jornal da mediunidade leepp · depois que me aposentei como cirurgião-dentista, profissão que...

4
Impresso Especial 7317034806/2006-DR/MG LEEPP CORREIOS LEEPP LIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO” JORNAL DA MEDIUNIDADE UBERABA-MG INFORMATIVO OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO ANO 2010 N.º 25 Temos preços especiais para CLUBE DO LIVRO E D I T O R I A L TEL/FAX: (34) 3322-4873 www.leepp.com.br - Uberaba-MG [email protected] A CRÍTICA E O CURRÍCULO Lançamentos JM – Baccelli, em rápidas palavras, como foi a sua jornada doutrinária na Inglaterra e em Portugal, no último mês de setembro? — Sob todos os aspectos, extremamente gratificante. Eu nunca havia pensado em sair do Brasil. A viagem somente se me tornou possível depois que me aposentei como cirurgião-dentista, profissão que exerci durante trinta anos, e também graças ao patrocínio do confrade Geraldo Lemos Neto, que fez questão de me acompanhar durante o périplo que realizamos, junto ao amigo Luiz Carlos Barbosa Nunes, que é o atual Presidente da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio” e do Lar Espírita “Pedro e Paulo”. JM – Quanto tempo durou a jornada e quantas cidades foram visitadas? — Começamos no dia 29 de agosto, proferindo palestra na “Casa de Chico Xavier”, em Pedro Leopoldo – fomos até lá solicitar a sua bênção e proteção. Embarcamos no dia 30, de Belo Horizonte para Londres, onde nos hospedamos com a confreira portuguesa Noemia Maria José, que lá reside. Então, no dia 1º de setembro, as tarefas tiveram início. Proferimos palestras e seminários em cinco centros espíritas de Londres, todos eles fundados, dirigidos e frequentados por brasileiros que lá residem. Gente de grande valor que muito se desdobra para manter os grupos espíritas que, em geral, não possuem sede própria – a maioria funciona em prédios alugados da Igreja Quaker, cujos membros demonstram uma excelente convivência com os espíritas. Curioso, não? De Londres, no dia 10 de setembro, seguimos para Lisboa, onde fomos recebidos pela confreira Teresa Vicente, que nos hospedou em sua casa. JM – Em Portugal, foram quantos dias de palestras? — Dezessete, sendo que, não raro, num mesmo dia, falávamos duas vezes, pela manhã e à tarde, ou pela tarde e à noite. O Movimento Espírita, em Portugal, é muito parecido com o Movimento Espírita, no Brasil. Os espíritas portugueses são fraternos e acolhedores. Pude constatar que o Espiritismo, em Portugal, vai muito bem. Os centros espíritas que visitei estavam sempre repletos, com pessoas interessadíssimas em nos ouvir. JM – Qual a diferença entre o Espiritismo na Inglaterra e em Portugal? — Na Inglaterra, com uma ou outra exceção, é claro, os espíritas são todos brasileiros; em Portugal, a grande maioria dos espíritas é portuguesa. Em Portugal, os centros espíritas, em geral, funcionam em prédio próprio. Os espíritas portugueses são uns verdadeiros heróis e têm um profundo amor pela Doutrina. Em dezessete dias, posso dizer que percorri o país inteiro, quase de ponta a ponta – viajamos de carro, de trem, de ônibus (autocarro) e até de avião! Foi uma maravilha! JM – Desculpe-nos a pergunta, mas você viajou a expensas de quem? — Do Geraldinho, que não nos deixou gastar um centavo do próprio bolso nem onerar os confrades de Inglaterra e Portugal. JM – Quais as instituições visitadas por você em Londres, na Inglaterra e em Portugal? Seria possível uma síntese? — Perfeitamente. Em Londres: “Solidarity Spiritist Group”, “Bezerra de Menezes Spiritist Group”, “Friends Meeting House”, “Sir William Crooks Spiritist Society” e “Spiritist Psychological Society”. Em Portugal, foram treze cidades, sendo que somente em Lisboa, falamos em cinco casas diferentes: além de Lisboa, estivemos em Santarém, Nazaré, Pechão, Lagos, Bragança, Porto, Águeda, Vila Nova de Poiares, Aveiro, Caldas da Rainha e Figueira da Foz. JM – Quais os temas abordados em suas palestras e seminários? — Basicamente, Kardec e Chico Xavier. Tanto em Londres quanto nas cidades de Portugal, as pessoas estavam ávidas por ouvir falar de Chico Xavier. Era um anseio geral. Muitos nos disseram que, infelizmente, os que têm visitado a Europa com mais frequência quase não falam de Chico Infelizmente, a gleba promissora da Doutrina Espírita, de algum tempo a esta parte, tem sido invadida pela erva daninha da crítica que, sorrateira, espalha-se com o intuito de comprometê-la. Nunca vivenciamos, no Movimento, uma época tão difícil, de excessivo personalismo à mostra e de um autoritarismo incompatível com os preceitos de uma Doutrina que pretende fazer reviver, entre os homens, o Cristianismo dos tempos apostólicos. Quase ninguém tem sido poupado pelos críticos de plantão que, de martelo em punho, somente sabem destruir, investindo, ferozes, contra edificações que muito suor têm custado a quem realmente trabalha. Esquecidos da autocrítica, indispensável a quantos desejem cuidar de sua própria transformação íntima, apontam o dedo em riste para tudo e para todos, supondo-se, para tanto, detentores de condições espirituais que, certamente, não possuem. Ainda há pouco, escutamos de alguém que a Dra. Fulana, espírita e médium, além de não aceitar a tese de que Chico seja a reencarnação de Kardec, que, convenhamos, é um direito que lhe assiste, tem sérias restrições doutrinárias à obra “Nosso Lar”! No ano em que o referido “Best- seller” ganhou as telas do cinema, como um dos maiores recordes de bilheteria da história do cinema nacional, nem mesmo a inédita iniciativa tem sido poupada pelos espíritas travestidos de “doutores da lei”, que se julgam absolutos donos da Verdade. Seria, pois, oportuno, que, diante das críticas generalizadas e inconsequentes, atingindo trabalhadores idôneos da Doutrina, inclusive medianeiros com atuação independente do Movimento de Unificação, começássemos a perguntar pelo Currículo espiritual de seus autores, para avaliar sob que autoridade moral eles estão a referendar os seus agressivos pontos de vista. Ou o Movimento Espírita acaba com a politicagem que, infelizmente, parece ter nele se institucionalizado, a partir das próprias Federações, combatendo, de maneira sistemática, a crítica excessiva ou descabida, ou, então, ele mesmo acionará a lâmina da guilhotina que lhe separará a cabeça do resto do corpo. ENTREVISTA COM O MÉDIUM E ORADOR CARLOS A. BACCELLI – JORNADA DOUTRINÁRIA NA INGLATERRA E PORTUGAL – Xavier e suas Obras – falam mais a respeito de si mesmos, o que é uma pena! Falamos sobre “Nosso Lar”, mediunidade, a identidade das obras da lavra mediúnica de Chico Xavier com as da Codificação – enfim, enfocamos, principalmente, os livros da lavra de Emmanuel e André Luiz, que constituem um manancial inesgotável de ensinamentos. Demos, ainda, ênfase ao Centenário de Nascimento do médium Chico Xavier, discorrendo sobre os nossos 25 anos de convivência com ele, na cidade de Uberaba, desde os tempos da “Comunhão Espírita Cristã” ao “Grupo Espírita da Prece”. JM – Você também aproveitou a oportunidade para ir ao Père-Lachaise, na França, conhecer o túmulo de Allan Kardec, não? — Foi a maior emoção da viagem, confesso. Posso dizer que este era o único sonho que eu tinha e que, felizmente, se concretizou. No dia 6 de setembro, pela madrugada, tomamos o avião em Londres e amanhecemos em Paris! O Dr. Inácio Ferreira, que nos acompanhava, disse-me discretamente: “Meu filho, interprete isto como um presente da Espiritualidade pelos seus quarenta anos de dedicação à Doutrina e à mediunidade!” Fiquei extremamente comovido com a bondade de nossos Benfeitores Espirituais! O túmulo de Allan Kardec é lindo – o dólmen é fantástico. Situado rente a uma ladeira do cemitério, que é uma atração turística, está sempre florido e não há um só turista que, às vezes, por mera curiosidade, não se sinta atraído para ele e não queira fotografá-lo. Na França, o túmulo de Kardec é o que mais continua fazendo pela divulgação do Espiritismo. JM – Fale-nos sobre algo a mais que o tenha tocado na viagem. — Em Portugal, fomos falar na cidade de Vila Nova de Poiares, onde, inicialmente, não estava programado. O centro espírita, todo de pedra, fica ao lado de uma casinha de dois andares, na qual Napoleão Bonaparte se hospedou, quando ocorreu a invasão. Ao terminarmos a palestra e abrirmos espaço para o diálogo com os presentes – o Centro estava lotado –, uma senhora muito simples, que estava na última fileira, levantou a mão e pediu para falar: “Eu só queria pedir – disse ela – ao Dr. Inácio Ferreira, para que ele nunca parasse de escrever...” Ficamos, ele e eu, muito sensibilizados com aquela espontânea manifestação de carinho. Aliás, é impressionante como o Dr. Inácio é amado em toda parte, o que, infelizmente, incomoda muita gente. JM – Você pretende voltar à Europa, Baccelli? — Sinceramente, gostaria, pois já sinto saudade daquela gente boa. Se bem que, quando a gente volta ao Brasil, encontra quase tudo fora do lugar, não é? (risos) Só para colocar tudo em ordem, é mais um mês. JM – Teve problemas com o “Serviço de Imigração”? — Com o Serviço de Imigração dos países, não, nem com a Imigração Espiritual (risos). Agora, a bem da verdade, a “Imigração” do Movimento Espírita, a partir do Brasil, tentou, sim, me criar alguns embaraços. Mas isso, para mim, é algo totalmente irrelevante. A melhor coisa do mundo é a gente não ter que beijar a mão de ninguém – foi- se a época em que eu me inclinava para beijar a mão de bispos e cardeais (risos)! A única mão que eu beijava e faço questão de continuar beijando é a mão de Chico Xavier. JM – Gostaria de acrescentar mais alguma coisa? — Sim. Quando voltei ao Brasil, na noite do dia 3 para o dia 4 de outubro, data de nascimento de Kardec, tive um sonho com Chico Xavier, que, na realidade, foi um verdadeiro encontro espiritual, do qual me recordo com extrema nitidez. Eu estava fazendo para ele uma espécie de relatório da viagem à Europa, contando, com entusiasmo, a visita feita ao “Père-Lachaise”, sem omitir, inclusive, o detalhe dos corvos sobre os túmulos. Disse a ele que, na companhia dos amigos que estavam conosco, Noemia, Carlos Mayoral e Luiz Carlos, havíamos depositado, no túmulo de Kardec, quatro vasos de flores. Chico sorriu e, quase a se transfigurar, me respondeu: “Pela parte que me compete, muito obrigado!” Depois de tudo isso, o que eu poderia mais querer?!...

Upload: lyquynh

Post on 08-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · depois que me aposentei como cirurgião-dentista, profissão que exerci durante trinta anos, e também ... Carlos Barbosa Nunes, que é o atual Presidente

ImpressoEspecial

7317034806/2006-DR/MG

LEEPP

CORREIOS

LEEPPLIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO”

JORNAL DA MEDIUNIDADE

UBERABA-MG – INFORMATIVO OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO – ANO 2010 – N.º 25

Temos preços especiaispara

CLUBE DO LIVRO

E D I T O R I A L

TEL/FAX: (34) 3322-4873

www.leepp.com.br - [email protected]

A CRÍTICA E O CURRÍCULO

Lançamentos

JM – Baccelli, em rápidas palavras, como foi a sua jornada doutrinária na Inglaterra e em Portugal, no último mês de setembro?— Sob todos os aspectos, extremamente gratificante. Eu nunca havia pensado em sair do Brasil. A viagem somente se me tornou possível depois que me aposentei como cirurgião-dentista, profissão que exerci durante trinta anos, e também graças ao patrocínio do confrade Geraldo Lemos Neto, que fez questão de me acompanhar durante o périplo que realizamos, junto ao amigo Luiz Carlos Barbosa Nunes, que é o atual Presidente da Casa Espírita “Bittencourt Sampaio” e do Lar Espírita “Pedro e Paulo”.

JM – Quanto tempo durou a jornada e quantas cidades foram visitadas?— Começamos no dia 29 de agosto, proferindo palestra na “Casa de Chico Xavier”, em Pedro Leopoldo – fomos até lá solicitar a sua bênção e proteção. Embarcamos no dia 30, de Belo Horizonte para Londres, onde nos hospedamos com a confreira portuguesa Noemia Maria José, que lá reside. Então, no dia 1º de setembro, as tarefas tiveram início. Proferimos palestras e seminários em cinco centros espíritas de Londres, todos eles fundados, dirigidos e frequentados por brasileiros que lá residem. Gente de grande valor que muito se desdobra para manter os grupos espíritas que, em geral, não possuem sede própria – a maioria funciona em prédios alugados da Igreja Quaker, cujos membros demonstram uma excelente convivência com os espíritas. Curioso, não? De Londres, no dia 10 de setembro, seguimos para Lisboa, onde fomos recebidos pela confreira Teresa Vicente, que nos hospedou em sua casa.

JM – Em Portugal, foram quantos dias de palestras?— Dezessete, sendo que, não raro, num mesmo dia, falávamos duas vezes, pela manhã e à tarde, ou pela tarde e à noite. O Movimento Espírita, em Portugal, é muito parecido com o Movimento Espírita, no Brasil. Os espíritas portugueses são fraternos e acolhedores. Pude constatar que o Espiritismo, em Portugal, vai muito bem. Os centros espíritas que visitei estavam sempre repletos, com pessoas interessadíssimas em nos ouvir.

JM – Qual a diferença entre o Espiritismo na Inglaterra e em Portugal?— Na Inglaterra, com uma ou outra exceção, é claro, os espíritas são todos brasileiros; em Portugal, a grande maioria dos espíritas é portuguesa. Em Portugal, os centros espíritas, em geral, funcionam em prédio próprio. Os espíritas portugueses são uns verdadeiros heróis e têm um profundo amor pela Doutrina. Em dezessete dias, posso dizer que percorri o país inteiro, quase de ponta a ponta – viajamos de carro, de trem, de ônibus (autocarro) e até de avião! Foi uma maravilha!

JM – Desculpe-nos a pergunta, mas você viajou a expensas de quem?— Do Geraldinho, que não nos deixou gastar um centavo do próprio bolso nem onerar os confrades de Inglaterra e Portugal.

JM – Quais as instituições visitadas por você em Londres, na Inglaterra e em Portugal? Seria possível uma síntese?— Perfeitamente. Em Londres: “Solidarity Spiritist Group”, “Bezerra de Menezes Spiritist Group”, “Friends Meeting House”, “Sir William Crooks Spiritist Society” e “Spiritist Psychological Society”. Em Portugal, foram treze cidades, sendo que somente em Lisboa, falamos em cinco casas diferentes: além de Lisboa, estivemos em Santarém, Nazaré, Pechão, Lagos, Bragança, Porto, Águeda, Vila Nova de Poiares, Aveiro, Caldas da Rainha e Figueira da Foz.

JM – Quais os temas abordados em suas palestras e seminários?— Basicamente, Kardec e Chico Xavier. Tanto em Londres quanto nas cidades de Portugal, as pessoas estavam ávidas por ouvir falar de Chico Xavier. Era um anseio geral. Muitos nos disseram que, infelizmente, os que têm visitado a Europa com mais frequência quase não falam de Chico

Infelizmente, a gleba promissora da Doutrina Espírita, de algum tempo a esta parte, tem sido invadida pela erva daninha da crítica que, sorrateira, espalha-se com o intuito de comprometê-la.

N u n c a v i v e n c i a m o s , n o Movimento, uma época tão difícil, de excessivo personalismo à mostra e de um autoritarismo incompatível com os preceitos de uma Doutrina que pretende fazer reviver, entre os homens, o Cristianismo dos tempos apostólicos.

Quase ninguém tem sido poupado pelos críticos de plantão que, de martelo em punho, somente sabem destruir, investindo, ferozes, contra edificações que muito suor têm custado a quem realmente trabalha.

Esquecidos da autocrítica, indispensável a quantos desejem cuidar de sua própria transformação íntima, apontam o dedo em riste para tudo e para todos, supondo-se, para tanto, detentores de condições espirituais que, certamente, não possuem.

Ainda há pouco, escutamos de alguém que a Dra. Fulana, espírita e médium, além de não aceitar a tese de que Chico seja a reencarnação de Kardec, que, convenhamos, é um

direito que lhe assiste, tem sérias restrições doutrinárias à obra “Nosso Lar”!

No ano em que o referido “Best-seller” ganhou as telas do cinema, como um dos maiores recordes de bilheteria da história do cinema nacional, nem mesmo a inédita iniciativa tem sido poupada pelos espíritas travestidos de “doutores da lei”, que se julgam absolutos donos da Verdade.

Seria, pois, oportuno, que, diante das crí t icas general izadas e i n c o n s e q u e n t e s , a t i n g i n d o trabalhadores idôneos da Doutrina, inclusive medianeiros com atuação independente do Movimento de Uni f icação, começássemos a perguntar pelo Currículo espiritual de seus autores, para avaliar sob que autoridade moral eles estão a referendar os seus agressivos pontos de vista.

Ou o Movimento Espírita acaba com a politicagem que, infelizmente, parece ter nele se institucionalizado, a partir das próprias Federações, c o m b a t e n d o , d e m a n e i r a sistemática, a crítica excessiva ou descabida, ou, então, ele mesmo acionará a lâmina da guilhotina que lhe separará a cabeça do resto do corpo.

ENTREVISTA COM O MÉDIUM E ORADOR CARLOS A. BACCELLI– JORNADA DOUTRINÁRIA NA INGLATERRA E PORTUGAL –

Xavier e suas Obras – falam mais a respeito de si mesmos, o que é uma pena! Falamos sobre “Nosso Lar”, mediunidade, a identidade das obras da lavra mediúnica de Chico Xavier com as da Codificação – enfim, enfocamos, principalmente, os livros da lavra de Emmanuel e André Luiz, que constituem um manancial inesgotável de ensinamentos. Demos, ainda, ênfase ao Centenário de Nascimento do médium Chico Xavier, discorrendo sobre os nossos 25 anos de convivência com ele, na cidade de Uberaba, desde os tempos da “Comunhão Espírita Cristã” ao “Grupo Espírita da Prece”.

JM – Você também aproveitou a oportunidade para ir ao Père-Lachaise, na França, conhecer o túmulo de Allan Kardec, não?— Foi a maior emoção da viagem, confesso. Posso dizer que este era o único sonho que eu tinha e que, felizmente, se concretizou. No dia 6 de setembro, pela madrugada, tomamos o avião em Londres e amanhecemos em Paris! O Dr. Inácio Ferreira, que nos acompanhava, disse-me discretamente: “Meu filho, interprete isto como um presente da Espiritualidade pelos seus quarenta anos de dedicação à Doutrina e à mediunidade!” Fiquei extremamente comovido com a bondade de nossos Benfeitores Espirituais! O túmulo de Allan Kardec é lindo – o dólmen é fantástico. Situado rente a uma ladeira do cemitério, que é uma atração turística, está sempre florido e não há um só turista que, às vezes, por mera curiosidade, não se sinta atraído para ele e não queira fotografá-lo. Na França, o túmulo de Kardec é o que mais continua fazendo pela divulgação do Espiritismo.

JM – Fale-nos sobre algo a mais que o tenha tocado na viagem.— Em Portugal, fomos falar na cidade de Vila Nova de Poiares, onde, inicialmente, não estava programado. O centro espírita, todo de pedra, fica ao lado de uma casinha de dois andares, na qual Napoleão Bonaparte se hospedou, quando ocorreu a invasão. Ao terminarmos a palestra e abrirmos espaço para o diálogo com os presentes – o Centro estava lotado –, uma senhora muito simples, que estava na última fileira, levantou a mão e pediu para falar: “Eu só queria pedir – disse ela – ao Dr. Inácio Ferreira, para que ele nunca parasse de escrever...” Ficamos, ele e eu, muito sensibi l izados com aquela espontânea manifestação de carinho. Aliás, é impressionante como o Dr. Inácio é amado em toda parte, o que, infelizmente, incomoda muita gente.

JM – Você pretende voltar à Europa, Baccelli?— Sinceramente, gostaria, pois já sinto saudade daquela gente boa. Se bem que, quando a gente volta ao Brasil, encontra quase tudo fora do lugar, não é? (risos) Só para colocar tudo em ordem, é mais um mês.

JM – Teve problemas com o “Serviço de Imigração”?— Com o Serviço de Imigração dos países, não, nem com a Imigração Espiritual (risos). Agora, a bem da verdade, a “Imigração” do Movimento Espírita, a partir do Brasil, tentou, sim, me criar alguns embaraços. Mas isso, para mim, é algo totalmente irrelevante. A melhor coisa do mundo é a gente não ter que beijar a mão de ninguém – foi-se a época em que eu me inclinava para beijar a mão de bispos e cardeais (risos)! A única mão que eu beijava e faço questão de continuar beijando é a mão de Chico Xavier.

JM – Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?— Sim. Quando voltei ao Brasil, na noite do dia 3 para o dia 4 de outubro, data de nascimento de Kardec, tive um sonho com Chico Xavier, que, na realidade, foi um verdadeiro encontro espiritual, do qual me recordo com extrema nitidez. Eu estava fazendo para ele uma espécie de relatório da viagem à Europa, contando, com entusiasmo, a visita feita ao “Père-Lachaise”, sem omitir, inclusive, o detalhe dos corvos sobre os túmulos. Disse a ele que, na companhia dos amigos que estavam conosco, Noemia, Carlos Mayoral e Luiz Carlos, havíamos depositado, no túmulo de Kardec, quatro vasos de flores. Chico sorriu e, quase a se transfigurar, me respondeu: “Pela parte que me compete, muito obrigado!” Depois de tudo isso, o que eu poderia mais querer?!...

Page 2: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · depois que me aposentei como cirurgião-dentista, profissão que exerci durante trinta anos, e também ... Carlos Barbosa Nunes, que é o atual Presidente

Página 2 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBROJORNAL DA MEDIUNIDADE

JesusCARTAS CONSOLADORASCada época é definida por uma visão

mais ampla do Universo.Ant igamente , foi a vez do

conquistador de impérios, baseado na civilização da matéria.

Hoje, é a vez do modelador e construtor de consciência.

Amanhã, serão os construtores apoiados na força do Bem, em uma civilização do espírito.

Diante da Vida, é necessário ter uma atitude verdadeira. Muitas pessoas julgam que basta crer na moral do Cristo.

É preciso crer que o Verbo Encarnado é o ideal definitivo do homem.

A moral decorre da fé, aspiração de expandir-se no infinito do Universo.

A nossa religião consiste em admirar o espírito superior que se revela nos

Ainda não conheci Manaus, a não ser pelas histórias que meu pai, nascido em Itacoatiara, e que viveu na capital amazonense, contava na minha infância. Nascida e criada em Belo Hor izonte, v ia java, at ravés da imaginação, pelos rios Amazonas e Negro. Via, perfeitamente, o boto que, segundo a lenda, encantava as mulheres, e, depois, virava peixe novamente, desaparecendo e levando-as para as águas profundas.

Mas meu pai não me contava somente lendas. Falava sobre dores também, como o período difícil da Segunda Guerra Mundial. Havia fila para tudo. Minha avó, com treze filhos, escondia as latas de açúcar debaixo da cama. Era preciso racional izar alimentos.

Divertimento era assistir ao O gordo e o magro e Charles Chaplin, no cinema mudo, em finais de semana, dinheiro q u e o m e u p a i e c o n o m i z a v a religiosamente, a fim de não perder o espetáculo.

Porém, existiu uma dor que, recentemente, retornou em minha memória. Ele se chamava Antônio, naquela época, com cinco anos de idade, era o irmão mais novo de meu pai. Tinha olhos e cabelos c laros, contrastando com os traços indígenas da maioria dos irmãos de cabelos negros e olhos amendoados.

A vida, em Manaus, girava em torno do rio, e meu avô era viajante, embarcava e desembarcava a cada per íodo. A famí l ia sabia, com antecedência, da sua chegada. Então, outro tipo de divertimento era esperá-lo no porto.

Meu avô chegaria à tarde. Depois

Maria Cristina Baracat

do café com aipim, os irmãos se dirigiram ao rio. Ninguém notara. Antônio fora na frente esperar pelo pai.

Como em toda chegada, há sempre alegria, cheia de histórias e novidades. Assim que voltaram para casa, ao lado do pai, um dos meninos observou: E Antônio? O jeito era voltar ao porto, perguntar, vasculhar tudo. Um velhinho, sentado à beira do rio, explicou: uma criança clara, parecida com a descrição de vocês, eu vi sim, só que naquela hora... Não estava saindo um navio para a Alemanha?

Em relação aos entes queridos que desaparecem, há sempre uma esperança. Mãe, quem sabe ele entrou no navio que foi para a Alemanha?...

O tempo passou, meu pai já adulto, com 22 anos, veio para o Sudeste em busca de nova vida; primeiro, Rio de Janeiro, depois, Minas Gerais.

Ainda criança, lembro-me de meu pai na sala. Conversávamos sobre o Antônio. Uma vez, veio um rapaz de longe visitar Manaus que se perdera da família em circunstâncias semelhantes, um soldado russo. Sua avó insistia que era Antônio, mas... não... não era...

Dores, assim, povoam o sentimento das mães. Filhos que desaparecem, morrem acidentados, doentes... e elas sobrevivem, como Maria de Nazaré vendo o filho ser crucificado.

Diante desses fatos, lembrei-me da doçura de Chico Xavier. Somente almas com o sentimento das dores do mundo podem fazer, com tanto amor, as Cartas Consoladoras, e transmitir, através do testemunho dos filhos amados, detalhes de ternura e afeto a cada mãe: não morremos, somos eternos em Deus e no seu coração!

Márcia Queiroz Silva Baccelli

menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos.

Jesus demonstrou a paz no estábulo onde nasceu...

Nós nos dirigimos à subida para encontrar Jesus, aceitando as renúncias.

Portanto, devemos abrir caminho até o Mestre.

É por isso que, neste Natal, sejamos um pouco mais humi ldes sem fingimento, alegres sem dissipação, reservados sem rigidez, procurando edificar com palavras e exemplos.

Transformemo-nos em arautos do Bem, sintonizando a alegria de servir e amparar os aflitos do caminho.

O encantamento do Nascimento de Jesus revoluciona o nosso sentido de viver, uma vida em abundância, repleta de equilíbrio e paz.

Muito já se falou e escreveu sobre Francisco Cândido Xavier. Será, porém, suficiente ou entendido por todos o que já se falou e o que já se escreveu – não propriamente em louvor a Chico Xavier –, sobretudo quanto ao conteúdo e à significação de sua obra no comportamento dos espíritas? É, principalmente, essa reflexão que pretendo suscitar aos dignos e prováveis leitores da presente comunicação.

Explico-me. Em face do justo e oportuno empenho da comunidade espírita de Uberaba – fortalecida por outras tantas a glorificarem a incomparável Mensagem Redentora do Espiritismo, antecedendo as comemorações do Centenário de Nascimento do inesquecível Médium –, também desejo juntar meu sincero aporte à Grande Homenagem a ser-lhe prestada, no próximo dia 2 de abril de 2010, por inumeráveis admiradores de todas as partes do Brasil. Faço-o, pois, com imenso prazer e por honrosa sugestão de particular amigo e confrade. Sem omitir, entretanto, a implícita presença de minha querida Votuporanga Espírita!

Embora ciente de que Chico Xavier jamais se impôs (seria esse o termo exato?) ao merecido reconhecimento público – fosse por suas qualidades morais, fosse pela importância de seu trabalho mediúnico – tento evitar em mim, como seu admirador dentre milhões, cometer algum excesso elogioso, mas... Imagino, pois, que meus eventuais leitores assim também pensem e procedam. Terei algum a quem sejam proveitosas as expressões grafadas neste meu testemunho de veneração? Afinal, falar de Chico Xavier é transbordar o coração de incomensurável ternura e gratidão.

Àquele, então, que, mediante a aférese de seu nome, considerava-se, resignada e humildemente, um cisco... (E o que sobra para nós outros?...) desejaria eu que lhe fosse tributada por todos os leitores das talvez 414 obras por ele psicografadas, a verdadeira homenagem de, efetivamente, assimilarem e vivenciarem os ensinos edificantes provindos da Codificação da Doutrina Consoladora, bem como dos Luminares da Espiritualidade Maior! Sim, porque o Espiritismo é, em absoluta verdade, o próprio e legítimo Cristianismo Redivivo. Bem, pois, conceituou o sábio e amoroso Emmanuel, Mentor Espiritual do inolvidável Médium de Uberaba, nas páginas luminescentes de NÓS E O MUNDO, com sua seriedade característica: “O espírita, na essência, é o cristão chamado a entender e auxiliar.”

Não será demais recordar, também, a síntese conceitual do inesquecível e valoroso Prof. José Herculano Pires (1914-

De “O Livro dos Espíritos”625. Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e de modelo?- Vede Jesus.

De “O Livro dos Médiuns”17.º - Os Bons Espíritos prescrevem apenas o bem. Toda máxima, todo conselho que não esteja estritamente conforme a pura caridade evangélica não pode ser obra de Bons Espíritos. (Cap. XXIV – Identidade dos Espíritos)

De “O Evangelho Segundo o Espiritismo”“Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou infeliz do espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variará ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha.” (Cap. III – Há Muitas Moradas na Casa de meu Pai)

De “O Céu e o Inferno”“Quando o tempo de uma descoberta chegou, os espíritos encarregados de dirigir-lhe a marcha procuram o homem capaz de conduzi-la a bom fim, e lhe inspiram as ideias necessárias, de maneira a deixar-lhe todo o mérito, porque essas ideias é preciso que as elabore e as ponha em prática.” (Cap. X – Intervenção dos Demônios nas Modernas Manifestações)

De “A Gênese”“A superioridade de Jesus sobre os homens não era relativa às qualidades particulares de seu corpo, mas às de seu Espírito, que dominava a matéria de maneira absoluta, e ao seu perispírito alimentado pela parte a mais quintessenciada dos fluidos terrestres.” (Cap. XV – Os Milagres do Evangelho)

Divaldinho Mattos (Votuporanga, SP)

Chico Xavier1979), por muitos considerado o autêntico Allan Kardec Brasileiro, formulada em seu livro O MISTÉRIO DO BEM E DO MAL. Diz ele a quem nós, os espíritas, muito e muito precisamos reexaminar e considerar: “A mesma força que operava nos dois primeiros séculos da nossa era continua operando atualmente, sob a égide do Cristo e a direção do Espírito da Verdade, na conversão do nosso mundo aos verdadeiros princípios cristãos. O Espiritismo é, portanto, o Cristianismo em marcha, é o poder do fermento cristão a levedar a massa ideológica da humanidade terrena.” O confortador texto é, também, aplicável a quem questione a influência moralizadora e esclarecedora do Espiritismo no mundo atual.

Volto, então, às considerações expendidas ao proclamado Maior Médium do Século XX, conforme tive a felicidade de ouvir à viva voz, em Pedro Leopoldo, sua terra natal, recentemente, em meritório ensejo comemorativo. Houve eu, por acertado, qualificar, de maneira simples, Chico Xavier como Luz nos Caminhos – nos caminhos, sim, de quantos, quais bons espíritas procuram pautar sua vida e suas ações pelos ditames da Verdade e do Amor ao Próximo. Quero, assim, reconhecer, de público, que sua missão mediúnica, alicerçada na exemplar conduta cristã, devidamente assimilada, beneficiará, em processo de redenção espiritual, mais cedo ou mais tarde, todos quantos estejam solidários ou desiludidos do imenso acervo de equívocos de diferentes origens e comprometimentos.

Um dia, todos buscarão (está vaticinado na questão nº 798, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS) a Seara Redentora de Jesus restaurada pela Terceira Revelação de Deus. Neste tempo, os exemplos dos espíritas – os comprovados autênticos cristãos – serão reconhecidos como modelos dignos a inspirar, decidida e efetivamente, os demais a tomarem, nas mãos, a charrua do trabalho esclarecido e determinado pelo estudo e dignificado pela prática dos incomparáveis ensinos espiritistas, em favor da obra regeneradora e gratificante de toda a humanidade.

Concluo, então, este fraterno manifesto de louvor e gratidão, de minha parte e de tantas criaturas de algum modo espiritualmente enriquecidas pela Mensagem Imortal de esclarecimento, consolo e orientação nos caminhos da Vida Redentora – fraternalmente prodigalizada, a vida toda, pelo bondoso e devotado Irmão Maior, Chico Xavier.

Roguemos, pois, ao Amado Senhor e Mestre, Jesus Cristo, abençoá-lo, eternamente, como digno Discípulo e exemplar Servidor!

- Luz nos Caminhos

Page 3: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · depois que me aposentei como cirurgião-dentista, profissão que exerci durante trinta anos, e também ... Carlos Barbosa Nunes, que é o atual Presidente

OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO Página 3 JORNAL DA MEDIUNIDADE

Thiago Silva Baccelli

Somos carentes de bons exemplos nos diversos setores da sociedade!

Destarte, é natural que muitos permaneçam desiludidos quanto a um futuro em que, realmente, haja ordem e progresso para todos.

No entanto, esbanjamos otimismo porque confiamos que, pouco a pouco, as coisas tendem a se encaixar e evoluir.

Mas nem por isso olvidamos que, de fato, ainda há pessoas, bem ao nosso lado, que sofrem o drama da vida com agonia e desespero.

A propósito, vamos identificar alguns exemplos comuns:

- neste exato momento, há inúmeros cidadãos aflitos nos postinhos de saúde pública, na expectativa de r e c e b e r e m u m d i g n o p r o n t o atendimento (imagine se isso ocorre, afinal, mesmo quando pagamos caro por um atendimento particular, não é i n c o m u m s o f r e r m o s c e r t o constrangimento e desrespeito nos consultórios médicos e hospitais aos quais recorremos);

- milhões de crianças frequentam, assiduamente, as escolas, porém há uma parcela considerável que não está sendo bem alfabetizada. E ainda existe uma outra quota que é vítima de maus-tratos, abandono e abuso;

- pais, em demasia, estão agora batendo de porta em porta, à procura de um emprego capaz de lhes proporcionar um salário adequado ao sustento de si e de seus dependentes;

- a violência, em cada esquina, evidencia a criminalidade agindo, e o medo tomando conta das pessoas. Muitos homens honestos vivem sitiados como reféns, dentro de suas próprias casas ou apartamentos...

Não podemos nos esquecer de versar sobre a fauna e a flora que estão sendo dizimadas, dia a dia, pela ganância e egoísmo de aproveitadores sem escrúpulos.

Todavia, por maior que seja a gravidade da situação que o momento nos apresente, ponderemos que, certamente, não encontraremos nenhuma boa solução vivenciando clima de agonia e descrença.

Mantenhamos a calma e a serenidade.

É possível que pensemos que o problema pessoal que estamos

atravessando na atualidade é o de maior gravidade...

Mas não o é, ele é apenas o nosso problema!

Todos aqui, na Terra, excetuando o Cristo e, talvez, alguns de seus Prepostos, temos variadas limitações e dificuldades a serem superadas.

Contudo, tenhamos fé de que os obstáculos no caminho, paulatinamente, irão sendo deixados para trás, através do trabalho perseverante e da paciência.

E se é ve rdade que cada individualidade age de acordo com a capacidade já aferida, tal constatação não pode se tornar um pretexto para descrermos de nossas possibilidades de crescimento e expansão.

Por outro lado, refletimos que o inconsciente coletivo impera no meio em que vivemos.

Por isso, é de suma importância que cada um de nós se preocupe em aperfeiçoar os próprios sentimentos, para que, assim, possamos transformar o mundo em que vivemos.

Não devemos esquecer que Deus é o Criador e que nós, na condição de filhos, somos co-criadores.

Jesus afirma que somos deuses (João, 10:34), denotando não apenas a imortalidade de nossos espíritos, mas também a ampla capacidade de realizações que podemos alcançar!

Portanto, constitui importante aprendizado valorizar mais e melhor as muitas bênçãos que o Pai Celestial, amorosamente, tem nos concedido.

E com ex t remado ca r inho, permanece o Cristo regendo o futuro na Terra.

Lá dos Espaços Reluzentes, donde habita, segue o Mestre renovando as esperanças aos tutelados do Seu amor!

Um Sol de alegria e de paz começa a se abrir no horizonte.

Aprendamos a deixar de lado, por alguns instantes, as batalhas materiais cotidianas, e reflitamos sobre a necessidade que temos de agir no Bem.

De produzir àquilo que nos seja possível na presente existência, enfrentando a tudo e a si mesmo, içando a alma ao progresso!

e-mail: [email protected]: http://thiagosilvabaccelli.zip.net/Thiago Silva Baccelli é Orador Espírita, Psicólogo Clínico e bacharel em Direito.

CO-CRIADORESCO-CRIADORESCamille Flammarion, astrônomo

francês e espírita convicto, no alvorecer de sua maturidade, assim se pronunciou diante do túmulo de Allan Kardec: “este foi o que eu chamo o bom senso encarnado”.

Por que o jovem cientista teria se expressado com tamanha convicção e de forma tão incisiva? Onde encontrar provas para sua afirmação?

Entretanto, ao examinar a biografia do Codificador, identificamos fatos que confirmam sua tese. Vejamos alguns deles!

Em 1854, o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail (pseudônimo Allan Kardec) ouviu falar, pela primeira vez, através do Sr. Fortier, magnetizador, sobre o fenômeno das mesas girantes.

— Sabeis – disse ele – que se acaba de descobrir, no magnetismo, uma singular propriedade? Parece que não só as pessoas se magnetizam, mas também as mesas.

— É um efeito singular – respondeu Kardec – contudo, isso não me parece rigorosamente impossível. O fluido magnético, espécie de eletricidade, pode muito bem atuar sobre os corpos inertes e fazê-los mover-se.

Mais tarde, Kardec encontrou-se, novamente, com o Sr. Fortier, que lhe disse:

— Mais extraordinário do que fazer uma mesa girar e andar, é ela falar; perguntam e ela responde.

— Isso é outra questão – retruca o nobre professor. — Só acreditarei nisso se vir ou se me provarem que a mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode tornar-se sonâmbula.

Esses diálogos não representam para nós uma lição de sabedoria, maturidade e bom senso?

Em 1855, Kardec encontrou-se com o Sr. Carlotti, seu amigo, a quem sempre estimou pelas suas qualidades, mas desconfiava de sua exaltação. Foi ele quem primeiro lhe falou sobre a comunicação dos Espíritos.

— Um dia, serás um dos nossos – disse-lhe, tendo o mestre de Lyon respondido: — Não digo que não; veremos mais tarde.

Bom senso: temos?Geraldo Ribeiro da Silva

Nesse mesmo ano, o Sr. Pâtier, outro amigo de Kardec, que usava uma linguagem mais comedida e isenta de entusiasmo, despertou-lhe vivo interesse. Quando o convidou para assistir às experiências que se realizavam na casa da Sra. Plainemaison, aceitou o convite com prazer. Percebeu oculto naquelas futilidades aparentes, e entre aqueles fenômenos de que se fazia um passatempo, algo muito sério, talvez a revelação de uma nova lei.

Depois foi a vez do Sr. Baudin convidá-lo para as suas sessões. As duas médiuns eram as jovens Baudin, que escreviam com o auxílio de uma cesta. Esse método, que exige o concurso de duas pessoas, excluía toda a possibilidade de participação das ideias do médium. Observou comunicações seguidas e respostas dadas não só às perguntas formuladas, como também às feitas pelo pensamento.

Foi ali, que Kardec fez seus primeiros estudos sérios sobre Espiritismo. Aplicou o método experimental, comparando e deduzindo as consequências; dos efeitos chegava às causas. Um dos primeiros resultados a que chegou foi identificar que, sendo os Espíritos as almas dos homens, eles não possuíam a soberana sabedoria nem a soberana ciência. Essa conclusão é, a nosso ver, a grande lição de bom senso que Kardec nos dá.

Mais tarde, ele acompanhou as reuniões realizadas na casa do Sr. Roustan. Eram reuniões sérias. Seu trabalho estava quase pronto; mas, queria revisá-lo com outros Espíritos e o concurso de outros médiuns.

Foi através da comparação e fusão de todas essas respostas, coordenadas, classificadas e, muitas vezes, remoídas no silêncio da meditação, que Kardec lançou a 1ª edição de O Livro dos Espíritos.

Agora, perguntamos: Seguimos o exemplo do Codificador? Analisamos as comunicações que nos vêm dos Espíritos? Lemos as mensagens e os livros que nos chegam às mãos, com olhar crítico? Se tais atitudes forem aplicadas com rigor metodológico, elas nos evitam o grave dissabor de tomar o falso pelo verdadeiro.

Antonio BaracatNOSSO LAR, O FILMEO filme “Nosso Lar” ficou mesmo muito bom, se não por outros vários motivos, pela

frase de Emmanuel no diálogo com Clarêncio, que, aliás, não faz parte do livro: “Nunca imaginei que o despertar fosse tão intenso.” Emmanuel e Clarêncio conversavam sobre a narrativa construída por André Luiz, e a cena mostra que o mérito principal do livro é refletir o inestimável salto qualitativo do autor, na compreensão de seu papel perante a Existência sem fim.

No Brasil, 2010 tornou-se marco inequívoco no trato desta antiga conjectura humana: o sucesso dos filmes “Chico Xavier” e “Nosso Lar”, arrebatando as duas maiores bilheterias do cinema nacional, atesta que não cabe indiferença diante da imortalidade, e que a explicação do Espiritismo sobre o modo como se desdobra a eternidade faz sentido.

O filme “Nosso Lar” esclarece que a regra básica da existência infinita é colher sempre o que se semeia: semeando mal, colhe-se mal; nada semeando, nada se colhe; semeando bem, colhe-se bem. A narrativa lança luz solar sobre as mais belas páginas evangélicas, aquelas contidas no Sermão da Montanha: a justiça, o consolo, as bem-aventuranças, enfim, serão colhidas no curso da existência, que não cessa, e não apenas nos limites estreitos de uma encarnação.

O filme “Chico Xavier”, com atuações antológicas e a conversão do ator Nelson Xavier, abandonando convicções materialistas e agnósticas, apresenta a “fórmula da salvação”: fazer o bem contínua e intensamente sem olhar a quem.

Só mesmo quem não queira enxergar o Cinema Espírita como fenômeno de massa, como já ocorria na seara editorial, poderá ignorar o efeito e, sobretudo, as razões e motivos das bilheterias-recorde. Como afirmou, em palestra recente, o Dr. Carlos Baccelli, sob a inspiração do mentor Irmão José, Chico Xavier, tendo psicografado 448

livros já publicados, depois de morto, continua conferindo identidade espiritual ao Brasil, na condição de maior fenômeno mediúnico e humano, não apenas nacional, mas em toda história da humanidade. E essa identidade espiritual que Chico nos legou é singular, porque está predicada da mais extensa paciência, tolerância, acolhimento das diferenças e afastamento dos dogmatismos e fanatismos que marcam outras tradições.

Por isso, diante do que se exibe em “Nosso Lar”, convém ajustar logo nossas condutas, em nome de interesses imediatos e futuros, porque, dificilmente, a humanidade escapará de dura provação coletiva neste século, que deve atingir os dois lados da vida.

Os interesses materiais, que guiam decisões de quase todos, falando mais alto que os apelos éticos, acabarão por constranger homens e mulheres a reverem os valores sobre os quais a civilização se apoia. E, segundo a lógica da Lei de Causa e Efeito, os conflitos do homem contra a Natureza e do homem contra o homem implicam prenúncios claros nos sinais de cansaço que o planeta vem dando, buscando reaver o equilíbrio.

Isso porque as próprias religiões, infelizmente, quase sempre serviram e servem de pretexto para que os mais fortes queiram se impor aos mais fracos, com voluntário esquecimento do “amai-vos uns aos outros”. Dessa forma, paradoxalmente, os religiosos induzem à falta de religiosidade, à ausência de limites éticos das criaturas, que, cada vez mais, mergulham no consumismo, agravando os problemas sociais e ambientais.

Nesse sentido, o sucesso do Cinema Espírita deve ser saudado com intensa alegria, pois impulsionará aquilo de mais precioso que tem marcado a trajetória desta doutrina em solo brasileiro, durante mais de um século: o amplo consolo e assistência às vítimas da dor e do sofrimento.

Page 4: JORNAL DA MEDIUNIDADE LEEPP · depois que me aposentei como cirurgião-dentista, profissão que exerci durante trinta anos, e também ... Carlos Barbosa Nunes, que é o atual Presidente

Página 4 OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBROJORNAL DA MEDIUNIDADE

Conselho Editorial: LEEPPJornalista Responsável: Juvan de Souza NetoRegistro: SC 01359JPRevisão gramatical: Ana Rita Jorge ZaidanDiretores: Edson de Sousa Marquez / Mário Alexandre AbudProjeto gráfico e Impressão:

Editora Vitória Ltda.E-mail: [email protected]ço p/ correspondência:

Av. Elias Cruvinel, 1202 - B. Boa Vista -38070-100 - Uberaba-MG

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EXPEDIENTE

Pela primeira vez, Carlos Baccelli visitou Portugal, tendo uma vasta programação de palestras e seminá-rios, em várias instituições espíritas que, gentilmente, receberam-no, como é apanágio dos espíritas.

Em sua digressão por nosso país, suas palestras e seminários versaram a obra mediúnica de Francisco Cândido Xavier e a personalidade do mesmo grande médium.

Era uma lacuna que se sentia no Movimento Espírita em Portugal. Não se falava praticamente em Francisco Cândido Xavier. Para muitos espíritas portugueses, ele era apenas um médium que tinha recebido os espíritos de Emmanuel, de André Luiz e nada mais. Ora, Chico Xavier, como mais propriamente é chamado, não era simplesmente um médium que deixou, em sua obra psicográfica, um trabalho de vulto, tão grande e valioso é esse trabalho mediúnico, que podemos dizer, sem receio, que é a continuidade da Codificação Espírita.

CARLOS BACCELLI EM PORTUGALJulieta Marques - Portugal

Associação Espírita de Lagos / AlgarveSem o trabalho de André Luiz, seria impossível para nós entendermos o que é o mundo espiritual, o que nos aguarda na outra dimensão, para onde, um dia, retornaremos, pois que de lá viemos.

Naturalmente que, sendo Carlos Baccelli discípulo de Chico Xavier por mais de 25 anos, ele é a personalidade que mais pode dar testemunho deste Homem, com letra grande, que esteve entre nós e que viveu o Evangelho em plenitude. Deixou não só obra psicográfica, deixou, acima de tudo, o exemplo dignificante de como o Evangelho deve e pode ser vivido. Por isso, era importante que, ao se comemorar o centenário de sua morte, ele fosse conhecido pelos portu-gueses, como ele é na verdade, não só como médium, mas alguém que atravessou o século vinte, penetrou no século vinte e um, com a mesma postura crística. Ele trazia Cristo no coração, poderemos dizer que já não era ele quem vivia, mas o Cristo, tal era

sua vida, numa entrega total e absoluta ao Amor Maior, que é Jesus.

Então, Carlos Baccelli veio e falou desse coração cheio de luz, especificou, tanto quanto lhe foi possível, o que representam as informações da obra de André Luiz, para que não continuemos a supor… mas a saber como é a vida noutras dimensões. Em suas palestras, convidou-nos a estudar, não só a ler superficialmente, como quem lê um romance, mas a estudar e perceber o conteúdo das lições vividas e aprendidas pelo espírito comunicante.

Em todas as casas, foi recebido com expectativa, o que é natural, mas muito bem recebido e respeitado. Todos desejam que ele volte, e casas há que não foram contempladas com sua visita, mas já me telefonaram, pedindo que não fossem esquecidas na próxima programação, o que nos alegra, pois que todos devem ser bem-vindos, para fazermos jus ao que se diz dos portugueses que são um povo

acolhedor e simpático no receber, e mais ainda, não esquecermos o que Jesus referiu quando se dirigiu a Helil, sobre sua próxima reencarnação: “E tu, Helil, renascerás entre um povo humilde e trabalhador…” Bom será que não percamos essas qualidades que o Divino Mestre apontou.

Coisas muito bonitas, como exemplo de caridade cristã, pudemos apreciar em Baccelli, quando atendeu, com afeto, quem precisava duma palavra, dum esclarecimento.

Carlos Baccelli veio independente de circunstâncias adversas, conquis-tou amigos e cumpriu seu programa integralmente, tanto em Portugal quanto em Londres.

Agora que veio e abriu uma fresta por onde jorrou um pouco mais de luz, esperamo-lo outras vezes, para que essa fresta se alargue e, com mais luz, possamos ser beneficiados.

Viagem a Inglaterra e Portugal

Autografando após Seminário em Lisboa

Baccelli no Père-Lachaise , em visita ao túmulo de Kardec“ ”

Palestra em Figueira da Foz

Com Orlando e Senhora, no Centro Espírita Batuíra , em Lisboa“ ”

Seminário em Londres, no Spiritist Psychological Society“ ”

Vista parcial do público presente no “Sir William Crooks Spiritist Society”, em Londres

Com diversos amigos, em Santarém, Portugal