jornal da sbd - nº 6 julho / agosto 2003

21

Upload: sociedade-brasileira-de-dermatologia

Post on 30-Mar-2016

221 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003
Page 2: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Julho / Agosto - 2003JSBD l Ano VII no 5 1

Fazer o Jornal da SBD nos dáe n o rme alegria. Desde o primeironúmero, quebramos paradigmas lan-çando mão de linguagem, imagens,projeto gráfico, formato e conteúdoaté então não vistos no nosso jornal.P rocuramos fazer um jornal quetransmitisse ao associado da SBD aimagem da sua diretoria: jovem,dinâmica, cheia de idéias novas e boavontade para primeiro sanear nossascontas e em seguida trazer benefíciosd i retos para o sócio, de maneiraconsciente e estruturada. A idéiasempre foi fazer do nosso JSBD umveículo de comunicação entre a dire-toria e os seus sócios. No entanto, échegado o momento de instalar aoutra mão dessa via: a comunicaçãodo sócio com a diretoria. De umacerta forma, essa comunicação já éfeita com muita competência atravésda nossa ombudswoman. Queremosabrir uma outra possibilidade decontato pelo JSBD: através de umaseção de cartas pelo nosso endereçoeletrônico ([email protected]). Acre-dito que a ampla discussão de nos-sos problemas, que poderia ser feitaa partir de comentários sobre asmatérias aqui publicadas, seriaextremamente benéfica e revigorantepara a nossa Sociedade, uma vez quea participação do sócio seria maispróxima.

Nesse número, a nossa principalmatéria trata do Perfil dos Derm a-tologistas no Brasil. Após um longo

estudo da Fiocruz, conseguimos iden-tificar quem somos e como estamosno mercado de trabalho. Além dastradicionais colunas e seções, traze-mos orientações para um consultóriom e l h o r, dicas para entrar no site daSBD (as salas de chat ficarão ótimas,portanto aprenda a entrar nelas seainda não sabe!), dicas sobre Vi t ó r i a ,sede do Congresso da SBD em setem-b ro próximo (aliás, vamos todos paraVitória!), duas importantes entre v i s-tas com o deputado federal e médicoRafael Guerra, presidente da Fre n t eParlamentar da Saúde, e com oC o n s e l h e i ro do CFM, Dr. Oliveiro sGuanais de Aguiar. Há notíciasimportantes para nós: o lançamento,pela AMB, do rol de pro c e d i m e n t o smédicos – a Classificação BrasileiraH i e r a rquizada de Pro c e d i m e n t o sMédicos, a eleição da diretoria daSBD gestão 2005-2006, e o triste pri-m e i ro lugar no mundo em número decasos de hanseníase, segundo aOMS. O lado alegre da notícia é a cor-agem do MS de discordar doscritérios adotados pela OMS. Parat e rminar essa edição, o Prof. Azulay éo enfoque de “Expressões daD e rmatologia”.

No próximo número, esperopublicar os seus comentários sobreas matérias dessa edição. As cartasao editor poderão ser enviadas peloe-mail: [email protected].

Boa leitura!Jackson Machado-Pinto

E X P E D I E N T E

DIRETORIA 2003 - 2004

PresidenteMárcio Santos Rutowitsch (RJ)

Vice-PresidenteSérgio Talarico Filho (SP)

Secretário-GeralJosé Ramon Varela Blanco (RJ)

TesoureiroCelso Tavares Sodré (RJ)

1o SecretárioSamuel Henrique Mandelbaum (SP)

2a SecretáriaLúcia Helena F. Arruda (SP)Diretora de Biblioteca

Ivonise Follador (BA)

Diretor Geral e OperacionalMarco Antônio S. Abreu Rocha

Sociedade Brasileirade Dermatologia

Filiada à Associação Médica Brasileira

Esta é uma publicação da SociedadeBrasileira de Dermatologia, dirigida

aos seus associados e órgãos deimprensa.

Publicação bimestral - Ano VII – nº 6 Julho / Agosto - 2003

Diretor responsável: Jackson Machado Pinto (MG)Jornalista responsável: Tatiana Gentil- Reg. no 2 2 . 3 7 5Redação: Tatiana Gentil e Andréa Fantoni Conselho editorial: Márcio Santos Rutowitsch (RJ),Sérgio Talarico Filho (SP), José Ramon Varela Blanco (RJ),Celso Tavares Sodré (RJ), Samuel Henrique Mandelbaum(SP), Lúcia Helena F. Arruda (SP), Ivonise Follador (BA)

Editoração eletrônica: Nazareno Nogueira de Souza e Tatiana GentilContatos Publicitários: Marco Antônio S. Abreu Rochae Tatiana Gentil

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasi-leira de Dermatologia não garantem nem endossam osp rodutos ou serviços anunciados, sendo as pro p a g a n d a sde responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira re s p o n s a b i l i-dade de seus autore s .

Correspondência para a redação do Jornal da SBDAv. Rio Branco, 39/18º andar Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 100,00Número avulso: R$ 20,00Tiragem: 5000 exemplares

S B D

E d i t o r i a l

2 CalendárioPainel

3 Coluna da DiretoriaPalavra do Tesoureiro

4 Coluna da Ombudswoman SBD promove eleições

5 Perfil do Dermatologista7 Entrevista: Dr. Oliveiros

G. de Aguiar, do CFM8 Hanseníase: Brasil

programa eliminar a doença9 Lançamento da CBHPM10 Entrevista: Dr. Rafael

Guerra, presidente da FPS11 Consultório: cuidados com o lixo

Conquista do paciente por

telefone12 XXV Curso de Dermatologia

Tropical comemora 25 anos 13 São Paulo: maior rigor para

prescrição da isotretinoína14 58º Congresso de

Dermatologia: dicas de turismo em Vitória

15 Interdic@sClube das Revistas

16 Serviços Credenciados17º Congresso da AEAPA

17 Departamentos1 8 Regionais20 E x p ressões da Derm a t o l o g i a :

Dr. Rubem David Azulay

S u m á r i o

Page 3: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII no 52

Congratulações pela entre-vista com o Professor PadilhaGonçalves. Ícone da DermatologiaBrasileira, exemplo ímpar de hon-estidade, nobreza, sensibilidade esaber. Oxalá a nossa SBD fosse

P a i n e l

Cartas ao JSBD

✔ Benefícios para os sócios

A diretoria da Sociedade pro-grama lançar um caderno de bene-fícios com várias vantagens para ossócios, a partir de parcerias come m p resas. Como por exemplo,empréstimos especiais em bancos,descontos em lojas e farmácias,programas de viagens etc. A SBDp romoverá pesquisas com ossócios para eleger alguns itens quedeverão ser contemplados. O planoentrará em ação a partir do próxi-mo semestre, aguarde!

✔ I n t rodução à Metodologia de pesquisaA organização do curso "Introdução

à Metodologia de Pesquisa" que aconte-cerá no dia 6 de setembro, durante o58º Congresso Brasileiro de Derma-tologia, em Vitória, solicita que os par-ticipantes enviem propostas de pesqui-sas para análises dos coordenadores(idealmente a Introdução ao assunto eMaterial e Métodos). A idéia é promoveruma participação interativa.

O curso, realizado pela ComissãoCientifica do Congresso e dos AnaisBrasileiros de Dermatologia, abordarádiscussão a respeito de Delineamentode Pesquisas, Aferição do Impacto dePeriódicos, além de discutir modelos deprojetos de pesquisas. “Os trabalhosenviados com antecedência poderãocontribuir para análises interativas esugestões para discussões. Os nomesdos que enviarem seus projetos nãoserão declinados se não o desejarem” -explica o Dr. Silvio Marques. O encami-nhamento pode ser feito até uma sema-na antes do evento para os e-mails:[email protected] e derm a [email protected].

✔ J o rnada Acadêmica Temas como “Perspectiva e M e rc a d o

de Trabalho” e “Residência Médica emD e rmatologia” farão parte da A IJornada Acadêmica de Dermatologia,promovida pelo Departamento de Clí-nica Médica da Faculdade de Medicinada UFMG, nos dias 3, 4 e 6 de novem-bro. O evento está sob organização dosalunos da graduação e orientação dosp ro f e s s o res Antônio Carlos MartinsGuedes e Gabriel Gontijo. Os interessa-dos devem podem entrar em contatocom a Renata Indelicato Zac, da Co-missão Organizadora, pelo [email protected].

composta por Derm a t o l o g i s t a sque possuíssem a metade dassuas qualidades. Seríamos exem-plo para o mundo.

Saudações, Luiz Sérgio Braga

Enviem suas cartas, sugestões e críticas para oJornal da SBD. Sua opinião

é muito importante! Os nossos endereços são

[email protected] e [email protected]

Setembro04 Quinta-feira Reunião de Presidentes de Regionais, Departamentos, Comissões e

Serviços Credenciados ES05 Sexta-feira Reunião do Conselho Deliberativo ES06 a 10 Sáb. à Quarta 58º Congresso Brasileiro de Dermatologia - Vitória ES18 Quinta-feira Reunião Científica - AL Reg. AL23 Terça-feira 7ª Reunião Dermatológica Ordinária - UNIFESP Reg. SP24 Quarta-feira Reunião Mensal - RJ Reg. RJ24 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - AL Reg. AL24 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - MA Reg. MA25 Quinta-feira Reunião Mensal - BA Reg. BA25 Quinta-feira Reunião Mensal - PI Reg. PI27 Sábado Reunião de Casos Clínicos - CE Reg. CE

Outubro01 Quarta-feira Reunião Mensal - MG Reg. MG03 Sexta-feira 8ª Reunião Dermatológica Ordinária - Fac. Med. Sorocaba Reg. SP04 Sábado 115ª Jornada Dermatológica Paulista - Fac. Med. Sorocaba Reg. SP04 Sábado Curso Teórico Prático - Toxina Botulinica - MG Reg. MG10 Sexta-feira XXII Jornada Goiana de Dermatologia Reg. GO11 Sábado I Seminário Baiano de Medicina Baseada em evidências Reg. BA

Metodologia de Pesquisa Aplicada a Dermatologia15 a 18 Quarta a sáb. Congresso Europeu de Dermatologia- Barcelona - Espanha16 Quinta-feira Curso Teórico-Prático (Pré-Jornada) Reg. RS17 Sexta-feira Dia do Dermatologista Gaúcho Reg.RS17 e 18 Sexta e sáb. XXVIII Jornada Gaúcha de Dermatologia - RS Reg. RS21 a 25 Terça à Sáb. XV - CILAD - Buenos Aires - Argentina23 à 25 Quinta à sáb. II Jornada Alagoana de Dermatologia - AL Reg. AL24 Sexta-feira Conf. Dermatologia Hospitalar Reg.CE24 Sexta-feira Conferência/Curso - RN Reg. RN25 Sábado Reunião de discussão de casos clínicos ao vivo - RN Reg. RN25 Sábado Reunião de Casos Clínicos - CE Reg. CE25 Sábado Reunião Clínica - João Pessoa Reg. PB25 Sábado Reunião Científica Mensal - HUCAM Reg. ES29 Quarta-feira Reunião Mensal - RJ Reg. RJ29 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - AL Reg. AL29 Quarta-feira Reunião de Casos Clínicos - MA Reg. MA31 Sexta-feira Curso de Imunologia Reg. PI31 Sexta-feira Reunião Científica - AM Reg. AM

Page 4: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Mudanças do Código Civil

Começou a vigorar, em 10de janeiro de 2003, onovo Código Civil trazen-do mudanças re l e v a n t e s ,

que afetam a SBD. As associaçõesjá constituídas, como a SBD, têmaté 10 de janeiro de 2004 paraadotar as posturas determ i n a d a spelo Código Civil. Isto implicará emalteração de nosso estatuto. Essasmodificações têm que ser feitas jáobedecendo ao disposto no novocódigo, isto é, as alterações terãoque ser aprovadas pela AssembléiaGeral, que passa a ter competênciaexclusiva nesse assunto. Nossoescritório, Potter Advogados Asso-ciados, já está providenciando asmudanças obrigatórias, que serãoa p resentadas durante o Congre s s oB r a s i l e i ro, em Vitória.

Julho / Agosto - 2003

3

C o l u n a d a D i r e t o r i a

patrulhamento, são nossos parceiros aquelesque reconhecem nosso valor: uma Sociedadecomposta por pessoas muito diferentes emaspectos econômicos, sociais, filosóficos ecientíficos, mas iguais no reconhecimento dovalor de cada um e que sabem valorizar aquem nos valoriza. Por tudo isso, peço-lhesque olhem com carinho e atenção os nossosanunciantes, recebam com simpatia os repre-sentantes, visitem os stands e, sem que istoprejudique a qualidade do seu receituário e oseu paciente, façam como julgar melhor comaqueles que não prestigiam o sócio da SBD aonão prestigiarem a sua SBD.

Até a próxima,Celso Sodré

Mais uma vez é com grande satisfaçãoque me dirijo a vocês para informarque a situação financeira da SBD é

equilibrada e tranqüila. Após esses sete mesestemos reservas suficientes para honrar os com-promissos até o final do ano, desde que man-tenhamos a postura austera em relação às des-pesas.

Considerando as possibilidades em relaçãoa novas fontes de recursos, podemos começara sonhar em oferecer mais vantagens aos nos-sos sócios através de novos projetos, semprecom o menor custo possível. A confortávelsituação se deve, em parte, à resposta maciçados sócios ao chamado para regularizar suascontas com a SBD. Por outro lado, uma parteda indústria farmacêutica, que historicamentetem sido a principal parceira, tem correspon-dido ao que todos consideramos um bominvestimento nos Anais, Jornal e “Site”, alémde prestigiar os eventos da SBD.

Essas empresas, que podem ser identifica-

das pelos anúncios dos produtos nas páginasdos nossos veículos de comunicação, enten-dem que ao prestigiarem a SBD (Nacional),prestigiam na verdade cada um dos seussócios, independentemente de seu poderaquisitivo, do tipo de clientela que atendam(hansenianos ou fotoenvelhecidos), locais queresidam ou do seu tempo de formado, já quea SBD não faz esse tipo de distinção entre seussócios, pois todos são igualmente importantes.

Outra parte da indústria, entretanto, prefereinvestir apenas nas nossas Regionais maiores,onde há maior concentração de renda tantomédica quanto da população geral. Emboralegitimadas pelas leis de mercado, algumas des-sas empresas demonstram como enxergam omundo ao concentrarem os investimentos ape-nas onde um grande lucro seja possível. Omesmo pode ser dito sobre as que prefereminvestir em sociedades paralelas (ex: estética), emenosprezam a classe dermatológica.

Tenho certeza que nosso papel não é de

P a l a v r a d o T e s o u r e i r o

Celso Sodré

Repasse para as RegionaisA SBD está transferindo os

recursos devidos às re g i o n a i s ,re f e rente ao pagamento dasanuidades. O critério adotadopela Tesouraria da Sociedade é ode re p a s s a r, inicialmente, àsregionais que cumpriram os dis-positivos estatutários e enviaramseus balancetes à SBD. O r e p a s-se passa a ser feito, ro t i n e i r a-mente, à medida que os balance-tes vêm chegando. Este ano,re c u p e r a rmos um montante re l a-tivo a contribuições atrasadas,também incluídas nos valore srelativos a cada regional. Con-tamos nessa recuperação com aajuda de todas as regionais, obs-tando o acesso de sócios inadim-plentes a suas atividades locais.

Reunião com os jovensdermatologistas

Temos mantido contato com osdermatologistas jovens em diver-sas regiões do país. Assim foi emSergipe, Pará, Amazonas, Rio deJaneiro e Mato Grosso. Os encon-tros abordam as aspirações dosdermatologistas, são esclarecidosaspectos cotidianos da vida profis-sional, discute-se o mercado detrabalho e as possibilidades regio-nais para os novos médicos.

JSBD l Ano VII no 5

Márcio Rutowitsch

Page 5: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII no 54

C o l u n a d a O m b u d s w o m a n

Recebemos corre s-pondência de as-sociados pre o c u-pados com o nú-

m e ro crescente de especia-listas, particularmente nosgrandes centros, submeten-do-se a situações de traba-lho inadequadas. Este é um

tema importante para discussão. Alguns sugerem queapenas se formaem novos especialistas, na medida emque houver efetivamente capacidade do mercado paraabsorvê-los. Além da concorrência crescente entre oscolegas que são aprovados na prova de Título deEspecialista, ainda temos vários médicos fazendo os cur-sos de fim-de-semana, principalmente voltados para pro-cedimentos estéticos que aparentemente darão o re t o rn of i n a n c e i ro a curto prazo. Como se não fosse pouco, vemosa proliferação de entrevistas na mídia, cavadas por asses-s o res de imprensa, colocando em evidência médicos quenão são dermatologistas, citados como tal.

Aqui existem duas situações, aqueles que são nossossócios contribuintes e aqueles que não fazem parte doq u a d ro de associados. Recentemente no Rio de Janeiro ,certo profissional, não dermatologista, propunha trata-mento não ético para uma dermatose inestética. Ime-diatamente o presidente da regional tomou as medidascabidas, enviando inclusive uma carta para o jornal noqual a notícia havia sido veiculada. A resolução nº1634/2002 do CFM determina que só poderá ser cha-mado dermatologista àquele que tiver o Título. T e m o sque estar atentos para que aventure i ros não lancem mãodo nosso espaço profissional. Nossos dirigentes da SBDdevem tomar as medidas do caso, inclusive inform a n d oao CRM quando necessário.

Alguns colegas contribuintes solicitaram que fosseventilado o assunto dos preços cobrados para partici-pação nas nossas atividades, inclusive do CongressoBrasileiro de Dermatologia, com taxas que são o dobrodaquela cobrada aos efetivos. Uma das vias para fazera reciclagem necessária para prestar a prova paraTítulo é freqüentando os congressos e as atividades daSBD. Estamos chegando próximo ao momento de ter areunião do Conselho Deliberativo. É hora de discutir-mos os assuntos, inclusive com propostas paramudanças de Estatuto. Procurem os seus delegadosregionais, encaminhando sugestões concretas. Nodebate fortaleceremos o espírito democrático. Con-tinuem escrevendo suas observações para esta coluna.Caso não sintam as suas dúvidas esclarecidas, insis-tam, não se acanhem. Estamos aqui para ouvir e res-ponder.

Luna Azulay

Em agosto acontece a eleição, conforme oestatuto, para presidente e vice-presidente daSBD, gestão de 2005 a 2006. Concorrem osd o u t o res Sinésio Talhari (AM) e GersonPenna (DF), como presidente e vice-pre s i-dente respectivamente.

Os sócios efetivos e honorários rece-berão em suas casas um envelope coma cédula e deverão enviar seus votos, noenvelope já postado para a sede da SBD até o dia 15 deagosto. Leia abaixo a carta de apresentação da chapa,pelo Prof. Rubem Azulay.

SBD promove eleição

“ É com grande satisfação que venho ao plenário daSociedade Brasileira de Dermatologia para submeter àa p reciação dos conselheiros os nomes dos colegas

Sinésio Talhari e Gerson Penna como candidatos à presidente ev i c e - p residente desta renomada entidade científica para o biê-nio de 2005/2006. Sinésio Talhari é mestre, aliás, diga-se depassagem, foi o primeiro mestre feito no Brasil, lá no nossoServiço na Fluminense. É doutor em medicina em área de con-centração de dermatologia, professor da Universidade Federaldo Amazonas. Sem dúvida alguma, é um expoente da der m a t o-logia nacional e internacional. Internacional não de conversa,mas de verdade mesmo. É um professor convidado anualmenteàs universidades européias e norte-americanas e consultor deo rganismos internacionais. O professor Sinésio vem divulgandono cenário internacional, de forma expressiva, o nome daSociedade Brasileira de Dermatologia. Além dessa experiênciaacadêmica, foi secretário de estado da Saúde no Amazonas e échefe do Serviço de Dermatologia do Instituto de MedicinaTropical do Amazonas.

Gerson Penna tem especialização em planejamento estratégi-co, é doutor em medicina com área de concentração em medici-na tropical com longa atuação nacional e internacional na ár e ade dermatologia sanitária, com numerosas publicações nestaá rea de concentração de estudos. É ainda consultor de or g a n i s-mos internacionais. Durante mais de dez anos, atuou como diri-gente de cargos da coordenação nacional do Ministério da Saúde.Ao longo de sua vida profissional vem colaborando de maneirae x p ressiva com a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Essacandidatura foi lançada durante a Jornada Norte-Nordeste deD e rmatologia e só foi possível se concretizar naquela ocasiãograças ao respaldo imprescindível dos ex-presidentes da SBD edos sócios aqui relacionados, contando também com o apoiounânime dos presidentes das regionais das regiões abaixo r e l a-cionadas. Diante desses fatos, solicitamos a este plenário aanuência para a chapa Sinésio Talhari e Gerson Penna comocandidatos à eleição de agosto próximo para presidente e vice-p residente respectivamente dessa renomada sociedade científicapara o biênio 2005/2006.

Esta carta vem r e f e rendada, entre outros, por este pr e s i d e n-te da Sociedade Brasileira de Dermatologia e colegas que tive-mos a oportunidade de contatar pessoalmente.Aqui traz o nomedas pessoas: eu, Jarbas Porto, Márcio Lobo Jardim, SaritaMartins, Orcanda Patrus, René Garrido Neves, João Gontijo,F e rnando Almeida, Alberto Cardoso, Clarisse Zaitz, Ber n a rd oGontijo, Jorge José de Souza Filho, Iphis Campbell, ArivalC a rdoso de Brito, Jesus Santamaria, Luis Carlos Cucé, EvandroRivitti, Jayme de Oliveira Filho, Arival Peres Rosa, Cássio V i l a ç aNeto, Silvio Alencar Marques, Maria de Lourdes Viegas, V i t ó r i aRegina Rêgo, Silmara Cestari e Antônio Carlos Guedes.”P rof. Rubem Azulay

Page 6: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Julho / Agosto - 2003JSBD l Ano VII n o 5 5

ria com o Conselho Federal deMedicina (CFM). A seguir fare m o suma ilustração de aspectos maisrelevantes do trabalho.

A maioria dos especialistas vivenas capitais do país (63,3%). Naregião Nordeste, um dado interes-sante: todo o contingente de der-matologistas mora nas capitais;14,86% deles se deslocam para

trabalhar em cidades do interiordos estados.

Em relação à moradia, os pro-fissionais da região Sudeste vivemem quantidade equilibrada, tantona cidade (56,56%), como no inte-rior (42,49%). A maioria deles(70,13%) reside no mesmo municí-pio em que trabalha.

A pesquisa detectou que as

DERMATOLOGISTAS POR FAIXA ETÁRIA SEGUNDO GRANDES REGIÕES - BRASIL – 2002 - (%)

GRANDES REGIÕES

NorteNordesteSudesteSulCentro-Oeste

Brasil

Até 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 e mais

5.414.045.806.560.00

5.37

40.5433.8540.7740.0734.19

39.51

28.3841.5430.5437.1634.62

32.80

22.9719.4217.089.84

26.07

17.13

2.701.152.976.385.13

3.29

DE R M ATO L O G I S TA S P O RT E M P O D E F O R M A D O S E G U N D O GR A N D E S RE G I Õ E S - BR A S I L - 2002 - (%)

GRANDES REGIÕES

NorteNordesteSudesteSulCentro-Oeste

Brasil

Até 4anos

De 5 a 14anos

De 15 a24 anos

De 25 a34 anos

De 35 anose mais

6.760.002.063.460.00

2.04

29.7329.2338.5138.6234.19

36.91

37.1651.5434.8635.7038.89

37.22

23.6519.2319.2717.6723.93

19.46

2.700.004.424.552.99

3.78Fonte: Pesquisa Perfil dos Dermatologistas no Brasil - SBD / Fiocruz.

DERMATOLOGISTAS POR SEXO SEGUNDO GRANDES REGIÕES - BRASIL - 2002

GRANDES REGIÕES MASCULINO (%) FEMININO (%) TOTAL

37.8439.2339.3938.2539.32

39.17

62.1660.7760.6161.7560.68

60.83

100.00100.00100.00100.00100.00

100.00

NorteNordesteSudesteSulCentro-Oeste

Brasil

Pesquisa realizada pela SBD traça retrato da classe

Apesquisa ‘Perfil dosDermatologistas, noBrasil’ realizada pelaSociedade Brasileira

de Dermatologista (SBD), traçouum verdadeiro retrato da classe,com informações e análises sobredados geográficos, formação pro-fissional, origem socioeconômica emercado de trabalho. De acordocom o Diretor Geral e Operacionalda SBD, Marco Antônio Seabra deA. Rocha, os resultados irão possi -bilitar a elaboração de políticas emetas que beneficiem os cinco milsócios da Sociedade. “O trabalhofoi extenso e, a partir dele, é possí-vel compor programas de adequa-ção às necessidades dos médicos”– declara. A SBD produzirá umfilme sobre a pesquisa que seráa p resentado durante o 58o

C o n g resso Brasileiro de Derm a-tologia.

A pesquisa foi iniciada em 2000,por uma equipe da FundaçãoOswaldo Cruz (Fiocruz). Foram en-t revistados 4.414 médicos, garan-tindo a confiabilidade e re p re s e n t a-tividade da amostra. A pesquisaquantitativa foi feita através dequestionários abrangentes, envia-dos para os dermatologistas ou dis-tribuídos durante eventos org a n i-zados pela SBD. Foi analisado tam-bém um banco de dados daPesquisa Nacional dos Médicos,feita pela mesma equipe, em parc e-

Page 7: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII no 66

m u l h e res têm preferência pelaespecialidade. Do universo entre-vistado 60,83% é feminino.Enquanto a participação masculi-na fica em 39,17%. É alto o grau desatisfação com o trabalho: 93,72%dos especialistas em dermatologiaestão satisfeitos com a área deatuação.

A maior parte dos entre v i s t a d o s(39,51%) tem idades variadase n t re 30 e 39 anos. Depois está ogrupo com idades entre 40 e 49anos que formam um total de32,80% do grupo. Apenas 5,37%dos entrevistados, são mais jovenscom até 29 anos e 3,29% tem maisde 60 anos.

Em relação às característicassocioeconômicas foi constatadoque os dermatologistas têm carro,possuem casa própria e costumamtirar férias. Já em relação ao esta-do civil, a maioria é de casados(69,44%). Os solteiros são 17,17%do grupo; 9,18% desquitados.

Atualização profissionalEm relação ao domínio de língua

estrangeira o nível é ótimo. A maio-ria, 79,38%, afirma dominar pelomenos um idioma estrangeiro. Dos19,72% profissionais que não domi-nam outra língua, a massa maiorestá concentrada na região Norte.

Dos entrevistados, por regiões,55,78% afirmaram ler habitual-mente revistas científicas interna-cionais. Os moradores do Sul dopaís praticam mais esse hábito(70,86%). Do total de entrevista-dos, 74,31% praticam atividadesde aprimoramento. Já os motivosque levam os 22,72% a não inves-tirem em aprimoramento variamdesde dificuldades financeiras,citadas por 21,86% dos moradoresda região Sul, às longas distânciasmencionadas pelos moradores dasregiões Sul e Norte (41,38%).

Os médicos derm a t o l o g i s t a scostumam navegar pela Internetem sites ligados à área e também àcultura geral. O uso do correio ele-trônico é feito por 32,11% deles. Osm o r a d o res da região Norte

DE R M ATO L O G I S TA S P O R T Í T U L O D E E S P E C I A L I S TA S E G U N D O GR A N D E S RE G I Õ E S - BR A S I L - 2002

GRANDES REGIÕES

NorteNordesteSudesteSulCentro-Oeste

Brasil

Sim (%) Não (%)

73.6580.0087.0780.8783.76

84.84

26.3520.0012.0519.1316.24

14.57

DERMATOLOGISTAS POR GRANDES REGIÕES SEGUNDO MEIOS DE ATUALIZAÇÃO

PROFISSIONAL BRASIL - 2002

- Internet- Livros especializados- Xerox de livros

especializados- Congressos/Jornadas

Cient. Regionais- Congressos/Jornadas

Cient. Nacionais- Congressos/Jornadas

Cient. Internacionais- Estágios em outros

serviços- Assistindo aulas- Cursos práticos- Televisão (Canal

Médico/CFM, Canal Saúde/Fiocruz, outros canais)

- Centros de Estudos (em hospitais)

- Outros- Ignorado

Total

NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE

14.2215.572.10

15.20

15.20

4.82

3.46

7.2911.993.09

7.05

0.000.00

100

11.5114.812.80

15.37

15.40

4.60

3.05

8.8413.161.28

5.41

3.760.00

100

11.6716.203.36

16.41

16.91

6.34

1.93

7.6612.320.89

5.38

0.920.00

100

14.1517.863.77

17.72

16.92

8.64

2.87

3.108.510.83

5.14

0.470.00

100

11.6215.693.56

15.69

15.83

6.54

3.99

7.7712.271.82

4.50

0.730.00

100

(70,27%) são os que mais habitual-mente acessam ao site da SBD,enquanto os do Centro-Oeste sãoos que menos acessam à página.

Indagados sobre a exigência deobter o Título de Especialista, agrande parte concorda (80,58%);16,83% descorda da obrigatorie-dade. Perguntados sobre a atua-ção em outra especialidade ou

Fonte: Pesquisa Perfil dos Dermatologistas no Brasil - SBD / Fiocruz.

subespecialidade, 69,53% negamp a r t i c i p a r, enquanto 29,11% afir-mam fazer parte também de outrogrupo; 54,94% desenvolvem ativi-dades em setores públicos en-quanto 42,95% não.

Nas próximas edições do Jornalda SBD serão feitas análises maisdetalhadas do ‘Perfil dos Derma-tologistas no Brasil’ por temas.

Page 8: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Julho / Agosto - 2003JSBD l Ano VII no 6 7

JSBD - A Resolução do CFM nº1634/2002 reconheceu 52 especiali-dades médicas, definindo as áreas deatuação delas. Qual a importânciadessa medida?

D r. Oliveira - A Resolução completaum ano e tem passado pelo crivo daexperiência, da prova e, até o momento,tem sido acolhida de maneira satisfató-ria, salvo algumas situações, que temm e recido reflexão e correções quandopossível. A medida tem importânciagrande porque através dela acontece ump rocesso de uniformização das especia-lidades médicas, sob o controle das enti-dades formadoras e encarregadas do

assunto. São elas a Comissão Nacionalde Residência Médica e a AssociaçãoMédica Brasileira. O Conselho Federalde Medicina participa exercendo o papelde registrar os diplomas de especialistasobtidos nessas entidades.

JSBD - No caso da Derm a t o l o g i a ,são reconhecidas como áreas de atua-ção a cosmiatria, a hansenologia e ac i r u rgia dermatológica. Como ficam asá reas de atuação que poderão ser exer-cidas por mais de uma especialidade?

D r. Oliveira - A idéia de se consti-tuir área de atuação atendeu a umarealidade existente em nosso País.Muitos especialistas se orientam parad e t e rminados campos, passando a tê-las como seu espaço de trabalho pro f i s-sional. Isso, na maioria dos casos, não éprivilégio de uma especialidade só, poisàs vezes, duas ou até três especialida-des compartilham daquela área. Devehaver um consenso, principalmentepara efeito de avaliação da titulação.

JSBD - No convênio, destaca-sea necessidade de obtenção doTítulo de Especialista para que ummédico se intitule como, por exem-plo, dermatologista. Quais serão aspunições para os médicos que infli-g i rem a norma?

D r. Oliveira - Não se trata de uman o rma, é algo mais amplo: um textolegal. É um decreto antigo, de 1931, queestabelece que os médicos só podemanunciar aquelas especialidades quepossuam, até o limite de duas. Então elepode exercer a Medicina em qualquer desuas áreas, no entanto, apenas podeanunciar as especialidades que re a l-mente possui. Essas registradas nosCRM, ou, em grau de recurso, no CFM.Para o re g i s t ro, naturalmente, é neces-sário preencher condições como a exi-gência de uma formação com a titulaçãoc o m p robatória que é obtida através daComissão Nacional de ResidênciaMédica ou através da Associação MédicaBrasileira, em uma das suas chamadassociedades de especialidades.

JSBD - Mesmo sem o título, omédico pode atuar como especialistae ser sócio de uma sociedade deespecialidade. Isso não cria um para-doxo? Como as sociedades de espe-cialidades deverão agir com que sãosócios e não têm o título?

Cada sociedade de especialidadetem seus critérios, regulamentos, esta-tutos ou a norma de composição do seuq u a d ro associativo. Acredito que a maio-ria delas estabeleça qualificações parasócios. Isso é privativo da Sociedade. Elenão figura ali como especialista no sen-tido que trata a Comissão Mista deEspecialidade. Ele não pode anunciarque é membro especialista da sociedadeA ou B, embora essa sociedade possas e r, pelo menos em linhas gerais, cha-mada de sociedade de especialidade.

Realmente, as sociedades são orga-nizações que não têm a ver com a ques-tão da especialidade. São pessoas jurí-dicas de direito privado e podem orga-nizar-se, ter patrimônio, realizar con-gressos. Algumas têm até aparelhosf o rm a d o res, mas somente daí nãonasce à categoria de especialista.

JSBD - Haverá algum tipo de fis-calização? Como será esse processo?

D r. Oliveira - A fiscalização pode serentendida em dois sentidos: da form a-ção, que não se dá pelo Conselho, dá-sepela Comissão Nacional de ResidênciaMédica, quando credencia seus núcleosf o rm a d o res e faz visitas periódicas, atra-vés das comissões estaduais, para verifi-car como estão esses aparelhos form a d o-res. E também pela Associação MédicaBrasileira (AMB) que avalia e fiscaliza osseus centros, através das sociedadescientíficas ou de especialidades. Agora, afiscalização da conduta do profissional épor parte dos Conselhos e diz r e s p e i t oapenas à veiculação de anúncios publici-tários, ou, no caso de alguma outra irre-gularidade, há a possibilidade de infra-ções éticas. Nesse caso é possível avaliara possibilidade de irregularidade de con-duta, quando, através de ofício ou pordenúncia, chegam aos Conselhos.

Conselho Federal de Medicina determina área de especialidades para médicos

OConselho Federal de Medicinaeditou a resolução nº1634/2002 que dispõe sobre

o convênio que reconhece 52 espe-cialidades médicas e suas áreas deatuação. O acordo foi firmado entreo CFM, a Associação Médica Bra-sileira (AMB) e a Comissão Nacionalde Residência Médica (CNRM). Re-centemente a determinação sofreupequenos ajustes, trazendo nova-mente o assunto à tona.

Com o objetivo de determinar aadoção de condutas comuns relati-vas à criação e ao reconhecimentode especialidades médicas no país,o tema vem sendo trabalhado emconjunto na Comissão Mista deEspecialidades. O Conselheiro Fe-deral do Estado da Bahia e membroda Comissão Mista de Espe-cialidades do CFM, Dr. Oliveiro sGuanais de Aguiar, falou sobre oassunto para o Jornal da SBD. Leiana entrevista a seguir:

Divulgação

Page 9: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII no 58

Brasil tem maior incidênciae mhanseníase, segundo OMS

Segundo a última pesquisadivulgada pela Org a n i-zação Mundial de Saúde(OMS), o Brasil superou a

Índia em número de casos de han-seníase, com a maior taxa de pre-valência da doença no mundo -média de 4,1 doentes para cada 10mil pessoas. O Ministério da Saúde(MS) contesta a primeira colocaçãono ranking, discordando da meto-dologia de apuração de dadosusada pela Organização.

Segundo o MS, há sérios pro b l e-mas na comparação dos dados dediversos países endêmicos, já queos mesmos utilizam critérios dife-rentes para os cálculos da pre v a-lência. O Brasil trabalha com doiscoeficientes: casos novos e casos dere g i s t ro ativo. “Somos muito crite-riosos em relação ao nosso ‘re g i s t roativo’ da doença. Não tiramos doen-tes que abandonam o tratamento.Apenas os retiramos com dois anosse forem paucibacilares, e, depoisde cinco anos se forem multibacila-res” – afirma o Dr. GersonF e rnando Mendes Pereira, Coor-denador Nacional de Derm a t o l o g i aSanitária do Ministério da Saúde.

Nos países orientais e africanosnão são incluídos os casos deabandono de tratamento nessecálculo. “Embora concordando, ocritério brasileiro é muito conser-v a d o r, já que é o mesmo usadodesde o inicio da poliquimioterapiade 24 doses ou até a negativação,a g u a rdando até cinco anos pararetirar dos re g i s t ros os casos deabandono. Com a redução dotempo de tratamento para seis e12 meses, penso que com apoiodos Serviços Dermatológicos dasuniversidades Federal e Estadualdo Rio de Janeiro (UFRJ e UERJ),Santa Casa de Misericórdia do Riode Janeiro e SBD – Fluminense,isso deva ser revisto” – afirma a

Dra. Maria Leide Wand Del Rey deOliveira. De acordo com a especia-lista da SBD, caso o critério daÍndia fosse utilizado, por exemplo,a prevalência atual de 4,4/10.000casos por habitantes, cairia para2 , 3 / 1 0 . 0 0 0 .

EsperançaUm indicador positivo: nos últi-

mos 15 anos houve uma reduçãode 15% no percentual de casosdescobertos apresentando algumadeformidade. Mesmo assim, cercade 2000 pessoas/ano, inclusivecrianças, sofrem perdas funcionaisimportantes causadas pela doença.O Ministério da Saúde assumiuum compromisso intern a c i o n a lpara eliminar a hanseníase até oano 2005, o que implica em alcan-çar a taxa de menos de um doentepara cada 10 mil habitantes.

A Dra. Maria Leide acredita quea meta é impossível de ser atingi-da, já que os estados da Amazôniae do Centro-Oeste apre s e n t a maltas taxas de detecção de novoscasos. “Apenas dois estados brasi-leiros conseguiram esse objetivo:Rio Grande do Sul e SantaCatarina. Mesmo nos estados comtaxas gerais próximas a essa meta,a existência de municípios alta-mente endêmicos, mantêm a ende-micidade local. É o caso daBaixada Fluminense, em relaçãoaos municípios do Rio de Janeiro eNiterói” – completa.

Para ela, a ocorrência de cercade 40.000 casos novos/ano deveser mantida nos próximos anos.“As pessoas que irão adoecer nospróximos cinco anos já estão infec-tadas. Portanto, temos que nospreparar para diagnosticá-las pre-cocemente e curá-las sem seqüe-las” – explica Dra. Maria Leide, res-saltando a contribuição dos servi-ços de dermatologia nessa tarefa.

Governo quer eliminar a doença em cinco anosNorte

Centro-Oeste

Nordeste

Sudeste

Sul

Brasil

* 10 lugar mundial** 50 lugar mundialFontes: ATDS/DAB/SPS/MS/SES/IBGE

9,60

7,26

11,72

7,40

5,69

Incluindo abandono Sem abandono

Distrito Federal mobiliza 41 unidades de saúde para

tratamentoA Secretaria de Estado de Saúde

do Distrito Federal e a SubVigilância à Saúde divulgaram umacarta sobre a meta do Govern o ,i n f o rmando aos profissionais que 41unidades de saúde oferecem atendi-mento aos pacientes suspeitos ep o r t a d o res da doença. O objetivo éevitar as incapacidades, descentrali-zando o atendimento e fazendo odiagnóstico mais precoce possível. Otelefone para eventuais esclare c i-mentos é (61) 325.4639.

1 5 10 15 20

1 5 10 15 20

1 5 10 15 20

1 5 10 15 20

1 5 10 15 20

1 5 10 15 20

2,28

2,51

1,44

1,43

1,09

4,44*

2,46**

Page 10: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Julho / Agosto - 2003JSBD l Ano VII n o 5 9

OEspírito Santo foi escolhidopara o lançamento oficial daClassificação Brasileira

H i e r a rquizada de Pro c e d i m e n t o sMédicos (CBHPM), no dia 15 dejulho, em Vitória. O estado é oúnico que dispõe de uma legislaçãoespecífica, a Lei nº 6628, que per-mite ao Conselho Regional deMedicina a elaboração de uma listareferencial de honorários.

A cerimônia reuniu membrosdas diretorias da AssociaçãoMédica Brasileira (AMB), ConselhoFederal de Medicina (CFM),Confederação Médica Brasileira(CMB), Federação Nacional dosMédicos (Fenam), além de presi-

dentes e lideranças de entidades daárea médica e do setor de saúde. “Olançamento da Classificação Bra-sileira Hierarquizada de Pro c e-dimentos Médicos é um marco his-tórico para a classe. Será ainda uminstrumento balizador não apenaspara o setor privado, mas para todoo sistema nacional de saúde dopaís” - afirmou o presidente da

AMB, Eleuses Paiva.A nova metodolo-

gia empregada naCBHPM separa osc e rca de 5.400 pro c e-dimentos em 14 por-tes, com subportesem níveis A, B e C,totalizando 42. Omenor porte (1A) temvalor de R$ 8,00,enquanto que omaior (14C) foi valo-rado em R$ 2.100,00.Todos os pro c e d i-mentos foram agru-

pados em quatro blocos: pro c e d i-mentos ambulatoriais, hospitala-res, cirúrgicos e SADT. Em re l a ç ã oa esse último, o custo operacionalfoi desvinculado do pro c e d i m e n t o .Com essa nova metodologia, aAMB buscou eliminar possíveisdistorções e garantir maior flexibi-lização na época de sua implanta-ção. O presidente da AMB se r e u-niu com re p resentantes de diver-sas operadoras de saúde e pre t e n-de desencadear uma grande mobi-lização nacional para a implanta-ção da CBHPM. “Para o sucesso daCBHPM será de fundamentalimportância a participação detodos os médicos” – afirma.

Lançada a Classificação Brasileira Hierarquizadade Procedimentos Médicos

Lançamento da CBHPM em Vitória

“O lançamento daClassificação Brasileira

Hierarquizada de Procedimentos Médicosé um marco histórico

para a classe”

Page 11: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII no 510

JSBD - Em julho, a FrenteParlamentar da Saúde (FPS)completou 10 anos de criação.Qual é a importância do traba-lho da Frente presidida pelosenhor?

D r. Guerra - A Frente tem comoobjetivo a melhoria das condiçõesde saúde do cidadão brasileiro, enisso inclui-se a defesa do SistemaÚnico de Saúde (SUS), a norm a t i-zação das questões relativas àsaúde suplementar, às medidas desaneamento e medicina pre v e n t i-va, a formação do profissional desaúde e as ações voltadas para apopulação. É uma Frente supra-partidária com 17 senadores e 195d e p u t a d o s .

JSBD - Qual a importância daLei do Ato Médico? A lei estásendo apreciada pela Comissãode Assuntos Especiais do

Senado, o que falta acontecerpara finalmente ter esta apro v a-ção? Qual o envolvimento daFPS em relação a este tema?

D r. Guerra - A re g u l a m e n t a ç ã odo ato médico precisa ser apro v a-da, quanto a isso não há dúvida.Agora, qual regulamentação? ALei que está sendo apreciada noSenado tem levantado algumasobjeções dos outros pro f i s s i o n a i sda área de saúde. Ainda não che-gou para avaliação na Câmara,portanto, não analisei pro f u n d a-mente. Como presidente da FPS,p ro m o v e rei debates sobre essaquestão para encontrar um pontode equilíbrio que atenda com jus-tiça aos direitos dos médicos re l a-tivos ao ato médico e que nãocometa injustiça de excluir asoutras profissões no que se re f e reà atribuição delas.

JSBD - Qual é a posição daFPS em relação ao surg i m e n t ode novas faculdades na áre amédica? Como o Sr. avalia af o rmação de novos pro f i s s i o n a i s ?

D r. Guerra - Acho que é pre c i-so elaborar normas para a abertu-ra de faculdades. Além de análisesdas demandas e das condições deinfra-estrutura. Se não tiver pro-fissional capacitado, o estabeleci-mento de ensino não form a r áalguém capaz. Há um modelo quepode ser discutido. Durante umperíodo, somente o setor públicopoderia abrir faculdades de medi-cina. Por exemplo, se em Ron-dônia querem criar uma escola,então que o Governo de Rondôniaou o Federal o faça. No entanto, ép reciso conhecer a legalidade dis-so para não tolhermos a liberd a d edas instituições ou desrespeitar aautonomia universitária.

Entrevista: Rafael Guerra

O deputado Rafael Guerra (PSDB-MG) foi eleito, em maio,

presidente da Frente Parlamentar de Saúde.

Ele é médico e professor da Faculdade de Ciências Médicas

de Belo Horizonte. Também foi secretário estadual de

saúde em Minas Gerais, durante o governo de Eduardo

Azeredo. Ao Jornal da SBD falou sobre seus planos na

liderança da Frente Parlamentar de Saúde.

Page 12: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Julho / Agosto - 2003JSBD l Ano VII no 6 11

Nessa edição encerramos o painelque aborda como ter um consul-tório bem montado e dentro dos

padrões da Agência de Vi g i l â n c i aSanitária (Anvisa). Vamos conhecercomo o lixo produzido nos consultóriosmerece uma atenção especial. A resolu-ção nº 33/03, da Anvisa, determinaregras nacionais para o tratamento deresíduos gerados em hospitais, clínicas,consultórios, laboratórios e outro sestabelecimentos de saúde. O propósitoé evitar danos ao meio ambiente e pre-venir acidentes.

São três cuidados básicos. O lixodeve ser separado, embalado e identifi-cado. Os materiais descartáveis devemser classificados como potencialmenteinfectantes, químicos, rejeitos radioati-vos, resíduos comuns ou perf u ro c o r-tantes. Eles devem ser difere n c i a d o sno momento e local de sua geração, dea c o rdo com as características físicas.Depois, embalados corretamente emsacos e/ou recipientes imper m e á v e i s ,resistentes à punctura, ruptura e vaza-mentos. A identificação deve ficarexposta nos sacos de acondicionamen-to, nos recipientes de coleta interna ee x t e rna, nos recipientes de transportei n t e rno e externo, e nos locais dea rmazenamento, em local de fácilvisualização.

Grupo A (potencialmente infectantes) - que tenham presença de agentes biológicos que apre-sentem risco de infecção, como bolsas de sangue contaminado;

Grupo B (químicos) - que contenham substâncias químicas capazes de causar risco à saúdeou ao meio ambiente, independente de suas características inflamáveis, de corrosividade,reatividade e toxicidade. Por exemplo, medicamentos para tratamento de câncer, reagentespara laboratório e substâncias para revelação de filmes de Raio-X;

Grupo C (rejeitos radioativos) - materiais que contenham radioatividade em carga acima dopadrão e que não possam ser reutilizados, como exames de medicina nuclear;

Grupo D (resíduos comuns) - qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa provo-car acidentes, como gesso, luvas, gazes, materiais passíveis de reciclagem e papéis;

Grupo E (perfurocortantes) - objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâmi-nas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro.

Passo a passo de um consultório exemplar: cuidados com o lixo Limpeza do consultório

Para limpar o estabelecimento, osfuncionários devem usar botas de bor-racha, aventais impermeáveis e luvasde látex comercial. No piso são reco-mendados produtos à base de duplofe-nóis ou formaldeídos comerciais, comopinho ou similares.

Nos ambientes de pro c e d i m e n t o sinvasivos, sala cirúrgica e recepção, énecessária a desinfecção do piso. Para alimpeza é aconselhável usar de pr e f e-rência carrinhos para a torção dose s f regões, tendo para isso dois baldes,um para a solução e outro para a torçãoe eliminação da solução usada. Ao finaldo turno, o lixo deve ser recolhido das

lixeiras, que devem ter tampas aciona-das com o pé. A limpeza das par e d e sdeve ser feita uma vez por semana.

As empresas prestadoras de serviçode limpeza deverão comprovar que seusprofissionais foram treinados para pre-venir e reduzir riscos de acidentes. Apartir de 5 de março de 2004, quemdesobedecer aos novos critérios serápunido de acordo com a Lei 6.437/77,que prevê de notificação a multas quevão de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. Asvigilâncias sanitárias estaduais emunicipais farão a fiscalização. Algunsestados, como São Paulo, possuemlegislação específica e a mesma deveráser seguida.

De acordo com a Resolução RDC nº 33/03, os resíduos são classificados como:

É Proibidom Não atender prontamentem Falta de bom sensom Comentar sobre outros pacientes

na sala de esperam Falar gíriasm Não ter agilidade

de serviço ou produto, ouvidoria (re c l a m a-ção ou sugestão), fidelização do pacienteou o fechamento de novos negócios ou par-cerias. “Um paciente satisfeito ao conhe-cer um tratamento estético da clínica,mesmo sem ter experimentado, pode indi-car a um amigo. Aí ele passa a ser parc e i-ro” – explica Helando Gandra.

O sucesso na conquista do paciente estáem criar empatia, ter sensibilidade parasaber o que ele quer. Outra boa atitude é sereficiente nas respostas. “Caso o funcionárionão saiba responder uma questão, ele devedar o prazo de 24 horas para re t o rnar com asolução – enfatiza o consultor.

A espera agradável, aquela musiquinhaenquanto a ligação está em stand by, podeser irritante se durar mais de 30 segundos.O ideal é o paciente ser atendido pro n t a m e n-

te e, caso seja necessário transferir umaligação ou fazer uma consulta, aí sim é per-mitido colocar a espera. Quando o pacienteé valorizado, ele é fiel.E tem sempre razão.

Conquiste o paciente desde o atendimento telefônico

Não atender ao paciente pro n t a m e n t e ,deixar o telefone tocando por tempop rolongado e pouca habilidade da

s e c retária são as principais queixas dospacientes, segundo o consultor de atendi-mento de mercado, Helano Gandra. Paraele, é essencial que os funcionários de umconsultório médico ou uma clínica tenhamem mente que o paciente é o principal bemda empresa. “Quem atende deve enxergar ocliente como um ser igual a ele” - ilustra.

Para a melhor prestação de serviço,todos devem ser treinados, conhecer aestrutura, o funcionamento e os setores daclínica. Ter ainda um organograma funcio-nal nas mesas, com a interação de todas asatividades realizadas no local e nas filiais.O bom atendimento ao telefone pode gerarvárias ações: atendimento simples, venda

Page 13: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII n o 612

OXXV Curso de Derm a-tologia Tropical e MeioAmbiente que aconteceuem Cuiabá, no Mato Gro-

sso, bateu re c o rde de participantes.Foram 344 pessoas inscritas, foraos palestrantes e org a n i z a d o res. Aabertura contou com a participaçãodo presidente da Sociedade, Dr.M á rcio Rutowitsch. Na ocasião ele,a presidente da regional MT e seuvice, Dra. Elizabeth Batista e Dr.José Luiz Rainho Cunha, fizeramuma homenagem ao criador docurso, Prof. René Garrido Neves.

Foram discutidas novas tera-pêuticas de várias áreas, como viro-ses e leishmaniose. Novas viro-s e s t a mbém foram apre s e n t a d a s ,como as chamadas Vi roses Emer-gentes, pouco conhecidas pelosmédicos. “Foi mostrada também aevolução no estudo da patogênesedos pênfigos, que atualmente émodelo para estudos de doençasauto-imunes” – conta a Dra.Elizabeth, que coordenou o evento.O curso valeu cinco pontos para aEducação Medico Continuada.

O Brasil tem grande diversidadede doenças decorrentes do climatropical como hanseníase, leishma-niose, paracoccidioidomicose e etc.No interior do país a incidência ep revalência dessas doenças sãomaiores. “Esse curso é de impor-tância fundamental porque le-va aos médicos e aos futuros médi-cos o conhecimento dessas doen-ças, possibilitando diagnóstico pre-coce e, quando necessário, o enca-minhamento para centros maisequipados. Por esse, entre outrosmotivos, o interesse do público foigrande” – afirma a coordenadora.

“Ficamos contentes com onúmero recorde de participantes, eo mais importante, uma platéiaatenta e interessada até o final. Foidigno da comemoração de seus 25anos” – comemora. Para o bomresultado foi feita uma ampla

Curso de Dermatologia Tropical e MeioAmbiente comemora 25 anos em grande estilo

divulgação anterior ao evento,enviados cartazes e folders paratodas as regionais da SBD e osServiços credenciados. “Além dis-so, os dermatologistas e todos osoutros médicos do Mato Grossoforam avisados, assim como as 139Secretarias Municipais de Saúdedo Estado. Os Conselhos Regionaisde Mato Grosso e as SecretariasEstaduais de Saúde de Estadosvizinhos (RO, AC, MS, DF, GO eTO) também foram convidados” –

conta a organizadora.A comissão organizadora tam-

bém buscou apoio junto aos órg ã o soficiais como o Ministério da Saúde,a Secretaria Estadual de Saúde deMato Grosso, a Secretaria Muni-cipal de Saúde Várzea Grande, vizi-nha a Cuiabá, ao IBAMA, a UNI-MED Cuiabá e à Fundação DawhKolping do Brasil, organização nãog o v e rnamental alemã que dá apoioaos pacientes de hanseníase et u b e rculose, entre outro s .

“O curso de Derm a t o p a t o l o g i afoi iniciado em Manaus, em 1979,por mim e pelo professor SinésioTalhari. Esse ano foi realizado nacidade de Cuiabá, completando 25anos. Pioneiro no âmbito da der-matologia, re p resenta exemplomaior da Educação MédicoContinuada. A sua continuidade éatribuída a vários fatores: à expe-riência e competência dos pro f e s-s o res participantes, ao elenco dasdoenças tropicais e outras de interesse em saúde pública, a inter- relação do homemcom o meio ambiente e o sentido prático e objetivo dos temas abordados. Doençasmuito raras como a zigomicose, pararamose, a oncocercose, a rinosporidiose, a lago-chilascariose, a lepdopterismo – raramente estudadas no curso médico da graduaçãoe mesmo de pós-graduação são simples motivos de estudo e aprendizado atualizado”- por René Garrido.

Dr. Sinésio Talhari e Dr. René Garrido

Dr. José Cunha, Dr. Márcio Rutowitsch, Dr. René Garrido e Dra. Elizabeth Batista

Page 14: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Julho / Agosto - 2003JSBD l Ano VII no 6 13

Está em vigor a Portaria nº10,de 02 de junho de 2003, daS e c retaria de Estado daSaúde de São Paulo sobre a

comercialização e controle da isotre-tinoína. Três pontos formam alvos demaior rigor: medidas contraceptivas,exigência de oito exames médicos e oalerta para questões psiquiátricas.De acordo com a responsável pelosRelatos de Eventos Adversos daIndústria Farmacêutica do Centro deVigilância Sanitária, Dra. MariaClélia Luccheze, a matéria foi estuda-da devido ao aumento do número derelatos de reações adversas em con-seqüência do uso da substância nosúltimos três anos. Porém, não hádúvidas da eficácia do medicamentopara casos graves de acne.

Foram registradas 145 fichas comnotificações de reações indesejáveis deagosto de 1998 a março de 2003, com209 eventos adversos. Os documentospodem ser conferidos no site daAnvisa, na área de farm a c o v i g i l â n c i a .Agora, as mulheres em idade fértil queu s a rem o medicamento devem adotardois métodos contraceptivos simultâ-neos, sendo um hormonal e o outro deb a r reira, iniciado um mês antes douso da substância, até um mês após ot é rmino. As receitas também devemser reavaliadas mensalmente e têm oprazo de validade de sete dias.

– Essas medidas de acompanha-mentos visam conscientizar o médicoe a paciente sobre os riscos na gravi-dez” – afirma a Dra. Maria Clélia. Deacordo com o CVS, existem relatos demá-formação congênita e aumentodo índice de abortos espontâneos. “Amaior parte das mulheres que engra-vidaram tinha idade entre 25 e 30anos e facilidades para entender asorientações” - continua.

– Especialista em dermatologia, oP rof. Sebastião Sampaio foi o primeiroa usar a substância no Brasil. São 22anos pre s c revendo o medicamento.Segundo ele, já tratou e curou 5.000pacientes sem nenhum caso adverso.De acordo com o professor Sampaio,estudos feitos no Canadá e nosEstados Unidos comprovaram que osrelatos de depressão ocorrem namesma proporção para os grupos queusam a isotretinoína e os antibióticos.“Não há prova completa do aumento

São Paulo aumenta o rigor na prescrição da isotretinoína

de depressão em usuários da dro g a .Ela ocorre na mesma medida em pes-soas que não tomam o medicamento.A depressão pode atingir a qualquerpessoa” – afirma. O médico julga exa-gerado o número de exames exigidospelo CVS. “Sempre pedi aos meuspacientes quatro exames: hemogramacompleto, colesterol, triglicérides etransaminase, dez dias depois do iní-cio do tratamento” – explica.

A Coordenadora do Departamentode Cosmiatria da SBD, Dra. DórisHexel, considera que a exigência dost e rmos compromete a paciente com ouso do medicamento. “Acho positivoque a paciente documente que estáciente que não deve engravidar, quedeve se cuidar, etc, pois a concord â n-cia do paciente ao tratamento é umdado importante e acho que dá pesojurídico. Por outro lado, sempre aler-tei minhas pacientes sobre a possibi-lidade de engravidarem e o risco deteratogenicidade e nunca tive pro b l e-

mas, mesmo com o uso do form u l á r i oa n t e r i o r, simplificado” - afirma. Emrelação a capacidade da droga dedesencadear ou agravar depressão, ad e rmatologista ressalta que não éisso que os trabalhos científicos mos-tram. “Estudos recentes mostram quecasos já diagnosticados de depre s s ã onão foram agravados pelo uso da iso-t retinoina oral” - completa.

Para quem descumprir as normascaberá a responsabilidade previstano Código Sanitário do estado. Ocontrole do CVA é feito através dopaciente, do médico, da farmácia quedispensa e da indústria que comer-cializa. Para o melhor controle, essasinformações são cruzadas. A farma-covigilância surgiu há 30 anos nahistória mundial. No Brasil foi criadanos meados de 1998 no estado deSão Paulo. “O Estado de São Paulo ésempre pioneiro por ter uma farma-covigilância ativa” – afirma a Dra.Clélia Luccheze.

“ P rescrição Médica em Dermatologia –Indicação e Aspectos Éticos-Legais” foitema do fórum realizado pela CâmaraTécnica de Dermatologia do ConselhoRegional de Medicina do Estado do Rio deJ a n e i ro (Cremerj), no dia 18 de julho, org a-nizado pelo Dr. José Ramon Va rela Blanco,com a participação de especialistas daá rea. O objetivo foi mostrar a indicação dosretinóides, os possíveis efeitos colaterais,os protocolos de consentimento e as ro t i-nas de segurança. “É a segunda edição doevento. Os debates sobre os medicamen-tos controlados são de extrema re l e v â n c i a– afirma Dr. Ramon Blanco”.

O presidente da SBD - RJ, AbdielFigueira Lima, ressaltou que é funda-mental a informação passada domédico para o paciente alertando parao tipo de droga que está sendo usada

e os efeitos causados por ela. Para oPresidente da SBD, Dr. Márcio Ruto-witsch, hoje, a isotretinoína é umadroga muito eficaz no tratamento daacne e chamou atenção, principal-mente, para os cuidados que se deveter em relação contracepção. Segundoo professor Pleno de Dermatologia daFaculdade de Ciências Médicas daSanta Casa de São Paulo, NelsonProença, a talidomida é uma medica-ção que ganha a cada ano novas indi-cações não só na dermatologia, comona medicina. “A talidomida sempredeverá ser usada sob um controlemuito grande por parte dos médicos edas autoridades de saúde. No entanto,não há dúvidas de que é uma drogaextraordinária para inúmeras doençasque antes não tinham cura” – relatou.

Fórum no Rio debate o tema

Page 15: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII n o 614

Op residente do 58º Congre s s oB r a s i l e i ro de Dermatologia, Dr.João Basílio de Souza Filho,garante o sucesso do principal

evento do calendário da SBD, que acontecee n t re os dias 6 e 10 de setembro. Essa edi-ção terá o maior número de participantes,com 3.000 inscritos. De acordo com ele,toda a parte científica está concluída e osp reparativos seguiram de acordo com asexpectativas. “Estamos aguardando o pes-soal de braços abertos” - comenta. Para ele,os visitantes podem ficar tranqüilos noaspecto da segurança pública da cidade.“ Vitória é um lugar seguro” finaliza.

O turismo em Vi t ó r i a

A cidade de Vitória (ES), com 450 anos dehistória, é considerada pela a ONU( O rganização das Nações Unidas) a quar-ta melhor cidade do País para morar. NoC e n t ro estão os principais acervos cultu-rais, compostos por igrejas, escadarias,pontes, fortes, teatros, museus e constru-ções seculares. A terceira ponte, ou, aPonte Darcy Castello Mendonça, um dosexemplos de construção secular, liga

Comissão Organizadora aguarda os3.000 inscritos no 58º Congresso

Vitória à cidade de Vila Velha. Lá se loca-liza o Convento da Penha, um templofranciscano do século XVI e uma das prin-cipais atrações do Espírito Santo.

Uma das mais charmosas capitais dopaís, Vitória está envolvida por praias enatureza encantadoras, propiciando pas-seios de escunas. Uma dica é aproveitar opasseio para visitar a Estação EcológicaIlha do Manguezal Lameirão, uma exten-sa área de manguezal onde são desenvol-vidos importantes estudos científicos.

São fortes os apelos culturais e folclóri-cos, como as desfiadeiras de siri e as bandasde congo, que mantêm viva uma tradição.O u t ro ponto de visitação é o santuário deSanto Antônio. Para os apre c i a d o res devegetação são 30 unidades de conservaçãoambientais, a exemplo estão o Parque Hortode Maruípe e o Parque Pedra da Cebola.

A prefeitura, em parceria com trêsmunicípios da Região Metropolitana, ins-tituiu a “Rota do Sol e da Moqueca”, quec o m p reende cidades de Vitória, Serra, Vi l aVelha e Guarapari, reunindo 100 km depraias belíssimas, artesanato e folcloreúnicos, além de uma excelente infra-estrutura turística.

“Próximo à Vitória, no municípioda Serra, temos as praias de Man-guinhos, Jacaraípe e Nova Almeidaque são muito bonitas. Já há 45minutos, ao sul do Estado, está a tãoconhecida e badalada cidade deGuarapari, também com praias belís-simas. Inclusive, no centro da cidade,está a praia da areia preta (monazíti-ca) recomendada para pessoas comp roblemas articulares. O EspíritoSanto também apresenta uma regiãode montanhas e clima frio. No lugarocorreu a imigração de povos italianose alemães, mantendo a tradição des-ses povos, com comidas, festas, trajestípicos. Ótima indicação também paraa degustação de vinhos de jabuticaba.Do lado de Vitória, o município de VilaVelha é interligado pela “Te rc e i r aPonte”, uma obra grandiosa que mos-tra uma visão da baía de Vitória e depraias do município vizinho, que valea pena conferir tanto com a luz do dia,como à noite”.

A Dra. Lúcia Diniz (ES) mora em Vitóriahá 20 anos e dá dicas de turismo:

Page 16: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Julho / Agosto - 2003JSBD l Ano VII no 6 15

I n t e r d i c@s A coluna elaborada pelo diretor do Jornal da SBD, Dr. Jackson Machado-Pinto,traz indicações de artigos da literatura médica.

Clube de Revistas

Ricci G, Patrizi A, Neri I, Secchia F, Tosti G, MasiM. Giannotti-Crosti Syndrome and Allergic Back -g ro u n d. Acta Derm a t o - Ve n e reologica 2003;83(3):202-205.

Ésimples navegar pelo portal daSociedade Brasileira deD e r m a t o l o g i a

( w w w .s b d . o rg.br). O site é divididoem três áreas: Associados,Atualidade e A Sociedade. Para ossócios que irão acessar pela pri-meira vez o link Associados, bastainserir o CRM (com a sigla doestado) e a senha padrão “12345”.Depois de acessar ao seu próprioc a d a s t ro, é possível alterar asenha para outra de sua escolha.A partir daí, os sócios estarão coma ‘chave’ necessária para conhe-cer as notícias sobre a SBD e aespecialidade, os dados do cadas-t ro dos médicos junto à Sociedadee as provas teóricas do Título deEspecialista em Derm a t o l o g i a(TED) com seus respectivos gaba-ritos, desde 1998.

No link Atualidades o usuáriopoderá consultar as últimas notí-cias divulgadas pela assessoriade imprensa e em A Sociedadeestão acessíveis inform a ç õ e ss o b re a entidade, a relação dosmédicos especialistas, das re g i o-nais e dos departamentos espe-cializados, o CID 10, os AnaisB r a s i l e i ros de Dermatologia e oJ o rnal da SBD, entre outros.

O portal da SBD tem um

design leve, arrojado e de sim-ples navegação. Seu conteúdo éconstantemente atualizado, comi n f o rmações voltadas para ossócios e o público leigo, a quemé permitida a busca por derm a-tologistas em qualquer cidade.Os sócios cadastrados re c e b e mos serviços eletrônicos de news-letter e clipping com as matériaspublicadas na imprensa. O siteda SBD é uma referência nacategoria, recebendo de 15.000a 20.000 visitantes por mês.

Novidades no site:✔ O link Notícias dos Depar-

tamentos, na área restrita dossócios, traz novidades sobre osDepartamentos da SBD. Acesse!

✔ Os Departamentos per-tencem a todos os sócios e vice-versa. Porém, faz-se necessárioconhecer os sócios que atuamna área da Cosmiatria, portan-to, cadastre-se pelo site. “Cola-bore com trabalhos e sugestões.Auxilie a organizar atividadesdo seu interesse. Agradecemosa participação e pro m e t e m o strabalhar arduamente para tor-nar o departamento útil” - Dra.Dóris Hexsel, Coord e n a d o r aDepto de Cosmiatria.

Saiba como navegar

O objetivo do estudo G i a n n o t t i - C ro s t iSyndrome and Allergic Background foi verificarse há alguma relação entre a síndrome deGiannotti-Crosti e um terreno alérgico nainfância. Foram estudadas 29 criançascom diagnostico de síndrome de GiannottiCrosti, tendo sido encontrado um agentecausal associado em somente 10 (34,4%).Em cinco casos, o agente era o virusEpstein-Barr. Um segundo grupo, essecomposto por 59 crianças, avaliadas parainfecções recidivantes e pareadas com oprimeiro por sexo e idade, foi o controlepara avaliação de alergia. A presença dedermatite atopica foi significativamentemais elevada (p<0.005) no grupo de crian-ças com Giannoti-Crosti (24,1%), que nogrupo controle (6,8%). Uma historia fami-liar de atopia foi, também, significativa-mente mais comum (p< 0.027) entre ascrianças com acro d e rmatite papulosainfantil (51,7%) que no grupo controle(31%). Alem disso, a porcentagem depacientes com positividade de IgE especi-fica foi maior nos pacientes (31%) que nosdo grupo controle (17,2%). Os autoresconcluem que os resultados indicam quehá uma associação significativa entre aatopia e a síndrome de Giannotti-Crosti.

Page 17: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII n o 616

✔ A Santa Casa da Misericórdia doRio de Janeiro tem os seguintes even-tos programados: no dia 9 de agostoacontece o II Curso de Cirurgia deCicatrizes de Acne. Já no dia 29 domesmo mês será a inauguração doCentro de Estudos da Unha.

✔ O serviço de residência em derm a t o-logia da Santa Casa de Misericórdia deVi t ó r i a, sob a coordenação do pro f e s s o rJoão Basílio, está agora coordenando op rojeto ‘Salve sua Pele’. Criado pelo pro-fessor Carlos Cley Coelho, faz parte deuma extensão universitária através doserviço. O projeto atende a pessoasc a rentes na orientação sobre o câncer depele e tratamento para os vários tipos decâncer de pele diagnosticados no local.

O professor João Basílio conta comajuda dos residentes, alunos da Escolade Medicina da Santa Casa e tambémda Dra.Lucia Martins Diniz. O pre s i d e n-te da SBD-ES coordena o setor de ele-

Se há um tópicotratado com parc i m ô-nia, ou até mesmo nãoa b o rdado, nos livro sde Dermatologia Ge-ral, certamente são as doenças exan-temáticas pediátricas. Nesse aspec-to, a obra editada pelo Prof. CarlosE d u a rdo Schettino Azevedo daFaculdade de Medicina da UFRJa p resenta-se correta, adequada eútil como referência para pediatras ed e rmatologistas. Entretanto, aoincluir outras doenças mucocutâ-neas e adentrar fundamentalmente ot e r reno dermatológico, o trabalhopeca pela escassez. Talvez atémesmo por limitações editoriais, oscapítulos são, em maioria, extre m a-mente curtos e superficiais parauma área onde é enorme a riquezade novos conhecimentos. A Der-matologia Pediátrica merecia um tra-tamento mais adequado.

Bernardo GontijoO livro foi doado pela editoraAtheneu

Literatura S e r v i ç o s C r e d e n c i a d o s

Dr. Alberto Nogueira, prof. CarlosCley Coelho e prof. João Basílio

17º Congresso da Associação dos Ex-Alunos do Prof. Azulay

Foi realizado no dia 19 dejulho o 17º Congresso daAssociação dos Ex-alunos do

p rofessor Azulay, no ColégioBrasileiro de Cirurgiões, no Rio deJaneiro. O evento acontece há 17anos consecutivos. Mais de 280participantes assistiram às pa-lestras, com a participação, entreoutros, dos doutores Celso Sodré,Denise Steiner, Omar Lupi e Luna

Azulay. O mestre Dr. Azulaya b o rdou o tema “Neuro f i b ro-matoses – Atualização”.

“Não é somente um eventocientífico, é também um eventop e rmeado por muita emoção. Oprincipal atributo do Prof. Azulay foio de ser uma figura agregadora edifusora de conhecimento. A AEAPAfunciona com esse espírito. Hoje emdia já são alunos dos alunos que nos

dão aulas, seguindo os ensinamen-tos do mestre que sempre re p e t e :“Eu quero aprender!´. E assim ficasentado na platéia deleitando-secom o fruto do que semeou” – contaa sua filha, Dra. Luna Azulay.

Divulgação

t ro c i r u rgia do projeto. Outros colegastambém contribuem para o atendimentoassim como alguns cirurgiões plásticos.“Fui convidado a participar de um caféda manhã em julho, quando o ‘Salve suaPele’ foi apresentado a diversas autori-dades. Ao mesmo tempo, o prof. CarlosCley me fez o convite para coordenar osetor de eletro c i r u rgia, o que muito meh o n rou” – conta o Dr. Alberto de PaulaNogueira, Presidente SBD-ES.

Divulgação

Page 18: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Julho / Agosto - 2003JSBD l Ano VII no 6 17

DepartamentosOncologia Cutânea

“Saiba mais sobre Filtros Solares” é otítulo do guia prático que será elaboradopelo Departamento de Oncologia, coord e-nado pela Dra. Ariene Paixão, destinado àpopulação. Outra tarefa do grupo é elabo-rar o manual As Diretrizes do Carc i n o m aE s p i n o c e l u l a r. “Esse é o nosso primeirotema, visto que já existem disponíveis osassuntos Carcinoma Basocelular eMelanoma” - explica a médica. A equipe éconstituída pelo secretário geral, Dr.Gabriel Gontijo e pelos coord e n a d o res Dr.Mauro Enokihara (Melanoma), JoséSanches (Linfomas) e Dr. Cyro Festa Neto(câncer não-melanoma).

A Dra. Ariene Paixão pede aos cole-gas e aos chefes de ServiçoC redenciados que enviem sugestõespara novos projetos. O endereço eletrô-nico para envio de sugestões éa p p @ a t a rd e . c o m . b r.

CosmiatriaA coordenadora de Cosmiatria, Dra.

Dóris Hexel, ressalta que osDepartamentos da SBD pertencem atodos os sócios e vice-versa. Porém, énecessário saber quem atua na área daCosmiatria. “Queremos conhecê-los esaber quem deseja participar ativamen-te do nosso trabalho” - fala a médica.“Pedimos que colabore com seu traba-lho, traga suas idéias, sugestões, bemcomo nos auxilie a organizar os eventosou atividades que sejam do seu intere s-se” – solicita. Para isso, basta acessarao site da SBD e preencher seus dados

on line (www.sbd.org.br) ou enviar pelocorreio para a sede da Sociedade, dire-cionando ao Depto. de Cosmiatria.“ P rometemos trabalhar ard u a m e n t epara tornar o Depto. de Cosmiatria útile interessante a todos nós” - finaliza.Quem preferir entrar em contato direta-mente com a coordenadora, podeenviar um e-mail para [email protected].

Dermatologia PediátricaA coordenadora, Dra. Francisca

Regina Carneiro, dá aos colegas umaboa dica: será realizado em Roma, naItália, entre os dias 7 e 10 de julho de2004, o X Congresso Mundial deD e rmatologia Pediátrica. O site doe v e nto (www.ispdrome2004.supereva.it)contém mais informações.

O departamento também envioupara a SBD os textos para o folder como tema dermatite atópica e o manual deconduta sobre nevo melanocítico con-gênito. Está sendo elaborado ainda omanual de condutas de piodermites ede dermatite atópica. “Estamos abertosa sugestões para novos temas de fol-ders e guias de condutas” - declara. Oendereço para contato é [email protected].

LaserO coordenador do departamento,

Dr. Alexandre Filippo, considerou umgrande sucesso a apresentação recentedo tema “Laser e Luz Intensa Pulsada:Custo-benefício”. “Vimos que os proble-

mas enfrentados pelos usuários delaser são os mesmos em qualquerregião do Brasil: manutenção deficien-te, falta de apoio técnico nos lasers dealuguel. Também são poucos works-hops sobre o tema, dificuldade de fazervaler a tabela aprovada pela AssociaçãoMédico Brasileira para cobertura dosplanos de saúde, o alto custo tanto doaluguel quanto da manutenção e a faltade unidade entre todos os usuários(cada um que resolva o seu problema) –considera Filippo.

O departamento solicita a todosusuários que se cadastrem e enviemsuas propostas para o departamentoda SBD, através do site. Com essasi n f o rmações será elaborado um pro-grama de propostas. “Pre t e n d e m o scada vez mais conhecer esse assunto,a b o rdá-lo em outros congressos ea t u a rmos em conjunto na nossa defe-sa. Só assim conseguiremos minimizaros problemas e encorajarmos mais der-matologistas a investirem nessa tecno-logia” conclui Alexandre Filippo ( a l e x f [email protected]).

ImagemO coordenador do departamento,

Guilherme de Almeida, em conjuntocom sócios interessados no tema, pro-grama cursos no Congresso de Vitória,em setembro, e no Hospital do Câncerde SP, que acontece em outubro ounovembro. O endereço para contatocom o departamento é derm a a l m e [email protected].

Page 19: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII no 618

R e g i o n a i s

Alagoas

Organizadas pela SBD–AL,os eventos mensais reúnemquase 100% dos sócios daregional. Nos meses demarço, abril e maio foram dis-cutidos, respectivamente, ostemas: Úlceras de MMII, pelocirurgião vascular, Dr. Gui-lherme Pitta (Al), Hiperidrose- tratamento cirúrgico - técni-ca e indicações, pelo cirurgiãotorácico Dr. Artur Gomes (AL)e Dermoabrasão, com a der-matologista Dra. AdeízaBranco (PE). No mês de julho,o Dr. Sérgio Paulo (PE) falousobre Dermatoses do recém-nascido. “Atualmente esta-mos trabalhando para finali-zar os preparativos da IIJ o rnada Alagoana deDermatologia” – conta a presi-dente, Dra. Maria José MedeirosB. Melo.

Está programada para os dias3 e 4 de outubro, no Hotel MeliaMaceió, a II Jornada Alagoana deDermatologia, realizada pela SBD– AL. A abertura do evento serácom o curso teórico de CirurgiaD e rmatológica ministrado peloDr. Hamilton Stolf (SP). À noite,acontecerá a conferência“Dermatologia – uma especialida-

de de amplo espectro” pela Dra.Márcia Ramos e Silva (RJ), segui-da de um coquetel.

A programação segue intensano dia 4. À tarde serão apresen-tados os quadros “Mini-casos” e“Como eu trato”. Estão à frenteda Comissão Científica as douto-ras Maria Maia e Eliane de SantaCosta Maltas Moreira. As infor-mações e inscrições podem serfeitas através do telefone (82)3387959.

Rio Grande do Sul

A regional Rio Grande doSul está elaborando a pro-gramação da próxima Jor-nada Gaúcha de Der-matologia, que acontecerános dias 07 e 08 de novem-b ro. Como parte do módulos o b re envelhecimento cutâ-neo, foram confirm a d o salguns nomes, como o daDra. Bogdana Vi c t ó r i aKadunc, que ministrará umcurso prático de “Pro-cedimentos em Consul-tório”. A Dra. Tania Ferre i r aCestari abordará os “Foto-p ro t e t o res”, tema de extre-ma re l e v â n c i a .

Serão apresentadas ou-tras matérias, como “Der-matoses Cutâneas Peri-menstruais”, com a Dra.Cecília Cassal Correa. Al-guns físicos que trabalhamcom a área médica disser-tarão sobre emissores deultravioleta e o que é per-mitido pela Anvisa em Câ-maras de Bro n z e a m e n t o .M a i o res informações po-dem ser obtidas pelo telefo-ne (51) 3339.1811.

Page 20: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

Julho / Agosto - 2003JSBD l Ano VII no 6 19

A XXII Jornada Norte-N o rdeste de Dermatologia re a l i-zada em Aracaju, de 05 a 07 dejunho, foi considerada por todosos participantes um excelenteevento. Reuniu um granden ú m e ro de dermatologistas detodos os estados brasileiros, con-tou com a presença de re n o m e scomo o Dr. Sebastião Sampaio, aDra. Ivonise Follador, a Dra.Dóris Hexsel, o Dr. AlexandreGripp, e a Dra. Denise Steiner,que aproveitou para lançar seul i v ro “Beleza levada a sério”.

Sergipe São PauloNo dia 12 de julho aconteceu

o 1º Simpósio sobre re a ç õ e sadversas às drogas: uma abor-dagem multidisciplinar, organi-zado pela SBD-RESP em parce-ria com a Associação Paulista deMedicina. A relevância do temaatraiu mais de 230 inscritos,inclusive colegas de outros esta-dos e especialidades, que puder-am conferir a abordagem dediversos aspectos das reações àsd rogas, desde as farm a c o d e r-mias e suas várias manifes-tações clínicas, até as reaçõesgraves, como a síndrome dehipersensibilidade à droga, asíndrome de Stevens-Johnson, ea necrólise epidérmica tóxica.

Os especialistas convidadosfalaram dos efeitos adversos devárias drogas em órgãos inter-nos, como o fígado, sangue, rinsetc, e apresentaram algumas ter-apêuticas recentes, como o usoda gamaglobulina intravenosapara as reações graves. O eventocontou também com uma home-nagem especial aos professoresNelson Guimarães Pro e n ç a ,Sebastião Sampaio e Alice deOliveira Avelar Alchorne.

Para a diretoria da SBD-RESP, o resultado do simpósio,que teve sua relevância recon-hecida, foi extremamente gratifi-cante. Uma segunda edição doevento já está sendo programadapara o próximo ano.Cerimônia de abertura da XXII Jornada Norte-Nordeste

Durante o discurso deencerramento, em meio a tan-tos elogios de colegas de todasas regiões do Brasil, o Dr. FedroPortugal fez questão de re s s a l-tar: “A Sociedade Brasileira deD e rmatologia – Regional Ser-gipe não mediria esforços paraque a Jornada fosse re a l i z a d anovamente. Pois é compensadorreunir tantos colegas em umevento, cujo objetivo maior é ofortalecimento da categoria e oa p rendizado científico em pro ldo bem-estar da sociedade”.

XXII Jornada Norte-Nordestede Dermatologia

Page 21: Jornal da SBD - Nº 6 Julho / Agosto 2003

S B DJSBD l Ano VII n o 620 JSBD l Ano VII no 520

Como a especialidade nasceu equal a importância da participaçãobrasileira?

Três países: a França, aInglaterra e a Alemanha se reunirame criaram uma especialidade em der-matologia. A importância do adventofoi enorme. Sobretudo no Brasil, cujaatividade foi estabelecida em segui-da, especificamente em 1912 com acriação da SBD. Aqui a Dermatologiatem um valor especial porque temosuma quantidade muito grande dedermatoses tropicais produzidas porelementos que só existem no Brasil,então acrescentamos muito para oconhecimento da área.

Fale, por favor, sobre o trabalhodesenvolvido pela SociedadeBrasileira de Dermatologia.

A SBD evoluiu muito. Quandocomecei a estudar, em 1940, aSociedade tinha 40 membros maisou menos. De lá para cá o crescimen-to tem sido enorme, hoje somos cincomil. A Sociedade tem a melhor acade-mia de ensino de derm a t o l o g i a .Estudei na faculdade e o faço atéhoje, porque sou pro f e s s o r, mas

posso dizer que onde se aprendemesmo é na SBD, através das reu-niões e dos congressos.

Então o senhor considera impor-tante participar de congre s s o s ?

Quando fui presidente da SBD,inaugurei uma reunião aqui no Riode Janeiro com pessoas vindas deBelo Horizonte e de São Paulo. Foi aprimeira reunião regional e a institu-cionalizei no nosso Estatuto. O fatode essas reuniões acontecerem peloPaís contribuiu para melhorar muitoo aprendizado científico. Criando res-ponsabilidades como a de organizareventos regionais, os pro f i s s i o n a i ssão obrigados a melhorar os estudose se aplicar ainda mais.

Quais os conselhos que osenhor dá aos jovens médicos?

Os médicos têm que ler e estudarmuito. Mas é fundamental terem aprática diária, nas enfermarias doshospitais, nos ambulatórios para

conhecer determinadas doenças. Énecessário que observem muito tam-bém, pois apenas assim poderãoprestar um bom serviço ao doente.Estudamos no Brasil muitas doençasque só existem lá fora e isso é umerro, uma bobagem, perda de tempo.Quando eu e meu filho, Dr. DavidRubem Azulay, elaboramos o livro‘ D e rmatologia’ procuramos discutirmais intensamente os nossos pro-b l e m a s .

Quais atividades o senhor pratica,o que gosta de fazer no tempo livre ?

Nunca deixei de ir aos congre s s o snacionais e internacionais. Te n h oa p rendido bastante nessas ocasiões,assim como tenho ensinado. Gostomuito de ler, sobre tudo. Acabei de lerum livro que comprei re c e n t e m e n t equando estive na França. O título éJésus Juif - Les Racines Juives duC r i s t i a n i s m e e defende que a origemdo cristianismo tem fundamento nojudaísmo. Se estudarmos o assunto,vamos verificar que a civilização atualse baseia no Antigo Te s t a m e n t o .Basta olharmos os dez mandamentosque regulam todas as sociedades.

O Dr. Azulay é o segundo sóciomais antigo da SBD. Foi presi-dente em 1971 e também porduas vezes Editor-Chefe dosAnais Brasileiros de Derm a-tologia. O seu legado para a der-

matologia brasileira é inegável.Ele, entre outros feitos, teve oreconhecimento mundial para asua classificação de leishmanio-se. Além de publicar mais de 600artigos, muitos deles no exterior.

E x p r e ss õ e s d a D e r m a t o l o g i a

Rubem David Azulay Tatiana Gentil