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Jornal da Metrópole, Salvador, 8 de fevereiro de 20182
Publisher Editora KSZDiretor Executivo Chico KertészEditor Bárbara Silveira Projeto Gráfico Marcelo Kertész
Grupo Metrópole Rua Conde Pereira Carneiro, 226 Pernambués CEP 41100-010 Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000
Editor de Arte Paulo BragaDiagramação Dimitri Argolo CerqueiraRedação Bárbara Silveira Gabriel Nascimento e Matheus MoraisRevisão Bárbara Silveira
Fotos Tácio MoreiraComercial (71) 3505-5022 [email protected]
Jornal da
Boca quente
FORA DE CAMPO?Pela primeira vez, ACM Neto deu a en-tender que pode não disputar o Governo do Estado contra Rui Costa, nas eleições de outubro. Durante discurso na Câmara Municipal, o democrata disse: “Nós es-taremos em campo. Participando, como candidato ou não – isso vai depender de uma decisão popular mais à frente”. Será?
PRAGA DE LÍDICE...O presidente da Assembleia Legislativa, Angelo Coronel (PSD), disse que não vai participar do Carnaval. Ele se recupera de uma virose que, segundo alguns aliados, foi praguejada pela senadora Lídice da Mata — concorrente de Coronel na disputa por uma das vagas ao Senado na chapa de Rui Costa.
CARIOCA DE BOTASDuas coisas no presidente da Câmara Munici-pal, Leo Prates (DEM), têm chamado atenção: o sotaque carioca e uma tal camisa polo ama-rela que o democrata sempre usa em eventos. Os colegas dizem que Leo usa a roupa desde 2012, mas ele jura que tem várias da mesma cor. Quanto ao carioquês... Nada a declarar!
... OU DE CORONEL?Coincidência ou não, na semana pas-sada, durante o anúncio das atrações do Governo do Estado para o Carnaval, queixando de uma gripe mal curada que a pegou de jeito. Será que foi praga de Coronel?
Suplente do vereador Luiz Carlos Suíca (PT), pré-candidato a deputado estadual, na Câmara Municipal, o ex-vereador Arnando Lessa anda fazendo ‘de um tudo’ para que o colega se eleja no pleito de outubro. Já até prometeu 10 mil votos para turbinar a eleição do “companheiro”. Isso é que é confiar no próprio taco.
Festeiro que só ele, o prefeito de Salvador, ACM Neto, colocou uma peruca de rastafári na inauguração da Casa do Carnaval e caiu na dança. Um dos “Menudos” mais animados do grupo era o chefe de gabinete e pré-candidato a deputado federal, João Roma, que dança de capoeira a arrocha, dependendo da situação!
VÁ, PELO AMOR DE DEUS!
NO PASSINHO DO OLODUM
CIÚME DE VOCÊA eleição de Marta Rodrigues como líder da oposição na Câmara de Vere-adores deixou alguns colegas oposicio-nistas enciumados. Apesar de Neto ter a maioria na Casa, a liderança sempre dá visibilidade, principalmente em ano de eleição. A turma do “deixa disso” en-trou em ação pedindo a união do bloco.
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Não é o fim do blocoMiguez aposta nos camarotes como futuro do Carnaval, mas não acre-dita no fim dos blocos. “Um bloco para desfilar é obrigado a desfilar com vários atores. A polícia, o cordeiro, o pipoca, o cantor... ”, afirmou.
Atropelado pelo comércioPara Armandinho, a riqueza do Carnaval de Salvador é “atropelada” por práticas como a priorização da venda da folia. “Quando entra vender a todo custo, primeiro lugar vender”, disse.
Cidade
QUEM FOI NANINHAA cada ano, axé fica mais distante da preferência do folião no Carnaval e perde espaço para ritmos como o pagode baiano
Seis anos se passaram desde que uma canção de axé foi eleita a melhor do Carnaval de Salva-dor. A última representante do ritmo a conquistar o gosto po-pular foi “Circulou”, composição de Magary Lord interpretada por Saulo na folia de 2012. Desde en-tão, o ritmo que já reinou no Car-naval de Salvador vem perdendo cada vez mais espaço para outros estilos musicais como o pagode e até mesmo o funk.
Na contramão do declínio do axé está o pagode, ritmo que tem liderado a preferência do público
que curte o Carnaval. A banda Psirico exemplifica de forma cla-ra o fenômeno: o grupo liderado por Márcio Victor levou o prêmio de música do Carnaval nos anos de 2008, com “Mulher Brasilei-ra”, 2014, com “Lepo Lepo” e 2015, com “Tem Xenhénhém”. Para Paulo Miguez, vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e especialista na folia mo-mesca, a renovação é fato. “É da própria natureza da festa, prin-cipalmente para nós, que nunca nos fechamos em um só ritmo. No caso da Axé [Music], é bom lembrar que tem quase 30 anos que ela reinou quase que sozi-nha”, pontuou.
Márcio Victor e a banda Psirico são campeões quando o assunto é música do carnaval. A banda ditou o hit da folia momesca nos anos de 2015, 2014 e 2008, abrindo ainda mais espaço para a difusão do pagode no Carnaval da Bahia
Polêmica do universo do pagode, a banda La Fúria arrastou uma verdadeira multidão no Carnaval do ano passado, no circuito Dodô
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“Esse espaço tem sido roubado pela
parte empresarial”
“Mercado da carne”O cantor Netinho criticou o circuito Dodô, na Barra, local que classi-ficou como “da moda”. “A Barra virou um mercado de carne, não tem mais aquela energia”, disse.
Axé e rock“Eu acho que ele se reacomodará. Isso aconteceu com o rock. O Axé continuará a ter um espaço especial na festa de rua. Ela vai abrir para que outros gêneros se apresentem”, opinou Miguez.
Cidade
Para o cantor Netinho, um dos principais puxadores de bloco da sua geração, a falta de novos representantes trouxe um veredito triste para o ritmo baiano. “Na minha cabeça o axé morreu, faleceu. Não toca mais em rádio, só toca se pagar. Pra mim, o Axé nunca foi um mo-
vimento, pois um movimento, seja do que for, as pessoas que fazem se reúnem para conver-sar, ver o que está errado. Nun-ca aconteceu no Axé, só é uma panelinha”, completou Neti-nho que, criticou ainda o pago-de. “Respeito o pagode baiano, mas não gosto”, afirmou.
“AXÉ MORREU, FALECEU”AXÉ SÓ EMPLACOU 2 CAMPEÃS EM 11 ANOS
POSSIBILIDADE DE SE “REINVENTAR”
A sensação que os tem-pos áureos do axé ficaram no passado aumenta a cada ano. Nos últimos 11 Carnavais, período entre 2007 e 2017, o ritmo emplacou apenas duas canções que ganharam a pre-ferência do público e foram eleitas música do Carnaval:
Circulou, em 2012, e “Cadê Dalila”, em 2009 — enquan-to o dito pagode baiano do-minou a festa por sete anos com hits como “Santinha”, de Leo Santana, em 2017, “A Liga da Justiça”, do Leva Nóiz, em 2011, e “Mulher Brasileira”, do Psirico, em 2008.
Mas, para Miguez, a queda do axé pode ser explicada como o esgotamento de um ritmo que foi amplamente difundido. “Não vejo como um problema, vejo como a capacidade que a festa tem de se reinventar, inclusive do ponto de vista musical”, opi-nou, ao rejeitar ainda a teoria de que haja uma crise no Carnaval da Bahia. “Tem sido sintomá-tico um processo de mudança na festa. Um modelo de negó-cios chegou a um momento de exaustão. Não é mais a linha do
bloco da empresa. Agora parece que o grande negócio vão ser os camarotes”, explicou.
Na opinião de Armandinho Macêdo, o declínio do ritmo pode ser explicado pela falta de espaço para novos músicos
que poderiam dar continuida-de à Axé Music. “Os mais novos também têm que crescer, e esse espaço tem sido roubado pela parte empresarial. Acho que isso que não pode ser atropela-do”, disse.
Hit “Santinha”, de Leo Santana, foi escolhido a Música do Carnaval de 2017; cantor ganhou o mesmo prêmio em 2010, com o Parangolé Em entrevista à Metrópole, cantor Netinho deixou claro que não gosta do pagode baiano
Camarote é apontado como o futuro do Carnaval por conta da praticidade organizacional
6 ANOS
É o tempo que uma música de Axé não é a preferida do Carnaval
matheus simoni/metropress
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Prefeitura de Salvador diz que questão tem motivação política e ACM Neto cita “possível” acordo com o Ecad para o pagamento da dívida
CIDADE DA MÚSICA OU DA DÍVIDA?Apesar do título de Cidade da Música, Prefeitura de Salvador trava batalha com o Ecad desde 2008
Às vésperas do Carnaval, a Prefeitura de Salvador comprou uma briga daquelas com o Es-critório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), por conta de uma dívida de R$ 50 milhões de direitos autorais não pagos em carnavais passados. Contra-ditoriamente, em dezembro de 2015, Salvador recebeu o títu-lo de “Cidade da Música”, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
De quebra, o prefeito ACM Neto ainda entrou em rota de colisão com um grupo de ar-tistas como Marisa Monte e Djavan, liderados pela produ-tora cultural e mulher de Cae-tano Veloso, Paula Lavigne. Os
efeitos praticos da briga já co-meçaram a surgir: o Museu do Carnaval não terá a obra de Ca-etano Veloso. A Prefeitura re-cebeu uma notificação judicial que exigia a não execução de músicas e composições do can-tor. Em conversa com a Metró-pole, Lavigne subiu o tom con-tra Neto. “Alguns artistas não querem se manifestar porque dependem da Prefeitura. Al-guns afirmam que o ACM Neto é muito vingativo”, ressaltou.
50MILHÕES
é a dívida da Prefeitura de Salvador com o Ecad, segundo levantamento
Cidade
Fotos Tácio MoreiraTexto Matheus [email protected]
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Segundo o Ecad, a dívida se
arrasta desde 2008
Produtora cultural lidera grupo de artistas que lutam pelo pagamento do Ecad em Salvador Prefeitura alega que problema passou a ser “questão política” e afirma negociação
A produtora cultural e pre-sidente do movimento Procure Saber — formado para debater a indústria musical brasileira — Paula Lavigne, criticou a postura de Neto. ”Para nós foi uma de-cepção muito grande, duvido que o avô dele, ACM, fizesse alguma coisa parecida. A lei tem que ser para todos. Por que a Prefeitura não deve pagar?”, disse à Me-trópole. De acordo com Lavigne, outros municípios também de-vem ao Ecad, mas assumem ter o débito. “O governo do Estado estava devendo R$ 90 mil, mas já está pagando. A diferença é que o prefeito ACM Neto emitiu uma nota dizendo que achava que ele não devia pagar. As outras pre-feituras não negam”, disse.
Já o secretário de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco (DEM), diz reconhecer que o movimen-to feito por artistas nacionais é “legítimo”, mas diz que o pro-testo tem motivações políticas. “Todas as manifestações que chegam, chegam de uma ori-gem que a gente sabe muito bem quem é”, alfinetou, sem
citar nomes. Tinoco disse que a Prefeitura já mantém conver-sas com a Superintendência do Ecad na Bahia para solucionar o problema. “A gente iniciou um processo de análise técnica com a Superintendência do Ecad e estamos muito confiante de que é possível estabelecer um novo marco em Salvador”, completou.
Questionado sobre a dívi-da, o prefeito ACM Neto afir-mou que o secretário Claudio Tinoco tem mantido diálogo com o Ecad. “É possível que se produza um acordo. O meu desejo é esse. Agora, tudo feito com base na discussão técni-
ca”, defendeu.Em 2016, o escritório en-
trou com uma ação na Justiça cobrando o pagamento dos direitos autorais dos eventos produzidos pela Empresa Sal-vador Turismo (Saltur), como revéillon e Carnaval.
“DUVIDO QUE O AVÔ DELE, ACM, FIZESSE COISA PARECIDA”, RECLAMA PAULA LAVIGNE
PREFEITURA ALEGA “MOTIVAÇÃO POLÍTICA”
NETO E “POSSÍVEL ACORDO”
90MIL
é a dívida do Governo do Estado com o Ecad, que já está sendo paga
Contrariando Tinoco, o compositor Manno Góes, um dos pioneiros na defesa dos di-reitos autorais no Brasil, negou que a mobilização dos artistas contra a Prefeitura de Salva-dor tenha motivação política. “A luta pelos autores não é de direita nem de esquerda. Se trata de lei e respeito. De Lo-bão a Chico Buarque, todos de-fendem a mesma lei e a mesma pauta”, argumentou o músico, em post no seu perfil no Face-book. De acordo com Manno, o prefeito se recusa a receber os representantes do Ecad.
MANNO: PREFEITO NÃO ATENDE O ECAD
Manno é crítico do posicionamento da Prefeitura de Salvador diante do pagamento ao Ecad
Cidade
reproducao/facebook
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2.800VAGAS DE ZONA AZUL
E 2.000 REMOTAS
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2.800VAGAS DE ZONA AZUL
E 2.000 REMOTAS
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Especial
AULA DE BRASILIDADEEdição do Entre Páginas Especial recebeu o jornalista, escritor e musicólogo Zuza Homem de Mello
Uma verdadeira aula sobre cultura e música brasileira. As-sim foi a última edição do Entre Páginas Especial, que aconteceu na última terça-feira (6), no Te-atro Eva Herz, na Livraria Cul-tura do Salvador Shopping. De lá, o apresentador Mário Kertész comandou mais uma edição do evento, que teve os comentários do poeta James Martins e rece-beu o jornalista, escritor e mu-sicólogo Zuza Homem de Mello,
que veio à capital baiana para lançar sua obra mais recente, “Copacabana – A Trajetória do Samba-Canção (1929-1958)”. O livro é fruto de uma pesquisa de mais de 10 anos e reúne detalhes do gênero, além de suas estrelas, como Aracy Cortes. “O samba--canção, que por muitos anos foi ignorado, diziam que era de fossa, desvalorizando, e quando fiz uma pesquisa dos anos 50 eu vi duas coisas: [que] aquilo era música da juventude, e eu vivi aquilo. E que elas estavam todas na minha cabeça”, contou.
Apesar de realizar vá-rios estudos sobre o tema em 2014, somente em 2017 o li-vro “Copacabana” se tornou realidade. “Eu me dei conta do samba-canção, e é de fato a plataforma da modernidade que deu um alento que pro-piciou a existência da bossa
nova”, contou o escritor, que salientou ainda a felicidade com o resultado da obra.
“É um livro que me orgu-lho muito. E ele já foi consi-derado a obra prima de Zuza Homem de Mello”, celebrou o escritor, em entrevista a Mário Kertész.
SAMBA-CANÇÃO E A BOSSA PIONEIRISMO DE MAYSA
Ao relembrar nomes impor-tantes da música nacional, Zuza lembrou o pioneirismo da can-tora Maysa, uma das primeiras mulheres de destaque em um espaço que antes era dominado pelo universo masculino.
”Até então, a composição na música popular era dominada pelos homens. Ou seja, em mui-tos casos, a visão de um roman-ce, que era temática da samba--canção, era de um homem, uma visão machista”, explicou.
Edição especial do Entre Páginas recebeu o jornalista e escritor Zuza Homem de Mello, que comemorou a receptividade dos baianos
Zuza explicou a origem do livro “Copacabana”, lançado na última terça-feira em Salvador
Temas como a evolução do samba e da Música Popular Brasileira não ficaram de fora
“A maioria era de ouvintes que eu desconhecia, os que me conhecem via Metrópole”
– Zuza Homem de Mello, escritor
Fotos Tácio MoreiraTexto Bárbara [email protected]
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Bahia
PREJUÍZO AO TURISMOEmbasa prejudica até o turismo da Bahia e serviço ineficiente fecha restaurante símbolo da Ilha de Maré
Praias paradisíacas, boa culinária, águ... não. Água, não. Um dos mais belos destinos em Salvador, a Ilha de Maré há muito tempo tenta sobreviver com torneiras secas e se prepa-ra para levar um duro golpe em plena alta estação: a redução drástica no número de turistas. Devido ao abastecimento cada vez mais irregular – fruto de um serviço desleixado da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) –, comerciantes têm desistido de manter seus negó-cios e os moradores já não sa-bem mais a quem recorrer.
A soma das desventuras resulta em uma terra pouco atrativa tanto para os visitan-tes quanto para quem poderia contribuir, investindo na ex-ploração turística da ilha. O secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco, re-velou ter recebido reclamações de uma agência de viagens. “Vou citar a CVC. Ela estaria estabelecendo um passeio de catamarã que passaria por Ilha de Maré com refeição no [res-taurante] Preta. A gente já teve notificação da operadora sobre esse problema com água”, con-tou, evidenciando os prejuízos para a ilha.
PREJUÍZO EM LARGA ESCALA
Na opinião do secretário, a falta de ações concretas da Em-basa para resolver o problema é algo “extremamente nega-tivo”. “A partir do momento em que a gente faz a captação das operadoras, faz o incentivo para que esses produtos sejam instalados e depara com essa deficiência de infraestrutura, é jogar todo o trabalho fora. E o prejuízo ficará para a economia local”, declarou.
Sem água há dias, restaurante da Preta fechou as portas na Ilha de Maré, no último final de semana. Sem nenhuma melhora no fornecimento, empresária decidiu fechar a unidade de Ilha de Maré e vai se mudar para Ilha dos Frades
População de Ilha de Maré sofre com constante falta de água e ausência de explicação
Texto Gabriel [email protected]
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jefersson peixoto/secom
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“Em 2017, nessa mesma época, no Carnaval, a gente fechou por conta de água”
– Angeluci Figueiredo, empresária
Bahia
Questionada pelo Jornal da Metrópole, a Embasa foi – no mínimo – indiferente com todo o sufoco da população e respon-deu de maneira genérica. Em nota, a empresa afirmou que no mês de janeiro as interrupções no fornecimento aconteceram “por causa de um vazamento na adutora subaquática que atende a região”. “O serviço de reparo foi realizado e o abastecimen-to está sendo regularizado de forma gradativa”, disse. O pro-blema é que o tal vazamento descrito é idêntico ao de um ano atrás. Nem precisa dizer que de lá para cá, nada mudou...
VAZAMENTO É DESCULPA
CARTÃO-POSTAL DE SAÍDA DA ILHA: “SITUAÇÃO DE GUERRA”
Autora de inúmeras queixas no período em que ainda acredi-tava numa solução, a proprietá-ria do Restaurante da Preta, An-geluci Figueiredo, desistiu. Ela anunciou o encerramento das atividades na Ilha por causa da falta de água. O estabelecimen-to chegou a virar um dos pontos turísticos da localidade. “Traba-
lhar em Ilha de Maré é trabalhar em uma situação de guerra. Esse foi um dos fatores que me fize-ram querer sair”, disse.
Segundo a empresária, não houve uma semana inteira com o abastecimento normal. “Foi sempre assim. Em 2017, no Car-naval, a gente fechou por conta de água”, lamentou.
Em Lençois, na Chapada, a Embasa também prejudica o turismo com rede de esgoto em rio
IRREGULARIDADES POR TODA PARTE
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Os desafios da gestão e a campanha para uma possível reeleição foram comentados pelo governador Rui Costa (PT) em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole, na última quarta-feira (7). Sem deixar de lado os assuntos polêmicos, o governador começou a conversa comentando a difícil missão de equacionar as cobranças dos lí-deres dos partidos na chapa para a reeleição. De acordo com Rui, as escolhas serão iniciadas após o Carnaval. “Eu não vou anteci-par composição de chapa. Vou fazer uma reunião com partidos depois do Carnaval, depois vou conversar isoladamente com cada liderança, com Lídice, Otto. Vamos maturando. Não tem cor-re-corre”, afirmou.
Garantindo que tem “bons craques” para a disputa eleito-ral, o governador afirmou que os concorrentes que “não têm time” é que precisam se pre-ocupar com a eleição. “Todo mundo que tenta organizar um time que não tem jogador fica agoniado. Vou conversar com calma, porque não tenho esse problema. Tenho bons craques
para colocar em campo. Tem treinador com dor de cabeça porque tem nomes a mais”, iro-nizou. O governador reclamou também das “fake news”. Rui, recentemente, foi vítima de uma notícia falsa sobre o bam-buzal do aeroporto. “Na au-sência de propostas, as pessoas preferem montar notícia falsa, e tem muita gente caindo”.
Na opinião de Rui, a popu-lação não irá chancelar can-didaturas de aliados do presi-dente Michel Temer (MDB) na eleição. A afirmação é também uma alfinetada no prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que trabalhou para que o eme-debista chegasse à Presidência e dá suporte ao seu governo. “Se você perguntar em qual-quer estado do Brasil se vota-ria em aliado de Temer, difi-cilmente a resposta seria sim. Acho que as pessoas votarão maciçamente para mudar a política econômica, mudar as coisas para melhor”, afirmou.
AGONIA DOS “SEM TIME” POPULAÇÃO CONTRA TEMER
Michel Temer quer definir se será candidato à reeleição para Presidência até março
Fotos Tácio Moreira
Entrevista
RUI NEGA ANTECIPAR CHAPA E ALFINETA NETO: “AQUI NÃO TEM PATROCÍNIO”
Governador Rui Costa res-salta investimento de R$ 45 milhões na segurança para o Carnaval e descarta “ajuda” da iniciativa privada
Rui Costa, governador
“As pessoas preferem montar
notícia falsa”
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“[Segurança no Carnaval] custa R$ 45 milhões e aqui não tem patrocinio”
– Rui Costa, governador
Entrevista
Metrô deve chegar a estação do Aeroporto de Salvador até o mês de março
Governador destacou investimento feito na saúde e inauguração de novos hospitais
O governo testa um novo recurso para a segurança pública no Carnaval: a instalação de câmeras nas fardas dos policiais
Sobre as obras de infraes-trutura, Rui Costa garantiu que a Bahia terá “um segun-do semestre cheio de inaugu-rações” e citou o avanço das obras da Linha 2 do metrô.
“O metrô chega em mar-ço ao aeroporto. Há um com-promisso da CCR de entregar agora, e até o fim do fevereiro a gente crava a data. Entrega-remos a estação do aeroporto
e o terminal de passageiros em Lauro de Freitas para re-cepcionar todos os ônibus dessa área. Dia 17 entregare-mos a Via Mario Sérgio, Via Barradão, para a população”, garantiu o petista.
Sobre o Carnaval, o go-vernador Rui Costa afirmou a Mário Kertész que o Exe-cutivo estadual mobilizou 25 mil homens para fazer a se-gurança na folia em Salvador, o que representa um investi-mento de R$ 45 milhões na festa momesca. Na ocasião, o petista ainda provocou a Prefeitura de Salvador pela exclusividade patrocínio de uma cervejaria pela.
“Tenho que manter e tem uma remuneração extra para esses funcionários. Tem o pagamento da estrutura que é montada para o Carnaval,
equipamentos, os portais. É uma grande mobilização, tudo isso custa R$ 45 mi-lhões e aqui não tem patro-cínio de cervejaria. O Estado que desembolsa. Nenhuma empresa, infelizmente, aju-da”, ressaltou.
Orgulhoso, o governador destacou os feitos na saúde do Estado. “Na área da saúde, ne-nhum estado tem o volume de investimento que nós temos. Foi o HGE2, Hospital da Mulher, Hospital de Seabra, Hospital da Costa do Cacau. Agora inaugu-ro o Couto Maia. Inauguramos quatro policlinicas e inauguro mais cinco no primeiro semes-tre. Estamos expandindo hos-pitais. Em Barreiras, inaugura-mos agora a UPA [Unidade de Pronto Atendimento]. Vamos
divulgar a licitação em março da Clínica Regional do Oeste, em Barreiras”, listou.
Ainda segundo Rui, a ges-tão está iniciando as obras no Hospital do Oeste, onde serão implantados novos serviços.
“Vai ser a primeira vez que no oeste da Bahia vai ter serviço de cardiologia para cuidar das pes-soas infartadas. Tratamento de câncer, oncologia. Vamos im-plantar ainda este ano cirurgias neurológicas”, completou.
Sobre a pré-candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da Repúbli-ca, o chefe do Executivo esta-dual não economizou críticas. “Esse tipo de perfil vai ser cada vez mais, e espero que seja, condenado pela população”, disse, ressaltando que espera que Bolsonaro não seja eleito.
METRÔ MAIOR EM MARÇO
SEM AJUDA DE CERVEJARIA
SAÚDE: “NENHUM ESTADO INVESTE TANTO”
BOLSONARO: “QUE NÃO CRESÇA”
25MIL
policiais vão atuar no Carnaval do interior e da capital do estado.
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