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Apostila: Desenvolvimento Mediúnico COLÉGIO TENDA DE UMBANDA Ensinando sobre a Religião Modulo 07

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Apostila:

Desenvolvimento Mediúnico

COLÉGIO TENDA DE UMBANDA

Ensinando sobre a Religião

Modulo 07

Colégio Tenda de Umbanda – Apostila: Desenvolvimento Mediúnico - Ensino Religioso

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Desenvolvimento Mediúnico

Aulas 25.

Os Orixás.

Os Orixás são as Divindades às quais Deus confiou as suas qualidades Divinas e que são os seres superiores responsáveis pela concretização de sua infinita obra colocada à disposição de todos os seres, de todas as criaturas e de todas as espécies que Ele criou Não são Deuses, como muitos pensam, mas Seres Superiores, os quais possuem uma Natureza Divina, pois têem uma relação direta com Deus, o Criador, e por isto, manifestam-no o tempo todo em suas ações

Os Orixás são as Divindades que influenciam através de suas irradiações, a vida de todos os seres criados por Deus

São Tronos que, dentro de suas hierarquias e atribuições individuais, concretizam a Fé e a religiosidade nas pessoas; aplicam e ordenam a Lei Maior; estabelecem a Justiça; estimulam o Conhecimento; promovem a Vida; favorecem a Evolução e conduzem seres a se unirem e se amarem. Esses Tronos formam o que na Umbanda ficou conhecido como as Sete Linhas.

Sete Tronos de Deus (Sete Linhas de Umbanda):

1ª) LINHA da FÉ - Orixás Assentados no Trono da Fé: OXALÁ e OYÁ TEMPO

2ª) LINHA do AMOR - Orixás Assentados no Trono do Amor: OXUM e OXUMARÊ

3ª) LINHA do CONHECIMENTO - Orixás Assentados no Trono do Conhecimento: OXÓSSI e OBÁ

4ª) LINHA da JUSTIÇA e da RAZÃO - Orixás Assentados no Trono da Justiça e da Razão: XANGÔ e EGUNITÁ * Egunitá está assentada no Trono da Justiça mas é a aplicadora da Justiça na Linha da Lei

5ª) LINHA da LEI e da ORDEM - Orixás Assentados no Trono da Lei e da Ordem: OGUM e IANSÃ * Iansã está assentada no Trono da Lei mas é a aplicadora da Lei na Linha da Justiça

6ª) LINHA da EVOLUÇÃO - Orixás Assentados no Trono da Evolução: OBALUAYÊ e NANÃ

7ª) LINHA da GERAÇÃO e da VIDA - Orixás Assentados no Trono da Geração e da Vida: YEMANJÁ e OMULÚ

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Todas informações desta sessão foram extraídas do livro "Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada" de Rubens Saraceni

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Desenvolvimento Mediúnico

Aulas 26.

As sete linhas de Umbanda.

Em cada Trono Divino há uma Divindade assentada que na Umbanda nomeamos de Orixás Regentes.

As Sete Linhas de Umbanda são as irradiações planetárias dos Sagrados Orixás Regentes, que são essências indiferenciadas, pois não possuem denominação. Cada uma dessas essências atua num padrão vibratório que estimula e dá sustentação aos seres que vivem em todas as dimensões do planeta.

A Umbanda tem nas Sete Linhas seus fundamentos: A Linha Cristalina estimula a Fé (Religiosidade) A Linha Mineral estimula o Amor/Concepção (Sexualidade) A Linha Vegetal estimula o Raciocínio (Conhecimento) A Linha Ígnea estimula a Razão (Juízo) A Linha Eólica estimula a Ordem (Equilíbrio) A Linha Telúrica estimula o Saber (Evolução) A Linha Aquática estimula a Maternidade (Geração) São sete irradiações, sete padrões vibratórios, sete sentidos da vida e sete sentimentos.

As sete irradiações dão origem a sete essências, que dão origem a sete elementos, que dão origem a sete tipos de matérias ou energias.

São Irradiações Divinas e cada uma flui num padrão próprio que influencia quem é alcançado por ela, alterando nossos sentimentos mais íntimos e o nosso padrão vibratório, estimulando sentimentos mais nobres e virtuosos.

Assentados nessas linhas estão os Divinos Orixás que, por sua própria natureza, são polarizadores e irradiam essas vibrações de forma passiva ou ativa.

Enquanto no nível da essência, elas são imperceptíveis, pois nos chegam direto de Deus. Mas quando as recebemos dos Orixás, elas são elementais e já foram bipolarizadas. Logo, as Sete Linhas assumem esta bipolarização, surgindo automaticamente dois polos em cada uma delas.

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Polos ativos e Polos passivos.

A Linha da Fé: OXALÁ é cristalino, rege a fé e flui passivamente, não forçando ninguém a vivenciar a fé, pois, só havendo a aceitação do fiel, sua fé será uma firmeza a toda prova. Já OIÁ, seu polo oposto, pune todos quantos se afastarem da fé. Por isso, ela é a mais temida senhora dos "eguns", ou espíritos caídos no sentido da fé.

A Linha do Amor:

OXUM é mineral e rege a concepção. É ativa e energiza os seres estimulando-os a se unirem, pois, só assim, as concepções acontecem. A energia mineral pura é estimuladora do magnetismo que torna o macho e a fêmea atraentes um para o outro.

Já OXUMARÉ é visto como o "arco-íris", pois, ele apassiva as energias de OXUM e as conduz para o alto (cabeça) mentalizando todo o potencial conceptivo e transformando a natureza íntima do ser, que se torna um protetor da concepção, ou seja, ele é o equilibrador das energias sexuais descontroladas.

A Linha do Conhecimento:

OXOSSI é vegetal e rege o conhecimento. É ativo e estimula os seres a buscá-lo (caçador) onde for possível encontrá-lo.

Já OBÁ é passiva e pólo atrativo, pois, fixa ou paralisa os seres num determinado ponto, quando já absorveram muitos conhecimentos necessários para que se esclareça a "fome" exata a capacidade de cada ser.

A Linha da Razão:

XANGÔ é ígneo e rege a Justiça. É passivo, pois, a justiça tem que ser perene e imutável nos seus julgamentos. Ela não pode ter dois pesos ou duas medidas.

Já IANSÃ é ativa e atua no sentido de estimular os seres a se movimentarem noutra direção, se a justiça os paralisou quando estavam se conduzindo de forma errada.

A Linha da Ordem:

OGUM é aéreo, rege a Lei e é passivo. A Lei não puni ninguém, apenas paralisa quem estiver agindo de forma contrária aos seus princípios: equilíbrio e harmonia em todos os sentidos.

Já EGUNITÁ, seu pólo oposto dentro do Ritual de UMBANDA SAGRADA, é ativa, pois, movimenta o fogo que purifica os sentidos destrói os acúmulos energéticos negativos que estão estimulando um ser a agir "fora da Lei".

A Linha da Evolução:

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OBALUAYÊ é telúrico e rege a evolução. É ativo, pois, estimula os seres a evoluir, a

superar seus estágios e níveis concienciais , buscando no saber os meios necessários

para que isso se faça.

Já NANÃ é feminina e passiva, pois, simbolizada pelo "lago", decanta os seres que estão sobrecarregados de "negativismos". As águas dos rios revoltas por natureza, tem que desembocar num lago ou mangue onde, aquietando-se momentaneamente, se decantam de todas as impurezas incorporadas no seu fluir contínuo, deixando que em seu fundo, venham a se depositar.

Só assim decantadas, as águas serão palatáveis. Mas, numa outra interpretação, encontramos NANÃ como um mistério Divino, que atua nos espíritos que serão conduzidos ao reencarne, mas, que ainda se encontram muito "negativos".

Ela é o mistério NANÃ, paralisa momentaneamente esses negativismos para que o reencarne seja possível.

Aqui um parênteses: OXUM estimula a concepção, NANÃ decanta os espíritos que serão concebidos, e YEMANJÁ sustenta a maternidade ou geração da vida.

Elas, as Yabás, são mistérios em si mesmas e as encontramos, cada uma delas, na linha das águas (GERAÇÃO), cuidando de uma etapa do processo reencarnatório.

A Linha da Geração:

YEMANJÁ, aquática por natureza, rege a geração, e sustenta todas as manifestações de VIDA em todos os níveis.

Já seu pólo oposto, que é seu par energo-magnético, é simbolizado pela "MORTE", pois OMULÚ atua justamente nos "momentos" do ser em que se encontra paralisado na "VIDA", ou "MORTO" em vida.

Assim, temos Sete Linhas, mas catorze Orixás, pois uns ocupam os polos ativos e outros, os polos passivos.

É nesta bipolarização que os arquétipos dos Orixás vão se formando; aí eles vão se individualizando e assumindo atribuições específicas, mesmo atuando sob uma mesma irradiação. As linhas são afins com os orixás e estes com os sentidos e os sentimentos.

As 7 Linhas da Umbanda Sagrada e suas Relações :

O Código de Umbanda – Rubens Saraceni

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Orixás Universal

Misericordioso +

Orixás Cósmicos Justiça -

Sentido

Linha

Sentimento

Oxalá Oyá Fé Cristalina Religiosidade

Oxum Oxumaré Amor Mineral Concepção

Oxóssi Oba Raciocínio Vegetal Conhecimento

Xangô Insan Razão Ígnea Justiça

Ogum Egunita Equilíbrio Eólica Lei

Obaluayê Nanã Saber Telúrica Evolução

Iemanjá Omulu Geração Aquática Maternidade

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Desenvolvimento Mediúnico

Aulas 27.

Os 14 Orixás.

Umbanda sem Orixás não é Umbanda! Orixá significa "Luz do Senhor" ou "Mensageiro do Senhor".

Os orixás são apresentados e representados de diversas maneiras dentro da mesma umbanda. Existem mais de 200 nomes de orixás africanos que são em grande parte derivações de um mesmo nome em dialetos diferentes. Existem muitos terreiros em que são cultuados apenas 7, 9, 14, 21... enfim, uma infinidade de combinações/permutações para falar a mesma língua: Umbanda.

Porém, nós vamos um pouco mais longe. Tudo o que conhecemos tem duas esferas: Positiva, negativa, norte, sul, alto, baixo, céu, inferno, mãe, pai, nasce, morre, doença, saúde, liga, desligada e assim por diante.

O que isso tem haver coma Umbanda? Tudo!, Pense da seguinte maneira:

Você tem uma mãe, por consequência você TEM que ter um pai, ou vice-versa. Pois bem na Umbanda existem também pai e mãe, e eles vem aos pares. Mesmo sabendo que somos filhos de TODOS os Orixás, e que todos estão sempre imantando e sendo absorvidos por nossos chakras, alguns deles direcionam sua vida a cada encarnação, ou seja, durante cada encarnação eles atuam em diferentes chakras com mais intensidade. Mas isso falaremos em outro artigo.

Cada um dos 14 Orixás que estudamos e acreditamos, trabalham em duas esferas distintas, a Universal e a Cósmica. Na tabela a seguir, cada linha representa o PAR ENERGÉTICO (pai e mãe). Por exemplo, todo filho de Xangô terá como sua mãe Iansã, toda filha de Oxum, terá como pai Oxumaré PARES, guardem bem esse nome.

Universal Cósmica

Oxalá Oyá

Oxum Oxumaré

Oxóssi Obá

Xangô Iansã

Ogum Egunitá

Obaluaê Nanã Buruquê

Iemanjá Omulú

Orixá é um fator de Deus. Olorum é o criador do universo. Olorum é o próprio princípio criador em eterno movimento. Dentro do ritual de Umbanda, Olorum é Deus e como tal, não é possível imaginá-lo sob uma forma física. Olorum é o princípio de tudo e está em tudo que criou.

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Nós como espíritos emanados pelo princípio criador, recebemos o fator dos Orixás em nossa partida. Fundamentados nisso, nós temos os 14 Orixás em nós, alguns com mais intensidade e outros com menos. Após apresentar os 14 Orixás, é necessário entender os fatores, as qualidades e atributos de cada um deles.

Orixá Fator Qualidade Atributo

Oxalá Magnetizador Fé Religiosidade

Oiá Desmagnetizador Fé Religiosidade

Oxum Agregador Amor Concepção, União

Oxumaré Diluidor Amor Concepção, União

Oxóssi Expansor Conhecimento Raciocínio

Obá Concentrador Conhecimento Raciocínio

Xangô Equilibrador Justiça Razão

Iansã Movimentador Lei Razão

Ogum Ordenador Lei Ordenação

Egunitá Energizador Justiça Ordenação

Obaluaê Evolutivo Evolução Saber

Nanã Buruquê Decantador Evolução Saber

Iemanjá Gerador Geração Geracionista

Omulu Paralisador Geração Geracionista

É possível reparar nos fatores de cada par energético, que complementam as ações de cada Orixá.

Basicamente, temos 7 pares de Orixás, que atuam nas seguintes linhas: Cristalina, mineral, vegetal, ígnea, eólica, telúrica e aquática.

Um Orixá é um irradiador de um tipo de energia que impressiona intensamente alguém que estiver recebendo através do sentido associado a ele. Os Orixás da linha cristalina atuam na Fé (Oxalá e Oiá) Os Orixás da linha mineral atuam no Amor (Oxum e Oxumaré) Os Orixás da linha vegetal atuam no Conhecimento (Oxóssi e Obá) Os Orixás da linha ígnea atuam na Razão (Xangô e Egunitá) Os Orixás da linha eólica atuam na Direção (Ogum e Iansã) Os Orixás da linha telúrica atuam na Evolução (Obaluaê e Nanã Buruquê) Os Orixás da linha aquática atuam na Criatividade (Iemanjá e Omulú) Percebam que são totalmente associados aos elementos da natureza terrestre e estão na base religiosa das sete linhas da Umbanda, e não são sete Orixás, são QUATORZE.

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Agora prestem bastante atenção!! Iansã, Egunitá, Xangô e Ogum. Esses 4 orixás fazem uma troca entre si, onde o par energético para Xangô (que é da linha ígnea, da justiça), é Iansã (linha eólica, da lei). Ogum (linha eólica, da lei) faz par com Egunitá (linha ígnea, da justiça). Ora, não existe FOGO sem AR, assim como não existe JUSTIÇA sem LEI. Por isso que existe essa "troca" de LINHAS entre os orixás, pelo simples complemento que um traz ao outro. A Umbanda sagrada é perfeita.

De todas as classes de Orixás, os CÓSMICOS são generosos e os mais temidos, pois tanto energizam quem lhes é simpático quanto tiram energia de forma culminante quem lhes é antipático.

Caboclos e caboclas assentados junto desses Orixás cósmicos costumam ser demandadores ou curadores, ou ambos ao mesmo tempo. Comentar as sete linhas não é tarefa fácil, pois são sete irradiações divinas e cada uma flui num grau vibratório próprio e influencia quem é alcançado por ela. Alteram nossos sentimentos e padrões vibratórios, afinizando-os com elas, que estimulam em nós a vibração de sentimentos nobres e virtuosos.

A associação das sete linhas com sete Orixás Universais e sete Orixás Cósmicos que são irradiadores de vibrações afins com as sete irradiações divinas tem fornecido uma base religiosa a Umbanda e sustentado a Fé de milhões de adeptos que incorporam seus Orixás ao seu universo religioso.

São sete irradiações, sete padrões vibratórios, sete Orixás ancestrais, sete sentidos da vida e sete sentimentos. As correspondências são tão claras que saltam aos olhos.

Normalmente recorremos a definições abstratas para descrever o amor, ou a fé. Mas quem entra em sintonia vibratória com os guias espirituais que atuam sob essas duas irradiações, logo começa a vibrar os sentimentos de amor e fé que eles irradiam o tempo todo, e muito mais intensa elas serão se nos colocarmos em sintonia com os próprios Orixás.

Temos então, sete irradiações divinas que ativam nosso íntimo a vibração de sentimentos nobres e todos análogos aos sete sentimentos.

A Fé estimula a Religiosidade (Oxalá e Oiá) O Amor estimula as Uniões (Oxum e Oxumaré) O Conhecimento estimula o Raciocínio (Oxóssi e Obá) A Justiça estimula a Razão (Xangô e Egunitá) A Lei estimula a Ordem (Ogum e Iansã) A Evolução estimula o Equilíbrio (Obaluaê e Nanã Buruquê) A Geração estimula a Maternidade (Iemanjá e Omulú)

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Ou seja, não são SETE Orixás e sim SETE IRRADIAÇÕES DIVINAS ou LINHAS que Deus ou Olorum criou. As sete irradiações dão formação as sete essências, que dão origem a sete elementos, que dão origem a sete tipos de matéria ou energia.

As essências são:

1. Cristalina 2. Mineral 3. Vegetal 4. Ígnea 5. Eólica 6. Telúrica 7. Aquática

Dentro dessas sete essências, está TUDO o que Deus criou em nosso planeta.

Os Orixás são "polarizadores" e irradiam essas vibrações de forma passiva ou ativa. Quando recebemos as essências dos Orixás, elas são elementais e já foram polarizadas, logo as sete linas assumem esta polarização surgindo automaticamente DOIS PÓLOS (Pares) em cada uma delas. Assim temos sete linhas, mas já precisamos de quatorze Orixás pois uns ocupam os pólos passivos e outros pólos ativos.

Nos pólos passivos e ativos, temos as naturezas distintas dos Orixás que atuam sob a mesma irradiação, e é nesta bipolarização que os arquétipos dos Orixás vão se formando. Aí eles vão se diferenciando e assumindo atribuições específicas, mesmo atuando sob uma mesma irradiação. (DIFÍCIL??? Não, vamos lá). Sete linhas, quatorze pólos e quatorze Orixás assentados: Oxalá é Passivo e Oiá é Ativa Oxum é Ativa e Oxumaré é Passivo Oxóssi é Ativo e Obá é Passiva Xangô é Passivo e Iansã é Ativa Ogum é Passivo e Egunitá é Ativa Obaluaê é Ativo e Nanã é Passiva Iemanjá é Passiva e Omulú é Ativo

Vamos Falar agora um pouco sobre cada um Orixás.

OXALÁ (Saudação Exê Uêpe Babá, Oxalá é meu Pai; Êpa, êpa Babá (viva o Pai)).

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Na Umbanda, Oxalá é a Divindade que está assentada no pólo positivo ou irradiante do Trono da Fé, cuja Essência é Cristalina.

Pai Oxalá é o Trono Masculino do Cristal, Regente da primeira Linha de Umbanda (Linha da Fé), onde polariza com o Trono Cósmico Feminino Logunan (Oyá-Tempo).

As Irradiações Universais de Pai Oxalá são retas e contínuas, projetando-se de forma passiva a todos, o tempo todo.

OYÁ TEMPO ou LOGUNAM ( Saudação.. Olha o Tempo Minha Mãe!)

Oyá-Tempo é a Orixá que está assentada negativo (cósmico) do Trono da Fé.

Junto com Oxalá, dá a sustentação a todas as manifestações da Fé e amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos que estimulam a evolução religiosa dos seres.

O campo preferencial de atuação da Mãe Oyá-Tempo é o religioso, onde Suas irradiações Cósmicas são projetadas em espiral e alcançam os seres que se desvirtuaram no campo da religiosidade, para corrigi-los Ela atua como ordenadora do caos religioso. Rege a religiosidade nos seres. Absorve a fé em desequilíbrio, para reconduzir os seres ao caminho do equilíbrio.

Ela é o próprio espaço-tempo onde tudo se manifesta. Por isso dizemos que é uma Divindade atemporal, ou seja, é em Si o próprio Tempo, não está sujeita ao Tempo, mas rege o seu sincronismo.

Nossa relação ou noção de espaço-tempo depende da movimentação dos astros no espaço, e daí vêm os conceitos de dia e noite, bem como o nosso senso cronológico.

Simbolizada pela espiral do Tempo, manifesta-Se em todos os locais, assim como Oxalá, com o qual faz par, na Linha da Fé.

Sendo um Orixá Cósmico, Ela pune quem se aproveita com más intenções das Qualidades Divinas relacionadas com a Fé e a Religiosidade.

Tempo é ”o vazio cósmico” onde são retidos todos os espíritos que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.

A essência cristalina irradiada pelo Divino Trono Essencial da Fé é neutra, quando irradiada. Mas como tudo se polariza em dois tipos de magnetismos, então o pólo positivo e irradiante é Oxalá e o pólo negativo e absorvente é Oyá-Tempo.

OXUN (Saudação Ai-ie-iô (ou Ora Ieiêô)

A Orixá Oxum é a Divindade que está assentada no pólo positivo o Trono Mineral, o Trono do Amor e atua na vida dos seres estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união.

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Seu elemento é o mineral, junto com Oxumaré, forma uma linha vertical cujas vibrações, magnetismo e irradiações planetárias atuam sobre os seres, estimulado os sentidos de amor e acelerando a união e a concepção dos seres.

Bela, vaidosa e sensual, Oxum é a deusa do amor e a mais feminina de todas as divindades da Umbanda. Rege a fertilidade e o poder de gestação. É a senhora das águas doces, que irrigam os campos, garantindo fartura, e também do ouro. Por isso, identifica-se com todas as manifestações de riqueza.

OXUMARÊ (Saudação "Salve nosso Pai Oxumarê!" - Resposta: "Arrobobô, meu Pai!" (ou então:"Salve!").

Oxumarê É a Divindade que está assentada no pólo negativo do Trono do Amor.

É um Orixá Cósmico que atua na vida dos seres para absorver, diluir e corrigir os desequilíbrios no campo do amor e que, ao mesmo tempo, irradia Energias de renovação.

Seus principais Fatores são o Diluidor e o Renovador, pois a Energia de Oxumarê se movimenta por meio de uma onda dupla: uma onda dilui as negatividades dos seres e a outra onda, simultaneamente, os renova.

Essa onda dupla é simbolizada por duas serpentes entrelaçadas num eixo vertical. E aqui surge um dos Mistérios de Oxumarê: o Mistério Cobra ou Serpente. Mas esta “serpente” não se refere ao animal, ao réptil, na verdade ela representa a kundalini, um tipo de Energia que circula no chakra básico. Por outro lado, a serpente é associada à sexualidade, e isso precisa ser mais bem analisado.

A Energia kundalini não é apenas uma energia sexual ou para o sexo. Ela é mais que isso. A kundalini é a Energia da alegria, da satisfação, do prazer de viver- o que certamente pode englobar a sexualidade, mas vai além desse aspecto.

A Energia de Oxumarê tem as qualidades da Energia kundalini e daí vem o fato de Oxumarê ser associado à sexualidade, às vezes até de forma equivocada. Vejamos como atua a Energia de Pai Oxumarê, que tem características da Energia kundalini.

Sabemos que o corpo humano tem 7 chakras principais: coronário, frontal, laríngeo, do coração, esplênico, umbilical e básico. Estes chakras absorvem as Energias Divinas que são vitais para nós e as irradiam para os nossos demais centros energéticos (chakras menores, meridianos etc.), garantindo o equilíbrio e a saúde dos nossos corpos espiritual, mental, emocional e físico.

Pois bem.

A kundalini é a Energia Divina que entra pelo chakra básico. É “a serpente que dorme no chakra básico” e que, ao ser despertada, sobe pela coluna e vai passando pelos demais chakras, num movimento que lembra o da serpente, até chegar ao chakra da coroa. As energias do chakra básico nos dão vitalidade, capacidade de iniciativa; despertam em nós a vontade de fazer, de realizar, de estar presente; dão-nos a capacidade do saber relacionar-se com o mundo. É a chamada Energia terra/céu.

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Mas nós recebemos outro tipo de Energia, que entra pelo chakra da coroa e desce para os demais chakras, até chegar ao básico. Essa Energia nos liga ao mais Alto, por meio da Fé, e nos faz buscar transcender as questões meramente materiais. É a Energia céu/terra.

Essas duas Energias se movimentam num eixo magnético vertical que vai do topo da cabeça ao chakra básico, elas descem ao longo da coluna vertebral e alimentam os demais chakras, juntando-se às energias específicas de cada chakra. Dão a sustentação “pela terra” e “pelo céu”. As energias do chakra básico e as da coroa se encontram no chakra do coração, situado exatamente no meio dos 7 chakras principais. Ali elas são harmonizadas e dali são distribuídas para os demais centros energéticos. Diz o ditado: “o equilíbrio está no meio”... Portanto, o coração bombeia o sangue e também essas Energias, inclusive a kundalini, para todo o nosso corpo. Assim, quando alimentamos sentimentos de amor e de alegria de viver, nós ficamos plenos do equilíbrio das Energias terra/céu e céu/terra. Mas se nos entregamos às mágoas, às decepções e tristezas, nós bloqueamos o chakra do coração e também a livre circulação da kundalini, e enfraquecemos. Por isso se diz que o Amor cura tudo...

Como Trono Masculino do Amor, Pai Oxumarê nos ampara e auxilia em todas as dificuldades no campo do amor, da afetividade no geral e do relacionar-se com o outro; inclusive nas dificuldades referentes à sexualidade. Quando alimentamos ódio, ciúmes, ressentimentos e mágoas, ou dificuldades no campo da sexualidade, por exemplos, podemos pedir a Ele que dilua esses sentimentos negativos e renove o nosso íntimo, curando esses bloqueios indesejáveis. Pois o Divino Oxumarê é também um dos Orixás que compõem o Sagrado Trono Medicinal ou da Cura (ao lado dos Amados Pais Oxalá, Oxóssi, Obaluayê, entre outros).

As “serpentes” de Oxumarê (sua onda dupla) têm relação com a sexualidade neste sentido

de equilíbrio: quando nos relacionamos por Amor, o nosso coração ajuda a bombear a kundalini, fazendo-a subir dos dois lados, como duas “serpentes” que se entrelaçam e nos envolvem com as Energia terra/céu (vitalidade, impulso, estímulo, alegria, prazer) e as Energias céu/terra (Fé, autoconfiança, autoestima, integração com o Todo, entusiasmo, êxtase, iluminação). A energia sexual não é apenas para o sexo, é também para todas as atividades criativas e de expansão da consciência.

A onda dupla de Oxumarê lembra o caduceu, símbolo da Medicina e que também aparece nas mãos de Mercúrio. O caduceu é um bastão com duas serpentes entrelaçadas, representando a complexidade do ser humano.

Pai Oxumarê é também considerado o Senhor do Arco-Íris. E aqui temos mais um dos Seus Divinos Mistérios: o Mistério das Cores. Pois o fenômeno do arco-íris revela as 7 cores contidas na luz branca do sol.

O arco-íris surge num dia de sol e chuva forte, aparece logo após a chuva. As 7 cores da luz solar se refletem primeiro no interior das gotas de água da chuva que evaporaram com o calor do sol, e dali elas se refletem no céu, ficando então visíveis aos nossos olhos. Esse fenômeno também simboliza o bem-estar e a alegria que sentimos pela renovação da atmosfera, depois daquela chuva forte.

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Num dia de sol e chuva, podemos observar uma cachoeira: quando a água da cachoeira cai, com aquele vapor em torno dela, e a luz do sol bate nas gotas de água suspensas no ar, forma-se o arco-íris, e as 7 cores ficam visíveis no céu. A cachoeira, nesse ponto em que as águas caem e formam vapor, é um dos pontos de força de Oxumarê. Pois é Oxumarê quem dá cores à Vida e a toda a Criação. Ele é o Senhor do Arco-Íris Divino, que ilumina e renova toda a Criação, “depois de uma chuva forte”, isto é, depois da dificuldade. Isso também pode ser entendido da seguinte forma: quando uma pessoa está triste, desiludida e amargurada, a vida lhe parece sem brilho, fica cinzenta; já quando a pessoa está amando, ela vê alegria e cor em tudo. E assim atua o Divino Pai Oxumarê: diluindo nossas mágoas e tristezas, para nos renovar e reequilibrar, devolvendo o brilho das cores à nossa vida.

Ele é o Senhor das 7 cores do Arco-Íris Sagrado. Ele nos renova o íntimo e traz “as cores da Vida” que não estávamos percebendo. Ele é o Grande Renovador das nossas vidas.

Ainda dentro do Mistério das Cores, Oxumarê rege a Linha de Trabalho das Crianças, pois a criança representa o renascimento, a renovação da vida, a pureza, a alegria etc. Num sentido mais espiritualista, leva-nos ao resgate da nossa “criança interior”.

Na obra de Rubens Saraceni, pela Editora Madras, aprendemos que o Orixá Oxumarê é a Renovação contínua, atuando nas nos 7 Sentidos da Vida:

-No Sentido da Fé: renovando a fé e a religiosidade dos seres;

-No Sentido do Amor e da concepção: renovando o amor e a sexualidade dos seres;

-No Sentido do Conhecimento: renovando os conceitos, teorias e fundamentos;

-No Sentido da Justiça: renovando os juízos (padrões de valores, avaliações);

-No Sentido da Lei: renovando as ordenações que acontecem de tempos em tempos;

-No Sentido da Evolução: renovando as doutrinas que aperfeiçoam o saber e aceleram a evolução dos seres;

-No Sentido da Geração: como a renovação da criatividade, ou como o próprio reencarne.

OXÓSSI (Saudação "Salve nosso Pai Oxóssi!"- Resposta: "OKÊ ARÔ!", ou então: “OKÊ, OXÓSSI!”- Do Yorubá: Okê= monte; Arô = título honroso dado aos caçadores. O significado da saudação seria: “Salve o maior dos caçadores!”; ou “Salve o grande caçador!”

Oxóssi é a Divindade que está assentada no pólo positivo do Trono do Conhecimento.

Oxóssi irradia o Conhecimento e atua em nosso mental estimulando nossa busca pelo conhecimento no sentido mais amplo da palavra, de modo a expandir todos os Sentidos da nossa vida. Ele também ampara os seres que fazem bom uso dos conhecimentos

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adquiridos (aplicando-os para a própria evolução e no esclarecimento e auxílio ao próximo). Por isso, Oxóssi representa o arquétipo do Grande Caçador: aquele que vai buscar e nos traz o Conhecimento e respostas inteligentes às nossas necessidades de aprendizado e evolução.

Oxóssi é o raciocínio hábil, o cientista, o doutrinador, é o grande comunicador, é a Divindade da Expansão.

É o Senhor do Reino Vegetal, dono de todos os frutos, ervas e flores e de toda a vida existente nas florestas, campos, matas e adjacências. É o Senhor da fauna e da flora planetárias.

Seu primeiro Elemento de atuação é o Vegetal (que nos purifica, limpa, nutre e cura) e o seu segundo Elemento é o Ar (que leva, espalha e expande).

OBÁ (Saudação "Salve a Divina Mãe Obá!" - Resposta: "Akirô Obá-Yê!"; Obá XÍ! ou Obá Xirê!.)

Mãe Obá é a Divindade que está assentada no pólo negativo (isto é, absorvedor) da Linha do Conhecimento, que é a terceira Linha de Umbanda, onde polariza com Pai Oxóssi.

Ela e Oxóssi atuam em pólos opostos: Oxóssi estimula a busca do Conhecimento porque é o pólo positivo ou irradiante; enquanto Obá, como pólo absorvedor, paralisa os seres que se desvirtuaram por adquirir conhecimentos viciados, distorcidos ou falsos ou ainda por fazerem mau uso do conhecimento.

Obá é o Orixá que mostra a verdade e que nos ajuda a manter firmes os nossos objetivos, nosso raciocínio, nossa concentração e determinação.

Como Orixá Cósmico, Obá corrige toda expansão desvirtuada, todo conhecimento falso, ilusório, mentiroso.

Obá retira o poder de concentração e objetividade dos seres desvirtuados (como os falsos conhecedores e os soberbos que se apoderam do conhecimento para ter domínio sobre os outros) e então eles começam a perder o foco, a concentração, a linha de raciocínio. O ser que está sendo atuado de forma cósmica por Obá começa a perder interesse pelo assunto que tanto o atraía e se torna apático. Então, quando aquele ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, Obá o conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar para redirecioná-lo na linha reta do Conhecimento.

O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como Divindade Cósmica responsável por paralisar os excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, Ela paralisa os conhecimentos viciados e aquieta os seres, antes que cometam erros irreparáveis.

Todas as doutrinas religiosas que são rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a silenciosa atuação de nossa amada Mãe Obá.

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XANGÔ ( Saudação “Kaô Kabecile!” (ou Kawó kabiyèsílé!), que significa: “Venham ver o Rei descer sobre a terra!”)

Xangô é a Divindade que está assentada no pólo positivo ou irradiante da 4ª. Linha de Umbanda, que é a da Justiça Divina.

Como Orixá Universal, Xangô traz a Qualidade da Justiça Divina e a irradia o tempo todo na Criação para dar equilíbrio, estabilidade e harmonia a tudo e a todos. É o Orixá do equilíbrio, da estabilidade e da razão. Sustenta e ampara os seres que vivem o Sentido da Justiça de forma equilibrada.

Seu campo preferencial de atuação é a razão. Absorvendo as Irradiações de Pai Xangô, o ser é purificado em seus sentimentos e se torna racional, ajuizado e um ótimo equilibrador do meio em que vive e dos seres à sua volta.

Podemos ver manifestações dessa Qualidade Divina através da atuação dos Caboclos de Xangô, que têm procedimentos justos, retos e equilibrados.

Na Linha da Justiça, Pai Xangô forma um par puro com o Orixá Feminino Egunitá, pois ambos atuam pelo elemento Fogo.

Além disso, Xangô também polariza com Iansã (Trono Feminino da Lei), formando com Ela uma Linha Mista, uma vez que atuam por elementos diferentes: Xangô é o

Fogo e Iansã é o Ar que expande esse Fogo Divino. Isso acontece porque há uma ligação estreita entre Justiça e Lei e, portanto, também entre as atuações dos Orixás Regentes de cada uma dessas Linhas (Xangô e Egunitá na Linha da Justiça; Ogum e Iansã na Linha da Lei).

Xangô está em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.

Xangô é a ideologia, a decisão, a vontade, a iniciativa. É a solidez, a organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, a vontade de vencer. Também é o sentido de realeza, o espírito nobre das pessoas, o poder de liderança.

EGUINITÁ (Saudação “Kali-Yê, minha Mãe!”)

Mãe Egunitá é a Divindade Cósmica assentada no pólo negativo (absorvedor) do Trono da Justiça Divina.

Na Umbanda, Egunitá é cultuada como o Orixá Cósmico que consome os vícios e desequilíbrios e faz a purificação dos templos religiosos, do íntimo dos seres e das suas moradas. Ela atua para nos defender das magias negativas e das injustiças, mas sempre a partir de uma autopurificação, para então nos renovar. Isto é, primeiro Ela faz uma purificação em nós mesmos, para nos renovar: purificação de conceitos e idéias antigas aos quais nos apegamos e que nos prejudicam; purificação dos nossos vícios de comportamento etc.

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Mãe Egunitá nos traz uma face que faltava no estudo dos Orixás, como Divindade do Fogo Purificador e Renovador. Antes das informações trazidas por Pai Benedito de Aruanda, através da psicografia de Rubens Saraceni, não havia na Umbanda um estudo sobre um Orixá que representasse o Fogo da Purificação, o Fogo que destrói os desequilíbrios para trazer a renovação do ser. Esta renovação é justamente o aspecto característico da atuação de Mãe Egunitá e faz parte do seu culto, inclusive diferenciando-o de cultos anteriores, como veremos a seguir.

OGUM (Saudação Ogum-Yê! Ou Patacori Ogum!)

Pai Ogum é a Divindade que está assentada no pólo positivo (irradiante) da Linha da Lei. Representa a Ordenação Divina, o Governo da Lei Maior em toda a Criação.

Suas Irradiações contínuas amparam e sustentam aqueles que vivem dentro da Lei e da Ordem Divinas e também socorrem aos que necessitam desse amparo.

Ogum é a Lei, cujo símbolo é a espada, que por sua vez representa o caminho reto, a retidão de caráter, a honra, a honestidade. Perante a Lei não existe “mais ou menos”, não se pode ser “mais ou menos honesto”: ou se está no caminho reto, respeitando a Lei Divina, a si mesmo e ao próximo, ou não se está. Por isso se diz que os filhos de Ogum são taxativos: não hesitam em “comprar batalhas” para defender os amigos e aqueles que agem com respeito à Lei de Deus e ao próximo, mas se afastam dos que agem com desonestidade e deslealdade.

Ogum é o Senhor dos caminhos e realiza a abertura de caminhos, a ordenação, o afastamento da desordem e do caos, o corte das atuações negativas, mas tudo a partir do equilíbrio íntimo dos seres perante a Lei Divina. A primeira “batalha” que Pai Ogum nos ensina a realizar é vencer os vícios e a desordem interna para que, uma vez equilibrados, possamos atrair situações e relacionamentos ordenados, livres da desordem que nasce do desrespeito à Lei Maior e à Justiça Divina.

Lei e Justiça são interligadas, não se pode obter o amparo da Justiça Divina sem viver em obediência às Leis da Criação. O dragão subjugado por São Jorge e por São Miguel Arcanjo, que sincretizam com Ogum, representa exatamente o trabalho pela vitória sobre as nossas trevas interiores. O dragão é o símbolo da maldade, dos vícios, das negatividades, do ego exacerbado, da vaidade extrema, da ganância etc. Vencendo “o dragão”, sob o amparo de Ogum, nos habilitamos a atrair situações favoráveis, sob o amparo da Lei. Porque a Lei atua sem cessar, irradiando-se para toda a Criação. Sintonizados com a Lei, alcançamos o amparo da Lei e da Justiça do Criador. Então, os inimigos terão olhos, mãos, pés e armas, mas não conseguirão nos enxergar, não poderão nos tocar e nem nos alcançar ou ferir, como diz um ponto cantado.

Seu primeiro elemento de atuação é o Ar e o 2º. Elemento é o Fogo. Na Linha pura da Lei Ogum faz par com Yansã, ambos atuando pelo elemento Ar.

Também faz par com Egunitá, a Mãe do Fogo e da Justiça, aqui formando com Ela uma Linha polarizada ou mista Lei/Justiça, pelos elementos Ar/Fogo.

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Nos elementos, Ogum é o ar que refresca e a brisa que acalenta.

Na Lei, Ogum é o princípio ordenador inquebrantável.

Na Criação Divina, Ogum é a defesa de tudo o que foi criado, é a defesa da vida.

Na Irradiação da Lei, Ogum é passivo, pois seu magnetismo irradia-se em ondas retas, em corrente contínua, e seu núcleo magnético gira para a direita (sentido horário).

Seu Fator Ordenador nos ajuda a vencer nossas trevas e bloqueios interiores (as verdadeiras demandas) e nos protege dos obstáculos externos, quando vivemos de acordo com os ditames da Lei Divina.

YANSÃ (Saudação "Salve a nossa Mãe Yansã!"- Resposta: "EPARREI, YANSÃ!")

Mãe YANSÃ é a Divindade que está assentada no pólo negativo (absorvedor) e cósmico da Linha da Lei, onde atua de forma ativa, para absorver os desequilíbrios cometidos no campo da Lei e da Justiça Divinas e reconduzir os seres ao equilíbrio.

A Divindade Yansã é a Qualidade Direcionadora de Deus, que atua de forma permanente em toda a Criação para que tudo e todos possam evoluir. Tudo na Criação Divina é direcionado para um caminho de evolução.

Assim, Yansã é a força móvel que direciona a Fé (campo de Oxalá), a Justiça (campo de Xangô), a Evolução (campo de Obaluayê), a Geração (campo de Iemanjá), a Agregação (campo de Oxum), a Lei (campo de Ogum).

Pai Ogum é o aspecto fixo da Lei, a irradiar continuamente as Vibrações Divinas da Lei Maior e com elas amparando e sustentando a tudo e todos de forma passiva (sem forçar ninguém). E Mãe Yansã é o aspecto móvel da Lei, que entra em ação para corrigir os desvirtuamentos dos seres neste Sentido da Vida e recolocá-los no caminho reto, de modo que também a Justiça Divina seja obedecida e aplicada. Pois quando a Lei não é cumprida, a Justiça também é desrespeitada. Como Orixá Cósmico, Yansã pune quem desvirtua ou se aproveita dessas Qualidades Divinas com más intenções.

Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres. Como Divindade Direcionadora e Movimentadora, Mãe Yansã retira os seres de um caminho de estagnação evolutiva (provocada por seus desequilíbrios emocionais) e ajuda a encaminhá-los, cortando os seus excessos emocionais e colocando-os no caminho correto a seguir. Além de corrigir excessos no campo da Lei e da Justiça, Yansã é o Orixá que dá amparo àqueles que vivem em obediência à Lei e à Justiça Maiores, protegendo-os e combatendo as injustiças que estejam enfrentando (projeções mentais negativas externas, magias negativas etc.). Sua atuação é Cósmica, ativa, negativa, mobilizadora e emocional, mas não é inconseqüente ou emotiva, porque Ela é o Sentido da Lei, e a Lei não é apenas punidora, mas também direcionadora.

É a mais guerreira de todos os Orixás Femininos.

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Yansã atua na Linha da Justiça ao lado de Xangô, e também na Linha da Lei ao lado de Ogum. Com Pai Xangô, Ela forma uma Linha polarizada ou mista Justiça/Lei, na qual Ele atua pelo elemento Fogo e Ela atua pelo elemento Ar. Já com Pai Ogum, Yansã forma um par puro na Linha da Lei, ambos atuando pelo elemento Ar.

Na Lei: Mãe Yansã é Movimentadora, é a Lei atuando para redirecionar os seres que se desequilibraram; e Pai Ogum é o princípio ordenador inquebrantável.

Nos elementos: Pai Ogum é o ar que refresca e a brisa que acalenta; e Mãe Yansã é o vendaval que desaba, e a ventania que faz tudo balançar.

Na Fé: Ogum é o princípio a ser obedecido; e Yansã é a novidade que renova a Fé na mente e no coração dos seres.

Na vida: Yansã é a busca de melhores condições de vida para os seres.

Na Criação Divina: Ogum é a defesa de tudo o que foi criado; e Yansã é a busca de adaptação do ser ao meio onde vive.

Na Irradiação da Lei, Ogum é passivo. Seu magnetismo irradia-se em ondas retas, em corrente contínua, e seu núcleo magnético gira para a direita (sentido horário). Seu Fator é Ordenador. Já Yansã é ativa, pois seu magnetismo irradia-se em ondas curvas, em corrente alternada, e seu núcleo magnético gira para a esquerda (sentido anti-horário). Seu Fator é Direcionador. Ogum é a Lei, a via reta.

Mas Yansã é o próprio sentido de direção da Lei, pois Ela é um Mistério que só entra na vida de um ser caso a direção que ele esteja dando à sua evolução e à sua religiosidade não siga a linha reta traçada pela Lei Maior. Neste caso, a Qualidade Direcionadora de Mãe Yansã envolve o ser numa de suas espirais, impondo-lhe um giro completo e transformador dos seus sentimentos viciados. Com isso, Ela o recoloca no caminho reto da vida; ou então, se necessário, o lança no Tempo, onde a sua religiosidade desvirtuada será paralisada e esgotada.

Neste último caso, os seres ficam retidos “no Tempo”, até esgotarem os vícios e desequilíbrios que afetavam suas mentes, seu emocional e seus campos energéticos. Por esse motivo é que a Divina Mãe Yansã tem uma atuação importantíssima sobre os eguns, que são espíritos endurecidos no mal: Ela os recolhe, paralisa, e os remete ao Tempo, nos domínios da Mãe Oyá-

Tempo (Logunan), para que ali eles sejam completamente esgotados dos seus desequilíbrios. Só depois disso é que aquele ser- que deliberadamente praticou o mal por muitas e muitas vezes, ao ponto de “endurecer no mal”, como se costuma dizer-, somente depois de esgotado ou esvaziado da maldade que criou, é que o ser estará em condições de ser redirecionado, para recomeçar sua caminhada evolutiva.

Na Linha da Justiça, Yansã é seu aspecto móvel, pois atua na transformação dos seres, absorvendo seus magnetismos negativos; e Xangô é seu aspecto passivo, assentado ou imutável, a irradiar continuamente a Vibração da Justiça e do Equilíbrio Divinos para toda a Criação.

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Sempre que a Justiça Divina é ativada, tanto o seu pólo passivo quanto o seu pólo ativo são ativados, e aí surge Yansã, a Regente da Lei nos campos da Justiça.

A natureza eólica (=do ar) de Yansã expande o fogo de Xangô. Assim, logo que o ser é purificado de seus vícios (pelo fogo de Xangô), Yansã entra na vida daquele ser e o redireciona e o reconduz para outro campo, no qual retomará sua evolução.

O primeiro elemento de Yansã é o Ar, que movimenta e sustenta o Fogo. Pois Yansã é movimento o tempo todo. O Fogo é, portanto, o segundo elemento de atuação desta Divindade.

Como aplicadora da Lei nos campos da Justiça, Yansã é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os seres fora da Lei, alterar todo o seu emocional, mental e consciencial, para então redirecioná-los numa outra linha de evolução, que os aquietará e facilitará suas caminhadas pela linha reta da evolução. Quando não é possível reconduzi-los, então uma das Intermediárias Cósmicas de Yansã paralisa os seres desequilibrados, retendo-os num dos campos de esgotamento mental, emocional e energético, até que eles tenham sido completamente esgotados dos seus negativismos e tenham descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.

OBALUAYÊ (Salve nosso Pai Obaluayê! Resposta: - Atotô, Obaluayê!) (Significa: Silêncio, o Velho e Sábio chegou e deve-se fazer silêncio diante d’Ele).

Obaluayê é a Divindade que está assentada no pólo positivo ou irradiante da Linha da Evolução, que é a sexta Linha de Umbanda. É o Trono Masculino da Evolução, que representa e irradia a Vibração Divina que promove a Evolução contínua de todos os seres e elementos da Criação.

Como Orixá Universal, Obaluayê irradia, o tempo todo, Sagradas Energias que nos fazem dar um passo à frente; inclusive transmutando ou modificando de forma positiva todo e qualquer sentimento, pensamento ou energia contrária à nossa evolução. Essa atuação se dá por meio da luz violeta, essencialmente transmutadora, a freqüência mais alta de todas as cores do arco-íris. Por trás da simplicidade com que o Divino Pai Se manifesta entre nós, está presente “a chama violeta”, preciosa e Divina.

Muito associam Obaluayê apenas à idéia do Orixá Curador, “o Médico Sagrado da Umbanda”, que Ele realmente é. Mas Obaluayê representa mais que isto: Ele é o Senhor das Passagens de um plano para outro, de uma dimensão para outra, de um estado ou condição para outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa, pois atua diretamente no processo reencarnatório. É um Trono Divino que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, por meio da irradiação dos Fatores Transmutador e Evolucionista.

O Fator Transmutador de Pai Obaluayê tem por função transmutar não apenas uma situação particular da nossa vida, como também a de transmutar a ação dos outros Fatores: é a Transmutação Divina atuante em toda a Criação. Transmutar significa transformar o negativo em positivo. Já o seu Fator Evolucionista ou Evolutivo tem por

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função criar as condições necessárias para a evolução dos seres, correspondendo, portanto, à Presença da Evolução atuante na Criação.

Na Umbanda, Obaluayê é geralmente sincretizado com São Roque e com São Lázaro. Em poucas regiões do país seu sincretismo é com São Sebastião. O nome Obaluayê significa: “o Rei e Senhor da Terra” (Oba=Rei; Lu= Senhor; Ayê= Terra). Obaluayê é o Rei e Senhor do elemento terra e da matéria ou do mundo material. É conhecido como o Rei das Almas do Ayê, o Senhor das Almas.

O Trono da Evolução é um dos sete Tronos Essenciais que formam a Coroa Divina Regente do nosso planeta. Na Umbanda, ele projeta a Linha da Evolução, que é regida por Obaluayê (Orixá Masculino e Universal) e Nanã (Orixá Feminino e Cósmico).

Obaluayê e Nanã são Orixás que cuidam das passagens dos estágios evolutivos de todos os seres e elementos. Dão a sustentação energética Divina para que alcancemos o próximo passo do caminho evolutivo, para a subida dos degraus do caminho da evolução. Eles nos encaminham para dar o passo à frente e deixar para trás o que não serve mais para a nossa vida, despertando em nosso íntimo o desapego, a perseverança, a humildade, a paciência, a sabedoria adquirida com a experiência etc. Por isso, Obaluayê e Nanã regem o Mistério Ancião, dentro do qual trabalham os Pretos Velhos. O Mistério Ancião também está ligado aos Orixás Oxalá e Oyá-Tempo, envolvendo as noções de Espaço-Tempo. Este Mistério de Deus está voltado para a estrutura daqueles que se manifestam como “Velhinhos”- trazendo Sabedoria, Paciência, Experiência, Vivência, ausência de ansiedade diante do tempo e tudo o que representa a libertação pelo conhecimento verdadeiro, um conhecimento adquirido e posto na prática, trazendo a Sabedoria. O “Velho” (curvado, com o caminhar lento etc.) é o arquétipo daquele que passou pelas eras e se estabilizou no tempo, carregando Conhecimento e Sabedoria. O “Velho” é aquele que nos faz acreditar, que nos emociona e que nos convence porque toca lá dentro da nossa alma. Quem nunca se emocionou diante da Simplicidade, da Humildade e do extremado Amor de um Preto Velho? Quantas vezes “o olhar” de um Preto Velho transformou vidas, trouxe esperança, abrandou corações? Os Pretos Velhos carregam justamente o magnetismo da Sabedoria, da Humildade e da Bondade, com o poder transformador das Energias que lhes são características e que provêm das Irradiações do Sagrado Trono da Evolução.

Evoluir é sair de um nível de consciência e alcançar outro, alcançar outra realidade. Evoluir é fazer uma passagem de uma condição para outra condição melhor. Obaluayê é o Orixá que nos ajuda a fazer a passagem, já que passagem é aqui sinônimo de evolução. O maior simbolismo de passagem é o desencarne, a passagem do mundo material para o mundo espiritual. Logo, o campo santo ou cemitério é um lugar sagrado, é o sítio sagrado de Obaluayê, assim como de Nanã Buroquê e de Omolu. O cemitério é “a casa de Obaluayê”, para onde todos nós iremos um dia. Precisamos aprender a enxergar o cemitério como lugar sagrado, aprender a ver a Presença de Deus e de Obaluayê naquele lugar sagrado que está destinado a receber nossos restos mortais, afastando idéias de medo e temor, que não se justificam mais nos tempos de agora.

Os pontos de força de Pai Obaluayê são o cemitério (a calunga pequena) e o mar, este chamado também de calunga grande (porque nele eram jogados os corpos dos escravos mortos nas viagens forçadas da África para o Novo Mundo).

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No processo da reencarnação, é também marcante a Presença de Pai Obaluayê e de Mãe Nanã. A reencarnação é a passagem do ser do plano espiritual para a realidade material.

O Mistério Obaluayê reduz o corpo plasmático do espírito ao tamanho do corpo carnal alojado no útero materno. Nesta redução, o espírito assume todas as características e feições do seu novo corpo carnal, já formado. O Divino Pai Obaluayê estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto). E Mãe Nanã decanta o mental dos espíritos que irão reencarnar, apagando a memória das suas encarnações anteriores, para que possam recomeçar de forma proveitosa.

NANÃ (Salve nossa Mãe Nanã! Resposta: “Saluba, Nanã!”) (Diz-se que é o equivalente a “Salve!”. No Candomblé, porém, esta saudação tem este significado: “Com Nanã, nos refugiaremos da morte”.)

Nanã é a Divindade que está assentada no pólo negativo (ou absorvedor) da Linha da Evolução, que é a sexta Linha de Umbanda, na qual polariza com Pai Obaluayê.

Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres desequilibrados que, ao receberem suas Irradiações, se aquietam; e podem ter suas evoluções paralisadas, se necessário, até passarem por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais.

As Irradiações de Mãe Nanã contêm duas Qualidades Divinas que nos induzem a evoluir: a maleabilidade e a decantação. Através delas, Nanã transmuta as energias negativas e paralisantes geradas por conceitos negativos e errôneos que os seres desenvolvem a respeito das coisas Divinas (sentimentos, pensamentos, emoções, atos etc.), de modo a reequilibrá-los e então reconduzi-los a um caminho de evolução. Nanã manifesta essas duas Qualidades ao mesmo tempo e por isso dizemos que é um Orixá Cósmico dual.

A primeira Qualidade de Nanã (maleabilidade) vai desfazendo o que está paralisado ou petrificado nos seres, dando-lhes maleabilidade. Quanto o ser estaciona num padrão vibratório negativo (pensamentos, sentimentos, crenças e emoções), insistindo em condutas igualmente negativas, ele se petrifica, fica impermeável às sugestões do Bem. Neste caso, ele será atraído para o campo de Mãe Nanã, para readquirir maleabilidade.

E a segunda Qualidade de Mãe Nanã (decantação) vai decantando os seres dos seus vícios, desequilíbrios e negativismos, fazendo uma espécie de filtragem dessas energias desequilibradas.

Isso acontece porque Ela é um Orixá “água-terra”. O seu primeiro elemento de atuação é a água e o segundo é a terra. O elemento água dá maleabilidade ao que estava endurecido (“amolece”, torna permeável, permite adquirir e absorver outros valores). Então, a terra se junta à água, formando “um barro” que absorve os negativismos decantados. Isto gera condições para dar estabilidade àquilo que ficou de positivo após a decantação. E uma vez que “o positivo” foi estabilizado no ser, ele poderá recomeçar sua evolução.

Mãe Nanã atua por atração magnética sobre os seres cuja evolução está paralisada e cujo emocional está desequilibrado. Ela os atrai magneticamente, para operar o processo de: a)

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dar maleabilidade àqueles seres- quebrando seus vícios e desfazendo suas resistências e negatividades; também “amolecendo” e dissolvendo os medos ou bloqueios inexplicáveis, de fundo inconsciente, e as memórias traumáticas do ser; b) decantar todo esse negativismo- que vai se soltando, e vai se depositar no fundo “do barro” (encontro dos elementos água e terra, que constituem Seus domínios); c) e, finalmente, dar estabilidade ao que ficou de positivo em todo este processo, para que o ser retome sua evolução de forma equilibrada, aqui o entregando aos domínios de Obaluayê.

Em todas as situações, temos duas opções básicas: a) decidir trilhar o caminho do Bem, respeitando a Ordem Divina; caso em que os Orixás Universais (irradiantes, positivos) irão “nos puxar para cima”, potencializando os pontos fortes que já desenvolvemos e, através deles, nos ajudando a evoluir e vencer nossas dificuldades. Neste caso, os Orixás Cósmicos nos darão amparo também, protegendo-nos de ataques externos, magias negativas etc., uma vez que são os pares complementares dos Universais; b) ou estacionar num caminho negativo; caso em que os Orixás Cósmicos (absorvedores, negativos) irão nos atrair diretamente para os seus campos absorvedores de atuação, ali esgotando nosso negativismo, até recuperarmos o equilíbrio e voltarmos ao amparo dos Universais.

Isso explica as diferentes atuações de Pai Obaluayê (Universal) e de Mãe Nanã (Cósmica), que se complementam, na Linha da Evolução. Nanã faz com que os seres retomem sua evolução, decantando-os de todo o negativismo, afixando-os no seu “barro” (água + terra) e deixando-os prontos para a atuação de Obaluayê, que os irá remodelar e estabilizar, para colocá-los novamente em movimento numa senda evolutiva.

A Energia de Nanã é Decantadora por excelência. Seu Fator Puro é o Decantador, que nos faz evoluir. Então, o outro Fator de Nanã é o Evolutivo (Fator Misto). Os lagos, mangues e os grandes rios que correm tranquilamente são Pontos de Força de Mãe Nanã. Vamos pensar num lago. Um lago tem a superfície calma, de águas tranquilas, que parecem estar paradas. Mas ele puxa para o fundo qualquer coisa que nele seja atirada, ele decanta silenciosamente. Assim é a Energia de Nanã, a Mais Velha das Mães das Águas. Diferente de Mãe Oxum, simbolizada pelas cachoeiras, que são rápidas e representam a Energia da Mãe Jovem.

Diferente também de Yemanjá, a Grande Mãe, simbolizada pela imensidão do mar. Todas Elas lidam com as nossas emoções, porque a água está relacionada ao emocional. E Nanã representa a calmaria, a decantação das nossas emoções e sentimentos; motivo pelo qual Ela também pode nos curar, já que muitas doenças têm forte cunho emocional (raiva, inquietação, impaciência, ansiedade, nervosismo, ciúme, inveja etc.). Decantando nossos vícios e desequilíbrios emocionais e mentais, Nanã nos acalma e nos transforma. Transformados interiormente, entramos no caminho da cura. Em outras palavras: evoluímos

YEMANJÁ (Saudação Odoyá ou Odoiá - saudação a Orixá Iemanjá e significam Mãe das águas.)

Iemanjá, Iyemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja, ou Yemoja

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Dandalunga (angolas), Kaiala (congos), Janaína, Inaê, Sobá, Oloxum, Princesa de Aiucá, Sereia Mukunã, Senhora da Calunga Grande, Rainha do Mar ou Senhora da Coroa Estrelada

Estes são alguns dos nomes que designam Yemanjá, a Divindade que na Umbanda é a Grande Mãe, a Mãe da Geração.

Yemanjá é a Divindade que está assentado no pólo universal positivo ou irradiante do Trono da Geração e da Vida e que rege a Sétima Linha de Umbanda (Linha da Geração), onde polariza com o Orixá Omolu (Trono Masculino da Geração), cujo magnetismo é negativo ou absorvedor.

Yemanjá, a Mãe da Vida, é a água que vivifica; e Pai Omulu é a terra que amolda os viventes.

O campo preferencial de atuação de Yemanjá é no amparo à maternidade, porque Ela é Senhora do Mistério Maternal. Simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente, “a Mãe da Vida”.

Mãe Yemanjá representa a Manifestação das Qualidades Geradora e Criativa do Divino Criador. É o Orixá Universal que irradia continuamente as Qualidades geradoras da vida e da criatividade, abençoando todos os seres de forma natural, sem forçar ninguém. E sempre ampara aqueles que pedem e buscam essas bênçãos.

Ela irradia o tempo todo seu Fator Gerador e Criacionista, que estimula a geração e a criatividade das pessoas, trazendo oportunidades de crescimento nos Sete Sentidos da Vida, pois irá estimular a geração de vidas, de idéias, de fé, de amor, de conhecimento etc. Nos mitos da Criação do Universo, Ela é a representação do Princípio Feminino, é “o aspecto Mãe” do Criador. É conhecida como "a Mãe de todos os Orixás" porque está na origem de todas as coisas.

O principal elemento de Yemanjá é a água, o elemento das emoções. O mar é regido por Ela; e a Ciência estuda que a origem da vida está nas águas.

O mar representa todas as águas, já que todas as águas correm para o mar. E o mar “lava” os nossos problemas e mágoas e renova a nossa vontade de viver, justamente porque a sua energia • uma Emanação da Mãe da Vida. Assim, podemos pedir a Yemanjá que nos ajude a lidar com as nossas emoções e a equilibrá-las.

A Regência de Yemanjá vai muito além da geração através do sexo, pois representa a Geração da Vida no sentido mais amplo: a geração dos seres, das criaturas e das espécies; e a doação da criatividade que permite aos seres encontrarem seus "pares", unindo-se a eles para se multiplicarem e conseguirem melhores resultados nas suas vidas. Esses "pares" são as Energias emanadas por este Orixá, que podemos atrair para nos ajudar a desenvolver nossos potenciais; e também podem surgir como pessoas, companheiros, parceiros de caminhada, grupos de estudos e atividades etc. Tudo isso está

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contido no Mistério Maternal de Yemanjá, que nos dá equilíbrio emocional e energético, gerando novos caminhos e oportunidades em nossas vidas.

Desse modo, podemos pedir à Mãe Yemanjá a bênção da criatividade sempre que formos iniciar algum projeto novo e quando precisarmos encontrar novas fórmulas de viver e novos caminhos (de trabalho, de fazer as coisas, de encarar os desafios da vida).

Associada ao movimento das águas e à fertilidade, Yemanjá é dona de grande poder de sedução e capaz de encantar os marinheiros e arrastá-los para o seu palácio submerso, de onde nunca mais retornam... Podemos entender isso como a necessidade que o ser humano tem de manter o equilíbrio emocional, para não cair num mergulho em emoções desequilibradas, sempre de difícil retorno...

Suas águas salgadas simbolizam as lágrimas de uma mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes.

Além de protetora da vida marinha, Yemanjá é principalmente a protetora da harmonia familiar, do lar, do casamento e do nascimento, é a Sua força que ampara o momento do nascimento de um bebê.

A Regência de Yemanjá em nossas vidas se manifesta na necessidade de sabermos se aqueles que amamos estão bem e protegidos; é a preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em relação àqueles que nos são queridos.

Ela quem nos dá um sentido de união, de grupo, transformando a convivência num ato familiar, criando dependências e raízes, proporcionando sentimentos de irmão para irmão, de pai para filho, com ou sem laços consanguíneos. É uma energia Sagrada que nos integra no Todo da Criação de forma amorosa e maternal.

Nos templos africanos, é retratada como uma mulher de seios fartos e semblante calmo, porém decidido. O simbolismo dos “seios fartos” é o da Grande Mãe que provê o alimento necessário a todos os filhos. E aqui a palavra “alimento” corresponde às Energias Divinas que Ela não cessa de Irradiar sobre todos os seres, espécies e elementos, mantendo e renovando a imensa Teia da Vida.

OMULU ( Salve Nosso Pai Omolu! Resposta: “Atotô, Omolu!”; ou então: “Omolu-Yê Tatá!”)

Omolu é o Orixá Cósmico assentado no pólo negativo (absorvedor) da Linha da Geração, que é a sétima Linha de Umbanda, onde polariza com o Orixá Universal Yemanjá.

Enquanto Yemanjá é a Regente Divina da Geração, Pai Omolu é o Regente do equilíbrio na Criação Divina.

Yemanjá é a Mãe da Vida; é maternal, mas autoritária. E Omolu é o Guardião da Vida; é rigoroso, mas compreensivo, ainda que não o demonstre.

Yemanjá é a Irradiação Divina que rege sobre a Vida e a Geração dos seres, das criaturas e das espécies. É a Grande Mãe, é o aspecto Mãe do Criador, é a Mãe de todas as Águas,

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simbolizada pelos mares e oceanos. Quem se coloca de forma reta sob a Sua Irradiação começa a vibrar o amor maternal, que aflora e se manifesta com intensidade.

As Irradiações de Mãe Yemanjá atuam de forma contínua sobre toda a Criação, estimulando a criatividade e o amparo à vida. Seu magnetismo é irradiante e Suas ondas são retas.

Em contrapartida, o Orixá Omolu paralisa tudo aquilo que atenta contra os Sentidos da Vida. É a Presença de DEUS garantindo a Vida e a Geração. É a profundidade da terra. As Irradiações do Sagrado Pai Omolu garantem o equilíbrio da Criação, pois atraem para o Seu campo Cósmico todos os seres que se desequilibraram e passaram a atuar de forma desvirtuada, atentando contra qualquer dos Sentidos da Vida. O magnetismo de Omolu é absorvente e Suas ondas são alternadas.

Omolu é também o Orixá que rege a morte física, ou seja, o instante seguinte à passagem do plano material para o plano espiritual (desencarne).

Mas Omolu não traz a morte, como alguns parecem imaginar. Na verdade, Ele representa “a morte” daquilo que atenta contra o Sentido da Vida e da Geração; o que é bem diferente. E Omolu também não traz a doença. Ele traz, sim, “a morte” da doença, do desequilíbrio e do vício, para viabilizar a restauração da saúde geral dos seres desvirtuados e desequilibrados (saúde espiritual, moral, mental, emocional e física). Omolu representa “a morte” no sentido de trazer o fim a um estado de doença ou de desequilíbrio; e sempre para a preservação da Vida, no sentido mais elevado da palavra. Ele é um Orixá da Cura, portanto.

Quem age de má-fé para com o semelhante está “matando” a Fé no outro. Quem engana, trai ou age de forma negativa no campo do Amor está “matando” o Amor no outro. Quem usa do Conhecimento ou do dom da palavra para propagar mensagem mentirosa está divulgando a ignorância e “matando” o dom do Conhecimento. Quem é deliberadamente injusto para com o semelhante está “matando” o Sentido da Justiça. Quem de forma deliberada viola o direito do outro está “matando” o Sentido da Lei. Quem impede que o outro evolua está “matando” o Sentido da Evolução. Quem de alguma forma atenta contra a vida do semelhante está “matando” o Sentido da Geração. Tudo isso é atraído para o campo de Pai Omolu, que irá acionar o Seu Fator Paralisador sobre aquele ser desvirtuado, ativando uma de Suas Linhas de Esquerda, que será deslocada para “cobrar a dívida”. Não é raro que pessoas alcançadas por esta atuação acreditem “que “têm algum trabalho feito”, alguma “demanda” etc., esquecidas de que estão, isto sim, é respondendo perante a Lei e a Justiça Divinas pelos seus próprios atos.

O ser que daquela forma se desvirtuou é paralisado nas suas ações negativas, tanto para a preservação da própria vida e evolução quanto para o equilíbrio da Criação como um todo. Este é o Divino Mistério de Pai Omolu, O Sagrado Guardião da Vida.

O Mistério Omolu transcende a tudo, vai além do que possamos imaginar. Mas algumas lendas o limitaram a alguns de seus aspectos vistos como punitivos, tornando-o temido por muitos.

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Se Omolu rege sobre o cemitério e sobre os espíritos dos mortos, é porque esses espíritos atentaram contra a vida ou algum dos seus Sentidos. Logo, só deve temê-LO quem proceder de forma desvirtuada.

“A cada um, segundo o seu merecimento”, diz a Lei Maior. E o Mistério Omolu aplica este princípio em seu aspecto negativo ou absorvedor. Ou seja, aplica-o quando o espírito atuou de forma desvirtuada e atraiu para si a força corretiva da Lei Maior, para então paralisar e esgotar seus vícios e desequilíbrios.

Podemos dizer: “A cada um, segundo seus atos”. Sendo positivos, que seus autores sejam conduzidos à Luz da Vida. Mas se foram negativos, que sejam levados para os sombrios domínios “da morte dos sentidos e dos sentimentos desvirtuadores da vida”.

Omolu encaminha para a faixa vibratória correspondente aquele espírito que muitas vezes atentou contra a Vida e a Geração, para “secar” os sentimentos e sentidos desvirtuados que deram origem às suas atuações degeneradas. Esgotadas todas as negatividades daquele ser, então ele estará pronto a recomeçar sua caminhada evolutiva.

Omolu é o Guardião Divino dos espíritos caídos. E é preciso muito AMOR para recolher os caídos. É preciso muito AMOR para “não desistir” dos caídos. É preciso muito AMOR para resgatar, abraçar, velar e regenerar um ser que deliberadamente se envolveu na podridão da maldade. E esta é a natureza do AMOR do Divino Pai Omolu por nós. Ele é o “último abrigo” dos caídos, a esperança da regeneração e do recomeço. Como temer esta Divindade? Não!

Não devemos temer Pai Omolu, mas sim reverenciá-LO como o Grande Velador da Vida, que atua no silêncio das eras para preservar a Vida e a Geração, garantindo o equilíbrio de toda a Criação. Ao envolver nas Suas Irradiações os seres negativados, Pai Omolu também está protegendo a existência daqueles que caminham na via reta, não podemos nos esquecer disso. Ele é quem garante “a eficácia”, digamos assim, das Divinas Irradiações de Mãe Yemanjá, como o Seu Par Divino complementar.

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Desenvolvimento Mediúnico

Aulas 28.

Os CHACRAS

Todo o ser humano, possui centros vitais, conhecidos com o nome de CHACRAS (que significam rodas girantes, em sânscrito). Eles são consubstanciados no indivíduo, para proverem os elementos vitais ao bom funcionamento e conseqüente equilíbrio de seus corpos, mental, astral e físico, quer esteja nesta última condição, quer fora dela, isto é, sem o corpo físico.

Os Chacras, que são 7 (os principais), são pontos etéreos sobre os quais incidem os 7 Fluídos Cósmicos Básicos, ou sete imagens elétricas, para então se transplantarem aos Plexos(O que é plexo: Entrelaçamento de muitas ramificações de nervos ou filetes musculares, vasculares etc) e Gânglios (pequenos órgãos perfurados por canais) materiais em número de 49, todas as emanações necessárias à vitalidade, ao fim e ao uso da carcaça humana. Os Chacras são na ordem decrescentes os seguintes:

7o CHACRA CORONÁRIO:

Conhecido no Hinduísmo como SASHARARA. Este ponto situado no alto da cabeça, atua no cérebro e cerebelo. Sua energia é a Essência Divina e corresponde ao que chamamos

de 3oOlho. Seu atributo é a Fortaleza. Segundo o grau de vitalidade, pode gerar a

Paciência ou a Ira. Recebe com maior intensidade a força vital do SOL, tem a forma de uma flor de 48 pétalas. Sua vibração de cor atuante é o branco, mas, pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outra vibrações atuam, gerando a cor dourada. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração de OXALÁ, sendo o dia de melhor absorção de influências a sexta-feira. O médium distingue esta influência por forte turbulência na nuca, tonteiras, etc..

6o CHACRA - FRONTAL:

Conhecido no Hinduísmo como AJNÃ. Este ponto situado entre os olhos, atua diretamente sobre a fronte, os sinos e os olhos. Sua energia é o Poder Oculto da Palavra. Seu atributo é oRespeito. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Firmeza ou a Leviandade. Sua vibração de cor atuante é em origem o Amarelo, mas, pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam gerando raias Azuis. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração das SENHORAS (Oxum, Iemanjá, Iansã e Nanã), sendo o dia de melhor absorção de influências o sábado. Forma uma flor de 48 pétalas, sendo o planeta regente a LUA, nas suas quatro fases. O médium distingue esta influência por forte turbulência na fronte, que ocasionam, às vezes, dores de cabeça.

5o CHACRA - CERVICAL:

Conhecido no Hinduísmo como VISUDDHA. Este ponto situado à altura da garganta física, atua diretamente na região do pescoço e toma assento ou fixação na faringe, laringe, glândula tireóide, etc. Sua energia é o Poder Supremo. Seu atributo é o Entendimento. Segundo o grau de sua vitalidade, pode gerar a Esperança ou o Receio. Recebe com maior intensidade a força vital de Mercúrio, tem a forma de uma flor de 16 pétalas. Sua

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vibração de cor atuante é o Vermelho, mas, pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando a cor Azul violeta. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração de IBEJI, sendo o melhor dia de absorção de influências o domingo. O médium distingue esta influência, pela sensação de estar carregando alguém sobre os ombros.

4o CHACRA - CARDÍACO:

Conhecido no Hinduísmo como ANÃHATA. Este ponto situado à altura do coração físico, atua diretamente sobre o coração, sangue, aparelho circulatório, etc. Sua energia é o Poder do Conhecimento. Seu atributo é a Sabedoria. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Humildade ou a Soberba. Recebe com maior intensidade a força vital de Júpiter, tem a forma de uma flor de 12 pétalas. Sua vibração na cor atuante é o Verde, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando raias Amarelas com cambiantes Azuis. Na Umbanda, este ponto corresponde à vibração de XANGÔ, sendo o melhor dia de absorção de influências a quarta-feira. O médium distingue esta influência pelo ritmo acelerado, que é imprimido ao coração.

3o CHACRA – SOLAR:

(ou Solear): Conhecido no Hinduísmo como SVÃSBISTHANA. Este ponto situado à altura do umbigo físico, atua diretamente sobre as vísceras abdominais, tais como, fígado, pâncreas, órgãos do aparelho digestivo,etc. Sua energia é o Poder do Pensamento Criador. Seu atributo é a Justiça. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Generosidade ou o Egoísmo. Recebe com maior intensidade a força vital de Marte e tem a forma de uma flor de 10 pétalas. Sua vibração de cor atuante é o Alaranjado, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando raias Amarelo-avermelhadas com cambiantes Verdes. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração de OGUM, sendo o melhor dia de absorção de influências a terça-feira. O médium distingue esta influência por distúrbios estomacais e intestinais, com azia e desinteria, em casos mais agudos.

2o CHACRA - ESPLÊNICO:

Conhecido no hinduísmo como MANIPURA. Este ponto situado à altura do baço físico, atua diretamente sobre o baço, pâncreas e glândulas supra-renais. Sua energia é o Poder da Vontade. Seu atributo é o Conselho. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Prudência ou a Imprudência. Recebe com maior intensidade a força vital de Vênus, tem a forma de uma flor de 6 pétalas. Sua vibração na cor atuante é o Azul, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando tendências para o Vermelho violeta. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração de OXÓSSI, sendo o melhor dia de absorção de influências a quinta-feira. O médium distingue esta influência pela aparente falta de ar, é como se tivesse um torpor em todo o lado esquerdo, em conseqüência da expansão dos gases naturais internos.

1o CHACRA - BÁSICO OU SACRO:

Conhecido no Hinduísmo como MULADHARA. Este ponto situado na base da espinhal dorsal física, atua diretamente sobre os órgãos pélvicos, próstata, bexiga, glândulas

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seminais, ovários, etc. Sua energia é o KUNDALINI (vide nota no 1) ou Fogo Serpentino

Regenerador. Seu atributo é a Pureza. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Castidade ou a Imoralidade. Recebe com maior intensidade a força vital de Saturno, tem a forma de uma flor de 4 pétalas. Sua vibração de cor atuante é o Violeta, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando raiasVermelhas com cambiantes Azuis. Na Umbanda este ponto de corresponde à vibração das ALMAS (Almas, Pretos-Velhos e Exus) sendo o melhor dia de absorção de influências a segunda-feira. O médium distingue esta influência pela aparente prisão ou dificuldade de movimento dos membros inferiores, assim como também o ativamento dos reflexos biológicos controlados pelos órgãos abrangidos por este Chakra.

Isto exposto, salientamos que a chave principal na mecânica da incorporação, precisa estar em harmonia fluídica com a vibração original do médium. Baseia-se a dita chave principal na influência do planeta, cor e dia correspondente da vibração e o chacra. Assim sendo, fica esclarecido que o chamado desenvolvimento mediúnico, deveria sempre obedecer única e exclusivamente à vibração original, que situa o planeta regente no

nascimento do médium. As fixações (vide nota no 2) para as diferentes finalidades, como

sejam, puxadas de outras linhas, obedecem à vibração e ao planeta em que estejam situadas, por afinidade, as Entidades Protetoras do médium, através das quais são dirigidas estas fixações.

Nota especial: Os Chacras (Rodas Girantes) em forma de flor, são apenas vistas pelas Entidades corretamente incorporadas e/ou pelos médiuns videntes, quando permitido.

Nota no 1 - KUNDALINI - Espécie de torrente de fogo líquido à subir pela coluna vertebral

do ser humano, a qual ativa as energias instintivas ou inferiores, próprias do mundo animal. A pessoa que desenvolver o Chacra Básico descontrolada e prematuramente, dará entrada à uma torrente de energia elementar tão poderosa, que os seus desejos serão satisfeitos de imediato e terá poder sobre as demais criaturas. Este é o perigo para os que recebem influências privilegiadas deste Chacra. Por essa razão, nas diversas escolas espirituais existentes, nunca se desenvolve Mediunidade através dele, mesmo que por data de nascimento, dia e hora, a influência primária a que ele pertença.

NOTA No 2: - FIXAÇÕES - Assim se define na maioria das escolas (90%), melhor

penetração das diversas influências espirituais. São consideradas como fixações, os Amacís (lavagem de cabeça), o Batismo e os banhos determinados (sempre do pescoço para baixo), que fazem parte da Ritualística da Umbanda.

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Desenvolvimento Mediúnico.

Aula extra Modulo 07.

O MAGNETISMO E AS LINHAS DE TRABALHO DA UMBANDA

Existem sete tipos de magnetismos, que são planetários e multidimensionais, e que são as sete individualizações do Regente Planetário, que é em si mesmo uma individualização de Deus, adaptada à Sua criação neste ponto do Seu Universo divino ( de Deus).

Nominamos esta individualização de Deus como divino Trono das Sete Encruzilhadas, pois ele reúne em si mesmo os sete aspectos (vibrações e essências) divinos (de Deus).

Destas sete individualizações, surgiram sete irradiações, que são os sete Tronos que formam a Coroa Divina ou o primeiro nível vibratório do divino Trono das Sete Encruzilhadas. E também surgiram a sete telas planetárias multidimensionais onde tudo o que acontece é refletido e chega ao "conhecimento" do " Logos" planetário. ·

As sete telas são sete vibrações magnéticas ·

Os sete Tronos são as sete irradiações energéticas essenciai s As telas e os Tronos têm o mesmo nome, pois as telas são as refletoras do Trono das Sete Enc ruzilhadas, e os Tronos são os seus irradiadores para o primeiro nível ou nível essencial.

Então temos:

Tela Cristalina Trono Cristalino

Tela da Religiosidade Trono da Fé

Tela Mineral Trono Mineral

Tela da Concepção Trono do Amor

Tela Vegetal Trono Vegetal

Tela do Raciocínio Trono do Conhecimento

Tela ígnea Trono Ígneo

Tela da Razão Trono da Justiça

Tela Eólica Trono Eólico

Tela da Ordenação Trono da Lei

Tela Telúrica Trono Telúrico

Tela do Saber Trono da Evolução

Tela Aquática Trono Aquático

Tela da Criatividade Trono da Geração

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Estes Tronos projetam- se e dão origem a dois novos pólos magnéticos que são ocupados por divindades irradiadoras de suas qualidades essenciais. + PÓLO POSITIVO

Então temos:

Trono Essencial IRRADIAÇÃO NEUTRA - PÓLO NEGATIVO

O Trono projeta- se vibratoriamente e faz surgir dois pólos magnéticos já diferenciados em pólos: positivo e negativo, mas mantém uma irradiação neutra ou essencial, que traz em si qualidades essenciais do Trono que as irradiou.

Observem que o pólo positivo e o pólo negativo formam uma linha de forças eletromagnéticas que cruzam a irradiação neutra do Trono que originou o surgimento da linha que eles pontificam, pois estão assentados nos dois pólos regentes dela.

Esta projeção é a base de onde surgiu o símbolo sagrado "triangular".

Com isto em mente, saibam que a hierarquia divina, que rege o planeta e as suas dimensões , começa com o divino Trono das Sete Encruzilhadas, tem nos sete Tronos Essenciais o seu primeiro padrão e nível vibratório, ou sua coroa divina regente, e tem nos Tronos assentados nos dois pólos de cada uma das sete irradiações o seu terceiro nível ou padrão vibratório.

Os Tronos assentados nos pólos deste terceiro nível já são diferenciados e os identificamos como masculino e femininos; positivos e negativos; ativos e passivos; universais e cósmicos; irradiações contínuas e irradiações alternadas, e tc.

Estes novos Tronos, na Umbanda, nós os nomeamos de "Orixás Naturais" (de natureza), pois já são diferenciados em sua natureza, qualidades, atributos e atribuições.

Mas nem todos são conhecidos porque não foram humanizados, isto é, não tiverem seus nomes divinos adaptados à forma humana que usamos para identificar uma divindade.

Os nomes dos Tronos não são aleatoriamente porque são mantrânicos, ou seja, são mantras ativadores de seus magnetismos, suas irradiações, suas energias, suas qualidades, seus atributos e suas atribuições... e de suas vibrações, que ressoam nas telas planetárias, dando início a atuações que só cessarão quando cessarem as causas da ação que os invocou.

Logo, estão certos os rabinos quando recomendam que não pronunciem em vão o nome de Deus.

Nós, os mestres da Luz, sabemos quais são os nomes dos Tronos e como pronunciá - los. Mas nos limitamos a escrever alguns, já deste terceiro nível vibratório e não ensinamos suas pronúncias mantrânicas, ou seus mantras, pois são proibidos. E se às vezes escrevemos alguns é porque fomos instruídos a tanto por quem de direito, certo?

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Saibam que as sete projeções criam 14 pólos magnéticos que se projetam e criam novos pólos, em numero de 49 pólos positivos e 49 pólos negativos, criando o quarto nível vibratório, que é o nível dos Tronos Intermediários.

Este quarto nível projeta - se e surge o quinto nível vibratório. Este quinto nível é o dos Tronos Intermediadores.

Este quinto nível projeta - se e surge o sexto nível vibratório, cujo magnetismo é o mais próximo do nosso, que saem os orixás individuais dos médiuns, tanto os da Umbanda quanto os do Candomblé. Ou de onde é que vocês pensam que saem tantos Oguns de Lei, Oguns Beira-mar, Oxuns, Xangôs, Iansãs, Omulus, Oxalás, que regem os médiuns?

3. certo que todo médium tem o seu "santo". Mas estes santos entendam, são orixás que saem já do sexto nível vibratório das hierarquias divinas, que começam a surgir já no segundo nível vibratório. Sim quando o Trono da Fé irradiou-se, surgiram dois pólos diferenciados: um masculino e outro feminino; um irradiador e outro atrator; um positivo e outro negativo, etc.

E o mesmo aconteceu com os outros Tronos que, com suas irradiações, deram início ao surgimento de hierarquias distintas, mas voltadas para o mesmo objetivo: amparar a evolução dos seres, das criaturas e das espécies.

Saibam que estes orixás Intermediadores são os responsáveis pelas linhas de ação e de trabalho que atuam nos templos de Umbanda. ë através delas que os espíritos que se reintegraram às hierarquias se manifestam durante os trabalhos espirituais usando nomes simbólicos que identificam a qual linha estão agregados.

Muitos desses Tronos Intermediadores são espíritos já ascensionados e hoje retornam para acelerar a evolução espiritual dos seus afins que ainda não concluíram o estágio encarnacionista ou ainda estão muito ligados ao plano material. Estes Tronos Intermediadores criaram suas hierarquias de ação e trabalho, algumas já com vários milênios de idade, para melhor atuarem no astral junto dos espíritos, e no plano material junto às pessoas espalhadas nas muitas religiões.

No astral estas linhas de ação e trabalho assumem o nome de "ordens", e seus regentes ou diretores são os Orixás Intermediadores ou espíritos ascensionados que reassumiram seus graus de Tronos Intermediadores, os quais deixaram vagos quando encarnaram para, incorporados à corrente humana da evolução, auxiliarem seus afins no estágio humano da evolução.

Setenta por cento das linhas de ação e de trabalho do Ritual de Umbanda Sagrada são dirigidas por Tronos humanizados, ou seja, são Tronos que encarnaram, desenvolveram uma consciência e toda uma religiosidade humana e hoje estão aptos a entender o nosso comportamento, diferente, em vários aspectos, do comportamento dos seres encantados, que são seres que nunca encarnaram.

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Os orixás Intermediários assentam estes Tronos humanizados à direita ou esquerda, abrem- lhes os mistérios dos regentes planetários e os religam com seus ances trais. Depois os religam magnética, energética e vibratoriamente com um dos quatorze Orixás Naturais e este orixá os regerá através da irradiação vertical ou direta, direcionando - os, daí em diante, para onde o orixá intermediário que os assentou achar que são mais úteis aos espíritos humanos.

Saibam que estas ordens espirituais ou linhas de ação e de trabalho não são estáticas. Seu número nunca para de crescer, e sempre estão surgindo novas linhas dentro da Umbanda, pois as ordens astrais cresceram tanto no astral, que já têm condições de atuar também junto aos espíritos encarnados que lhes são afins, ou que a elas já pertenciam quando ainda viviam no astral aperfeiçoando seus conhecimentos. "Caboclo", "Preto-velho", "criança" e "exu", dentro do ritual de Umbanda Sagrada , são graus simbólicos e indicam os campos de atuação dos espíritos.

Caboclos atuam num campo Pretos-velhos atuam em outro campo Crianças atuam em outro mais Exu atua nos campos à esquerda dos médiuns

Por isso temos caboclos de Oxossi, Ogum, Xangô, Oxum, Yemanjá, etc. Estes espíritos são regidos pelo mistério "Guardião da Lei" . Já os Pretos-velhos de Oxossi, Xangô, Yemanjá, Nanã, Obaluaiyê, Omulú e Oxalá são regidos pelo mistério "Ancião". As crianças, de Oxum, Yemanjá, Iansã, Oxalá são regidas pelo mistério "Renovação". Os exus de todos os orixás são regidos pelo mistério "Executor da Lei".

No feminino, tudo se repete. Toda linha tem de ter bipolaridade em todos os sentidos, senão ela não é uma linha ativa, e sim passiva.

Elementos opostos criam todo um campo eletromagnético por onde fluem diversas energias que, aí sim, misturadas ou amalgamadas, fornecem as condições ideais para os seres irem se identificando com um ou outro elemento. As linhas de Umbanda, em nível terra, nos mostram a perfeição do Criador em tudo o que cria, pois nas polarizações ou oposições vibratórias, energéticas, magnéticas, etc., os espíritos vão fortalecendo seus próprios magnetismos, vão ampliando sua capacidade individual e suas faculdades mentais, mas sempre balizados pelas oposições vibratórias, etc., já que, se se afastarem muito de suas linhas, os choques os impelirão a retornar a elas, caso queiram se reequilibrar e retomar a evolução espiritual.

As linhas de ação e de trabalho de Umbanda tem uma função excepcional justamente neste reequilíbrio das pessoas, pois os guias espirituais que atuam sob a irradiação dos seus regentes procuram reconduzir que os consulta de volta à sua linha de origem.

Ele s instruem, esclarecem dúvidas, consolam os aflitos, devolvem a confiança aos descrentes e, quando recomendam ao consulente que faça uma oferenda a este ou àquele orixá, na verdade estão restabelecendo uma ligação ancestral ou recolocando o consulente sob a irradiação direta do seu regente ancestral.

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Saibam que o Orixá Ancestral jamais deixa de irradiar a nenhum de seus filhos. Mas o filho que entra no ciclo reencarnacionista passa por um adormecimento mental e seu magnetismo original, que o mantém ligado ao seu ancestral, também é enfraquecido.

E isto acontece para beneficia-lo, pois só amortecendo a atração que sente pelo seu ancestral é que ele poderá ser atraído pelo magnetismo dos outros orixás com os quais desenvolverá novas faculdades, novo s sentidos, novos dons e novos padrões ou tipos de magnetismos. Saibam que no trabalho geral (consultas) todos os guias espirituais atuam visando amparar e acelerar a evolução dos espíritos e das pessoas que afluem aos centros de Umbanda nos dias de trabalho. Mas no trabalho individual, um guia difere do outro, pois atuam em diferentes campos vibratórios, energéticos e magnéticos.

Uma Cabocla do Mar não atua no mesmo campo de um Caboclo do Fogo ou das Matas. Não mesmo!

Caboclas do Mar são regidas pelo Trono da Geração, que atua na criatividade, na maternidade e no amparo à vida. Um Caboclo do Fogo é regido pelo Trono da Justiça, que atua no equilíbrio, na razão e na manutenção da estabilidade emocional. Um Caboclo das Matas é regido pelo Trono do Conhecimento, que atua no raciocínio, no estimulo ao aprendizado, no crescimento interior através do autoconhecimento.

Com isto esclarecido, então temos as maternais Caboclas do Mar, despertando o amor fraterno, paterno e materno em quem as consulta. Temos os judiciosos Caboclos do Fogo aparando as arestas (imperfeições) e estimulando o senso de justiça e de equilíbrio em quem os consulta. Temos os doutrinadores Caboclos das Matas ensinando receitas, curando doenças, estimulando o aprendizado e orientando o raciocínio de quem os consulta.

Fraternidade, equilíbrio e aprendizado, eis o que estas três linhas de ação e de trabalho de Umbanda irradiam o tempo todo através dos espíritos que se integraram a elas para melhor auxiliarem a evolução de seus afins adormecidos na carne ou ainda menos evoluídos.

Cada linha de ação de trabalho de Umbanda responde por um nome simbólico que identifica qual é o Trono Ancestral que a rege, ou a quais ela está ligada.

Vamos a um exemplo: linha das Sete Pedreiras

O Próprio nome, Sete Pedreiras, já diz que ela atua nas Sete Linhas de Umbanda, ou nas sete vibrações originais, mas em nível de intermediário, pois temos tanto uma Iansã quanto um Xangô das Sete Pedreiras, etc.

Esta linha é regida pela quarta linha de Umbanda, que é a linha da Justiça, que é regida em seu pólo magnético passivo por Xangô e em seu pólo magnético ativo por Iansã.

Ele é masculino e passivo, ela é feminina e ativa.

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Ele é fogo, ela é ar. Ele é justiça, ela é a lei. Ele se irradia em linha reta e em corrente contínua, ela se irradia em linha espiralada e em corrente alternada.

Nesta linha horizontal, pois é um nível vibratório, os caboclos são ativos e as caboclas são passivas. E o mesmo acontece na linha de nível negativo que lhe é oposta, onde os exus são ativos e as pombas - giras são passivas.

Ativo = incorporante· Passivo = não incorporante

Como o próprio nome diz que é "sete", então tanto a orixá Iansã quanto o orixá Xangô Sete Pedreiras possuem orixás Intermediado res para as outras seis irradiações, vibrações e magnetismos. E com isto toda uma hierarquia nível intermediário se inicia e é sustentada por estes dois orixás, que são Tronos de quarto nível vibratório, mas que atuam em beneficio dos sete Tronos Plane tários, que são as sete individualizações do Trono das Sete Encruzilhadas.

(Texto extraído do livro "O Código de Umbanda" obra inspirada pelos Mestres de Luz: Sr Ogum Beira-Mar, Pai Benedito de Aruanda, Li-Mahi- An- Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicografado por Rubens Saraceni.).

MAGNETISMO: OS PONTOS DE FORÇAS E OS SÍMBOLOS SAGRADOS

O símbolo sagrado adotado por uma religião é um signo que identifica ou oculta qual dos sete Tronos Ancestrais está dando sustentação magnética, vibratória e energética a ela, certo?

Pois bem! Com isto em mente, vamos abordar alguns símbolos e compara - los com os magnetismos dos Tronos.

Saiba que "Tronos" é uma classe de divindades que têm no próprio nome (Trono) a sua identificação, porque são as divindades "assentadas" nos pólos magnéticos das linhas de forças e nas correntes eletromagnéticas. Um Trono é uma divindade efetivamente assentada num Trono Energético cujo magnetismo o distingue de todos os outros Tronos.

Regente vem de rei, aquele que rege, dirige, comanda, direciona, etc. Trono é o assento mais alto de uma hierarquia.

Logo, todas as divindades regentes estão assentadas em seus Tronos, de onde regem a evolução dos seres que se colocam sob o amparo de suas irradiações energo - magnética s.

Anjos não são tronos, pois formam outra classe de divindades e atuam apenas mentalmente sobre os seres. Não são, portanto, divindades assentadas.

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Já os "orixás" são Tronos porque são divindades assentadas em Tronos Energéticos, localizados nos pólos magnéticos das linhas de forças e das correntes eletromagnéticas.

Existem duas categorias de Tronos, os Tronos fixos e os Tronos móveis.

Os Tronos fixos estão assentados nos vórtices planetários multidimensionais e nunca se afastam deles. Já os Tronos Móveis absorvem em seus íntimos o Trono Energético onde se assentaram e o trazem em si mesmos, só o desdobrando ou exteriorizando em casos muitos especiais.

No Ritual de Umbanda Sagrada, quando se assenta o orixá de um médium, esta se criando no padrão vibratório material uma correspondência energética e um ponto magnético análogo ao que o orixá traz em si mesmo, embora seja um ponto de forças fixo e limitado à capacidade mental do médium e às suas necessidades magísticas.

Nunca o assentamento do orixá de um médium será mais forte do que seu poder mental. E nunca o médium terá mais recursos à sua disposição do que os que sua própria evolução já lhe faculta ou que ele já é capaz de ativar mentalmente. Sim, porque seria temerário o orixá de um médium conceder - lhe poderes maiores que os que ele já desenvolveu em seu mental nas suas muitas encarnações.

A limitação imposta aos médiuns visa conte -los em suas vaidades pessoais, e também preservar seu orixá "individual", que assim não fica exposto aos choques energéticos que acontecem sempre que seu poder é ativado por seu médium magista. Muitos sabem tão pouco sobre os orixás que não associaram "assentamento" com "Tronos" e com "pontos de forças"!

O fato é que os pontos de forças da natureza, tais como os conhecemos na Umbanda, são pontos de geração e ou irradiação de energias e altamente magnéticos.

Uma cachoeira gera energias; Um rio irradia energias; Uma árvore gera energias; O mar gera energias; As ondas descarregam as energias geradas pelo mar; Uma pedreira gera energias; Uma pedra irradia as energias geradas pela pedreira.

Bom, uma cachoeira é um ponto de forças natural e as energias que são geradas nas quedas da água energizam-na e a tornam irradiadora de energias "minerais-aquáticas".

Já as ondas do mar são irradiadoras de energias "aquáticas - cristalinas".

As cachoeiras do plano material possuem sua contraparte etérica no plano espiritual, ao qual também energizam, pois têm esta dupla função. Mas uma cachoeira tem campo vibratório cujo magnetismo é análogo ao do Trono Mineral ou Trono do Amor, que é a divindade natural (de natureza) que irradia energias que estimulam as uniões e as concepções nos seres.

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E, porque o Trono do Amor (Oxum) possui uma hierarquia só sua, que o auxilia em todos níveis vibratórios, em todas as dimensões e em todos os estágios da evolução dos seres, então nada mais lógico do que ser cultuado num ponto de forças do plano material cujo magnetismo é análogo ao seu, ao do seu Trono Energético Planetário e a ponto de força planetário e multidimensional onde está assentado. E no plano material, este ponto de forças, localiza - se em todas as quedas d'água ou cachoeiras.

Logo, os altares naturais do Trono do Amor são as cachoeiras do plano material.

Já o Trono da Geração tem seu ponto de forças à beira - mar, que é onde as ondas se quebram e descarregam as energias aquáticas -cristalinas, que são as energias que dão sustentação à geração e à criatividade (de criação).

Quando dizem que a vida começou na "água", estão corretos até certo ponto. Mas não se deve esquecer de que nada existe para si só, ou isolado do resto da criação divina (de Deus) ou da natureza.

O Trono da Geração, quando se irradiou, fez surgir dois pólos magnéticos: um passivo e outro ativo.

O pólo magnético passivo tem um Trono masculino e outro feminino, que também possuem suas hierarquias, formadas por orixás ou Tronos Intermediários e Intermediadores.

Intermediário = em nível vibratório Intermediador = em subnível vibratório

O Trono feminino do pólo magnético passivo do Trono da Geração, na Umbanda, é a orixá Yemanjá, também conhecida como a "Mãe da Vida", porque a sua irradiação estimula nos seres o amor maternal sustentador da maternidade. Mas esta irradiação aquática também fecunda o raciocínio dos seres, tornando -os mais criativos.

Já o Trono masculino nunca foi humanizado ou manifestou -se de forma aberta ao plano material. E não é a divindade "Olokum" dos cultos africanos ou o Netuno da mitologia grega.

Olokum é um Trono Cósmico Intermediário do Trono ativo e masculino assentado no pólo magnético que surgiu com a irradiação projetada pelo Trono da Geração, conhecido nos magnos colégios astrais como "Nefas, a água da vida".

Portanto, quando ouvirem alguém ensinar que Olokum é o "Deus do mar", corrijam-no e expliquem- lhe que Olokum é o 2º Trono ou orixá cósmico (negativo) que se contrapõe à 2ª Yemanjá intermediária ou Yemanjá Mineral, com a qual forma uma linha de forças mistas ou aquática - mineral, e juntos formam a linha forças mistas da maternidade e do amor, pois se na linha da Geração ambos são regidos pelo Trono da Geração, na linha horizontal ela é regida por Oxum e ele é regido por Oxumaré.

Oxumaré é simbolizado pela Serpente Dã, a Serpente do Arco- íris.

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Olokum é simbolizado pela Serpente do Mar, porque a irradiação magnética de Oxumaré, que passa pelo pólo magnético ocupado por ele, torna suas irradiações energéticas planas e ondeantes, tal como o deslocamento de uma serpente.

Por isto Olokum foi sincretizado, no passado, com a temível serpente marinha. Intuitivamente identificaram seu magnetismo com os movimentos das serpentes marinhas. Já a 2ª Yemanjá é identificada com as ostras, pois é dentro de suas conchas que as pérolas são geradas.

Oxum é a concepção (fecundação – "concha" mineral)

Yemanjá é a geração ( maternidade – "esponja" aquática)

Concha é sinônimo de útero, e esponja é sinônimo de placenta. Logo, concepção e geração são indissociáveis, pois sem uma a outra não acontece. E pérolas não seriam geradas por Yemanjá (água) se não existissem as conchas das ostras.

O simbolismo é bem visível, e alinha de caboclas Sete Conchas é regida na vertical pela 2ª Yemanjá e é regida na horizontal pela 2ª Oxum intermediária. Portanto, o campo preferencial das caboclas Sete Conchas é a gestação. Certo, filha de Fé que tem como mentora uma Cabocla Sete Conchas? Ou a sua mentora se "mineralizou" demais e prefere atuar na união dos casais, instruindo - os quanto à beleza do amor puro entre os seres de sexos opostos e da divindade do ato de unirem- se sob a irradiação dos divinos Tronos da Concepção e da Geração? Se sua cabocla de "frente" é uma Sete Conchas, observe que um destes dois campos é onde ela melhor atua, certo?

Bom, já viram como os símbolos e os nomes simbólicos vão surgindo, sempre em função do magnetismo que rege os Tronos. Estes estão assentados em pólos magnéticos que são influenciados tanto pelas irradiações horizontais (correntes eletromagnéticas condutoras de energias elementares).

Uma concha é o símbolo da 2ª Yemanjá intermediária e a serpente marinha é o símbolo de Olokum. A concha é energia mineral concentrada de Oxum, e a serpente é a energia mineral ondeante que o pólo de Olokum absorve j unto com o magnetismo ondeante de Oxumaré.

Concha e serpente marinha são dois símbolos sagrados intermediários e quando os Guias de Lei os fixam em seus pontos riscados, estão afixando neles, por analogia, os magnetismos dos Tronos que regem os símbolos maiores, que no nosso exemplo são o Trono da Geração e o Trono do Amor. Mas se quiserem outro exemplo, voltem ao capítulo em que mostramos os tipos de magnetismos dos orixás, e verão que o magnetismo cristalino é reto e em linhas paralelas, e que o mineral é coronal ( de coração).

Aí, observem que o pólo magnético de Oxalá forma uma tela cruzada e que o pólo magnético de Oxum forma um coração irradiante. Então observem que na cruz do Cristianismo, a linha horizontal é mais curta do que a vertical e que se localiza um pouco acima do meio da linha vertical, e que o coração é outro dos símbolos do Cristo Jesus.

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Observado isto saibam que Jesus Cristo, antes de encarnar, era ( e ainda é ) o 2º Oxalá Intermediário, que recebe, na vertical, as irradiações do Trono da Fé, e na horizontal, as irradiações do Trono do Amor. Cruz e coração, fé e amor. Eis os símbolos que mais distinguem nosso amado mestre Jesus, um Oxalá (cristalino) regido pelo amor (mineral).

Alguns tentaram afixar o peixe como o símbolo maior do Cristianismo, mas a cruz sacrificial se impôs, pois a fé se manifesta através das linhas retas que o Trono da Fé irradia sempre em linhas paralelas, tanto no sentido horizontal quanto no vertical. Portanto, a intuição cristã afixou - se num símbolo mais afim com as vibrações de fé do divino Trono da Fé, que é uma das sete individualizações do Trono das Sete Encruzilhadas, que é uma individualização de Deus, que deu origem ao nosso planeta.

É difícil?

Claro que é. Afinal, só agora as raízes dos símbolos sagrados estão sendo mostradas ao plano material, e a partir de suas reais origens: os sete magnetismos planetários.

Observem bem os magnetismos dos orixás e verão neles os símbolos sagrados adaptados, intuitivamente, ao plano material, onde surgiram junto com as religiões que já cumpriram suas missões e já se recolheram. Ou simbolizam as que ainda estão cumprindo suas missões, pois toda religião é uma via de evolução que sempre conduz os seres para perto de suas origens, e de Quem os Criou: Deus!

Saibam que a irradiação de Oxumaré é ondeante e cintila as sete s cores do arco- íris. E quem a vê fluindo tem a nítida impressão de estar vendo uma serpente multicolorida, ou a mitológica Serpente do Arco - íris. Portanto, correta é a lenda que descreve Oxumaré como o orixá que se sincretiza com a Serpente Dã.

(texto extraído do livro: "O Código de Umbanda" – obra inspirada pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda, Li- Mahi-An- Seri yê, Seiman Hamiser yê, Mestre Anaanda e psicografada por Rubens Saraceni).

ELEMENTOS DE MAGIA Nós, mentores responsáveis pela linha do conhecimento do Ritual de Umbanda Sagrada, às vezes (muitas para ser franco) nos sentimos magoados com a falta de explicação acerca dos elementos de magia, pois ela é de competência dos pais e mães de Umbanda. Infelizmente, eles têm dedicado tão pouca atenção a esse assunto, que muitos Guias de Lei (espíritos atuantes na incorporação) sentem-se constrangidos quando têm de "receitar" certas obrigações aos consulentes das tendas onde atuam.

Sim, existe um descaso total nesse aspecto, e isso tem dado farta munição aos adversários religiosos da Umbanda, e mesmo do Candomblé, pois esse desconhecimento de causa pelos próprios médiuns os tem impedido de sustentarem suas próprias praticas mediúnicas, todas fundamentadas na movimentação de elementos mágicos ou magísticos.

Mágico = movimentação de energias Magístico = ativação de processos mágicos

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Quantos médiuns não desconhecem o próprio significado das velas coloridas que acendem aos seus orixás?

Quantos não desconhecem o porquê da queima de pólvora ou dos banhos de ervas ou de sal grosso?

Quantos fazem obrigações, mas intuitivamente, porque desconhecem seus reais fundamentos?

Quantos não cantam os "pontos", mas sem convicção ou vibração, só porque desconhecem seus fundamentos ocultos, seus poderes vibratórios e magísticos, e mesmo, seus valores rituais?

Quantos, ao fazerem um "despacho", não se sentem constrangidos, pois desconhecem o real s ignificado e valor simbólico que eles têm pra quem os recebe? São tantas perguntas semelhantes a estas que é melhor pararmos por aqui e comentarmos o que já temos, senão nosso livro irá virar uma enciclopédia. Mas seremos objetivos para não nos alongarmos demais nesse capítulo.

Vamos aos elementos rituais:

Normalmente uma oferenda contém vários elementos materiais que à primeira vista parecem não ter fundamento. Mas na verdade, todos têm e são facilmente explicáveis.

Frutas, velas, bebidas, flores, perfumes, fitas, comidas, etc., tudo obedece a uma ordem de procedimentos, todos afins a que se destinam. Senão, vejamos: Frutos: são fontes de energias que têm várias aplicações no plano etérico. Cada fruta é uma condensação de energias que forma um composto energético que, se corretamente manipulado pelos espíritos, tornam- se plasmas astrais usados por eles até como reservas energéticas durante suas missões socorristas. As frutas também servem como fontes de energias sutilizadoras do corpo energético dos espíritos, e como densificadoras dos corpos elementares dos seres encantados regidos pelos orixás e que atuam na dimensão espiritual, onde sofrem desgastes acentuados, pois estão atuando num meio etérico que não é o deles. Para efeito de comparação, podemos recorrer aos trabalhadores que manipulam certos produtos químicos e precisam ingerir grandes quantidades de leite para desintoxicá-los ou aos que trabalham em fornalhas e precisam ingerir grandes quantidades de líquidos para se reidratarem. Sim, os encantados são seres que, quando fora das suas dimensões de origem sofrem fortes desgastes energéticos. E esse mesmo desgaste sofre os espíritos que atuam como curadores, quando doam suas próprias energias aos enfermos, tanto os desencarnados quanto os encarnados.

4. certo que para si só, um espírito ou um encantado não precisa de alimento algum, ou mesmo da luz de uma vela. Mas os que atuam nas esferas mais densas sofrem esgotamentos parecidos com os mineiros que trabalham em minas profundas. E os que atuam como curadores doam tanto de suas energias que muitos precisam descansar um pouco após socorros mais demorados junto aos enfermos. Já escreveram tanto sobre Umbanda, Espiritismo, Candomblé, espiritualismo, etc., e, no entanto ensinam muito pouca ciência espiritual no que escrevem.

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Bem, voltando ao nosso comentário, o fato é que as frutas têm muitas utilidades aos espíritos e aos seres encantados que atuam junto dos médiuns umbandistas.

Romã, mamão, manga, uva, abacaxi, laranja, jabuticaba, pitanga, etc., fornecem energias que podem ser armazenadas dentro de "frascos cristalinos" existentes no astral e que, depois de armazenadas, basta aos seus manipuladores lhes acrescentar uma energia mineral que o conteúdo do frasco transforma-se numa fonte irradiante, e inesgotável, de um poderoso plasma energético ao qual recorrerão para curar espíritos enfermos ou pessoas doentes sempre que precisarem.

Afinal, se fosse só para "comer" os frutos, para que um guia espiritual recomendaria ao seu médium uma trabalhosa oferenda? Seria mais prático ele comer na própria casa do médium ou ir a algum mercado, onde se fartaria de tantas frutas que neles existem, não é mesmo?

Só que ninguém atenta para isto: uma oferenda é um ato religioso reali zado no ponto de forças de um orixá, que irá fornecer ao espírito que trabalha com o médium um de seus axés, utilizado de imediato, ou posteriormente, em trabalhos os mais diversos.

Uma oferenda obedece a todo um ritual magístico, que por isso mesmo, ou é feito religiosamente ou não passará de uma panacéia. Orixá algum admite panacéias em seus campos vibratórios e domínios energéticos (axés).

Reflitam sobre o que foi escrito porque a oferenda ritual seja ela como ou qual for, é um procedimento religioso. E tem de ser entendida e respeitada como tal, pois no lado oculto e invisível sempre há uma divindade que nela atuará diretamente, ou através de seus encantados ou de espíritos incorporados às suas hierarquias ativas. Esse procedimento é correto, recomendável e fundamentado em preceitos religiosos. Só durante uma oferenda ritual os guardiões dos axés, após certificarem- se de que eles terão um uso amparado pela Lei Maior, os liberam para o uso particular dos espíritos atuantes nas tendas. Ou alguém acredita que os axés são liberados para uso profano?

Atentem bem para o que foi escrito aqui. Só um desconhecedor dos procedimentos ritualísticos desconhece o fundamento das oferendas rituais.

Afinal, para que um exu de Lei perderia seu tempo acompanhando todo o ritual de despacho de algumas garrafas de marafo na terra? Não seria mais lógico ir a uma destilaria e embriagar-se com os vapores etílicos, lá emanados em abundância?

Existe toda uma ciência divina nos processos ritualísticos, e um exu de Lei a conhece muito bem, além de saber manipular as energias que extrairá dos elementos materiais que lhe forem oferendados.

Apenas uma advertência aos incautos de boa fé: já vimos frango assado em oferendas. Ou quem oferendou nada entende de oferendas rituais ou está sendo enganado por algum quiumba muito astuto, pois frango assado não tem valor ritualístico, e muito menos magístico ou energético.

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Até onde sabemos, só eguns (espíritos soltos no tempo) alimentam-se das emanações etéricas dos alimentos cozidos ou de uso na mesa das pessoas. Mas quem tem uma porção de eguns atuando disfarçados de exus de Lei, isso tem! Logo, que seus afins encarnados os alimente, certo? Bem, o fato é que muitos exus, se exigem o sacrifício de uma ave (galo) ou de um animal de quatro patas ( bode), no entanto assim procedem por causa da poderosa emanação energética que colherá durante o ritual, já que atua em níveis vibratórios muito mais densos que o do plano material. Existe todo um conhecimento a respeito, mas ele não está aberto a comentários, pois é ritual fechado.

As suas oferendas têm de obedecer a toda uma ritualística ou é melhor nada fazer. Além do mais, exu que vive pedindo despachos, ou está "pagando" dívidas pessoais ou não tem a força que faz seu médium crer que possua, pois exu assentado obedece aos mesmos procedimentos rituais dos orixás: nos dias de trabalho o médium tanto deve firmar o congá quanto a tronqueira onde o exu está assentado.

Assim tem procedido com todos os exus guardiões dos médiuns dirigentes de tendas, e assim devem proceder com os exus dos médiuns que o auxiliam: devem firmar sua esquerda na tronqueira do terreiro de seu pai ou mãe espiritual enquanto freqüentarem os trabalhos dirigidos por eles e sustentados no astral, tanto pelos orixás da casa quanto pelo exu guardião dela. Só procedendo assim, nenhum trabalho realizados pelos guias dos médiuns - auxiliares, refletirá sobre suas vidas pessoais. Mas... quantos pais e mães de Umbanda tÊm uma tronqueira assentada corret amente, e com espaço suficiente para acomodar o assentamento de seus filhos e filhas de Fé? E a quantos deles isso foi ensinado por seus pais espirituais?

Dentro dos rituais, muitas coisas têm sido relevadas pelos orixás. Eles não imputam aos seus filhos o ônus de um procedimento errado, pois sabem que nada nesse sentido lhes foi ensinado no plano material.

Mas, se os dirigentes espirituais souberem e se dispuserem a ter uma tronqueira nesses moldes, sentirão de imediato como se fortaleceu a esquerda "geral" da tenda que dirige. Sim, pois a partir do assentamento da esquerda de seus filhos espirituais, os exus guardiões deles, (não os exus de Lei - trabalho) passarão a dar cobertura direta aos seus médiuns, e com isso diminuirá em muito os problemas pessoais dos médiuns, e o amparo que têm d receber do exu guardião da tenda que freqüentam.

Isso é ciência, filhos de Fé!

Todo ritual ou procedimento ritualístico possui fundamentos pouco estudados pelos dirigentes espirituais, que vivem assoberbados com tantos pedidos de socorro e ajuda que recebem tanto de seus médiuns - auxiliares quanto dos freqüentadores das tendas que dirigem.

Saibam que vela é elemento magístico por excelência. Uma vela acendida pelos médiuns, ao redor do assentamento do exu guardião da tenda, mas aos seus próprios exus, de imediato ativam os mistérios cósmicos guardados por eles, e os colocam à disposição dos protetores dos trabalhos que serão realizados.

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Saibam que, se todo médium tem um orixá de mesmo grau que o do dir igente espiritual, eles também possuem um exu guardião com o mesmo grau que o do guardião da tronqueira. Mas assim como o orixá do dirigente atua num campo e os de seus médiuns atuam em outros, assim acontece com os exus guardiões deles. Exu guardião não é o mesmo que exu de Lei, pois este é o exu incorporante que atua no nível terra dando consultas ou guardando os seus médiuns.

Já, os exus guardiões zelam mistérios cósmicos (negativos), e atuam em níveis vibratórios onde as energias ali existentes são poderosíssimas, e são manipuladas só por eles, os exus guardiões dos processos magísticos negativos ou cósmicos.

Muitos médiuns possuem em suas esquerdas exus com os nomes Tranca - Ruas, Marabô, Sete Encruzilhadas, Porteira, etc., mas estes exus são os que chamamos exus de Lei ou exus de trabalho no plano terra, e que são, todos eles, sustentados pelos exus guardiões dos mistérios, que também respondem por esses nomes simbólicos só para não se revelarem ao plano material.

Saibam que os orixás regentes das linhas de Umbanda, ao contrário do que dizem ou ensinam muitos livros de Umbanda, regem tanto a direita quanto a esquerda, pois nelas exu não é um elemento solto ou que atua livremente. Todos obedecem aos orixás.

Os orixás intermediários assentam à direita suas hierarquias positivas e à esquerda as hierarquias negativas, que na Umbanda formam as linhas de caboclos e exus, caboclas e bombo-giras, etc.

Nestes pólos estão assentados orixás ou espíritos ascencionados com grau de intermediadores, e que na Umbanda são chamados de Orixás Intermediadores. Os que estão assentados à esquerda dos orixás intermediários assumem o grau de exus guardiões e regem hierarquias que assumem os nomes simbólicos com que seus membros se apresentam quando incorpor am nos médiuns para realizarem trabalhos magísticos.

Assim, se o médium firma seu exu de trabalho na tronqueira do exu guardião do templo, este passa a contar com o auxílio velado do exu guardião do médium, que não pode ser assentado ali, pois é tronqueira de outro exu guardião com o mesmo grau hierárquico, já que ambos respondem aos orixás intermediários regentes das faixas vibratórias.

Existe todo um conhecimento ainda não aberto ao plano material sobre o mistério "Exu de Umbanda".

O que temos vi sto é pouco se comparado ao que é indispensável aos médiuns, pois tudo fica um tanto confuso em suas mentes por causa desse tabu que envolve os exus.

Saibam que exu precisa de seus elementos mágicos ou recursos energéticos. Tendo - os à mão, mas no plano material, melhor desempenha suas funções de protetores cósmicos e de exus de Lei, de ação e reação cármica.

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Assim, temos elementos energéticos de uso exclusivo dos espíritos que atuam através da esquerda dos médiuns e não devem temer o uso que darão a eles, pois os exus são regidos pela Lei e a respeitam muito mais do que os seus próprios médiuns.

Não vamos listar os elementos mágicos usados por eles, mas que são fundamentais, não tenham dúvidas!

(texto extraído do livro: "O Código de Umbanda" – obra inspirada pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda, Li- Mahi-An- Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicografada por Rubens Sarraceni).

SINAIS OU SÍMBOLOS SAGRADOS

Muitos têm escrito suas interpretações pessoais dos símbolos sagrados, mas a todos falta a ciência das linhas de forças sustentadoras das evoluções. Vamos interpretar alguns símbolos usados pelos guias de Umbanda quando riscam pontos cabalísticos firmadores de "trabalhos" ou anuladores de magias negativas. Comecemos pela estrela de cinco pontas, que é o símbolo sagrado identificador de todo um estágio da evolução regido pela linha de forças mistas Oxalá - Yemanjá, ou cristalina - aquática. Este estágio da evolução é natural (não reencarnacionista) e atrai naturalmente os seres ainda no 4º estágio da evolução. Cinco dimensões se fundem no 5º estágio da evolução, e por isso os orixás naturais deste estágio são chamados de pentaelementais ou pentagonais.

Esta dimensão, energeticamente superior à dimensão humana, tem dupla polaridade magnética e se um orixá "Estrela" a rege pelo alto e está assentado em seu pólo positivo, no entanto ele possui um par vibratório oposto dentro da mesma linha. Este seu par oposto é identificado também por uma estrela de cinco pontas, mas invertida, que significa que este orixá "Estrela Cósmica" é atrator,concentrador e sustentador dos seres pentaelementais que seguiram uma evolução cósmica ou negativa.

A estrela positiva é irradiante, multicolorida e suas energias são do padrão corrente - contínua. Esta é a "Estrela Guia", tão comentada e tão mal interpretada no plano material. E estrela invertida, negativa, possui magnetismo poderosíssimo que a torna atratora de todas as outras energias cósmicas e por ser cristalina e ígnea, nós a identificamos como sendo a "Estrela Rubra" ou "Estrela da Lei nas Trevas". Atentem para isto: a estrela está no "alto" e simboliza o 5º estágio natural (não encarnante) da evolução. Os seres naturais no 5º estágio são os últimos a ainda atuarem na dimensão humana. A partir do 6º estágio natural da evolução, os seres são direcionados ou para outras dimensões planetárias, onde atuarão como orixás intermediadores naturais, ou estagiarão em outras orbes planetárias. Portanto no 5º estágio estão os últimos seres encantados que ainda estão voltados para nós, os "espíritos humanos".

As interpretações dos símbolos sagrados, todas elas, têm sido pensadas unicamente sob a ótica do bem e do mal, tão comum a todos os pensadores humanos. Se, nas suas magias, usam uma estrela guia para simbolizar um poder, força ou energia divina, até aí estão próximos da verdade. Agora, quando riscam a estrela rubra e alegam que ali está fixado um símbolo diabólico, do mal ou das Trevas, estão completamente enganados.

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Nós sabemos que a dimensão humana possui um "céu" e um "inferno". Nós sabemos que a dimensão humana possui um lado iluminado e um lado sem luz. A dimensão humana possui um pólo positivo (alto ou +) e um pólo negativo (embaixo ou -). Isto todas as outras dimensões possuem, mas apenas com estas classificações.

Lado positivo = luminoso, irradiante, universal e passivo. Lado negativo = escuro, sem cor, cósmico e ativo.

Para cima ascenderão os seres que forem irradiantes (positivos, magneticamente falando). Para baixo descerão os seres que forem concentradores (negativos, magneticamente falando).

Na interpretação humana os bons vão para o céu e os ruins vão para o inferno, certo? Errado! – respondemos nós - Para o céu vão os espíritos virtuosos e para o inferno vão os espíritos viciados. Espíritos virtuosos são consciencialmente racionais; espíritos viciados são consciencialmente emocionais.

No racional estão as vontades; No emocional estão os desejos. No racional está o equilíbrio mental; No emocional esta o desequilíbrio mental. No racional desenvolve-se um magnetismo positivo No emocional desenvolve-se um magnetismo negativo. O racional irradia energias (é doador); O emocional absorve energias (é acumulador).

Estas definições ajudam a entender as duas estrelas simbolizadoras de pólos magnéticos de uma mesma dimensão e do 5º estagio da evolução natural (não encarnacionista).

Com isto em mente, então entendam que quando um guia espiritual risca uma estrela guia, ele está fixando dentro de um ponto cabalístico um padrão vibratório superior a qualquer um dos quatro padrões básicos dos processos mágicos ou energo - magnéticos (terra, água, fogo, ar). Seu padrão é o cristalino, que tanto dilui estes quatro elementos, quanto os anula ou os neutraliza, pois pode envolvê - los e paralisá - los. E quando um exu de Lei risca em um ponto cabalístico uma estrela rubra, ele está afixando um padrão vibratório com o mesmo poder, mas relativo aos padrões vibratórios cósmicos dos elementos.

Reflitam bastante sobre isto, pois um tolo qualquer, num determinado momento da historia religiosa, vislumbrou os poderes divinos do sagrado símbolo da Estrela Guia e com sua pervertida mente humana logo imaginou que se a riscasse invertida, com certeza estaria submetendo ao seu poder mágico algum demônio infernal, ao qual daria suas "ordens".

Os tolos magistas não sabem interpretar corretamente um símbolo positivo, pois desconhecem suas origens, poderes e mistérios, e ainda se arvoram em "poderosos magos" movimentadores de magias negativas.

Saibam que todos os que riscam à torta e à direita os símbolos sagrados estão condenados a serem executados pela Lei que rege a ativação de poderes e forças celestiais.

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Todos os que, a título de grandes magos iniciados, os riscam aleatoriamente (sem a expressa autorização de um guardião dos símbolos sagrados) estão correndo serio risco de ser atingidos pelas irradiações dele. Quanto aos que riscam os símbolos cósmicos ou negativos, mas também sagrados, pensando que estão escravizando um ser infernal, só estão afrontando a lei que rege as grafias mágicas.

Saibam que a origem, a fonte energética e o mistério celestial sustentador dos mistérios "Estrela Guia" e "Estrela Rubra" é um Trono Celestial que reverentemente nominamos de "Sagrado Ia- ór-is-ra- iim- yê", que é o regente celestial do 5º estágio da evolução natural, que se processa em paralelo com a nossa, que é o estagio da quintessenciação dos seres humanizados, ou seja, é o estágio de suas "cristificações", quando então assumem responsabilidades afins com os regentes planetários.

Os guardiões celestiais desta dimensão são todos os orixás intermediários cristalinos, sejam eles regidos pelo pólo positivo ocupado por Oxalá ou pelo pólo negativo ocupado por Oiá:

Oxalá é Trono da Fé. Oiá é Trono do Tempo. Aí tem a verdadeira origem do sagrado símbolo que 6. a estrela de cinco pontas ou Estrela Guia, assim como de seu par oposto, que é a Estrela Rubra, consumidora dos negativismos.

Portanto, cuidado quando alguém lhe ensinar que, riscando pontos cabalísticos aleatoriamente, solucionarão possíveis demandas espirituais ou anularão magias, ou dominarão à sua vontade e desejos os espíritos negativos.

Deixem os pontos riscados com os seus mentores ou guias chefes, pois eles sim, quando riscam um ponto, sabem o que estão fixando no plano material humano, mas que está assentado, sempre, em outra dimensão da vida. Afinal, "orixá" não é um espírito humano, mas sim regente das muitas dimensões da vida , a humana inclusive. Todos os símbolos sagrados eram ensinados nos planos materiais e espiritual humano durante a era cristalina (mito Atlântida), mas a ciência que tratava deles foi recolhida após esta era, e nunca mais foi tratada de forma "aberta" pelos verdadeiros magos. Só a ensinavam a discípulos da mais absoluta confiança que, jurando pela "lei do silêncio", procediam do mesmo modo com os discípulos, velando todo um conhecimento interditado ao plano material.

Observem o quão poderoso é um símbolo sagrado, pois a "Santa Cruz" sustenta o Cristianismo há dois milênios e nunca teve o seu poder diminuído ou abalado. Observem a estrela de cinco ou seis pontas, ou mesmo o castiçal de sete braços, que também nunca perderam suas forças ou seus poderes. Observem o triângulo sagrado e verão o mesmo poder e força. Observem a espada, a lança ou o escudo e perceberão nestes símbolos a força da Lei. Observem a "montanha" sagrada e verão o poder e a força da Justiça Divina. Observem na seta espiralada o poder e a força do Tempo.

Vejam nas sete cruzes os sete estágios da evolução, nas sete flechas, as sete direções, nas sete lanças, as sete vias evolutivas e nas sete estrelas os sete guardiões cristalinos que respondem aos guardiões celestiais da Coroa Regente Planetária.

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Enfim, descubram nos nomes simbólicos de seus caboclos, caboclas, pretos e pretas-velhas, exus e pombas-giras, através de seus nomes "simbólicos" ou nomes regidos pelos símbolos a quais orixás eles estão ligados e a que pontos de forças da natureza recorrem durante seus trabalhos magísticos ou espirituais. Descubram que os nomes simbólicos ocultam mistérios sagrados regidos pelos símbolos, que trazem em si mesmos toda uma ciência divina por excelência. Meditem, reflitam e raciocinem profundamente no porquê de seus mentores espirituais nada ensinarem sobre os pontos riscados, e no mais íntimo de suas consciências uma voz cristalina lhes dirá: "Se nada dizem ou ensinam é porque eu, o seu Regente Ancestral, os fiz jurar pela" lei do silêncio "que nada revelariam sobre a grafia mágica dos sagrados orixás, que mais do que simbolizadores são símbolos vivos e identificadores do Divino Criador".

Após ouvirem isto então entenderão o erro e a afronta que uns tolos travestidos de magos estão cometendo quando dizem "senhores" do mistério "Lei de Pemba". Perceberão que nunca ensinaram nada além de sinais ou signos há muito fixados no plano material por antigas religiões já adormecidas no plano material e que os deixaram em suas escritas religiosas.

Mesmo o tão polêmico "tridente" de exu é só uma grafia simbólica usada pelos guardiões cósmicos dos lados negativos dos pontos de forças regidos pelo mistério sagrado "La-mu-ba- yê".

Vocês sabem quem é o sagrado e cósmico Guardião Cel estial "La-mu-ba- yê?". Não?

Então com que autoridade ousam ensinar sinais cabalísticos que ostentam a sua arma cósmica irradiadora ou absorvedora de energias negativas?

Vocês sabem o que significa um tridente apontando para alguma das sete "vias" positivas ou negativas? Então vocês não são verdadeiros magos, mas tão somente magistas de efeitos tão duradouros quanto o tempo necessário para explodir suas buchas de pólvora..., impressionando os tolos de boa - fé ou os necessitados de uma fé boa!

Falou-lhes o Senhor Ogum Beira-Mar, orixá regido pelo mistério que anima a sétima estrela ( Yemanjá) do mistério celestial "Sete Estrelas" (Ia- ór-is-ra-iim- yê).

(texto extraído do livro: "O Código de Umbanda" – obra inspirada pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda, Li- Mahi-An- Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicografada por Rubens Saraceni).

A SEMEADURA DE UMA RELIGIÃO: OS ORIXÁS

Muito se tem escrito sobre os sagrados orixás, e muito ainda terão de escrever, já que os orixás são mistérios divinos e, dependendo de quem os descreve, assumem as mais diversas feições. E, ainda que mantenham suas qualidades essências (de "essência") ou elementais (de "elemento"), no entanto cada um os descreve como os interpreta, entende ou idealiza.

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As idealizações, ainda que sejam divergentes, são necessárias, pois, mais dias menos dias, uma delas se imporá em definitivo sobre todas as outras e, daí em diante, todos os umbandistas rezarão pela mesma cartilha. Mas enquanto isso não acontecer, não tenham dúvidas que continuarão os estímulos para que lancem idealizações, as mais próximas possíveis do nível consciêncial da maioria dos adeptos de Umbanda. Os próprios orixás regentes estimulam as idealizações pelo s praticantes instrutores, pois ou alcançam uma concepção ideal ou os umbandistas nunca falarão a mesma língua. Lembre - se que a Umbanda é uma religião nova e neste seu primeiro século de vida tudo é experimental. Não pensem que os orixás sagrados estão alheios ao que ocorre, pois não estão.

Eles observam todas as idealizações humanas que tentam torná -los compreensível a todos os umbandistas e têm amparado os idealizadores, não negando a oportunidade de propagarem suas concepções acerca do mistério "Orixás".

Uns idealizadores são mais felizes e alcançam um número respeitável de adeptos. Mas outros, por causa das inúmeras dificuldades inerentes à missão de semeador de conhecimentos, logo desistem e decepcionam-se com a pouca acolhida aos seus escritos. Isto é assim mesmo e não pensem que com os idealizadores de outras religiões as coisas foram diferentes, pois não forem. Para não irmos muito longe, saibam que o Cristianismo, em seu início, teve muitos idealizadores, e cada um descreveu Jesus Cristo segundo sua visão, concepção, entendimento e compreensão do mistério divino que ele era e é em si mesmo.

Não pensem que para os idealizadores do Cristianismo as coisas foram fáceis, pois eles também não conseguiam se impor sobre a maioria dos cri stãos.

Tantos escreveram sobre Jesus Cristo, que foi preciso um concílio para que ordenassem a confusão reinante nos três primeiros séculos da era cristã.

Hoje é fácil para um cristão, ao folhear o Novo Testamento, visualizar um Jesus Cristo divino e humano ao mesmo tempo em que lê suas mensagens ou sermões. Mas será que ele era visualizado assim, facilmente, no início do Cristianismo? É claro que não! O que sustentou a nascente religião foram os prodígios e os fenômenos religiosos (conversões e milagres) que ocorreram por toda parte, e sempre em nome de Jesus Cristo.

Prodígios e fenômenos são as chaves de toda semeadura religiosa e com a Umbanda não seria diferente, pois eles acontecem a todo instante por todo o Brasil e surpreendem os descrentes, os ateus, os zombeteiros e até... os fiéis umbandistas, já acostumados a eles nos seus trabalhos rituais.

Saibam que, em se tratando de coisas divinas, os prodígios e os fenômenos são coisas comuns e acontecem em todas as religiões, pois só assim o senso comum cede lugar à fé e permite que toda uma vida desregrada seja reordenada e colocada na senda luminosa da evolução espiritual e consciêncial.

Afinal, de nada adianta só a teoria sobre os orixás, se as práticas religiosas realizadas em seus nomes não suplantarem o senso comum arraigado como "normal", religiosamente falando.

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Neste aspecto, a Umbanda tem sido pródiga, pois os prodígios de alguns médiuns e os fenômenos realizados pelos mentores espirituais provam a todos que, por trás do visível está o invisível (Deus).

E, se fôssemos listar os prodígios e fenômenos, nunca terminariam porque estão se renovando a todo instante em lugares distantes, e sem qualquer ligação material entre si. Mas se assim é, é porque assim acontece com todas as semeaduras religiosas.

Alguns médiuns mais afoitos endeusam quem realiza prodígios e não entendem que o correto seria meditarem no porquê deles estarem acontecendo. Não percebem que os prodígios visam dar provas concretas dos mistérios ocultos regidos pelos sagrados orixás e que estes visam fornecer meios mais "terra" para a propagação horizontal da religião umbandista.

A Umbanda ainda é muito recente para prescindir dos prodígios e dos fenômenos. E nós esperamos que nunca os dispense, pois as pess oas mais descrentes ou arredias só se convencem da existência dos poderes divinos quando se deparam com os prodígios realizados pelos médiuns. Aí sim, deixam de lado o senso comum, despertam para a fé e dedicam parte do tempo à religião.

A Umbanda é nova e talvez daqui a uns três séculos os seus dirigentes se reúnam e, tendo muitas idealizações sobre suas mesas, optem por uma que mais fale aos corações dos umbandistas de então.

E porque três séculos demoram para passar, e porque as idealizações exi stentes até o momento são muito "pessoais", então vamos colocar a nossa à disposição para análise e, quem sabe, ela possa ser adotada, no todo ou em parte, quando forem comentar nossa religião.

Mas não esqueçam que, se os primeiros cristãos são vistos c omo exemplo a ser cultivado no campo religioso do Cristianismo, pelo seu desprendimento, fé inabalável e tenacidade na defesa da religião que adotaram, vocês, os umbandistas de hoje, serão vistos, no futuro, pela forma que se portarem diante das dificuldades que esta nova religião está encontrando, já que ela é combatida pelas mais velhas com todas as armas, recursos e truculências que tem à disposição. Afinal, os romanos tinham o circo onde atiravam os cristãos de então aos leões. Os neocristãos de hoje tem à disposição a televisão, onde atiram os umbandistas às hienas mercadoras da fé em Jesus Cristo.

Ou não é verdade que aqueles mercadores de fé, travestidos em "bispos", divertem- se à custa dos humildes umbandistas, colocados a todo instante di ante de inúmeras dificuldades econômicas para levarem adiante, e com dignidade, amor e respeito, a fé nos sagrados orixás, enquanto eles se locupletam à custa do desespero e da aflição de pessoas humildes e de boa fé, que acorrem aos seus templos movido s pelas promessas miraculosas de enriquecimento rápido à custa de um tal "Desafio a Deus?". Quem em sã consciência ousaria colocar as questões de fé e religiosidade nesses termos, senão as mesmas hienas famintas que afluíam ao circo romano em busca de prazer? Quem, em sã consciência, ousaria colocar a religiosidade diante de Deus como uma prova de enriquecimento material, senão mercadores da fé? Quem, senão apóstatas, ousariam levantar a Bíblia Sagrada e desafiar Deus a enriquecê-los, se nesta mesma Bíblia estão

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escritas, com o fogo da Fé, o sangue da Vida e as lágrimas dos humildes, as santificadas palavras de Jesus Cristo: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico (materialista) entrar no reino do céu".Quem, senão os mercadores do templo, ousariam subverter a pregação de Cristo ao rico, conclamando - o a deixar tudo para trás, inclusive sua ambição, luxuria e apego aos bens materiais, pois só assim poderia segui-lo e conquistar um lugar à direita de Deus Pai?

Irmãos umbandistas, tudo se repete em religião. E, se bem já disse alguém quando disse que da primeira vez é uma tragédia, mas da segunda é uma comédia, então tudo está se repetindo, pois os primeiros cristãos eram lançados aos leões nos circos romanos, já os primeiros umbandistas, que somos nós, estamos sendo lançados às hienas da televisão... dos mercadores do templo, expulsos por Jesus a dois mil anos atrás, mas que, travestidos de neocristãos, estão, até isso, desafiando Deus a enriquecê -los!!!

Que Deus se apiede do espírito destes vis mercadores que envergonham o próprio Jesus Cristo, pois usam de seu santo nome para locupletarem- se à custa do sofrimento humano diante de tantas injustiças sociais, que não são menores do que as que se abatiam sobre a sofrida plebe romana.

Irmãos em Oxalá atentem bem para o que acabamos de externar e fortaleçam sua fé, pois os sagrados orixás são eternos e vocês os estão renovando no meio humano, e renovando a fé e a religiosidade de milhões de irmãos desencantados com as religiões mais velhas e que estão tão comprometidas com o atual estado de coisa, que não conseguem, com os recursos da fé, alterar as injustiças sociais ou despertar a religiosidade no coração de seus fiéis atuais.

Tenham consciência do momento atual de sua religião e portem - se à altura do que de vocês esperam os sagrados orixás, já renovados no Ritual de Umbanda Sagrada. E, creiam, daqui a alguns séculos as hienas terão se calado, pois terão encontrado a resposta de Deus a seus desafios.

Mas até que isso aconteça, fortaleçam sua fé no amor aos sagrados orixás, pois eles são as divindades regentes desse nosso abençoado planeta. E, se são chamados de "encantados" é porque encantam quem a eles se consagra e não se deixa abater pelas críticas sofridas, pelas zombarias achacadas ou pela falta de uma literatura umbandista mais incisiva para o momento atual e mais esclarecedora acerca dos mistérios divinos que são os orixás.

Correspondam ao momento atual de sua religião e, no futuro, quando todos rezarem por uma mesma cartilha, aí se realizarão e dirão: "Meus amados orixás, valeu a pena minha tenacidade, resignação, humildade, amor e fé, pois minha religião prosperou entre os homens!". Saravá, meus orixás! Saravá, irmãos em Oxalá ! (texto extraído do livro "O Código de Umbanda" – obra inspirada pelos Mestres de Luz: Sr. Ogum Beira-Mar, Pai Benedito de Aruanda, Seiman Hamiser yê, Li - Ma – Hi- An-Se -Hi yê , Mestre Anaanda e psicografado por Rubens Saraceni).

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OS SÍMBOLOS MÁGICOS

Sempre que alguém deseja penetrar nos mistérios, depara -se com uma barreira, uma defesa, que se aparentemente tudo revela, no entanto tudo oculta. São símbolos sagrados!

Uma cruz encerra em si mesma tantas interpretações quantas conseguirmos formular.

Uma estrela comporta tantas analogias que nada lhe escapa. Um duplo triângulo entrelaçado fascina tanto, que nos é impossível escaparmos de suas influencias.

Uma espada nos lança num confronto com nosso íntimo sobre as nossas mais convictas crenças, certezas e concepções. Uma balança tem o poder de lançar - nos na maior das dúvidas: estou certo ou errado?

É claro que aí são apresentados como símbolos arquétipos que encerram em si mesmos poderes, qualidades, atributos e atribuições supra - humanas e que por isso mesmo nos atraem, envolvem e nos conduzem através dos encantos, magias e mistérios da criação.

O grande enigma de sempre, e que tanto incomoda os pensadores, é a natureza de Deus. Mas se ela é inalcançável, no entanto podemos senti-la caso nos coloquemos sob a influência de um símbolo sagrado.

Ou não é assim que acontece? Um cristão, budista, espírita, pode estudar a religião islâmica que nunca conseguirá tocar em seus mistérios mais ocultos e muito menos sentir a magnífica e divina irradiação que o luminoso quarto crescente traz encerrado em si mesmo, mas só é sensível àqueles que se colocam conscientemente e religiosamente sob a sua influência.

Toda uma religião e seus mistérios divinos estão sintetizados "simbolicamente"numa das fases da lua: o quarto crescente!

Para um islamita, este símbolo encerra uma lei revelada, e ao mesmo tempo revela toda uma lei. E mais não precisa ser acrescentado ao seu sagrado quarto crescente, pois em si mesmo seu símbolo sagrado a ele tudo revela bastando para tanto que se coloque sob a sua irradiação divina.

Esta é uma interpretação, um cristão pode dar uma relação à sua cruz sagrada. E um judeu tem a sua estrela de seis pontas a ampará -lo onde quer que esteja. Por isto, na Tradição, o estudo dos símbolos sagrados nos atrai tanto: eles encerram e ocultam mistérios sequer imaginados por nós! Na Tradição, o estudo dos símbolos sagrados é fonte inesgotável de conhecimentos dos mistérios, divinos por natureza e sagrados por suas excelências divinas .

Jamais, por mais que os estudemos, conseguiremos esgotar os mistérios por trás dos símbolos sagrados. E, se assim é, é porque eles são, ao mesmo tempo, chaves e portas para infinitos vestíbulos totalmente ocupados por mistérios da criação, que têm por função nos conduzir ao "interior" de Deus.

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Nós, atualmente, temos símbolos sagrados novos ou recentes, que sustentam a fé e a religiosidade de toda a humanidade.

Temos a cruz, a estrela de seis pontas, o ying e yang.. e mais alguns para não nos apro fundarmos muito, que atendem a todas as necessidades imediatas da humanidade no seu atual estágio cultural e evolutivo.

Mas no passado longínquo tivemos outros símbolos, também sagrados, e que ainda encerram e ocultam em si mesmos todos os mistérios da criação.

Vamos a alguns deles: · a cruz gamada. · a estrela de cinco pontas. · a serpente do arco- íris. ·a pirâmide eqüilátera. ·o triângulo eqüilátero . ·o círculo quadriculado . · a cobra-coral. · a serpente dourada. · as sete luas.

Fiquemos só com estes símbolos, senão abordaremos religiões pertencentes a outras eras, tão antigas quanto improváveis no plano material devido ao imenso lapso de tempo já existente.

(texto extraído do livro: "O Código de Umbanda" – obra inspirada pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda, Li- Mahi-An- Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicografada por Rubens Saraceni).

O Médium de Umbanda

O médium de Umbanda, ainda que muitos não o valorize, é o ponto chave do ritual de Umbanda no plano material.

E por sê - lo, deve merecer dos filhos de Fé já maduros (iniciados) toda atenção, carinho e respeito quando adentram no espaço interno das tendas, pois é mais um filho da Umbanda que é "dado" à luz. E tal como quando a generosa mãe dá à luz mais um filho, onde tanto o pai quanto os irmãos se acercam do recém - nascido e o cobrem de bênçãos, amor, carinho e... compreensão para com seus choros, o novo filho de Fé ainda é uma criança que veio à luz e precisa de amparo e todos os cuidados devido à sua ainda frágil constituição íntima e emocional.

Do lado espiritual, todo o apoio lhe é dado, pois nós, os espíritos guias deles, sabemos que este é o período em que mais frágil se sente um ser que traz a mediunidade. Para um médium iniciante, este é um momento único em sua vida, e também um período de transição, onde todos os seus valores religiosos anteriores de nada lhe valem, pois outros valores lhe estão sendo apresentados.

Para todos os seres humanos este é um período extremamente delicado em suas vidas. E não são poucos os médiuns que se decepcionam com a falta de compreensão para com sua fragilidade diante do novo e do ainda desconhecido.

É tão comum uma pessoa dotada de forte mediunidade e de grandes medos, ser vista como "fraca" de cabeça pelos já "tarimbados" médiuns. Mas estes não param para pensar um pouco no que realmente incomoda o novo irmão e, com isto, o Ritual de Umbanda

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Sagrada vê mais um dos seus recém-nascidos filhos perecer na maior angustia, e socorre-se a outros rituai s que primam pela ignorância do mundo espiritual e sufocam nos seus fieis, seus mais elementares dons naturais. Muitos apregoam que tantos e tantos brasileiros são umbandista, e que isto demonstra o vigor da religião umbandista. Mas, infelizmente, isto não é verdade, e só serve para diminuir o que poderia ser uma grande verdade.

Vários milhões de brasileiros já assumiram suas mediunidades por completo e são médiuns praticantes, que incorporam regularmente seus guias dentro das tendas onde trabalham, ou nas suas reuniões mais intimas em suas próprias casas.

Mas alguns milhões de filhos de Fé com um potencial mediúnico magnífico já foram perdidos para outros rituais, porque os diretores das tendas não deram a devida atenção ao "fator médium" do ri tual de Umbanda, assim como não atentaram para o fato de que aqueles que lhes são apresentados pelos guias zeladores dos novos médiuns, se lhes são enviados, o são pelo próprio espírito universal e universalista que anima a Umbanda Sagrada, e que é o seu espírito religioso, que no lado espiritual tem meios sutis de atuar sobre um filho de Fé, mas no lado material depende fundamentalmente dos pais e mães no Santo, animadores materiais desse corpo invisível, mas ativo e totalmente religioso.

É tão comum vermos médiuns já "iniciados" que não tem a menor noção da existência desse corpo religioso umbandista que se move através do plasma universal que é Deus, é fé e é religiosidade. "Eu sou filho de tal orixá...", e pronto! Sua fé acaba a partir daí, e sua ligação com este plasma divinizado numa religião fica restrito a isto: "Eu sou filho de tal orixá".

Incorpora seus guias, estes trabalham, e maravilhosamente, pois estão em comunhão total com este espírito ativo que é o corpo religioso umbandista, corpo este que assume a forma de orixás ou de seus pontos de forças, mas que não deixam de irradiar essa energia divina chamada "Fé".

O ritual é aberto a todas as manifestações, mas o lado material ( médiuns) tem de ser esclarecido de que as manifestações só acontecem por causa desse espírito religioso invisível conhecido por Ritual de Umbanda Sagrada, e que fora dele não há manifestações, mas tão somente possessões espirituais. É este espírito invisível que sustenta todas as manifestações, quando em nome da Umbanda Sagrada são realizados.

Houve um tempo em que os orixás foram sincretizados com santos católicos, pois aí a concretização do ritual aconteceria. As imagens "mascaravam" a verdade oculta e as perseguições religiosas, políticas e policiais foram abrandadas.

Mas, atualmente, isto já não é preciso como meio de expansão da Umbanda Sagrada. Hoje já existe liberdade suficiente para que todos digam abertamente: "Sou um filho de Fé, sou um filho de Umbanda!".

Mas para que isso possa ser realmente dito, é chegado o tempo de a Umbanda deixar de perder seus filhos recém- nascidos para religiões que ainda recorrem a princípios medievais, quando não obscurantistas.

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Há de ser criada uma forte linha de fé doutrinadora dos sentimentos rel igiosos dos filhos de Fé, pois só assim a Umbanda Sagrada sairá do interior das tendas e dos lares e abarcará, num movimento abrangente e envolvedor, os milhões de irmãos que afluem às tendas ou aos médiuns à procura de uma palavra de consolo, conforto ou esclarecimento.

É chegado o momento de todos os médiuns, diretores espirituais, dirigentes espirituais e pais e mães no Santo, imprimirem aos seus trabalhos mais uma vertente da Umbanda Sagrada: a doutrinação dos irmãos e irmãs que afluem às tendas nos dias de trabalho.

É preciso uma conscientização dos pais e mães no Santo de que os necessitados, os aflitos, os carentes afluirão não só às tendas de Umbanda, mas também a todas as outras portas abertas onde há uma promessa, um vislumbre de socorro imediato. Mas só aquelas portas que, a par do socorro imediato, oferecerem uma luz para toda a vida, alcançarão seu real objetivo, pois a par do imediato também oferecem o bem duradouro, que é a fé forte numa religião. E a Umbanda Sagrada é uma religião!

Por isso ela tem de sair das tendas e conquistar corações dos que a ela afluem nos dias de trabalho, e conquistar o respeito e a confiança de todos os cidadãos no seu trabalho de doutrinação e salvação de almas.

Nós temos acompanhado com carinho e atenção os irmãos umbandistas que têm oferecido a maior parte de suas vidas a esta necessidade da religião umbandista – abençoados sãos estes verdadeiros filhos de Umbanda, mas temos acompanhado a vida de todos os pais e mães no Santo e temos visto que bloqueiam a si próprios e às suas potencialidades doutrinadoras dentro da Umbanda Sagrada, quando limitam a si e sua religião aos trabalhos dentro de suas tendas, quando os seus guias incorporam e ... trabalham.

Limitam- se só a isto e limitam à própria religião umbandista, pois não concedem a si próprios as qualidades que seus orixás lhes mostram que são possuidores. Muitos filhos de Fé, movidos de nobres e dignificantes intenções, buscam nas línguas a explicação do termo "Umbanda". Alguns chegam a mergulhar no passado ancestral em busca do real significado desta palavra.

Nada a opor de nossa parte, mas melhor fariam e mais louvável aos olhos dos orixás seriam seus esforços, caso já tivessem atinado com o real e verdadeiro sentido do termo "Umbanda".

Umbanda significa: o sacerdócio em si mesmo, na m'banda, no médium que sabe lidar tanto com os espíritos quanto com a natureza humana. Umbanda é o portador das qualidades, atributos e atribuições que lhe são conferidas pelos Senhores da natureza; os orixás! Umbanda é o veiculo de comunicação entre os espíritos e os encarnados, e só um Umbanda está apto a incorporar tanto os do Alto, quanto os do Embaixo, assim como os do Meio, pois ele é, em si mesmo, um templo.

Umbanda é sinônimo de poder ativo. Umbanda é sinônimo de curador. Umbanda é sinônimo de conselheiro.

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Umbanda é sinônimo de intermediador. Umbanda é sinônimo de filho de Fé. Umbanda é sinônimo de sacerdote. Umbanda é a religiosidade do religioso.

Umbanda é o veiculo, pois trazem em si os dons naturais, pelos quais os encantados da natureza falam aos espíritos humanos encarnados.

Umbanda é o sacerdote atuante, que traz em si todos os recursos dos templos de tijolo, pedras ou concreto armado.

Umbanda é o mais belo dos templos, onde Deus mais aprecia ser manifestado, ou mesmo onde mais aprecia estar: no intimo do ser humano.

Umbandas foram os primeiros espíritos dos sacerdotes, que aos poucos foram criando para si, no intimo dos médiuns filhos de Santo já preparados para recebe- los, uma linha tão poderosa, mas tão poderosa que realizavam curas milagrosas nos freqüentadores dos terreiros de "macumba".

Umbandas eram os caboclos índios que dominavam os quiumbas e libertavam os espíritos encarnados de obsessores vingativos e perseguidores.

Umbandas eram os pretos-velhos que baixavam nas "mesas brancas" e faziam revelações que não só deixavam admirados quem os ouviam, mas encantavam também.

Umbandas eram os exus e pombas-giras br incalhões, debochados e francos, tanto quanto os encarnados, pois falavam a estes de igual para igual, e com isso iam rompendo o temor dos filhos de Santo para com seus "santos". Umbanda era o inicio do rompimento da casca grossa da rituália de culto aos eguns (os sacerdotes) já no outro lado da vida.

Umbanda o sacerdócio; embanda, o chefe do culto; Umbanda, o ritual aberto do culto dos ancestrais.

Umbanda, onde na banda do "Um", mais um todos nós somos, pois tudo o que nos cerca, através de nós pode se manifestar.

Umbanda, na banda do "Um" , um todos são e sempre serão, desde que limpem seus templos íntimos dos tabus a respeitos dos orixás e os absorvam através da luz divina que irradiam seus mistérios. Daí em diante, serão todos "mais um", plenos portadores dos mistérios dos orixás. Na Umbanda, o médium não é esvaziado, mas tão somente enriquecido com a riqueza espiritual de todos os orixás.

Umbanda provém de "m'banda", o sacerdote, o curador.

Umbanda é sacerdócio na mais completa acepção da palavra, pois coloca o médium na posição de "doador" das qualidades de seus orixás, que impossibilitados de falarem diretamente ao povo, falam a partir de seus templos humanos: os filhos de Fé!

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Despertem para esta verdade, pais e mês de Santo! Olhem para todos os que chegam até vocês, não como seres perturbados, mas sim como irmãos em Oxalá que desejam dar "passagem" às forças da natureza que lhes chegam, mas encontram seus templos (mediunidade) ocupados por escolhos inculcados neles, através de séculos e séculos que estiveram afastados de seus ancestrais orixás. Não inculquem mais escolhos dizendo a eles que tem orixá brigando pela cabeça deles, ou que exu está cobrando alguma coisa.

Tratem os filhos que Olorum, o Incriado, lhes envia com o mesmo amor, carinho e cuidados que devotam a seus filhos encarnados.

Cuidem deles; transmitam a eles amor aos orixás, pois orixá é o amor do Criador às Suas criaturas.

Ensinem- lhes que, na lei de Oxalá, ninguém é superior a ninguém, pois na banda do "Um", mais um todos são.

Mostrem- lhes que orixá é um santo, mas é mais do que isso: orixá é a natureza divina se manifestando de forma humana, para os espíritos humanos. Não percam tempo tentando contar lendas do tempo de cativeiro, quando irmãos de cultos diferentes, raças diferentes e formações as mais diversas possíveis, eram reunidos numa só senzala e evitavam a mistura dos orixás com medo de perderem seus últimos vestígios humanos: seus "santos"de cabeça e de fé. O tempo da escravidão já é passado e Umbanda é liberdade de manifestação dos orixás através dos seus veículos naturais; os médiuns. Ensinem- lhes que, se estão aptos a incorporarem o "seu" pai de cabeça, também estão aptos a serem as moradas de todos os outros "pais", pois orixá é antes de qualquer coisa e acima de tudo, isto: senhora da cabeça. é senhor da coroa luminosa que paira em torno do mental purificado do filho de Fé já liberto dos escolhos que o mantinham acorrentado e escravizado a tabus e dogmas religiosos, que antes de tudo visavam impedi-lo de ser mais um na banda do "Um", e mantê - lo na eterna dependência da vontade dos carnais senhores dos cultos ao Criador, onde um é o pastor e os restantes, só rebanho, ovelhas mesmo!

Digam que na banda do "Um", o rebanho é composto só de pastores, pois "Umbanda" é sacerdócio.

Esclareçam ao filho recém-chegado que se sente incomodado, que isto não é nada ruim, pois há todo um santuário aprisionado em seu intimo que está tentando explodir através de sua mediunidade magnífica. Conversem demoradamente com ele e procurem mostrar-lhe que Umbanda não é a panacéia para todos os males do corpo e da matéria, mas sim o aflorar da espiritualização sufocada por milênios e milênios de ignorância e descaso para com as coisas do espírito.

Expliquem que pode fazer o que quiser com seu corpo material, mas deve preservar sua coroa (cabeça), pois é nela que a luz dos orixás lhe chega e o liberta dos vícios da carne e do materialismo brutal.

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Ensinem-lhe que, como templos, deve manter limpo seu íntimo, pois nesse íntimo há uma centelha divina animada pelo fogo divino que a tudo purifica, e que o purificará sempre que entregar sua coroa ao seu orixá. Instrua - os com seu mentor guia chefe, irmãos e irmãs (pais e mães de Santo). Estabeleçam um dia da semana ou do mês dedicado exclusivamente a um guia doutrinador que lhe falará da Umbanda a partir da visão mais acurada desta religião, em que os fiéis são mais que fiéis: são "meios" onde toda uma gama magnífica de seres de altíssima evolução se manifestam como humildes pretos-velhos, garbosos mas amáveis caboclos, inocentes crianças ou humanos exus e pombas -giras. Sim porque nós conhecemos irmãos exus que possuem muito mais luz do que vocês imaginam. E se preferem atuar como exus, é porque assim, bem humanos, chegam mais rápido até onde desejam: aos consulentes sofredores e veículos de espíritos sofredores afins.

Ensinem aos médiuns que eles trazem consigo mesmo todo um templo já santificado e que nele se assentam os orixás sagrados. E que através desse templo muitas vozes podem falar, e serem ouvidas pois Umbanda provem de Embanda: sacerdote!

E o médium é um sacerdote, um embanda, um Umbanda, ou mais um na banda do um, a Umbanda!

(Texto extraído do livro "O código de Umbanda" – obra inspirada pelos mestres da Luz: Senhor Ogum Beira-Mar, Pai Benedito de Aruanda. Li- Mahi-An-Seri- yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicog. por Rubens Saraceni). AS HIERARQUIAS DOS TRONOS DE DEUS

AS LINHAS DE LEI DE UMBANDA

Prezados irmãos na fé em Oxalá!

Vamos comentar a linha de Umbanda a partir de seus fundamentos ocultos, pois só assim entenderão a abrangência do termo "lei" na vida de um ser humano. Antes vamos esclarecer algumas lacunas existentes, senão o conhecimento que transmitiremos ficará incompreensivo. Divindade, todos sabem o que são. Por divindade entendemos um ser divino portador de qualidades superiores e localizadas numa faixa vibratória exclusiva do Divino Criador, onde Ele Se manifestará de forma já individualizada em Seus Tronos. Deus, quando Se nos mostra de forma individualizada, está atuando em nossas vidas através das Suas hierarquias divinas formadas por divindades.

Portanto, divindades são seres superiores que manifestam as qualidades de Deus.

Muitos já ouviram falar em deuses do fogo, deusas das águas, deus do trovão, etc. Entendam esses "deuses e deusas" como divindades que são "senhores" do fogo, da água, do trovão, etc. E por senhores, entendam as divindades que guardam os mistérios desses elementos da natureza. Então temos os orixás do fogo, da água, do ar, etc.

Essa categoria de orixás elementais não interfere em nossas vidas, pois já nos afastamos do estágio elemental da evolução. Sim, nós já fomos seres elementais. Mas esse estágio

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da evolução já foi vivido a tanto tempo, que dele só guardamos lembranças vagas em nosso subconsciente.

Essas divindades ou orixás elementais são manifestadores energéticos das qualidades de Deus, e nós os chamamos de orixás do fogo, da água, do ar, etc.

Mas temos, nas hierarquias divinas, os Tronos (ou orixás) Encantados, que são os que atuam mentalmente e por magnetismo energético, que é tão forte que mantém à sua volta os seres que sustentam mentalmente.

Por isso são chamados de Orixás Encantados: possuem um magnetismo tão forte que "encantam" os seres que amparam mentalmente e sustentam energeticamente.

Depois, nas hierarquias divinas, temos os Orixás Naturais, que atuam mentalmente, energeticamente e consciencialmente, pois têm como uma de suas atribuições, despertar a consciência dos seres sobre si mesmos e sobre o universo onde vivem e evoluem. Nós somos um exemplo, pois estamos despertando nossa consciência e adquirindo a capacidade de raciocinarmos a partir de fatos consumados, que nos fornecem os conhecimentos que precisamos para não repetirmos os mesmos erros e aprimorarmos nossos conceitos sobre a vida. Às divindades ou orixás que atuam a partir de nossa consciência, nós os chamamos de "Orixás Naturais" porque tanto atuam sobre a naturez a física como sobre a energética, e também sobre a natureza íntima dos seres, ou seja, sobre suas consciências.

Sim, todos possuem uma natureza íntima que, pouco a pouco, vai individualizando-o e distinguindo-o entre seus semelhantes.

Por isso eu sou quem sou e não sou outro.

Ao me reconhecer estou me individualizando e me diferenciando e me diferenciando dos meus irmãos, que se são meus semelhantes, no entanto não são iguais a mim; não tem os mesmos gostos, as mesmas vontades, desejos ou ambições de vida. Eu aprecio as coisas religiosas. Meu irmão prefere as coisas esportivas e outro prefere as coisas literárias.

Três seres, três cabeças e três naturezas "individualizadas" e diferentes entre si, já que vibram anseios diferentes dentro do mesmo universo onde vivemos e evoluímos.

É neste vasto campo natural que atuam as divindades ou Orixás Naturais: sobre naturezas individualizadas, mas que estão vivendo lado a lado! Sim, porque os orixás elementais atuam em naturezas bem definidas e isolada s: uns atuam no elemento fogo e seus domínios são ígneos, outros atuam sobre o elemento água e seus domínios são aquáticos.

Já os Orixás Encantados não atuam sobre os elementos fogo ou água, e sim sobre as naturezas dos seres, mas de uma forma geral, pois os seres ainda são inconscientes ou não individualizados.

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Os seres encantados são amparados pelo que chamamos de "consciência coletiva". Essa consciência coletiva é sustentada pelo orixá encantado que ampara, se aquático, seres da água, ou seres ígneos se for um orixá do fogo. Então temos que um orixá da água sustenta seres já individualizados energeticamente, mas não mentalmente, pois a consciência do regente, totalmente identificada com o elemento que o distingue, o torna tão atrativo magneticamente que os seres que ele ampara sentem-se parte dele.

Como exemplo podemos recorrer a uma samambaia, que é um fino caule sustentando muitas folhas. E se, cada uma delas é uma folha, no entanto sem o caule elas não vivem, e este, sem elas, deixa de ser visto como uma samambaia.

A simbiose mental entre o orixá encantado e os seres "encantados" é tanta que através de um deles podemos ver o orixá que o rege, o ampara e o sustenta. E retirá - lo do domínio do orixá é como arrancarmos um fio de cabelo de nossa cabeça: doerá em nós e o fio morrerá!

Ou como na samambaia: a folha secará e o caule ficará desfigurado, pois um e outra se confundem na formação da samambaia. Isso é orixá encantado e seres encantados da natureza, seres individualizados energeticamente, mas que ainda estão tão intimamente ligados consciencialmente, que são indissociáveis. E esta ligação é mental, pois os seres vibram o que o orixá vibra, e este sente todo e qualquer desequilíbrio vibratório em seus "encantados". Um ser encantado é capaz de manifestar todas as qualidades do orixá encantado que o rege, pois ele é como a folha da samambaia: traz em si as qualidades que a definem como samambaia!

Assim, uma encantada de Yemanjá traz em si as qualidades da Yemanjá encantada que a rege, que a torna em si mesma uma Yemanjá. E manifesta todas as qualidades de sua regente justamente porque está intimamente ligada a ela, e é em si mesma uma extensão da sua regente Yemanjá encantada!

Um ser encantado não consegue se ver individualmente, pois sente-se parte do mental coletivo centralizado no orixá que o rege e o guia em todos os sentidos.

Este é o estágio encantado da evolução dos seres. Já o estágio seguinte, nós os chamamos de "estágio natural da evolução" porque é nele que os seres individualizam- se e vão assumindo conscientemente o controle de suas naturezas intimas, aprendendo a discernir as características que os tornam diferentes de seus semelhantes. Então surgem os seres naturais, cada um com um gosto ou predileção que o individualiza e o afiniza com outros orixás.

Se uma encantada de Yemanjá era regida só pelo elemento água, pois sua natureza é aquática, uma natural de Yemanjá continua a ser regida pelo elemento água, mas se ela sente uma predileção pelo elemento ar, então sua natureza intima a direcionará para esse novo elemento e logo ela será diferenciada e distinguida como uma "Yemanjá do ar".

E aí, no estágio natural da evolução, encontramos Yemanjás do ar, da terra, dos minerais, dos cristais, etc.

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A individualização permite ao ser uma conscientização contínua e proporciona a ele um novo campo de atuação, pois se a encantada de Yemanjá só atuava no elemento água, a natural de Yemanjá tanto atua água quanto no ar, ou na terra ou nos minerais, etc. E , porque o ser adquiriu uma consciência de que pode acrescentar outras qualidades às qualidades originais do elemento água, então se guiará no novo elemento sustentado por dois orixás: um da água (Yemanjá) e outro do ar (Iansã).

Isto que acabamos de descrever aplica- se a todos os Orixás Naturais e os seres naturais regidos por eles.

(texto extraído do livro: "O Código de Umbanda" – obra inspirada pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda, Li- Mahi-An- Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicografada por Rubens Saraceni). A ATUAÇÃO DOS ORIXÁS

Uma das maiores dificuldades das pessoas é o entendimento da ascendência dos orixás sobre suas vidas e nós temos insistido nos estágios da evolução que, se formam um continuum na vida dos seres, no entanto não se processam em uma mesma dimensão.

Se hoje somos espíritos, ontem éramos seres naturais e não precisávamos reencarnar para evoluir. E anteontem éramos seres encantados da natureza, regidos por Orixás Encantados que direcionavam e monitoravam mentalmente nossa evolução.

Enfim, um ser não é um produto acabado quando é criado por Deus. E se nos permitem uma comparação, no momento da nossa criação não éramos diferentes de um óvulo fecundado por um sêmen, pois desta união surge uma vida, um indivíduo com uma herança genética que controlará sua formação celular, nervosa, óssea, etc., dotado de um cérebro que lhe facultará um aprendizado contínuo e uma capacidade de raciocinar já a partir de suas necessidades básicas .

Enquanto estamos protegidos no útero materno, somos o ser que está sendo gerado no íntimo de Deus. Quando nascemos, o nosso cordão umbilical é cortado e só sobrevivemos porque temos no leite materno um composto energético que nos fornece todo alimento de que necessitamos para continuarmos vivos e bem alimentados.

O leite materno, comparativamente, é a energia elemental que dá sustentação energética aos seres recém - saídos do estágio original da evolução, que alguns chamam de estado virginal do espírito, onde ainda somos seres virginais porque não entramos em contato com nada do que existe fora do útero divino.

Nós, quando vivenciamos nosso estágio elemental da evolução, éramos totalmente inconscientes, como são todos os recém - nascidos, e não di spensávamos o amor, carinho e amparo materno, que recebíamos de nossas mães elementais.

Elas nos inundavam com suas irradiações de amor e de fé e formaram nossa natureza básica ou elemental.

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As mães elementais formam uma hierarquia divina venerada, ado rada e respeitadíssima por todos os Orixás Encantados e naturais, que as tem na conta de mães divinas puras em todos os sentidos, pois são puras nos seus elementos e no amor que irradiam.

As mães ígneas irradiam energias elementais puras do fogo e vibram um amor que abrasa quem está em seu campo vibratório e sob suas irradiações.

E o mesmo acontece com as mães aquáticas, eólicas, telúricas, minerais, vegetais e cristalinas.

Aproximar- se de uma dessas mães é voltar à primeira infância num piscar de olhos, mesmo para um espírito tão velho quanto eu, Pai Benedito de Aruanda. Já o segundo estágio de nossa evolução acontece quando o nosso corpo e natureza elemental já estão formados e aptos a absorverem energias mistas.

Automaticamente somos conduz idos aos jardins de infância dirigidos por nossas mães bielementais, para absorvermos um segundo elemento e desenvolvermos nosso emocional ou pólo negativo.

Neste estágio dual ou bielemental da evolução, encontramos as nossas amadas mães mistas, tão amorosas quanto as primeiras, mas atentas ao nosso crescimento e ao desenvolvimento de nossas faculdades elementares ou básicas, também conhecidas como "instintos básicos".

Estas nossas amadas mães são conhecidas como: Yemanjás do ar, da terra, dos minerais, dos vegetais (isto mesmo) e dos cristais. Só não são Yemanjás do fogo, pois estes elementos não combinam com água, que é o elemento original delas. Mas nós as encontramos nas Oxuns do fogo e também nos outros elementos, mas não temos as mães Oxuns vegetais no nosso segundo estágio da evolução porque o elemento puro mineral e o vegetal não se combinam. Elas só surgirão em nossas vidas no nosso quarto estágio da evolução ou evolução natural, pois aí o mineral, o vegetal, a água, o ar e o fogo formarão um composto energético já assimilável pelos seres, muito mais desenvolvidos em todos os sentidos.

E assim, em nosso segundo estágio da evolução fomos amparados e instruídos por nossas amadas mães mistas ou bielementais, que também são amadas, veneradas e respeitadíssimas por todos os orixás.

Depois de desenvolvermos nossos instintos básicos e nosso emocional, somos conduzidos ao nosso terceiro estagio da evolução, também conhecido como estágio encantado da evolução dos seres. E quem nos acolheu no aconchego de seus amores maternos foram as nossas amadas e severas mães encantadas.

São severas porque sabem que os seres ainda guiados pelos instintos são semelhantes aos adolescentes do plano material: são emocionais, instintivos, curiosos, inquiridores, um tanto cabeças -duras e impetuosos!

Ou encontram nas mães encantadas as mestras rigorosas, ou com toda certeza acabarão se confundindo e trocando os pés pelas mãos, paralisando suas evoluções.

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As nossas mães encantadas não são menos amorosa s que as duas categorias anteriores, mas exigem uma obediência total, senão nos dão umas "palmadinhas" para nos recolocar na senda evolutiva.

Elas já são irradiadoras de, no mínimo, três elementos que formam uma quarta energia, que desperta os sentidos e a sensibilidade nos seres encantados. São tantas as mães encantadas que é impossível quantificar seu número. E todas são rigorosas, não importando de qual elemento original elas provenham. Elas são mães e mestras e tanto nos amam quanto nos instruem. E não nos liberam para o quarto estágio da evolução enquanto não tiverem plena certeza de que estamos aptos a vivenciá-lo. E mesmo depois de nos entregar aos cuidados de nossas mães naturais, continuam a vigiar - nos... e a aplicar corretivos se nos desviamos na nossa conduta pessoal ou do caminho que devemos trilhar.

De vez em quando, tem algum ser natural sendo chamado à razão por alguma delas. E até nós, os espíritos reintegrados às hierarquias naturais, às vezes somos advertidos quanto ao nosso liberalismo humano.

Isto de alguns filhos de Santo dizerem que as mães encantadas são intolerantes com suas falhas individuais e que os punem com severidade, bem... é verdade!

Com elas não tem a desculpa de que depois se conserta o que estragou ou depois se repara um erro. Ou conserta e repara no ato ou... é posto de castigo e ajoelhado em cima de grãos de milho, certo?

Estas mães encantadas são sensíveis aos seus filhos e fazem de tudo para desenvolver neles os sentidos que os guiarão pelo resto da vida, deixando de guiarem- se pelos instintos básicos.

Muitos encontram certa dificuldade em deixar de se guiar pelos instintos e acabam sendo recolhidos a faixas vibratórias especificas, onde esgotarão seus emocionais negativados, pois só depois di sso desenvolverão a percepção e os sentidos se abrirão como canais mentais direcionadores de suas ações. Só quando desenvolverem plenamente seus sentidos e a percepção, que é o recurso básico usado por seus filhos, é que as mães encantadas os encaminham às mães naturais, que os receberão e os sustentarão no quarto estagio da evolução que chamamos de estágio "natural" da evolução.

As mães naturais, ao contrário das mães encantadas, são mais liberais, ainda que mantenham o mesmo rigor e severidade.

Mas elas dão uma certa liberdade de ação aos seus filhos para que eles possam desenvolver a consciência. Esse despertar da consciência implica assumir compromissos e sustentar iniciativas guiadas pelos sentidos e pela consciência. O mesmo acontece conos co, que viemos do terceiro estágio da evolução, quando também éramos seres encantados guiados pelos sentidos e pela percepção.

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Paralelismo vibratório é um recurso maravilhoso de Deus, pois quando um ser não está evoluindo sob a regência de uma mãe natural, então ela o encaminha a outra faixa vibratória, onde outro elemento básico predomina. E nela o ser passará por uma acentuada aceleração ou desaceleração em sua vibração individual, sempre visando o melhor para ele, que tem de se conscientizar e assumir "conscientemente" a condução de sua vida, suas iniciativas e suas preferências pessoais. A quarta faixa vibratória de todas as dimensões naturais, onde não acontece o ciclo encarnacionista, está, vibratoriamente, no mesmo nível terra da faixa humana onde os espíritos encarnados vivem e evoluem.

Nós somos espíritos porque, quando desenvolvemos nosso corpo percepcional e passamos a nos guiar pelos sentidos, fomos espiritualizados ou revestidos de um plasma cristalino que protege nosso corpo energético para que suportemos as irradiações energéticas que penetram na dimensão humana e a inundam dos mais variados tipos de energias.

Não nos perguntem porque Deus criou a dimensão humana, pois esta resposta só Ele pode dar. Mas nós raciocinamos e muitas hipóteses já foram aventadas. A que parece ser a mais lógica é a que indica que o espírito desenvolve, junto com o despertar da consciência, a criatividade. Se bem que, como aqui na dimensão humana tudo se desenvolve em dois sentidos, também desenvolvemos a ilusão.

E, enquanto a criatividade humana nos proporciona recursos adicionais à nossa evolução, a ilusão nos induz ao emocionalismo, ao retorno aos instintos básicos, à paralisação dos nossos sentidos e do nosso percepcional, à inconsciência e a quedas vibratórias acentuadas que nos afastam do convívio dos espíritos que nos são afins.

Os nossos irmãos naturais desenvolvem a consciência e apuram ainda mais seus percepcionais, enquanto nós aperfeiçoamos nossa consciência e apuramos nosso raciocínio, pois a criatividade precisa de uma apuradíssima capacidade de raciocinar a partir de conceitos abstratos para que cheguemos às definições corretas que possibilitam a criação "concreta" de novos recursos que facilitarão nossa evolução.

Esta hipótese se mostra a mais lógica porque nós conhecemos as dimensões naturais e nelas não existe a criatividade humana, que transforma o meio onde vivemos, altera os nossos costumes, nossas culturas, nossos ideais... e até criamos religiões. Nas dimensões naturais não existem os nossos tão abstratos conceitos religiosos e nossas mirabolantes concepções sobre Deus.

O sentido da Fé vai conduzindo todos ao mesmo tempo, pois as vibrações dos orixás irradiadores de religiosidade são absorvidas por todos ao mesmo tempo. E quando um ser natural desenvolve o sentido da Fé até seu limite, assim como adquire a plena consciência, então se torna um irradiador natural da fé, semelhante ao seu orixá regente, que o amparou o tempo todo com suas intensas vibrações despertadoras dos sentimentos de amor, respeito e reverência para com o Divino Criador, e para com todas as criaturas, os seres e toda a criação divina.

Este processo evolutivo é contínuo e o chamamos de evolução natural. Porque o ser não tem sua memória adormecida em momento algum, desde que saiu do útero divino que o

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gerou. Ele não teve de reencarnar seguidas vezes e não se esqueceu de nenhuma de suas vivenciaçoes, ocorridas nos três estágios anteriores da sua evolução. E, se são semelhantes a nós já que o único diferenciador é o plasma cristalino que envolve nosso corpo energético, no entanto algo os distingue de nós, pois aos nossos olhos humanos eles são todos "iguais".

Eles não reencarnam e não são diferenciados pelo corpo carnal, como acontece conosco, os seres espiritualizados.

Sim, porque se nascermos chineses, nossos espíritos mostrarão os traços característicos desta raça. E se nascermos negros ou louros, o mesmo acontecerá, ainda que essa membrana plasmática cristalina possa ser alterada mentalmente por nós, que assumiremos a aparência que desejarmos se dominarmos esse processo de alteração de nosso corpo plasmático.

Os seres naturais não alteram suas aparências porque lhes falta este revestimento plasmático, e nem lhes ocorre assumirem outras aparências, pois consideram isto um recurso típico dos seres espiritualizados, que recorrem às aparências porque procuram iludir - se, já que estão aparentando alguém que não foram ou são, ou já foram e não são mais.

E as aparências plasmadas não resistem à penetrante visão deles, que nos vêem através de nossos corpos energéticos, nunca através do nosso corpo plasmático. A eles falta a criatividade e a ilusão, que são faculdades tipicamente humanas, já que só se desenvolvem no estagi o humano da evolução.

No aspecto religioso, eles nominam Deus de Divino Criador e Senhor da Luz da Vida, e quando O invocam, fazem-no através de cantos mantrânicos, nunca num diálogo coloquial como nós fazemos.

Nós chamamos aos orixás por seus nomes humanos, tais como Ogum, Oxossi, Xangô, Yemanjá, etc. Mas eles só se dirigem a eles através de seus nomes mantrânicos ou divinos, que é a mesma coisa.

Estes nomes são formados por sílabas e cada uma possui seu tom e sua fonética particular, formando um canto ou mantra.

Eles não procedem como nós, que a todo instante exclamamos: "Valei -me Deus!", "Ajude-me, meu Pai Ogum!", etc.

Muito antes de o código hebreu proibir o chamamento em vão do nome de Deus, os nossos irmãos naturais já tinham isto como regra de conduta. E a aplicam aos sagrados orixás, aos quais podem ver o tempo todo, estejam próximos ou distantes deles, bastando - lhes fixar suas visões no orixá que desejam focalizar visualmente.

Logo, não existe uma separação visual entre os nossos irmãos naturais e os seus regentes divinos, mesmo que estejam em outra dimensão.

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Já o mesmo não ocorre conosco, os espíritos, pois a encarnação bloqueia nossa visão superior e o adormecimento de nossa memória nos impede de nos lembrarmos das divindades naturais e de como focalizá - las visualmente e mentalizá -las vibratoriamente.

Por isto a realidade religiosa dos seres naturais é superior à nossa e dispensa as nossas concepções abstratas acerca de Deus, das divindades e de como atuam em nossas vidas.

Conosco, a religiosidade tem de ser estimulada verbalmente, senão nosso sentido da fé vai se atrofiando. Já com eles, que absorvem as irradiações contínuas dos orixás irradiadores da fé e da religiosidade, isto não acontece em momento algum.

Mas têm um problema comum conosco: às vezes caem vibratoriamente quando se entregam à vivenciação de seus desejos, de seus instintos e de seus desequilíbrios emocionais. E não são pequenas essas quedas vibratórias. Quando caem vibratoriamente, afastam-se naturalmente do regente do nível onde se encontram e vão "descendo" a outros níveis, numa queda contínua que só termina quando chegam ao pólo magnético negativo da irradiação que os está sustentando.

Se um natural de Ogum começa a cair vibratoriamente por cau sa de uma das razões que citamos acima, dificilmente deixa de cair até o pólo magnético negativo da linha de forças irradiantes do mistério da Lei Divina.

E se, quando vivia sob a irradiação do pólo magnético positivo era irradiante e irradiador de vibrações ordenadoras e sustentadoras da ordem, no pólo magnético negativo torna-se absorvedor de energias negativas e assume uma única cor, comum a todos os que estão sob a irradiação de um pólo magnético negativo.

Quando isto acontece, nós chamamos estes seres de seres negativados, pois são intolerantes, irascíveis, violentos, perigosos, ensimesmados e refratários a qualquer contato.

Eles se isolam em si mesmos e se autopunem por terem falhado em alguns dos setes sentidos básicos. Sentem-se indignos dos regentes irradiantes e fogem deles assim que percebem suas aproximações. Muitos adentram nos níveis vibratórios afins da dimensão humana, no intuito de ocultarem- se da visão e da luz dos orixás.

Mas, por serem portadores de uma inocência natural, são presas fáceis dos "poderosos" espíritos caídos nas trevas humanas, que possuem seus sombrios domínios abarrotados de espíritos caídos, também por vivenciarem seus desejos, por desequilíbrios emocionais e por seus instintos básicos.

Estes poderosos espíritos caídos, os temidos "grandes das Trevas", recorrem aos seus poderes mentais e suas faculdades ilusionistas e praticamente escravizam estes seres naturais, hipnotizando-os e livrando-os de suas culpas conscienciais, adormecendo no intimo deles os sentimentos de vergonha e o desejo de se autoflagelarem. Os grandes das Trevas acercam- se desses naturais caídos porque estes são leais, fieis, obedientes e submissos ao extremo. Além de serem irradiadores de energias negativas muito perigosas para os espíritos humanos, que somos nós.

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Os grandes magos negros das trevas humanas os usam assiduamente para perseguirem seus desafetos encarnados ou retidos nos sombrios níveis vibratórios das faixas negativas da dimensão espiritual humana.

Na inocência natural deles está sua fraqueza, pois são iludidos com facilidade e lhes falta o recurso da criatividade humana para pensarem numa saída racional para o problema que criaram para si mesmos.

Os magos das trevas os induzem a crerem que os orixás luminosos não gostam mais deles e que os querem longe de seus domínios naturais, despertando neles uma ojeriza à luz e a todos que vivam nas faixas vibratórias luminosas.

O fato é que, quando alguém, seja um ser natural ou um espírito humano, é portador natural de um mistério, os seres elementares, os encantados e os naturais vêem o grau e o mistério no seu portador e o tratam com respeito e reverência e aproxima-se dele para absorverem as suas irradiações naturais, que contêm as vibrações divinas do mistério que se manifesta através dele e flui junto com suas irradiações.

Se assim procedem é porque, passando a absorver as irradiações do mistério, chegará um tempo em que também eles se tornarão irradiadores do mistério que os irradiou e sustentou.

Se existem mistérios humanos?

- Sim, existem os mistérios humanos, irmãos amados!

Nossa criatividade é um deles e tem nos ajudado a superar obstáculos gigantescos em nossa evolução segmentada, pois ora estamos vivendo no plano material, ora no plano espiritual.

Um outro mistério humano é a faculdade de desenvolvermos mais de um mistério natural em nós mesmos. Sim, os seres naturais e os encantados só irradiam a partir de si mesmos um mistério, seja ele de natureza positiva ou negativa.

Mas nós, espíritos humanos, podemos irradiar quantos desejarmos e formos capazes de desenvolver em nosso íntimo, até um ponto em que passamos a irradiá-los naturalmente, desde que nos coloquemos em sintonia vibratória com as divindades irradiadoras deles.

Querem um exemplo simples acerca do que estamos comentando? Ei-lo:

Um médium de Umbanda "lida" com vários orixás ao mesmo tempo durante seus trabalhos magísticos. Num instante ele ativa o mistério de um para, no instante seguinte, ativar o de outro, já afim com sua nova necessidade. Durante o decorrer de uma engira, vários orixás são invocados e os médiuns vão assimilando suas irradiações, tornando -se irradiadores das energias deles.

E se invocam Exu, no mesmo instante Exu se manifesta e os médiuns passam a irradiar suas energias. Essa capacidade humana de lidar com mistérios distintos e ao mesmo

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tempo só nós, os seres espiritualizados, possuímos, já que os seres encantados ou naturais de Ogum, por exemplo, só irradiam qualidades de Ogum, e o tempo todo.

Um encantado ou natural de Oxóssi só irradia qualidades de Oxóssi, o tempo todo. Uma encantada ou natural de Yemanjá só irradia qualidades de Yemanjá, o tempo todo. Uma encantada ou natural de Oxum só irradia qualidades de Oxum, o tempo todo.

Por qualidades entendam mistérios e energias!

Já nós, os espíritos humanos, bem, ora estamos irradiando Ogum, ou Oxóssi ou Xangô, ora estamos irradiando Yemanjá, Oxum, Iansã, etc.

Por que esta diferente capacitação? O que é que nos faculta irradiarmos ora um e ora outro orixá? O que é que nos diferencia de nossos irmãos encantados ou naturais, que só conseguem irradiar um orixá apenas?

Bom, esta diferenciação acontece porque um encantado ou natural de Ogum é o que é: Um Ogum individualizado em si mesmo mas regido o tempo todo pelo mistério Ogum, do qual não consegue se afastar, desligar ou deixar de irradiar o tempo todo.

Um ser natural Ogum é um Ogum em si mesmo e irradia Ogum o tempo todo, nunca se dissociando de seu regente divino. E o mesmo acontece com todos os seres elementais, encantados e naturais regidos pelos outros orixás.

Já o mesmo não acontece com um espírito ou ser humano, pois o simples fato de viver e evoluir na dimensão humana já lhe faculta a possibilidade única de desenvolver a bipolaridade magnética, vibratória e irradiadora ou absorvedora de mistérios.

Um espírito humano tem uma direita e uma esquerda, um alto e um embaixo, aos quais manipula segundo suas afinidades ou necessidades.

Um espírito pode ter no alto o orixá Oxalá, no embaixo o orixá Omulú, na direita a orixá Yemanjá e na esquerda a orixá Iansã, e pode absorver as irradiações dos quatro, que não deixará de ser o que é: um espírito humano!

Já um nosso irmão encantado ou natural, bom, ele só absorve as irradiações de um desses quatro orixás ou entra em desequilíbrio magnético, vibratório e energético e fica confuso e desequilibrado emocionalmente. E cai! Istoé um dos muitos mistérios humanos, filhos de Fé nos orixás! O estágio humano da evolução não é superior a nenhum outro. Mas que possui seus mistérios, isto ele possui! E quando um espírito humano desenvolve-se consciencialmente e adquire controle sobre seu emocional, logo é atraído pelas hierarquias naturais regidas pelos orixás que o assentam à direita ou à esquerda e o tornam irradiador de suas energias e mistérios.

Eu mesmo, Benedito de Aruanda, acho que já me assentei à direita ou à esquerda de todos os senhores(as) Orixás Intermediários naturais e junto de muitos dos senhores(as) Orixás Intermediários encantados, assim como já fui assentado à direita de alguns(as) Orixás Elementais.

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A todos sirvo com fé, amor e profundo respeito, pois entendi que eles formam a imutável e inquebrável hierarquia divina do Divino Olorum, que é o nosso Divino Criador.

Este servir é irradiar individualmente, e segundo minha limitada capacidade, alguns dos mistérios que eles irradiam a todos, o tempo todo e de forma multidimensional, pois cada um possui uma irradiação vertical e outra horizontal, formando a quadratura do círculo onde estão assentados, pois são "Tronos Divinos".

Eu, se vos falo dos senhores orixás com tanta naturalidade e conhecimento, é porque dentro dos meus limites humanos e deles recebi a orientação de ensina-los aos seus filhos que foram espiritualizados, mas continuam a ser o que nunca deixarão de ser: filhos de orixás.

Sim, todos são filhos de orixás, mas só os que desenvolvem os mistérios humanos (os seres espiritualizados) conseguem faze -lo sem grandes dificuldades. Se bem que "alguns" acabam estacionando por muito tempo nas zonas sombrias da dimensão espiritual humana.

Mas isto também acontece nas dimensões naturais regidas pelos orixás, ainda que não chamem o lado escuro delas de inferno ou umbral, pois lá o nome destas zonas sóbrias é este: pólos negativos!

Sim, os orixás regentes dos pólos negativos sustentam os seres encantados ou naturais que, por alguma razão, falharam em suas evoluções e tiveram de ser afastados do convívio com os que evoluíam equilibradamente. Eles estacionam nos níveis vibratórios negativos até que possam retomar, já equilibrados, suas evoluções naturais, pois eles não reencarnam e não tem suas memórias adormecidas, como acontece conosco sempre que reencarnamos para superar obstáculos que nos desequilibraram intensamente. Eles não saem da irradiação do seu regente natural. Assim, um encantado de Ogum, se vier a se desequilibrar durante seu estágio encantado da evolução, não sairá da dimensão regida pelo Orixá Ogum. Apenas será atraído pelo pólo magnético negativo que nela existe e, amparado por um orixá Ogum cósmico, mas de nível intermediário, nele estacionará até que tenha superado o desequilíbrio que o negativou magneticamente. É um processo seguro, mas lento, de reequilibrá-lo emocionalmente. Já o mesmo não acontece nas zonas sombrias da dimensão humana. Nelas sempre tem um "espertinho" para recepcionar os espíritos negativados que sempre está pronto e disposto a aproveitar - se deles que, se já estão desequilibrados, muito pior ficarão após suas quedas vertiginosas.

As zonas sombrias humanas são como as prisões do plano material: alguém atropela alguém com seu veículo. Se for condenado à prisão, vai conviver com assaltantes, estupradores, assassinos frios e calculistas. Quando sair da prisão, terá feito um estagio completo no mundo da criminalidade, e com certeza recorrerá aos seus novos "conhecimentos" assim que se ver em dificuldades.

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Já o mesmo não acontece nas dimensões naturais. Nelas não se misturam, de forma alguma, seres com desequilíbrios diferentes. Quem se desequilibrou num sentido não entra em contato com quem se desequilibrou em outro.

Se um encantado viciou- se nas coisas do sexo, ele irá a um pólo magnético que só atrai encantados desequilibrados por vícios sexuai s. Se um encantado tornou-se violento e gosta de agredir outros encantados, imediatamente é atraído para um pólo magnético que só atrai encantados violentos e agressivos... que o agredirão.

A frase: "Os semelhantes se atraem!" se aplica com toda propriedade às dimensões naturais e parcialmente à dimensão humana, já que aqui outros fatores ponderáveis influenciam as atrações.

Aqui, um assassino frio sente- se atraído sexualmente por uma mulher virtuosa, principalmente se ela for bonita, e não se incomoda de matar por ela, ou até de matá - la, se não for correspondido ou se ela não se submeter aos seus desejos imundos. Já nas dimensões naturais, se algum encantado desequilibrou-se e tornou- se violento, ele não sentirá atração sexual por ninguém, mesmo pela mais bela e atraente das encantadas.

O desequilíbrio não se generaliza ou alcança outros sentidos e, muito ao contrário, até os anula, pois o ser passa a viver intensamente o seu desequilíbrio e fecha - se em si mesmo, não suportando o contato com outros encantados.

É quase que um "autismo", onde cada um vive seu mundo pessoal e só sai dele em casos extremos.. ou após esgotar seu negativismo energético e as causas do desequilíbrio emocional que o tornou magneticamente atrativo pelos pólos negativos da dimensão onde vive e evolui.

(texto extraído do livro: "O Código de Umbanda" – obra inspirada pelos mestres de luz Sr. Ogum Beira Mar, Pai Benedito de Aruanda, Li- Mahi-An- Seri yê, Seiman Hamiser yê e Mestre Anaanda e psicografada por Rubens Saraceni).

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O Mistério do Orixá Ancestral, de Frente e Adjuntó.

Uma dúvida, e a que mais incomoda os umbandistas é sobre seu Orixá. Nós sabemos que Orixá Ancestral não é o mesmo que Orixá de Frente ou Adjuntó. O Orixá Ancestral está ligado à nossa ancestralidade e é aquele que nos recepcionou assim que, gerados por Deus, fomos atraídos pelo Seu magnetismo divino.

Todos somos gerados por Deus e somos fatorados por uma de suas divindades, que nos magnetiza em sua onda fatoradora e nos distingue com sua qualidade divina.

Uns são distinguidos com a qualidade congregadora e são fatorados pelo Trono da Fé. E, se forem machos, é o Orixá Oxalá que assume a condição de seu Orixá Ancestral. Mas, se for fêmea, aí é a Orixá Oyá Tempo que assume sua ancestralidade.

Uns são distinguidos com a qualidade agregadora e são fatorados pelo Trono do Amor. E, se forem machos é o orixá Oxumaré que assume a condição de seu orixá ancestral. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Oxum que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade expansora e são fatorados pelo Trono do Conhecimento. E, se forem machos é o Orixá Oxóssi que assume a condição de seu Orixá Ancestral. Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Obá que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade equilibradora e são fatorados pelo Trono da Razão. E, se forem machos é o Orixá Xangô que assume as suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Egunitá-Oroiná que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade ordenadora e são fatorados pelo Trono da Lei. E, se forem machos é o Orixá Ogum que assume suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Iansã que assume suas ancestralidades. Uns são distinguidos com a qualidade evolutiva (transmutadora) e são fatorados pelo Trono da Evolução. E, se forem machos é o Orixá Obaluayê que assume suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a Orixá Nanã que assume suas ancestralidades.

Uns são distinguidos com a qualidade geradora e são fatorados pelo Trono da Geração. E, se forem machos é o orixá Omulu que assume suas ancestralidades. Mas, se forem fêmeas, aí é a orixá Iemanjá que assume suas ancestralidades.

Observem que não estamos nos referindo ao espírito que “encarnou” no plano material e sim ao ser que acabou de ser gerado por Deus e foi atraído pelo magnetismo de uma de suas divindades, que, por serem unigênitas (únicas geradas) transmitem naturalmente a qualidade que são em si mesmas aos seus “herdeiros”, aos quais imantam com seus magnetismos divinos e dão aos seres uma ancestralidade imutável, pois é divina e jamais deixará de guiá-los, porque a natureza íntima de cada um será formada na qualidade que o distinguiu, fatorando-o.

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Alguém pode reencarnar mil vezes e sob as mais diversas irradiações que nunca mudará sua natureza íntima. Agora, a cada encarnação, ele será regido por um Orixá de Frente (que o guiará enquanto viver na carne) e será equilibrado por outro Orixá que será o auxiliar (o Adjuntó) desse Orixá de Frente ou “da cabeça”. Usamos o termo “Orixá da Cabeça” porque ele regerá a encarnação do ser e o influenciará o tempo todo pois está de “Frente” para ele.

Sim, o Orixá da Cabeça está à nossa frente nos atraindo mentalmente para seu campo de ação e para o seu mistério, ao qual absorveremos e desenvolveremos algumas faculdades regidas por Ele. Já o Orixá Adjuntó é um equilibrador do ser e atuará através do seu emocional, hora estimulando-o e hora apassivando-o, pois só assim o ser não se descaracterizará e se tornará irreconhecível dentro do seu grupo familiar ou tronco hereditário, regido pelo seu Orixá Ancestral.

A dúvida dos “médiuns” e dos umbandistas se explica pela precariedade dos métodos divinatórios usados para identificar o Orixá da Cabeça e seu Adjuntó. Daí, vemos pessoas reclamarem que a cada Babalorixá ou Ialorixá que consultaram deu um Orixá diferente a cada consulta, criando uma confusão e levando ao descrédito geral. Esta queixa é muito comum e não são poucos os médiuns que estão confusos porque uma consulta diz que é filho desse Orixá e outra consulta diz que é filho de outro Orixá.

Nós dizemos isto: na ancestralidade, todo ser macho é filho de um Orixá masculino e todo ser fêmea é filha de um Orixá feminino.

Na ancestralidade, Orixá masculino só fatora seres machos e os magnetiza com sua qualidade, fatorando-os de forma tão marcante que o Orixá feminino que o secunda na fatoração só participa como apassivadora de sua natureza masculina. E o inverso acontece com os seres fêmeas, onde o Orixá masculino só participa como apassivador dessa sua natureza feminina.

Portanto, no universo da ancestralidade dos seres machos há sete Orixás masculinos e na dos seres fêmeas há sete Orixás femininos. Também há sete naturezas masculinas e sete naturezas femininas, tão marcantes que é impossível ao bom observador não vê-las nas pessoas.

Saibam que, mesmo que o Orixá da Cabeça ou de Frente seja, digamos, a Orixá Iansã, ainda assim, por trás desta regência, poderemos identificar a ancestralidade se observarem bem o olhar, as feições, os traços, os gestos a postura, etc., pois estes sinais são oriundos da natureza íntima do ser, apassivada pela regência da encarnação, mas não anulada por ela. Certo?

E o mesmo se aplica ao Orixá Adjuntó, pois podemos identificá-lo nos gestos e nas iniciativas das pessoas, já que é através do emocional que ele atua. Outra forma de identificação é através do Guia de frente e do Exu Guardião dos Médiuns. Mas esta identificação exige um profundo conhecimento do simbolismo dos nomes usados por eles para se identificarem. E também, nem sempre o Guia de frente ou o Exu guardião se mostram, pois preferem deixar isto para o Guia e o Exu de trabalho.

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Saber interpretar corretamente o simbolismo é fundamental. Certo? Então, que todos entendam isto:

É Orixá Ancestral é aquele que magnetizou o ser assim que ele foi gerado por Deus e o distinguiu com sua qualidade original e natureza íntima, imutáveis e eternas; É Orixá de Frente é aquele que rege a atual encarnação do ser e o conduz numa direção na qual o ser absorverá sua qualidade e a incorporará às suas faculdades, abrindo-lhes novos campos de atuação e crescimento interno;

É Orixá Adjuntó é aquele que forma par com o Orixá de Frente, apassivando ou estimulando o ser, sempre visando seu equilíbrio íntimo e crescimento interno permanente.

É por isso também que muitos encontram em si qualidades de vários Orixás. A cada encarnação há a troca de regência da encarnação. E, nessa troca, os seres vão evoluindo e desenvolvendo faculdades relativas a todos os Orixás.

Afinal, se somos “humanos”, absorvemos energias e irradiações, magnetismo e vibrações de todos eles. Certo?

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QUAL FOI A PRIMEIRA DAS SETE LINHAS DA UMBANDA?

Somente em 1925 (passados dezessete anos do início da umbanda) é que o senhor Leal de Souza em entrevista a um jornal do Paraná, chamado “Mundo Espírita” apresenta pela primeira vez uma codificação das Sete Linhas da Umbanda.

Leal de Souza era escritor, jornalista e redator chefe do jornal “A Noite” do Rio de Janeiro; foi um participante ativo e dedicado, durante 10 anos, da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e amigo de Zélio de Moraes. Afastou-se da Tenda Nossa Senhora da Piedade, sob as ordens do Caboclo das Sete Encruzilhadas, para fundar a Tenda Nossa Senhora da Conceição. Em 1932 é convidado para escrever uma série de artigos sobre Espiritismo e Umbanda e novamente apresenta as Sete Linhas da Umbanda. Em 1933 publica o primeiro livro a falar sobre a umbanda: “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas da Umbanda”. . Segundo Leal de Souza, que vivia a Umbanda em sua origem, as Sete Linhas da Umbanda eram:

OXALÁ; OGUM; OXOSSI; XANGÔ; IANSÃ; IEMANJÁ; AS ALMAS.

Em 1941 (passados 33 anos da fundação da Umbanda) foi realizado no Rio de Janeiro o Primeiro Congresso Brasileira de Umbanda e neste congresso é ratificado as Sete Linhas da Umbanda.

As linhas são chamadas de “Pontos da Linha branca de Umbanda” ou graus de iniciação e são:

1º grau de iniciação – ALMAS; 2º grau de iniciação – XANGÔ; 3º grau de iniciação – OGUM; 4º grau de iniciação – IANSÃ; 5º grau de iniciação – OXOSSI; 6º grau de iniciação – IEMANJÁ; 7º grau de iniciação – OXALÁ.

Reparem que os Sete Pontos ou Graus de iniciação confirmados no Primeiro Congresso Brasileira de Umbanda (1941) são as Sete Linhas da Umbanda apresentadas por Leal de Souza em 1925.

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É neste primeiro congresso de umbanda que a Tenda Mirim apresenta um trabalho sugerindo que o nome da religião seria Aumbandã.

Em 1942 Lourenço Braga publica sua tese chamada “Umbanda e Quimbanda”, na qual apresenta o primeiro esquema formulado e pensado das Sete Linhas da Umbanda com sete legiões para cada linha, também marca seu pioneirismo na apresentação da LINHA DO ORIENTE e das sete linhas da Quimbanda: Linha de Santo ou de Oxalá – dirigida por Jesus Cristo; Linha de Iemanjá – dirigida por Virgem Maria; Linha do Oriente – dirigida por São João Batista; Linha de Oxossi – dirigida por São Sebastião; Linha de Xangô – dirigida por São Jerônimo; Linha de Ogum – dirigida por São Jorge;

Linha Africana ou de São Cipriano – dirigida por São Cipriano.

Em 1952 (após 44 anos do inicio da religião) o Primado de Umbanda, ente federativo que tem como seu Primaz o Senhor Benjamim Figueiredo, responsável pela Tenda Mirim apresenta sua doutrina e os Sete Seres Espirituais responsáveis pela luz espiritual emanada de Deus, o primeiro elo entre Deus e as outras hierarquias espirituais.

Em nosso sistema solar, os chamados Orixás Maiores regem as Sete Linhas da Umbanda:

ORIXALÁ; OGUM; OXOSSI; XANGÔ; YORIMÁ (IOFÁ, OBALUAÊ); YORI (IBEJI – ERÊS – CRIANÇAS); IEMANJÁ.

Em 1955 Lourenço Braga publica o livro “UMBANDA E QUIMBANDA – VOLUME 2”, onde apresenta a seguinte distribuição, onde atribui a cada linha um Arcanjo como responsável e relaciona com os planetas:

Linha de Oxalá ou das almas – Jesus – Jupiter; Linha de Yemanjá ou das águas –Gabriel – Vênus; Linha do Oriente ou da Sabedoria – Rafael – Urano; Linha de Oxossi ou dos vegetais – Zadiel – Mercurio; Linha de Xangô ou dos minerais –Oriel – Saturno;

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Linha de Ogum ou das demandas – Samael – Marte; Linha dos Mistérios ou encantamentos – Anael –Saturno. Em 1956 .Mata e Silva apresenta no livro “Umbanda de Todos Nós” as Sete linhas da Umbanda:

ORIXALÁ; IEMANJÁ; YORI (CRIANÇAS ); XANGÔ; OGUM; OXOSSI; YORIMÁ (LINHA DAS ALMAS, PRETOS VELHOS).

Notamos que foi a partir da década de cinquenta que os estudiosos retiram das sete linhas a vibração de Iansã e substituem pela Yori (Crianças).

Em 1964 no livro “Okê Caboclo – Mensagens do Caboclo Mirim”, de Benjamim Figueiredo fundador da Tenda Mirim, os Orixás se dividem em menores e maiores, sendo estes últimos os regentes das sete linhas:

OXALÁ – INTELIGÊNCIA; IEMANJÁ – AMOR; XANGÔ CAÔ – CIÊNCIA; OXOSSI – LÓGICA; XANGÔ AGODÔ – JUSTIÇA; OGUM – AÇÃO; IOFÁ – FILOSOFIA.

Em 2003, Rubens Saraceni, apresenta uma nova organização no livro “Sete Linhas da Umbanda – A Religião dos Mistérios”:

OXALÁ – essência cristalina – FÉ; OXUM – essência mineral – AMOR; OXOSSI – essência vegetal – CONHECIMENTO; XANGÔ – essência ígnea – JUSTIÇA; OGUM – essência aérea – LEI; OBALUAIÊ – essência telúrica – EVOLUÇÃO; IEMANJÁ – essência aquática – GERAÇÃO/VIDA

Em 2009 no livro “Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista”, Rubens Saraceni, traz a seguinte ordenação:

OXALÁ; OGUM; OXOSSI; XANGÔ;

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OXUM; OBÁ; IANSÃ; OXUMARÉ; OBALUAÊ; OMULU; NANÃ; OIÁ TEMPO; EGUNITÁ; EXU; POMBA-GIRA.

Em 2010, Janaina Azevedo Corral, no livro “As Sete Linhas da Umbanda”, traz a seguinte apresentação:

Linha de OXALÁ; Linha das ÁGUAS; Linha dos ANCESTRAIS (YORI E YORIMÁ); Linha de OGUM; Linha de OXOSSI; Linha de XANGÔ; Linha do ORIENTE

Além das codificações citadas acima, existem outras. Estas codificações tentam explicar ou justificar como e porque, os espíritos se manifestam com determinadas características, porque possuem preferência por determinadas cores, nomes, regiões da natureza (praia, montanhas, matas, cemitérios etc.) e demais afinidades. Todos estes escritores e pesquisadores umbandistas, inspirados por seus mentores, observaram, estudaram e de acordo com suas observações agruparam as entidades espirituais em linhas, que foram em determinadas épocas separadas em falanges, legiões etc.

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OS Tronos de Deus Tronos de Deus são uma classe de DIVINDADES entre as várias que conhecemos como os anjos, arcanjos, serafins, querubins, dominações, potências, gênios, devas, etc. Um Trono é uma divindade “assentada” e por isso o seu nome: Trono. Os Tronos transcendem nossas concepções humanas acerca deles porque são em si mistérios de Deus. São mentais Divinos que possuem as qualidades de nosso Criador e que são responsáveis por um aspecto da criação e por um sentido da vida. São os Seres Divinos que dão sustentação à evolução dos espíritos desde o momento em que Deus os emana para que iniciem seus ciclosevolutivos. Quando somos emanados (criados) por Deus não somos mais que uma centelha viva e luminosa que pulsa continuamente. É neste momento que começa a atuação dos seus Tronos, pois somos atraídos pelos seus magnetismos mentais Divinos e somos ligados às suas ondas mentais, que passam a nos “alimentar” dali em diante e para sempre. No momento em que somos ligados às ondas mentais de um Trono, um cordão energético começa a nos saturar com as suas energias mentais e com suas naturezas Divinas nos imanta, magnetiza e individualiza lentamente para que, pouco a pouco, nós possamos “crescer” em todos os sentidos. Os Tronos regem nossa evolução e são as Divindades responsáveis pela nossa natureza íntima, pela abertura das nossas faculdades mentais e nossos dons naturais herdados de Deus. Eis os sete Tronos de Deus : •Trono da Fé – rege a religiosidade dos seres •Trono do Amor – rege a união, a concepção davida •Trono do Conhecimento – rege o aprendizado e o raciocínio •Trono da Justiça – rege a razão, o equilíbrio em todos os aspectos da vida •Trono da Lei – rege o caráter, o direcionamento e a ordenação da criação e da vida •Trono da Evolução – rege o aperfeiçoamento, as passagens de estágios evolutivos •Trono da Geração – rege o criacionismo, a geração e a criatividade

FATORES DOS TRONOS

FATOR: menor partícula existente, está na base da criação. São os mecanismos para que tudo funcione em harmonia. TRONO DA FÉ - Fator magnetizador, congregador (une por um ideal) e cristalizador (define e mantém) TRONO DO AMOR - Fotor Agregador (une) e renovador TRONO DO CONHECIMENTO - Fator expansor e concentrador TRONO DA JUSTIÇA - Fator equilibrador e direcionador TRONO DA LEI - Fator ordenador e purificador TRONO DA EVOLUÇÃO - Fator transmutador e decantador

TRONO DA GERAÇÃO - Fator Gerador e Paralizador

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Um exemplo da atuação fatoral:

A Força Congregadora do Trono da Fé e a Força Atratora (agregadora)do Trono do Amor unem os planetas em torno do Sol para formar o Sistema Solar , a força Ordenadora do Trono da Lei os

Ordena, a força direcionadora do Trono da Justiça dá a direção das rotações e assim por diante.

Se pegarmos uma cadeira (inanimada) e chegarmos às suas moléculas, veremos os elétrons se movimentando, é a força viva, a Imanência do Criador.

OS TRONOS SUSTENTAM ENERGETICAMENTE A MATÉRIA.

"O mundo estaria envolto por cordas como o de um violino, que quando vibram, ressoam

gerando ondas que geram partículas" (Teoria das Super Cordas de Stephen King)

Os Tronos (Orixás) são geradores destes fatores (as cordas do violino), suas vibrações geram ondas que geram partículas que sustenta a matéria.

Todo Fator tem uma função que gera uma ação.

O Fator Ordenar (OGUM) tem a função de não deixar nada em desordem gerando uma ação de abrir, destrancar, arrancar, romper