jornal brasileiro de oftalmologia · 2018-12-27 · outubro - novembro - dezembro - 2018 3 em 2019,...

20
NOTICIÁRIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA RECONHECIDA DE UTILIDADE PÚBLICA PELA LEI Nº 5.168 DE 4/5/2010 JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA Nº 183 - OUT-NOV-DEZ - 2018 JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA CRIADO EM JUNHO DE 1987 OPINIÃO Reformada, às vésperas de ter uma mulher na presidência, esta é a SBO hoje Finalmente a So- ciedade Brasileira de Oftalmologia está de cara nova! Depois de quase sete meses de obras, a sede, totalmente reformada, depois de praticamente ter ficado no “esqueleto”, foi inaugurada no dia 13 de setembro, com a presença da nova presidente, Edna Almodin, e de Rubens Belfort Jr., que aproveitaram para apresentar o modelo do X Congresso Nacional. A sala da diretoria foi ampliada, o auditó- rio totalmente reformado, as instalações dos departamentos também foram reformados. Um dos destaques é o Espaço Memória, onde foi inaugurada uma placa em home- nagem a João Diniz, pelos 62 anos de sua dedicação à Sociedade. Livros, objetos e aparelhos da própria Sociedade, e doações compõem o acervo do Espaço Memória. -Agora que cui- damos da estrutura física e da memória da Oftalmologia, e demos início à orga- nização do X Con- gresso Nacional em São Paulo, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia está preparada para o seu centenário, em 6/9/2022. E para tal, seguindo os novos tempos, teremos pela primeira vez uma mulher na presidência, Edna Almodin, cujo dinamismo certamente já se revelará no início de sua gestão, em 10 de janeiro de 2019, afirmou Armando Crema na inauguração da nova sede. Entre as iniciativas já anunciadas por Edna Almodin, Armando Crema elogiou os wetlabs que ela pretende promover du- rante o ano de 2019 e também no X Con- gresso Nacional, para qual convidou todos os presentes à inauguração a participar. PÁGINA 9 Presidentes do X Congresso destacam receptividade do evento A sete meses do X Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, que será realizado de 4 a 6 de julho de 2019, no Maksoud Plaza Hotel, a recep- tividade já é excelente, na avaliação de Remo Susanna Jr.e Rubens Belfort Jr, presidentes do evento. Para Remo Susanna Jr., o Congresso vai empolgar não só “a nós da USP, mas também a todos os oftalmo- logistas do Brasil.” Será “um marco na oftalmologia brasileira” não só por reunir a USP, Unifesp e a SBO, como pelo pro- grama especialmente dedicado a levar aos participantes o que há de mais moderno no conhecimento das diferentes áreas da especialidade. Rubens Belfort Jr. faz coro às declarações de Remo, enfatizando que a receptividade do evento “entre professores e alunos não apenas da Escola Paulista de Oftalmologia, mas praticamente de todas as instituições, é excelente”, ressaltando que estão sendo toma- dos todos os cuidados para “desenvolver um programa científico também para os jovens oftalmologistas”. -Pretendemos ter nas sessões científicas não apenas estrelas já consagradas, mas jovens com grande potencialidade já demonstrada. Também pretendemos ter o máximo possível de mulheres, representando a realidade da Oftalmologia Brasileira. EDITORIAL, PÁGINA 3 Liberalismo e o sistema de saúde brasileiro: Artigo de Frederico Pena, diretor-presidente da Cooeso-RJ PÁGINA 4 PRÊMIO VARILUX Regulamento completo do Prêmio Varilux 2018 PÁGINA 15

Upload: others

Post on 01-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

NOTICIÁRIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIARECONHECIDA DE UTILIDADE PÚBLICA PELA LEI Nº 5.168 DE 4/5/2010

JORNAL BRASILEIRODE OFTALMOLOGIA

Nº 183 - OUT-NOV-DEZ - 2018JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA CRIADO EM JUNHO DE 1987

OPINIÃO

Reformada, às vésperas de ter umamulher na presidência, esta é a SBO hojeFinalmente a So-

ciedade Brasileira de Oftalmologia está de cara nova! Depois de quase sete meses de obras, a sede, totalmente reformada, depois de praticamente ter ficado no “esqueleto”, foi inaugurada no dia 13 de setembro, com a presença da nova presidente, Edna Almodin, e de Rubens Belfort Jr., que aproveitaram para apresentar o modelo do X Congresso Nacional.

A sala da diretoria foi ampliada, o auditó-rio totalmente reformado, as instalações dos departamentos também foram reformados. Um dos destaques é o Espaço Memória, onde foi inaugurada uma placa em home-nagem a João Diniz, pelos 62 anos de sua dedicação à Sociedade. Livros, objetos e aparelhos da própria Sociedade, e doações compõem o acervo do Espaço Memória.

-Agora que cui-damos da estrutura física e da memória da Oftalmologia, e demos início à orga-nização do X Con-gresso Nacional em São Paulo, a Sociedade

Brasileira de Oftalmologia está preparada para o seu centenário, em 6/9/2022. E para tal, seguindo os novos tempos, teremos pela primeira vez uma mulher na presidência, Edna Almodin, cujo dinamismo certamente já se revelará no início de sua gestão, em 10 de janeiro de 2019, afirmou Armando Crema na inauguração da nova sede.

Entre as iniciativas já anunciadas por Edna Almodin, Armando Crema elogiou os wetlabs que ela pretende promover du-rante o ano de 2019 e também no X Con-gresso Nacional, para qual convidou todos os presentes à inauguração a participar.

PÁGINA 9

Presidentes do X Congressodestacam receptividade do evento

A sete meses do X Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, que será realizado de 4 a 6 de julho de 2019, no Maksoud Plaza Hotel, a recep-tividade já é excelente, na avaliação de Remo Susanna Jr.e Rubens Belfort Jr, presidentes do evento.

Para Remo Susanna Jr., o Congresso vai empolgar não só “a nós da USP, mas também a todos os oftalmo-logistas do Brasil.” Será “um marco na oftalmologia brasileira” não só por reunir a USP, Unifesp e a SBO, como pelo pro-grama especialmente dedicado a levar aos participantes o que há de mais moderno no conhecimento das diferentes áreas da especialidade.

Rubens Belfort Jr. faz coro às declarações de Remo, enfatizando que a receptividade do evento “entre professores e alunos não apenas da Escola Paulista de Oftalmologia,

mas praticamente de todas as instituições, é excelente”, ressaltando que estão sendo toma-dos todos os cuidados para “desenvolver um programa científico também para os jovens oftalmologistas”.

-Pretendemos ter nas sessões científicas não apenas estrelas já

consagradas, mas jovens com grande potencialidade já demonstrada. Também pretendemos ter o máximo possível de mulheres, representando a realidade da Oftalmologia Brasileira.

EDITORIAL, PÁGINA 3

Liberalismo e o sistema de saúde brasileiro: Artigo de Frederico Pena, diretor-presidente da Cooeso-RJ

PÁGINA 4

PRÊMIO VARILUXRegulamento completo do Prêmio Varilux 2018

PÁGINA 15

Page 2: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia

Dois anos à frente da SBO, balanço mostra que a Sociedade

está preparada para seus 100 anos

2

PÁGINA PÁGINA

Confira .................................................. 2

Editorial ................................................ 2

X Congresso Nacional da SBO .............. 3

Opinião – Frederico Pena ..................... 4

Conta-Gotas .......................................... 5, 7, 13,

14 e 16

Fique de Olho – Questões Tributárias .. 6

Necrológio – Aderbal de Albuquerque Alves /José Ricardo Lima Rehder .......................... 8Relatório Anual 2018 – Mário Motta .... 10 e 1147º Prêmio Varilux ............................... 15Tempo e Memória ................................. 17SBO na Mídia ........................................ 18Na Estante ............................................ 19Calendário Oftalmológico ..................... 19

Fim de ano é sempre uma opor-tunidade de se fazer um balanço. No nosso caso, um balanço de dois anos, tempo de duração da nossa gestão à frente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

A atual diretoria manteve todas as atividades que a Sociedade Bra-sileira de Oftalmologia já realizava, tais como o Curso de Pós-Graduação em Oftalmologia Lato Sensu, cujo pré-requisito é estar oficialmente ligado a um Serviço de Residência em Oftalmologia do Rio de Janeiro, as Sessões Extraordinárias com todos os Serviços de Oftalmologia do Rio de Janeiro, as Campanhas de Preven-ção do Glaucoma e do Dia Mundial da Visão. E ainda promoveu outros encontros, como os dois cursos de Educação Médica Continuada de Lentes de Contato- o CLORE. Par-ticipou também de várias atividades de defesa profissional, sempre em conjunto com os CRMs e a Cooeso--RJ e a FeCooeso.

Dois congressos foram realizados com sucesso. O IX Congresso Nacio-nal da SBO, em Recife, de 6 a 8 de julho de 2017, no Sheraton Reserva do Paiva Hotel & Convention Cen-ter, que reuniu número expressivo de colegas do Norte e Nordeste, dando continuidade à política de descentralização do evento nacional, iniciada em 2013, quando a Socie-dade promoveu o encontro de Foz do Iguaçu, seguido dois anos depois pelo de Brasília. E o XX Congresso Internacional da SBO, de 28 a 30 de junho de 20198 no Windsor Barra Hotel, Rio de Janeiro, quando vários cursos bateram recorde de público, principalmente o Simpósio Interna-cional “A Fantástica Cirurgia Ocular do Século XXI” .

Nesse XXCongresso Interna-cional reeditamos a Medalha José Antonio de Abreu Fialho, concedida ao prof. Miguel Burnier Jr., nome

que projetou a Oftalmologia Brasi-leira muito além do que nos olhos alcançam, desculpem o trocadilho. Sua palestra sobre “Biopsy without Tissue: The Use of Liquid Biopsy in Ophthalmology mostrou o futuro que se descortina para as novas ge-rações de oftalmologistas.

A atual diretoria também deu continuidade ao projeto iniciado na gestão anterior do prof João Alberto Holanda de Freitas de reforma da atual sede, com criação de novas instalações e do Espaço Memória SBO, que resgata a história da Of-talmologia através de documentos, livros e aparelhos, alguns datados do século XIX e até antes.

Só existe presente e futuro, quan-do conhecemos nosso passado, e o Espaço Memória SBO certamente é uma contribuição significativa para que saibamos mais sobre os primór-dios da Oftalmologia Brasileira.

A reforma da sede da SBO, com uma distribuição mais racional do espaço físico, também vai facilitar a administração e condução das ati-vidades da Sociedade, preparando-a para seu centenário.

Lembramos também do próximo X Congresso Nacional da SBO sob a presidência dos profs. Remo Susan-na Jr e Rubens Belfort de Mattos Jr, que promete ser um marco na Oftalmologia Brasileira, reunindo pela primeira vez a USP e a Unifesp.

Sempre à frente do seu tempo, a SBO será presidida nos próximos dois anos por uma mulher. Reite-ramos nossos votos de sucesso para a futura diretoria, sob a presidência da Dra Edna Almodin, primeira mulher presidente da SBO, que irá conduzir a Sociedade nos pre-parativos para a comemoração dos seus 100 anos.

Armando CremaPresidente da SBO

Biênio 2017-2018

Armando Crema*

Mário Motta fala sobre Retinopatia da Prematuridade no Relatório Anual 2018

Oftalmologia brasileira perde dois grandes nomes da especialidade

À esquerda, Aderbal de Albuquerque Alves, que faleceu aos 93 anos com seus quatro filhos. À direita, José Ricardo Lima Rehder, professor da Faculdade de Medicina do ABC, que faleceu aos 72 anos

O f t a l m o l o g i a Brasileira perde Aderbal de Albu-querque Alves e José Ricardo Lima Rehder, ex-presi-dentes da SBO e da Sociedade Bra-sileira de Cirurgia Refrativa. Almir Ghiaroni e Edna Almodin escrevem os respectivos ne-crológios.

Referência em refração- seu livro é uma bíblia sobre o assunto, Aderbal de Albuquerque Alves deixou três filhos oftalmologistas: Aderbal Alves Jr., Marco Antônio Alves e Luiz Filipe e o advogado Luiz Henrique.

Professor da Faculdade de Medicina do

ABC, José Ricardo Lima Rehder foi res-ponsável pela formação de muitos oftalmo-logistas, hoje espalhados pelo Brasil. Trouxe a LIO fácica Artisan para o Brasil.

Ambos foram ganhadores do Prêmio Varilux. PÁGINA 8

Reforma da sede da SBO permitiu a criação do Espaço Memória, onde estão expostos livros raros e equipamentos oftalmológicos antigos da própria Socie-dade ou doados por oftalmologistas e seus familiares.

No Espaço Memória foi também inau-gurada uma placa em homenagem a João Diniz pelos 62 anos dedicados à SBO.

O acervo está sendo catalogado e haverá exposições periódicas.

PÁGINA 17

Visão parcial da sala Espaço Memória com a estante de livros raros e parte dos equipamentos oftalmológicos já em exposição

Prestigiado por ex-presidentes, resi-dentes, chefes de vários Serviços de Of-talmologia, Mário Motta apresentou no dia 22 de novembro passado, na sede da Sociedade, o Relatório Anual 2018, cujo tema foi “Retinopatia da Prematuridade: diagnóstico e evolução dos tratamentos”.

Ao iniciar a apresentação, Mário Motta explicou que seu interesse pela retinopatia

da prematuridade começou na segunda metade da década de 1980 ao observar oca-sionalmente crianças nascidas prematuras com leucocoria bilateral. Na época os prog-nósticos não eram muito favoráveis, hoje, segundo mostrou na palestra, os índices mudaram, mas ainda são preocupantes em países de desenvolvimento médio, como o Brasil. PÁGINAS 10 E 11

Revista Ophtec homenageiaEdna Almodin, na edição de 2018

Depois da reforma da sede da SBO,destaque para a sala Espaço Memória

Primeira mulher a implantar lentes Artisan, juntamente com a sul-coreana Tae-im Kim, Edna Almodin é homenageada na Revista Ophtec, que está comemorando 35 anos e acaba de lançar uma nova seção: “Women in Ophthalmology”.

A revista que sai anualmente passa agora a publicar a cada nú-mero entrevistas com duas mulheres oftalmologistas. PÁGINA 5

Mário Motta, ex-presidente da SBO, professor da Unirio e chefe do Setor de Retina do Serviço de Oftalmologia do Hospital Federal dos Servidores do Estado, durante a apresentação da sua conferência no Relatório Anual, acompanhado por uma plateia atenta. Em primeiro plano, Andrea Zin, Aileen Walsh e Armando Crema

Foto

s Je

ssic

a C

osta

Foto

s di

vulg

ação

Jess

ica

Cos

ta

Edna Almodin

Page 3: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3

Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo

1- Como está sendo a receptividade do X Congresso entre alunos e profes-sores da USP?

Excelente. Esse Congresso será um marco na Oftalmologia Brasileira reu-nindo a USP, Unifesp e a SBO tendo os melhores especialistas brasileiros em um programa especialmente dedicado a levar aos participantes o que há de mais moderno no conhecimento nas diferentes áreas da oftalmologia. Desta forma não poderia deixar de empolgar a nós da USP, mas também a todos os oftalmologistas do Brasil.

2- Na sua subespecialidade, Glau-coma, quais serão os destaques prin-cipais da programação?

As novas cirurgias, MIGS e seus correla-tos, colocando de forma precisa sua posição no instrumental terapêutico-cirúrgico. Também novos conceitos sobre a forma de tratamento de avaliação e de seguimento do paciente glaucomatoso, simplifi cando a for-ma de diagnosticar e controlar a evolução do glaucoma. Casos clínicos e cirúrgicos onde se colocará lado a lado a tecnologia existente com o raciocínio e conhecimento médico.

1-Como está sendo a receptividade do evento entre os professores e alunos da Escola Paulista de Medicina?

A receptividade do evento entre professores e alunos não apenas da Escola Paulista de Medi-cina, mas praticamente de todas as instituições é excelente. Os oftalmologistas paulistas estão muito felizes e honrados com a possibilidade de organizarmos um grande evento da Sociedade Brasileira de Oftalmologia em São Paulo.

2-Quais temas do programa científi co o senhor recomendaria para os jovens oftalmologistas?

Estamos tomando muito cuidado para desenvolver um programa científi co também para os jovens oftalmologistas. Queremos mais, e pretendemos ter nas sessões cientifi cas não apenas estrelas já consagradas, mas jovens com grande potencialidade já demonstrada. Também pretendemos ter o máximo contin-gente possível de mulheres, representando a realidade atual da Oftalmologia Brasileira.

3-Como será a programação científi ca nos laboratórios e centros de treinamen-to das indústrias?

Queremos utilizar de maneira muito di-nâmica e fl exível as instalações da indústria oftalmológica aqui em São Paulo. Seus centros de treinamento, laboratórios, dry e wetlabs estarão integrados com a grade cientifi ca do Congresso para expandir a possibilidade de ati-

Dr. Remo Susanna Jr.Presidente do Congresso SBO 2019

3 - Como o senhor vê o crescente in-teresse pelo Glaucoma, especialidade até há alguns pouco procurada pelos residentes?

O glaucoma é uma doença que ainda desafia o oftalmologista. Nos Estados Unidos em 2014, foi publicado um estu-do realizado na Clínica Mayo no qual é mostrado que 15% dos pacientes tratados fi caram cegos de um olho em aproximada-mente 7 anos de seguimento. Na Suécia, em Malmo, 42% fi caram cegos de um olho, mesmo tratados, em 12 anos de seguimento.

Era um conceito estabelecido de que o glaucoma desafi ava o oftalmo-logista e infelizmente muitas vezes levava vantagem. Hoje, com os novos métodos diagnósticos e de tratamento tanto clínico como cirúrgico e o melhor conhecimento da doença somos nós os oftalmologistas que desafi amos o glaucoma. Esta avenida de novas opor-tunidades e inovações no manuseio do glaucoma criou um novo horizonte e ânimo aos colegas para ingresso na subespecialidade.

vidades teórico-práticas. Teremos um grande espaço para wetlabs em praticamente todas as áreas da Oftalmologia. Também as diferentes unidades cirúrgicas de São Paulo poderão ser utilizadas. Não apenas da Faculdade de Medi-cina da USP e da Escola Paulista de Medicina, mas também em centros privados. Tudo para aproveitar o máximo as oportunidades de treinamento e também networking.

O congresso da SBO em São Paulo em julho será basicamente um Congresso de Brasileiros para Brasileiros. Acreditamos que a grande maturidade científi ca que temos permite isso. No entanto teremos palestrantes internacionais de ponta que contribuam para o ensino e para represen-tatividade adequada da nossa Oftalmologia.

4- Há possibilidade de participação de palestrantes estrangeiros, principalmen-te de países vizinhos?

Sim, estará, por exemplo, entre nós o presidente do próximo Congresso Mundial de Oftalmologia, Dr. Kgaogelo Edward Leopoldi, vice-presidente do International Council of Ophthalmology (ICO), que será realizado exatamente um ano depois na África do Sul. Trará informações e oportu-nidades não apenas sobre a parte cientifi ca, mas também outras atividades possíveis de serem aproveitadas na África e networking profi ssional e pessoal.

Dr. Rubens Belfort Jr.Presidente do Congresso SBO 2019

Esse Congresso será um marco para a Oftalmologia Brasileira, afi rmam presidentes

Às v é s p e r a s de comple-tar 100 anos

(6/9/2022), a Socieda-de Brasileira de Oftal-mologia inova ao realizar em São Paulo, de 4 a 6 de julho de 2019, no Maksoud Plaza Hotel, o seu X Congresso Nacional, reunindo pela primeira vez as duas principais faculdades de Medicina do Estado- a da Universidade de São Paulo (USP) e a da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).

Com o apoio total de Remo Susanna Jr. (USP) e Rubens Belfort Jr. (Unifesp), que presidem o X Congresso Nacional da SBO, este será o primeiro desafi o de Edna Almo-din, eleita para presidir a Sociedade no biê-nio 2019-2020. A Comissão Executiva conta ainda com Armando Crema, presidente da SBO no biênio 2017-2018.

Remo Susanna Jr. e Rubens Belfort Jr., leia entrevistas abaixo, são só entusiasmo em relação ao evento: “reunir as duas ins-tituições era um projeto antigo, que só agora temos oportunidade de viabilizar,” comemora Rubens Belfort Jr.

Ao destacar a receptividade do X Congresso

entre os oftalmolo-gistas e a indústria farmacêutica, am-bos enfatizam a programa-

ção científi ca, que inclui ida a laboratórios e centros de treina-mento da indústria oftálmica, além de wetlabs, estes sob a coordenação de Edna Almo-din, reconhecida pela sua expertise nesse setor.

- É um Congresso único, primeiro em muitos aspec-tos destaca Armando Crema ao enumerar seu caráter inovador: Primeiro por ser o primeiro Con-gresso da SBO realizado em São Paulo; Primeiro por ser presidido por uma mulher, a primeira pre-sidente da SBO; e Primeiro por reunir pela primeira vez as duas maiores e mais importantes insti-tuições paulistas de ensino de Ensino Superior.

Segundo Armando Crema, a Sociedade Brasileira de Oftal-

mologia vive um momento especial. “Preparamo-nos ao longo de 2018 para a realização desse evento em São Paulo.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia, primeira da especialidade no Brasil,

a quarta das Américas, tem sede no Rio de Janeiro, capital da República até 1960. Hoje, o Estado do Rio (2.373), jun-tamente com Minas Gerais (1.883), reúne o maior núme-

ro de oftalmologistas do Brasil depois de São Paulo.”

- Ao realizarmos nosso X Congres-so Nacional em São Paulo também estamos homenageando os colegas da cidade e do estado, onde traba-lham 5.348 oftalmologistas, segun-do o censo de 2014.. É também um reconhecimento à USP, criada

em 1934, e à Unifesp, cujo núcleo de origem é a Escola Paulista de Medicina, fundada em 1933, berço de inúmeros oftalmologistas de vanguarda.

O dinamismo do Estado de São Paulo e da sua capital, a cidade mais populosa do Brasil e do Hemisfério Sul, é cantado em prosa e verso. Para o falecido empresário Antônio Ermírio de Moraes, fundador do grupo Vo-torantim, “São Paulo tem o espírito de luta e de conquista dos antigos bandeirantes. É desbravadora. É uma cidade que valoriza o trabalho e não quer nada de graça”.

Para o escritor e cronista Lourenço Dia-féria, São Paulo é uma “cidade enigma e síntese do Brasil”. Caetano Veloso disse em 2004, durante show em comemoração aos 450 anos da capital “O nome da solução do problema Brasil é São Paulo feliz”.

É nesta cidade, que em 2019 completa 465 anos, que a Sociedade Brasileira de Oftalmologia realizará seu X Congresso Na-cional. Todos estão convidados, a Comissão Organizadora promete não decepcioná-los!

No site www.congressosbo2019.com.br, todas as informações e novidades que preparamos para vocês.

Estátua em homenagem ao bandeirante Bartolomeu Bueno

da Silva - o Anhanguera, do escultor italiano Luigi Brizzolana, no Parque Trianon, na Av. Paulista

Evento sob a égide da USP e da Unifesp tem tudo para agradar todos os oftalmologistas

Page 4: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia4

Liberalismo e o sistema de saúde brasileiroFrederico Pena*

Em tempos de revisão de conceitos que foram hegemônicos nos últimos 40 anos, refletir sobre os possíveis caminhos para a Medicina no Brasil é uma das missões dos profissionais de saúde.

A definição de profissional liberal perdeu parte do seu sentido no atual contexto do sistema de saúde brasileiro tanto público, como na saúde suplementar. A liberdade de empreender como um agente no livre mercado se restringiu devido à ação dos intermediários, que também cerceiam a escolha daquele que é a razão das nossas vidas e responsável pela geração da riqueza financiadora do sistema: o paciente.

Há consenso quanto ao sub financiamento da Saúde no Brasil. A oitava economia do mundo ocupa a 52ª posição em um ranking divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), quando analisamos o investi-mento anual . Com investimentos per capita de U$ 1.320 por ano, destinamos 8,3 % do PIB à Saúde. As mazelas são maiores na área pública, pois o montante de investimento público na Saúde Pública perfaz 4,7 % do PIB , para cuidar de 75% da população que depende exclusivamente do SUS. Logo, o investimento no SUS é cerca de U$ 400 por indivíduo ao ano, muito abaixo do re-comendado pela OMS.

No ranking de Qualidade da Assistência (QASS) ficamos na 89ª posição , segundo estudo publicado na revista “The Lancet “ em 2017, o qual mostra que avançamos nos últimos 25 anos, mas deixamos a desejar em eficiência. Gastamos mal os preciosos recursos oriundos dos altos impostos pagos por empresas e cidadãos. Para compensar a ineficiência do SUS, cerca de 48 milhões de brasileiros participam da saúde suplementar , onde se investe do bolso privado cinco vezes mais per capita , em comparação ao sistema público. Mesmo com recursos finan-ceiros mais próximos do patamar mínimo sugerido pela OMS, o nosso modelo de saúde suplementar convive com a o insatisfação frequente de usuários e profissionais da assistência.

Um dos problemas a ser enfrentado é na estrutura de formação médica . Houve um espantoso aumento do número de faculdades

em 15 anos , nos colocando abaixo somente da Índia . São 326 , comparadas a 400 na Índia, que tem uma população seis vezes maior. A opção por expandir o número de profissionais sem critérios qualitativos mí-nimos interessa a políticos inescrupulosos , intermediários do sistema suplementar, e aos empresários do ensino sem qualidade. Todos os alertas e ações contrárias do Conselho Federal de Medicina foram ignorados. No processo de reconstrução que se inicia no país, entidades médicas devem se unir para corrigir esse cenário, para o bem da população . As exigências colocadas aos “médicos” cubanos para permanecerem no Brasil indicam que estamos recuperando os princípios técnicos das decisões, por anos mantidas na esfera ideológica . O rigor da Prova do Revalida deve ser o necessário para garantir o conhecimento mínimo para o bom exercício profissional , exigindo o mesmo dos brasileiros formados no exterior. Em tempo, devemos estimular as tratativas para a criação de uma prova para obtenção do registro profissional médico , mais um mecanismo de proteção ao paciente . O estu-dante dedicado e o profissional competente não deverão se opor.

Na saúde suplementar, a ANS completou 40 anos e segue se empenhando na difícil tarefa de diminuir as assimetrias que ca-racterizam o setor , por vezes frustrando prestadores de serviço e pacientes.

Algumas Resoluções e regulamentações existentes aqui são verdadeiras jabuticabas. Por exemplo, em 2009 houve a criação de um intermediário a mais no mercado de planos , que são as administradoras de benefícios. Não se sabe exatamente quanto dos recursos dos usuários fica na tesouraria dessas empresas , dada a pouca transparên-cia das análises da composição de custo das mensalidades . Fato é que se a saúde de alguém melhorou com este mecanismo, não foi a do usuário. As administradoras tiveram em 2017 receita de R$ 1,6 bilhão. Tornaram-se rapidamente importantes doadores para campanhas eleitorais. Entre 2010 e 2012, um ex - diretor da maior dessas empresas, assumiu o comando da ANS. Vale ressaltar a notória ausência de

médicos na composição do colegiado que dirige a ANS , em contraponto à assídua participação de profissionais com histórico nas operadoras . Seria salutar revermos os critérios dessas nomeações nesta nova fase da República.

Nos últimos dois anos, as entidades re-presentativas da Oftalmologia denunciaram a imposição da remuneração por pacotes de consultas e exames , que conflita dire-tamente com resoluções da própria ANS e não respeita qualquer critério científico, seja oftalmológico ou atuarial . A inação da Agência determinou que o assunto fosse encaminhado ao Ministério Público Federal , que deverá em breve mediar a negociação entre as partes.

Retornando à Saúde Pública, se o SUS tem seus méritos inquestionáveis, traz vícios operacionais graves. Como defender um sistema que remunera a R$10,00 uma consulta e R$ 75,00 um parto Cesáreo? A necessidade de aumentar a remuneração é mais do que um consenso, mas não basta . Precisamos ser mais transparentes ao prestar contas à população. Tentativas de medir a produtividade dos profissionais e cobrar resultados esbarram em resistências corporativistas e trabalhistas, que engessam a gestão não só da saúde, mas de toda a máquina pública.

Admiramos os resultados de sistemas de outros países , mas queremos alcançá-lo sem trilhar os caminhos usados por aquelas nações. Para ficar em um único exemplo, universidades norte-americanas mantidas com recursos públicos , como a Universi-dade da Califórnia , montam suas equipes através de contratos temporários vinculados à performance acadêmica e assistencial do profissionais . Renovação e reajuste ocorrem em função do cumprimento das metas con-tratuais . Não há estabilidade desvinculada da produtividade. Por aqui, não surpreende que boa parte dos serviços bem avaliados sejam aqueles em que o recurso público é utilizado por instituições com métodos de gestão exitosos, como institutos, fundações, e entidades filantrópicas, que têm vantagens na sua estrutura de custo e maior flexibilida-de na gestão dos recursos humanos.

As Organizações Sociais em Saúde (OSS) e as parcerias público privadas (PPP) ampliam a cada ano seu papel na saúde pública, com sistema de contratação por metas. A pouca transparência nos sistemas de aferição e controle, somados aos casos de superfatura-mento, apontam que há muito a melhorar , como em todas as relações que envolvem políticos , gestores públicos e a iniciativa privada. Os erros de alguns não pode con-denar o modelo , que é um avanço compro-vado pela percepção do usuário. O serviço público com gestão privada, não-estatal, é uma solução aplicada em muitos países desenvolvidos , desde que haja transparência e livre concorrência no estabelecimento dos contratos. Não se trata de condenar o servi-ço público, mas reconhecer sua frequente resposta ineficiente às necessidades dos cidadãos, seja pela dificuldade de estimular o profissional produtivo ou a de enquadrar o improdutivo.

Sindicatos e entidades de classe devem defender os profissionais, que entregam valor para a sociedade , e não proteger a ine-ficiência em nome dos direitos adquiridos. A justa reivindicação por uma carreira mé-dica de estado, deveria conter mecanismos transparentes de avaliação do rendimento e cumprimento de metas, pré-requisitos à progressão .

Esses são desafios que nos convocam a fazer a boa política, que busca soluções para atender a maioria da nação. O Estado Brasileiro e consequentemente o siste-ma de saúde têm atuado mais como um concentrador de renda do que como um distribuidor de serviços. No ideal liberal, o Estado atua dando as bases para a livre concorrência , espera que o mercado se au-torregule e estimula e educa o indivíduo a buscar as soluções para os seus problemas. Os assuntos que listei nessas linhas terão mais chances de serem resolvidos se formos proativos. Lamúrias e críticas vazias não transtornarão a nossa realidade.

Há renovações ocorrendo em todos se-tores da sociedade, e não podemos perder essa oportunidade para melhorar o sistema de saúde

*Diretor-presidente da Cooeso-RJ

Page 5: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

5Outubro - Novembro - Dezembro - 2018

Presidente da SBO no biênio 2019-2020, Edna Almodin é entrevistada pela revista Ophtec

A revista Ophtec, lançada anualmente durante o Congresso Europeu de Catarata e Cirurgia Refrativa, apresentou este ano uma novidade: a seção “Women in Oph-thalmology”, que passará a homenagear sempre duas oftalmologistas, falando um pouco sobre suas vidas.

Nesse primeiro número com a nova coluna, lançado durante o congresso em Viena, as entrevistadas foram Tae-im Kim (Coréia do Sul) e a nova presidente da SBO, Edna Almodin, as duas primei-ras mulheres a implantar lentes Artisan. Edna Almodin começou a usá-las em 1999 e Tae-im-Kim um pouco depois, segundo a Ophtec.

-Pelo menos na oftalmo-

logia mostramos algo de bom do Brasil lá fora, disse Edna Almodin, lembrando que a série foi sugerida por J. Worst, criador da Artisan há 35 anos, embora sua mulher é que fundou a Ophtec.

Capa da revista Ophtec

anunciando a nova série com as entrevistas

de Tae-im-Kim e Edna Almodin

Edna Almodin começou a usar as lentes Artisan em 1999. Foi a primeira mulher a implantar essas lentes, junto com Tae-im-Kim (Coréia do Sul).

Família Moura Brasil, pai e fi lho, comemoramhomenagem e premiação, em eventos de retina

De bermuda, esportivo, como pedia o “dress code” dos organizadores do evento Brams, no Hotel Transamérica, na ilha de Comandatuba, no sul do litoral da Bahia, Oswaldo Ferreira Moura Brasil com o

prêmio por melhor caso científi co

Oswaldo Moura Brasil com a placa com que foi agraciado no Sinbos2018

a ser colocada na “Calçada da Fama” no acesso ao Hospital de Olhos de Sorocaba

Oswaldo Moura Brasil, ex-presidente da SBO e da Sociedade Brasileira de Retina, foi o convidado de honra do Simpósio Internacional de Banco de Olhos de Sorocaba (Sinbos 2018), de 8 a 10 de novembro, onde proferiu a conferência magna “Cirurgia Vi-treorretiniana: do Século XIX ao XXI” , quando foi agraciado com uma placa a ser colocada na “Calça-da da Fama”, que existe no acesso ao Hospital de Olhos de Sorocaba.

Presidido por Arnaldo Bordon, o Simpósio contou com

a participação dos con-vidados internacionais Elias Reichel, de Bos-

ton (EUA), Marcelo Zas, de Buenos Aires (Argenti-na), e Francisco

Rodrigues, de Bogotá (Colômbia), além de muitos nomes relacionados à retina úvea e tumores no Brasil.

Ainda em novembro de 22 a 24, no evento Brams, exclusivo para especialis-tas em retina, organizado pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, no Hotel Transamérica, em Comandatuba, Oswa-do Ferreira Moura Brasil foi premiado na categoria melhor caso cirúrgico (Trata-mento de um Tumor Vaso-Proliferativo da Retina, documentado pela tomografi a de coerência óptica intraoperatória). Foram também distribuídos prêmios de melhor caso clínico, vencido por Mauro Goldbaum, e melhor pôster, vencido por Felipe Conti.

Foto

s di

vulg

ação

Page 6: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

NÚMERO 27

RECORTE E GUARDE

Tributação para Médicos – Vale mais a pena ser pessoa física ou jurídica?

JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia6

A tributação para pessoa jurídica, no caso dos médicos, é mais vantajosa, mas precisa ser bem administrada. Entenda o porquê.

A contabilidade para a área médica tem suas peculiaridades, a começar pela escolha do melhor regime de tri-butação: Pessoa Física ou Pessoa Jurí-dica – essa última baseada no Simples Nacional ou Lucro Presumido. É nesse momento, inclusive, que vem uma dúvida frequente:

Pessoa Física Nessa opção, os médicos podem

trabalhar como profissionais liberais ou autônomos e estão sujeitos à cobrança do IRPF, do INSS e do ISS de cada município.

O maior problema de optar por esse regime para quem exerce a atividade, contudo, é a alta tributação. A alíquota do Imposto de Renda pode chegar a 27,5% da receita e do INSS até 20% sobre o teto máximo de R$5.645,80.

Pessoa Jurídica Melhor escolha, mas qual é o melhor

Questões tributárias, contábeis e fiscais na área da Saúde

enquadramento? Simples Nacional ou Lucro Presumido?

Lucro PresumidoNo Lucro Presumido,a tributação

média é de 11,33% + adicional de IR e ISS, dependendo do município ou como

sociedade uniprofissional.em caso de so-ciedades uniprofissionais, de acordo com a legislação de cada prefeitura.

Deve ser atribuído um salário mínimo de pró-labore e recolher o INSS. Os lucros são distribuídos como isentos.

Simples Nacional A partir de janeiro de 2018 saíram do

anexo VI, com alíquotas de 16,93% em diante, e alternativa, a partir de 2018, ficar no anexo V ou anexo III, melhor anexo:

• O Anexo III começa a tributar a partir de 6%;

• E, no Anexo V, a partir de 15,5%.• Se a folha de pagamento nos últimos

12 meses, representar 28% ou mais da receita bruta do mesmo período, a empresa será tributada pelo Anexo III;

• Já se a receita anual for igual ou menor do que 28%, o médico, então, será tributado pelo Anexo V, alíquota aplicada deduzida de uma parcela.

Sendo assim, se a empresa não tiver 28% do faturamento em despesas traba-lhistas e pró-labore, na maioria dos cálcu-los não vai valer a pena optar pelo Simples Nacional, compensando permanecer no Lucro Presumido.

O Grupo Asse ,sem ônus, avalia para você médico qual das duas opções tribu-tárias é a mais indicada.

Vitor MarinhoDiretor do Grupo Asse

[email protected]

Page 7: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 7

Também na AAO, Camila Venturarecebe o Prêmio Artemis 2018

O “Prêmio dos Fundadores da ISRS”entregue a Renato Ambrósio Jr. na AAO

Camila Ventura exibe certificado do Prêmio recebido, ladeada por seus pais Marcelo Ventura, Liana Ventura e Marcelo Filho (seu irmão). Ao lado, à direita, Camila Ventura com um dos bebês portadores da Síndrome do Zika Vírus Congênita e sua mãe, atendidos na Fundação Altino Ventura

Placa da premiação recebida por Renato Ambrósio Jr., durante o Dia da Subespecialidade de Cirurgia Refrativa da AAO, a Reunião Anual da ISRS

Em outubro deste ano, Renato Ambrósio Jr. teve seu reconhecimento mun-dial, dentro da subespeciali-dade de Cirurgia Refrativa, ao receber o “Prêmio dos Fundadores”, da Sociedade Internacional de Cirurgia Refrativa (ISRS), no Con-gresso da Academia Ame-ricana, em Chicago, por sua missão de levar saúde aos olhos de muitos pacientes, além de colaborar com arti-gos, ensinamentos e muita ética em seu trabalho.

Anualmente um dos membros da So-ciedade é premiado por suas contribuições especiais, bem como sua dedicação à espe-cialidade. O “Prêmio dos Fundadores” reco-nhece a “visão e o espírito dos fundadores da Sociedade ao honrar um membro da ISRS

que fez contribuições para o crescimento e avanço da Sociedade e sua missão”.

Antes de Renato Am-brósio Jr. foram premiados Daniel S. Durrie-2017; J. Bradley Randleman-2016; Ronald R. Krueger-2015; Sonia Yoo-2014; Vikentia

Katsanevaki-2013; Alaa M. ElDanasou-ry-2012.

A ISRS, parceira da Academia Americana de Oftalmologia (AAO), é a principal or-ganização mundial de cirurgiões refrativos do mundo.

À esquerda, na primeira fila, no auditório da Uerj, Maria Antonieta Leopoldi, coordenadora do Grupo com o público presente no evento durante uma das palestras do Encontro Anual do Retina Rio

Encontro Anual do Grupo Retina Riodiscute a genética das distrofias da retina

Mais um prêmio para a Oftalmologia Brasi-leira. Camila Ventura recebeu em outubro pas-sado, em Chicago, o prêmio Artemis 2018, da Academia Americana de Oftalmologia (AAO), concedido anualmente a um jovem profissional da área. Ela foi destaque por ter relatado, pela primeira vez, a relação de danos oculares e o vírus Zika nos bebês, ainda na gravidez.

Indicada pela Associação Pan-Americana de Oftalmologia (PAAO), a médica é a pri-meira brasileira a receber o Prêmio Artemis.

A premiação é o reconhecimento da im-

portância dos serviços técnico-científicos prestados à população por Camila Ventura, implementando processos padronizados em Projeto Colaborativo Multidisciplinar para o diagnóstico e tratamento de crianças com Síndrome do Zika vírus Congênita, assim como suas publicações científicas, compar-tilhando descobertas sobre o comprometi-mento do sistema visual ocular e cerebral provocados pelo Zika vírus e o impacto na visão funcional e desenvolvimento da crian-ça, afetando sua qualidade de vida.

Em setembro passado, no auditório da Uerj, o Retina Rio realizou mais um encontro para as pessoas com doenças degenerativas da retina. Cerca de 180 pessoas puderam se atualizar com informações a respeito dessas doenças que podem levar à cegueira irreversível.

O evento teve palestras de Rosane Resende, do comi-tê científico do Retina Rio e Retina Brasil, abordando a complexidade da retinose pigmentar. Em seguida, Eduardo Duarte Silva, oftalmologista e geneticista

de Coimbra, falou sobre a genética das distrofias reti-nianas, mencionando também o Luxturna, primeiro medicamento de terapia genética para Amaurose Congenita de Leber, com mutação no gene RPE65.

O Retina Rio é uma associação formada por pessoas com doenças degenerativas da retina como a retinose pigmentar, doença de Stargardt, coroi-deremia, amaurose congênita de Leber e síndromes associadas à retinose pigmentar.

Foto

s di

vulg

ação

Page 8: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

8 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia

“Mestre entre mestresEducador em Oftalmologia

Rigoroso e informal”

“No dia 2 de novembro de 2019 a Oftal-mologia Brasileira foi golpeada com a notícia do repentino falecimento de um professor e amigo, Dr. José Ricardo Rehder, vítima de um infarto agudo do miocárdio fulminante, na sua cidade natal, Mococa (SP). Uma grande perda para a Oftalmologia Brasileira.

Prof. José Ricardo nasceu em 22 de janeiro de 1946 e formou-se em Medicina pela Es-cola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo ( Unifesp) em 1974. Tinha mestrado em Medicina (Oftalmolo-gia) pela Unifesp( 1979) e doutorado tam-bém pela Unifesp (1983). De 1985 a 1987 fez pós-doutorado em Ciências da Saúde na Ocisner Clinic (EUA).

Considerado uma referência na Oftalmo-logia Brasileira, trouxe para o Brasil a LIO fácica Artisan. Trabalhando na avaliação da correção da alta miopia com um grupo de colegas, do qual tive o prazer de participar a seu convite, conseguiu sua certificação em nosso país. Isto trouxe um avanço na cirurgia refrativa, aumentando o número de pacientes que auxiliamos em suas vidas. Este trabalho, meu mestrado, no qual o prof. José Ricardo foi meu orientador, e suas várias vindas aos congressos de Maringá,

José Ricardo Lima Rehder (22/1/1946 - 2/11/2018)onde foi homena-geado, nos trouxe uma maior aproxi-mação. E hoje, como presidente eleita da SBO, tenho o prazer de recordar nas mi-nhas memórias estes tempos e lembrar de uma pessoa ímpar.

Com uma vida dedicada à Oftal-mologia, tendo feito brilhante carreira e atingido em plena mocidade alguns dos mais altos e co-biçados postos da especialidade: do-cência, membro de academias, prêmios, participação ativa em congressos nacio-nais e internacionais, ganhando em vários deles e seguidamente premiações em vídeos e pôsteres junto com sua equipe da Faculdade do ABC Paulista, prof. José Ricardo foi o ganhador do Prê-mio Varilux 1983, na Categoria Senior, com o trabalho “Ocorrência das Alterações Papilares no Glaucoma Experimental”. Ele também presidiu a Sociedade Brasileira

“El médico que sólo medicina sabe, ni medicina sabe”.

José de Letamendi

“ O Dr. Aderbal de Albuquerque Alves nasceu em Passos de Camaragibe – Alagoas em 6 de janeiro de 1925.

No início da década de19 50 foi o primei-ro Residente em Oftalmologia no Brasil, atuando no Hospital dos Servidores do Estado, hoje Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), que era um hospital de referência em toda a América do Sul.

Tive a honra de conhecê-lo em 1978, quando iniciei minha Residência no HSE. E em pouco tempo descobrimos algumas afinidades: éramos, ambos, capricornianos, torcíamos pelo mesmo time (Flamengo) e, claro, apaixonados pela Oftalmologia. O período da Residência foi a base de uma grande amizade que se estendeu por décadas

Além do convívio no Hospital, com alguma frequência eu o visitava na casa de Teresópolis, onde conheci toda a família: Aparecida, a mulher da sua vida, as filhas do primeiro casamento, Albeny e Maria José, que consideravam o Dr. Aderbal o pai delas, e os filhos do casal, Aderbal Jr., Marco Antonio, Luiz Filipe e Luiz Henrique.

Passamos bons momentos na serra e, em muitos deles, tivemos a companhia do Al-mirante Anibal, vizinho e amigo por quem o Dr. Aderbal tinha grande apreço.

Convivi pouco com a Neli, com quem o Dr. Aderbal ficou casado durante os últimos dez anos de vida, mas ela também ocupa um lugar na minha geografia afetiva porque sei que cuidou bem dele.

O Dr. Aderbal sempre esteve presente em momentos importantes da minha vida.

Saber que ele tinha sido o primeiro ga-nhador do Prêmio Varilux foi um grande estímulo para que eu tomasse a decisão de

Aderbal de Abuquerque Alves (6/1/1925-5/10/2018)

concorrer ao mesmo em 1980.Coletei dados pré e pós- operatórios de mais de 100 pacien-tes com o objetivo de estudar o astigmatismo induzido na cirurgia de catarata.

Em um congresso internacional realizado naquele ano no Rio de Janeiro, consegui mostrar meu trabalho a um renomado oftalmologista americano que, depois de examiná-lo rapidamente, disse que não via nenhum interesse no assunto que eu estava pesquisando e me aconselhou a buscar um outro tema.

Não me dei por vencido e mostrei meu trabalho ao Dr. Aderbal que, além de ter gostado, me encorajou a ir adiante. Graças ao seu apoio, venci o Prêmio Varilux na categoria sênior naquele ano.

Alguns anos mais tarde, pedi o conselho dele em uma questão que me deixava muito dividido. Meu pai, que lutava contra uma depressão, queria que eu o operasse de cata-rata. E lembro do que ele me disse:

-Vá em frente. Depois que o campo ci-rúrgico estiver preparado, você vai esquecer quem é o paciente e vai operar normalmente. E seu pai ficará muito orgulhoso de ter sido operado pelo próprio filho.

E, como sempre, ele estava certo. Meu pai guardou esse momento como um dos mais preciosos até o final da sua vida.

Não foram poucas as vezes em que pedi seus conselhos para saber como lidar com as rivalidades que tentam minar nosso ca-minho, simplesmente pelo fato de sermos

bem sucedidos em alguns projetos pessoais. Outras tantas vezes, recorri a ele para

me ajudar em casos de refrações difíceis, de distúrbios da motilidade ocular ou de dificuldade em se adaptar a óculos e ele sempre os resolvia.

Poucos mestres alguém pode ter como o Dr. Aderbal.

Um homem que tinha um profundo co-nhecimento da Oftalmologia, da vida, do ser humano, com suas qualidades e defeitos, e o transmitia da forma mais simples, mais despretensiosa e mais amigável.

Agradeço a Deus tudo o que com ele aprendi, não só em relação à Oftalmologia, mas à vida em geral.

Durante muitos anos, sempre nos tele-fonávamos nos dias dos nossos aniversários e não houve uma só vez em que eu não dissesse a ele o quanto ele foi importante na minha vida.

Recebi a notícia da partida do Dr. Ader-bal em um texto do Junior que, em parte, reproduzo aqui:

“Teve uma vida longa e saudável, cons-tituiu uma família grande e unida, fez milhares de amigos, teve o reconhecimento profissional com um número enorme de homenagens e partiu ao lado da família sem dor, com muito carinho”.

Em se tratando desse grande mestre, que será sempre um exemplo e uma inspiração para mim, não duvido que Deus tenha vindo pessoalmente carregá-lo em seus braços.”

Almir Ghiaroni, além de mestre em Oftalmologia pela UFRJ, doutor pela

Unifesp, ganhou o Prêmio Varilux 1980, Categoria Senior, ocupou

diversos cargos em diretorias da SBO, e é autor de três romances: “Elos Invisíveis”, “As Cores da Vida” e

“Uma Vida não Basta”

de Cirurgia Refrati-va ( hoje ABCCR/BRASCRS), no biê-nio 2008-2010.

Foi coeditor de Catarata e Refrativa na Revista Brasilei-ra de Oftalmologia, onde publicou vá-rios artigos, portanto sempre esteve de mãos dadas com a nossa entidade SBO, da qual era sócio des-de 1986

Prof. José Ricardo era um Humanitá-rio. Fez vários vídeos para mostrar aos of-talmologistas o lado humano da medicina e isto lhe deu várias outras premiações. Também organizou

várias jornadas sociais em navios, levando o projeto catarata ao Amazonas, melhorando em muito a qualidade de vida de muitas pessoas humildes, que não teriam acesso à cirurgia sem o seu empenho e também de colegas, que agregava nessas missões, unindo o conhecimento deles como profissionais, além de criar grupos que se tornaram cada

vez mais próximos e amigos.Professor titular e também diretor da Fa-

culdade de Medicina do ABC Paulista, fez da Residência no ABC Paulista uma referência entre as residências brasileiras em Oftalmo-logia. Formou muitos especialistas que, hoje espalhados pelo Brasil, levam seu legado e carregam na memória sua imagem de chefe autoritário, cobrador, que não brincava em serviço, mas sempre informal e agregando-os fora do horário de trabalho em happy hours nos finais de semana, em congressos e via-gens comemorativas de fim de ano.

Algumas vezes, junto com sua esposa Heloiza, fazia dessas viagens objeto de memórias especiais em nossas mentes. E me lembro de uma delas, da qual participei com a turma do ABC, parecíamos uma fa-mília. Grande mestre, que sabia demonstrar autoridade no Serviço e sua generosidade, amizade e atenção fora da Residência.

Prof. Dr. José Ricardo, saudades do mes-tre que se foi aos 72 anos, deixando a viúva, Heloisa, os filhos, Diogo e Ana Luísa, além de um incontável número de amigos e alunos.

A Oftalmologia, através da SBO, se des-pede de um dos seus grandes nomes.

Que Deus e a vida eterna o recebam com misericórdia e afago de um trabalhador que cumpriu sua missão neste planeta.”

Edna AlmodinPresidente eleita-2019-2020.

Formando em Medicina pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp, José Ricardo Rehder sempre priorizou a Faculdade do ABC Paulista

Aderbal de Albuquerque Alves cercado pela família, vendo-se à sua direita, a esposa Neli Rayol, e à sua esquerda a nora oftalmologista Juliana Bohn Alves e a neta Marcela Alves, residente de oftalmologia. Na extrema esquerda, a nora Monick Goecking, também oftalmologista

Foto

s di

vulg

ação

Page 9: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 9

Inauguração das obras, Espaço Memória e apresentação do X Congresso Nacional , em 2019

No auditório da SBO, após a reunião sobre o X Congresso, Armando Crema ,presidente da SBO, Edna Almodin, presidente eleita para o biênio 2019-2020, e Rubens Belfort Jr, um dos presidentes do X Congresso Nacional, em frente ao painel com as fotos dos fundadores da Sociedade

Armando Crema e Edna Almodin durante apresentação do modelo do X Congresso Nacional da SBO. Segundo a Comissão Científica, o evento terá novidades nas áreas temáticas, um número maior de cirurgias ao vivo e a realização de diversos wet labs e cursos práticos

Durante coquetel servido após a reunião, em momento descontraído de confraternização, Arlindo Portes ,tesoureiro da diretoria do biênio 2019-2020, com Helder Costa Filho, secretário geral da diretoria do biênio 2019-2020, e Yoshifumi Yamane, ex-presidente da SBO

Em suas novas e modernas instalações, a SBO promoveu em 13 de setembro passado reunião para inaugurar as obras realizadas na sede e o Espaço Memória, além de apre-sentar o modelo do X Congresso Nacional, que será realizado no Maksoud Plaza Hotel, em São Paulo, de 4 a 6 de julho de 2019.

Com a presença da próxima presidente da SBO, Edna Almodin e Rubens Belfort Jr., um dos presidentes do X Congresso Nacional, o encontro reuniu um número expressivo de oftalmologistas e membros da futura diretoria, entre os quais Helder Costa e Arlindo Portes, respectivamente, secretário geral e tesoureiro. Remo Susan-na Jr., que também preside o X Congresso Nacional não pode comparecer.

Como primeira mulher a presidir a ins-tituição quase centenária, Edna Almodin discursou sobre o peso e a honra de poder dirigir a Sociedade, lugar onde ela fez seu primeiro curso de especialista e teve grandes mestres e amigos.

-Tenho muitas ideias e vontade de fazer as coisas darem certo, anunciou Edna Almodin, que também falou do X Congresso Nacio-nal, acrescentando que uma de suas metas, “

junto com os Drs. Armando Crema, Rubens Belfort Jr. e Remo Susanna Jr., e incluirmos vários wet labs na programação científica do X Congresso Nacional.

As principais novidades do X Congresso foram apresentadas por Rubens Belfort Jr., que na ocasião informou que o evento em São Paulo terá atividades científicas até às 21 horas, lembrando que muitos médicos atendem após as 18 horas .Estendendo-se até um pouco mais tarde, o Congresso receberá um público maior.

- Está sendo muito gostoso poder traba-lhar com o Remo, Armando e Edna , juntar a USP e Unifesp pela primeira vez em um evento; poder vir aqui no Rio e me reunir com os colegas oftalmologistas, comemorou Rubens.

Após a reunião e discutidos todos os pontos previstos em pauta, Armando Crema convidou a todos os presentes para inauguração da placa do Espaço Memória, uma homenagem a João Diniz, pelos seus 62 anos dedicados à SBO. Guiados por Armando Crema, todos puderam conferir as novas instalações da sede, cujas obras se estenderam por quase sete meses.

Relatório Anual 2018: Mário Mottafala sobre retinopatia da prematuridade

À esquerda, após 11ª Sessão, em 27 de setembro: Thiago Chacur (Hupe), Giovanni Colombini (chefe do Serviço de Oftalmologia do HUGG), Mário Motta, Ricardo Almeida Neves (chefe do Serviço do Hupe), Morizot Leite Filho (chefe da Policlínica de Botafogo), Carlos Escobar, Gustavo Cunha e Lucas Viana. Na foto da direita, ao centro, Armando Crema, com os chefes de Serviço, participantes e parte do público da 12ª Sessão Extraordinária, dia 25/10, que reuniu os Serviços da Clínica de Olhos Dr. Octávio Moura Brasil, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Hospital da PM em Niterói e Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro-1ª Enfermaria

No púlpito, professor Mário Motta, durante apresentação de sua aula, no Relatório Anual 2018. Na foto da direita: Mário Motta tendo à sua direita, os ex-presidentes Sérgio Fernandes, Aderbal Aves Jr., Luiz Carlos Portes e Giovanni Colombini, chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Gaffrée e Guinle. À esquerda, Armando Crema e Oswaldo Moura Brasil, também ex-presidente da SBO

Hermann Lorant Ronai (HFSE), Armando Crema, Helder Costa Filho e Rubens Belfort Jr., durante visita ao Espaço Memória da SBO

Nova fachada da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, onde se vê a nova entrada pela escada na lateral da casa e o toldo retrátil

Na entrada para o auditório, o

espaço que antes era ocupado pelo

mural, agora dá lugar ao pequeno

jardim vertical, com sistema de irrigação automático

Foto

s Je

ssic

a C

osta

Palestrante convidado para apresentação do Relatório Anual 2018, Mário Motta, professor titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), proferiu aula sobre “Retinopatia da Prematuridade: Diagnóstico e Evolução dos Tratamentos”, em 22 de novembro último, na sede da SBO. Uma aula para experientes retinólogos e para quem está começando na subespecialidade ou quer aprimorar seus conhecimentos fora

da sua área de atuação.Com a presença de vários ex-presidentes

da Sociedade, o encontro também marcou o encerramento da gestão de Armando Cre-ma, sendo apresentado o balanço do biênio 2017-2018. Na ocasião, foram fixados os valores da anuidade de 2019: sócio titular e emérito-R$670,00 até 30/1/2019; sócio aspirante e correspondente (R$535,00) e sócio residente (R$368,50).

Page 10: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

10 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia

“Meu interesse por Retinopatia da Prematuridade (ROP) co-meçou na segunda metade da

década de 1980 ao observar ocasionalmente crianças nascidas prematuras com leucocoria bilateral, por descolamento total da retina, no ambulatório de retina do Serviço de Oftalmologia do Hospital Federal dos Ser-vidores do Estado(HFSE). À época estavam sendo divulgados os resultados preliminares do estudo da crioterapia para tratamento da retinopatia da prematuridade (CRYO-ROP 1988), mostrando que a ablação da retina periférica reduzia o risco de evolução para prega macular e descolamento de retina. Na ocasião soube que um colega oftalmologista do Instituto Fernandes Figueira avaliava crianças com oftalmoscópio direto, mas sem realizar qualquer tratamento

O HFSE foi um dos primeiros hospitais no Brasil a contar com unidade de terapia in-tensiva neonatal bem estruturada e comecei a visitar o setor para examinar bebês prema-turos com oftalmoscopia binocular indireta entre a 4ª e 6ª semana de vida e, se indicado, proceder ao tratamento. A experiência prévia em cirurgias de retinopexia pela técnica de Lincoff, na qual se utiliza a crioterapia sob oftalmoscopia binocular ajudaram bastante. Na mesma época tive contato com a equipe de pediatras da UTI Neonatal da Lagoa para avaliar as crianças de risco de acordo com os critérios preconizados pelo CRYO-ROP, ainda no ano de 1988.

A ROP é uma doença que afeta a vascu-latura retiniana ainda em desenvolvimento, em crianças prematuras. Os primeiros rela-tos são de Terry (1942/1943), que em Boston passou a observar crianças que apresenta-vam massa fibrótica atrás dos cristalinos e que tinham sido prematuras. Acreditava que seriam vestígios da vasculatura fetal, semelhantes aos observados na já conhe-cida fibroplasia retrocristaliniana, que era unilateral e em olhos microftálmicos. No início alguns olhos foram diagnosticados como casos de retinoblastoma e enucleados. Algum tempo depois Owens & Owens (1949) descreveram a doença em olhos com exame de fundo de olho prévio “normal”, o que comprovou tratar-se de outra entidade nosológica diferente da persistência parcial ou total do vítreo primário. Em alguns anos tornou-se a principal causa de cegueira na idade pré-escolar nos Estados Unidos da América do Norte (Zacharias, 1952). Foi a denominada 1ª epidemia.

Muitas etiologias e fatores associados foram considerados na fisiopatogenia da doença sendo que Zacharias (1952) enu-merou cerca de 100 condições que seriam relacionadas à ROP por diferentes autores.

Campbell (1951) destacou a maior incidência da doença em hospitais que administravam livremente oxigênio para as crianças prematuras com a Síndrome da Membrana Hialina e, também, que a ROP

era mais frequente no Estados Unidos do que na Inglaterra, onde se utilizava menos oxigenioterapia para prematuros; Szewczyk (1951; 1952) considerava a fibroplasia retro-cristaliniana como uma resposta do tecido neura à anóxia, caracterizada inicialmente por tortuosidade e ingurgitamento vascu-lares, além de hemorragias retinianas que ocorriam quando as crianças eram retiradas das incubadoras. Sugeriu ainda que os bebês acostumados a respirar com altos níveis de oxigênio fossem submetidos a uma redução lenta e gradual da oxigenioterapia.

Após as observações clínicas de Patz e colaboradores, bem como do Estudo Cola-borativo da Fibroplasia Retrocristaliniana, capitaneado por Kinsey e Hemphill, ficou estabelecido que a causa da ROP seria a oxigenioterapia em altas concentrações. A partir de então o limite máximo de concentração de oxigênio inspirado seria de 40% (“dogma do oxigênio”). Houve uma regressão rápida no número de novos ca-sos de fibroplasia, até o desaparecimento quase completo da doença por mais de uma década.

Com o desenvolvi-mento tecnológico e surgimento das unida-des de terapia intensiva neonatal, crianças muito prematuras que até en-tão faleciam passaram a sobreviver.

Houve, a partir do final dos anos 1960 e início da década de 1970, o ressurgimento da ROP que agora podia ser diagnosticada mais precocemente graças ao uso da oftalmoscopia binocular indireta, permitindo observação adequada da retina periférica. Deste modo foi possível observar alterações na vasculatura e isquemia da periferia retiniana, que em muitos casos regrediam espontaneamente. Entretanto alguns evoluíam e os casos de cegueira aumentaram ainda mais a partir da década de 1980, ocorrendo o que se convencionou chamar de 2ª epidemia.

Em 1984 o Comitê para Classificação da Retinopatia da Prematuridade propôs uma nova classificação, que foi adotada interna-cionalmente e revisada em 1987.

Esta classificação dividiu a ROP quanto à severidade em estágios progressivos de 1 a 5, na sequência abaixo:

1 - linha de demarcação entre a retina pos-terior vascularizada e a periferia avascular;

2 - crista, que é a elevação desta linha devido a shunts vasculares;

3 - neovasos adjacentes à crista e proli-feração fibrosa;

4 – descolamento parcial da retina;

5 – descolamento total da retina.Posteriormente o Descolamento da Re-

tina (DR) parcial foi subdividido em 4 A, sem acometer a mácula, e 4 B, atingindo a mácula.

Além do estagiamento, a classificação internacional considerava a localização an-tero-posterior das alterações em zonas I,II e III. A zona I compreende a área circular da retina posterior, cujo raio corresponde

ao dobro da distância entre o centro do disco óptico e a fóvea; a zona II é a área entre o limite externo da zona I e o perímetro do círculo, cujo raio é a distância do disco óptico e a ora serrata do lado nasal. A zona III corresponde à crescente do lado tem-poral, periférica ao li-mite externo da zona II. A classificação considera ainda a extensão do aco-metimento circunferen-cial da ROP, em horas do relógio ou graus da circunferência (1 hora = 30�). Se houver dila-tação e tortuosidade de

vasos na retina posterior, acrescenta-se um sinal positivo (+), significando que a ROP está ativa e tem tendência a progredir (“plus disease”).

Até então poucos tratamentos mostra-vam-se eficazes, com relatos esporádicos de fotocoagulação com o fotocoagulador de

xenônio ou crioterapia da periferia retinia-na, principalmente por autores japoneses. Em 1984 iniciou-se, nos Estados Unidos, o Estudo da Crioterapia na Retinopatia da Prematuridade (CRYO-ROP), cujos primeiros resultados publicados no início de 1986 mostraram a eficácia da ablação da retina periférica que reduzia em quase 50% o número de olhos que tinham evolução desfavorável, esta considerada como prega retiniana ou Descolamento da Retina (DR). Os olhos tratados eram aqueles que atingiam o estágio 3+ por uma extensão relativamente grande da circunferência retiniana (ROP limiar). A ROP limiar ocorre em 6 a 8% dos prematuros que nascem com peso de 1500g ou menos.

Alguns anos mais tarde, o uso do laser em substituição à crioterapia mostrou-se mais eficaz, simples e com melhores resultados anatômicos e visuais. A laserterapia tor-nou-se o tratamento padrão, com eficácia de 90% em impedir a evolução desfavorável.

Para que o tratamento em tempo ade-quado possa ser realizado é fundamental que as crianças com maior risco de ROP sejam examinadas ainda na UTI neonatal. No Brasil a recomendação é que prematuros nascidos com 1500g ou menos e/ou idade gestacional igual ou inferior a 32 semanas tenham as pupilas dilatadas e sejam avalia-das por médico treinado no exame de ROP entre a 4ª e 6ª semana de vida pós-parto. Caso haja alterações compatíveis com ROP, a criança deve ser examinada a cada 15 dias ou menos, de acordo com a severidade das alterações encontradas, até que a vascula-rização atinja a zona III ou se aproxime do

Relatório Anual 2018 da SBO: Retinopatia da prematuridade, diagnóstico e evolução dos tratamentosPrimeiros relatos são de 1942/1943, em Boston, quando Theodore Terry observou crianças, que tinham nascido prematuras apresentavam massa fibrótica atrás dos cristalinos

No dia 22 de novembro último, encerrando as atividades científicas de 2018, Mário Motta, ex-presidente da SBO, professor da Unirio e chefe do Setor de Retina do Serviço de Oftalmologia do HSFE, apresentou o Relatório Anual.

Prestigiada por vários ex-presidentes da Sociedade, alunos, ex-alunos e residentes, a aula magna de Mário Motta descreve desde os primórdios do estudo da retinopatia da prematuridade até os dias atuais. Na América Latina é responsável por 25% das 100 mil crianças cegas.

Abaixo, uma síntese do Relatório Anual, especialmente preparado para o JBO:

ROP limiar ocorre em 6 a 8% dos prematuros que nascem com peso de 1500g ou menos

Exame do prematuro no Serviço de Oftalmologia do HFSE

Imagem da retina de ROP limiar

Foto

s di

vulg

ação

Page 11: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 11

estágio de ROP limiar. Neste caso indica-se a ablação da retina periférica com laser em até 48 a 72 horas.

A partir do final da década de 1990 e iní-cio do novo milênio formas mais agressivas e posteriores da ROP surgiram, com evolução rápida e resposta nem sempre favorável ao tratamento com laser. Correspondem à ROP agressiva posterior (AP-ROP) com casos cada vez mais observados em prematuros extremos e que corresponde à chamada 3ª epidemia da doença.

Para que a ROP ocorra é necessário que a vascularização da retina ainda não tenha sido completada. Em geral os vasos retinianos, que têm desenvolvimento centrípeto a partir do disco óptico, com início na 16ª semana de idade gestacional, alcançam a periferia nasal em torno da 32ª semana pós concepção e a ora serrata do lado temporal próximo à época do parto ou um pouco depois. À medida que a vascularização fetal progride centrifugamente as demandas metabólicas aumentam com secreção de fatores vascula-res de crescimento endotelial (VEGFs) para promover o crescimento vascular. Nos bebês muito prematuros existem ao nascimento grandes áreas periféricas de retina avascular com elevada produção de VEGF.

Diante do relativo fracasso da laserterapia nestas crianças, novas formas de tratamento estão sendo utilizadas, com destaque para o uso intravítreo de antiangiogênicos, uma vez que a isquemia periférica de grandes áreas da retina na doença mais posterior leva ao acúmulo de elevados níveis de fatores vas-culares de crescimento endotelial que esti-mulam a proliferação de neovasos, aumento da permeabilidade vascular e inflamação intraocular. Os resultados têm sido positi-vos, mas há discussão quanto aos possíveis efeitos deletérios sistêmicos e, também, em relação à necessidade de avaliação oftalmo-lógica mais frequente e por mais tempo, pois existem vários relatos de recorrência da neovascularização após semanas ou meses do tratamento com anti -VEGF.

Diversos pontos ainda não foram devida-mente esclarecidos em relação aos antiangio-gênicos para tratamento da ROP agressiva: qual a dosagem adequada; qual a droga mais eficaz e de menor risco; é seguro fazer mais de uma aplicação ou é melhor a com-binação com laser nos casos de recorrência dos neovasos?

Estudo recente (RAINBOW) sugere que o ranibizumabe na dose de 0,2mg seja supe-rior à laserterapia em relação à regressão da doença agressiva nas zonas I e II posterior ( 80% X 66 % de regressão), sem causar efei-tos sistêmicos detectáveis até 24 semanas pós tratamento. Ocorreram casos esporádicos de catarata traumática e de endoftalmite no grupo do tratado com a injeção intraocular.

Ainda existem olhos que não foram diag-nosticados e tratados a tempo ou que, apesar de todas as medidas, evoluem para DR. Nestes casos é necessário avaliar a indicação cirúrgica em cada caso.

O exame e a conduta a ser adotada crianças com ROP estágios 4 e 5 devem ser encarados com bastante cuidado, pois pode ser muito difícil avaliar a função visual da criança. Na prática diária a reação do bebê à exposição à iluminação intensa sugere a presença ou não de capacidade de perceber a luz. Em

centros que avaliam o potencial visual evocado, alguns pacientes sem percepção aparente apresentam respostas detectáveis ao potencial visualmente evocado. Este seria o limite teórico para ainda indicar tratamento cirúrgico nos casos de pior prognóstico. Na prática evito intervenção em casos onde não se evidencia qualquer reação à luz.

Outros achados importantes que podem indicar mau prognóstico são opacidades corneanas, atalamia e aumento da pressão ocular, devendo-se neste casos obter avalia-ção com ultrassonografia para determinar a configuração do DR e as características do líquido subrretiniano, além da tonômetria.

Nos casos em que se indica cirurgia, a escolha da técnica será baseada no estagiamento do des-colamento: 4 A; 4B ou 5. Nos descolamentos totais a configuração do DR deve ser considerada e a experiência do cirur-gião também será levada em conta.

A introflexão escleral circunferencial com fai-xa de silicone pode ser usada nos estágios 4 A e 4 B, com taxa de sucesso anatômico variando en-tre 65 a70% de acordo com diferentes autores. É necessário fazer a paracêntese da câmara anterior ou drenar o líquido subrretiniano, para evitar aumento excessivo da pressão ocular e/ou oclusão da artéria central da re-tina. Após 4 a 6 meses é necessário cortar a faixa para que o bulbo possa ter crescimento centrífugo no sentido equatorial.

Após o desenvolvimento da técnica de vitrectomia “lens sparing” por Trese e Ca-pone, a introflexão escleral tem sido cada vez menos utilizada, mas é um procedimento bem mais simples do ponto de vista técnico.

Nos casos de DR parcial que não acomete a mácula (4 A) o princípio básico de urgência na realização da cirurgia para DRs “macula on” deve ser levado em conta, uma vez que a evolução para DR total com prognóstico muito pior é frequente. As taxas de sucesso antômico podem superar os 90% com a vitrectomia lens sparing. Há relatos de visão 20/20 após alguns anos de acompa-nhamento.

No DR estágio 4 B (mácula acometida), a

vitrectomia sem retirada do cristalino pode proporcionar reaplicação total ou parcial da retina em até 75 a 80% dos olhos acometi-dos, com manutenção de visão entre 20/60 a percepção de luz em 72% dos casos, o que é bem melhor do que a história natural. O acompanhamento a longo prazo tem mostrado que os cristalinos permanecem transparentes por mais de 4 ou 5 anos em muitos casos

Os olhos de crianças prematuras com menos de 1 ano de idade não apresentam a pars plana desenvolvida. Devido a esta configuração anatômica o acesso à cavidade

vítrea pode ser via pars plicata do corpo ciliar (1 a 1,5 mm atrás do limbo) ou pela câmara anterior por via límbi-ca, sendo obrigatório a lensectomia total. As abordagens mais ante-riores são utilizados em olhos com descolamen-to total, praticamen-te sem espaço entre o cristalino e a retina ou membranas fibróticas anteriores. Na parte anterior da cavidade ví-trea geralmente usamos a dissecção bimanual, sob observação micros-cópica direta. Como as células que levam à

contração originam-se da crista e do disco óptico, as membranas nestas áreas devem ter maior atenção. Ao final faz-se uma troca fluído-ar e o bebê é colocado de bruços por 24 a 48 horas. Em geral o líquido subrreti-niano é absorvido em 2 a 4 meses.

Apesar de se conseguirem resultados anatômicos com a retina colada no pólo pos-terior em 50 a 75% dos casos, os resultados visuais dependem do estado da retina e do tempo que esta permaneceu com descola-mento macular. Idealmente todos pacientes deveriam ser operados no estágio 4 A, sem sinais de doença ativa (plus disease).

Os resultados visuais serão influenciados, também, pela capacidade do sistema nervoso central de processar as informações prove-nientes das retinas.

Os estágios cicatriciais da ROP eventual-mente podem ser confundidos com outras doenças da infância. A persistência da vas-culatura fetal, o retinoblastoma, a catarata congênita complicada, a doença de Coats,

a doença de Norrie e a vitreorretinopatia exsudativa familiar (FEVR) são as mais ci-tadas. A anamnese cuidadosa com ênfase na idade gestacional, peso de nascimento, época de aparecimento, história familiar e uni ou bilateralidade geralmente são suficientes para orientar a diferenciação. Do ponto de vista oftalmoscópico a FEVR é a que causa maior confusão diagnóstica.

Crianças que tiveram ROP, mesmo em es-tágios mais brandos ou tratadas com sucesso apresentam maior propensão a alta miopia e astigmatismo, anisometropia, ambliopia e estrabismo. Descolamentos de retina tar-dios, catarata e glaucoma também são mais frequentes do que em indivíduos que não tiveram ROP. É importante que estas crian-ças sejam acompanhadas por oftalmologista durante toda a vida.

A ROP não ocorre nas áreas mais subde-senvolvidas do planeta, como a maior parte da África, pois os prematuros de baixo peso não sobrevivem. Nos países de desenvol-vimento médio a doença é relativamente frequente, correspondendo a cerca de 25% das 100mil crianças cegas na América Lati-na. No Brasil a estimativa é de que ocorram cerca de 1500 de cegueira/ano causada por sequelas da ROP. Nos países desenvolvidos e em grandes centros dos países de nível médio a AP-ROP tem sido cada vez mais encontrada, aumentando os casos de cegueira pela ROP nos anos recentes.

Programas de triagem abrangentes são fundamentais para a identificação das crian-ças que devem ser tratadas, reduzindo o risco de cegueira pela ROP.

Bibliografia consultada

Terry ,TL. Extreme prematurity and fibro-plastic overgrowth of persistent vascular sheath behind each crystalline lens. Preliminary report Am. J. Ophthalmol., 29:1-8,1942

Terry TL. Fibroblastic overgrowth of per-sistente tunica vasculosa lentis in pre-mature infants. II. Report of cases – clinical aspects..Arch Ophthalmol. 29(1):36-53,1943

Owens, WC; Owens,EU. Retrolental fibro-plasia in premature infants. II – Studies on pro-phylaxis of disease: the use of tocoferol acetate. Am. J. Ophthalmol.,32:1631-7,1949

Campbell K. Intensive oxigen therapy as a possible cause of retrolental fibroplasia. A clinical approach. Med. J. Austr.,2:48-50, 1951

Kinsey VE, Hemphill FM. Etiology of re-trolental fibroplasia and preliminary report of the Cooperative Study of Retrolental Fibro-plasia. Trans Am Acad Ophthalmol Otolaryn-gol.59:15–24, 1955

Patz A, Hoeck LE, De La Cruz e. Studies on the effect of high oxygen administration on retrolental fibroplasia. I. Nursery observations. Am.J. Ophthal. 35:1248-53,1953

Avery ME, Oppenheimer EH. Recent increase in mortality from hyaline membrane disease. J Pediatr. 57:553-9,1960

Bolton DPG, Cross W. Further observations on cost of preventing retrolental fibroplasia. Lancet.1:445-8,1974

Palmer EA, Phelps DL, Spencer R, Lutty GA. Retinopathy of prematurity. In Ryan SJ. Retina. Elsevier Mosby, Philadelphia USA Fourth Ed. 2006, Chapter 80, p 1449.

Supplemental Therapeutic Oxygen for Pre-threshold Retinopathy of Prematurity (STOP--ROP). A randomized controlled triaI: primary outcomes. Pediatrics. 105(2):295-310,2000

Relatório Anual 2018 da SBO: Retinopatia da prematuridade, diagnóstico e evolução dos tratamentosPrimeiros relatos são de 1942/1943, em Boston, quando Theodore Terry observou crianças, que tinham nascido prematuras apresentavam massa fibrótica atrás dos cristalinos

ROP não ocorre na maior parte da África, pois os prematuros de baixo peso não sobrevivem

Laser na Retinopatia da Prematuridade (ROP)

Veja no site da SBO,www.sboportal.org.br, na área do médico, no link Seleção do Mês, a íntegra do Relatório Anual de 2018 e a bibliografia completa.

Page 12: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

12 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia

Page 13: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 13

No Centro de Estudos do CopaStar, novo hospital do Rio, palestra sobre estrabismo

Ian Curi e Almir Ghiaroni antes da palestra no Centro de Estudos do CopaStar, novo hospital em Copacabana. Rio de Janeiro

“Estrabismos Secundários: Quando o Oftalmologista Geral Deve Ficar Atento à Possibilidade de um Diagnóstico Sistêmi-co?” foi o tema da palestra de Ian Curi, dia 14 de novembro passado, no Centro de Es-tudos do CopaStar, novo hospital do Rio de Janeiro, em Copacabana, em frente ao Copa D’Or, na Rua Figueirdo de Magalhães, 598.

Para o coordenador do Centro de Estudos, Almir Ghiaroni, que desde o início do ano vem promovendo mensalmente palestras sobre Oftalmologia, a participação de Ian Curi, Chefe dos Setores de Estrabismo e Oftalmologia Pediátrica no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), foi muito importante uma vez que muitos médicos, oftalmologistas ou pediatras, ainda desconhecem aspectos importantes dessa subespecalidade.

Na ocasião, Almir Ghiaroni lembrou que a detecção precoce e o acompanhamento de crianças com estrabismo, uma das subespe-calidades mais complexas da Oftalmologia é fundamental para crianças numa era em

que o bullying está na ordem do dia. Hoje, completou, o estrabismo é operável na mais tenra idade e também da idade adulta.

SBO participa do 61º Congresso da SPO coma presença de Armando Crema e Edna Almodin

Tradicionais parceiras, as Sociedades Bra-sileira e Portuguesa de Oftalmologia (SPO) têm anualmente pelo menos dois encontros, sempre nos respectivos congressos. Depois de ser anfitriã da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, no XX Congresso Interna-cional de Oftalmologia em junho passado, a SBO participou do 61º Congresso Português de Oftalmologia, em Vilamoura, Algarve, de 5 a 8 de dezembro último.

Representando a Sociedade Brasileira de Oftalmologia estiveram presentes o presidente Armando Crema, a próxima presidente (biênio 2019-2020) Edna

Almodin, Arlindo Portes Mário Motta e José Beniz Neto, que participaram de apresentações sobre retina, alterações oculares na febre chikungunya, catarata e cirurgia refrativa.

Também estiveram presentes, entre outros convidados brasileiros, Fernando Trindade, o presidente do CBO, José Augusto Ottaiano, e Cristiano Umbelino

O principal tema do encontro foi o en-velhecimento do sistema visual. Durante o 61º Congresso Português de Oftalmologia realizou-se a reunião Biopsy 2018, com a presença do prof. Miguel Burnier.

Na extrema esquerda e direita, Manuel Monteiro-Grillo e João Feijão, respectivamente presidente e secretário geral da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, ao centro, Armando Crema, Fernando Trindade, Edna Almodin, José Beniz Neto e Mário Motta

Foto

s di

vulg

ação

Catarata e glaucoma no Fórum de Atualização do CBCSob a coordenação de Miguel Ângelo Padilha, diretor da Seção de Oftalmologia do

Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), realizou-se no dia 27 de outubro passado, mais um Fórum de Atualização em Oftalmologia, com o apoio da SBO,desta vez concentrado nas áreas de catarata e glaucoma.

O encontro reuniu Tiago Prata (SP), Sérgio Kwitko (RS), Jonathan Lake (DF), Celso Boiano-vsky (DF) e Aderbal Alves Jr. (RJ), que abordaram melhores indicações para lentes premium, complicações, casos difíceis, valor prático no entendimento de aboerrometrias, interface entre segmento anterior e patologias vitreorretinianas, novidades no tratamento clínico do glaucoma, sistemas mecânicos de drenagem do humor aquoso e trabeculoplastia a laser.

Em duas mesas redondas coube a Armando Crema, Giovanni Colombini, Henrique Padilha, Michael Betlhem, Ruiz Simonato e Rachel Gomes discutir vários aspectos controversos e os já consagrados da catarata e do glaucoma.

Page 14: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

14 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia

Fernando Trindade, convidado de honra do encontropromovido por Abhay Vasavada sobre catarata difíceis

Ponto alto do Colloquium- Cataract Management Workshop, apresentação de Fernando Trindade, convidado de honra do evento. Para um auditório lotado, Fernando apresentou “Implante Intraocular com Pinhole”, respondendo depois a inúmeras perguntas dos participantes

Fernando Trindade foi o convidado de honra do Colloquium- Cataract Manage-ment Workshop, promovido nos dias 15 e 16 de setembro passado, pelo Raghudeep Eye Hospital (REH), em Ahmedabad, Índia, dirigido por Abhay Vasavada. Ci-dade natal de Ghandi, Ahmedabad tem 7 milhões de habitantes e o REH é o maior centro oftalmológico da região.

Este ano o Colloquium focou nas cata-ratas difíceis e complicadas, mostrando as soluções para melhorar a capacidade visual dos pacientes. Fernando Trindade participou de várias palestras, no Simpósio Surgical Extravaganza- Forgind Through the Fires (em tradução livre, Caminhando sobre Fogo). Uma das palestras foi “Im-plante Intraocular com Pinhole”.

Em Palestra Magna no Hospital dos Servidores do Estado,Flávio Rezende Filho fala sobre cirurgia vítrea retiniana

Da esquerda para direita, depois da Palestra: Claudia Bastos, Daniella Socci, Marco Antônio Alves, Patrícia Corrêa, Gilberto dos Passos (Chefe de Serviço de Oftalmologia do HFSE), Flávio Rezende Filho, Mário Motta, Aderbal Alves Jr. (Preceptor da Residência Médica), Flávio Mac Cord Medina e Vitor Cerqueira

Flávio Rezende Filho, oftalmo-logista brasileiro, hoje radicado no Canadá, esteve no Brasil para apresentar Palestra Magna “Esten-dendo os Limites da Cirurgia Vítrea Retiniana”, no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), dia 19 de outubro último. Além de estar no país para ministrar cursos na Escola Médica de Pós-Graduação da Puc--Rio e da USP, Flávio compartilhou com os colegas do staff do HFSE, suas experiências e lembranças du-rante esses anos todos em Montreal.

O oftalmologista está há nove anos trabalhando em Montreal, Canadá , como retinólogo do De-partamento de Oftalmologia do Hospital Maisonneuve-Rosemont, professor associado do Departamento de Oftalmologia da Uni-versidade de Montreal. É também diretor do programa de fellowship em retina cirúrgica; responsável pelo projeto de Chip Retiniano, responsável pelo programa de intercâmbio Brasil-Canadá, entre Universidade de Mon-treal, USP -São Paulo e PUC-Rio de Janeiro.

A Palestra Magna de um oftalmologista brasileiro que reside no exterior mostrou as diversas diferenças em nível de ensino, pesquisas e saúde entre Brasil e Canadá e serviu de incentivo para os residentes. Como foi declarado por Flávio durante discurso:

-Eu me encontrei no exterior, foi lá que realmente aprendi a correr atrás das coisas

Foto

s di

vulg

ação

e a estar sempre presente neste ambiente de pesquisas e inovação. Venho para o Brasil para plantar a sementinha, fazer meus alunos aprenderem a buscar informação e percebe-rem a realização que isso traz.

Flávio explicou como foi desenvolvido o projeto chip de retina, que devolve parte da visão através da implantação de um chip na retina. O raro procedimento foi feito 150 vezes pelo mundo, e ele é o primeiro oftalmologista brasileiro a realizar esse tipo de cirurgia.

-É uma nova era na cirurgia vitrorretinia-na. O tamanho dos objetos que precisamos colocar dentro do olho ainda é muito grande. A dificuldade de manusear coisas grandes dentro de um espaço pequeno torna a cirur-gia um desafio, ressaltou.

Page 15: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

1. DO OBJETO DO CONCURSO:1.1 Este é um CONCURSO de caráter exclusivamente cultural, sem qualquer pagamento, nem vinculado à aquisição ou ao uso de qualquer bem, direito ou serviço, cujo objeto é o incentivo para o envio de trabalhos científicos inéditos e que versem sobre oftalmologia, conforme os critérios de cada categoria determinados no item 1.3. Abaixo. Este CONCURSO não está sujeito de forma alguma a qualquer espécie de álea ou sorte, nos termos do artigo 3º, inciso II, da Lei nº 5.768/71, bem como do artigo 30 do Decreto nº 70.951/72.

1.2 Poderá participar do CONCURSO qualquer oftalmologista com licença válida emitida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) de seu Estado e que exerça sua profissão no ter-ritório brasileiro, conforme os critérios de cada categoria determinado no item 1.3. Abaixo, que não tenha ganho o prêmio objeto deste CONCURSO em edições anteriores e que aceite os termos a seguir descritos, doravante denominado como “PARTICIPANTE”.

1.2.1. Os trabalhos poderão ser elaborados em coautoria, desde que os coautores tam-bém se enquadrem nos requisitos de participação, estipulados no item 1.2. e nos requi-sitos da respectiva categoria, estipulados no item 1.3. No entanto, a premiação caberá somente ao autor do trabalho, de modo que o coautor não será premiado, e terá direito apenas à indicação de seu nome como coautor caso o trabalho seja o vencedor e venha a ser publicado. 1.2.2. O projeto deverá ser um trabalho resultado da criação intelectual do PARTICI-PANTE (individualmente ou com coatores), não sendo aceito cópia (total ou parcial) de trabalhos de terceiros, sob pena de desclassificação imediata do PARTICIPANTE. Qual-quer projeto de conteúdo impróprio, assim como aquele em desconformidade com este REGULAMENTO, será automaticamente desclassificado.1.2.3. A participação neste CONCURSO é voluntária e totalmente gratuita, não sendo necessária a aquisição de qualquer produto, bem, direito ou serviço, nem está condicio-nada ao pagamento de qualquer quantia e/ ou valor, pelos PARTICIPANTES, seja qual for sua natureza e ainda que a título de ressarcimento de tributos.

1.3 O CONCURSO será dividido em 3 (três) categorias:• CATEGORIA MASTER Categoria voltada exclusivamente para os PARTICIPANTES que, na data de inscrição, sejam for-mados há 10 (dez) anos ou mais. Nesta categoria, os trabalhos poderão versar sobre qualquer tema, assunto ou matéria da oftalmologia.

• CATEGORIA SÊNIORCategoria voltada exclusivamente para os PARTICIPANTES que, na data de inscrição, sejam for-mados há menos de 10 (dez) anos, inclusive para os coautores. Nesta categoria, os trabalhos poderão versar sobre qualquer tema, assunto ou matéria da oftalmologia.

• CATEGORIA REFRAÇÃO SOCIALCategoria voltada para todos os médicos oftalmologistas associados a uma Instituição. Nesta categoria, os trabalhos devem versar sobre refração clínica, com ênfase em medicina social.

1.4 O CONCURSO será realizado entre os dias 01 de janeiro de 2018 e 31 de março de 2019.

2. DA MECÂNICA:2.1 O CONCURSO será realizado da seguinte forma:

2.1.1 O PARTICIPANTE deverá ter redigido em fonte “TIMES NEW ROMAN”, tamanho 12, com espaçamento duplo, podendo conter imagens, gráficos, fotos, desenhos e outros elementos de exposição. O trabalho deverá conter título e NÃO poderá ser assinado ou conter o nome do autor e/ou coautor. 2.1.2 O PARTICIPANTE deverá mencionar no rodapé da última página a categoria em que irá concorrer. 2.1.3 O PARTICIPANTE deverá encaminhar 3 (três) vias do trabalho em um envelope para a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, fazendo referência ao “PRÊMIO VARILUX”, para o seguinte endereço: Rua São Salvador, nº 107, Laranjeiras, Rio de Janeiro – RJ, CEP 22231-170. 2.1.4 Dentro do envelope contendo as 3 (três) vias do trabalho, o PARTICIPANTE deverá encaminhar também um segundo envelope contendo o nome do autor, o título do tra-balho, o local em que exerce a medicina como oftalmologista, o local onde o trabalho foi feito, ano de formatura, o endereço do seu domicílio e o número do seu CRM. Este envelope deverá conter do lado de fora APENAS o título do trabalho e só será aberto se o trabalho for premiado.

2.1.4.1 Caso tenha coautores envolvidos na elaboração do trabalho, deverão ser en-caminhados no envelope as informações e documentos descritos nesse item 2.1.4 também dos coautores. 2.1.5 O PARTICIPANTE deverá encaminhar o envelope até o dia 31 de março de 2019. Trabalhos entregues após essa data serão desconsiderados e destruídos. 2.1.5.1 para confirmação da data de postagem descrita neste item, será considera-da a data que constar no carimbo de postagem dos Correios.

3. DAS REGRAS DE ADMISSIBILIDADE:3.1 O trabalho encaminhado deve atender aos critérios abaixo:• Ser inédito, ou seja, não tenha sido publicado anteriormente;• Ter sido elaborado no Brasil;• Ser de autoria de PARTICIPANTE que não tenha participado de outras edições deste con-curso; e•.Estar de acordo com os termos e condições do presente REGULAMENTO.

4. DA AVALIAÇÃO:4.1. Os trabalhos serão analisados por uma Comissão Julgadora formada por 3 (três) oftal-mologistas independentes dos participantes, indicados pelo presidente da Sociedade Brasi-leira de Oftalmologia. O julgamento será feito de forma imparcial, independente e individual por cada membro da Comissão Julgadora, que deverá dar uma nota de 0 (zero) a 100 (cem) a cada trabalho.

4.1.1. Os membros da Comissão Julgadora não poderão se inscrever no CONCURSO ou participar como coautores.

4.2. Após o julgamento dos trabalhos pela Comissão Julgadora, o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, em 30 de maio de 2019, verificará em cada categoria o trabalho que somou a nota mais alta. Em caso de empate, em qualquer uma das categorias, será efetuado um segundo escrutínio para desempatar pela própria Comissão Julgadora. Caso o empate persista após o segundo escrutínio, a Comissão Julgadora considerará como vence-dor o PARTICIPANTE com maior tempo de formado e experiência.

4.3. Após a constatação do trabalho de maior nota, ou no caso de empate, o envelope iden-tificador, com o título do trabalho, será então aberto para a identificação do nome do PARTI-CIPANTE vencedor. A Comissão Julgadora enviará os trabalhos com as respectivas notas em envelopes lacrados à sede da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.4.4. Todos os dados fornecidos pelos PARTICIPANTES ficarão armazenados pela ORGANIZA-DORA que se compromete a utilizar as referidas informações somente para os fins definidos neste REGULAMENTO. Fica facultado à ORGANIZADORA e à Comissão Julgadora conferir a autenticidade e veracidade de todas as informações cedidas pelos PARTICIPANTES. 4.5. Caso as informações fornecidas pelos PARTICIPANTES mostrem-se, a qualquer tempo, inverídica seja por meio da devida verificação pela ORGANIZADORA ou pela Comissão Jul-gadora, ou ainda, por outro meio de verificação, os PARTICIPANTES serão automaticamente desclassificados.

5. DA PREMIAÇÃO:5.1 Na categoria Refração Social, o PARTICIPANTE vencedor e a Instituição que o PARTI-CIPANTE vencedor for associado serão premiados. A Instituição ganhará 01 (um) kit para conferência de óculos, composto por 01 (um) pupilômetro e 01 (um) lensômetro automático . O PARTICIPANTE vencedor ganhará uma viagem individual e terá sua inscrição paga para o Congresso da Academia Americana de Oftalmologia, que será realizado em São Francisco, nos Estados Unidos, durante os dias 12 a 15 de outubro de 2019.

5.1.1. Para fins de esclarecimento, o termo “viagem” descrito no item 5.1, acima, será composto de 01 (uma) passagem de ida e volta, na classe econômica, sem direito a acom-panhante, estadia de 04 (quatro) dias em hotel e US$ 300 (trezentos dólares) totais para o PARTICIPANTE vencedor. 5.1.2. Para fins de esclarecimento, o termo “instituição” descrito no item 5.1 compreende hospitais federais, municipais, estaduais, clínicas com residência médica legalmente au-torizados a operar no país.

5.2 Nas categorias Seniores e Master, o PARTICIPANTE vencedor ganhará uma viagem e terá sua inscrição paga para o Congresso da Academia Americana de Oftalmologia, que será re-alizado em São Francisco, nos Estados Unidos, durante os dias 12 a 15 de outubro de 2019.

5.2.1. Para fins de esclarecimento, o termo “viagem” descrito no item 5.2, acima, será composto de 01 (uma) passagem de ida e volta, na classe econômica, sem direito a acom-panhante, estadia de 04 (quatro) dias em hotel US$300 (trezentos dólares) totais para o PARTICIPANTE vencedor.

5.3 A passagem aérea do PARTICIPANTE vencedor de cada categoria será solicitada e entre-gue ao mesmo com até 1 (um) mês de antecedência da data da viagem pela PROMOTORA. Caso o PARTICIPANTE vencedor tenha interesse em efetuar alguma alteração em relação à passagem aérea ou em relação à hospedagem, a alteração deverá ser feita pelo próprio PAR-TICIPANTE vencedor, diretamente com a companhia aérea/agência de viagens/hotel. Even-tuais custos adicionais referentes às alterações serão de responsabilidade única e exclusiva do PARTICIPANTE vencedor. O PARTICIPANTE deverá obter toda documentação necessária para a realização da viagem, conforme ele próprio busque orientação. A ESSILOR não será responsável pela falta desta documentação que impeça a viagem pelo PARTICIPANTE e as premiações referidas neste REGULAMENTO não poderão ser convertidas em dinheiro.

6. ENTREGA DOS PRÊMIOS: 6.1. Os prêmios serão entregues aos PARTICIPANTES premiados em dia e local a ser divulga-do pela ESSILOR juntamente com a lista dos PARTICIPANTES premiados publicada em pelo Presidente da SBO, em uma sessão solene a ser realizada pela Sociedade Brasileira de Oftal-mologia. 6.2. Em nenhuma hipótese os prêmios poderão ser substituídos, seja por dinheiro ou por viagem para outro local.

7. CESSÃO DE IMAGENS, NOMES E VOZ: 7.1. Os PARTICIPANTES ganhadores autorizam, desde já, o uso de seus nomes, som de voz e imagem, sem qualquer ônus para a ORGANIZADORA, por prazo indeterminado e de modo definitivo e irrevogável, contado da data de apuração deste CONCURSO, para fins da divulga-ção do CONCURSO e de seus resultados, sem restrição de freqüência, fazendo uso em mídia impressa, eletrônica e marketing direto.

7.1.1. As autorizações descritas acima não implicam em qualquer obrigação de divulga-ção, ou de pagamento de qualquer quantia por parte da ORGANIZADORA.

8. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS8.1. Os PARTICIPANTES do CONCURSO, incluindo os vencedores, assumem total e exclusiva responsabilidade a respeito de todas e quaisquer eventuais reivindicações de terceiros que se sintam prejudicados por suas participações no CONCURSO.

8.1.1. Cada PARTICIPANTE garante, desde já, que é autor do projeto apresentado, e que o mesmo não infringe quaisquer direitos autorais de terceiros, bem como que possui todas as autorizações para divulgação do projeto inscrito, sob pena de responder civil e crimi-nalmente pelos prejuízos e/ou danos materiais e/ou morais que eventualmente venham a ser causados à ORGANIZADORA e/ou terceiro lesado.

8.2. A PROMOTORA, a seu exclusivo critério, a qualquer tempo, se julgar necessário, poderá alterar as regras e datas constantes deste REGULAMENTO ou cancelar integralmente o CON-CURSO, mediante comunicação pública de tais mudanças por e-mail a todos PARTICIPANTES. O e-mail do PARTICIPANTE será aquele que estiver cadastrado.8.4. As dúvidas não previstas neste REGULAMENTO serão julgadas pela Comissão composta por membros da ORGANIZADORA, cujas decisões serão soberanas e irrecorríveis.8.5. A simples participação neste CONCURSO sujeita todos os PARTICIPANTES às regras e condições estabelecidas neste REGULAMENTO. Desta forma, o PARTICIPANTE, no ato do envio de seu trabalho, automaticamente adere a todas as disposições, declarando que leu, compreendeu, tem total ciência e aceita, irrestrita e totalmente, todos os itens deste REGU-LAMENTO, bem concorda como na publicação de seu trabalho na Revista Brasileira de Oftal-mologia. Para publicação, o PARTICIPANTE vencedor deverá apresentar, além da forma tra-dicional descrita no item 2.1, o mesmo trabalho formatado obedecendo às normas editoriais da Revista Brasileira de Oftalmologia, descritas no site: (https://rbo.emnuvens.com.br/rbo/about/submissions). 8.6. Os PARTICIPANTES poderão esclarecer suas dúvidas através do e-mail: [email protected]. Conforme descrito no item 8.5. é obrigatória a publicação na Revista Brasileira de Oftal-mologia dos trabalhos vencedores deste CONCURSO das categorias do Prêmio Varilux. 8.8. Fica, desde já, eleito o Foro Central da Comarca da Capital, Estado do Rio de Janeiro, como o competente para dirimir quaisquer questões advindas do presente REGULAMENTO ou deste CONCURSO.

REGULAMENTO DO 47º PRÊMIO VARILUX DE OFTALMOLOGIA 2018

Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 15

Page 16: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

16 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia

Bruna Ventura coordena curso da FAVutilizando tecnologia de realidade em 3D

Com a coordenação de Bruna Ventura, a Fundação Altino Ventura (FAV) realizou em outubro passado o “Curso de cirurgia de ca-tarata: da realidade virtual à prática”. Com o objetivo de capacitar ainda mais 55 médicos da instituição, o método utilizado no treinamento foi desenvolvido exclusivamente para a FAV por uma equipe internacional, composta por Ivo Ferreira (México), Julio Atencio (Colôm-bia), e o consultor Marshall Dial (Canadá).

A metodologia empregada no curso englo-bou discussão de passos cirúrgicos utilizando realidade virtual em 3D, além da aplicação prática do conhecimento através de dois simuladores cirúrgicos e seis aparelhos de facoemulsifi cação de última geração.

- Nossa ideia foi utilizar a tecnologia para aprimorar a habilidade cirúrgica dos médi-cos da instituição. Após os seis dias de trei-namento, os cirurgiões da FAV foram ainda

mais preparados para restaurar a visão dos nossos pacientes, enfatizou Bruna Ventura, uma entusiasta da nova tecnologia.

Ruth Cytrynbaum coordena mais um vezfesta de confraternização do Miguel Couto

No espírito dos festejos de fi m de ano, como de costume, foi realizada no dia 30 de novembro, a festa de confraternização para os pacientes do Departamento de Visão Subnormal do Hospital Miguel Couto. Mais uma vez o auditório do Hospital foi palco da festa, coordenada por Ruth Cytrynbaum, que sempre traz uma atração musical e promove a distribuição e sorteio de brindes para os pacientes, tudo com muita animação.

A ação contou também com distribuição de roupas, cobertas, presentes, além de mui-ta música com um grupo de forró. Os objetos sempre são doados por outras instituições ou pessoas que contribuem para proporcionar um fi m de ano melhor para os participantes da festa e ajudar essa causa.

- Uma pequena festa, mas com um grande intuito: ajudar e trazer um pouco de alegria. Poder ver os pacientes animados, dançando,

Um dos pacientes do setor de visão subnormal sendo recebido por Ruth Cytrynbaum, no auditório do Hospital. Ao lado, durante a festa de confraternização, o grupo animado, tocando os ritmos de forró para o público presente, que estavam sendo acompanhados por uma dupla dançando à frente do palco

se divertindo, é gratifi cante para todos os envolvidos nesse projeto. Vale a pena todo esforço para fazer essa festa acontecer todos os anos aqui no Hospital, comemorou Ruth.

Nesta edição, o tradicional evento pode contar com a presença da coordenadora do Retina Rio, Maria Antonieta Leopoldi, e do dono da empresa transportadora Deu Certo, parceiro dessa ação social, que vai presentear o grupo com um passeio para um sítio de sua propriedade, em Papucaia (RJ), em janeiro de 2019.

- Sempre buscamos trazer uma atividade diferente e animada para os pacientes que já enfrentam bastante difi culdades no dia a dia. Nós sempre contamos com a colaboração de amigos e parceiros, que e nos agraciam com doações para serem sorteadas, comentou Ruth, chefe do Serviço de Oftalmologia do Hospital Miguel Couto.

Bruna Ventura, observada por uma das médicas da FAV, durante treinamento do curso, que utilizou equipamentos especialmente preparado para a instituição

Sociedade Italiana de Oftalmologiacelebra seus 150 anos de fundação

No próximo ano, o 17º Con-gresso Internacional da Sociedade Italiana de Oftalmologia, que acontecerá no Centro de Con-venções Roma La Nuvola, uma obra-prima arquitetônica assinada por Massimiliano Fuksas, em Roma , de 23 a 25 de maio de 2019 ,terá uma edi-ção especial, pela comemoração dos 150 anos de fundação da Sociedade Italiana de Oftalmologia, a mais antiga sociedade de

especialidade do país.O programa científi co contará

com palestras de líderes de opi-nião e especialistas internacionais e mais de 40 cirurgias ao vivo das técnicas cirúrgicas mais

avançadas. Os congressistas também poderão compartilhar e desfrutar de uma perspectiva global sobre doenças da retina e tratamento avançado através de uma terapia intravítrea.

Foto

s di

vulg

ação

Page 17: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 17

SBOTempo e Memória

João Diniz

Na inauguração do Espaço e Memória, emocionante homenagem

Fontes: Livros de Atas da SBO, Revista Brasileira de Oftalmologia, Jornal Brasileiro de Oftalmologia, arquivos iconográficos da Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Armando Crema em frente à placa em homenagem pelos 62 anos de João Diniz na SBO. Emocionado, João fez questão de posar junto com seu filho, Marcelo Diniz, e fotografar a filha, a oftalmologista Flavia Menezes em frente à placa. Dedicação à Sociedade acabou influenciando os dois filhos, nas suas escolhas profissionais. Com MBA em Administração em Oftalmologia, cedo Marcelo Diniz largou o magistério e o trabalho como professor de Educação Física para acompanhar o pai na SBO

Quero fazer um agradecimento especial ao prof. Armando Stefano Crema, presi-dente da SBO, pela homenagem que me fez colocando uma placa com meu nome no Espaço e Memória da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

Esta homenagem é fruto da amizade e do carinho que o nosso presidente me dedica proporcionando uma das maiores emoções que tive nestes 62 anos de SBO.

Quero também agradecer ao amigo xará prof. João Alberto Holanda de Freitas, quem sugeriu meu nome ao Espaço.

Estou publicando nesta coluna uma foto ao lado do prof. Armando Crema, em frente à placa alusiva à homenagem no Espaço e Memória, outra com meu filho, prof. Marcelo Diniz, se-cretário executivo da SBO e outra com minha filha, a oftalmologista Dra. Flávia Menezes.

O Espaço e Memória ganhou um reforço importante com a ajuda do Dr. Carlos Lopes Nunes, que veio somar esforços com o Dr. Valter Freitas, também curador do local. Dr. Carlos Nunes foi diretor de Cursos da SBO de 1971 a 1972. Uma manhã por semana virá à sede trazer sua valiosa contribuição e experi-ência na organização do material do acervo, orientando a classificação desse patrimônio.

O acervo do Espaço e Memória contém essencialmente a história da SBO, incluindo

desde a ata da fundação em 1922, bem como o discurso do seu idealizador e um dos fun-dadores e primeiro presidente, José Antonio Abreu Fialho; todos os livros de atas desde 1940; o primeiro Boletim, datado de 1932; o primeiro Estatuto, de 1932; programa do primeiro Curso, em 1955, e muito mais.

É impossível citar tudo que contém o acervo, entre tantos documentos e fotos, temos ainda, cópia da Revista Brazileira de Ophthalmologia de 1888; temos o primeiro número da Revista Brasileira de Oftalmo-

logia, de setembro de 1942; temos livro da Liga Nacional da Prevenção da Cegueira sobre a Campanha de Prevenção da Cegueira de 1939; anais completos do 1º Congresso Brasileiro de Oftalmologia.

Queremos também agradecer ao prof. Octavio Moura Brasil pela doação de alguns aparelhos antigos para o Espaço, bem como também a Sra. Maria Amália Magalhães, viú-va do Dr. Pedro de Almeida Magalhães, que também fez doação de aparelhos e publicações.

Abaixo estamos publicando a relação de

livros raros, muitos dos quais estarão sendo restaurados e preservados por empresa indi-cada por museóloga que será contratada para orientação deste patrimônio.

Aos poucos vamos atualizando esta re-lação primeira de livros, documentos, que certamente se ampliará com novas doações de aparelhos, livros e revistas oftalmológicas antigas.

Livros raros que fazem parte do acervo do Espaço e Memória da Sociedade Brasileira de Oftalmologia:

1856 - Traité Pratique des Maladies de L’óeil - W. Mackenzie1857 - Traité Pratique des Maladies de L’óeil - W. Mackenzie1866 - Clinique Ophthalmologie - A. de Graefe1871 - De la Therapeutique de l´oeil au moven de la LumiéreColorée - Louis Boehm1877 - Leçons sur le diagnostic des yeux - D.E. Landolt et A.Charpentier1877 - Leçons sur les affections de l´appareil lacrimale - Le grandelacrimale et les youies d´excretion des larmes - F. Panas, Èmile Chamoin1879 - Traite Pratique des Maladies des Yeux - Érdouard Meyer1880 -Annales D´Oculistique - Coleção do ano1880 - Archives of Ophthalmology - volume 241880 - Des Troubles Oculaires dans les Maladies de L´encélahe -Albert Robin1880 - Précis d´Ohtalmologie Chirurgicale - J. Masselon1881 - Ohthalmoscopie Clinique - L. de Wecker et J. Masselon1887 - Des Tumeurs du Nerf Optique - rémy Jocqs1887 - Archives of Ophthalmology - Vol. 331890 - A Manual and Atlas de Medical Ophthalmoscopy - W. R. Gowers1892 - Les Maladies des Yeux - Émile Berger1892 - Thèse pour le Doctorat em Médicinbe - Recherches sur l´anglede la chambre antérieure et le canal de Schlemm - A. Rochon-Du-vigneaud1893 -Elements d´Ophtalmologie . Leçons Cliniques - Gayet1893 - Text-Book of Ophthalmology - William F. Norris and Charles A.Oliver1896 - Pasteur - Historie dún Esprit - E. Duclaux1896 - Des Troubles Visuels . Tumeurs intéressant le Chiasma - ArthurJacqueau1896 - Munuel du strabisme - E. Jawal1898 - Ophthalmia Newly-Born Childen - Sydney StephensonDie Bedeutung der Augenstorügen für die Diagnose der Hirn- und Rückenmarks-Krankheiten - Neurologhie um Ophthalmogen - Otto Scwarz1898 - La proportion cas guérissables le strabisme - L. de Wecker1898 - Retinoscopy - James Thorington1898 - Refractive and Ophthalmic Catechism - Lawrence j. Dayley1899 - Thre OLpticians Manual - Chapter 1-109, unclusive . A Treatiseonb the Science and äPractise of Optics - C. H. Brown1899 - Suppement to thge \opticianx \msnual - chapters 11 and 12 - A

treatise on the Sciencxe and Practice of Optics - C.H. Brown1899 - Le Strabisme et los traitement - H. Parinaud1899 - Die Neurologie des Auges . Einb Hanbdbuch für Nerven- undAugenarzte - H. Wilbrand und A. Saengere1900 - Anné Ophtalmologique 1898-1899 - A. Leprincxe1900 - Hygiéne & Maladises Oculaires - E. Valude1901 - La Teoria Degli Specchi e Dele Lenti. Alla Diagnosi del Vizi di Refrazione - Edmondo Trombetta1901 - Lecons de théperapeutique oculaire - A. Darier1901 - Leçons de thérapeutique oculaire - D. Darier1902 - Die Neueren Augenheilmittel . fur Ärzte und studierende - M. Ohlemann1902 - Chirurgie de L´Oeil et de ses Annexes - Félix Terrien1903 - Das Trachom als Volks- und Heereskrankheit - J. Boldt1903 - Klinischer Leitfaden dr Augenheilkunde - Juliuis von Michel1904 - Einführung in die Medizinische Optik - A. Gleichen1904 - Les Verres Cylindriques et Toriques et la Correction de l´As-tigmatisme - Marcel Dufour1904 - The Pathology of the Eye - Herbert Parsons1904 - La Vision - J.P. Nujel1904 - The Pathology of the Eye - Vol. I - Histology Part I - J. Her-beertt Parsons1907 - Precis D´´Ohthalmologie - V. Morax1907 - Le Catarrihe printaniuer -Axenfeld1908 - Nouveaux Élément D´Ophtalmologie - H. Truc, E. Valude et H.Frenkel1908 - Pulsating Exophthalmos - George E. de Schweinitz and Thomas B. Holloway1909 - Le Diploscope de la correction des anisométropies et du strabisme - R. Armbruster1909 - Manuel Pratique du Strabisme - René Onfray e René Du-vigneaud1909 - Diagnostic des Troubles de la Motilité Oculaire - E. Landolt1909- Archives D´Ohthalmologie - coleção do ano de 19091910 - Archives D´Ophtalmologie - coleção de 19101910 - Manuel de Neurologie Oculaire - F. de Lapersonne et A. Antonnet1910 - Précis de Tchnique Micxroscopique de L´Oeil - A. Monthus et Opin1910 - Lehrbuch der Augenheilkunde - Ernst Fuchs1910 -Manuale di Oculistica Pratica - Curt Adam1910 - Guide pratique para détermination des rentes em cas d´

acidentes oculaires - M.Maschke1910 - Techniques microscopique de l´oeil - A Onthus e Opin1911 - Hygiène Oculaire et Inspection des Écoles - H. Truc et P.Chavernac1911 - Annales D´Oculistique - Coleção de 19111911 - Précis de Diagnostic Clinique des affections des yeux - EdmondFauconnier1911 - Précis de thérapeutique oculaire - C. Adam1911 - Die mikroskopische untersuchungsmethoden des auges - S. Seligmann1912 - La Pratique Ophtalmologique .A L´usage des praticiens - A. Poulard1912 - Techníque de léxamen fonctionel de l´oeil - caillaud1913 - Ophthalmic Surgery - Josef Meller e William M. Sweet1914 - Échelle Métrique pour mesurer L´Acuité Visuelle - Wecker et J. Masselon1914 - Uber die ernahrung des auges - C. hamburger1914 - Die Atiologie des Trachomes -Th. Axenfeld1914 - Estrabismo - Pedro Lagleyze1914 - Na Internattional System of Ophthalmic Practice - Edited byCharles L. Pyle - Ophthalmic Semiology and Diagnosis - Charles H. Beard1914 - Manuel de Clinique et de Thérapeutique Oculaires - 19141915 - Squint: Its Causes, Pathology, and Treatment - Claud Worth1916 - Ophtalmologie du Médecin praticien - Albert Terson1917 - Annaes da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro1918 - Les Borgnes de la Guerre . Prothèse Chirurgicale a Plastique - G. Valois1919 - Phsio-Pathologia do Nistagmo Vestibular - Raul David de Sanson1920 - A Practical Treatise on Ophthalmologie - L. Webster Fox1920 - Therapeutique oculaire - Georges Robert1920 - Guidé du Medecin Oculiste dans les Accidents du travail . M Caillaud1921 - L´Iris - A. Magitot1921 - Trattato di Oculistica - Paolo Romer1921 - Oculistica Pratica - Giuseppe Ovio

Jess

ica

Cos

ta

Foto

s di

vulg

ação

A lista de livros raros que fazem parte do acervo do Espaço e Memória da Sociedade Brasileira de Oftalmologia continua na proxima edição do JBO

Page 18: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

18 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia

Dia 04/12/2018 TV TEM – MiopiaProdução da TV TEM, afiliada da Rede Glo-bo solicitou dados sobre miopia no Brasil para produção de uma reportagem sobre o assunto.

Dia 28/11/2018Revista Woman’s Health - Bactérias nos olhosRepórter da revista Woman’s Health entrou em contato com a SBO para solicitar uma entrevista com um oftalmologista sobre as

bactérias do bem nos olhos.

Dia 28/11/2018TV Justiça – Lente IntraocularA produção do programa Via Legal da TV Justiça procurou a SBO para gravação de um

programa especial sobre lente intraocular.

Dia 28/11/2018Proteste – ConjuntiviteRedatora do portal Proteste

pediu uma entrevista com um médico oftalmologista para falar sobre conjuntivite

Dia 14/11/2018Revista Venâncio – Lubrificação dos olhos

Jornalista da Revista Venâncio solicitou uma declaração de um oftalmologista a SBO, sobre a importância da lágrima e de manter os olhos lubrificados.

Dia 13/11/2018G1 – Danos ao usar o celular no escuroRepórter do “Fato ou Fake” do G1 procurou a SBO para desvendar uma mensagem

que circulou pelas redes sociais em que dois especialistas estrangeiros diziam que olhar o celular no escuro provoca câncer no olho.

Dia 5/11/2018TV Band – ConjuntiviteA TV Band entrou em contato com Socieda-de para gravar uma matéria sobre alerta de

conjuntivite.

Dia 1/11/2018Jornal Nacional – Perigos provocados pelo uso excessivo de tabletes e smartphonesA reportagem do Jornal Nacional solicitou ajuda da SBO para produção de uma repor-

tagem sobre os perigos provocados pelo uso excessivo de tabletes e smartphones.

Dia 27/10/2018Ativo Saúde – EstrabismoRepórter do site Ativo Saúde entrou em conta-to com a SBO para entrevistar um especialista

em estrabismo.

Dia 26/10/2018Diário da Região – Catarata

Repórter do Grupo Diário da Região procurou a SBO para conversar com um oftalmologista sobre os prejuízos na demora em fazer cirurgia de catarata.

Dia 25/10/2018Record TV – Tratamentos caseiros para os olhos dos bebêsA produção do Programa Domingo Espetacular

procurou a Sociedade para solicitar informações sobre tratamentos caseiros com leite materno para os olhos dos bebês

Dia 10/10/2018Portal Uol – Alimentos bons para a saúde dos olhosRepórter do portal Uol solicitou a SBO

uma entrevista com um oftalmologista sobre os principais alimentos benéficos para a saúde dos olhos.

Dia 4/10/2018TV Brasil – CeratiteA produção da TV Brasil entrou em contato com a SBO para pedir informações sobre um

estudo do surto de ceratite que foi publicado no British Journal of Ophthalmology.

Dia 4/10/2018Revista Veja – Extensão de cíliosRepórter da Revista Veja solicitou uma entrevista com um oftalmologista para

produção de uma matéria sobre extensão de cílios.

Dia 1/10/2018Portal Minha Vida – Lentes de contatoA reportagem do Portal Minha Vida pediu ajuda

à SBO para desenvolver uma matéria sobre as principais dúvidas da população com lentes de contato.

Esse é o terceiro número do Jornal Brasileiro de Oftalmo-logia em que publicamos pedidos de assessoria de imprensa da Sociedade. Foram inúmeros, dos quais destacamos 15. Na edição passada foram nove e no número 181 do JBO listamos

seis pedidos. Ao longo dos anos, os pedidos foram incontáveis. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia, como entidade

técnico-científica dos oftalmologistas brasileiros, recebe pedidos de todo o Brasil. Associados de todo o país são

convidados a dar sua contribuição para mostrar a im-portância do trabalho do médico oftalmologista frente à desinformação de grande parte do público que ainda acredita que “oculista é para receitar óculos”.

Page 19: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X

Rua São Salvador, 107- LaranjeirasRio de Janeiro - RJ

CEP 22231-170Tel. (21) 3235-9220

[email protected]://www.sboportal.org.br

DIRETORIABiênio 2017-2018

Presidente:Armando Stefano Crema (RJ)

Vice-presidentes:Edna Emilia G. da M. Almodin (PR)

José Beniz Neto (GO)Leila Suely Gouvea José (AM)

Marco Antonio Rey de Faria (RN)Newton Kara José Júnior (SP)

Secretário Geral: André Luís Freire Portes (RJ)

1º Secretário:Bruno Machado Fontes (RJ)

2º Secretário:Evandro Gonçalves de Lucena Júnior (RJ)

Tesoureiro: João Luís Curvacho Capella (RJ)

Diretor de Cursos:Arlindo José Freire Portes (RJ)

Diretor de Publicações: Marcony Rodrigues Santhiago (RJ)

Diretor de Biblioteca:Oswaldo Ferreira Moura Brasil (RJ)

Conselho Consultivo:Durval Moraes de Carvalho Júnior (DF)

Fernando Cançado Trindade (MG)Renato Ambrósio Júnior (RJ)

Conselho Fiscal:Efetivos:

Mario Ursulino Machado Carvalho (SE)Nelson Alexandre Sabrosa (RJ)

Tiago Bisol (RJ)Suplentes:

Eduardo Henrique Morizot Leite (RJ)Gustavo Amorim Novais (RJ)

Marco Antonio de Souza Alves (RJ)

Jornalista Responsável:Eleonora Monteiro - M.T. 12574

[email protected]:Jessica Costa

Conselho Editorial:Armando Crema

Marcony R. SanthiagoMario Motta

Arlindo PortesOswaldo Ferreira Moura Brasil

Fernando TrindadeMiguel Ângelo Padilha

Ricardo Paletta GuedesJoão Diniz

Marcelo DinizEditoração Gráfica:

Sociedade Brasileira de OftalmologiaResponsável: Marco Antonio Pinto

DG 25341RJPublicidade:

RV.Assessoria Rep Com LtdaRonaldo Viana e Rafael Viana

Tels.: (21) 2571-4617 - (21) 96432-0271 (21) 98095-1000

E-mail: [email protected]ção: Trimestral

Impressão: Colorset

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e seu conteúdo não representa, obrigatoriamente, a opinião do JBO.A SBO não se responsabiliza nem endossa a qualidade dos serviços e produtos anunciados nesta publicação.Qualquer reclamação deverá ser feita diretamente ao fabricante ou ao prestador de serviços.É permitida a reprodução de artigos, desde que citada a origem.

EXPEDIENTE

Sociedade Brasileirade Oftalmologia

JBO JORNAL BRASILEIRODE OFTALMOLOGIA

Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 19

Para divulgar eventos científicos oftalmológicos no Jornal Brasileiro de Oftalmologia (JBO), envie as informações para a SBO, na Rua São Salvador, 107 - Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22231-170 -

Tel. (21) 3235-9220 - Fax (21) 2205-2240 - e-mails: [email protected] - [email protected] o calendário completo no site da SBO

Livro registrahistória do SUS

O livro “SUS 30 Anos”, realização de Projetos Cus-tomizados do Grupo Mídia, empresa como mais de 10 anos de mercados editorial e de eventos, registra três décadas do SUS- Sistema Único de Saúde, mostrando

avanços do sistema e os desafios e perspectivas para o futuro.

A obra traz também artigos assinados por especialistas como Antônio José Rodrigues, superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da asso-ciação da Indústria Farmacêutica e Pesquisa (Interfarma).

Retina World Congress

De 21 a 24 de março de 2019, na Flóri-da (EUA), no Fort Lauderdale Marriott Harbor Beach.www.healio.com/meeting/retinaworld-congress/home

Global Summit Telemedicine & Digital Health

De 4 a 6 de abril de 2019, em São Paulo (SP), no Transamerica Expo Center.www.telemedicinesummit.com.br

ARVO

De 28 de abril a 2 de maio de 2019, em Vancouver (Canadá).www.arvo.org/annual-meeting

X Congresso Brasileiro de Catarata e Cirurgia Refrativa

VIII Congresso Brasileiro de Administração em Oftalmologia

III Congresso Brasileiro de Enfermagem em Oftalmologia

De 29 de maio de 2019 a 1º de junho de 2019, em Brasília (DF).www.brascrs.com.br

ASCRS

De 3 a 7 de maio de 2019, em San Diego, Califórnia (EUA)www.ascrs.org/2019-annual-meeting

125º Congrès International de la Société Française d’Ophtalmologie

De 11 a 14 de maio de 2019, em Paris (França), no Palais des Congrès de Paris. www.sfo.asso.fr

17º Congresso Internacional da Sociedade Italiana de Oftalmologia

De 23 a 25 de maio de 2019, em Roma (Itália).www.congressisoi.com

XXII Congresso da Sociedade Brasileira de Uveítes

De 6 a 8 de junho de 2019, em Recife (PE), no Mar Hotel.www.uveitesbrasil.com.br

5º Congresso de Oftalmologia da UFG

Dias 28 e 29 de junho de 2019, em Goiâ-nia (GO), no Mercure Goiânia Hotel.Tel: (62) [email protected]

Segunda edição do“Atlas do Fundo de Olho”

O sucesso da primeira edição do “Atlas do Fun-do de Olho”, de Renato Acosta Sbrissa, com a colaboração de diversos especialistas, ensejou essa segunda edição pela Thie-me Revinter Publicações. A nova edição foi enrique-

cida com novos textos, novas ilustrações e com atualização e revisão de todo o conteúdo da edição anterior.

Segundo o autor, o livro não tem a pre-tensão de ser um tratado no assunto. “É um livro com a finalidade primeira de servir de auxílio aos neófitos da especialidade”, afirma Renato Acosta Sbrissa.

Page 20: JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA · 2018-12-27 · Outubro - Novembro - Dezembro - 2018 3 Em 2019, SBO desembarca na cidade de São Paulo 1- Como está sendo a receptividade do X