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2 Jornal da UFU Jornal da UFU 3

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Maria Clara Tomaz MachadoDiretora de Comunicação Social

EXPEDIENTEEstatuinte e Pide: construindo o futuroda UFU

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Grupo Filosofia e Mitologia promove evento Máscaras do Sagrado

ISSN 2317-7683

O Jornal da UFU é uma publicação mensal da Diretoria de Comunicação Social (Dirco) da Uni-versidade Federal de Uberlândia (UFU).Av. João Aves de Ávila, 2121, Bloco 1S, Santa Mônica, 38.400-902, Uberlândia-MG. Telefone: 55 (34) 3239-4350. www.comunica.ufu.br | [email protected]

Diretora de ComunicaçãoMaria Clara Tomaz Machado

Coordenadora de JornalismoEliane Moreira

Coordenador de ConteúdoCairo Mohamad Ibrahim Katrib

Equipe de JornalismoCristiano Alvarenga, Diélen Borges,Eliane Moreira, Frinéia Chaves,José Amaral Neto, Jussara Coelho,Marco Cavalcanti e Renata Neiva

EstagiáriosCarlos Gabriel Ferreira,Júnior Barbosa e Lucas Tondini

EditoraDiélen Borges (0018432/MG)

Projeto gráfico e diagramaçãoElisa Chueiri

RevisãoDiélen Borges eMaria Clara Tomaz Machado

FotografiaMarco Cavalcanti e Milton Santos

ImpressãoImprensa Universitária - Gráfica UFU

Tiragem2500 exemplares

Docente colaboradorEduardo Macedo

Reitor: Elmiro Santos Resende | Vice-reitor:Eduardo Nunes Guimarães | Chefe de gabinete: José Antônio Gallo | Pró-reitora de Graduação: Marisa Lomônaco de Paula Naves | Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis: Dalva Maria de Oliveira Silva | Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação: Marcelo Emílio Beletti | Pró-reitor de Planejamento e Administração: José Francisco Ribeiro | Pró-reitora de Recursos Humanos: Mar-lene Marins de Camargos Borges | Prefeito Uni-versitário: Reges Eduardo Franco Teodoro

Sobre mitos,ritos e sociedade

Máscara Geledé, da Etnia Yorubá, da República Popular do Benim, feita em madeira e tinta pelo escultor Casimir Lagnibá

José Benedito de Almeida Júnior, professor do Instituto de Filosofia da UFU

PUBLIQUE NO JORNAL DA UFU!

ENTRE EM CONTATO

E SAIBA COMO FAZER:

JORNALDAUFU@

DIRCO.UFU.BR

O grupo de pesquisa Filosofia e Mitologia, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnoló-gico (CNPq), vem estudando, nos últimos anos, o fenômeno da religião em suas múltiplas relações com a sociedade. Nosso projeto As máscaras do sagrado, com financiamento da Fun-dação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fa-pemig), tem sido o eixo em torno do qual desenvolvemos as pesquisas. Destacamos, neste momento, a importância da mi-tologia para as sociedades e para as pessoas. Como a mitologia é um fenômeno de todos os povos em todas as épocas, precisá-vamos de um objeto de estudo mais específico que permitisse vislumbrar o tema de modo mais concreto.

As máscarasAssim surgiu a ideia de estudar o artefato “máscaras ritu-

ais” e, a partir delas, refletir sobre a mitologia, a religião, o ho-mem e a sociedade. Escolhemos como fonte, para os artefatos, as obras Filhos do sol, de Edir Pina de Barros, que nos apresenta os rituais Kápa e Iaukuigâde, do povo Kura-Bakairi. Também estudamos as máscaras rituais, a partir da obra Apapaatai, de Aristóteles Barcelos Neto, que nos revela o ritual Apapaatai, do povo Wauja. Essas obras forneceram informações muito preci-sas sobre rituais em que as máscaras exercem um papel funda-mental. Da África, estudamos, também, as máscaras Geledés, em busca de compreender, pelo menos de forma parcial, seus significados míticos e ritualísticos.

Nossas pesquisas são, como se pode constatar, de caráter interdisciplinar. Então, apesar de o eixo que nos orienta ser a filosofia, necessitamos recorrer às pesquisas de historiadores, teólogos, historiadores da religião, antropólogos e, principal-mente, mitólogos. Dessa fusão de diferentes pesquisas criamos o conceito de “dialética das máscaras”, que observa o fenôme-no religioso não somente a partir do ponto de vista acadêmi-co, mas também da vivência religiosa. A dialética das máscaras

permite-nos refletir os artefatos em sua dupla função: ao mes-mo tempo em que ocultam, revelam. Ocultam o sacerdote para revelar a entidade ou o deus; ocultam o imanente para revelar o transcendente; na arte, ocultam o artista para revelar o per-sonagem. Ora, o mesmo fenômeno se encontra na sociedade urbana-industrial (que se pretende completamente laica): as máscaras metafóricas do dia a dia também se encontram nes-te jogo de ocultamento e revelação que fogem ao campo da racionalidade.

Enquanto para o homo religiosus os mitos e os ritos – que incluem as máscaras, os paramentos e as palavras – assumem um importante papel para a organização da sociedade e para a psique, o “homem moderno” considera que a religião é apenas superstição e desvaloriza o que há de mais específico nas reli-giões: o sagrado, manifestado pelos mitos e pelos ritos. A con-sequência dessa atitude é o empobrecimento da vida simbólica, resultando no fenômeno da “camuflagem do sagrado no pro-fano”: sem perceber, o “homem moderno” manifesta todas as ações que o homo religiosus realiza em forma de fé, porém, o faz em forma de comportamentos neuróticos típicos da sociedade urbana e industrial.

O eventoDepois de mais de um ano de estudos e alguns encontros

nos quais apresentamos os resultados das pesquisas, resolve-mos realizar o evento As máscaras do sagrado, congregando pesquisadores de diversas disciplinas sobre este tema. Nossa in-tenção é criar, a partir disso, o Centro de Estudos de Religião e Sociedade (Ceres), não somente com pesquisadores da UFU, mas também de outras universidades.

O evento ocorrerá entre 22 e 27 de junho de 2015, no auditó-rio da Biblioteca do campus Santa Mônica. As mesas-redondas das conferências não serão coetâneas, de modo que os interessa-dos poderão acompanhar todos os debates que serão realizados.

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Apesar da crise econômico-financeira que o país vive hoje e que afeta profundamente a educação brasileira, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) vive momentos importantes e particulares de sua história. Estão em pauta dois temas fundamentais para a construção da UFU do futuro: o processo Estatuinte e o Plano Institucional de Desenvolvimento e Expansão (Pide) 2016-2020. É providencial que ambos sejam discutidos e aprovados democraticamente por nossa comunidade, como uma oportunidade de passar a limpo nosso passado e traçarmos a trajetória de nossos caminhos ainda a percorrer.

Basta lembrarmos que a missão da UFU, em torno da qual a Estatuinte e o Pide transitam, se propõe a formar profissionais qualificados, produzir conhecimento e disseminar a ciência, a tecnologia, a inovação, a cultura e a arte na sociedade, por intermédio do ensino público e gra-tuito, da pesquisa e da extensão, visando à melhoria da qualidade de vida, à difusão de valores éticos e democráticos, à inclusão social e ao desenvolvimento sustentável. Tudo isso nos faz res-ponsáveis perante uma sociedade que se quer mais justa socialmente, sem violência, que com-bata os preconceitos de qualquer tipo e a intolerância, que saiba gerir os recursos públicos com transparência, que construa os mecanismos de acesso à saúde, à educação e à moradia e, por fim, que preserve nossa história, nossa patrimônio cultural, artístico e ambiental.

Todos esses temas estão na pauta das discussões políticas que extravasam os interesses par-tidários do Congresso Nacional. É necessário estar atento aos movimentos sociais organiza-dos em suas mais diversas manifestações e às questões prioritárias nacionais. Por isso, a UFU não pode se enclausurar em suas salas de aula, laboratórios, museus, hospitais e atividades de extensão como se fossem projetos particulares alheios à dinâmica social. Quando se debate o novo Estatuto, o futuro Regimento Geral e o seu próximo Pide, é claro, estamos nos repensan-do internamente; todavia, não é um pensamento para a UFU em si mesma, porque ela existe para prestar serviços relevantes à sociedade na qual se encontra inserida.

A Estatuinte está na sua terceira versão. A primeira, fruto de sua federalização em 1978, trazia as marcas do regime ditatorial, especialmente vinculadas aos interesses das oligarquias e elites locais. A segunda, de 1998, mais democrática na sua concepção, foi reflexo das lutas pela redemocratização do Brasil. Hoje, estamos construindo a terceira que, sem perder as con-quistas políticas, inclusive de nossas entidades representativas, deverá repensar as mudanças ocorridas na UFU, seu crescimento em termos de cursos, vagas e campi e as formas possíveis de construir alternativas democráticas no seu processo de expansão, conjugados à flexibilida-de, descentralização e menos burocratização nas diversas esferas de participação dos seus pro-cessos decisórios.

O Pide tem como desafio vencer nossas deficiências históricas de infraestrutura e assegu-rar condições adequadas para nosso crescimento. É, na verdade, um norte, um fio condutor definido estrategicamente por um planejamento que independe de gestões administrativas, es-pecialmente, porque as entrecruza e, por isso, é um dever de todos. Para tanto, metas e ações deverão ser concebidas, difundidas, propugnadas, mesmo que hoje nos pareçam apenas so-nhos, porque sonhar é construir o futuro. A possibilidade de participar desse Plano Institu-cional está aberta a todos da UFU e os mecanismos para isso estão à sua espera. É nosso dever participar para, depois, cobrar com objetividade o que foi delineado por nós.

Vamos em frente, arregacemos as mangas e comecemos a árdua tarefa de nos repensarmos.

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Diélen Borges

Um novo estatuto para a UFUUniversidade organiza elaboração dedocumento e convoca alunos e servidores

Candidatos à Comissão Estatuinte devem se inscrever entre 8 e 11 de junho

Você conhece as regras que regem a universidade? Sabe de onde elas vêm? Informações como a organização em unidades acadêmicas e administrati-vas, a formação dos conselhos, o regi-me didático e científico, o patrimônio e os recursos financeiros estão no estatu-to e no regimento geral da instituição.

Agora, a UFU está elaborando um novo estatuto. A organização

dos trabalhos começou no ano pas-sado. Mas quem vai escrever as no-vas regras da universidade? Vocês: professores, técnicos e alunos, que serão eleitos pelos seus pares. Va-mos entender o que foi feito até ago-ra e quais serão os próximos passos. Afinal, para que o processo estatuin-te seja democrático, todos devem participar. 

Estatuto vigenteO atual estatuto da UFU foi apro-

vado pelo Conselho Univesitário (Consun) em dezembro de 1998 e en-trou em vigor em abril de 1999. Tem 85 artigos e está disponível em www.transparencia.ufu.br. Segundo o rela-tor do atual processo estatuinte, pro-fessor Cláudio di Mauro, esse estatuto foi criado quando “se esperava a re-

forma universitária, a partir da pro-mulgação da Constituição conhecida como Cidadã [de 1988]”.

O desejo era por democratiza-ção da universidade, como relembra o professor Carlos Roberto Ribei-ro, que foi vice-reitor da UFU entre 1992 e 1996. “As unidades queriam se ver representadas no centro de decisões do poder da universidade.

O Brasil estava saindo de um pro-cesso de ditadura longo, que deixou marcas profundas, um sistema cen-tralizado”, recorda.

MudançasPor que um novo estatuto ago-

ra? Nos últimos anos, a UFU pas-sou por transformações significativas que não são contempladas pelo do-cumento de 1998: criação dos cam-pi avançados em Ituiutaba, Monte Carmelo e Patos de Minas; realização de processos seletivos para ingresso nos cursos de graduação com base no Exame Nacional do Ensino Mé-dio (Enem) e no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), inclusive, com polí-ticas de cotas sociais e raciais; criação de cursos a distância; ampliação das atividades de extensão, o que intensi-ficou as relações com a comunidade externa; e a internacionalização pro-movida, principalmente, por meio de intercâmbios. “Nós tivemos um avanço contínuo das estruturas uni-versitárias no país, incentivado pelas políticas de governo e por ações da própria comunidade”, declara o rei-tor Elmiro Santos Resende.

A estatuinteO processo de elaboração do novo

estatuto é chamado de estatuinte. Em 2010, o então reitor Alfredo Jú-lio Fernandes Neto constituiu a co-missão coordenadora do processo de revisão do Estatuto e do Regimento Geral, a qual apresentou, em setem-bro de 2011, seu relatório parcial.

Em 2014, a atual gestão retomou o debate sobre o estatuto e, no dia 22 de agosto, aconteceu a primeira reu-nião extraordinária do Consun sobre a estatuinte, quando o relator Cláu-dio di Mauro iniciou a apresentação da proposta. O debate entre conse-lheiros continuou na segunda reu-nião, uma semana depois. Na terceira reunião extraordinária do Consun, no dia 20 de fevereiro de 2015, foram aprovadas as orientações para elabo-ração do novo estatuto.

Como funciona?A elaboração do novo estatuto

será conduzida por representantes eleitos por estudantes, técnicos ad-

ministrativos e professores. Para isso, foram constituídas duas comissões: a Comissão Organizadora Especial (COE) e a Comissão Especial de Re-cursos (CER). A COE, constituída pela portaria n. 0319, de 30 de março de 2015, é responsável por conduzir o processo de eleição dos represen-tantes que formarão a Comissão Es-tatuinte (CE), cuja finalidade será promover ações de mobilização da comunidade universitária para parti-cipar das discussões e elaboração da proposta de alteração estatutária.

Os integrantes da COE, indica-dos pelo Consun, são os docentes Saul Moreira Silva e Karinne Spi-randelli Carvalho Naves, os técni-cos administrativos Lázaro Antônio de Almeida Silva e Wellington Sil-va, os discentes David José Soares e Alexander da Silva Santos e os repre-sentantes da administração superior Henrique Daniel Leite Barros Perei-ra, Fábio Lemos da Cunha e Renan Billa.

A CER foi constituída pela porta-ria n. 0320, de 30 de março de 2015, e terá como função julgar os recur-sos propostos contra as decisões e os atos da COE. Os membros da CER, também indicados pelo Consun, são as docentes Maria Cecília de Lima e Daniela Franco Carvalho, os técni-cos administrativos Sirle de Souza e Adailton Borges de Oliveira, os dis-centes Vinícius Gonzaga de Oliveira e Carlos Eduardo Machado Monteiro Neto e o representante da adminis-tração superior João Victor Rozatti Longhi.

A Comissão Estatuinte será for-mada de modo paritário pelos três segmentos (discentes, docentes e téc-nicos), contemplando as diferentes áreas do conhecimento e todos os campi da UFU. Após as eleições, a CE tem um prazo de aproximadamente seis meses para apresentar a propos-ta de estatuto ao Consun, que decidi-rá pela aprovação ou não do texto e, se aprovado, quando ele passará a vi-gorar. As inscrições para candidatos interessados em compor a CE acon-tecem de 8 a 11 de junho. As eleições estão previstas para os dias 6 e 7 de ju-lho. Mais informações estão disponí-veis no edital (www.estatuinte.ufu.br).

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ENSINO DESENVOLVIMENTAL: VIDA, PENSAMENTO E OBRA DOS PRINCIPAIS REPRESENTANTES RUSSOS - 2ª EDIÇÃO

A obra foi escrita por renomados au-tores advindos de diferentes países, como Brasil, Cuba, México e Rússia. Neste livro, cada capítulo aborda um autor clássico representante da psicolo-gia da educação marxista russa, sobre-tudo do período soviético. Sua unidade temática se dá em torno da problemá-tica do “ensino desenvolvimental” en-tendido como ensino voltado à máxima potencialização do desenvolvimento dos alunos. Os autores estudados em cada capítulo foram escolhidos sob cri-

tério de pertencer à tradição teórica e epistemológica da “troika” vigotskiana (Vigotski, Luria e Leontiev), fundada em sólidos referenciais marxistas. Cada capítulo é es-crito segundo um plano comum, apresentando o contex-to histórico da vida e obra de cada autor, suas principais contribuições teóricas e suas implantações para o ensino desenvolvimental.

A FORMAÇÃO DE PROFESSORESPARA A EDUCAÇÃO BÁSICA

Também parte da Coleção Biblioteca Psicopedagógica e Didática, a finali-dade deste título é discutir as ques-tões que têm mobilizado a pesquisa no campo da formação de professores nas últimas décadas no Brasil. Os capítulos dissertam acerca das políticas públicas de formação e qualidade de ensino, a pesquisa como princípio pedagógico, a atuação da psicologia escolar frente à inclusão educacional e outros assun-tos relacionados. Os autores do livro apostam na valorização profissional e

intelectual dos professores, expressando, também, suas crenças na educabilidade do ser humano, pois acreditam que os professores são os agentes centrais da qualidade do ensino e da educação.

A Editora da Universidade Federal de Uberlândia (Edufu) foi criada em 1981 com a missão de promover e divulgar as atividades de ensino, pesquisa e exten-são desenvolvidas no âmbito acadêmico.

www.edufu.ufu.br

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Eles pintam, cantam, tocam, encenam e escrevem. Outros esculpem, dançam, desenham... Todos são artistas e servidores da UFU. “Escondidos” em laboratórios, salas de aula ou atrás de computadores, quase sempre são reconhecidos pela comunidade acadêmica pelo seu trabalho na instituição. Nesta fotorreportagem, o Jornal da UFU revela o talento de alguns deles. “Creio que quem trabalha com a arte é porque sente prazer em estar fazendo aquilo, independente do dinheiro que, às vezes, a envolve. Mas o pagamento maior é você estar interagindo com as pessoas e satisfazendo o seu próprio ser”, avalia Belchior de Sousa, músico e técnico administrativo no Instituto de Artes.

“Por incrível que pareça, a universidade é extremamente conservadora e burocrata. Ela não assimila muito as contradições. Então, a literatura é uma espécie de sobrevivência, um momento em que eu faço uma reflexão sobre essas coisas.”

“Como sou muito tímida, é uma forma de eu me comunicar com as pessoas, além de ser um hobby para mim. A música é uma arte que expressa o sentimento da gente. É uma forma de comunicação que eu encontrei.”

“A música é como se fosse uma terapia. Em vez de pagar um psicólogo eu me utilizo da música. Você sai da rotina, quebra um pouco essa estrutura da vida muito certinha, sai do espaço-tempo. É como se fosse uma droga sem tomar nada.”

“A arte desestressa a pessoa. A gente se perde quando está pintando. Esquece os problemas. É antiestressante.”

“A música para mim é uma paixão, uma coisa que eu sinto

prazer em fazer. É como uma terapia e um lazer que eu faço

aos fins de semana.”

“A arte vem para mostrar a vida com outro olhar. A gente não está colocando máscaras na

vida, não. Só está mostrando a vida de outra forma.”

“Conheci o rock com nove anos de idade e nunca mais parei.

Sem a música é estresse total. Não consigo levar a vida.”

Antonio Bosco de Lima

Belchior de Sousa

Emiliano Nogueira

Fernando Melo

Ana Maria de Paula

Professor da faculdade de educaçãoEscritor LitErÁrio

Técnica do seTor de ProTocolo cantora

Técnico do curso de JornalisMoBatErista

Técnica do seTor de Telefonia artEsã E pintora

Técnico do insTiTuTo de arTesMúsico

Técnico do insTiTuTo de arTespintor E ator

Técnico do curso de JornalisMoGuitarrista

Para aLÉMde Professorou Técnic o: artista

Nilza Donizeth

Marcelo Melazzo

Marco Cavalcanti

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O que fazer quando avida perde o colorido?

Setor de promoção à saúde ofereceatendimento psicossocial a servidores

Eliane Moreira

Renata Neiva

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Sessões em grupo são acompanhas por psicóloga e psiquiatra

Raul Cuevas recebe Prêmio Inventores

Unicamp 2015Professor da Facip pesquisou matéria-

prima e processos para fabricação de filtros ópticos na região ultravioleta e visível

Você sabia que a UFU disponibi-liza atendimento com psicólogo, psi-quiatra e assistente social aos seus servidores? As atividades são promo-vidas pelo Setor Integrado de Ações de Promoção à Saúde (Siaps) da Di-retoria de Qualidade de Vida e Saú-de do Servidor (Dirqs), vinculada à Pró-reitoria de Recursos Humanos (Proreh). São cinco psicólogos, um psiquiatra e um assistente social que atendem nos campi Santa Mônica e Umuarama. Para ser atendido, basta fazer o agendamento por telefone.

O serviço funciona como um aco-lhimento. No primeiro contato, o ser-vidor é atendido por um psicólogo ou assistente social. São esses profissio-

nais que vão definir o que deverá ser feito a partir dali. As alternativas vão de terapias a consulta com psiquiatra. O atendimento terapêutico no Siaps é limitado: “realizamos, no máximo, quatro atendimentos e, a partir de então, o servidor é orientado e enca-minhado à rede de saúde pública ou para o convênio do plano de saúde, explica Maria Estela Brigante, coor-denadora de Promoção, Assistência à Saúde do Servidor.

Foi num dia de angústia, provo-cada por diversas situações, que a técnica administrativa (que prefe-re não ser identificada) decidiu pro-curar pelo Siaps. Depois de agendar o horário, passou pela triagem com uma assistente social e foi recebida por uma psicóloga. “Fui muito bem atendida. Cheguei lá chorando. Es-

tava com medo de dirigir, sentindo solidão, em uma rotina de casa para o trabalho e estudando muito. Mu-dei de setor e não sabia como seria acolhida”, relata. A servidora chegou a fazer quatro sessões de terapia e foi encaminhada ao atendimento ofere-cido pelo plano de saúde. Isso acon-teceu em junho do ano passado e, hoje, ela comemora: “estou bem, su-perei a crise”.

Quando os psicólogos avaliam que há necessidade, o servidor é en-caminhado ao psiquiatra, que, des-de 2013, passou a integrar a equipe. “As complicações podem gerar afas-tamento no trabalho e afetar a qua-lidade de vida do servidor”, explica o psiquiatra Tiago Castro. Aliás, os problemas psicológicos são a prin-cipal causa de afastamento de pro-

fissionais que atuam na UFU. Nos últimos 12 meses, 265 servidores fi-caram afastados, totalizando 9.246 dias de ausência. Os principais mo-tivos, conforme a Classificação In-ternacional de Doenças (CID), são os episódios depressivos (21,63%), seguidos de transtornos ansiosos (10,96%). Há ainda outros problemas relacionados a esses, como o efeito depressivo moderado e a ansiedade generalizada. “Nem todos os afasta-dos são atendidos pelo setor. Muitas vezes são atendidos [diretamente] por médicos de convênios ou da rede pública”, esclarece o psiquiatra.

Grupos terapêuticosParalelamente aos acolhimentos

individuais, são desenvolvidos ou-tros trabalhos terapêuticos, como a terapia em grupo e de autoestima. Na terapia em grupo, os encontros são semanais e se reúnem, em média, 10 participantes. “Selecionamos alguns quadros, devido à dificuldade de se conseguir fazer outro tipo de terapia”, explica o psiquiatra. A sessão é acom-panhada por ele e por uma psicóloga.

O grupo Desenvolvendo a Auto-estima é orientado por uma psicólo-ga. As reuniões acontecem uma vez por semana e envolvem de oito a 12 participantes. O atendimento é por ordem de inscrição e o número de en-contros é pré-determinado. “São oito encontros que abordam temas defini-dos para trabalhar essa área”, explica a chefe do setor integrado de ações de promoção à saúde, Abadia Macedo.

Práticas complementaresO Siaps oferece também o Rei-

ki, terapia que, por meio da imposi-ção de mãos, transmite a energia que equilibra os sentidos. A sessão é indi-vidual e dura de 20 a 30 minutos. Há ainda a Unibiótica, feita em grupo, que propõe atividades físicas e pen-samentos positivos e trabalha com a mente, os membros, a alimentação e a pele.

Os agendamentos de Reiki e Uni-biótica devem ser feitos pelos telefo-nes (34) 3225-8076 e 3225-8071. Para marcar um horário no serviço de acolhimento, é preciso ligar no (34) 3225-8073.

O professor Raul Fernando Cue-vas, da Faculdade de Ciências In-tegradas do Pontal (Facip/UFU), recebeu, em maio deste ano, o Prê-mio Inventores Unicamp 2015, na categoria “Patente Concedida”, pela tecnologia Matéria-prima e proces-sos para a fabricação de filtros ópti-cos na região ultravioleta e visível. A pesquisa foi desenvolvida quando Cuevas realizava atividades de pós--doutorado entre 1999 e 2000. O depósito da patente aconteceu em setembro de 2000 e o primeiro rela-tório do Instituto Nacional da Pro-priedade Nacional (Inpi) ocorreu em 2010. Finalmente, o Inpi publicou, na Revista da Propriedade Industrial nº 2265, de 03/06/2014, a concessão da carta-patente.

O invento refere-se à reutilização do resíduo hospitalar como matéria--prima para artefatos de alta tecnolo-gia na fabricação de filtros ópticos de altíssima eficiência na região de luz ultravioleta e visível, após a sua neu-tralização por plasma térmico. Den-tre os resíduos de grande impacto ambiental gerado pela sociedade, os hospitalares (provenientes de hospi-tais, clínicas, laboratórios, indústrias farmacêuticas, entre outros) contêm alta proporção de material poten-cialmente infeccioso, os chamados

red-bags, que exigem um tratamen-to apropriado. Segundo o professor Cuevas, a incineração tradicional desses resíduos tem sido uma práti-ca muito comum. “No entanto, esse processo gera um resíduo sólido, na forma de cinzas, contendo alta con-centração de metais pesados, que são facilmente lixiviados ao meio am-biente, contaminando o solo e a água”, explica. “A agravante do processo tra-dicional de combustão é a geração de compostos químicos de grande poder carcinogênico”, alerta. Soma-se ainda a essa problemática a elevada quanti-dade de resíduos hospitalares produ-zidos no país, alcançando a ordem de 2.500 toneladas/dia.

De acordo com Cuevas, o desen-volvimento da tecnologia do plasma térmico nos últimos anos tem des-pertado interesse para o tratamen-to de resíduos heterogêneos, como é o caso de resíduos hospitalares. O processo permite a gaseificação dos compostos orgânicos contidos nes-ses resíduos, enquanto ocorre uma liquefação dentro do reator. Ao fi-nal do processo, o material fundido gera dois tipos de materiais inertes: uma matriz ferrosa e uma matriz ce-râmica. Ambas as matrizes, segun-do o pesquisador, contêm diversos compostos, entre eles, metais pesa-dos, que se encontram intimamente ligados e, portanto, não são lixivia-dos para o meio ambiente. No caso do processamento, as matrizes férrea

e cerâmica também têm metais pesa-dos, mas após a realização de testes de solubilização e lixiviação, podem ser consideradas como materiais inertes e passíveis de serem reapro-veitados na cadeia produtiva.

Diferentes esforços têm sido de-senvolvidos para promover o uso/reuso destes resíduos neutralizados, propondo-se diferentes aplicações. Em particular, para a matriz cerâ-mica, foi proposto que esse produ-to poderia ser moído e incorporado ao asfalto utilizado na construção de estradas. Em outra aplicação, foi su-gerida a comercialização como areia grossa ou cascalho, ou mesmo a uti-lização como material base para a fa-bricação de tijolos. No entanto, não se conhecia nenhuma proposta de aproveitamento mais nobre deste re-síduo, como matéria-prima para a fa-bricação de filtros ópticos e isolantes térmicos que absorva a radiação na região ultravioleta, visível e infraver-melho do espectro eletromagnético.

Neste sentido, explica Cuevas, a invenção apresenta como novidade a utilização da matriz cerâmica ob-tida após o tratamento com plasma térmico de resíduos hospitalares para a preparação de filtros ópticos na re-gião de radiação ultravioleta e visível (Uv-Vis) e isolantes térmicos (barrei-ra à radiação infravermelha). “Ainda são propostos dois processos para a melhoria das qualidades da matriz cerâmica para a fabricação de filtros

ópticos. Esses processos compreen-dem etapas de aquecimento e resfria-mento controlados. Por meio de um estudo das propriedades físico-quí-micas da matriz cerâmica obtida do resíduo hospitalar, após o tratamento com plasma, foi descoberto que esse material apresenta o mesmo espec-tro de transmissão dos filtros comer-ciais usados em trabalhos de solda para proteger a visão, podendo, des-sa forma, ser utilizada como matéria--prima para a fabricação de filtros ópticos”, afirma o professor.

Segundo o pesquisador, consi-derando a excepcional propriedade de bloquear a radiação ultraviole-ta, somada a sua elevada disponibi-lidade e baixíssimo custo, a matriz cerâmica apresenta também gran-des perspectivas de aplicação em lar-ga escala para proteção radiológica à exposição de radiação ultraviole-ta solar proveniente do “buraco” de ozônio na atmosfera. O presente in-vento deverá se constituir numa con-tribuição significativa à procura de soluções sustentáveis para problemas como o da reutilização e minimiza-ção de resíduos industriais”, afirma o pesquisador.

CUEVASRaul Fernando Cuevas possui graduação em Física pela Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Peru (1983), mestrado em Física pela Unicamp (1994) e doutorado em Física também pela Unicamp (1998). Atualmente, é professor adjunto da UFU e pesquisador colaborador voluntário da Unicamp.

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Cristiano Alvarenga

Defesa de Fábio Fernandes foi acompanhada online pelo professor José Neto, da UFMG

2013Videoconferências: 15Bancas presenciais: 661

2012Videoconferências: 12Bancas presenciais: 634

2011Videoconferências: 11Bancas presenciais: 558

2010Videoconferências: 10Bancas presenciais: 439

Belo Horizonte

R$ 1015

Brasília

R$ 951

SãoPaulo

R$ 769

PortoAlegre

R$ 927

Salvador

R$ 1237

Programas da UFU adotam videoconferência como alternativa nas defesas de mestradoe doutorado

Tecnologia a serviço da divulgação científica

O crescente acesso à internet no Brasil e a necessidade de diminuir os custos operacionais propiciaram a utilização da videoconferência como alternativa para a composição de banca nas defesas de mestrado e doutorado da UFU. Embora a maio-ria dos programas de pós-graduação ainda não tenha adotado oficialmen-te a videoconferência como opção, algumas experiências indicam a mu-dança de cenário.

Em pesquisa realizada pela Di-retoria de Pesquisa da universidade, em 2013, com 46 programas de pós--graduação, 15 afirmaram que utili-zaram o sistema de videoconferência em defesas de mestrado ou doutora-do nos últimos cinco anos. Outros 10 não utilizaram o recurso eletrô-nico, 12 não responderam à pesqui-sa e nove programas novos ainda não tiveram dissertações e teses de-fendidas. Hoje a UFU oferece mais cursos de pós-graduação: são 21 doutorados, 39 mestrados acadêmi-cos, sete mestrados profissionais e 17 especializações.

No comparativo entre as defesas realizadas da maneira convencional – em que a banca fica reunida em uma mesma localidade – com outras em que um membro utiliza a videocon-ferência é notória a possibilidade de ampliação da utilização do recurso tecnológico em prol da divulgação científica.

Com a videoconferência, além do ganho econômico, a democrati-zação do acesso é outro ponto im-portante. É possível disponibilizar um link na internet que possibilita que qualquer usuário acompanhe a defesa online, em tempo real. Outra vantagem é a possibilidade de par-ticipação de componentes da banca que estejam mais alinhados ao obje-to de pesquisa. A distância deixa de ser empecilho para a participação dos especialistas.

EconomiaNas defesas de mestrado, a pre-

sença de um pesquisador convidado na banca é obrigatória. Assim, é co-mum a participação de professores de outras instituições e localidades na avaliação das dissertações. Esse con-texto gera custos para a universidade. Embora não haja pagamento especí-fico para o professor que irá compor a banca, as despesas com transporte, hospedagem e diárias são inevitáveis.

Para ilustrar o ganho econômi-co que a videoconferência propicia, analisemos a situação de um profes-sor que tenha que se deslocar de Belo Horizonte para participar da banca em Uberlândia. Considerando o va-lor de 1,5 diária paga para estadias em cidades do interior (R$ 266), os

gastos com hospedagem (R$ 191) e os recursos investidos para a aqui-sição de passagem aérea (R$ 558), o custo médio seria de R$ 1.015. No caso de bancas de doutorado, o cus-to é multiplicado por dois, pois a exi-gência é de dois professores externos.

Esse valor pode variar conforme a localidade de origem do professor que irá compor a banca e a oscilação de preços das passagens aéreas. Na simulação, a compra seria feita com 30 dias de antecedência da viagem. A diária foi calculada com o índice de 1,5, considerando que o professor visitante retorne à cidade de origem um dia após sua chegada. O valor da hospedagem foi obtido no Relatório Hotel Price Index (HPI), produzido pela Hotéis.com, e o preço médio é referente ao ano de 2014. O gráfico ao lado apresenta exemplos com ou-tras localidades de origem.

Em 2013, na UFU, aconteceram 514 defesas de dissertação e 162 de te-ses. Caso fosse adotado o sistema de videoconferência nas defesas de mes-trado, por exemplo, e considerando o valor gasto por professor residente em Belo Horizonte, a economia anual se-ria de aproximadamente R$ 520 mil. No entanto, segundo dados obtidos pela Diretoria de Pesquisa da UFU, no mesmo ano, foram realizadas somente 15 defesas com participação de mem-bro via videoconferência, o que repre-senta 2,2% do total.

Iniciativa inovadoraNa UFU a videoconferência é uti-

lizada na minoria das defesas de mes-trado e doutorado. No entanto, uma experiência inovadora pode contribuir para disseminar o uso da tecnologia.

O Programa de Pós-graduação em Genética e Bioquímica (PGGB) ino-vou e adotou a videoconferência para todas as bancas de mestrado, visando a diminuir os custos com a composi-ção e propiciar novos investimentos em outras áreas da pós-graduação. “Buscamos redução significativa de gastos com as bancas de defesa pre-senciais, proporcionando aplicação desse recurso financeiro em projetos de pesquisas”, explica o coordenador do programa, Carlos Ueira.

A possibilidade do intercâm-bio entre pesquisadores e a demo-

cratização do acesso aos conteúdos apresentados nas dissertações são outras questões que motivam a ado-ção deste formato. Nos últimos cin-co anos foram realizadas, no PGGB, cerca de 50 defesas de mestrado utilizando a web como plataforma para participação de um membro da banca. O colegiado do progra-ma analisa a possibilidade de am-pliar para o doutorado a utilização da videoconferência.

Possíveis entravesApesar do acesso à internet ter se

popularizado nos últimos anos, a qua-lidade da conexão deve ser aprimorada para propiciar a realização de ativida-des como a videoconferência com qua-lidade. Outro fator que pode inibir a utilização desse recurso nos programas de pós-graduação se deve a aspectos culturais, como aponta Carlos Uei-ra: “há dificuldade dos professores em aceitar essa nova tecnologia”.

Outra questão está relacionada aos investimentos necessários para a insta-lação de salas de videoconferência. Na UFU são disponibilizados sete ambien-tes: nas bibliotecas dos campi Santa Mônica e Umuarama, na Reitoria, no Centro de Tecnologia da Informação (CTI) e nos campi de Ituiutaba, Monte Carmelo e Patos de Minas. No entan-to, para a realização da videoconferên-cia, é necessário que a outra instituição também tenha o recurso tecnológico.

O Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFU

(PPGFIL) vivenciou em 2015 a primeira ex-periência com a utilização do sistema de vi-deoconferência para a composição de uma banca de mestrado. Coube a Fábio Júlio Fernandes a honra de ser o primeiro estu-dante a utilizar o recurso. A apresentação do trabalho Estudo sobre o descobrimento do cogito em Descartes pôde ser visualizada via internet, em tempo real, e acompanhada pelo professor José Raimundo Maia Neto, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da banca avaliadora.

Fábio cita que a tecnologia contribuiu para a participação do examinador de sua preferência e não o inibiu na apresenta-ção do trabalho. “Já tive outras experiên-cias semelhantes, em teleconferências. É prático, útil e funciona”, resume.

O professor José Neto cita que, em-bora de forma esporádica, já participou

de atividades similares na UFMG, seja na defesa de dissertação de mestrado ou na realização de concursos internos. Sobre a experiência na UFU, o docente enfatiza a possibilidade de participar da atividade sem ter que se locomover até outra cida-de. “Pude participar da defesa sem ter de me deslocar até Uberlândia, o que toma-ria mais tempo e traria os incômodos de uma viagem”, pondera.

Para o coordenador do PPGFIL, Dennys Garcia Xavier, a qualidade da estrutura utilizada e a possibilidade de ampliar a divulgação das atividades pro-movidas pela universidade incentiva o investimento nesta prática. “Trata-se de instrumento tecnológico confiável e de baixo custo para realizar cursos, pales-tras, defesas, reuniões científicas: tudo acessível com alguns cliques no mouse. Um recurso que deverá ser amplamente utilizado pelo Programa a partir de agora”, defende.

FONTE: GeoCapes (número total de defesas),

Diretoria de Pesquisa da UFU (videoconferências)

e Relatório Hotel Price Index

INFOGRÁFICO: Elisa Chueiri

PRIMEIRASEXPERIÊNCIAS

CUSTOS x NÚMERO DE BANCAS

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Embora os custos para trazer professores de fora sejam altos (primeiro gráfico), o número de bancas feitas por videoconferência é bem menor que as presenciais (segundo gráfico)

12 Jornal da UFU

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Institutos de História e de Artesda UFU são colaboradores

Lucas Tondini

Peças foram doadas ou emprestadaspela comunidade e por padres da região

Inaugurado no dia primeiro de maio, o Museu de Arte Sacra (MAS) proporciona à comunidade uberlan-dense a oportunidade de conferir de perto parte da história da prática reli-giosa católica de Uberlândia e região, bem como conhecer representações de outras religiões. A criação do museu partiu de uma iniciativa da Diocese da cidade e conta com a co-laboração de professores, estudantes e técnicos dos cursos de Artes Visu-ais e História da UFU, que auxiliam no conselho, no apoio técnico e na pesquisa para o museu.

O MAS reúne coleções de arte e objetos sacros de Uberlândia e re-gião e de outros lugares, constituin-do o primeiro museu em seu gênero na cidade. Trata-se de uma iniciati-va concreta de valorização da me-mória artística da religião católica e, também, de outras religiões, sobre-tudo de matrizes africana e oriental. O professor do Instituto de Artes da UFU e coordenador do Museu Uni-versitário de Arte (MUnA/UFU), Alex Miyoshi, um dos convidados para apoiar a política de pesquisa,

aquisição e manutenção do acervo, destaca a relevância do museu ao expor diferentes religiões: “Esse as-pecto verdadeiramente ecumênico, por assim dizer, é o mais importan-te na caracterização do MAS, por-que vai além de uma produção local”, declara.

Rodrigo Félix, mestre em Histó-ria pela UFU e historiador do museu, reforça a ideia de que o MAS não é direcionado somente para a religião católica: “tratar da memória histó-rica do catolicismo é um elemen-to importante da missão do Museu de Arte Sacra, mas também promo-ve, conforme as orientações acerca dos museus eclesiásticos, uma ampla abertura ao diálogo com as institui-ções acadêmicas, culturais e outras expressões religiosas”.

O museu abriu sua primeira ex-posição, intitulada Memórias do Sa-grado, procurando dar ênfase às múltiplas experiências de fé ao longo da história da Igreja Católica em Uberlândia e região. A história do cristianismo e da Igreja Católica na cidade é ampla e demonstrada de

diversas formas ao longo do tempo por meio das obras expostas. Relati-vamente jovem, a Diocese de Uber-lândia foi criada em 1961 pelo papa João XXIII. “Dessa forma, sua histó-ria é, em parte, representada pela ex-posição. Existe uma sala com objetos dos bispos e padres que passaram pela cidade,  além de elementos ligados a movimentos próprios da cidade, tais como a congada”, conta Rodrigo.

O Museu de Arte Sacra expõe, atualmente, cerca de 150 peças, tais como objetos litúrgicos, esculturas, pinturas, desenhos, mobiliários, ins-trumentos musicais e ex-votos, en-tre outros. A exposição conta, ainda, com uma diversidade de obras liga-das à religiosidade popular e duas pe-ças de outras religiões: um oratório

Museu de ArteSacra é inaugurado

em Uberlândia

budista e um casal de “pretos velhos”, apontando para as mais variadas ma-nifestações da arte religiosa.

Estão expostas obras de artistas da região, como Alexandre Fran-ça, Paulo Miranda, Élvio Lima, Hé-lio Siqueira, Adélia Lima e André Maurício. As peças do museu, como castiçais, santos e outros objetos da religião católica, foram doadas ou emprestadas pela comunidade e por padres de paróquias da região.

O MAS é aberto para visitação do público às segundas-feiras, das 13h às 17h, e de terça a sexta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 17h. Visitas no-turnas podem ser feitas apenas nas quintas-feiras, das 19h às 21h. Está localizado na Avenida dos Mognos, n° 355, bairro Jaraguá.

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