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APLICAÇÃO DA PENA
Ruy Rosado de Aguiar Júnior
Sumário
I - Sistema de penas. Penas substitutivas. Sursis.
II - Elementos e circunstâncias do crime
III - álculo da pena
!" Edi#$o
%Aula pro&erida no urso de Prepara#$o ao
oncurso de Jui' de (ireito - Escola Superior da)agistratura*RS. +e,to básico ampliado e atuali'ado em
agosto de /0
Aplica#$o da Pena*agosto de /
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I - SISTEMA DE PENAS. PENAS SUBSTITUTIVAS. SURSIS.
1. onduta pun2vel. Reunidos os elementos da conduta
pun2vel %a#$o t2pica3 anti4ur2dica e culpável0 e ine,istindocausa de n$o-aplica#$o da pena %e,.5 art. 1!3 6 173 do P0
ou e,tintiva da punibilidade %art. 18 do P03 cumpre ao 4ui'3
na senten#a3 aplicar a san#$o penal prevista para o caso.
. Individuali'a#$o. onstitui#$o 9ederal. Essa san#$o3 por
preceito constitucional %art. :73 ;<=I03 deve ser
individuali'ada. A individuali'a#$o 4á come#a na elabora#$oda lei %individuali'a#$o legislativa03 >uando s$o escol?idos os
&atos pun2veis3 as penas aplicáveis3 seus limites e crit@rios
de ,a#$o. A individuali'a#$o &eita na senten#a3 ao r@u3 no
caso concreto3 corresponde B segunda &ase %individuali'a#$o
4udicial03 seguida da individuali'a#$o e,ecutCria3 durante o
cumprimento da pena. A>ui nos interessa a segunda etapa./. Individuali'a#$o 4udicial. A individuali'a#$o 4udicial @
uma garantia do r@u e deve ser sempre &undamentada3 n$o
de &orma va'ia3 com a repeti#$o dos di'eres da lei e termos
abstratos3 mas com a indica#$o precisa dos &atos provados
nos autos. A boa individuali'a#$o 4udicial depende de o 4ui'
ter-se preocupado3 durante a instru#$o do &eito3 com acol?eita e o registro dos elementos >ue ser$o necessários
para a posterior deni#$o da pena.
Aplica#$o da Pena*agosto de /
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Dos termos do art. : do P3 o 4ui' deve obedecer
ao seguinte5 10 estabelecer as penas aplicáveis3 dentre as
cominadas. A comina#$o constante da norma incriminadora3
>ue prevF o tipo e a pena3 pode ser isolada %uma sC pena0G
cumulativa %duas penas3 privativa de liberdade e multaG ou
trFs penas3 privativa de liberdade3 restritiva de direito e
multa3 como acontece no art. /H do Cdigo de +rânsito0 ou
alternativa %uma ou outra pena0. A escol?a de uma ou de
outra tem a sua ra'$o de ser e por isso deve estar
&undamentadaG 0 graduar a pena escol?ida dentro dos
limites legaisG /0 determinar o regime inicial de cumprimento
da pena privativa de liberdadeG !0 decidir sobre a
substitui#$o da pena ou a sua suspens$o condicional se3 em
princ2pio3 a pena aplicada as admitir.
4ulgador deve e,aminar ainda a possibilidade de
substitui#$o da pena por medida de seguran#a >uando o r@u
&or semi-imputável e necessitar de especial tratamento
curativo %art. H0.
!. Penas institucionais e alternativas. nosso sistema
penal contempla as penas institucionais 3 >ue s$o as penas
privativas de liberdade %reclus$o3 deten#$o e pris$o simples03
e as penas alternativas3 >ue s$o as penas restrit ivas de
direitos %art. !/ do P03 a multa penitenciária3 cominada na
norma incriminadora3 e a multa reparatCria %art. 8 do
Cdigo de +rânsito0.
:. Penas privativas da liberdade. As penas privativas de
liberdade %>ue n$o s$o as penas corporais3 a#oite3 agelo3
etc.0 s$o5 reclus$o3 deten#$o ou pris$o simples %P e <P0. A
reclus$o distingue-se da deten#$o por>ue5 a0 @ a única em
>ue o regime inicial pode ser o &ec?adoG b0 @ a única >ue
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pode ter o e&eito de perda do pátrio poder3 tutela ou curatela
%art. 0G c0 n$o permite tratamento ambulatorial ao
inimputável3 >ue deverá ser internado se respondeu por
crime pun2vel com reclus$o %art. 80. A pris$o simples está
prevista na <ei das ontraven#Kes Penais e será cumprida3
sem rigor penitenciário3 em regime aberto ou semi-aberto
%art. L7 da <P0.
REGIMES DE PENAS.
L. Regime &ec?ado. Regime fechado: a0 para oreincidente punido com reclus$o3 >ual>uer >ue se4a o tempo
da penaG b0 para o n$o reincidente punido com reclus$o
superior a oito anos. M preciso ter em conta >ue o regime
&ec?ado @ destinado ao in2cio do cumprimento da pena de
reclus$o3 n$o da de deten#$o %art. // do P03 en>uanto o
semi-aberto e o aberto s$o reservados aos n$o reincidentes.
<ogo3 os reincidentes3 aos >uais n$o @ permitido iniciar o
cumprimento da pena nos regimes semi-aberto e aberto %par.
73 letras b e c do art. //03 come#am o cumprimento no
regime &ec?ado3 desde >ue punidos com pena de reclus$o
%art. //3 caput0. Entende-se >ue o regime &ec?ado sC @
obrigatCrio como &ase inicial do cumprimento da pena de
reclus$o se a condena#$o &or superior a oito anos %Ndeverá
come#ar a cumpri-laO3 di' o par. 73 al2nea a0. Isso signica
>ue o 4ui' pode dei,ar de optar por esse regime inicial para o
reincidente com pena igual ou in&erior a oito anos3
atendendo ao disposto no par. / 7 do art. //.
8. rime ?ediondo. rgani'a#$o criminosa. A pena aplicada
ao autor de crime ?ediondo será cumprida integralmente em
regime &ec?ado %<ei H.8*3 art. 7 3 6 170. NSegundo4
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pac2ca 4urisprudFncia desta orte e do eg. S+93 nos crimes
?ediondos o regime de cumprimento da pena @ o
integralmente &ec?ado3 sendo vedada a progress$oO %S+J3
R 11./*RS3 :" +3 1:.:.1. Do mesmo sentido5 S+J3 R
:/!:*RDG S+J3 R 1:8*SP0.
Essa interpreta#$o somente se rmou depois >ue o
S+9 4ulgou constitucional o art. 73 6 173 da <ei H8*3 >ue
veda a progress$o do regime de pena para o condenado por
crime ?ediondo %S+93 n7 8/.!*SPG S+93 L.L/G S+93
L.L:8G S+93 H1.!10. (eve-se ponderar3 contudo3 >ue
sendo a individuali'a#$o da pena um preceito constitucional3
e nela incluindo-se a &ase e,ecutCria3 a elimina#$o da
atividade 4urisdicional nessa etapa - >ue @ substitu2da a
priori pela decis$o do legislador3 única para todos os
condenados3 como se todos &ossem iguais - parece destoar
da e,igFncia de ade>ua#$o da pena ao condenado e
corresponde3 mutatis mutantis3 B determina#$o legal de pena
privativa única3 sem possibilidade de gradua#$o. Apesar
dessa considera#$o >ue &a#o3 a verdade @ >ue a orienta#$o
da 4urisprudFncia do S+9 e do S+J está consolidada no
sentido da constitucionalidade do re&erido art. 73 6 173 da <ei
H.8* %S+93 H.11!*RJ3 .H.G S+J3 .H/*RS3
1..0.
NAs altera#Kes introdu'idas pela <ei .81!*H ao art.
!! do P n$o se aplicam aos crimes ?ediondos3 >ue possuem
regramento espec2co3 n$o se admitindo a substitui#$o de
pena privativa de liberdade por restritivas de direitoO %S+J3
REsp !1.:L*RJ3 :" +3 1/.:./. Do mesmo sentido5 NA <ei
81!*H n$o re&ormou a &orma de e,ecu#$o penal
preconi'ada na <ei H8*3 art. 73 6 173 S+J3 1.1:*)S0.
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onv@m lembrar >ue Na lei dos crimes ?ediondos3
n$o obstante proibir a progress$o de regime3 con&eriu o
direito ao livramento3 sC >ue a partir de */ do cumprimento
da penaO %S+J3 /.!*RJ3 :" +3 /.1.3 rel. o )in. Jos@
Arnaldo0.
H. +ortura. (e outra parte3 a <ei n7 !::3 de
8.!.83 >ue dispKe sobre o crime de tortura e admitiu a
progress$o da pena3 n$o se aplica aos outros delitos
re&eridos pela <ei H8* %aos demais crimes ?ediondos e
e>uiparados0 %S+93 8L./81*SP3 PlenoG S+93 H.H!*SPG
S+9. H1.::*SP3 H..1G S+93 H.1/*SP3
!..G S+J3 REsp :.!8*RSG S+J3 1.L*)SG S+J3
1.*)SG S+J3 18H8*RJG S+J3 18./*SP3
!..0.
. +ráco de entorpecentes. Para o condenado por crime
de tráco de entorpecentes3 e>uiparado ao crime ?ediondo3
o regime de pena @ o &ec?ado %S+J3 1.L1/*RJ03 >ue por
isso n$o pode merecer a substitui#$o por restritiva %S+93
8.:L8*RJG S+J3 R .:18*SPG S+J3 .L!*SPG S+J3
1L.8:*)Q3 1H..03 embora possa receber sursis %REsp
1:1.8L*PR0.
NA substitui#$o da pena privativa de liberdade pela
restritiva de direitos3 tra'ida ao P pela <ei 81!*H3 @
incompat2vel e inaplicável ao crime de tráco de
entorpecentes3 tendo em vista a veda#$o imposta pela <ei
H.8*O %S+J3 RESP !8.HH*)Q3 : " +3 1.:./0. Isso
por>ue3 Nno con&ronto da <ei H.8* com a <ei 81!*H3
tem aplica#$o a primeira3 por ser lei especialO %S+93
H1:H*S3 " +3 1:.1.0.
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1. Associa#$o criminosa. +odavia3 ao crime autnomo
de associa#$o3 tipicado no art. 1! da <ei de +C,icos3 n$o se
aplica a regra impeditiva da progress$o de regime prevista
na lei dos crimes ?ediondos3 >ue apenas se re&ere ao crime
de tráco de entorpecentes %S+93 8:.8H*SP3 1" +3
1.:.HG S+J3 1:.H*(93 !..G S+J3 L.:8*SP3 L "
+3 1:.!./G S+J3 818*RJ3 :" +3 H.!./0.
s condenados por crime decorrente de organi'a#$o
criminosa iniciar$oT o cumprimento da pena em regime
&ec?ado %art. 1 da <ei ./!3 de /..:0.11. Estupro. Atentado violento ao pudor. s crimes de
estupro e de atentado violento ao pudor3 ainda >ue
cometidos em sua &orma simples e mesmo com violFncia
presumida3 s$o considerados crimes ?ediondos3 cu4a pena
deve ser cumprida integralmente em regime &ec?ado3 vedada
a progress$o.M a seguinte a ementa do leading case3
H1.HH*S5 Nrimes de estupro e de atentado violento ao
pudor. Cdigo Penal3 arts. 1/ e 1!. <ei H8*. Reda#$o
da <ei H/*!3 art. 173 =I e =I. s crimes de estupro e de
atentado violento ao pudor3 tanto nas suas &ormas simples -
Cdigo Penal3 arts. 1/ e 1! - como nas >ualicadas %P.Art. /3 caput e 6 único03 s$o crimes ?ediondosO %S+93
H1.HH*S3 18.1.1. Do mesmo sentido5 S+93 R
H.H*PR3 1" +3 1..G S+J3 REsp !8.LHH*(93 : " +3
1H././G S+J3 REsp. !/.1!!*)Q3 : " +3 .:./G S+J3
:.L/:*SP3 L" +3 ../0.
A deni#$o do estupro e do atentado violento ao
pudor sem violFncia real como crimes ?ediondos retornou ao
e,ame do Supremo +ribunal 9ederal na sess$o do dia L de7
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agosto de /3 >uando se iniciou o 4ulgamento do
H:*SP3 con&orme consta do In&ormativo do S+9 n7 /1:5
NIniciado o 4ulgamento de habeas corpus em >ue se
discute3 ante a nova composi#$o da orte3 a
constitucionalidade do art. 73 6 173 da <ei H.8* U >ue
veda a possibilidade de progress$o do regime de
cumprimento da pena nos crimes ?ediondos denidos no art.
17 da mesma <ei U em &ace dos princ2pios da individuali'a#$o
da pena e da isonomia3 bem como se os crimes de estupro e
atentado violento ao pudor3 dos >uais n$o resulta les$o
corporal grave ou morte3 caracteri'am-se como ?ediondos.
)in. )arco Aur@lio3 relator3 na l in?a dos votos por ele
pro&eridos no L.L:8-SP %R+J 1!8*:H0 e no 8L./81-SP
%R+J 1LH*:8803 votou no sentido de declarar a
inconstitucionalidade do art. 73 6 173 da <ei H.8*3
assentando3 ainda3 >ue os crimes de estupro e atentado
violento ao pudor somente se en>uadram como ?ediondos
>uando cometidos com grave les$o ou seguidos de morte.
Portanto3 o )in. )arco Aur@lio de&eriu o writ para3 cassando o
acCrd$o recorrido3 assentar o direito do paciente B
progress$o no regime de cumprimento da pena. )in.
arlos Vritto3 acompan?ando o relator apenas >uanto ao
primeiro &undamento3 >ual se4a3 a inconstitucionalidade do
art. 73 6 173 da <ei H.8*3 tamb@m pro&eriu voto no
sentido do de&erimento do ?abeas corpus. )in. arlos
=elloso3 por sua ve'3 citando a 4urisprudFncia rmada pelo
S+9 no 4ulgamento do mencionado L.L:8-SP e do
H1.HH-S %(JW de :-!-/0 antecipou seu voto no
sentido do inde&erimento do Xrit3 no >ue &oi acompan?ado
pelo )in. Joa>uim Varbosa. ApCs3 o 4ulgamento &oi adiado3
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em &ace do pedido de vista do )in. e'ar PelusoO %
H.:-SP3 rel. o em. )in. )arco Aur@lio3 L.H./0.
1. E>u2voco da senten#a. Se a senten#a com trânsito
em 4ulgado determina3 e>uivocadamente3 >ue o cumprimento
da pena por crime ?ediondo será apenas inicialmente em
regime &ec?ado3 n$o pode o 4ui' da e,ecu#$o impedir a
progress$o %S+J3 1.1H*SPG S+J3 1H.L*RJG S+J3
1.8*SP3 L" +3 18.1.0.
M o >ue cou e,plicado no H.H*RJ3 S+93 " +3
rel. o )in. D@ri da Silveira5 Nse o 4ui'3 na senten#a3
estabeleceu certo regime para a fase inicial de cumprimento
da pena3 sem recurso do )P3 n$o cabe alterar3 nesse ponto3
a senten#a3 para determinar >ue o regime &ec?ado ?á de ser
observado durante todo o tempo de cumprimento da pena.
ipCtese >ue o S+9 tem considerado como reformatio in
pejus % LH.H!80.O
Por@m3 se na senten#a condenatCria consta >ue No
cumprimento da pena dar-se-á em regime fechado3 n$o @
conceb2vel >ue se4a apenas inicialmente3 mas3 sim3 atendo-
se ao preceito de lei3 integralmenteO %REsp !/:.18*)Q3 : " +3
S+J3 1/.:.3 rel. o )in. Jos@ Arnaldo0. OA mera remiss$o
ao art. 73 6 173 da <ei H8*3 &eita3 pelo magistrado3 na
senten#a condenatCria3 basta para legitimar o cumprimento
integral da pena em regime &ec?ado3 desde >ue se trate de
crimes ?ediondos ou de del itos a estes e>uiparados. A
ausFncia3 no ato sentencial3 de men#$o ao cumprimento da
pena em regime integralmente &ec?ado n$o signica >ue se
ten?a garantido3 ao condenado3 o direito B progress$o no
regime de e,ecu#$o penalO %S+93 H1.L*)Q3 " +3 de
H.H.13 rel. o )in. elso de )ello0.
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Da Ncondenação cumulativa Bs penas de reclus$o3
por crime ?ediondo3 e a deten#$o3 por in&ra#$o comum5
cabimento3 >uanto B e,ecu#$o da última3 do regime inicial
semi-abertoO %S+93 H.8/*RJ3 1" +3 L./.13 rel. o )in.
Sepúlveda Pertence0.
1/. Regime semi-aberto. Regime semi-aberto: a0 para o
n$o reincidente punido com pena de reclus$o de mais de
>uatro anos at@ oitoG b0 para o n$o reincidente punido com
pena de deten#$o superior a >uatro anosG c0 para o
reincidente punido com pena de deten#$o superior a >uatro
anos. A ?ipCtese %a0 @ &acultativa3 pois o 4ui' pode escol?er o
regime &ec?ado para in2cio de cumprimento3 se assim o
determinarem as circunstâncias do art. :. As ?ipCteses %b0 e
%c03 prevendo o regime semi-aberto para o punido com
deten#$o3 s$o obrigatCrias por>ue o detento n$o poderá
cumprir a pena no regime &ec?ado3 desde o in2cio. Poderá
cumprir depois3 por necessidade de e,ecu#$o. A solu#$o
dada ao caso do reincidente punido com deten#$o @ uma
constru#$o3 por>ue a lei n$o dispKe e,pressamente3 di'endo
apenas >ue o regime &ec?ado se destina ao in2cio do
cumprimento da pena de reclus$o %vedando3 portanto3 o
ingresso inicial do detento0 e impondo como condi#$o para
ingresso no semi-aberto e no aberto n$o ser o condenado
reincidente. detento reincidente cou sem previs$o
espec2ca3 e @ ra'oável >ue ele >ue nos dois regimes mais
&avoráveis ante a aparente diculdade na interpreta#$o da
lei.
1!. Regime aberto. Regime aberto: a0 para o n$o
reincidente punido com pena de reclus$o igual ou in&erior a
>uatro anosG b0 para o n$o reincidente punido com pena de
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deten#$o igual ou in&erior a >uatro anosG c0 para o
reincidente punido com pena de deten#$o at@ >uatro anos.
cumprimento da pris$o albergue em regime
domiciliar pode ser &eito nos termos do art. 118 da <ei de
E,ecu#$o Penal %<EP03 no caso de sentenciado maior de 8
anos3 do doente3 da m$e com l?o menor ou da gestante.
1:. Regime inicial. Escol?a. Sobre a escol?a do regime
inicial 3 conv@m real#ar >ue o 6 7 do art. // do P3 ao
estabelecer os crit@rios para o regime inicial3 usa na al2nea
NaO o verbo deveráT3 para impor inicialmente o regime
&ec?ado ao condenado a pena superior a oito anos. Já nas
al2neas b e c3 para os casos de regime semi-aberto e aberto3
emprega o verba poderáT. Essa distin#$o permitiu o
entendimento de >ue Na norma do art. //3 7 3 b3 %e3
tamb@m3 a al2nea c3 acrescento eu0 do P con&ere mera
&aculdade ao 4ulgadorO %S+93 8:H:L*SP3 1" +3 18./.H03
autori'ando o 4ui' a impor regime inicial mais gravoso ao r@u
do >ue l?e decorreria da nature'a e da >uantidade da pena.
Assim decidiu a " +urma3 8H/*SP3 rel. o )in.
)arco Aur@lio5 O regime de cumprimento da pena @ ,ado a
partir do disposto no art. // do P. E,cetuada a ?ipCtese da
al2nea a do 6 7 do re&erido artigo3 cumpre se4am
consideradas as circunstâncias 4udiciais %6 / 7 do art. // e inc.
III do art. :3 ambos do P0O.
Por@m3 para escol?er regime inicial mais severo3
%a0 n$o pode o 4ui' &undamentar-se Nunicamente na
gravidade do delito imputado ao pacienteO %S+93
8:.H:L*SPG 1" +3 de 18./.H03 por>uanto3 segundo
4urisprudFncia uni&orme do S+J3 Nse o condenado preenc?e os
re>uisitos para o cumprimento da pena em regime aberto3
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por e,emplo3 ser primário3 sem antecedentes3 demonstrar
arrependimento3 n$o cabe a imposi#$o de regime mais
gravoso com base em &undamenta#$o adstrita B gravidade
do delito praticadoO %S+J3 REsp !.::*SP3 : " +3 de
L.:./3 rel. a )in. <aurita =a'0G
%b0 por>ue ?á uma &aculdade na determina#$o do
regime inicial3 Nine,istente rela#$o necessária entre a
>uantidade da pena prisional e o regime inicial do seu
cumprimento3 resta bem estabelecido >ue a pena prisional e
o seu regime inicial3 presididos embora pela mesma norma3
inserta no art. : do P %circunstâncias 4udiciais03 devem ser
estabelecidos distinta e fundamentadamente” ( S+J3 R
1/.1:*SP3 L" +3 )in. amilton arval?ido0. Assim3 NPode o
+ribunal ,ar regime semi-aberto de cumprimento de pena3
embora a >uantica#$o da pena aplicada se4a compat2vel
com o regime mais ben@co e o r@u atenda aos re>uisitos
ob4etivos e sub4etivos para sua obten#$o3 dado >ue a norma
do art. //3 6 73 b3 do P con&ere mera &aculdade ao Crg$o
4ulgador. >ue n$o se permite3 contudo3 @ a imposi#$o de
regime mais rigoroso &undado unicamente na gravidade do
delito imputado ao paciente3 sem suciente 4ustica#$o.
abeas corpus concedido para anular o acCrd$o no ponto
impugnado para >ue outra decis$o se4a pro&erida com
indica#$o &undamentada de regimeO %S+93 8:H:L*SP3 1" +3
rel. o )in. Ilmar Qalv$o0.
omo devem ser ponderadas as circunstâncias do
art. :3 as mesmas >ue serviram para a ,a#$o da pena-
base %S+J3 H/*SPG REsp LH1/L*SP03 4ulgou-se
incompat2vel com o sistema a ,a#$o do regime inicial
&ec?ado %mais gravoso0 >uando a pena imposta permitia o
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regime semi-aberto e as circunstâncias 4udiciais &oram tidas
como &avoráveis ao r@u %S+J3 1!*SPG - ::*SP3 L"
+urma3 rel. o )in. 9ernando Qon#alves5 N9i,ar a pena-base no
m2nimo legal e agravar o regime inicial da san#$o penal s$o
&undamentos incompat2veisO0. Yuer di'er3 @ poss2vel escol?er
regime inicial mais severo3 desde >ue indicadas as
circunstâncias 4udiciais >ue 4usticariam essa op#$o3 e tais
seriam obviamente des&avoráveis ao condenado3 o >ue
tamb@m3 de ordinário3 elevaria a pena acima do m2nimo.
D$o @ necessário3 por@m3 para determinar o regime3
e,plicitar a mesma &undamenta#$o sobre as circunstâncias
4udiciais se 4á apontadas na ,a#$o da pena-base %S+93
LH!L*(90.
e,ame das circunstâncias para a deni#$o do
regime inicial deve levar em conta o con4unto delas5 NA
primariedade e os bons antecedentes n$o s$o sucientes3
por si3 para determinarem o regime inicial aberto3 >uando as
circunstâncias 4udiciais s$o des&avoráveis ao r@uO %S+J3
1.1H*)Q3 :" +3 rel. o )in. 9eli, 9isc?er0.
1L. ondena#$o em mais de um crime . Yuando ?ouver a
condena#$o em mais de um crime3 a determina#$o do regime
inicial será &eita pelo resultado da soma ou unica#$o das
penas %art. 111 da <EP0.
Penas restritivas de direitos.
18. Penas restritivas. As penas restritivas de direitos
s$o autnomas %podem ser impostas isolada ou
cumulativamente3 sem o caráter de acessoriedade >ue
e,istia no P de 1!0 e s$o aplicadas em substitui#$o a
uma pena privativa de liberdade.
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1H. Penas restritivas como pena cominada.
E,cepcionalmente3 aparecem na legisla#$o esparsa como
pena cominada5
- arts. / e // do Cdigo de +rânsito3 >ue
prevFem3 cumulativamente3 al@m da pena privativa de
liberdade3 a suspens$o ou proibi#$o de permiss$o ou
?abilita#$o para dirigir ve2culo automotorG
- na legisla#$o eleitoral3 a pena restrit iva está
indicada como pena alternativa na prCpria norma
incriminadora3 de sorte >ue sC pode ?aver substitui#$o pela
pena substitutiva ali prevista3 mas independentemente do
preenc?imento dos re>uisitos de ordem sub4etiva
enumerados no art. !! do P3 pois a substitui#$o 4á está
autori'ada na lei3 embora sua concess$o n$o se4a obrigatCria
%e,.5 arts. /!3 par.73 /3 par. :73 e ! da <ei .:!3 de
/..83 >ue cominam pena de deten#$o3 com a alternativa
de presta#$o de servi#os B comunidade3 mais a multa0.
1. Penas restritivas. SC as da lei. As restritivas s$o as
previstas na lei3 causando o&ensa ao princ2pio da reserva
legal a cria#$o 4udicial de novas ?ipCteses %&re>Zentar
cursos3 submeter-se a tratamentos3 assistir a cultos3 o >ue
tamb@m &ere o princ2pio de liberdade religiosa3 etc0. onv@m
lembrar >ue &oram vetados os dispositivos do pro4eto da <ei
81!*H3 >ue previam como penas o recol?imento domiciliar
e a admoesta#$o. eg. S+9 4ulgou indevida a e,igFncia
4udicial de doa#$o de sangue % LH./*(90.
. Penas restr it ivas. Subst itui#$o. 9undamenta#$o.
Presentes os pressupostos dos incisos I e II do art. !! do P3
o r@u tem o direito de ver e,aminada a possibil idade da
substitui#$o da pena privativa de liberdade por uma
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restritiva de direitos %S+93 LL.8:*)Q03 at@ mesmo de
o&2cio %S+J3 1:.!!H*Q3 :" +3 - S+93 8.H!*)Q3 " +3
Rel. o )in. )arco Aur@lio5 NEstabelecida pena privativa de
liberdade in&erior a um ano ou sendo o crime culposo3
incumbe ao 4u2'o o e,ame de o&2cio3 dos demais pressupostos
autori'adores da substitui#$o pela restritiva de direitos - art.
!! do PO0. Se o 4ui'3 na senten#a3 recon?eceu esses &atores
e3 ainda3 os do inciso III3 @ obrigatCria a substitui#$o %S+J3
REsp L8.:8*S0.
A escol?a da pena restritiva de direito deve ser
&undamentada5 N princ2pio do livre convencimento e,ige
&undamenta#$o concreta3 vinculada3 do ato decisCrioO %S+J3
1H.H1*RS3 :" +0. Assim tamb@m a recusa da substitui#$o
da pena privativa de l iberdade pela restrit iva %S+J3
1/.1::*SP3 L" +0.
NAo condenar o paciente a pena in&erior a >uatro
anos de reclus$o3 deveria o +ribunal a quo ter-se
pronunciado3 at@ mesmo de o&2cio3 acerca da possibilidade de
substitui#$o da pena. =ericando-se3 todavia3 o trânsito em
4ulgado da decis$o3 competente para apreciar eventual
substitui#$o de pena @ o 4u2'o da e,ecu#$o. Súmula L11*S+9O
%S+J3 1.H*RJ3 : " +3 rel. o )in. Jos@ Arnaldo0.
Já para o procedimento inverso3 convers$o da pena
restritiva de direito em privativa da liberdade por
descumprimento de transa#$o prevista no art. 8L da <ei
*:3 e,ige-se obediFncia ao devido processo legal5
Nondena#$o B pena restritiva de direito como resultado da
transa#$o prevista no art. 8L da <ei *:. onvers$o em
pena privativa de liberdade. (escabimento. A convers$o da
pena restritiva de direito %art. !/ do P0 em privativa da
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liberdade 3 sem o devido processo legal e sem de&esa3
caracteri'a situa#$o n$o permitida em nosso ordenamento
constitucional3 >ue assegura a >ual>uer cidad$o a de&esa em
4u2'o3 ou de n$o ser privado da vida3 liberdade ou
propriedade3 sem a garantia da tramita#$o de um processo3
segundo a &orma estabelecida em leiO %S+93 RE LH./1*PR3
1" +3 de 1/.L.3 rel. o )in. Ilmar Qalv$o0.
1. Penas restritivas. Esp@cies. Substitui#$o . art. !/ do
P &a' a seguinte enumera#$o5 I - presta#$o pecuniáriaG II -
perda de bens e valoresG III - presta#$o de servi#os B
comunidade ou a entidades públicasG I= - interdi#$o
temporária de direitosG = - limita#$o de m de semana.
A substitui#$o acontecerá apCs denidas as penas
cominadas ao crime. As penas restritivas Npossuem caráter
substitutivo3 n$o podendo coe,istir com a pena privativa de
liberdade3 nem ser aplicadas diretamente3 sem antes ser
,ada a pena privativa de liberdadeO %S+93 8./::*)Q3 "
+3 Rel. )in. Deri da SilveiraG no mesmo sentido5 S+93
8!18H*PV0. A privativa de liberdade pode ser substitu2da por
multa ou por restritiva de direitos. Se a condena#$o &or igual
ou in&erior a um ano3 a substitui#$o será por multa ou por
uma restritiva de direitosG se superior a um ano3 a
substitui#$o da pena privativa de liberdade será por duas
penas alternativas5 uma restritiva de direitos e mais a multa3
ou duas restritivas de direitos.
Re>uisitos para a substitui#$o por pena restritiva.
. Substitui#$o. Re>uisitos. S$o re>uisitos para a
substitui#$o5 I - no crime doloso3 condena#$o a pena
privativa de liberdade n$o superior a >uatro anos %reclus$o
ou deten#$o0G no crime culposo3 n$o ?á limite de penaG II -
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crime praticado sem violFncia ou grave amea#a B pessoaG III
- n$o-reincidFncia em crime dolosoG I= - a culpabilidade3 os
antecedentes3 a conduta social3 a personalidade do
condenado3 os motivos e as circunstâncias do crime
indicarem >ue a substitui#$o @ suciente.
A <ei .81!3 de : de novembro de 1H3 >ue
elevou para ! anos o l imite da pena aplicada3 revogou a
parte nal do disposto no art. :! do P e permitiu a
substitui#$o na grande maioria das condena#Kes em crimes
patrimoniais e na >uase totalidade dos previstos na
legisla#$o esparsa sobre delitos econmicos.
NA substitui#$o da pena privativa da liberdade por
restritiva de direitos deve atender as e,igFncias do art. !!
da <ei .81!*H3 >ue s$o cumulativasO %S+[3 H./:!*RJ3 "
+3 rel. o )in. Delson Jobim0.
/. Subst itui#$o. rime &ormal e crime continuado. Do
concurso formal de crimes e no crime continuado3 será
levada em conta a pena nal3 >ue @ a única pena aplicada.
Do concurso material3 se um dos crimes determinou a
imposi#$o da pena privativa de liberdade acima do limite3
para este n$o será de&erida a substitui#$o3 mas para os
outros3 >ue atenderem os re>uisitos3 será poss2vel a
substitui#$o. Isso por>ue3 a teor do art. !!3 par. : 73 P3 a
superveniFncia da condena#$o do r@u >ue deverá cumprir
pena de pris$o n$o @ causa obrigatCria da convers$o da pena
restritiva 4á concedida Nse &or poss2vel ao condenado cumprir
a pena substitutiva anteriorO. Yuer di'er3 o condenado pode
cumprir pena privativa de liberdade e pena substitutivaG
como isso @ permitido ao >ue 4á &oi condenado por crime
anterior3 e irá cumprir3 com simultaneidade3 as penas de
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nature'a diversa aplicadas nas duas senten#as3 nada
4usti ca se l?e dispense tratamento di&erente na senten#a
condenatCria >uando do 4ulgamento de crimes diversos em
concurso material. Portanto3 a regra do par. 17 do art. L
está revogada.
!. Substitui#$o. =iolFncia e grave amea#a. A violncia ou
a grave ameaça B pessoa s$o ?o4e os verdadeiros obstáculos
B substitui#$o3 uma ve' >ue o limite de pena permite grande
abrangFnciaG na prática3 os crimes violentos @ >ue levar$o
seus autores ao cumprimento da pena privativa de liberdade
se n$o l?es &or concedido o sursis3 permitido para esses
casos %art. 88 do P0.
NA violFncia de >ue trata o inciso I do art. !! do P
@ a realO3 n$o a presumida %S+J3 R .1/:*)Q3 L " +3 rel. o
)in. amilton arval?ido3 L.!.0.
Para o cálculo da pena3 o S+J tem decidido ser
inaplicável3 no crime de roubo com arma de brin>uedo3 a
causa de aumento do art. 1:83 6 73 I 3 do P. Por isso3
cancelou a Súmula 18!*S+J3 >ue re'ava5 NDo crime de roubo3
a intimida#$o &eita com arma de brin>uedo autori'a o
aumento de penaO %S+J3 REsp //.8H*SP3 .!./G S+J3
REsp !!.8:*RS3 .!./0.
ontudo3 para resolver a >uest$o da substitui#$o3 a
grave amea#a B pessoa %>ue estaria presente0 e,clui o
direito B substitui#$o da pena privativa de liberdade por
restritiva de direito % 18.!:*SP3 L " +3 11.1.10.
A violFncia n$o impede a substitui#$o >uando se
tratar de crime culposo3 em >ue a agress$o B pessoa @ o
resultado da desaten#$o B regra de cuidado e,igida para a
situa#$o3 e n$o da inten#$o de &erir. +amb@m ?á de se
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admitir a substitui#$o da pena na condena#$o por crimes
violentos da competFncia dos Jui'ados Especiais riminais
%<ei .*:03 denidos como de menor potencial o&ensivo e
aos >uais @ destinado tratamento especial.
:. Substitui#$o. ReincidFncia. A reincidncia em crime
doloso signica >ue os dois delitos considerados s$o dolosos3
e apenas nesse caso ?averá o impedimento legal. Se um dos
crimes &or culposo3 a veda#$o n$o e,iste3 e a substitui#$o
pode ser e&etuada.
)esmo sendo o condenado reincidente em crime
doloso3 o 4ui' poderá e&etuar a substitui#$o desde >ue
socialmente recomend!vel e a reincidFncia n$o decorra da
N pr!tica do mesmo crimeO %art. !!3 6 /70. A regra e,ibili'a o
e&eito da reincidFncia3 no >ue &e' bem3 pois a reincidFncia
n$o se esgota em dado meramente cronolCgico3 NimpKe-se
e,aminar se a repeti#$o do agente evidencia tendFncia
gen@rica ou espec2ca para a criminalidade3 a&erindo-se3
assim3 a personalidade do autorO %S+J3 REsp 1!./L*SP3 rel.
o )in. <ui' =icente ernicc?iaro0. Ao re&erir-se B pratica do
mesmo crime3 o legislador empregou terminologia imprCpria
para di'er3 na verdade3 >ue n$o se admitirá a substitui#$o
>uando ?ouver reincidFncia espec"#ca$ a >ual consiste na
prática de novo crime da mesma nature'a depois do trânsito
em 4ulgado de senten#a condenatCria pelo crime anterior.
Entende-se >ue s$o da mesma nature'a os crimes previstos
no mesmo dispositivo penal3 ou em diversos dispositivos3
desde >ue apresentem3 pelos &atos >ue os constituem ou por
seus motivos determinantes3 caracteres &undamentais
comuns3 como estava denido no art. !L3 6 173 do P3 com a
reda#$o de 1! e em vigor at@ o advento da <ei L!1L*88.
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N 6 /7 do art. !! do P adu' >ue a reincidncia
gen%rica n$o @ Cbice3 por si sC3 para a concess$o do
bene&2cio da substitui#$o da pena privativa da liberdade por
restritiva de direitosO %S+J3 18.HH*SE3 :" +3 L.11.13
rel. o )in. 9eli, 9isc?erG S+J3 REsp /L.8/*PR3 1:.!./3 L "
+3 rel. o )in. amilton arval?ido0.
NSendo o condenado reincidente espec"#co 3 pela
prática de crime doloso3 n$o &a' 4us a substitui#$o de pena
privativa de liberdade pela restritiva de direitosO %S+J3
:.HH8*RJ3 :" +3 8.:./3 rel. a )in. <aurita =a'0.
L. Substitui#$o. ondena#$o em multa . +amb@m ?á de se
recon?ecer >ue a regra do art. 883 6 173 ao permitir o sursis
apesar da anterior condena#$o B pena de multa3 @ aplicada
B substitui#$o da pena3 pois o sursis3 para os e&eitos da lei3 @
teoricamente mais grave do >ue a substitui#$oG se3 para o
sursis3 a condena#$o anterior B multa @ irrelevante3 tamb@m
deverá sF-lo para a substitui#$o.
8. Substitui#$o. ReincidFncia espec2ca . A reincidFncia3
portanto3 sC @ causa impeditiva da substitui#$o se &or
espec2ca3 e em crime doloso3 com anterior condena#$o B
pena privativa de liberdade. Por m3 para o e&eito da
reincidFncia3 n$o prevalece a condena#$o anterior se entre a
data do cumprimento ou e,tin#$o da pena e a in&ra#$o
posterior tiver decorrido per2odo de tempo maior >ue cinco
anos3 computado o per2odo de prova da suspens$o
condicional ou do livramento condicional3 se n$o ocorrer a
revoga#$oG n$o se consideram os crimes pol2ticos e os
militares prCprios %art. L!3 P0.
H. Substitui#$o. Re>uisitos. Art. :3 P. s requisitos do
inciso &&& do art. !!3 por>ue s$o tamb@m &atores para o
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cálculo da pena-base %art. :03 ser$o e,aminados >uando
dela se tratar. Registre-se3 por@m3 como recomenda o Pro&.
)arco Aur@lio )oreira de liveira3 >ue tais elementos devem
ser a>ui e,aminados B lu' da nalidade a >ue se destina esta
decis$o3 simplesmente para a substitui#$o da pena3 de tal
modo >ue o valor de cada um deles será ponderado para a
,a#$o n$o da >uantia da pena3 mas do modo de sua
e,ecu#$o. Por isso3 como se trata de um 4u2'o >ue se pro4eta
sobre o comportamento &uturo3 as circunstâncias poder$o ter
diversa pondera#$o. D$o &oram re&eridas no inc. III3 entre os
pressupostos para a substitui#$o3 as circunstâncias 4udiciais
sobre os motivos para o crime e o comportamento da v2tima.
omo n$o dei,am de ser circunstâncias do crime3 podem3 a
esse t2tulo3 ser consideradas.
Restritivas em esp@cie.
. Presta#$o pecuniária. A pena substitutiva de
prestação pecuni!ria consiste no pagamento em din?eiro B
v2tima3 a seus dependentes ou a entidade pública ou privada
com destina#$o social3 de importância ,ada pelo 4ui'3 n$o
in&erior a um salário m2nimo nem superior a /L salários
m2nimos. omo tem nature'a reparatCria3 o valor pago será
dedu'ido do montante de eventual condena#$o em a#$o de
repara#$o civil3 se coincidentes os beneciários.
(istingue-se da pena de multa %multa penitenciária0
prevista no art. ! do P %adiante3 n7s. ! a !0. A pena de
multa tem caráter retributivo3 n$o se destina a reparar o
dano resultante do delito e @ recol?ida B 9a'enda Pública. NA
pena restritiva de direito de presta#$o pecuniária tem
nature'a 4ur2dica diversa da pena de multa. Esta3 se n$o
cumprida3 trans&orma-se em d2vida de valor3 en>uanto
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a>uela3 se n$o atendida3 dá lugar B e,ecu#$o da originária
pena privativa de liberdade3 con&orme previs$o do art. !!3 6
!7 do PO %S+J3 .LLH*)Q3 L " +3 .!./3 rel. o )in.
9ernando Qon#alvesG S+J3 AQA !1L.!H!*RS3 /.1.3 : " +G
S+J3 !.!!*(93 1.1.3 : " +0. Isso por>ue3 No
princ2pio constitucional >ue pro2be a pris$o por d2vidas incide
sobre as penas de multa previstas no prCprio tipo penal3 a
teor do >ue dispKe a <ei .LH*L3 contudo3 n$o compreende
a pena pecuniária advinda em substitui#$o da pris$oO %
.:L8*)Q3 :" +3 ../3 rel. o )in. Jos@ Arnaldo0.
Essa possibilidade de reconvers$oTda pena
restritiva de direito de presta#$o pecuniária3 uma ve' n$o
cumprida3 na e,ecu#$o da originária pena privativa de
liberdade3 tem sido admitida nas duas +urmas da /" Se#$o do
S+J5
NA pena restritiva de direito de presta#$o pecuniária
tem nature'a 4ur2dica diversa da pena de multa. Esta3 se n$o
cumprida3 trans&orma-se em d2vida de valor3 en>uanto
a>uela3 se n$o atendida3 dá lugar B e,ecu#$o da originária
pena privativa de liberdade3 con&orme previs$o do art. !!3 6
!7 do Cdigo Penal. Precedentes desta orteO % LLH*)Q3
L" +3 rel. o )in. 9ernando Qon#alves0.
NA pena de multa e a restritiva de direito na
modalidade de presta#$o pecuniária possuem nature'a
4ur2dica diversa. Wma ve' descumprida a pena de multa3 será
convertida em d2vida de valor3 en>uanto a presta#$o
pecuniária pode se converter em pena privativa de liberdade
%precedentes0O % ./:*)Q3 :7 +3 rel. o em. )in. 9eli,
9isc?er0.
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egr@gio S+9 ampara esse entendimento %S+93
8.HL:*RS3 " +0.
+amb@m n$o se con&unde com a multa reparatCria
do art. 8 do Cdigo de +rânsito3 >ue3 embora ten?a o
mesmo caráter indeni'atCrio e se4a paga em &avor da v2tima
ou de seus sucessores3 tem esta como pressuposto a
e,istFncia de pre4u2'o material resultante do delito3 a cu4o
valor está limitada.
Aos 4u2'es cabe evitar trans&ormar a presta#$o
pecuniária em principal resposta penal ao crime3 como
adverte o Pro&. )iguel Reale Júnior. Esse cuidado deve estar
presente especialmente >uando a pena privativa de
liberdade &or alta3 pois @ imprCprio escol?F-la em detrimento
de outras alternativas mais eca'es do ponto de vista da
repress$o penal3 como a de presta#$o de servi#os B
comunidade. Se ?ouver dano a reparar3 a presta#$o
pecuniária será apenas a antecipa#$o da indeni'a#$o civil3
>ue n$o será paga pelo desprovido de recursos3 categoria a
>ue pertence a maioria dos r@us em processos criminais3 e
n$o será sentida pelo abonado3 por>uanto o seu valor
má,imo @ relativamente bai,o3 muito a>u@m do >ue pode ser
imposto a t2tulo de multa. A sua imposi#$o pode ser &eita
cumulativamente com a multa penitenciária3 e o
descumprimento tanto de uma como de outra apenas levará
B e,ecu#$o &or#ada3 nos termos do art. :13 P.
A estipula#$o do valor atenderá ao pre4u2'o causado
B v2tima3 valor >ue poderá ser parcelado na e,ecu#$o %S+J3
18.:H/*)S0. Se poss2vel na e,ecu#$o3 pode o
parcelamento constar da senten#a condenatCria. N Poder
Judiciário n$o pode ser destinatário da pena de presta#$o
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pecuniária prevista no art. !:3 6 17 do PO %S+J3
18.1!*PE3 L" +3 rel. o )in. 9ernando Qon#alves0 .
/. Idem. =alor. parágra&o 7 do art. !: permite a
prestação pecuni!ria que não seja em dinheiro 3 mas empresta#$o de outra nature'a3 se ?ouver aceita#$o do
beneciário. omo o 4ui' n$o pode dar uma senten#a
condicional3 su4eita B vontade da v2tima ou de seus
dependentes3 a a>uiescFncia deve estar nos autos >uando do
4ulgamento3 por iniciativa das partes ou provocada de o&2cio.
A presta#$o substitutiva n$o será em moeda3 mas sempreterá nature'a patrimonial3 como a entrega de cestas básicas3
material de constru#$o3 etc. A disposi#$o alternativa do par.
o do art. !: tem sido criticada pela doutrina3 >ue a
considera tamb@m inconstitucional. Esse de&eito3 por@m3 n$o
@ evidente3 pois o art. : 73 inc. ;<=I3 da R permite a pena de
Npresta#$o social alternativaO3 e nesse conceito por certo seincluem as presta#Kes de nature'a econmica acima
re&eridas. Ademais3 em um pa2s onde a &ome @ uma
realidade3 a distribui#$o de alimento pelos autores de delito
n$o c?ega a ser um &ato desarra'oado.
/1. Perda de bens. A perda de bens %mCveis ou
imCveis0 ou valores %depCsitos3 t2tulos3 a#Kes3 etc.0pertencentes aos condenados dar-se-á em &avor do 9undo
Penitenciário Dacional3 no limite do pre4u2'o causado ou do
proveito obtido pelo agente ou por terceiro3 em conse>ZFncia
da prática do crime.
Essa novidade introdu'ida pela lei de 1H n$o
elimina o disposto no art. 1*P3 >ue prevF3 como e&eito da
condena#$o3 a perda3 em &avor da Wni$o - ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-&@ - dos instrumentos24
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do crime %ob4etos >ue serviram B prática da a#$o03 do
produto do crime %coisas obtidas diretamente com a prática
do &ato0 ou do seu proveito %coisas ad>uiridas com o produto
do crime0. A medida aplicada como e&eito da condena#$o
incide sobre o produto ou o proveito3 ao passo >ue a pena
restritiva do art. !/3 II3 denida no art. !:3 6 / 73 considera o
proveito apenas como limite de pena3 pois a san#$o pode
recair sobre outros bens do condenado3 n$o necessariamente
produto ou proveito do delito. onv@m se4a aplicada a pena
restritiva no caso de impossibilidade de aplica#$o da regra
do art. 1*P. Se os bens >ue e,istem s$o produto ou
proveito do crime3 a perda 4á @ e&eito da condena#$o3
cumprindo aplicar3 em substitui#$o B pris$o3 outra pena
restritiva.
Entre os bens e valores pertencentes ao condenado3
incluem-se os direitos dele sobre bens de outros3 ad>uiridos
mediante contrato %e,5 promessa de compra e venda0. A
alternativa entre o montante do pre4u2'o ou do proveito se
e,plica por>ue pode ?aver pre4u2'o sem proveito3 como no
caso da imediata destrui#$o da coisa apropriada3 ou proveito
sem pre4u2'o3 como na ?ipCtese do numerário a nal
devolvido3 >ue esteve empregado com F,ito no 4ogo da
bolsa.
/. Presta#$o de servi#os B comunidade. A prestação de
serviços ' comunidade ou a entidades pblicas @ a pena
restritiva >ue mel?or atinge as nalidades da substitui#$o5
a&asta o condenado da pris$o e e,ige dele um es&or#o a &avor
de entidade >ue atua em bene&2cio do interesse público3
tornando-o part2cipe e colaborador de seus programas e
ob4etivosG tem ecácia preventiva geral3 pois evidencia
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publicamente o cumprimento da pena3 redu'indo a sensa#$o
de impunidade3 e @ e,ecutada de &orma digna3 de modo
socialmente útil e sem maior despesa para o EstadoG tem
ecácia especial3 pois apresenta um dos menores 2ndices de
reincidFncia3 con&orme evidenciam os relatCrios das varas de
e,ecu#$o onde instalados a contento os servi#os para
controle dessa pena. A diculdade está em >ue a escol?a
dessa alternativa depende de um m2nimo de organi'a#$o dos
servi#os da vara de e,ecu#Kes penais3 >ue deve contar com
%10 levantamento pr@vio das entidades nas >uais possam ser
prestados os servi#os e assinatura de convFnio sobre os
procedimentos e responsabilidadesG %0 servi#o estruturado
na vara3 para manter esse relacionamento com as entidades3
organi'ar a lista de postos de servi#os3 nature'a e
locali'a#$o3 receber os condenados e encamin?á-los aos
locais ade>uadosG %/0 scali'a#$o do cumprimento da pena.
Isso @ muito pouco3 do ponto de vista administrativo3 e
depende de parcos recursos3 mas parece >ue tem sido
demasiado para o Judiciário3 tanto >ue em apenas poucas
comarcas do pa2s &oi implantada tal estrutura. Por@m3 onde
&oi instalada de modo ade>uado e suciente3 como ocorreu
na =ara de E,ecu#Kes de Porto Alegre a partir de 1HH3 os
resultados s$o animadores. M da responsabilidade dos 4u2'es3
adverte Reale Júnior3 impedir >ue essa solu#$o alternativa3 a
mel?or delas3 se4a absorvida pelo comodismo da presta#$o
pecuniária.
//. Idem. A pena alternativa de prestação de
serviços @ permitida em condena#Kes superiores a seis
meses de priva#$o da l iberdade %art. !L0 e consiste em
desempen?o de tare&as gratuitas em entidades assistenciais3
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?ospitais3 escolas3 or&anatos e estabelecimentos congFneres3
atribu2das de acordo com as aptidKes do condenado e
cumpridas B ra'$o de uma ?ora de tare&a por dia de
condena#$o3 ,adas de modo a n$o pre4udicar a 4ornada
normal de trabal?o %art. !L e seus parágra&os0. A presta#$o3
como de resto todas as penas restritivas >ue possam ser
medidas pelo tempo3 terá a mesma dura#$o da pena
privativa de liberdade %art. ::03 mas a superior a um ano
poderá ser cumprida em menor tempo3 nunca in&erior B
metade da pena privativa de liberdade %art. !L3 6 !70. Essa
e,ce#$o cria desigualdade entre o condenado a tre'e meses3
>ue go'ará do bene&2cio de encurtar o tempo3 o >ue n$o @
permitido a >uem &oi condenado a um ano. Por isso3 voltará a
ocorrer na prática o >ue acontecia no regime originalmente
implantado pelo P*!3 >uando o livramento condicional
tin?a como re>uisito pena superior a dois anos5 os tribunais3
>uando aplicavam pena de dois anos3 ,avam-na em dois
anos e um dia. Para o e&eito da substitui#$o3 esta será a
solu#$o para obviar a desigualdade criada pela lei atual5
,ar a pena privativa de um ano em um ano e um dia. art.
!L3 6 !73 dene a possibilidade de redu#$o do tempo como
uma &aculdade do condenado3 o >ue ?á de se entender como
um direito de re>uerer ao 4ui' a redu#$o do pra'o3 a ser
de&erida caso n$o pre4udi>ue o ob4etivo da san#$o3 mas >ue
n$o pode ser imposta por>ue e,igirá maior presta#$o diária.
/!. Interdi#$o temporária. As penas de interdição
tempor!ria de direitos s$o5 %I0 proibi#$o de e,erc2cio de
cargo3 &un#$o ou atividade pública3 bem como de mandato
eletivoG %II0 proibi#$o do e,erc2cio de pross$o3 atividade ou
o&2cio >ue dependa de ?abilita#$o especial3 de licen#a ou
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autori'a#$o do poder públicoG %III0 suspens$o de autori'a#$o
ou de ?abil ita#$o para dirigir ve2culo e %I=0 proibi#$o de
&re>Zentar determinados lugares %art. !80.
/:. rime no e,erc2cio da pross$o. +rânsito . As penas dos
incisos I e II do art. !8 s$o destinadas aos autores de crimes
cometidos no e,erc2cio de pross$o3 atividade3 o&2cio3 cargo
ou &un#$o3 sempre >ue ?ouver viola#$o dos deveres >ue l?es
s$o inerentes %art. :L0.
A regra do inciso III do art. !8 do P3 sobre a
suspens$o de autori'a#$o ou de ?abil ita#$o para dirigir
ve2culo3 n$o se con&unde com o e&eito da condena#$o
previsto no art. 3 III3 do P3 consistente na inabilita#$o
para dirigir3 san#$o imposta a >uem se utili'ou do ve2culo
para a prática de crime doloso.
A disposi#$o sobre essa pena restritiva deve ser
interpretada ?o4e em ?armonia com o disposto no Cdigo de
+rânsito Vrasileiro %<ei .:/3 de /..803 >ue @ especial
>uanto aos crimes dessa nature'a. Dos termos desse Cdigo3
a suspens$o da habilitação para dirigir ve2culo pode ser
imposta como penalidade principal3 isolada ou cumulativa
com outras penalidades %art. do +V03 com dura#$o de
dois meses a cinco anos %art. /03 pelo >ue n$o cabe aplicar
a suspens$o da ?abilita#$o para dirigir3 prevista no art. !83
III3 do P3 como substitutiva da pena por crime cometido no
trânsito.
+V ainda prevF como pena principal3
genericamente prevista no art. 3 ou na prCpria norma
incriminadora %arts. /3 //3 /L3 /83 /H03 a suspens$o
%para >uem 4á a obteve0 ou a proibi#$o de vir a obter a
permiss$o ou a ?abilita#$o para dirigir ve2culo automotor. A
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permiss$o @ concedida a candidato aprovado em curso e tem
validade por um ano3 ao t@rmino do >ual será concedida a
?abilita#$o para dirigir se o candidato n$o tiver cometido
in&ra#$o grave ou grav2ssima e n$o &or reincidente em
in&ra#$o m@dia %art. 1!H do +V0. Cdigo Penal n$o se
re&ere B pena de proibi#$o3 nem ao ato de permiss$o para
dirigir3 ra'$o pela >ual tamb@m n$o se aplica a essas
situa#Kes.
A suspens$o de autori)ação para dirigir ve2culo n$o
está prevista no Cdigo de +rânsito3 da2 >ue persiste a regra
do P3 aplicável a >uem condu' ciclomotor e ve2culos de
propuls$o ?umana e de tra#$o animal %art. 1!1 do +V0.
As penas privativas de l iberdade em delitos de
trânsito podem ser substitu2das por restritivas de direitos3
desde >ue n$o se4a a de interdi#$o para dirigir ve2culos3
cominada no +V como pena principal.
/L. rime com viola#$o a dever . Se o crime tiver sido
praticado com viola#$o a dever inerente a cargo3 &un#$o ou
atividade pública3 a mandato eletivo3 a pross$o3 atividade
ou o&2cio >ue dependam de licen#a ou autori'a#$o do poder
público3 se4a ele um &ato doloso ou culposo3 a substitui#$o
dar-se-á por interdi#$o temporária de direitos %art. !83 I e IIG
art. :L0. Sendo a pena igual ou in&erior a um ano3 na
alternativa entre multa e restritiva de direitos3 o 4ui' deve
optar por uma das restritivas previstas no art. !83 incisos I e
IIG se superior a um ano3 uma das restritivas será a interdi#$o
de direitos ali mencionadas.
/8. Proibi#$o de &re>Zentar lugares . A proibição de
freq*entar determinados lugares %art. !83 I=03 >ue 4á era
prevista como uma das condi#Kes do sursis %art. 8H3 6 73 a$
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P03 passou a ser pena restritiva3 como uma interdi#$o
temporária de direitos. (eve ser aplicada somente >uando o
lugar &oi uma das causas determinantes do delito.
/H. <imita#$o de ns de semana. A limitação de #m de
semana %art. !H0 consiste na obriga#$o de permanecer3 aos
sábados e domingos3 por cinco ?oras diárias3 em casa de
albergado ou outro estabelecimento ade>uado. (urante a
permanFncia do condenado3 poder$o ser ministrados cursos3
palestras ou atribu2das atividades educativas. omo s$o
escassas as casas de albergados3 e os nossos pres2dios
somente por eu&emismo podem ser considerados
Nestabelecimentos ade>uadosO para a convivFncia ?umana3
essa esp@cie de pena alternativa n$o tem sido aplicada e3
>uando o &oi3 o cumprimento revelou-se necessariamente
insatis&atCrio3 descon?ecendo-se a e,istFncia de algum curso
>ue ten?a sido ministrado aos condenados nesse regime.
<egisla#$o esparsa sobre penas restritivas.
/. Penas restritivas. <egisla#$o esparsa %trânsito3 economia
popular3 crime ?ediondo3 crime eleitoral3 4ui'ados especiais3 convers$o3
consumidor0. As disposi#Kes do P sobre substitui#$o de pena
privativa de l iberdade pelas restritivas de direitos nele
previstas s$o aplicáveis Bs condena#Kes impostas com base
em leis esparsas se nestas n$o ?ouver disposi#$o em sentido
diverso. Assim acontece com o novo +,digo de rnsito
/rasileiro3 no >ue n$o &or incompat2vel com as normas do P3
como visto acima3 n7 /:.
a0 a Súmula 181*S+J tem o seguinte enunciado5
Nominadas cumulativamente3 em lei especial3 penas
privativa da liberdade e pecuniária3 @ de&eso a substitui#$o
da pris$o por multaO. Por isso3 decidiu-se contrariamente B
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substitui#$o da pena privativa de liberdade pela de multa em
crime contra a economia popular %S+J3 REsp .1:8*SP0 e no
crime de porte de substância entorpecente %art. 1L da <ei
L/LH*8L3 S+J3 .HL*SP0. NAssentada a 4urisprudFncia
desta orte e do ol. S+9 no sentido de ser inviável a
substitui#$o da pena detentiva pela multa3 na ?ipCtese de
condena#$o no art. 1L da <ei L/LH*8L3 pois isso resultaria na
aplica#$o cumulativa de uma sC esp@cie de pena3 en>uanto a
lei especial comina duas esp@cies. Súm. 181*S+J.
Possibilidade3 todavia3 da substitui#$o da pena de deten#$o
por uma restritiva de direitosO %S+J3 1/.!1!*SP3 :" +3
/.:.13 rel. o )in. Jos@ Arnaldo. Do mesmo sentido5S+J3
REsp 81L8*SP0.
b0 a <ei H8*3 sobre os crimes hediondos3
embora n$o e,clua3 e,pressamente3 a possibilidade da
substitui#$o da pena privativa de liberdade por uma
restritiva de direitos3 impKe o regime &ec?ado para o in2cio
do cumprimento da>uela3 o >ue tem sido 4ulgado na :" +3 do
S+J como decisivo para o inde&erimento da substitui#$o por
multa ou restritiva de direitos %S+J3 81*RJ3 :" +urma3 rel.
)in. Jos@ Arnaldo5 N\ lu' do princ2pio da especialidade %art.
13 P03 as altera#Kes introdu'idas no P pela lei das penas
alternativas %<ei .81!*H0 n$o alcan#am o crime de tráco
de entorpecentes3 e de resto todos os considerados
?ediondos3 eis >ue a <ei .8* - de cun?o especial -
impKe e,pressamente o cumprimento da pena em regime
integralmente &ec?adoO. Do mesmo sentido5 S+J3 REsp
!HL.!*)Q3 :" +3 1L.L./3 rel a )in. <aurita =a'G S+J3
REsp !1.:L*RJ3 :" +G S+J3 R L*)QG S+J3 R L1*)QG
S+J3 S+J 11L*RJ.
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Da L" +urma ?ouve3 inicialmente3 decisKes em
sentido contrário %S+J3 H8:/*RJ3 L" +urma3 rel. o )in. <ui'
=icente ernicc?iaro5 N crime ?ediondo n$o @ Cbice B
substitui#$oO. o4e3 por@m3 está consolidado o entendimento
de ser incab2vel a substitui#$o nos crimes ?ediondos %S+J3
./1*RS3 L" +urma3 8.:./3 rel. )in. amilton
arval?ido0.
certo @ >ue os crimes ?ediondos3 >uando
praticados com violFncia3 cam desde logo e,clu2dos e s$o
eles a maioriaG a >uest$o se pKe >uando o crime @ praticado
sem violFncia3 com pena de at@ >uatro anos3 como acontece
no crime de tráco de entorpecentes. Para estes3 em
princ2pio3 &altará atender aos &atores enumerados no inc. III
do art. !!. Por@m3 em caso e,cepcional3 >uando &or o único
recurso para a reali'a#$o da 4usti#a3 e sem >ue tal solu#$o se
trans&orme em mais uma via de impunidade desse grave
delito3 se plenamente atendidas as e,igFncias do inc. III3
parece poss2vel a substitui#$o por restritiva de direitos
apenas em &avor do agente >ue se situa na 'ona cin'enta
entre o uso e o tráco. )in. Assis +oledo votou vencido no
REsp :!:HH*S e de&eriu a substitui#$o por multa3
de&endendo o mesmo ponto de vista em artigo de doutrina.
)as esse @ um pensamento minoritário. Sobre os crimes
?ediondos3 ver supra n7s 8 a 1G
d0 a <ei .:!3 de / de setembro de 183 >ue
estabelece normas para as eleiç0es$ permite3 como única
alternativa para a pena de deten#$o3 a presta#$o de servi#os
B comunidade para os crimes dos arts. /!3 6 73 /3 6 :73 !3
H83 6 !7 3 e 13 parágra&o únicoG
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e0 a <ei .*:3 sobre os 1ui)ados 2speciais
+riminais3 na ?ipCtese do art. 8L3 autori'a a imediata
aplica#$o da pena restritiva de direitos como pena principal3
n$o como substitutiva3 de tal modo >ue o 4ui' pode ,ar
desde logo a restritiva especicada na proposta do )P3 sem
necessidade de pr@via apl ica#$o da pena privativa de
liberdade.
Essa aplica#$o da pena restritiva tem os
pressupostos do par. 7 do art. 8L da <ei *:3 e n$o os
do Cdigo Penal. Se ?ouver a &alta do pagamento da multa3
esta será e,ecutadaG se o descumprimento &or da restritiva3
parece inade>uada a convers$o3 pois3 para a pena privativa
de liberdade3 n$o ?ouve o devido processo3 oportuni'ando-se
o o&erecimento de denúncia. Embora ten?a ?avido a
senten#a3 n$o ?ouve ainda a e,tin#$o da punibilidade. Para a
" +urma do Supremo +ribunal 9ederal3 a conversão da pena
restritiva de direitos em privativa de liberdade 3 em virtude
do descumprimento da transa#$o penal3 o&ende o princ2pio
do devido processo legal %<ei .*:3 art. 8L0. om base
nesse entendimento3 e salientando a nature'a n$o-
condenatCria da senten#a >ue ?omologa a transa#$o penal3 a
+urma de&eriu habeas corpus impetrado pelo )inist@rio
Público para re&ormar o acCrd$o do S+J >ue permitira a
convers$o. entendimento @ de >ue3 uma ve' descumprido
o termo de transa#$o3 impKe-se a declara#$o de
insubsistFncia deste3 retornando-se ao estado anterior e
dando-se oportunidade ao )inist@rio Públ ico para >ue
re>ueira a instaura#$o de in>u@rito ou propon?a a a#$o
penal3 o&ertando denúncia. % 8. :8-Q3 Rel. o )in. )arco
Aur@lio3 **G Voletim In&ormativo Juruá3 n7 !3
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mar#o*0. á diversos 4ulgados repetindo a tese5
N+ransa#$o penal. Inviabilidade de sua convers$o em pena
privativa da liberdadeO %S+93 RE LH./*PR3 1 " +0.
N+ransa#$o penal descumprida. onvers$o de pena restritiva
de direitos em privativa de liberdade. &ensa aos princ2pios
do devido processo legal3 da ampla de&esa e do
contraditCrioO S+93 H.H*)S3 1" +3 1!.!.13 rel. a
)in. Ellen Qracie0.
NA multa ,ada na transa#$o3 n$o sendo paga3 deve
ser convertida em d2vida de valor. A convers$o em pena
restrit iva de direitos carece de amparo legalO3 S+J3
:H/*SP3 :" +3 1!.1.3 rel. o )in. 9eli, 9isc?er0.
A orienta#$o em sentido contrário3 >ue prevalece na
Se,ta +urma3 está bem e,pressa na seguinte ementa5 NA
senten#a ?omologatCria da transa#$o tem3 tamb@m3 caráter
condenatCrio imprCprio %n$o gera reincidFncia3 nem pesa
como maus antecedentes no caso de outra superveniente
in&ra#$o03 abrindo ense4o a um processo autnomo de
e,ecu#$o3 >ue pode - legitimamente - desaguar na convers$o
em pena restritiva de liberdade3 sem maltrato ao princ2pio do
devido processo legalO %R H1H*Q3 L" +urma3 rel. o )in.
9ernando Qon#alves0G
g0 a <ei 1.:3 de 1.8.13 instituiu o Jui'ado
Especial 9ederal e incluiu na sua competFncia o processo e o
4ulgamento dos crimes a >ue a lei comine pena má,ima n$o
superior a dois anos3 ou multa %art. 703 e mandou aplicar o
processo previsto na <ei *: %art. 170. (iscute-se sobre a
e,tens$o desse limite aos crimes 4ulgados pelos Jui'ados
Especiais Estaduais. A >uest$o veio a ser 4ulgada no S+J e se
rmou no sentido preconi'ado na edi#$o anterior5 o mesmo
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crime punido at@ dois anos n$o pode ter tratamento diverso
apenas em &un#$o da competFncia da 4usti#a. N(esse modo3
devem ser considerados delitos de menor potencial o&ensivo3
para e&eito do art. L1 da <ei *:3 a>ueles a >ue a lei
comine3 no má,imo3 pena detentiva n$o superior a dois anos3
ou multa3 sem e,ce#$oO %S+J3 :.1:*SP3 :" +3 /.L./3
rel. o )in. 9eli, 9isc?er0.
Da +erceira Se#$o3 cou e,plicitado o âmbito desse
entendimento5 NEm &un#$o do princ2pio constitucional da
isonomia3 com a <ei 1.:*13 >ue instituiu os 4ui'ados
especiais c2veis e criminais no âmbito da 4usti#a &ederal3 o
limite de pena má,ima3 previsto para a incidFncia do
instituto da transa#$o penal3 &oi alterado para anos. +al
constata#$o n$o altera a competFncia da Justi#a estadual
para o 4ulgamento do delito em tela %isto @3 esses crimes n$o
passam para a 4urisdi#$o &ederal 03 pois o >ue restou
modicada &oi a interpreta#$o >ue deve ser dada ao art. L1
da <ei *:O % /8.H1*)Q3 / " Se#$o3 rel. o )in. Qilson
(ipp0.
Al@m disso3 a <ei 1.:*1 n$o repetiu a
ressalva constante do art. L1 da <ei *: %Ne,cetuados os
casos em >ue a lei preve4a procedimento especialO0. Assim3
Ndevem ser considerados delitos de menor potencial
o&ensivo3 para e&eito do art. L1 da <ei *:3 a>ueles a
>ue a lei comine3 no má,imo3 pena detentiva n$o superior a
dois anos3 ou multa3 sem e3ceção...alcan#ando o crime de
abuso de autoridadeO %S+J3 .HH1*RS3 : " +3 H.!./3
rel. o )in. 9eli, 9isc?er0.
?0 a <ei H.8H3 de 11.. %+,digo de 4efesa do
+onsumidor 03 dispKe em seu art. 8H >ue3 al@m das penas
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privativas de liberdade e da multa3 podem ser impostas3
cumulativa ou alternadamenteT3 observado o disposto nos
arts. !! e !8 do P3 a interdi#$o temporária de direitos3 a
publicidade sobre os &atos do processo e a presta#$o de
servi#os B comunidade.
A ?ipCtese de aplica#$o alternadaT signica a
possibilidade3 uma ve' atendidos os re>uisitos do art. !! do
P3 da substitui#$o da pena privativa de liberdade por uma
das trFs penas restritivas de direitos mencionadas no art. 8H
%a - interdi#$o temporária de direitos3 >ue sC pode ser a do
art. !83 inc. I I3 de proibi#$o do e,erc2cio de pross$o3
atividade ou o&2cio >ue dependam de ?abilita#$o especial3 de
licen#a ou autori'a#$o do poder públicoG b - presta#$o de
servi#os B comunidadeG c - publica#$o de not2cia sobre os
&atos e a condena#$o0.
A pena de publica#$o de not2cias sobre os &atos e a
condena#$o em Crg$os de comunica#$o de grande circula#$o
ou audiFncia3 Bs e,pensas do condenado3 @ uma nova
esp@cie >ue n$o está entre as restritivas do P3 mas se
4usti ca pelas circunstâncias da rela#$o de consumo e pela
necessidade de prote#$o preventiva da economia popular3
para o >ue a divulga#$o ampla serve como útil e muitas
ve'es indispensável instrumento.
Essas restritivas podem ser impostas cumulada ou
alternativamente. Algumas especica#Kes3 por@m3 devem
ser &eitas sobre tal escol?a. A pena de publica#$o deve ser
aplicada3 de pre&erFncia3 cumulativamente com as outras
penas3 pois mais se apro,ima de um e&eito da senten#a e
decorre da necessidade de l?e dar e&etiva publicidade. Já a
de interdi#$o de direitos pode ser aplicada em substitui#$o
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ou cumulativamente com as principais de priva#$o da
liberdade e de multa. bserva-se >ue essa possibilidade de
cumula#$o n$o destoa de outras ?ipCteses legais3 como a
>ue está no Cdigo de +rânsito3 >ue permite a soma da
privativa de liberdade3 interdi#$o de direitos e multa3 e n$o
o&ende o sistema3 visto >ue a interdi#$o3 muitas ve'es3 @
tamb@m e&eito da prCpria condena#$o. Por@m3 ?á de se
entender >ue a presta#$o de servi#os B comunidade3 pela
sua prCpria nature'a3 deve ser usada apenas como
substitutiva da pena privativa de liberdade. D$o está vedada
a aplica#$o das outras restritivas do art. !/ do P3 mas para
a substitui#$o devem ser usadas3 pre&erentemente3 as do art.
8H do (.
Em resumo3 a pena de interdi#$o de direitos %art.
8H3 inc. I3 do Cdigo de (e&esa do onsumidor0 pode ser
usada cumulativamente ou em substitui#$o B pena privativa
de liberdadeG a de presta#$o de servi#os conv@m se4a apenas
substitutiva da pena privativa de liberdade3 en>uanto a de
publica#$o3 apenas cumulativa.
)ulta
!. )ulta penitenciária. A pena de multa penitenciária
a >ue se re&ere o art. ! do P ?á de ser aplicada em dias-
multa3 dentro dos limites do art. !5 de de' a tre'entos e
sessenta dias-multaG no valor de 1*/ a cinco ve'es o maior
salário m2nimo3 podendo ser elevada at@ o triplo %art. L3
par. 17 do P0.
Do P3 ela está prevista em cada tipo3 mas seus
valores s$o calculados de acordo com o disposto na parte
geral %art. !0. A multa substitutiva independe de previs$o
no tipo.
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!1. )ulta. <eis esparsas . Das leis esparsas3 a multa ora
obedece a esse mesmo crit@rio3 ora tem seus valores
denidos na prCpria lei3 no >ue se observa grande variedade.
Pode estar estipulada em valor certo %<ei !8*83 R]
1.33 art. 1H/0 por um legislador >ue cona na
denit iva e,tin#$o da ina#$oG em percentual sobre o
montante do valor econmico do delito %1^3 (< 1L8*L83
cr@dito rural3 art. :!G <ei HLH:*/3 sobre audivisuais3 :^
sobre o valor da redu#$o0G sobre o valor do aluguel %<ei
H.!:*10G em +D %<ei 8/!8*H:3 dano contra o meio
ambienteG <ei 8L!/*H83 prote#$o aos cetáceos0G pelo maior
valor de re&erFncia %<ei 8H*H0G em V+Ds %<ei H1/8*3
ordem tributáriaG <ei H18L*13 combust2vel0G em W9IRs %<ei
.1* e <ei :!*83 sobre elei#Kes0. Yuando calculada a
partir do número de dias-multa3 a sua >uantidade obedece
ao disposto no P3 ou a outros parâmetros3 como aos da <ei
8*L %propriedade industrial03cu4os limites s$o de 1 a
/L ()3 de 1 a 1:3 de a /L ()3 e assim por diante3
ou ao art. 88 do Cdigo de (e&esa do onsumidor3 >ue
determina se4a o número de dias calculado de acordo com os
limites da pena privativa de liberdade %art. 88 do Cdigo de
(e&esa do onsumidor0.
!. )ulta. álculo. Para o cálculo da multa3 a lei
ordena se4am consideradas3 principalmente3 as condi#Kes
econmicas do r@u. Isso permite se4am levados em conta
outros &atores3 secundariamente. A necessidade de ade>uado
a4ustamento da pena recomenda se4a ponderada tamb@m a
gravidade da in&ra#$o3 em obediFncia ao princ2pio da
proporcionalidade >ue deve e,istir entre um e outro. Por
isso3 conveniente >ue este dado interra >uando da ,a#$o
38
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do número de dias a m de manter o sistema geral do
Cdigo3 em >ue a gravidade da in&ra#$o determina a
nature'a e os limites m2nimo e má,imo da san#$o. 9i,ado3
segundo a gravidade do crime3 o número de dias-multa3 o
valor de cada um deles cará na dependFncia da avalia#$o
das condi#Kes econmicas do condenado.
!/. )ulta. ausa de aumento e diminui#$o. cálculo da
pena de multa n$o so&re os e&eitos das causas de aumento
ou de diminui#$o. (iscute-se sobre a pena do crime tentado3
>ue @ um tipo de crime3 e por isso deve ter seus l imites
abstratamente redu'idos em rela#$o ao crime consumado.
corre >ue esse &ator pode e deve ser ponderado >uando da
deni#$o do número de dias3 da2 por >ue seria inade>uado
&a'F-lo atuar novamente como causa de diminui#$o.
!!. )ulta. oncurso de crimes. Em caso de concurso de
crimes %material ou &ormal - art. 80 e tamb@m no crime
continuado3 as penas de multa s$o aplicadas
cumulativamente3 isto @3 distinta e integralmente.
!:. )ulta. (2vida de valor. +ransitada em 4ulgado a
senten#a3 a multa será considerada d2vida de valor3
aplicando-se-l?e a legisla#$o sobre d2vida ativa da 9a'enda
Dacional3 devendo ser promovido o devido processo de
e,ecu#$o pelos seus procuradores perante a 4urisdi#$o civil.
D$o ?á3 portanto3 convers$o da pena de multa em privativa
de liberdade.
!L. )ulta substitutiva. A pena de multa tamb%m pode
ser substitutiva3 aplicada isolada ou cumulativamente com
pena restritiva de direitos3 preenc?idos os re>uisitos do art.
!! do P. Se a condena#$o B pena privativa de liberdade &or
igual ou in&erior a um ano3 a substitui#$o pode ser &eita por39
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multa ou por restritiva de direitosG se superior a um ano at@
>uatro3 inclusive3 a substitui#$o pode ser por uma pena de
multa e uma restritiva de direitos3 ou por duas restritivas de
direitos. A ela tamb@m se aplica a regra do art. :13 >ue
impede a sua convers$o em pena privativa de liberdade.
s re>uisitos para a substitui#$o por multa s$o os
mesmos do art. !!. disposto no art. L3 par. o3 &oi
implicitamente revogado pela <ei .81!*H.
Da escol?a de uma das alternativas permitidas3 o
4ui' deve ponderar a ecácia da substitui#$o3 pois a
substitui#$o da privativa de liberdade pela de multa3 para
>uem sabidamente n$o tem condi#Kes de pagá-la3 signicará
a e&etiva ausFncia de resposta do Estado.
A pena a ser considerada para a substitui#$o @ a
nalG se ?ouver concurso de crimes3 atender-se-á B soma das
diversas penas %no concurso material0 ou B pena 4á
aumentada %no concurso &ormal ou no crime continuado0.
Essa substitui#$o se permite tamb@m para as leis especiais.
!8. )ulta. umula#$o. M poss2vel cumular a pena de
multa cominada no Cdigo Penal com multa substitutiva.
Por@m3 em se tratando de legisla#$o especial3 com
comina#$o de pena privativa de l iberdade e de multa3 a
Súmula 181*S+J veda a substitui#$o da pena de pris$o por
outra pena de multa5 NAssentada na 4urisprudFncia desta
orte e do col. S+9 no sentido de ser inviável a substitui#$o
da pena deten#$o pela multa3 na ?ipCtese de condena#$o no
art. 1L da <ei L/LH*8L3 pois isso resultaria na aplica#$o
cumulativa de uma sC esp@cie de pena3 en>uanto a lei
especial comina duas esp@cies. Súmula 181*S+JO % .
1/.!1!*SP3 :" +3 rel. )in. Jos@ Arnaldo0.
40
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!H. )ulta reparatCria. A pena de multa ainda pode ser
reparatCria3 denida no art. 8 do Cdigo de +rânsito3 como
o depCsito 4udicial em &avor da v2tima3 ou de seus
sucessores3 de >uantia calculada com base no disposto no
par. 17 do art. ! do P %entre 1*/ do s.m e : ve'es o s.m.03
sempre >ue ?ouver pre4u2'o material resultante do crime3
n$o podendo ser superior ao valor do pre4u2'o demonstrado
no processo3 e será descontada >uando da indeni'a#$o civil
do dano. pressuposto3 portanto3 @ a e,istFncia de dano
material3 isto @3 patrimonial3 assim compreendido tanto o
>ue incide sobre coisas como sobre a pessoa3 tanto o
pre4u2'o material emergente como o lucro cessante3 >ue @
tamb@m um dano material. >ue e,clui a imposi#$o da
multa reparatCria @ a e,istFncia apenas de dano moral3 ou
e,trapatrimonial3 isto @3 >uando n$o e,iste uma diminui#$o
do patrimnio do lesado3 economicamente apreciável.
Para a deni#$o do valor da multa reparatCria3 cu4o
teto má,imo @ o e>uivalente ao pre4u2'o demonstrado nos
autos3 deverá o 4ui'3 durante a instru#$o3 col?er elementos
>ue &acilitem o seu trabal?o na senten#a3 o >ue n$o signica
>ue tal aval ia#$o dependa de per2cia3 pois @ mais uma
estimativa3 um arbitramento 4udicial &undado nos elementos
de >ue o 4ui' dispKe para o 4ulgamento. +rata-se de inova#$o
útil3 por>ue antecipa a indeni'a#$o do lesado3 a ser usada
com crit@rio e debai,o dos parâmetros da lei. depCsito será
&eito at@ de' dias depois do trânsito em 4ulgado da senten#a
em &avor da v2tima ou de seus sucessores3 podendo o valor
arbitrado ser ob4eto de e,ecu#$o 4udicial se o devedor n$o
pagar nem re>uerer o pagamento parcelado3 em processo a
ser instaurado pelo beneciário ou pelo )inist@rio Público.
41
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!. )ulta. _nica san#$o apl icada. A pena de multa
tamb@m pode ser a única a ser aplicada3 por escol?a do 4ui'3
como acontece nos crimes de apropria#$o ind@bita
previdenciária e de sonega#$o previdenciária3 em >ue @
permitido ao 4ui' dei,ar de aplicar ou redu'ir a pena
privativa da liberdade3 ou aplicar apenas a de multa %art.
1LH-A3 6 /oG art. //8-A3 6 /o3 do P3 c&e reda#$o dada pela <ei
H/3 de 1!.8.0.
Suspens$o condicional da pena.
:.
Suspens$o condicional da pena.
5 suspensão
condicional da e3ecução da pena pode ser comum ou
especial.
sursis comum %ou simples0 tem como requisitos5
I - 6bjetivo - a ,a#$o da pena privativa de
liberdade em at@ dois anos %inclusive0. Para essa verica#$o3
deve ser computada a causa de aumento %S+J3 8/H*A)03
entre elas a do crime continuado %S+J3 R 888*SP03 do
concurso material %S+J3 REsp H!.1!*SP3 L " +3 !.. 0 e
do concurso &ormal %S+J3 REsp 1HH.H8H*R3 L" +3 .:.0.
II - 7ubjetivo
A0 n$o-reincidFncia em crime doloso.
Isto signica >ue pode receber o sursis: a0 o r@u 4á
condenado por outro crime3 desde >ue n$o caracteri'ada a
reincidFnciaG b0 o reincidente cu4o crime anterior se4a doloso3
e o atual3 culposo3 ou a>uele cu4o crime anterior se4a
culposo3 e o atual3 doloso ou culposoG c0 o r@u reincidente
condenado antes somente B pena de multa3 ainda >ue
substitutiva.
42
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V0 a culpabilidade3 antecedentes3 conduta social3
personalidade3 motivos e circunstâncias autori'arem a
concess$o do bene&2cio.
III - 8isto - incab2vel ou n$o indicada a substitui#$o
por pena restritiva de direito ou multa3 na &orma do art. !!.
sursis3 em ra'$o da eleva#$o dos limites da pena para a
substitui#$o por restritiva ou multa3 passou a ser de
aplica#$o subsidiária B>uela substitui#$o3 eventualmente
incab2vel por ter sido o crime praticado com violFncia ou
grave amea#a.
Do >ue di' com o crime ?ediondo3 a orienta#$o
predominante a&asta a possibilidade do sursis5 NM incab2vel a
concess$o do sursis em &avor da>uele >ue &oi condenado
pelo delito de atentado violento ao pudor3 ainda >ue
satis&eitos os pressupostos sub4etivos e ob4etivos ,ados elo
art. 88 do P3 pois3 tratando-se de crime ?ediondo3 a
sana#$o privativa deves ser cumprida integralmente em
regime &ec?adoO %S+93 8.L8*RJ3 1 " +3 1./.L3 rel. para
o ac. o )in. elso de )ello0. NA imposi#$o legal de regime
integralmente &ec?ado @ incompat2vel com a concess$o de
sursisO %S+J3 REsp 888*SP3 : " +3 1L.:.3 rel. o )in.
Qilson (ipp. Do mesmo sentido5 S+J3 REsp //H.!1*SP3 L " +3
././0. om isso3 @ de se ter por superada a
divergFncia >ue estava nos 4ulgados at@ 13 >ue admitiam
o sursis em caso de crime ?ediondo %S+J3 1.:*SP3
1!.11.3 L" +G S+J3 REsp L.8/:*SP3 : " +3 :.1.G S+J3
REsp H8.H1*(93 :" +3 :.!.10.
:1. Suspens$o condicional da pena. Re>uisitos.
Per2odo de provas. A e,ecu#$o da pena privativa de
liberdade3 n$o superior a >uatro anos3 poderá ser suspensa
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por >uatro a seis anos3 desde >ue o condenado se4a maior de
8 anos de idade3 ou ra'Kes de saúde 4usti>uem a
suspens$o %art. 883 par. 70.
per2odo de prova3 ressalvada a e,cepcionalidade
do par. o do art. 883 @ de dois a >uatro anos. (urante o
primeiro ano3 o condenado cumprirá a pena restritiva de
direitos de presta#$o de servi#os B comunidade ou a de
limita#$o de m de semana e3 nos seguintes3 atenderá Bs
condi#Kes impostas pelo 4ui' na senten#a3 >ue podem ser as
de n$o &re>Zentar determinados lugares3 n$o se ausentar da
comarca sem comunicar ao 4u2'o3 ou de comparecer
periodicamente em 4u2'o. mitindo-se o 4ui' >uanto Bs
condi#Kes do sursis3 pode o 4u2'o da e,ecu#$o ,á-las %S+J U
REsp. L8!*SP0.
:. Suspens$o condicional da pena. Regime especial.
regime especial de suspens$o condicional pode serconcedido ao condenado >ue5
I - Atenda a todos os re>uisitos acima indicados.
II - +en?a reparado o dano3 em >ual>uer tempo3
salvo impossibilidade.
III - Se4am inteiramente &avoráveis as circunstâncias
4udiciais do art. :.
Desse regime de sursis3 n$o ?averá3 no primeiro ano
de provas3 o cumprimento de pena restritiva de direitos3 >ue
será substitu2da por uma das condi#Kes previstas no 6 7 do
art. 8H5 proibi#$o de &re>ZFncia3 ausFncia mediante
autori'a#$o e comparecimento em 4u2'o.
A modica#$o introdu'ida pela <ei 81!*H3
permitindo a substitui#$o da pena privativa de liberdade n$o
superior a >uatro anos3 >uebrou o e>uil2brio estabelecido
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pela <ei 8.*H!3 >ue o&erecia um sistema ?armnico de
gradual bene&2cio ao condenado de acordo com a gravidade
da sua situa#$o3 passando3 desde o in2cio3 do cumprimento
de pena em regime &ec?ado3 semi-aberto3 pris$o albergue3
permitindo a suspens$o condicional comum e a suspens$o
condicional especial3 e c?egando B substitui#$o da pena
privativa de liberdade por pena restritiva ou por multa.
o4e3 o sursis3 - >ue @3 para os ns da lei 3 mais
oneroso do >ue a substitui#$o por pena restritiva3 pois tem
um per2odo de provas e sempre está presente a possibilidade
de revoga#$o3 - tem re>uisitos mais e,igentes para a sua
concess$o do >ue os previstos no art. !! para a substitui#$o
da pena. Isso decorre da &alta de ade>ua#$o do sistema Bs
inova#Kes introdu'idas pela nova lei. omo o 4ui' deve
apreciar em primeiro lugar a possibilidade da substitui#$o
por uma das penas do art. !/3 aplicáveis a san#Kes mais
graves3 o de&erimento do sursis acontecerá nos casos em
>ue3 embora a condena#$o se4a B pena menor de >uatro
anos3 mas3 regressivamente3 at@ dois anos3 - n$o ?a4a a
possibilidade de e&etuar a suspens$o3 como acontece
especicamente nos casos de crimes violentos com penas
impostas n$o superiores a dois anos.
:/. Semi-imputável. Substitui#$o. A pena imposta a r@u
semi-imputável poderá ser substitu2da por medida de
seguran#a se ele necessitar de especial tratamento curativo
%art. H0. A substitui#$o será pela interna#$o em
estabelecimento ade>uado %art. L3 I0 ou su4ei#$o a
tratamento ambulatorial %art. L3 II0. A lei n$o determina a
ado#$o de um ou outro regime em ra'$o da nature'a da
pena3 mas @ conveniente atentar para o disposto no art. 83
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>ue at@ para o inimputável permite o tratamento
ambulatorial no caso de ter praticado &ato punido com pena
de deten#$o. Assim3 se n$o ?ouver motivo grave3 o r@u semi-
imputável condenado B pena de deten#$o3 >ue deva ter a
pena substitu2da3 será submetido a tratamento ambulatorial.
II - ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS DO
DELITO
:!. Elementos constitutivos essenciais3 gen@ricos e espec2cos .
A conduta pun2vel tem elementos constitutivos essenciais
%sem os >uais ela n$o e,iste03 >ue podem ser gen@ricos ou
espec2cos. s gen@ricos est$o presentes em todos os
delitos5 a#$o t2pica3 anti4ur2dica3 culpável. As condutas >ue
reúnem tais caracter2sticas básicas apresentam-se no mundo
dos &atos sob as mais diversas modalidades de
comportamento criminoso. s tipos descrevem as condutas
il 2citas penais e3 assim3 ,am os elementos essenciais
espec2cos de cada um dos crimes. Esses &atores3 >ue
integram um tipo básico ou autnomo3 distinguindo uns dos
outros3 s$o as elementares do crime3 ou os elementos
constitutivos essenciais espec2cos da>uele tipo de crime.
::. Elementos n$o essenciais. +odos os demais &atores
>ue3 n$o sendo essenciais %n$o elementares do crime03
interessam B aplica#$o da pena3 s$o as circunstâncias do
crime. Estas s$o acidentais3 podendo estar ou n$o presentes
na reali'a#$o de uma certa gura t2pica.
(istingue-se a elementar de uma circunstância pelo
processo ?ipot@tico de elimina#$o. Se a e,clus$o de certo
&ator implica a descaracteri'a#$o do &ato como crime3 ou &a'
surgir um outro crime3 tal dado @ uma elementar. E,.5
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eliminando-se o &ator `&uncionário público`3 n$o ?á crime de
prevarica#$o3 nem outro >ual>uer pela demora na
movimenta#$o do processoG eliminando-se o mesmo dado3
dei,a de e,istir o peculato e pode ?aver a apropria#$o
ind@bita. <ogo3 ser &uncionário público @ elemento essencial
dos crimes de prevarica#$o e de peculato. Se o &ator e,clu2do
n$o impede a caracteri'a#$o do crime3 trata-se de uma
circunstância do crime.
:L. ircunstâncias do crime5 P e le is esparsas. As
circunstâncias est$o descritas em várias disposi#Kes sobre
aplica#$o de pena3 na parte geral e na parte especial3 e
tamb@m nas leis esparsas3 ao passo >ue as elementares
compKem os tipos. )as @ preciso observar >ue apenas o tipo
básico %art. 113 caput 0 ou o tipo autnomo %e,5 art. 1/0
contFm as elementares do crime. tipo derivado %e,5 art.
113 6 17 ou 6 70 tem como seu componente circunstâncias
%motivo de relevante valorG trai#$o0 >ue s$o elementos do
tipo derivado3 mas n$o s$o elementares do crime de
?omic2dio3 e sim simples circunstâncias dele3 apenas
embutidas num tipo derivado. S$o dados acidentais3 cu4a
e,istFncia ou ine,istFncia n$o altera a deni#$o do crime
como ?omic2dio.
:8. Elementares do delito. As elementares servem para
a classica#$o do crime3 com a >ual o 4ui' conclui o 4u2'o
condenatCrio3 iniciando logo apCs a aplica#$o da pena %art.
:0. Wma ve' denido certo aspecto como elementar do
crime3 n$o pode ele novamente ser ponderado para a ,a#$o
da pena em alguma de suas &ases. Desse sentido3 prevalece
a regra de >ue o mesmo &ator deve ser utili'ado apenas uma
ve'3 de modo >ue mais atue a &avor ou contra o r@u.
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Yuanto B classica#$o do delito3 deve-se considerar
desde logo as circunstâncias especiais inclu2das nos tipos
derivados. Por e,emplo3 o &urto mediante concurso de
agentes classica-se no art. 1::3 6 !73 inc. I=. Assim @ &eito
por>ue a classica#$o do delito serve para denir as penas
aplicáveis - e os seus limites m2nimo e má,imo -3 cominadas
no tipo derivado.
:H. ircunstâncias legais e 4udiciais. As circunstâncias
classicam-se em 4udiciais e legais. As primeiras s$o as
enumeradas no art. :3 genericamente mencionadas na lei
atrav@s do dado ob4etivo ou sub4etivo >ue deve ser
apreciado3 cando delegado ao trabal?o do 4ulgador a
identica#$o do &ato relevante no âmbito re&erido pela lei.
Relativamente a elas3 o Cdigo n$o dene >uais devem ser
consideradas &avoráveis ou des&avoráveis ao r@u3 indicando
apenas a sua nature'a3 cabendo ao 4ui' &a'er a investiga#$o
pertinente durante a instru#$o probatCria e depois
individuali'á-las na senten#a.
:. ulpabilidade. A primeira circunstância 4udicial3 e
de todas a mais importante3 @ a culpabilidade3 pois Na pena
n$o pode superar a medida da culpabilidadeO. Para o m da
deni#$o da pena3 ao 4ui' cumpre avaliar o grau de
censurabilidade do r@u por adotar um comportamento il2cito3
tendo condi#Kes de se condu'ir de acordo com o direito. D$o
cabe levar em conta a gravidade da in&ra#$o3 pois esta 4á &oi
considerada para a escol?a da nature'a e dos limites da
pena3 mas sim o con4unto de circunstâncias >ue tornam mais
ou menos reprovável a conduta do agente. onsidera-se3
nessa &ase3 >ue o crime representa uma >uebra na
e,pectativa de >ue o agente atenderia ao princ2pio @tico
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vigorante na comunidade assim como e,presso na leiG seu
ato será tanto mais censurável >uanto maior a &rustra#$o. A
avalia#$o do 4ui' ponderará o con4unto dos elementos
sub4etivos >ue atuaram para a deagra#$o do delito3 os
motivos3 os ns3 as condi#Kes pessoais3 analisados de acordo
com o sentimento @tico da comunidade em rela#$o a tais
comportamentos. D$o con&undir com o dolo5 N4olo % aspecto
do elemento subjetivo$ de vontade do agente$ agasalhado
pelo +9 em dois aspectos: direto e eventual (art. ;$ &<. 4olo
% elemento an"mico$ projeção de livre escolha do agente
entre agir ou omitir-se no cumprimento do dever jur"dico.
=ão tem intensidade. &ntensidade refere-se a graus$ do maior
ao menor. =ada tem com o dolo. > relativa$ isto sim$ '
culpabilidade$ entendida no sentido moderno da teoria geral
do delito como reprovabilidade$ censurabilidade ao agente$
não ao fato. =o caso sub judice$ a pena-base foi majorada
pela ?intensidade do dolo@. 2ssa quali#cação %
normativamente inadequada” %S+J3 :H!*RJ3 rel. )in. <ui'
=icente ernicc?iaro0.
L. Antecedentes. s antecedentes s$o os &atos
registrados sobre o comportamento anterior do r@u3 integram
a sua ?istCria de vida e 4á n$o podem ser modicados3
apenas con?ecidos e avaliados3 sempre na perspectiva do
crime >ue está em 4ulgamento. Ser$o bons ou maus3 de
acordo com a sua maior ou menor concordância com os
preceitos de conduta aceitos3 mais ou menos importantes
>uanto maior a sua rela#$o com o crime.
Do S+93 adotando a orienta#$o >ue parece ser a
mel?or3 4ulgou-se repetidas ve'es >ue os in>u@ritos policiais
e os processos criminais podem ser considerados para
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atribuir ao r@u maus antecedentes %S+93 8/./!*SPG
8/.H8H*SP3 1" +3 1H.L.LG 8.H81*RJG 8!.L8*SP3 1 " +3
H.!.8G 8.1/*RJG 8/.8*SPG RE 11.8*SPG 3
8:.:L*RJ3 )in. arlos =eloso3 (J de 8.11.80.
Do S+J ?avia divergFncia sobre o assunto. Julgados
consideram esses registros policiais e processuais3 ainda
antes do trânsito em 4ulgado3 como denidores de maus
antecedentes5 S+J3 REsp .1L*SP3 L" +3 /.1.15 NA
e,istFncia de in>u@ritos e processos em curso indica maus
antecedentes3 aptos a determinar a e,acerba#$o da pena.
Precedentes desta orte e do S+9O. S+J3 ./8:*SP3 L " +G
S+J3 1.!18*SP3 :" +3 L.11.5 NEmbora a condena#$o
anterior n$o transitada em 4ulgado n$o macule a
primariedade do r@u3 pode3 sim3 servir como base na
apura#$o e valora#$o dos antecedentesO. - S+J3
./8:*SP3 L" +3 1L.!.5 ND$o tem bons antecedentes
>uem3 mesmo sendo primário3 @ r@u em a#Kes penais em
andamento.O
entendimento ?o4e predominante no S+J3 por@m3
se inclina por n$o aceitar tais registros como indicadores de
maus antecedentes5 S+J3 REsp /8.8!:*SE3 L" +3 ././ 5
NImporta em viola#$o ao princ2pio constitucional da
presun#$o de inocFncia a considera#$o de in>u@ritos e
processos em andamento como maus antecedentesO. - S+J3
REsp :.8/*RS3 :" +3 11././5 N=iola o princ2pio
constitucional da presun#$o de inocFncia %art. :73 <=II3 da 90
a considera#$o3 B conta de maus antecedentes3 de in>u@ritos
e processos em andamento para a e,acerba#$o da pena base
e do regime prisional.O Do mesmo sentido5 1.8*SG
E(*REsp 1/.:*SPG R 8.L*RJG REsp 1L8./L*RJG R
50
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8.8*SPG REsp 8H.1H83 L " +3 1.!.1G REsp /8.8!:*SE3
L" +3 ././.
Por m3 n$o se pode recon?ecer a e,istFncia de
maus antecedentes pela prática dos crimes >ue integram o
crime continuado em 4ulgamento5 Nonita com a ordem
4ur2dica em vigor considerar-se para a ma4ora#$o da pena-
base e sob o ângulo das circunstâncias 4udiciais3 processos
>ue desaguaram na conclus$o sobre a continuidade delitivaO
%S+93 8LL/1*SP3 " +3 rel. o )in. )arco Aur@lio0.
L1. onduta social. A conduta social consiste no modo
pelo >ual o agente e,erceu os pap@is >ue l?e &oram
reservados na sociedade. +rata-se de averiguar3 atrav@s
dessa circunstância3 o seu desempen?o na sociedade3 em
&am2lia3 no trabal?o3 no grupo comunitário3 &ormando um
con4unto de &atores do >ual talve' n$o ten?a surgido nen?um
&ato digno de registro especial3 mas >ue serve para avaliar o
modo pelo >ual o agente se tem condu'ido na vida de
rela#$o3 e,ame esse >ue permitirá concluir se o crime @ um
simples episCdio3 resulta de má educa#$o ou revela sua
propens$o para o mal.
L. Personalidade. A personalidade @ &ormada pelo
con4unto dos dados e,ternos e internos >ue moldam um
&eitio de agir do r@u3 instrumental >ue ele ?erdou ou ad>uiriu
e com o >ual responde Bs diversas situa#Kes >ue l?e s$o
propostas na vida diária. 9oi denida como Na organi'a#$o
dinâmica dos sistemas psico&2sicos >ue determinam o
a4ustamento do indiv2duo ao meio circundanteO. Yuanto mais
esse con4unto levou o r@u a comportamentos reprováveis3
tanto mais o crime @ um ree,o dessa personalidade3 >ue3
por isso mesmo3 deve so&rer um 4u2'o negativoG @ o >ue
51
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acontece >uando a personalidade do autor revela tendFncias
criminais.
N(e modo geral3 a personalidade re&ere-se ao modo
relativamente constante e peculiar de perceber3 pensar3
sentir e agir do indiv2duo3 incluindo tamb@m ?abilidades3
atitudes3 cren#as3 emo#Kes3 dese4os3 o modo de comportar-
se3 inclusive os aspectos &2sicos do indiv2duo3 e de >ue &orma
todos esses aspectos se integram3 organi'am-se3 con&erindo
peculiaridade e singularidade ao indiv2duo.O . .. Nada
indiv2duo tem sua ?istCria pessoal e essa @ a unidade básica
a ser levada em conta no estudo da personalidade. Da
?istCria pessoal3 devemos considerar5 os dados
biopsicolCgicos ?erdadosG o meio3 isto @3 condi#Kes
ambientais3 sociais e culturais nas >uais o indiv2duo se
desenvolveG os dados ad>uiridos na intera#$o
?ereditariedade-meio3 as caracter2sticas e condi#Kes de
&uncionamento do indiv2duo nessa intera#$o.O %NAnálise da
personalidade para ,a#$o da pena5 contradi#Kes e
ilegalidade no artigo : do Cdigo Penal3 Pedro S@rgio dos
Santos e )ara <úcia Almeida =ieira3 Revista de In&orma#$o
<egislativa3 pág. 11/0. (os mesmos autores3 ainda col?o as
deni#Kes5 N+emperamento5 deve ser entendido como uma
alus$o aos aspectos da ?ereditariedade e da constitui#$o
siolCgica >ue inter&erem no ritmo individual3 no grau de
vitalidade ou emotividade dos indiv2duosG aráter5 utili'ado
para designar aspectos morais dos indiv2duos3 bem como na
re&erFncia a rea#Kes a&etivas3 ou3 mais comumente3 para
designar a>uilo >ue di&erencia um indiv2duo de outro3 a
marca pessoal de algu@mG +ra#o de personalidade5 re&ere-se
a uma caracter2stica duradoura da personalidade do
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indiv2duo %ser reservado3 ser bem-?umorado3 etc.0. s tra#os
s$o in&eridos a partir do comportamento.O
L/. )otivos. s motivos s$o os &atores >ue animaram
o agente a praticar o delito. Est$o ligados B causa da
conduta %agiu impelido pelo Cdio B v2tima0 e nada di'em com
a nalidade porventura perseguida %matou para encobrir a
autoria de outro delito0. Podem ser nobres ou vis3 e dentro
dessa r@gua de valores devem ser avaliados3 contando ainda
a sua intensidade para a determina#$o da a#$o.
L!. rime de entorpecentes. Yuantidade e >ualidade
.As
circunstâncias re&erem-se a todos os demais elementos >ue3
como decorre da etimologia da palavra3 cercaram o &ato5 de
ordem e,terna %tempo3 local3 arma utili'ada3 etc.0 ou interna
%rela#Kes com a v2tima3 nalidade3 etc.0.
A >uantidade e a >ualidade da droga apreendida
s$o circunstâncias e,ternas >ue devem ser consideradas sob
esse t2tulo %S+J3 .81*RJ3 :" +3 .1.3 rel. o )in.
9eli, 9isc?erG idem5 S+J3 1.:H*RJ3 : " +3 L./.G idem5
1.L1:*)S3 :" +. Do 1/./1*)S3 :" +.3 em acCrd$o de
.H.3 rel. o )in. Jos@ Arnaldo3 cou e,plicitado5 NDa
avalia#$o das circunstâncias legais para ,a#$o da pena3 em
se tratando de tráco de entorpecentes3 devem inuir
decisivamente a esp@cie e a >uantidade da droga. tipo de
entorpecente @ dado >ue indica o grau de nocividade para a
saúde pública3 correlato ao indicador das conse>uFncias do
crimeG a >uantidade3 >uase sempre3 aponta para o grau de
envolvimento do in&rator com o odioso com@rcio3 indicando a
medida de sua personalidade perigosa. sobre esp@cie3 - a
indicar o grau de nocividade para a saúde pública3 - e
>uantidade da droga3 >ue aponta para o grau de
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envolvimento do in&ratorO. Assim tamb@m no S+95 NA
primariedade e os bons antecedentes do r@u n$o bastam
para 4usticar a imposi#$o da pena em grau m2nimo3 se car
evidenciada a e,trema gravidade da conduta delituosa
%tráco de grande >uantidade de coca2na0 e3
conse>Zentemente3 a periculosidade do agente %art. : do
P0O %S+93 88/*SP3 1" +3 rel. o )in. Sydney Sanc?es 0.
L:. ircunstâncias 4udiciais. >ue n$o deve ser considerado .
Dessa &ase3 n$o devem ser consideradas as >ue depois
atuar$o como atenuantes3 agravantes3 causas de aumento
ou de diminui#$o3 privilegiadoras ou >ualicadoras.
LL. onse>ZFncias do crime. As conse>ZFncias do crime
podem variar substancialmente sem modicar a nature'a do
resultado3 ainda >ue este integre o tipo. Sob esse tCpico3 @
comum distinguir entre a tentativa de ?omic2dio com les$o
>ualicada3 >ue tem conse>ZFncias graves3 e a tentativa
branca3 >uando o disparo n$o atinge a v2tima3 embora os
dois crimes reali'em o mesmo tipo e ten?am os mesmos
limites de penaG tamb@m o &urto de pe>uena >uantia de
>uem pouco possui3 ou de >uem necessitava do numerário
para a a>uisi#$o de rem@dios3 etc.
L8. =2tima. omportamento. A importância atribu2da ao
comportamento da v2tima decorre dos estudos de
vitimologia. M relevante para a aprecia#$o de certos delitos3
como os de les$o resultante de impulso provocado pelo
agredido3 os cometidos contra a ?onra3 desde >ue n$o se4a
causa de n$o aplica#$o da pena %art. 1!3 par. 1703 contra o
patrimnio de >uem deslei,a no cuidado de seus bens3 etc.
LH. Pena. 9inalidade5 retribui#$o e preven#$o. om esses
dados3 o 4ui' iniciará o trabal?o de aplica#$o da pena >ue54
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se4a necessária e suciente para a reprova#$o e a preven#$o
do crime.
Do sistema brasileiro3 pois3 a pena tem dupla
nalidade5 serve para reprovar a conduta3 censurando o seu
autor mediante a imposi#$o de uma san#$o >ue3 por isso3
possui tamb@m o caráter de retribui#$oG serve para a
preven#$o do crime - tratando de proteger o bem 4ur2dico a
m de >ue n$o se repita a agress$o -3 se4a a preven#$o
geral3 e,ercida sobre os demais em ra'$o da e,istFncia do
processo e da imposi#$o da pena3 se4a a preven#$o especial3
para atuar sobre o agente e impedir a sua reincidFncia. á
de ser necessária3 por>uanto3 se n$o o &or3 4á n$o será uma
pena 4usta3 e suciente3 pois3 com a insuciFncia3 o Estado
se divorcia da sua nalidade.
M recorrente o debate doutrinário sobre os ns da
pena. Jesc?ec3 analisando a re&orma da parte geral do P
alem$o %18:03 registrou >ue No &undamento da concep#$o
do novo (ireito Penal consiste em unir o m da compensa#$o
da culpabilidade ao da inuFncia especial-preventiva sobre o
autor mediante a penaO. Por@m3 para Ro,in3 autor do Pro4eto
Alternativo3 seria mais e,ato di'er-se >ue a prote#$o de bens
4ur2dicos e a reincorpora#$o do r@u B comunidade 4ur2dica
constituem o m geral da pena3 o >ue reetiria uma
tendFncia do moderno (ireito Penal3 a ponto de autores
armarem a e,clus$o da retribui#$o como m da pena e a
aceita#$o da preven#$o geral e especial como seus únicos
ns %<u'Cn Pea0.
Essa discuss$o n$o se pKe no âmbito da dogmática
penal brasileira3 em >ue a reprovação &undada na
culpabilidade e a prevenção como necessidade de prote#$o
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do bem 4ur2dico est$o claramente denidas como sendo o
ob4etivo do trabal?o 4udicial na ,a#$o da pena. A lei3 no
entanto3 n$o determina o grau de inuFncia de cada uma
dessas nalidades3 permitindo ao int@rprete entender >ue a
tnica deve ser dada B preven#$o3 para a prote#$o dos bens
4ur2dicos relevantes socialmente e3 por isso3 protegidos pela
lei penal3 atuando a culpabilidade como o marco limitador da
san#$o3 pois a pena 4usta n$o pode passar do >ue decorre da
reprovabilidade da conduta do autorG por@m3 a san#$o sC se
e,plica como necessária B preven#$o.
Por isso @ >ue a pena de pris$o3 a ser cumprida em
pres2dios denidos pelo relatCrio da omiss$o da âmara dos
(eputados3 em 18:3 como verdadeiras sucursais do in&erno3
e >ue de lá para cá somente se degradaram3 constituindo-se
em estabelecimentos abai,o do m2nimo e,igido pela
dignidade ?umana3 con&orme diariamente nos mostram os
noticiários da imprensa3 a pena de pris$o3 di'ia3 somente
está legitimada >uando3 autori'ada pelo 4u2'o de
culpabilidade e dentro do seu limite3 @ socialmente útil3 isto
@3 se a liberdade do agente constitui perigo real de grave
o&ensa B convivFncia em sociedade. 9ora disso3 a pena
privativa de liberdade @ desnecessária e3 portanto3 contrária
ao disposto no art. : do P.
L. ircunstâncias legais. As circunstncias legais 4á
est$o denidas na lei3 da2 o nome3 e podem estar na parte
geral %circunstâncias legais gen@ricas03 aplicáveis a >ual>uer
delito3 ou na parte especial %circunstâncias legais especiais03
ligadas a um ou mais tipos de crime.
8. ircunstâncias gen@ricas. As circunstâncias
gen@ricas s$o5 agravantes3 previstas nos arts. L1 e L
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%concurso de pessoas0G atenuantes3 nos arts. L: e LLG causas
de aumento3 previstas no art. 3 6 7 %participa#$o
dolosamente distinta03 art. 8 %concurso &ormal0G art. 81
%crime continuado0G causas de diminui#$o3 enumeradas no
art. 1!3 parágra&o único %tentativa0G art. !3 6 7 %estado de
necessidade0G art. L3 parágra&o único %semi-
imputabi1idade0G art. H3 6 7 %embriague'0G art. 3 6 17
%participa#$o de menor importância0.
81. Agravante e causa de aumento. As agravantes e
atenuantes distinguem-se das causas de aumento ou de
diminui#$o por>ue a>uelas n$o tFm pre,ados os
>uantitativos de sua inuFncia para a ,a#$o da pena %a
regra do art. H: da <ei !.8/8*L:3 Cdigo Eleitoral3 @ uma
e,ce#$o5 N>uando a lei determina a agrava#$o ou atenua#$o
da pena sem mencionar o quantum3 deve o 4ui' ,á-lo entre
um >uinto e um ter#o3 guardados os limites da pena
cominada ao crimeO03 ao passo >ue as causas de aumento ou
diminui#$o atuam segundo crit@rios 4á determinados3 por
e,emplo5 o dobro3 metade3 ou dentro de certos limites de um
a dois ter#os3 de um se,to B metade3 etc. En>uanto as
atenuantes e agravantes alteram a pena dentro dos limites
m2nimo e má,imo3 as causas de aumento ou diminui#$o
podem levar a pena para al@m do má,imo ou redu'i-la para
a>u@m do m2nimo.
8. ReincidFncia. (as agravantes3 cabe re&erir a
reincidFncia %art. L/0. Dunca @ demais acentuar >ue ela
somente ocorre se o segundo &ato @ posterior ao trânsito em
4ulgado da senten#a relativa ao &ato anterior. Se o segundo
&ato @ um crime e este está sendo ob4eto de 4ulgamento3
?averá a reincidFncia se a condena#$o anterior &or por outro
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crimeG se a in&ra#$o em 4ulgamento @ uma contraven#$o3
?averá reincidFncia se o &ato anterior &or uma contraven#$o
ou um crime. A parte geral dene apenas a reincidFncia e3
em oposi#$o a esse conceito3 emprega-se o de n$o-
reincidFncia. Da parte especial3 ?á disposi#Kes mencionando
o r@u primário %art. 1::3 6 70. R@u n$o-reincidente @ um
conceito gen@rico3 aplicável5 a0 ao r@u primário3 >ue nunca
&oi condenado anteriormenteG b0 ao r@u 4á condenado por
crime ou contraven#$o anterior3 mas n$o de &orma a
caracteri'ar a reincidFncia3 se4a por>ue o segundo &ato n$o
&oi posterior B senten#a denitiva3 se4a por>ue o &ato
anterior era uma contraven#$o e o posterior um crimeG c0 ao
r@u >ue retornou B primariedade apCs a caducidade do e&eito
da primitiva senten#a condenatCria3 na &orma do art. L!3 IG d0
ao r@u anteriormente condenado por crime militar prCprio ou
pol2tico %art. L!3 III0G e0 ao r@u condenado na &orma do art. 8L
da <ei *:.
r@u n$o reincidente go'a de certos bene&2cios
legais3 como o de iniciar a e,ecu#$o da pena privativa de
liberdade em regime semi-aberto ou abertoG obter a
substitui#$o da pena privativa de liberdade pela restritiva de
direito ou pela pena de multa. n$o reincidente em crime
doloso pode receber a substitui#$o da pena %art. !!3 II0 e o
sursis %art. 883 I0.
A <ei *: retirou >ual>uer e&eito da condena#$o
imposta ao r@u3 nos termos do art. 8L3 par. !7 . (e outra
parte3 criou outro tipo de registro negativo3 &eito em ra'$o da
condena#$o na &orma desse artigo3 a >ual deverá constar de
certid$o de antecedentes criminais e,tra2da para o m de
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ser e,aminada a possibilidade da aplica#$o do bene&2cio do
art. 8L %art. 8L3 6 o3 II3 e 6 Lo0.
8/. Yualicadoras3 causas de aumento e de diminui#$o . As
circunstâncias legais previstas na parte especial do Cdigo
s$o as >ualicadoras3 as causas de aumento e as de
diminui#$o. As >ualicadoras caracteri'am-se por alterar os
limites m2nimo-má,imo da pena cominada ao crime3
&ormando um tipo derivado %e,5 arts. 113 6 7G 1::3 6 !703
por isso mesmo consideradas para a classica#$o do crime.
Em alguns casos3 elas apenas modicam o limite má,imo
%arts. 1H3 6 !7G 3 parágra&o único0.
As causas de aumento ou diminui#$o da parte geral
devem sempre ser aplicadasG mas3 ?avendo duas causas de
aumento ou duas causas de diminui#$o na parte especial3 o
4ui' pode aplicar apenas uma delas3 a >ue mais inua no
cálculo. Isso >uer di'er >ue a aplica#$o @ &acultativa apenas
>uando ?ouver duas causas de aumento ou duas de
diminui#$o3 ambas da parte especial %art. LH3 parágra&o
único0.
Sobre causas de aumento e diminui#$o3 vale
recordar5
- duas leis recentes3 >ue institu2ram novas causas
%<ei H/3 de 1!.8.3 arts. 1LH*A3 /1/*V e //8*A3 6 /7G <ei
1.LH3 de H.H.13 arts. /!3 6 173 e /!/ do P0G
- a nova orienta#$o do S+J3 >ue n$o aplica a causa
de aumento do art. 1:83 6 73 I3 do P3 >uando a arma @ de
brin>uedo %S+J3 18.!:*SP3 L" +3 11.1.1G S+J3 REsp
/1L.L*SP3 :" +3 1:.:./. S+J3 REsp !!.8:*RS3 : " +3
.!./. Súmula 18!*S+J3 cancelada0.
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8!. Aplica#$o de outra pena. ertas circunstâncias da
parte especial n$o >ualicam o crime3 nem aumentam ou
diminuem a pena3 mas determinam a aplica#$o de uma outra
pena3 como acontece nos casos dos arts. /3 parágra&o
único3 e 83 6 /73 em >ue o m de lucro impKe tamb@m a
pena de multa.
8:. omic2dio privilegia. A circunstância do 6 17 do art.
11 %?omic2dio privilegiado0 @3 na verdade3 uma causa
especial de diminui#$o da pena. A do 6 7 do art. 1:: pode
&uncionar ou como causa especial de diminui#$o3 ou comoregra especial de substitui#$o da pena privativa de liberdade
pela de multa.
III - CÁLCULO DA PENA
8L. álculo da pena. 9eita a classica#$o do delito3
com o emprego das elementares do crime e mais ascircunstâncias >ualicadoras inclu2das em tipos derivados3
deve o 4ui' escol?er a pena aplicável3 no caso de ser
alternativa a comina#$o.
Em seguida3 passará ao cálculo da pena3
obedecendo ao m@todo preconi'ado no art. LH5 170 pena-
base3 com as circunstâncias 4udiciais do art. :G 70 penaprovisCria3 com as circunstâncias agravantes e atenuantes
da parte geralG /70 pena denitiva3 com as causas de
aumento ou de diminui#$o.
88. )@todo tri&ásico. m@todo adotado @3 sem dúvida3
o tri&ásico %S+J3 REsp HL8*SP03 n$o podendo integrar o
cálculo da primeira &ase o &ator >ue deveria ser consideradona segunda3 ou na terceira %S+J3 REsp 1:!H1:*RJ5
Nircunstância a ser considerada na segunda etapa60
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%atenuante0 n$o pode integrar o cálculo da pena-baseO. Do
mesmo sentido5 S+J3 !!*PRG S+J3 REsp 11HH8H*RJ0. A
desobediFncia ao crit@rio tri&ásico pode gerar nulidade %S+J3
REsp 1!1H*)Q0. NA inobservância do crit@rio tri&ásico
%art.LH03 com a pena sendo ,ada3 em ordem e>uivocada3
acima do m2nimo3 gera nulidade absolutaO %S+J3 REsp
1!.1H*)Q3 :" +3 :.H.3 rel. o )in. 9eli, 9isc?er0.
Por@m3 n$o @ de ser recon?ecida a nul idade a
pedido do r@u se a pena &oi ,ada no m2nimo3 dela n$o l?e
resultando pre4u2'o5 ND$o ?á nulidade na ,a#$o da pena no
m2nimo legal3 ainda >ue desconsiderado o crit@rio tri&ásico.
AusFncia de pre4u2'oO %S+J3 1/.:L*SP3 L " +3 1/./.13
rel. o )in. 9ernando Qon#alves0.
Se n$o e,istirem circunstâncias ou causas
modicativas3 a primeira &ase 4á denirá a pena nal.
8H. 9undamento da pena aplicada . A garantia
constitucional da individuali'a#$o e,ige a &undamenta#$o de
todas as op#Kes decisCrias do 4ui' na ,a#$o da pena.
Portanto3 para estabelecer a pena-base3 deve ele considerar
cada uma das circunstâncias do art. :3 enumerando todas
as >ue se encontrem presentes nos autos e se4am
relevantes3 e,plicitando o modo pelo >ual se reali'am no
caso em 4ulgamento e indicando os &atos reveladores. Isso
n$o signica3 por@m3 >ue este4a o 4ui' obrigado a analisar
e,austivamente cada uma das circunstâncias previstas no
art. :3 Nbastando ,ar-se nas reputadas decisivas para a
dosagemO % 8//*SP3 a +urma3 )in. Paulo Vrossard0. D$o
s$o admiss2veis as &Crmulas gen@ricas3 nem as conclusKes
sem embasamento nos &atos provados.
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de&eito na &undamenta#$o da pena-base @
irrelevante3 se ,ada no m2nimo %S+J* 1/./*SP0. Por@m3
se denida acima do m2nimo3 cabe ao tribunal recon?ecer a
nulidade da senten#a3 nessa parte3 e desde logo Npromover o
a4uste normativoO %S+J3 REsp. 18.81*E3 L " +urma0. A
Yuinta +urma no entanto3 entende >ue3 mantido o m@rito da
condena#$o3 a senten#a deve ser renovada Nno tocante B
,a#$o da pena e do regime prisionalO %S+J* 18LL!*SP3 : "
+3 8.11.13 rel. )in. Jos@ Arnaldo0
8. álculo da pena. Primeira &ase. Pena-base. rit@rios para
,a#$o. A pena-base3 se todos os &atores &orem &avoráveis ao
r@u3 deve car no m2nimo %S+J3 1!:*RS3 :" +urma3 Rel.
)in. 9eli, 9isc?er5 NSe as circunstâncias 4udiciais do art. :
do P &oram consideradas3 todas3 &avoráveis ao agente3
carece de suporte 4ur2dico o apenamento básico acima do
m2nimo legalO0G se ?ouver circunstância des&avorável3 deve
a&astar-se da2 %RJ+JRQS3 1!*1:3 H*1880.
>ue n$o se admite @ o cálculo da pena-base 4á se
iniciar pelo termo m@dio3 >ue corresponde B metade da soma
do m2nimo com o má,imo. on&orme tendFncia
4urisprudencial de todos os pa2ses3 o cálculo da pena
inicia-se prC,imo do m2nimo3 e n$o do má,imo. M certo >ue
para alguns &atos3 cu4as circunstâncias3 embora apenas
4udiciais3 revelem t$o intensa gravidade3 4usti ca-se pena
apro,imada do má,imo. )as isso @ e,cepcional3 pois o
comum @ reservar as dosagens mais altas para os casos em
>ue se 'erem presentes circunstâncias agravantes ou
causas de aumento. (e outra parte3 a primariedade e os
bons antecedentes podem 4usticar com suciFncia a
escol?a do m2nimo legal5 NR@u primário e de bons
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antecedentes. (iante da vida pregressa irreproc?ável3 o 4ui'
deve3 tanto >uanto poss2vel e >uase sempre o será3 ,ar a
pena-base no m2nimo previsto para o tipo3 contribuindo3 com
isso3 para a dese4ável ressociali'a#$o do condenado.O %S+93
8H!*)Q3 " +urma3 rel. )in. )arco Aur@lio0.
Do Rio Qrande do Sul3 o Jui' Ruy Aguiar Deto adota
o seguinte crit@rio para denir a pena-base5 o má,imo da
pena-base corresponderá ao segundo termo m@dio3 e a
eleva#$o do m2nimo será &eita na medida em >ue presentes
circunstâncias 4udiciais des&avoráveis. Assim3 por e,emplo3
na pena privativa de liberdade cominada em 1 a / anos de
reclus$o3 o primeiro termo m@dio %metade da soma do
m2nimo com o má,imo0 @ anosG o segundo termo m@dio
%metade da soma do m2nimo de um ano com o termo m@dio
de dois anos0 @ 1 ano e seis meses3 ou de'oito meses. Esse
será3 em princ2pio3 o má,imo da pena-base3 >ue será elevada
a partir do m2nimo na propor#$o em >ue ?ouver
circunstâncias 4udiciais des&avoráveis. sistema @ bom como
crit@rio orientador3 desde >ue n$o passe de um simples guia3
a ser abandonado sempre >ue o recomendar o caso concreto.
H. Pena-base3 substitui#$o3 sursis. Yuando a pena
m2nima cominada ao crime @ tamb@m o limite para a
concess$o da substitui#$o ou do sursis3 o 4ui' deve ponderar
se a circunstância des&avorável3 determinante da poss2vel
eleva#$o da pena acima do m2nimo3 @ sucientemente grave
para 4usticar a denega#$o do bene&2cio. (e resto3 essa
ree,$o deve ser &eita sempre >ue a atua#$o de >ual>uer
circunstância implicar a incidFncia de outra regra3 &avorável
ou des&avorável ao agente.
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H1. Pena-base5 o >ue n$o se considera . Para a pena-base3
como 4á se viu3 n$o s$o ponderados os &atores >ue integram
o tipo básico ou derivado3 nem os >ue v$o atuar como
agravante3 atenuante3 causas de aumento ou diminui#$o.
H. Pena-base5 m@todo do Pro&. Vosc?i . Ao denir o m@todo
a ser adotado pelo 4ui' para estabelecer a pena-base3 o Pro&.
Jos@ Antonio Paganella Vosc?i sustenta a necessidade
Nimperiosa de redeni#$o do modo como inuem as
circunstâncias 4udiciais do art. : do Cdigo PenalO3 cu4a
aprecia#$o deve ser &eita em um mesmo momento3 pois o 4ui'3 NapCs declarar o acusado culpável3 no disposit ivo3
deverá graduar a culpabilidade3 o >ue &ará graduando os
seus elementos constitutivos3 valendo-se3 como recurso
au,iliar3 dos &atores de inuFncia aludidos pelo citado
dispositivo legal5 os antecedentes3 a personalidade3 a
conduta social3 os motivos3 as circunstâncias e
conse>ZFncias do crime e o comportamento da v2timaO. Para
isso3 propKe a seguinte reda#$o ao art. : do P5 N 4ui'3
atendendo B culpabilidade do agente pelo &ato3 estabelecerá3
con&orme se4a necessário e suciente para a reprova#$o e
preven#$o do crime5 I - as penas apl icáveis3 dentre as
cominadasG II - a >uantidade de pena aplicável3 dentro dos
limites previstos3 etc.O
Da apresenta#$o >ue ' do seu e,celente livro N(as
Penas e seus crit@rios de aplica#$oO3 assim comentei5 N+rata-
se de uma nova perspectiva3 >ue pode ser praticada ainda
com a reda#$o atual da lei3 da2 a importância da proposi#$o3
>ue e,igirá ree,$o de todos sobre os termos em >ue
proposta. D$o posso dei,ar de concordar com o acerto da
tese. Sendo a culpabilidade apurada por um 4u2'o de censura
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sobre o agente3 a pena-base será estabelecida considerando-
se3 em trabal?o único3 o con4unto de &atores >ue
concorreram para a>uela reprova#$o3 nas circunstâncias
ob4etivas e sub4etivas do delito. M certo >ue a e,plicita#$o
&eita no art. :3 enumerando esses elementos3 &acil ita o
trabal?o 4udicial e sua &undamenta#$o3 permitindo Bs partes
o claro con?ecimento das suas ra'Kes. Por@m3 a tese
de&endida neste livro permite a e,ata compreens$o do
conteúdo e do signicado da ,a#$o da pena-base3
real#ando a culpabilidade como o ponto central da aten#$o
do 4ui'.O
H/. álculo da pena5 segunda &ase %agravantes e atenuantes0
Da segunda fase3 ser$o consideradas as agravantes e
atenuantes. Se a pena-base 4á está no m2nimo3 a presen#a de
uma atenuante n$o ocasiona nen?uma modica#$o3 pois a
atenuante n$o tem &or#a de tra'er a pena para a>u@m do
limite cominado %S+J3 REsp 1:L!/*RSG REsp 1!L.:L*RS0. Por
isso @ >ue3 se o 4ui' n$o considera uma atenuante 4á
e,istente3 a &al?a será irrelevante3 pois a pena cou no
m2nimo.
H!. Pena abai,o do m2nimo legal. onss$o espontânea. Voa-&@
ob4etiva. Sobre a possibilidade de a pena ser ,ada abai,o do
m2nimo por &or#a de uma atenuante3 a 4urisprudFncia tem-se
inclinado maci#amente pela negativa %Súmula /1*S+JG
RJ+JRS 1H*L/G 1H1*1!80.
Wma atenuante3 por@m3 >uando se somar a
circunstâncias 4udiciais todas &avoráveis ao r@u3 n$o pode
dei,ar de ser considerada pelo 4ui'3 por uma e,igFncia do
princ2pio da lealdade. Rero-me B atenuante do art. L:3 III3 d5
Nter o agente con&essado espontaneamente3 perante a
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autoridade3 a autoria do crimeO. 9eita a advertFncia pelo 4ui'3
no interrogatCrio3 de >ue a conss$o espontânea será causa
da atenua#$o da sua pena3 o &ato de o r@u con&essar a
autoria do delito e assim &ornecer elemento para a sua
condena#$o %>ue poderia n$o acontecer B &alta de outras
provas0 cria uma situa#$o irrevers2vel3 a e,igir do 4ui' - >ue
usou da conss$o para &undamentar a condena#$o - manter
a promessa &eita pela lei de >ue sempre seria atenuada a
pena do r@u >ue con&essasse espontaneamente a autoria do
delito. princ2pio da boa-&@ ob4etiva3 >ue preside o sistema
4ur2dico e e,ige de todos um comportamento leal3 aplica-se
tamb@m no âmbito do (ireito Penal3 a regular as rela#Kes do
Estado com o r@u no processo.
Essa tese3 por@m3 n$o &oi acol?ida no REsp
!/1.L:*)+3 :" +3 /../3 rel .)in. Qilson (ipp5 ND$o se
admite a redu#$o da pena abai,o do m2nimo legal3 ainda >ue
?avendo incidFncia de atenuante relativa B menoridade do
agente e B conss$o espontânea. IncidFncia da Súmula
/1*S+J. Ressalva de >ue a incidFncia da atenuante da
conss$o n$o pode redu'ir a reprimenda a>u@m do m2nimo3
ainda >ue se trate de delito contra a liberdade se,ual.O
H:. oncurso de circunstâncias. )enoridade . avendo duas
agravantes ou duas atenuantes3 no mesmo sentido3 ambas
ser$o aplicadas sobre a pena-base %RJ+JRS 1/*18!0. Do
concurso entre agravantes e atenuantes3 uma num sentido3
outra em outro3 será aplicada apenas uma3 a circunstância
preponderante3 assim considerada a>uela de nature'a
sub4etiva >ue resultar dos motivos3 da personalidade ou da
reincidFncia %art. L80.
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A menoridade @ uma circunstância prevalente sobre
todas as outras3 inclusive sobre a reincidFncia3 devendo a
pena3 ent$o3 apro,imar-se do limite indicado pela atenuante
da menoridade. N+em-se considerado3 para isso3 >ue o
caráter incompleto3 imaturo e d@bil do adolescente @ mais
sens2vel Bs provoca#Kes do mundo circundante e ele ainda
possui a plenitude da capacidade de motivar livremente a
prCpria conduta3 embora ten?a a capacidade integral de
compreender o lado ruim e i l2cito das coisas. Em outros
termos3 dada sua imaturidade ps2>uica3 ainda n$o dispKe do
pleno dom2nio sobre os atos e &atos de sua condutaO3 na li#$o
de <adislau 9ernando R?nelt3 o mais ilustre penalista
gaúc?o %RJ+JRS 11/*18L0.
Se as duas circunstâncias em concurso &orem
preponderantes3 ou se ambas &orem n$o preponderantes3
elas se anulam3 e a pena ca imodicada. Se duas
circunstâncias se e>uivalem3 uma terceira porventura
e,istente @ >ue determinará o sentido da modica#$o da
pena.
D$o se leva em conta como agravante ou atenuante
a>uela >ue 4á gura como elementar do crime3 como
>ualicadora ou como causa de aumento. Se ?ouver duas
>ualicadoras3 uma será considerada como 4udicial3 pois a
4urisprudFncia está negando a possibil idade de >ue uma
delas se4a usada como agravante3 ainda >ue denida como
tal %S+J3 R 818L*)S3 L " +3 de 1./.H0.
A lei3 em geral3 n$o ,a >uantidades para a
agrava#$o ou a atenua#$o3 o >ue ca ao prudente crit@rio do
4ui'3 parecendo conveniente atender3 em princ2pio3 para a
propor#$o de 1*! ou 1*: da pena sobre a >ual incide.
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HL. álculo da pena. +erceira &ase. ausas de aumento e de
diminui#$o. A terceira &ase do cálculo uti li'a as causas de
aumento ou de diminui#$o3 gen@ricas ou especiais.
Primeiro3 aplicam-se as causas de aumento3 depois
as de diminui#$o. cálculo da primeira modica#$o @ &eito
sobre a pena at@ ali encontrada3 >ue tanto pode ser a pena-
base %se n$o ?ouver agravantes ou atenuantes0 como a pena
provisCria %resultante da aplica#$o das atenuantes ou
agravantes3 na segunda &ase0. avendo uma segunda causa
de aumento ou de diminui#$o3 o cálculo @ &eito sobre a
última pena3 4á alterada por inuFncia da anterior causa de
aumento ou de diminui#$o. Assim3 se a pena-base @ de dois
anos3 com a agravante3 a pena provisCria passou para dois
anos e seis meses %trinta meses0G a causa de aumento3 de
um ter#o elevou-a para >uarenta meses3 e a causa de
diminui#$o3 de metade a trou,e para vinte meses %isto @3
metade da última pena at@ ali encontrada0. Se ?ouvesse uma
nova causa de diminui#$o3 deveria ser calculada sobre os
últimos vinte meses. Este @ o sistema em cascata3 >ue leva
em conta sempre a última pena encontrada.
H8. ausas de aumento. E,aspera#$o. As causas de
aumento decorrentes do sistema da e,aspera#$o %toma-se a
pena mais grave e sobre esta incide a causa de aumento03
>ue regula a aplica#$o das penas no concurso &ormal %art.
80 e no crime continuado %art. 8103 devem ser aplicadas
depois de calculada integralmente a pena correspondente ao
&ato mais grave do concurso ou da continua#$o. Estabelecido
>ual dentre eles @ o mais grave3 a pena re&erente a ele será
calculada de acordo com todas as &ases previstas no art. LH3
com as causas de aumento ou de diminui#$o porventura
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e,istentes. (epois de encerrado esse trabal?o3 será &eito o
aumento decorrente da continua#$o3 ou do concurso &ormal.
Assim3 no caso de dois &urtos noturnos tentados3 em
continua#$o3 será aplicada a causa de aumento de um ter#o
%art. 1::3 6 1703 a diminuidora de um a dois ter#os3 pela
tentativa3 e nalmente a causa de aumento pela
continua#$o. Do concurso &ormal ou no crime continuado3
resultando pre4u2'o para o r@u em conse>ZFncia da aplica#$o
do sistema da e,aspera#$o3 utili'a-se o sistema do cúmulo
material3 com a soma das penas. Por e,emplo5 latroc2nio em
concurso com les$o leve.
HH. ausas de aumento e de diminui#$o. rime continuado.
+entativa. Ao escol?er o peso das modicadoras3 previstas
dentro de certos 2ndices ou percentuais3 o 4ui' deve
&undamentar a escol?aG no crime continuado3 dará aten#$o
ao número de &atos %S+J3 1!.!H*RJ3 : " +3 1.L.1G
L!*)SG 1.!!!*)Q0G na tentativa3 ao iter criminis
percorrido pelo agente %S+93 881:*SPG RJ+JRS 1H8*1/G
S+J3 REsp /.L::*(93 L" +G 1:.L:L*RS3 L" +3 de !..10
e ao resultado danoso da sua a#$o.
H. Pena denitiva. A pena denitiva @ o resultado
desse trabal?oG poderá ser substitu2da por restritiva de
direito ou por multa3 ou ter sua e,ecu#$o suspensa
condicionalmente3 situa#Kes >ue devem ser en&rentadas na
senten#a sempre >ue presentes os re>uisitos ob4etivos
%>uantidade da pena ou nature'a do crime0. Para a pena
privativa de l iberdade deve ?aver3 de logo3 a ,a#$o do
regime inicial de cumprimento3 ainda >ue ela ven?a a ser
substitu2da3 pois se pode dar a convers$o %art. !:0.
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Por m3 vale lembrar a li#$o do )in. <ui' =icente
ernicc?iaro5 o trabal?o dogmático de aplica#$o da pena n$o
se esgota na singela obediFncia aos preceitos legais
brevemente enumerados neste trabal?oG @3 principalmente3
Numa opera#$o de reali'a#$o do (ireitoO. A conclus$o a >ue
c?ega o 4ui'3 com a pena denitiva3 deve ser a e,press$o da
4usti#a do caso3 para o >ue o cumprimento da t@cnica
ordenada pela lei serve apenas como instrumento da
reali'a#$o dessa nalidade. A pena3 di'ia o (es. +elmo Jobim3
>ue durante anos orientou a 4urisprudFncia criminal no Rio
Qrande do Sul3 deve ser pensada a partir da cumeeira.
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ÍNDICE REMISSIVO
(NUMÉRICO)
I - SIS+E)A (E PEDAS. PEDA SWVS+I+W+I=A. SWRSIS.
1. onduta pun2vel. Individuali'a#$o. onstitui#$o 9ederal/. Individuali'a#$o 4udicial!. Penas institucionais:. Penas privativas da liberdadeL. Regime &ec?ado8. rime ?ediondo. rgani'a#$o criminosaH. +ortura
. +ráco de entorpecentes1. Associa#$o criminosa11. Estupro. Atentado violento1. Regime ,ado na senten#a. Erro1/. Regime semi-aberto1!. Regime aberto1:. Regime inicial. Escol?a1L. ondena#$o em mais de um crime18. Penas restritivas
1H. Idem. <egisla#$o esparsa1. Idem. SC as da lei. Substitui#$o de penas. 9undamenta#$o1. Penas restritivas. Esp@cies. Substitui#$o. Substitui#$o. Re>uisitos/. Substitui#$o. rime &ormal e crime continuado!. Substitui#$o. =iolFncia e grave amea#a:. Substitui#$o. ReincidFnciaL. Substitui#$o. ondena#$o em multa8. Substitui#$o. ReincidFncia espec2caH. Substitui#$o. Re>uisitos. Art. : P. Presta#$o pecuniária/. Idem. =alor/1. Perda de bens/. Presta#$o de servi#os B comunidade//. Idem/!. Interdi#$o temporária/:. rime no e,erc2cio da pross$o. +rânsito/L. rime com viola#$o a dever/8. Proibi#$o de &re>Zentar lugares/H. <imita#$o de ns de semana
Aplica#$o da Pena*agosto de /
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/. Penas restritivas. <egisla#$o esparsa %trânsito3 economiapopular3 crime ?ediondo3 crime eleitoral3 4ui'ados especiais3convers$o3 consumidor0!. )ulta penitenciária!1. )ulta. <eis esparsas
!. )ulta. álculo!/. )ulta. ausa de aumento e de diminui#$o!!. )ulta. oncurso de crimes!:. )ulta. (2vida de valor!L. )ulta substitutiva!8. )ulta. umula#$o!H. )ulta reparatCria!. )ulta. _nica san#$o aplicada:. Suspens$o condicional da pena
:1. Sursis. Re>uisitos. Per2odo de provas:. Regime especial de sursis:/. Semi-imputável. Substitui#$o
II - E<E)ED+ARES E IRWDS+DIAS ( RI)E
:!. Elementos constitutivos essenciais3 gen@ricos e espec2cos::. Elementos n$o essenciais:L. ircunstâncias do crime5 P e leis esparsas
:8. Elementares do delito:H. ircunstâncias legais e 4udiciais:. ulpabilidadeL. AntecedentesL1. onduta socialL. PersonalidadeL/. )otivosL!. rime de entorpecentes. Yuantidade e >ualidadeL:. ircunstâncias 4udiciais. >ue n$o deve ser consideradoLL. onse>ZFncias do crimeL8. =2tima. omportamentoLH. Pena . 9inalidade5 retribui#$o e preven#$oL. ircunstâncias legais8. ircunstâncias gen@ricas81. Agravante e causa de aumento8. ReincidFncia8/. Yualicadoras3 causa de aumento e de diminui#$o8!. Aplica#$o de outra pena8:. omic2dio privilegiado
III - <W< (A PEDA
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8L. álculo da pena88. )@todo tri&ásico8H. 9undamento da pena aplicada8. álculo da pena5 primeira &ase. Pena-base. rit@rios para a
,a#$oH. Pena base3 substitui#$o3 sursisH1. Pena base5 o >ue n$o se consideraH. Pena base5 m@todo Pro&. Vosc?iH/. álculo da pena5 segunda &ase %agravantes e atenuantes0H!. Pena abai,o do m2nimo. onss$o espontânea.
Voa-&@ ob4etivaH:. oncurso de circunstâncias. )enoridadeHL. álculo da pena. +erceira &ase. ausa de aumento e causa de
diminui#$oH8. ausa de aumento. E,aspera#$oHH. ausa de aumento e de diminui#$o. rime continuado. rimetentadoH. Pena denitiva
ÍNDICE ALFABÉTICO-REMISSIVO
(nu!"#$%)
I - SIS+E)A (E PEDAS. PEDA SWVS+I+W+I=A. 7AR7&7
Associa#$o criminosa 1Atentado violento ao pudor 11ausa de aumento e de diminui#$o. )ulta !/oncurso de crimes. )ulta - !!ondena#$o em mais de um crime 1L
onduta pun2vel 1onsumidor /rime com viola#$o a dever /Lrime continuado /rime eleitoral /rime &ormal /rime ?ediondo 8 e /rime no e,erc2cio da pross$o. +rânsito /:umula#$o de penas. )ulta !8
(2vida de valor. )ulta !:Economia popular /Entorpecente
3
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Estupro. Atentado violento 11Qrave amea#a !Individuali'a#$o 4udicial /Individuali'a#$o. onstitui#$o 9ederal Interdi#$o temporária /!
Jui'ados Especiais /<imita#$o de ns de semana /H)ulta. álculo !)ulta. ausa de aumento e diminui#$o !/)ulta. oncurso de crimes !!)ulta. umula#$o !8)ulta. (2vida de valor !:)ulta. <eis esparsas !1)ulta. _nica san#$o aplicada !
)ulta penitenciária !)ulta reparatCria !H)ulta substitutiva !Lrgani'a#$o criminosa 8Penas institucionais !Penas privativas de liberdade :Penas restritivas 18Penas restritivas. Esp@cies. Substitui#$o 1Penas restritivas. <egisla#$o esparsa %trânsito3
Economia popular3 crime ?ediondo3 crime eleitoral3 Jui'ados especiais3 convers$o3 consumidor0 /Penas restritivas como pena cominada 1HPerda de bens /1Presta#$o de servi#os B comunidade /Presta#$o pecuniária Proibi#$o de &re>Zentar lugares /8Regime aberto 1!Regime especial de sursis :Regime &ec?ado LRegime ,ado na senten#a. Erro 1Regime inicial. Escol?a 1:Regime semi-aberto 1/ReincidFncia :3 L e 8Semi-imputável. Substitui#$o :/Substitui#$o. ondena#$o em multa LSubstitui#$o. rime &ormal e crime continuado /Substitui#$o. ReincidFncia :Substitui#$o. ReincidFncia espec2ca 8Substitui#$o. Re>uisitos Substitui#$o. Re>uisitos. Art. :3 P H
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Substitui#$o. =iolFncia e grave amea#a !Substitui#$o de penas. 9undamenta#$o Suspens$o condicional da pena :Suspens$o condicional da pena. Regime especial :Suspens$o condicional da pena. Re>uisitos.
Per2odo de prova :1 +ortura H +ráco de entorpecentes +rânsito /:=iolFncia e grave amea#a !
II - E<E)ED+ARES E IRWDS+DIAS ( RI)E
Agravante e causa de aumento 81
Antecedentes LAplica#$o de outra pena 8!ausa de aumento 81ircunstâncias do crime5 P e leis esparsas :Lircunstâncias gen@ricas 8ircunstâncias 4udiciais. >ue n$o deve serconsiderado L:ircunstâncias legais Lircunstâncias legais e 4udiciais :H
onduta social L1onse>ZFncias do crime LLrime de entorpecentes. Yuantidade e >ualidade L!ulpabilidade :Elementares do delito :8Elementos constitutivos essenciais3 gen@ricos eespec2cos :!Elementos n$o essenciais ::omic2dio privilegiado 8:
)otivos L/Pena. 9inalidade5 retribui#$o e preven#$o LHPersonalidade LPrivilegiadora. omic2dio 8:Yualicadoras3 causa de aumento e diminui#$o 8/ReincidFncia 8=2tima. omportamento L8
III - <W< (A PEDAVoa-&@ ob4etiva H!álculo da pena 8L
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álculo da pena5 segunda &ase %agravantes e atenuantes0 H/ausa de aumento e de diminui#$o. rime continuado.
rime tentadoHH
ausa de aumento. E,aspera#$o H8
álculo da pena3 +erceira &ase. ausas de aumentoe causas de diminui#$o H/ e HLoncurso de circunstâncias. )enoridade H:onss$o espontânea H!rime continuado HHrime tentado HH9undamento da pena aplicada 8H)@todo tri&ásico 88Pena abai,o do m2nimo. onss$o espontânea. Voa-&@ H!
Pena-base3 substitui#$o3 sursis HPena-base5 m@todo Pro&. Vosc?i HPena-base5 o >ue n$o se considera H1Pena denitiva HPena-base. rit@rios para a ,a#$o 8Suspens$o condicional H
te,to corresponde a !" edi#$o da publica#$o da AJWRIS3 Set. /3 >ue está no prego.