fácil mudar o projeto dentro de nossa casa, pressionando os tribunais", afirmou.

O SITRAEMG levou as críti-cas da categoria ao fato de a direção majoritária na Fenajufe ter tirado o caráter deliberativo da reunião ampliada. "Elegemos quatro delega-dos e estamos aqui para votar, para deliberar", disse Alexandre Brandi, presidente do SITRAEMG, ao comu-nicar a decisão da assembléia geral de Minas, que aprovou uma crítica à decisão da Fenajufe de mudar o cará-ter da reunião.

O Sindicato vai convocar as mobi-lizações para forçar os tribunais a negociar as mudanças que os servido-res consideram fundamentais, entre elas a valorização do vencimento básico e a manutenção da isonomia e da paridade entre ativos e aposen-tados.

Por Hélcio Duarte FilhoJornalista do Luta Fenajufe,

enviado a Brasília

SITRAEMG, a reunião ampliada apenas consultiva é uma proposta “falso-democrática, uma falsa con-sulta 'pra inglês ver'”. Na avaliação dela, a direção majoritária da Fena-jufe, “que abandonou a defesa do plano de carreira dos servidores”, foi para reunião com todas as deci-sões previamente tomadas.

O servidor Fernando Neves, também diretor do SITRAEMG, disse que a mudança do caráter da reunião é um “grande equívoco”, agravado por ocorrer num momen-to de luta da categoria pelo plano de carreira e revisão salarial. Outro integrante da direção do SITRAE-MG, Mário Alves considera a deci-são um “descalabro”, cujo verdadei-ro intento seria “esvaziar” a luta de quem contestou a forma “esdrúxu-la” como a campanha pelo plano de carreira foi abandonada.

“A proposta a ser defendida tem que ser da categoria e não das dire-ções, seja dos tribunais ou da dire-ção da federação”.

Wander Quadra, TRE, delegado à reunião ampliada

Parte dos representantes de MG na reunião em Brasília

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5JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 04

JURÍDICO DO SITRAEMG

Sindicato reformula Jurídico e lança “pacote” de ações

Assembleia realizada em 20 de agosto aprovou o ajuizamento de mais sete ações coletivas em defesa de direitos da categoria. Também colocada em votação, outra pro-posta, que pleiteia indenização de transporte para oficiais de justiça durante férias e afastamentos reco-nhecendo como efetivo exercício, foi suspensa, atendendo pedido dos oficiais de justiça presentes, que ficaram de discuti-la e definir um posicionamento do segmento posteriormente.

Este “pacote” de ações judiciais em tão curto espaço de tempo é decorrente da reformulação do setor Jurídico do Sindicato, inicia-do a partir da posse da nova dire-toria.

Abaixo, as propostas que já foram ou estão sendo ajuizadas pelo Jurídico do Sindicato. Para se beneficiar dessas ações, o servidor deve ser filiado ao Sindicato.

Para se filiar ou para falar com o Jurídico, basta ligar 0800.283-3402.

Ações individuais que já foram ou estão

sendo ajuizadasDesvio de função – Pagamento

da diferença remuneratória entre o cargo em que o servidor exerce em desvio de função e o cargo em que é lotado. Inclui a figura do oficial ad hoc, que alguns órgãos do Judiciá-rio, a exemplo da Justiça Eleitoral, usam regularmente, porém, sem pagar a diferença remuneratória.

Licença-prêmio (aposen-tados) - Após uma década de demandas que pediam a conversão em pecúnia da licença-prêmio não averbada, nem gozada, pacificou-se a matéria pela viabilidade da conversão, ainda que as aposenta-dorias tenham sido voluntárias.

Licença-prêmio (ativos) - Da interpretação jurisprudencial que permitiu conversão em pecúnia nas aposentadorias voluntárias, deriva a possibilidade de conversão em atividade, se este for o desejo do servidor.

Em AGE realizada em agosto, o advogado César Lignelli explica aos filiados o teor de sete novas ações judiciais propostas pelo Jurídico do Sindicato

Para se beneficiar das ações judiciais preparadas pelo Sindicato o servidor precisa se filiar à entidade

Erin

ei L

imaAverbação de tempo de

serviço - Ação que pede a declaração do direito à aver-bação e ao cômputo, para todos os efeitos legais, esta-tutários e previdenciários, do tempo de serviço pres-tado às empresas públicas e às sociedades de economia mista federal, distrital, esta-dual e municipal.

Ações que serão ajuizadas em

outubro Inicialmente, ficou defi-

nido que essas ações seriam ajuizadas até 15 de setem-bro. Porém, atendendo rei-vindicações da categoria, esse prazo foi revogado para outrubro, para que mais ser-vidores possam se beneficiar dessa iniciativa.

Paridade para inativos - Ação judicial que visa à declaração do direito dos aposentados (aposen-tadoria concedida de forma invo-luntária, por invalidez permanen-te, em condições que conduziram à inatividade), que tiveram seus proventos de invalidez calculados sobre a média remuneratória e sem paridade, à integralidade e parida-de salarial plenas.

Isonomia - Ação que plei-teia a extensão do maior reajuste de padrão de vencimento da Lei 10.475/2002, com diferença de até 27,04%.

Horas extras (TRE) - Ação que pede o pagamento de horas extras, sem restrições regulamentares.

Revisão salarial - Desde a EC 19/98, a Constituição da Repú-blica prevê o direito do servidor à revisão geral anual de remunera-ção, para tanto sendo necessário lei específica. Desde então, ape-nas duas revisões foram concedi-das, de 3,5% (janeiro/2002) e 1% (janeiro/2003).

Específicas para os oficiais de justiça

Integralização da GAE - Com

a integralização da GAE, os ofi-ciais de justiça que recebiam FC-5 tiveram reduzida a parcela, pois o percentual de 35% sobre seus vencimentos é menor do que o valor integral da GAE. Pede-se a incidência de 35% sobre o maior vencimento da carreira (C-15) ou, sucessivamente, a manutenção da diferença remuneratória entre a FC-5 e a GAE como vantagem pessoal.

Adicional noturno - Vários ofi-ciais de justiça trabalham no horá-rio entre 22h e 6h; porém não rece-bem o adicional noturno.

Opção entre FC e GAE - Ofi-ciais de justiça aposentados que tiveram incorporadas em seus pro-ventos as parcelas da FC de Exe-cutante de Mandados receberam comunicados para optarem entre a FC e a GAE. Há entendimento de que, uma vez incorporada a FC aos proventos, tal parcela ganha uma natureza jurídica diversa, sendo possível a cumulação da referida parcela.

Ações a serem ajuizadas até o final

do anoAdicional de qualificação -

Ação que pede a anulação de res-trições ao reconhecimento dos

cursos, dependendo da situação. Licença-capacitação - A licen-

ça-capacitação é devida aos servi-dores a cada cinco anos. Pede-se a anulação das restrições e a suspen-são de sua aplicação.

IR no abono de permanência - Ação que pede a suspensão da inci-dência de Imposto de Renda sobre o abono de permanência e a devo-lução dos valores descontados.

Reenquadramento - Apesar do reconhecimento legislativo, os valores atrasados do reenqua-dramento do artigo 22 da Lei 11.416/2006 estão sendo pagos sem juros de mora e correção monetária, que podem ser cobra-dos judicialmente.

Ainda há tempo para aqueles servi-dores que queiram aderir a um dos três mandados de injunção impe-trados pelo SITRAEMG pleitean-do aposentadoria para os servido-res: o MI 1653, para quem trabalha em condições insalubres; o MI 1655, para os oficiais de justiça; e o MI 1654, para os agentes de segu-rança. Essas ações beneficiarão so-mente os filiados ao Sindicato. Se você não é filiado, filie-se já.

Aposentadoria especial

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6 JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 04

ATRASADOS DA URV NO TRT

Pagamento da 1ª parcela em janeiro depende de mobilização no Congresso

Segundo o presidente do TST, verba de R$ 600 milhões já estaria reservada em secretaria do Executivo

A Secretaria de Orçamento e Finanças (SOF), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, e o Congresso Nacional passam a ser o foco da mobilização dos servidores da Justiça do Trabalho

No dia 20 de agosto, o advo-gado César Lignelli, da assesso-ria jurídica do SITRAEMG, e o diretor Mário Alves haviam se reunido com o diretor do foro da Seção Judiciária de Minas Gerais, juiz federal João Batis-ta Ribeiro. Na oportunidade, os representantes do Sindicato pediram a revogação da Por-taria 10/81, da Diretoria do Foro, que redefinira os feriados municipais no âmbito da Seção Judiciária de Minas Gerais, passando a considerar como tal somente a Sexta-Feira da Pai-xão.

Essa portaria, argumenta-

Na audiência, em Brasília, o presidente do TST informou a existência de verba para pagar a primeira parcela do restante

da URV a partir de 2009

pela quitação da URV. Segundo o presidente do Tribunal Supe-rior do Trabalho (TST), ministro Milton de Moura França, há uma verba de R$ 600 milhões na SOF reservada para o pagamento, em

janeiro próximo, da primeira de quatro parcelas da dívida relativa a esse passivo, aos servidores da jus-tiça trabalhista de todo o país. As outras três parcelas, em igual valor, seriam pagas, segundo o ministro, nos anos subseqüentes, sempre no mês de janeiro, até o ano de 2013.

As articulações junto aos parla-mentares se dariam no sentido de negociar e pressionar o Executivo para garantir a destinação da verba para os servidores no orçamento do ano que vem. No caso dos ser-vidores de Minas, o trabalho de mobilização deverá se concentrar, principalmente, nos deputados e senadores da bancada mineira no Congresso.

A informação sobre a existên-cia dessa verba foi dada pelo presi-dente do TST a representantes do SITRAEMG, no dia 2 de setembro, quando os recebeu em audiência, em Brasília (DF). Estiveram pre-sentes, pelo Sindicato, o presiden-te Alexandre Brandi e o vice-presi-

dente Luiz Fernando Gomes, além do economista Washington Lima, assessor para assuntos orçamentá-rios e passivos, e o advogado César Lignelli, da assessoria jurídica.

Também participaram, aten-dendo convite do SITRAEMG, o presidente do TRT da 3ª Região, desembargador Paulo Roberto Sifuentes Costa, e o vice-presiden-te judicial, desembargador Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello.

Na mesma ocasião, os represen-tantes do Sindicato reuniram-se, também, com ministros mineiros do TST, em defesa da liberação de verba para quitação da URV.

Por Gil CarlosDa Redação do SITRAEMG

(Sitraemg na Internet: mais sobre essa audiência em reportagem publicada no dia 3 de setembro, em

www.sitraemg.org.br).

Restabelecidos os feriados municipais na Seção Judiciária de Minas Geraisram o diretor e o advogado do Sindicato, contraria a lei fede-ral 9.093/95, segundo a qual “São feriados os dias de guarda, declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a qua-tro, neste incluída a Sexta-Feira da Paixão”. Alegaram, também, que outras Seções Judiciárias da Justiça Federal, como São Paulo, Rio Grande do Sul, San-ta Catarina e Paraná, respeitam os feriados municipais com a decretação do fechamento das unidades nesses dias.

Cinco dias depois (25 de agosto), o diretor do foro da

Prédio central da Justiça Federal, em Belo Horizonte

Justiça Federal

Seção Judiciária de Minas Gerais baixou a Portaria nº 10/90-DI-REF, resta-belecendo “a escala de feriados na Justi-ça Federal de Minas Gerais para o ano de 2009, nos termos da P o r t a r i a nº 10/1-DIREF, de 7 / 0 1 / 0 9 , publicada

em 08/01/09, e revogando a Portaria 10/81 DIREF.

Page 7: Jornal do SITRAEMG nº 04 - 2010

7JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 04

Estudo indica folga no orçamento de todos os tribunaisLevantamentos feitos por economista contratado pelo Sindicato mostram previsão de

saldos que poderiam ser usados para pagar passivos e reajustar benefícios de servidoresProjeções orçamentárias com

base em despesas já efetuadas pelas administrações mostram que todos os tribunais do Judiciá-rio Federal em Minas Gerais terão saldos que podem ser usados para quitar dívidas trabalhistas com ser-vidores ou reajustar benefícios. É o que revela estudo realizado pelo economista Washington Lima, recém-contratado pelo SITRAE-MG para fornecer subsídios esta-tísticos à luta pelo pagamento de passivos.

Há folga orçamentária nas Jus-tiças Eleitoral, Federal, Trabalhis-ta e Militar. Na Justiça do Traba-lho a provável sobra orçamentária concentra-se no TST (Tribunal Superior do Trabalho). Nacional-mente, a previsão é de que haja um saldo de R$ 282 milhões nas despesas com pessoal ativo na JT. Além disso, há sobra orçamentá-ria em outras áreas que poderiam ser remanejadas. “Não é por falta de recursos que os tribunais não

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Erinei Lima

O economista Washington Lima e outros representantes do SITRAEMG em audiência no

TST que tratou da URV dos servidores da JT

APOSENTADOS E PENSIONISTAS

Reunião elege membros para o Conap e discute atividades para o segmentoSindicato prepara excursão a Paraty para Outubro - veja detalhes no site

A reunião mensal dos filiados aposentados realizada em

agosto discutiu a programação de atividades para o segmento

O Núcleo de Aposentados do SITRAEMG está organizando as propostas apresentadas pelos partici-pantes da última reunião mensal de aposentados e pensionistas, ocorrida no dia 27 de agosto, para concluir a programação das atividades para o segmento ao longo da atual gestão. As propostas vão desde temas das pales-tras das reuniões mensais até excur-sões. A primeira excursão, inclusive, já está definida: será a Paraty, na 2ª quinzena de outubro.

Ainda na última reunião, foram eleitos os colegas que representarão o SITRAEMG no Coletivo Nacional dos Aposentados (Conap) da Fena-jufe: Gilda Falconi e Maria José dos Santos, como membros titulares, e Regina Vitória e Cláudio Coelho para a suplência. A primeira reunião do Conap será realizada em 26 de setembro.

A reunião teve palestras de José Zanetti Gonçalves, que abordou o

pagam o que devem aos servido-res”, afirma Washington.

Apesar da folga orçamentária e de o pagamento da URV em Minas Gerais ser um dos mais atrasados no país, o Tribunal não pretende quitar nada até o fim do ano, mas apenas a partir de janeiro de 2010, com base em possíveis novos recursos orçamentários (ver texto na página ao lado).

As sobras no orçamento deste ano seriam todas direcionadas ao pagamento de passivos atrasados de magistrados. O fato, confirma-do na audiência em Brasília, já foi inclusive comunicado aos juízes por meio da intranet.

Dados foram apresentados no TST

Os estudos do economista revelam detalhes orçamentários de todos os tribunais. Na Justiça Eleitoral de Minas, por exemplo, a administração liquidou até o

momento apenas 32,56% da dotação, quando o ide-al para o período seria 59,18%. Possui, portanto, uma grande margem orça-mentária.

Nas despesas com bene-fícios sociais, a margem é de 14,64%. Com estes recursos, analisa o estudo, a dotação anual do auxílio alimentação, por exemplo, poderia ser acrescida em 50%.

Detalhes desses estu-dos serão publicados pelo JORNAL DO SITRAE-MG ao longo das próximas edições. O objetivo destes levantamentos é cobrar das administrações o direcio-namento de saldos orçamentários para o pagamento de passivos, rea-juste de benefícios e melhoria das condições de trabalho.

Também permite o confronto com eventuais alegações das admi-

tema “Fé e política”. A próxima reunião será no dia 24

deste mês, às 15 horas, no Sindicato. A palestrante será a psicóloga Tânia Guimarães Pompeu, que falará sobre “Corpo e estética”.

Integrar e mobilizar A coordenadora do Núcleo de

Aposentados, Gilda Falconi, esclare-ce que as reuniões mensais dos apo-sentados e pensionistas, iniciadas em gestões anteriores e mantidas pela atual diretoria, são informais. Não são previstas no estatuto e, portanto, não possuem caráter deliberativo. Na atual gestão, esses encontros estão sendo divulgados com antecedência, pelo jornal e pelo portal do SITRAE-MG. O Sindicato também envia carta aos filiados para reforçar o convite.

Aposentadoria Foi realizada, no dia 26 de agos-

to, a primeira audiência pública

da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que examina a PEC 270/08, que concede aposentadoria integral, com paridade, aos servi-dores públicos federais, estaduais e municipais que se aposentarem por invalidez.

nistrações para não pagar o que deve. Os dados orçamentários da Justiça do Trabalho, por exemplo, foram expostos durante a audiên-cia no TST, em Brasília (DF).

Por Hélcio Duarte Filhoespecial para o Jornal do SITRAEMG

Sindicato auxilia servidores no

recadastramento no TRTO SITRAEMG, assim como

a COOPJUS e ASTTTER, estão auxiliando os servidores apo-sentados e os pensionistas no recadastramento que está sendo feito no TRT, ao longo de setem-bro. O Sindicato mantém uma funcionária de plantão no TRT da Rua Curitiba, onde ocorre o recadastramento, para orientar os recadastrandos no preenchi-mento do formulário.

As diretoras e membros do Núcleo de Aposentados do Sin-dicato, Gilda Falconi, Etur Zehu-ri e Eva do Nascimento, vão lá, em dias alternados, para receber e conversar com os colegas.

Page 8: Jornal do SITRAEMG nº 04 - 2010

8 JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 04

JORNADA DE TRABALHO

CNJ tenta aumentar produtividade explorando mais os servidores, diz Sindicato

Sindicato contestará resolução do Conselho Nacional de Justiça que tenta impor jornada maior

de trabalho para os servidores do JudiciárioDa sua distribuição até a apro-

vação pelo Conselho Nacional de Justiça decorreram oito dias. Por coincidência, o número é igual ao de horas diárias de trabalho que o CNJ quer impor a todos os servidores do Judiciário no país. Na contramão das campa-nhas pela redução da jornada de trabalho e de projeto de emenda constitucional que tramita no Congresso Nacional, o conselho aprovou resolução que, na práti-ca, aumenta a jornada de parcela considerável da categoria.

Em Minas, poderá ter impac-to em todos tribunais. A direção colegiada do SITRAEMG vai convocar os servidores a con-testá-la. Também já acionou os advogados da Diretoria Jurídi-ca para estudar o caso e buscar revertê-lo judicialmente. O obje-tivo é impedir que haja aumento de jornada em qualquer local de trabalho.

A Resolução 88/2009 deter-mina que, doravante, todos os tribunais se ataquem à nova jornada, de 8 horas diárias ou 7 horas corridas, neste caso sem intervalo para almoço. O número de horas extras também é limita-

do, sendo que o trabalho extra é dificultado para quem trabalha 7 horas contínuas.

A decisão do CJN foi recebida com indignação pelos servidores. “Foi sem nenhum aviso para a categoria. Distribuído no dia 31 [de agosto] e, na calada da noite, sem comunicar os representan-tes dos servidores, o projeto foi aprovado no dia de setembro”, diz Alexandre Magnus, diretor do SITRAEMG. “A bandei-ra das 30 horas semanais é uma luta antiga, não só para reduzir a jornada de trabalho, mas porque isso também implica na redução do assédio moral e nas questões de saúde do servidor”, explica.

"Tecnologia aumenta ritmo e exploração"

Diretor da federação nacional (Fenajufe), o servidor Antônio Melquíades afirma que a medida aumenta a exploração dos traba-lhadores do Judiciário e está liga-da a metas de produtividade. “Por trás disso tem todo um processo de gestão do trabalho, com pro-dutividade, com certeza”, diz. “O avanço tecnológico aumentou a

intensidade do trabalho, o ritmo está cada vez mais acelerado, a tecnologia está explorando cada vez mais os trabalhadores”, cons-tata Melqui, como é conhecido. Segundo ele, estudos que mos-tram que a jornada de 6 horas é mais produtiva serão enviados ao CNJ, juntamente com o recurso à resolução que a Fenajufe e os sindicatos devem fazer.

A repercussão da medida foi imediata e nacional. O sindicato do Mato Grosso (Sindijufe-MT) publicou texto no qual aponta que a resolução quebra a autono-mia dos tribunais: “Diga-se que um tribunal que não tenha auto-nomia para impor a sua jornada de trabalho pode fechar as por-tas, pois não terá autonomia nem para determinar o seu horário de expediente. O CNJ subjugou os tribunais e determinou o fim da autonomia de cada tribunal nes-se país”.

“A meta número um dos tri-bunais é aumentar o salário dos juízes , a meta dois é aumentar o nosso trabalho”, observa a servi-dora Ana Luiza, dirigente do sin-dicato de São Paulo (Sintrajud) e da coordenação do movimento Luta Fenajufe.

Na avaliação de Alexandre Brandi, presidente do SITRAE-MG, está evidente a relação entre esta decisão e a busca de metas contida na Resolução 70 do mes-mo CNJ. O aumento da produ-tividade, a tentativa de criação de gratificações ligadas à gestão e o aumento da jornada são ele-mentos do mesmo projeto, que ele identifica como a privatiza-ção das relações de trabalho no Judiciário. “O processo está cla-ro e vamos convocar a categoria a reagir”, avisa. “Essa questão mexeu muito com os servidores, é absurda”, conclui.

Por Hélcio Duarte Filhojornalista do Luta Fenajufe

O Diretor do SITRAEMG Alexandre Magnus manifesta sua indignação em relação à medida do CNJ, na

reunião ampliada da FENAJUFE

SITRAEMG NA INTERNET

Pela criação de Fórum em defesa de VTs

Os diretores do Sindicato Alexandre Brandi, Célio Izidoro e Luiz Fernando Gomes integram uma comissão consti-tuída pelo SITRAEMG com a finalidade de criar um fórum mineiro de discussão pela manutenção das Varas do Trabalho de Aimorés, Congonhas (2ª VT), Gua-nhães, Patrocínio e Unaí, que estão ame-açadas de fechamento, e pela criação de novas varas. A intenção é incluir nesse fórum as centrais sindicais, prefeituras e câmaras dos municípios atingidas pelas mudanças, OAB estadual e seccionais, além de instituições como Lions e Rota-ry Clubs.

Íntegra do texto em www.sitraemg.org.br, em 21/09/2009.

TRE atende Sindicato sobre juros da URV

O TRE/MG reconhece a natureza indenizatória dos juros de mora sobre as diferenças relativas às perdas decor-rentes da conversão da URV (11,98%) e a extensão desta tese a todos os casos análogos. Não pode, portanto, haver inci-dência de Imposto de Renda e contribui-ção previdenciária sobre pagamentos fei-tos em atraso. Essa foi a decisão do pleno do Tribunal, em 25 de agosto, ao julgar o Processo Administrativo 216, deferindo pedido formulado pelo SITRAEMG.

Íntegra do texto em www.sitraemg.org.br, em 26/08/2009.

Demóstenes Torres é relator do PL do recesso

O senador Demóstenes Torres (DEM/GO) é o relator do PLC 06/2007, que trata do recesso forense, na Comis-são de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. O projeto retornou à CCJ depois da aprovação, em plenário, do requerimento apresentado pelo pró-prio Torres, presidente da Comissão.

Íntegra em www.sitraemg.org.br, em 27/08 e 09/09/2009.

Aposentado lança livro O servidor aposentado do TRT

Francisco Gomes de Lima, que é filiado ao SITRAEMG, convida os colegas do Judiciário Federal, e o público em geral, para a solenidade de lançamento do livro “Fragmentos de uma diminuta viagem”, de sua autoria, no dia 30 de setembro, às 19 horas, na Livraria Leitura do Pátio Savassi (Avenida do Contorno, 6.061, Belo Horizonte).

Mais em www.sitraemg.org.br, em 14/09/2009.

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