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Agosto de 2016 Edição: 359 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Missão cumprida Missão cumprida PAÇOS DE FERREIRA ALBUFEIRA Presidente da LBP Incêndios florestais Solidariedade não foi palavra vã! OE 2017 tem de reforçar verbas do DECIF Página 20 Página 28 Páginas 5, 8, 9 e 14 Página 19 Fotos: Marques Valentim Vidigueira Pág. 12 Castro d’Aire Pág. 13 Figueira da Foz Pág. 16/17 S. João da Madeira Pág. 22/23 Penafiel Pág. 27 Foto: LUSA

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Page 1: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 359 – agosto 2016 · tem paralelo na histeria que toma conta das televisões assim que, para citar Quim Barreiros, entra Agosto”. João

A g o s t o   d e   2 0 1 6   Edição:  359  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Missão cumprida

Missão cumprida

PAÇOS DE FERREIRAALBUFEIRA

Presidente da LBP

Incêndios florestais

Solidariedade não foi

palavra vã!

OE 2017tem de reforçar verbas do DECIF

Página 20

Página 28

Páginas 5, 8, 9 e 14

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VidigueiraPág. 12

Castro d’AirePág. 13

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2 AGOSTO 2016

Irresponsabilidade e incompetênciaO obrigado aos bombeiros expresso

por alguns, que mais uma vez ve-mos repetido na sequência do esforço desumano desenvolvido por eles para responderem à tragédia de incêndios florestais e urbano/florestais que, pre-visivelmente, se voltou a abater sobre Portugal e também sobre a Madeira, de novo também, mesmo que com lai-vos de alguma emotividade, na verda-de, tresanda a hipocrisia, ditado pelo imediatismo e pela estranha mas evi-dente sensação de lava consciências.

Até onde é necessário que chegue-mos para que, com responsabilidade e competência, as entidades próprias, mais que conhecidas e identificadas, saibam cumprir as suas competências e responsabilidades, invertendo a si-tuação?

Até lá, até que se inverta a situação, enquanto cidadão, dirigente e antigo operacional, assiste-me o direito, e as-siste a todos vós o mesmo direito, de apontar e lamentar que vá continuar a grassar a irresponsabilidade e a in-competência no nosso pais.

Mais uma vez, sem surpresa, esta-mos a viver momentos muito difíceis com o combate aos incêndios flores-tais. Proliferação de chamas e novos focos, bombeiros esgotados depois de horas e horas de combate, deslocados em muitos casos para fora das suas zonas em nome de uma solidariedade que assumem sempre e que se dispo-nibilizam sem hesitar a dar corpo.

Todos nós, que temos responsabili-dades na gestão e no comandamento de bombeiros, sabemos bem o que é enfrentar, a par, sublinhe-se, sérias di-ficuldades na gestão associativa, re-correntes, acrescidas, difíceis de ven-cer, ultrapassar e solucionar. O nosso

hábito é, precisamente, saber identifi-car, avaliar e encontrar as soluções possíveis e eficazes para as ultrapas-sar os problemas. Isso não é novidade para nenhum de nós. Da mesma forma que também não é novidade para nós o desfile de outros problemas que pas-sam à nossa beira, que não nos cabe nem compete resolver mas para os quais recorrentemente vamos alertan-do sucessivos autarcas, deputados, ministros e secretários de Estado, Go-vernos, sem que se vislumbre as ne-cessárias e urgentes soluções.

A defesa da floresta, o seu ordena-mento e a prevenção contra incêndios é um desses problemas. Somos os pri-meiros a reconhecer tratar-se de um problema que não é fácil de resolver mas também todos sabemos que já se passaram anos, décadas sobejas de muita avaliação, de análises de sobra e poucos ou nenhuns resultados palpá-veis.

Os bombeiros melhor que ninguém sabem ao que se arriscam quando vão para o fogo. Sabem o esforço que vão ter que enfrentar para o vencer, para o perseguir quando foge, para o voltar a combater e a vencer, numa luta sem tréguas, sem folgas nem quebras.

E apesar de tudo isso, é profunda-mente injusto, mesmo que compreen-sível, ouvir nas televisões frequentes “queixas” contra os bombeiros pela ausência deste ou daquele local que estará em perigo. Como se isso acon-teça por vontade deles.

Ao exporem-se assim, quer no com-bate, quer perante as aleivosias dita-das na opinião pública, os bombeiros constituem-se como verdadeiros he-róis.

Todos os anos, o drama repete-se

no combate e nas “queixas”. E, no mo-mento em que ocorre, repete-se tam-bém a tese de que, também no mo-mento, importa antes de tudo resolver a questão remetendo para o futuro, como vezes repetidas no passado, a abordagem então das medidas de fun-do que importa tomar e que, também repetidamente, têm ficado por concre-tizar.

No cenário com que os bombeiros todos os anos se confrontam há inevi-tavelmente um momento em que se atinge a exaustão, dos meios humanos e também dos meios materiais, viatu-ras e outros equipamentos para o apoio ao combate.

São momentos de pico, perfeita-

mente identificados e monitorizados quando acontecem, e sobre os quais mais se deveria debater e analisar. Não se trata de uma fatalidade incontorná-vel, como muitas vezes os ditos irres-ponsáveis e incompetentes tentam es-grimir para, porventura, tentarem jus-tificar a inépcia da sua ação, ou me-lhor, da sua inação.

“Queremos ver Portugal a arder” é o título de um artigo de opinião recente, de João Miguel Tavares no “Público”, em que se lembra, também, que “ a falta de seriedade com que nós enfrentamos os problemas da floresta portuguesa só tem paralelo na histeria que toma conta das televisões assim que, para citar Quim Barreiros, entra Agosto”.

João Miguel Tavares refere, a propósi-to, que “há mais de dez anos que se fala em auto-regulação das televisões, por uma razão muito atendível: estimando--se que um quarto dos incêndios tem origem criminosa e estando comprovado que os pirómanos se entusiasmam com a sua cobertura, o festim de chamas serve de alimento a futuros fogos”.

Grassam as irresponsabilidades e in-competências, mais uma vez. Mais uma vez, também, desejamos que os bombeiros não continuem a ser carne para canhão, que não serviam para fa-zer “esconder”, em última linha, tudo aquilo que não foi feito a montante.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

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Quando a ausência do sol não convida à praia ou a

um passeio no campo e quan-do, inclusive, a neblina ou até o nevoeiro ocupam o seu lugar sem prognóstico de melhoria próxima o quebra-cabeças de muitos pais com crianças em férias é saber então como en-tretê-las.

Os jardins, os centros co-

merciais, as visitas a locais históricos são algumas das hi-póteses postas pelos pais para ocupar os seus filhos.

Mas, entre todos esses lo-cais, invariavelmente, os quar-téis de bombeiros ocupam as preferências da pequenada. Que o digam muitas associa-ções e corpos de bombeiros e, em especial, as que se situam

em locais de veraneio, no lito-ral ou até no interior.

No imaginário de muitos adultos esteve na infância o grande objetivo de serem bombeiros, como acontece tantas vezes ao longo de gera-ções e, inclusive na atualida-de. E associado ao querer ser bombeiro estão um conjunto de símbolos, a sirene, as via-

turas, as mangueiras, as am-bulâncias os “nomex”. E, para as crianças, a oportunidade de ver de perto todos esses sím-bolos, falar com os próprios bombeiros e poder até enver-gar, mesmo que por breves momentos, um capacete ou um “nomex”, é dia ganho, pas-sa a ser um dia especial das férias que estão a gozar e,

sem dúvida, vai ser oportuni-dade de contar o feito aos ami-gos e colegas de escola que, entretanto, irão encontrar no regresso às aulas.

Presenciámos uma dessas visitas de criançada, no caso, ao quartel dos Bombeiros Vo-luntários de S. Martinho do Porto. Local de excelência para veraneio não deixa também de

pregar as suas partidas. Dia cinzento carregado, da praia nem falar, mas a contrastar com a alegria que as crianças evidenciavam, não só pelo fac-to de estarem num quartel de bombeiros, mas acima de tudo pela boa disposição, a afabili-dade e o carinho com que ali foram tratadas pelas bombei-ras e bombeiros presentes.

[email protected]

Visitas de palmo e meio

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3AGOSTO 2016

Todos sabemos que é uma questão recorrente sobre a qual tenho particular-

mente insistido ao longo da minha carreira de bombeiro e de político. Não se trata de tei-mosia, mas de forte convicção sobre um problema, cuja solu-ção, todos sabemos, não é fá-cil mas tem que ser enfrentado com determinação, meios e vontade e que, de uma vez por todas, leve à sua erradicação. E, acreditem, nunca me cansa-rei de o fazer até atingir esse desiderato.

Ao longo dos anos já perde-mos demasiadas vidas, no-meadamente as de bombeiros que ainda hoje e sempre va-mos chorar, demasiadas viatu-ras de combate, habitações, culturas, floresta, enormes perdas em vão, com a cons-tante degradação do Meio Am-biente e da Economia Nacio-nal.

Nos últimos dias, em jeito de panaceia para explicar que, apesar de tudo se terá feito al-guma coisa, fala-se na mudan-ça operada em 2005 na prote-ção civil. Presumo que só por lapso ou engano se possa es-grimir esse argumento, peran-te uma realidade distante que os Governos anteriores, o da altura e os seguintes pura e

simplesmente não resolveram, constatando-se ser uma res-ponsabilidade transversal a to-dos eles.

Em sentido figurado, direi que andam há anos demais a brincar com o fogo. Não é aceitável, não é admissível, é mesmo criminoso que os bom-beiros portugueses tenham que trabalhar sempre no limi-te, já que as situações criadas a isso os obrigam, correndo riscos acrescidos, na maior parte das vezes ditados pelo extremo cansaço, pelo esforço denodado e pelas condições impostas.

Os bombeiros dispõem de novos equipamentos de prote-ção individual para combate a incêndios em espaço natural mas, também estes têm limi-tes. Aliás, apenas devem ser encarados como uma forma de melhor salvaguardar a segu-rança dos bombeiros e nunca como forma de os permitir cor-rer riscos desnecessários.

Todos sabemos, mas há quem teimosamente o esque-ça, ou iluda, que não há meios humanos nem materiais ilimi-tados. Não tenho qualquer dú-vida que os bombeiros fazem tudo o que é possível, com a sua capacidade, dedicação e conhecimentos. Mas também

Acabe-se com a Inércia,Chega, Basta!tenho a certeza que não são, nem feiticeiros nem super-ho-mens. Como dizia alguém nas redes sociais, referindo-se aos bombeiros, “nem todos os he-róis usam capa”. Aliás, os que usam capa não passam da fantasia e da ficção literária e os outros, os bombeiros são--no de carne e osso, sofrem, esforçam-se, aceitam estoica-mente tudo em prol da sua missão, não como heróis que não são, mas sim mulheres e homens valentes que dão tudo o que têm dentro de si, na de-fesa de vidas e haveres de to-dos os portugueses, e chegan-do por vezes a ouvir palavras desagradáveis e injustas.

É bom que, perante a enor-me adversidade vivida por tantos bombeiros em teatros de operações, tão diversos e difíceis, a comunidade saiba reagir e os cidadãos, empresas e outras entidades se expri-mam solidariamente em favor deles. Estamos todos gratos por isso.

Também seria bom que to-dos eles, que ainda não sendo associados dos bombeiros o passassem a ser, não como prova solidária fortuita e emo-tiva, que também tem enorme mérito, mas como uma prova mais sólida, consistente e pe-rene, contribuindo assim para a maior sustentabilidade das associações de bombeiros vo-luntários das suas localidades ou concelhos.

Estou certo que com essa atitude muita coisa mudaria, não só no reforço financeiro das respetivas associações mas, porventura mais eficaz e mais fundo, também no refor-ço da cidadania ativa de cada comunidade.

A mensagem de Sua Ex.ª o Presidente da República é elo-quente ao sublinhar que “en-quanto esta situação está quente é que se deve pensar”, com a promessa de voltar ao tema até final de agosto.

O Governo, através do Pri-meiro-Ministro, da Ministra da Administração Interna e ou-

tros responsáveis governa-mentais, comprometem-se em proceder à reforma que urge há muito. Que inclusivé alguns dos atuais titulares e outros responsáveis governamentais em anteriores executivos não puderam, não conseguiram ou pura e simplesmente se es-queceram de fazer.

A meu ver, apesar de todas as dúvidas sobre o passado, de todas as recriminações ao longo dos anos perante a evi-dente inércia, façamos uma trégua, pela positiva, crentes de que, pese embora as tenta-tivas falhadas anteriores, vai ser possível agora reunir as condições para operar as mu-danças.

Desejamos que, finalmente, de uma vez por todas se possa começar a prevenir a sério, num processo de concertação que envolva todos, implique todos, corresponsabilize to-dos.

Nós, associações, corpos de bombeiros, federações e Liga dos Bombeiros Portugueses, como antes, estaremos sem-pre disponíveis para colaborar. Fizémo-lo no passado e verifi-

cámos que invariavelmente as propostas feitas, muitas delas simples e exequíveis, afinal caíram em saco roto. Mas, mesmo assim, estamos dis-postos a voltar a apresentar sugestões e propostas. Sem-pre que formos instados a par-ticipar e a pronunciarmo-nos estaremos presentes. Aliás, como tantas vezes tem acon-tecido em diferentes níveis de debate e decisão, nomeada-mente participando sempre que solicitados para tal, nas sucessivas comissões sobre os incêndios florestais.

Já disse e repito, lamentar que a prevenção tenha sido feita nos últimos anos em Por-tugal à moda do caracol, deva-gar, devagarinho, parado e de marcha atrás. Mas também acredito que é possível mudar esse estado de coisas.

Haja coragem, haja vontade de transformar o problema dos incêndios florestais na oportu-nidade de mudar. Como sem-pre, estejam certos, os bom-beiros estarão na primeira li-nha para contribuir para isso. De uma vez por todas, acabe--se com a Inércia!

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4 AGOSTO 2016

No dia em que a Liga dos Bombeiros Portu-gueses, 18 de agosto, completa 86 anos de

uma vida plena e intensa na defesa de todos os Bombeiros Portugueses cabe fazer uma sauda-ção especial aos que os que neste momento e nas últimas semanas deram o seu melhor no combate ao flagelo dos incêndios florestais.

A confederação foi criada há 86 anos por um grupo de visionários no sentido de congregar esforços e vontades para a criação de uma es-trutura comum aos bombeiros voluntários, diri-gentes, funcionários, comandos, associações e corpos de bombeiros municipais e sapadores. Tratava-se de agregar um conjunto de projetos comuns a todos, na organização, na apresenta-ção e na formação para o socorro, abordagem inovadora à época e que ainda hoje se mantém atual. Essa atualidade é ditada pela dedicação à causa, vontade e capacidade permanentes na defesa intransigente da sua faceta eminente-mente voluntária, da sua disponibilidade total para a prestação do socorro ao seu semelhante, da busca permanente de novos conhecimentos e técnicas para agilizar esse socorro e o esforço também permanente para obtenção de mais e melhores ferramentas para o efeito. Dentro deste paradigma da defesa de vidas e haveres, os Bombeiros Portugueses todos os dias apren-dem para saber: Quem não sabe não salva!

Os fundadores da LBP, cuja memória aqui saúdo, souberam legar-nos um testemunho e um património extraordinário, um património de mulheres e homens organizados em associa-ções humanitárias como sustentáculo do volun-

tariado, praticas únicas e exemplares na Europa e no Mundo.

Mas também estou certo que esses fundado-res, estejam onde estiverem, estarão por certo satisfeitos em verificar que o rasgo da sua ini-ciativa teve continuadores à altura dos seus ob-jetivos ao longo destes 86 anos. Destaco o nos-so Quadro de Honra, herdeiros primeiros deste movimento de “vida por vida”, que ainda hoje nos lembram que, pese embora a falta de meios ainda mais significativa do passado, nenhum fogo ficou por extinguir e ninguém ficou por so-

correr. Destaco as escolas de infantes e cadetes que felizmente proliferam nas nossas associa-ções, garante da continuidade da nobre missão de bombeiro voluntário.

Destaco os quadros ativos (alma mater de toda a estrutura) e de reserva dos nossos cor-pos de bombeiros, grande exército de paz que constitui o grande braço armado da proteção ci-vil em Portugal.

Destaco os quadros de especialistas que com a sua experiencia e dedicação continuam a ser importantes na estrutura.

Destaco os quadros de comando, cuja deter-minação, afinco e busca da excelência têm mar-cado a evolução acelerada da operacionalidade e eficácia dos respetivos corpos de bombeiros.

Destaco ainda as direções e restantes órgãos sociais das associações, verdadeiros baluartes da arte do impossível, da capacidade levada ao extremo de garantir a sustentabilidade das ins-tituições e das missões que lhes estão confiadas no socorro às populações.

Em relação a estes não posso deixar também de destacar as inúmeras atividades, sociais, desportivas e culturais, mantidas no seio das nossas associações que, simultaneamente, bus-cam a obtenção de mais receitas que suportem a missão de socorro e, por outro lado, desem-penham um papel fundamental no desenvolvi-mento e afirmação das comunidades onde es-tão inseridas.

Neste dia importante para todos nós o Conse-lho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugue-ses não pode deixar de saudar tantos quantos servem a causa enquanto entidades detentoras de Corpos de Bombeiros, Associações Humani-tárias de Bombeiros Voluntários, Câmaras Mu-nicipais, dirigentes e sócios, os nossos parceiros institucionais, todos os que connosco são soli-dários e em especial os milhões de Portuguesas e Portugueses que todos os dias são o nosso tónico e a nossa força.

Bem haja a todos!O Presidente do Conselho Executivo

Jaime Marta SoaresComandante

LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES COMPLETA 86 ANOS

Bombeiros têm sabido fazer jusaos seus princípios e à defesa da nobre causa

Por cada euro doado pelos portugue-ses, o Montepio Geral contribui com

outro euro para o Fundo de Proteção Social dos Bombeiros gerido pela Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), e que tem apoiado milhares de bombei-ros e as suas famílias ao longo de anos.

O arranque desta campanha decor-reu na sede do banco, em Lisboa, em cerimónia que contou com a presença do presidente da LBP, comandante Jai-me Marta Soares, e do presidente do conselho de administração da institui-ção bancária, José Félix Morgado. “Este apoio tem como objetivo apoiar os sol-dados da paz, que são os heróis que defendem o património nacional, quer as respetivas famílias e que necessitem deste apoio no decurso deste combate que fazem aos incêndios”, disse o pre-sidente do conselho de administração do Montepio na assinatura do acordo que materializa a campanha.

José Félix Morgado sublinhou que este apoio “vem na sequência da rela-ção já antiga e de protocolo já existen-te com a Liga dos Bombeiros Portugueses”,e adiantou que “ temos muito orgulho na relação que temos já há muitos anos”.

“A vida dos bombeiros portugueses é uma vida de alto risco na defesa das

vidas e dos haveres das populações. São mulheres e homens que põem a sua vida ao serviço dos outros, não poupando esforços para atingir os seus objetivos,” afirmou o presidente da LBP após assinatura do acordo.

O comandante Jaime Marta Soares fez questão de explicar à comunicação social presente que o Fundo de Prote-ção Social é uma estrutura gerida pela Liga dos Bombeiros Portugueses e que “é o garante quando o valor das apóli-ces de seguros se extinguem, ou, por exemplo, no pagamento das pensões de preços de sangue quando os bom-beiros morrem, assim como as propi-nas dos estudantes, apoio aos bombei-ros feridos, apoio a funerais e ainda apoio a pensões de sobrevivência.”

“Todas as ajudas que possam vir para equilibrar as finanças do Fundo são extremamente importantes”, su-blinhou o presidente da LB, adiantando que “esta campanha, sem dúvida, des-tina-se a ser uma resposta pronta e eficaz a muito do que aconteceu” mas que tem horizontes mais largos. A campanha proposta à LBP pelo Monte-pio, “é também muito mais do que isso, não traduz apenas e momenta-neamente uma preocupação e sensibi-lidade evidentes, só por si louváveis, mas na verdade, traduz e materializa

muito para além disso uma parceria segura que o Montepio Geral tem que-

rido manter com os bombeiros portu-gueses através da sua Liga, ao longo

de anos e em sucessivas e inúmeras circunstâncias”.

MONTEPIO/LBP

Campanha apoia Fundo de Proteção SocialFo

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5AGOSTO 2016

A Caixa associa-se à Liga dos Bombeiros Portugueses

APOIE OS NOSSOS BOMBEIROS.CONTRIBUA:IBAN | PT50 0035 0697 00640792 930 46

INFORME-SE NUMA AGÊNCIA DA CAIXA OU EM WWW.CGD.PT

Cinco por cento da receita líquida das vendas da edição de 19 de agosto último do matuti-

no “Correio da Manhã” revertem para o Fundo de Proteção Social da Liga dos Bombeiros Por-tugueses.

“Este é o nosso contributo para o muito que os Bombeiros de Portugal, dia após dia, fazem por todos nós” defende assim a administração e a direção do jornal ao lançarem a campanha dias antes da edição para apelarem à participa-ção dos leitores.

Na edição de 19 de agosto reforçam a men-sagem com “nesta sexta-feira a missão é de to-dos os portugueses”.

“CORREIO DA MANHÔ

Edição garante “contributo”

A empresa “Galp Energia” colocou à disposição dos bombeiros, através da Liga dos Bombeiros

Portugueses (LBP), 460 cartões de “Galp Frota”, cada um com um registo pré-pago de mil euros.

Os cartões destinam-se a ser utilizados em combustíveis rodoviários em postos de abasteci-mento da rede “Galp” aderentes.

“A Galp não pode ficar indiferente à fatalidade que atinge o país e à dedicação dos Bombeiros Portugueses, pretendendo, à semelhança de si-tuações anteriores de idêntica natureza, dar o seu próprio contributo para amenizar oe efeitos dos eventos em curso” explica a empresa, manifes-tando “o reconhecimento e grande consideração pelos extraordinários esforços desenvolvidos pe-los Bombeiros Portugueses no combate aos fogos, colocando todo o seu empenho na defesa de pes-soas e bens”.

GALP

Donativo em combustível para os bombeiros

A Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e a MEO abriram uma linha telefónica a fa-

vor da Liga dos Bombeiros Portugueses. Através do número 760 200 800 estão a ser angariados donativos para a atividade so-cial daquela confederação.

O valor de cada chamada é de 60 cênti-mos (+ IVA), tal como uma chamada de valor acrescentado. Podem ser feitas cha-madas através de telefones fixos e móveis.

A MEO e a RTP disponibilizam o número

760 200 800 para angariação de donativos que serão totalmente canalizados para a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). A MEO, a RTP e a LBP estabelecem, assim, uma parceria que visa reforçar os meios de combate aos fogos”, refere o comunicado.

Mas a ajuda da primeira empresa não se resume à linha telefónica, conforme refere a mesma em comunicado. “No terreno, à semelhança de anos anteriores, a MEO dis-ponibiliza neste contexto de calamidade

meios técnicos e humanos suplementares para repor de forma célere a normalidade nas comunicações fixas e móveis que pos-sam ter sido afetadas pelos incêndios, tan-to quanto as condições no terreno o permi-tam”.

A MEO adianta que “todas as ações estão a ser coordenadas e monitorizadas em sin-tonia com as equipas distritais e nacionais da Proteção Civil, com o objetivo de atuar eficazmente nas zonas com mais danos”.

RTP E MEO

Linha telefónica a favor da causa

A comunidade luso-americana da cidade de Nova Ior-que, Estados Unidos da América, vai doar à Liga dos

Bombeiros Portugueses (LBP) 20 mil euros recolhidos entretanto entre os seus membros e promete para Se-tembro mais contributos.

O donativo destina-se a reforçar o Fundo de Proteção Social do Bombeiro gerido pela LBP.

As diferentes comunidades luso-americanas espalha-das pelos EUA há décadas que contribuem com fre-quência para associações de bombeiros voluntários por-tuguesas e, em particular, para as das suas terras de origem

EUA

Emigrantessolidários

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6 AGOSTO 2016

Os violentos incêndios que assolaram a Madeira recen-

temente causaram três mortos, dois feridos graves e mais de 200 ligeiros, a destruição de muitas centenas de hectares de floresta, áreas rurais e interfa-ce florestal/urbano, a destrui-

ção de 177 edifícios, entre ha-bitação, comércio e serviços e danos graves em mais de uma centena.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-ministro, António Costa, deslocaram-se à Madei-

ra para se inteirarem da situa-ção, onde estiveram acompa-nhados do Governo Regional e de autarcas locais.

O combate aos incêndios, perante a exaustão a que che-garam os bombeiros madeiren-ses, após dias e noites conse-

cutivas de denodado esforço contra as chamas, foi reforçado por bombeiros continentais e açorianos.

Dos Açores foram 30 ele-mentos de associações volun-tárias das ilhas de S. Miguel e Terceira e foram reforçar os

Bombeiros Voluntários da Ca-lheta, uma das zonas mais fus-tigadas pelos incêndios, sob a coordenação do Serviço Regio-nal de Proteção Civil da Madei-ra.

A força conjunta continental (FOCON) disponibilizada atra-

vés do Ministério da Adminis-tração Interna (MAI), reunida pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), foi co-

ILHA DA

Bombeiros continentais

Depois de julho muito quente, mas calmo em matéria de fogos, com

um número de ocorrências, consideravelmente inferior à média dos anos anteriores, en-tra agosto e em poucos dias, a área ardida em Portugal já re-presentava mais de metade (54 por cento) da consumida em toda a União Europeia, segundo

dados do Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS).

O 5.º Relatório Provisório de Incêndios Florestais (2016) do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) a que o jornal Bombeiros de Portugal teve acesso regista que “a área ardida entre 1 e 15 de agosto, contabiliza 95.357

INCÊNDIOS

Presidente da LBP exige mãoTrês mortos, mais de duas centenas de

habitações dizimadas, outras tantas danificadas e mais de 100 mil hectares de

floresta e mato reduzidos a cinza são apenas alguns dos números do balanço

trágico dos primeiros 15 dias de um agosto horribilis, que não deu descanso aos

bombeiros portugueses ateou focos de discórdia, atiçou o fogo das acusações e

alimentou um pasto de promessas e compromissos políticos.

Texto: Sofia Ribeiro

hectares de espaços florestais, quase 93% da área total ardida

em Portugal Continental, que se cifra nos 103.137 hectares. Im-porta assinalar que a “estatísti-ca consolidada” do ICNF não contabiliza os fogos em área agrícola.

Só no dia 8 de agosto, no continente, arderam mais de 46200 hectares, quase tanto

como em todo o ano de 2015, uma área superior à de 2013, quando no combate aos incên-dios pereceram oito bombeiros.

Em Portugal, no continente e na Madeira, arderam nos pri-meiros 15 dias de agosto mais 100 mil hectares de floresta e mato, balanço negro, mais ain-

da quando revela que as cha-mas, na designada Pérola do Atlântico, ceifaram a vida de três pessoas, desalojaram cerca de mil e destruíram ou danifica-ram mais de duzentas habita-ções causando prejuízos na or-dem das dezenas de milhões de euros. No continente assinalam--se, também, avultadas perdas, designadamente a norte.

Perante do dramatismo de um país em chamas o presiden-te da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) Jaime Soares alertava para o que classificou “autêntico terrorismo”, dando conta que “98% dos fogos tem origem na mão humana e 75% são de origem criminosa”, exi-gindo mão pesada para os cri-minosos “mais vigilância, mais gente, mais força e moderniza-ção dos postos de vigia”.

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7AGOSTO 2016

MADEIRA

e açorianos ajudaram

FLORESTAIS

pesada no combate ao “terrorismo”

O calor não dava tréguas ten-do o país enfrentando 10 longos dias em alerta laranja. Segundo dados da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) na pri-meira quinzena de agosto re-gistaram-se 3925 ocorrências que envolveram 91058 opera-cionais, apoiados por 24321 viaturas e 1571 missões dos meios aéreos.

O Porto foi o distrito mais fla-gelado em número de incêndios (1280), seguido de Braga (466) e logo depois de Aveiro (435), segundo revelou a ANPC. Já no que concerne à área ardida, o ICNF revela que Aveiro foi o ter-ritório “mais afetado”, com 41569 hectares, cerca de 40 por cento da área total ardida neste período, seguido de Viana do Castelo (23197 ha). O rela-tório provisório de incêndios florestais destaca ainda que “mais de 60% da área ardida no distrito de Aveiro corresponde a uma única ocorrência que teve início na freguesia de Janarde, concelho de Arouca, e que con-sumiu 25116 ha de espaços flo-restais”.

Enquanto Portugal ardia, in-flamavam-se os ânimos, com acusações várias, desde logo às autoridades da Madeira, por te-

rem protelado o pedido de auxí-lio ao continente, ao reduzido número de meios aéreos colo-cados no combate às chamas, aos erros no comando das ope-rações e à falta de meios e ho-mens em algumas áreas, no-meadamente em São Pedro de Sul.

Portugal acionou o mecanis-mo europeu de proteção civil garantiu alguns meios aéreos e o reforço de três Canadair vin-dos de Itália e Espanha, a que juntaram outros dois oriundos de Marrocos e dois aviões Be-riev russos.

O País mais uma vez voltou a discutir os (des)ordenamento do território e da floresta, o agravamento de penas para os incendiários, o regresso da For-ça Aérea no combate aos incên-dios. Primeiro-ministro, minis-tra e secretários de estado da administração Interna, desdo-bram-se em visitas às áreas queimadas solidarizando-se com os milhares de cidadãos le-sados em mais uma “época de incêndios” e prometendo mais medidas ao nível da prevenção, anunciando a utilização de fun-dos comunitários para apoiar zonas atingidas pelos fogos. O presidente da República assu-

miu o compromisso de fazer parte da solução, exigindo, des-de logo, “eficácia da justiça” na punição dos criminosos, aler-tando para a necessária inter-venção nos domínios da pre-venção e do ordenamento flo-restal, sublinhando que estará atento e acompanhará de “mui-to de perto” as decisões políti-cas que, defendeu, devem ser tomadas, ainda no rescaldo de mais um verão negro, para que os incêndios deixem de ser uma espécie de inevitabilidade.

E quando o país clama por justiça, tendo em conta que a grande maioria das ocorrências tem mão humana, as autorida-des vão respondendo com uma verdadeira “caça” aos incendiá-rios. Este ano, a PJ já identifi-cou e deteve cerca de quatro dezenas de pessoas pela auto-

ria deste crime que muitos que-rem ver punido com pena máxi-ma de prisão.

Inquérito “deverá apurar todas as esponsabilidades”

No desespero de um Portugal em chamas, houve ainda espa-ço à polémica e à troca de acu-sações, designadamente em São Pedro do Sul de onde che-garam denúncias da falta e, também, da descoordenação de meios que levaram o gover-no a abrir um inquérito à forma como foi combatido o incêndio naquele concelho.

O presidente da autarquia Vi-tor Figueiredo sustentou que o concelho esteve “durante qua-tro dias sem qualquer apoio” o que permitiu que o fogo tivesse devorado cerca de 12 mil hecta-

res de floresta e mato, uma “área muito grande, provavel-mente equiparada a um terço ou um quarto do concelho”.

“Tínhamos uma frente quase com 16 quilómetros e apenas cerca de 30 ou 40 voluntários para a combater. Nunca tive-mos apoio das entidades ofi-ciais. O fogo foi progredindo e atingimos um ponto em que a situação foi catastrófica”, disse, na ocasião, o autarca.

As críticas de Vitor Figueire-do motivaram outras tantas de Jaime Marta Soares. O presi-dente da LBP aplaude a iniciati-va da tutela que “deverá apurar todas as responsabilidades” sustentando que na sua deslo-cação a São Pedro do Sul, para se inteirar da situação e dar uma palavra de incentivo às centenas de bombeiros que se

encontrava no teatro de opera-ções, encontrou “povoações sem serem protegidas, estra-das sem qualquer tipo de lim-peza floresta sem qualquer pla-neamento ou ordenamento”, acentuando ainda não ter visto no perímetro que ardeu “algu-ma balsa de água ou um ponto de água”.

Jaime Marta Soais, que enal-teceu o esforço do soldados da paz no ataque a esta e muitas outras frentes de fogo pelo País, disse esperar “calmamen-te” pelo inquérito, salientando, no entanto, que esta averigua-ção não deve deixar ninguém nem nada de fora, “deve incluir todos e tudo, nomeadamente aquilo que tem sido o desres-peito pela Lei, por parte do se-nhor presidente da câmara mu-nicipal”.

Perante a gravidade da situação, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao bispo

do Funchal, D. António Carrilho, na qual reve-la consternação com a tragédia que se viveu na ilha por causa dos incêndios.

O Papa Francisco pede “conforto e restabe-

lecimento para os feridos”, deixa “votos de co-ragem e esperança cristã” para todos os que foram atingidos e apela à solidariedade e à proximidade junto daqueles que perderam as suas casas, de modo particular por ocasião da festa de Nossa Senhora do Monte.

Papa conforta famíliasmandada pelo segundo coman-dante operacional nacional da ANPC, coronel Joaquim Moura e integrou 124 elementos de di-ferentes entidades. O seu transporte foi garantido pela Força Aérea Portuguesa.

Da FOCON fizeram parte, 42

elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lis-boa (RSB), 32 bombeiros per-tencentes a várias Associações Humanitárias, 30 elementos do GIPS da GNR, 11 canarinhos da FEB, 5 elementos do INEM e 4 elementos das áreas do co-

mando, logística e comunica-ções da ANPC.

Em concreto, o grupo de bombeiros voluntários era oriundo de 26 associações: Al-gés, Lourinhã, Algueirão Mem--Martins, Alenquer, Odivelas, Torres Vedras, Cacilhas, Mafra, Alcoentre, Póvoa de Sta. Iria, Sesimbra, Sul e Sueste Barrei-ro, Barreiro, Montijo, Malveira, Almada, Trafaria, Seixal, Grân-dola, Águas de Moura, Vila Viço-sa, Estremoz, Reguengos Mon-saraz, Viana do Alentejo, Arraio-los e Sacavém.

A par do combate às chamas foi também necessário proceder à evacuação de um milhar de pessoas, de duas unidades hos-pitalares, três lares de idosos, habitações e hotéis, distribuídos

pelo Regimento de Guarnição nº 3 do Exército, pelo Estádio dos Barreiros e pelo Centro Cívico de S. Martinho.

Em relação aos meios aéreos de combate a incêndios, que a Ilha da Madeira não tem e cuja necessidade foi defendida en-tretanto, fica no ar a ideia que

“falta testá-los”, pese embora os eventuais estudos do passa-do que terão desaconselhado a sua utilização. Mas, para alguns, passou muito tempo desde a sua elaboração e a evolução de meios e tecnologias poderá fa-zer alterar as conclusões de en-tão. Para um autarca local, fal-

tará fazer-se uma análise práti-ca dos meios aéreos e, “se de facto são úteis, façamos diligên-cias no sentido de os obter para evitar outras catástrofes e, se não são, que se clarifique todas as pessoas que normalmente le-vantam esta questão”.

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8 AGOSTO 2016

O PRÉMIO BOAS PRÁTICAS ANPC 2015 teve como objetivo geral identificar e valorizar

publicamente as boas práticas no âmbito da Se-gurança e Saúde Ocupacional (SSO) dos Corpos de Bombeiros. Foram parceiros da ANPC na im-plementação deste Prémio a Liga dos Bombei-ros Portugueses, a Escola Nacional de Bombei-ros e a Autoridade para as Condições do Traba-lho. Ao nível da divulgação contou com o apoio do Jornal Bombeiros de Portugal e do portal Bombeiros Para Sempre.

Ao todo foram efetuadas 41 candidaturas de Boas Práticas em SSO, provenientes de 12 Cor-

pos de Bombeiros, distribuídas pelas seis áreas temáticas a concurso: Segurança rodoviária, in-tervenção pré-hospitalar, transporte de doen-tes, incêndios florestais, incêndios urbanos e industriais, e instalações de Corpos de Bombei-ros.

Das várias candidaturas destacamos os três Corpos de Bombeiros finalistas do Prémio e os respetivos temas:

• Promoção da condição física (CBV de Car-regal do Sal – Vencedor do Prémio);

• Promoção da segurança rodoviária (CBV de Portimão);

• Promoção do treino operacional nos in-cêndios florestais (CBV de Alcabideche).

Com base nestas candidaturas produzimos três cartazes de sensibilização com o objeti-vo de valorizar publicamente os bons exem-plos existentes e que podem ser replicados pelos Corpos de Bombeiros a nível nacional.

No nosso país temos excelentes exemplos a seguir de dedicação, empenho, criatividade e astúcia das Entidades Detentoras dos CB´s (Associações Humanitárias ou Câmaras Mu-nicipais), dos seus Comandos e bombeiros na promoção da SSO. Ao partilhar uma boa

prática, técnicas e abordagens inovadoras, estamos a ajudar a melhorar a resposta dos bombeiros nas suas missões, a reduzir per-manentemente o risco de danos e a promo-ver a SSO de milhares de mulheres e ho-mens que, por exemplo, este verão estão intensamente empenhados no DECIF.

Para mais informações ou esclarecimen-tos, contacte a Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico [email protected].

Cartazes – Prémio boas práticas ANPC 2015

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

Os bombeiros, mais uma vez, disseram pronto e fi-

zeram-se à estrada para solida-riamente apoiar os companhei-ros de outras terras e lonjuras na defesa de pessoas e bens no combate aos incêndios flores-tais.

Nada de novo, tudo como dantes, os olhos postos nos bombeiros como super-homens mais uma vez chamados a in-tervir onde antes tudo falhou e tudo ficou por fazer. Mais um ano assim, a somar a tantos outros que já se perdem na memória. Tornou-se tragica-mente uma rotina por incom-petência e irresponsabilidade de muitos.

Neste esforço titânico, de mobilidade de grupos (GRUATA ou GRIF) de viaturas com bom-beiros a fazer parte da paisa-gem rodoviária, e muita gente espanta-se em ver passar à sua frente viaturas de associa-ções de bombeiros de tão lon-ge.

Esforço transposto para ou-tras paragens, que exige mais aos bombeiros que ficam nos quartéis de origem, em locais também fustigados por incên-dios.

No momento em que escrevo estas linhas já muitos bombei-ros, sejam deslocados ou lo-cais, foram afectados pelo es-forço, há dezenas de viaturas avariadas, duas ardidas, outras perdas em muito material de combate.

Muitas das associações de bombeiros voluntários a quem foi feito o apelo para que auto-rizassem a deslocação de meios humanos e viaturas dispõem, por exemplo, de mais que uma viatura florestal de combate a incêndios (VFCI) ou mais de um autotanque, todo o terreno ou não. É assim que, sem desguar-necer a sua zona de interven-ção, os corpos de bombeiros associativos podem ceder a deslocação de uma ou outra viatura. Só no caso de possuí-rem dois VFCI é que, como é óbvio, podem estar em condi-ções de partilhar um desses meios para fora da sua zona. Nesse caso, burocraticamente, cabendo-lhes a dotação mínima de um VFCI, no fundo, estarão a ceder a viatura que na prática não devia ser considerada nem existir…

Mas, não tenhamos dúvidas, tem sido à custa dessas viatu-ras “excedentárias”, que al-guém considera sobrantes da dotação mínima, que tem sido possível todos os anos acorrer em socorro de outras zonas do país.

Essas viaturas, esses meios “extras” segundo alguns, con-tudo, são mantidas ao longo do ano pelas respectivas associa-ções e partilhadas sempre que para tal foram ou estão a ser solicitadas como recentemente voltou a acontecer.

O tempo passa inexoravel-mente para todos e também

para as viaturas em causa. Mui-tas delas foram adquiridas di-rectamente pelas associações, com o apoio de beneméritos, nalguns casos apenas com fun-dos comunitários ou, perde-se na memória coletiva longínqua, com o apoio que então o SNB e o SNBPC chegaram a dar para tal.

O facto de muitas associa-ções terem dois VFCI não quer dizer que estejam plenamente operacionais e que o tempo e o desgaste próprio das suas mui-tas intervenções não tenham deixado marcas impossíveis de apagar. Há casos de viaturas cuja vida útil foi ocupada preci-samente em 80 por cento em intervenções fora de zona du-rante o DECIF.

Passaram-se décadas, anos e há viaturas dessas com mais de 20, 30, e até mais de 40 anos a

carecer de evidente substitui-ção. Em muitos casos, os dois VFCI que as associações pos-suem estarão em idênticas cir-cunstâncias de degradação e inoperacionalidade eminente.

Ora, independentemente da idade, estado de conservação e outras mazelas que um desses veículos possuam, caso uma associação ultrapasse a dotação mínima de VFCI nunca poderá reunir as condições de se candi-datar agora a verbas comunitá-rias com parecer favorável da ANPC para substituir apenas uma delas.

Há muito que o Estado não sabe o que é gastar do Orça-mento de Estado, como antes fazia, no reequipamento dos corpos de bombeiros das asso-ciações. Ultimamente, através da ANPC, tem-se confinado ao papel seletivo de candidaturas a

fundos comunitários, qual enti-dade pretoriana a quem cabe determinar quem vive e quem morre, assente em diretivas que cegamente cumpre, e que não teve o vislumbre de equa-cionar e contestar.

Os pareceres burocráticos formulados pela ANPC no âmbi-to da recente candidatura ao POSEUR /Portugal 2020 para viaturas reflecte bem essa pos-tura acrítica, diria até amorfa, de exarar despachos cegos bali-zados em regras apertadas, in-consistentes e injustas, aponta-das pela Liga dos Bombeiros Portugueses e que à própria ANPC deveria também ter cabi-do por em causa.

O facto de haver pouco di-nheiro disponível, ao fim e ao cabo, até desvaloriza o teor dos pareceres da própria ANPC. Re-giste-se apenas a atitude. Nun-

ca haveria dinheiro para todos, ou até para a maioria, indepen-dentemente desses pareceres que, na prática, constituíram apenas mais um mecanismo de crivo. Mecanismo que, na fase seguinte, vai permitir reduzir porventura a mais de metade as candidaturas passíveis de apresentação. Assim, com aba-tes sucessivos, não vai ser difí-cil verificar que, se calhar, o di-nheiro até pode vir a chegar para as candidaturas finalistas…

Mas outras coisas haverá a perceber ou a merecer explica-ção, de que ora ninguém dis-põe, qual “fait divers”, nomea-damente de pareceres favorá-veis emitidos para VFCI e VTTF para associações localizadas em zonas urbanas. Haverá ra-zões que a razão desconhece.

A solidariedade continua a sair cara aos bombeiros. Quan-do a ANPC precisa de nós, como é o caso dos GRUATA, os GRIF, ou quando solicita a cedência de elementos de comando (muitos deles funcionários das próprias associações) para tea-tros de operações longínquos, tudo são palmadas nas costas.

Quando se trata de estrutu-rar candidaturas para obtenção de meios, que caberia ao pró-prio Estado suprir, as coisas mudam de figura.

E quando nos mandam os novos inspectores em busca sabe-se lá de quê podemos en-tão assentar a cereja no bolo.

Rui Rama da Silva

INCÊNDIOS FLORESTAIS

Solidariedade sai cara

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9AGOSTO 2016

O presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) foi recebido pelo Presidente

da República (PR) a propósito do flagelo dos incêndios florestais.

O comandante Jaime Marta Soares teve a oportunidade de reunir com Marcelo Rebelo de Sousa, com quem, detalhadamente, trocou impressões sobre os incêndios florestais que então grassavam em Portugal.

O presidente da LBP expressou ao PR a sua preocupação dominante sobre as origens dos incêndios florestais, admitindo que se esteja perante “uma onda terrorista devidamente or-ganizada”.

No final da reunião, o comandante Jaime Marta Soares admitiu ter sido “um erro estra-tégico” o atraso com que o Governo desenca-

deou o pedido de ajuda ao mecanismo euro-peu para cedência de meios aéreos, lembran-do ter alertado muito antes exatamente para essa necessidade, inclusive em sede de brie-fing nacional da ANPC.

A propósito da onda terrorista, o presidente da LBP aponta como impossível haver tantas ignições de fogo com frentes tão vastas como as que então se verificaram nas zonas centro e norte continentais e na Madeira.

Depois de trocar impressões com o PR so-bre o assunto, à saída do encontro, o coman-dante Jaime Soares lembrou que depois do período de incêndios sejam efetivamente to-madas decisões políticas de verdadeira pre-venção de incêndios.

PRESIDENTE DA LBP

Encontro com PR

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Chamam-se Pierre, Steven e Vincent, são bombeiros pro-

fissionais na cidade francesa de Nice e vieram a Portugal para ajudar os seus colegas a com-bater os incêndios florestais.

Fazem parte de uma associa-ção de duas dezenas de bom-beiros profissionais que nas fé-rias e tempos livres se deslo-cam onde podem ser necessá-rios. Trata-se da “Section d´Intervention Feux de Forêts International - Unit of Wildfire- SIFFIUW”.

Os três bombeiros partiram de Nice, aterraram em Madrid e, daí, vieram de automóvel para Por-tugal com equipamento necessário ao combate. Estiveram em S. Pedro do Sul, em Águeda, e ter-minaram em Celorico da Beira os três dias previs-tos, sempre a combater fogos.

A sua disponibilidade permitiu realizar inter-venções pontuais de grande valia. E, mesmo em

Celorico da Beira, onde pararam, já de regresso a Espanha, ao avistarem mais um incêndio junta-ram-se aos bombeiros presentes no terreno.

E, face aos inúmeros agradecimentos que lhes foram dirigidos através das redes sociais, os três bombeiros franceses retribuíram também satis-feitos, aludindo à excelente hospitalidade “de um povo surpreendente que vão, de certeza, voltar a visitar”.

SOLIDARIEDADE

Franceses ajudam

Continua a haver pessoas que impedem os helicópteros

que participam no combate aos incêndios florestais de se abas-tecer em tanques, piscinas ou reservas de água existentes nas suas propriedades.

Para evitar ficar sem água os proprietários chegam a colocar estruturas de madeira ou metal sobre os tanques para evitar que os helicópteros possam re-tirá-la. Há casos em que che-gam a ameaçar e a exibir armas de fogo ou até a proceder a dis-paros.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soa-res, lamenta o facto, não obs-tante considerar que o número de casos tem vindo a diminuir, mas lembra tratar-se sempre de uma situação grave que a própria lei prevê punir com pena de prisão entre 1 e 8 anos.

O presidente da LBP defende que o ideal para inverter essa situação é apostar na sensibili-zação e em explicar a impor-tância de um abastecimento rá-pido contra os fogos.

Por regra, caberá depois aos bombeiros ajudar os lesados na reposição de água mas estes admitem que, não obstante isso estar previsto, contudo, nem sempre é possível concre-tizá-la em tempo útil e de modo a não afetar a atividade agríco-

la. Nesses períodos, e por ra-zões que estão amplamente justificadas, o combate aos in-

cêndios é a prioridade dos bombeiros e sobrepõe-se a quais outras.

DENÚNCIA

Tapam tanques contra abastecimento de helis

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10 AGOSTO 2016

Lisboa, 13 de Agosto de 1959. Nesta data, a Igreja de São Domingos atraiu

centenas de pessoas à velha Baixa Pombalina.

No seu interior, lavrou um dos maiores incêndios ocorridos na capital, supostamente, moti-vado por uma faúlha saída de alguma chaminé próxima.

Os bombeiros, sapadores e voluntários da cidade de Lisboa, num total de 300 homens, pro-curaram salvar aquele lugar de culto, embora já praticamente convertido em escombros fu-megantes.

Ao rasto de destruição jun-tou-se a morte de dois sapado-res bombeiros, vítimas da der-rocada da zona do coro: o cabo de 1.ª classe n.º 423, José Francisco, e o cabo de 1.ª clas-

se n.º 578, Francisco da Silva Gomes.

Segundo relato da época, quando identificado o incêndio por seminaristas e padres resi-dentes na casa paroquial, “o fogo já então devorava o inte-rior do templo e, ao abrirem as portas, a deslocação do ar deu--lhe as proporções trágicas que em breve teria, estoirando os vitrais das janelas, irrompendo do telhado que, daí a pouco, se desmoronava, num estrondo aterrador”.

Todo a área circunvizinha es-teve sob elevado risco de incên-dio, chegando a ser afectada parte de um edifício de habita-ção.

Deveu-se à acção dos bom-beiros, exercida em condições de protecção individual muito frágeis, o impedimento de mal maior.

O combate ao fogo desenvol-veu-se com dificuldade, debai-

xo de forte chuva de partículas incandescentes e intenso calor.

Por instantes, os bombeiros foram obrigados a recuar, mas sem nunca dar tréguas ao inimi-go. Valeu-lhes o recém-adquiri-do equipamento dos sapadores de Lisboa, dotado de modernos recursos para a época, tais como auto-escadas de longo al-cance, bombas de grande débito e agulhetas de nevoeiro.

Mesmo assim acontecendo, deram entrada no Hospital de São José, por inalação de fumos e atingidos pelos destroços, 23 feridos, entre os quais 13 bom-beiros, 3 marinheiros, 1 soldado e 6 civis.

A maior parte dos prejuízos atingiram valores incalculáveis, não estando cobertos pelo se-guro. Perderam-se altares em talha dourada, imagens valiosas e pinturas do período barroco.

Restou, do velho templo, de onde, um dia, partiram em pro-

O incêndio na Igreja de São DomingosPesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

cissão para a fogueira, muitos condenados pela Inquisição, pouco mais que as paredes e as portas da entrada principal.

Agosto é o mês do ani-versário da fundação

da Liga dos Bombeiros Portugueses (18 de Agosto de 1930).

Por isso, mostramos o que supomos tratar-se do desenho (a tinta-da-chi-na) que deu origem ao es-tudo ou, talvez, a uma versão melhorada do seu emblema primitivo, o qual esteve em uso até à adop-ção da Fénix.

O mesmo tipo de imagem serviu ainda de inspiração ao cunho da Medalha dos Congressos, aprovada no Congresso da Covilhã, em 1932, e também pela Portaria n.º 7476, do Ministério do Interior.

Autor do desenho não identificado.

Emblema primitivo da LBP

Ainda hoje, apesar de recu-perada há vários anos, a Igreja de São Domingos apresenta vestígios do incêndio de 13 de Agosto de 1959, ocorrência que figura na história como sendo uma das situações mais graves

enfrentadas pelos bombeiros portugueses.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

O incêndio na sua máxima força …e depois do incêndio

Aspecto da igreja antes…

Realiza-se no dia 17 de Setem-bro, na cidade Invicta, o pri-

meiro almoço-convívio da Delega-ção Distrital do Porto da REVIVER MAIS.

A iniciativa tem como naturais destinatários todos os sócios do distrito do Porto e não exclui a par-ticipação de inscritos fixados nou-tros pontos do país, em nome da amizade e união verificadas entre base social da associação.

Conforme o programa a que o BP teve acesso em primeira mão, o almoço-convívio será seguido da realização de uma assembleia ge-ral extraordinária, no salão nobre

do quartel-sede da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Volun-tários do Porto, para validação de aspetos relacionados com as re-centes alterações estatutárias, por exigência da Segurança Social.

Antes, porém, da parte da ma-nhã, pelas 11 horas, está prevista uma homenagem da REVIVER MAIS ao lendário Inspetor Guilher-me Gomes Fernandes, consubstan-ciada numa romagem ao monu-mento sito no Cemitério do Prado do Repouso/Ossário do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, onde se encontram sepultados os seus restos mortais.

No âmbito das diferentes ações, a Associação dos Operacionais e Dirigentes dos Bombeiros Portu-gueses, IPSS conta com o apoio do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, da Real Associação Hu-manitária dos Bombeiros Voluntá-rios do Porto, da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto e da Associação dos Bombeiros do Qua-dro de Honra de Vila Nova de Gaia.

Para a cerimónia de homena-gem serão convidadas, entre ou-tras entidades, as direcções e os comandos das associações e cor-pos de bombeiros do distrito do Porto.

REVIVER MAIS

Atenção Porto!A Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários de Cantanhede acaba de lançar o seu boletim alusivo ao ano em curso. O boletim é dirigido por Adérito Ma-chado, presidente da direção da institui-ção, é editado pelo gabinete de marketing da Associação e tem como redator princi-pal Regina Bilro.

Trata-se de um boletim bem apresenta-do, bem ilustrado e diversificado nos temas apresentados. Entre eles, encontramos, o capacete histórico em exposição no quar-tel, juntos por nova ambulância de socorro, corporação quer equipa cinotécnica, quar-tel ganha ginásio, formações adaptadas às empresas e vigilância motorizada repte-se este ano.

CANTANHEDE

Boletim anual bem recheado

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11AGOSTO 2016

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) visitou na última

semana a bombeira de 3.ª dos Voluntários da Anadia, Liliana Bastos, que se encontrava in-ternada nos Hospitais de Coim-bra. Liliana Bastos foi operada e recebeu, entretanto, alta hospitalar, encontrando-se a convalescer da fractura múlti-pla contraída no combate a um incêndio florestal.

O comandante Jaime Marta Soares foi acompanhado na vi-sita pelo presidente da direção, Mário Teixeira, e pela coman-dante dos Bombeiros Voluntá-rios da Anadia, Ana Matias.

O presidente da LBP visitou ainda o técnico supervisor da Afocelca, Luís Ferreira Duarte, internado na unidade de quei-mados dos Hospitais de Coim-bra, em consequência de gra-ves queimaduras contraídas também durante o combate a incêndio florestal na serra da Arada, S. Pedro do Sul.

O comandante Jaime Soares esteve também no Hospital do Barreiro a visitar o bombeiro de 1.ª Hugo Raimundo, dos Voluntários de Sul e Sueste do Barreiro, que foi vítima de queimaduras nos membros in-feriores durante o combate a incêndios florestais.

O chefe dos Voluntários de Almada, Mário Santos, vítima de fractura no tornozelo na

Madeira quando ali apoiava o combate aos incêndios, foi operado no Funchal e está em casa, entretanto alvo de adap-tações, e a ser sujeito a trata-mento ambulatório.

A bombeira´de 3.ª dos Vo-luntários dos Carvalhos, Adria-na Leitão, também já recebeu alta hospitalar e encontra-se a convalescer, após ter sido su-jeita a intervenção cirúrgica

aos membros inferiores devida ao atropelamento de que foi vítima na A4 quando socorria uma criança ferida em aciden-te. Adriana seguiu numa viatu-ra com mais colegas para Mar-co de Canavezes a fim de ren-der um grupo que combatia um incêndio florestal naquele concelho. Perante o acidente aparatoso com que depararam prontamente passaram a so-

correr as vítimas acabando por ser também mais uma delas.

No âmbito do Dispositivo Es-pecial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) de 2016 re-gistaram-se até à data feri-mentos ligeiros em 132 bom-beiros, 41 dos quais do sexo feminino. Acrescem a estes mais 4 casos a exigiram inter-namento hospitalar, incluindo o técnico da Afocelca, o caso

mais grave até agora regista-do.

Em termos etários, a maioria dos bombeiros acidentados ou feridos situa-se na faixa entre os 20/30 anos (57), entre os 30/40 anos (42), entre os 40/50 anos (20), abaixo dos 20 anos (8), entre os 50/60 anos (7) e acima dos 60 anos (1).

A maioria dos acidentes ocorreu no combate a incên-

dios em mato (68), em povoa-mento florestal (60) e os res-tantes em terreno agrícola.

A LBP tem estado a acompa-nhar as diferentes situações de que resultaram bombeiros aci-dentados e feridos no combate aos incêndios florestais ou no apoio a essas operações.

A LBP tem contactado co-mandos e direções respetivas no sentido de fazer chegar aos seus bombeiros a manifestação da sua solidariedade e a garan-tia de todo o apoio que puder dispensar à prossecução do tratamento e restabelecimento de todos os bombeiros, inde-pendentemente da gravidade das lesões ou sequelas contraí-das.

Para a LBP todos os bombei-ros são merecedores de um enorme tributo nacional e, em particular, aqueles que por for-ça das circunstâncias foram ví-timas de acidentes no cumpri-mento da sua missão.

O próprio Presidente da Re-pública, Marcelo Rebelo de Sousa, procurou inteirar-se do estado de saúde dos bombeiros feridos e manifestou que “o ce-nário que tem sido enfrentado por todos os bombeiros deste país revela homens e mulheres de grande coragem e com ele-vado espírito de abnegação”.

A LBP espera e deseja que a recuperação de todos seja a mais rápida possível.

FERIDOS EM SERVIÇO

Presidente da LBP visitaoperacionais hospitalizados

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Os Bombeiros Voluntários de Resende perderam duas

viaturas no combate às cha-mas num incêndio que come-çou na freguesia de Carquere, se propagou por mais 4 fre-guesias, tendo ardido cerca de 800 hectares.

Apesar das perdas, uma de-las total e a segunda ainda em dúvida sobre a viabilidade da sua recuperação mas sempre a obrigar a um investimento mui-to considerável, os bombeiros não esquecem quem os ajuda e, por isso, solicitam que tam-bém sejamos porta-voz desse agradecimento, em nome da sua direção e comando.

Os veículos atingidos são o VLCI 05 E VFCI03. Este último, era utilizado, não só no comba-te a incêndios florestais mas também, durante o inverno, para proceder à limpeza da neve com uma pá acoplada.

Tratou-se de fogo em mato,

pinhal e algumas plantações de mirtilos, castanheiros e ce-rejeiras.

“Como homem, como cida-dão, como bombeiro, como co-mandante deste corpo de bombeiros, passei juntamente com os meus homens e mulhe-res bombeiros situações que jamais esquecerei emoções e sentimentos de profunda tris-teza, senti-me algumas vezes impotente perante as condi-ções completamente adversas, difíceis de explicar e quero do fundo do meu coração, como vosso amigo, como bombeiro que sou, agradecer-vos pela vossa disponibilidade, garra, abnegação, espírito de sacrifí-cio, por tudo, pois sem vocês não seria possível, com vocês e mais fácil comandar e sinto or-gulho em ser o vosso coman-dante tenho orgulho em ter--vos com bombeiros” é a men-sagem que o comandante Sér-

gio Monteiro nos enviou de agradecimento aos seus ope-racionais.

Os Bombeiros Voluntários de Resende pretendem também “agradecer a todos os outros corpos de bombeiros que fo-ram mobilizados para todos os teatros de operações no nosso Concelho, pela forma como se uniram a nós, mostrando que coesos somos sempre fortes”

Os Voluntários de Resende dirigem “um agradecimento em especial aos Bombeiros de

Cinfães e Satão, nas pessoas dos seus comandantes, pela cedência por empréstimo de dois veículos de combate a in-cêndio, para suprir a perda dos nossos dois veículos” e agrade-cem ainda “a todas as empre-sas e particulares que se uni-ram a nós e mostraram ser também bombeiros sem farda, que com as suas dádivas, quer em géneros alimentícios ou monetários, vão tornar sem dúvida um pouco mais fácil ul-trapassar as “feridas” e os obs-

táculos que nos surgiram, as-sim como agradecer as iniciati-vas de angariação de fundos por parte de outras instituições do concelho”.

Os Bombeiros Voluntários de Resende dirigem ainda um agradecimento à Câmara Mu-nicipal, na pessoa do seu presi-dente Garcez Trindade, “que desde a primeira hora connos-co vivenciou as dificuldades extremas e o combate dos nossos operacionais e que prontamente ativou os seus

Serviços Municipais de Prote-ção Civil, garantindo o perma-nente apoio logístico, assim com agradecer também às di-ferentes Juntas de Freguesia, pelo apoio prestado, agradecer também à GNR de Resende, pois esteve sempre presente com vários operacionais, pres-tando-nos um apoio imprescin-dível e agradecer ao Rancho Folclórico de Santa Maria de Cárquere e aos seus elemen-tos, pela cedência das suas instalações e apoio logístico”.

RESENDE

Agradecimento a quem ajuda

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12 AGOSTO 2016

“A associação vive, como muitas outras deste país, com enor-

mes dificuldades. Só o volunta-riado, quer a nível da direção quer do corpo de bombeiros, permite colmatar as carências e angariar suporte financeiro. Ainda assim, tem sido possível, ao longo dos anos, garantir a estabilidade financeira desta instituição”, revela o presidente da direção da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Volun-tários da Vidigueira, Manuel Narra, congratulando-se ainda por “nunca” terem falhado os compromissos assumidos com os funcionários.

A Câmara Municipal da Vidi-gueira surge como parceiro es-tratégico que ao assumir “as

suas responsabilidades em ma-téria de proteção civil” tem os bombeiros como “braço arma-do” na missão de garantir a se-gurança e a proteção de pes-soas e bens.

Esta união de esforços é anti-ga e tem permitido assegurar a modernização do quartel a to-dos os níveis. Na última déca-da, segundo Manuel Narra, que é também o presidente da Câ-mara Municipal da Vidigueira, a autarquia já investiu no quartel mais de um milhão euros, verba que permitiu não só requalificar e ampliar as instalações, mas também modernizar o parque de viaturas.

Também as empresas vitivi-nícolas da região estão “sempre disponíveis para colaborar com

VIDIGUEIRA

Trinta anos ao serviço do povoO voluntariado é o recurso mais precioso

dos Bombeiros da Vidigueira, que vai colmatando todas as dificuldades com

entrega e boas vontades, apenas com o propósito maior de garantir o socorro a

uma população envelhecida a necessitar de atenção e cuidados redobrados.

Esta ligação á comunidade é ainda reforçada com uma estação de rádio que

dia após dia tenta combater a interioridade, assumindo-se como um canal privilegiado

de ligação ao exterior e a companhia de muitos vidigueirenses.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

os bombeiros, até já chegaram a oferecer uma ambulância”, como refere ao jornal Bombei-ros de Portugal o comandante Paulo Lino.

Com o intuito de complemen-tar estes apoios, dirigentes e bombeiros vão dando tudo por tudo, desdobrando-se em ativi-dades várias que permitam ge-rar receita. Manuel Narra revela que a associação adquiriu “há cerca de quatro anos” um edifí-cio contíguo ao quartel que, para além de albergar o Serviço Municipal de Proteção Civil, dis-põe de várias salas que estão a ser disponibilizadas para ações de formação profissional, ga-rantindo alguns proventos, da mesma forma que o auditório está de portas abertas a inicia-tivas várias. Paralelamente, a instituição promove anualmen-te, em agosto, uma prova de BTT que “mobiliza largas cente-nas de participantes”, para além de participar em vários eventos no município que per-mitem, sobretudo, divulgar a atividade do corpo de bombei-ros.

Pouco mais de três dezenas de bombeiros garantem o so-corro a uma população que não

chega aos seis mil habitantes neste que é o quarto mais pe-queno concelho do distrito de Beja, ainda assim com uma área superior 300 quilómetros quadrados. O comandante diz que os operacionais são pou-cos, contudo apesar de todos os esforços, não tem sido fácil “re-crutar voluntários”, vale a assim a entrega de todos para que nada falhe no serviço prestado á comunidade.

“Quanto melhor estivermos equipados melhor podemos

proteger e socorrer”, defende Paulo Lino, registando que os Voluntários da Vidigueira “têm tudo o que faz falta tendo em conta a realidade do território” embora reconheça ser necessá-rio investir ao nível do transpor-te de doentes e de combate a incêndios florestais, áreas que mais trabalho dão a este corpo de bombeiros.

Esta é ainda uma jovem as-sociação, que completa este ano 30 anos de existência, no entanto há muito que se afirma

como uma referência não ape-nas a nível operacional. Há anos que a Rádio Vidigueira a emitir de estúdio instalado no quartel, não só dá voz ao povo como combate o isolamento a que as gentes do interior acabam por estar votadas.

Assim, não obstante as difi-culdades, o dinamismo e a de-terminação desta equipa tem permitido dar continuidade e valorizar esta obra lançada e entregue ao povo a 29 de janei-ro de 1986.

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13AGOSTO 2016

Os Voluntários de Castro Daire enfrentaram uma dura batalha, mas “muito

trabalho” e alguns apoios per-mitem acreditar que “o pior já passou”, disso mesmo dá conta Cândido Henriques, um antigo comandante do corpo de bom-beiros, que numa situação de crise não hesitou em assumir a direção. Fala de uma situação financeira “muito grave”, mas acredita que, em pouco tempo, será possível devolver estabili-dade e credibilidade a uma ins-tituição com mais de 138 anos de história e outros tantos de reconhecidos bons serviços prestados ao concelho, ao dis-trito de Viseu e a Portugal.

“Esta é uma missão difícil que exige que honremos os compromissos com as entida-des credoras, que não se acu-

mule mais dívida e ao mesmo tempo não se descure o investi-mento”, diz o presidente, regis-tando a recente aquisição de uma ambulância de transporte de doentes, “imprescindível” para que a associação continue a prestar um bom serviço à po-pulação e, ao mesmo tempo, assegure alguma receita.

Este gigantesco esforço de recuperação é reconhecido pela câmara municipal que de tudo tem feito para colaborar na re-cuperação da instituição, assim como pela população, as pe-quenas empresas e o comércio locais, a Eólicas e a comunidade emigrante, como assinala Cân-dido Henriques.

A grande aspiração de diri-gentes e bombeiros é, agora, a requalificação do quartel, em-bora a solução ideal fosse a

CASTRO DAIRE

Associação (re)programa futuroDepois de um período conturbado, a

centenária Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire, vive

hoje momentos de alguma serenidade que já permitem (re)programar o futuro.

Embora o desafio seja grande, direção comando e corpo ativo unem-se na

concretização de um audacioso plano de atividades que impõe muito trabalho, nada

que assuste uma equipa incansável apostada em devolver o prestígio à

instituição.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

construção de um novo comple-xo, pois as atuais instalações há muito deixaram de responder às necessidades operacionais e não garantem as condições mí-nimas de conforto aos 115 ele-mentos que integram, atual-mente, o corpo ativo. O projeto está concluído mas este será apenas mais um “remendo” numa estrutura muito debilita-da quem durante décadas, não recebeu quaisquer melhora-mentos, segundo assinala o co-mandante Paulo Almeida, Co-mando e direção lamentam não existir “vontade política” para solucionar o problema e garan-tir casa nova e digna aos Volun-tários de Castro Daire.

O desinvestimento de ges-tões anteriores deixou marcas também no parque de viaturas, por isso importa “racionalizar os meios existentes” e tentar aproveitar a janela de oportuni-dade aberta pelo programa Por-tugal 2020, na tentativa de do-tar o quartel de “dois veículos de combate a incêndios flores-tais e ainda de um outro de so-

corro e assistência especial, com chassi 4x4, que permita intervir em incêndios urbanos”, refere o comandante, defen-dendo fazer cada vez mais sen-tido que os corpos de bombei-ros apostem em meios “de ca-pacidade múltipla ou em veícu-los mistos”.

Apesar de todas as vicissitu-

des, esta é uma instituição viva, cheia de projetos, aposta-da em servir cada vez melhor os cerca de 11 mil habitantes do concelho, que dinamiza uma banda e uma escola de música, uma escola de infantes e cade-tes, que dá emprego a mais de duas dezenas de pessoas e mo-biliza mais de uma centena de

voluntários, sendo ainda um exemplo de recuperação e su-peração que qual Fénix renasci-da emergiu das cinzas manten-do intactos os valores herdados pelos fundadores que nos idos de 1878 começaram a escrever a história dos valorosos e resi-lientes Bombeiros de Castro Daire.

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14 AGOSTO 2016

Bastou um repto nas redes sociais para que, em poucas horas, os

quartéis de bombeiros de todo o país começassem a receber garrafas de água, barras de cereais, cereais e fru-tos entre outros produtos, destinados às centenas de homens e mulheres que nas várias frentes de fogo, de um Portugal em chamas, protegiam as populações e os seus bens.

Cidadãos anónimos, crianças, adul-tos e idosos, mas também muitas fi-guras públicas, entre desportistas, atores, músicos e ainda empresas de pequena, média e grande dimensão, instituições várias e clubes desporti-vos fizeram questão de aderir a esta mega campanha de solidariedade.

Também a sede da Liga dos Bom-beiros Portugueses serviu, durante muitos dias, de entreposto de tonela-das de produtos que, rapidamente, fo-ram escoados em camiões para os di-ferentes teatros de operações e para os quartéis das áreas onde lavravam os incêndios.

A juntar às contribuições de deze-nas de particulares, ao n.º 7 da Rua Eduardo de Noronha chegaram, ainda, dádivas da Central de Cervejas, Nes-tlé, Lidl, Uber, Associação Portuguesa de Tripulantes de Cabine (APTCA), Ju-ventude Social-democrata, funcioná-rios da Truphone e Ordem dos Advo-gados – Conselho Regional de Lisboa. Para além das águas e de vários pro-dutos alimentares, a Liga dos Bombei-ros Portugueses recebeu, ainda, o apoio do Montepio Geral e da Caixa Geral de Depósitos, também da Portu-gal Telecom, da RTP e da Galp Ener-gia.

Seria quase impossível dar conta de

todos os apoios e dos muitos gestos que contribuíram para o agigantar da onda de solidariedade que irrompeu quartéis a dentro e levou miúdos a e graúdos a visitar, a conhecer os seus bombeiros e quem sabe a entender um pouco melhor o dia-a-dia deste grupo de gente que escolheu ser me-lhor colocando-se ao serviço da segu-rança e do socorro do seu semelhante.

Ainda assim, importa destacar al-guns os apoios da gasolineira Prio, que, gratuitamente atestou os depósi-tos de combustível de cerca de uma centena de viaturas de bombeiros que participaram no combate aos incên-dios na região de Águeda.

Já o IKEA de Braga doou 7500 euros destinados a apoiar a causa daqueles que “estão a trabalhar noite e dia para proteger florestas, casas e pessoas”. A verba será distribuída pelos Voluntá-rios de Braga (3 mil euros), de Vieira do Minho (1500 euros), terras de Bou-ro (1500) e Cabeceiras de Basto (1500). Também os colaboradores da empresa Sueca se juntaram à campa-nha nacional de recolha de águas e barras de cereais.

Do mundo do “desporto rei” importa dar o exemplo do Sporting Club de Portugal que efetuou uma recolha de bens à porta do estádio no jogo que marcou o arranque do Campeonato Nacional de Futebol, que, posterior-mente, fez chegar aos Voluntários de Mangualde e aos de Vila Nova de Poia-res. Destaque, também, para a deci-são o plantel do Rio Ave e alguns dos seus familiares que se fizeram associa-dos dos Bombeiros de Vila do Conde.

Do contacto com muitas associa-ções fica a nota de gratidão de bom-

beiros e dirigentes não apenas pelas ofertas, mas, sobretudo, pela atenção que receberam em momentos tão difí-ceis, garantindo que este sentido e amplo reconhecimento dos portugue-ses à missão que desempenham, fun-ciona como estímulo para as duras ba-talhas que travam todos os dias, 365 dias por ano, 24 horas por dia, não apenas no combate aos incêndios flo-restais, mas em todos os outros tea-tros de operações onde intervêm, sempre, com prontidão e profissiona-lismo.

PAÍS

Onda de solidariedade

Vila Real de Santo António

Carcavelos Camarate

Nespereira Loures

Albufeira

APTCA na Liga dos Bombeiros Portugueses

Cascais

Sporting Clube de Portugal

Portimão

Estoril

Arrifana

Idanha a Nova

Liga dos Bombeiros Portugueses

Alcabideche

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15AGOSTO 2016

Agosto despertou o “mons-tro adormecido”. Durante

dias, semanas, o fogo reduziu a cinza milhares de hectares de terra fértil, ceifou vidas, devorou propriedades e so-nhos e hipotecou o futuro de muitas pessoas.

Mas em agosto renasceu,

também, a portentosa solida-riedade lusa. Portugal mobili-zou-se para apoiar os seus bombeiros. Os quartéis en-cheram-se de gente, de boas vontades e de muitas dádi-vas.

À nossa redação foram chegando imagens do muito

fogo, mas também dos afetos que serviram, certamente, para mitigar o sofrimento das populações lesadas e o can-saço dos operacionais que, mais uma vez, se superaram nos vários campos de bata-lha. David voltou a levar a melhor a Golias!

AGOSTO NEGRO

Imagens que tocam

Uma equipa dos Bombeiros Voluntários de Valbom, assistiu um cão que se encontrava desorientado no meio da floresta perseguido pelo fogo e pelo fumo. Depois de tratado e acarinhado a vítima de quatro patas do incêndio que lavrou no dia 10 de agosto em Gondomar reencontrou a dona, para gáudio e dos operacionais. Integraram este grupo os bombeiros Filipe Ribeiro, Marisa Pinto, Nuno Santos, Rúben Franklin e ainda Filipe Viana, Bruno Pinto, Natália Pereira, Bruno Sá e Sandra Quelhas.

No quartel dos Voluntários de Cascais dois pequenotes depois de entregarem águas e bolachas foram convidados a conhecer os cantos à casa. Espreitaram as viaturas, fizeram perguntas e mais perguntas e saíram felizes, mas não sem um terno abraço da bombeira Filipa Silva.

Na Arrifana foram muitos os populares que por estes dias ”invadiram” o quartel para enorme satisfação de comando e direção. Importa destacar, em nome de todos os outros cidadãos, o exemplo das manas Cláudia e Cristiana Santos que, com a ajuda Sérgio Coelho e pequeno Tomás Oliveira se desdobraram em pedidos a várias empresas e, assim, com enorme satisfação e sentido de dever cumprido, levaram solidariedade e um sincero agradecimento aos Bombeiros da Arrifana, mas também aos da Feira e de Lourosa. Para o sucesso desta missão contribuíram, como sublinha Cláudia, amigos familiares e até o presidente da Junta de Freguesia de Fiães, que assegurou o transporte dos bens doados.

Na Madeira, um bombeiro açoriano conforta um menino, num cenário de fogo e fumo. De facto certas imagens valem mais que cem palavras, esta diz tudo mesmo sem palavras…

A Secretária Regional da Solidariedade Social, An-dreia Cardoso, e o Secretário Regional da Saú-

de, Luís Cabral, assinaram protocolos com a Federa-ção de Bombeiros dos Açores que garantem aos bombeiros acesso prioritário aos lares de idosos e às unidades de internamento e equipas domiciliárias que integram a Rede Regional de Cuidados Conti-nuados Integrados.

Na cerimónia de assinatura dos acordos, que de-correu em Vila Franca do Campo, Luís Cabral salien-tou que este é o “reconhecimento” do Governo dos Açores pelo trabalho prestado pelos bombeiros, apontando como exemplo a recente missão na Ma-deira, onde três dezenas de homens e mulheres dos Açores prestaram auxílio no combate aos fogos.

“Não são raras as vezes que as corporações de bombeiros da nossa Região têm sido chamadas a dar apoio às populações, em intervenções determi-nantes para evitar que os danos materiais sejam mais graves e, acima de tudo, salvando vidas. Este apoio que foi dado aos vossos colegas na Região Autónoma da Madeira veio comprovar isso mesmo”, frisou o titular da pasta da Proteção Civil.

Os protocolos agora assinados resultam do De-creto Legislativo Regional n.º 10/2015/A, que veio permitir que os bombeiros açorianos possam aceder a um conjunto de direitos e regalias consagrado no diploma, de acordo com a especificidade insular.

Através deste diploma, os bombeiros passaram a beneficiar da isenção do pagamento de taxas mode-radoras nas prestações em cuidados de saúde pri-mários e hospitalares, mesmo fora do exercício da sua atividade, assim como de uma majoração de regalias no âmbito da educação.

Agora, com a assinatura destes protocolos, esta-belece-se mais uma das regalias previstas no docu-mento, nomeadamente o acesso a lares de terceira idade e aos cuidados continuados.

Podem beneficiar destas regalias todos os bom-beiros e titulares dos corpos gerentes das associa-ções de bombeiros e dos órgãos sociais da Federa-ção de Bombeiros dos Açores que tenham, no míni-mo, 15 anos de bom comportamento e efetivo ser-viço e comprovem a sua situação social de carência material e familiar.

Compete ao Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores promover o acesso prioritá-rio dos bombeiros voluntários da Região a lares de terceira idade, bem como a camas de cuidados continuados, nas condições agora estabelecidas por protocolo com as secretarias regionais da Soli-dariedade Social e da Saúde.

O Decreto Legislativo Regional n.º 10/2015/A permitiu adaptar à Região a legislação que define o regime jurídico aplicável aos bombeiros portugue-ses no território nacional.

AÇORES

Acesso prioritário a larese a cuidados continuados

Perante milhares de pessoas, a Câmara Mu-nicipal de Cascais homenageou os seus

bombeiros no passado dia 20, no decorrer das Festas do Mar.

Antes de subir ao palco a cantora brasileira Maria Gadú o público deste festival de verão aplaudiu os comandantes de bombeiros das cinco corporações do concelho, “em represen-tação dos 400 homens e mulheres que as in-tegram”, mas também todos os outros do país que este ano já “viveram este ano momentos muito duros”, como referiu o presidente da Câmara Carlos Carreiras.

O autarca recordou os cenários mais trági-cos, sobretudo a norte do país, lembrando que mais de 180 bombeiros cascalenses mobiliza-dos para o combate aos incêndios.

Registe-se que durante os 10 dias do even-to, muitos dos artistas que passaram pelas Festas do Mar fizeram questão de prestar tri-buto e agradecer aos operacionais que um pouco por todo País faziam de tudo para pro-teger pessoas e bens, com particular destaque para David Carreira e a fadista Marisa que de-dicaram um tema aos abnegados e sempre prontos bombeiros de Portugal.

CASCAIS

Homenagem nas Festa do MarFo

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16 AGOSTO 2016

Em dezembro próximo Lí-dio Lopes e a sua equipa assinalam 19 anos de ser-

viços prestados à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz. O balanço de quase duas déca-das de serviço público não po-deria ser mais positivo, até porque hoje a instituição assu-me o estatuto de referência dentro e fora das fronteiras concelhias.

Lídio Lopes faz uma viagem ao passado para recordar que o primeiro ato de gestão da sua direção foi “comprar 33 pares de botas”, dando conta de ca-rências e lacunas básicas tam-bém ao nível de viaturas, como até das instalações, recordan-do o velho armazém de baca-lhau adaptado à função de quartel

Estava quase tudo por fazer e o desafio era enorme até por-que “embora que não existis-sem dívidas, a conta bancária era de quase zero”, sustenta Lídio Lopes, sublinhando que “em matéria de gestão tudo estava por fazer.”

Trabalho, entrega, tenacida-de permitiram fazer obra. Hoje, os 86 bombeiros que integram o quadro ativo dispõem de to-dos as condições operacionais, áreas de formação e de des-canso e um bem apetrechado parque de viaturas, sem que a

segurança ou a formação te-nham sido descuradas.

“É diferença do dia para a noite”, considera o presidente da direção, reconhecendo que há ainda projetos que gostava de ver concretizados, nomea-damente uma nova sala do bombeiro.

“Priorizámos as intervenções até porque era entendimento de dirigentes e operacionais que o mais importante seria garantir funcionalidade e ope-racionalidade ao quartel e que só depois se investiria ao nível do conforto”, explica o dirigen-te, salientando, no entanto, que já este ano foi inaugurada uma cozinha “com todas as condições” e que até ao final de 2016 o quartel ganha uma nova sala do bombeiro.

Lídio Lopes fala de um “pro-jeto de longo prazo perfeita-mente delineado que permitiu investir mais 800 mil euros em obras, sem um tostão do Esta-do, apenas com recursos da associação”, salientando ainda a aposta na renovação de meios, que “todos anos tem trazido ao parque de viaturas novas ambulâncias, carros de fogo ou de desencarceramen-to, sendo que, apenas, a au-toescada teve financiamento estatal”. Este ano a associação apresentou uma candidatura a fundos comunitários para aqui-

Fundada em 1882 a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários

da Figueira da Foz é, hoje, uma instituição que honra o passado, alicerçando o futuro.

Uma equipa coesa e determinada,há já longos anos, dá a cara

por um projeto vencedor assenteno trabalho e algum arrojo.

Da Figueira da Foz vem o exemplode dirigentes e bombeiros que arregaçam as mangas norteados por um só objetivo:

fazer mais e melhorpela comunidade que servem..

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

FIGUEIRA DA FOZ

Estabilidade conquistada a pulso e de mangas arregaçadas

sição de um veículo tanque flo-restal.

Acompanhado pelos dirigen-tes Cassiano Batista, Paulo Du-que, Ilídio Santos, Mário Leitão e Pedro Macedo e o comandan-te do corpo de bombeiros João Moreira, o presidente da dire-ção alega que a estabilidade da organização se deve à união de uma equipa determinada em fazer mais e melhor na qual in-clui um grupo de bombeiros motivado e sempre disponível para fazer parte deste esforço de crescimento.

“Nós fazemos de tudo para gerar receita, temos uma am-bulância para transportar ani-mais para o veterinário, o “Pet-

mobil” e um Studebaker que vai às festas das crianças. Fir-mámos um protocolo com a Renova e vendemos papel hi-giénico, papel de cozinha e guardanapos. Fazemos a reco-lha de monstros e eletrodo-mésticos e ainda prestamos vários serviços a empresas”, assinala Lídio Lopes, salientan-do que “grão a grão é possível garantir algum conforto finan-ceiro” que viabiliza o investi-mento.

As obras de requalificação da seção destacada de Paião cons-tituem agora uma prioridade, pois importa dar condições aos 16 voluntários que garantem o funcionamento e pronta res-

posta desta extensão do quar-tel sede instalada desde 1996 numa antiga escola primária. O arranque da empreitada orçada em cerca de 96 mil, está de-pendente da aprovação de uma candidatura ao programa Por-tugal 2020.

Com um plano de ação devi-damente delineado, esta equi-pa trabalha dia após dia no cumprimento de objetivos, até, como salienta Lídio Lopes “nun-ca está tudo feito, existe sem-pre o desejo de progredir”, até porque a instituição insiste em afirmar-se pela excelência do serviço prestado não só aos cerca de 62 mil habitantes des-te concelho do distrito de Coim-

bra, mas também e às dezenas de milhar de visitantes, com es-pecial incidência no verão, pro-curam os extensos areais da Figueira da Foz.

O comandante João Moreira sublinha o esforço da direção para garantir que nada falta ao corpo de bombeiros quer seja a nível de equipamentos e meios quer da formação.

Embora o presente não preo-cupe, o responsável operacio-nal não esconde que a crescen-te falta de voluntários poderá comprometer o futuro. Pragmá-tico, o comandante aborda a questão sem “floreados“ afir-mando que “hoje é-se bombei-ros até aos 23 e 24 anos. Os

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17AGOSTO 2016

mais jovens assim que termi-nam os cursos vão embora”. A rotatividade nos quartéis surge, assim, como uma inevitabilida-de, até porque “só se é voluntá-rio duas vezes na vida na hora de entrar e na hora de sair”, como reconhece o comandante com uma peculiar lucidez, que não o impede de tudo apostar num amplo trabalho junto das escolas do concelho, em ações de formação e campanhas de sensibilização com o intuito de trazer sangue novo ao quartel. A escola de infantes e cadetes, atualmente com 25 elementos, funciona como um importante “alfobre” que vai garantindo re-forços ao corpo de bombeiros.

João Moreira salienta o “bom trabalho do responsável pelo projeto e dos monitores” que muito têm contribuído para o sucesso do projeto, com a cria-ção de um plano diversificado de atividades que atrai os mais novos e envolve os seus fami-liares.

“Se não ganharmos novos bombeiros, pelo menos, no fu-turo, contaremos com cidadãos melhor formados, mais prepa-rados para a vida, sensibiliza-dos para a importância da mis-são desempenhada por estes homens e mulheres”, considera Lídio Lopes.

No próximo mês de dezem-bro, a Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz completa 134 anos de existência sob o signo da prosperidade, mas se nas

últimas duas décadas, evolu-ção foi palavra de ordem. Mes-mo enfrentando vários ciclos e crescentes desafios, em 133

anos de história este corpo de bombeiros teve somente 17 comandantes, quatro dos quais nos últimos 75 anos, um dado

curioso que, de alguma forma, confirma que a estabilidade po-tencia, também, o crescimen-to.

FIGUEIRA DA FOZ

Estabilidade conquistada a pulso e de mangas arregaçadas

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18 AGOSTO 2016

Sete anos depois da derrocada que vitimou cinco pessoas, voltaram a soar os alarmes

na Praia Maria Luísa, em Albufeira no passado dia 7 de agosto após mais um desmoronamen-to que a Agência Portuguesa do Ambiente clas-sificou “de dimensão três a quatro vezes supe-rior ao ocorrido em 2009”.

As primeiras notícias davam conta de quatro pessoas soterradas, um cenário que acabou por não se confirmar, não havendo, pois, mor-tes a lamentar, muito embora os banhistas,

nesta e noutras zonas balneares do país, insis-tam em comportamento de risco, desrespei-tando todos os avisos e alertas das autorida-des.

Em declarações ao jornal Bombeiros de Por-tugal, António Coelho, comandante dos Volun-tários de Albufeira deu conta de uma complexa operação que se prolongou por treze horas e mobilizou 33 elementos e nove veículos deste corpo de bombeiros.

Na praia Maria Luísa estiveram, ainda, meios e 37 operacionais da Autoridades Nacional de Proteção Civil, Agência Portuguesa do Ambien-

te, Autoridade Marítima, Policia Marítima, Guarda Nacional Republicana, Instituto Nacio-nal de Emergência Médica, Cruz Vermelha Por-tuguesa e Câmara Municipal de Albufeira.

ALBUFEIRA

Derrocada volta a alertar para o perigo

O Corpo de Bombeiros da Associação Humanitária de Bombei-ros Voluntários de Cascais, foi acionado ao final da tarde de

17 agosto para o resgate de um cidadão de nacionalidade espa-nhola que teria caído na zona da Boca do Inferno, em Cascais. A vítima terá sido alvo de queda de aproximadamente 15 me-tros quando fotografava o local.

Para este acidente foram mobilizadas, uma equipa de emer-gência pré-hospitalar e a equipa de salvamento em grande ân-gulo e a equipa de combate a incêndios florestais (ECIN) dos Voluntários de Cascais.

A intervenção foi rápida, até pelo conhecimento direto dos bombeiros sobre a zona onde, aliás, executam habitualmente ações de treino. O resgate foi efetuado em menos de uma hora,

estando preparado fazê-lo através da própria arriba. No entan-to, acabou por ser efetuado por via aérea para o Aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa, através da utilização do Helicóptero EH101 “Merlin” estacionado na Base Aérea do Montijo.

As operações foram comandadas pelo Capitão do Porto de Cascais, inclusive a decisão de proceder ao resgate por via aé-rea, dado o acidente ter ocorrido em área da sua jurisdição, em coordenação com os Bombeiros Voluntários de Cascais.

Não obstante a PSP e a Polícia Marítima terem estabelecido um perímetro de segurança ao local, as operações de resgate foram acompanhadas por dezenas pessoas presentes, dado que o local em causa é procurado habitualmente por muitos turis-tas.

CASCAIS

Resgate de turista espanhol em arribaFoto

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19AGOSTO 2016

Os Bombeiros Municipais de Tavira mantêm na Ilha de

Tavira no período de veraneio um dispositivo de primeira in-tervenção que ao longo dos anos tem justificado e surtido pleno efeito. Recentemente, numa ação de patrulhamento e vigilância de proximidade habi-tual a equipa dos Municipais de Tavira foi alertada para um pe-dido urgente de socorro na Praia da Terra Estreita.

Tratava-se de um banhista, de nacionalidade portuguesa, a necessitar de apoio, com diver-sos traumatismos na cabeça e coluna infligidos pela ondulação de levante.

Os bombeiros atuaram pron-tamente em seu socorro, esta-bilizando-o e providenciando a sua evacuação para Santa Lu-zia, onde o esperava uma am-bulância de emergência. Nessa operação, de estabilização e transporte, a equipa dos Bom-beiros Municipais de Tavira foi auxiliada por elementos da Poli-cia Marítima e nadadores salva-dores.

No dia anterior, a equipa de serviço dos Municipais de Tavi-ra foi chamar a socorrer uma vítima de pré afogamento, en-tre a praia da Terra Estreita e Barril, numa zona não vigiada. Tal facto, contudo, não obstou

a que lhe fosse prestado o so-corro devido. Neste caso, como tem acontecido em muitos ou-

tros, a rapidez da resposta e a agilização de meios de socorro e emergência proporcionado

pela equipa dos Municipais foi determinante para mais esta intervenção, a que se seguiu a

evacuação para o Hospital de Faro com igual rapidez e segu-rança.

TAVIRA

Vítimas assistidas na praia

Com mais de 20 anos de bons serviços prestados à comunidade, tanto em

Montalegre onde começou a carreira, como em Albufeira onde já está há vários anos, o experiente bombeiro de 1.ª João Antunes subiu ao patamar de herói quando, na manhã do dia 16 de junho, a gozar de uma merecida folga, foi chama-do a socorrer um homem em paragem cardiorrespiratória. Conta que estava numa unida-de comercial da cidade “às compras!” quando o alerta soou. Nem hesitou e essa pron-tidão permitiu salvar uma vida.

“Estava já na caixa a pagar quando ouvi dizer que alguém se estaria a sentir mal, percebi a gravidade de imediato apro-ximei-me do homem e procedo às manobras de reanimação.

Ele começou a recuperar e à chegada do meus colegas e da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) foi possí-vel, já com outros meios, rever-ter a situação”, revela João An-tunes ao jornal Bombeiros de Portugal.

Recusa protagonismos, aliás até denota algum embaraço com a notoriedade que caso al-cançou, contudo não esconde o orgulho por mais uma missão cumprida com êxito

Ricardo Gordinho, tem ape-nas 21 anos, mas já uma pai-xão enorme pelas coisas e pela causa dos bombeiros. Estuda Engenharia Alimentar e embora ainda não tenha traçado planos de futuro, parece certo que abraçou esta missão para a vida.

Com o brilho de felicidade

João Antunes e Ricardo Gordinho, operacionais nos Voluntários de Albufeira

protagonizaram dois salvamentos, quando estavam fora de serviço, provando assim que, de facto, um bombeiro nunca despe

verdadeiramente a farda, está sempre disponível para cumprir o lema

“vida por vida”.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

ALBUFEIRA

Um bombeiro nunca despe a farda

nos olhos, fala das experiencias vividas dentro e fora do quartel nos mais variados teatros de operações, como que confir-mando uma espécie de voca-ção.

Dias antes de João Antunes, também Ricardo Gordinho ti-nha vivido uma situação que colocou à prova os deveres de prontidão e de preparação de um bombeiro. Terminado mais um piquete noturno, o jovem operacional regressava a casa quando, na rotunda das Fer-reiras é travado pela curiosi-dade. Conta então que por ali se encontra um grupo de pes-

soas em em alguma agitação, tentou indagar e deparou-se com uma criança deitada no chão e percebeu que “se trata-va de uma obstrução da via aérea”. De imediato, aproxi-mou-se do rapazinho e iniciou as manobras de suporte bási-co de vida, acreditando, sem-pre, que era possível reverter aquela situação. Minutos de-pois, Ricardo Gordinho recebia o apoio de uma ambulância da Cruz Vermelha Portuguesa e da VMER, e, em pouco tempo, o bebé, de apenas dois anos, começou a dar sinais de recu-peração.

Conta-nos o bombeiro que a criança se terá engasgado com um pedaço de pão e os pais im-potentes para resolver a situa-ção saíram do Algoz com a in-tenção de procurar ajuda espe-cializada no Serviço de Urgên-cia Básica de Albufeira, mas a viagem acabou por ser inter-rompida nas Ferreiras, porque a criança terá deixado de respi-rar.

Também Ricardo foge aos fo-cos do mediatismo, sublinhan-do que fez o que era suposto e que qualquer um seu teria agi-do da mesma forma. Mas é emocionado que fala do sorriso

do menino, ainda a caminho do hospital de Faro mas já comple-tamente recuperado.

Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal o co-mandante dos Voluntários de Albufeira, António Zua Coelho, não esconde a satisfação no êxito destas duas missões, en-tre tantas outras que, diaria-mente, põem à prova um efeti-vo de 74 elementos, e que afi-nal, sublinha, é reflexo da pre-paração, mas também da entrega e disponibilidade dos seus operacionais que são “bombeiros 24 horas por dia”, como faz questão de assinalar.

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20 AGOSTO 2016

No dia 19 de julho soou no quartel dos Voluntários de Pa-ços de Ferreira o alarme para um afogamento no Rio Ferreira, para onde são enviados de ime-diato os bombeiros Albano Cos-ta e Daniela Gonçalves. Chega-dos ao local os operacionais confirmam que um jovem de 16 anos estaria “há longos minu-tos” no fundo no rio a uma pro-fundidade de três metros.

Albano tira apenas as botas e lança-se à água, seguindo as orientações das muitas pessoas que se encontravam naquela área não vigiada, mas onde no verão os mais jovens se reú-nem em grande número. O bombeiro mergulhou e conse-guiu detetar a vítima e, rapida-mente, colocá-la em lugar se-guro.

A bombeira Daniela Gonçal-ves assume depois as opera-ções encetando as manobras de suporte básico de vida e já com o apoio da Viatura Médica de Emergência e Reanimação é possível o jovem recupera os si-nais vitais. Depois de estabiliza-da, a vítima é transportada para o Centro Hospitalar Tâme-ga e Sousa.

Esta seria apenas mais uma missão bem-sucedida, mas a operação deixou marcas em Al-bano Costa, um homem prag-

mático e um bombeiro muito experiente, desde logo porque sabe bem da “dificuldade de re-verter situações como estas”. Ainda assim, diz, que tinha a convicção de que era possível salvar aquela vida e, de facto, contra todas as expectativas o rapaz depois de 10 longos mi-nutos submerso acabou por re-cuperar.

O bombeiro de 2.ª Albano Costa garante que o que todas as pessoas fariam o mesmo ou quase todas pois, regista, com enorme desalento a passivida-de das muitas pessoas, que ao jeito de mirones, se limitaram a aguardar a chegada dos bom-beiros e nada fizeram para ten-tar resgatar o rapaz.

“Indignou-me ver mais de 20 pessoas a apontar para local onde, supostamente, o jovem tinha desaparecido e ninguém tentou pelo menos procurar o miúdo”, desabafa o operacional, admitindo que esta foi uma das histórias mais marcantes em 14 anos de vida de bombeiro.

O caso acabou por ter um desfecho inesperado, pois dias após o acidente, o jovem aca-bou por falecer na unidade hos-pitalar.

“Reconheço que me deixei envolver em demasia por este caso, acabei por ir ver o miúdo

PAÇOS DE FERREIRA

Coragem e abnegação em missão exigenteAlbano Costa resgatou do Rio Ferreira um jovem de 16 anos que não obstante já se

encontrar há alguns minutos em paragem cardiorrespiratória, contra todas as

expectativas, recuperou os sinais vitais. Regista-se a prontidão e a entrega do

operacional dos Voluntários de Paços de Ferreira nesta missão que pôs à prova não só bombeiro, mas também o homem que a

farda teima em esconder.Texto: Sofia Ribeiro

Foto: Marques Valentim

ao serviço de Cuidados Intensi-vos e até conhecer a família…”, confidencia. Embora não tenha justificação para tamanho oti-mismo, revela acreditou sem-pre que era possível salvar aquela vida e por isso foi com natural tristeza que recebeu a notícia da morte do jovem.

O comandante dos Voluntá-rios de Paços de Ferreira, Antó-nio Costa, fala com natural orgu-lho do “papel absolutamente de-terminante do bombeiro Albano Costa”, garantindo que este sal-vamento é “fruto da coragem, abnegação e respeito pela pes-soa humana”, qualidades, que assinala foram “inequivocamen-te evidenciadas neste ato”. Os corpos de bombeiros e

os formadores da Escola Nacional de Bombeiros já contam com uma atualiza-ção do módulo M500 - Téc-nicas de Salvamento e De-sencarceramento, que inclui novas apresentações, pro-grama de formação, guião do formador, 19 fichas de manobra, 18 de exercício e um texto de apoio para esta-giários.

Estes materiais didáticos do curso de formação para ingresso na carreira de bom-beiro voluntário estão disponíveis na plataforma e-learning da ENB (http://elearning.enb.pt), quer na área reservada aos formadores de Salvamento e Desencarceramento, quer na área de acesso dos corpos de bombeiros.

As fichas de manobra e as fichas de exercício dos diversos módulos, igualmente disponibili-zadas nesse espaço, pretendem apoiar, não só o curso de formação para ingresso na carreira de bombeiro, mas também o treino e a instrução contínua dos corpos de bombeiros. Até ao final do ano, a ENB conta disponibilizar a atualização do módulo M801 - Equipamentos, Manobras e Veículos.

ENB

M500 atualizado

Embora enalteça o desempe-nho de Albano Costa, o coman-dante, não se esquece de subli-nhar a intervenção de Daniela Gonçalves e também da equipa de segunda intervenção que in-tegrava os bombeiros João Vei-ga, António Bessa e Luís Ferrei-ra, salientando que todos de-ram o seu contributo nesta difí-cil missão.

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21AGOSTO 2016

O presidente da União de Fre-guesias do Seixal, Arrentela

e Aldeia de Paio Pires, Antonio Santos, visitou, recentemente, o quartel dos Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, com o

intuito de apoiar e reconhecer o enorme esforço dos operacio-nais envolvidos no combate aos incêndios em São Pedro do Sul e na ilha Madeira.

Na ocasião, o presidente da

junta entregou aos bombeiros uma geleira para equipar o veí-culo de combate de incêndios que apoia os Grupos de Reforço de Ataque Ampliado (GRUATA), nas várias missões pelo País.

SEIXAL

Presidente visita quartel

Perfazendo meio século sobre a ocorrência do grande in-

cêndio na Serra de Sintra de 1966, está prevista para o pró-ximo dia 10 de setembro, em Sintra, a I Mostra de Veículos Clássicos “Reviver Mais”. Esta iniciativa esteve prevista para 17 de outubro do ano passado, mas devido às condições at-mosféricas adversas verificadas naquela data acabou por ser adiado.

“Tal como anteriormente,

pretende-se que a iniciativa constitua um momento de exal-tação dos Bombeiros, da sua identidade e da sua história, fundamentado na importância e no fomento da preservação da memória coletiva e do legado patrimonial, mas também, ago-ra, uma homenagem a todos quantos, em 1966, com cora-gem e abnegação, defenderam, Sintra e a sua riqueza florestal” defende o presidente da Revi-ver Mais, Luís Miguel Baptista.

As associações/corpos de bombeiros estão convidadas a participar na mostra, expondo ao público um ou mais veículos museu de que disponha, com destaque para algum que possa ter trabalhado nas operações de combate ao incêndio que é motivo de evocação.

Para a participação deverá ser enviada até ao dia 5 de se-tembro a respetiva inscrição através do e-mail [email protected].

REVIVER MAIS

Clássicos lembram incêndio de Sintra

Bombeiros e dirigentes dos Bombeiros da Golegã pro-

moveram, pelo sétimo ano con-secutivo a tradicional Festa em Honra da Nossa Senhora da Guia de 2016.

Os festejos que decorreram de 12 a 15 de agosto coincidi-ram com um período complica-do “com muitos bombeiros en-volvidos no combate aos incên-dios florestais”, ainda assim “o trabalho conjunto” e a entrega de todos permitiu manter viva a tradição e garantir o êxito do evento.

GOLEGÃ

União e trabalho mantêm viva a tradição

Na paginação da reportagem sobre a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital, que inserimos na última edição (Julho), ficou por incluir uma foto a que

atribuímos sempre especial significado e que fazemos questão de mostrar sempre. Neste caso, contudo, por lapso não a incluímos. Assim, nesta edição, não poderemos deixar de a reproduzir, pedindo as nossas desculpas por só agora o fazermos.

Trata-se da foto do grupo, junto ao monumento evocativo ao Bombeiro, que incluiu dirigen-tes, comando e bombeiros que, à data da nossa reportagem, então se encontravam de serviço nos Voluntários de Oliveira do Hospital.

OLIVEIRA DO HOSPITAL

O grupo que ficou por mostrar

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22 AGOSTO 2016

Com a casa “devidamente” arrumada, os Bombeiros de São João da Madeira

dão a conhecer uma organiza-ção estabilizada, ainda que o presidente da direção Carlos Coelho sempre vá reconhecen-do que a missão é espinhosa, impõe muito trabalho e dedica-ção, até porque os apoios não abundam, desde logo das popu-lações, sobretudo a mais jovem

pouco sensibilizada para a cau-sa, distante da filosofia que es-teve na génese da criação des-tas instituições, assente no mo-vimento associativo, que nos tempos que correm tem vindo a perder expressão. Nesta linha o dirigente dá conta de uma “di-minuição progressiva do núme-ro de associados”, justificada com o desconhecimento da rea-lidade destas instituições.

“As pessoas pagam os seus impostos e acreditam que as-sim já estão a contribuir para o financiamento dos bombeiros”, diz Carlos Coelho, reconhecen-do, no entanto, que sempre que é solicitado, as populações não negam o apoio aos Voluntários de São João da Madeira.

Da mesma forma, Carlos Coelho lamenta que “as câma-ras municipais nunca apoiem

tanto quanto os bombeiros de-sejariam ou necessitariam”, até porque, segundo regista, “os níveis de exigência são cada vez maiores”, mas o subsídio camarário “é o mesmo há 20 anos”. Ainda assim, o dirigente, assinala que o panorama está a mudar e a sensibilidade para a causa e para a real importância do serviço prestado pelos bom-beiros tende a aumentar.

“Lutamos com algumas difi-culdades, mas as contas estão em ordem”, faz questão de su-blinhar o presidente que, num registo de humor, diz que os Vo-luntários de São João da Madei-ra são “os pedintes mais bem vestidos do concelho”, até por-que importa não ceder à estag-nação e manter o investimento que garante a modernização dos meios colocados à disposi-ção a comunidade, bem como a formação e a segurança dos cerca de 100 operacionais que integram este contingente.

Porque importa garantir as melhores condições de trabalho aos bombeiros, o quartel rece-beu o ano passado obras de re-qualificação. A empreitada or-çada em 415 mil euros permi-

tiu, entre outros melhoramen-tos, a criação da ala feminina, obras que se tornavam impres-cindíveis para que as bombeiras pudessem pernoitar no quartel e, assim sendo, integrar os pi-quetes noturnos que, assim, passaram a contar com um re-forço de 20 elementos, um nú-mero “considerável”, como faz questão de assinalar o coman-dante Normando Oliveira.

O responsável dá conta da aposta da direção no “conforto dos operacionais” ciente de que importa dar condições aos vo-luntários que são, aliás, funda-mentais para a subsistência dos corpos de bombeiros, pelo me-

nos do modelo que continua a vigorar.

Um crítico assumido do “tal” sistema que mina o setor Nor-mando Oliveira não poupa críti-cas à legislação que continua a afastar os mais jovens da cau-sa.

“Se o processo de recruta-mento fosse fácil não haveria necessidade de alargar a idade de ingresso aos 45 anos”, consi-dera para depois apontar falhas ao moroso processo de forma-ção inicial, sem qualquer com-ponente prática.

Criada em 2011, a Escola de Infantes e Cadetes, presente-mente com três dezenas de ele-

SÃO JOÃO

Importa garantir aos mais jovens umSem grandes problemas e a gozar de uma

confortável estabilidade, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

São João de Madeira vai projetando o futuro investindo nos meios, mas,

sobretudo, nos recursos humanos, que são, como defendem direção e comando o

património mais valiosos destas instituições.

Com noção de que esta é sempre uma missão inacabada, dirigentes e bombeiros

tem sabido nos últimos anos responder aos desafios de um setor em constante

evolução, conferindo excelência ao serviço prestado ao concelho e ao País.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

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23AGOSTO 2016

MANGUALDE

Homenagear a pedalarO chefe Fernando André

Barroso dos Bombeiros Voluntários de Mangualde terminou a sua carreira de bombeiro no passado dia 25 de julho por limite de idade para permanecer no quadro ativo mas, como se costuma dizer, não arrumou as chu-teiras. Ao contrário, dois dias depois, no dia 27, ini-ciou um percurso de bicicle-ta que o levou a todos os quartéis de bombeiros do seu distrito, Viseu.

Conforme o próprio justifica, trata-se de “uma homenagem aos bombeiros e bombeiras falecidos em serviço em Portugal”.

Fernando Barroso refere ainda que “ao mesmo tempo quero deixar um gesto de gra-tidão a todos os que fazem parte da família dos Bombeiros, com ou sem farda, e aos seus familiares que estão na retaguarda a sofrer por vezes mais do que nós, quando estamos em missão, principalmente no flagelo dos in-cêndios florestais.”

Na mensagem enviada a divulgar a sua ini-

ciativa, o chefe Barroso lembrou ainda que “nestes longos anos de voluntariado sempre estive atento aos perigos e procurei defender, com espírito de serviço e voluntário, patrimó-nio, pessoas e bens, com a divisa que nos de-fine, Vida por Vida”.

Fernando André Barroso ingressou nos Bombeiros Voluntários de Mangualde em 1969 e foi inscrito como aspirante em 1970, tendo seguido todos os postos até à categoria de chefe, com a qual passa agora ao Quadro de Honra.

No dia em que comemorou 444 anos de concelho e 23

da elevação de Esposende a ci-dade, a 19 de agosto, o Municí-pio de Esposende prestou ho-menagem aos bombeiros do concelho, ao inaugurar o Monu-mento ao Bombeiro, situado no Largo Rodrigues Sampaio.

“A partir de hoje, os bombei-ros de Esposende e de Fão po-dem dizer que têm num dos lo-cais mais nobres do concelho um monumento que honra a sua atividade e a sua coragem, que honra os vivos e também aqueles que perderam a vida ao serviço dos outros”, afirmou o

presidente da Câmara Munici-pal, Benjamim Pereira, na ses-são solene que sucedeu ao ato inaugural do monumento. Tra-ta-se de uma obra concebida pelos artistas de Belas Artes Forjanenses Mendanha e seus filhos Vânia e Nuno. Falando na cerimónia realizada no auditó-rio municipal, o autarca afirmou tratar-se de “um ato da mais elementar justiça para com to-dos os bombeiros”, tanto da corporação de Fão, uma insti-tuição com 90 anos, como a de Esposende, com 125 anos.

O presidente da Câmara Mu-nicipal expressou também pala-

vras de reconhecimento aos ho-menageados com a medalha de mérito municipal, entre os quais se incluía o comandante dos Voluntários de Fão, Norber-to Mota.

Para o presidente da Assem-bleia Municipal, Agostinho Sil-va, o Dia do Município e da Ci-dade é simultaneamente tempo de balanço e de homenagem aos que se distinguiram.

Em jeito de reconhecimento, Agostinho Silva louvou o traba-lho desenvolvido pelas miseri-córdias e pelas corporações de bombeiros de Esposende e de Fão.

ESPOSENDE

Inaugurado Monumentoao Bombeiro

DA MADEIRA

“percurso motivador”

mentos, já está a garantir re-forços ao corpo de bombeiros, ainda assim poucos, tendo em conta que com o ingresso no ensino superior os jovens “em-bora não percam o gosto pela causa, deixam de ter tempo para uma missão tão exigente”, conforme fundamenta Norman-do Oliveira, que há já alguns anos, insiste em garantir um “percurso motivador”, que lhes permita sentir o pulsar da vida de um bombeiro.

“Eles precisam de motivação que passa por sentir o desafio, a camaradagem, por pernoita-rem no quartel, por criarem as suas referências.” o que com bom senso e um rígido regula-mento interno e o apoio de todo o corpo de bombeiros é possí-vel, segundo defende o coman-dante.

Este é um território operacio-nalmente exigente tendo em conta a localização e o tipo e antiguidade da construção das zonas industriais e a massifica-ção urbanística, cenários ou “áreas minadas”, como caracte-riza o comandante que exigem preparação e prontidão.

“Este é sempre um trabalho inacabado”, reconhece o presi-dente embora considere que “para a missão imediata os Bombeiros de São João da Ma-deira têm o essencial, não estão

mal”, mas como o futuro é já amanhã, direção e comando defendem ser necessário come-çar a pensar no processo de re-novação do parque viaturas, onde, dadas as características dos centros urbanos do conce-lho, continua a faltar uma pla-taforma elevatória que segundo o comandante “daria outras condições no ataque aos incên-dios”.

Com 88 anos de valorosos serviços prestados a Associa-ção Humanitária dos Bombei-ros Voluntários de São João da Madeira pode arrogar-se, mes-mo em tempos de crise, conti-nuar trilhar o caminho do pro-gresso, acrescentando valor ao serviço prestado não apenas aos 25 mil habitantes da sua área de intervenção, mas, tam-bém ao país.

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24 AGOSTO 2016

Faleceu no dia 26 julho, aos 54 anos de idade, vítima de doença prolongada, o bombeiro

Carlos Alberto Macedo de Almeida dos Voluntá-rios de Leiria

Devassados pela prematura partida, os Bom-beiros de Leiria recordam o homem “simples e humilde, companheiro e verdadeiro amigo que todos contagiava com a sua alegria e boa dispo-sição”.

Carlos Almeida encetou a carreira de bombei-ros em 20 de novembro de 2001, mantendo-se no quadro ativo até 2 de janeiro de 2013, ano que decidiu procurar melhores condições de vida

fora do país. Marcam o percurso deste bombeiro as condecorações recebidas em 2008 e 2009, como reconhecimento “do bom serviço prestado aos Voluntários de Leiria e à população”.

Nos últimos anos, enquanto a saúde o permi-tiu, sempre que vinha a Portugal, fazia questão, não só de visitar o quartel como também de efe-tuar alguns serviços.

Em comunicado direção, comando e quadro ativo apresentam “as mais sentidas condolên-cias aos familiares e amigos” de Carlos Almeida, acentuando as suas qualidades humanas e ope-racionais.

LEIRIA

Família perde um dos seus

No próximo dia 11 de setembro passam 15 anos após a tragédia ocorrida nas Torres Gémeas do “World Trade Center” da cidade de

Nova Iorque, Estados Unidos da América (EUA).O ataque terrorista, que esteve na origem do colapso dos dois edi-

fícios gigantescos, provocou cerca de 3 mil mortos e mais de 6 mil feridos norte-americanos e de mais 70 outras nacionalidades.

Entre as vítimas mortais estavam 343 bombeiros e 127 destes ope-racionais nunca foram encontrados. Todos os bombeiros falecidos en-contravam-se no interior ou nas imediações das duas torres na tenta-tiva de resgatar o maior número possível das pessoas que se encon-travam bloqueadas no seu interior.

Nas operações de busca e resgate, que se desenrolaram após o co-lapso das torres, e que se prolongaram por muitas semanas, estive-ram envolvidos muitos milhares de bombeiros de outras cidades e estados norte-americanos. Tratou-se de uma operação de socorro de que psicologicamente, quer familiares de vítimas, inclusive bombei-ros, quer os outros bombeiros e socorristas que ali acorreram, ainda não terão recuperado.

11 SETEMBRO DE 2001

Nas Torres Gémeas morreram 343 bombeiros

Foto

: EPA

A Câmara Municipal de Lis-boa, em articulação com o

Regimento de Sapadores Bom-beiros e com as associações de bombeiros voluntários da capi-tal promoveu no passado dia 25 mais um Dia Municipal do Bom-beiro evocação ao grande in-cêndio ocorrido no Chiado na-quele dia há 28 anos.

Conforme refere a lápide fixa na Rua do Carmo, onde foi colo-cada uma coroa de flores, trata--se de mais “uma homenagem a quantos se distinguiram na defesa da sua cidade”. Com

uma referência especial à me-mória do bombeiro sapador Ca-

tana Ramos falecido no comba-te ao incêndio.

INCÊNDIO DO CHIADO

Homenagem aos bombeiros de há 28 anos

Na cerimónia, a que presidiu, o vereador da Câmara Munici-pal de Lisboa, Carlos Castro, prestou homenagem a todos os bombeiros sapadores e volun-tários que estiveram presentes no Chiado e ao espírito de en-treajuda existente entre am-bos, bem exemplificado mais uma vez na véspera desta ceri-mónia na intervenção conjunta do RSB e Voluntários de Campo de Ourique no combate a um incêndio ocorrido no último piso de um prédio na Rua Sol ao Rato, em Lisboa.

Foto

: Mar

ques

Val

entim

O autarca sublinhou ainda a aposta na formação lembrando a existência de novos 48 sapa-dores a frequentar a escola do RSB e a preparação de nova re-cruta em marcha.

O incêndio do Chiado foi combatido por um milhar de bombeiros sapadores e volun-tários com o apoio de 300 via-turas.

Na cerimónia evocativa reali-zada na Rua do Carmo estive-ram presentes, o comandante do RSB, tenente-coronel Pedro Patrício, o segundo comandan-te, major Tiago Lopes, uma for-

matura composta por chefias do Regimento, os guiões, do RSB e das Associações dos Voluntários Lisbonenses, de Lisboa, Campo de Ourique, Cabo Ruivo e Beato, vereadores e presidentes de juntas de freguesia, o diretor nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, o vogal da LBP, Rama da Silva, a vogal da ENB, Susana Silva, representantes do Sindicato dos Bombeiros Profis-sionais, da Associação dos Bom-beiros Voluntários e elementos de comando e dirigentes das as-sociações de bombeiros de Lis-boa.

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25AGOSTO 2016

Arrancaram há pouco mais de um mês as obras de ampliação do Quartel dos Bombeiros Volun-

tários de Cantanhede, que visam criar espaços destinados à formação. O novo pólo vai ter uma área de implantação de 142.50 m2 e uma área total de construção de 285 m2, distribuídos por rés-do-chão e primeiro andar.

Situado na cota do plano de referência e sem utilização aparente o rés-do-chão, inicialmente será utilizado para parqueamento de viaturas de pequena dimensão, nomeadamente as de coman-do.

No primeiro andar será criado um espaço am-plo, podendo, se necessário, com divisórias alber-gar duas salas de menor dimensão.

Esta intervenção, que terá um custo aproxima-do de 95 mil euros, corresponde à segunda fase do projeto de ampliação do quartel, iniciada pela atual direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede. Registe-se que o projeto começou por dotar o complexo de um novo parqueamento automóvel coberto que permite albergar 15 viaturas de grandes dimen-sões.

CANTANHEDE

Ampliação em marcha

A Câmara Municipal de Al-vaiázere entregou cerca de

150 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para Combate a Incêndios em Espaços Naturais e Urbanos, aos Bombeiros Vo-luntários de Alvaiázere.

Numa cerimónia carregada de simbolismo, o comandante Má-rio Bruno Gomes salientou a im-portância desta data que marca “um ato único”, pois, disse, “pela primeira vez a câmara municipal aceitou, sem ques-tões, um pedido do comando e disponibilizou a verba para a aquisição de EPI para os bom-beiros”, que estão, agora, certa-mente, “melhor equipados para intervir em todos as situações de emergência”.

Pela direção foi assinalado o facto de o executi-vo ter dito presente aos bombeiros, salientando que “ficará para memória futura como se devem empregar dinheiros públicos”.

Já a presidente da autarquia, Célia Margarida Gomes Marques, afirmou ser uma honra estar

com os Voluntários de Alvaiázere, afirmando-se “sempre ao seu dispor”, recordando o recente apoio para as obras de melhoramentos no quartel.

Nesta sessão marcaram também presença, os vereadores Agostinho Gomes e Nelson Paulino, o vice-presidente da direção Joaquim Simões entre outros dirigentes e elementos do corpo ativo dos Voluntários de Alvaiázere.

ALVAIÁZERE

Câmara entrega EPI

A formação dos seus ope-racionais em língua ges-

tual é uma nova aposta dos Voluntários de Torres Novas, face à necessidade frequen-te de interagir com cidadãos surdos. Essa formação de-correu entre fevereiro e ju-nho últimos e foi frequenta-da por 10 bombeiros.

A ação de formação foi realizada pelo Centro Esco-lar de Riachos, estabeleci-mento escolar da região, vo-cacionado para as pessoas com este tipo de necessida-des, que disponibilizou a for-madora.

No final da ação foi criado um pequeno filme, onde se informa como podem pedir auxílio aos bombeiros pelos números de telemóvel com recurso a mensagem.

Os Bombeiros Torrejanos agradecem à direção do centro escolar a colaboração, que possibi-lita “um socorro mais próximo e eficiente às pessoas que só conseguem exprimir-se pelos ges-tos ou pela escrita”.

TORRES NOVAS

Formação em língua gestual

Somos os bombeiros e informamos como nos podem contactar por mensagem escrita para pedir socorro

Os corpos de bombeiros são mobilizados cada vez mais para missões de salvamento de animais, destacando-se o resgate em falésias, árvores ou mesmo em situação de incêndio e acidente, de

que resultam ferimentos em cães, gatos, cavalos, entre outros.Em Portugal, a formação na área de primeiros socorros a animais é quase inexistente. Reconhecen-

do esta necessidade, os Bombeiros de Albufeira, além de investirem na formação dos seus operacio-nais, desenvolveram também uma ação de sensibilização para o público em geral, que decorreu no passado dia 30 de julho no seu quartel.

Essa ação incidiu nos cuidados básicos com animais de estimação, emergências mais comuns, rea-nimação cardiopulmonar, manobra de “heimlich”, transporte e manuseamento de animais feridos, bem como nos procedimentos a aplicar em caso de animais queimados e afetados por intoxicações de fumo.

Os dinamizadores desta ação foram, a oficial bombeira de 2ª Teresa Garcia (enfermeira com for-mação especifica na área) e o bombeiro de 2ª Fernando André (formador TAT também com formação especifica na área).

ALBUFEIRA

Sensibilização para socorro a animais

Os Bombeiros Voluntários de Bucelas promoveram, re-

centemente, o workshop “In-trodução de Elevação de Emer-gência em Tratores Agrícolas”, uma ação integrada nas come-morações do 125.º aniversário da instituição.

Esta iniciativa contou com a participação de trinta e três operacionais, oriundos de três distritos, que obtiveram co-nhecimentos que lhes permi-tem intervir em segurança em cenários de acidentes com ca-potamento de tratores agríco-las.

Sérgio Santos

BUCELAS

Acidentes com tratores agrícolasem workshop

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26 AGOSTO 2016

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António acolheu no final de Julho mais dez bombeiros

de 3.ª, após a frequência do curso inicial de bombeiro, Joana Ca-leiro, Leonel Fernandes, Beatriz Oliveira, Maria Murillo, Luís Cirs-pim, Marco Paz, Duarte Marques, Vânia Viegas, Ana Metelo e Dário Mariano.

Na mesma cerimónia, o comando dos Voluntários de Vila Real de Santo António impôs as divisas de estagiário a mais dez candidatos a bombeiros, Diogo Simões, Patrícia Geraldo, Pedro Colaço, Inês Gomes, Telmo Ambrósio, Marina Santos, Pedro Fernandes, Caroli-na Pereira, Tony Pereira e Mário Ribeiro. Entretanto, a escola de infantes e cadetes recebeu um novo elemento, a Tatiana Santos.

VILA REAL SANTO ANTÓNIO

Promovidos mais dez bombeiros

No passado dia 31 de julho realizou-se a ceri-mónia de colocação de galões à nova adjunta

de comando dos Voluntários de Torres Novas, Ana Rita Pereira.

A nova adjunta iniciou a formação para poder integrar o quadro de comando em maio último e terminou os quatro módulos no final de junho com média de 15 valores.

Ana Rita Pereira iniciou a sua carreira em feve-reiro de 2001, tendo progredido até bombeira de 1.ª em 2013, posto que ocupava até agora.

O quadro de comando do corpo de bombeiros fica deste modo mais enriquecido com a entrada da nova adjunta.

Ana Rita Pereira é a primeira mulher a integrar a estrutura dos Bombeiros Voluntários de Torres Novas e a única a exercer funções de comando no distrito de Santarém.

TORRES NOVAS

Nova adjunta toma posseO comandante dos Bombeiros Voluntários de

Riba de Ave, Manuel da Luz Antunes, foi agraciado com o galardão de mérito municipal de benemerência, na sessão solene comemorativa do 31.º aniversário da elevação de Vila Nova de Famalicão a cidade.

A Câmara Municipal entregou 40 galardões municipais a 30 cidadãos e 10 entidades do con-celho, que pela sua ação e força empreendedora contribuíram para o desenvolvimento e cresci-mento do território. Foram também reconhecidos publicamente cidadãos e instituições do concelho que se destacaram pela sua exemplaridade e ação cívica.

O comandante dos Bombeiros de Riba de Ave foi distinguido pela sua longa carreira como bom-beiro encetada 1970 tendo em 1991 assumido o comando respondendo sempre com “dedicação e

competência às exigências do serviço”, sacrifi-cando muitas vezes a sua vida pessoal.

Os Voluntários de Riba de Ave, em comunica-do, felicitam “todos os agraciados, em especial o comandante Francisco Mesquita dos Bombeiros Famalicenses e João Coelho, presidente da dire-ção dos Bombeiros de Famalicão”.

RIBA DE AVE

Câmara distingue comandante

O Município de Palmela vai ce-der um terreno em Aires,

de forma gratuita e em regime de direito de superfície, à Auto-ridade Nacional de Proteção Ci-vil (ANPC), com vista à constru-ção do novo Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal.

Atualmente sedeado no edifí-cio dos Bombeiros Voluntários de Palmela, o CDOS necessita, com urgência, de novas instala-ções que permitam dotar as equipas de melhores condições de trabalho, no âmbito da segu-rança e socorro de pessoas e bens, em todo o distrito. O Mu-nicípio empenhou-se, desde o primeiro momento, na procura de uma solução que permitisse manter o CDOS no concelho de Palmela e propôs à ANPC o ter-reno em causa, que o Secretá-

rio de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, teve, já, oportunidade de visitar.

A desafetação do domínio pú-blico municipal para constitui-ção de direito de superfície a favor da ANPC foi aprovada por unanimidade na reunião pública de 30 de junho e será, agora,

levada a deliberação da Assem-bleia Municipal. A parcela de terreno, com 3.873m2, locali-za-se na Rua Fundadores do Ai-rense e está avaliada em 125 mil euros. Todo o processo de obra e projeto de arquitetura será da responsabilidade da ANPC.

SETÚBAL

CDOS fica em Palmela

A Câmara Municipal de Palme-la aprovou, por unanimida-

de, a celebração de um protoco-lo com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, para cedência da viatura da Academia de Prote-ção Civil. Trata-se de uma cola-boração que visa promover ações de sensibilização e infor-mação ao público, no território continental.

Registe-se que a Academia da Proteção Civil tem vindo a pre-parar a população para situa-ções de catástrofe, fomentando a participação ativa dos cidadãos e associações nesta matéria. Por outro lado, a utilização da viatu-ra visa contribuir para o proces-so formativo, não só dos alunos do concelho, mas, também, da

população, em geral, aumentan-do a capacidade individual de autoproteção e conhecimento sobre riscos e prevenção.

O veículo está equipado com um televisor e computador por-

tátil, dois manequins para ma-nobras em suporte básico de vida, vários exemplos de sinalé-tica de emergência, e kits de pri-meiros socorros e de emergên-cia para sismos.

PALMELA

Autarquia cede viatura à ANPC

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O município de Esposende aprovou, por unanimidade,

em reunião do executivo, a atribuição do subsídio anual de 17 500 euros a cada um dos corpos de bombeiros do conce-lho, designadamente Voluntá-rios de Esposende e de Fão.

Este subsídio constitui “um importante apoio para que os soldados da paz possam dar continuidade à sua missão no plano da Proteção Civil, asse-gurando o serviço que prestam às populações do concelho no socorro aos acidentes de viação

e transporte de doentes, assim como nos incêndios ou outros episódios”, segundo assinala a autarquia em comunicado.

Com efeito, para além de “enfrentarem as dificuldades decorrentes da difícil conjuntu-ra económico-financeira que o país atravessa, os bombeiros viram reduzidas as suas fontes de financiamento devido a um conjunto de alterações na le-gislação relativa à Proteção Ci-vil, o que tem afetado, de for-ma muito significativa, a esta-bilidade destas associações”.

Tendo em conta este quadro e considerando que os bombei-ros voluntários desenvolvem,

ESPOSENDE

Município atribui 35 mil euros

com grande eficácia e compe-tência, um papel preponderan-te no âmbito do Serviço Munici-pal de Proteção Civil, o municí-pio tem mantido a atribuição deste subsídio anual, cujo

montante foi aumentado de 14 mil para 17 500 euros em 2014, para além de “continuar a atender às mais variadas so-

licitações de apoio, nomeada-mente para a aquisição de via-turas e de outro tipo de equipa-mento”.

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27AGOSTO 2016

Não há muitos dias a As-sociação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-

rios de Penafiel comemorou os 135 anos de existência com uma festa de arromba que, não descurando uma vertente mais formal e tradicional, teve como ponto alto a Noite Ver-melha, evento que dirigentes e bombeiros querem inscrever no calendário festivo da região Norte com o intuito de projetar mais alto a imagem dos bom-beiros.

Dias antes das comemora-ções, o jornal Bombeiros de Portugal esteve no quartel dos Voluntários de Penafiel, e em-bora a azáfama já fosse muita, direção e comando fizeram questão de dar a conhecer a instituição, que se apresenta como uma organização finan-ceiramente estável, que conta com um corpo de bombeiros sempre disponível para apoiar e ajudar a concretizar os proje-tos de direção e comando.

O presidente da direção, Eduardo Nascimento, e o co-mandante António Rodrigues fazem questão de falar das obras de requalificação do quartel-sede, um imóvel com quase 30 anos e que “apresen-ta graves lacunas” justifican-do-se assim uma intervenção de maior envergadura efetua-da a expensas da associação” que visa dar “todas” as condi-ções de trabalho e algum con-forto aos 108 homens e mulhe-res que integram o corpo ativo. O projeto permitiu a reabilita-ção das camaratas masculinas

e femininas, a beneficiação das áreas exteriores, prevendo ainda a recuperação da parada e das áreas de oficina e par-queamento. Feitas as contas a direção investiu nestas obras cerca de 100 mil euros.

Há mais de uma década que uma coesa equipa empresta tempo e saber à instituição, com resultados “muitos positi-vos”, para os quais concorrem também os apoios da popula-ção e das entidades locais, sempre atentas às necessida-des dos bombeiros, sempre disponíveis para colaborar com a instituição. O comandante faz até questão de sublinhar a “espontaneidade” dos apoios que vão chegando ao quartel, e que de alguma forma deno-tam uma estreita e “já antiga” relação que comunidade faz questão de preservar.

Da mesma forma, também a Câmara Municipal de Penafiel reconhece a importante mis-são desempenhada pelos três corpos de bombeiros do conce-lho, assumindo assim todas as responsabilidades em matéria de proteção civil.

Esta é uma casa com poucas lacunas. O comandante fala de um bem apetrechado parque de viaturas, onde apenas falta almejada plataforma, que “se-ria uma grande mais valia colo-cada à disposição do conce-lho”, mas um “pesado” investi-mento que carece de financia-mento.

Os Bombeiros de Penafiel garantem o socorro a 20 das 38 freguesias do concelho, um

PENAFIEL

Associação centenária apostaem novos conceitos

A assinalar o 135.º aniversário, a Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários de Penafiel não acusa o desgaste do passar dos anos, pelo contrário

é uma instituição voltada para exterior, apostada na modernidade, adaptada a

novas exigências e conceitos.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

território vasto que levou a as-sociação a criar a Seção Desta-cada de Abragão, mantendo, assim, elevados os níveis de prontidão e a qualidade de so-corro em toda a área de inter-venção. O comandante fala, no entanto, na necessidade de proceder a alterações neste polo que perdeu para a emi-

gração em “muito curto espaço de tempo” 16 bombeiros.

Apesar do “desastre” de Abragão, António Rodrigues garante que o recrutamento de novos bombeiros ainda não é um problema e que os jovens voluntários continuam a che-gar ao quartel.

Num território operacional-

mente exigente, para além dos meios, os Voluntários de Pena-fiel contam ainda com um bem preparado e equipado corpo de operacionais, pois a formação, a instrução e a segurança dos homens e mulheres são “ques-tões prioritárias” para coman-do e direção.

Volvidos 135 anos de serviço

público, a Associação Humani-tária dos Bombeiros de Volun-tários de Penafiel afirma-se, também, por alguma rebeldia, pela introdução de novos con-ceitos, mas também pelo dina-mismo patenteado no núcleo da Juvebombeiro, na escola de infantes e cadetes, na fanfarra e ainda na equipa de futebol.

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28 AGOSTO 2016

“O Orçamento de Estado para 2017 tem que con-

templar mais verbas para o Dis-positivo Especial de Combate a Incêndios Florestais do próximo ano” exigiu o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) na Guarda.

O comandante Jaime Marta Soares, que falava durante a sessão solene comemorativa do 140º aniversário dos Bombeiros Voluntários Egitanienses presi-dida pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, advertiu que “não va-mos permitir que tudo se passe como aconteceu este ano com a circular financeira associada ao DECIF, de que a LBP só teve co-nhecimento três dias antes da sua aprovação”. A propósito, o dirigente sublinhou que “ não vamos permitir que isso volte a acontecer, tudo tem que ser ne-gociado antecipadamente para que não voltem a ser disponibi-lizados apoios que considero in-significantes para o enorme es-forço feito pelos bombeiros”.

O presidente da LBP defendeu ainda que a dotação prevista no OE de 2017 para o financiamen-to das associações de voluntá-rios terá que permitir que nin-guém receba menos do que re-cebia através do PPC.

O comandante Jaime Soares elogiou o trabalho desenvolvido pelos dirigentes e comandos na condução transparente e rigoro-sa das associações de bombei-ros sublinhando que “quem não deve não teme”. Daí que, os bombeiros não temam ser audi-tados ou fiscalizados. Mas para isso, segundo o presidente da LBP, “a ANPC criou uma super--estrutura de Direção de Audito-ria e Fiscalização, exemplo aca-bado de uma solução despropo-sitada e demonstrativa de ex-cesso de “gorduras” quando antes cabia aos comandantes distritais, e devia continuar a caber essa função, com menos custos e menos problemas”.

Antecipando a realização da

sessão solene foi inaugurada uma ambulância ABTD apadri-nhada pelos elementos do Qua-dro de Honra (QH), e antes dis-so apresentado um novo talhão no cemitério Novo.

No salão “Álvaro Guerreiro”, onde decorreu a sessão solene, foi também apresentada a gale-ria com as fotos de todos os co-mandantes e presidentes da instituição, perante os quais, pouco depois, o bombeiro de 2.ª Joaquim Lages passou ao QH e foram promovidos a bombeiros de 3.ª os seguintes elementos;

Rafael Pascoal, Leandro Fernan-des, Débora Sequeira, Micael Lourenço, Daniel Ferreira, An-dreia Brites, Daniela Campos, João Lopes, Rodrigo Besteiro, Hugo Barbosa, Diogo Miguel, Rafael Pinto, Tiago Mateus e Dani Rodrigues.

Foram também promovidos, a subchefe, os bombeiros, João Manuel Pereira, Rafael Jerónimo Cruz e Fausto Manuel Rato e, a chefe, Fernando Sequeira, Vitor Cruz e Augusto Falcão.

Com as medalhas de assidui-dade da LBP, de 5 anos, foram

distinguidos, os bombeiros de 3ª, Hugo Brito, Rui Gonçalves e Aldina Fernandes, e os estagiá-rios, Rafael Pascoal e Ana Se-queira, com a medalha de 10 anos, os bombeiros de 2.ª, Luís Pedro, Joana Aparício, João Lo-pes, Paula Fernandes, e de 3.ª Sérgio Lopes, com a de 15 anos, os bombeiros de 1.ª, Artur Al-meida e Bruno Garcia e o de 2.ª Nuno Marques. Por fim, a meda-lha de 20 anos de dedicação foi entregue ao subchefe Paulo Martins e ao bombeiro especia-lista Maria Alice Falcão, e a de 25 anos, aos subchefes João Coelho e Hugo Teixeira e ao bombeiro de 2.ª Carlos Martins.

Na sequência da cerimónia, o comandante Paulo Sequeira lançou o desafio à LBP para que não deixe de equacionar a reso-

lução da situação criada “quan-do existe um grande número de elementos a sair para o QH en-tre os 30 e os 35 anos, não ten-do a oportunidade de receber a condecoração existente para os 35 anos bem como um número de elementos que desde muito cedo se dedicaram aos bombei-ros que se mantém no ativo há mais de 40 anos”.

A Associação então atribuiu um reconhecimento, por 30 anos, ao comandante Paulo Se-queira, ao adjunto Manuel Pe-reira, ao chefe Vitor Cruz e ao subchefe Fausto Rato e, por 40 anos, ao oficial principal Antó-nio Morais, ao chefe Francisco Ramos e subchefe Leão Minga-cho. Este último foi ainda alvo de uma homenagem especial dado que este ano deixa o cor-

po ativo por completar 65 anos de idade.

No final da entrega das me-dalhas e das promoções decor-reu a posse do novo segundo comandante o até então adjun-to de comando Manuel António Pereira.

Procedeu-se ainda à entrega de diplomas de reconhecimento, a Maria Leontina Alves Dias Al-meida Lemos, por desde 1999 oferecer todos os anos o bolo de aniversário à instituição, à Ola-no Portugal – Transportes SA, pelo apoio dado à manutenção e conservação do parque automó-vel do corpo de bombeiros, e ao casal António Júlio e Maria Tere-sa Tavares Luís.

A cerimónia, presidida pelo secretário de Estado, contou também com as presenças, do presidente da LBP, do diretor nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, do vice-presidente da Câmara da Guarda, Carlos Monteiro, do presidente da Fe-deração de Bombeiros da Guar-da, Paulo Amaral, acolhidos, pelo presidente da assembleia--geral da instituição, Álvaro Guerreiro, do presidente da di-reção, Luís Borges, do coman-dante Paulo Sequeira, e dos res-tantes órgãos sociais e elemen-tos do comando.

GUARDA

OE 2017 tem que reforçar verbas do DECIF

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Valpaços realizou no passado dia 2 de julho as comemorações do Santo Padroeiro (São João). A cerimónia reuniu bombeiros e bombeiras, familiares, associa-dos, representantes de varias entidades, nomeadamente, o presidente do Município de Val-paços, Amílcar Almeida, o co-mandante José Morais, em re-presentação do conselho exe-cutivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), o presiden-te da Federação Distrital de Bombeiros de Vila Real, Jose Pi-nheiro, e o comandante distrital de Vila Real da ANPC, Álvaro Ri-beiro.

A cerimónia, ocorrida num fi-nal de tarde, incluiu a condeco-

ração aos bombeiros com o cra-chá de ouro da LBP aos subche-fes António Gomes, António Cruz e Luis Morais e ao bombei-ro de 3.ª João Batista, as me-dalhas de serviços distintos grau cobre da LBP, ao adjunto de comando Luis Nogueira, ao subchefe Manuel Calvão, aos bombeiros 1.º, Rui Mesquita, Rui Sousa, Jose Lopes, Rui Mendes, Vítor Pinheiro, Vítor Marcelino, ao bombeiro de 2.ª Manuel Marcelino Calvão, e aos bombeiros supranumerários, Antonino Baia Gonçalves e Fili-pe Marto.

Foi ainda entregue uma me-dalha de dedicação grau Ouro, 25 anos, da LBP ao bombeiro de 2.ª Antonino Jose Teixeira Go-mes.

VALPAÇOS

Primeiros crachás em 80 anos

Estas condecorações foram propostas pelo comandante em exercício, Luis Nogueira, ao Conselho Executivo da LBP, com parecer favorável da direção, e fundadas no reconhecimento “pelo trabalho, dedicação e em-penho que todos demonstram e demonstraram durante uma vida ao serviço da população

deste Concelho, Distrito e do Pais”.

Segundo o comandante em exercício, Luis Nogueira, tais condecorações “são únicas num corpo de bombeiros que conta hoje com 80 anos de existência, lembrando os mais antigos e re-conhecendo os mais novos, como um objetivo sempre a

considerar, e agradecendo à LBP o empenho com que analisou e anuiu à fundamentação apre-sentada para cada uma das con-decorações”.

Foi ainda batizada uma am-bulância de transporte de doen-tes não urgentes, oferecida pela benemérita Maria Júlia Barroso, e que ajuda assim a modernizar

o parque de ambulâncias, con-forme referiu Amílcar Mesquita, presidente da Associação Hu-manitária dos Bombeiros de Val-paços ao agradecer a oferta.

A finalizar realizou-se pelas ruas da cidade de Valpaços o já tradicional desfile apeado e mo-torizado, culminando, no final, com a verbena de São João.

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29AGOSTO 2016

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários

de Cantanhede (AHBVC) pre-tende juntar todas as empresas associadas na confraternização que assinalará o 114.º aniver-sário da instituição, agendada para outubro, com o “objetivo de dar a conhecer mais de per-to a causa para a qual contri-buem”.

Atualmente, a AHBVC conta

com “cerca de 60 sócios-em-presa, mas a grande maioria desconhece o funcionamento da associação, todo o trabalho desenvolvido pelo corpo de bombeiros e está longe de ima-ginar a sua real dimensão e a sua a nível distrital”, conforme reconhece Adérito Machado, presidente da instituição.

“Não se trata de convencer as empresas a contribuir para

os Bombeiros”, salvaguarda, “até porque todas estas em-presas já o fazem com a quota anual”, defendendo que impor-ta antes .

de “aproximar a Associação de quem para ela contribui”.

O responsável espera, no en-tanto, que esta iniciativa sirva também para sensibilizar ou-tras empresas a tornarem-se associadas da casa e da causa.

Com uma quota mínima de 50 euros por ano – “feitas as contas, menos de 14 cêntimos por dia” – , qualquer empresa poderá “demonstrar apoio àquela que é uma das maiores corporações dos bombeiros do Distrito de Coimbra, contri-buindo para que tenha os me-lhores meios de socorro e pro-teção ao dispor de toda a co-munidade”.

CANTANHEDE

Associação junta empresas em festa de aniversário

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Bucelas comemorou o 125º aniversário e aproveitou a oca-sião para homenagear a sua história através da apresenta-ção de uma monografia, me-morando da instituição, e to-dos os benfeitores que têm apoiados as obras de requalifi-cação e ampliação do quartel ainda em curso. Na oportuni-dade, inauguraram ainda uma ambulância de transporte de doentes adquirida com meios próprios e também os obtidos em diversas iniciativas promo-vidas em conjunto com o “ Grupo Bucelas Aventura”.

O programa comemorativo começou com a inauguração do núcleo museológico da ins-tituição denominado “Chefe do QH Mário Roberto” e que passa a ocupar o primitivo parque de viaturas. Ali foi também des-cerrada a fotografia do bom-

beiro de 1.ª António Luís, este ano a perfazer 30 anos de ser-viço.

As cerimónias foram presidi-das pela ministra da Adminis-tração Interna, Constança Ur-bano de Sousa, que, na opor-tunidade, defendeu que “os bombeiros são e continuarão a ser o pilar central da proteção civil em Portugal”.

A primeira fase de remode-lação e ampliação das instala-ções iniciou-se em 2010 e foi inaugurada em 2015. Nessa fase incluíram-se, camaratas, sala de formação, sala dos bombeiros, gabinete de che-fes, nova central de comunica-ções e o gabinete do comando com recurso por exemplo ao aproveitamento do piso supe-rior do quartel. As obras em curso têm sido asseguradas por um conjunto de apoios lo-cais, privados e autárquicos, e aguardam também a respecti-

va quota-parte de fundos co-munitários, conforme fez ques-tão de sublinhar o presidente da direção, José Falcão.

Na sessão solene foram pro-movidos a bombeiro de 3.ª sete novos elementos, Paulo Alves, Carlos Faria, Pedro Soa-res, Susana Silva, Ricardo Sil-va, Marta Rodrigues e David Ferreira.

Com medalhas de assiduida-de da Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP) foram distin-guidos vários bombeiros. A medalha de dedicação, grau ouro, 25 anos, foi atribuída ao comandante Rui Santos, ao bombeiro de 1.ª Joaquim Gro-sa, ao bombeiro de 2.ª Cláudio Oliveira, e aos bombeiros de 3.ª Aníbal Ferreira e António

Simões. A medalha de assidui-dade por 20 anos foi entregue à oficial bombeiro de 2.ª Cristi-na Almeida e ao bombeiro de 1.ª David Sequeira, a de 15 anos à bombeira de 2.ª Cláudia Almeida, e a de 10 anos, aos bombeiros de 2.ª, Valdemar Soares, Tânia Sofia Bernardo e Ana Mafalda Soares e aos bombeiros de 3.ª, Ana Marta Matias, Sílvia Nunes, Andreia Carvalho, Patrícia Santos e Noémia Duarte.

Com medalhas de serviços distintos da LBP foram então distinguidas várias entidades e pessoas envolvidas no apoio à associação e, boa parte delas, em particular, às obras em cur-so. Com a medalha de serviços distintos, grau cobre, foram distinguidos, o Posto Territorial da GNR, o arquiteto Pedro Ca-tarino, a Junta de Freguesia de Bucelas, a empresa “Hempel Lda” e os profissionais de ele-tricidade, António Alves Rapo-so, Vitor Manuel Prata e João Fernando Prata.

A medalha de serviços dis-tintos da LBP, prata, foi atribuí-da, à empresa Santos e Vale Lda, à REN SA, à família Cami-lo Alves, à EGEO SA, à Caixa de Crédito Agrícola, à Bucelbri-tas Lda e ao Grupo Bucelas Aventura.

A medalha de serviços distin-tos grau ouro da LBP foi atribuí-da à empresa Fernando Borga

Lda e à Câmara Municipal de Loures. Para sua entrega, o re-presentante da LBP convidou, respetivamente, o presidente da edilidade e a ministra da Ad-ministração Interna.

No final da sua intervenção, a ministra Constança Urbano de Sousa colocou no estandar-te da Associação a medalha de mérito proteção e socorro grau ouro do MAI.

A sessão solene, além da ministra, contou também com as presenças, do vice presi-dente da Câmara de Loures, e presidente em exercício, Paulo Piteira, do presidente da ANPC, Grave Pereira, da presidente da Assembleia Municipal, Fer-nanda Santos, do representan-te da LBP, Rui Rama da Silva, do vice-presidente da Federa-ção de Bombeiros de Lisboa, comandante Pedro Araújo, da vogal da direção da Escola Na-cional de Bombeiros, Susana Silva, do comandante distrital de agrupamento sul da ANPC, Elísio Oliveira, do comandante dos Bombeiros Voluntários de Tarouca, entidade geminada com a congénere de Bucelas, do presidente da Junta de Fre-guesia, Élio Matias, acolhidos, pelo presidente da assembleia--geral, Joaquim do Vale, do presidente da direção, José Falcão, do comandante Rui Santos e restantes órgãos so-ciais e comando.

“Juntos somos mais Bom-beiros – Bucelas 125

anos” é o título do livro, de-signado por memorando, edi-tado pela Associação Humani-tária de Bombeiros Voluntá-rios de Bucelas precisamente para comemorar o seu 125.º aniversário.

Trata-se de um trabalho coordenado por Isabel Rodri-gues e que contou com inú-meras participações, variadas e multidisciplinares a que a associação fez questão de agradecer publicamente em plena sessão solene comemo-rativa do aniversário.

Desse grupo fizeram parte, Filipa Roque, Jorge Afonso, o adjunto de comando Salvador Abreu, a oficial bombeira Cristina Almeida, o chefe An-

tónio João Martins, os bom-beiros de 2.ª Carlos Carneiro e Edite Ferreira, os chefes Joaquim Cardoso e Nelson Pi-res, o subchefe Reinaldo Ba-tista, os vice-presidentes Fer-nando Borga e Vitor Santos, o diretor Joaquim Carneiro, o ex-presidente da direção Amadeu Ferreira, Carla Ca-

chola, Edite Frazão, Hugo Cruz, Margarida Amaral, San-dra Correia, Lúcia Ramos, Vi-tor Neto, o comandante do QH Américo Mateus, Célia Ca-tarino, Maria da Luz, Rui Pi-nheiro, Rui Oliveira, Luz Can-cela de Abreu, Duarte Santos, Cátia Freitas, Diogo Pina, Vasco Reza, Conceição Ma-

cieira e Raquel Marques. A to-dos estes elementos, a dire-ção e comando entregaram os primeiros exemplares da edição.

O trabalho contou com a participação muito ativa de colaboradores municipais as-sociados à área museológica e cultural.

LIVRO

“Juntos somos mais Bombeiros”

BUCELAS

Homenagem aos benfeitores nos 125 anos

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30 AGOSTO 2016

Está a arder a nossa Pátria!...Ano após ano, se pensa e

repensa, se projetam e ideali-zam planos de intervenção, se retiram brilhantes conclusões, se fazem estudos de interven-ção. Mas no ano seguinte nada foi feito e os estudos conti-nuam!

Mas aos nossos Bombeiros, esses homens grandes, pouco lhes interessa os estudos dos governos, as conclusões, os be-nefícios que o Estado não lhes dá ou lhes retirou, o risco que correm no exercício da sua mis-são.

Ao toque da sirene, de noite ou de dia, dizem sempre e bem alto: “Presente!”.

Estes são os nossos “bravos”, sempre prontos para o “comba-te pela paz”, em defesa do povo e da pátria, esquecendo a pró-pria vida.

Todos os anos somos con-frontados com esta desgraça, que queima vidas, queima pa-trimónio, queima a floresta e reduz Portugal a cinzas. E os Bombeiros?

São heróis para todos os po-líticos, desde Presidente da Re-pública, primeiro-ministro, líde-res parlamentares. Todos reco-nhecem o valor, o trabalho, a dedicação e o amor a esta no-bre causa humanitária.

Mas, amigos, o fogo não se apaga com palavras de compai-

xão e de agradecimento, é pre-ciso veículos de combate a in-cêndios, homens bem equipa-

dos e com formação para se obter uma resposta rápida e eficaz no combate às chamas. E

assim se vai vivendo, ano após ano, em que as palavras voam com o fumo e a página dramáti-ca onde os acontecimentos fo-ram descritos no diário dos vos-sos políticos arde, infelizmente. Para o ano haverá outros incên-dios e os mesmos bombeiros lá estarão para os apagar, porque os bombeiros não fazem greve, não recusam serviços, nunca dizem “não”, são uma força viva da sociedade civil, sempre dis-ponível.

Esta é a hora das Direções de Bombeiros Voluntários se uni-rem e dizerem bem alto ao Es-tado Português: “Basta!”.

Chegou a hora de reclamar um apoio estatal com transfe-

rências mensais, à semelhança das Freguesias ou dos Municí-pios deste país. Os Bombeiros não podem depender da roleta dos fundos comunitários para adquirir viaturas.

Este é o momento do poder político reconhecer efetivamen-te que os Bombeiros são impor-tantes neste país e irão ter apoio, não só com palavras, mas com atos.

As palavras são como o fumo: leva-as o vento!

Viva os Bombeiros de Portu-gal.

Adérito Machado(Presidente da Associação

Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede)

E arde o País...

Foi enorme, mas superado o desafio de organizar os fes-

tejos de S. João assumido este ano pela seção destacada da Tocha dos Bombeiros de Canta-nhede, que desta forma conti-nua a trabalhar na angariação de receita para financiar obras no quartel.

Durante quatro dias os solda-dos da paz não tiveram mãos a medir, mas o esforço valeu a pena, pois “tudo indica que até ao final do ano seja dado início

à intervenção nas instalações da Tocha”.

De acordo com o Adjunto de Comando dos Bombeiros Volun-tários de Cantanhede, Nuno Carvalho, também principal responsável pela Secção da To-cha, o edifício, inaugurado em 2006, carece de intervenção ao nível de isolamento térmico e pintura das paredes exteriores.

Para além de um cartaz de espetáculos importa destacar o espetáculo de fogo-de-artifício,

na primeira noite da festa, a que se seguiu o famoso “banho santo”, às primeiras horas da madrugada. O desfile marchas, a batalha de pistolas de água, a aula de zumba com chuva de espuma constituíram também momentos altos dos festejos que incluíram ainda a atuação da fanfarra dos Voluntários de Cantanhede e um desfile das viaturas da corpo de bombeiros pela avenida principal da To-cha.

CANTANHEDE

Obras “abençoadas” por S. João

Decorreu no passado dia 2 de julho o encerra-mento de mais um ano de atividade da escola

de infantes e cadetes dos Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga,

A manhã foi preenchida com atividade nas ruas da Vila de Sever do Vouga, em que foi rea-lizado um peddy-paper, prova de orientação e conhecimento de vários pontos de referência do concelho de Sever do Vouga. O almoço convívio juntou os elementos da escola com instrutores e comando.

À tarde decorreu receção aos familiares, às 15 horas com formatura de receção aos órgãos so-ciais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga.

Seguidamente os cadetes prestaram, perante os seus familiares, órgãos sociais e comando, al-gumas provas de Suporte Básico de Vida. Tam-

bém foram montadas, pelos infantes, linhas de água para o combate a incêndios.

No final, o comandante e o presidente da dire-ção enalteceram os nobres valores destes jovens e adolescentes em entregarem-se e dedicarem--se com tenra idade à nobre causa dos Bombeiros e dos valores sociais. Também foi sublinhada a importância dos valores familiares.

Para o comandante Sebastião Lourenço, “esses valores são o berço da sociedade, para que seja mais justa e solidária, e as famílias, que apoiam os seus filhos em causas tão dignas, como o so-corro a quem de ele necessita de forma abnegada e altruísta, estão a contribuir para a formação de bons e nobres cidadãos”.

No final da tarde realizou-se um lanche parti-lhado, por familiares, instrutores, escolas, órgãos sociais e comando.

SEVER DO VOUGA

Escola em férias

Está agendado para os próximos dias 9 e 10 de setembro, 2.º Festival de Francesinha, uma

iniciativa da Associação Humanitária de Bombei-ros Voluntários de Arrifana, que visa angariar fundos para a instituição.

Depois do assinalável sucesso da primeira edi-ção, dirigentes e bombeiros preparam o certame que promete certificar a qualidade da iguaria que será servida nos jardins fronteiros ao antigo quartel.

ARRIFANA

Bombeiros promovemFestival da Francesinha A Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários do Montijo promoveu o mês passa-do, por ocasião das festas na cidade, o 1.º Grande Desfile de Fanfarras “Comandante Álvaro Valente” que contou com a par-ticipação de 12 agrupamentos.

Para além da fanfarra anfi-triã, participaram neste encon-tro os grupos de Azambuja, Al-cochete, Amadora, Amora Be-navente, Barreiro (Salvação Pú-blica), Caneças, Moita, Pinhal Novo, Peniche e Canha.

Assistiram ao evento várias

individualidades, nomeada-mente o neto do Comandante Álvaro Valente, os presidente da câmara municipal e das jun-tas de freguesias deste conce-lho da margem sul do Tejo, bem como dirigentes e comandantes de vários corpos de bombeiros.

MONTIJO

Associação organiza desfile de fanfarras

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31AGOSTO 2016

ANIVERSÁRIOS1 de setembroBombeiros Voluntários de Carnaxide#1044 de setembroBombeiros Voluntários da Ericeira#855 de setembroBombeiros Voluntários de Póvoa de Lanhoso#1127 de setembroBombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato#818 de setembroBombeiros Voluntários de Folgosinho#7910 de setembroBombeiros Voluntários de Alter do Chão#68Bombeiros Voluntários de Castro Verde#3412 de setembroBombeiros Voluntários da Lixa#127Bombeiros Voluntários de Areosa-Rio Tinto#94Bombeiros Voluntários de Vimioso#8414 de SetembroBombeiros Voluntários de Caldas da Rainha#121Bombeiros Voluntários de Sacavém#119Bombeiros Voluntários de Góis#6015 de setembroBombeiros Voluntários de Gondomar#103Bombeiros Voluntários de Vagos#88Bombeiros Voluntários de Vidago#4916 de setembroBombeiros Voluntários de Tondela#92

Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves#2018 de setembroBombeiros Voluntários de Favaios#101Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande#6819 de setembroBombeiros Voluntários de Almoçageme#121Bombeiros Voluntários de Figueira de Castelo Rodrigo#79Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo#39Bombeiros Voluntários de Penela#3620 de setembroBombeiros Voluntários de Leça do Balio#8522 de setembroBombeiros Voluntários de Algés#114Bombeiros Voluntários de São João da Pesqueira#10923 de setembroBombeiros Voluntários de Carregal do Sal#7724 de setembroBombeiros Municipais do Funchal#12825 de setembroBombeiros Voluntários de Ponte de Lima#12927 de setembroBombeiros Voluntários da Nazaré#8930 de setembroBombeiros Voluntários da Malveira#72Bombeiros Voluntários da Trofa#40Bombeiros Voluntários de Santana#31

Fonte: Base de Dados LBP

em agosto de 1996

Carta Aberta a Sua excelência o Sr. Presidente da Republica Portuguesa

Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa

Exmo. Sr. Presidente, depois de passada a grande euforia em torno dos feitos desportivos

do nosso país, quero agradecer-lhe a justa home-nagem que prestou aos atletas que tantas ale-grias nos têm dado.

Comovi-me a ver a receção que a seleção na-cional de futebol teve após a conquista do título europeu, conquistado em França. As ruas cheias, para aplaudir aqueles que nos fizeram sentir aquilo que de facto somos, um grande povo. A alegria reinante e nos fazia ter um sorriso rasga-do há quase 24 horas.

Também vibrei com cada lance do jogo. A cada remate feito a esperança na vitória aumentava, o coração palpitava a cada defesa do Patrício. Tal como sempre acontece quando um Português atinge o sucesso e o nosso hino é cantado a mi-nha alma enche-se de orgulho e a minha voz em-barga.

Quando vejo a nossa bandeira ser içada pelas imensas conquistas que temos os meus olhos fi-cam encharcados.

Quando vejo os nossos atletas verem reconhe-cida a gratidão de um povo inteiro, quando são recebidos pela mais alta figura do Estado Portu-guês, choro.

Choro, na privacidade do meu lar, porque sem-pre me disseram, desde tenra idade, que um ho-mem não chora. Choro porque, com o passar dos anos, percebi que isso não passava de um mito.

Choro sozinho, mas choro.Choro quando vejo os meus bombeiros partir

para um incêndio e não sei se voltam. Choro por-que não sei se estão devidamente equipados, quer de viaturas ou de equipamento de proteção individual.

O meu coração palpita quando vejo a prontidão com que os bombeiros partem em socorro de pa-trimónio que alguém de forma criminosa quis destruir. Comovo-me com a forma desinteressa-da com que cada bombeiro socorre vítimas sem olhar a raça, religião, ideologia…

Emociono-me quando dão do seu próprio bolso para ajudar a corporação da qual fazem parte.

A voz embarga quando me dirijo a uma recruta que a partir desse momento se disponibiliza a servir de forma abnegada e dedicada, que, como qualquer jovem, acredita ser capaz de mudar o mundo.

Estes, também são os nossos heróis, os nossos campeões. Campeões sem títulos, sem comen-das nem homenagens. Não são ovacionados, nem recebidos em apoteose, mas são o maior exemplo de humanismo que uma nação pode ter. Ganham a gratidão de alguns mas não o justo reconhecimento das suas conquistas diárias. Para eles os troféus são as vidas que salvam, cada doente que ajudam, um metro quadrado que não arde graças à sua intervenção.

Apesar disso, a cada amanha, eles lá estarão nos seus quartéis prontos para mais um dia de voluntariado em prol do outro.

Apesar disso, eles não reclamam receções apo-teóticas, não reclamam aplausos nem comendas. Em bom rigor nada disso os move, por isso, nada reclamam.

Não reclamam eles, mas reclamo eu. Reclamo que as poucas regalias sociais que detinham e que recentemente lhes foram retiradas lhes se-jam restituídas e até aumentadas. Reclamo que tenham uma redução na taxa de IMI, que sejam isentos de taxas moderadores no SNS, que bene-ficiem de taxas sociais no abastecimento de água e gás, que tenham descontos na aquisição de bi-lhetes em transportes públicos, que recebam uma bolsa considerável desde que frequentem o ensino superior e com aproveitamento, que obte-nham cheque-creche para os seus filhos… recla-mo reconhecimento a quem merece.

Reclamo, porque eles são os meus HERÓIS, os nossos HERÓIS e são-no todos os dias, a todas as horas.

Nota: esta carta nunca será enviada ao Sr. Presidente da Republica, é apenas um desabafo.

Ricardo Vieira(Presidente da Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários de Vila Meã)

Desabafo de presidenteVivemos dias difíceis, dias que vemos, a passos

largos, as nossas florestas a derreterem-se em cinza, a desmoronarem-se como castelos de cartas. Estamos em Guerra, perdendo o nosso maior bem, os povoamentos florestais do nosso belo Portugal. Estamos a perder uma batalha tra-vada entre as labaredas e o Homem, pois estes Homens encontram-se exaustos, com dias e noi-tes de combate com poucas, ou mesmo, sem ho-ras de descanso.

Durante esta semana já se falou muito sobre a falta de limpeza dos povoamentos florestais, a quantidade de mato existente em torno das ca-sas, tudo e mais alguma coisa, muita tinta já cor-reu. No entanto, muitos desses pontos são ver-dade, mas neste momento temos de olhar para a situação presente e repensar/prevenir as situa-ções futuras. Como disse, há já alguns anos , “nesta fase muitos são os que estão à espera de-senfreadamente que chegue o fim desta época, para dizerem, este ano já passou para o ano logo se vê!” Mas nós não podemos andar ano após ano a recusar o inevitável que passa pelo ordenamen-to da floresta em Portugal. Temos de parar para repensar o que nunca foi pensado, planear o que até a data nunca foi planeado e AGIR!

O DECIF, tem dado uma resposta a este flagelo que, nos últimos dias, têm assolado o nosso Por-tugal (continental e ilhas), mas estes Bravos e Valentes Homens encontram-se exaustos e can-sados e, por esse motivo, o Dispositivo deveria ser refrescado com voluntários. A fauna e flora devem ser preservadas por todos, pois é esta que temos de garantir de geração em geração. Nestas condições, quando a nossa bela Pátria e as nos-sas florestas mais necessitam, todos os Bombei-

ros Voluntários deveriam ser dispensados para combater esta guerra, porque isto é a nossa Guerra, e nem todas as guerras são feitas com armas, armas nucleares, explosões, etc.

Nesta batalha todos devíamos estar do mesmo lado e todos deveríamos contribuir para a ga-nharmos a Guerra o mais rapidamente possível. Assim, devíamos contribuir de forma direta, isto é, aqueles que de certa forma tem formação para o fazer, os que são Bombeiros Voluntários, os que são técnicos de saúde, psicólogos, socorristas etc, mas também de forma indireta através de bens de primeira necessidade para os nossos bra-vos Soldados da Paz e acima de tudo dispensar, por alguns dias, todos que são Bombeiros Volun-tários para combater os incêndios e acabarmos com esta Guerra.

Carlos Ribeiro(Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Paiva)

Estado de guerra

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32 AGOSTO 2016

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore.pt – Edifício Malhoa Plaza – Av.ª José Malhoa, n.º 2 – 1.º – Escr. 1.1 – 1070-325 Lisboa – Telef.: 21 825 88 21 – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal

A Crónicado bombeiro Manel

Os palpites são mais que muitos, como sempre. Há uns palpites de-

dicados aos estudos que dizem que foram feitos ou não feitos. Há uns pal-pites à volta dos números do que di-zem que ardeu, mais ou menos, o que aconteceu mais ou menos, quantas dias, quantas horas duraram os incên-dios.

Dizem-me que são as estatísticas, parvo, e eu digo que é mais blá, blá, blá! E os mexilhões, independente-mente dos ditos números e estatísti-

cas, são sempre os mesmos, com mais ou menos áreas ardidas, com mais ou menos dias a dar o litro.

No fundo, no fundo, o que é certo é que contam sempre com os mesmos. Em jeito de quem fala de boa, pode-mos dizer que os convocados são sempre os mesmos. E podemos tam-bém dizer que, como sempre, quem anda aí a dar palpites só de novo a verdadeiros treinadores de bancada.

Depois das borradas de alguns, desculpem falar assim, depois dos

desleixos de muitos, lá estamos nós para limpar essas borradas e os des-leixos.

Como da bola e da política pouco se tem falado nesta altura os ditos trei-nadores viram-se para os incêndios para continuar a dar palpites.

Para uns faltam estudos, para ou-tros até sobram e ainda há alguns que dizem que há lóbis. Não sabia bem o que era isso mas explicaram-me. Até me disseram que andam aí dois ou três figurões a dizer que os bombeiros

também têm um desses lóbis. Aqui é que volto a não perceber. Mas quem diz isso é bom que explique melhor, tem que dizer mais, ou ainda melhor, tem que ser mais claro e mais direto para que não haja dúvidas. Por mim, e julgo que posso falar por todos vós, podem dizer tudo, mas têm que pro-var o que dizem. Se não o fizerem só terão que pagar por andar a difamar e a morder a mão de quem os ajuda.

[email protected]

Blá blá blá!

Ao mítico hotel madeirense “Reid´s”, à sua administração e funcionários, que durante cin-co dias consecutivos apoiaram com refeições e outros bens todos os bombeiros envolvidos no combate às chamas naquela ilha. O agradeci-mento e louvor é extensível a todas as empre-sas, entidades, empresas e milhares de parti-culares que no continente e na Madeira apoia-ram a ação dos bombeiros.

A todos os que, direta ou indiretamente, têm tido responsabilidade na falta de preven-ção dos incêndios florestais em Portugal.

LOUVOR/REPREENSÃO

LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES

Agradecimento

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pretende ver incluída no Orçamento de Estado (OE) para

2017 a isenção em sede IRS das verbas entregues pelas associações aos seus bombeiros voluntários. Para tal, o presidente da LBP, comandante Jaime Mar-ta Soares, dirigiu a todas as associações o pedido para que façam um levantamento exaustivo das ver-bas disponibilizadas em 2015 e o enviem urgente-mente à Liga.

O comandante Jaime Soares pretende elaborar uma proposta a enviar à Secretaria de Estado da Ad-ministração Interna no sentido de ver incluída no OE 2017 a isenção em sede de IRS desses valores, “se-jam eles compensações salariais ou subsídios no âm-bito da atividade voluntária, não incluindo as que fo-ram pagas no âmbito do DECIF”.

ISENÇÃO DE IRS

LBP defende alargamento além do DECIF

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O flagelo dos fogos florestais que mais uma vez atingiu famílias, pessoas, ha-

bitações, vilas, aldeias e territórios, quer do continente, quer da Região Autónoma da Madeira, exigiu grande esforço das mulhe-res e homens que servem a causa humani-tária, obrigando as suas Associações e os seus Corpos de Bombeiros a uma redobra-da operacionalidade e logística que desgas-tou ainda mais, as já de si frágeis condições económico-financeiras.

Todos esses apoios foram ao momento uma importante ajuda e reforço na logística

a implementar nos vários teatros de opera-ções, às quais com toda a celeridade, a LBP fez chegar a quem deles mais necessitava.

Assim, a Liga dos Bombeiros Portugueses vem agradecer a todas as empresas e fo-ram centenas, e aos milhares de cidadãos, que de forma anónima ou pública quiseram associar-se na participação em donativos aos Bombeiros Portugueses da mais varia-da índole, sob a forma de géneros alimentí-cios (águas, leite, bolachas, conservas, re-frigerantes, sumos, frutas, etc), também em participação monetária ou no forneci-

mento gratuito de combustíveis, que de forma significativa ajudaram as Associa-ções Humanitárias de Bombeiros Voluntá-rios e os Corpos de Bombeiros.

A todos agradecemos penhoradamente, em nome dos Bombeiros de Portugal por mais este momento de carinho de cidada-nia e de solidariedade.

Bem-haja a todos!Lisboa, 19 de agosto de 2016

O Presidente do Conselho ExecutivoJaime Marta Soares

Comandante

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