jornal contrapontos

9
É um facto que, nos últimos meses, o Contrapontos desapareceu dos pontos habituais. É um facto observado pelos mais atentos, indiferente para quem ainda não tomou o gosto a estas páginas, mas muito reclamado por todos aqueles que nos têm acarinhado com as suas leituras. A verdade deve ser sempre reposta e, para tal, de muito têm servido as inúmeras páginas de jornais que existem pelo mundo – umas vezes de forma mais eficaz, outras, nem por isso. O serviço público que a liberdade de expressão impressa permite só poderia ser homenageada pelo Contrapontos e seus colaboradores. Assim sendo e a bem da verdade, cabe-nos informar que o Contrapontos viu as suas estruturas abaladas, mas não chegou à beira do fim! Criar este jornal não tem sido um processo de crescimento fácil, tal como não o é qualquer trabalho voluntário, que exige a conjugação dos horários profissionais de um conjunto diversificado de pessoas. No entanto e após algumas desistências, muitas discussões e algumas desavenças, decidimos não baixar os braços e optámos por nos aventurar. O Contrapontos tem sido uma das bandeiras da Associação Juvenil 3pontos – Ambiente, Arte e Cultura. Um produto do esforço e do prazer dos seus colaboradores, fruto do gosto em disponibilizar, aos associados e população local em geral, um canal de livre comunicação de ideias, onde a expressão individual e única de cada um merece sempre o mesmo “espaço de antena”. É por todas essas razões e mais algumas que estamos de volta. Mais simples, mas não mais simplistas. Com diferenças, mas uma essência ainda mais apurada. Com erros, mas determinados em percorrer o caminho da aprendizagem. Porque só fazendo, se sabe como. E só enfrentando o medo, se ousa fazer. A todos quantos prejudicamos com a nossa curta ausência, pedimos a mais sinceras desculpas. Àqueles que nos esperavam, abram os braços, porque aqui estamos! A todos os outros, desafiamo-los a connosco colaborarem. Ah pois é! Tirem os textos das gavetas, soprem o pó às ideias e arrisquem- se connosco. O Contrapontos é e será sempre um canal de expressão para as suas, as minhas e as nossas diferentes formas de ser. Por isso, coloque a sua impressão digital neste que é o seu, o meu e o nosso jornal. A bem da verdade, aos nossos colaboradores prometemos muita discussão, pouca tranquilidade e total liberdade de ser. De que mais precisa? Bem-vindo de volta Contrapontos! E já agora, bom Natal a cada um! E AINDA... . O que é a Permacultura? . Que comentários continua a provocar o fogo do Mato Grande? . Em que estado se encontra o Parque de Campismo da Praia Grande? Associação de Protecção de Cães Abandonados em destaque Com 50 anos de existência, a APCA tem sobrevivido graças à generosidade do trabalho voluntário. Um esforço acarinhado pelos cães que saiem das ruas. LARGO DE FONTANELAS 5 de JANEIRO 11 AOS LEITORES DO CONTRAPONTOS ESTRADA DE S. MAMEDE, 7 -- 2705-635 S. JOÃO DAS LAMPAS • PUBLICAÇÃO PERIÓDICA BIMESTRAL • ANO II • JANEIRO/ DEZEMBRO • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Upload: jornal-contrapontos

Post on 29-Mar-2016

245 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Jornal de expressão livre e criativa, tem como temas dominantes a Arte, o Ambiente e a Cultura. Visa dar voz à sociedade civil sintrense e não só, através de textos, fotografias, desenhos, etc. Este projecto corresponde a um núcleo de trabalho da Associação 3pontos

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Contrapontos

É um facto que, nos últimos meses, o Contrapontosdesapareceu dos pontos habituais. É um facto observado pelosmais atentos, indiferente para quem ainda não tomou o gosto aestas páginas, mas muito reclamado por todos aqueles que nostêm acarinhado com as suas leituras.

A verdade deve ser sempre reposta e, para tal, de muito têmservido as inúmeras páginas de jornais que existem pelo mundo– umas vezes de forma mais eficaz, outras, nem por isso. Oserviço público que a liberdade de expressão impressa permitesó poderia ser homenageada pelo Contrapontos e seuscolaboradores.

Assim sendo e a bem da verdade, cabe-nos informar que oContrapontos viu as suas estruturas abaladas, mas não chegou àbeira do fim! Criar este jornal não tem sido um processo decrescimento fácil, tal como não o é qualquer trabalho voluntário,que exige a conjugação dos horários profissionais de um conjuntodiversificado de pessoas.

No entanto e após algumas desistências, muitas discussões ealgumas desavenças, decidimos não baixar os braços e optámospor nos aventurar. O Contrapontos tem sido uma das bandeirasda Associação Juvenil 3pontos – Ambiente, Arte e Cultura. Umproduto do esforço e do prazer dos seus colaboradores, frutodo gosto em disponibilizar, aos associados e população local emgeral, um canal de livre comunicação de ideias, onde a expressãoindividual e única de cada um merece sempre o mesmo “espaçode antena”.

É por todas essas razões e mais algumas que estamos de volta.Mais simples, mas não mais simplistas. Com diferenças, mas umaessência ainda mais apurada. Com erros, mas determinados empercorrer o caminho da aprendizagem. Porque só fazendo, sesabe como. E só enfrentando o medo, se ousa fazer.

A todos quantos prejudicamos com a nossa curta ausência,pedimos a mais sinceras desculpas. Àqueles que nos esperavam,abram os braços, porque aqui estamos! A todos os outros,desafiamo-los a connosco colaborarem. Ah pois é!

Tirem os textos das gavetas, soprem o pó às ideias e arrisquem-se connosco. O Contrapontos é e será sempre um canal deexpressão para as suas, as minhas e as nossas diferentes formasde ser. Por isso, coloque a sua impressão digital neste que é oseu, o meu e o nosso jornal. A bem da verdade, aos nossoscolaboradores prometemos muita discussão, pouca tranquilidadee total liberdade de ser. De que mais precisa?

Bem-vindo de volta Contrapontos! E já agora, bom Natal a cada um!

E AINDA.... O que é a Permacultura?

. Que comentários continua a provocaro fogo do Mato Grande?

. Em que estado se encontra o Parquede Campismo da Praia Grande?

Associação de Protecção deCães Abandonados em destaque

Com 50 anos de existência, a APCA tem sobrevividograças à generosidade do trabalho voluntário. Umesforço acarinhado pelos cães que saiem das ruas.

LARGO DE FONTANELAS

5 de JANEIRO

1 1AOS LEITORES DO CONTRAPONTOS

ESTRADA DE S. MAMEDE, 7 -- 2705-635 S. JOÃO DAS LAMPAS • PUBLICAÇÃO PERIÓDICA BIMESTRAL • ANO I I • JANEIRO/ DEZEMBRO • DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Page 2: Jornal Contrapontos

15 DEZEMBRO

FEIRA DE NATAL

APOIOS

Espaço Yugovic - DESCOBRE O ENIGMAAmigos cá estou eu mais uma vez para vos lançar um enigma, apesar de poucos se

terem atrevido a responder ao último desafio que vos lancei...Um homem chega a uma igreja que tem três. Chega-se até ao primeiro santo e diz:- Se você duplicar o que eu tenho no bolso, dou-lhe 20 euros.O santo duplica o que ele tem no bolso e o homem dá-lhe os 20 euros. Parte para o

segundo santo e diz:- Se você duplicar o que eu tenho no bolso, dou-lhe 20 euros.O santo duplica o que ele tem no bolso e o homem dá-lhe os 20 euros. Parte para o

terceiro santo. Ao chegar, ele diz:- Se você duplicar o que eu tenho no bolso, dou-lhe 20 euros.O santo duplica o que ele tem no bolso, o homem dá os 20 euros ao santo e fica sem

nada no bolso.

Pergunta: Com quanto dinheiro o homem chegou à igreja? E como ficou sem nada nobolso? Não te esqueças de enviar a tua resposta para o nosso jornal, ou para:

[email protected].

A 3pontos viu ser aprovado o primeiroprojecto europeu a que se candidatou.Trata-se de uma formação e será realizadade 5 a 14 de Janeiro de 2008. Envolvemais de sete países, cerca de 35 pessoase ficarão, durante 10 dias, na nossaacolhedora região de Sintra.

Foi já falado em Contrapontos anteriores,a participação de alguns membros da

3pontos, e não só, em actividades noestrangeiro, tal como na Bósnia, Itália,Sérvia, Grécia, entre outros. Neste caso,trata-se de trazer cá outros países, culturase tradições.

O tema desta formação é o ProgramaJuventude em Acção, que é o guia quenos proporciona exactamente fazer estetipo de actividade que vamos realizar. Porisso, o objectivo deste projecto é obter edar formação aos jovens no sentido defornecer ferramentas para desenvolvimentode futuros projectos no âmbito doprograma referido, mas também, é umaoportunidade para estabelecer novasparcerias com países europeus e vizinhos.

Os jovens são a ferramenta e emsimultâneo a “mão” que a manuseia. São onosso grupo alvo. Serão três jovens queparticiparão por cada país, inclusive

Portugal, e é neste sentido que tambémvos escrevemos, pois a precisamos da vossacolaboração. A participação poderá serconcretizada de duas formas diversas.Precisamos de colaboradores na integraçãodo grupo receptor da formação, bem comode participantes na própria formação.

Como tal, estão abertas as inscrições paraestas duas vertentes, onde em ambas, serádado o devido apoio por parte daorganização em data a combinarposteriormente. De salientar que ainterculturalidade será, sem dúvida, umadas palavras-chave neste evento, por isso,a oportunidade está aberta a todos.

Os interessados poderão dirigir-se à sededa 3pontos, às terças-feiras depois das 21h,ou contactar-nos através do [email protected].

Verónica Sousa

Primeira formação internacional organizada pela 3pontos

Mais uma meta atingida

Page 3: Jornal Contrapontos

Teatro TapaFurosEstórias Aluadas (M/6)Quinta da Regaleira24 de Novembro a 27 de AbrilHorários: Sábados 16h00, Domingos 11h30Reservas: 219 106 650, 707 234 234Duração: 60 m (aproximadamente)www.tapafuros.com

“A Lua conta estórias. Sempre contou! Emnoites de calor, quando dançam ospirilampos… Ou naquelas noites de cheiro achuva, quando os gatos estão enroscadosjunto ao fogo de uma lareira… A Lua gostade segredar essas estórias, gosta de nosfazer sonhar, viajar por mundos nunca vistos.Se escutarmos com atenção, ouvimos umacanção que embala, que nos faz voar e rir!E viajamos para uma feira cheia de algodãodoce e porquinhos de barro…”.

TEATROÓperaO Rapaz de Bronze21 e 22 de Dezembro no Grande Auditórioda Culturgest, às 21h00Edifício da Caixa Geral de DepósitosRua Arco do Cego, 100-300 LisboaE-MAIL: [email protected].: 217 905 155Bilhete: 15 Euros

Música do MundoKumpania Algazarra8 de Dezembro - Terraplano de Santoswww.kumpanialgazarra.com

www.myspace.com/kumpaniaalgazarra

MÚSICALua Cheia -- Agakuke e osEstranhos Estrounhos (M/6)Museu da MarionetaDe 16 de Novembro a 16 de DezembroHorário:Sáb. e Feriados - 16h00 / Dom. - 11h30Duração: 50m

Reservas: Ana Enes - 214 430 591 ouwww.museudamarioneta.egeac.pt

“Depois de ter dado avolta ao mundo,Agakuke chegafinalmente àEuropa onde seespanta com osestranhosestrounhos.Acontecimentosestranhos afectam oshabitantes da Estrounha.Agakuke saberá ajudá-los a resolver os seusestranhos problemas? Uma tarefa que seanuncia difícil quando o país nem sequeraparece no mapa! Como lá chegar? Comoalcançá-lo? Num caso como este, o melhortalvez seja usar a imaginação...”.

Monumentos

Palácio Nacional da PenaEstrada da Pena — 2710-609 SintraTelf.: 219 105 3401 de Maio a 15 de Setembro- 10h00-19h0016 de Setembro a 9 de Abril- 10h00-17h30Bilhete: 11• (incluí o parque da Pena)

Palácio e Quinta da RegaleiraRua Barbosa Du Bocage — 2710-567 SintraTelf.: 219 106 650Abril a Setembro- 10h00-20h00Bilhete: 5•; c/ visita guiada: 10• (marcação)

Palácio Nacional de SintraPraça da República — 2710-616 SintraTelf.: 219 106 840Horário: 10h00-17h30Bilhete: 4•Encerra à 4ª feira

Castelo dos MourosEstrada da Pena — 2710 SintraTelf.: 219 107 97015 de Junho a 15 de Setembro- 9h-20h0016 de Setembro a 31 de Outubro- 9h-19hBilhete: 4,50•; c/visita guiada: 9• (marcação)

Museu Arqueológicode São Miguel de OdrinhasAv. Prof. Fernando de Almeida, S. João das LampasTelf.: 219 613 5744ª a domingo, 10h00-13h00 e 14h00-18h00

Centro de Ciência VivaAntiga Garagem dos carros EléctricosEstrada Nacional, 247, 2710 SintraTelf.: 219 247 730Horário: 10h00-18h00; Sábados; domingose feriados - 11h00-19h00Encerra à 2ª feira

Sintra Museu de Arte ModernaAv. Heliodoro Salgado, 2710-575 SintraTelf.: 219 248 170Horário: 10h00-18h00 (encerra à 2ª-feira)Bilhete: 3•

Museu do BrinquedoR.Visconde de Monserrate, 28, 2710 SintraTelf.: 219 242 171Horário: 10h00-18h00 (encerra à 2ª-feira)Bilhete: 4• adultos e 2• crianças

Parque da LiberdadeVolta do Duche – SintraTelf: 219 238 810/1Horário: 10h00-20h00

Parque das MerendasEstrada da Pena – SintraTelf.: 219 238 810/1Horário: 10h00-18h00Encerra à 2ª feira

Parque dosCastanheirosVolta do Duche – SintraTelf: 219 234 448Horário: 9h00-19h00

ParqueNaturalSintra-Cascais

Telf.219 247 200

Parques e Jardins Museus

MARIONETAS

Page 4: Jornal Contrapontos

Um disco de cinco em cinco não épropriamente um record em volume deprodução, mas ao ouvir Sensuous percebe-se o que toma tanto tempo. KeigoOyamada escolheu o seu alias emhomenagem à personagem protagonistade “O planeta dos macacos” e baptizou ofilho com o nome de Milo, filho de Cornelius.Cada disco seu é uma caixinha mágica cheiade coisas que o ouvido humano nuncaantes conheceu. Em Sensuous, Corneliusleva-nos para 46’49’’ ininterruptos de ummundo irreal-futuristico onde a música sereinventa a cada compasso. Digitalismoslímpidos e brilhantes misturam-se comimpressoras de escritório, cordas graves de

START

“Sensuous”Cornelius 2006

um piano dedilhadas, melodias cantadas emtextos monossilábicos, guitarras eléctricasque substituem baterias, harmonias vocaise instrumentais a saltarem de coluna emcoluna na aparelhagem. Matéria prima queo músico trabalha numa composição quevai para além da excelência. Construçõeselaboradas onde a complexidade rítmica eharmónica em nada afecta a musicalidadedo disco, num invulgar equilíbrio entre ainteligência e a estética. Retomando aquestão inicial, o que requer cinco anosde intervalo a cada disco de Cornelius nãoé a sua criação mas o tempo de habituaçãodos nossos ouvidos ao novo som. Comoum delicado prato de fusion-sushi,Sensuous é uma colecção de pérolasmusicais a serem degustadas lentamentee pouco a pouco nos próximos anos, atéque do Eliseu da inteligência símia, Corneliusse manifeste para reinventar o som e amúsica dos homens.

Nuno

Depois da nossa história...Que fica no coração

Te vou apagar da memóriaQue hei-de fazer, não

Te vou amar eternamenteE digo conscientemente

Para sempre te odiarPaixão eu não vou

Eternamente te amarO sentimento mudou

Não sei porque pedir perdãoEstarás tu no meu coração?Estás fora dele de certezaEntão eu digo sem pensarQue és a minha princesa

Para todos ouvirem, vou gritarOdeio-te, acho que não estou certoCusta ver longe, esteve tão perto.

P.S.Lê de cima para baixo e o contrário.

Sandra Silva

Odeio-te(ou)

Amo-te

Page 5: Jornal Contrapontos

Basta que tenha início mais um ano lectivo para que surjam, deuma só vez, mil e um eventos interessantes que nos levam a ter deoptar e atribuir prioridades às coisas que nos são mais importantes.

No que respeita à 7ª arte não poderia ter começado da melhormaneira. Só no último mês, nas salas de cinema lisboetas, as estreiase as mostras apresentadas quase se atropelaram umas às outras.As propostas foram tão diversificadas que a escolha obrigou auma selecção, muitas vezes, bastante criteriosa.

Com a aproximação do mês natalício, e como já vem sendohabitual, também as bandas terminam a produção do seu maisnovo ou do seu mais recente trabalho e começam a distribuirconcertos por aí.

Ainda te lembras de quando te perguntavam – O que queresser quando cresceres? Workshops, cursos, aulas… de tudo oque sempre quiseste experimentar e ainda aquilo que nemsonhavas que existia e cada vez mais perto de ti. Fotografia,pintura… yoga ou danças orientais… ou ainda cinema ecenografia… Se pretendes uma formação mais profissionalaconselhamos o portal da juventude (www.juventude.gov.pt)onde encontrarás variados cursos e… a um preço jovem.

Se por sua vez, preferes pôr as mãos na massa e adoptar ametodologia Aprende, Fazendo, sugerimos que venhas conhecera nossa associação. Poderás conhecer por alguns dos projectosque temos em curso e colaborar com um grupo no tema quemais te interessar. No momento, preparamos a realização de umcampo de trabalho internacional, a realizar no verão do próximoano, sobre o tema «Revitalizar o Ramisco» e uma formação, emJaneiro próximo, no âmbito do Programa Juventude em Acção(Youth Programme in Action - YAP) e acerca do mesmo.

A decorrer temos o projecto «Voice of Migrants», onde, nestaprimeira fase, temos feito uma interessante e curiosa pesquisaacerca, não só do perfil das comunidades imigrantes em Portugalcomo também da própria informação disponível para e sobretoda a população. No próximo mês iremos a Itália reunir comos grupos dos grupos participantes planear a segunda e fasefinal deste projecto. E tu, vais ficar aí?

A 3pontos gostaria de dar oficialmente as boas vindas à novadirecção da União Recreativa e Desportiva de Fontanelas e Gouveia(URDFG), desejando a todos os membros as maiores felicidadesnas iniciativas a desenvolver. No passado dia 26 de Outubro, foiapresentado, em Assembleia-geral, o plano de actividades da novadirecção, que tem como princípios gerais de acção o desporto, aformação profissional e a cultura.

No seguimento de um protocolo a estabelecer futuramentecom a URDFG, a 3pontos e o Contrapontos vêm divulgar oseventos a realizar pela colectividade, sempre nas instalações daURDFG em Fontanelas, bem como outras notícias consideradasde comum interesse.

Dia 23 de DezembroFesta de Natal para as crianças e jogo de futebol Solteiros e Casados

Dia 31 de DezembroJantar e baile de fim de ano.

Notícias URDFG

PUB

No próximo dia 16 de Dezembro, pelas 17 horas,realizar-se-á uma Assembleia Geral da Associação3pontos – Ambiente, Arte e Cultura. Todos ossócios estão convocados e agradece-se a suacomparêcia. Na A.G. será apresentada a seguinteordem de trabalhos:

Apresentação do plano de actividades parao ano de 2008;

Apresentação dos projectos em curso; Apresentação e discussão do relatório de

contas; Votação e aprovação do plano de actividades

para o ano de 2008; Sessão de esclarecimento.

ASSEMBLEIA GERAL DA 3PONTOS

Rita Bento

EDITORIAL

Page 6: Jornal Contrapontos

Umoja é o nome de uma aldeia de refugioexclusivamente de mulheres ultrajadas, debandeira de liberdade e de fermento defeminismo. Nesse recanto do Quénia oshomens entram, mas não mandam.

Com este artigo mergulhamos no feudofeminino onde as mulheres são as únicassenhoras dos seus destinos.

Em África, um continente onde a violaçãodos direitos e das liberdades fundamentaisdas mulheres é uma certeza, onde osavanços no incremento da igualdade entreos sexos são os mais lentos edesesperantes de todo o mundo, e onde,por força da tradição ou pela mera forçabruta masculina, a mulher tem de subjugar-se ao domínio do homem, quem esperariaque um grupo de quenianas estigmatizadaspela violação sexual fundasse uma aldeiaonde só elas reinam, dominam e decidemos seus destinos?

Os poucos homens que com elasconvivem sujeitam-se às regras da submissãoao poder feminino e os que visitam a aldeiafazem-no apenas na condição de parceirosamorosos.

Uma Mulher de corpo inteiroRebeca Samaria Lolosoli é uma mulher de

idade indefinida que fundou a aldeia deUmoja, dando abrigo a outras mulheresque, como ela, foram ou são vítimas deviolação ou de abusos sexuais, ou a quemquer fugir de casamentos forçados ou deuma escravidão diária.

Um dia, na sua aldeia, enfrentou o poderpatriarcal e familiar ao decidir que ocasamento de um irmão seu com umarapariga de 13 anos não se iria realizar.

Um lugar de excepçãoAo contrário do que acontece no resto

da África, as mulheres podem circular emliberdade em Umoja, sem receio depoderem ser assaltadas sexualmente.

Segundo o relatório de uma ONG aoserviço da Organização das Nações Unidas,as distâncias que as mulheres africanas sãoforçadas a percorrer para se abasteceremde alimentos, de água, ou de lenha paraelas e para os filhos, propiciam violaçõessexuais.

Alerta esse documento: “As mulherestêm de caminhar longas distâncias, por

vezes no interior das florestas, apenas paraencontrar água. Durante a caminhada elassão muitas vezes, vítimas de violação”. Aténisto, Umoja é um oásis de liberdade.

De vítimas a mulheresdeterminadas

Umoja é obra de 15 mulheres lideradaspor Rebeca Lolosoli, as quais travaram umadura luta com as autoridades britânicas paraque se fizesse justiça por terem sidovioladas, varias delas repetidamente, porsoldados britânicos durante exercíciosmilitares no Quénia, nos anos 80 e 90.Algumas usaram como prova os filhosmestiços.

A justiça acabou por ser feita e pagas asindemnizações. O seu braço direito foiMartyn Day, do escritório de advogadosLeigh Day & Co., sedeado em Londres.Ainda assim, os maridos repudiaram-nas porelas constituírem uma mancha na sua honrade homens.

Abandonadas, decidiram fundar um lugarsó para mulheres, Umoja, e viver pelos seusmeios. Passados 17 anos, vivemindependentes, algumas com filhosnascidos de uniões recentes com osnamorados que visitam a aldeia.

Os frutos da liberdadeSão cerca de 50 as mulheres que vivem

em Umoja e que passaram a sobreviver deartesanato e dos elaborados colares decontas que fabricam e vendem a mulheressamburu e a turistas que visitam a reserva

nacional de samburu.Estão ligadas ao mundo exterior pelas

novas tecnologias através de um telemóvel.Rebeca Lolosoli tem um site onde pedeapoio e ajuda financeira ao seu louvávelprojecto em www.jambosafaris.com/umanjacharty.htm.

A loja on-line de venda de artesanato,cujo os rendimentos revertem a favor dacausa, pode ser consultada em:

www.samburucoucncil.co.uk

Os contactos com Lolosoli podem serfeitos através do e-mail:

[email protected]

Um caso de sucessoDesde que passaram a viver pelos seus

próprios meios, as mulheres de Umoja têmganho o suficiente para subsistirem comos filhos e com os escassos homens queoptaram pele “submissão” às leis dacomunidade.

Com as mulheres no comando, as criançaspassaram a ir à escola todos os dias, emvez de tomarem conta do gado, comoordenariam os homens se vivessem numoutro lugar.

Numa entrevista a um jornal britânicoRebeca disse: “Temos visto tantasmudanças positivas nestas mulheres. Estãomais saudáveis e felizes. Vestem-se melhor.Dantes costumavam pedir alimentos.Agora, são elas que dão comida aos outros”.

Aqui, os homens não mandam

Rita Carvalho

Page 7: Jornal Contrapontos

reproduz-se e desenvolve-se não havendoqualquer intervenção humana.

Então porque lavramos nós? Lavramosporque é necessário manter a fábrica dostractores a trabalhar, pois os seustrabalhadores não podem ficar sememprego e, assim, são criados por inerênciaos empregos subsequentes a essa prática.Ou seja, terá que haver gasóleo, pelo queeste deverá ser transportado e assimteremos, necessariamente, uma refinariae bem assim poços de petróleo.

Está assim criada a estrutura para que tudocontinue na mesma e apenas sofra “upgrades”tecnológicos como sejam os OGMs.

Soluções sustentáveisÉ da replicação dos mecanismos da

natureza que poderemos encontrarsoluções aceitáveis e seguras, do ponto devista da sustentabilidade, sendo que, paratanto, é crucial que mudemos a percepçãoque temos das coisas que nos rodeiam e,portanto, dos mecanismos da natureza.

É na evidência de vida dos solos, e nosseus mecanismos de funcionamento, queestá a resposta para a sua protecção,manutenção e sobretudo recuperação.

Não se trata de os deixar ao deus dará,trata-se, isso sim, de entender a teia davida como um todo.

Só com este entendimento será possívelrecriar as condições objectivas que possibilitema produção de alimentos de forma natural esustentável para o futuro da humanidade.

E não interessa produzir mais do que onecessário. O que interessa é produzir deforma localizada, pois, a respeitar-se estes

princípios e tornando-os possíveis, todosteremos o que comer no sítio ondevivemos.

Problemas reaisRepare-se que apenas falamos aqui da

degradação dos solos, mas é convenientepensar que se trata apenas de um dosproblemas com que se defronta ahumanidade hoje. Não esqueçamos, porexemplo, a água ou o ar.

É crucial que questionemos tudo aquiloem que se baseia o desenvolvimento actualdas sociedades modernas, pois o seu modeloé aquele que, sistematicamente, varre paradebaixo do tapete o lixo, ou então, otransforma em negócio e que impõemodelos de felicidade aparente e material,em detrimento da felicidade existencial.

Repare-se que a actual assembleia dasnações se propõe criar um negócio dapoluição, para o qual, a lógica é a de quetodos temos o direito de sujar um bocado,comprando aos que sujam menos do queo estabelecido o remanescente, para quepossamos sujar mais. Falo concretamentedo mercado de emissões de CO2.

É extraordinário!Se por um lado este parece ser um

desígnio da humanidade na senda demelhores soluções para problemasencontrados, por outro, e na prática, odesenvolvimento humano não parece tertanta importância para o comum doscidadãos. Porquê?

Porque precisamente ensinamos eaprendemos que a vida deve ser gasta aganhar a vida a trabalhar para produzir mais

e, com isso, ganhar mais para poder gastarmais e, assim, ser mais feliz.

Enfim, o ter em vez do ser.A felicidade, no entanto, é aquela que

decorre de havermos descoberto quemafinal somos, enquanto indivíduos,partilhando com os outros seres a expressãoda nossa humanidade.

Será a Permacultura© capaz de darrespostas em todos os campos da vida?

A resposta é SIM, porque se baseia emprincípios éticos que, sendo simples,modelam o desenvolvimento humano deforma harmoniosa com a natureza e,sobretudo, porque replica os seusmecanismos no estabelecimento dos seushabitats, tornando-os sãos.

Veja mais em:http://permad.no.sapo.pt;http://www.nelsonavelar.com

Veja os filmes:“The Global Gardener” de Bill Mollison;

“The Synergistic Garden” com EmíliaHazelip; “Surplus”; “The Power of Commu-nity” in Cuba e “Farming With Nature” deSepp Holtzer.

Leia:“A Revolução de Uma Palha” de

Masanobu Fukuoka, da editorawww.viaoptima.online.pt.

como forma de vida

PUB

Jorge Crespo

Page 8: Jornal Contrapontos

A Humanidade parece ter chegado a umaespécie de encruzilhada existencial devidoà sua conduta na exploração e vivência doplaneta sua casa, a Terra.

No principio dos anos 70, na Austrália,houve um professor universitário, BillMollison, e um seu aluno, David Holmgreen,que, preocupados com a crescentedestruição do mundo à sua volta,entenderam que era chegada a hora defazer alguma coisa de positivo.

Até aí haviam gasto tempo e energia atentar combater, das mais diversas formas,os problemas que já então erampreocupação de muita gente mas para osquais não havia soluções. Ser activista deuma causa mas não ter soluções é aomesmo tempo exasperantee inútil.

Desde então, ambosresolveram elaborar ummodelo de desenvolvimentohumano que não fosseconflituoso com o meioambiente e, ao mesmotempo, pudesse responderpositivamente aos desafiosda curiosidade humana.

Os pilares daPermacultura©

A Permacultura© nasceufruto de uma atentaobservação dos processos naturais e da suaadaptação conceptual aos habitats humanos.

A Permacultura© é assim um método dedesenvolvimento de habitats humanossustentáveis, tendo por base a replicaçãode processos naturais alicerçados emprincípios éticos muito simples, emborapoderosos:

- CUIDAR DO PLANETA- CUIDAR DAS PESSOAS (todos os seres)- REDUZIR OS CONSUMOS PARTILHANDOOS EXCEDENTES

Com efeito, a simplicidade enunciada nosprincípios éticos, que subjazem aosconceitos de desenvolvimento de habitatshumanos sustentáveis com recurso aosmétodos da Permacultura©, é tão simplesque não ocorre, ao comum dos cidadãos,que assim possamos resolver os problemas

com que se defronta a humanidade dehoje. Poderá até suscitar dúvidas sobrecomo é que soluções tão simples não foramantes utilizadas.

A história da humanidadeNa vida moderna tal como a conhecemos,

a humanidade esforça-se com carácterpermanente em encontrar soluções paraproblemas por si criados fazendo disso oseu modo de vida.

Dessa maneira alavanca odesenvolvimento tecnológico e científico,não questionando, contudo, quanto aosresultados a longo prazo das soluçõesencontradas, tendo por isso que encontrar,assim que seja necessário, novas soluções

para novos problemas. É de facto umapescadinha de rabo na boca, contudo é ahistória da humanidade.

Na óptica da vida moderna, qualquerproblema será resolvido a seu tempo, numaespécie de adiamento sistemático de umasolução. Embora pareça um processo casualé de facto um processo programado, aindaque inconsciente ou não.

Um caso práticoAtenhamo-nos, por exemplo, na

degradação do Solos. Este problema é, aomesmo tempo, uma consequência dasactividades humanas desenvolvidas aolongo da sua história de forma desenfreada,mas também, um somatório de soluçõestecnológicas e científicas -- tidas como boas--, que foram sendo desenhadas paraultrapassar problemas de produtividadedesses mesmos solos.

Nunca se entendeu porque nunca seobservou, com olhos de ver, que um solofosse ele próprio uma entidade viva e, dessaforma, devesse ser encarado como umverdadeiro organismo.

Vejamos, a vida moderna, desde o mundoantigo, entende que é necessário, para aobtenção de alimentos, que façamosagricultura intensiva utilizando máquinas,adubos e químicos de síntese.

Dessa forma, obtemos de facto maisprodução, mas degradamos de tal maneiraos solos, que eles já só funcionam à custadessa ajuda artificial que os humanos lhedão para que produza.

As questões a formular são muito simples:

- Os produtos produzidosdesta forma são bons paraa saúde das pessoas, bemcomo para o resto dosecossistemas?- Os custos ambientais de talmodo de produção sãocomportáveis a longo prazo?- Os custos energéticosnecessários a tal prática sãoexequíveis?- Quem ganha com isto?

Respondendo apenas àúltima questão, e à luz domodelo de desenvolvimento

que nos trouxe a esta encruzilhada humana,devo dizer que todos ganhamos, pois todosnós trabalhamos nas empresas e organismosque pensam, planeiam, executam e vendemtodas estas coisas que se não foremutilizadas, porque são desnecessárias, atirampara o desemprego todos nós.

Uma outra perspectivaVeja-se, se não for necessário lavrar, então

não é necessário tractor, e não sendonecessário tractor, não é necessário gasóleoe, por consequência, não será necessáriotransporte desde a refinaria, pois ela nãoexistirá e, logo, não haverá poços depetróleo.

Postas as coisas desta maneira, interessadesde logo perguntar: É mesmo importantelavrar?

A resposta é simples e é NÃO!A natureza não lavra e, no entanto,

A Permacultura©

Page 9: Jornal Contrapontos

A noite era uma daquelas de sair e ir para a folia, essa folia que varia e pode ser apenasum café e um olá ao amigo que encontramos na Sociedade. Mas não, era noite deteatro na Regaleira. Gosto, tenho ido e desejo continuar a assistir aos jogos cénicos deduendes e fadas que nos ajudam a sonhar durante o espectáculo. Encantos e desencantoscom trajes medievais ou botas da tropa, a capa do cavaleiro ou o capuchinho avermelhadoda nossa memória. Para ser sincero nunca acreditei que o lobo se desse ao trabalho decomer a avó, tendo a menina mais tenrinha, mas essa é outra história.

A entrada foi normal, com a habitual expectativa. Mais uma boa noite de teatro, comotodas as que tenho vivido naquela imponente casa e jardins envolventes. Mais umashoras de ilusão ou realidade encenada. A surpresa foi enorme quando a folia ganhoualma na interactividade da peça. Volante, como outras a que tenho assistido, fomosandando em procissão pelos deslumbrantes jardins, estandartes empunhados por uns,candeia acesa na mão dos demais. Todos éramos actores. Todos somos actores! Asgaitas e os bombos entraram na hora certa, com as pancadas e sopradelas na perfeiçãoda folia. Olhávamos em volta e no reflexo da luz das velas encontrávamos olhos expectantese admirados, acompanhando, as palavras e a voz do mestre, o douto Agostinho da Silva.

A Regaleira aqui tão perto! Em noites de teatro transforma a sua excelência em magiae por entre luzes de espanto, surgem vozes de revolta ou calmaria, de procela oumansidão. Assim é o teatro, tem a capacidade de nos transportar a dimensões tão belase tão reais que, espantem-se agora ao saber que na peça “FOLIA” a boda de Sebastiãofoi tão real, que os espectadores foram convidados a participar na alegria conjugal dojovem Sebastião e sentarem-se à mesa com pão, vinho e azeitonas. A surpresa na horacerta é apanágio de quem sabe.

Por falar em quem sabe é que decidi partilhar convosco esta foliona aventura,proporcionada pela companhia de teatro Tapafuros, nos Jardins da Quinta da Regaleira.Rui Mário, o encenador da companhia, este jovem que não sendo Fontanelense, é umapaixonado habitante de Fontanelas, está de parabéns pelo maravilhoso trabalho quetem apresentado enquanto encenador da companhia residente daquele encantadorespaço.

Abre-se 1 janela,fecha-se 1 porta

Falta FOTO + TÌTULO

António Pinheiro

Ora viva caros leitores, muito tempopassou desde o nosso último encontro.Durante esta pausa, quase “obrigatória”,tivemos tempo para nos organizarmos eprojectar opções para tentarmosmelhorar este nosso/vosso jornal. Por isso,e ao invés de um pedido de desculpapor essa mesma ausência, digo-vos quenão terá sido em vão e, com a vossaajuda, podemos tornar este jornalito numgrande projecto desta associação.

Para tal, só precisam de vir ter connoscoe partilhar tudo o que queiram egostariam de ver editado...

Mudando um pouco de assunto e nãofugindo à regra de trazer a este “meu”espaço a minha opinião acerca de algoque aconteceu, gostaria mais uma vezde reflectir acerca de uma notícia queme entristeceu: “A Ginjinha” do Rossio,em Lisboa, fechou, ao que parece, porfalta de condições.

Ao ver esta reportagem na televisão(maldito aparelho que parece que só trásmás noticias!!!!), reparei que junto àfachada deste estabelecimento, quealberga milhares de turistas por ano e,claro, outros tantos milhares deportugueses que ali vão provar um poucodaquele néctar, lá estava uma placa dacâmara de Lisboa que distingue esteespaço como sendo parte dessa grandecultura lisboeta e paragem obrigatória paratodos aqueles que visitam a nossa capital...

Ora e isto é que me entristece, como épossível que o desleixe tenha chegado aeste ponto? Quem foram os responsáveispor este feito? Pergunto eu...

Já tive oportunidade de passear emalgumas cidades europeias e só de andarnas ruas parece que se respira a culturadesse país. Na capital do meu país, acultura, essa... vai sendo fechada pela

ASAE. Saudações.

Carlos Zoio