jornal crmv ago-2007 · pesquisadora avalia situação da tuberculose bovina na américa latina...

11
Pesquisadora avalia situação da tuberculose bovina na América Latina PÁGINA 9 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO RS - ANO XIII Nº 57 - MAI/AGO 2007 PÁGINA 12 Veterinária & Zootecnia Impresso Especial 0879/2002 - DR/RS CRMV/RS CORREIOS Ensino e prática profissional ameaçados em Pelotas CRMV-RS É CONTRÁRIO À ABERTURA DE CURSO ESPECIAL PARA ASSENTADOS NA UFPEL acesso universal ao ensino público gratuito e a fiscalização do exercício profissional podem estar ameaçados com a decisão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) de criar um novo curso de Medicina Veterinária destinado, exclusivamente, a filhos de assentados do MST. Esse tem sido o alerta do CFMV e CRMV-RS nos últimos meses ao se integrar ao movimento contrário liderado por estudantes e professores da Medicina Veterinária, com o apoio de diversas entidades do setor primário da região. O curso seria criado dentro do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Para o presidente do CRMV- RS, Air Fagundes dos Santos, a graduação de profissionais em turmas especiais contraria o princípio de igualdade de afluên- cia ao mercado de trabalho. “Como vamos aplicar um trata- mento igualitário a esses futuros profissionais?”, questiona. “Propostas como essa atentam contra a competência profissional O Moizes Vasconcellos - gentilmente cedida pelo Diário Popular Indignação fez renascer mobilização dos estudantes, relembrando anos 60 em um mercado disputadíssimo e massificado, representando uma ameaça à qualidade de vida dos humanos e dos animais, assim como de todo o ambiente, além de dificultar tremendamente a fiscalização do exercício profissi- onal e a cobrança do comporta- mento ético, responsabilidades dos Conselhos profissionais”, detalha. Em todo o processo, o presidente destaca a participação dos estudantes, que lideraram as manifestações, fazendo relembrar as mobilizações estudantis das décadas de 60 e 70. Cronologia do caso A criação dessa turma especial de Medicina Veterinária é resultado de um convênio que prevê o investimento de R$ 3,6 milhões em estrutura física e infra-estrutura no Campus Universitário. No dia 27/06, as diretorias do CRMV-RS e do CFMV participaram de reuniões com a reitoria, Procuradoria de República e entidades para apresentar seu ponto de vista contrário ao curso. No dia 20/07, o Conselho Universitário aprovou a criação e, em função disso, no dia 30, o procurador da República Max Palombo apresen- tou um pedido de liminar para tentar impedir a aplicação da decisão, no qual diz que a medida fere o princípio de igualdade previsto na Constituição. Presença marcante Ampliação da Casa do Veterinário e encontro de CRMVs da Região Sul e convidados marcam atividades na Expointer. Divulgação Palácio Piratini PÁGINA 3 Segurança alimentar Alterações na legisla- ção de inspeção veterinária devem aumentar qualida- de e ampliar vagas de trabalho. PÁGINA 8 Academia homenageia profissionais Academia homenageia profissionais Divulgação CRMV-RS

Upload: nguyenanh

Post on 07-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Pesquisadora avalia situação da tuberculose bovina na América LatinaPÁGINA 9

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO RS - ANO XIII Nº 57 - MAI/AGO 2007

PÁGINA 12

Veterinária& Zootecnia

ImpressoEspecial

0879/2002 - DR/RSCRMV/RS

CORREIOS

Ensino e prática profissionalameaçados em Pelotas

CRMV-RS É CONTRÁRIO À ABERTURA DE CURSO ESPECIAL PARA ASSENTADOS NA UFPEL

acesso universal ao ensino público gratuito e a fiscalização do exercício profissional podem estar

ameaçados com a decisão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) de criar um novo curso de Medicina Veterinária destinado, exclusivamente, a filhos de assentados do MST. Esse tem sido o alerta do CFMV e CRMV-RS nos últimos meses ao se integrar ao movimento contrário liderado por estudantes e professores da Medicina Veterinária, com o apoio de diversas entidades do setor primário da região. O curso seria criado dentro do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Para o presidente do CRMV-RS, Air Fagundes dos Santos, a graduação de profissionais em turmas especiais contraria o princípio de igualdade de afluên-cia ao mercado de trabalho. “Como vamos aplicar um trata-mento igualitário a esses futuros profissionais?”, questiona.

“Propostas como essa atentam contra a competência profissional

O

Moizes V

asconcellos - gentilmente cedida pelo D

iário Popular

Indignação fez renascer mobilização dos estudantes, relembrando anos 60

em um mercado disputadíssimo e massificado, representando uma ameaça à qualidade de vida dos humanos e dos animais, assim como de todo o ambiente, além de dificultar tremendamente a fiscalização do exercício profissi-onal e a cobrança do comporta-

mento ético, responsabilidades dos Conselhos profissionais”, detalha. Em todo o processo, o presidente destaca a participação dos estudantes, que lideraram as manifestações, fazendo relembrar as mobilizações estudantis das décadas de 60 e 70.

Cronologia do casoA criação dessa turma especial de Medicina Veterinária é

resultado de um convênio que prevê o investimento de R$ 3,6 milhões em estrutura física e infra-estrutura no Campus Universitário. No dia 27/06, as diretorias do CRMV-RS e do CFMV participaram de reuniões com a reitoria, Procuradoria de República e entidades para apresentar seu ponto de vista contrário ao curso. No dia 20/07, o Conselho Universitário aprovou a criação e, em função disso, no dia 30, o procurador da República Max Palombo apresen-tou um pedido de liminar para tentar impedir a aplicação da decisão, no qual diz que a medida fere o princípio de igualdade previsto na Constituição.

Presençamarcante

Ampliação da Casa do Veterinário e encontro de CRMVs da Região Sul e c o n v i d a d o s m a r c a m atividades na Expointer.

Divulgação P

alácio Piratini

PÁGINA 3

Segurançaalimentar

Alterações na legisla-ção de inspeção veterinária devem aumentar qualida-de e ampliar vagas de trabalho.

PÁGINA 8

Academiahomenageia

profissionais

Academiahomenageia

profissionais

Divulgação C

RM

V-R

S

Versão DoisEXPEDIENTE

O jornal Veterinária & Zootecnia é um veículo de divulgação da classedos médicos veterinários e dos zootecnistas, editado pelo ConselhoRegional de Medicina Veterinária do RS (CRMV-RS). Os textos sãode responsabilidade dos autores.

DIRETORIA EXECUTIVA DO CRMV-RS

PresidenteAir Fagundes dos Santos

Vice-presidenteMaria Helena Amaral

Secretário-geralJosé Arthur de Abreu Martins

TesoureiroMauro Gregory Ferreira

Conselheiros efetivosElci Lotar Dickel, Hélvio Tassinari dos Santos, Maristela LovatoFlores, Vera Lúcia Machado da Silva, Carlos de Lima Silveira eJosé Braz Mariosi

Conselheiros suplentesAna Mirtes de Souza Trindade, Rosane Maia Machado, RodrigoMarques Lorenzoni, Margarete Maria Paes Iesbich, JulianaIracema Milan e Angélica Pereira dos Santos

JORNAL VETERINÁRIA & ZOOTECNIA

Conselho editorialAir Fagundes dos Santos, José Arthur de Abreu Martins, RosaneMaia Machado e Leandro Brixius

Projeto GráficoRodrigo Vizzotto

Jornalista responsávelLeandro Brixius – RP 9468

ChargeMéd. Vet. Hudson Barreto Abella

Diagramação e Impressão

Tiragem12 mil exemplares

Endereço para correspondência

CRMV-RS – Rua Ramiro Barcellos, 1793, 2º andar – Bom FimPorto Alegre – RS – CEP 90035-006 – Fone/fax: 51 2104 0566E-mail: [email protected] / www.crmvrs.gov.br

SECRETARIAS REGIONAIS

Secretaria Passo Fundo – Rua General Osório, 1204/602CEP 99010-140 – Fone/fax: 54 3317 2121E-mail: [email protected]

Secretaria Pelotas – Rua Andrade Neves, 2077/402CEP 96020-080 – Fone/fax: 53 3227 0877E-mail: [email protected]

Secretaria Santa Maria – Rua Appel, 475 – Prédio Sindicato RuralCEP 97015-030 – Fone/fax: 55 3223 6824E-mail: [email protected]

www.crmvrs.gov.br

2 maio a agosto 2007

Veterinária& Zootecnia

EDITORIAL

história do exercício profissio-nal e do ensino da Medicina Veterinária, por vezes, se mistura à trajetória da criação e

crescimento - com muito trabalho e respeito - à história da própria Universidade Brasileira. Hoje realida-des incontestes, porém, ameaçadas nas suas bases. As raízes, das duas "históri-as", estão na chegada de Dom João VI ao Brasil, em 1808, e a sua coroação, em 1816, como 27º Rei de Portugal. Dom João, ao chegar, além de criar a acade-mia militar e o serviço veterinário para atender especificamente cavalos, de especial interesse às guerras na época, criou o ensino superior, começando pela Medicina. Contudo, sob a orientação de José Bonifácio, o Patriarca da Independência, como gostava de dizer Mozart Prereira Soares, também projetou o ensino da Veterinária, o que acabou não acontecendo ao longo do século 19. Com o tempo, essa semente germinou, cresceu e desabrochou, e antes mesmo dos 20 anos do século seguinte o Brasil já formava seus primeiros veterinários. Nos últimos quase 100 anos, tomando como referência 1910/1915, a formação projetada e colocada em prática permitiu o exercício profissional, com dignidade e competência, aos médicos veterinários no mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo. Finalmente chegamos ao século 21, talvez o momento mais crítico da humanidade pelas necessidades de novos "saberes" e habilitações técnico-científicas/ tecnológicas de alto nível em defesa do ser vivo e do meio ambiente em todo o Planeta. A Universidade Brasileira, esteio dessa garantia de técnicos qualificados,

Apesquisadores e de futuros professores, começa a bloquear o principal caminho de acesso ao ensino superior, a educação formal. Decretando o início da decadên-cia da sólida e qualificada formação superior indispensável para o cresci-mento do País, no instante em que são criados mecanismos de segunda via que permitam o acesso à universidade pela "porta dos fundos", com o estrito objetivo de privilegiar segmentos articulados da sociedade. Neste processo de tentativa de desmonte do ensino superior, a Medicina Veterinária Brasileira não precisava ser um dos alvos, como a recente assinatura do convênio entre a Universidade Federal de Pelotas e o Incra para criação de um curso paralelo de graduação, exclusiva-mente para filhos de assentados da reforma agrária. É uma nova versão dois, aliás, como aconteceu com a "lei do boi". Derrubada. A criação desse curso de graduação em Medicina Veterinária, além de permitir que outros segmentos organizados da sociedade cobrem o mesmo tratamento, ceifa o princípio da igualdade de direito e a democracia, as maiores riquezas da Universidade Brasileira. Este ato em Pelotas fere por não ter respeitado a posição da quase totalidade dos segmentos do ensino local e das entidades de classe que fiscalizam o exercício profissional. Restam as perguntas. Por que o Reitor da UFPel, médico, não criou um curso de Medicina? Por que não procurou outras formas alternativas, mais dignas e democráticas, para atender interesses unilaterais com grupos comprometidos. Não poderia ser diferente, só podemos dizer não às versões de ensino dessa natureza.

HUMOR

Gráfica RJR Ltda

Air dos Santos Fagundes

OPINIÃO

3maio a agosto 2007

Veterinária& Zootecnia

Suasa traz mais qualidade e vagasno mercado de trabalho

regras. A adesão é voluntária, mas o Estado deve aderir primeiro, para que depois os municípios possam encaminhar a documenta-ção. Foi criado um comitê, que reúne o CRMV-RS, a Agricultu-ra, Pecuária e Agronegócio (Seapa), as delegacias regionais da Agricultura e do Desenvolvi-mento Agrário, a Emater/RS, a Sociedade de Veterinária do RS (Sovergs) e a Federação das Associações de Municípios (Famurs), e que está promovendo seminários para divulgar as regras e esclarecer as dúvidas, principal-mente dos profissionais responsá-veis pelos serviços de inspeção e fiscalização nos municípios.

Segundo o conselheiro Elci D i c k e l , r e p r e s e n t a n t e d o Conselho no comitê, o Suasa reúne quatro sistemas de inspe-ção: de origem animal, origem vegetal, insumos agrícolas e insumos pecuários. “Estão envolvidas ações de sanidade,

ais qualidade nos alimen-tos agroindustrializados, melhor qualidade no serviço de inspeção

sanitária e novas oportunidades de trabalho para médicos veterinári-os e zootecnistas. Esses são alguns dos benefícios que entrada em vigor do Sistema Unificado de Atenção e Sanidade Agropecuária (Suasa) pode trazer para a sociedade. Instituído no ano passado com a intenção de dar uma cara única à fiscalização e inspeção das agroindústrias de origem animal e vegetal em todo o país, a nova normatização reúne as legislações de municípios, estados e União, que antes eram indepen-dentes e acarretavam dificuldades e entraves para o desenvolvimento do setor.

O governo gaúcho ainda não aderiu ao Suasa, mas mesmo assim, entidades ligadas ao setor estão se preparando para estar em condições de atender às novas

M

Crescimento no mercado devendas e profissional

inspeção, fiscalização, educação e vigilância sanitária, tudo sob a coordenação do Poder Público nas várias instâncias federativas”, explica Dickel. Os produtos de origem animal, por exemplo, tem sua legislação definida pelo

Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA), coordenado pelo Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Os procedimentos de inspeção no País passam a ser padroniza-dos, possibilitando a ampliação do âmbito de comercialização dos produtos, nas diversas escalas de produção, preser-vando sua qualidade e a saúde pública. “As agroindústrias poderão ter um crescimento maior, com novos merca-dos, garantindo o desenvolvimento socioeconômico de diversas regiões”, destaca. A saúde pública e a segurança alimentar também ganham, com a garantia da qualidade dos alimentos consumidos pela população, a diminuição dos abates e comerci-alização de carnes clandestinas e

prevenção das doenças transmiti-das por alimentos de origem animal.

O mercado profissional dos médicos veterinários é outro

favorecido com o Suasa. Dos 496 municípios gaú-chos, apenas 40% têm o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e com a adesão ao novo Sistema, todos eles deverão contratar profissionais para os serviços de fiscali-

zação e inspeção. “Serão abertas vagas e o serviço será qualificado. O Conselho pretende realizar cursos de reciclagem para os responsáveis por essa área nas prefeituras”, adianta Dickel.

MUNICÍPIOS DEVERÃO

CONTRATAR PROFISSIONAIS PARA ADESÃO

AO SUASA

TIRE SUAS DÚVIDASSuasa: Sistema Unificado de

Atenção e Sanidade Agropecuária, i n s t i t u í d o p e l a I n s t r u ç ã o Normativa número 19, de 24 de julho de 2006.

Sisbi/POA: Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal.

Para aderir ao Suasa, as unidades da federação deverão adequar seus processos e procedi-mentos de inspeção e fiscalização, ficando obrigados a seguir a legislação federal ou dispor de regulamentos equivalentes.

Para que o município solicite adesão ao Suasa, o Estado deverá estar reconhecido pelo Sistema. A adesão é voluntária. Aqueles que não optarem, continuam regidos pela Lei 7889/89 de 23/11/1989.

Os documentos para adesão d e v e m s e r e n v i a d o s à Superintendência Federal de Agricultura do Estado para conferência e análise documental

preliminar, constituição do processo e posterior encaminha-mento ao Dipoa para análise de equivalência documental.

O serviço de inspeção municipal ou estadual poderá priorizar a adesão por categoria de produto, de acordo com a importância e organização do setor produtivo, mas deverá apresentar justificativa e estabele-cer metas para adesão das demais categorias.

Os estabelecimentos não e s t a r ã o a u t o m a t i c a m e n t e incluídos no Sisbi quando o respectivo serviço de inspeção tiver sua equivalência reconheci-da. O órgão municipal ou estadual deverá indicar os estabelecimen-tos que farão parte do Sisbi.

A rotulagem continuará atendendo os requisitos estabele-cidos pela legislação vigente, com a colocação de um logotipo do Sisbi nos rótulos.

Divulgação C

RM

V-R

S

Parceria entre CRMV-RS e Famurs capacita responsáveis por inspeções

Fonte: Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa)

CAPACITAÇÃO

4

Veterinária& Zootecnia

NOTAS

Inseminação artificial

Uma recente decisão da Justiça Federal, em 6 de julho, com relação a uma ação ordinária, concluiu que "tendo em vista que a prestação de serviço de inseminação artificial deve ser realizada sob a direção, controle e orientação de profissional médico veteriná-rio, exige inscrição e paga-mento de anuidade perante o Conselho".

Regularização

O CRMV-RS está colocando seus setores Financeiro e Jurídico para compor as anuidades em atraso dos profissionais ou empresas, através de parcelamento que atendam às possibilidades de todos e do Conselho. Os profissionais interessados podem entrar em contato pelos telefones (51) 2104-0554 e 2104-0566 ou pelo e-mail:[email protected] e [email protected].

Multa de eleições

Os médicos veterinários e os zootecnistas que não estavam em dia com a anuidade no momento da eleição estarão sujeitos à cobrança de multa por não votar, segundo decisão do Plenário do CFMV. Foi rejeitado o parecer elaborado pela assessor ia jur íd ica do CRMV-RS, no qual “os inadimplentes não estão sujeitos à multa eleitoral, eis que não compõem o rol de eleitores”.

Seminários de RT promovema qualificação profissional

s conselhos têm a obriga-ção de f iscal izar o exercício profissional. Mas mais do que uma

ação punitiva, devem realizar o esclarecimento de dúvidas e a orientação para que a atuação esteja de acordo com as normas vigentes. Focado nesse objetivo, o CRMV-RS vem realizando uma s é r i e d e S e m i n á r i o s d e Responsabilidade Técnica em cidades nas quais funcionam cursos de Medicina Veterinária. Já sediaram o módulo básico do evento, Porto Alegre, Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria, que terá uma segunda edição em 26 de outubro. Nesta etapa, a intenção é atingir, principalmente, os formandos. Está programada, ainda, a realização de módulos avançados, envolvendo profissio-nais de áreas específicas, como já ocorreu em Passo Fundo.

O Seminário é, na maioria das vezes, o primeiro contato do futuro médico veterinário ou zootecnista com o Conselho. Por isso, é o momento para mostrar um pouco sobre como o CRMV-RS funciona, quais são as atividades que desenvolve e quais são suas responsabilidades. “Passamos uma idéia do que eles vão encontrar e destacamos,

O

Divulgação C

RM

V-R

S

Seminários têm grande procura de público, como ocorreu em Porto Alegre

principalmente, noções funda-mentais sobre ética profissional, um assunto de grande importância e que, a lgumas vezes, não recebe o devido valor no currículo universitá-rio”, aponta a vice-p r e s i d e n t e d o CRMV-RS e uma das coordenadoras do Seminário, Maria Helena Amaral.

A escolha da ética como um tema central do Seminário decorre, também, do número de

denúncias que chegam ao Conselho e que evidenciam o desconhecimento das normas do

Código de Ética P r o f i s s i o n a l . “Procuramos dar uma interpretação prática às normas a partir de casos do dia-a-dia , como questões pontuais de comportamento na relação com clientes

e pacientes em clínicas, valori-zando o questionamento e a interlocução”, exemplifica.

Profissional tem obrigação de conhecer legislaçãoO chefe do setor de fiscaliza-

ção do CRMV-RS e também organizador do Seminário, José Pedro Soares Martins, diz que há, ainda, um desconhecimento muito grande dos profissionais com relação à legislação. “É inadmissível que um responsá-vel técnico não conheça as leis a respeito do produto que deveria controlar a venda ou a produ-ção”, diz. Martins acrescenta que há muita leviandade com

ESTADO FOI PIONEIRO NA

REALIZAÇÃO DE SEMINÁRIOS

DE RT

questões relativas ao Código de Defesa do Consumidor, que também se aplica às clínicas veterinárias.

Martins lembra que o CRMV-RS foi pioneiro na realização desse tipo de evento de formação, que hoje está se difundindo em outros estados. Nas últimas semanas, Martins e Maria Helena Amaral participaram de seminári-os semelhantes em Santa Catarina, fortalecendo o intercâm-

bio com os profissionais do estado vizinho.

O setor de fiscalização e a comissão de ética do CRMV-RS estão à disposição para que todos os profissionais possam tirar suas dúvidas e buscar atualizações sobre a legislação. Além disso, os sites do CFMV - www.cfmv.org.br - e do CRMV-RS - www.crmvrs.gov.br - são opções para o acesso desses materiais.

maio a agosto 2007

ÉTICA

ZOOTECNIA

5

Veterinária& Zootecnia

Comemoraçãode 41 anos

Divulgação C

RM

V-R

S

Zootecnistas realizam homenagens em comemoração

comemoração pelos 41 anos de zootecnia no Brasil foi marcada por h o m e n a-

gens. Um jantar realizado em Santa Maria, no dia 18 de m a i o , r e u n i u , aproximadamente, 200 pessoas. A comissão organi-zadora escolheu dez pessoas de importância para a zootecnia gaúcha e lhes entregou um prêmio. O presidente do CRMV-RS, Air Fagundes, e o conselheiro José Braz Mariosi, foram homenageados com o Prêmio Destaque Reconhe-

Acimento e Destaque Extensão, respectivamente.

A professora Maria Beatriz Fernandez Gon-çalves, Prêmio Destaque Ensino, destacou que o Dia do Zootecnista r e p r e s e n t a a celebração de uma profissão indispen-s á v e l p a r a a

expansão do agronegóc io brasileiro. A comemoração foi organizada pelos professores Irineo Zanella e Paulo Roratto, com o apoio do Sindicato dos Zootecnistas do RS e do CRMV-RS.

PROFISSIONAIS FORAM HOMENAGEADOS EM SANTA MARIA

ZOOTECNISTA É INDISPENSÁVEL

PARA A EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO

NOTÍCIAS

Parceria em sanidadeA Embrapa e a Organização Pan-Americana de Saúde/Centro Pan-Americano de Febre vão desenvolver programas em sanidade animal em parceria. Para estabelecer as atividades e planos de trabalho a serem desenvolvidos e avaliar sua execução, será criado um comitê de implementação com represen-tação das partes. O Memorando de Entendimento terá duração até dezembro de 2011.

Animais nos ônibusO Rio Grande do Sul poderá ter uma lei que obriga o transporte de animais de pequeno porte pelas empresas de ônibus intermunicipais. Está tramitan-do na Assembléia Legislativa o projeto de lei nº 132/2007, do deputado Carlos Gomes (PPS), que esteve no CRMV-RS em busca de subsídios para a proposta. Os conselheiros estão elaborando um documento com sugestões ao Projeto, que será enviado, posteriormente, ao parlamentar.

Conselhão das ProfissõesO CRMV-RS esteve represen-tado no Fórum dos Conselhos Federais das Prof issões Organizadas, dias 21 e 22/05, em Brasília, com o mote Pautar Brasil - A Responsabilidade com Poder das Profissões. O evento, de dois dias, teve a participação de 28 Conselhos F e d e r a i s , m a i s d e 1 0 0 C o n s e l h o s R e g i o n a i s e aproximadamente 250 profissi-onais. Além das palestras, 16 Conselhos Federais.

Ensino da VeterináriaO CFMV está realizando Seminários Regionais de E n s i n o e m M e d i c i n a Veterinária durante o ano em diferentes regiões do país. Organizados com o apoio dos Conselhos Regionais, o evento é direcionado para dirigentes de instituições de ensino superior, professores, alunos, autorida-des educacionais e entidades representativas. Na região Sul, o Seminário será dias 8 e 9 de novembro, em Florianópolis.

Zootec 2007 reúne 1,3 milpessoas no Paraná

O zootecnista gaúcho Paulo Demoliner foi premiado como Zootecnista do Ano durante o Zootec 2007, evento realizado em Londrina (PR), de 29 de maio a 1º de junho. Na edição do próximo ano, haverá uma homenagem póstuma ao zootecnista Ambires Riela, formado na primeira turma de zootecnia da PUCRS e primei-ro inscrito no CRMV-RS, posteriormente transferido para o Paraná, onde atuou como

Zootecnistas encontram-sena Expointer 2007

Os zootecnistas brasileiros têm um encontro marcado em Esteio (RS) de 28 a 30 de agosto. Eles participam do Fórum Nacional de Entidades de Zootecnia e Reunião dos Conselheiros Zootecnistas, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, dentro da programação da Expointer 2007. Os eventos são coordenados pelo zootecnista Paulo Demoliner, em conjunto com presidente da ABZ, zootecnista Severino Benone, e a diretoria do Sindicato dos Zootecnistas do RS.

Para participar das atividades, entre em contato com a empresa AGeventos Assessoria, pelo telefone/fax (51) 3333-2428 / 3331-3770 ou e-mail [email protected]. As inscrições são gratuitas.

maio a agosto 2007

professor de Anatomia na Universidade Federal do Paraná.

O Zootec é o maior evento na área no país e reuniu 1,3 mil pessoas , p r inc ipa lmente profissionais e estudantes, entre os quais os conselheiros do CRMV-RS, zootecnistas José Braz Mariosi e Angélica dos Santos.

A programação envolveu 44 palestrantes do Brasil, Portugal e Espanha.

Divulgação

7

Veterinária& Zootecnia

6

Pesticidas, praguicidas, inseticidas, outros “cidas” e poluentes ambientais

O que são POPs (poluentes orgânicos persistentes)?Os POPs são compostos químicos tóxicos e duradouros, que se acumulam no tecido gorduro-so do homem e dos animais (não só mamíferos!), transmitem-se através da cadeia alimentar e persistem no meio ambiente. O clordane tem t½ no solo de quatro anos, enquanto o heptacloro

no solo, em climas temperados, tem t½ de dois anos. O DDT pode alcançar t½ de 20 anos. Entre os POPs estão as dioxinas, os furanos, o DDT (diclorodifeniltricloroetano) e inúmeros agrotóxicos, pesticidas e inseticidas. Por coincidência, a sigla em português e inglês é idêntica (sua origem persistent organic polluents)!

Qual a importância dos POPs?Os POPs são extremamente tóxicos para os animais (incluindo o homem!). Os efeitos indesejados dos POPs incluem carcino e teratogenicidades, lesões neurológicas, respiratórias e cardiovasculares, incluindo-se, ainda, infertilidade e, até mesmo, a morte. Os POPs perma-

necem intactos no ambiente por longos períodos e se distribuem amplamente pelo mundo (i.e., sem respeitar distâncias ou alfândegas!) através do ar, da água e da cadeia alimentar. Aumentam a incidên-cia de câncer cerebral, vesical, biliar, pulmonar, mamário e outros, causam lesões nos rins, fígado, adrenais e tireóide, podem diminuir a fertilidade e a imunidade, podem causar diabete, porfiria, doença cardiovascular, lesões fatais de pele, especialmente em crianças e lactantes, cefaléia, tonturas, náuseas, mal estar geral e vômitos seguido de abalos musculares, espasmos mioclônicos e convul-sões. Todos os POPs cidas causam as mesmas ameaças, mas cada um revela riscos especiais.

Quais são os POPs objetos da Convenção de Estocolmo?Foram incluídos, inicialmente, 12 substâncias compreendendo nove pesticidas organoclora-dos (aldrin, clordano, DDT, dieldrin, endrin, heptacloro, hexaclorobenzeno, mirex e toxafe-no) e três substâncias industriais e sub-produtos não intencionais de processos industriais e de

combustão (bifenilas policloradas [PCBs], dioxinas e furanos), visando interromper produção e/ou reduzir as emissões.

O que são os “pesticidas” ou “praguicidas”?São substâncias (tóxicas) utilizadas para combater/controlar insetos, fungos e outras “pestes” causadores de doenças ou veiculadores de agentes etiológicos de doenças em animais (incluindo o homem) e plantas e/ou predadores das plantas cultivadas para consumo humano.

A sua denominação tem inúmeras variantes: praguicidas, inseticidas, fungicidas, carrapaticidas, acaricidas e outros “cidas”, todas insinuando uma especificidade de ação (contra pragas, insetos, fungos, etc.) que obviamente, sabe-se hoje, não têm. Nunca tiveram... Sua descoberta, utilidade e desenvolvimento foi saudado como solução definitiva (costuma ser o usual!) contra as pragas que atacam as lavouras e a criação de animais e seu emprego espalhou-se pelo mundo. Curiosamente muitas substâncias praguicidas foram desenvolvidas para matar humanos dos exércitos inimigos, como “armas químicas”! Modificações químicas nas moléculas aumentaram a “margem de seguran-ça”: alguns defensivos são (ligeiramente) mais ativos contra “as pragas” do que contra os animais. Cabe uma reflexão: se fármacos - substâncias usadas para prevenir, curar doenças, aliviar o sofrimen-to ou auxiliar o diagnóstico - não estão isentas de efeitos adversos, o que esperar então de substâncias que “originalmente” já foram desenvolvidas para ser “tóxicas” e letais contra uma (ou mais) “pra-gas”?

O que são as bifenilas policloradas, os furanos e as dioxinas?As bifenilas policloradas (PCBs) são compostos industriais valiosos usados em centenas de aplicações como líquidos dielétricos, transformadores, capacitores, lubrificantes, anticha-mas, equipamentos hidráulicos e plastificantes em tintas, plásticos e borrachas. Exibem

Augusto Langeloh*

No dia 23 de maio de 2001, 90 países, mais a Comunidade Européia e os Estados Unidos, reunidos em conferência diplomática em Estocolmo, na Suécia, assinaram um tratado, conhecido como Convenção de Estocolmo ou Tratado dos Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), visando reduzir e/ou eliminar a produção, uso e/ou liberação dos 12 POPs de maior preocupação pela comunidade mundial e estabelecer mecanismos para incluir novos compostos no Tratado, no futuro. No presente, pelo menos 150 países assinaram/aderiram ao referido documento e suas intenções.

*Médico veterinário, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

isomeria, são inertes, resistem a álcalis e tem elevada estabilidade térmica. Têm entre dois e dez átomos de cloro por molécula.

As dioxinas e os furanos são produtos ou sub-produtos de processos industriais ou de sua combus-tão. Estão presentes em plásticos e inúmeros outros artefatos. São produzidos e liberados pela incineração de lixo hospitalar, municipal e na queima “aberta” de resíduos. Uma dioxina foi produzi-da e extensamente usada como desfolhante (herbicida, “agente laranja” = 2,4,5 – triclorofenol).

É possível evitar o uso de “praguicidas” e de outros POPs?A melhora do padrão econômico e, principalmente, o aumento da população mundial (huma-na e animal, incluindo os “de estimação e lazer”) determinam maior demanda de alimentos (vegetais e animais). As extensas áreas cultivadas com uma única espécie vegetal (monocul-

turas), associadas com o esgotamento da “fronteira agricultável”, tornam o uso de defensivos pratica-mente inevitável, apesar dos defensores incondicionais da agricultura “orgânica”. Os praguicidas banidos são substituídos por outros cujas vantagens são a biodegradação e o não acúmulo no ambien-te. Apesar disso, há “exceções” (ver questão 6). Os “países” têm realizado esforços no sentido de desenvolver processos industriais que substituam os POPs resultantes da atividade (PCBs) por substâncias menos tóxicas à vida.

Qual a situação no Brasil?O Brasil é signatário na Convenção de Estocolmo. A Portaria nº 329, de 02 de setembro de 1985, proibiu, em todo território nacional, a comercialização, o uso e a distribuição dos produtos agrotóxicos organoclorados, destinados à agropecuária, dentre outros: aldrin, BHC,

canfenoclorado (toxafeno), DDT, dodecacloro, endrin, heptacloro, lindano, endosulfano, metoxiclo-ro, nonacloro, pentaclorofenol, dicofol e clorobenzilato. Entretanto, a mesma portaria reconheceu exceções à proibição constante deste artigo ao a) uso de iscas formicidas à base de aldrin e dodecaclo-ro; b) uso de cupinicidas à base de aldrin para o emprego em florestamento e reflorestamento; c) o uso dos referidos produtos quando aplicados pelos órgãos públicos competentes, em campanhas de saúde pública de combate a vetores de agentes etiológicos de moléstias, e d) o uso do lindano como conser-vante de madeiras. A Portaria 153, de 07/07/1988, acrescentou mais uma exceção para a comercializa-ção, o uso e a distribuição, quando destinado exclusivamente a preservação de madeiras em conformi-dade com as normas a serem estabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal.

Qual o papel do Médico Veterinário (MV) em relação aos POPs e outros “praguicidas”?Mercê de uma educação superior que contempla as matérias de Farmacologia, Toxicologia e Terapêutica, da autoridade legal para prescrever “praguicidas”, do dever de orientar e fiscalizar sua correta utilização, mais o contato direto com os criadores, colonos e peões, da

responsabilidade em oferecer produtos de origem animal saudáveis e terminando com a participação na saúde pública em sentido amplo, o MV tem função importantíssima no uso correto dos fármacos “defensivos”. Mesmo os MV envolvidos com a clínica de animais de estimação têm alta responsabili-dade no uso correto de praguicidas visando preservar a saúde do paciente, de quem aplica, de quem convive com o animal tratado e do ambiente. O conhecimento da legislação vigente, a orientação, a fiscalização e mesmo a exigência de observar às normas (uso dos equipamentos de proteção pessoal, observância dos períodos de abstinência, etc.) são parte das atribuições éticas profissionais. No mundo informatizado do século XXI há vários endereços onde obter e atualizar conhecimentos científicos e a legislação vigente, destacando-se, nesse último, os oficiais www.anvisa.gov.br, www.agricultura.gov.br e www.fao.org.

1

2

3

4

5

6

7

8O BRASIL É SIGNATÁRIO NA CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO. A PORTARIA Nº 329, DE 02 DE SETEMBRO DE 1985, PROIBIU, EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL, A COMERCIALIZAÇÃO, O

USO E A DISTRIBUIÇÃO DOS PRODUTOS AGROTÓXICOS ORGANOCLORADOS

OS POPS SÃO EXTREMAMENTE TÓXICOS PARA OS ANIMAIS. OS EFEITOS INDESEJADOS DOS POPS INCLUEM CARCINO E

TERATOGENICIDADES, LESÕES NEUROLÓGICAS, RESPIRATÓRIAS E CARDIOVASCULARES, INCLUINDO-SE,

AINDA, INFERTILIDADE E, ATÉ MESMO, A MORTE

maio a agosto 2007

DEBATES

econhecimento, dedicação e exemplo pessoal e profissional foram palavras que marcaram a assembléia geral extraordinária da

Academia Rio-Grandense de Medicina Veterinária no dia 27 de julho. Em uma noite de homenagens, foram destacados os falecidos acadêmicos Danilo Saraiva, Pedro Cabral Gonçalves e Mozart Pereira Soares e o professor Cláudio Martins Real.

A solenidade, ocorrida no auditório Adriana Pereira Druck, do CRMV-RS, em Porto Alegre, reuniu autoridades, como os presidentes da Academia, José Carlos Coelho Nunes; do CRMV-RS, Air F a g u n d e s d o s S a n t o s , e d a S o c i e d a d e d e Veterinária do RS (Sovergs), Gilson Renato Evange-lista de Souza, o representante da Academia Brasi-leira de Medicina Veterinária, Alcy Cheuiche, e o d i r e t o r d a F a c u l d a d e d e Veter inária da UFRGS, Vladimir P i n h e i r o d o

8

Veterinária& Zootecnia

Divulgação C

RM

V-R

S

Presidente Coelho (centro) conduziu a solenidade marcada por homenagens

Trajetórias pessoal e profissionalsão homenageadas pela Academia

HOMENAGEADOSRNascimento, além de médicos veterinári-os, zootecnistas e familiares dos homena-geados.

Em seu pronunciamento, o presidente da Academia lembrou a fundação da agremiação, há cinco anos, “alicerçada nas diretrizes fundamentais de resgatar e reverenciar o passado, vivenciar o presente e comprometer-se com o futuro” da Medicina Veterinária. Coelho destacou, ainda, um breve histórico dos homenagea-dos, lembrando o envolvimento de cada um deles com a criação e o fortalecimento da Academia, assim como para o ensino e a pesquisa.

Danilo Saraiva

Primeiro presidente da Academia, dedicou 47 de seus 89 anos de vida à Medicina Veterinária, especialmente ao ensino e à pesquisa. Sua foto inaugurou a Galeria de ex-Presidentes.

Pedro Cabral Gonçalves

Membro fundador da Academia, a partir da graduação em 1950, dedicou-se integralmente ao ensino e à pesquisa, tendo sido criador da pós-graduação na UFRGS e referência em Parasitologia.

Mozart Pereira Soares

Membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, marcou sua trajetória como médico veterinário, advogado, professor, escritor, poeta, historiador, tradicionalista e administra-dor público.

Cláudio Martins Real

Primeiro membro honorário da Academia, tem 58 anos de vida dedicados à Medicina Veterinária como professor, pesquisador e empresário.

Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF) inovou ao reunir médicos e

médicos veterinários para a discussão de zoonoses sob o ponto de vista clínico e epidemio-lógico. A iniciativa do pesquisa-dor Fernando Karam se consoli-dou no I Encontro de Saúde Pública, realizado nos dias 13 e 14 de junho, no auditório do CRMV-RS, em Porto Alegre. “A necessi-dade de integração entre esses dois profissionais ficou evidente, uma vez que as zoonoses não

O

Veterinários e médicos integrados no combate às zoonosespodem ser tratadas apenas como doenças veterinárias por que atingem diretamente os homens”, constata.

Os médicos veterinários têm a responsabili-dade de contro-l a r e s s a s d o e n ç a s n o s animais, pois se d e i x a r e m d e existir neles, não a t i n g i r ã o o s homens. Os médicos, no entanto, precisam estar preparados e

informados para o rápido e correto diagnóstico em casos de contaminação, já que a demora

pode levar ao agravamento ou até ao óbito. O e v e n t o r e u n i u especialistas em h a n t a v i r o s e , b r u c e l o s e , l ep tosp i rose e tuberculose, em palestras conjun-tas, apresentando

o tema sempre pelos dois enfo-ques.

Algumas dessas zoonoses são bastante comuns aos médicos veterinários ou a moradores do meio rural, mas podem atingir também a população urbana, o que ajuda a provocar a dificuldade de diagnóstico. “Os médicos devem priorizar uma investiga-ção do histórico dos pacientes, pois isso é essencial para identificar uma zoonose. Além disso, precisamos difundir toda informação disponível para esclarecer a população a respeito do assunto”, conclui.

ZOONOSES NÃO PODEM SER

TRATADAS SOMENTE COMO DOENÇAS VETERINÁRIAS

maio a agosto 2007

NOTÍCIAS

9

Veterinária& Zootecnia

Divulgação C

RM

V-R

S

“Se a TBC bovina não for erradicada,continuará transmitindo-se”

CONSULTORA EM TUBERCU-

LOSE DA ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) E

EX-CHEFE DO SETOR DE TUBERCULOSE

DO INSTITUTO PANAMERICANO DE

PROTECCIÓN DE ALIMENTOS Y

ZOONOSIS, ISABEL KANTOR, ESTEVE

EM PORTO ALEGRE EM MAIO, QUANDO

PARTICIPOU DO SEMINÁRIO DE SAÚDE

PÚBLICA DO IPVDF. EM SEU RETORNO

À ARGENTINA, CONCEDEU ESTA

ENTREVISTA, POR E-MAIL, AO JORNAL

VETERINÁRIA & ZOOTECNIA.

Aisolamento de M.bovis, e sua identificação, em especial a genotipia (métodos derivados de PCR, spoligotyping, RFLP, entre outros). Isto tem, sobretudo, importância epidemiológica, pois em etapas avançadas da erradicação se poderia determinar a origem da re-infecção de um rebanho pelo perfil genético das cepas isoladas. Há grandes avanços em nossa região no mapeamento dos perfis genéticos das cepas e “clusters” de M.bovis predominantes.

V&Z - Como a tuberculose bovina pode ser controlada, evitando que se transforme em um problema de saúde pública?

IK - A qualidade de pasteurização e do controle veterinário em matadouros e frigorífi-cos são os instrumentos básicos para a proteção da saúde pública, já que atuam como barreira para impedir a infecção por via digestiva. Sem dúvida, persiste o risco da transmissão por via aerógena nos trabalhadores da indústria frigorífica e todos aqueles que manipulam produtos bovinos ou permanecem em contato com o gado, em especial em locais mal ventila-dos. Ademais, em populações rurais, a ingestão de leite não fervido nem pasteurizado e a elaboração de queijos e outros produtos com leite cru mantém ativa a via de infecção digestiva. Esses riscos continuam enquanto a TBC não for erradicada do rebanho bovino.

V&Z - Quais são os prejuízos que a tuberculose bovina provoca na economia e para a saúde humana?

IK - Na economia, há perdas diretas, por exemplo, pela menor produção leiteira global e perdas indiretas por menor aceitação do gado e de produtos derivados nos mercados interno e externo. Nossos países, exportadores de produtos pecuários, devem cumprir os requisi-tos sanitários para competir nos mercados internacionais. Essas barreiras podem ter origem protecionista, mas só a demostração de processos controlados, com garantia de qualidade e continuidade permitem ultrapassá-las. Com respeito à saúde humana, o bacilo bovino é igualmente patogênico como o bacilo humano. Mas, como temos visto, com bons controles, o risco para o homem fica restrito a certos grupos da população. O percentual em casos humanos devido ao bacilo bovino em nossos países varia entre 0 e 2%, segunda a área, com respeito ao total de casos de TBC. Não podemos nos esquecer que a incidência de TBC humana poderá diminuir significativamente com base nos programas de controle, mas se a TBC bovina não for erradicada, continuará transmitindo-se e produzindo novos casos nas populações de risco.

maio a agosto 2007

Veterinária & Zootecnia - Qual o quadro atual da tuberculose bovina na América Latina, principalmente no Brasil?

Isabel Kantor - Cerca de 70% dos 344 milhões de bovinos existentes na América Latina se encontram em áreas com infecção tuberculosa (TBC). Sem dúvida, a prevalência da infecção é muito variável, segundo a região e o tipo de gado e de finalidade (carne ou leite). Há duas fontes básicas de informação: (a) as pesquisas tuberculínicas (PPD), cujos resulta-dos se expressam em percentuais em rebanhos com um ou mais animais reatores (infectados), ou bem em percentual total de animais reatores, e (b) as apreensões, em matadouros e frigorífi-cos com inspeção veterinária oficial. Esses são feitos por detecção macroscópica e, raramente, são confirmados por bacteriologia. Ainda que, tanto em (a) como em (b) pode haver erro de falsos positivos e falsos negativos, permitem obter informação sobre a presença de infecção TBC bovina, e estimar sua importância relativa.

V&Z - As políticas de controle adotadas são ideais e suficientes?

IK - É necessária, como em qualquer área, decisão política para levar adiante um programa de controle e erradicação oficial. Isto tem vantagens sanitárias e econômicas para a produção e para o comércio exterior indubitá-veis. É necessário contar com uma tuberculina PPD bovina de potência padronizada para detectar a infecção com sensibilidade suficien-te, que não deixe animais sem detectar (falsos negativos) no rebanho, que continuam infectan-

do outros. Isto é especialmente importante no rebanho leiteiro, por sua vida mais longa e pelas implicações à saúde humana. É necessária, também, uma boa inspeção veterinária nos matadouros e frigoríficos. A identificação de origem do gado e uma organização eficiente da informação permitem rastrear (trace back) o rebanho infectado de origem. A coordenação e cooperação entre o organismo oficial, a indústria láctea, as organizações de criadores, as universidades, os laboratórios e os conselhos profissionais veterinários, entre outros, são fundamentais para a promoção e êxito de uma campanha de controle. Isto, me parece, se manifesta no Rio Grande do Sul, na produção de biológicos, na difusão do problema, em congressos e reuniões e em capacitações dos profissionais e técnicos.

V&Z - Quais são as formas atuais de diagnóstico da tuberculose bovina?

IK - Para o diagnóstico in vivo, existe desde 1990, a prova de gamma-interferón, que pode ser feita como prova simples (com antígeno de Mycobacterium bovis), ou bovina (com agregação de antígeno de M.avium). Baseia-se na detecção de gamma interferón (linfoquina), que é liberado ao incubar sangue de um animal infectado em presença do antígeno bacilar. Logo a presença de gamma interferón se detecta por um Elisa. As vantagens são uma única movimentação do animal e a possibilidade de repetir o teste, sem esperar 60 dias. A principal desvantagem é o custo, significativamente superior. Há grandes avanços em métodos de

ENTREVISTA

10

Veterinária& Zootecnia

antigo e o novo em harmonia. A mais antiga faculdade de Medicina Veterinária do Rio Grande

do Sul e a 3ª do Brasil em ativida-de busca se adiantar aos desafios da atualidade, sem perder de vista a história construída em mais de 80 anos de ensino. Para auxiliar a dar conta dessa tarefa, surgem investimentos na Faculdade de Veterinária (Favet) da Universi-dade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

São três mil metros quadrados de novas construções, distribuídos num moderno prédio de salas de aulas, um bloco cirúrgico no Hospital de Clínicas Veterinárias, um novo prédio para o Setor de Patologia e outro para o de Inseminação Artificial, e também uma sala de necropsia com forno crematório, além de outras ampliações e melhorias, que se integram aos seis mil metros quadrados de área construída em 11 hectares de campus no bairro Agronomia, em Porto Alegre. “Estamos em um esforço constan-te para manter nosso curso atualizado com as exigências do mercado e essas novas constru-ções vão nos dar a infra-estrutura necessária para alcançar esse

Obras melhoram condições de ensinona Faculdade de Veterinária da UFRGS

O

objetivo”, explica o diretor da Favet, Vladimir Pinheiro do Nascimento.

Algumas obras já estão concluídas e sendo utilizadas. Já o prédio das salas de aula deve ser finalizado até o final de outubro. Segundo o diretor, o investimento realizado em três anos é maior do que o total das últimas três décadas. Os recursos são da p r ó p r i a F a c u l d a d e , d a Universidade, do Governo Federal e, ainda, de emendas parlamentares da bancada gaúcha na Câmara dos Deputados e de

Divulgação C

RM

V-R

S

Hospital Veterinário é referência e espaço privilegiado para a prática dos alunos

emendas individuais dos deputa-dos federais. Onyx Lorenzoni (este também médico veterinário) e Mendes Ribeiro Filho. “Fomos em busca de novas fontes de financiamento, não era possível ficar apenas reclamando do sucateamento do ensino público”, diz.

Além dos 500 alunos do curso de graduação, a pós-graduação também terá mais espaço e melhores condições de trabalho e orientação dos 150 estudantes de especialização, mestrado e doutorado. Criado em 1969, a pós-

graduação da Favet é a segunda do Brasil e, atualmente, é o terceiro melhor curso do país, obtendo conceito seis na avaliação da Capes.

Além dos alunos, a sociedade em geral também é beneficiária direta de serviços prestados pela Universidade. No Hospital de Clínicas Veterinárias , que completou 50 anos em 2006, são tratados, anualmente, 20 mil casos – o segundo maior volume em todo o país. “Isso permite que os alunos possam verificar, na prática, os mais diversos tipos de patologias em um grande volume de casuística”, avalia Nascimento. Criado, inicialmente, para tratar principalmente dos animais de grande porte criados nas redonde-zas, o Hospital teve seu perfil modificado ao longo das décadas, assim como os hábitos e caracte-rísticas dos moradores da região. Hoje, o que se encontra são insta lações semelhantes a qualquer unidade de saúde pública. “Nos inspiramos no passado grandioso dessa faculda-de para garantir que no futuro continuaremos referência em Medicina Veterinária”, afirma o diretor da Favet, Vladimir Pinheiro do Nascimento.

NOVAS INSTALAÇÕES E MODIFICAÇÕES NO CURRÍCULO REVIGORAM CURSO AO COMPLETAR MAIS DE 80 ANOS

Alunos têm perfil urbano e mulheres são a maioriaO perfil dos estudantes de Medicina

Veterinária está mudando. Na UFRGS, pelo menos 75% deles têm origem urbana e de 70% a 80% são mulheres, muito diferente de um cenário observado há mais de 20 anos, quando os homens eram a maioria e o meio rural representava a origem de metade dos alunos. “Nossa profissão ainda tem um certo glamour, é respeitada, tem importância prática na vida das pessoas. As gurias se interessam porque gostam de bichos e nós somos os médicos dos animais. Só que somos mais várias outras coisas que só vão descobrir no decorrer do curso”, destaca o diretor da Favet.

Se o aluno chega à faculdade com um conhecimento basicamente restrito à clínica de pequenos animais, o currículo desenvolvido vai lhe mostrando outras áreas de atuação, como os suínos, as aves, a pesquisa genética ou a inspeção sanitária. Por isso, o atual currículo, implantado em 1986, tem um caráter genera-lista e, mesmo que estejam sendo estudadas adaptações para adequação às diretrizes do Sistema Nacional de Educação, não deve perder essa característica, na opinião do diretor Nascimento. “Nossa idéia é de que o aluno tem que receber uma informação geral e, através dos estágios”, revela.

No entanto, os professores estão atentos aos movimentos do mercado de trabalho e da economia. “O currículo é fixo e não deve ser modificado a cada ano, uma vez que não é possível dizer que tipo de profissional estará sendo demandado em seis anos, quando o aluno irá se formar. Mas temos mecanismos que nos permitem integrar temas que estão surgindo e que vão exigir médicos veterinári-os capacitados”, afirma. O diretor identifica a inspeção de produtos de origem animal e a bovinocultura leiteira como áreas que irão demandar um número grande de profissionais em poucos anos.

maio a agosto 2007

ENSINO

11

Veterinária& Zootecnia

EVENTO ACONTECEU EM PASSO FUNDO

Sanidade e saúdepública debatidas

A cadeia da carne bovina frenteaos novos padrões do consumidor

A maioria das empresas, além de melhorar suas relações com seus parceiros e com a rede de suprimento, têm a intenção de desenvolver relações mais fortes junto a seus consumidores finais. No passado, imaginavam que os consumidores estavam garantidos. Não havia muitas fontes alternativas de suprimentos, todos os fornecedores prestavam serviços igualmente deficientes ou o mercado crescia tão rápido que as empresas não se preocupavam em satisfazer plenamente seus consumidores. Contudo, com a globalização e o maior fluxo de informações e da comunicação, a situação e as relações fornecedor-cliente mudaram.

A mudança no perfil dos consumidores de carne bovina veio influenciar em mudanças ao longo de toda cadeia de produção. Os consumidores de carne estão cada vez mais preocupados com qualidade e inocuidade alimentar. Para que ocorra esta reestruturação, é preciso que todos os envolvidos ao longo da cadeia de produção de carne tenham atitudes pró-ativas empreendedoras e metas bem definidas para tomada de decisões. De acordo com Pinazza & Alimandro (1999), existe uma variável inercial ligada ao ciclo biológico da produção, que atrapalha a tomada de medidas corretivas para mudanças de rotas em tempo hábil.

Conhecer o perfil ou o padrão de consumo do consumidor brasileiro é importante para tornar a cadeia da carne bovina mais competitiva. Os resultados das mudanças que devem ocorrer são muito importantes para cadeia de carne bovina, pois suas concorrentes - cadeias de carne de suínos e aves - já se adaptaram ao que o consumidor busca e por este motivo já são muito competitivas, especialmente pelo crescimento de consumo alcançado por essas carnes nos últimos anos.

Outro entrave na cadeia de carne bovina é que o giro de produção em geral ocorre em longo prazo e isso vai se refletir em toda cadeia. Deste modo, a produção de aves e suínos é beneficiada, pois é uma atividade de curto prazo, pois o ativo empregado logo é revertido, podendo ser utilizado para se investir em tecnologias atendendo as novas percepções nas demandas dos consumidores modernos. No caso da bovinocultura de corte, uma das estratégias é aumentar a escala de produção para remunerar os ativos empregados, refletindo-se numa maior competiti-vidade frente às demais cadeias (PINAZZA & ALIMANDRO, 1999).

A compra de carne bovina pode ser considerada como um processo de tomada de decisão limitada, em virtude das particularidades, tais como baixo envolvimento, pouca busca de informações e avaliação de alternativas (BARCELLOS & CALLEGARO, 2002). O consumidor ao longo deste processo forma idéias fixas sobre o produto, realiza a compra e procede a avaliação baseada no julgamento inicial. Neste processo, ainda existe grande falta de informação disponível e desco-nhecimento dos consumidores em relação ao produto. A maioria dos consumidores não sabe diferenciar o tipo de corte e as características da carne que determinam a sua qualidade, seja sensorial ou higiênica.

Conhecer os mercados que se tornam grandes importadores, e que não apresentam grandes exigências é uma grande estratégia, pois infelizmente o Brasil não tem capacidade de abastecer mercados altamente exigentes, seja por questões sanitárias, como por qualidade.

O Brasil tem as tecnologias para a produção de carne com qualidade e a infra-estrutura de produção e abate, normas aprovadas para a classificação e a tipificação de carcaças, restando tão-somente à união da cadeia da carne bovina, por meio de um trabalho conjunto, que agregue todos os elos, feito com profissionalismo e diálogo franco, para que se tenha um sistema de qualidade de carne devidamente implanta-do.

Assim, é fundamental que todos os integrantes da cadeia tenham o mesmo grau de percepção para essas oportunidades, de modo a construir uma cadeia de valores equilibrada.

* Zootecnista, mestre e doutoranda em Zootecnia na UFRGS. [email protected]** Professor do PPG Zootecnia da UFRGS. [email protected]

Angélica Pereira dos Santos * Júlio Otávio Jardim Barcellos **

maio a agosto 2007

II Seminário de Sanidade Animal e Saúde Pública de Passo Fundo mobilizou os médicos veterinários,

zootecnistas e estudantes da região do Planalto, reunindo 140 pessoas no dia 1º de agosto, no auditório da Universidade de Passo Fundo (UPF). Na avaliação dos organizadores, esse foi fator fundamental para a qualidade dos debates, impulsionados pelas palestras com informações relevantes.

O médico veterinário do IPVDF, Mauricio Dasso, abordou o Plano Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose no que tange à responsabilidade do profissional na difusão das mesmas, bem como as atitudes a serem tomadas para suas eliminações. Já o médico veterinário do IPVDF, João

O

Divulgação C

RM

V-R

S

Participação do público foi destaque no seminário no auditório da UPF

Ricardo Souza Martins, apresen-tou as várias espécies de carrapa-tos, seus prejuízos sociais e econômicos. A grande experiência de campo do médico veteriário, professor da PUCRS e conselhei-ro do CRMV-RS, Hélvio Tassinari dos Santos, foi marcante na palestra sobre as modificações que o meio ambiente está produ-zindo na epidemiologia da TPB, provocando um alerta aos participantes.

O Seminário foi organizado pelo CRMV-RS, em ação conjun-ta com a Associação dos Médicos Veterinários do Planalto (Amvep) e com o apoio da UPF e do IPVDF. Na noite anterior, no dia 31, a Sociedade de Veterinária do RS (Sovergs) promoveu a 4ª Jornada Técnica. O evento teve o apoio do CRMV-RS, da Amvep e do Laboratório Vallée.

DÚVIDAS, CRÍTICAS E SUGESTÕES?

ENTRE EM CONTATO COM A

OUVIDORIA DO [email protected] - Fone: (51) 2104-0566

NOTÍCIAS

EVENTO

12

Veterinária& Zootecnia

25/08 - Sábado18 horas - Lançamento do II Congresso Latino Americano de Criadores de Chinchilas, organizado pela Associação Sul-brasileira de Criadores de Chinchilas (Asbrachila). Local: Casa do Veterinário.26/08 - DomingoManhã - Atividades da Anclivepa. Local: Casa do Veterinário.Tarde - Recepção às delegações dos CRMVs. Local: Casa do Veterinário.27/08 - Segunda-feiraManhã e tarde - IV Encontro CRMVs da Região Sul. Local: Sede do CRMV-RS, em Porto Alegre.17 horas - Lançamento do XXXIV Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária (Conbravet 2008). Local: Casa do Veterinário.28/08 - Terça-feiraManhã - IV Encontro CRMVs da Região Sul. Local: Sede do CRMV-

PROGRAMAÇÃORS, em Porto Alegre.Manhã - Patronal. Local: Casa do Veterinário.15 horas - Inauguração do Espaço Alternativo e palestra Bem-estar de Bovinos Transportados para o Abate, com o médico veterinário do Frigorífico Mercosul, Rafael Renner. Local: Casa do Veterinário.18 horas - Coquetel Revista A Hora Veterinária. Local: Casa do Veterinário.29/08 - Quarta-feiraManhã - Atividades do Simvet. Local: Casa do Veterinário.Noite - Atividades da Asgav. Local: Casa do Veterinário.30/08 - Quinta-feira17 horas - Atividades da Sovergs. Local: Casa do Veterinário.31/08 - Sexta-feira18 horas - Atividades da Academia Rio-grandense de Medicina Veterinária. Local: Casa do Veterinário.

Ambiente temático

Casa do Veterinário ampliada erenovada para Expointer 2007

Divulgação C

RM

V-R

S

Casa do Veterinário ganhou espaço para eventos no segundo andar

s médicos veterinários, zootecnistas e convidados v ã o e n c o n t r a r , n a Expointer 2007, uma sede

com mais espaço e melhores condições para a realização de eventos no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Foi construído um segundo pavimento no prédio, chamado de Espaço Alternativo, ampliando em 70 metros quadra-dos a área da Casa do Veterinário, além da aquisição de móveis e utensílios. A maior parte dos

Orecursos investidos foi doada por empresas do setor agropecuário.

“A Expointer é o principal evento agropecuário do Brasil e é importante que o Conselho possa oferecer um espaço qualificado para encontros, seminários e integração, destacando os médicos veterinários e zootecnis-tas, profissionais essenciais para a realização da Feira, seja durante os dias do evento, como em toda a preparação nas propriedades”, afirma o presidente do CRMV-RS, Air Fagundes dos Santos. A

inauguração está marcada para o dia 28/08, às 15 horas, com a palestra Bem-estar de Bovinos Transportados para o Abate, com o m é d i c o v e t e r i n á r i o d o Frigorífico Mercosul, Rafael Renner.

Nos nove dias de Expointer, diversos eventos estão programa-dos pelo CRMV-RS e entidades parceiras. O principal deles é o IV Encontro Administrativo de CRMVs da Região Sul, que se realiza nos dias 27 e 28, na sede do Conselho, em Porto Alegre, com a palestra do diretor da Panaftosa, Albino Belotto. Além das autar-quias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, confirmaram presença, representantes do Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais,

Ceará, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Essa é uma oportunidade de integração e de discussão de problemas comuns encontrados pelos Conselhos em sua administração”, diz. Fagundes destaca, ainda, a participação de servidores na reunião, o que abre um espaço para os responsáveis pela continuidade das atividades dos Conselhos.

Na programação está previsto, também, o lançamento do programa de TV Repórter Vet, realizado pela Ulbra TV, com o apoio do CRMV-RS. A Expointer 2007 acontece de 25 de agosto a 2 de setembro. Informações sobre ingressos e acesso ao parque podem ser obtidas no site www.expointer.rs.gov.br.

A Casa do Veterinário no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio, contará com uma ambientação temática a partir desta edição da Expointer. O CRMV-RS está encaminhando aos médicos veterinários e zootecnistas pedido de instrumentos e utensílios comuns do exercício profissional e da cultura gaúcha para a decoração do prédio, que está sendo ampliado. “Nossos colegas e visitantes se sentirão a vontade, num ambiente agradável e que valoriza nossas atividades e a cultura gaúcha”, explica o tesoureiro do CRMV-RS, Mauro Gregory Ferreira. As peças ficarão expostas e identificadas com o nome do doador.

maio a agosto 2007