jornal da praça 01

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A exposição MEMÓRIAS apresentou o re- sultado das experiências realizadas nos cursos, oficinas e atividades culturais de- senvolvidas no primeiro semestre de 2013 na Praça do Conhecimento de Nova Brasília. Essas experiências foram realizadas em diferentes formatos, com metodologia parti- cipativa, colaborativa e dialógica. O objetivo foi consolidar em “Exposição-Processo” a produção de conhecimento originada a partir da troca entre o acúmulo de saberes trazidos por todas as pessoas que participam da cons- trução coletiva do que ocorre no Centro de Cultura Digital, Praça do Conhecimento. O processo fortalece o desenvolvimento humano, aguça os sonhos e recupera valores com raízes fincadas no bem comum. “MEMÓRIAS” é a denominação do tema central que alimenta e preenche o espaço com conhecimento e re-conhecimento, que eleva os e as protagonistas das ações ao lugar de personalidades mais importantes da história da localidade. Multiplicamos diferentes versões do passado para refletir sobre o presente e reinventar o mundo com novos saberes, frutos de diálogo e respeito com o outro. Edição 01 Agosto 2013 Jornal da Praça 3 4 5 6 U BUNTU: o momento mágico das crianças M emórias é Amor...dá sentido a vida A rte e Cultura Misturadas para o bem P articipamos e promovemos humanismo com o outro Nova Brasilia

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Esta é a segunda edição do Jornal da Praça, que traz um especial da exposição processo "Memórias", ocorrida em julho de 2013. O Jornal é uma produção, trimestral, da Praça do Conhecimento de Nova Brasília - Complexo do Alemão.

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Page 1: Jornal da Praça 01

A exposição MEMÓRIAS apresentou o re-sultado das experiências realizadas nos cursos, oficinas e atividades culturais de-senvolvidas no primeiro semestre de 2013 na Praça do Conhecimento de Nova Brasília.

Essas experiências foram realizadas em diferentes formatos, com metodologia parti-cipativa, colaborativa e dialógica. O objetivo foi consolidar em “Exposição-Processo” a produção de conhecimento originada a partir da troca entre o acúmulo de saberes trazidos por todas as pessoas que participam da cons-trução coletiva do que ocorre no Centro de Cultura Digital, Praça do Conhecimento.

O processo fortalece o desenvolvimento humano, aguça os sonhos e recupera valores com raízes fincadas no bem comum.

“MEMÓRIAS” é a denominação do tema central que alimenta e preenche o espaço com conhecimento e re-conhecimento, que eleva os e as protagonistas das ações ao lugar de personalidades mais importantes da história da localidade.

Multiplicamos diferentes versões do passado para refletir sobre o presente e reinventar o mundo com novos saberes, frutos de diálogo e respeito com o outro.

Edição 01Agosto 2013

Jornal da Praça

3 4 5 6

UBUNTU: o momento mágico das crianças Memórias é Amor...dá

sentido a vida Arte e Cultura Misturadas para o bem Participamos e promovemos

humanismo com o outro

Nova Brasilia

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Os cursos realizados na Praça do Conhecimento de Nova

Brasília revelam, a cada semestre, “projetistas de um mundo melhor”.

Eis, em brevíssimo resumo, o pro-cesso que se constrói neste espaço público, frequentado por mora-dores do Complexo do Alemão, dos arredores, da cidade do Rio de Janeiro e, podemos dizer, por cidadãos e cidadãs do mundo.

Nossa metodologia, aberta e compromissada com a educomu-nicação participativa, dialógica, promotora de desenvolvimento criativo e autônomo, está se constituindo no fazer e no refazer dos trabalhos realizados e apre-sentados a cada etapa do proces-so de aprendizagem.

Nos nossos conteúdos, as dife-rentes linguagens se unem no princípio dos cuidados com o conhecimento para a produção do conhecimento coletivo em favor do desenvolvimento humano, criativo, solidário, crítico, bem humorado e afetivo. Neste semes-tre, nosso público nos cursos foi de idade entre 12 anos e 84 anos, sendo a maior concentração na faixa etária entre 18 e 25 anos.

Uma mistura saudável em todos os sentidos da vida. Os resultados - podemos vivenciar nos trabalhos.Percebe-se em cada “obra de arte” aqui apresentada pelos alunos do se-gundo semestre de 2013; sim, nossos trabalhos são obras primas; o início de um diálogo que estas pessoas extraordinárias pretendem estabelecer com a sociedade econômica, política, civil, com a sociedade do conheci-mento e com o mundo tecnológico, no sonho com o melhor dos mundos.

Num passeio divertido pelos conteúdos apresentados, somos chamados à admiração, contem-plação e à reflexão crítica sobre o local, as pessoas e suas mensagens de superação e histórias sábias.

Notamos que falam de si mes-mos quando fotografam crianças e idosos, quando juntam arte e literatura, quando promovem seus trabalhos na reciclagem do lixo, quando clamam à Educação como o melhor transporte para o sonho de um Brasil melhor, quando nos brindam com receitas de muito sabor e fundamentalmente amor, receitas que curam, porque têm memória, tecnologia e carinho.

Ao falar de si mesmos, nos lem-bram das angústias do mundo moderno, lembram que não escolheram habitar em lugares desconfortáveis, insalubres e de muita insegurança. As mensagens, em diferentes linguagens, indicam críticas e ações para uma vida melhor. Os robôs dizem “estamos vendo” ao filmar e convidar para entrar nesse mundo e tentar com-preender um pouco mais. Con-vidam para uma reflexão sobre o ato de ver. É preciso ver com os olhos, mas também com o coração e com a mente.

Os “projetistas de um mundo me-lhor” nos convidam a frequentar espaços mais livres nas tecnolo-gias digitais, lembram que as pos-sibilidades oferecidas pela internet são democráticas, mas lembram também que as plataformas desta “democracia” são propriedades particulares, representantes de lucros desmedidos.Vamos passear por sistema operacional e programas livres.

Nossas oficinas de convivência, da palavra e de comunicação co-munitária reafirmam, nas mensa-gens dos alunos, as contradições no campo das leis e das ações. A comunicação comunitária se estabelece em redes e apresentam histórias que a “história oficial” não quer admitir.

Ao falarem de si mesmos estas crianças, jovens, adultos e da melhor idade confirmam que aqui nascem pessoas extraordinárias, nascem no ambiente de miséria e esquecimento do poder econômi-co e político. No entanto, aqui nascem brasileiros e brasileiras com amor e muita sabedoria.

Nestes lugares não nascem armas, nem drogas, não nascem doenças. Nascem brasileiros e brasileiras com seu potencial criativo, sábio, cultural e solidário.

É preciso facilitar, com opor-tunidades como esta, o desen-volvimento humano. Como nos ensinou Paulo Freire, “ninguém sabe tudo, ninguém ignora tudo. Por isso aprendemos juntos.” Todos podem contribuir e facili-tar que nasçam as flores em terra limpa e fértil.

A reflexão é o melhor caminho para posicionar-se de maneira crítica e transformadora.

Parabéns a todos e a todas desta equipe de educadores e funcionári-os, pessoas compromissadas com o projeto de um mundo melhor.

“PARABÉNS A VOCÊS, PROJETISTAS DE UM MUNDO MELHOR”

Nailton de AgostinhoCoordenador

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Neste evento MEMÓRIAS, todas as atividades foram

voltadas para alertar que é possível construir novas pos-sibilidades para um futuro mais próspero, com perspec-tivas mais igualitárias, capazes de uma transfor-mação tangível que, de fato, faça evoluir o desenvolvi-mento local, criando hábitos de preservação permanente dos valores comunitários como potência criativa, levando sempre em consi-deração tudo o que os mora-dores trazem como desejo.

O mágico momento das crianças e adolescentes

reafirmaram, com muita simplicidade, o que é próprio das crianças, que o popular é “erudito”. Assim, juntos e misturados, o samba, o lago dos cisnes, o xote, a “ode a alegria” e o conto do “Ubuntu” alegraram o espaço.

UBUNTU

COMUNICAÇÃO POPULAR

Jornal da Praça - 033

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Um ato de amor dá sentido à vida, o

coração transbordando amor, eterniza a vida.

Como nos ensina Paulo Freire: “Eu nunca poderia pensar em educação sem amor. É por isso que eu me considero um educador: acima de tudo porque sinto Amor”.

MEMÓRIAS É AMOR

Artistas e fotógrafos, moradores do Complexo do Alemão, além de alunos do curso de

Fotografia e artistas de outros bairros da Cidade do Rio de Janeiro, trocaram conhecimentos e promoveram a releitura da obra Guerra e Paz de Cândido Portinari. A mostra coletiva dos trabalhos reflete a unidade no pensamento destas pessoas extraordinárias. Clamam por paz. Obra “excelsa”, verdadeiro por-tal de esperança.

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Nos gestos espontâneos das crianças, nas mãos

que tiram sons de tambores, na música sacada dos atri-tos nas cordas da sinfônica, no teclado que os dedos percorrem na sanfona.

Nas vozes que ajudam a colorir o sentido comum e a imaginação. Na meditação e alongamento, que buscam o equilíbrio, na arte nobre do teatro de jovens pensantes e atuantes que levam à reflexão, com alegria e amor, por si e pelos outros.

ARTE E CULTURA MISTURADAS

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No diálogo permanente entre os cursos e oficinas, na

reflexão e uso da tecnologia, há o mais nobre fundamento - o desenvolvimento humano. Percebeu-se que os diferentes assuntos navegaram no mesmo rio, banharam-se na água colaborativa, solidária, partici-pativa, crítica, dialógica, água de esperança, fé e amor.

A energia que fortalece é o desejo de bem comum, representado no café comunitário. O alimento mais forte foi a ação de cada partici-pante, o desejo de cada um de ser parte do todo e que o todo seja alegre e do bem.

Os doces, salgados, o cuscuz, a vaca atolada foram sobremesas do prato principal, o Bem comum, o desejo de ser humano e humana. Todos assumiram o desejo na ideia do café comunitário. Momento em que nós humanos mostramos que somos muito mais semelhança do que diferença.

Participaram alunos dos cursos, crianças, adolescentes e adultos, frequentadores da Praça, artistas do grafite, convidados e represen-tantes de instituições de educação, cultura, direitos hu-manos, entre outros.

Adolescentes frequentadores da praça montaram peça teatral com tema “Memórias e o desejo da Praça do Conhecimento”.

De forma espontânea, trabalharam em equipe e desenvolveram apresentação simples e com afeto. Desejaram fazer algo para manifestar o carinho pela Praça.

PARTICIPAMOS E PROMOVEMOS HUMANISMO PARA COM O OUTRO

Crianças e adolescentes que par-ticiparam da oficina de percussão, solicitaram atuar no evento. Apre-sentaram-se durante a exibição da TV Comunitária, na abertura e encerramento das atividades no sábado, animando inclusive católicos em procissão pela divulgação do símbolo da Jornada Mundial da Juventude.

Os doces, salgados, o cuscuz, a vaca atolada foram sobremesas do prato principal, o bem comum, o desejo de ser humano e humana.

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Assim, a tecnologia nos serviu. Nelson Mandela,

Paulo Freire e outros mestres humanistas falaram ao público presente por meio das projeções de frases e imagens. Todos ensi-nam que vale, e muito, acreditar e ter ideal humanitário.

Robôs “quase robóticos” anun-ciaram o evento para o público presente, captaram a áurea do acontecimento e transmitiram para o mundo pela rede digital. Assim, a tecnologia nos serviu e multiplicou as possibilidades, permitindo a troca e, principal-mente, a criação dos alunos em todas as linguagens.

Todos sem exceção demostram a capacidade reflexiva. Produção

de site, com pensamento sobre a web. Animação, em computação gráfica, interligando as linguagens de áudio, vídeo, literatura, design e fotografia. Uma experiência no oceano - o oceano de esperança.Jovens de Tecnologia da Infor-mação aprendem e ensinam que o software livre ajuda a fortalecer o desejo de autonomia.

Assim, a tecnologia ganhou pensamento, tornou-se cria-tiva e facilitou a manifestação criativa e revolucionária destes jovens e adultos.

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O Jornal da Praça é resultado de um trabalho coletivo entre os profissionais da Praça do Conhecimento de nova Brasília trazendo trimestralmente as principais informações sobre nossos trabalhos. Compartilhe esta ideia.

“Eu,Wilson nascido no dia 12/dezembro 1959, fui criança, hoje sou adulto e já vi muitas coisas aqui neste lugar, como enchentes, falta de luz, falta d’água, tiroteio, brigas, festas e cultos evangélicos. Hoje está uma paz, principalmente com a Praça do Conhecimento nos ajudando com cursos.”

Wilson Alexandre

FALA, MINHA GENTE BONITA!

VISITA AO MAR

“Pequeno passeio em se tratando de distância, porém rico em conhecimento. Aproveito aqui, para agradecer a todos pelo conhecimento às artes. Esta sabedoria em doses homeopáticas é que vai nos curando aos pouco da falta de conhecimento que te-mos. E por falar em conhecimento: VIVA A PRAÇA DO CONHECI-MENTO!” Mário Filho

INFORMÁTICA BÁSICA

“É uma oportunidade valorosa estar de frente ao computador criando algo que está em nosso coração, passando para um computador os nos-sos sonhos mais profundos e ao mesmo tempo desabafar o que senti-mos e pensamos nesse momento tão ótimo de uma história da vida.

Esta foi uma grande experiência na minha vida realizando este curso. Muito obrigado por nos dar essa nova oportunidade, em um novo es-paço para reconquistar nosso sonho e um mundo melhor. Agradecimento por esta conquista.”

Andreia Sobrinho

“Falar da Praça é relembrar de tudo o que vivemos e aprendemos com grandes profissionais que ali trabalham. A realização do “Memórias” é uma atividade que acrescentou e muito na minha vida, tanto como pessoa como profissional; ver as coisas com uma outra ótica, conhecer o passado entender o presente e se preparar para o futuro. A identidade de um povo é identificada e reconhecida através dos seus feitos e nisso podemos ver no evento “Memórias” , quando falamos de povo, cultura e realizações. Agradeço a oportunidade de poder ter feito parte deste momento em que atuamos como voluntários.” Caolin Melo

Este é um espaço reservado para o leitor, aluno, ex-aluno, funcionários e frequentadores da Praça do Conhecimento de Nova Brasília. Envie sua contribuição. Participe!

“Saindo do MAR, percebemos que o ônibus nos conduziu até a Praça Tiradentes, na sede do CECIP. Lá fomos recepcionados de forma muito calorosa e carinhosa pela direção que nos explicou o seu papel e abriu espaço para que todos colocassem ali os seus anseios quanto ao projeto. Tudo isso de forma muito informal, porém com atitude e transparência de quem imprime a sua marca, ou seja, a marca da mudança de uma realidade dura, que esconde talentos que pulsam em cérebros jovens a serem despertados e em cérebros “velhos” aparentemente adormecidos. Parabéns ao CECIP e a toda direção da PRAÇA DO NOSSO CONHECIMENTO. Eu tenho certeza de que as minhas palavras refletem os sentimentos de todos que ali estavam presentes.” Maria Theresa

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