jornal da sbd - nº 4 julho / agosto 2008

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Jornal da SBD Ano XII n. 4 1 Diretoria 2007-2008 Presidente - Alice de Oliveira de Avelar Alchorne Vice-presidente - Omar Lupi Secretária-geral - Ryssia Florião Tesoureira - Claudia Pires Amaral Maia 1 a secretária - Célia Kalil 2 o secretário - Josemir Belo Jornal da SBD Esta é uma publicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia, dirigida a seus associados e órgãos de imprensa. Publicação bimestral - Ano XII - n o 4 - julho-agosto - 2008 Coordenador médico - Paulo R. Cunha Conselho editorial - Alice Alchorne, Omar Lupi, Ryssia Florião, Claudia Pires Amaral Maia, Célia Kalil e Josemir Belo Jornalista responsável - Andréa Fantoni - Reg. MTB/RJ n 0 22.217 JP Redação - Andréa Fantoni Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza Estagiária - Ana Luíza Reyes Contato publicitário - Priscila Rudge Simões A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Correspondência para a redação do Jornal da SBD Av. Rio Branco, 39/18 o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP: 20090-003 E-mail: [email protected] Assinatura anual: R$ 100,00 Número avulso: R$ 20,00 Tiragem: 6.000 exemplares Impressão: Sol Gráfica Sai resultado da prova do TED Especial da SBD Sociedade Brasileira de Dermatologia Afiliada à Associação Médica Brasileira www.sbd.org.br Editorial Sumário A matéria de capa desta edição fala sobre o TED Especial, assun- to que recebe destaque merecido, já que, depois de muitos anos sendo almejado e planejado, o exame foi realizado com grande sucesso, tendo sido considerado pelos participantes bem elabora- do, organizado e criterioso. Outra reportagem que certamente despertará o interesse do lei- tor trata da reforma da língua portuguesa. Essas mudanças terão reper- cussão na escrita técnico-científica que usamos.A SBD, possivelmente a sociedade médica pioneira a enfocar o assunto, convidou para esclare- cer e opinar sobre a unificação o professor Márcio Lauria, escritor, pro- fessor de literatura e grande conhecedor da semântica e lingüística por- tuguesas. Além disso, contamos com a preciosa colaboração do professor Sampaio, mais uma vez demonstrando sua costumeira clareza e objetividade de análise. De olho no mundo, nosso Jornal segue com a série de entrevistas internacionais, desta vez com o professor Bernard Naafs, dermatologista na Holanda, terra de grandes artistas, como Rembrandt e Van Gogh. Em reportagem abrangente, ele nos fala da realidade da especialida- de naquele país, onde o sistema nacional de saúde é privatizado e faltam dermatologistas. Importante verificar na reportagem da dra. Cláudia Maia, tesoureira da SBD, os benefícios que a Sociedade leva a seus associados. Apenas para citar alguns de maneira telegráfica: cursos pro- movidos pela Educação Médica Continuada, Anais Brasileiros de Dermatologia, Jornal da SBD, e um benefício de valor inestimável: o acesso on-line aos textos completos das principais revistas de dermatologia sem exigir deslocamentos do associado ou lhe impor qualquer dificuldade. Com a matéria sobre o I Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser, idealizado pela SBD e realizado em São Paulo, contando com cerca de 800 participantes, pode-se observar a pujança da dermatologia brasileira. Esse e outros programas da EMC-D têm sido de grande sucesso e são considerados a menina-dos-olhos da atual Diretoria. Na coluna Fronteiras da dermatologia, o experiente professor Fernando Almeida mostra de maneira sintética o estado da arte e os últimos avanços no conhecimento do melanoma maligno. Com satisfação recebemos da Regional de Minas Gerais a notícia de que o eleito como vulto da dermatologia mineira foi o professor Tancredo Furtado. Em homenagem merecida, abordamos de maneira sumária a vida desse homem que dignifica sobremaneira a dermatologia brasileira. Não deixe de ler a matéria sobre o estresse e as maneiras de combatê-lo. A professora de educação física Stella Torreão e a psicoterapeuta Célia Carvalhal dão orientações sobre o tema, e alguns dermatologistas contam o que fazem para contornar esse mal da atualidade. Na Linha do tempo, estamos na década de 1990, ilustrando os fatos que marcaram nossa sociedade nesse período; entre eles, a realização da Eco-92, abrindo caminho para nova visão dos problemas ambientais, que passaram a ser responsabilidade dos governos, o lançamento do Jornal da SBD, o início da EMC-D e a criação do real. Finalizaremos a coluna na última edi- ção deste ano (novembro/dezembro), quando pretendemos ter percorrido 120 anos de his- tória nesta linha inexorável do tempo. Esperamos encontrá-lo no Congresso de Fortaleza/2008. Além da vasta programação científica e social, teremos a cerimônia de posse da nova diretoria da SBD, formada por Omar Lupi (presidente) e Bogdana Victória (vice-presidente). Compareça à assembléia. 16 02 Palavra da Presidente 03 Campanha Nacional de Prevenção do Câncer da Pele completa 10 anos 05 Obras na sede 06 Dermatologia na Holanda 11 Investimento: vale a pena ser associado da SBD 12 Recomende 13 Campanhas sociais da SBD 15 Vultos da Dermatologia: professor Tancredo Alves Furtado 19 CBHPM: referencial para a medicina brasileira Carta Painel 20 Unificação da língua portuguesa: um fato ou um facto? 22 Fronteiras da Dermatologia 23 Pérolas do Journal of Investigative Dermatology 24 Xô estresse 28 Linha do Tempo Serviços Credenciados 29 Departamentos 31 Regionais Matéria de capa Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD Prof. Dr. Paulo R. Cunha

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Page 1: Jornal da SBD - Nº 4 Julho / Agosto 2008

Jornal da SBD � Ano XII n. 4 � 1

Diretoria 2007-2008

Presidente - Alice de Oliveira de Avelar Alchorne

Vice-presidente - Omar Lupi

Secretária-geral - Ryssia Florião

Tesoureira - Claudia Pires Amaral Maia

1a secretária - Célia Kalil

2o secretário - Josemir Belo

Jornal da SBDEEssttaa éé uummaa ppuubblliiccaaççããoo ddaa SSoocciieeddaaddee BBrraassiilleeiirraa ddee DDeerrmmaattoollooggiiaa,,

ddiirriiggiiddaa aa sseeuuss aassssoocciiaaddooss ee óórrggããooss ddee iimmpprreennssaa..

PPuubblliiccaaççããoo bbiimmeessttrraall -- AAnnoo XXIIII -- nnoo 44 -- jjuullhhoo--aaggoossttoo -- 22000088

Coordenador médico - Paulo R. Cunha

Conselho editorial - Alice Alchorne, Omar Lupi, Ryssia

Florião, Claudia Pires Amaral Maia, Célia Kalil e Josemir Belo

Jornalista responsável - Andréa Fantoni - Reg.MTB/RJ n022.217 JP

Redação - Andréa Fantoni

Editoração eletrônica - Nazareno N. de Souza

Estagiária - Ana Luíza Reyes

Contato publicitário - Priscila Rudge Simões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasileira de

Dermatologia não garantem nem endossam os produtos ou

serviços anunciados, sendo as propagandas de responsabilidade

única e exclusiva dos anunciantes.

As matérias e textos assinados são de inteira responsabilidade

de seus autores.

Correspondência para a redação do Jornal da SBD

Av. Rio Branco, 39/18o andar - Centro - Rio de Janeiro – RJ

CEP: 20090-003

E-mail: [email protected]

Assinatura anual: R$ 100,00

Número avulso: R$ 20,00

Tiragem: 6.000 exemplares

Impressão: Sol Gráfica

Sai resultado da prova doTED Especial da SBD

Sociedade Brasileira de DermatologiaAfiliada à Associação Médica Brasileirawww.sbd.org.br

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A matéria de capa desta edição fala sobre o TED Especial, assun-to que recebe destaque merecido, já que, depois de muitos anossendo almejado e planejado, o exame foi realizado com grandesucesso, tendo sido considerado pelos participantes bem elabora-do, organizado e criterioso.

Outra reportagem que certamente despertará o interesse do lei-tor trata da reforma da língua portuguesa. Essas mudanças terão reper-cussão na escrita técnico-científica que usamos.A SBD, possivelmente asociedade médica pioneira a enfocar o assunto, convidou para esclare-cer e opinar sobre a unificação o professor Márcio Lauria, escritor, pro-fessor de literatura e grande conhecedor da semântica e lingüística por-tuguesas.Além disso, contamos com a preciosa colaboração do professor Sampaio, mais uma vezdemonstrando sua costumeira clareza e objetividade de análise.

De olho no mundo, nosso Jornal segue com a série de entrevistas internacionais, desta vezcom o professor Bernard Naafs, dermatologista na Holanda, terra de grandes artistas, comoRembrandt e Van Gogh. Em reportagem abrangente, ele nos fala da realidade da especialida-de naquele país, onde o sistema nacional de saúde é privatizado e faltam dermatologistas.

Importante verificar na reportagem da dra.Cláudia Maia, tesoureira da SBD,os benefícios quea Sociedade leva a seus associados. Apenas para citar alguns de maneira telegráfica: cursos pro-movidos pela Educação Médica Continuada, Anais Brasileiros de Dermatologia, Jornal da SBD, e umbenefício de valor inestimável: o acesso on-line aos textos completos das principais revistas dedermatologia sem exigir deslocamentos do associado ou lhe impor qualquer dificuldade.

Com a matéria sobre o I Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser, idealizado pela SBDe realizado em São Paulo, contando com cerca de 800 participantes, pode-se observar apujança da dermatologia brasileira. Esse e outros programas da EMC-D têm sido de grandesucesso e são considerados a menina-dos-olhos da atual Diretoria.

Na coluna Fronteiras da dermatologia, o experiente professor Fernando Almeida mostra demaneira sintética o estado da arte e os últimos avanços no conhecimento do melanoma maligno.

Com satisfação recebemos da Regional de Minas Gerais a notícia de que o eleito como vultoda dermatologia mineira foi o professor Tancredo Furtado. Em homenagem merecida, abordamosde maneira sumária a vida desse homem que dignifica sobremaneira a dermatologia brasileira.

Não deixe de ler a matéria sobre o estresse e as maneiras de combatê-lo. A professorade educação física Stella Torreão e a psicoterapeuta Célia Carvalhal dão orientações sobre otema, e alguns dermatologistas contam o que fazem para contornar esse mal da atualidade.

Na Linha do tempo, estamos na década de 1990, ilustrando os fatos que marcaram nossasociedade nesse período; entre eles, a realização da Eco-92, abrindo caminho para nova visãodos problemas ambientais, que passaram a ser responsabilidade dos governos, o lançamentodo Jornal da SBD, o início da EMC-D e a criação do real. Finalizaremos a coluna na última edi-ção deste ano (novembro/dezembro), quando pretendemos ter percorrido 120 anos de his-tória nesta linha inexorável do tempo.

Esperamos encontrá-lo no Congresso de Fortaleza/2008. Além da vasta programaçãocientífica e social, teremos a cerimônia de posse da nova diretoria da SBD, formada por OmarLupi (presidente) e Bogdana Victória (vice-presidente). Compareça à assembléia.

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02 � Palavra da Presidente03 � Campanha Nacional de Prevenção do Câncer da Pele completa 10 anos05 � Obras na sede06 � Dermatologia na Holanda11 � Investimento: vale a pena ser associado da SBD12 � Recomende13 � Campanhas sociais da SBD15 � Vultos da Dermatologia: professor Tancredo Alves Furtado19 � CBHPM: referencial para a medicina brasileira

� Carta� Painel

20 � Unificação da língua portuguesa: um fato ou um facto?22 � Fronteiras da Dermatologia23 � Pérolas do Journal of Investigative Dermatology24 � Xô estresse28 � Linha do Tempo

� Serviços Credenciados29 � Departamentos31 � Regionais

Matéria de capa

Paulo R. Cunha - Coordenador médico do Jornal da SBD

Prof. Dr. Paulo R. Cunha

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2 � Jornal da SBD � Ano XII n. 4

�� Palavra da Presidente Alice de Oliveira de Avelar Alchorne

�� C a l e n d á r i o - 2 0 0 8

A Sociedade Brasileira de Dermatologiacresceu muito nos últimos anos, e por issotemos muitas atividades e serviços voltadospara os associados.

Com vistas na reestruturação da parte físi-ca da entidade, a Diretoria 2007/2008 adqui-riu mais um andar, com 380m2, no prédio em

que já funciona a SBD, no Rio de Janeiro, duplicando, assim,sua área. Por feliz coincidência, o novo espaço é situado logoabaixo do atual, e a ligação entre ambos se fará por escadainterna.

Com a aquisição dessa área física daremos um salto dequalidade; os associados recebem inúmeros serviços quenecessitam de muitos projetos e trabalho, tanto daDiretoria Executiva como dos assessores e dos diversosfuncionários.

O novo andar já está em fase terminal de reforma,que garantirá um espaço funcional, com toda infra-estrutu-ra para a parte administrativa da SBD.

Após a mudança do andar superior para o novo local,faremos também uma reforma no atual, que deverá abri-

gar, de forma mais confortável, a parte social da institui-ção. Aqui teremos a biblioteca ampliada, pequeno auditó-rio para eventos, sala especial para teledermatologia, salaspara reuniões da Diretoria, demais órgãos da SBD eoutras que se fizerem necessárias. Para se ter idéia dalimitação do espaço atual, não é possível fazer duas reu-niões ao mesmo tempo, pois só temos uma pequena salapara esse fim.

A compra das novas salas e a reforma foram realizadassem comprometer o patrimônio ou a saúde financeira daSociedade, pois uma das grandes metas em que a Diretoriaobteve sucesso foi readequar as receitas e despesas da enti-dade.

É muito provável que as áreas centrais do Rio de Janeiro,onde se encontra localizada a nossa sede, sejam revitaliza-das, seguindo o exemplo das grandes cidades, o que trará,então, uma boa valorização do imóvel, aumentando o valorde nosso patrimônio.

Com a nova sede, reforçaremos nossa posição no ranking das mais importantes e pujantes associações médi-cas brasileiras e, por que não, mundiais.

Eventos SBD Nacional - Setembro de 2008

� 6 a 10 63o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia Fortaleza - CE� 27 3o Curso Nacional de Dermatologia Geriátrica SBD Curitiba - PR - Brasil

Eventos SBD Regionais - Setembro de 2008� 4 Quinta Dermatológica - Maceió - AL - Brasil Regional AL� 20 7a Reunião Ordinária Mensal - Niterói - RJ - Brasil Regional Flum.� 24 Reunião Mensal - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Regional RJ � 24 Curso Teórico-Prático de Toxina Botulínica e Preenchimento - Recife - PE - Brasil Regional PE� 24 Reunião Científica - São Luís - MA - Brasil Regional MA� 24 e 27 Reunião Científica com workshop - Natal - RN - Brasil Regional RN� 26 Simpósio Manejo das Onicomicoses na Prática Dermatológica e Curso Prático de Micoses Regional RJ

Superficiais e Cutâneas - South American Copacabana Hotel - Rio de Janeiro - RJ - Brasil� 27 Reunião Clínica Mensal - SDHUCAM - Vitória - ES - Brasil Regional ES� 27 Reunião Clínica Mensal - SDSCMV - Vitória - ES - Brasil Regional ES� 27 5a Reunião Dermatológica do DF - Câncer da Pele - Brasília - DF - Brasil Regional DF� 27 Traga seu Caso (Reunião Clínica com a participação dos Serviços Credenciados pela SBD) Regional PE

Recife - PE - Brasil

Internacional� 17 a 21 17o EADV - Academia Européia de Dermatologia Paris - França

Alice de Oliveira de AvelarAlchorne

Ampliação da sede da SBD

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Este ano a Campanha Nacional dePrevenção do Câncer da Pele chega a suadécima edição. No dia 08 de novembro,das 9 às 15h, cerca de dois mil dermatolo-gistas cadastrados pela SBD se mobilizarãopara gratuitamente atender e oferecer tra-tamento à população.

Todos os anos, a SBD disponibiliza apro-ximadamente 200 postos de atendimentogratuito em todo o Brasil, em que são exa-minadas mais de 30 mil pessoas.Trata-se damaior campanha de orientação e atendimen-to médico da população existente no país.

A Campanha constitui a principal açãodo Programa Nacional de Controle doCâncer da Pele promovido pela SBD.Criado em 1999, o programa busca disse-minar informações sobre a doença e conscientizar a popu-lação, contribuindo com a mudança de atitudes, crenças ecomportamentos que afetam o risco individual para essetipo de câncer.

Campanha Nacional dePrevenção do Câncer daPele completa 10 anos

Seja voluntário!Assim como nas edições anteriores, este ano a

Campanha Nacional de Prevenção do Câncer da Pele pre-cisa da colaboração dos dermatologistas para ser realizadacom êxito.A participação voluntária de médicos em todo oBrasil tem permitido alertar a população para a possibilida-de de desenvolvimento do câncer da pele, além de diagnos-ticar e tratar os casos detectados.

O voluntário é hoje considerado ator social engajado,participante e consciente, além de importante agente trans-formador da sociedade. Ademais, o trabalho voluntário nãosó resulta em benefícios para a comunidade, como é tam-

bém responsável pelo crescimento interior do indivíduoque o pratica.

A Campanha é ainda um importante instrumento devalorização da especialidade, dada a sua visibilidade naimprensa nacional. “Com o evento, a SBD realiza açãoque, além do aspecto social, valoriza de fato a figura dodermatologista”, observam os coordenadores da ediçãodeste ano, drs. Lúcio Bakos, Marcus Maia e Selma Cernea.

Por isso, não deixe de par ticipar! Seja voluntário daCampanha Nacional de Prevenção do Câncer da Pele2008!

O câncer da pele é ainda o de maior incidência noBrasil. As estimativas do Instituto Nacional do Câncerprevêem 120.930 novos casos da doença em 2008 no país.

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Jornal da SBD � Ano XII n. 4 � 5

Iniciadas no último dia 13 de junho, as obras na sede daSBD continuam a todo vapor. Os que freqüentam e traba-lham na entidade vez ou outra se sobressaltam com as mar-teladas e com o barulho das máquinas. No 17o andar, a cadadia que passa, as pilhas de entulho e materiais de construçãovão-se transformando em uma única sala, ampla e arejada.

As instalações hidráulicas e de esgoto já foram concluí-das, e foram passados canaletas e eletrodutos para instala-ção elétrica, de telefone e iluminação. Durante estes doismeses, executaram-se ainda a demolição e a construção deparedes, o rebaixamento do teto em gesso e a abertura deum vão na laje para instalação da escada metálica que liga-rá os dois pavimentos da sede.

Segundo a arquiteta Neuza Mar tinez, a demoliçãoda laje em função da instalação da escada foi uma daspar tes mais complexas da reforma. “Foi feita uma ava-liação estrutural do edifício por engenheiro calculistagabaritado, uma vez que não possuíamos o projeto ori-ginal. E foram instaladas escoras para total segurançada obra”, explica.

Para conclusão da reforma no 17o pavimento, faltamagora os acabamentos. Nessa etapa, serão assentados os

pisos e revestidas as paredes com materiais diversos,tais como papel, madeira, fórmica, cerâmicas e mármo-res. “Finalmente será feita a pintura de todos os tetos,paredes e pilares sem revestimento”, informa NeuzaMartinez. Além disso, serão realizados os trabalhos demarcenaria das portas, janelas e armários, e instaladas asnovas esquadrias em alumínio, luminárias, tomadas einterruptores.

O próximo passo será a montagem do mobiliário.Segundo Neuza Martinez, os móveis foram escolhidosobjetivando a máxima funcionalidade e conforto para osfuncionários, sem esquecer a parte estética.Também foramavaliadas a durabilidade do mobiliário e sua possibilidade deadequação ao espaço existente. “Foram escolhidos móveisde qualidade, com materiais de fácil limpeza e conserva-ção”, esclarece.

As obras no 17o andar serão concluídas no dia 03 desetembro, e, após a mudança da Administração da SBDpara o novo pavimento, terá início a reforma do 18o andar.“Estamos seguindo um rígido cronograma, executandoparalelamente vários itens, para permitir a conclusão daobra no prazo definido”, ressalta Neuza Martinez.

Obras na sedePrimeira fase será concluída em setembro

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JSBD – Como foi a sua carreira na Holanda?Bernard Naafs – Iniciei o curso de medicina naUniversidade de Utrecht em 1962 e participei ativamentedos movimentos estudantis da década de 1960. Garantia osustento nos primeiros três anos com bicos, como barmane vendedor de carros e, depois, como professor de fisiolo-gia humana. Após uma temporada na África, voltei àHolanda, onde fui devidamente treinado em dermatologiae venereologia pelo famoso dermatologista e imunologistaprofessor Rudi Cormane, da Universidade Binnengasthuis,de Amsterdam, que se localizava, naquela época, no bairroda Luz Vermelha. Para aumentar minha renda familiar, traba-lhava duas noites por semana no Pronto Socorro, era médi-co de um dos bordéis mais exclusivos da cidade e me tor-nei editor da Excerpta Medica – Dermatologia. Permanecidurante cinco anos na Holanda e, no último, fui chefe deimunologia clínica e alergia do Departamento deDermatologia. Assim, participei do acompanhamento dejovens homossexuais masculinos que apresentavam, naque-la época, uma imunodeficiência desconhecida. Atendi váriospacientes com hanseníase, pois após a independência doSuriname, aproximadamente metade da população semudou para a Holanda. Em 1980, obtive o título de douto-rado pela Universidade de Amsterdam, com a tese intitula-da “Lesão de nervos em hanseníase”. Após três anos noZimbábue, voltei ao meu país e tornei-me chefe do ambu-latório de dermatologia da Universidade Erasmus, emRotterdam, onde permaneci por 10 anos, envolvido no trei-namento de residentes e na supervisão do tratamento dedoenças de pele em pacientes com HIV e Aids.

JSBD – O senhor trabalhou por muito tempoem diversos países da África. Como foi essaexperiência?BN – Albert Schweitzer recebeu o Prêmio Nobel da Paz em1953. Naquela época decidi que gostaria de trabalhar empaíses em desenvolvimento, assim como ele. Em 1972, apósobter o título de mestre em Medicina Tropical, recebi umaoferta de trabalho no Quênia para reativar um centro depesquisas em hanseníase. Para adquirir os conhecimentosnecessários sobre hanseníase, fui para o All African LeprosyRehabilitation and Training Centre (Alert), em Addis Abeba,Etiópia, em janeiro de 1974. Essa instituição trabalhava emcooperação com o Armauer Hansen Research Institute(Ahri), um centro de imunologia básica e aplicada em que ahanseníase era usada como modelo. Três meses depois fuiconvidado a fazer parte da equipe e lá permaneci por cincoanos, aprendendo sobre hanseníase com importantes hanse-nólogos, como John Pearson e Harold Wheate, e dermatolo-gistas, como Ross St Claire Barnetson, que depois foi profes-sor titular em Sidney. Aprendi imunologia com GöranKronvall, Gunnar Bjune e Morton Harboe e com diversoseminentes imunologistas visitantes.A Etiópia vivia momentosdifíceis, com uma revolução comunista seguida por temposde terror. Isso definitivamente ajudou minha formação pes-soal. Em 1979, deixei o país junto com minha família, e volta-mos à Holanda, onde me especializei oficialmente como der-matologista e venereologista. Fui então convidado pela orga-nização Associatione Italiana Amici di Raoul Follereau parareiniciar o controle de hanseníase no Zimbábue, após a guer-ra de independência. Passei três anos com minha família

Entrevista com o prof. Bernard Naafs feita pelo prof. Paulo Cunha

Dermatologia na Holanda

Bernard Naafs

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nesse país e organizei algumas unidades para controle dehanseníase e outras doenças cutâneas. Naquela época, foramdiagnosticados os primeiros pacientes infectados com HIVno Zimbábue, e percebemos que algumas das manifestaçõesraras observadas em doenças cutâneas eram devidas ao HIV.Depois que me mudei, o Zimbábue tornou-se o primeiropaís em desenvolvimento a controlar a hanseníase. Duranteminha estada, testemunhei os primeiros assassinatos dosadversários do Mugabe, em que participaram tropas de elitelideradas por norte-coreanos.Tivemos que sair do Zimbábuequando meu salário, devido a circunstâncias econômicas, tor-nou-se muito pequeno para pagar a escola de ensino médiode nossa segunda filha. Saímos em direção à Holanda decarro, para uma viagem pela África, que, entretanto, por ques-tões de política internacional, tivemos que interromper emNiger. Não obtivemos permissão para entrar na Algéria.Alémdisso, nos últimos 10 anos trabalhei três meses por ano noCentro Regional de Treinamento em Dermatologia (RDTC,sigla em inglês) em Moshi, na Tanzânia, que foi fundado pormeu amigo Henning Grossmann. O centro de treinamentooferece um curso prático intensivo, com duração de doisanos, em dermatologia e venereologia, com ênfase especialem hanseníase e infecção por HIV, para auxiliares médicos eenfermeiros sanitaristas de países africanos de língua inglesa.Nos últimos 14 anos, foram treinados mais de 150 dermato-logistas, de países distantes como Libéria, Etiópia, Botsuana eLesoto. Só não foram treinados profissionais da Nigéria,Zimbábue e África do Sul. Além do Diploma Avançado emDermatologia e Venereologia, o centro oferece também umprograma de residência.

JSBD – O que o levou a trabalhar no Brasil?BN – Durante os anos em Rotterdam viajei intensamentepara ensinar e fiz grande amizade com Diltor Opromolla, deBauru (SP). Quando nossos filhos terminaram a universidade,pude buscar novas oportunidades.Deixei Rotterdam e fui paraa famosa Universidade de Leiden, onde iniciei uma prática dedermatologia no pôlder,* atendendo agricultores e pescado-res. Isso me deu a opção de seguir meus “ideais” novamente evoltar para os países em desenvolvimento.Após visitar amigosna Índia,Tanzânia e no Brasil, decidi aceitar o convite de Diltor

Opromolla para passar alguns meses por ano no Brasil e ajudá-lo a fortalecer a pesquisa em hanseníase no Instituto Lauro deSouza Lima. Aceitei pela oportunidade de aprender com suavasta experiência clínica e também com Raul Fleury, patologis-ta. Faço isso há mais de 10 anos e fiz novos amigos emLondrina, Rondonópolis, São Paulo, Rio e Manaus, o que enri-queceu minha experiência de maneira significativa.

*Pôlder é uma planície protegida por diques contrainundações, usada para agricultura (fonte Dicionário Houaissda Língua Portuguesa).

JSBD – Além da prática médica,o senhor tam-bém se dedicou à vida acadêmica?BN – Minha lista de publicações contém mais de 180 arti-gos científicos e capítulos de livros, e mais de 80 dessaspublicações estão disponíveis no PubMed. O foco principalde pesquisa é hanseníase, HIV e doenças de pele emnegros. Tive o privilégio de receber diversos prêmios: pri-meiro, a Medalha de Honra do meu grêmio estudantil,seguida pela Companiate of Merit, do Hospital doZimbábue; a Ordem dos Cavaleiros de São Lázaro, deJerusalém; membro honorário do Sihan; DermatologistaItaliano, pela Associação de Hanseníase; o prêmio Leo porminhas contribuições à dermatologia holandesa, pelaSociedade Holandesa de Dermatologia e Venereologia; aMedalha Eijkman, da Sociedade Holandesa de MedicinaTropical, pela contribuição à pesquisa em hanseníase; e,mais recentemente, o Certificado de Apreciação da LigaInternacional de Sociedades Dermatológicas por colaborarcom o ensino e prática de dermatologia tropical, a hanse-níase incluída, em países em desenvolvimento. A rainha daHolanda concedeu-me a honra da Ordem dos Cavaleirosdo Leão Holandês (Ridder in de Nederlandse leeuw).

JSBD – Como é feito o treinamento de umdermatologista na Holanda?BN – Há oito universidades na Holanda com especializaçãopara dermatologistas. O treinamento dura cinco anos einclui um ano de estágio em hospital geral. Após formados,os especialistas devem recredenciar-se a cada cinco anos,comprovando que trabalham mais de 20 horas por semana

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HOLANDA

Amsterdam

UtrechtHaiaRoterdam

MaastrichtBÉLGICA

ALEMANHA

POPULAÇÃO: 16 milhões

MOEDA: Euro

IDIOMA: Neerlandês

DERMATOLOGISTAS: 450

8 � Jornal da SBD � Ano XII n. 4

e que adquiriram quantidade suficiente de pontos de EMC.As clínicas são visitadas e avaliadas por colegas a cada cincoanos aproximadamente. Mais da metade dos dermatologis-tas trabalham em prática privada. E o salário dos que traba-lham em hospitais não é muito menor. Só é menos rentáveltrabalhar para as universidades. Há um sistema nacional desaúde que foi privatizado, e os dermatologistas recebempelo serviço prestado aos pacientes através das empresas deseguro. Por princípio, todos os cidadãos holandeses são segu-rados e podem receber atenção integral.

JSBD – Como está estruturada a dermatolo-gia no país?BN – A especialidade Dermatologia e Venereologia existena Holanda há 125 anos, e antes era área dos cirurgiões.Atualmente há cerca de 450 dermatologistas que trabalhamem universidades, hospitais e clínicas particulares. Há falta dedermatologistas na Holanda, em geral por causa do trabalhoem tempo parcial e pelo interesse crescente em cosmiatria.A forma de os dermatologistas trabalharem vem mudandonos últimos 20 anos — atuam menos em venereologia eproctologia e mais com cirurgia dermatológica e flebologia.O número de dermatologistas envolvidos em cosmiatria está

aumentando; por isso o respeito da sociedade médica pelaespecialidade está diminuindo. Os sanitaristas e infectologis-tas assumem as doenças sexualmente transmissíveis e ainfecção por HIV, e ameaçam a especialidade. Os infectolo-gistas tratam doenças como hanseníase, leishmaniose, mico-ses profundas e até erisipela e herpes. As unidades de quei-mados cuidam de doenças bolhosas, e os reumatologistastratam das colagenoses, incluindo a artrite psoriática. A fle-bologia é cada vez mais praticada por cirurgiões vasculares,e a proctologia, por cirurgiões gerais. Os alergologistas cui-dam dos casos de eczema de contato e urticária, e os pedia-tras do eczema atópico.

JSBD – Quais os principais desafios das socie-dades médicas holandesas?BN – O principal desafio para a sociedade médica emgeral é a burocracia e a influência crescente de geren-tes. O custo cada vez maior dos serviços de saúde étambém um fato preocupante. Infelizmente a maneirade os políticos enfrentarem esse problema é atribuindomais responsabilidade às companhias de seguro, quedefendem uma medicina barata, uniforme e baseada emprotocolos.

Entrevista com o prof. Bernard Naafs feita pelo prof. Paulo Cunha

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FFamosa por seus diques, tulipas e moinhos, a Holandaé também um excelente destino para os amantes dasbelas artes. A terra de Rembrandt,Van Goth e Vermeerdispõe de grande número de museus, alguns dos melho-res de que se tem notícia, como o gigante MuseuNacional Rijksmuseum, o moderno Stedelijk, o Museu VanGogh, a Casa de Rembrandt e a Casa de Anne Frank.

Na capital,Amsterdam, um dos pontos mais visitadosé o Jardim de Flores Keukenhof, um dos maiores par-ques de flores da Europa, que abriga milhares de exem-plares de tulipas, incluídos alguns raros. E a melhormaneira de visitar este e todos os demais parquesholandeses é de bicicleta, meio de transporte mais

popular do país.A Holanda é um dos poucos países cuja capital

não abriga a sede do governo. É na cidade de Haiaque estão o Parlamento, a residência da monar-quia, os ministérios e a maioria das embaixadas.Acidade é ainda conhecida como sede do direito

internacional, pois no famoso Palácio da Paz se reúne oTribunal Internacional de Justiça, principal órgão judicialdas Nações Unidas.

Em Haia, além dos elegantes prédios do governo, o visitan-te pode desfrutar as belas praias,o Museu Mauritshuis — cons-truído por Maurício de Nassau, o governador das possessõesholandesas no Brasil — e a pequena cidade de Madurodam,versão em miniatura da típica arquitetura neerlandesa.

Outros destinos turísticos são as cidades de Roter-dam, com sua moderna arquitetura, Utrecht, Maastricht eValKenburg, onde é possível encontrar antigos castelos.Atradição holandesa de utilizar moinhos de vento tambémperdura, como nos vilarejos de Kinderdiik e ZaanseSchans. Nesses locais, o visitante encontra ainda produtostípicos do país, como a mostarda, os queijos e os taman-cos de madeira. Outros pontos de parada obrigatória sãoas encantadoras vilas de pescadores Volendam e Marken,que mantêm vivas as tradições e o folclore neerlandês.

Em função de grande parte de seu território estar loca-lizada abaixo do nível do mar, a paisagem holandesa é carac-terizada por diques e canais,estes só menos famosos do queos venezianos.Vem daí também sua deno-minação correta: apesar de popularmen-te conhecida como Holanda, a regiãocorresponde de fato aos PaísesBaixos, união de diversas provín-cias, entre as quais a Holandado Norte e a Holanda do Sul.

Holanda: país de belezas imensuráveis

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A transparência das ações deuma gestão é imprescindível paraa conquista da confiança do asso-ciado. Afinal, as pessoas queremconhecer os resultados de seusinvestimentos, para poder res-ponder sem dúvidas à pergunta:por que ser associado da SBD?

O valor da informação éimensurável. Com a preocu-

pação de oferecer ao associado amplas e moder-nas fontes de comunicação, a SBD disponibili-

za seus veículos: os Anais Brasileiros deDermatologia, o Jornal da SBD, o Portal

da SBD – que compreende os sitesClasse Médica, Público em Geral,

Anais Brasileiros de Der-matologia e Troias “Atlas”, a

Biblioteca da SBD, alémde importante acer-

vo; oferece gratuita-mente acesso a

diversos perió-dicos, através

do Portal de Pe-r i ó d i c o s

SBD/EBSCO. Parase ter uma idéia, a

assinatura do The Journal of the European Academy ofDermatology and Venereology custa mais de U$500 para pes-soa física. Só nesses meios de informação e atualização aSBD investe mais de um milhão de reais por ano, o queequivaleria ao custo aproximado de R$ 200 por ano porassociado.

A atualização científica, através da Educação MédicaContinuada, é outro carro-chefe da gestão. Os associadossempre têm descontos para participar de todos os eventoscientíficos da entidade. Além de grandes eventos de atuali-zação, como o Congresso Brasileiro e o Simpósio deCosmiatria e Laser, a SBD realiza também cursos menores,como, por exemplo, os Cursos de Dermatologia Geriátricaque ocorreram em Goiânia, Salvador e Curitiba, e o 1o Simpósio Nacional de Hanseníase da SBD, que foi naBahia. Há que destacar também os cursos itinerantes decosmiatria, que têm acontecido nas menores capitais, comoTeresina, Vitória e Salvador, onde há normalmente menoseventos de atualização.

As campanhas sociais, como a Campanha Nacional dePrevenção ao Câncer da Pele, Dia do Meio Ambiente, Parede Fumar ou Sinta na Pele e Dia Nacional da Psoríase, tam-bém tiveram grandes investimentos.“Sem dúvida um ganhoimensurável diante dos resultados alcançados, afinal, temosresponsabilidade frente à população”, comenta a tesourei-ra. A entidade também destina verbas para a doação debolsas de estudos aos melhores colocados no TED.

A engrenagem administrativa que compõe a máquina daSBD também está ligada diretamente aos associados, poisfunciona para servi-los.“Gastamos cerca de dois milhões dereais na administração, incluindo informática, pessoal, cor-reios, materiais de escritório, energia, taxas e impostos, alémde assessoria jurídica e contábil. É importante o associadoconhecer como está sendo aplicado o valor da anuidade”,explica a dra. Cláudia Maia. Cerca de 50% dos valores dasanuidades são repassadas para as SBD-regionais.“Essa verbaestá diretamente ligada à sobrevivência de muitas dasmenores regionais e sem dúvida é de grande ajuda para asmaiores”, ela justifica.

Investimento:vale a pena ser associado

da SBD?

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Fortaleza Recomende

final do ano, quando o associado poderá usufruir do novoambiente.

O novo espaço terá auditório, salas para reuniões e umlugar especial para videoconferências. Segundo a dra.Cláudia Maia, houve forte investimento na área deTelemedicina, ou seja, em tecnologia e aquisições de equipa-mentos com intuito de atender a antigas demandas dossócios. “As instalações projetadas para Telemedicina incre-mentarão ainda mais as palestras on-line. Esse projeto temenormes proporções, pois leva atualização aos associadosque estão mais distantes”, declara.

Segundo a dra. Cláudia Maia, ao pensar apenas em inves-timentos financeiros, nota-se que o associado da SBD temreais benefícios em troca. “Entretanto, se pensarmos naforça de nossa entidade, sua representação frente a entida-des médicas (AMB, CRM), sua força política no cenárionacional e internacional, não há o que questionar : vale apena ser associado da SBD!”, afirma.

O montante recebido pelas anuidades representaapenas um terço das despesas da SBD. Os outros doisterços são oriundos dos eventos e dos patrocinado-res. “A entidade investe toda a sua receita em benefí-cio do associado, seguindo, portanto seus objetivos

estatutários. Tanto é que o custo anual para que cadaassociado usufrua de todas essas benesses é de cerca deR$ 700 por ano, valor que ultrapassa em muito o arrecada-do pela anuidade”, encerra a dra. Cláudia Maia.

Pensando em oferecer mais conforto aos associados,possibilitar a realização de programações científicas, alémde melhorar a organização operacional dos funcionários,decidiu-se em dezembro passado pela ampliação da sededa entidade, que foi uma das mais ousadas decisões daatual Diretoria. Foi feito um planejamento para enxugar oscustos durante toda a gestão, e o resultado dessa econo-mia foi revertido na compra do imóvel – um abaixo deonde atualmente funciona a SBD. As obras acabam até o

PraiasCom sol quase o ano inteiro, Fortaleza oferece aproxima-damente 30km de praia, com diversos restaurantes, barra-cas e muita diversão.A Praia do Futuro, a 10km do Centro da cidade, é a maisfreqüentada durante o dia. Nas noites de quinta-feira, acon-tece a tradicional “caranguejada”: dezenas de barracas ofe-recem os mais variados pratos de caranguejo, acompanha-dos por música ao vivo e shows de humor.

A Praia de Iracema distingue-se pelos seus bares,restaurantes e pela movimentada vida noturna. Láestão localizados a Ponte dos Ingleses — um doscartões-postais de Fortaleza, de onde se podem vergolfinhos e um belíssimo pôr-do-sol — e o CentroDragão do Mar de Arte e Cultura, centro de lazer

e cultura que se tornou um ícone da cidade.

Onde comer?Para quem quer conhecer os pratos tradicionais do Ceará,como a tapioca, as opções são o restaurante Coco Bambue o Centro das Tapioqueiras, que fica em Eusébio, cidade

Com a proximidade do 63o Congresso da SBD, que acontecerá em Fortaleza entre os dias 6 e 10 de setembro, preparamos um guia especial com as principais atrações

da cidade cearense.

vizinha a Fortaleza. São mais de 50 tipos diferentes detapiocas, variando entre doces e salgadas.Para os amantes de frutos do mar, o restaurante Milmaresoferece cozinha refinada que explora ao máximo a diversi-dade do litoral e da culinária regional. Na Avenida Beira-Mar,quiosques e barracas também oferecem opções de frutosdo mar.Aproveite ainda para se refrescar com os mais de 50sabores de frutas regionais e naturais da Sorveteria Tropical.

Onde comprar?Aberta todos os dias, atradicional feira de arte-sanato da Avenida Beira-Mar oferece desde traba-lhos em renda e couroaté bijuterias e comidastípicas. O artesanato cea-rense pode também ser encontrado no Mercado Central.São quatro andares com milhares de artigos da cultura nor-destina, como redes, crochês, suvenires, camisetas, entreoutros. Outra opção de compras está nas centenas de lojasque se estendem por toda a Avenida Monsenhor Tabosa.

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Campanhas sociais da SBDNo segundo semestre de 2008, além da tradicionalCampanha Nacional de Prevenção do Câncer da Pele, aSBD promove outras duas campanhas sociais.

Integrando os eventos do Dia Nacional de Combate aoFumo, comemorado em 29 de agosto, a entidade realizou acampanha “Pare de fumar ou sinta na pele”, com o objetivode esclarecer as conseqüências cutâneas do tabagismo.Foram enviados cartazes às Regionais e aos Serviços Cre-denciados com informações ressaltando as implicações esté-ticas do fumo: envelhecimento facial; pele amarelada, pálida eatrófica; contornos ósseos mais acentuados; linhas mais mar-cadas, principalmente nas mulheres; maior índice de compli-cações nas cirurgias plásticas.

Informações mais aprofundadas podem ser adquiridasatravés do site da SBD, na palestra on-line "O tabagismo e suasconseqüências na pele", proferida pelo dr.Marcus Maia.A campanha foi muito

bem recebida pelos médicos e entidadesengajados na luta contra o tabagismo, osquais parabenizaram a SBD pela iniciativa.

Em outubro, a SBD realiza a campanha do Dia Nacionalda Psoríase, englobando ações de esclarecimento sobre adoença, voltadas para a comunidade e a mídia. O projetoestreou em 2006 e este ano será coordenado pelos drs.Maria Denise Takahashi e Ricardo Romiti.

Visando elucidar as principais questões a respeito dapsoríase, a SBD produzirá materiais educativos — folders,cartazes e banners—, além de manter disponíveis informa-ções sobre a doença no site da entidade para o públicoleigo. As atividades planejadas para este ano incluem a ins-talação de tendas em locais públicos para distribuição defolhetos explicativos à população, no dia 25 de outubro, e arealização de palestras educativas para pacientes, no âmbi-to dos Serviços Credenciados, no dia 29.

Através de atividades de conscientização, a SBD preten-de melhorar a qualidade de vida dos doentes, mostrandocomo identificar a psoríase, quais são os tratamentos ecomo é possível conviver com a doença. Além disso, espe-ra-se ajudar a reduzir o preconceito, divulgando à socieda-de civil que a psoríase não é contagiosa.

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De trajetória brilhante, o pro-fessor Tancredo Alves Furtado,grande expoente da dermatologiabrasileira, atuou em áreas diversas,destacando-se como educador,cientista e médico.

Nasceu em Carmo do Paranaíba,MG, em 1923, filho de Luciano

Furtado da Silva e Lucília Alves Furtado. Sua opção por medicinasofreu forte influência familiar,uma vez que pai e avô materno erammédicos atuantes e respeitados no interior de Minas.Casou-se comMaria da Conceição Barbosa Melo, e tiveram seis filhos.

Graduou-se em medicina em 1946 pela Faculdade deMedicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Comincentivos de grandes mestres da época, seguiu para umatemporada de aprimoramento científico nos EstadosUnidos, com estada em Kansas, Califórnia e Nova York.

No âmbito acadêmico, foi professor catedrático de der-matologia da Faculdade de Ciências Médicas de MinasGerais (63-82), professor titular de dermatologia daUniversidade Federal de Minas Gerais, de cuja Faculdade deMedicina foi também diretor (82-86). Foi professor visitan-te em Chicago (Illinois University), Washington (ArmedForces Institute of Pathology) e no México.

Com participação e atividade associativa ampla, naSociedade Brasileira de Dermatologia foi presidente, mem-bro do Conselho Deliberativo, das comissões de ensino edo corpo de redatores dos Anais. Participou de várias dire-

Diretoria 2007-2008Presidente dr. Marcelo Grossi Araújo Vice-Presidente dra. Flávia Vasques Bittencourt Secretária-Geral dr. Glaysson Tassara Tavares 1a Secretária dra. Dra. Maria Ester Massara Café Tesoureiro dr. Everton Carlos Siviero do Vale

Coord. Eventos e Comis. Cient.: dr. Claudemir R.AguilarCoord. Médico Mídia Eletrônica: dr. Bernardo Gontijo

Prof. Tancredo Alves Furtado

Prof. Tancredo Alves Furtado

u l t o sVd a D e r m a t o l o g i aPor dra. Flávia Vasques Bittencourt, vice-presidente da SBD-MG

Av. João Pinheiro, 161 - Sala 20230130-180 - Belo Horizonte - MGTel.: (31) 3247-1627 - Fax: (31) 3247-1632email: [email protected]

No de associados - 480

� Faculdade de Medicina da Uni. Federal de Minas Gerais� Hospital Universitário da Univ. Federal de Juiz de Fora� Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte � Universidade Federal de Uberlândia

torias da SBD – Seção Minas Gerais e da Associação Médicade Minas Gerais, sendo membro efetivo ou honorário de22 sociedades científicas.

Com vasta produção científica é autor de três teses,diversos livros, monografias, inúmeros capítulos de livros emais de 200 trabalhos científicos em periódicos nacionais eestrangeiros. Foi agraciado com vários títulos honoríficos,como Medalha de Honra da Inconfidência (1983) eComenda Carlos Chagas (1986), entre outros.

Afastado de suas atividades desde 1998, quando se apo-sentou, o professor Tancredo deixa em quem teve a honra deseu convívio um exemplo de dedicação e profissionalismo.

R e g i o n a l M i n a s G e r a i s

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Oexame do TED Especial constou de duas partes: prá-tica e teórica, esta eliminatória, realizada em cinco estadosdo país: Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande doSul e São Paulo. Por determinação da AMB, a parte teóricasó pôde conter 30 testes, sendo obrigatória uma parte dis-sertativa, com valor maior. Nessa etapa foram aprovados194 candidatos, dos 368 inscritos.

De acordo com a presidente da Comissão do TítuloEspecial da SBD, dra. Maria Denise Takahashi, a parte disser-tativa continha 11 questões – das quais o candidato pôdeescolher 10 para responder – apresentando, sempre umdoente comalguma derma-tose vista nodia-a-dia dodermatologista.As perguntas

eram quase todas sobre as condutas diagnósticas ou tera-pêuticas, relativas àquelas doenças.“Nós acreditávamos quea maioria dos inscritos seria aprovada, já que tinha 15 oumais anos de prática dermatológica”, comenta.

Também por determinação da AMB, os habilitados naprimeira etapa participaram da prova prática oral no dia29 de junho de 2009, no Hotel Jaraguá, em São Paulo.Dos 194 convocados, 190 foram aprovados. De acordocom a dra. Maria Denise Takahashi, a prova oral foi aplica-da com a ajuda de dermatologistas, todos com título dedoutorado. Os casos clínicos eram projetados em um

Sai resultado da prova do

TED Especial da SBD

Os professores que aplicaram a prova oral

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telão, e o examinador argüía o candidato. Foram solicita-das hipóteses diagnósticas, condutas diagnósticas ou tra-tamentos. Na maioria das mesas havia uma testemunhapresente. Além disso, foram oferecidos a cada turma umexame histopatológico e um micológico para diagnóstico.A dra. Ana Maria F. Roselino, professora-associada e pre-ceptora da Residência em Dermatologia da Faculdade deMedicina de Ribeirão Preto (USP), aplicou a prova e aconsiderou bem elaborada “tanto pelo modus faciendicomo pelo conteúdo”, afirma.

“A prova oral foi realmente gratificante para nós daComissão do TED. Todos ficaram contentes com a partici-pação: os candidatos, os doutores convidados e as testemu-nhas”, relata a dra. Maria Denise Takahashi. A Comissão doTED da SBD é formada pelos professores Maria DeniseTakahashi, Bernardo Gontijo, Jackson Machado-Pinto, SilvioAlencar Marques, Artur Antonio Duarte, José AntonioSanches Júnior, Lia Cândida Miranda de Castro, JoséHermênio Cavalcante Lima Filho e Silmara Cestari, a última,membro ad hoc.

O dr. Paulo Notaroberto foi um dos 368 dermatolo-gistas que fizeram a prova do TED. Ele conta que há 12anos, época em que fez pós-graduação, estava muito foca-do em elaborar sua monografia, além de ter outras prio-ridades. “Cinco anos depois, quando prestei exame paraobter o título, havia perdido o ritmo de estudo e ficou difí-cil”, conta. Para ele, com a iniciativa da atual Diretoria, aprova foi mais direcionada para as partes clínica e teórica,embora com complexidades. “Não foi fácil, mas uma boaprova de se fazer. Eu me preparei bem e passei bem”,reflete. “Sem o título, naturalmente, me afastei um poucoda SBD. Agora já sinto maior proximidade com a entida-de, logo estou inscrito na Sociedade Brasileira de CirurgiaDermatológica e quero me aproximar e participar cadavez mais da SBD. Gostaria, aliás, de parabenizar a atual ges-tão pela realização do TED Especial, porque criou a opor-tunidade de regularizar como sócio efetivo, com suasprerrogativas de direitos e deveres, parcela grande desócios contribuintes”, encerra.

As associadas mais antigas da SBD que conquistaramo Título Especial, as dras. Sulamita Costas e RosamariaKelbert, foram congratuladas pela entidade com bolsaspara participar do XII Congresso Uruguaio de

As primeiras colocadas na Prova de Título deEspecialista da SBD, realizada em março, são provenientesdo Nordeste, as doutoras, à direita, Larissa Morais daCosta (RN) e, à esquerda, Mariana Modesto Dantas deAndrade Lima (PE)

Fora dos grandes centros:primeiras colocadas no TED da SBD

Algumas históriasDermatologia. A catarinense Rosamaria Kelbert achouesse prêmio “fabuloso”: “Estou supercontente e agrade-cida por ser considerada merecedora”, afirma. Ela contaque passou a infância em Maringá, no Paraná, de ondesaiu para estudar medicina na Universidade Federal doRio de Janeiro. “A maior parte da minha formação clíni-ca se deu na Santa Casa de Misericórdia, onde tambémme especializei em Dermatologia”, diz. Trabalhou comodermatologista estatutária no Centro de Saúde, emPetrópolis e em clínicas particulares da cidade, ondemora há 26 anos. Atualmente atua em seu consultórioparticular.

Em sua opinião, a prova escrita do TED Especial foibem arrochada. “O que só aumentou a aflição e expecta-tiva para a prova prática. Para minha surpresa, e dos cole-gas de luta, a parte prática foi bem mais tranqüila.Achei oteste de modo geral muito bem organizado e condizentecom a experiência de trabalho dos candidatos”, afirma. Elainforma também que estudou apoiada nos livros dos pro-fessores Luna Azulay, Sebastião Sampaio, René GarridoNeves e Artur Duarte, entre outros.“Valeu.Tanto aprendicomo relembrei muita coisa, num prazo bastante reduzi-do”, encerra.

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Instituição Inscritos Presentes Ausentes Conv. 2F* Habilitados % Habil.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS MACEIÓ AL 1 1 0 1 1 100INSTIT. DERMATOLOGIA TROPICAL E VENEREOLOGIA MANAUS AM 3 3 0 0 0 –FACULDADE DE CIÊNCIA DA SAÚDE UNIV. DO AMAZONAS MANAUS AM 1 1 0 1 1 100HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. EDGARD SANTOS SALVADOR BA 16 15 1 9 9 60ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA SALVADOR BA 8 4 4 2 2 50UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FORTALEZA CE 1 1 0 0 0 –CENTRO DE DERMATOLOGIA DONA LIBÂNIA FORTALEZA CE 1 1 0 0 0 –HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA BRASÍLIA DF 4 4 0 3 3 75UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO UFES VITÓRIA ES 3 3 0 2 2 66,67IRMANDADE DA STA. CASA DE MISERICÓRIDIA DE VITÓRIA VITÓRIA ES 1 1 0 0 0 –HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIV. FEDERAL DE GOIÁS GOIÂNIA GO 3 2 1 1 1 50SANTA CASA DE MISERICORDIA DE BELO HORIZONTE BELO HORIZONTE MG 6 5 1 4 4 80HOSPITAL UNIVERSIT. DA UNIV. FED. DE JUIZ DE FORA JUIZ DE FORA MG 12 10 2 7 7 70FAC. DE MEDICINA DA UNIVERS. FED. DE MINAS GERAIS BELO HORIZONTE MG 5 5 0 4 4 80UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ BELÉM PA 9 8 1 2 1 12,50SERVIÇO DE DERMATOLOGIA UNIV. FED. PERNAMBUCO RECIFE PE 22 20 2 13 13 65FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE PERNAMBUCO RECIFE PE 3 3 0 3 3 100CENTRO ESTUDOS DERMATOLÓGICOS DE RECIFE CEDER RECIFE PE 2 2 0 2 2 100FACULDADE EVANGÉLICA DE MEDICINA DO PARANÁ CURITIBA PR 1 1 0 0 0 –UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CURITIBA PR 1 1 0 1 1 100SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO RIO DE JANEIRO RIO DE JANEIRO RJ 21 17 4 14 13 76,47HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RJ RIO DE JANEIRO RJ 4 4 0 4 4 100HOSPITAL CENTRAL DO IASERJ RIO DE JANEIRO RJ 1 1 0 1 1 100HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE UNIRIO RIO DE JANEIRO RJ 10 9 1 4 4 44,44HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO RIO DE JANEIRO RJ 8 7 1 3 3 42,86HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO RIO DE JANEIRO RJ 7 7 0 5 5 71,43HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTONIO PEDRO NITERÓI RJ 26 21 5 13 13 61,90HOSPITAL DA LAGOA RIO DE JANEIRO RJ 1 1 0 1 1 100POLICLÍNICA GERAL DO RIO DE JANEIRO RIO DE JANEIRO RJ 2 2 0 0 0 –HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS RIO DE JANEIRO RJ 1 1 0 1 1 100HOSPITAL GERAL DE BONSUCESSO RIO DE JANEIRO RJ 3 3 0 1 1 33,33UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE NATAL RN 3 3 0 2 2 66,67UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PORTO ALEGRE RS 3 3 0 0 0 –IRM. DA SANTA CASA DE MISER. DE PORTO ALEGRE PORTO ALEGRE RS 10 8 2 6 6 75FUNDAÇÃO FAC. FED. CIÊNCIAS MÉDICAS PORTO ALEGRE PORTO ALEGRE RS 5 5 0 5 5 100AMBULATÓRIO DE DERMATOLOGIA SANITÁRIA RS PORTO ALEGRE RS 1 1 0 1 1 100HOSPITAL UNIVERS.WLADIMIR ARRUDA UNIV.STO.AMARO SANTO AMARO SP 1 1 0 1 1 100COMPLEXO HOSPITALAR HELIÓPOLIS INAMPS/SUS SÃO PAULO SP 6 6 0 3 3 50INSTITUTO LAURO DE SOUZA LIMA SP BAURU SP 5 4 1 2 2 50ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA UFSP SÃO PAULO SP 1 1 0 1 1 100HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL SP SÃO PAULO SP 7 7 0 5 5 71,43FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ JUNDIAÍ SP 2 2 0 1 1 50FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO SP 11 10 1 6 6 60FACULDADE DE MEDICINA DO ABC SANTO ANDRÉ SP 1 1 0 1 1 100HOSPITAL E MATERNIDADE CELSO PIERRO PUC CAMPINAS CAMPINAS SP 5 5 0 4 4 80FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA MARÍLIA SP 3 3 0 2 2 66,67UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA BOTUCATU SP 4 4 0 4 4 100HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FMUSP SÃO PAULO SP 6 6 0 5 5 83,33HOSPITAL CENTRAL DA SANTA CASA DE SÃO PAULO SÃO PAULO SP 1 1 0 0 0 –HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL SP SÃO PAULO SP 3 3 0 0 0 –FAC. ESTADUAL DE MED. DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SP 1 0 1 0 0 –OUTROS 78 73 5 39 38 52,05Não realizei residência médica, estágio ou Especialização em Dermatologia 24 23 1 4 3 13,04

Total Geral do Concurso 368 334 34 194 190 56,89

TED Especial - Estatística final por Serviço Credenciado

Opção Inscritos Presentes Ausentes Conv. 2F* Habilitados % Habil.

Associado quite da SBD 288 258 30 151 149 57,75Associado quitado AMB (mediante comprovação) 25 23 2 16 16 69,57Não associado da SBD e não associado da AMB 55 53 2 27 25 47,17

Total Geral do Concurso 368 334 34 194 190 56,89

Estatística final por opção

* Convocados para a segunda faseFonte: P:\SBDE0801\REPORT\ProvaOral\Estatistica Final ServCred.rpt emissão: 12/08/2008 10:36:10 (Fundação VUNESP)

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�� CartaRibeirão Preto, 25 de julho de 2008

Ilma. Sra.Profa. Dra. Alice de Oliveira de Avelar AlchorneMD Presidente da SBD

Ilma. Sra.Profa. Dra. Maria Denise TakahashiMD. Presidente da Comissão do TED

Prezadas professoras,Com muita satisfação venho cumprimentá-las, cum-

primento este estendido aos demais componentes daDiretoria da SBD, aos colegas da Comissão do TED, assimcomo a todos os professores convidados para o exameprático, funcionários e equipe Vunesp pelo excelenteexame aplicado aos colegas dermatologistas com mais de15 anos de atuação na especialidade.

Como participante da prova oral, reitero meus espe-ciais cumprimentos tanto pelo modus faciendi da provacomo pelo conteúdo. Foram abordadas dermatoses quesão prevalentes em nosso meio, as quais fazem parte dagrade curricular do curso de medicina e da formação doespecialista na residência médica em dermatologia, e, final-mente, cuja participação do dermatologista é essencialpara a elaboração do diagnóstico diferencial, a requisiçãode exames subsidiários e o tratamento.

Sem dúvida, foi oportunidade ímpar para nossos cole-gas adquirirem o título de especialista.Cordialmente,

Ana Maria F. RoselinoProfessora-associadaPreceptora da Residência em DermatologiaFaculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USPTel: +55.16.3633.0236Fax: +55.16.3633.6695E-mail: [email protected]

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Participe da Assembléia Geral da SBD

A Diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia convidatodos os associados para a Assembléia Geral da SBD, que aconte-cerá no dia 10 de setembro de 2008 (quarta-feira), das 9h30 às 11h,na sala 1 do Centro de Convenções do Ceará, durante o 63o

Congresso da SBD, em Fortaleza.

Na ocasião, haverá a cerimônia de posse da Diretoria biênio2009/10, formada por Omar Lupi (presidente) e Bogdana VictóriaKadunc (vice-presidente). Compareçam!

�� Painel

CBHPM: referencial paraa medicina brasileira

Em agosto de 2008, a Associação Médica Brasileira (AMB)lança a quinta edição da Classificação Brasileira Hierarquizada deProcedimentos Médicos (CBHPM). Essa atualização é o resultadode mais de um ano de trabalho da entidade no sentido de com-por o rol de procedimentos médicos que integrará a TerminologiaUnificada em Saúde Suplementar (Tuss), o novo referencial daAgência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a partir de 2009.

A CBHPM é referência básica dos procedimentos médi-cos e a origem de um eixo de ações da AMB na área téc-nico-científica. Sua aplicação é essencial para que haja trans-parência no sistema de saúde.

A primeira edição foi publicada em 2003 e, desde então,é revista anualmente. O principal escopo do documento élistar os procedimentos apropriados para uso clínico e,dessa forma, definir a integralidade da saúde. Existe umaCâmara Técnica que se debruça permanentemente sobre oassunto, analisando sugestões e revisando a lista existente.

A ciência oferece aos médicos novas possibilidades de diag-nóstico e tratamento que devem ser,quando demonstrados efi-cazes, incorporados à prática clínica, substituindo procedimen-tos que se tornaram obsoletos. Nessa complexa dinâmica estáo grande valor da CBHPM.

Ao lado da avaliação da efetividade dos procedimentosque compõem a CBHPM, existe um processo de hierarqui-zação em que entram critérios como: tempo de execução,grau de responsabilidade e complexidade, refletindo o esfor-ço necessário para sua realização.

Para elaborar uma edição da CBHPM,é preciso reunir as 53sociedades de especialidade reconhecidas no Brasil e solicitarque analisem os procedimentos de suas áreas respectivas.Todosos procedimentos são colocados em rol único, em que a con-sulta é o fator de normatização, e eventuais desvios são objetode revisão individualizada.

Quando surge uma proposta para incluir ou retirar algumprocedimento médico, ela é encaminhada à equipe de medi-cina que, com base em evidências, analisa as justificativas. Oprojeto também é enviado à Câmara Técnica da CBHPM,composta por representantes da AMB, CFM, Fenam, Unidas,Unimed e Fenasaúde.

A AMB propôs que a CBHPM fosse ado-tada como referencial para a remune-ração médica dentro de um conjuntode regras fixado por lei. O deputadoInocêncio Oliveira (PR-PE) apresentouo Projeto de Lei 3.466/2004, aprovadona Câmara dos Deputados e que, desdejunho de 2007, tramita no SenadoFederal como PLC n. 39/2007.

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Em julho deste ano, o governo de Portugal finalmentesancionou o acordo que pretende unificar a escrita do por-tuguês nos países que o adotam como idioma oficial. Brasil,Cabo Verde e São Tomé e Príncipe já haviam aprovado amedida, mas consideraram inviável colocá-la em prática sema adesão portuguesa. Agora, a implementação da reformaparece mais próxima, já que o governo luso se comprome-teu a realizá-la após período de transição de até seis anos.

Calcula-se que, com a adoção da nova ortografia, cercade 1,6% dos vocábulos portugueses sofrerão alterações. Amudança mais significativa consiste na eliminação das con-soantes mudas c e p, além do h inicial. Dessa forma, tecto,acto, eléctrico, baptismo, óptimo, herva e húmido passarãoa ser grafados à moda brasileira.

No Brasil, haverá mudança em aproximadamente 0,5%das palavras. Será o caso da perda do acento circunflexonas formas verbais deem, leem, veem e nas paroxítonasterminadas em oo, como voo e enjoo. Também serão eli-minados os acentos agudos dos ditongos ei e oi em sílabatônica de palavras paroxítonas, caso de heroico e assem-bleia. Além disso, o trema deixará de existir, não havendomais acentuação sobre o u de palavras como linguiça, tra-quilidade e frequência.

Outra mudança importante será a reintrodução do K,Y e W no alfabeto da língua portuguesa. Para o professor

Sebastião Sampaio, o retorno das letras representa impor-tante progresso para a escrita científica, visto que suaexclusão tornou mais difícil a transcrição de nomesestrangeiros e abreviaturas científicas. “Recentemente,revisei uma obra e não sabia como proceder. Usando ostermos com a tradução em português os leitores nuncaencontrariam as referências na literatura. A solução foimanter os nomes em inglês e acrescentar no final a tradu-ção. Com a reforma, será possível utilizar termos científi-cos não alterados”, ressalta.

As regras para uso do hífen também serão mudadas.O sinal gráfico não mais será utilizado antes de vocábu-los que comecem por r ou s, devendo a letra ser dupli-cada. É o caso de antissemita e contrarregra. Já em ter-mos como micro-ondas e arqui-inimigo, o hífen seráintroduzido. Para Márcio José Lauria, professor deLiteratura e Teoria Literária da Unip de São José do RioPardo, atual presidente do Conselho Euclidiano e autorde vasta obra literária, foi justamente neste ponto que anova reforma se mostrou tímida. “O acordo não atacoucorajosamente o maior de seus problemas conflitantes— o uso, ou não, do hífen em vocábulos compostos ouiniciados por prefixos. Saber a correta grafia de palavrascomeçadas por ‘pre’, por exemplo, exige praticamenteque se memorize palavra por palavra”, observa.

Unificação da língua portuguesa:um fato ou um facto?

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Vantagens e desvantagensOs defensores do acordo afirmam que a persistência de

duas ortografias oficiais da língua portuguesa dificulta a difusãode informações e mesmo as relações econômicas entre osmembros da CPLP. “Livros, jornais e revistas editados atual-mente no Brasil têm dificuldade de aceitação nos outros paí-ses por causa das inúmeras diferenças de grafia”, afirma Lauria.

Com a unificação, poderá haver maior cooperação edu-cacional entre os países de língua portuguesa, pois livros edemais materiais didáticos poderão ser facilmente reprodu-zidos em qualquer nação lusófona. Além disso, será possívelestabelecer certificação comum de proficiência em línguaportuguesa para estrangeiros.

Apesar de ser a terceira língua ocidental mais falada nomundo, com cerca de 250 milhões de falantes nativos, o por-tuguês não goza de grande prestígio internacional, situaçãoque também é atribuída à existência da dupla grafia. Contudo,para Lauria, a unificação ortográfica terá efeito pouco signifi-cativo nesse sentido.“O fortalecimento internacional de umalíngua é decorrente do desenvolvimento social, cultural e eco-nômico dos países que a utilizam. Não é agora, nem será emfuturo próximo, o caso do português, que nem é tido comoum dos idiomas oficiais da ONU”, observa.

Entre os críticos, os argumentos giram em torno dos ele-

vados custos que a unificação implicará. Dicionários, gramá-ticas e livros escolares ficarão obsoletos em curto espaçode tempo e precisarão ser reeditados, assim como todas asdemais obras literárias. No Brasil, a preparação e revisão deum único livro custa em média cinco mil reais, e a atualiza-ção de um dicionário fica entre 200 e 400 mil reais.

Outro ponto muito criticado do acordo ortográfico foi amanutenção da dupla grafia de diversas palavras, como formade contemplar as diferenças fonéticas existentes.Assim, amída-la/amígdala, cacto/cato, infecção/infeção, abdômen/abdómen,acadêmico/académico, oxigênio/oxigénio, crônico/crónico,entre muitas outras, continuarão sendo escritas de duas manei-ras, de acordo com a pronúncia de cada região.“Querer escre-ver de acordo com a pronúncia é uma aberração. O inglês éescrito da mesma maneira, porém é pronunciado e faladodiversamente por milhões na maioria dos países civilizados. Oportuguês pode ser pronunciado diferentemente em Portugal,Brasil e ex-colônias portuguesas, porém é imprescindível queseja escrito da mesma maneira”, opina o dr. Sampaio.

Entre aspectos positivos e negativos, o Acordo Ortográficoprivilegiou a maneira brasileira de encarar a maioria das questõesdo idioma até então pendentes.“A força populacional, econômi-ca e política do Brasil explica que a língua portuguesa em evidên-cia nos estudos, no jornalismo e na ciência do mundo todo terácada vez mais esta feição nossa”, conclui o professor Lauria.

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em 1990, pelos

representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal

e São Tomé e Príncipe, com o objetivo de dar fim à existência de duas normas

ortográficas oficiais divergentes: a brasileira e a luso-africana. Em 2004, após obter

sua independência, o Timor-Leste também aderiu ao acordo.

As divergências entre a ortografia utilizada no Brasil e aquela empregada nos

demais países de língua portuguesa tiveram início em 1911, quando Portugal realizou

profunda reforma ortográfica, sem qualquer acordo com o Brasil.A partir de então,

a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras protagonizaram

diversas tentativas para estabelecer uma grafia comum a ambos os países.

Originalmente, o Acordo de 1990 deveria entrar em vigor após quatro anos,

caso fosse ratificado por todos os signatários.A falta de aprovação geral impediu

o cumprimento do prazo e levou os representantes da Comunidade dos Países

de Língua Portuguesa (CPLP) a modificar as regras. Em 2004, estabeleceu-se que

a ratificação do Acordo por três membros da CLPL seria suficiente para que ele

entrasse em vigor nesses países.A recente adesão de Portugal reacendeu as dis-

cussões em torno da proposta, evidenciando que, apesar do comprometimento

dos governos, não há consenso entre a sociedade lusófona.

Alterações no vocabulário científico:Reumatóide, linfóide, fungóide, plas-mocitóide - perderão o acento agudo, comoheróico e andróide.Protéico - perderá o acento agudo comoassembléia e européia.Infecção/infeção - serão aceitas as duas for-mas de escrita.Microorganismo - ganhará hífen, comomicro-ondas.

Histórico

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Prof. Fernando Augusto de AlmeidaDermatologista, ex-presidente da SBD, fundador e coordenador científico do Grupo Brasileiro de Melanoma e professor adjunto

da Universidade Federal de São Paulo.

Fronteiras da Dermatologia

O melanoma cutâneo, embora corresponda a apenas4% dos tumores malignos da pele, é responsável por cercade 80% das mortes por esses tipos de tumor, e, apesar dosgrandes avanços, nas últimas décadas, nas pesquisas dessetumor, sua incidência continua aumentando.

Clínica e fatores de riscosOs dermatologistas conhecem bem os aspectos clínicos

da doença, utilizam quase rotineiramente a dermatoscopiaem seus serviços e clínicas, e têm conhecimento dos fatoresde riscos, tais como a exposição aguda intermitente à luzsolar, múltiplos nevos melanocíticos, nevos displásicos,propensão a queimaduras solares e episódios dequeimaduras solares e história familiar de melanoma.

PrognósticoO prognóstico dos pacientes com melanoma cutâneo

depende do diagnóstico precoce e principalmente de fatorescomo espessura do tumor (índice de Breslow), ulceração, índicemitótico e presença ou ausência de metástases linfonodais e sese trata de micro ou macrometástases, existindo sempre con-duta interdisciplinar, evolvendo dermatologistas, dermatopatolo-gistas, cirurgiões oncologistas e oncologista clínico.

Cabe ressaltar que não se deve afirmar ao paciente apossibilidade de cura, mas antes de controle da doença, poismuitas vezes existe comportamento biológico inesperadodas células tumorais em que, por exemplo, melanomas finosconsiderados de bom prognóstico evoluem para metás-tases, dependendo provavelmente do comportamento demutações genéticas e outros fatores ainda não conhecidos.

O fato triste é que, apesar de todos os enormesesforços para encontrar efetivo tratamento para omelanoma metastático, a doença continua extremamentenão cooperativa. A combinação de drogas quimioterápicas,bioquimioterapia ou mesmo droga tendo como alvo asmutações do gene Braf, e as vacinas ainda não alcançaram acura da doença, que permanece resistente como sempre.

HistopatologiaPor consenso, um laudo correto do exame anatomopa-

tológico deve conter as seguintes informações: tipo histológico,fase de crescimento (radial ou vertical), nível de Clark, índice de

Breslow, infiltrado linfocitário, atividade mitótica, ulceração,regressão, permeação vascular, satelitose e lesão associada.

Com relação ao exame anatomopatológico do linfono-do sentinela, as normas seriam evitar o exame de conge-lação, examinar tecidos bem fixados, examinar múltiplosníveis de ambas as metades do linfonodo dividido, examinarníveis intervalados HE e S100, HMB45, sendo o RT-PCRainda reservado para protocolos.

Genética – Predisposição hereditáriaCerca de 10% dos pacientes com melanoma têm

história familiar, o que sugere predisposição hereditária,geralmente em associação com a síndrome do nevo dis-plásico. Mutações germinativas de dois genes, o CDKN2A eo CDK4, são associadas ao risco de desenvolvimento demelanoma; entretanto essas mutações são identificadas em30% das famílias, sugerindo que outros genes podem pre-dispor ao melanoma. Variantes no gene do receptor demelanocortina1(MC1R) podem estar associadas ao aumen-to do risco de melanoma.

Mutações em Braf são comuns (60%) em áreas deexposição intermitente ao sol e são raras em pele expostascronicamente à luz solar. Melanomas acrais e de mucosastêm padrões distintos de alterações cromossômicas com-parados com os de outros locais.

Linfonodo sentinelaEmbora ainda não exista consenso sobre a indicação

para a pesquisa do linfonodo sentinela, essa técnica depequena morbidade é importante para o estadiamento eprognóstico da doença, e controle da doença regional, emelhora da sobrevida para os pacientes com linfonodo po-sitivo de espessura intermediária.

A maioria dos cirurgiões oncologistas tem indicado abiópsia do linfonodo sentinela para lesões primárias comBreslow acima de 0,76mm e para Breslow inferior a0,76mm associado a ulceração e índice mitótico diferentede zero, principalmente em pacientes jovens.

Melanoma cutâneo

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Papilomavírus humano em CarcinomaEspinocelular

Asgari e cols. examinaram a prevalência de papilomaví-rus humano (HPV) em amostras de tecidos de 85 pacien-tes imunocompetentes com carcinoma espinocelular(CEC) confirmado histologicamente em 95 controles,pareados por idade, sem história de câncer de pele. A taxageral de detecção do DNA do HPV foi maior em lesões(54%) e tecidos próximos às lesões (50%) e em ambos ostecidos normais expostos (59%) e não expostos ao sol(49%) dos controles. Alta prevalência de DNA do papilo-mavírus humano entre os controles indica que o HPV DNAestá amplamente distribuído na população em geral, aopasso que a detecção diferencial em tumores da espécieHPV betapapilomavírus 2 sugere que certos tipos de HPVpodem estar envolvidos na evolução do CEC.� J Invest Dermatol 2008; 128:1.409-1.417.

O gene que codifica a filagrina e a alergia aoníquel

Para avaliar a relação entre o gene que codifica a filagri-na (FLG) e a sensibilização de contato alérgica, Novak ecols. realizaram a fenotipagem dermatológica das duasmutações prevalentes de FLG – R501X e 2282del4 – em1.502 indivíduos. As associações de mutações de FLG comeczema atópico podem ser replicadas e estão muito rela-cionadas à pele seca, hiperlinearidade palmar e ceratosepilar. Estão também envolvidas a sensibilização de contatoao níquel e ao níquel associada à alergia a jóias, mas semoutros alérgenos de contato. Os investigadores concluíramque deficiência de FLG determinada geneticamente semanifesta como pele seca e com características de ictiosevulgar, e que esse tipo de deficiência pode ser fator de riscopara sensibilização de contato aos alérgenos.�J Invest Dermatol 2008; 128:1.430-1.435.

Estudo multicêntrico randomizado de terapia fotodinâmica com metil aminolevulinatotópico comparada à crioterapia para cerato-ses actínicas múltiplas nas extremidades

Estudo intra-individual, aberto, multicêntrico, randomi-zado, controlado, de comparação entre os lados direito eesquerdo de pacientes com ceratoses actínicas não hiper-ceratóticas, tratados apenas uma vez por terapia fotodinâ-mica com metil aminolevulinato – (TFD-MAL) e criotera-pia em um lado do corpo. Na 12a semana, as lesões quenão mostravam resposta completa foram tratadas nova-

mente. A principal variável de eficácia foi a resposta na 24a

semana. A avaliação do resultado cosmético pelo investiga-dor, a preferência do paciente em termos de resultado cos-mético e o questionário de preferência do paciente foramtambém analisados na 24a semana. Foram incluídos 121pacientes com 1.343 lesões (98% localizadas nas extremi-dades, e o restante no tronco e pescoço). Ambos os trata-mentos propiciaram grande redução percentual média nacontagem de lesões na 24a semana: 78% para TFD-MAL e88% para crioterapia (P = 0,002, para a população do pro-tocolo). A avaliação do resultado cosmético pelo investiga-dor foi significativamente melhor para TFD-MAL do quepara crioterapia (P < 0,001), e 79% das lesões tiveramresultado cosmético excelente com TFD-MAL em compa-ração com 56% das lesões com crioterapia, na 24a semana.O resultado cosmético alcançado com TFD-MAL foi tam-bém o preferido dos pacientes comparado ao da criotera-pia (50% x 22%, respectivamente; P < 0,001). Além disso,59% dos pacientes prefeririam que as novas lesões fossemtratadas com TFD-MAL em relação a 25% com crioterapia(P < 0,001).Ambos os regimes terapêuticos foram segurose bem tolerados. A TFD-MAL foi inferior à crioterapia, masos pacientes preferiram a terapia fotodinâmica com MAL.�Br J Dermatol 2008; 158:994-9.

Medida de temperatura de ulceraçãoAs complicações de membros inferiores em pacientes

diabéticos freqüentemente estão associadas à neuropatiasensorial. A identificação de inflamação pré-ulcerativa nospés pode prever a ulceração. Armstrong e colaboradoresrealizaram um estudo clínico randomizado, controlado,cego para médicos, com duração de 18 meses, para ava-liar a efetividade de monitoramento da temperatura pelopróprio paciente, através de sonda infravermelha, parareduzir a incidência de úlceras de pés em veteranos deguerra diabéticos de alto risco. Surpreendeu o fato de queos pacientes que apresentaram úlceras reportaram tem-peratura 4,8 vezes mais alta no lado comprometido emum pé do que no lado correspondente do outro pé.Considerando que os pacientes diabéticos, suas famílias emesmo os profissionais de saúde têm dificuldade paraidentificar os sinais iniciais de alerta para ulceração demembros inferiores, esses resultados sugerem fortementeque a implementação de estratégia com um simples medi-dor de temperatura possa ser usada para reduzir as úlce-ras de pé de modo efetivo.�Am J Med 120:1042-6, 2007.

Pérolas do Journal of Investigative DermatologyEdição de junho de 2008

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Xô, estresse!Arotina do médico é bastante agitada. Parte da cate-goria, para aumentar os rendimentos, acumula várias ativida-des, além de outros compromissos como participação emcongressos, cursos e atribuições da vida pessoal. Segundo apsicóloga e psicoterapeuta Célia Regina Carvalhal, a medici-na é uma das carreiras que mais geram estresse porque lidacom a vida humana. Com isso, os responsáveis por cuidardo bem-estar dos outros são atores de saúde prejudicada,que se alimentam mal e apresentam sinais de estresse.

Para o dr. Hamilton Stolf esse é um grande desafio.“Sempre tenho postergado cuidar de minha saúde.Atualmente venho tentando baixar meu peso para melho-rar o preparo físico e assim continuar enfrentando meusrivais nos jogos de tênis de campo, que são muito bons”,brinca. O dia-a-dia do professor da Faculdade de Medicinade Botucatu é cheio.Todas as segundas-feiras, ele se deslo-ca para a cidade de Campinas onde presta assessoria paraa Secretaria Municipal da Saúde. Ainda é chefe doDepartamento de Hanseníase da SBD e acumula cargo dediretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

“Participo de freqüentes reuniões em São Paulo naSBCD. Às vezes vou a São Paulo para participar de reuniõesdo Conselho da Resp e da Câmara Técnica de Dermatologiado Conselho Regional de Medicina (SP)”, informa. Comoninguém é de ferro, o dr. Hamilton também se diverte. Eleconta que nos finais de semana vai passear com o filho dedois anos na Lagoa do Taquaral, em Campinas.Também cos-tuma jogar tênis no Clube Círculo Militar.

A dra. Alessandra Yoradjia é assistente do Serviço deDermatologia do Hospital do Servidor Público Municipal, dáplantão no ambulatório de especialidades da Prefeitura deSão Paulo e ainda trabalha em um hospital privado e em seuconsultório particular.“Num mesmo dia chego a me deslocarpara três locais diferentes de trabalho.Ao mesmo tempo emque isso envolve cansaço, a correria muitas vezes me impedede me alimentar em horários adequados”, afirma. Segundoela outro motivo de estresse é o trânsito, muitas vezes caóti-co na cidade de São Paulo. Apesar do corre-corre, ela sepreocupa em atender muito bem seus pacientes. “Ter essaconsciência e a sensação de que estou fazendo algo corretoe útil é a melhor maneira de aliviar a tensão”, avalia.

Para conciliar tantas atividades, a dra. Magda Weber pedeauxílio, a começar pelos próprios familiares. “Felizmente euposso contar com a compreensão familiar, principalmente

nos momentos em que preciso me afastar devido às ativida-des fora da cidade”, cometa. Ela trabalha na UniversidadeFederal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, tanto na gra-duação quanto na pós-graduação — “o que envolve traba-lho no hospital, em ambulatórios e sala de aula”.

Um dos fatores que para ela garante mais tranqüilidadeé o fato de gostar muito do que faz. “Isso já evita muitosdesgastes.” Outro ponto é organizar a agenda e as ativida-des de forma que não haja compromissos todos os dias dasemana, assim sobra tempo para o lazer. “É bom ter o hábi-to de ler, fazer viagens e cultivar os amigos”, recomenda. Adra. Alessandra Yoradjia comunga da idéia. Ela reserva umtempo para atividades relacionadas ao esporte e a aulas de

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dança. “Procuro desenvolver também meu lado espiritual, oque me fortalece”, comenta.

A curitibana Débora Ataide não foge à regra: trabalhaem consultório privado e como preceptora noAmbulatório de Dermatologia do Hospital UniversitárioEvangélico de Curitiba. Ela considera a elevada carga horá-ria um dos principais motivos para aborrecimentos.“Contudo, para os que atuam na área estética, os riscos depossíveis complicações também afetam, pois trabalhamoscom resultados”, comenta. Segundo a dermatologista, emsituações estressantes o importante é manter o controle eresolver as questões com diplomacia.“Nas horas livres colo-co um tênis e vou correr num parque ou na rua, pois nada

melhor que uma corridinha para desestressar... Busco estaro máximo de tempo com minha filha, de nove anos, e meumarido, pois eles são meu maior tesouro”, derrete-se.

A psicoterapeuta Célia Regina Carvalhal diz que asvárias jornadas de trabalho expõem os dermatologistas alidar com chefes, pessoas diferentes, trânsito e a premênciado tempo, ocasionando alterações em seus ritmos internos.“O médico não olha para ele, por isso pode negligenciar asaúde. Ele tem o conhecimento sobre o que faz bem paraa sua saúde, mas nem sempre a consciência para mudar seuestilo de vida. Alguns deles não relacionam o estresse àsquestões emocionais, porém estas também devem ser leva-das em consideração”, considera.

Algumas dicas para evitar o estresse

� Respirar, respirar e respirar (usando as três etapas da respiração).

� Fazer algum trabalho ligado à ioga e meditação.

� Ter algum hobbie bastante diferente do trabalho, de forma sistemática.

Por exemplo, praticar culinária, caminhar, viajar, tocar algum instrumento.

� Fazer atividades físicas e ter boa alimentação.

� Rir muito: divirta-se.

� Sexo com qualidade: é necessário e bastante terapêutico.

� Viver o presente.

� Ouvir o seu corpo: relaxe, respire e medite.

� Não tentar ser onipotente.

� Não ter medo de compartilhar seus receios e desejos.

� Ser honesto com você e com os outros.

Fonte: Como lidar com o estresse em gerenciamento de projetos – profis-

sional e pessoal, de Célia Regina Carvalhal, editora Brasport.

“É bom ter o hábito de

ler, fazer viagens e cultivar

os amigos”

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JSBD – Quais são os principais benefícios depraticar atividades físicas? Ajuda a evitar oestresse?

Stella Torreão – Acredito que o maior benefício sejaa redução do risco de doenças crônicas e, conseqüente-mente, o aumento da longevidade. O mais importante é aaplicação da atividade que deve ser de intensidade mode-rada e regular. De fato ela tem impacto positivo sobre oestresse, já que a vida ativa contribui para a saúde mental epara o prazer de viver.

Entrevista com Stella Torreão

Bem-estar: exercícios físicos ajudam

no combate ao estresse

Mexa-se! Essa é uma das melhores maneiras de ter

saúde e reduzir o estresse.A professora de educação

física e empresária Stella Torreão falou para o

JORNAL DA SBD sobre o tema. Leia a seguir:

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JSBD – Os médicos costumam ter a rotina bas-tante atribulada. Qual a importância de separar naagenda um tempo para as atividades físicas?

ST – Eles são humanos e, como tal, suscetíveis a todosos danos causados pelo sedentarismo ou pela prática ina-dequada da atividade física. O mais importante é pensar noexercício como uma “poupança” e como uma boa “dosede vitamina” que em algum momento será de grande utili-dade. Se ela puder ser uma opção primária, melhor ainda.

JSBD – Existe algum truque para persistir pra-ticando tais atividades?

ST – A minha dica é procurar um lugar adequado, com pro-fissionais qualificados e principalmente com médicos, fisioterapeu-tas e professores. É importante que esses profissionais tenhamreferência de uma sociedade médica. Outra dica é diversificar asatividades, já que ajuda a fugir da rotina e traz enormes benefícios.

JSBD – Para quem pretende iniciar ou retomar,em quanto tempo os resultados aparecem? E quaissão as principais melhoras no estado da pessoa?

ST – Os resultados aparecem com assiduidade e disci-plina, assim como em um tratamento clínico. O mais impor-tante é a prescrição individual do treinamento.

JSBD – Quais são as dicas para quem quer con-jugar atividades físicas e pouco tempo?

ST – Para responder a isso, uso as palavras de JohnLocke: “Uma mente sadia, num corpo sadio é uma peque-na mas completa descrição de um estado feliz nestemundo”. É importante conjugar um programa individualiza-do com o tempo disponível, planejar com antecedência, tra-çar metas realistas, ter flexibilidade.

JSBD – Como conceitua “qualidade de vida”? Quaissão seus conselhos para quem quer ter uma vida boa?

ST – É preconizado que se exercite, de forma mode-rada, nos seis dias da semana, com duração de 60 minu-tos. Qualidade de vida é ter a certeza de que só comnossa saúde preservada podemos dar continuidade aosnossos objetivos. As etapas da vida propiciam muitosdesafios, e precisamos estar prontos para atingir as metasestabelecidas. A atividade física deve ser encarada comoum estilo de vida e deve estar incorporada ao comporta-mento de cada um. A medicina avança, a idade avança e odesuso vai contra o futuro. Sendo assim, inicie logo, bemorientado, a prática de exercícios, faça exames médicosperiódicos, alimente-se bem e divirta-se. O melhor detudo é poder optar por isso.

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1992

Prof. dr. Paulo Cunha�� LLiinnhhaa ddoo tteemmppoo

1993

1994

1996

1992 – Realiza-se no Rio deJaneiro a ECO-92, grande con-ferência mundial sobre o meioambiente que consagrou o con-ceito de desenvolvimento sus-tentável.

1994 – Nelson Mandela torna-se o primeiro presidente negroda África do Sul.

1994 – O real torna-se amoeda oficial brasileira, visando àestabilização econômica e àredução da inflação no país.

1997 – Lançamento do Jornal daSBD, que contaria, sucessiva-mente, com os seguintes coor-denadores médicos: IphisCampbell, Cyro Festa Neto,Alexandre Sittart, JacksonMachado, Alberto Cardoso e,atualmente, Paulo Cunha.

1997 – Tem início a EducaçãoMédica Continuada em Der-matologia (EMC-D), antiga metada SBD e até hoje um dos prin-cipais serviços prestados aoassociado.

1993 – Morre no dia 03 de março orenomado cientista Albert Sabin, co-nhecido internacionalmente por terdesenvolvido a vacina oral contra apoliomielite.

1993 – A SBD adquire sua atual sede,em andar inteiro, localizada na AvenidaRio Branco, no 39, 18o andar, durante apresidência de Jesus Rodriguez Santa-maria, o mais jovem presidente da enti-dade, que assumiu o cargo aos 38 anos.

1996 – Morre Osvaldo Costa, derma-tologista brasileiro mais citado em livrose revistas internacionais por ter descritoa acroqueratoelastoidose.

1996-1997 – A dermatologia brasilei-ra tem o privilégio de colocar dois deseus ilustres membros na presidênciada Academia Nacional de Medicina:Ruben David Azulay e Jarbas Porto.

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�� Serviços Credenciados

1997

� Hospital das Clínicas da UFPREm 2008, o programa de residência do Serviço de

Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federaldo Paraná (UFPR) completa 30 anos. Uma festividade reunindoex-residentes, médicos, professores e colaboradores está pro-gramada para o dia 07 de novembro.Agende-se! A história doprograma passa pela cadeira de clínica dermatológica e sifiligráfi-ca no currículo médico da Faculdade de Medicina daUniversidade do Paraná, criada em 1913.Em agosto de 1961, foiinaugurado o Hospital das Clínicas, maior hospital do estado naépoca. Só em 1968 a Clínica Dermatológica e Sifiligráfica, já como professor Ruy Noronha Miranda, foi incorporada aoDepartamento de Clínica Médica. E só em 1978 foi oficialmentecriada a Residência em Dermatologia que, desde então, formou28 residentes e nove especializandos, reconhecidos pela SBD,com 100% de aprovação na prova de Título de Especialista emDermatologia. O serviço foi sucessivamente coordenado pelosprofs. Fernando Laynes de Andrade, Luiz Carlos Pereira, JesusRodriguez Santamaria e Fabiane Mulinari Brenner.

� Hospital Naval Marcílio DiasNo dia 14 de junho aconte-

ceu a 10a Jornada de Der-matologia do Hospital NavalMarcílio Dias. O evento apre-sentou ampla variedade detemas, abrangendo a parte clíni-ca, lasers e cosmiatria, e ospalestrantes brilharam em suas exposições. Inovação desteano foi a “Voz do Residente”, com a premiação dos melhorescasos apresentados nas categorias de investigação e caso clíni-co. A dra. Patrícia Paludo ganhou o prêmio de melhor casoclínico com o tema "Carcinoma de células de Merkelmetastático", e a dra. Joana Ribeiro Costa de Faria foi premia-da na categoria de investigação, com o tema "Metotrexate:uso clínico em ambulatório de psoríase". O tradicional edescontraído almoço em uma churrascaria na Barra da Tijucamarcou o encerramento da Jornada.“O evento foi um suces-so”, resumiram os organizadores.

� Policlínica Geral do Rio de JaneiroO Serviço de

Dermatologia da Po-liclínica Geral do Rio deJaneiro realizou a XJornada de Dermato-logia Cosmiátrica daPGRJ, no último dia 02de agosto, com a participação da presidente da SBD, profa.Alice Alchorne, da profa. Bogdana Victoria Kadunc, vice-presi-dente eleita da entidade,e a profa.Denise Steiner, coordenado-ra do Departamento de Cosmiatria da SBD, entre outrospalestrantes de renome nacional. A profa. Andreia Mateus,coordenadora do evento, destacou a longa contribuição que ajornada vem prestando à cosmiatria carioca e nacional.

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�� Departamentos

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O Departamento de Alergia e Dermatoses Ocu-pacionais da SBD promoveu no último dia 27 de junho, emGoiânia, o Curso Nacional de Alergia Dermatológica eDermatoses Ocupacionais. O evento, coordenado local-mente pela presidente da Regional GO, dra. MarileneSilvestre, contou com a presença dos ilustres palestrantesdrs.Alice Alchorne, Paulo Criado, Renan Rangel Bonamigo eAída Libis. Entre os temas discutidos estavam Dermatite deContato, Dermatoses Ocupacionais, Farmacodermias,Urticária e Dermatite Atópica. “O curso foi prestigiado poruma platéia numerosa e interativa”, observa o dr. RenanBonamigo, coordenador do Departamento de Alergia eDermatoses Ocupacionais, a respeito dos mais de 60 sócios

que estiveram presentes no Serviço de Dermatologia daUniversidade Federal de Goiás. Esse foi o terceiro módulodo Curso em menos de dois anos de gestão; os anterioresforam realizados em Belo Horizonte, MG e Porto Alegre,RS. Segundo o dr. Renan Bonamigo, está em programaçãopara o segundo semestre o módulo Pernambuco.

“O objetivo final do I Simpósio Nacional deCosmiatria e Laser foi alcançado. Recebemosmuitos elogios e agradecimentos pela excelência doevento”, afirma o dr. Alexandre Filippo, um doscoordenadores do simpósio que aconteceu nosdias 04 e 05 de julho, no Fecomércio, em São Paulo.Organizado em conjunto pelos Departamentos deLaser e Cosmiatria da SBD, teve a participação de776 pessoas, além de expressiva presença de re-presentantes de produtos e equipamentos afins.

A marca do evento foi o ineditismo. Reuni-ram-se, durante dois dias, especialistas que abor-daram tecnologias a Laser e cosmiatria demaneira prática e participativa. O sucesso foitamanho, que está agendada para o ano que vemuma edição ampliada.

“Já temos o apoio do presidente eleito, OmarLupi, e de sua futura Diretoria. Desde agora, aceita-mos sugestões via e-mail. E podem aguardar : em2009 surgirão muitas novidades nessas áreas, eestaremos atentos para trazê-las como forma deatualização para todos nós, dermatologistas”,comenta o dr. Alexandre Filippo.

I Simpósio Nacional de Cosmiatria e Laser

Os drs. Alexandre Filippo,Alice Alchorne e Denise Steiner

Curso Nacional de AlergiaDermatológica eDermatoses Ocupacionais

Da esq. para dir.: drs. Renan Bonamigo, Marilene Silvestre, Alice Alchorne,Aída Libis e Paulo Criado

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Pernambuco

Rio de Janeiro

Rio Grande do Sul

Fluminense

Mato Grosso

Regionais

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Fluminense

Rio Grande do Sul

A Regional Fluminense realizou no dia 14de junho, em sua reunião mensal, mesa-redon-da sobre psoríase, na qual a dra. Luna Azulayapresentou os dados do Grupo Brasileiro deBiológicos do Rio de Janeiro, que conta com aexperiência de colegas que trataram mais de70 pacientes com biológicos. Cumprindo ocalendário de eventos, no dia 28 de junho, foirealizada a IV Jornada de Cosmiatria, que con-tou com a participação de ilustres colegas. A Jornada reuniuos cerca de 260 inscritos no Teatro Popular Oscar Niemeyer,em Niterói, unindo arte e ciência. Este ano, os participantescontaram com importantes atualizações e puderam assistirà apresentação ao vivo de diversas técnicas, como terapiafotodinâmica, peelings, preenchimentos cutâneos e aplicação

Drs. Adilson Costa, Leonardo Cerqueira, Eloisa Ayres, Priscilla Braga,Sergio Talarico, Maria Alice Gabay e Carlos Roberto Antônio

No dia 19 de julho, ocorreu noAmbulatório de Dermatologia Sanitáriado Rio Grande do Sul o I CursoItinerante de Cosmiatria, destinadoexclusivamente aos residentes e especia-lizandos do último ano de ServiçosCredenciados. Os drs. Maria HelenaGarrone e Beni Grinblat, do Depar-tamento de Cosmiatria da SBD-SP, estiveram presentes, orientando osparticipantes nas técnicas básicas de aplicação de toxina botulínica, pee-lings e preenchimento com ácidos hialurônico e poliláctico. Entre os dias16 e 18 de outubro, acontecerão conjuntamente em Porto Alegre aXXXIII Jornada Gaúcha de Dermatologia, a XXV Jornada do HCPA eo IV Congresso Latino-Americano de Fotobiologia e Fotomedicina. Esteúltimo, de caráter internacional, contará com palestras de inúmerosmembros da SBD e convidados estrangeiros, como o dr. RobertKnobler, presidente internacional do Congresso.“Será um grande even-to para a nossa Regional e, acredito, para todos os dermatologistas”,afirma a presidente da SBD-RS, dra. Berenice Valentini. Para mais infor-mações, acesse www.LSPP.net.

A Regional Mato Grosso, em parceria com oHospital Federal Universitário Julio Müller, estáconstruindo ambulatório para a criação do primei-ro Serviço de Dermatologia do estado. O esforçopara implantar o serviço ligado à UniversidadeFederal do Mato Grosso resultou na conquista deespaço com três salas ambulatoriais, uma sala paraprocedimentos cirúrgicos, banheiros e biblioteca.Membro da Diretoria da SBD-MT há quatro anos eatual presidente da entidade, a dra. DéboraOrmond explica que uma das metas da arrecada-ção de verba da Regional era ajudar a criação doServiço Dermatológico. “Com cer teza seremosreferência para todos os dermatologistas de nossoestado, e isso nos estimulará a produção de traba-lhos científicos, além da reciclagem e capacitaçãode novos dermatologistas”, observa.

Mato Grosso

de toxina botulínica. Em seguimento, a Regional realizou, nodia 23 de agosto, o Curso de Cirurgia Avançada, coordena-do pelo dr. Flávio Luz.

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PernambucoRio de Janeiro

Os dermatologistas pernambucanos comemoraram noúltimo dia 1o de agosto a aquisição da nova sede da SBD-PE.A estrutura tem localização privilegiada, oferecendo maisespaço, conforto e comodidade. Um coquetel de inaugu-ração marcou a data e atraiu mais de 80 sócios. A sedeconta com uma biblioteca, sala de estudos, auditório, copa,arquivo, almoxarifado e outras facilidades. “O nosso objeti-vo é sempre aproximar cada vez mais o associado”, diz opresidente Emerson de A. de Lima.

No dia 05 de julho, a Regional Rio de Janeiro pro-moveu evento sobre doenças infecciosas no Auditóriodo Hospital da Lagoa, sob coordenação das dras. MariaClara Galhardo e Flavia de Freire Cássia. No dia 26 dejulho, foi realizada a I Jornada de DermatologiaPediátrica Professora Gabriela Lowy – UniRio.Apoiadopela SBD-RJ, com coordenação geral do dr. DanielDal’Asta Coimbra, o evento foi um sucesso, marcandoa parceria inédita entre as especialidades dermatologiae pediatria. Ainda de acordo com o presidente daRegional-RJ, dr. Celso Sodré, duas ações importantesforam realizadas: a entidade, em conjunto com associedades de Cirurgia Plástica e Endocrinologia, deuentrada em consulta no CREMERJ sobre as trans-gressões e punições relacionadas à divulgação indevidada medicina estética como especialidade médica.“Também recebemos resposta à consulta feita ao MECsobre o curso de especialização em dermatologia doIncisa (Instituto Superior de Ciências da Saúde). Oparecer demonstrou sua legalidade, mas com o objeti-vo de apenas reciclar em dermatologia médicos emgeral”, explica o dr. Celso Sodré.

Da esq. para dir.: drs. Sarita Martins, Sergio Palma, Jaci Santana, MarianaA. Lima, Emerson A. Lima e Carolina Coelho

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