jornal de umbanda sagrada - maio2016

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    JORNAL DE UMBANDA  S AGRADA  - MAIO/2016  Página -3

     Vocês sabem porque essapostagem sumiu do Facebook?

    Pombagira, a pétala do amor 

    Por MARCELO MORENO (Magia do Axé) – Contato: [email protected]

    Sim, a postagem original foiCENSURADA pelo Facebook enossa página desativada por umdia em punição. Punição de quê?Por termos postado um desenhocom seios à mostra.

    Essa medida só reafirma oque essas entidades vem lutan-do e que tanto falamos aqui:IGUALDADE! Essa hipererotização

    difundida na nossa sociedade, porlosoas antiquadas e opressoras,do corpo humano como meio devulgaridade, é o que causa essaestranheza. O corpo humano

    não é vulgar; é lindo. Sexo nãoé sujo, é contemplação (quandousado com consciência). Eu, você,todos os seres vivos não somosinferiores por estarmos na Terra,ao contrário: somos todos seresmuito especiais para Olodumaré,o Criador, tanto que Ele insiste emnos dar novas e novas chances deevolução!

    Parafraseando um meme dainternet: Por que mamilos sãoTÃO polêmicos?! As pessoas nãose amamentam quando peque-nas?!

     Vamos falar das Pombagirashoje. Bom, pra começar, Pom-bagira, Pombogira, Bombogira,todas essas nomenclaturas sãocorruptelas da palavra Bantu

     “Bongbogirá” que quer dizer Exu.O costume adaptou essa palavrapara denominar a companheirade Exu, o que é absolutamenteaceito por elas.

    Então, foram putas?

    Não necessariamente, e essa

    questão é delicada. Estamos fa-lando de uma religião (Umbanda)criada no começo do século XX,com espíritos remanescentes daescravidão, e de um Brasil precá-rio e bem preconceituoso, onde amulher era explorada das formasmais desumanas, e seus direitos

     As Pombagiras, em sua maioria, agem no campo vibracionaldo sentimento, mas não só do amor. Por terem a essência femi-nina, têm a sensibilidade de diagnosticar feridas na alma, seja

    pelo rancor, amor não correspondido, sentimento de ingratidão,enm, qualquer coisa que leve o ser humano a sucumbir peloemocional.

    Não quer dizer, também, que não ajam pela magia. Aliás,o que fazem muito bem por serem meticulosas em seus traba-lhos. Mas por terem essa sensibilidade aguçada, ajudam-nos acurar feridas emocionais que não percebemos, mas que com otempo possam se tornar monstros que devorem a nós e a quemamamos. É por essas ssuras que também somos invadidos porenergias e pensamentos negativos, nos tornando presas fáceispara os espíritos de baixa vibração.

    São muito conhecidas pela cura dos amores não corres-pondidos, mas nem ouse pedir o amado de volta a elas, poisrespeitam EXTREMAMENTE o livre arbítrio do próximo e irálevantar sua autoestima para seguir em frente e não car lheprometendo a decisão do outro, coisa que não pode fazer. Se ozer, essa entidade não trabalha dentro da lei, pois Pombagiraque é Pombagira não aceita a mulher se submeter ao homem:encoraja ela a ser igual e seguir sempre forte.

    Salve seus trabalhos! Salve suas forças! Laroyê Pombagira! Seo mundo não me der amor, que eu tenha sempre o vosso! Laroyê!

    Pombagira é ou foi puta?

    praticamente não existiam. Quan-do esses espíritos começaram aincorporar, traziam essa origempobre, essa vida calejada, e sim:muitas foram putas para sobre-viver. E isso era comum, pois seanalisarmos o século XIX paratrás, a mulher era um objeto dohomem.

    Lembra da história de que aprimeira impressão é tudo? Então,o estigma da puta cou com as

    Pombagiras.Mas esses espíritos souberamusar isso de forma maravilhosa,pois com esse rótulo levantarama bandeira das que não tinhamvoz, pois toda mulher que sofriaopressão as procuravam, por ima-ginar que por elas terem sofrido

    tanto poderiam acolhe-las, e eraexatamente assim.

    Mas então, eram putas? Sime não. Alguns espíritos foram,outros não. Nem todas as Pomba-giras foram putas, muitas foramrainhas, condessas, advogadas,marquesas, trabalhadoras daindústria, mulheres comuns. Nósencarnados fantasiamos demaissobre a origem delas, que sãotrabalhadoras que passaram pela

    Terra e trabalham no astral paraauxiliar os encarnados.Mas porque estão sempre de

    peito de fora? Essas represen-tações são somente imagéticas,herança desse passado que, par-ticularmente, acho super válido.

     A Pombagira é um símbolo de

    poder feminino, e não acho queseja ofensivo mostrar o que os

    homens também mostram e nãosão reprimidos.

    Claro que em uma Gira issonão acontece. É preciso que te-nhamos essa consciência, analo espírito SEMPRE vai respeitaro livre arbítrio do seu cavalo, nãocolocando-o em situações cons-

    trangedoras ou perigosas.

    Por m, as que foram putas

    são maravilhosas e MOJUBÁ! Asque foram da nobreza tambémsão maravilhosas e MOJUBÁ!

     Vamos acabar com esse precon-ceito nosso também de recrimi-nar as que foram putas, porqueExu não exclui, só inclui, nãoé?! Axé! :)

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    Página - 4 JORNAL DE UMBANDA  S AGRADA  - MAIO/2016

    Por RODRIGO QUEIROZ – (Ditado por Sra. maria Padilha) - Contato: [email protected]

    Linha e Arquétipodas Guardiãs Pombagiras

    “Uma rosa cor de sangue,cintila em suas mãos,

    Um sorriso que nas sombrasnão diz sim nem não,

    Põe na boca cigarrilha e

    se acende um olhar,

    Que nas Trevas sabe o

    bem e o mal pra quem

    quiser amar….” 

     – Olá moço! Salve! – Minhas reverênci as Se-

    nhora! – Moço coube a mim falar um

    pouco de nós, vamos lá?

     – Senhora, já que ten ta-rei escrever sobre o termo do

     “Orixá Pomba Gira” vamos falarda questão prática, ou seja, dosurgimento de vocês mulheres naforça de exu, também conhecidascomo Exu Mulher.

     – Ah moço, ainda tem essa,né? Exu Mulher já é demais. Se-ria o mesmo que dizer RodrigoMulher ou coisa parecida. Masentendemos quando criaram estetermo era apenas para tentarexplicar algo que desconheciam

    e demoraria ainda um bom tempopara se ter ferramentas e bonsargumentos para melhor explicarnossa “aparição” nos terreiros.

     – Entendido… E como issose dá?

     – Antes de “aparecermos” nosterreiros de Umbanda já manifes-távamos em alguns lugares quenos permitiam como em algunsCatimbós, Macumbas Cariocas,etc. Não usavam o termo Pomba

    Gira, mas sim Princesa, Madamee coisas do tipo. Estas apariçõeseram rariadas e cava a cargode médiuns mulheres que seabriam a nós, no entanto poucaso faziam.

     – E por que isso? – A sociedade em que você

    vive é patriarcal, logo extrema-mente machista, hoje um tantomascarado pela evolução tec-nológica e globalizado, mas são

    essencialmente machistas, tantoé que ainda chamam Deus dePai, gura masculina e estruturapatriarcal.

     – Isso é verdade! – E há um século atrás era

    muito pior e declarado este rebai-

    xamento do sexo feminino. Assim,aparecemos em peso nos terreirosna década de 60 nos juntando aomovimento feminista que nestepaís criou grande repercussãonesta época.

     – Hummm, quer dizer que vo-cês vieram nos combater? (risos)

     – Viemos combater a desi-gualdade moço, e continuamosfazendo.

     – A Umbanda se mostra comoum ponto de convergência paratodos os meios menos favorecidose oprimidos, não acha?

     – É fato. Seu universalismoe sua meta é essa, por isso temquem acredite que será a religiãoprincipal do futuro.

    Continuando, por séculos amulher era apenas coadjuvanteexistencial, sem muita importân-cia, porém necessária e aquelasque tentaram mudar esta realida-de foram mortas e ridicularizadasde alguma forma. Mas não careiaqui relembrando o passado,certo?

     – Tudo bem.

     – Esta realidade brutal searrastou por séculos a o e como

     já disse começou a mudar a re-alidade nos anos 60 aqui nestepaís. Quando aparecemos nosterreiros éramos o retrato de tudoaquilo que as mulheres sonhavamem ser, mas já tinham perdido aesperança. Também éramos tudoque os homens gostavam, mascombatiam covardemente.

     – Não entendo. Temos no-tícias que vocês eram tratadascomo ex-prostitutas, ex-marginais

    e ex-alguma coisa muito ruim eamoral.

     – (gargalhada) Isso é o quetentaram dizer. Intriga dos covar-des moço. (gargalhada)

     – Então continue.

     – Pois bem, nesta época, vejaos retratos das mulheres nestaépoca. Eram opacas, pálidas,feias e amarguradas. A vaidadeera abafada de todas as formas e

    sensualidade era algo que muitasvezes nem brotava no âmago damulher. Um combate cruel contraa natureza.

    E surge nós, mulheres inde-pendentes, rmes, alegres, riso-nhas, esbanjando sensualidade,sem papas na língua “afrontando”

    a covardia machista imperante.Confesso moço, viemos auxiliar amulher para se livrarem deste cár-cere emocional que viviam. Fomosmuito combatidas, até hoje somosmas a luta já está mais fácil. Nestetempo não tachavam somentenós como seres amorais e todos

    adjetivos que possa imaginar, amédium caia na mesma vala. Sepra mulher incorporar uma pombagira era um escândalo, imaginequando ocorria com um homem.Era raro, mas fazíamos questão deprovocar estas situações.

    No momento em que come-çamos aparecer nos terreiros etudo isso foi cautelosamente pen-sado, nos preparamos e foi uma

     “invasão” coleti va, simultâneo.

     A médium que aparecia opacano terreiro ao estar mediunizadapor nós cava linda, pois juntavasua sensualidade escondida coma nossa e aquela mulher viravaum furacão. É certo que muitoscasamentos acabaram por isso,porém muitos outros tambémforam salvos.

    Nosso foco inicial era a mu-lher. Libertar o ser feminino domedo e da dependência foi e é

    nosso norte. Fazemos a guarda domovimento feminista. Reconheçaque muito se conquistou assim.

    Tínhamos que provocar, porisso quando nos perguntavamse éramos “putas” respondíamoscom uma sonora gargalhada. Seéramos “bruxas” a mesma res-posta. E quando cantavam que

     “pomba gira é, mulher de setemaridos”, a provocação estavafeita. Pois era a situação inversa,

    ou seja, não o homem podendoa poligamia, mas sim a mulhersubjugando vários homens sobseu feminilismo e encanto.

     – Interessante…

     – Árduo moço, muito árduo.Desde então nosso trabalho foicrescendo e se manifestandode forma organizada igual aotrabalho dos exus, somos a outraparte de exu que usando estetermo abriga os seres masculinosno grau Guardião de evolução enós no termo Pomba Gira somosas mulheres no grau Guardiã deevolução.

     – Quer dizer que o arquétipode vocês também se baseia namilícia?

     – Não, apenas representamosa mulher independente, capaz elivre. Somos como disse, aquiloque toda mulher busca ser e tudoaquilo que os homens gostammas tem medo.

     – É certo que existem algumasPomba Giras que foram prostitu-tas e marginais.

     – Sim é certo, como tambémexistem Exus que foram a piorespécie de homens. Porém istoé um caso a parte. O que fomospouco importa, pois no geral,como todos os encarnados, somosespíritos humanos que sofreramsua queda e já lúcidos retoma-mos nosso caminho de evolução,assumindo um grau e campo deatuação sob a regência dos Ori-

    xás e guardando a esquerda dosencarnados.

     – Senhora é verdade que vo-cês são especializadas em fazeramarrações?

     – Sim, da mesma forma quesomos especializadas em trans-formar homens em gays (garga-lhada). Brincadeira a parte moço,esta é mais uma colocação dosmal informados. Nós já estamoslivres destes “vícios” emocionaise não praticamos nada fora dolivre arbítrio que impera na cria-ção Divina. Portanto, não somosamarradoras de nada e não deci-dimos sexualidade de ninguém.No entanto, somos especializadasem desfazer estas anomaliasmagísticas.

    É isso moço, vamos parar poraqui e ca em síntese registradoque Pomba Gira são espíritos hu-manos femininos que estão numgrau ao lado de exu e atuam prin-cipalmente no coração e na mentedaqueles que de certa forma sepermitem ficar acrisolados emsuas próprias tormentas. Estimu-lamos o que o indivíduo tem demelhor, para que estes desejemser melhores. Em nosso encantoe sensualidade mostramos que detudo o que vale a pena é preservara felicidade.

    Fique em paz moço noutraoportunidade sentamos nova-mente.

     – Muito obrigado, senhora.Este é um assunto extenso epoderíamos fazer um livro comcentenas de páginas, mas não épossível agora, então mais uma

    vez muito obrigado! – Salve!

     – Saravá Pombagira MariaPadilha.

    Nota do Médium:  Por umtempo tive resistência quanto ao

    trabalho de Pombagira, mera-mente por falta de informação.Hoje entendo o suciente paraperceber seu papel fundamentale insubstituível num Terreiro.

     Ainda assim, quando achei estarpronto para incorporar DonaPadilha me surpreendi por nãoestar. Pois é, na ocasião comeceisentir meu corpo mudar e meassustei, bloqueei e de certaforma mantive um trauma. Um

    tempo depois ela se manifestousem usar o mesmo artifício deme levar sentir sicamente suaestrutura. Consciente na incorpo-ração, vivi um misto de vergonhae encanto, vergonha por me verrequebrado e encantado porter a oportunidade de aprendere sentir um pouco mais desteuniverso tão complicado que é oser feminino.

    Também pude pôr à prova

    que espírito algum muda nossaorientação sexual ou coisa dotipo.

    Quanto ao termo Pombagira,muitas são as discussões. Algunsdizem ser Pomba – um símboloda genital feminina (vulva) eGira – o fato dela dançar girandono Terreiro, ou seja, uma espéciede vulva girante, faceira e poraí vai. A meu ver é um tantopreconceituoso e sem nexo essa

     “tradução”.Outro ponto de vista muitoprovável é que Pombagira éuma variante de Bombojila, umadivindade africana não Yorubáequivalente a Exu que começoua ser cultuada no surgimento doCandomblé por conta da fusãodos Cultos de Nação em terrasbrasileiras. Como temos Exurepresentando os Guardiões naUmbanda, teríamos que ter algu-

    ma referência para às Guardiãs,então resgataram Bombojila, quenum aportuguesamento forçadofoi sofrendo variações fonéticas:Bombojila – Bumbojila – BomboGira – Pumbu Gira e Pomba Gira.Sabe como é leitor: isso é coisade brasileiro! (risos).

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    JORNAL DE UMBANDA  S AGRADA  - MAIO/2016  Página -5

    Por THAÍS HELENA QUEIROZ (por Maria Quitéria) - Contato: [email protected]

    Pombagira 

    Bom dia moça… que o amor este- ja sempre a abrir os teus caminhos.

    Hoje tenho um motivo especialpara estar aqui. Quero que vocêescreva um pouco sobre nós, asPomba Giras… tão mal interpreta-das e sempre tão requisitadas emtrabalhos relacionados ao amor…Oufalsos “amores”.

    Diariamente tentamos ajudarhumanos que se dizem sem forças

    porque foram traídos, abandonadose esgotados, que perderam seu amor,perderam seu rumo e estímulo e seperdem em abismos por viverem emfunção de sentimentos egoístas evaidosos, quando o difícil é fazê-losperceber que este falso amor nuncalhes pertenceu, e sim o amor próprioque mora em cada um de nós, essesim soma com outros amores, o quenos dá a sensação de termos encon-trado um grande e único amor, o querealmente são, tão individuais comocada ser e sua natureza.

    Nós, Pomba Giras, somos overdadeiro e puro estímulo, ondeatuamos na capacidade da mulherse auto sustentar, se auto armarem suas forças e belezas, estimula-mos todos os sentidos obscuros queexiste dentro de uma mulher e deum homem para que eles possamseguir suas caminhadas em busca desonhos e ideais, ou pensas que só vo-cês mulheres precisam de estímulos?

    Estimulamos todos os sentidos quefaçam com que humanos enxergueme coloquem em práticas todas asvirtudes existentes em sua natureza.

    Por muito tempo fomos compa-radas com mulheres de vida fácil,liberais, quando o incômodo estáem nosso magnetismo de encantar,de conquistar e estimular todos ossentidos da vida, com uma gargalha-da, com uma dança, com uma lição

    de amor… Mas não se encantes comtantos encantos. Sabemos e somosdonas do sentido estimulador epodemos paralizá-lo quan assim for

    necessário e de belas e encantado-ras mulheres, passamos a valentesguerreiras e guardiãs de nossosprotegidos, ou quem possa vir a nosevocar na Lei Divina da Luz.

    Se quiserem nos humanizar, te-nham nós como as guerreiras, comoas mulheres de frente que sempre sedestacaram e lutaram por seus ideais,tenham a certeza de que estivemos aampará-las, apenas para ativar seussentidos e protegê-las para que pu-

    dessem realizar suas missões, únicae exclusiva de desabrochar e chamaratenção de mulheres que já haviamse esquecido do que existe dentro decada uma, seus sonhos e ideais, jáas mulheres de vida fácil como dizemparecermos, essas sim são carentesde amor próprio, movidas por falsasilusões e falsos amores, esse motivomaior de sermos procuradas e tãomais perto da realidade presentehoje entre vocês humanos.

    Porque citar essas duas classesde mulheres que por tempo viraramuma e que são de um magnetismocontrário?

    Porque são guerreira em desco-brir sua própria natureza e não dequerer descobrir a do próximo, sãofelizes com o que tem e o que são eisso se chama amor próprio.

    Quando citamos as que vocêsclassicam de mulheres da vida fácil,é porque buscam incansavelmentepor um amor fora de si.

    E o que buscamos, é fazer comque vocês possam enxergar que o

    amor não se busca em outros corpos,não se busca em grandes empregosou em grandes amizades, tudo sesoma para fazer do amor próprioainda mais belo e forticado, masnão traz e nem cria ele, nunca po-derão ter um grande amor, enquantonão aprenderem a se amar, nãoserão bem sucedidos em grandes oupequenos empregos enquanto nãoamarem o que fazem, vivam a amaro que fazem, o que buscam e o quesão, vivam intensamente e atrairão

    o próprio magnetismo puro do amoraté vocês e entenderão ou começa-rão a entender as mensagens quenós Pomba Giras buscamos passar…

    Para nos evocar basta percebere buscar o amor que mora dentro desi e para perceber o que sou e ondeestou, basta olhar para as estrelas,verá sua luz e beleza, todo seu en-canto e delicadeza, mas perceberáque ao seu lado mora um grande es-curo imponente, basta observar uma

    rosa, seu cheiro, textura e encanto,mas não se esqueça, que se muitodela querer, desta linda or se ma-chucará com seu próprio espinho…

    Salve tu moça!Salve o Amor e a Lei!Salve a Magia!

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    Página - 6 JORNAL DE UMBANDA  S AGRADA  - MAIO/2016

    Por RUBENS SARACENI – Contato: [email protected]

    Pombagira:origens, histórico e equívocos

    É claro que uma mulher altiva,senhora de si, segura, competen-tíssima no seu campo de atuação,seja ele profissional, político,intelectual, artístico ou religioso,impressiona positivamente algunse assusta outros.

     Agora, se esse imenso poten-cial também aorar nos aspectos

    íntimos dos relacionamentos ho-mem-mulher, bem, aí elas fogemdo controle e assustam a maioriacomo começam a ser estereotipa-das como levianas, ninfomaníacas,etc, não é mesmo?

    Liberdade com cabresto aindaé aceitável em uma sociedadepatriarcal e machista. Mas, semum cabresto segurado por mãosmasculinas, tudo foge do controlee a sociedade desmorona porque

    não foi instituída a partir da igual-dade, e sim, da desigualdade.Uma mulher submissa, só acos-tumada e condicionada a sempredizer “amem”, todos aceitam comoamiga, como vizinha, como cole-ga de trabalho, como namorada,como esposa, como irmã, etc. Masuma mulher questionadora, insub-missa, mandona, contestadora,independente, personalista, etc,nem pensar não é mesmo?

     – Pois é! Não seria diferenteem se tratando de espíritos e, paracomplicar ainda mais as coisas,com eles incorporando em mé-diuns e trabalhando religiosamentepara pessoas com problemas gra-víssimos de fundo espiritual. Derepente, uma religião nascentee espírita se viu diante de mani-festações de espíritos femininosaltivos, independentes, senhorasde si, competentíssimas, liberais,provocantes, sensuais, belíssimas,fascinantes, desaadoras, pode-rosas, dominadoras, mandonas,

    cativantes, encantadoras, cujaforma de apresentação fascinou oshomens porque elas simbolizavamo tipo de mulher ideal, desde quenão fosse sua mãe, sua irmã, suaesposa e sua lha, certo?

    Quanto às mulheres, as Pom-bagiras da Umbanda simbolizavamtudo o que lhes fora negado pela

    sociedade machista, repressora epatriarcal do inicio do século XXno Brasil, onde à mulher estavareservado o papel de mãe, irmã,esposa e lha comportadíssimas…senão seriam expulsas de casa ourecolhidas a um convento.

    Mas, com as Pombagiras deUmbanda não tinha jeito, porqueou deixavam elas incorporaremem suas médiuns ou ninguémmais incorporava e ajudava os

    necessitados que iam às tendasde Umbanda. Só um ou outrodirigente ousava realizar sessõesde trabalhos espirituais com asPombagiras, e a maioria delespreferia fazer “Giras fechadas”para a Esquerda, para não “es-candalizar” ninguém e para nãoatrair para o seu Centro a Políciae os comentários ferinos sobre as “moças da rua”.

    Só que essa não foi uma boa

    solução porque as línguas ferinaslogo começaram a tagarelar e aespalhar que nessas Giras fechadasrolava de tudo, criando um malestar muito grande, tanto dentro docírculo umbandista quanto fora dele.

    E ainda que tais fuxicos fossemfalsos e maledicentes, não tevemais conserto porque o “vaso decristal” da religiosidade umbandis-ta nascente havia se trincado, eas “moças da rua” já haviam sidoestigmatizadas como espíritos derameiras que incorporavam emmédiuns mulheres para fumarem,

    beberem champagne, “garga-lharem à solta”, rebolarem seusquadris, balançarem seus seios deforma provocante e para atiçaremnos homens desejos libidinosos einconfessáveis.

    Para quem não sabe, rameiraera o nome dado às prostitutas eàs “mulheres de programas” do

    nosso atual século XXI. O único jeito de amenizar o “prejuízo reli-gioso” que eles haviam causadocom suas “petulâncias” foi tentarexplicar que não era nada disso,e sim, que as Pombagiras eramExus femininos e, como todos sa-bem, Exu não é or que se cheire,ainda que seja muito competentenos seus trabalhos de auxílio aosnecessitados de socorros espiritu-ais, certo?

    Quando os militares assumi-ram o poder nos anos 60 do séculoXX e logo entraram em choquecom alguns setores do catolicismoarraigados na política, então dimi-nui de forma acentuada a intensaperseguição da Polícia sobre asTendas de Umbanda. Somando àliberdade conseguida no períododa ditadura, vieram os movimen-tos feministas que explodiram na América do Norte e na Europa, queconseguiram muitas conquistaspara as mulheres.

     A par destes acontecimen-tos, veio a explosão da revoltada juventude, com os Beatles ecom Woodstock, que mudaramos padrões comportamentais dos jovens e as relações entre pais elhos. Pombagira assistiu a todosesses acontecimentos, que sepassaram nos anos 1960 e 1970e, entre um gole de champanhe euma baforada de cigarrilha, davasuas gargalhadas debochadas, edizia isto:

     – É isso aí, mesmo! Mais trans-parência e menos hipocrisia!

     A popularidade de Pombagira –Com a liberação da mulher, vierama responsabilidade, os direitos e osdeveres. Pombagira popularizou-secom a expansão da Umbanda edos demais cultos afro-brasileirosnos anos 60 e 70 do século XX e,

    em meio a multiplicidade de cultoscom ela presente em todos, suaforça era indiscutível e seu poderfoi usufruído por todos os que iamse consultar com Ela.

    Como ninguém se preocupouem fundamentá-la enquanto Mis-tério da Criação e instrumentorepressor da Lei Maior e da JustiçaDivina, temidíssima justamente emum dos campos mais controverti-dos da natureza dos seres, que é

     justamente o da sexualidade, e isque não foram poucas as pessoasque foram pedir o mal ao próximoe adquiriram terríveis carmas,todos ligados aos relacionamentosamorosos ou passionais. Nadacomo pedir para as “moças da rua”coisas que não seriam muito bemvistas pelo “povo da direita”.

     Assim, Pombagira tornou-sea ouvinte e conselheira de mui-tas pessoas com problemas nos

    seus relacionamentos amorosos,procurando atender a maioria dassolicitações, xando em denitivoum arquétipo poderoso e acessívela todas as classes sociais. Juntoà explosão descontrolada das ma-nifestações de Pombagiras, vieramos males congênitos, que acompa-nham tudo o que é poderoso: osabusos em nome das entidadesespirituais, tais como os pedidosde jóias e perfumes caríssimos;de vestes ricas e enfeitadas, de

    oferendas e mais oferendas carís-simas; de assentamentos luxuosos

    e ostentativos; de cobrança portrabalhos realizados por Elas, masrecebidos em espécie por encar-nados, etc.

    Pombagira também serviude desculpa para que algumaspessoas atribuíssem a ela seuscomportamentos no campo dasexualidade. Ainda que saibamos

    que elas são esgotadoras do íntimodas pessoas negativadas por causade decepções e frustrações noscampos do amor, no entanto aindahoje vemos um caso ou outro queatribuem à Pombagira o fato devibrarem determinados desejos oucompulsões ligadas ao sexo. Mas averdade indica-nos exatamente ocontrário disso, ou seja, a “mulherda rua” atua esgotando o íntimode pessoas e de espíritos vítimasde desequilíbrios emocionais ouconscienciais, pois essa é uma desuas muitas funções na Criação.

    Pombagira: O MistérioDesconhecido

     A falta de informação sobre areligião direciona os adeptos a prá-ticas religiosas indevidas, propala econtribui para um distanciamentocada vez maior do culto tradicionalafricano. O nome “Pombagira” ou “Pombogira” usados atualmentena Umbanda e nos demais cultosafro-brasileiros é uma corruptelade Pambú Njila, o Guardião dosCaminhos e das Encruzilhadas noCulto de Nação Bantu, da línguaKimbundu. Também há referên-cias de que o nome “Pombagira”deriva de Bombogira, entidadedo Culto de Angola que é muitooferendada nos caminhos e nasencruzilhadas, muito temida erespeitada na região africana ondeé cultuada.

    Fonte: “Orixá Pombagira”,Rubens Saraceni, Editora Madras

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    JORNAL DE UMBANDA  S AGRADA  - MAIO/2016  Página -7

    moralismo, libertando muitaspessoas que, se Freud tivesseconhecido, não teria sido tãoatormentado com suas descober-tas sobre a personalidade ocultados seres humanos.

    Mas para azar dele e sortenossa, a Umbanda tem nas suasPombagiras, ótimas psicólogasque, logo de cara, vão dandoo diagnóstico e receitando os

    procedimentos para a cura dasrepressões e depressões íntimas.

     Afinal, em se tratando decoisas íntimas e de intimidades,nesse campo ela é mestra e temmuito a nos ensinar. Seus nomes,quando se apresentam, são sim-bólicos ou alusivos.

    - Pombagira dasSete Encruzilhadas;

    - Pombagira das Sete Praias;- Pombagira das Sete Coroas;- Pombagira das Sete Saias;- Pombagira Dama da Noite;- Pombagira Maria Molambo;- Pombagira Maria Padilha;- Pombagira das Almas;- Pombagira dos Sete Véus;- Pombagira Cigana; etc.

    O simbolismo é típico da Um-banda porque na África, ele nãoexistia e o seu arquétipo anteriorera o de uma entidade femininaque iludia as pessoas e as leva-vam à perdição. Já na Umbanda,é o espírito que “baixa” em seumédium e, entre um gole dechampagne e uma baforada decigarrilha, orienta e ajuda a todosos que as respeitam e as amam,conando-lhes seus segredos esuas necessidades. São ótimaspsicólogas. E que psicólogas!

     “Salve as Moças da Rua”!

    Pombagira de Umbanda Por RUBENS SARACENI – Contato: [email protected]

    NA UMBANDA, a entidade espiri-tual que se manifesta incorporadaem suas médiuns está fundamen-tada num arquétipo desenvolvidoà partir da entidade Bombogira,originária do culto Angola. Noscultos tradicionais oriundos daNigéria não havia a entidadePombagira ou um Orixá que afundamentasse.

    Mas, quando da vinda dos

    nigerianos para o Brasil (istopor volta de 1800), estes aquiencontram-se com outros povose culturas religiosas e assimilama poderosa Bombogira angolanaque, muito rapidamente, con-quistou o respeito dos adorado-res dos Orixás.

    Com o passar do tempo aformosa e provocativa Bombogi-ra conquistou um grau análogoao de Exu e muitos passaram a

    chamá-la de Exu Feminino ou demulher dele.Mas ela, marota e astuta

    como só ela é, foi logo dizendoque era mulher de sete exus, umapara cada dia da semana, e, comisso, garantiu sua condição de su-perioridade e de independência.

    Na verdade, num tempo emque as mulheres eram tratadascomo inferiores aos homens eeram vítimas de maus tratos por

    parte dos seus companheiros,que só as queriam para lavar,passar, cozinhar e cuidar doslhos, eis que uma entidade fe-minina baixava e extravasava o

     ‘eu interior’ feminino reprimido àforça e dava vazão à sensualida-de e à feminilidade subjugadorasdo machismo, até dos mais inve-terados machistas.

    Pombagira foi logo no iníciode sua incorporação dizendo ao

    que viera e construiu um arqué-

    tipo forte, poderoso e subjugadordo machismo ostentado por Exue por todos os homens, vaidososde sua força e poder sobre asmulheres.

    Pombagira construiu o ar-quétipo da mulher livre dasconvenções sociais, liberal e libe-rada, exibicionista e provocante,insinuante e desbocada, sensuale libidinosa, quebrando todas as

    convenções que ensinavam quetodos os espíritos tinham queser certinhos e incorporarem deforma sisuda, respeitável e aceitá-vel pelas pessoas e por membrosde uma sociedade repressora dafeminilidade.

    Ela foi logo se apresentandocomo a “moça” da rua, aprecia-dora de um bom champagne ede uma saborosa cigarrilha, debatom e de lenços vermelhos

    provocantes. “O batom realçaos meus lábios, o rouge e os pósressaltam minha condição demulher livre e liberada de con-venções sociais”.

    Escrachada e provocativa, elamexeu com o imaginário populare muitos a associaram à mulherda rua, à rameira oferecida , eela não só não foi contra essaassociação como até conrmou:

     “É isso mesmo”!

    E todos se quedaram diantedela, de sua beleza, feminilidadee liberalidade, e como que encan-tados por sua força, conseguiramabrir-lhe o íntimo e confessarem--lhe que eram infelizes porque nãotinham coragem de ser como elas.

     Aí punham para fora seusrecalques, suas frustrações, suasmágoas, tristezas e ressentimen-tos com os do sexo oposto.

    E a todos ela ouviu com com-

    preensão e a ninguém negou seus

    conselhos e sua ajuda num campoque domina como ninguém mais écapaz. Sua desenvoltura e seu po-

    der fascinam até os mais introver-tidos que, diante dela, se abreme confessam suas necessidades.

    Quem não iria admirar e amararquétipo tão humano e tão libe-ralizado de sentimentos reprimi-dos à custa de muito sofrimento?

    Pombagira é isto. É um dosmistérios do nosso divino criadorque rege sobre a sexualidadefeminina. Critiquem-na os que sesentirem ofendidos com seu pode-

    roso charme e poder de fascinação. Amem-na e respeitem-na os

    que entendem que o arquétipoé liberador da feminilidade tãoreprimida na nossa sociedadepatriarcal onde a mulher é vista etida para a cama e a mesa.

    Mas ela foi logo dizendo: “Cama, só para o meu deleite emesa, só se for regada a muitochampagne e dos bons!

    Com isso feito, críticas con-

    trárias à parte, o fato é que o

    arquétipo se impôs e muita gente já foi auxiliada pelas “Moças daRua”, as companheiras de Exu.

     A espiritualidade superior quearquitetou a Umbanda sinalizouà todos que não estava fechadapara ninguém e que, tac comoCristo havia feito, também aco-lheria a mulher inel, mal amada,frustrada e decepcionada como sexo oposto e não encobririacom uma suposta religiosidade ahipocrisia das pessoas que, “porbaixo dos panos”, o que gostammesmo é de tudo o que a Pomba-

    gira representa com seu poderosoarquétipo. Aos hipócr itas e aos falsos

    puritanos, pombagira mostra-lhesque, no íntimo, ela é a mulherde seus sonhos... ou pesadelos,provocando-o e desmascarandoseu falso moralismo, seu pudore seu constrangimento diante dealgo que o assusta e o ameaça emsua posição de dominador.

    Esse arquétipo forte e pode-

    roso já pôs por terra muito falso

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    Página - 8 JORNAL DE UMBANDA  S AGRADA  - MAIO/2016

    Pombagira

     A REPRESENTAÇÃO DOFEMININO NA FIGURADE POMBAGIRA

    Para quem desconhece sobreesse tema, a palavra Pombagira,pode trazer estranhamento e umaideia pré-concebida de algo ruim,beirando a promiscuidade.

    Um dos motivos dessa asso-ciação negativa está na vasta pro-

    pagação que algumas instituiçõesreligiosas insistem em sedimentara ela. À Pombagira reservou-seuma imagem pejorativa, ligada àsexualidade desenfreada, liber-tinagem e trabalhos negativoscomo amarrações de amor (aces-sando umbandaead.blog.br vocêpode ler mais sobre esse tema).

    MAS, QUEM É POMBAGIRA?

     A popularização da entidadeacontece em meados dos anos 60quando a mais forte expressão do

    Da REDAÇÃO DO BLOG UMBANDA EAD com JÚLIA PEREIRA - Contato: [email protected]

    empoderamento feminino tomaforma dentro da Umbanda e decentros espiritualistas – princi-palmente os de matriz africana

     – revelando-se então a linha dasGuardiãs. Assim surge a guradas Pombagiras que, de início, in-corporavam predominantementeem mulheres e mais tarde come-çaram a se manifestar tambémem homens.

    Na época de seu “apareci-mento” nos Terreiros, as Girasonde se incoporavam essas en-tidades eram feitas de maneirarestrita, com a intenção de nãoatingir a concepção de “moral ebons costumes” da sociedade, oque colaborou para a misticaçãode seu nome.

    PEDIDOS DE AJUDA

    EM RELACIONAMENTOSEssa representação acaba se

    tornando especialista em resolverquestões ligadas a problemasamorosos e isso aconteceu devidoà maior liberdade que dispunhamao tratar desses aspectos semhipocrisia e rodeios.

    Rubens Saraceni expõe issono livro Orixá Pombagira: “AssimPombagira tornou-se a ouvintee conselheira de muitas pessoascom problemas nos seus relacio-namentos amorosos, procurandoatender à maioria das solicita-ções, xando em denitivo umarquétipo poderoso e acessível atodas as classes sociais”.

    E ele continua, dizendo tam-bém que as “mulheres da rua”atuam esgotando o íntimo depessoas que estejam em desequi-líbrio emocional ou conscienciais,obedecendo a uma de suas fun-

    ções na Criação.

    WE CAN DO IT!

     Pombagira vem para ensinara mulher que sua força não deveser ridicularizada, minimizadae muito menos vulgarizada. Elaé o encanto e a sensualidadenatural da mulher, a essência dofeminino. Foge dos padrões queimpõe a sociedade e do papel que

    é reservado à mulher, o de mãe,dona de casa e submissa.

     Vale ressaltar que ser mãe edona de casa não é sinônimo desubmissão. Na verdade, a maioriadelas são grandes mulheres quecarregam sozinhas essas respon-sabilidades. No entanto, o quedestacamos é a imposição de pa-péis e modos de ser que a mulhersofre pela sociedade. Pombagiratem voz, é um corpo (arquétipo)

    político e uma alma cheia de arte,intelecto e religiosidade.

    Rubens Saraceni faz umaimportante consideração no livroOrixá Pombagira: “É claro queuma mulher altiva, senhora de si,segura, competentíssima no seucampo de atuação impressionapositivamente alguns e assustaoutros.” 

    Ela vem para pôr em chequeos privilégios da sociedade pa-triarcal, assiste de perto a revo-lução feminista e traz signicadose interpretações em todas as suasformas de se apresentar.

    Pai Alexandre Cumino tam-bém fala sobre esses aspectos nocurso Pombagira e Exu Mirim.Termino destacando desses en-

    sinamentos um trecho que consi-dero importante: “Muitas, muitas

    e muitas mulheres sentiram napele a dor de uma sociedadesufocando a sua voz, podandoa sua liberdade e tornando-apresa a valores, muitas vezeshipócritas.

    Essa mulher encontrou emPomba Gira uma força, uma dig-nidade para caminhar de cabeçaerguida, força para vencer, paralutar; por isso Pomba Gira assusta.

     Assim como mulheres inde-pendentes, mulheres que nãotem medo, que assumiram assuas verdades perante essasquestões assustam aqueles queainda são machistas e hipócritas.Se assustam então com uma

    mulher que caminha de cabeçaerguida”.

    S

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    JORNAL DE UMBANDA  S AGRADA  - MAIO/2016  Página -9

    Pombagira é Mãe?

    TODA MULHER É MÃE em potencial,toda mulher mesmo que não tenhadado à luz um lho biológico podeser mãe adotiva, postiça, empres-tada e de qualquer forma sempreque uma mulher cuida de alguémtraz consigo o instinto maternal.Quantas mulheres são um poucomães de seus companheiros oucompanheiras? Quantas lhas se

    tornam mães de suas mães e issoquer dizer que, se formos para alémdo conceito biológico, o que chama-mos de mãe é algo muito amplo.

    Então, anal, Pombagira é oupode ser mãe?

    Claro que sim! No entanto, pelofato de que a sensualidade é umaspecto muito forte em Pombagira,lhe é negado a qualidade de mãe.Mas negar que Pombagira é mãe é omesmo que armar a perda da sen-

    sualidade feminina no momento emque a mulher se torna mãe. É comose a mãe deixasse de ser mulherao menos em um de seus aspectosmais fortes no que diz respeito aofeminino, sua sensualidade. Umamulher não pode ser sensual e sermãe ao mesmo tempo?

    Este é o reexo de nossa hipo-crisia!!! O que é sensual e o queé vulgar?

    É certo que muitas Pombagiras

    podem se negar a ser chamadasde mãe, não que elas não o sejam,mas que provavelmente se negama ser o que você acha que deve sero modelo de “mãe”.

     Aquilo que identicamos comomodelo ideal da “mãe” é a imagemde Iemanjá senhora deste mistériona Criação: “A mãe”. No entanto, to-dos os Orixás femininos são mães,tanto a guerreira Iansã ou a sensualOxum. Então, entramos em outra

    polêmica: Pombagira não é Orixá esim entidade de Umbanda, certo?

    Sim e não! Assim como existe Exu entidade

    e Exu Orixá, também existe Pom-bagira entidade e Pombagira Orixá.

    Por ALEXANDRE CUMINO Contatos: [email protected]

    O Candomblé não reconhecia o Exuentidade, pois da África veio apenaso Orixá Exu e de forma inversa nãoconhece o Orixá Pombagira, poisnão existe no Panteão dos Orixásda Cultura Nagô Yorubá.

    Mas a Umbanda nos dá umaliberdade de ação muito grande emesmo que dentro da Umbanda agrande maioria não concorde, nãoaceite e não conheça Orixá Pomba-gira, podemos dizer que ela existee é simplesmente tudo o que vocêidealiza de forma coletiva no mode-lo e arquétipo Pombagira em Deus.

     As Pombagiras são nossas guar-

    diãs e protetoras com qualidadesbem especícas, estas qualidadessão divinas e pertencem a umadivindade feminina à qual podemosnos referir apenas com este nome

     já conhecido por nós: Pombagira.

    Se existe uma divindade re-gente deste mistério “Pombagira”,então posso dizer que Pombagira émãe também. Ao menos a Divinda-de, o Orixá, é mãe. Quanto às enti-dades Pombagiras que incorporam

    e trabalham com seus médiuns (ho-mens e mulheres) deixo para vocême responder se são ou não nossasmães. Mães da sensualidade, mãesdo desejo, mães do estímulo, mãesda altivez e acima de tudo mães daautoestima. Precisamos de todas as

    nossas mães e cada uma delas nosdá ou empresta qualidades diversase únicas para nosso crescimento,evolução e vida.

    Laroyê Pombagira! Salve minhaMãe Orixá Pombagira e salve mi-nhas mães guardiãs e protetoras !!!

    Observação: Embora gere mui-to estranhamento identicar “OrixáPombagira”, para alguns, convido osmais resistentes para esta reexão:

    Se a gente não conhecesse oOrixá Oxóssi poderíamos tranquila-mente chamá-lo de Orixá Cabocloe ele mesmo assim responderia.

     Assim como foram idealizados Iofáe Yorimá para um “Orixá Preto

     Velho”, que é Obaluayê. A forma de se relacionar com as

    divindades, os Orixás, ainda é incóg-nita e mistério para nós. Se eu nãoconhecesse Ogum, mas elevasse opensamento ao “Orixá da Guerra”ou a “Divindade da Lei” mesmo semconhecer seu nome ele responderia,com certeza Ogum responderia.

    Sim, temos todos nós muito

    a aprender sobre os mistérios deDeus e como nos relacionar comeles... E por ponto nal a frase:

     “Para quem quer entender poucaspalavras são necessárias e paraquem não quer entender nenhumapalavra basta.” 

    O JORNAL DE UMBANDA SAGRADA 

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    JORNAL DE UMBANDA  S AGRADA   MAIO/2016  Página 11

    Por JOSÉ USHER (Mensagem enviada pela Pombagira Maria Padilha) - Contato: [email protected]

    Não olhe para mim comouma Pombagira que…

    Não olhe para mim como uma mulhersensual, que ri e se diverte bebendochampanhe.

    Não olhe para mim como uma mulherde muitos homens, que favorece seuscaprichos e esconde sua verdadeiraintenção.

    Não olhe para mim como uma cúm-plice de seus desequilíbrios e testemunhade sua ignorância quando atentas contraa Lei Maior.

    Não olhe para mim pensando que euvenho pular de alegria com o seu ego,quando eu venho é para trabalhar.

    Não olhe para mim à procura depretextos para atrair alguém que lheinteressa; não estou para brincadeirassexuais travestidas de minha suposta

    sensualidade.Não olhe para mim como uma mulher

    de palavras ruins, quando sua boca édominada por emoções que não sabesenfrentar.

    Não me veja como um espíritofeminino que gosta de se vestir de milcores, porque eu não me importo comaparências. Sou o que sou.

    Não confunda o seu entusiasmo emquerer chamar atenção com a minha

    personalidade.Não olhe para mim com cara de fome,

    oferecendo sacrifícios de animais emtroca de favores efêmeros e infantis. Nãobebo sangue, o animal não me interessa,

    não sou das trevas, sou da luz, trabalhan-do para Deus na escuridão…

    Não olhe para mim pensando que sualoucura e descontrole ao incorporar sãoa minha suposta manifestação. Aprendaque é você o responsável por manter suasemoções ocultas no dia a dia.

    Não olhe para mim supondo que euvim para mostrar minha beleza. Eu nãosou uma boneca de pano que você podevestir como quiser. Eu vim para trabalhar,não para competir contra a estupidez.

    Não olhe para mim como um produtoque você vende para os iludidos, procu-rando tirar dinheiro de seus caprichos,desespero e desequilíbrios. Eu sou uminstrumento divino que não tem valormonetário. Faço caridade, não negócios.

    Não olhe para mim como uma ex--prostituta, ou uma mulher de má-fé. Souum ser que trabalha nas trevas, a favorde Deus, pois assim ele desejou, não peloque eu fui.

    Não olhe para uma Pombagira supon-do ser uma mulher de Exu, e que temum lho que se chama Exu Mirim. Somosmistérios separados trabalhando pelo bemda humanidade.

    Não olhe para uma Pombagira como

    um espírito que depende de sangue,de bebida, anéis, braceletes, vestidos,maquiagem, perfume, sapatos, etc, etc…

    Não sou marionete de teu ego, nemda tua mediocridade. Não vim para ador-

    nar seu corpo como se você fosse ummanequim. Estou aqui para demonstrara simplicidade e determinação do Criadorem suas ações.

    Não olhe para uma Pombagira comouma degustação de milagres baratosque se pagam com lágrimas e gritos deanimais sangrados entre falsos Centros efalsos espíritos… O melhor milagre é quedespertes do sonho do carnaval profanoque chamam de Gira ou Sessão, e sevolte para a realidade onde a Lei Maiore a Justiça Divina trabalham a favor dahumanidade.

    Pombagira é um instrumento deDeus, um mistério que executa as açõesda Justiça Divina.

    Pombagira não é o escândalo que se

    veem nas manifestações de alguns mé-diuns ególatras mergulhados na ilusão.

    Pombagira vai além da aparência.Estende-se à vontade do ser humano,à vontade do Criador, no estímulo daevolução, da expansão de consciência, damaturidade mental e emocional…

    Pombagira transita pelas trevas lu-tando contra seres que perturbam a Luz.

    Pombagira merece respeito, por issovenho hoje passar essa mensagem. Para

    que pares, reitas e olhe ao seu redor epergunte:

    O que você faz com a sua Fé? Umcirco de ignorância ou uma demonstraçãode respeito pela religião?

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