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Jornal de grande informação para os portugueses na Suíça PUBLICIDADE Ano 2 - N° 9 - Julho 2008 Distribuição gratuita Director: António Veloso — Direcção: Postfach 108 - 6083 Hasliberg Hohfluh - T. 079 622 80 57 - Email: [email protected] Entrevista - durante a sua estadia na Suíça conheceu muito bem muitas famílias Portuguesas, a quem gostava de mais uma vez agra- decer o seu apoio no seu projecto, e recebeu inúmeros pedidos para ajudar enquanto Psicóloga a comunidade. INSTITUIÇÕES POLÍTICAS SUÍÇAS Federalismo e poderes cantonais. Pág. 8/9 Portugal Suíça IVA União Sindical Suíça (USS) rejeita o projecto de revisão do IVA apresentado no passado 26 de Junho pelo Conselho Federal… Pág. 9 Ensino do Português no Estrangeiro Ensino do português e reestruturação consu- lar são temas mais preocupantes da política do Governo quem o afirma é o PCP… Pág. 15 Comunidades 6 “História e Futuro no co- ração do país” Lucerna, com cerca de 59 mil habitantes conta com um importante número de por- tugueses que trabalham em diversos sectores de activida- de, sobretudo no turismo e na restauração. Marta Gonçalves esteve em doutora- mento na Universidade de Zurique (Suíça) de 2004 a 2008 com a tese “O acesso à saúde mental por parte de famílias imigrantes na Suíça Desporto 17 Clubes que fizeram maior encaixe financeiro F.C. Porto recebeu 11,5 mi- lhões da UEFA, Benfica e Sporting menos.

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Page 1: Jornal de grande informação para os portugueses na Suíça · PDF filee alegria q.b., sardinha assada e muita boa-disposição. Agora é tempo de reflexão. A nossa comunidade mostrou

Jornal de grande informação para os portugueses na Suíça

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Ano 2 - N° 9 - Julho 2008 Distribuição gratuitaDirector: António Veloso — Direcção: Postfach 108 - 6083 Hasliberg Hohfluh - T. 079 622 80 57 - Email: [email protected]

Entrevista - durante a sua estadia na Suíça conheceu muito bem muitas famílias Portuguesas, a quem gostava de mais uma vez agra-decer o seu apoio no seu projecto, e recebeu inúmeros pedidos para ajudar enquanto Psicóloga a comunidade.

INSTITUIÇÕES POLÍTICAS SUÍÇASFederalismo e poderes cantonais.

Pág. 8/9

Portugal

Suíça

IVAUnião Sindical Suíça (USS) rejeita o projecto de revisão do IVA apresentado no passado 26 de Junho pelo Conselho Federal…

Pág. 9

Ensino do Português no EstrangeiroEnsino do português e reestruturação consu-lar são temas mais preocupantes da política do Governo quem o afirma é o PCP… Pág. 15

Comunidades 6“História e Futuro no co-ração do país”Lucerna, com cerca de 59 mil habitantes conta com um importante número de por-tugueses que trabalham em diversos sectores de activida-de, sobretudo no turismo e na restauração.

Marta Gonçalves esteve em doutora-mento na Universidade de Zurique (Suíça) de 2004 a 2008 com a tese “O acesso à saúde mental por parte de famílias imigrantes na Suíça

Desporto 17Clubes que fizeram maior encaixe financeiroF.C. Porto recebeu 11,5 mi-lhões da UEFA, Benfica e Sporting menos.

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SuíçaN° 9 - Julho 2008 - Ano 2

O Portuga 3

BANCO ESPIRITO SANTO – CENTRO DE RESIDENTES NO ESTRANGEIRO - SUÍÇA | SITE LOCAL: HTTP://WWW.BES.CH | EMAIL: [email protected] DIRECTOR GERAL: LEONEL PINTO RAMOS | EMAIL: [email protected] LAUSANNE | AVENUE DE MONTCHOISI 15 | 1006 LAUSANNE SUISSE | TEL: +(41) 21 614 0014 | FAX:+(41) 21 614 0015 GENÈVE | BOULEVARD SAINT-GEORGES 77 | 1205 GENÈVE SUISSE | TEL: +(41) 22 705 1490 | FAX:+(41) 22 705 1499 | RESPONSÁVEL: FRANCISCO ANDRADE | EMAIL:[email protected] ZÜRICH | SEEBAHNSTRASSE 143 | 8003 ZÜRICH SCHWEIZ | TEL: +(41) 43 960 0404 | FAX:+(41) 43 960 0452 | RESPONSÁVEL: ANTONIO MESTRE | EMAIL:[email protected]

Tempo de reflexãoCaros leitores, gostaria de partilhar convosco as minhas impressões sobre um assunto que fez manchete em vários meios de comunicação nas últi-mas semanas “Os adeptos da selecção Portuguesa”.Foi graças ao Euro 08 que alguns órgãos de comunicação falaram sobre

a comunidade portuguesa na Suíça, referindo-se a ela como “discreta, afável, trabalhadora e quase sempre com o sonho de regressar ao país de origem”. A visibilidade que a nossa comu-nidade teve, durante as semanas em que se desenrolou o campeonato da Europa, foi bastante positiva, sinal que devemos manter-nos unidos, alimentar os nossos sonhos e continuar a dar provas de solidariedade e empenho em tudo o que fazemos. Durante quase um mês, esquecemos alguns dos problemas, respirámos e sentimos Portugal, a nossa cultura, o nosso país, a nossa bandeira. Enchemos o nosso coração e os nossos dias com esperança. E soubemos fazê-lo com garra, com dedicação, com fair-play. O mês de Junho também foi marcado com a comemoração do Dia de Portugal e igualmente com os festejos dos Santos Populares na Suíça, um pouco por todo lado. Diversas colectivi-dades festejaram o Santo António, o São João e o São Pedro, com bailaricos, balões, petiscos e alegria q.b., sardinha assada e muita boa-disposição. Agora é tempo de reflexão. A nossa comunidade mostrou estar viva, feliz, de bem consi-go própria...vamos todos guardar esses momentos de alegria e aprender a transforma-la em actividades solidárias para quem mais precisa de ajuda, defendendo os nossos direitos e so-bretudo cumprindo os nossos deveres pois, só assim iremos ser capazes de transformar uma comunidade unida numa sociedade melhor. Aproveito igualmente este espaço para dar as boas vindas à jornalista Arlete Kaufmann e ao advogado Dr. Nuno de Carvalho que irão a partir de agora ajudar ainda mais a enriquecer a nossa publicação com os seus artigos e opiniões.

António VelosoDirector

EDITORIAL

POdE rECEbEr O jOrNAL «O Portuga» em sua casa…Pode receber comodamente o jornal “O Portuga” em sua casa pelo período de 1 ano (12 números) por CHF 40.- (valor para suportar as despesas de envio). Para tal preencha e envie o formulário abaixo.

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15 Mil imigrantes vão aprender português

jornaloportuga.com DÊ-NOS A SUA OPINIÃO !

Jornal de grande informação para os portugueses na Suíça

Director: António VelosoColaboradores: Cristina Gameiro – Manuel de Melo David Margarido – Armando Miranda Rogério Sampaio – Álvaro Oliveira Benjamim Ferreira Manuel Vasconcelos - José Martinho Arlete Kaufmann – Nuno de CarvalhoPublicidade: António Veloso Tel. 079 622 80 57Fotografia: Álvaro Oliveira – António VelosoPaginação: Ricardo MichaelImpressão: Tipografia CorazeContactos: O Portuga Dir. António Veloso Postfach 108 6083 hasliberg Hohfluh Telefone: 079 622 80 57 Fax: 033 971 08 31 Email: [email protected] www.jornaloportuga.comTiragem: 3.000 exemplares Todos os artigos assinados e opiniões avulso expressas em reportagem são da inteira responsabilidade dos seus autores, quer o seu conteúdo esteja ou não de harmonia com a linha de orientação deste jornal.O PORTUGA pretende ser uma tribuna plural de opinião e com direito a um diálogo constante dos mais diversos quadrantes da sociedade.O conteúdo das publicações são da inteira responsabilidade dos anunciantes.

Imigrantes - Projecto do Governo quer facilitar o acesso à nacionali-dade portuguesa e à integração profissional

O ensino do português e de vocabulário técni-co específico a 15 mil

imigrantes, facilitando o aces-so à nacionalidade portuguesa e à integração profissional, é até 2013 o objectivo do progra-ma «Português para Todos», lançado pelo Governo. Integrada no âmbito do actu-al Quadro de Referência Es-tratégico Nacional (QREN) e co-financiada pelo Fundo So-cial Europeu, a iniciativa vai disponibilizar cursos gratuitos de língua portuguesa ou, para os imigrantes que já dominem o nível básico, de vocabulário técnico de cinco áreas: comér-

cio, hotelaria, cuidados de be-leza, construção civil e enge-nharia civil. As escolas da rede do Ministé-rio da Educação e os Centros de Formação Profissional, pro-motores da formação, vão lec-cionar os dois tipos de cursos: os primeiros permitirão um melhor acesso à nacionalida-de, à autorização de residência ou ao estatuto de residência de longa duração, enquanto os se-gundos se destinam a facilitar a integração no mercado de tra-balho. No caso de instituições ou de empresas, os cursos poderão mesmo ser leccionados nas res-

pectivas instalações, de acordo com as necessidades dos gru-pos e das entidades patronais. Ao obter o certificado do cur-so, que pode ser leccionado em parceria com as associações de imigrantes ou empresas, os participantes ficarão dispen-sados da realização de testes comprovativos do conheci-mento da língua. Presente na sessão, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, assegurou a estabi-lidade financeira do programa e afirmou que o mesmo é mais uma oportunidade de combater o «défice de certificação» do país. n

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Ano 2 - N° 9 - Julho 2008O Portuga4 Suíça

N° 9 - Julho 2008 - Ano 2O Portuga 5

A culpa é d’Ele

Se chove muito e em consequência se perdem culturas, o Sr. Joaquim, as associações de agricultores e três quartos do nosso Portugal reclamam ao Estado subsídios porque, segundo eles, as seguradoras não arriscam e não fazem seguros de colheitas e porque, segundo eles, cabe ao Estado assumir as responsabilidades. Se pelo contrário está calor, um verão estupendo e uma seca sem precendentes, os

agricultores e mais os senhores da agro-pecuária e as associações todas reclamam do Estado ajuda para ultrapassar os prejuízos resultantes da seca. Os industriais de pesca, por serem obrigados a cumprir as cotas fixadas pela UE, vêm logo de seguida reclamar ao Estado uma compensação, um subsídio pela redução da actividade pesqueira. Não existe, em Portugal, uma única indústria com alguma dimensão que não recorra a subsídios estatais para compensação do investimento.

Os incêndios florestais, que a época prevê e que acontencem tantas vezes por vários interesses privados, ou porque está um calor infernal, ou porque alguém acen-deu ou se esqueceu de apagar a fogueira depois de assar os pimentos, também são culpa d’ Ele que não antecipa as situações, que não tem ajudado como deve ser os bombeiros, que não dispõe de aviões, helicópteros ou baldes suficientes para ir, a correr, resolver a questão. E as vítimas destes incêndios meditados, passíveis de ser evitados ou simplesmente premeditados, reclamam ao Estado apoio para os prejuízos verificados.

Os toxicodependentes, a quem ninguém obriga a optar pelo vício ( a não ser, claro está, o Estado que não lhes dá bom ambiente familiar, bons resultados nos exames, sorte ao jogo ou prazer no amor) mesmo depois d’ Ele gastar rios de dinheiro em campanhas de informação e prevenção, exigem que o Estado continue a investir em infra-estruturas, através das quais seja garantida a desintoxicação e mais uma ou outra terapias de “substituição”. Nunca percebi porque é que minha mãe pediu um empréstimo ao banco para comprar uma casa! Casa que anda a pagar desde que me lembro de achar que a culpa das minhas notas era do Estado e que, só vai acabar de saldar no dia em que achar que a porcaria de reforma que terá, será da inteira e exclusiva responsabilidade d’Ele. Não teria sido suficiente deixar de lavar a roupa duas semanas, mandar-me a mim fumar uns “charros” e despedir-se do emprego? Mais tarde ou mais cedo alguém haveria de perceber que a culpa disto era d’Ele e que mereciamos o subsídio mínimo para garantir o nosso “rendimento” e porque não uma casita daquelas “ chave na mão”.

Não há pois nenhum país europeu, para além de Portugal onde se exija do Estado tantos apoios financeiros, por causa de coisas para as quais este não contribui. Não estará na altura de assumirmos os nosso deveres, se não antes, pelo menos ao mesmo tempo, que reclamamos os nossos direitos? Digo eu, mas se por acaso o leitor não estiver de acordo, não reclame comigo, a culpa é d’Ele. n

Ps: Se calhar de vez em quando até percebo porque é que os espanhóis acabam por ganhar os campeonatos...

jogo de equipa

Portugueses, alemães, croatas, turcos, holandeses, russos, espanhóis e italia-nos estão entre os oito melhores grupos profissionais da Europa a jogar a bola neste ano de 2008. O futebol é uma disciplina desportiva muito emoti-

va e espectacular, altamente profissionalizada, e onde os portugueses são represen-tados, entre outros, por uma destacada dúzia de emigrantes, muito bem sucedidos na Europa. Tal como noutras profissões, foi o facto de terem emigrado de Portugal

para a Europa, que lhes reconheceu o mérito, nalguns casos com visibilidade a nível mundial! Temos profissionais de excelente qualidade, trabalhamos como uma equipa coerente, temos planos ousados, ideias, oportunidades e podemos aprender a melhorar o nosso desempenho. Nesta arte do futebol, como em todas as outras profissões, o sucesso não é atingível quando os gestores de topo hesitam e anunciam a demissão a meio da missão a que se propuseram. Em ambiente pouco sólido e seguro a empresa Selec-ção de Futebol perdeu logo o jogo com a Suíça, na Suíça, o que deixou a representação do sucesso dos portugueses residentes menos bem ilustrada. Com uma direcção desmotivada não foi possível manter o espírito de equipa e o futebol, como quase tudo na vida, é um jogo de equipa, uma actividade de grupo… Acabou por não ser desta vez que nos sagramos os melhores da Europa e concedemos esse privilégio a “nuestros hermanos” espanhóis. Parabéns à Espanha pela melhor equipa, pelo melhor trabalho de grupo e no fim mas não em último, pela melhor direcção de topo, pelo melhor líder.

Sem deixar de lado o mundo da representação e do espectáculo proporcionado pelo futebol, aprecio os jacarandás a florirem no norte de Portugal, onde o calor chega um mês depois da capital. Passei propo-sitadamente nas traseiras do Hospital de Santo António para admirar o exemplar mais representativo no Porto, o belíssimo Jacarandá do Largo do Viriato. Como que para confirmar a minha mágoa, e apesar de ser uma das 242 árvores classificadas na cidade, vi-o amarrado por cabos de aço e sem sinal de vida, sem flores e sem folhas… Também, depois do São João, trevos de quatro folhas nasceram no vaso do manjerico que havia secado na janela da minha cozinha: Não há coincidências nem nada acontece por acaso! Disso eu tenho a certeza e, por isso, vou procurar interpretar estes sinais… n

AM.

Por Armando de MirandaEngenheiro

por Cristina Gameiro,Redactora

reavivar de memóriasFoi com agrado que vi o artigo sobre Interlaken, pois foi para lá que vim trabalhar quando cheguei à Suíça, há cerca de 25 anos. Foi em Grindelwald que passei os melhores mo-mentos da minha vida. É um lugar que nos dá tranquilidade e o vosso artigo foi no fundo, um reavivar de memórias e serviu para dar a conhecer à minha filha de 16 anos a cida-de de Interlaken onde eu vivi durante cinco anos. Gostava também de vos felicitar pelo esforço de manterem um jornal português na Suíça.Força!

Maria das Dores Achermann – Baden (AG)

Serviço PúblicoOlá a todos! Quero aproveitar a oportunidade que me é con-cedida para felicitar todas as pessoas que tornam possível a edição deste jornal. A maior parte dos artigos são um verda-deiro serviço público para toda a comunidade. O grafismo e o tipo de linguagem utilizada fazem com que o jornal possa ser lido por todos os extractos sociais e etários.Bem hajam!

Miguel Nunes Lopes – Biel (BE)

Moderno e ProfissionalSou brasileira e estou na Suíça há 4 anos. O meu namorado é português e conheci o vosso jornal num restaurante portu-guês, aqui na cidade de Zurique. Fiquei impressionada com a qualidade dos vossos artigos e com o grafismo do vosso jornal, moderno e muito profissional. Eu sou jornalista e tra-balhei, na minha cidade natal Pernambuco, num jornal diá-rio. Queria aproveitar para perguntar se é possível vermos no vosso jornal um artigo sobre a Comunidade Brasileira na Suíça.Felicidades.

Ana Paula Russo – Stäfa (ZH)

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OPINIÃO

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ACOrdO E dESACOrdOSO primeiro ato do segundo facto

A língua, a nossa língua, serve para comunicar, falar, sentir, gritar, beijar, insultar, mexer, mimar e até ser objecto de um apaixonado abaixo-assinado,

liderado por personalidades e gente importante, ligada à literatura e ao mundo académico. Gente importante, muito importante mesmo, com sentido de “Estado” como se diz agora, e com inegável valor no mundo das letras.

Mesmo com o peso cultural e cívico que lhes reconhecemos, eu diria que parecem viver, mais na época dos códigos de cavalaria e de Miguel de Cervantes do que da globalização da infor-mação e da universalidade do conhecimento. Afirmaram, com a convicção que o saber lhes empresta e com a paixão que a pátria lhes merece, que o Acordo Ortográfico é “uma desneces-sária rendição à influência brasileira”. Rendição, veja-se!

Mas quem sou eu para contrariar tamanho medo e tão desmedida catástrofe? Pouca coisa, confesso. Não sou artesão da língua, como a gente da escrita, tão somente modesto servidor da palavra. Contudo, se fizer apelo à minha memória de criança ainda me sinto cheio de prosápia quando dizia ao meu pai, convicto de sabedoria ortográfica, que a palavra “Pharmácia” se escrevia de outra maneira: farmácia, certamente. Já então havida mexidela nas palavras e po-lémica nas escolas. E o meu pai continuou a escrever “pharmácia” como lho ensinaram, apesar da ameaça da palmatória social e da “sabedoria” de um filho professor. Ainda bem.

A língua anda por aí, como diria um senhor Lopes qualquer, aos tropeções nos bairros desfa-vorecidos, aos sobressaltos, nos ditados das escolas, aos pulos nos discursos dos políticos, ves-tidinha de fresco na pena de Mia Couto, senhora perfumada de chanel 5 na angústia de Lobo Antunes, atrapalhada e viúva em Saramago e disponível em formas diferentes para dizermos o que quisermos. A língua, a nossa língua, é autocarro, ônibus ou machimbombo. A língua, a nossa língua é quinta, fazenda, machamba e sanzala. A língua, a nossa língua, é mestiçagem de encontros e viagens, de culturas e povos, de ilhas, portos, mares, emoções e paixões e, ainda, de sábio estudo de monges, académicos e escritores.

Cerca de 230 milhões de pessoas em todo mundo, falam português, com sotaques diversos e diversas formas de dizer o mesmo. Entre os 230 milhões, há 190 milhões delas no Brasil que dizem “calcinha”, por exemplo, como quem atira um malmequer para um ninho de ortigas, amaciando a curva das ancas e a rudeza das “cuecas”.

E os outros seis países lusófonos existentes no mundo, além de Portugal - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, - dizem e falam uma língua que é tão nossa como deles, viva e comunicativa, rápida e lenta, séria e alegre. Esta língua que reco-nhecemos quando lida ou ouvida, hoje, de forma quase instantânea, em toda a parte, devido às novas tecnologias da informação e da comunicação. Esta língua que não se aprisiona nem se domina, em regras ou fronteiras.

Uma língua, como aquela que eu escrevo e falo, que se liberta, explode em mil direcções, aglutina povos e dizeres, solidifica pertenças culturais e surge engrandecida em sotaques afri-canos ou brasileiros. Mesmo se, para isso, for necessário deixar o c de acto no vão da escada e continuarmos a correr o planeta num machimbombo, de flor na lapela de um gostoso e elegante terno de linho. n

por benjamim Ferreira,São Paulo, Brasil Consultor

A Cruz Vermelha pretende ser uma ajuda no próprio País A Cruz Vermelha (SRK) pretende em caso de catástrofe, marcar mais a sua presença no seu próprio País. O Sector Cantonal, nesta área, ainda está pouco activo. Pre-venção e Ajuda em caso de catástrofe são as áreas da Cruz Vermelha. “Além do nosso e empenho e da nossa cooperação internac-cional teremos que activar mais os sectores cantonais dentro do nosso país” declarou SRK-Presidente René Rhinow em Conferên-cia de Imprensa.

Pessoal qualificado

Trabalho - Conforme estudo do Ministério de Estatística, muitas empresas estão à pro-cura de pessoal com mão-de-obra qualifi-cada e esta mesma procura tem efeitos no que diz respeito ao aumento dos salários. Segundo este departamento os salários dos melhores qualificados serão aumentados.

BREVES

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Ano 2 - N° 9 - Julho 2008Suíça6 Suíça

N° 9 - Julho 2008 - Ano 2Suíça 7

Os Jogos de Vídeos conquistaram as salas de aula Ensino – A Nitendo está com sua entrada garantida nas salas de aulas na Suíça. Depois das férias de verão os alunos poderão teclar nas consolas dos jogos de Matemática e Inglês. A escola secundária em Wettinger- Zurique, a classe do professor Peter Zbinden, será a primeira na Europa, que no lugar de papel e lápis usará a consola Nitendo DS para resolver os seus problemas de Matemática, Logística e aprender palavras em Inglês. O projecto foi um sucesso: Os alunos eram muito concentrados, principalmente quando competiam entre eles. Nos problemas de Matemática de cabeça os alunos fizeram muitos progressos, mas mesmo assim o professor Zbinden acrescenta que é um óptimo suplemento de aprendizagem mas que não pode substituir as aulas tradicionais. Depois das férias de verão, todas as classes interessadas da Suíça alemã que queiram ter a possibilidade de ter a Nitendo para o apoio no ensino ”gratuito ou com uma pequena colaboração colectiva”, poderão encomendar as consolas” - afirmaTimo Albiez, chefeda Kiknet , fornecedor de material didáctico digital de Baden. Menos ilegais

Trabalho - Muitas mulheres que trabalham actualmente no serviço de limpeza em casas privadas fazem as suas inscrições para que possam ser registadas e consequentemente obter os seus direitos no departamento de trabalho. Em todosos cantões, a partir do primeiro semestre de 2008 comparando ao ano passado, aumentou em 50% o número de inscrições.

BREVES

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Um maravilhoso universo de montanhas serve de moldura à cidade de Lucerna, porta de acesso da Suíça Central, situada na margem do lago dos Quatro – Cantões. Graças à sua agradável e privilegiada situação geográfica, no coração do país, a cidade próxima do Rigi, do Mont Pilate e do Stanserhorn é uma destinação turística por excelência.

Lucerna – História e Futuro no coração do país

A cidade de Lucerna, si-tuada no cantão com o mesmo nome, é uma

das mais belas e importantes cidades históricas do país. Lo-calizada no meio de uma paisa-gem exuberante, banhada pelo lago de Lucerna, serpenteada por ruas estreitas, vigiada por torres, atravessada por pon-tes cobertas e rica em muros de casas pintados com a cor da história, Lucerna é um dos destinos turísticos suíços mais procurados.Cidade de praças e de igrejas, das quais se destacam a igre-ja jesuíta de estilo barroco e as duas torres da Hofkirche, que são o seu cartão de visita. A Ponte Kapellbrücke, com 204 metros sobre o rio Reuss, é uma das suas mais famosas atracções e uma das mais an-tigas pontes da Europa. Cons-truída em 1333, guarda no seu interior pinturas do século XVII que retratam a história da cidade. Vítima de um incêndio em 1993 foi rapidamente re-construída e o seu charme con-tinua a inspirar todos os que a atravessam. Lucerna sempre foi pouso pre-dilecto de imperadores e reis, príncipes e célebres artistas em viagem para o Sul. Prova dis-so são as sumptuosas fachadas dos grandes hotéis e o ar cultu-ral e cosmopolita que se respira nos passeios à beira do lago e nas encruzilhadas de ruas ha-bitadas por prédios tatuados de história. A cidade alia tradição e moder-nidade e um dos exemplos é o design inovador e futurista do Centro de Cultura e Congres-sos (KKL), que serve de palco a inúmeras manifestações cul-turais ao longo do ano. Lucerna, com cerca de 59 mil habitantes conta com um im-portante número de portugue-ses que trabalham em diversos

sectores de actividade, sobre-tudo no turismo e na restaura-ção.

A Missão Católica de Lucerna – Rezar a Vida

Com sede na Weystrasse, a missão católica de Lucerna dá assistência, desde 1986, às co-munidades lusófonas da Suíça Central. Para além da assistên-cia religiosa, a Missão Católica persegue ainda outros objec-tivos importantes que passam pela organização e estímulo de diversas actividades sociais, culturais e recreativas, no sen-tido de fomentar a união de todos os elementos da comuni-dade portuguesa. Contando com o apoio de eventuais subvenções oficiais e com o contributo pessoal voluntário, a Missão pretende, segundo o Padre Arlindo Tor-res, “orientar a comunidade na passagem de um testemunho cristão em todas as actividades humanas, seja no trabalho, nas relações sociais, no “rezar a vida” dia a dia”. De acordo com o Pe Arlindo, “a saudade e o sentimento de nostalgia dos mais velhos tem grande influência nas camadas mais jovens” e desta forma a Missão conta com um con-siderável número de jovens interessados no testemunho cristão, o que “se compreende em parte, também, por estarem longe da terra natal e a Missão poder servir de elo de ligação à terra, às tradições e às raízes da nossa cultura”.A M. Católica está também numa posição privilegiada para se ir apercebendo das princi-pais dificuldades que enfren-tam quotidianamente os mem-bros da comunidade emigrante e que, segundo o Pe Arlindo Torres, estão intimamente rela-cionados com a “ compreensão

da diversidade cultural e com a aceitação da mesma. Por outro lado, a relação de trabalho nem sempre favorece a integração voluntária e de amizade, como seria de desejar num povo com a mesma raiz cristã”. Apesar disso a Missão está convencida que muito se tem vindo a fazer e que o trabalho e o empenho dos últimos anos tem vindo a dar os seus frutos “na integra-ção a nível da vivência da Fé, o que ajuda e prepara para a outra integração, social e afectiva”.O trabalho e a dedicação vo-luntária são outro ponto a que o Pe Torres, presta especial atenção referindo os apoios da comunidade Suíça a nível da organização, dos métodos de trabalho mas acima de tudo ao apoio da nossa comunidade que ajuda a Missão Católica a passar o seu testemunho de vivência de Fé. “Somos capa-zes de praticar o voluntariado, seja através da catequese, na colaboração em vários servi-ços de apoio, em actividades que muitas vezes tiram tempo de descanso e que impedem que se vá ganhar mais algum dinheiro noutros serviços”. A comunidade portuguesa de Lu-cerna, Reza a Vida desta for-ma, quotidianamente, através dos pequenos gestos de Fé que a Missão Católica estimula e testemunha.

Terra de Portugal – Um país a dançar

Na multiplicidade cultural do povo português, o folclore constitui, ainda hoje, segundo o coreógrafo José Leão, “ a melhor forma de dar a conhe-cer e de transmitir a mais-valia das nossas tradições”. Foi esta a ideia que esteve na origem da criação, em 2007, do Rancho Folclórico Terras de Portugal, que fez a sua primeira actuação pública em Abril de 2008. Os trajes envergados pelos elementos do grupo são de in-vulgar interesse etnográfico e resultam de uma imensa e minuciosa pesquisa. A tocata é composta por instrumentos tradicionais representativos e as danças (12 no total) são bastante variadas e pertencem ao mais tradicional folclore de Portugal, destacando as suas diversas regiões. Os cerca de 50 elementos que compõem o Rancho, e cujas idades variam entre os 9 e os 30 anos, contam com o apoio do Luzerner Sport Club de Li-tau, onde ensaiam e já realiza-ram cerca de 20 actuações em festas, romarias e outras activi-dades culturais levadas a cabo pela comunidade portuguesa e por organizações suíças. A ju-ventude dos seus elementos e o espírito de camaradagem que

os une fazem deste Rancho um verdadeiro exemplo de como a tradição pode e deve andar de mãos dadas com a alegria para melhor preservar, dando a co-nhecer, a cultura portuguesa.

Associação de Pais de Lucerna

São 140 os alunos que frequen-tam a Escola Portuguesa em Lucerna, um número conside-rável e que se distribui entre o 2º e o 12º ano de escolaridade. Para ajudar na organização do ano lectivo, apoiando pais, alu-nos e professores, existe desde 1997 a Associação de Pais de Lucerna, que persegue, como tantas outras associações de pais espalhadas pelo país, o objectivo de desenvolver o en-sino da língua e cultura portu-guesas. Paralelamente a Associação desenvolve diversas activi-dades ao longo do ano, sejam elas de carácter cultural, des-portivo ou recreativo. Participa no Mercado Internacional de Lucerna, durante a época nata-lícia, organizando uma exposi-ção de artesanato, gastronomia e produtos portugueses, como mais uma forma de levar pais, alunos e comunidade em geral a participar na partilha dos va-lores e da cultura de Portugal. Apesar de alguma falta de em-penho por parte de alguns pais e da falta de tempo de alguns jovens, ao longo do ano lecti-vo são desenvolvidos torneios de futebol e até o teatro já teve lugar na agenda de actividades da associação, que já colaborou com a Caritas, Fabia e outras instituições suíças. n

A. V. / C. G.

Toda a informação respeitante à cidade de lucerna pode ser consultada no sítio internet: www.luzern.ch

A população Europeia enve-lhece cada vez mais e nin-guém se preocupa com esta

realidade. É verdade que o desenvol-vimento da ciência e das condições de vida trás consigo variadíssimas alterações no que diz respeito às questões de natalidade e mortalida-de. A esperança de vida é cada vez maior, o que criou o fenómeno do envelhecimento da população, espe-cialmente da europeia e da América Latina. Na Europa esse fenómeno é agravado pela industrialização tec-nológica por um lado, pelo desapa-recimento da família tradicional por outro e ainda, pelo egoísmo das no-vas gerações, que privilegiam a car-reira profissional, deixando para o segundo plano à formação da família no sentido tradicional do termo.

A Suíça, a exemplo de outros países europeus, é um país que num futuro não muito longínquo, será confron-tado com o problema do envelhe-cimento da população, pelo baixo índice de natalidade que se vem veri-ficando nos últimos anos. Daí que o contributo dos imigrantes, especial-mente os da segunda geração, será de fundamental importância para o futuro da Suíça e da sua economia.

Mesmo assim os especialistas são unânimes, ao afirmarem que para en-frentar o desafio é preciso reformar a legislação trabalhista, adaptar o sis-tema de saúde, mudar a mentalidade e incentivar a imigração.

“É muito importante tomar consci-ência que os idosos são parte da his-tória da solidariedade da sociedade e um formidável acumulo de expe-riências e capacidades que precisam ser valorizadas.” A afirmação é de Ilona Kirckbush, conhecida por sua actuação na área da saúde pública e que foi uma espécie de âncora do Congresso de Idosos e Gerações . Durante três dias, especialistas de 40 países debateram questões ligadas ao envelhecimento das populações, no

População idosa - Um problema da Europa e do mundoA Suíça, a exemplo de outros países europeus, é um país que num futuro não muito longínquo, será confrontado com o envelhecimento da população.

maior congresso multidisciplinar já realizado sobre o fenómeno. Kirck-bush reiterou que as pessoas vivem cada vez mais e melhor e querem ser activas mas questionou, no en-tanto: “onde estão as universidades para idosos?; onde é até quando eles podem trabalhar?; onde e como eles podem se aposentar?; e até onde po-dem morrer? São perguntas sem res-posta para boa parte dos idosos no mundo”, afirmou.

O défice de natalidade é agravado com a pressão exercida sobre os trabalhadores, causando-lhes pro-blemas de saúde e o esgotamento cerebral devido ao stress.. Por isso que um trabalhador com 50 anos, é considerado velho e dificilmente é reintegrado no mercado de trabalho.

O grande problema é que todos somos conscientes da situação e ninguém toma medidas para alte-rar o curso dos acontecimentos. A ganância do lucro, leva os países industrializados a esquecerem esta terrível realidade que é o crescente e continuo envelhecimento da popu-lação.

- As pessoas vivem cada vez mais e pretendem ser activas mas são ge-ralmente forçadas a sair do mercado de trabalho, muitas vezes sem estar preparadas;

- Os sistemas de saúde e previdência

enfrentam sérios problemas de cus-tos e até de insolvência as soluções mais discutidas são flexibilidade da idade da reforma e imigração.

- Existem oportunidades de negócios com a população idosa: turismo, ser-viços financeiros, publicidade, refor-ma de casas e apartamentos, serviços a domicílio e muitos outros; nos pa-íses industrializados, os 20% mais velhos da população, detem 40% da renda.

Mesmo nessa área, o serviço presta-do aos idosos é inadequado. Em Por-tugal proliferam lares de idosos, com pessoal não qualificado que visam somente o lucro. É um destino cruel para que trabalhou vários anos da sua vida e vê-se privado na velhice de desfrutar do fruto do seu trabalho com dignidade. É necessário ganhar-mos consciência que os idosos foram os jovens de ontem e que nós sere-mos os velhos do futuro.

Uma especialista afirma que a Amé-rica Latina, vai se transformando num continente de velhos, pobres em sua grande maioria. O Brasil tem actualmente 8% da população com mais de 60 anos. Em 2025, terá 16%. Em todo o sub-continente haverá 100 milhões de pessoas com mais de 60 anos nas próximas duas décadas, ou seja, depois de amanhã. n

Rogério Sampaio

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Ano 2 - N° 9 - Julho 2008Suíça8 Suíça

N° 9 - Julho 2008 - Ano 2Suíça 9

reforma do IVA proposta pelo Conselho federal – USS não quer esta revisão

IVA

VCS luta contra os Pais - TáxisCirculação - O Clube de Trânsito Suiço (VCS) lançou ontem a Campanha “A pé para a Escola”. Policia, Psicólogos e Pedagogos mostram-se preocupados com a actual situação. O sistema de “pais – táxi” coloca em risco outras crianças e limita o seu desenvolvimento pessoal e social.O caminho do jardim-de-infância ou da escola deve servir para coleccionar experiências valiosas no que diz respeito ao melhoramento das competências e da aprendizagem das regras de tráfego. Caminhar é saudável e melhora as capacidades da criança, além de ser mais económico nos dias de hoje. “A pé para a Escola” é uma iniciativa que se espera que tenha pernas para andar no sentido da sensibilização da população mais jovem para as questões da circulação e do ambiente.

Violência Conjugal: Consultas para os autoresPrevenção: As consultas dos programas de luta contra a violência destinam-se à sensibilização das pessoas que exercem actos de violência para com os seus pares.Pela primeira vez, foi realizada umapesquisa junto das instituições quetrabalham com o autor ou autora do acto de violência doméstica. Este estudo foi realizado pelo Serviço de Luta contra a Violência do gabinete federal da igualdade entre o homem e a mulher (BFEG). Tel.031/322 6826.A violência conjugal é um grandeproblema social também na Suíça.São 25 os centros de apoio que se implicam neste novo programa reeducativo.Para além do aspecto de prevenção, nestes centros, aprende-se a gerir e assumir as suas responsabilidades em relação ao acto e são dadas oportunidades para aprender a se reestruturar e a conviver sem recorrer à violência.

BREVES

Berna – A União Sindical Suíça (USS) rejeita o projecto de revisão do IVA apresentado no passado 26 de Junho pelo Conselho Federal.

A introdução de uma taxa única aumentará o custo dos produtos alimentares, assim como as prestações em matéria de saúde e de formação. Os principais afectados por esta decisão serão as famílias de rendimentos mais baixos, a classe média e todos os que beneficiam das prestações de reforma, que irão constatar um aumento da carga fiscal. Esta tomada de posição beneficiará exclusivamente as classes de rendimentos acima da média geral. Os prémios das caixas de saúde irão sofrer também um aumento como conse-quência desta proposta de revisão, motivo pelo qual a USS se opõe à revisão deste imposto atra-

Na Suíça, além dos 26 cantões, existem 2700 comunas, número muito superior ao dos Municí-pios portugueses (308) mas bem inferior ao número de “Fregue-sias”, (4261 em 2004). Bem vis-tas as coisas, mesmo havendo similitudes entre as designações das instituições políticas, não possível comparar as comunas suíças com os Municípios por-tugueses, na totalidade das suas competências, estruturas fun-cionais e dimensões territoriais.

Repartição de competências

A repartição de competências entre os diversos órgãos está de-finida na Constituição de 1874 e cuja última revisão data de 1999A repartição das actividades en-tre a Confederação e os cantões suscita frequentes debates entre os defensores do federalismo e os apoiantes do centralismo cantonal. Se as virtudes do fe-deralismo são evidentes, a inde-pendência dos cantões é extre-mamente benéfica, na imensa maioria dos casos. Noutros, nomeadamente no que diz res-peito à educação e às escolas, a pluralidade de sistemas e a di-versidade de situações (metodo-logias, esquemas de apoio, dias de férias, programas diferentes, etc.) cria uma certa desordem em espaços nacionais e linguís-ticos cada vez mais activos.

INSTITUIÇÕES POLÍTICAS SUÍÇAS

Federalismo e poderes cantonaisPara uma melhor compreensão do país em que vivemos.

Sempre me disseram que as es-truturas das instituições políti-cas suíças eram um verdadeiro

quebra-cabeças e uma grande “chati-ce”, para os estudantes dos cursos de Ciências Políticas.Mas talvez não seja assim tão difícil, se conseguirmos avançar devagarinho. Avancemos, então, devagar na análise da estrutura de um país que não possui um sistema de poder como aquele que existe em Portugal mas que se adapta perfeitamente à História (e histórias) dos povos que formaram uma Confe-deração bem especial.

Devagarinho, dizia. Vamos pois, com calma.

Antes de começarmos a falar de coisas sérias, duas notas de rodapé:Portugal (vamos designá-lo pelas letras PT) entrou na União Europeia em 1986. Desde então para cá, quando as coisas correm mal, a culpa costuma ser, sem-pre, da União Europeia.A Suíça (vamos designá-la pelas letras CH) existe, tal como a conhecemos hoje, desde 1815. Desde então para cá, quando as coisas correm mal, a culpa

Ou seja, lá como cá, a culpa é sem-pre de qualquer coisa que representa, simbólica e politicamente, um poder superior. Por aqui a culpa é de Berna, a capital da CH. Estas duas letras querem dizer “Confoederatio Helvetica” (em latim) de um país, constituído por 26 Can-tões, oficialmente, conhecido por Con-federação Suíça, desde 1815.

Mas o que é o Federalismo do qual fala o desenho que vimos mais acima?

De maneira muito simples, o Federa-lismo pode ser considerado como uma “doutrina”, uma teoria, um sistema que

retirado do livro “Institutions politiques suisses”

defende a autonomia dos cantões face ao Poder Federal. O Poder Político, no sistema federal suíço, está repartido entre duas “instituições” clara e dis-tintamente diferentes e organizadas: o governo federal e o governo cantonal; as leis federais e as leis cantonais; as respostas federais e as respostas canto-nais.Isto quer dizer que o poder central da Confederação cuja capital é Berna, tem que negociar muitas das decisões que toma ou gostaria de tomar com o Poder Cantonal, que se encontra instalado na capital de cada um dos cantões. Dito de outra forma, os cantões possuem uma vasta autonomia na maioria das maté-rias que dizem respeito á vida dos cida-dãos podendo, dessa forma, formular e executar políticas mais adequadas e mais próximas da realidade do quoti-diano. Ora esta autonomia é uma “con-quista” de alguns séculos de negocia-ção e de muitas horas de reflexão que os cantões não vendem por dinheiro algum.Em conclusão, a Suíça é um Estado Fe-deral composto por 26 Estados Federa-dos em tempos diferentes e por razões diversas.

Estrutura e Instituições políticas Federais, Cantonais e Municipais (comunais)

Confederação Cantão Comuna

O Conselho Federal está composto em 7 Departamentos (Ministérios) responsáveis por um conjunto de actividades seguidamente citadas

O Executivo Cantonal, composto entre 5 ou 7 Departamentos é

responsável por um conjunto de actividades seguidamente citadas

O Executivo comunal composto entre 5 e 7 membros é responsável pelas actividades que

são atribuídas pelo Cantão, seguidamente citadas

DefesaOrganização das Forças Armadas e

protecção das populaçõesGestão dos depósitos de armas

situados no CantãoNão tem competências no âmbito da defesa

Negócios Estrangeiros

Relações com outros países Relações inter-regionais Relações inter-cidades

EconomiaDesenvolvimento e promoção da economia no âmbito nacional e

política agrícola

Desenvolvimento e promoção no âmbito cantonal concretização da

política agrícolaPromoção económica local

FinançasSistema de Impostos, IVA, alfândegas,

política monetária e Orçamento da Confederação

Organização dos Impostos cantonais e comunais, Orçamento

do Cantão

Orçamento comunal e decisão sobre os níveis de imposição fiscal cantonal

Transportes e comunicação

Estradas nacionais, caminhos-de-ferro, telecomunicações, rádio,

televisão, correio, energia e meio ambiente

Ordenamento do território e obras públicas (estradas

cantonais)

Distribuição de electricidade, gestão das água e dos lixos, obras públicas

(estradas comunais)

Justiça e Polícia

Político de asilo e organização da justiça no âmbito federal

Segurança pública (organização da polícia cantonal) e organização

da justiça de âmbito cantonal

Polícia municipal, naturalização dos estrangeiros

Interior

Seguros sociais (AVS, AI, Seguro de desemprego e seguro de saúde, Ensino Superior (universidades e escolas politécnicas), formação

profissional, apoio às actividades culturais

Ensino público (organização da escola), saúde pública

(organização dos hospitais), cultos religiosos e apoio às

actividades culturais

Escolas (gestão dos estabelecimentos), segurança social, apoio à cultura, desporto.

Na Suíça, o exercício dos poderes políticos reparte-se em três níveis de acção e intervenção:

Confederação Cantão Comuna

Poder legislativo Parlamento

Grande Conselho, dito Parlamento no cantão do Jura. O Grande Conselho aprova as leis cantonais

Tem diferentes designações conforme os cantões (Conselho Municipal, em Genebra,

Conselho comunal no cantão de Vaud e Conselho Geral em diversos cantões).Exerce o poder em domínios diversos:

regulamentos comunais, afiança decisões do órgão executivo e vota o orçamento

comunal.

Poder executivo Conselho Federal

Conselho de Estado. Dito Governo no cantão do Jura e

Conselho Executivo no Cantão de Berna. Tem entre

5 a 7 membros

Tem diferentes designações conforme os cantões (Conselho Administrativo, em

Genebra, Municipalidade no cantão de Vaud e Conselho comunal e/ou municipal noutros

cantões). É composto de 3 a 9 membros, conforme a dimensão da comuna

Poder judicial Tribunais federais

Tribunais Cantonais ou Tribunais de Distrito,

responsáveis pelo respeito das leis cantonais e federais

Não existe Poder Judicial ao nível das comunas

costuma ser, sempre, de Berna

As ideias e esquemas deste artigo - e dos que se seguirão - foram retirados do livro “Institutions Politiques Suisses”, de Vicent

Golay e Mix & Remis, 2005, LEP Editions. Consultar

www.instituitions-politiques.ch

Conclusão

Começamos este artigo afirma-do que a estrutura das institui-ções políticas suíças é um ver-dadeiro quebra-cabeças e uma grande “chatice” para os estu-dantes dos cursos de Ciências

Políticas. Será mesmo?Proximamente, veremos como nasceu a Constituição Suíça e quais são os Direitos e deveres do cidadão. Ficaremos a conhe-cer melhor e a melhor compre-ender o que dizem os jornais, discutem as pessoas e anuncia a

televisão. Ficaremos, certamen-te, mais confortáveis no nosso papel de cidadãos vivendo numa país que não é o nosso e que queremos compreender melhor para aí vivermos melhor. n

Benjamim Ferreira

vés da alternativa apresentada pelo Conselho Federal. Segundo a USS, com esta revisão, criam-se possibilidades de optimização fiscal e nichos fis-cais para as empresas, por exemplo: - As empresas poderão doravante alterar o

método da taxa da dívida fiscal, voltando atrás ao fim de um ano, contra os cinco em vigor ac-tualmente. - O limiar do volume de negócios tido em con-ta para a taxa da dívida fiscal nítida determinan-te passará de 3 para 5 milhões de francos; - As empresas que são isentas do IVA (p. exem-plo as que não atingirem o limiar de volume de negócios previsto) poderão, no espaço de um ano, escolher livremente se querem pagar ou não o IVA. As exigências colocadas em matéria de do-cumentos a fornecer serão também fortemente diminuídas. Em caso de aplicação de taxa única as presta-ções acordadas no âmbito do regime social se-rão, também elas, sujeitas ao IVA, o que a USS não se mostra disposta a aceitar. n

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Ano 2 - N° 9 - Julho 200810 Suíça

N° 9 - Julho 2008 - Ano 211

Grande Entrevistapor António VelosoRedactor

Grande Entrevista Grande Entrevista

Psicóloga Portuguesa em douto-ramento na Suíça

MG – Preferia falar de saúde mental…A tendência para um aumento de sintomas psico-lógicos em todos os grupos etários tem sido discutida nos meios de comunicação social, na agenda política e entre pro-fissionais de saúde. Devido às ameaças percebidas na saúde e segurança pública, o tópi-co ‘saúde mental’ tem obtido uma prioridade cada vez mais elevada em muitos países. Em 2005 na conferência de Hel-sínquia cinquenta e dois paí-ses europeus assinaram uma declaração e um plano de ac-ção nacional de saúde mental, comprometendo-se a lidar com

a saúde mental como priorida-de nacional.

P – A “Doença Mental” ain-da é uma sombra na socieda-de?MG – Sim, seguindo a mes-ma linha, posso-lhe dizer que na Suíça, como na maior par-te dos países desenvolvidos, aproximadamente um quinto das crianças e jovens sofre de stress psicológico. Apesar de existir num quarto dessas crianças e jovens necessi-dade de intervenção, apenas uma minoria recebe interven-ção profissional adequada. E, problemas psicológicos não

tratados ou cuja intervenção ocorre tarde demais podem apresentar consequências pre-judiciais a nível individual e social, como sabemos. Ainda há muito a fazer em termos de campanhas de sensibilização junto da população e também intervir a nível dos sistemas, principalmente no triângulo escola, saúde, família.

P – Como é que foi ir ao en-contro da Comunidade Por-tuguesa na Suíça? Fale-nos um pouco acerca da sua tese sobre o acesso à Saúde Men-tal por parte dos imigrantes, especialmente Portugueses?

MG – A experiência foi extre-mamente enriquecedora, não apenas em termos profissio-nais mas também em termos pessoais. Foi impressionante a confiança com que as famílias nos abriam as suas portas sa-bendo que iríamos questioná-las sobre coisas muito pesso-ais, sobre as quais raramente reflectem e falam - partilharem as experiências clínicas dos seus filhos e, próprias, nalguns casos. Claro que nem todas as famílias demonstravam a mes-ma motivação. Houve também situações menos agradáveis, de pessoas desconfiadas, até agressivas, que pensavam que

andávamos a vender algo porta a porta, a fazer publicidade enganosa. Quanto à minha tese, ela só foi possível pela cooperação de todas as fa-mílias e diversos profissionais/representantes da comunidade portuguesa na Suíça, que ao longo destes quatro anos me apoiaram incondicional-mente participando no nosso estudo AMHC. A todos eles um muito obrigada e bem-haja muito especial!

P – Como define a comunidade Portuguesa na Suíça?MG – Uma comunidade bastante fechada, tran-quila, querida pelos Suíços – um Portugal na Su-íça, com uma enorme ligação a Portugal e uma forte vontade de um dia regressar – uma casa construída em terras lusas fruto do seu sacrifício na Suíça. A maioria dos Portugueses não se mis-tura com outras culturas, ao contrário, por exem-plo dos brasileiros.

P – O que se pode fazer na nossa comunidade em termos de saúde mental?MG – Intervir ao nível da promoção da saúde mental na família. Deparei-me com várias situa-ções de violência psicológica e física entre pais e filhos que me revoltaram. Desde os primeiros tempos de vida, é a família, muito em particular a mãe e o pai, mas também os avós, os mais bem colocados para fornecer ao bebé, o apoio e o reconforto, a protecção e a segurança emocional indispensáveis à saúde, as condições de desenvolvimento psicológico, físi-co e de autonomia, através das rotinas diárias, dos cuidados repetidos, das práticas educativas e de protecção, efectuados num clima afectivo e social apropriado. Contudo, ser pai ou mãe, foi sempre uma “pro-fissão” muito difícil, em grande parte devido ao facto de nesta, ao contrário de todas as outras, não se passar por um período de estágio, nem se poder renunciar ou rejeitar quando não nos agra-da, quando não nos sentimos bem nela. No que se refere a nós imigrantes, expatriados, estran-geiros – qualquer que seja o rótulo - parece que esta “profissão” ainda se torna mais difícil com-parativamente ao tempo em que nós próprios éra-mos crianças vivendo no nosso país de origem. As mudanças vividas pelo processo migratório ou de expatriação ao nível económico, social e cultural introduzem mudanças significativas na estrutura e estilo de vida familiar.

P- Que consequências poderão ter essas mu-danças? MG –Uma consequência destas alterações, é a competição de duas ou mais culturas distintas na educação dos filhos, com objectivos nem sempre coincidentes. Isto poderá conduzir a dificuldades comportamentais por parte da criança e do ado-lescente, os quais são colocados numa situação de ambiguidade e confusão, não sendo capazes de compreender as regras. Simultaneamente, a sociedade coloca aos pais, uma grande responsa-bilidade relativa à determinação dos adultos em que os seus filhos se irão transformar. Por tudo isto, não restarão dúvidas de que surjam por parte dos pais, questionamentos, dificuldades

e sentimentos de culpabilidade, de fracasso e de angústia.

P - Qual a sua relação actualmente com a nossa comunidade aqui na Suíça?MG – Neste momento, em que terminei a mi-nha tese de doutoramento e preparo o lança-mento de alguns livros sobre o meu trabalho, tenho em planeamento o apoio da nossa comu-nidade como psicóloga e consultora intercul-tural, o que é hoje em dia possível de diversas formas graças à enorme mobilidade e às no-vas tecnologias…quem sabe no futuro mesmo abrir um consultório na Suíça. Continuarei se-guramente a deslocar-me várias vezes à Suíça, tendo o objectivo de fazer algumas palestras e workshops que sejam de interesse para a nossa comunidade. Além disso, tenciono em Portu-gal apoiar pessoas que estejam a preparar a sua partida para a Suíça, pessoas que estejam de regresso e mesmo familiares que precisem do meu apoio enquanto psicóloga.

P - Há algo que a tenha marcado aqui na Su-íça? Experiências positivas e/ou negativas?MG – Não será difícil imaginar a enorme quantidade e excelente qualidade de experi-ências de interculturalidade por que passei e a enorme influência em mim enquanto pessoa e profissional. Positivo diria poder partilhar a mesma resi-dência com mais de uma centena de jovens de todo o mundo, trabalhar com outras culturas e aprender a apreciar e a respeitar sagradamente a natureza. Negativo o facto da Suíça não per-tencer à comunidade europeia.Desde aprender a cozinhar com outros povos a participar em rituais festivos de outras cultu-ras, passei por inúmeras situações e discussões que alargaram cada vez mais os meus horizon-tes. E, uma coisa é aprender pelos livros, pela Internet ou pela televisão, outra é a experiência directa. De regresso a Portugal há apenas al-gumas semanas, estava é com “receio” de não me readaptar, pois não só eu mudei. Em ape-nas cinco anos que estive fora, Portugal mu-dou muito e a interculturalidade é algo que já começa a ser visível no nosso quotidiano. Fico muito contente que já se vejam mais crianças a brincarem com outras cullturas, mais casais binacionais, mais pessoas a apostarem em lín-guas diferentes. Não há que temer o mundo globalizado em que vivemos, há sim que valorizar o positivo que ele nos trouxe e proporciona. Abrir-se a novas culturas é uma enorme etapa do nosso desen-volvimento como seres humanos!

Que projectos tem para o futuro? MG – Continuar a fazer investigação e inter-venção com populações multiculturais, em equipas muticulturais, mas certamente apoiar e fazer apoiar em termos de saúde mental as co-munidades portuguesas pelo mundo – preparar agentes de mudança em termos de sensibilida-de intercultural. Cinco milhões de Portugueses continuam espalhados pelo globo – há que fa-zer ouvir a sua voz!

Durante a sua estadia na Suíça conhe-ceu muito bem muitas famílias Portu-guesas, a quem gostava de mais uma

vez agradecer o seu apoio no seu projecto, e recebeu inúmeros pedidos para ajudar enquan-to Psicóloga a comunidade. Neste momento, encontra-se em Portugal mas gostava de conti-nuar a ajudar enquanto Psicóloga e Consultora Intercultural a comunidade Portuguesa na Suí-ça, por quem tem um carinho muito especial!

Portuga – Conte-nos um pouco da sua Histó-ria. Como é que veio para a Suíça?MG – Enfim, tudo começou com a minha edu-cação. Por decisão dos meus pais frequentei dos quatro aos dezoito anos de idade o Colégio Alemão do Porto, uma das escolas bilingues em Portugal, resumidamente, aprendi a brincar em alemão. E, quando da entrada na universi-dade, realizei primeiro o exame de admissão à Alemanha, que era obrigatório para nós. Nessa altura sentia, contudo, não conhecer muito bem o meu próprio país, daí que tivesse decidido entrar para a faculdade e licenciar-me em Por-tugal. Nesses cinco anos na Universidade do Porto sentia, porém, imensamente a falta de outras culturas. Estando nessa altura já ligada à inves-tigação na Universidade do Minho, principal-mente com a mais valia de ser bilingue numa língua menos comum, tive a oportunidade de ir para a Alemanha logo que terminei o meu curso em Psicologia no Porto. Terminei em Julho e em Setembro já estava na Alemanha. Lembro-me de uma enorme motivação mas si-

multaneamente de um certo medo do desconhe-cido. Com uma dorzinha na barriga mas com muito entusiasmo e curiosidade lá fui eu. A mi-nha ideia era na altura ficar apenas quatro meses e estreitar as relações entre Portugal e Alema-nha na minha área, conhecendo in loco o que se estava a passar no centro da Europa ao nível da Psicologia. Contudo, pela forte convivência na Universidade e motivação por parte de colegas e professores, cedo decidi que queria iniciar o meu próprio doutoramento. Inscrevi-me como doutoranda e apresentei o meu projecto: uma comparação entre Portugal e Alemanha da si-tuação da família com o síndrome de Williams. Contudo, passados sete meses recebi um con-vite de um grupo de investigação da Univer-sidade de Zurique para ir abraçar um projecto intercultural e interdisciplinar na área da Saúde Mental e Saúde Pública em que precisavam de uma pessoa com o meu perfil. Muito resumidamente, deixei Portugal por qua-tro meses e acabei por regressar só ao fim de cinco anos. Fui para um país e, por fim, vivi e trabalhei em quatro.

P - Frequentou a Universidade de Zurique, como é que a caracteriza?MG – Um excelente cartão de visita. Uma universidade de renome internacional. Sempre notei isso e continuo a notar pela deferência com que nos recebem em todos os congressos internacionais e demais reuniões em que parti-cipamos por esse mundo fora. Fiquei, contudo, muito admirada de tão poucos portugueses fre-quentarem a Universidade de Zurique e, prin-cipalmente na minha área, em que era mesmo a única.

P – Fale-nos sobre a “Doença Mental”, na forma sobre a qual a devemos encarar nos dias de hoje.

Perfil: Marta Gonçalves esteve em doutoramento na Universidade de Zurique (Suíça) de 2004 a 2008 com a tese “O acesso à saúde mental por parte de famílias imigrantes na Suíça: conceitos e estratégias

de acção”. A Dra. Marta é licenciada em Psicologia pela Universidade do Porto (Portugal) e foi investigadora convidada na Universidade de Freiburg (Alemanha) e na Universidade de Varsóvia (Polónia). Durante a sua carreira tem-se dedicado a vários projectos interna-cionais de investigação com componente interventiva na área da saúde mental familiar, imigração e direitos da criança e tem trabalhado enquanto psicóloga de estrangeiros e diplomatas, tendo também passado por Bruxelas (Bélgica). Neste momento, de regresso a Portugal, a Dra. Marta encontra-se a preparar o seu projecto de pós-doutoramento na Universidade do Minho e a exercer nas clínicas Medicil Porto, Coimbra e Lisboa.

Marta Gonçalves,Psicóloga e Investigadora

Naturalidade: Porto

Estado civil: solteira

Formação: Licenciatura em Psicologia pela Universidade do Porto, Doutoramento em Psicologia pelas Universidades de Zurique e Ludwigsburg Prémio: Prémio Investigador Junior 2005, Joint Meeting Eu-ropean & UK Chapters, Society for Psychotherapy Research, Lausanne/Suíça

DESTAQUE

Marta Gonçalves é Psicóloga, licenciada em Portugal pela Universi-dade do Porto, e esteve a fazer o seu Doutoramento na Universidade de Zurique na Suíça até há pouco tempo. A sua tese sobre o Acesso à Saúde Mental por parte de imigrantes, especialmente Portugueses, vai ser defendida brevemente.

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SuíçaN° 9 - Julho 2008 - Ano 2

Portugal 13

Banif já registou aumento de capitalNovas acções deverão negociar em bolsa no dia 7 de JulhoBanca - O Banif já registou o aumen-to de capital junto da Conservatória do Registo Comercial. «O aumento do capital social do Banif 250.000.000 euros para 350.000.000 euros-através de uma incorporação de reservas de pré-mios de emissão no montante de 50.000.000 euros, mediante a emis-são de 50 milhões de novas acções ordinárias, escriturais e nominativas, com o valor nominal de 1 euro, foi registado, no passado dia 27 Junho, junto da competente Conservatória do Registo Comercial», revela a ins-tituição financeira, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. O banco liderado por Horácio Roque revela ainda que solicitou, no pas-sado dia 19 de Junho, a admissão das novas acções à bolsa em Lisboa. Estas deverão ser admitidas no próximo dia 7 de Julho.

Portugal comanda força da NatoAté 30 de Junho de 2010 lideram uma equipa de 25 mil militaresSociedade - O Joint Comand Lisbon (JCL) assumiu no dia 1 de Julho, ter-ça-feira, a responsabilidade da Nato Response Force (NRF) com uma força «total» de «25.000 militares», ficando a comandá-la até 30 de Junho de 2010. «Durante este período, uma força de até 25.000 militares, compreen-dendo as vertentes terrestres, naval, aérea e forças especiais, vai estar dis-ponível para ser projectada sempre que assim for decidido pelo Consel-ho do Atlântico Norte (NAC)», revela o comunicado divulgado à imprensa pelo JCL.

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A PSP apreendeu nos 30 dias da operação Final de Ano Lectivo, da Escola Segura,

21 136 doses de droga nas imedia-ções dos estabelecimentos escolares, maioritariamente haxixe (14 450), mas também heroína (5976) e coca-ína (710). Comparativamente à mesma ope-ração levada a cabo no ano passa-do, registou-se uma subida muito acentuada, com mais 19 776 doses confiscadas, ou seja, uma subida de 1454%. A percentagem pode parecer assustadora, mas a verdade é que a PSP considera o aumento das apre-ensões um «facto circunstancial», não associado a alterações específi-cas nas respectivas zonas, mas sim de mais droga apreendida num local.

504 detenções e 6481 infracçõesAinda durante o mesmo período, en-tre os dias 26 de Maio e 20 de Junho, a polícia efectuou 504 detenções e detectou 6481 infracções no âmbito da fiscalização rodoviária efectuada nas imediações dos estabelecimen-tos. Apesar do foco na escola, mais de 90% das ocorrências registadas no âmbito da operação não envolve-ram elementos da actividade escolar, tratando-se maioritariamente de in-fracções rodoviárias.O uso de telemóvel durante a con-dução (609), a ausência de cinto de segurança (363) e a falta de inspec-ção dos veículos (313) foram algu-mas das infracções detectadas pelos agentes.Já na fiscalização a estabelecimentos

comerciais, foram detectados dois menores em salas de jogo, um caso de venda de tabaco a um menor e um outro caso de venda de bebidas alco-ólicas.Durante o período em que decorreu a operação, a PSP realizou ainda di-versas acções de sensibilização, for-mação e demonstrações nas escolas, nas quais participaram mais de 61 mil alunos, 3054 pais ou encarrega-dos de educação, 3855 professores e 991 polícias.Em comunicado, a PSP explicou que a operação Escola Segura - Final do Ano Lectivo 2007/2008 decorreu em toda a área da sua responsabilidade e teve como principal objectivo o «re-forço do sentimento de segurança» na comunidade escolar. n

Apreensões de droga à porta das escolas aumentam 1450%Escola Segura - Durante a operação Final do Ano Lectivo, a PSP apreendeu 21 136 doses de droga nas imediações das escolas, mais 19 776 doses do que no ano passado. Polícia considera que aumento de 1454% foi só circunstancial, não estando ligado a mudanças espe-cíficas. Haxixe e heroína foram as substâncias mais detectadas pelas autoridades, que fizeram ainda 504 detenções

Ferreira Leite em defesa do SNS e contra as regras fiscais «A vaga avassaladora de propos-tas de infra-estruturas que este Governo anuncia e de que o país nem sempre carece, e para os quais manifestamente não tem dinheiro, ficará para a história como um dos maiores erros políticos cometidos», declarou Manuela Ferreira Leite, no discursou com que encerrou o XXXI Congresso do PSD, em Gui-marães. Sem referir a que infra-estruturas se opõe, a presidente do PSD defen-deu que «já não é gastando recursos públicos que Portugal avança e isso exige que a política de investimen-tos públicos tem de ser muito crite-

riosa», devendo questionar-se sem-pre: «São realmente necessários? Temos meios para os pagar?». «Passada a glória dos anúncios e das inaugurações, ficará apenas uma pequena valia e uma enorme factura a pagar pelos cidadãos e pelas em-presas. Mas faltarão os meios para acudir às verdadeiras questões que afligem os portugueses», criticou, acrescentando que «essas questões são hoje de natureza social». A ex-ministra das Finanças apontou a situação de quem vê o seu nível de vida piorar, dos desemprega-dos e de quem vive «de pequenas pensões ou das suas magras econo-mias», pela qual responsabilizou o Governo chefiado por José Sócra-

tes. «Isto não é o reflexo da crise inter-nacional. É sim o reflexo claro e inequívoco de políticas erradas e de insensibilidade social», disse. Ma-nuela Ferreira Leite considerou que Portugal vive uma situação social «que exige uma acção imediata», que obriga a «intervir com urgência para combater os focos de pobreza e apoiar os novos pobres». Segundo a presidente do PSD, de-vem ser orientados «desde já recur-sos de apoio às instituições de so-lidariedade social». «Esta situação de emergência pode justificar que se abdiquem de alguns investimen-tos para afectar recursos aos casos mais prementes», reforçou. n

Politica - A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, considerou no passado dia 22 de Junho, que Portugal vive uma situação de emergência social que impõe apoios públicos para combater a pobreza e contestou o investimento do Governo em novas infra-estruturas.

Portugal vive «situação de emergência social»

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Ano 2 - N° 9 - Julho 2008Portugal14 Suíça

N° 9 - Julho 2008 - Ano 2Portugal 15

O Algarve torna a encher-se de turistas este Ve-

rão com a taxa de ocu-pação dos hotéis a atin-gir os 100 % em Julho e Agosto, apesar da crise económica, segundo os hoteleiros. O presidente da As-sociação dos Hotéis

e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas explicou à co-municação social que «sobretudo em períodos de crise, os portugueses preferem fazer férias no próprio país do que via-jar para o exterior». Elidérico Viegas esti-

ma, principalmente na segunda quinzena de Julho e na primeira de Agosto, como vem sen-do habitual no Algarve, que a taxa de ocupação nos hotéis e similares vá atingir «os 100%», mas alertou que tal percen-tagem não significa que se traduza em mais re-

ceitas na região a nível da restauração. Segundo o empresário algarvio, em tempos de crise, os portugueses de férias talvez dispensem as refeições nos res-taurantes ou façam ou-tro tipo de poupanças, como diminuir o tempo de estadia no hotel. n

Turismo

Emigração

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Notícias sobre segurança e criminalidade são quarta temática mais frequente no horário no-bre – estudo

Media

Fonte oficial da PT dis-se à agência Lusa que a descida do IVA será

reflectiva nas tarifas da TMN, rede fixa, serviço Meo e aces-so à Internet Sapo ADSL, num total estimado em 25 milhões de euros por ano em poupan-ças.Também a Vodafone e a Op-timus vão avançar com esta medida, reflectindo a descida

IVA a 20% a partir do dia 01 de julhoFiscalidade - OS CLIENTES de telecomunicações vão pagar menos a partir do dia 01 de Julho 2008, com as opera-doras a reflectir a decida do IVA de 21% para 20% nas tarifas.

do IVA nas tarifas cobradas aos clientes, segundo anun-ciaram as operadoras. A 26 de Março, o primeiro-mi-nistro, José Sócrates, anunciou a descida da taxa do IVA de 21 para 20%, depois do Instituto Nacional de Estatística (INE) ter apresentado dados sobre as contas públicas de 2007, em que dizia que o défice público tinha ficado nos 2,6% face à

riqueza produzida, 0,4 pontos percentuais abaixo da última previsão do governo.Esta medida deve custar este ao aos cofres públicos entre os 225 e os 250 milhões de euros.Entretanto, as cadeias de hi-permercados Modelo e Conti-nente vão também a partir do dia 01 de Julho baixar 1,0% no preço de 50 mil produtos.

Esta decisão da Sonae Distri-buição será aplicada em todos os produtos que são actual-mente sujeitos a uma taxa de 21% de IVA.A aplicação prática desta me-dida envolverá, no entanto, um grande esforço ao nível da etiquetagem dos produtos abrangidos, estimando a em-presa que o processo deverá prolongar- se durante cerca

Segundo a investigação da Escola Superior de Comunicação Social,

em 11 por cento das notícias emitidas entre 2002-2006 nos jornais televisivos a ordem interna (forças de segurança, crimes, manifestações) foi o tema principal, tornando este assunto na quarta categoria de notícias mais emitida a seguir à política interna, desporto e política internacional. Destes 11 por cento, 8 por cento são sobre acontecimen-tos ocorridos em Portugal e 3 por cento no estrangeiro, sendo que o relato de acon-tecimentos nacionais é mais acentuado nos operadores pri-vados do que nos canais pú-blicos.Este tipo de notícia foi ainda tema de abertura da totalida-de dos noticiários na televisão em 12 por cento dos casos, uma percentagem que sobe para os 18 por cento quando analisados isoladamente os operadores privados.O estudo, que analisou 11.605

Media - As notícias sobre segurança e criminalidade são a quarta temática mais frequente nos noticiários televisivos do horário nobre, segundo um estudo apresentado, que revela ainda que o crime é o tema da grande maioria das peças.

notícias do Telejornal e Jornal 2, da RTP, do Jornal Nacional, da TVI, e no Jornal da Noite, da SIC, concluiu ainda que 75 por cento das notícias são sobre criminalidade e os res-tantes 25 por cento sobre ou-tros assuntos desta área. Por tipo de criminalidade, 34 por cento das notícias sobre ocor-rências em Portugal são sobre crimes em geral, seguidas da violência sobre crianças (15 por cento), um valor que, se-gundo António Belo, da Esco-la Superior de Comunicação Social, foi muito influenciado pelo “caso Casa Pia”, relacio-nado com pedofilia.Geograficamente, 34 por cen-to das peças referiam-se a acontecimentos na região de Lisboa, 6 por cento no Porto e 34 por cento no resto do país.Os canais públicos privile-giaram a informação sobre acontecimentos em Lisboa, enquanto os operadores pri-vados relataram sobretudo ca-sos do resto do país.A grande maioria das notí-

cias analisada tinha conteúdo considerado negativo (72 por cento), em cerca de um quarto era neutro e em apenas 4 por cento dos casos a notícia tinha um conteúdo positivo.Os noticiários da SIC (73 por cento) e da TVI (77 por cen-to) foram os que mais apre-sentaram notícias negativas. Quanto aos protagonistas e intervenientes das notícias, destacam-se em primeiro lu-gar os cidadãos (29 por cento dos casos), seguidos dos mem-bros das forças de segurança e protecção (19 por cento) e dos

de duas semanas.Nesse período, os consumi-dores poderão beneficiar da redução do preço, mesmo nos produtos que ainda não estejam com as novas etique-tas. “Nesses casos, a redução do preço será garantida atra-vés de promoções criadas para esse efeito”, assegurou a fonte da Sonae Distribui-ção à Lusa. n

políticos e advogados (9 por cento).Globalmente o estudo conclui que, apesar de no período em análise se ter verificado um decréscimo das notícias sobre segurança e criminalidade, existe uma elevada percenta-gem de notícias negativas, o que, segundo António Belo, cria a percepção de que há maior índice de criminalida-de. O estudo, apresentado num colóquio internacional sobre Polícia e Media que decorre hoje e sexta-feira em Lisboa,

aponta como caminho para minorar o impacto negativo da informação uma maior intervenção das forças de se-gurança nas notícias, consi-derando que devem ser fonte das próprias notícias. “As forças de segurança têm tido uma acção essencialmente re-activa, se forem fonte podem elevar o número de notícias positivas”, considerou Antó-nio Belo.À margem da sessão de aber-tura do seminário “A Polícia e os Media - Comunicação da (In) segurança”, o director nacional da Polícia de Segu-rança Pública, Oliveira Perei-ra, sustentou que é necessário “um entrosamento maior” en-tre jornalistas e polícias.“Os jornalistas são um ele-mento fundamental para transmitir o sentimento de se-gurança. Umas vezes ajudam a esse sentimento de seguran-ça, outras vezes não”, disse Oliveira Pereira, admitindo que há incompreensões de parte a parte. n

Ensino do português e reestruturação consular são temas mais preocupantes da política do Governo – PCP

O PCP considerou que o Ensino do Portu-guês no Estrangei-

ro (EPE) e a reestruturação consular como os temas mais preocupantes da política do Governo PS para as comuni-dades portuguesas.“O ano lectivo já terminou e mantém-se uma grande in-cógnita relativamente ao fu-turo do EPE. Há um processo de transferência da rede do EPE do Ministério da Educa-ção para o Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros, mas por enquanto não há nada de con-creto”, disse à Agência Lusa João Armando, responsável pelas questões da emigração no PCP.O responsável alertou ainda que “não é com a transferên-cia do EPE que os problemas ficam resolvidos”.João Armando recordou tam-bém que o ministro dos Negó-cios Estrangeiros, Luís Ama-do, “prometeu” para final de Maio “decisões concretas

nesta matéria e até final de Ju-nho nada foi anunciado”.“Há um conjunto de indefini-ções que se mantém e só po-dem adensar as preocupações quanto ao futuro”, afirmou.“Esta é, talvez, a situação mais preocupante. Mantendo-se esta nebulosa em relação ao ensino, uma das consequên-cias é a desmotivação por par-te de muitas das comunidades para o ensino do português e o reforço do sentimento de de-sinteresse por parte do Estado português no EPE”, sublinhou o responsável.No início de Maio, Luís Ama-do anunciou que o primeiro-ministro, José Sócrates, iria apresentar até ao final desse mês uma nova estratégia para a promoção da língua e cultu-ra portuguesas.De acordo com o ministro, esse anúncio vai “antecipar a Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) prevista para Julho em Lisboa”, cujo tema “é pre-

cisamente a língua portugue-sa”.A estratégia já tem financia-mento orçamental assegura-do e “já está a ser trabalhada” pelos ministérios dos Negó-cios Estrangeiros, da Cultura e da Educação, disse o mi-nistro, acrescentando que vai contemplar, em linhas gerais, “vários aspectos da política do governo a desenvolver nos próximos anos”, como “a ratificação do Acordo Orto-gráfico, um reforço do ensino da língua portuguesa a es-trangeiros e às comunidades

portuguesas e uma expansão desse ensino através, por exemplo, dos programas de ajuda ao desenvolvimento”.Relativamente à reestrutura-ção consular, João Armando criticou a criação do “Consu-lado Virtual”, afirmando que “não passa disso mesmo: vir-tual”. “Não está a responder às necessidades das pessoas”, disse.O responsável no PCP pelas questões da emigração defen-deu que “os consulados não podem ser entendidos como balcões para atendimento ao

público”.“Têm de ser entendidos como espaços de ligação entre o Estado português e as co-munidades portuguesas e de respostas a questões como a promoção da língua e cultu-ra portuguesas, a divulgação de Portugal e o reforço dos laços com a comunidade”, afirmou.João Armando mostrou-se ainda preocupado com a substituição de consulado de carreira por consulados ho-norários por considerar que se está a “entregar a interes-ses privados, normalmente associados a negócios, um espaço português”.O responsável lembrou ainda que “fez quatro anos no iní-cio de Junho” que foi publi-cada em Diário da República a lei 21/94, que restitui o di-reito da contagem do tempo de serviço militar para efeitos de reforma, e que ainda não foi ratificada, não podendo, por isso, entrar em vigor. n

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SuíçaN° 9 - Julho 2008 - Ano 2

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Desporto

FUTEBOL

Polónia e Ucrânia na corda bamba

SAIBA MAIS EM :

Exposição “Heróis de 58 - As Chuteiras da Pátria” marca a comemoração dos 50 anos do primeiro título mundial! A conquista da Copa do Mundo de 1958, o primeiro título mundial da Selecção Brasileira, completa 50 anos neste mês, final contra a Suécia, no Estádio Rasun-da, em Estocolmo.Em comemoração a esta data, foi idea-lizada a exposição “Heróis de 58”, no Pa-lácio do Planalto em Brasília, que traz fotos, vídeos da época e imagens dos jogadores campeões do mundo, como Bellini, De Sordi, Dino Sani, Djalma San-tos, Mazzola, Moacir, Orlando, Pelé, Pepe, Zagalo e Zito, os quais receberam as me-dalhas do Presidente da República; Luís Inácio Lula da Silva.

Racismo dá multa à CroáciaUEFA - A Federação croata de futebol foi condenada a pagar uma multa de cerca de 12.500 euros à UEFA devido a comportamentos racistas dos seus adeptos durante o jogo dos quartos-de-final frente à Turquia (que os turcos venceram nos penalties).“Os adeptos croatas foram considerados culpados da exibição de faixas de conte-údo racista e de apresentarem uma con-duta racista durante o jogo”, pode ler-se nocomunicado divulgado pela UEFA

EURO 2008 - Final do Euro 2008 ge-rou 300 milhões Um estudo da Uni-versidade de Coventry estima que o impacto económico da final do Euro 2008, disputado entre a Alemanha e a Espanha, foi da ordem dos 300 milhões de euros, sem contar com os prémios da própria competição. Mais de 170 milhões de euros foram en-tregues às Federações dos países que jogarem a final e o restante foi entregue aos organizadores, a Áustria e Suíça. O estudo calcula que o país vencedor ga-nhou cerca de 90 milhões de euros, com o impacto dos contratos de patrocínio, os direitos televisivos, os bilhetes para assistir a jogos, para além de uma “no-tável injecção de confiança no consumi-dor”. O país derrotado ganhou mais de 40 milhões de euros, pelo simples facto de alcançar a final da competição

A REALIZAÇÃO da fase fi-nal do Euro 2012 na Ucrâ-nia e na Polónia continua

com muitas incertezas, mas Platini vai assumindo por enquanto que “a única coisa que pode impedir o Euro de ir para esses países é a eventualidade de não haver está-dios prontos nas capitais, em Kiev e em Varsóvia”.O presidente da UEFA visitará os dois países para contactos decisi-

vos com políticos e responsáveis pela co-organização e mantém que “a UEFA fará tudo o que for possí-vel para que a fase final vá para a Ucrânia e para a Polónia”. Mas não excluiu uma mudança de cenário na reunião do Comité Executivo da UEFA em Setembro.E com a incerteza no ar, a Itália vai assumindo a pole position como eventual substituto de uma co-orga-nização a Leste.

Em Setembro vai discutir-se tam-bém o número de participantes no próximo Euro e Platini continua a defender o alargamento da fase final de 16 para 24 selecções recusando os receios da quebra da competiti-vidade: “Fui campeão da Europa em 1984, numa fase final com oito selecções e não penso que o nível da prova fosse mais elevado do que é hoje. Por isso, nada nos diz que 16 seja melhor que 24.” n

F.C. Porto recebeu 11,5 milhões da UEFA, benfica e Sporting menos

Futebol

O Manchester United rece-beu quase 43 milhões de euros pelo título europeu

ganho na final da Liga dos Cam-peões, em Moscovo, num jogo em que bateu o Cheslsea. Por isso a formação de Ronaldo e Nani ga-rantiu mais seis milhões de euros do que o adversário da final. Este dois foram, de resto, os clubes que fizeram maior encaixe financeiro com a participação na Liga dos Campeões. A lista dos ganhos financeiros de cada um dos 32 clubes que na épo-ca passada marcaram presença na prova milionária foi agora disponi-bilizada pela Federação Francesa de Futebol, que citou uma comuni-cação da UEFA. O clube português que mais dinheiro averbou foi na-turalmente o F.C. Porto. Os azuis e brancos aparecem no 22º lugar,

1.º Manchester United (ING) 42.879.000 euros 2.º Chelsea (ING) 36.375.000 euros 3.. Roma (ITA) 28.949.000 euros 4.. Barcelona (ESP) 27.500.000 euros 5.º Lyon (FRA) 27.290.000 euros 6.º PSV Eindhoven (HOL) 27.104.000 euros 7.º Schalke 04 (ALE) 26.872.000 euros 8.º Liverpool (ING) 26.815.000 euros 9.º Inter Milão (ITA) 26.683.000 euros 10.º Milan (ITA) 26.383.000 euros 11.. Arsenal (ING) 23.205.000 euros 12.º Real Madrid (ESP) 21.092.000 euros

Classificação dos clubes que fizeram maior encaixe financeiro:

13.º Marsella (FRA) 20.680.000 euros 14.. Estugarda (ALE) 19.449.000 euros 15.º Olympiakos (GRE) 19.092.000 euros 16.º Fenerbahçe (TUR) 17.342.000 euros 17.º Sevilla (ESP) 17.327.000 euros 18.º Lazio (ITA) 16.469.000 euros 19.º Werder Bremen (ALE) 15.397.000 euros 20.º Celtic Glasgow (ESC) 13.018.000 euros 22.º FC PORTO (POR) 11.581.000 euros 26.º SPORTING (POR) 8.109.000 euros 28.º BENFICA (POR) 7.830.000 euros

com ganhos totais de 11,5 milhões de euros. Ainda assim abaixo, por exemplo, do Marselha, que curiosamente foi eliminado pelo F.C. Porto. A dife-rença estará, sobretudo, no Market Pool, o valor do mercado em que

cada clube se insere e que sendo maior rende um valor superior pe-las transmissões televisivas e pu-blicidade. Já agora refira-se que o Sporting aparece em 26º lugar (8 milhões) e o Benfica em 28º lugar (7,8 milhões de euros). n

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Ano 2 - N° 9 - Julho 2008Portugal18

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O Portugal em que deixei de acreditar!...Deixei de acreditar no

Portugal de cá. Com mágoa o digo. Acre-

dito no Portugal de lá de fora. Através do Grupo de Fados de Coimbra de que faço parte, co-nheço um pouco desse Portu-gal dos Emigrantes com quem tenho contactado por esse Mundo fora e que são exem-plo de trabalho, empenho, dedicação. Esses, brilham, são exemplo e bem quistos. Os patrões no estrangeiro, adoram a qualidade do traba-lho dos Portugueses. A lei do “desenrascanço”, do “furar”, contra tudo e contra todos, é o seu lema. Outros povos emi-grantes não conseguem uma tal versatilidade e capacidade de adaptação. Nós, os Portu-gueses adaptamo-nos como ninguém, criamos raízes, in-ter ajudamo-nos, inventamos soluções, forçamos a vontade, vivemos a saudade… e somos sucesso. Exemplos? Brasil, Canadá, Alemanha, França, Suíça, Angola, Moçambi-que… etc, etc. e muitos mais que poderia ilustar. Os que por cá ficaram, sal-vo raras excepções, querem empregos… mas não muito trabalho. Alimentei a última esperança de que Portugal desse a volta “por cima” com a entrada na EU e nas oportu-nidades e desafios que se nos deparavam. Continuamos na mesma. Sempre na cauda e de mão estendida à Europa! So-mos ultrapassados até pelos recém entrados Países de Les-te! O País “encalhou” e assim vai continuar. Querem exem-plos? Vamos a eles.Alguns factos da história re-cente desta Pátria com quase 900 anos, em que já me não revejo, fundamentaram-me esta desilusão. Deixei de acre-ditar na Justiça e no seu siste-ma. Vivi a Justiça “por dentro” – enquanto Magistrado – e desiludi-me. Agora vejo-a por fora, como Advogado, e con-tinuo na mesma. Não vamos a lado nenhum, salvo raras ex-

cepções.Vem aí mais uma nova refor-ma do Código Penal (CP). Fico apreensivo, estupefacto e indignado com o que se pre-para para consagrar em letra de Lei. As vítima de pequenos furtos vão ter de pagar 192€ para o caso ir a Tribunal!... Quem for apanhado a roubar um telemóvel, um produto de supermercado, uma carteira, até 96€ já não poderá ser de-tido pela Polícia! Será apenas identificado e só vai a Tribunal se a vítima apresentar queixa e pagar uma taxa de 192€!... Ouviu bem? Isso mesmo. O Senhor Ministro da Justi-ça e os Senhores Deputados nem as pensam! Depois, não querem Justiça de Fafe, mo-tins, justiça popular, etc. Mas querem os Tribunais limpos de processos, seja a que preço for, nem que para tal se dei-xe de acreditar na Justiça e o Estado deixe de ser pessoa de bem. Isto é brincar com coisas sérias. Quando os drogados e os “moedinhas” souberem disto tudo é que vai ser um aviar de carteiras, carros, te-lemóveis, etc.!... e o Zé Povo aguenta, conforma-se, e vai a Fátima rezar!...Mas há mais. Alguns exem-plos recentes que ilustram da leveza com que se mexe em pedras basilares da socieda-de, sem se medirem as con-sequências, numa política do vale tudo. Os alicerces da Fa-mília têm vindo a ser profun-damente abalados. A “política de morte” campeia – aí está o aborto livre! Faz-se um divór-cio, como se bebe um copo de água - a Loja do Cidadão já os faz -!... Vem aí a “normaliza-ção” de mais uma aberração – a eutanásia e o “casamento” entre homossexuais! Para a le-galização do consumo de dro-gas e a adopção de crianças por homossexuais não demora muito! A corrupção começa a ser aceite como normal! No caso do fax de Macau, a Jus-tiça chegou à brilhante con-

clusão – houve corrompidos, mas não houve corruptores!... A amnistia – melhor “aneste-sia” - do caso das FP 25, para os crimes de sangue e as so-lidariedades maçónicas o Dr. Mário Soares/ Presidente da República com Otelo Saraiva de Carvalho, foi a esponja a “lavar” a consciência de to-dos nós! Quem se tramou? Os arrependidos que falaram, ar-riscaram, viram e têm as suas vidas em perigo (alguns até foram assassinados pela pró-pria “organização”) e como não podia deixar de ser, aca-baram por ser condenados!... Altera-se o Código Penal e o famoso artº 30, para directa-mente favorecer os arguidos em julgamento dessa vergonha nacional que é o processo da Casa Pia, com o aditamento da famosa frase – “salvo se a ví-tima fôr a mesma”. Por outras palavras: - um pedófilo dos que está a ser julgado, violou 30,40 vezes, mas como a víti-ma é a mesma pessoa, comete apenas um crime!... Tudo isto, por solidariedades tenebrosas maçónicas entre quem faz as Leis – o Poder - e os arguidos em julgamento!... No final do processo, que já está em jul-gamento há 3 anos(?!...), vai haver violados, sem violado-res! E quem se vai tramar? A “arraia miúda”, o “coitado” do Bibi, que confessou os cri-mes!... Bem poderá mostrar-se arrependido, colaborante com a Justiça, mas não escapará à Justiça “exemplar” sobre os mais fracos! Descriminaliza-ram-se na prática as burlas dos cheques sem cobertura, em nome da limpeza e “desafo-go” dos Tribunais! Deixaram-se prescrever – melhor “mor-rer de velhice” – os principais crimes do “colarinho branco”. Isto para já não falar nos pro-cessos das facturas falsas, corrupção de autarcas, Partex, Caixa Económica Açoreana, UGT, Aquaparque, terrorismo das FP, entre outros, que são outras tantas vergonhas que a

nossa Justiça “lavou”, enquanto as prisões continuam sobrelota-das com a “arraia miúda”! As custas judiciais são sinónimo de “Justiça para ricos” em que o apoio judiciário existe só para os indigentes e “moedinhas”! E vêm aí novos aumentos!... É isto a Justiça Portuguesa. Que vergonha!... Somos um País de “tesos”, que não quer trabalhar, mas com pretensões a grandes feitos de milhões – vide Estádios de Fu-tebol do campeonato do Mun-do, agora todos “às moscas”!... A OTA e TGV aí estão para fa-zer ver a nossa “grandeza”, nem que empenhemos o nosso futu-ro colectivo!... Quando revi na televisão parte

da nossa História com os “Gran-des Portugueses”, senti um mis-to de orgulho e desilusão. So-mos um dos Países e Pátria das mais antigas da Europa, com fronteiras definidas. Mas com tudo isto, já nada me admira… e tudo me espanta! Compreendi só então, que Salazar tenha ga-nho largamente na votação dos “Grandes Portugueses”.

Nota final: Este artigo foi escrito e publicado em finais de 2007 em jornais de Coimbra, V.N. de Fa-

malicão e Bragança. Por ter plena actualidade para a Comunidade Portuguesa emigrada na Suíça,

aqui fica ele, numa nova colabora-ção com O PORTUGA.

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