jornal do saaeb pará

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Notícias do ENTREVISTA SAAEB investe R$ 18 milhões Investimento em água e esgotamento sanitário supera o que foi feito nos 37 anos de existência do órgão Ano I - Número 1 - Junho / 2006 - Belém Pará Prefeito Duciomar Costa e o presidente do SAAEB, Raul Meireles, em visita a obras no distrito de Outeiro “Operação Verão” lançada pelo SAAEB facilita aos usuários negociar parcelamento de débitos. Campanha também inclui manutenção da rede. Oportunidade para negociar débitos em atraso Haverá sessão especial na Câmara de Vereadores e inauguração do Laboratório de Análise de Água Página 8 Os 37 anos de fundação do SAAEB, que transcorre no dia 17 de junho, será comemorado com uma vasta programação, com sessão na Câmara de Vereadores, almoço de confraternização e inauguração do Laboratório de Análise de Água. Programação marca comemoração pelos 37 anos de fundação do SAAEB Página 8 SAAEB reduz o déficit de abastecimento de água potável em Belém. Página 3 Captação de água subterrânea reduz déficit na capital O diretor-presidente do SAAEB, Raul Meireles, diz que a titularidade desses serviços compete ao município. Páginas 4 e 5 Em defesa da titularidade dos serviços de água e esgoto Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (SAAEB) já tem alocados R$ 18.580.970,00 para investimentos em água e esgoto em Belém, que beneficiarão cerca de 280 mil pessoas. Os recursos foram conseguidos com o empenho da atual administração e com o apoio da bancada federal paraense no Congresso Nacional. Entre os projetos que serão implantados está a obra de instalação da Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário da Praia Grande, no Distrito de Outeiro. Páginas 6 e 7

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Page 1: Jornal do Saaeb Pará

Notícias do ENtrEvista

saaEB investe r$ 18 milhõesInvestimento em água e esgotamento sanitário supera o que foi feito nos 37 anos de existência do órgão

ano i - Número 1 - Junho / 2006 - Belém Pará

Prefeito Duciomar Costa e o presidente do saaEB, raul Meireles, em visita a obras no distrito de Outeiro

“Operação Verão” lançada pelo SAAEB facilita aos usuários negociar parcelamento de débitos. Campanha também inclui manutenção da rede.

Oportunidade para negociar débitosem atraso Haverá sessão especial na Câmara de Vereadores

e inauguração do laboratório de análise de água

Página 8

Os 37 anos de fundação do SAAEB, que transcorre no dia 17 de junho, será comemorado com uma vasta programação,

com sessão na Câmara de Vereadores, almoço de confraternização e inauguração do Laboratório de Análise de Água.

Programação marca comemoração pelos 37 anos de fundação do saaEB

Página 8

SAAEB reduz o déficit de abastecimentode água potável em Belém. Página 3

Captação de água subterrânea reduz déficit na capital

O diretor-presidente do SAAEB, Raul Meireles, diz que a titularidade desses serviços compete ao município. Páginas 4 e 5

Em defesa da titularidade dos serviços de água e esgoto

serviço autônomo de Água e Esgoto de Belém

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (SAAEB) já tem alocados R$ 18.580.970,00 para investimentos em água e esgoto em Belém, que beneficiarão cerca de 280 mil pessoas. Os recursos foram conseguidos com o empenho da atual administração e com o apoio da bancada federal paraense no Congresso Nacional. Entre os projetos que serão implantados está a obra de instalação da Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário da Praia Grande, no Distrito de Outeiro.

Páginas 6 e 7

Page 2: Jornal do Saaeb Pará

Junho - 20062 serviço autônomo de Água e Esgoto de Belém

Quem somos e o que fazemosInstituído pela lei nº. 6.695/69, o SaaEB tem importante papel na oferta de água potável na capital

O SAAEB (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém) foi criado pela Lei nº. 6.695, de 17 de julho de 1969, como au-tarquia municipal, dispondo de autonomia administrativa, financeira e patrimonial.

Compete ao SAAEB estudar, coor-denar, projetar, fiscalizar e executar obras relativas à construção, ampliação ou remodelação do sistema público de abastecimento de água potável e de esgotos sanitários do município de Be-lém; explorar diretamente, ou através de permissão ou concessão, o serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário, arrecadando suas respectivas

taxas e tarifas. Todos os sistemas de abastecimento

de água do SAAEB são de captação subterrânea, feitos através de poços tubulares profundos, localizados nos bairros do Benguí, Pratinha e Tapanã e nos distritos administrativos de Icoaraci, Mosqueiro, Outeiro, além da região insu-lar de Belém.

Atualmente, o SAAEB opera 18 siste-mas de abastecimento de água potável e 2 de esgotamento sanitário, atende uma população de aproximadamente 150.000 usuários que corresponde a 30 mil economias, através de uma rede de

distribuição com 230 mil metros de ex-tensão, produzindo 3.040.000 l/h, porém com capacidade de produção atual de 5.440.000 l/h.

Dentre as principais metas que o SAAEB pretende alcançar destacam-se a “Munici-palização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em Belém” e a “Universalização desses serviços, com o fim do déficit do abastecimento de água e esgotamento sanitário”.

A outra operadora do sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário é a COSANPA, que explora a área central de Belém.

E D i t O r i a l

O Serviço Autônomo de Água e Esgo-to de Belém (SAAEB) completa 37 anos no dia 17 de junho de 2006. Desde sua fundação até os dias de hoje, o SAAEB é responsável por algo em torno de 20% do abastecimento de água potável e tra-tamento de esgoto sanitário em Belém, razão pela qual a maioria da população desconhece os relevantes serviços pres-tados por essa autarquia municipal a nossa cidade.

É natural que assim seja, pois nossa atividade operacional está concentrada nos bairros do Benguí, Tapanã, Pratinha e nos Distritos Administrativos de Icoara-ci, Outeiro e Mosqueiro. No entanto, não significa que seja de menor importância, muito pelo contrário.

O SAAEB abastece a área de expan-são urbana mais carente, na qual o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é baixíssimo e onde está concentrado o maior déficit de abastecimento de água de Belém, que corresponde a aproxima-damente 15% da população.

A condição econômico-financeira dos moradores dessas áreas é um fator que dificulta o processo de gestão adminis-trativa. De um lado, o elevado índice de inadimplência conspira contra a auto-sustentação e a ampliação dos sistemas de abastecimento de água; de outro, as condições sanitário-ambientais reclamam investimentos que promovam a universa-lização da prestação dos serviços.

Portanto, é correto afirmar e provar

que o déficit do SAAEB financia o su-perávit da Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA) em Belém, sem que o município, titular da prestação de serviços de interesse local por definição constitucional, receba qualquer percentu-al compensatório.

Nesse sentido, é fundamental esta-belecer um marco regulatório entre o Es-tado e o Município de Belém, através da celebração de um Contrato de Programa, como prevê a Lei dos Consórcios, que es-tabeleça metas, prazos e os investimen-tos necessários para acabar com o déficit de abastecimento de água e implantar um amplo programa de esgotamento sa-nitário que nos retire do ridículo índice de apenas 6% de esgoto coletado.

aBastECiMENtO DE Água

titularidade e contrato de programa para os serviços de água e esgoto

Base de operação do saaEB em icoaraci Oficina eletromecânica do saaEB setor de atendimento ao público do saaEB

Page 3: Jornal do Saaeb Pará

Junho - 2006 3serviço autônomo de Água e Esgoto de Belém

saaEB reduz déficitCaptação subterrânea atual atende 150 mil usuários com água de qualidade

O município de Belém é atendido por duas prestadoras de serviços de sanea-mento básico: a Cosanpa e o SAAEB. O SAAEB, autarquia municipal atende os bairros do Benguí, Pratinha e Tapanã e os distritos administrativos de Icoaraci, Mosqueiro e Outeiro, abastecendo uma população estimada de 150 mil habitantes com água de captação subterrânea. A outra operadora é a Cosanpa, companhia estadual, que explora a zona urbana Cen-tral de Belém.

No município de Belém observa-se um déficit no abastecimento público de água potável para uma população estimada de 235 mil habitantes, equivalente a 16% da população total do município, de 1.405.871 habitantes (IBGE – estimativa 2005). A so-lução utilizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (SAAEB), explo-rando o manancial subterrâneo, supre as necessidades de comunidades com cerca de 25 a 30 mil habitantes por unidade operacional de captação (sistemas isola-dos), eliminando, desse modo, a utilização de grandes extensões de adutoras que

demandam elevado custo, como também dispensa a construção de Estações Con-vencionais de Tratamento de Água (ETAs), pois a água do manancial subterrâneo tem excelentes condições de potabilidade.

Com os atuais investimentos realizados pelo SAAEB, da ordem de R$ 18 milhões, haverá um aumento da capacidade de atendimento, com benefício para cerca de 280 mil pessoas.

Fundação do reservatório de água do sistema de abastecimento do Mata Fome i, localizado no bairro do tapaná

Fal a COMuNiDaDE

Nós estamos traba-lhando junto ao SA-AEB no sentido de

ampliar a rede de água po-tável nas comunidades do Tapanã, Icoaraci e Outeiro,

e também a questão do esgotamento sani-tário das respectivas áreas, assim como no Canal do Mata Fome, para resolver o proble-ma de abastecimnento de água, e ainda na Praia Grande, em Outeiro. Nós estamos tra-balhando para equacionar vários problemas de esgotamento sanitário e ampliar a rede de água também para a ilha de Cotijuba.

vereador armênio Moraes (PtB) - líder do governo.

Para nós, é uma satisfação muito grande o trabalho que vem sendo feito pelo Raul Meireles. Há muito que a gente

vem lutando pelo abastecimento de água e, graças a Deus, está sendo implantado. A população da comunidade Bom Jesus, no Tapanã, está satisfeita com o projeto de abastecimento de água do SAAEB, já que havia até pontos de venda de água de poços no Canal do Mata Fome. Agora, esse projeto vai resolver definitivamente o problema.

lourival Batalha Filho (Frigideira) - líder da Comunida-de Bom Jesus.

ExpedienteDiretoria da SAAEB

Diretor-Presidente: Raul Meireles.Diretora-Geral: Etelvina Vilanova.Diretor-Financeiro: Francisco Carlos Guimarães.Diretor-Comercial: Antônio CarlosDornelas.Diretor de Projetos e Obras: Luiz Fel-gueiras.Diretor de Operação e Manutenção: João Neto.

Sede Administrativa: Travessa do Chaco, 2481 Bairro: Marco CEP: 66093-410 Belém - PA Fone: (91) 3086-3096 / 3226-0391E-mail: [email protected]

Água POtÁvEl

Éa primeira vez que temos uma pro-posta que vai iniciar a resolução do nosso problema de falta de água, que

é um grande problema de saúde pública, porque a maior parte da água do Tapanã está contaminada, inclusive os poços arte-sianos, por isso será de grande ajuda.

Francisca alves de sousa - líder da comunidade Jardim uberaba, no tapanã.

Atualmente, nas áreas urbanas do Brasil, 10% dos moradores

não recebem água tratada, 48% não são atendidos por redes coletoras de es-

goto e 68% dos esgotos domésticos não são tratados. Belém, infelizmente, faz parte dessa dura realidade. Mas estamos trabalhando em parceria com a Prefeitura de Belém para mu-dar essa situação. Com os recursos que eu consegui, em breve, vai jorrar água de boa qualidade das torneiras das casas de mais de 150 mil moradores.

José Priante - Deputado Federal (PMDB-Pa).

Page 4: Jornal do Saaeb Pará

Junho - 2006� serviço autônomo de Água e Esgoto de Belém

Meireles defende titularidadeO município deve ser o titular dos serviços de água e esgotamento sanitárioO diretor-presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (SAAEB), Raul Meireles, defende a titularidade municipal dos serviços de água e esgotamento sanitário na capital, a exemplo do que já ocorreu com os setores de saúde e trânsito, hoje encampados pelas próprias prefeituras. Com esse objetivo, Meireles propõe instalar uma “sala de debate” com todos os segmentos da sociedade para a implantação deste novo modelo de gestão institucional.

O que é o SAAEB e quais são as suas atribuições? O que o distingue da Cosanpa?

O SAAEB é uma autarquia municipal criada pela Lei nº 6.695, de 17 de junho de 1969, completa, portanto, 37 anos de fundação neste mês. Goza de autonomia administrativa, financeira e patrimonial e integra a administração indireta da Pre-feitura de Belém. Logo, não se confunde do ponto de vista jurídico-administrativo com a Cosanpa, que é uma empresa de economia mista vinculada ao governo estadual.

Aliás, Belém é um caso singular, pois é a única capital brasileira abastecida por duas operadoras públicas que prestam serviço de abastecimento de água potá-vel: o SAAEB, que abastece Belém em torno de 15% a 20%, e a Cosanpa, que abastece Belém em torno de 70% a 75%. Donde se conclui que de 10% a 15% da população não têm sequer uma gota de água potável, proveniente de um serviço público, para seu consumo diário. Isso é mais grave se considerarmos que mora-mos na esquina mais cobiçada do plane-ta, isto é, na confluência do rio Amazonas com o oceano Atlântico.

O SAAEB abastece a área da periferia urbana mais carente de Belém, onde o IDH (Índice de Desenvolvimento Huma-no) é mais baixo. Ele começa a abastecer Belém a partir dos bairros da Pratinha, Benguí e Tapanã, incluindo toda a área da bacia do Mata-Fome, abastece tam-bém Icoaraci, Outeiro, parte de Mosqueiro e toda a região insular de Belém, como

Cotijuba, Jutuba, etc. É preciso deixar consignado desde já que

o SAAEB não pode ser pensado, nem administrado, como uma empresa privada que se move unicamente atrás do lucro, em busca de reproduzir, em escala, o ca-pital que investe. O lucro do SAAEB não pode, portanto, ser contabilizado como lucro meramente econômico-financeiro, mas lucro econômico-social. Sua missão fundamental é universalizar o abasteci-mento de água e o tratamento do esgoto sanitário, com sustentabilidade.

Quando se fala em universalizar, isso quer dizer atender toda a população?

É um direito inalienável de qualquer cida-dão ter água potável para seu consumo diário e esgoto sanitário tratado. Está consignado em inúmeros documentos de organismos internacionais, como a ONU, a Unesco, etc., que o direito ao saneamento básico é tão fundamental ao cidadão quanto o direito à habitação.

Todo mundo sabe que a cada dólar investido em saneamento básico é pos-sível economizar quatro dólares na outra ponta, ou seja, no tratamento médico-hospitalar, na medicina curativa. Esse dis-curso a gente escuta com freqüência nos simpósios, nas conferências, mas não vê

ser traduzido em ações concretas. O pessoal costuma dizer: “Olha, político

não gosta de fazer obra de saneamento porque, depois que botam os tubos em-baixo da terra, todo mundo esquece”. Parece uma coisa perversa, mas, em certo sentido, é como a questão do sa-neamento básico se manifesta no imagi-nário popular. Se não tem saneamento, a população se ressente. Se o carro do lixo não passa, a água falta, a vala está a céu aberto, o cidadão reclama das autorida-des públicas. Isso implica, obviamente, a perda de apoio popular. Se daqui a pouco a coisa melhora, o carro do lixo faz a co-leta regular, o abastecimento de água fica permanente, a vala é fechada e o esgoto é construído, as pessoas parecem esque-cer. No entanto, isso é apenas aparente. Se a inexistência de saneamento básico tira voto, o contrário é verdadeiro. É óbvio que isso não pode orientar nossa ação. Contudo, acho que acaba influenciando alguns políticos.

Como é feita a captação da água que abastece as áreas onde o SAAEB atua? É igual à da Cosanpa?

No caso do SAAEB, toda a nossa capta-ção é subterrânea, feita através de poços tubulares com profundidade média de 270

raul Meireles é favorável à celebração de contrato de programa entre o Estado e o Município de Belém

ENtrEvista

Page 5: Jornal do Saaeb Pará

Junho - 2006 �serviço autônomo de Água e Esgoto de Belém

metros, onde ocorre um dos maiores ma-nanciais subterrâneos de água doce do País, que é o aqüífero Pirabas, cuja água já vem em condições de potabilidade para o consumo humano. Basta, portanto, tão-somente clorar a água para evitar sua contaminação na rede de distribui-ção. A Cosanpa faz captação subterrânea em alguns municípios, como, por exem-plo, Ananindeua. No entanto, em Belém toda a captação da Cosanpa é superficial. É bom termos as duas alternativas, ain-da mais quando sabemos que alguns lugares do Nordeste do país não dispõem de nenhuma opção.

O exercício da titularidade pelo poder municipal em rela-ção ao abastecimento de água e esgotamento sanitário implicaria a extinção da Cosanpa?

Absolutamente. O que se pretende é que o poder público municipal passe a regular toda a prestação dos serviços de água e esgoto sanitário. Um bom exemplo disso é o que ocorreu com a Ctbel, que controla o trânsito e o transporte, mas nem por isso acabou com as empresas que ope-ram o sistema e hoje é quem estabelece a política de tarifas, de concessão de linhas e, principalmente, de qualidade da prestação dos serviços. Compete ao município formular as políticas e ditar as regras. E isso vem justamente ao encontro daquela visão que o governo do Estado defende, traduzida pela bandeira da municipalização do desenvolvimento. O saneamento básico aqui referido deve ser entendido como ações integradas que incluem desde a coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resí-duos sólidos, esgoto pluvial e sanitário e o abastecimento de água potável. Isso tem de ser feito de uma forma integrada. Não se consegue, por exemplo, elaborar um Plano Diretor de Saneamento Básico para o município se tivermos apenas uma parte deste saneamento plenamente municipalizado e a outra parte incipiente, como é o caso do abastecimento de água e do esgotamento sanitário, sendo que a maioria desse controle é exercida pelo go-verno do Estado, através da Cosanpa. Eu acredito que hoje a tendência nacional é que essas companhias, essas empresas, aos poucos se transformem em agências reguladoras estaduais. E como é que tem sido feito esse processo de transição? As companhias estaduais de saneamen-

to incentivam e coordenam a formação de consórcios entre municípios de uma determinada região, transferindo todo o know-how de gestão para aquele muni-cípio, que inclui operação, manutenção, elaboração de projetos e regulação. A partir do momento que o município ganha maturidade para operar o sistema como um todo, a companhia se retira e ele cria

o seu próprio órgão prestador de serviço de água e esgotamento sanitário, a sua autarquia, ou o modelo jurídico-administrativo que achar mais conveniente.

Como SAAEB e Co-sanpa operam o sistema?

Em Belém, ocorre uma situação, no mínimo, curiosa: enquanto o SAAEB abastece a área de expansão urbana mais

carente, na qual o IDH (Índice de De-senvolvimento Humano) é baixíssimo e onde está concentrado o maior déficit de abastecimento de água de Belém, que corresponde a aproximadamente 15% da população, a Cosanpa abas-tece a “área nobre” de Belém, sem se preocupar com investimentos na área de expansão urbana. Nesse sentido, é correto afirmar e factível de provar que o déficit do SAAEB financia o superávit da Cosanpa, sem que o Município – titular da prestação de serviços de interesse lo-cal, por definição constitucional – receba qualquer percentual compensatório.

Como se efetivaria a titularidade mu-nicipal em relação à água e esgoto sanitário?

Do ponto de vista legal, não há nenhuma dúvida de que a gestão dos serviços de interesse local é uma atribuição do município por força do artigo 30, incisos I e V, da Constituição Federal. A partir do momento que se estabelecer essa discussão, como é que essa transição, na prática, vai se concretizar? Eu penso que da mesma maneira como ocorreu em relação a outros serviços públicos que foram municipa-lizados. Não há por que ser diferente. Nós assistimos ao processo de municipalização da saúde, da educação, do trânsito, do transporte, sem quebra do pacto fe-derativo entre Estado e Município. Você vai enfrentar, obviamente, resistências daqui, dali, resistência corporativa de uma ou outra categoria ou de um segmento social. Tem tudo isso, além, claro, da

dimensão do ponto de vista do poder. Alguém vai ganhar mais poder. Alguém vai perder poder. Mas essa discussão é secundária se a população será be-neficiada com a municipalização. Hoje, inclusive nacionalmente, em relação às companhias estaduais, sobretudo depois da Lei dos Consórcios, a situação se agravou. Muitas delas estão operando sem amparo legal porque não ocorreu a renovação dos contratos de concessão. A Cosanpa, como responsável por 70% dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Belém, há muito tempo opera de maneira irregular, sobre-tudo após a Constituição de 1988, quando o Município passou à condição de titular dos serviços de interesse local. Desse modo, necessário se faz estabelecer, ur-gentemente, o marco regulatório entre o Estado e o Município de Belém, relativo ao abastecimento de água e esgotamento sanitário, através da celebração de um Contrato de Programa, como prevê a Lei nº. 11.107 (Lei dos Consórcios) de 6 de abril de 2005.

O que é Contrato de Programa? Essa nova figura jurídica, do Contrato

de Programa, nada mais é do que o instrumento pelo qual se constituem e se regulam, como condição de sua va-lidade, as obrigações que um ente da Federação assume para com outro ente Federativo, ou para com um consórcio público, no âmbito de uma gestão asso-ciada, na qual ocorra a prestação de ser-viços ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou bens necessários à continuidade dos serviços transferidos. O Contrato de Programa deve atender, também, à legislação de concessões e permissões de serviços públicos e, especialmente no que se

refere ao cálculo de tarifas e de outros preços públicos, à regulação dos serviços a se-rem prestados, além de prever procedimentos que garantam a transparência da gestão eco-nômica e financeira de cada serviço em relação a cada um de seus titulares. Por fim, o Contrato de Programa deve estabelecer, ainda, metas,

prazos e os investimentos necessários para liquidar com o déficit de abaste-cimento de água e implantar um amplo programa de esgotamento sanitário que nos retire do ridículo índice de apenas 6% de esgoto coletado.

a gestão do saneamento básico deve ser feita de forma integrada

a tendência é que as companhias se tornem agências reguladoras

ENtrEvista

Page 6: Jornal do Saaeb Pará

Junho - 20066 serviço autônomo de Água e Esgoto de Belém

Capacidade vai ser duplicadaEm 2 anos, com investimento de R$ 18 milhões, SaaEB ampliará a oferta de serviços para 280 mil habitantes

Em dois anos, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (SAAEB) vai duplicar a sua capacidade de abas-tecimento de água nas comunidades carentes. Hoje, o SAAEB beneficia em torno de 150 mil pessoas; porém, a oferta desse serviço essencial será ampliada para, aproximadamente, 280 mil habitantes, em 2007, com investi-mentos da ordem de R$ 18 milhões, contratados para o período 2005/2006, visando à implantação de doze proje-tos de abastecimento de água potá-vel e dois de esgotamento sanitário, compostos de poços tubulares com profundidade média de 270 metros, reservatórios com capacidade de ar-mazenamento variando entre 500.000 e 1.000.000 de litros de água, mais de 160 km de rede de distribuição e capacidade máxima para 30.000 novas ligações domiciliares.

Segundo o diretor-presidente do SAAEB, Raul Meireles, com esse in-vestimento, da ordem de R$ 18 mi-lhões, que está sendo feito em 2006, “significa realizar, nesses dois anos de gestão do prefeito Duciomar Costa, mais do que foi realizado nos 37 anos de existência do SAAEB”.

“Vamos ampliar nossa oferta para áreas que até então nunca foram abas-tecidas por nenhum serviço público. Por exemplo, os bairros da Pratinha, Benguí e Tapanã, especialmente a ba-cia do Mata-Fome e seu entorno, que é uma das áreas onde ocorre o maior dé-ficit de abastecimento de água potável em Belém. Lá, nós estamos investindo, só em sistema de abastecimento de água, mais de R$ 5.900.000,00”, infor-mou Meireles.

Também já se encontram em execu-ção as obras de instalação da Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário da Praia Grande, em Outeiro, “a praia mais famosa, mais visitada deste Es-tado, que a gente chama de praia do povão aqui de Belém”.

Serão feitos a coleta, o transporte, o

tratamento e a destinação final de todo o esgoto sanitário que é produzido na orla da Praia Grande, gerando condi-ções ideais de balneabilidade para que a população possa ter o seu lazer sem risco à saúde, “até porque a água é um dos principais veículos de propagação de doenças”, observou o diretor-presi-dente do SAAEB.

Segundo Raul Meireles, quando ele assumiu o SAAEB descobriu que cer-ca de R$ 6.200.000,00 de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) destinados a cinco sistemas de abastecimento de água, com capacidade média para abastecer, cada um, três mil famílias, estavam na iminência de serem perdidos se, até o dia 30 de junho de 2005, não fosse obtida autorização da Secretaria do Tesouro Nacional para operação de crédito. “Numa cidade tão carente como a nossa é um absurdo perder um recurso como esse. Aliás, em qualquer cidade brasileira”, criticou. Por esse motivo, acrescentou, “fomos a Brasí-lia, brigamos, lutamos, nos valemos do prestígio que o prefeito Duciomar tem em Brasília, da nossa bancada de senadores, deputados federais, e con-

seguimos, no dia 30 de junho, garantir a manutenção desses recursos para o município”, disse.

O outro bloco de recursos, da ordem de R$ 5.320.000,00, da Fundação Na-cional de Saúde (Funasa), também já contratados e não executados, estava na iminência de ser devolvido se até o fim do exercício financeiro de 2005 não se conseguisse fazer o desembolso.

“Isso corresponde a mais dois siste-mas de abastecimento de água e dois de esgotamento sanitário. Consegui-mos licitar as quatro obras e fazer o desembolso no final do ano de 2005, garantindo esses recursos. Já temos então R$ 11 milhões. Paralelamente, entramos na chamada pública nº 4, apresentamos três propostas no Proje-to de Saneamento Ambiental em Regi-ões Metropolitanas, do Ministério das Cidades/Ministério da Saúde/Funasa e conseguimos a aprovação de todas três, perfazendo um montante de apro-ximadamente R$ 4 milhões. Com os 11 milhões anteriores, chegamos a R$ 15 milhões. Conseguimos, ainda, no final do ano passado, mais R$ 3 milhões, de emenda parlamentar, destinados a Belém pelo deputado José Priante, do

implantação do sistema abastecimento de água potável no bairro são João do Outeiro, na ilha de Caratateua

CaPtaçãO híDriCa

Page 7: Jornal do Saaeb Pará

Junho - 2006 7serviço autônomo de Água e Esgoto de Belém

PMDB, para implantação de sistemas de abastecimento de água, dos quais R$ 2 milhões estão sendo investidos nos bairros da Pratinha e Tapanã e R$ 1 milhão no bairro de Carananduba, em Mosqueiro. Com isso, chegamos aos R$ 18 milhões que estamos in-vestindo neste ano de 2006”, disse Meireles.

A título de esclarecimento, apro-ximadamente R$ 12 milhões corres-pondem a recursos não onerosos fi-nanciados pelo Ministério das Cida-des/Ministério da Saúde/Funasa e os R$ 6 milhões restantes são recursos onerosos financiados pelo FGTS/Cai-xa, sendo que o município de Belém entra com uma contrapartida de 5,5%, em média, do valor global do investi-mento”, detalhou Meireles.

Apoio - O diretor-presidente do SAAEB também elogia a competência e dedicação da sua equipe de traba-lho. “Apesar do número reduzido de técnicos que possuímos, essa equipe conseguiu elaborar os projetos que, em última instância, possibilitaram a captação desses recursos.”

Meireles também destacou o apoio que tem recebido do prefeito Duciomar Costa, decisivo para o êxito da em-preitada. “Agradeço também a nossa bancada de senadores e deputados federais, particularmente o trabalho do deputado Priante, que nos ajudou muito na liberação de parte desses recursos. O saneamento parece caro, no sentido financeiro, mas significa in-vestimento de elevado retorno social. Não adianta esperar – o município não vai conseguir realizar obras de saneamento ambiental com recursos orçamentários. Você tem que correr atrás de recursos extra-orçamentá-rios”, afirmou Raul Meireles.

Sistema de Abastecimento de Água do Bairro de Águas Negras II (Icoaraci) para 10.000 habitan-

tes, no valor de R$ 877.256, 45. Abertura da Licitação prevista para o dia 20/06/06 (Caixa/FGTS)

Sistema de Abastecimento de Água da 5ª Rua de Mosqueiro para 15.000 habitantes, no valor de R$

1.650.100,00. Abertura da Licitação previs-ta para o dia 20/06/06. (Funasa)

Sistema de Abastecimento de Água da Bacia do Mata Fome I para 10.000 habitantes, no valor de R$

1.803.750,00. Em execução (Funasa)Sistema de Abastecimento de Água de São João de Outeiro I para 15.000 habitantes, no valor de R$

1.913.320,00. Em execução. (Funasa)Sistema de Abastecimento de Água de São Roque - Icoaraci para 12.000 habitantes, no va-

lor de R$ 1.369.320,20. Abertura da Licitação prevista para o dia 20/06/06. (Funasa)

Sistema de Abastecimento de Água do Conjunto Eduardo An-gelim para 15.000 habitantes, no

valor de R$ 488.712,16. Abertura da Licitação prevista para o dia 20/06/06 (Funasa).

Ampliação do Sistema de Abas-tecimento de Água do Mata Fome II para 15.000 habitantes

no valor de R$ 2.105.263,17. Aber-tura da Licitação prevista para o dia 20/06/06. (Funasa)

Sistema de Abastecimento de Água da Bacia do Mata Fome II para 17.000 habitantes, no

valor R$ 1.751.643,34. Abertura da

Licitação prevista para o dia 21/06/06. (Caixa/FGTS)

Sistema de Abastecimento de Água do São João de Outeiro II para 17.000 habitantes, no

valor de R$ 1.836.086,28. Abertura da Licitação prevista para o dia 20/06/06. (Caixa/FGTS)

Sistema de Abastecimento de Água do Aeroporto/Mosqueiro para 8.000 habitantes, no va-

lor de R$ 988.279,44. Abertura da Licitação prevista para o dia 20/06/06. (Caixa/FGTS)

Sistema de Abastecimento de Água de Carananduba II/Mos-queiro para 7.000 habitantes,

no valor de R$ 867.138,46. Abertura da Licitação prevista para o dia 20/06/06. (Caixa/FGTS)

Sistema de Abastecimento de Água de Carananduba I/Mos-queiro - 7.000 habitantes - R$

1.052.631,59 Abertura da Licitação prevista para o dia 21/06/06 (Funasa).

Sistema de Esgotamento Sani-tário do Pantanal - Mosqueiro para 3.000 habitantes, no va-

lor de R$ 824.850,00. Em execução. (Funasa)

Sistema de Esgotamento Sani-tário da Praia Grande - Outei-ro. Até 3.000 habitantes - R$

805.850,00. Em execução. (Funasa)Sistema de Abastecimento de Água do entorno do Aldo Almei-da, Tapanã. Até 3.000 habitantes.

R$ 246.769,00. Em análise na Caixa.

PROJETOS E OBRAS

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reunião em Brasília com o presidente da Funasa, Paulo lustosa, para captar recursos sistema de abastecimento de Água do Mata Fome i, localizado no bairro do tapanã

TOTAL: R$ 18.580.970,00

1�

Page 8: Jornal do Saaeb Pará

Junho - 20068 serviço autônomo de Água e Esgoto de Belém

saaEB festeja seus 37 anosEvento inclui sessão especial na Câmara de Vereadores e inauguração do laboratório de análise de água

Em comemoração aos 37 anos de fun-dação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (SAAEB), será promo-vida uma vasta programação alusiva ao aniversário da autarquia, que transcorre no dia 17 de junho. A programação será nos dias 21 e 23, reunindo usuários do serviço, funcionários e a diretoria do SAAEB, além da presença do prefeito Duciomar Costa. Entre os eventos programados haverá uma sessão especial na Câmara Municipal de Vereadores, atendendo requerimento de diversos parlamentares, entre eles Armê-nio Moraes (PTB), líder do governo na Casa; e Iran Moraes (PTB), primeiro-se-cretário da Câmara.

No dia 23, às 10 horas, será inaugu-rado o Laboratório de Análise de Água do SAAEB. a campanha também objetiva a limpeza da rede de distribuição de água e esgoto sanitário

aNivErsÁriO

Dia: 21/06– às 11h45 Sessão Especial na Câmara Muni-

cipal de Belém, em comemoração aos 37 anos de Fundação do Ser-viço Autônomo de Água e Esgoto de Belém - SAAEB.

Dia: 23/06 Às 8 horas – Missa Solene em

Ação de Graças. Local: Capela do Colégio Nossa

Srª. de Lourdes em Icoaraci. 10 horas – Inauguração do La-

boratór io de Anál ise de Água do SAAEB.

Local: SAAEB/Icoaraci – Travessa Souza Franco, 1229.

11 horas – Visita técnica às obras do Outeiro:

Ao Sistema de Abastecimento de Água de São João de Outeiro;

Ao Sistema de Esgotamento Sa-nitário da Praia Grande.

12 horas – Visita à obra do Tapanã: Sistema de Abastecimento de

Água da Bacia do Mata Fome. I 13 horas – Almoço de confraternização.

PrOgraMaçãO regularize seu débitoO Serviço Autônomo de Água e

Esgoto de Belém (SAAEB) lançou a campanha denominada “Operação Verão”, que inclui ações de manu-tenção da rede de distribuição de água e esgoto sanitário, de educação sanitária e ambiental e ainda facilitar aos usuários do serviço regularizar seus débitos em atraso, através de parcelamento, conforme estabelece a Portaria 009/2006. Veja a íntegra da portaria:

“Art 1º. A ação intitulada ‘Operação Verão’ objetiva à recuperação de re-ceita junto aos usuários inadimplentes com a autarquia municipal.

Art. 2º - Os débitos referentes aos exercícios de 2004, 2005 e 2006 deverão ser acrescidos de juros e multas, de acordo com a legislação em vigor.

§ 1º - Para abertura de negocia-ções referente à dívida ativa dos anos de 2004 e 2005 é obrigatória

a quitação dos débitos referentes a 2006;

§ 2º - Os juros e multas dos exercícios de 2004 e 2005 somente serão descontados se o pagamento for à vista.

§ 3º - Somente será parcelada a dívida ativa referente aos exercícios 2004 e 2005 em até seis (6) vezes, acrescidos de juros e multas.

Art. 3º - Para a formalização de negociação de débito com o usuário, será assinado um Termo de Acordo de Parcelamento.

Art. 4º - O não pagamento da fatura do mês vincendo e/ou do acordo de parcelamento por mais de trinta (30) dias ensejará a interrup-ção do fornecimento de água.

Art. 5º - A ação ‘Operação Verão’ deverá ter seu início a partir do dia 29/05/2006.

Art. 6º - Revogam-se as disposi-ções em contrário”.