jornal 'bombeiros de portugal' – edição 374 – novembro 2017contra o recurso a...

32
Gavião Páginas 12 e 13 Oliveira de Azeméis Páginas 14 e 15 Aguiar da Beira Páginas 24 e 25 Página 5 Páginas 16 e 17 APÓS DIFÍCEIS NEGOCIAÇÕES OLIVEIRA DE FRADES PROFISSIONALIZAÇÃO DOS BOMBEIROS “A LBP não está disponível para ouvir recados pela comunicação social” “Este incêndio foi algo nunca antes visto” “Este incêndio foi algo nunca antes visto” Bombeiros ressarcidos Foto: Marques Valentim Novembro de 2017 Edição: 374 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Página 19

Upload: vanlien

Post on 27-Jan-2019

221 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

Gavião Páginas 12 e 13

Oliveira de AzeméisPáginas 14 e 15

Aguiar da BeiraPáginas 24 e 25

Página 5

Páginas 16 e 17

APÓS DIFÍCEIS NEGOCIAÇÕES

OLIVEIRA DE FRADES

PROFISSIONALIZAÇÃO DOS BOMBEIROS

“A LBP não está disponível para ouvir recadospela comunicação social”

“Este incêndiofoi algonunca antes visto”

“Este incêndiofoi algonunca antes visto”

Bombeirosressarcidos

Foto

: Mar

ques

Val

entim

N o v e m b r o   d e   2 0 1 7   Edição:  374  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Página 19

Page 2: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

2 NOVEMBRO 2017

Onde é que ouvimos falar distoO anúncio oficial está feito.

A Força Aérea Portugue-sa (FAP) vai voltar ao

combate aos incêndios flores-tais. A talhe de foice cabe agora lembrar, a propósito, as cir-cunstâncias que levaram a FAP ao abandono dessa missão no passado, nunca perfeitamente esclarecidas, as circunstâncias que entretanto não permitiram que fosse retomada ou as que agora o viabilizam. Julgo ser um bom momento para que, de uma vez por todas, fique escla-recida essa panóplia de circuns-tâncias, de dúvidas e perplexi-dades que pairam no ar há mui-to. E que agora, por maioria de razão, ganham nova expressão quando se anuncia o regresso da FAP ao combate.

É dito, entretanto, que a FAP já completou o estudo sobre o combate aos incêndios flores-tais, cujo teor seria interessan-te também conhecer para ava-liar com detalhe e precisão com o que se pode contar.

Partindo do princípio que será sempre de saudar tudo o que corresponda à conjugação de esforços, optimização de recur-sos humanos e materiais e par-tilha de missões e tarefas, seja na prevenção, no socorro e no combate, não podemos, tam-

bém, deixar de enunciar as questões que prevalecem.

Tomada a decisão de que a FAP volta ao combate importa saber como, em que termos isso vai acontecer. Importa também saber quando, em que condições, com que meios, aviões e helicópteros, com quanto, tipo e escala de envol-vimento, e quem paga. Neste caso, dirão alguns que caberá à Proteção Civil suportar os cus-tos resultando daí uma boa ma-quia para que a FAP possa jun-tar ao seu orçamento inicial.

Será porventura cedo querer obter respostas a todas estas questões. Mas, depois do que foi dito recentemente a propósi-to da multiplicidade de meios anunciados para o combate aos incêndios florestais resta saber se, depois disso, de facto, na prática, os bombeiros poderão contar mesmo com esses recur-sos ou se, como aconteceu tan-ta vez, vão voltar a ver-se sozi-nhos na frente entregues a si próprios, à sua capacidade, ao seu discernimento e determina-ção.

Parece óbvio, até para quem desconheça o histórico dessa questão, que seja a FAP a ga-rantir a coordenação do comba-te aéreo com meios próprios ou

de terceiros. Tão óbvio que será de estranhar que nunca tenho sido sempre assim. Qual a ra-zão, ou razões, porque foi e dei-xou de o ser? As exigências que a FAP terá formulado condicio-nalmente no passado mantêm ou não?

Está esclarecido ou não a hi-pótese de terem havido e/ou continuarem a haver pilotos da FAP envolvidos no combate ao longo de anos a título particu-lar? As reservas formuladas

quanto à gestão das actuais ae-ronaves do Estado mantêm ou não? Será fantasia ou desco-nhecimento a simples formula-ção de tais questões? E, para terminar, será legítimo questio-narmo-nos sobre as razões que terão agora levado a FAP a in-verter posições?

Se é suposto considerar o re-gresso da FAP ao combate como uma decisão pacífica, contudo, são muitas as perguntas sobre o assunto em busca de respos-

tas que, a tardarem, estamos certos, quer se queira não, ine-xoravelmente o tempo irá res-ponder.

Sobre o assunto, não come-ter eventuais erros do passado parece ser um conselho avisado na certeza de que se pretende garantir a eficiência, a eficácia e a redução dos custos associa-dos à missão do combate aé-reo.

Nunca tive nada a favor nem contra o recurso a entidades

privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem dessa opção perante meios es-tatais, digo FAP, que o poderiam fazer, acreditava e ainda acredi-to, com possíveis menos custos e iguais, ou até melhores, gan-hos operacionais.

Toda essa história está por fazer e importa que seja feita o mais depressa possível.

O recurso aos aviões C130 para o combate aos incêndios florestais, todos o sabemos, foi um claro fiasco operacional e, por certo, também, económico. Lembro-me bem de ter visto ao abandono no meio do mato, em plena Base Aérea do Montijo, os kits que equiparam aqueles aviões para o referido combate. Depois, não sei que destino me-receram mas não tenho grande dúvida sobre isso.

Preparemo-nos, então, para novos ventos e novas etapas. Contudo, na certeza de que, desde que a FAP foi retirada do combate, ou retirou-se, várias vezes vimos anunciado o seu regresso. Por isso, quando constamos novo anúncio não será descabido perguntar onde é que já ouvimos falar disto.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Foto

: For

ça A

érea

Por

tugu

esa

E é chegada a época da solidarieda-de e da fraternidade em que, qua-

se por tradição, todos queremos ser melhores, como que cumprindo um ritual imposto pela quadra.

Num ano a todos os níveis “atípico” ensombrado, desde logo, pela tragé-dia, pelas várias tragédias, pelas mor-tes e por perdas irreparáveis, até o inverno chegou tarde e discreto, po-tenciando ou agravando a seca que vai martirizando vários concelhos do País.

Em 2017 nem o Natal se revela com a exuberância de outros anos. As mú-sicas da época entoam nas grandes superfícies comerciais, mas as ruas das grandes cidades só, agora come-çam a trajar de luz.

Ainda assim, importa não exorcizar o “espírito” da quadra que, apesar dos pesares e algum desânimo. continua a reinar nos quartéis dos bombeiros do nosso País, onde os presépios e to-dos os outros enfeites entram em cena, sendo que, o que realmente im-porta – a solidariedade e o amor ao próximo – são elementos perenes.

Por estes dias os quartéis já estão decorados a preceito e as festas os convívios natalícios são mais do que

um bom motivo para reunir a família, constituem momentos de reaproxi-mação e de recuperação da energia perdida na voragem de um ano dema-siado exigente.

É devido o maior reconhecimento e um enorme agradecimento às mulhe-res e aos homens que fardam de sol-dados da paz e um tributo à resiliên-cia com que abraçam a causa.

No balanço desta “época de incên-dios”, quase todos fora de época, fi-cam-nos os desabafos de comandan-tes, os relatos emotivos de bombeiros e, também, de dirigentes, as histórias que quem deixou para trás a família e o património para defender pertences de outros. Fizeram o possível e, mui-tas vezes o que parecia o impossível, mas esse esforço titânico não permi-tiu salvar tudo e essa ferida continua por sarar.

Não raras vezes, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, nas suas intervenções públicas fala de um humanismo – “de dimensão, sem di-mensão” – quase inato e talvez seja por isso mesmo que os soldados da paz dispensem o rótulo de heróis.

No decorrer deste mês novembro, no rescaldo de todos os incêndios, até

dos ateados pelas várias polémicas, ouvimos o comandante Adelino Go-mes, dos Voluntários de Constância e a adjunta Sofia Ferreira, de Oliveira de Frades a reconhecer, com genuína humildade, o heroísmo das popula-ções que enfrentaram o inferno, mui-tas vezes sem meios, nem prepara-ção, arriscando tudo até a vida.

Como sói dizer-se os bombeiros

não são melhores que o comum dos cidadãos, mas – certamente – são di-ferentes, e é essa singularidade que pode explicar a forma como servem a nação, indiferentes à forma como, egoisticamente, o País, muitas vezes, se serve deles.

Importa pois valorizar o exemplo que nos chega dos mais de 400 quar-téis de todo o Pais, onde residem o

altruísmo, a generosidade e a grati-dão e, assim sendo, na casa dos bom-beiros de Portugal o Natal acontece todos os dias.

Resta-nos pois desejar um feliz Na-tal aos bombeiros com e sem farda, aos seus familiares e aos associados e beneméritos que vão mantendo acesa a chama do voluntariado.

Sofia Ribeiro

[email protected]

Na casa dos bombeiros o Natal acontece todos os dias

Presépio instalado no quartel dos Bombeiros de Albufeira

Foto

: BV

Albu

feira

Page 3: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

3NOVEMBRO 2017

Que fique claro. Por prin-cípio não estamos de pé atrás, não temos quais-

quer reservas mentais contra nada nem ninguém. Aliás, te-mo-lo dito, estamos disponí-veis como sempre para anali-sar, participar e intervir no de-bate em torno das mudanças que venham a ocorrer no âm-bito da proteção e socorro em Portugal. Temos consciência da história que transportamos, dos princípios que nos foram legados, das obrigações a que nos votamos no presente e da valia que terão todas as mu-danças que permitam proteger e socorrer melhor os nossos concidadãos.

As Resoluções do Conselho de Ministros, já publicadas no Diário da República, e as medi-das anunciada na Assembleia da República, em sede de dis-cussão do Orçamento de Esta-do para 2018, têm-nos susci-tado algumas questões, algu-mas dúvidas, algumas reser-vas até.

Ouvimos falar de mais ele-mentos para os GIPS/GNR, que poderão vir quase a dupli-car em breve, mais guardas florestais, em igual medida, milhões para o ICNF se equi-par com meios, nomeadamen-te viaturas, para combate a incêndios florestais, verbas também significativas para de-signados projetos de preven-ção estrutural de parques ou zonas protegidas e, inclusive, para a criação do denominado programa “Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas”.

Nada temos contra decisões que cabem exclusivamente ao Governo, e das quais apenas a ele caberá dar resposta e pres-tar contas. Contudo, é lícito e justo que nos interroguemos a nós próprios e questionemos quem de direito sobre o que caberá aos bombeiros, seja ao

nível específico das missões e dos meios associados, seja ao nível geral da estratégia, da fi-losofia e da própria mudança paradigma que se pretende construir.

A generalidade das questões que têm sido lançadas pelas entidades oficiais, no fundo, correspondem a muitos dos temas e propostas que a Liga dos Bombeiros Portugueses tem avançado em sede própria e na oportunidade adequada, ou seja, muito antes de as ver-mos agora citadas., nomeada-mente, mais profissionais nas Associações Humanitárias de Bombeiros através da instala-ção e reforço de equipas EIP há muito reclamadas por nós. Ao vê-las retomadas e aponta-das positivamente, à partida, só temos que nos congratular com isso. E, não pondo em causa a bondade e a boa fé de quem agora também as esco-lhe como importantes, até prioritárias, apenas desejamos ver salvaguardada a lógica e o

sentido com que antes foram por nós formuladas. A Direc-ção Nacional de Bombeiros Au-tónoma, Independente com Orçamento Próprio, bem como o Comando Autónomo dos Bombeiros e criação de Zonas Operacionais. Estas propostas, entre muitas outras, foram su-fragadas há muitos anos a esta parte, posteriormente en-tregues ao Governo e até hoje sem resposta.

A nova Lei Orgânica para a ANPC, agora anunciada, que saudamos, será sem dúvida uma boa notícia se for ao en-contro das nossas propostas, e contemple as nossas justas reivindicações. Desde já, rei-teramos a nossa vontade e disponibilidade para participar em todo o processo. Mas, nes-se anúncio oficial, ao defen-der-se a medida com a neces-sidade de melhor adequação dos serviços, nomeadamente, ao combate aos incêndios flo-restais, julgamos tratar-se de uma atitude precipitada e re-

dutora que não poderá alhear--se em circunstância alguma em termos técnicos e opera-cionais do facto desses incên-dios, no caso dos Bombeiros, dizerem apenas respeito a 7 % da sua multidisciplinar ati-vidade. Assim, no tocante aos bombeiros e à lógica que pre-side a todo o universo da pro-teção e socorro importa que a mudança e as alterações as-sociadas se inscrevam num sentido mais lato, ou seja, abrangendo com igual aten-ção e validação todas as res-tantes missões que estão con-fiada aos bombeiros.

Para tal, sublinhe-se, im-porta também ver esclarecida a questão de fundo da susten-tabilidade das missões de pro-teção e socorro, mas também dos meios que é necessário colocar ao serviço das Asso-ciações e outras Entidades Detentoras de Corpos de Bombeiros. Por tudo isso, é necessário e urgente consoli-dar propostas concretas e ob-

jetivas. Temo-las feito, por exemplo, quando reivindica-mos a retoma dos planos de reequipamento, avaliados e propostos a partir da base dis-trital. Importa ainda saber so-bre o que se vai passar no fu-turo ao nível dos apoios do Estado para esse efeito. Há muito que o Orçamento de Es-tado, ao contrário do que se passou durante décadas, dei-xou de participar diretamente no reequipamento dos bom-beiros. Em alternativa, os su-cessivos Governos optaram pelo recurso aos fundos co-munitários, sobre isso nada temos a opor a não ser o facto de todo o processo passar ao lado da Liga dos Bombeiros Portugueses em total desres-peito pela Lei e pelo bom rela-cionamento institucional que se deseja. O Estado passou a reservar-se o direito de cer-cear o acesso às candidaturas e às verbas com pareceres tantas vezes polémicos, fa-zendo de mero crivo cego sem

atender, como tenho dito e re-pito, às necessidades globais justa e devidamente prioriza-dos.

Perante este cenário, cum-pre-nos questionar se foi por estas razões, ou por parte de-las, que a LBP foi afastada das comissões paritárias, por onde devia passar obrigatoriamente a análise de todos os projetos.

É sobre tudo isto que tere-mos que dar continuidade a um profundo e sério debate. Na certeza, porém, de que tudo o que aposte no reforço, na economia, no financiamen-to e na eficácia dos meios con-tará, à partida, com o nosso apoio. Mas, para lá chegar, sublinhe-se, importa definir uma estratégia transparente e séria. Para já, em nosso en-tendimento, o somatório de medidas que vão sendo anun-ciadas, só por si, não são uma estratégia convincente, muito longe disso.

Aguardemos: Como S. Tomé, ver para crer.

Um somatório de medidas não faz uma estratégia

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Page 4: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

4 NOVEMBRO 2017

A Associação Humanitária de Bombeiros Volun-tários de Porto Santo, Região Autónoma da

Madeira, passou a ser o mais recente associado da Liga dos Bombeiros Portugueses, com a for-malização desse pedido, aceite por unanimidade no conselho executivo da confederação realizado em 9 de novembro último.

Os Voluntários de Porto Santo, são uma das dez entidades com bombeiros da Região Autóno-ma da Madeira, três municipais e sete associati-

vas, e eram a única que ainda não era filiada da LBP.

A Associação de Bombeiros de Porto Santo foi criada em 1996 e, um ano depois, surgiu o seu corpo de bombeiros. Ao longo de duas décadas de história estiveram instalados no aeroporto, numa antiga adega e, desde 2015, num novo quartel construído de raiz localizado no parque industrial, na localidade de Farrobo, e próximo do aeroporto.

PORTO SANTO

Nova associada da LBP

O Grupo Mosqueteiros/Inter-marché dá continuidade às

entregas de equipamentos de proteção individual de bombei-ros para combate a incêndios florestais através das suas lo-jas, desta vez, aos Bombeiros Voluntários de Castro Verde.

Este processo de entrega, no total de 500 EPI, iniciou-se em 21 de setembro último no quartel dos Bombeiros Volun-tários de Torres Vedras tendo como objetivo beneficiar 75 corpos de bombeiros nas áreas das lojas do Grupo.

No total, este ano, O Grupo Mosqueteiros/Intermarché dis-tribuiu pelas associações de bombeiros mil EPI. Numa pri-

meira fase, em Agosto, proce-deu-se à distribuição de 500 através do sorteio realizado pela Liga dos Bombeiros Portu-gueses entre as associações e corpos de bombeiros que nun-ca haviam beneficiado dessa oferta. A segunda fase, já refe-rida, está a englobar a distri-buição direta pelo Grupo atra-vés das suas lojas. Para a ob-tenção de uma pequena parte dos recursos necessários à aquisição dos EPI o Grupo pôs à venda nas suas 313 lojas, durante um mês, o livro infan-til “Bombeiro dos Pés à Cabe-ça”.

Recorde-se que, na cerimó-nia simbólica realizada nos Vo-

luntários de Torres Vedras para anunciar o arranque da segun-da fase de ofertas de EPI o presidente da LBP, comandan-te Jaime Marta Soares subli-nhou que “hoje, mais uma vez

– e já lá vão 12 anos de parce-ria com os Mosqueteiros – a Liga dos Bombeiros Portugue-ses é mais uma vez surpreen-dida por um apoio que ultra-passa todas as expectativas”.

INTERMARCHÉ

Novas entregas de EPI

A RFM fez a edição do “Café da Manhã” de 14 de novembro, a partir do Quartel dos Bombeiros

Municipais da Lousã, no âmbito da iniciativa “Visitar é Ajudar”, para que não sejam esquecidas as zonas do país afetadas pelos devastadores incêndios de 15 de outubro.

Entre as 7 e as 10 horas o comandante João Melo dos Municipais da Lousã, Luís Antunes, presidente

da autarquia, bem como alguns bombeiros elemen-tos da sociedade lousanense estiveram à conversa com Nilton, António Raminhos, Pedro Fernandes e Mariana Alvim.

Registe-se que no âmbito desta iniciativa várias equipas desta estação estiveram também, de 13 a 17 novembro nos quartéis dos Voluntários de Abran-tes, Fundão, Oliveira do Hospital e Carregal do Sal.

LOUSÃ

Rádio no quartel

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntá-

rios de Vila Viçosa foi agra-ciada pela Rádio Campaná-rio com uma menção honro-sa em “reconhecimento do seu desempenho ao serviço da população e do Pais”, uma distinção que foi entre-gue aos responsáveis da ins-tituição por Marcelo Rebelo de Sousa, que, no passado dia 3 de novembro, marcou presença na gala do 32.º aniversário desta emissora apostada na pro-moção e valorização da região Alentejo.

Numa noite de festa, também pontuda pe-las emoções, o vice-presidente da associação Inácio Esperança e o comandante do corpo de bombeiros, Nuno Pinheiro, foram convidados ilustres numa gala que reuniu várias indivi-dualidades e representantes de entidades ci-vis e militares, locais e regionais.

A Rádio Campanário – Voz de Vila Viçosa CRL iniciou a sua atividade oficial a 11 de fe-

vereiro de 1986, mas data de novembro de 1985 a primeira emissão, ainda como estação “pirata”. De lá para cá, garantiu audiências, profissionalizou-se, conquistou o Estatuto de Utilidade Pública e afirmou-se na preferência dos ouvintes da zona Sul do País, servindo um público de cerca de 385 mil pessoas nos distri-tos de Évora, Portalegre e Beja, um número a que acrescente o dos seguidores de um abran-gente portal informativo e das emissões onli-ne, em www.radiocampanario.com.

VILA VIÇOSA

PR agracia bombeiros

Page 5: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

5NOVEMBRO 2017

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) che-gou a acordo com os Ministérios da Adminis-tração Interna e do Ambiente sobre a com-

pensação a dar às associações e corpos de bom-beiros pela operação de abastecimento de água ao distrito de Viseu. Essa compensação engloba os motoristas e as viaturas envolvidas nessa ação.

O acordo foi estabelecido após difíceis e comple-xas negociações da LBP com o Governo mas, se-gundo aquela, fica aquém do desejável, apenas pondo cobro à situação insustentável que as asso-ciações e corpos de bombeiros envolvidos estavam a viver.

Nos termos desse acordo, as viaturas com capa-cidade até 15 mil litros recebem 250 euros/dia, as com capacidade entre 15 mil e 25 mil recebem 300 euros/dia, com capacidade entre 25 mil e 30 mil recebem 350 euros/dia e as com capacidade de mais de 30 mil litros recebem 400 euros/dia.

A Base de Apoio Logístico (BAL) de Mangualde é responsável pelo fornecimento de combustível a todas as viaturas envolvidas e pela alimentação dos bombeiros envolvidos.

O acordo conseguido pela LBP só vincula as As-sociações Humanitárias de Bombeiros que deci-dam aderir a ele.

O acordo cobre toda a operação iniciada em 17 de novembro tendo, por isso, efeito retroativo.

A participação das associações e corpos de

bombeiros no processo de abastecimento de água ao distrito de Viseu estava a constituir mais um problema, com que aqueles se estavam a debater já que esse processo não estava a ser acompa-nhada do devido ressarcimento pelos seus custos reais. Dir-se-á que, face às circunstâncias, confor-me a LBP foi chamando a atenção, os bombeiros corriam risco de “afogamento” ao efetuarem o transporte a custo zero, não obstante, essa água ir ser cobrada às populações, ou seja, os benefi-ciários diretos do serviço são entidades que pos-teriormente vendem às populações a água trans-portada.

Conforme o presidente da LBP, comandante Jai-me Marta Soares, referiu o não ressarcimento pelo transporte de água estava a sufocar verda-deiramente as associações, também confrontadas com despesas extraordinárias do combate aos in-cêndios florestais por receber na totalidade e com as dívidas do Ministério da Saúde pelo transporte de doentes.

A LBP defendeu também, desde o início do pro-cesso, que as associações e corpos de bombeiros envolvidos no abastecimento de água às popula-ções deviam ser ressarcidos pelo trabalho presta-do, uma vez que não se trata de uma missão de emergência. E, a fundamentar o seu ponto de vis-ta, sublinhou que o Governo não declarou calami-dade pública para a região afetada, nem o estado

de emergência, nem tão pouco os municípios abrangidos acionaram os respetivos planos muni-cipais de emergência. Logo, sem delongas, não se trata de uma missão de emergência de proteção civil.

A LBP lembrou sempre que os bombeiros estão “envolvidos em disponibilidade total” na operação mas que, ao “não ser definido um valor justo” por essa prestação, era inevitável a acumulação dos prejuízos sentidos pelas associações de bombei-ros voluntários.

A propósito do ressarcimento, a LBP questionou

sobre o tipo de operação que está a ser realizada, tendo em conta que a Autoridade Nacional de Pro-teção Civil “não se dignou informar a LBP do que está em causa”.

No sentido da resolução do problema criado aos bombeiros, a LBP apelou entretanto à ANPC para que, em conjunto, encontrassem um valor justo de compensação às associações e corpos de bom-beiros voluntários pelo serviço prestado, além de sugerir ao Governo que reforçasse o orçamento da Autoridade Nacional de Proteção Civil, caso fosse necessário.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA – ÚLTIMA HORA

LBP garante ressarcimento pelo serviço prestado

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP), à hora do

fecho da presente edição, está reunida com o ministro da Ad-ministração Interna, Eduardo Cabrita, e aguarda a marca-ção da audiência com o minis-tro da Saúde, Adalberto Cam-pos Fernandes.

Nos pedidos de audiência enviados aos dois titulares a LBP questionou-os sobre “o que querem dos e para os bombeiros portugueses”.

Ao solicitar as reuniões, a LBP detalhou previamente o conjunto de temas que se pro-põe debater com os dois res-ponsáveis governamentais.

Na agenda proposta ao MAI a LBP elencou um conjunto de propostas prioritárias sufraga-das no recente Congresso da LBP, a saber, a Direção Nacio-nal de Bombeiros, o Comando

Autónomo dos Bombeiros, a criação de zonas operacionais, a lei do financiamento, a cria-ção de comissões distritais de reequipamento, o Estatuto Social do Bombeiro (Fundo de Proteção Social, Cartão Social do Bombeiro), a negociação do Protocolo de Bases gerais entre ANPC/INEM/LBP, a Dire-tiva Operacional Nacional (Di-retiva Financeira e DECIF), a Diretiva Nacional de proteção e Socorro, as Equipas de In-tervenção Permanente (EIP), o Acordo Coletivo de Trabalho, o licenciamento de veículos - IMT/INEM e a Escola Nacional de Bombeiros.

No caso da reunião com o ministro da Saúde, cuja mar-cação se aguarda, a LBP pre-tende abordar seis temas também prioritários, a saber, a alteração da lei orgânica do

INEM e inclusão de um repre-sentante da LBP no seu conse-lho diretivo, o Protocolo de Bases Gerais ANPC/INEM/LBP, a cobertura total do país com postos de emergência médica (PEM) nas Associações Huma-nitárias de Bombeiros Volun-tários, a criação de um Convé-nio de Transporte de Doentes Não Urgentes, com vista a operacionalizar e sedimentar uma resposta pronta e eficaz no âmbito do SNS, o licencia-mento de veículos de trans-porte de doentes pelo INEM, retirando essa competência ao IMT, e a criação de um gru-po de trabalho com vista a três objetivos: revisão da Por-taria 260/2014, que regula o transporte de doentes não ur-gentes, a revisão do DL 38/1992 e a revisão da carga das ambulâncias.

AUDIÊNCIAS COM MINISTROS

Confederação detalha temas nos pedidos de reunião

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Foto

: LUS

A

O Conselho Executivo (CE) da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em reunião extraordinária, manifestou a sua discor-

dância frontal pela forma e modo como foi feita a escolha e no-meação do novo comandante operacional nacional (CONAC) da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Essa discordância e profunda estranheza fundamenta-se, inclusive, no facto de este comando ter sido sempre ocupado por prestigiados elemen-tos das fileiras dos bombeiros portugueses, o que agora não acontece pela primeira vez.

O CE analisou também os resultados da reunião realizada, dia 30, com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita e

durante a qual tomou conhecimento das intenções do ministro sobre as matérias que vão estar em desenvolvimento num futuro próximo e, onde a LBP vai ser ouvida, como legitima represen-tante dos bombeiros portugueses, nomeadamente quanto às matérias sobre a Diretiva Operacional, envolvendo a Diretiva Fi-nanceira para 2018, sobre a instalação de EIP nas associações humanitárias de bombeiros e, ainda, sobre o modelo organizati-vo da proteção civil.

Na reunião com o MAI, a LBP propôs, e foi aceite, que fosse reativada a Comissão de Análise sobre a criação de Equipas de Intervenção Permanente (EIP), entre a Associação Nacional de

Municípios Portugueses, Autoridade Nacional de Proteção Civil e Liga dos Bombeiros Portugueses, no sentido da priorização da implementação das mesmas.

As matérias das Diretivas Operacional Nacional e Financeira serão objecto de análise entre o Governo e a LBP, conforme ficou acordado com o MAI.

Entretanto, a LBP vai reunir o seu Conselho Nacional, no pró-ximo dia 9 de dezembro, na Associação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários de Santarém, onde estas, e outras matérias, vão estar no centro de debate deste fórum deliberativo e sobera-no entre congressos.

NOMEAÇÃO DO CONAC

Desacordo pela forma e modo como foi feita escolha e nomeação

Page 6: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

6 NOVEMBRO 2017

A passagem dos 50 anos so-bre a ocorrência das inun-dações na Grande Lisboa

foi assinalada pela Reviver Mais – Associação dos Operacionais e Dirigentes dos Bombeiros Portu-gueses, IPSS, numa conferência evocativa organizada em parce-ria com a Câmara Municipal de Loures e a Associação Humani-tária de Bombeiros Voluntários de Loures (AHBVL).

O evento, integrado nas co-memorações dos 15 anos da-quela instituição, teve lugar a 25 de novembro, no Palácio dos Marqueses da Praia e de Mon-forte, mais precisamente na Sala das Sessões da Assem-bleia Municipal de Loures, ven-do-se também consubstanciado numa “homenagem aos bom-beiros de ontem e de sempre”, conforme designado pela orga-nização.

A conferência abrangeu os operacionais e dirigentes das associações e corpos de bom-beiros do distrito de Lisboa, os serviços municipais de Proteção Civil e os autarcas dos conce-lhos atingidos pela intempérie, tendo cabido ao presidente da Direcção da AHBVL, Carlos Mon-serrate, e ao presidente da

Mesa da Assembleia Geral da Reviver Mais, Lourenço Baptis-ta, dar as boas-vindas aos parti-cipantes, que lotaram a sala.

Dividida em duas partes dis-tintas – retrospetiva dos acon-tecimentos verificados na noite de 25 para 26 de novembro de 1967 e abordagem técnico-cien-tífica sobre o risco de inunda-ções e a sua gestão – intervie-ram na ocasião, como oradores convidados, sob a moderação do comandante Moreira Vicente, Ana Paula Assunção, historiado-ra; Duarte Caldeira, presidente do Conselho Diretivo do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil; Rui Alves, chefe do Serviço Municipal de Prote-ção Civil de Loures; e André Fer-nandes, comandante operacio-nal distrital de Lisboa, da Auto-ridade Nacional de Proteção Ci-vil.

A Reviver Mais prestou home-nagem aos bombeiros que in-tervieram nas inundações, al-guns dos quais presentes e des-tacados entre a assistência, em representação dos Quadros de Honra dos respetivos Corpos de Bombeiros, bem como àqueles que perderam a vida nas opera-ções de socorro, por quem foi

REVIVER MAIS

Conferência em Louresrecorda inundações de 1967

No mesmo dia da Conferência Evocativa dos 50 Anos das Inundações na Grande Lis-

boa, a Reviver Mais apresentou ao público dois bilhetes-postais comemorativos, ambos com selo personalizado, executado pelos CTT, alusivo à Casa do Bombeiro.

O primeiro postal tem como tema os 15 anos da fundação da Associação dos Opera-cionais e Dirigentes dos Bombeiros Portugue-ses, enquanto o segundo versa o cinquente-nário das grandes cheias.

As referidas peças filatélicas poderão ser obtidas por colecionadores e demais interes-sados junto do Secretariado da Reviver Mais,

no quartel-sede dos Bombeiros Voluntários Lisbonenses, ou reservadas através do e-mail [email protected].

Selo e postaisassinalam efemérides

guardado um minuto de silên-cio: cadete José António Venân-cio Lourenço e aspirante José Rosa Serra, ambos dos Bombei-ros Voluntários de Bucelas, e ca-dete José Carlos Ramos Basílio, dos Bombeiros Voluntários de Alverca.

“Nesta homenagem ao nosso glorioso passado, perfilamo-nos

como construtores da nossa his-tória futura, exaltando os valo-res do Bombeiros Português, fi-lho de um povo generoso, leal fraterno e solidário. Foi a conju-gação desses valores que per-mitiu, em 1967, fazer frente a horas angustiantes, marcadas pela dor, luto e destruição” – afirmou, na ocasião, o presiden-

Quando perfaz meio século (1967) sobre as cheias que assolaram a região de Lisboa, assi-

nalam-se também 34 anos (1983) após as cheias que invadiram de novo o concelho de Cascais e em particular a sede do concelho.

Neste caso, a conjugação da maré, a forte chuva e os caudais das várias ribeiras que atravessam o

concelho de Cascais deram origem às cheias. Aqui, ao contrário do sucedido em 1967 na região de Lisboa, houve a lamentar apenas a morte de duas pessoas.

As imagens que reproduzimos, da autoria do nosso colega Marques Valentim, dão conta dos es-tragos verificados, inclusive, no então quartel dos

Bombeiros Voluntários de Cascais, contíguos aos paços do concelho e frente ao mar, junto à Praia dos Pescadores.

Quer os paços do concelho, quer o quartel dos bombeiros, como toda a zona baixa da Vila de Cas-cais foram invadidas pelas águas. Alertados pela situação, os bombeiros ainda conseguiram tirar al-

gumas viaturas, mas outras já não foi possível sal-var. Os veículos inutilizados foram entretanto substituídos no ano seguinte por outros, e são pre-cisamente os mesmos que os Voluntários de Cas-cais querem agora substituir e a que o POSEUR negou apoio. Resta-lhes obtê-los através do Orça-mento Participativo, cujo processo ainda decorre.

CASCAIS

Cheias há 34 anos

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

te do Conselho de Administra-ção Executivo da Reviver Mais, Luís Miguel Baptista.

Os trabalhos da conferência foram acompanhados desde o início pelo presidente da Câma-ra Municipal de Loures, Bernar-dino Soares, que interveio na sessão de encerramento.

“Não podemos continuar a

desvalorizar os bombeiros”, que “são, há muitas décadas, um pi-lar essencial da nossa socieda-de, pelo serviço que nos pres-tam, pela segurança que nos trazem”, referiu o edil, alertando para a necessidade de atribui-ção de melhores meios.

Entre outras entidades convi-dadas, marcaram presença na iniciativa o vogal do Conselho Executivo da Liga dos Bombei-ros Portugueses, Rui Rama da Silva, o vice-presidente da Di-recção da Federação de Bom-beiros do Distrito de Lisboa, Rui Silva, o presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação de Comandos dos Bombeiros de Portugal, Miguel Antunes, o pre-sidente da Direcção da Associa-ção de Bombeiros Ultramarinos, comandante Manuel Correia, e representantes do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lis-boa.

Antes da conferência, foi de-posta uma coroa de flores no monumento aos Bombeiros Vo-luntários de Loures, tendo a Re-viver Mais simbolizado nestes todos quantos, há 50 anos, de-monstraram “alta capacidade de socorro, de assistência e de sa-crifício”.

Foto

s: Jo

sé N

eto

Page 7: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

7NOVEMBRO 2017

As várias Resoluções toma-das recentemente pelo Con-

selho de Ministros a propósito da reforma da floresta abun-dam em milhões para outras entidades mas são totalmente omissas em relação aos bom-beiros.

No total, essas resoluções ul-trapassam os 23 milhões de eu-ros, cabendo a parte de “leão” ao Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) com mais de 16 milhões. Neste caso, a verba distribui-se por 2018 e 2019, cabendo em cada ano mais de 8 milhões, para “a aquisição de veículos para a constituição e reequipamento de equipas de sapadores flores-tais, de vigilantes da natureza, do corpo nacional de agentes florestais e de coordenadores de prevenção estrutural”.

Segue-se o programa “Volun-tariado Jovem para a Natureza e Florestas” cuja gestão e ava-liação ficam a cargo do Instituto Português do Desporto e Juven-tude (IPDJ). Para esta ação o Governo atribui 1,5 milhões de euros que deverão ser suporta-dos, meio milhão, em partes

iguais, pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e pelo IPDJ e os restantes 500 mil, também em partes iguais, en-tre o Fundo Florestal Perma-nente e o Fundo Ambiental.

Nova Resolução, com novas dotações, divididas entre os projetos de restauro e preven-ção estrutural dos Parques Na-turais do Douro Internacional, de Montesinho, do Tejo Interna-cional e do Monumento Natural das Portas de Ródão, e da Re-serva Natural da Serra da Mal-cata.

Para o Douro Internacional estão garantidos 875 mil euros destinados a adquirir mais uma viatura e a contratar uma equi-pa de cinco elementos do Corpo Nacional de Agentes Florestais bem como suportar ações de prevenção e vigilância, campa-nha de sensibilização para boas práticas silvopastoris, campos de alimentação de aves necró-fagas e restauro e conservação de habitats prioritários perdidos de azinhais e zimbrais.

Para o Parque de Montesinho a verba prevista ultrapassa 1,3 milhões de euros, destinados à

contratação de duas equipas de agentes florestais, adquirir mais uma viatura e respetivo equipamento, garantir a pre-venção e vigilância, o restauro, conservação e gestão de áreas florestais, valorização do habi-

REFORMA DA FLORESTA

Muitos milhões mas sem falar em bombeiros

tat do lobo ibérico, e sensibili-zação relativa a boas práticas silvopastoris.

Segue-se o Parque do Tejo Internacional. Aqui, a verba prevista é também superior a 1,3 milhões, destinados tam-bém a uma equipa de agentes florestais, respetiva viatura, prevenção e vigilância, recon-versão de áreas de eucaliptais

abandonados, restauro e con-servação de habitats prioritá-rios perdidos de azinhais e zim-brais e também alimentação de aves necrófagas.

Na Reserva Natural da Serra da Malcata estão previstos gas-tar 416.800 euros distribuídos, por nova equipa de agentes e respetiva viatura, prevenção e vigilância, arborização e rear-

borização com espécies autóc-tones, modernização dos vivei-ros florestais para esse tipo de espécies, controlo e erradicação de espécies exóticas invasoras e sensibilização para boas práti-cas silvopastoris.

Grande parte das verbas pre-vistas será também provenien-te do Fundo Ambiental e do PO-SEUR.

A Associação Humanitária de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal aguarda a decisão da

juíza do Tribunal do Barreiro após o recurso apre-sentado naquela instância no sentido da homolo-gação do Plano Especial de Revitalização (PER) em apreciação.

Neste momento, os Bombeiros do Seixal aguar-dam com expectativa o desfecho do PER conforta-dos com os apoios recebidos.

Recorde-se que no dia da apresentação do re-curso os Bombeiros do Seixal realizaram uma concentração frente ao tribunal para também elu-cidar as próprias populações sobre a situação vivi-da, estando em causa um processo judicial que implica mais de sete milhões de euros em dívida.

O Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, o presidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, o vice-presidente da Federação de Bom-beiros do Distrito de Setúbal, João Filipe Ludovico,

fizeram questão de estar presentes em solidarie-dade para com os bombeiros e também para com as populações por eles servidas. No local estive-ram também presentes muitos bombeiros do Sei-xal, o presidente da direção, comandante António Matos, o comandante do corpo de bombeiros e presidente da Federação, comandante José Rai-mundo e muitos elementos de comando e dirigen-tes de outras associações de bombeiros do distri-to.

Entretanto, a entidade bancária que havia difi-cultado o desfecho positivo do processo acabou por rever a sua posição, declarou que para que o referido PER fosse homologado judicialmente de-sistia de cobrar a totalidade da dívida da associa-ção doando o valor em causa a esta. Assim, o banco prescindiu dos créditos reconhecidos no processo e consequentemente desistiu do pedido formulado em tribunal de não homologação do Plano.

SEIXAL

Associação aguardadecisão da juíza

Page 8: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

8 NOVEMBRO 2017

pressionante. Por todo o lado havia lama, lares desfeitos, car-ros arrastados e muitos mortos, cujo número apurado parece ter ultrapassado os 400, con-trariamente ao noticiado pela imprensa, sob pressão da cen-sura.

O concelho de Loures foi um dos mais atingidos, nomeada-mente nas zonas degradadas da ribeira de Odivelas e do rio Trancão.

Um dos testemunhos mais preciosos sobre o assunto está vertido no relatório de ocorrên-cia das inundações, da respon-sabilidade do então comandan-te dos Bombeiros Voluntários de Odivelas (BVO), Fernando de Oliveira Aleixo, o qual não só dá ideia da dimensão da tragédia como revela as dificuldades e as condições macabras em que se processou a intervenção das equipas de resgate, situação transversal a outras regiões

Na noite de 25 para 26 de Novembro de 1967, os bombeiros da Grande Lis-

boa viveram horas amargas du-rante as graves inundações que assolaram o território e foram protagonistas de actos de he-roísmo no salvamento de vidas e bens.

Na ocasião, todos os bombei-ros e todas as viaturas disponí-veis pareceram ser insuficientes para dar resposta aos inúmeros pedidos de auxílio, provenien-tes de populações em perigo. Como se não bastassem os es-tragos em habitações e noutros espaços de primordial impor-tância, houve quartéis de bom-beiros que de igual modo sofre-ram prejuízos, devido à com-plexidade da sua localização geográfica. Também muito ma-terial ficou danificado, enquan-

to outro foi perdido na enxurra-da. Todavia, a perda mais irre-parável teve a ver com a morte de três voluntários envolvidos nas operações de socorro, víti-mas da sua coragem e abnega-ção:

José António Lourenço Ve-nâncio, cadete dos Bombeiros Voluntários de Bucelas (encon-trado em 15 de Janeiro de 1968); José Rosa Serra, aspi-rante dos Bombeiros Voluntá-rios de Bucelas (encontrado no dia 22 de Dezembro de 1967); e José Carlos Ramos Basílio, ca-dete dos Bombeiros Voluntários de Alverca (encontrado em 28 de Novembro de 1967).

O rasto de destruição deixa-do pela chuva torrencial, que tudo inundou na sua passagem – por falta de condições de es-coamento dos solos, em resul-tado de vicissitudes da ocupa-ção urbana – converteu a re-gião de Lisboa num cenário im-

atingidas. Os salvamentos fo-ram efectuados pelos bombei-ros com risco da própria vida, inclusive “a nado e às escuras” e “por meio de espia”, sendo louvados, colectivamente, pela entidade tutelar, o Conselho Nacional dos Serviços de Incên-dios, que ao reconhecer o “zelo, dedicação e espírito de sacrifí-cio” considerou, ainda, terem os mesmos contribuído para “reduzir as consequências do temporal”.

“Às 23,40 estava consumada a grande catástrofe com todas as estradas cortadas para Odi-velas, e centenas de pessoas a gritar pedindo para as salvar”, refere o relatório dos BVO, que também dá conta, entre outros pormenores, do facto de os bombeiros terem salvo “25 pes-soas entre adultos e crianças com o auxilio de escadas de molas e de cima do telhado dum prédio de 1.º andar e cer-ca de 25 pessoas de cima de barracas e árvores”.~

Durante “a noite que a chuva matou” – título adoptado por “O Século Ilustrado” para a capa da sua edição de 2 de Dezem-bro de 1967 – o quartel dos “soldados da paz” viu-se con-vertido num enorme corrupio, devido à inexistência de in-fraestruturas seguras.

“Às 0,40 horas começou a chegar ao meu Quartel os sal-vados, quase todos em trajos menores, os quais em principio começaram a ser vestidos com roupas dos nossos voluntários e a quem foram prestados os pri-meiros socorros”, descreve o comandante Fernando Aleixo, adiantando: “Às 4,00 horas da madrugada do dia 26, começa-ram a chegar cadáveres de ho-mens, mulheres e crianças, que ficaram depositados no nosso Quartel”, que “por não terem para onde ir, estas pessoas fica-ram alojadas na nossa camara-ta e em macas no parque de viaturas, onde se fez uma divi-são entre os vivos e os mortos.”

“Humanidade sem limites”

A solidariedade dos bombei-ros foi ainda extensível ao for-necimento de refeições à popu-lação afectada, tarefa garantida por elementos do Corpo Auxiliar Feminino, que para o efeito im-provisaram uma cozinha nas instalações do quartel.

“No dia 26 com receio de epi-demia motivada pela perma-nência dos cadáveres dentro do Quartel, pedi aos Serviços da Assistência para junto da Direc-ção Geral de Saúde providen-ciarem as medidas de seguran-

Liga dos Bombeiros Portugueses

EDITAL

Eleição Comissão Coordenadora Nacional da Juvebombeiro

Eu, Jaime Carlos Marta Soares, Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, faço saber que de acordo com o exposto na alínea a) do nº 1 do Artigo 2, do Regulamento Eleitoral da Juvebombeiro, aprovado em 13 de dezembro de 2014 pelo Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses, declaro aberto o processo eleitoral para os Órgãos da Comissão Coordenadora Nacional da Juvebombeiro com efeitos a partir do dia imediato ao da publicação deste EDITAL. Para dar cumprimento, ao estipulado no parágrafo anterior, estipulam-se os seguintes prazos:

Entrega de Candidaturas: Do dia da publicação do edital até dia 31 de Dezembro de 2017

Apreciação: De 01 a 05 de Janeiro de 2018

Comunicação de Rejeição: De 06 a 08 de Janeiro de 2018

Reformulação: Até 5 dias após comunicação de rejeição

Divulgação de Candidaturas: Dia 06 a 19 de Janeiro de 2018

Ato Eleitoral: 20 de Janeiro de 2018 - 15h00 - Sede da LBP

Os candidatos, deverão formalizar a sua candidatura, conforme estipulado nos prazos acima referidos, enviando os nomes completos e os cargos a que se candidatam, assim como, o Plano Estratégico de Ação para o mandato para o seguinte correio eletrónico: [email protected]. Nota: A formalização da candidatura não dispensa a consulta do Regulamento da Juvebombeiro e Regulamento Eleitoral da Juvebombeiro. Lisboa, 13 de Novembro de 2017

A BEM DA HUMANIDADE

O Presidente do Conselho Executivo

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

De 25 para 26 de Novembro de 1967

“Os bombeiros não fraquejaram um só momento”ça, o que foi prontamente aten-dido, tendo no dia 27 a Direcção Geral de Saúde enviado pessoal e material que no nosso Quartel começaram a dar as vacinas”, regista o comandante dos BVO, no relatório de ocorrência das inundações.

Entre os corpos de bombeiros que nos dias subsequentes à tragédia acorreram em auxílio dos Voluntários de Odivelas, apoiando na remoção de terras, viaturas, animais mortos e pes-quisas de sinistrados, estiveram os Lisbonenses, reforçando es-tes os primeiros, entre os dias 1

e 4 de Dezembro, com 20 ho-mens e procedido à vacinação da população, disponibilizando o seu Posto de Socorros Móvel.

Conforme veio a ser escrito no “Boletim da Liga dos Bom-beiros Portugueses”, “os bom-beiros não fraquejaram um só momento. Obraram prodígios e foram, acima de tudo, duma humanidade sem limites”.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

Um dos momentos da penosa e desgastante acção dos bombeiros

Capa do “Boletim da Liga dos Bombeiros Portugueses”, de Janeiro e Fevereiro de 1968, alusiva às inundações do ano anterior

Page 9: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

9NOVEMBRO 2017

O anúncio, feito pelo mi-nistro da Administração Interna, Eduardo Cabri-

ta, da revisão da lei orgânica da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) no pri-meiro trimestre do próximo ano, deixou a Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP) sa-tisfeita com a decisão, mas suscita-lhe reservas tendo em conta que se desconhecem os termos precisos em que essa revisão vai ser elaborada.

O presidente da LBP, coman-dante Jaime Marta Soares, não deixou de se congratular com a novidade, já que “foi uma das nossas reivindicações”, adian-tando que relativamente a ou-tras questões “tudo aquilo que o Governo está a querer fazer em termos de planeamento e prevenção foi “tudo o que a LBP defendeu”. A propósito, o presidente da LBP lembra que a revisão da lei é uma das me-didas há muito preconizadas pela LBP e que só surtirão efei-to se pensadas, analisadas e decididas em conjunto e em articulação com os bombeiros. “Mal será que eles não sejam ouvidos nesse processo” subli-nha o comandante Jaime Marta Soares, “da mesma forma que não passa pela cabeça de nin-guém fazer uma revisão da

saúde sem falar com os médi-cos ou da educação sem ouvir os professores”.

O ministro da Administração Interna anunciou a revisão da lei orgânica da ANPC durante a posse do novo presidente da-quela entidade, tenente-gene-ral Carlos Manuel Mourato Nu-nes.

O antigo comandante geral da Guarda Nacional Republica-na (GNR) ocupa o novo cargo aos 71 anos, 11 depois de se ter aposentado, facto que obri-gou o Ministério das Finanças a emitir um despacho contor-nando a lei que impede o de-sempenho de administração pública após os 70 anos de ida-de.

O anúncio da indigitação de Mourato Nunes para presiden-te da ANPC foi feito apenas 24 horas antes de o tenente-ge-neral ter sido ouvido pela Co-missão Nacional de Proteção Civil.

Essa situação suscitou, des-de logo, o reparo do presidente da LBP, não pondo em causa a personalidade em causa, mas os termos em que foi anuncia-do. “Gostaríamos de ter ouvido as ideias do general Mourato Nunes antes de ser indigitado” explicou o comandante Jaime Marta Soares.

O presidente da LBP não deixou de lembrar que “o cur-rículo do tenente-general é in-vejável” advertindo, contudo, estar-se “a falar do futuro, e o futuro será com novas ideias, e uma preparação adequada”. Em princípio, “repito, não está em causa o senhor general” mas sim uma prática “que não é correta nem respeitadora” que não se compagina com a “convocatória para uma audi-ção para discutir o perfil e as políticas para o setor e 24 ho-ras antes já está um cidadão indigitado”.

Mourato Nunes, que sucede ao coronel Joaquim Leitão, li-cenciou-se já no Exército, em Ciências Militares e Engenha-ria Geográfica, frequentou o Instituto de Altos Estudos Mili-tares, onde concluiu o curso de oficial general e o curso ge-ral de comando e estado--maior. Foi diretor do Instituto Geográfico do Exército (de 1993 a 1999) e presidente do Instituto Geográfico Português (2002/03), altura em que foi promovido a tenente-general. Assumiu então as funções de comandante-geral da Guarda Nacional Republicana até 2008. “Amanhã deixarei de ser o vosso comandante, no en-tanto vós sereis para sempre

os meus soldados”, disse en-tão Mourato Nunes aos milita-res na despedida, na Praça do Império.

Já na reserva, Mourato Nu-nes foi secretário-geral do Se-cretariado para a Cooperação entre os Países de Língua Por-tuguesa em matéria de Segu-rança Pública (2008 a 2010), presidiu ao Conselho Coorde-nador de Cartografia e foi dire-tor-geral do Instituto Geográ-fico Português (2010/12). An-tes da posse como presidente da ANPC era consultor de se-gurança e defesa.

Relativamente à intervenção de Mourato Nunes no seu ato de posse, o presidente da LBP lamentou que aquele se tenha esquecido de falar da Escola Nacional de Bombeiros, de que a LBP é sócia em paridade com a ANPC, e da função de coor-denação que a ANPC deve de-sempenhar. Para o comandan-te Jaime Marta Soares a fun-ção da ANPC é inequivoca-mente a de “coordenar e não comandar”.

Entretanto, já no fecho des-ta edição, foram indigitados o coronel António Paixão para Comandante Nacional Opera-cional (CONAC) e de Patrícia Gaspar para, e 2.º CONAC.

Registe-se que António Pai-

xão é licenciado em Estudos de Segurança e foi voluntário no Exército português a partir de 1981. Em 1987 ingressou no Curso de Formação de Ofi-ciais da Guarda Nacional Re-publicana e em 1993 assumiu o Comando do Batalhão de Operações Especiais. Integrou os contingentes da GNR desta-cados para Timor-Leste e, na qualidade de Oficial de Ligação da GNR, fez parte da Comissão de Segurança do Euro 2004. Entre 2004 e 2007 assumiu as funções de Comandante do Grupo de Intervenção de Pro-teção e Socorro da GNR (GIPS). Entre 2011 e 2015 foi Oficial de Segurança da As-sembleia da República. Desde 2015 que António Paixão é Co-mandante do Comando Terri-torial de Lisboa da GNR.

Patrícia Gaspar é licenciada em Relações Internacionais e serviu na Marinha portuguesa entre 1996 e 2000, ano em que ingressou nos quadros do ex-Serviço Nacional de Prote-ção Civil, atual Autoridade Na-cional de Proteção Civil. De-sempenhou funções no Gabi-nete de Relações Internacio-nais entre 2000 e 2007 e foi adjunta de Operações Nacio-nal entre 2007 e 2013, ano em que foi nomeada Comandante

Operacional Distrital de Setú-bal, cargo desempenhado até janeiro de 2017, data em que regressa às funções de Adjun-ta de Operações Nacional, ten-do desempenhado um papel preponderante na comunica-ção após os incêndios de Pe-drógão, que lhe conferiram enorme exposição e notorie-dade. A 2.ª CONAC é perita certificada no âmbito do Meca-nismo de Proteção Civil da União Europeia e das Nações Unidas, tendo já participado em duas missões internacio-nais ao abrigo destes mecanis-mos e em outras missões de âmbito bilateral.

Em declarações aos órgãos de comunicação social o presi-dente da Liga dos Bombeiros Portugueses lamentou a esco-lha de um coronel da GNR, sustentando que a estrutura está ser “militarizada”.

“Assumo frontalmente, en-quanto presidente da LBP, que o Governo não está a ter o respeito institucional que deve ter. O Governo e a ANPC não têm tropas, são da sociedade civil, das associações humani-tárias de bombeiros e câmara municipais, a ANPC só tem ge-nerais e coronéis. Estão a mili-tarizar uma estrutura”, disse Jaime Marta Soares.

POSSE DO PRESIDENTE DA ANPC

Nova lei orgânica satisfaz LBP mas suscita reservas

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) entregou re-centemente 22 viaturas médicas de emergência e reanimação

(VMER) a 21 unidades hospitalares. A cerimónia, que decorreu no Hospital Amadora – Sintra, foi pre-

sidida pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, e contou com a presença do presidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, e do presi-dente do INEM, Luís Meira.

Há um ano, o INEM procedeu à substituição de 20 VMER em todo o país, comprometendo-se a renovar as restantes 24 viaturas, pro-cesso que agora ficará praticamente concluído.

O Despacho n.º 3350/2017 de 20 de abril de 2017 veio definir um novo modelo de aquisição e gestão da frota VMER para respon-der à necessidade de aquisição e substituição célere destes veícu-los, assegurando assim maior qualidade nos serviços prestados aos utentes, maior segurança dos profissionais e dos utilizadores da via pública, e uma melhor gestão do parque VMER do INEM.

De acordo com este novo modelo, passam a ser as unidades de saúde a efectuar directamente a aquisição das viaturas, como passou também a ser com as associações e corpos de bombeiros.

Passou a caber ao INEM subsidiar a compra e coordenar toda a ati-vidade de gestão e operação conjunta das VMER.

Aos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde cabe assegurar a tramitação dos procedimentos de aquisição, centralizando o processo em nome dos hospitais.

A propriedade das VMER passa a ser dos hospitais, que devem as-segurar a sua manutenção, incluindo a contratação de seguros e es-tado de operacionalidade permanente.

A rede de VMER do INEM encontra-se atualmente estabilizada e implementada em todo o território continental, com 44 viaturas em funcionamento, 14 no norte do país, dez no centro, e 20 no sul, 17 das quais na região de Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo e três na re-gião do Algarve.

INEM

Parque de viaturas VMER renovado

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 10: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

10 NOVEMBRO 2017

No artigo deste mês, vamos escrever sobre uma situação que afeta todos os bombeiros,

a qualidade e quantidade do sono, que, como se vai verificar, tem implicações diretas em muitas outras condições. O sono insuficiente prejudica uma série de funções específicas, tais como o bem-estar físico e mental e a qualidade de vida de um indivíduo.

No universo dos bombeiros, no que concerne ao sono, existem duas realidades distintas; a dos bombeiros voluntários, que cumprem um pi-quete noturno e depois têm de cumprir, no seu local de trabalho, o seu horário normal e a reali-dade dos bombeiros profissionais, que têm tra-balho por turnos rotativos. Para os bombeiros profissionais que trabalham neste tipo de regime existem recomendações gerais, sobre o trabalho por turnos, além das referidas neste artigo, que podem ser aplicadas.

O sono é um processo complexo, que ocorre diariamente no ser humano sem o qual não é possível viver. Gastamos cerca de um terço da nossa vida a dormir, pois durante o sono ocor-rem mecanismos de conservação de energia, re-paração e regeneração do corpo, que vão pro-porcionar uma sensação de bem-estar psicológi-co.

Temos bem presente que na realidade dos

bombeiros é difícil cumprir as recomendações existentes para a população em geral. O ponto fulcral é o de os serviços terem de ser assegura-dos. No entanto, sabemos que existem noites difíceis, com muito trabalho e pouco sono, noites sem descanso nenhum. Algumas vezes tem-se o bónus de ser uma noite descansada.

Existem diversas realidades dentro dos corpos de bombeiros, pelo que as recomendações que se apresentam infra procuram ir ao encontro das respetivas necessidades.

Assim, e tendo presente que o ser humano precisa, em média de 7-8 horas de sono por noi-te, recomenda-se o seguinte:

• Procurar, fora dos dias de serviço, manter uma rotina no descanso;

• Dormir, quando possível, uma sesta duran-te o dia (a meio da tarde e limitada a 30-60 mi-nutos no máximo);

• Reduzir o consumo de café, chá ou refrige-rantes com cafeína durante a tarde e à noite;

• Evitar ingerir álcool e tabaco antes de dor-mir, pois apesar de não inibir diretamente na ca-pacidade de adormecer, pode causar distúrbios durante o sono;

• Após trabalhar no turno da noite, é normal que mesmo depois de ter dormido na manhã se-guinte, acorde com sono e permaneça um pouco mais cansado, mas mantenha-se ativo que essa sensação vai desaparecendo ao longo do dia;

• Quando realiza o turno noturno, deve pre-parar-se antecipadamente e dormir pelo menos

três horas antes de iniciar o trabalho, o que o vai ajudar a manter-se acordado e ativo durante o seu turno;

• Implementar uma estratégia que promova o relaxamento, após a prática de algum tipo de atividade física;

• Evitar, na cama/camarata a utilização de smartphones e tablets;

• É importante que a climatização do quarto/camarata, nos dias mais quentes ou mais frios ajude a tornar o ambiente mais confortável;

• Evitar criar ruídos e perturbar o descanso dos colegas já que a camarata deve ser associa-da a um local de descanso;

• Evitar, após alguma ocorrência que qual-quer reflexão sobre o sucedido seja feita na ca-marata.

Estes são apenas alguns exemplos, pelo que podem existir outras estratégias que sejam igualmente eficazes. Assim, gostaríamos de re-ceber a partilha das vossas experiências sobre este tema, de forma a potenciar a aprendizagem conjunta.

Para mais informações ou esclarecimentos, contacte a Divisão de Segurança, Saúde e Esta-tuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico [email protected].

Vamos descansar, com qualidade!

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

O Dia Municipal do Bombeiro de Cascais decorreu este

ano no Estoril e incluiu a inau-guração de cinco novas viaturas dedicadas ao transporte de doentes (VDTD) oferecidas às cinco associações de bombeiros do concelho pela Câmara Muni-cipal de Cascais. A cerimónia contou com a presença do se-cretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves e da nova coordenadora da proteção civil municipal, Maria do Céu Garcia.

Do programa, além da apre-sentação das viaturas, constou também a promoção de 14 dos estagiários a bombeiros de 3.ª inseridos na recruta conjunta do concelho de Cascais 2016/2017. Os novos bombeiros promovi-dos na cerimónia integram os Voluntários de Cascais, Erica Firmino, Jéssica Santos, Pedro Oliveira, Miguel Ângelo Pereira e Sara Conceição, os Voluntários do Estoril, Matheus Morais, Mar-

ta Sequeira, Jorge Pinto e Leo-nardo Rocha, e os Bombeiros de Parede, Pedro Calvão, Vanessa Capote, Gaspar Coutinho, João Querido e Pedro Afonso.

Na ocasião decorreu também a promoção a 2.ª dos bombei-ros, de Cascais, Pedro Gonçal-ves, Miguel Simões, Alina Tatia-na Oliveira, João Soares, Gon-çalo Rodrigues, Luis Costa e So-raia Rodrigues, e da Parede, Rui Gonçalves, Tânia Strecht, André Ferreira, Diogo Vieira, Gonçalo Marques, Nuno José, Yevhen

Humennyy, José Pedro Duarte, Luis Carvalho e Vitor António.

As cinco associações de bom-beiros voluntários do concelho de Cascais mantêm com a Câ-mara Municipal vários protoco-los que dizem respeito às des-pesas de manutenção das insti-tuições e investimentos, aos pi-quetes aos dias úteis no período diurno nos cinco quartéis e tam-bém dizem respeito ao trans-porte adaptado de munícipes com mobilidade reduzida pelo qual a Autarquia paga um valor

acordado e garante periodica-mente a oferta de viaturas adaptadas para o efeito.

Diariamente, as cinco asso-ciações de bombeiros garantem o transporte de uma centena de pessoas no âmbito deste proto-colo, dentro do concelho mas também para fora dele.

Na oportunidade, o presiden-te da Câmara, Carlos Carreiras, referiu-se às enormes vanta-gens comuns de todos os proto-colos para benefício do bem-es-tar e da segurança dos muníci-

pes. Fez também um balanço da solidariedade havida da parte da população de Cascais e da própria Câmara para com os ci-dadãos dos concelhos fustiga-dos pelos incêndios florestais deste ano e sublinhou o papel fundamental que os bombeiros do concelho desempenharam na logística de toda essa operação repetida várias vezes nos últi-mos meses.

O secretário de Estado da Proteção Civil, por seu turno, congratulou-se com o trabalho

desenvolvido entre a Câmara de Cascais e os bombeiros do con-celho e abordou em traços lar-gos as mudanças que o Governo preconiza para o setor da Prote-ção Civil.

A cerimónia contou ainda com as presenças, do presidente da Assembleia Municipal, Pedro Mota Soares, do diretor nacional de bombeiros da Autoridade Na-cional da Proteção Civil (ANPC), do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Rui Rama da Silva, do vice-pre-sidente da Federação de Bom-beiros do Distrito de Lisboa, co-mandante Joaquim Vicente, do segundo comandante distrital da ANPC, Hugo Santos, presi-dentes de juntas de freguesia, outros autarcas e todos os pre-sidentes, outros dirigentes, co-mandantes e restantes elemen-tos dos comandos das associa-ções de bombeiros do concelho e ainda muitos elementos dos seus quadros de honra.

CASCAIS

Novas VDTD em dia municipal

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 11: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

11NOVEMBRO 2017

O Município de Aljustrel, em conjunto com um gru-po organizado de voluntários, ofereceu aos Bom-

beiros locais uma ambulância de socorro cuja aquisi-ção importou em 60 mil euros.

A autarquia comparticipou a aquisição com 50 mil

euros, e os restantes 10 mil euros foram angariados através de iniciativas promovidas pelo “Grupo de Vo-luntários do Monte da Minhota”.

A Câmara Municipal de Aljustrel reconhece que a associação tem-se “debatido, nos últimos anos, com

dificuldades financeiras que condicionam, em larga medida, a meritória ação do seu corpo de bombei-ros” motivo de sobre para “esta campanha se reves-te de grande importância e se constitui como um exemplo a seguir no futuro”.

O presidente da Autarquia, Nelson Brito, a propó-sito, enalteceu o esforço da sociedade civil que tra-balhou durante três anos para angariar os 10 mil euros que reforçaram o apoio municipal para a com-pra da ambulância..

ALJUSTREL

Câmara e voluntários oferecem ambulância

A Câmara Municipal de Cas-cais, através do Orçamento

Participativo, suportou os custos de substituição das coberturas do quartel e áreas sociais da As-sociação Humanitária de Bom-beiros de Parede “Amadeu Duar-te” concluída recentemente.

A obra, acrescida da instalação de painéis solares, implicou um investimento de 300 mil euros. Associado a ela, a instituição mon-tou ainda uma cobertura da piscina para manutenção da tempera-tura da água e um novo sistema de aquecimento com caldeiras.

No caso das coberturas tratou-se da substituição das placas de fibrocimento com amianto montadas há várias décadas em toda a extensão do quartel e para cuja remoção a Associação já tinha ten-tado por outros meios obter apoios mas sem sucesso.

A conclusão das obras foi assinalada com a presença do presi-dente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, numa vi-sita às instalações, em que foi acompanhado pelos órgãos sociais, pelo comando e por diversos bombeiros.

PAREDE

Autarquia apoia nova cobertura

As nove corporações de bombeiros de Sintra vão re-

ceber novas viaturas, equipa-mentos de proteção individual e câmaras portáteis de deteção térmica para combate a incên-dios, até dois milhões de euros, segundo uma proposta aprova-da pelo Executivo da Câmara Municipal de Sintra.

Segundo a proposta, vão ser disponibilizados aos bombeiros até dois milhões de euros, dos quais, 1,9 milhões pela socie-dade Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML), enquanto a Au-tarquia e a fundação Cultursin-tra assumem 50 mil euros cada.

Segundo o presidente da Câ-mara de Sintra, Basílio Horta, a verba destina-se à aquisição de “um autotanque de 3.500 litros para cada uma das corpora-ções, que custarão 1,4 milhões de euros” e em equipamentos de proteção individual, no total 540 mil euros.

O autarca acrescentou que está prevista também a obten-

ção de “câmaras térmicas” no montante de cerca de 60 mil euros para todos os corpos de bombeiros já que, neste mo-mento, apenas os Bombeiros de Algueirão-Mem Martins já dispõem deste equipamento.

“Isto denota uma grande li-gação entre a câmara e a PSML, que trabalham em con-junto para o mesmo fim, nos bombeiros, na cultura e no des-porto”, salientou o presidente da autarquia, adiantando que este financiamento acresce “ao apoio anual da câmara aos

bombeiros de dois milhões de euros”.

“A PSML acha que deve fazer este esforço porque a preserva-ção do património passa tam-bém pela luta contra os incên-dios”, vincou Manuel Baptista, responsável da fundação, consi-derando que “a defesa da Paisa-gem Cultural, a defesa do patri-mónio [classificado] da UNESCO justifica o esforço”.

O dirigente da PSML, socieda-de criada em 2000 para a ges-tão dos monumentos e parques históricos de Sintra, sublinhou

que a defesa contra incêndios também passa pela prevenção, com a limpeza das matas e de áreas florestais da serra a cargo da empresa de capitais públi-cos.

“Já temos uma câmara térmi-ca, instalada no alto do Palácio da Pena, no âmbito de uma cola-boração com a Câmara de Sin-tra, que faz a vigilância contra incêndios num raio de ação de 15 quilómetros”, adiantou Ma-nuel Batista.

A aquisição das viaturas de bombeiros previstas é justifica-da pela Câmara de Sintra com o facto “de muitos dos veículos de combate a incêndios carecerem de substituição atendendo à ida-de, quilometragem e surgimento de tecnologias mais eficientes”.

O protocolo que corporiza os investimentos anunciados vai ser assinado com as corpora-ções de bombeiros de Agualva--Cacém, Algueirão-Mem Mar-tins, Almoçageme, Belas, Cola-res, Montelavar, Queluz, São Pedro de Sintra e Sintra.

SINTRA

Aprovados apoios municipaisFo

to: M

arqu

es V

alen

tim

Maria Joaquina Gomes ofertou uma am-bulância à Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários do Concelho de Óbi-dos, como forma de agradecimento pelos serviços prestados pela instituição que lhe assegura, periodicamente, o transporte para o Centro de Hemodiálise das Gaeiras.

Em comunicado os Bombeiros do Óbidos assinalam que a benemérita “durante um período significativo de tempo foi transpor-tada pelo subchefe do Quadro de Honra, Adelino Lopes, que sempre prestou um serviço de excelência, manifestando aten-ção, consideração, compreensão, estima e

solidariedade, face aos constrangimentos de saúde”, uma postura que mereceu reco-nhecimento.

Quando Maria Joaquina Gomes manifes-tou a intenção de contribuir para a renova-ção do parque de viaturas, a associação deu conta da necessidade de adquirir uma ambulância com características que permi-tissem o acesso aos centros históricos do concelho e em particular ao interior das muralhas da vila. Esta amiga dos bombei-ros não regateou custos e, para além do veículo, fez questão de oferecer, ainda, “to-dos os equipamentos e materiais que uma ambulância de socorro legalmente carece”.

Este gesto tocou os bombeiros que não só fizeram questão agradecer publicamente “a amabilidade, generosidade e o altruís-mo”, como decidiram agraciar Maria Joaqui-na Gomes com título de sócia benemérita numa cerimónia testemunhada represen-tantes das juntas de freguesia do concelho e da Câmara municipal , comandante da GNR de Óbidos, chefe dos escuteiros de Óbidos, delegada de Saúde de Óbidos.

“A Associação Humanitária dos Bombei-ros Voluntários do Concelho de Óbidos, ma-nifesta um sentido e muito sincero agrade-cimento à Sra. Maria Joaquina Gomes, pela nobreza do gesto tido para com a Associa-ção, e por consequência, para com os cida-dãos que possam ter necessidade de serem assistidos pelos recursos afetos à ambulân-cia”, sublinha fonte da instituição.

Com o firme propósito de garantir mais e melhores condições aos operacionais que servem a causa, a Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários de Estremoz investiu mais de 18 mil euros em trabalhos de remodelação dos balneários e vestuários masculinos que incluíram a modernização do sistema das redes de água e esgoto.

Em comunicado o presidente da direção da instituição, José Ca-pitão Pardal, assinala que esta intervenção foi “totalmente supor-tada por capitais próprios desta associação”.

ESTREMOZ

Quartel recebe melhoramentos

ÓBIDOS

Benemérita reconhece premeia de excelência

Page 12: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

12 NOVEMBRO 2017

O corpo de Bombeiros Mu-nicipais do Gavião preser-va a génese voluntária

que há 70 anos norteou a sua constituição. Apesar da tipifica-ção, do rótulo ou da classifica-ção, a verdade é que dos 63 operacionais apenas 11 têm vínculo à administração local, os restantes, incluindo os elemen-tos de comando assumiram a causa pela via do voluntariado.

“Não temos quadro de bom-beiros, nem queremos, preten-demos manter bem vivo o espí-rito do voluntariado, que é tão forte neste quartel”, declara Francisco Louro, o comandante voluntário dos Municipais do Gavião.

Em concelhos mais pequenos ou menos populosos são óbvias as dificuldades em renovar ou reforçar estes contingentes da paz, mas, por aqui, vão apare-cendo jovens disponíveis para abraçar a causa, mercê de um amplo trabalho de proximidade com a comunidade e em parti-cular com as unidades de ensi-no.

“Nunca temos tudo o quere-mos, mas em relação aos meios, considero que estamos, razoa-

velmente, bem equipados em todas as valências, da saúde aos incêndios. Desde sempre houve uma grande abertura da Câmara Municipal do Gavião para responder às solicitações, para assumir investimento, para apostar nos bombeiros”, regista o comandante, dando conta da recente aquisição de um veículo de socorro e assistência especial (VSAE) e de um veículo tanque tático rural (VTTR), de material de desencarceramento pesado, equipamentos de proteção indi-vidual (EPI) florestais e urba-nos, num total de mais de 600 mil euros.

Neste âmbito, Francisco Lou-ro destaca, ainda, uma recente parceria das federações dos dis-tritos de Évora, de Portalegre e de Santarém, que permitiu, após o levantamento de neces-sidades, fazer candidatura con-junta a fundos comunitários, abrindo portas à modernização dos quartéis de 41 corpos de bombeiros, com 32 viaturas e vários outros equipamentos, uma operação que envolvem verbas na ordem dos 8.5 mi-lhões de euros O comandante, também presidente da Federa-

ção dos Bombeiros de Portale-gre, defende este modelo, que, entretanto, parece não ter co-bertura do Portugal 2020.

O quartel inaugurado em 2001, resulta de um investi-mento de 240 mil. Trata-se de um complexo funcional que res-ponde às exigências de um cor-po de bombeiros desta dimen-são. Entretanto, já este ano houve necessidade de construir um telheiro para parquear via-turas e a autarquia avançou com obra, que orçou em cerca de 100 mil euros.

O comandante reforça os in-vestimentos do município no corpo de bombeiros que ascen-dem aos “400 mil euros anuais e, por vezes, mais”. Francisco Louro alega que num pequeno concelho com apenas quatro freguesias esta verba daria para distribuir grandes obras, “da-quelas que dão votos”, mas no Gavião a estratégia passa por garantir bens maiores, como o socorro e a segurança das popu-lações.

“As gentes do Gavião gostam muito dos bombeiros, a nossas portas estão abertas, e nós sempre disponíveis para partici-par e colaborar em todas as ini-ciativas do concelho. Temos

mudanças de direção das cha-mas, as projeções, o calor abra-sador e o intenso fumo faziam abortar todas e quaisquer estra-tégias ou planeamento, até mesmo os dos operacionais mais experimentados, os pri-meiros a garantir que o “fogo está diferente”.

“Em 2003 ardeu 75 por cento da nossa floresta, mas este ano o fogo era muito mais violento… em 20 minutos andou oito quiló-metros, o que nos obrigou a evacuar várias aldeias, uma ta-refa, particularmente, complica-da num concelho muito disper-so”, assinala, para exigir medi-das em matéria de ordenamen-to da floresta, para que

tragédias desta natureza não se voltem a repetir.

Os incêndios de final de julho devoraram cerca de cinco mil hectares de floresta, cerca 80 por cento da área total da fre-guesia de Belver, destruíram ha-bitações e ainda palheiros, bar-racões, várias viaturas, poma-res, colmeias, e obrigaram a evacuar nove aldeias, num total de 136 pessoas. Em agosto o terror voltou e desta vez esteve às portas da sede de freguesia, galgou o rio serpenteou muitas aldeias, nomeadamente, Cada-faz que teve que ser evacuada tal como a praia fluvial do Ala-mal, junto ao rio Tejo.

“Mais de 20 por cento do con-

GAVIÃO

“Pretendemos manter bem vivo o espíritoGavião foi, este ano, um dos concelhos martirizado pelos incêndios que estão,

aliás, ainda bem presentes no negro que cobre o território, mas também na memória

dos operacionais que os combateram, nomeadamente dos bombeiros locais,

embora, com o correr dos dias, se comecem a esbater as lembranças desses dias

difíceis, até porque despido o EPI florestal, existem tantas outras missões por cumprir e que exigem prontidão e profissionalismo,

insígnias que os Municipais do Gavião fazem questão de ostentar há 70 anos.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Não temos quadro de bombeiros nem queremos, pretendemos manter bem vivo o espírito do voluntariado, que é tão forte neste quartel

Fernando Louro,comandante dos Bombeiros Municipais

do Gavião

voz de COMANDO

também um ginásio que pode ser usado por todos”, revela o nosso interlocutor, dando conta do trabalho do centro social deste corpo de bombeiros, que promove uma série de iniciati-vas que visam angariar verbas para a aquisição de equipamen-tos vários para o corpo ativo.

O tema dos incêndios está ainda presente em todas as conversas e não foi diferente com o comandante dos Bombei-ros Municipais do Gavião. De-pois de mostrar os cantos à casa, Francisco Louro fala aber-tamente de todas as dificulda-des que marcaram dias longos e muitos difíceis em que as cor-rentes de vento, as constantes

Page 13: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

13NOVEMBRO 2017

Cerca de 450 crianças e jo-vens participaram, no dia 12 de novembro, no 1.º

Encontro Distrital de Escolas de Infantes e Cadetes, uma inicia-tiva da federação de bombeiros do distrito de coimbra que inte-grou as comemorações do 10.º aniversário da Academia de Bombeiros Voluntários Brasfe-mes, que, como anfitriã, assi-nou a organização do encontro.

Os infantes e cadetes de 12 corpos de bombeiros convive-ram, trocaram experiências e deram a conhecer algum do tra-balho desenvolvido nos respeti-vos quartéis, sendo que cada um dos grupos se apresentou em vertentes tão diversificadas como o combate a incêndios ur-banos, resgate em meio aquáti-co e, também, em grande ân-gulo, desencarceramento, trau-ma, suporte básico de vida, uso de agentes extintores e moto-bombas subida de escadas com linha de mangueira e ordem unida.

Esta ação foi acompanhada de perto por dirigentes das ins-tituições e elementos de co-mando, que não escondiam o orgulho nos seus “bombeiritos”, bem como pelos presidentes da Federação Bombeiros Distrito de Coimbra e da Junta Fregue-sia Brasfemes e ainda pelo pre-sidente da Liga dos Bombeiros Portugueses. Jaime Marta Soa-res saudou a iniciativa e enalte-ceu o empenho e a dedicação dos bombeiros, não apenas, na dinamização e gestão destas escolas de cidadania, que per-mitem formar e preparar os mais jovens para o futuro.

Com um trabalho pioneiro na captação de jovens para a cau-sa e para as coisas dos bombei-ros, o distrito de Coimbra tem visto o exemplo e esta aposta no futuro, replicados, com êxi-to, um pouco por todo o País. Ainda que pareça claro que nem todos estes jovens ingressem nas fileiras dos soldados da paz serão, certamente, adultos com cultura de segurança e, natural-mente, mais sensíveis para a causa do voluntariado que im-porta proteger e continuar a promover.

Participaram neste encontro formandos com idades com-preendidas entre os 6 e aos 17

anos dos bombeiros voluntários de Brasfemes, Condeixa-a-No-va, Figueira da Foz, Góis, Laga-res da Beira, Mira, Montemor-o--Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Vila Nova de Poiares e Serpins.

Estão, pois, de parabéns a

Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra pela inicia-tiva que terá, certamente, con-tinuidade assegurada, bem como todos as associações e corpos de bombeiros pela dinâ-mica que permite começar hoje a acautelar o amanhã.

BRASFEMES

Mais de 400em encontro distrital

celho ardeu. A floresta é a for-ma de subsistência desta gen-te”, lamenta o operacional, con-fidenciando a “enorme frustra-ção, de quem deu tudo, mas, mas ainda assim, não o sufi-ciente”, sublinhando os esforço e a entrega dos seus operacio-nais, incansáveis. Emocionado, Francisco Louro, recorda e enal-

tece o apoio e a solidariedade dos populares que, espontanea-mente, fizeram questão de ir para quartel para ajudar no que fosse preciso, nomeadamente na confeção das refeições para os combatentes.

O comandante conta com 46 anos de bombeiro, 37 dos quais na estrutura de comando, que

há já oito encabeça, sendo um assumido ativista em várias se-des e frentes, desde logo no re-conhecimento do serviço pres-tado ao concelho pelos Munici-pais Gavião, mas, também, no apoio aos soldados da paz do distrito de Portalegre, mas, so-bretudo, na defesa intransigen-te da causa.

GAVIÃO

do voluntariado”

Fernando Louro é o presidente da Federa-ção dos Bombeiros do Distrito de Portale-

gre há seis anos, muito embora a ligação a esta entidade tenha começado há 18 anos, conhecendo por isso muito bem a realidade, as especificidades do setor neste território, bem como as 15 associações humanitárias e corpos de bombeiros que a integram.

Depois de anos complicados, acredita não existirem, agora, problemas muitos comple-xos no seio das federadas, mesmo reconhe-cendo as dificuldades em atrair voluntaria-do, até porque o êxodo para os grandes cen-

tros parece inevitável onde escasseiam o emprego e as oportunidades.

Reconhece a heterogeneidade das asso-ciações, um o fator diferenciador que não impede a união e partilha entre congéneres. Em sentido oposto, assinala as diferenças nos modelos de apoio concedidos pelas au-tarquias e defende a discriminação positiva na atribuição de verbas às associações, por-que a missão de um corpo de bombeiros não pode ser comparável à atividade de “um rancho folclórico ou de uma equipa de fute-bol”.

Um olhar pelo distritode Portalegre

O corpo de Bombeiros Munici-pais do Gavião, oficialmente

constituído a 11 de dezembro de 1947, está portanto a com-pletar 70 anos de bons serviços prestados ao concelho, ao dis-trito de Portalegre e ao País.

Um efetivo de 63 operacio-nais, a grande maioria voluntá-rios, garante a prontidão e o so-corro a pouco mais de quatro mil habitantes num concelho muito disperso subdividido em quatro freguesias – Belver, Comenda, Gavião e Atalaia e Margem – e com um total de 36 povoações.

Este corpo de bombeiros tem uma estreita ligação com a comunidade patenteada nos trabalho desenvolvido nas escolas, na coope-

ração com instituições e associações conce-lhias, mas também na promoção de várias iniciativas desportivas, culturais e recreati-vas, cujos proventos se destinam na totalida-de à compra de equipamentos para os bom-beiros.

Cartão de visita

Page 14: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

14 NOVEMBRO 2017

Importava que os Governos começassem a ter a noção de que é preciso apoiar estas associações. Os bombeiros sabem o caminho a trilhar e podem fazer muita coisa, não podem é estar a fazer e os outros a estragar

António Gomes, presidente da direçãoda Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários de Oliveira de Azeméis

palavra de PRESIDENTE

Fundada a 24 de junho 1906, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Oli-

veira de Azeméis, tal como as congéneres do país, nasce da uma vontade da sociedade civil, como resposta a uma necessida-de permanente de garantir o so-corro da segurança das popula-ções. Durante muitas décadas as gentes de Oliveira de Azeméis uniram-se neste projeto que co-meça a ser trabalhado final do sé-culo XIX mas que só se concretiza mais de duas décadas depois com a chegada “ao Largo de Santo António e Barrocas, por volta das 7 horas e meia da manhã, todo o material contra incên-dio (…) que do Porto foi transportado em duas pesadas galeras, conforme regista a história.

Um grupo de valorosos voluntários, bombei-ros com e sem farda, têm sabido, ao longo de mais de um século de trabalho, potenciar o de-senvolvimento desta que se afirma como uma instituição de referência.

Num moderno, amplo e bem equipado quar-tel servem 95 bombeiros que garantem o so-corro a mais de 60 mil habitantes das 12 fre-

guesias do concelho que, em termos operacio-nais, partilham com os Voluntários de Fajões. No apoio à missão desenvolvida pelo volunta-riado estão cerca de 40 assalariados funda-mentais para a prontidão, a eficácia e a qualida-de do serviço prestado ao município e às suas gentes.

A escola de infantes e cadetes é o cartão-de--visita desta associação e espelha uma clara aposta no futuro. Atualmente, este polo acolhe mais de meia centena de crianças e jovens, dos seis aos 17 anos. A instituição dinamiza ainda uma fanfarra com uma vintena de instrumentis-tas.

Cartão de visita

OLIVEIRA

“Os bombeiros sabem

A viver tempos auspiciosos, a Associação Humanitária de Bombeiros de Oliveira

de Azeméis dá a conhecer uma organização arrumada assente numa gestão rígida e criteriosa que tem permitido investir na modernização dos meios e dos equipamentos colocados à dis-posição dos quase 100 mulhe-res e homens que integram o efetivo, isso mesmo assegura António Gomes, presidente da direção, um dirigente que não esconde orgulho do trabalho desenvolvido pela sua equipa nos últimos anos. “Projetos não faltam”, assegura desde logo a expansão das instalações para que possam a acolher o centro municipal de proteção civil, a

construção de um equipamento de apoio à população sénior, para o qual até já existem con-versações com a comissão fa-briqueira da paróquia, mas também a criação de um núcleo museológico no antigo quartel, situado no centro da cidade e que já recebeu uma nova co-bertura, reunindo assim todas as condições para acolher o rico espólio da centenária institui-ção.

“Sempre houve um esforço da direção em salvaguarda do património”, refere o coman-dante Paulo Vitória, corrobora-do pelo presidente que sublinha o compromisso de “não alienar o património, mas sempre que possível rentabilizá-lo.

Numa organização onde impera a estabilidade, importa projetar o futuro.

Essa parece ser a estratégia na Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Oliveira de Azeméis, que depois da construção quartel arquiteta, agora, uma

ampliação que permita instalar um centro municipal de proteção civil, enquanto

analisa a criação de um museu nas antigas instalações e anuncia a intenção de dotar o

concelho de equipamento de apoio à população sénior.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

“Existe uma grande preocu-pação em dar todas as condi-ções ao corpo de bombeiros” declara o comandante, dando conta das apostas na formação diferenciada e em áreas diver-sificadas, porque como assinala “a formação é fundamental”.

Num quartel onde nada pa-rece faltar Paulo Vitória vai di-zendo que “falta sempre algu-ma coisa” nomeadamente equipamento de proteção urba-no, até porque “há mais para além da floresta e os bombei-ros fazem muito mais que apa-gar incêndios florestais e, por isso mesmo, têm muitas outras

necessidades”, nomeadamente de viaturas que permitam in-tervir em meio urbano e indus-trial.

“Tudo o aqui temos de novo, exceto o veiculo florestal e o VTTF foram pagos pela associa-ção”, assinala o presidente.

Para além dos 50 mil hecta-res de floresta, da A32 aos bombeiros de Oliveira de Aze-méis preocupa uma área indus-trial muito grande que reúne setores tão diversificados como os moldes, o calçado, as ma-deiras, o carvão, o leite ou a transformação do arroz. Im-porta pois ter os meios que permitam fazer face às cerca de 8500 ocorrência anuais “só de socorro a que acrescem ou-tras tantas de ambulatório”.

“Esta é o corpo de bombeiros do distrito de Aveiro com mais

serviço operacional”, regista Paulo Vitória

Para além do muito e reco-nhecido trabalho - e talvez por isso - a associação tem vindo a granjear apoios, não apenas da autarquia com a qual “há uma relação muito boa”, mas, tam-bém, dos empresários da re-gião com especial enfoque para António Rodrigues, da Simol-des, que feitas as contas já doou aos bombeiros perto de 2,5 milhões de euros. Refira-se que esta ação mereceu o reco-nhecimento da Liga dos Bom-beiros Portugueses que decidiu agraciar o benemérito com o Colar de Honra. De viaturas, a obras no quartel, passando pe-los equipamentos, nada tem faltado aos bombeiros, como explicam presidente e coman-dante.

“Aos bombeiros dão tudo. Não há palavras para agradecer. Contudo, temos que saber co-medidos a pedir, fazê-lo, so-mente, quando é necessário”, salvaguarda o dirigente.

Os porta-vozes do Voluntários de Oliveira de Azeméis desta-cam ainda outros apoios – “em-bora num outro patamar” – da Lactogal, da Proleite, da Nova Arroz ou da Ancal Plásticos que, para além de outros contribu-tos, na condição de sócios-em-presas pagam quotas muito ge-nerosas.

O quartel, inaugurado há seis anos, já recebeu obras porque apresentava “problemas muito sérios”, que escaparam à inspe-ção da Autoridade Nacional de Proteção Civil e que depois a as-sociação foi forçada a corrigir, leia-se a investir mais de 800

Page 15: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

15NOVEMBRO 2017

Os Bombeiros do Concelho de Espinho despediram-se

em festa e com muita emoção do oficial superior Manuel Viei-ra e o adjunto de comando Ri-cardo Corvo no seu ingresso no quadro de honra, numa ceri-mónia que reuniu familiares, elementos da direção e assem-bleia geral da entidade deten-tora do Corpo de Bombeiros e ainda Quirino Jesus, vereador da Câmara Municipal de Espi-nho.

Numa sessão muito emotiva, o comandante Pedro Louro fez uma revisão detalhada do per-curso exemplar e destacado dos homenageados e assinalou com rasgados agradecimentos o contributo de ambos aos bombeiros, ao concelho de Es-pinho, ao distrito de Aveiro e ao país. Foi ainda dada a palavra aos novos elementos do quadro de honra que fizeram questão de garantir que continuam à disposição da causa e da sua “segunda casa”.

Num encontro repleto de momentos tocantes também o presidente da direção, Conde Figueiredo, surpreendeu o co-mandante Pedro Louro com um agradecimento público e a atri-buição de um louvor pelo tra-balho que tem vindo a desen-volver, na gestão do novo corpo de bombeiros, nascido de um pioneiro processo de fusão. O êxito deste projeto mereceu, aliás, o reconhecimento da Liga dos Bombeiros Portugueses, que agraciou Pedro Louro com a Medalha de Serviços Distintos – Grau Ouro, uma distinção que foi entregue na ocasião pelo comandante do Quadro de Honra Gomes da Costa.

Comandante e do presidente reclamaram junto do Vereador

da Proteção Civil a rápida e muito urgente resolução do processo da construção do quartel único e alertaram para a “a necessidade de constituir uma terceira equipa de inter-venção permanente, de forma

a ser possível assegurar em todo o período diurno e todos os dias do ano, a resposta ime-diata a situações de emergên-cia, num período que atual-mente está ainda descoberto de profissionais e voluntários”.

ESPINHO

Festa marcadapelas emoções

Foto

s: P

aulo

Dua

rte

A Assembleia Municipal (AM) de Ovar aprovou por unani-

midade um voto de louvor ao comandante Carlos Borges, cra-chá de ouro da Liga dos Bom-beiros Portugueses, que passou recentemente ao Quadro de Honra da Associação Humanitá-ria dos Bombeiros Voluntários de Ovar.

O voto enuncia os serviços prestados pelo comandante Borges com mérito e dedicação ao longo de 48 anos “em per-manente ação solidária e al-truísta, numa atitude de vida permanentemente ao serviço dos outros, da comunidade onde cresceu e viveu”, concreta-mente no seio dos Bombeiros Voluntários de Ovar.

“Desde o ano de 1972, quan-do ingressou nesta corporação de bombeiros voluntários, como aspirante, e até hoje, Carlos

Borges sempre esteve em ação no terreno a dar de si, em prol dos seus concidadãos, tendo al-cançado a função de comandan-te da corporação em 2006”, adianta a AM de Ovar.

A AM destaca ainda o papel relevante desempenhado pelo comandante Borges, nomeada-mente, “na elaboração e acom-

panhamento de planos de emer-gência e evacuação do Hospital de Ovar, de Centros de Saúde, de Escolas, de IPSS e de estabe-lecimentos comerciais e indus-triais”.

O comandante Carlos Borges foi distinguido pela Câmara Mu-nicipal de Ovar em 2015 com a medalha de mérito municipal.

OVAR

AM louva comandante Borges

  Há mais para além da floresta. Os bombeiros fazem muito mais que apagar incêndios florestais e, por isso mesmo, têm muitas outras necessidades

Paulo Vitória,comandante do corpo de Bombeiros

de Oliveira de Azeméis

voz de COMANDO

DE AZEMÉIS

o caminho a trilhar”

mil euros para dotar o complexo de condições operacionais.

A falta de voluntários não é sentida, embora o comandante reconheça que também nesta vertente são necessárias algu-mas apostas, falando com natu-ral orgulho da escola de infantes e cadetes que conta com cerca de meia centena de crianças e jovens. O projeto tem uma dú-zia de anos e para comprovar o êxito alcançado basta sublinhar que “1/3 do efetivo é oriundo desta escola”, que começou como uma resposta às solicita-ções da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), uma vertente que ainda man-tém, mas que rapidamente se abriu à comunidade. A escola dispõe de um gabinete de apoio ao estudante, porque importa não só exigir boas notas, mas contribuir para esse objetivo, defende Paulo Vitória.

“As centenas de crianças que passaram por cá podem não ser bombeiros mas serão, certa-mente, cidadãos mais conscien-tes”, diz o comandante salien-tando a importância desta esco-la, nomeadamente no reforço do corpo ativo, delapidado pela emigração, que nos últimos anos levou cerca de 20 opera-cionais.

A associação conta, ainda, uma fanfarra composta por 20 elementos, várias idades e que se encontra em processo de reestruturação, depois da en-

trada de um novo instrutor, que trouxe novas ideias permitindo a atualização de um modelo que já acusava desgaste.

“Grande percentagem da po-pulação não sabe, minimamen-te, o que é uma associação de bombeiros. Estão convencidos que dirigentes e bombeiros são

pagos”, desabafa o presidente, para em tom crítico declarar:

“Importava que os Governos começassem a ter a noção de que é preciso apoiar estas asso-ciações. Os bombeiros sabem o caminho a trilhar e podem fazer muita coisa, não podem é estar a fazer e os outros a estragar”.

Page 16: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

16 NOVEMBRO 2017

O Serviço Regional de Pro-teção Civil da Madeira promoveu, de 14 a 17

novembro, o “I Meeting Regio-nal em Salvamento e Desencar-ceramento - Ferramentas de Resgate Autónomas”, iniciativa que, segundo a organização, visa afirmar o pioneirismo da região num domínio ainda pou-co explorado no País.

O encontro mobilizou uma centena de operacionais de 10 corpos de bombeiros da Madei-ra e do aeroporto Cristiano Ro-naldo e ainda dos Sapadores de

Lisboa e dos Municipais de Lei-ria.

Esta iniciativa surge a rebo-que da necessidade de adequar a resposta operacional dos bombeiros às exigências do presente, face às novas tecno-logias a nível mundial, tudo para que “a eficiência e eficácia mantenham altos padrões”.

Registe-se que no arquipéla-go em matéria de salvamento e desencarceramento pontifica o método SAVER (Systematic Ap-proach to Vital Emergency Res-ponse) que assenta, em traços

muito gerais, no reconhecimen-to da situação, estabilização com mitigação de riscos, aber-tura de acessos, cuidados pré--hospitalares, criação de espa-ços para possibilitar a extração, extração das vítimas e avalia-ção e treino contínuo.

“A complexidade dos mate-riais usados no fabrico dos veí-culos automóveis obriga a uma constante evolução na capaci-dade e tempos de atuação, mas, também das técnicas e das ferramentas utilizadas”, re-fere fonte da organização, sa-

lientando, nesta linha, “os ex-celentes recursos humanos, operacionais dos corpos de bombeiros, com capacidade para tornar a Região Autónoma da Madeira pioneira a nível na-cional na utilização desta tipolo-gia de ferramentas”.

A organização do “I Meeting Regional em Salvamento e De-sencarceramento - Ferramentas de Resgate Autónomas” contou com colaboração de três mar-cas com prestígio nacional e mundial: Holmatro, Lukas e Weber-Hydraulik.

SALVAMENTO E DESENCARCERAMENTO

Madeira assume pioneirismo

OLIVEIRA

“A nossa prioridade eram as vidas,

Um mês depois dos incên-dios Nas áreas centro nor-te de Portugal que devas-

taram mais de 20 municípios de seis distritos, uma equipa do jor-nal Bombeiros de Portugal este-ve em Oliveira de Frades, onde o rasto de destruição é gigantes-

co. O fogo “varreu” aldeias, en-trou no núcleo urbano da vila, esteve no parque industrial e pintou de negro o verde que em-belezava este concelho do distri-to de Viseu. Cerca de 30 por cento do território ardeu. Um morto, alguns feridos ligeiros,

30 casas destruídas, a maioria de primeira habitação e 15 em-presas totalmente arruinadas são alguns dos números de um balanço que regista, ainda, de-semprego e milhões de euros de prejuízos.

“Este incêndio quer para os bombeiros quer para a popula-ção foi algo nunca antes visto”, diz-nos Sofia Ferreira, a adjunta de comando dos Bombeiros de Oliveira de Frades, que, conjun-

tamente, com o presidente da direção da instituição, Armando Ribeiro Bento, no dia 14 de no-vembro, acompanharam os jor-nalistas numa visita a algumas das áreas afetadas.

Com um discurso muito bem articulado, a adjunta de coman-do, que serve este corpo de bombeiros e a causa, como vo-luntária, há 14 anos, fala de uma noite de horror, em que as chamas saltavam de um lado

para outro e a missão dos opera-cionais no terreno surgia como inglória.

“Tínhamos pessoas a pedir socorro e não havia meios, nem forma de lá chegar. Não fomos porque não podíamos, porque a nossa prioridade eram as vidas. Nós não queríamos um Pedró-gão II”, sublinha Sofia Ferreira, para depois reconhecer que na aflição os populares, numa luta insana para salvar os seus per-

tences entendiam que os bom-beiros não os socorreram “por-que não quiseram”.

“Foi muito traumatizante para a população que em muito luga-res não viu bombeiros”, assina-la, para numa atitude de gene-rosidade ímpar elogiar emocio-nada a intervenção dos popula-res, que em muitos lugares foi providencial.

“Houve sítios onde não pode-mos ir e o que se salvou nesses locais foi graças à intervenção dos habitantes. E a eles temos que agradecer. Eles foram bom-beiros. Naquele dia, eles foram bombeiros”, considera.

“Sim, magoa ouvir que não havia bombeiros, mas essa era a realidade” reconhece a adjunta, embora considere que nada fa-lhou, que os reforços não po-diam chegar porque estavam re-tidos os seus concelhos “onde tudo ardia também”. Não valori-za a redução do dispositivo, ain-da que fossem conhecidos os riscos que quem manda pareceu ignorar, contudo a adjunta sus-tenta que “num incêndio normal viria apoio de fora, mas, neste caso, era cada um por si a tentar

Depois de um junho trágico, um outubro aterrador. Os incêndios florestais voltaram

a matar - menos é certo - mas deixaram um rasto de destruição incomensurável no

centro norte do País. Oliveira de Frades foi um dos territórios devastado pelas chamas

que engoliram casas, armazéns, e deixaram irreconhecível o parque industrial.

Sofia Ferreira, adjunta de comando dos Voluntários de Oliveiras de Frades esteve

na frente desta batalha, arriscou vida, experienciou momentos terríveis no lugar

de Silvares, que relatou ao jornal Bombeiros de Portugal.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Page 17: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

17NOVEMBRO 2017

Pelo segundo ano consecutivo, o Balaia Bowling Club, constituído essencialmente por membros

da comunidade inglesa residentes, em Albufeira e em alguns concelhos limítrofes, efetuou um “ex-pressivo donativo em equipamentos que ascen-dem os dez mil euros”, num acumulado de várias iniciativas que decorreram ao longo do ano.

Entre os equipamentos doados destacam-se 100 unidades de fardamento, que permitirão equipar individualmente cada bombeiro; peças

faciais, para acoplar aos aparelhos respiratórios que permitem estar em atmosferas sem oxigé-nio; alarmes pessoais de segurança e 20 equipa-mentos de rádio comunicação.

Para o Corpo de Bombeiros esta doação espe-lha “o reconhecimento da importância do traba-lho que tem vindo a ser desenvolvido e da preo-cupação em dar melhores condições às mulheres e homens que servem a causa e motivam para continuar a servir com mais e melhor segurança”.

ALBUFEIRA

Balaia Bowls Club volta a apoiar bombeirosA Delegação Regional do Norte (DRN) do

Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) ministrou recentemente o 5º curso de tripulante de ambulância de socorro para bombeiros do corrente ano.

Na foto está presente a equipa de formado-res do curso, o enfermeiro Jorge Silva que coordenou e os técnicos de emergência pré--hospitalar, Nuno Quintas, Paulo Gonçalves, Vera Campos, David Pereira, Pedro Gomes e

Carla Martins. Em conjunto com estes, os bombeiros formandos de 23 associações hu-manitárias de bombeiros voluntários (Ama-rante, Valença, Baião, Tabuaço, Tarouca, Agu-da, S. João da Pesqueira, Esposende, Famali-censes, Moimenta da Beira, Esmoriz, Penafiel, Vila Real – Cruz Verde, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real – Cruz Branca, Melres, Freamunde, Santa Marinha do Zêzere, Fão, Santo Tirso, Penafiel, Ovar e Avintes.

INEM

Vinte e três quartéis recebem novos TAS

DE FRADES

nós não queríamos um Pedrógão II”

proteger as suas áreas de inter-venção, Tudo estava a arder o distrito de Viseu e os vizinhos. A violência era enorme”, defende para depois considerar que ain-da que existissem mais meios, não havia forma de os fazer che-gar ao concelho.

Naquela noite de 15 de outu-bro, valeram “todos os bombei-ros de Oliveira de Frades até mesmo os elementos dos qua-dros de reserva e honra” todos disponíveis e em prontidão den-tro e fora do quartel e essa união e vontade de superar o “mons-tro”, fizeram toda a diferença, numa luta sobre-humana, até porque muitos tinham as suas famílias, as casas em risco e ain-da assim, confrontados com a dimensão da tragédia deixaram todo para trás, mais uma vez, foram sem a certeza de voltar, sem certezas do que encontra-riam quando voltassem.

“Só podemos agradecer muito este esforço, afinal tinham as coisas deles em perigo, mas, ainda assim, arranjaram forças. Nunca disseram que não aguen-tavam. Quando estavam mais aflitos, água e soro nos olhos e voltavam para a frente de com-bate. Não pararam, sequer para comer”, regista, com orgulho, mas sobretudo com gratidão, Sofia Ferreira.

Também o presidente da dire-ção, que nessa noite assumiu a logística de apoio aos combaten-tes, assinala “só quem lá andou é que pode avaliar… consideran-do que “não existem palavras de conforto” que permitam mitigar “as situações vividas por estes homens e mulheres”. Por deci-são do comando receberam apoio psicológico, o que Sofia Ferreira considera ter sido muito importante para que as muitas feridas abertas, em poucas ho-

ras de muito horror, começas-sem a sarar.

“Foi a primeira vez que pedi-mos apoio psicológico, o que prova que esta situação afetou os operacionais e não foi só pelo que vivemos no terreno, mas também pelo sentimento de im-potência”.

Ao jornal Bombeiros de Portu-gal, Sofia Ferreira, conta ainda que também ela e sua equipa vi-veram momentos de aflição no lugar de Silvares, onde só esca-pou ilesa uma habitação, tudo o resto foi consumido pelas cha-mas. O grupo de operacionais ficou cercado por um fumo es-

pesso que dificultava a respira-ção e entorpecia pés e mãos. Os ventos cruzados e muitos fortes e o intenso calor dificultavam até a progressão no terreno.

“Estivemos em risco, não fica-ríamos ali queimados, porque já tinha ardido tudo, mas asfixia-dos. Já não sentíamos as mãos e pés, andávamos de modo quase automático. Fugimos, como po-demos, para junto do rio, e aí fo-mos resgatados”, conta este ele-mento dos Voluntários de Olivei-ra de Frades, confidenciando que este foi um episódio que não esquecerá.

Dias depois, revela, entendeu

que deveria visitar Silvares, ain-da que temesse a reação dos po-pulares que “ficaram sem nada”, mas conta comovida que foi re-cebida com um grande abraço por uma habitante que percebeu e reconheceu o esforço dos bombeiros.

A bombeira acede, gentilmen-te, a um pedido da nossa equipa e regressa, ao inferno de casas destruídas, de tijolo e pedra queimada, de ferro retorcido, de barracões a ameaçar derrocada, que escondiam dezenas de ani-mais mortos, que as entidades competentes não haviam, ainda retirado. O cenário dantesco não

impediu os proprietários daque-las terras - porque pouco mais sobrou -, de nos receberem com comovedora amabilidade. De mangas arregaçadas Maria do Céu Ribeiro, o marido José Tava-res, o filho Leonardo Rafael e o irmão Manuel Custódio, tentam a ordem no caos. Perderam tudo, sobre-lhes apenas a roupa que tinham no corpo quando fo-ram evacuados. Mesmo assim não desistem de recuperar a vida, ainda que as ajudas na-quela aldeia recôndita tardem a chegar ou talvez nunca che-guem. Manuel Custódio pedia apenas uns pedaços de madeira para fazer um portão “para guardar os animais”, os poucos que se salvaram, mas nem esse pedido foi atendido.

Sofia Ferreira não esconde a tristeza e, ainda antes de deixar Silvares, desabafa:

“Sentimo-nos impotentes. Foi algo nunca visto e esperamos não voltar a passar pelo mes-mo”, recordando que o incêndio que começou em Vouzela, na noite de domingo, 15 de outu-bro, passou por Vale de Cambra e entrou em Oliveira de Frades, na zona de Destriz, em duas ou três horas “destruiu tudo”, em-bora os reacendimentos e os tra-balhos de consolidação que te-nham prolongado até terça-feira (dia 17).

Page 18: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

18 NOVEMBRO 2017

Na madrugada de 13 para 14 de novembro, às 00h22, a central

dos Bombeiros de Albergaria-a-Ve-lha, recebeu um alerta do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de incêndio urbano, na rua da Samouqueira, no lugar de Telha-dela.

Ao chegarem ao local os opera-cionais depararam-se com um ane-xo da habitação carregado de lenha em chamas. Não havendo vítimas envolvidas realizaram o combate e rescaldo do fogo. As operações de consolidação e rescaldo duraram até as 04 da manhã.

A ocorrência mobilizou 13 bom-beiros e cinco viaturas, duas espe-ciais de combate a incêndios, um tanque tácito urbano e de grande

capacidade e um veículo ligeiro de combate a incêndios. A GNR de Al-bergaria-a-Velha, também esteve presente no teatro de operações.

A Escola Nacional de Bombeiros renovou as ins-talações do Centro de Formação de São João

da Madeira (CFSJM), com obras profundas reali-zadas durante o verão e que incluíram a remode-lação do parque de treinos, uma infraestrutura concebida para a criação de vários cenários de combate a incêndios urbanos e industriais.

Com o apoio dos recursos humanos deste cen-

tro, foram também requalificadas parte das salas de formação, o armazém e a sinalética de emer-gência, entre outras intervenções destinadas a melhorar esta infraestrutura que funciona, desde 2005, em instalações cedidas pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de São João da Madeira.

SÃO JOÃO DA MADEIRA

Centro de formação renovado

Alunos Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa concluíram, recen-

temente, uma formação em “Abordagem Pré--hospitalar ao Politraumatizado”, ministrada pe-los Bombeiros de Oliveira de Azeméis.

Esta ação surge na sequência de outras, fruto de uma parceria entre as duas instituições, que permite aos estudantes deste polo universitário de Oliveira de Azeméis reforçarem conhecimen-tos e técnicas e descontos aos bombeiros que fre-quentem a escola, nomeadamente nas propinas.

Nesta formação, inserida na unidade curricular “Enfermagem em Emergência e Catástrofe”, os

finalistas do 14.º Curso de Licenciatura em Enfer-magem abordaram, entre outras matérias, técni-cas de mobilização e imobilização, salvamento e desencarceramento.

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

Futuros enfermeiros aprendem no quartel

O ciclo municipal “Um Objeto e seus Discursos por Semana” foi, recentemente, ao quartel do Bata-

lhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB). A proposta foi uma visita teórico-prática à sua ca-

sa-escola (ou torre de treino), local onde o BSB or-ganiza, executa e conduz as atividades que consti-tuem um treino intenso, na formação de um sapador bombeiro.

Este projeto tem como objetivo das pessoas pos-sam conhecer os espaços e os tesouros da cidade e serem contados por quem faz as suas histórias.

A intervenção do comandante do BSB, coronel Re-belo de Carvalho, visou o papel do BSB na proteção e socorro no Porto. O comandante operacional muni-cipal de Gondomar, Artur Teixeira, explanou a impor-tância dos Bombeiros na estrutura da Proteção Civil, tendo citado o caso concreto dos últimos incêndios

no concelho de Vouzela. O coordenador delegado da Escola Nacional de Bombeiros para o Distrito do Por-to e ex-dirigente da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, professor Joaquim Miranda, falou sobre a inter-venção do soldado da paz na sociedade civil.

No final da sessão realizou-se um simulacro de incêndio em edifício, resultante de um acidente com uma cisterna contendo material inflamável, onde to-dos os presentes tiveram a oportunidade de atestar o excelente nível de proficiência dos operacionais do BSB.

Uma equipa coesa, para que, juntos, possamos viver o Porto com mais segurança!

“Mais um evento que realçou a solidariedade e ho-menagem às vítimas dos fogos florestais que assola-ram em Portugal.”Texto e fotografias de Subchefe António Oliveira

PORTO

Quartel recebe ciclo municipal

A Escola Nacional de Bombei-ros (ENB) organizou nos

dias 9 e 10 de novembro a se-gunda reunião de trabalho do projeto MEFISTO (MEditerra-nean forest FIre fighting trai-ning STandardisatiOn), destina-do a melhorar a capacidade de colaboração e coordenação eu-ropeia no combate a incêndios florestais, nomeadamente com a elaboração de referenciais co-muns de formação e atuação em teatros de operações trans-fronteiriços.

O encontro contou com a presença de representantes da Universidade de Florença (Itá-lia), entidade que coordena o projeto, bem como da ENB e dos restantes parceiros: Centro de Servicios y Promoción Fores-tal y de su Industria de Castilla y León (Espanha), Entente pour la forêt Méditerranéenne – Va-labre, (França), e Região Tosca-na (Itália).

A reunião serviu para conso-

lidar o trabalho já realizado, bem como para definir os obje-tivos para os próximos meses para este projeto com a dura-ção de dois anos, que é co-fi-nanciado pela Direção-Geral da Ajuda Humanitária e da Prote-ção Civil da Comissão Europeia (ECHO).

Este encontro possibilitou ainda a criação do European Fo-rest Fire Fighting Council (EU-FORFIRE), uma rede europeia que irá tirar partido do conheci-mento angariado no âmbito do

MEFISTO e envolver os centros europeus de formação na área da prevenção e treino de com-bate a incêndios florestais. Além dos 5 parceiros do MEFIS-TO, esta nova associação conta também com a agência D.R.E.Am. Itália como membro fundador.

Associação Europeia das Escolas de Bombeiros

reúne em Sintra

A ENB acolheu também duas reuniões da European Fire Servi-ce Colleges’ Association (EFS-CA), a Associação Europeia das Escolas de Bombeiros, nomeada-mente do Grupo de Trabalho so-bre Voluntariado nos Bombeiros, que decorreu a 26 e 27 de outu-bro, e da direção desta associa-ção, entre 1 e 3 de novembro.

O encontro do grupo de tra-balho sobre Voluntariado nos Bombeiros juntou elementos de Portugal, Bélgica, Holanda e Li-tuânia, que analisaram os cons-trangimentos e as potencialida-des do voluntariado a nível eu-ropeu, nas questões relaciona-das com a formação e treino.

Entre os assuntos na reunião de direção esteve a preparação da próxima assembleia geral e conferência anual, encontros que irão decorrer em Sintra, entre 29 de maio e 1 de junho do próximo ano.

A ENB foi eleita este ano para o comité de direção da EFSCA, com um mandato de 3 anos.

FORMAÇÃO

ENB em rede europeia

ALBERGARIA A VELHA

Anexo arde por completo

A Liliana veio ao mundo nas mãos dos bombeiros-tripu-

lantes de ambulância de socor-ro Alexandra Nogueira e João Paulo Rocha dos Voluntários da Aguda. Depois contaram tam-bém com o apoio da equipa da viatura médica de emergência (VMER) do Hospital de Gaia.

Tudo se passou no passado dia 18 de novembro, quando os Bombeiros da Aguda receberam um pedido de socorro para par-to na freguesia de São Félix da Marinha, Vila Nova de Gaia.

Chegados ao local, os dois

bombeiros constaram estar pe-rante um parto eminente que acabou de facto por realizado no próprio domicílio.

Está de parabéns a Liliana

pelas mãos que escolheu para vir ao mundo, a sua família e os dois bombeiros que apoiaram um momento tão feliz para to-dos.

AGUDA

Liliana nasceu com os bombeiros

Page 19: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

19NOVEMBRO 2017

“A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) não está disponível

para ouvir recados pela comuni-cação social. Isto não é forma de respeitar quem representa 30 mil mulheres e homens, mais os 20 mil que estão na reserva e os 15 mil que estão no quadro de honra, Ainda ontem estive reunido com secretário de Esta-do e, hoje, notícias de um jornal de grande tiragem contrariam o que falamos. Assim não vamos a parte nenhuma. Instalar pro-fissionais nos quartéis? Há quantos anos já existem assala-riados nos bombeiros? Parece que descobriram agora a pólvo-ra. Há quanto tempo insistimos na colocação das Equipas Inter-venção Permanente (EIP) nos quartéis? Há 15, 20 anos! Te-mos vindo a aumentar o núme-ro assalariados, porque sabe-mos bem que, embora o volun-tariado não esteja em crise, existe alguma indisponibilida-de”, palavras duras de Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, na sessão solene comemo-rativa do 126.º aniversário dos bombeiros de Sabrosa, presidi-

da pelo secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Tava-res Neves, que foi ainda con-frontado com muitas outras questões que, em tempo de “caça às bruxas”, têm servido para colocar em causa, ou mini-mizar a missão prestada ao Pais pelos bombeiros voluntários.

Porque a profissionalização do setor está na ordem do dia, o presidente da confederação lembrou que as câmaras muni-cipais podem sempre optar por essa solução, mas lembrou a tí-tulo de exemplo, que só os cor-pos de bombeiros profissionais de dois municípios têm encar-gos na ordem dos 70 milhões de euros, quando as verbas do or-çamento do Estado para todas associações humanitárias do País rondam os 26 milhões.

“Vamos ter EIP em todos os quartéis? Quantas? Quando?”, interrogou Jaime Marta Soares.

O dia era de celebração, mas a atualidade acabou por domi-nar também a intervenção de Tavares Neves, obrigado a guar-dar o discurso de circunstância para, de improviso, tentar res-ponder às inúmeras questões levantadas pelo presidente da

confederação. Começou por fa-lar de ordenamento da floresta e de prevenção e dos investi-mentos do Governo nestes do-mínios, para de seguida reco-nhecer a necessidade de uma reforma na proteção civil esco-rada no profissionalismo e no conhecimento. Considerou, ain-da, que os “bombeiros são um pilar fundamental nos territó-rios”, sempre na “primeira linha no combate aos incêndios e na proteção e no socorro às pes-soas” e um “exemplo de volun-tariado extraordinário, que não tem paralelo em mais lado ne-nhum”, e que por isso mesmo “não haverá nenhum governan-te, nem nenhum Governo que dispense esta disponibilidade, este altruísmo, este contributo.”

Respondendo a Jaime Marta Soares falou de uma restrutura-ção assente no “reforço dos meios existentes”, assegurando que o orçamento de Estado con-sagra uma “verba considerável” para suportar e levar as EIP ao interior do País. Na tentativa de exorcizar “alguns fantasmas” garantiu que a ideia é valorizar esta força colocando “bombei-ros a tempo inteiro nos quar-

téis”, dentro e fora do “período crítico”.

“Continuaremos no diálogo com todos os intervenientes, no setor da Proteção Civil” garantiu Tavares Neves, apelando à união de esforços para “resolver um problema grave”. A terminar a sua intervenção deixou a pro-messa que a EIP que a autarquia e os Bombeiros de Sabrosa há tanto reclamam, poderá, em breve, ser realidade.

Os Voluntários de Sabrosa, di-rigentes e bombeiros, recebe-ram dezenas de convidados no moderno, amplo e funcional quartel “Comandante José Maria Ferreira de Araújo”, que surge com reflexo de um vasto e rigo-roso trabalho que tem permitido fazer obra e renovar os equipa-mentos colocados ao serviço deste município do distrito de Vila Real. O projeto de expansão está em marcha a prová-lo a ambulância de socorro e o Veí-culo de Comando Tático que nesta ocasião foram inaugura-das e benzidas. As duas viaturas resultam do apoio de beneméri-tos, sendo a ambulância oferta-da pelo empresário Paul Sy-mington, da Symington - Vi-

nhos, SA e o carro de comando pela Japblue, comércio de auto-móveis, Lda, representada por Carlos Pinto. Os dois empresá-rios foram distinguidos na ceri-mónia com um diploma de hon-ra, bem como Alberto Soares da Costa Barros pelos serviços rele-vantes e meritórios prestados à associação.

Foi ainda agraciado o 2.º co-mandante Miguel José Teixeira Serôdio Rodrigues, que por limi-te de idade deixa o quadro ativo para integrar o de honra, ainda que seja claro a sua missão ao serviço da instituição não cessa. Este foi também o momento es-colhido para a tomada de posse do subchefe, António José Tei-xeira Marques, como 2.º coman-dante e do bombeiro de 2.ª Jor-ge Manuel Alves Freitas que pas-sa assumir funções de adjunto na estrutura.

Momento mais emotivo cons-tituiu a entrega da medalha de Mérito Municipal (grau Prata) ao comandante José Manuel Pitrez de Barros, ao adjunto Jorge Ma-nuel Alves de Freitas, ao subche-fe Fernando Monteiro Gomes, aos bombeiros de 1.ª Manuel Macedo Correia Lopes e Paulo

Alexandre Sousa Lopes e o bom-beiro 2.ª Manuel Joaquim Mar-ques Camposana Fonseca. Este grupo viveu, no dia 17 de junho, momentos difíceis num incêndio no lugar da Queda. Valeram o trabalho de equipa, a coragem, a determinação mas também competência dos operacionais para que todos saíssem ilesos

O programa incluiu ainda a atuação da Banda de Música de Sabrosa, seguindo-se o desfile motorizado na Avenida Comba-tentes da Grande Guerra.

Na mesa de honra estiveram para além do secretário de Esta-do da Proteção Civil e do presi-dente da Liga dos Bombeiros Portugueses; o edil de Sabrosa, Domingos Manuel Alves Cravas; o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real, José Alexandre Teixeira Pi-nheiro; o comandante operacio-nal distrital, Álvaro Ribeiro, o vi-ce-presidente da assembleia ge-ral da instituição aniversariante, Francisco António Sequeira; o presidente da direção, Mário Au-gusto dos Santos Varela e o co-mandante José Manuel Pitrez de Barros.

Sofia Ribeiro

SABROSA

“A LBP não está disponível para ouvir recados pela comunicação social”

Há muito que a Liga dos Bombeiros Portugueses

reivindica o reforço das Equi-pas de Intervenção Perma-nente (EIP) nos quartéis dos bombeiros voluntários. Atual-mente, são 166 os grupos a operar em território nacional, no âmbito de um acordo que envolve a Autoridade Nacional de Proteção Civil e as autar-quias, um número que a con-federação exige seja ampliado para 250.

Questionado à margem da sessão comemorativa do ani-

versário da Associação Huma-nitária de Bombeiros Voluntá-rios de Sabrosa, o secretário de Estado da Proteção Civil fa-lou ao jornal Bombeiros de Portugal da intensão de criar mais 40 EIP no interior do País, “nas zonas de maior den-sidade florestal”, assegurando que este não é um número fe-chado, “é uma estimativa” pois o orçamento de Estado “é fle-xível”, permite ir mais longe e garantir “estruturas profissio-nais que possam intervir a tempo inteiro”. Confrontado

com a possível recusa de algu-mas autarquias em entrar no processo, Tavares Neto, mini-mizou o problema afiançando que soluções alternativas exis-tem, falando concretamente da contratação de sapadores florestais, esquecendo, certa-mente, que a missão dos bom-beiros é vasta, e que conforme o próprio governante disse “os incêndios florestais constituem apenas sete por cento da ativi-dade” dos bombeiros de Portu-gal.

SR

NACIONAL

Governo promete mais 40 EIP

Page 20: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

20 NOVEMBRO 2017

“A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) de uma forma

que considero ilegal e grave está a utilizar os bombeiros para transportar água gratuitamente, em beneficio de uma organiza-ção com a Águas de Portugal e todas empresas privadas que ganham dinheiro com a venda da água. Os bombeiros, neste processo, andam a ser explora-dos”, denunciou Jaime Marta Soares na sessão solene come-morativa do 127.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Sou-re, assegurando, perante vasta plateia, que fará uso “de todos os meios ao seu alcance e pedir uma auditoria ou inquérito que permitam esclarecer o que pode configurar uma ilegalidade gra-ve”, o que acabou por não ser necessário, pois a tutela, dias mais tarde, acabou por ceder e

atender às reivindicações da confederação (ver página 5).

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, “em casa”, numa instituição que conhece bem, começou por elogiar o trabalho desenvolvido por dirigentes e bombeiros, enaltecendo os bons e imprescindíveis serviços pres-tados ao concelho e ao país, que dentro e fora do quartel prati-cam a cidadania ativa, da mes-ma forma que destacou o apoio e o “cuidado” que a autarquia de Soure dedica aos bombeiros.

Frisou a prontidão dos solda-dos da paz que, mais uma vez, numa situação crítica disseram presente e de imediato se dis-ponibilizaram a colaborar do es-forço de levar água às popula-ções de Viseu, um gesto de soli-dariedade que um aproveita-mento menos lícito, aliás como muitos outras situações que im-

põe “atenção” até porque, de-fendeu, há quem queira trans-formar os bombeiros “em bodes expiatórios de erros cometidos ao longo dos anos”, rejeitando, assim, qualquer responsabilida-de ou falha nas tragédias deste ano.

“Os bombeiros deram o seu melhor. O nosso Pais poderia ter enfrentado uma catástrofe mui-to maior se não fosse a grande capacidade destes homens e mulheres que fardam de solda-dos da paz”, disse para defender mudanças, destacando, contu-do, que a “reforma da proteção civil em Portugal não pode ser feita sem os bombeiros, sem voz e a palavra dos bombeiros”.

Partindo do exemplo de uma casa dinâmica e com um exce-lente e profissional desempenho no cumprimento de tão nobre missão, Jaime Marta Soares la-mentou que nem sempre “quem manda” reconheça a importân-cia do trabalho desenvolvido pe-los bombeiros de Portugal, não apenas na prestação do socorro, na prevenção e na proteção e segurança, mas também em muitos outros domínios.

O dia 19 de novembro foi de festa para os Voluntários de Soure e teve como momento maior a receção a 20 novos ele-mentos que perante vasta pla-teia receberam emocionados e com evidente orgulho as divisas de bombeiro de 3.ª.

Este grupo é constituído por Luís Morgado, Adriana Monteiro, Beatriz Aguiam, Pedro Cruz, Inês Fernandes, Daniela Montei-

ro, Miguel Ferreira, Ricardo Ro-drigues, António Camelo, Joana Cardoso, João Nunes, Ana Luísa Garízo, Marcelo Sampaio, Nuno Pimenta, Pedro Perpétuo, Paulo Leal, Vera Cordeiro, Miguel Gui-lherme, João Monteiro, e Íris Alexandra da Cruz Craveiro.

Em dia de celebração foi ain-da homenageado o chefe Antó-nio Leal Cordeiro que deixa o ativo, mas não a causa, para in-gressar no quadro de honra.

A inauguração de seis viatu-ras constituiu outros dos mo-mentos altos das celebrações, até porque atestam o esforço de modernização desta instituição que a autarquia, empresários e beneméritos fazem questão de apoiar e incentivar. Perante con-vidados e dezenas de populares foram inaugurados e benzidos um Veículo de Comando Tático, adquirido com o apoio do Muni-cípio de Soure, um outro 4x4 de caixa aberta, destinado ao transporte de combustível, ofe-recido por Alcino Martins sendo que o depósito foi dado por An-tónio Gonçalves; um Veículo de Apoio a Mergulhadores, que re-sulta da adaptação de reequipa-mento de uma ambulância, cus-tados pela associação; uma via-tura para o socorro e resgate animal, cuja transformação foi comparticipada pela autarquia; um Veículo de Apoio Logístico oferecido pela Empresa Lusia-ves, equipado, com apoio do município e da Empresa Seco-Técnica e ainda um novo Veículo Florestal de Combate a Incên-dios, com comparticipação fi-

nanceira da Câmara Municipal de Soure.

Com ampla, estreita e afetiva ligação aos bombeiros o presi-dente do município falou das obrigações e deveres das autar-quias enquanto responsáveis máximos da proteção civil que justifica a profícua parceria, com ganhos óbvios, em matéria de socorro e segurança, para a população deste concelho do distrito de Coimbra. Perante uma vasta plateia, Mário Jorge Nunes reiterou a disponibilida-de da câmara para avançar com as obras de requalificação na secção destacada da Granja do Ulmeiro, para as quais foi apre-sentada uma candidatura ao Programa Operacional Susten-tabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), que mere-ceu aprovação, contudo, com uma verba quase simbólica.

Porque o reconhecimento é, sem dúvida, a única gratifica-ção esperada pelos voluntários da paz foram agraciados com medalha Serviços Distintos o adjunto comando Manuel Cas-tanheira, os chefes Fernando dos Santos e António Lebre, os bombeiros de 1.ª José Oliveira e António Figueiredo Santos e o bombeiro de 2.ª Fernando Claro (35 Anos - grau Prata) e o bom-beiro de 1.ª João Ferreira (grau Cobre – 30 anos). Recebeu a medalha de Dedicação (25 anos) o bombeiro de 1.ª Fer-nando Francisco.

Da mesma forma, foram en-tregues medalhas de assiduida-de grau Ouro aos bombeiros de

1.ª João Pedro Silva e Maria Carmo Mendes e ao bombeiro de 2.ª Jorge Paulo Santos (20 anos); ao comandante João Paulo Contente e à bombeira de 2.ª Isabel Couceiro (15 anos) e ainda medalhas de Prata ao bombeiro de 2.ª Carlos Curado e aos bombeiros de 3.ª Maria Filomena Pimentel, Zita Tomé, Victor Brochas e José Lucas (10 anos) e por fim Cobre para os bombeiros de 3.ª Paulo Cordei-ro, Andreia Gabriel, Carlos Sa-bino, Tiago Nunes, Pedro Cruz, Luís Morgado e ao cadete Filipe Pinto (5 anos).

Associaram-se às comemora-ções, para além elementos dos vários órgãos sociais da asso-ciação, nomeadamente os pre-sidentes da assembleia geral e da direção, respetivamente João Gouveia e Hélder Carvalho e o comandante João Paulo Contente; o pároco de Soure e capelão do quartel Pe. José Cunha; o comandante opera-cional distrital e comandante honorário dos Voluntários de Soure, Luís Tavares e o presi-dente da Federação dos Bom-beiros do Distrito de Coimbra, comandante António Simões, bem como de representantes de muitas congéneres e várias outras instituições civis e mili-tares, autarcas, associados e familiares dos bombeiros, numa sessão abrilhantada pela ex-traordinária apresentação da banda da associação que inter-pretou e entoou o hino dos bombeiros portugueses.

Sofia Ribeiro

SOURE

Presidente denuncia desrespeito

Page 21: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

21NOVEMBRO 2017

A viver dias difíceis, ensombrados pela ameaça de insolvência finan-

ceira, a Associação Humanitária de Bombeiros Mistos do Concelho do Sei-xal não deixou de assinalar o 40.º aniversário, até porque poucos pare-cem acreditar que a justiça sentencie o encerramento de uma instituição que serve 110 mil pessoas, só no con-celho do Seixal, sempre em prontidão para apoiar outras missões no distrito e do país e que só este ano, de janei-ro a setembro, respondeu a 288 aci-dentes rodoviários, 6298 emergên-cias médicas, 163 incêndios rurais, 57 incêndios urbanos, 11500 serviços de ambulatório e 262 sinistros de outro tipo.

Recorde-se que a situação difícil vi-vida pelos Bombeiros do Seixal pren-de-se com um despacho judicial que impossibilita a associação de avançar com o cumprimento o Processo Espe-cial de Revitalização (PER) para paga-mento de uma dívida que ascende a quase oito milhões de euros e decorre da indemnização a maqueiro despe-dido e do pagamento de horas extra a vários colaboradores. O tribunal terá sustentado a decisão na recusa do PER, por quatro entidades, não obs-tante constituírem um pequena mino-ria dos credores. O caso está a ser reapreciado pelo Tribunal do Barreiro, até porque alguns destes lesados re-cuaram e estão, agora, disponíveis para colaborar na solução que permi-ta a salvaguarda do socorro e da se-gurança dos seixalenses. Registe-se que até ao fecho desta edição não ha-via ainda qualquer decisão sobre o re-curso apresentado a 11 de novembro no Tribunal do Barreiro.

Mesmo em dia de festa, a situação não foi esquecida pelo presidente da direção. António Matos falou durante longos minutos, num discurso marca-do por avisos e alertas internos mas, também, pelo reconhecimento do in-cansável trabalho deste corpo de

bombeiros que integra, atualmente, uma centena de operacionais.

O presidente da Câmara Municipal do Seixal, começou por criticar a lei de financiamento das associações huma-nitárias e corpos de bombeiros, defen-deu a criação de receitas anuais que permitam garantir a sustentabilidade destas associações, para depois falar dos investimentos da autarquia neste setor, anunciando, para breve, a aqui-sição uma nova ambulância para os Bombeiros Mistos do Seixal, e o au-mento substancial da comparticipação anual dada aos bombeiros do conce-lho. O autarca disse mesmo que em

2018 os efetivo da cidade passa a re-ceber 750 mil euros, mais 60 mil que este ano.

“Sabemos que estas verbas serão bem utilizadas, porque temos plena confiança no trabalho quer da direção, quer do corpo de bombeiros”.

António Rodeia Machado, vice-presi-dente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP), começou por falar de um verão terrível que deixou um rasto de morte e destruição e muitas mar-cas, sublinhando o esforço dos bom-beiros que considerou serem “o que de melhor Portugal tem”. Fez ainda ques-tão de salientar o exemplar desempe-nho das mulheres e homens que dão corpo ao “maior exército de Portugal”, tendo em conta que “as forças arma-

das, no seu total, tem poucos mais de 27 mil efetivos” enquanto os bombei-ros no seu conjunto “rondarão os 45 mil”, ou seja “o maior movimento as-sociativo de Portugal, que dá ao Estado mais de 180 milhões de euros de tra-balho voluntário”

Perante a indefinição de uma estra-tégia para o setor, Rodeia Machado exigiu respostas às reivindicações da confederação, deixando claro que “nin-guém, mesmo ninguém se poderá substituir aos bombeiros voluntários”, que considerou estarem unidos pela “força, decisão, trabalho e competên-cia”.

O comandante José Raimundo deu especial enfoque à prontidão, à prepa-ração e à formação do efetivo fazendo mesmo questão de, em cerimónia pú-blica, fazer a entrega dos diplomas que atestam não só a aposta da associação na valorização dos recursos humanos mas, sobretudo, a determinação dos bombeiros em saber mais para fazer melhor, contrariando assim, algumas das teorias que este verão serviram para justificar o injustificável.

Receberam os diplomas de Tripulan-te Ambulância Socorro (TAS/DAE) os bombeiros de 1.ª Carlos Manuel Salda-nha Rodrigues Esteves e Nuno Manuel da Silva Veiga, os bombeiros de 2.ª Andreia Carina Bilro da Silva, Hugo An-tónio Vieira Costa Marques, Nanci Ma-

ria Lopes de Magalhães, Luis Carlos da Costa Cipriano, José Nuno Pais da Silva Reis, José Augusto Martins Pina, Lean-dro Samuel Precópio Santos, e os bombeiros de 3.ª Igor Daniel Albu-querque dos Santos, Inês Cristina Oli-veira Pina e Telmo Jorge Elias dos Reis. Da mesma forma, foram entregues os comprovativos de participação no cur-so de DAE aos bombeiros de 3.ª Ale-xandre Francisco de Jesus Tomé e José Carlos Goinhas Marques e tripulante de ambulância de transporte (TAT) o subchefe Luís Filipe da Saúde Silva, aos bombeiros de 2.ª Humberto Carlos Tavares Batista e Nuno Manuel Panóias Pereira e à estagiária Inês Nunes Este-ves. Na cerimónia foram ainda entre-gues diplomas de TS aos estagiários Ricardo Miguel Zacarias do Vale Lopes, Alexandra Martins Milheiro, Débora Alexandra Duarte Laborde e João Vítor Rebelo Ribeiro e de Suporte Básico de Vida Pediátrico aos bombeiros de 2.ª Ivo Gonçalo Campos Aranha e Ana Ca-tarina dos Santos Correia. Foram ainda distribuídos os certificados da forma-ção em Técnicas de Salvamento e De-sencarceramento ao chefe João Paulo Brito de Sousa, o bombeiro de 1.ª Car-los Miguel Teixeira Correia, o bombeiro de 2.ª José Augusto Martins Pina e os estagiários Inês Nunes Esteves, Rui Miguel Carvalho Batista e Débora Ale-xandra Duarte Laborde. Receberam os certificados do curso de “Controlo de Acidentes com Matérias Perigosas” os subchefes Rogério Paulo Henriques Torcato Lopes, Pedro Miguel dos San-tos Dias Coelho e Luís Miguel Rodri-gues Pereira e ainda os bombeiro de 1.ª Tiago Alexandre Martins Soares e os bombeiros de 2.ª Emanuel José Cardoso de Pinho, Marco Alexandre de Oliveira Ribeiro, Andreia Carina Bilro da Silva, José Augusto Martins Pina e os bombeiros de 3.ª Inês Cristina Oli-veira Pina e António Miguel Simões Ci-priano Ramalho. Foram ainda distribuí-dos os títulos de Condutor Embarcação

de Socorro os bombeiros de 2.ª Marco Alexandre de Oliveira Ribeiro, José Nuno Pais da Silva Reis Ivo, Gonçalo Campos Aranha, Hugo António Vieira Costa Marques, Francisco José dos Santos Fonseca e os bombeiros de 3.ª José Carlos Goinhas Marques, João Carlos Lopes Pereira. O bombeiro de 1.ª Manuel António Ferreira Soares re-cebeu certificado da formação em Operações Essenciais Extinção Incên-dios Florestais.

Pela participação na 1ª edição “Bombeiro Elite” foram distinguidos os bombeiros de 1.ª Tiago Alexandre Martins Soares, os bombeiros de 2.ª José Nuno Pais da Silva Reis, Rui Jorge das Neves Figueiredo, Hugo António Vieira Costa Marques e os bombeiros de 3.ª João Carlos Lopes Pereira e Má-ximo Oliveira

Em dia de festa, foram agraciados com as medalhas de assiduidade os bombeiros de 1.ª Andreia Guerreiro e Carlos Correia, o bombeiro de 2.ª Fer-nando Frescata e o bombeiro de 3.ª Simão Coelho (20 anos); a bombeira de 2.ª Elsa Filipe (15 anos); os bom-beiros de 2.ª Nanci Magalhães e An-dreia Silva e os bombeiros de 3.ª Luis Cipriano, Telma Rebocho, Igor Santos e António Ramalho (10 anos) e ainda os bombeiros de 3.ª Máximo Oliveira, Hugo Santos, Ana Camargo (5 anos).

Marcaram presença na cerimónia, o presidente da assembleia geral da ins-tituição, Rui Pablo o comandante ope-racional do distrito de Setúbal, Elísio Oliveira; o presidente da União das Freguesias do Seixal, Arrentela e Al-deia de Paio Pires, António Oliveira dos Santos e Carlos Picado em representa-ção da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, entre muitas ou-tras individualidades, autarcas, entida-des civis e militares, vários represen-tantes das congéneres do distrito, fa-miliares, associados e amigos da insti-tuição.

Sofia Ribeiro

SEIXAL

Resiliência permite pensar no futuro

Foi inaugurada no passado dia 17, às 21.30h., na sede

da Associação Humanitária de Bombeiros a exposição temáti-ca “ Vida por Vida – Uma Histó-ria de Amor “.

A data e hora escolhidas para a cerimónia coincidiram com da

1ª reunião de direção e aprova-ção dos estatutos desta insti-tuição, realizada nos idos de 1927, há precisamente 90 anos.

A mostra integra peçasalusi-vo do corpo de bombeiros, tem também uma componente mui-

to significativa do espólio cedi-do pela Família do colecionador e Bombeiro desta casa, Jorge Silva, que dedicou grande parte da vida aos Famalicenses, construindo todo um mundo de memórias que merecem ser mostradas.

Esta é “por isso uma história de amor, pois só com muita paixão, dedicação e ao longo de uma vida, é que se conse-gue reunir este material” sa-lienta fonte da associação fa-lando ainda de uma justa ho-menagem, no ano em que se

assinala dos 90 anos da asso-ciação.

Entretanto, também no âm-bito destas comemorações, os Famalicenses promoveram, no dia 8 de novembro, um jantar com fados.

Tratou-se de um “evento

marcante no vasto programa de comemorativo” que teve correspondência da comunida-de famalicense, que lotou a sala, para ouvir e aplaudir os vários fadistas, durante um bem servido repasto num am-biente muito agradável.

FAMALICENSES

“Vida por Vida, Uma História de Amor”

Page 22: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

22 NOVEMBRO 2017

A necessidade de um novo quartel e da renovação do

parque de viaturas, na sua larga maioria com mais de 25 anos, estiveram no centro das aten-ções de muitas intervenções realizadas durante a sessão so-lene comemorativa do 57.º ani-versário da Associação Humani-tária de Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga.

A par disso, o programa ficou também assinalado pela promo-ção de bombeiros, atribuição de condecorações, incluindo, um crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), ao bombeiro de 3.ª José António Carvalho, e a medalha de servi-ços distintos grau prata da mes-ma, aos bombeiros, João Antó-nio Telha (1.ª), Fernando Mar-

tins (1.ª) e António Pereira (3.ª). A entrega destas distin-ções foi coordenada pelo co-mandante José Requeijo, vogal do conselho executivo da confe-deração presente.

Procedeu-se também à atri-buição de 16 medalhas de assi-duidade da LBP, de dedicação,

25 anos, ao chefe Joaquim Asênsio, de 20 anos, ao subche-fe José Carlos Ribeiro e aos bombeiros de 2.ª, André Si-mões, Silvina Tavares e Luis Fili-pe Guerra, de 15 anos, ao sub-chefe Luis Filipe Almeida, e a 10 anos, os bombeiros de 2.ª, Ri-cardo Gonçalves e Sandra Silva,

e de 3.ª, Carla Filipe, Sérgio Martins, Luis Ferreira e Luis Ser-rado Silva.

Decorreu também a promo-ção, a subchefe, de Luis Filipe Almeida, a bombeiro de 2.ª, da Carla Lourenço, Adriana Mota, Ricardo Gonçalves, Sérgio Mar-tins, Manuel Lourenço e Luis Fi-

lipe Guerra, a 3.ª, do Sérgio Roxo, Emanuel Ferreira, Lucas Oliveira, Débora Silva, Cátia Tei-xeira, Sérgio Teixeira e Sara Soares.

A estagiários, foram promovi-dos, Vera Tavares, Marta Barrei-ra, Luis Durão, João Costa, Cris-tiana Fontora, André Macedo,

Helen Rogas e Miguel Santos, e a cadetes, Maria Gabriela Fer-reira, Cristóvão Martins, Maria Ferreira, Daniela Matos e Diana Rodrigues.

A sessão foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, António Coutinho, e contou com as pre-senças, do vogal da LBP, co-mandante José Requeijo, do co-mandante distrital de socorro da ANPC, António Ribeiro, do re-presentante da Federação de Bombeiros do Distrito de Aveiro, Carlos Mouro, acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral António Bispo Rodrigues, pelo presidente da direção, Ademar Carvalho, do comandante Se-bastião Lourenço e dos restan-tes órgãos sociais e comando.

SEVER DO VOUGA

Lembrada necessidade de novo quartel

Promoções, a homenagem a operacionais feridos, a atri-

buição de condecoração, no-meadamente, de dois crachás da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) ao chefe Luís Afonso e ao subchefe Fernando Freixo, constituíram ponto alto das comemorações do 124.º aniversário da Associação Hu-manitária de Bombeiros Volun-tários de Paço de Arcos, Oeiras. Destaque também para a apre-sentação da recém-criada equi-pa cinotécnica para resgate em catástrofes.

A sessão solene foi presidida pelo secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Ne-ves.

A cerimónia teve início com a promoção de oito estagiários a bombeiros de 3.ª, José Carlos Silva, Juliana Barão, Luis Pires, Luana Silva, João Pedro Dias, Agnaldo Santos, Ana Paula Cos-teira e Vitor Areias, seguindo-se a promoção, a 2.ª, dos bombei-ros, Marcelo Rodrigues, Arman-do Simões e Fernando Cardoso, e a subchefe, o bombeiro de 1ª Nuno Moreira.

Seguiu-se a atribuição de

condecorações da Associação, Câmara de Oeiras (CMO) e LBP. Neste caso, com a medalha de assiduidade 20 anos, grau ouro 2 estrelas, foram distinguidos, o oficial bombeiro 2.ª Nuno Fili-pe Oliveira, o subchefe Carlos Machado e o bombeiro de 2.ª Tiago Santos. A medalha de 15 anos de assiduidade, grau ouro 1 estrela, foi entregue ao bom-beiro de 3.ª Rui Visitação, a de grau prata, 10 anos, aos bom-beiros de 3.ª, Ana Filipa Lobo, Sílvia Ascensão e Pedro Bandei-ra, e a de 5 anos de assiduida-de, cobre, ao bombeiro de 3.ª Carlos Manuel Fernandes.

A CMO atribuiu a medalha de bons serviços, 10 anos, à bom-beira de 3.ª Ana Filipa Lobo, e a de 20 anos, ao oficial bombeiro 2.ª Nuno Filipe Oliveira, ao sub-chefe Carlos Machado e ao bombeiro de 2.ª Tiago Santos.

A Associação, homenageou com a medalha de serviços dis-tintos, o comandante Ricardo Ribeiro, o chefe Luis Afonso, os subchefes, Nuno Moreira e Nor-berto Lachica, e os bombeiros de 3.ª, Mário Monteiro, Ricardo faria, João Pedro Poeiras, e o bombeiro de 3ª supranumerário do Quadro de Honra Manuel José Romão.

A medalha de bom comporta-mento e assiduidade da Asso-ciação, por 20 anos, foi entre-gue ao oficial bombeiro de 2.ª Nuno Filipe Oliveira, a de 10 anos, ao chefe Luis Afonso, e aos bombeiros, Armando Si-mões (2.ª) e Ana Filipa Lobo (3.ª), e a de 5 anos, aos bom-beiros de 3.ª, Marta Duarte, Catarina Rato e Carlos Fernan-des.

A atribuição da medalha de serviços distintos da Associação pretendeu distinguir os bombei-ros acidentados no decorrer do presente ano, desde logo, os 5 elementos feridos no capota-

mento da viatura de combate a incêndios florestais em Casta-nheira de Pera ( chefe Luis Afonso, subchefe Nuno Moreira, bombeiros de 3.ª, Mário Mon-teiro, Ricardo faria e João Poei-ras), o subchefe Norberto La-chica atropelado quando pres-tava socorro a vítimas de um acidente de viação, e o bombei-ro de 3.ª supranumerário QH Manuel José Mourão ferido no decorrer da manutenção de um veículo nas instalações do quar-tel.

A sessão solene, além do se-cretário de Estado, contou com as presenças, do presidente da

Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, do director na-cional de planeamento da ANPC, José Oliveira, do secretá-rio do conselho fiscal da LBP, Eduardo Osvaldo Louro Silva Correia, do vice-presidente da Federação de Bombeiros de Lis-boa, comandante António Gual-dino, do comandante operacio-nal distrital da ANPC, André Fernandes, acolhidos, pelo pre-sidente da assembleia-geral, Ângelo Pereira, pelo presidente da direção, Tiago Fernandes, pelo comandante Ricardo Ribei-ro e restantes órgãos sociais e comando.

PAÇO DE ARCOS

Corpo ativo ganha oito novos elementos

Page 23: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

23NOVEMBRO 2017

A inauguração de uma nova ambulância constituiu um dos momentos importan-

tes das comemorações do 69.º aniversário da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Volun-tários de Alcochete, que ficam igualmente marcadas pela en-trega do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao subchefe Joaquim Gil da Silva e a tomada de posse de Rui Pintado como adjunto de Co-mando. Durante a sessão foi cumprido um minuto de silêncio em memória das vítimas dos in-cêndios deste ano trágico

A nova viatura surge da von-tade popular e da determinação da equipa do Rendimento Social de Inserção – Montijo/Alcochete (da Associação para a Formação Profissional e Desenvolvimento do Montijo) que lançou e dinami-zou a campanha “Um gesto, uma ambulância”, e despertou consciências e sensibilizou a co-munidade para as dificuldades sentidas pelos bombeiros, para cumprir o imprescindível plano de modernização de meios e equipamentos.

Depois de enfrentar a adversi-dade, a instituição encara com o otimismo o futuro. “O rigor, a disciplina e muita organização”, conforme sublinhou o presidente da assembleia geral permitira, “estabilizar a associação”, ape-sar dos apoios oficiais continua-rem a escassear, assinalou. O presidente da direção, Norberto Barão, não escondendo dificul-dades, deu no entanto, conta de algumas conquistas patenteadas no serviço de excelência presta-do pelos bombeiros quer no mu-nicípio, quer em muitos outros pontos do Pais, nomeadamente nos territórios afetados, este ano, pelos violentos incêndios.

O comandante do corpo de bombeiros, Paulo Vieira, fez questão de tornar público o re-conhecimento aos homens e mulheres que servem este quar-tel, com a outorga de vários lou-vores, um coletivo e vários indi-viduais, extensível, também, à

direção, a várias entidades e amigos dos Bombeiros de Alco-chete. Da mesma forma, tam-bém a direção distingui e home-nageou o corpo de bombeiros, o comandante, a fanfarra da insti-tuição e algumas individualida-des que pela sua ação contribuí-ram para o engrandecimento da instituição

Entre lágrimas, sorrisos ner-vosos e muitos abraços Alcoche-te deu as boas vindas aos 11 no-vos elementos deste efetivo, quase uma dúzia de bombeiros de 3.ª, gente muito jovem que perante uma vasta plateia assu-miu o compromisso com o vo-luntariado, juraram servir a cau-sa e casa, provando que os “bombeiros em Portugal estão vivos”, conforme salientou Adeli-no Gomes, vice presidente da Liga dos Bombeiros Portugue-ses.

Fugindo à imagem estereoti-pada do “bombeiro-herói” o re-presentante da confederação in-sistiu no conceito de “servidor de uma causa”.

“Não somos heróis de coisa nenhuma, somos apenas servi-

dores de uma causa que abraça-mos quando nos alistamos nos nossos corpos de bombeiros. O título de heróis entregamos àqueles que perderam a vida ou

seus bens, porque nós não con-seguimos estar em todo lado”, disse para depois reafirmar o profissionalismo dos bombeiros, para quem e por quem a Liga

dos Bombeiros Portugueses não deixará de reivindicar respos-tas, mas, sobretudo, mais e me-lhores meios e condições de tra-balho para os homens e mulhe-

res que são e serão o principal pilar da proteção civil em Portu-gal

Durante a sessão foram ainda agraciados com Medalha Servi-ços Distintos da LBP (grau Co-bre) o Chefe Serafim Adriano da Silva Ramos e o Bombeiro de 1.ª. André Miguel de Pinho Je-sus. Foram ainda entregues me-dalhas de assiduidade grau ouro ao 2.ª comandante José Mar-tins, ao bombeiro de 2.ª Luis Mi-guel Tomé e bombeiro de 3.ª (20 anos) e ainda ao bombeiro de 2.ª Sérgio Pereira (15 anos); a medalha de prata (10 anos) ao bombeiro de 2.ª Nuno Mafra e medalhas de bronze (5 anos) aos bombeiros de 3.ª Emanuel Fernandes e Cristina Candeias. A direção entregou também os respetivos emblemas aos asso-ciados com 20 e 50 anos de fi-liação à causa.

Na ocasião o grupo Mosque-teiros entregou aos bombeiros cinco equipamentos de proteção individual (EPI) completos, no âmbito da campanha nacional de reequipamento dos operacio-nais que envolve, também, a Liga dos Bombeiros Portugue-ses.

O presidente da Câmara Mu-nicipal de Alcochete, Fernando Pinto, comprometeu-se a ofer-tar, proximamente, mais três (3) EPI florestais com o intuito de apoiar a associação no esfor-ço e no encargo de garantir a segurança dos 12 (doze) novos bombeiros.

Associaram-se às comemora-ções, entre outras individualida-des, Jorge Arroz, presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários de Alcochete; Mário Catalão, presidente da assem-bleia municipal; Carlos Picado, representante da Federação dos Bombeiros do distrito de Setú-bal; Elísio Oliveira, comandante operacional distrital de Setúbal e Natacha Patinha, presidente da Junta de Freguesia de Alco-chete.

Sofia Ribeiro

ALCOCHETE

Quartel recebe reforços e reforça a estrutura de comando

O ingresso de 11 elementos no corpo de bombeiros

como bombeiros de 3.ª, a pro-moção de 14 a bombeiros de 2.ª e 2 a subchefe marcaram as comemorações do 39.º ani-versário da Associação Huma-nitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Rebordosa.

A festa ficou também mar-cada com a entrega de meda-lhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), por 20 anos, a oito ele-mentos, por 15, a um, por 10 anos, a 4, e por 5 anos, a 5 elementos.

Outro momento marcante das comemorações foi a home-nagem prestada às equipas de cadetes, masculina e feminina,

e aos seus treinadores e ad-juntos, pela vitória nos cam-peonatos nacionais de mano-bras organizados pela LBP em Penafiel e pela representação de Portugal no campeonato in-ternacional do CTIF realizado na Áustria.

Ponto alto do programa foi a celebração da missa solene se-guida de um jantar de confra-ternização que assinalou o per-

curso feito pela Associação e pelo seu corpo de bombeiros ao longo de 39 anos, neste mo-

mento com mais de 120 opera-cionais, e a prestar apoio e so-corro às cinco freguesias da sua

área de atuação bem como no apoio às congéneres vizinhas.

A LBP fez-se representar nas

cerimónias pelo seu vogal do conselho executivo, comandan-te José Morais.

REBORDOSA

Promoções marcam aniversário

Page 24: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

24 NOVEMBRO 2017

A câmara municipal não colabora como devia com os seus bombeiros, é um facto, mas isso não prejudica o serviço prestado à população

Fernando Pires, presidente da direção da Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários de Aguiar da Beira

palavra de PRESIDENTE

Data de 5 de abril de 1954 a fundação da Associação Hu-

manitária de Bombeiros Volun-tárias de Aguiar da Beira, uma instituição de referência, num pequeno concelho do interior do País com pouco mais de cinco mil habitantes distribuídos por 10 freguesias, num território com mais de 200 quilómetros quadrados.

A emigração e êxodo para os grandes centros, o envelheci-mento da população e o consequente abando-no da terra são realidades que se interligam e tornam mais difícil a missão da meia centena de bombeiros que serve a causa em Aguiar da Beira. Ao mesmo tempo que faltam voluntá-rios, há uma maior necessidade assistência aos seniores, mas também outras exigências de prevenção e intervenção num território

abandonado por isso exposto ao risco de in-cêndios.

Hoje, como ontem, os Voluntários de Aguiar da Beira fazem questão de cumprir exemplar-mente a sua missão e contribuir para a quali-dade de vida no concelho, investindo na mo-dernização de recursos que acrescentem valor ao serviço prestado à comunidade.

Cartão de visita

AGUIAR

Interior reivindica equipas

As obras de requalificação, por três vezes inviabiliza-das em outras tantas

candidaturas a fundos comuni-tários, mereceram, recente-mente, luz-verde. Por isso, dentro de pouco tempo, as an-tigas instalações da Junta Na-cional das Frutas, que acolhem os Voluntários de Aguiar da Bei-ra, desde 2006, vão poder dar resposta às necessidades de um corpo de bombeiros. A in-tervenção financiada nas áreas operacionais por verbas do Pro-grama Operacional Sustentabi-lidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR), prevê a construção de novas camaratas e balneários, salas de forma-ção, substituição do sistema de

aquecimento e da cobertura do parque de viaturas e ainda, a remodelação do parque de am-bulâncias e da secretaria. Os trabalhos, no global, estão or-çados em 200 mil euros, mon-tante que Fernando Pires, pre-sidente da direção da Associa-ção Humanitária de Bombeiros Voluntários de Aguiar da Beira, considera ser um importante investimento na melhoria signi-ficativa das condições ofereci-das aos 50 operacionais que in-tegram o efetivo.

“Esta obra constituía uma das prioridades da direção para este mandato”, revela o diri-gente, anunciando outros pro-jetos, entre eles a renovação do parque de viaturas onde faz fal-

ta uma nova ambulância de transporte de doentes não ur-gentes e um veículo de coman-do, porque o atual é já “um clássico” com muito pouco de operacional.

À lista das necessidades o co-mandante António Ferreira jun-ta ainda um veículo ligeiros de combate a incêndios (VLCI), que permita “colmatar a dificul-dades em encontrar bombeiros com carta de pesados”, e um veículo tanque tático rural (VTTR) de grande capacidade, não só para o apoio ao combate aos incêndios florestais, mas também para melhorar as ope-rações, “cada vez mais frequen-tes”, de abastecimento de água às populações.

Por aqui, os apoios não abun-dam não obstante Fernando Pinto reconhecer ajudas pon-tuais da população de alguns – “poucos” – beneméritos e vá-rias empresas. O presidente dá ainda boa nota da disponibilida-de dos empresários da região para libertarem os colaborado-res bombeiros para missões de socorro, até porque no quartel são poucos os funcionários pú-blicos, que têm outra liberdade para poder a qualquer hora do dia deixar o seu posto de traba-lho.

Embora fale de “alguns”

As obras no quartel, há muito ambicionadas, estão, finalmente, em

marcha. Em breve, os Voluntários de Aguiar da Beira vão poder contar com melhores

condições operacionais e funcionais, indispensáveis não só para a prestação de

um melhor serviço à população deste concelho do distrito da Guarda, mas,

também, na atração de voluntários que assegurem a renovação e o reforço do

efetivo, ainda que no interior do País essa seja uma missão espinhosa.

Deste município da Beira Alta chega, uma vez mais, o pedido de uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP), uma

reivindicação antiga, a que Lisboa continua a fazer “ouvidos moucos”.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim apoios, crítico, Fernando Pires revela que “a câmara municipal não colabora como devia com os seus bombeiros, é um facto, mas isso não prejudica o servi-ço prestado à população”, reve-la, dando conta de uma gestão rigorosa que permite responder com prontidão e eficácia nos vários teatros de operações.

Direção e comando conside-ram que seria necessário au-mentar o quadro de pessoal para fazer face às múltiplas so-licitações. As “800 saídas CODU por ano”, segundo dados do co-mandante, atestam a exigência deste território onde, para além de uma população envelhecida nos lugares dispersos do conce-lho, existem ainda oito lares de terceira idade alguns com mais de 200 utentes. Estes idosos exigem cuidados redobrados. A juntar a tudo isto a proximidade de várias autoestradas com amplo registo de acidentes e os fogos florestais, que constituem

uma ameaça contínua e não apenas no verão, uma situação que se agudizou nos ultimas décadas com o abandono das terras de cultivo e o consequen-te desordenamento da floresta a que as entidades responsá-veis foram fechando os olhos.

Para colmatar todas lacunas seria essencial que o quartel de Aguiar da Beira pudesse contar com o reforço de uma Equipa de Intervenção Permanente, o pedido é antigo e subscrito pela

autarquia, “mas está tudo nas mãos do Governo e da Autori-dade Nacional de Proteção Ci-vil”, que até agora não deram despacho a uma pretensão mais lícita.

Não obstante o trabalho nas escolas e junto da comunidade em geral é sentida a dificuldade em atrair jovens para os quar-téis, mais ainda no interior de País de onde quase todos fogem para o estrangeiro ou para os grandes centros.

Page 25: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

25NOVEMBRO 2017

O presidente da Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP)

defende que “falar em reformas da proteção civil sem os bom-beiros é o mesmo que querer reformar a Saúde sem os médi-cos e a Educação sem os profes-sores”.

O comandante Jaime Marta Soares, que falava na sessão solene comemorativa do 80º aniversário da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Volun-tários de Palmela, sublinhou ainda que “não há no mundo estrutura da proteção civil com a participação dos bombeiros como a nossa” e que a confian-ça dos portugueses nos seus bombeiros é motivo para que, por maioria de razão, “estes se manifestem atentos e preocu-pados com a realidade” e en-tendam dever ser também “ a

afirmação de uma consciência crítica assente em valores e princípios”.

A propósito, o presidente da direção da associação, Octávio Machado, acentuou a necessi-dade de fazer ver a importância dos bombeiros em qualquer re-forma, congratulou-se com a

atitude positiva do Presidente da República, e admitiu, se ne-cessário, a realização de uma manifestação nas escadarias da Assembleia da República para demonstrar o descontentamen-to dos bombeiros.

O programa do aniversário incluiu também o lançamento

da primeira pedra da obra de requalificação e ampliação do atual quartel, com apoio comu-nitário e municipal, que irá per-mitir a construção de novas ca-maratas, balneários e vestiá-rios.

A sessão solene foi antecedi-da da inauguração de duas via-

turas, um VDTD adquirido pela própria instituição, e um VLCI cedido pela Associação de Pro-prietários de Vale dos Barris e Alcovo.

Na sessão foram também en-tregues medalhas de assiduida-de da LBP, de 25 anos, ao sub-chefe Tiago Carvalho, de 20

anos, aos bombeiros de 1ª, João Carlos Neves e Alexandre Lopes, e de 2ª, João Rafael Martins e António Prata, e de 15 anos, aos bombeiros Bruno Va-rela e Carlos Sousa.

A sessão foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, e contou também com as presen-ças, do presidente da LBP, da presidente da Assembleia Muni-cipal, Ana Teresa Vicente, do vice-presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Se-túbal, João Ludovico, do co-mandante distrital da ANPC, Elí-sio Oliveira, acolhidos, pelo pre-sidente da assembleia-geral, Adriano Tiago, do presidente da direção, Octávio Machado, do comandante Manuel Simões, e dos restantes órgãos sociais e elementos do comando.

PALMELA

Presidente da LBP defende bombeiros nas reformas

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Investe-se uma centena de horas de formação num bombeiro, mais até do que em qualquer agente policial, e ao final de dois anos de instrução e preparação, muitos deles acabam por abandonar o concelho e o corpo ativo

António Ferreira, comandante do corpode Bombeiros Voluntários de Aguiar da Beira

voz de COMANDO

DA BEIRA

de intervenção permanente“A emigração levou-nos re-

centemente 10 elementos. Os mais jovens, com alguma for-mação, vão embora”, assinala o comandante, que acredita que ninguém escolhe sair da sua terra, mas a falta de oportuni-dades acaba por não deixar al-ternativas.

Por outro lado, António Fer-reira lamenta a complexidade e morosidade no processo de for-mação de novos elementos, que funcionam como entraves ao ingresso na carreira de bom-beiro - sublinhe-se - voluntário.

“O processo de recrutamen-

to é cada vez mais burocrático. Por outro lado, investe-se uma centena de horas de formação num bombeiro, mais até do que em qualquer agente poli-cial, e ao final de dois anos de instrução e preparação, muitos deles acabam por abandonar o concelho e o corpo ativo”, la-menta o comandante, esclare-cendo que mesmo o que ficam “nunca permanecem mais que cinco seis anos”.

O comando ultima um proje-to para implementar nas esco-las do concelho assente na for-mação básica dos mais novos

nas áreas de proteção e socor-ro, com especial enfoque na emergência e no combate a in-cêndios. Nesta tentativa de despertar os mais novos para a causa e as coisas dos bombei-ros, comando e direção acor-dam na realização de simula-cros e ações de sensibilização, também numa tentativa dar um novo ímpeto à escola de in-fantes e cadetes que foi reati-vada este ano.

Para além de chamar novos elementos importar valorizar os existentes e nesse sentido a formação é uma clara aposta

de António Ferreira, que se afirma desiludido com o traba-lho da Escola Nacional de Bom-beiros que continua a não aproveitar devidamente – com justiça e equidade – os forma-dores externos, em suma “a escola ao bombeiro” continua a ser uma aspiração, pois conti-nua a vigorar a máxima o “ o bombeiro à escola”. Para con-trariar esta dificuldade os Vo-luntários da Aguiar da Beira in-tensificam as ações de forma-ção interna que, embora não tenha direito a certificado, ga-rantem “conhecimentos e pre-paração aos operacionais” nas diversas valências.

Os Bombeiros de Aguiar da Beira estão instalados numa área ampla, onde acolhem aliás a Associação de Criadores de Gado da Beira Alta, há já seis anos, um “inquilino” que Fernando Pires considera ser uma mais-valia na proximida-de com as populações, que as-sociação pretende continuar a estreitar, porque importa, cada vez mais, dar notoriedade à instituição e os seus bombei-ros.

No exterior, para além de áreas muito bem arranjadas e um agradável espaço verde,

“jazem” um hangar, uma heli--pista, e uma moradia que em tempos serviram o Instituto de Emergência Médica (INEM) que de um dia para outro re-solveu deslocalizar meios e ho-mens para Santa Comba Dão. O processo está fechadíssimo, mas os Voluntários de Aguiar da Beira não esquecem como foram tratados, os dinheiros púbicos investidos numa obra imposta e o prejuízo causado a estas populações, até porque na verdade o helicóptero e res-petiva tripulação foram trans-feridos para um concelho com

acesso a muitos meios, que por aqui escasseiam.

“A câmara custeou as obras, para garantir todas as condi-ções operacionais e de aloja-mento a pilotos e médicos e depois de um ano e meio aqui mandam tudo para Santa Comba… E assim se gerem os dinheiros públicos”, desabafa o presidente para depois lamen-tar a posição dos municípios vizinhos que podiam beneficiar deste meio, mas em alguns casos, em sede da CIM, até votaram a favor da sua retira-da”.

Page 26: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

26 NOVEMBRO 2017

A comemoração dos 115 anos da Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, no passado dia 5 de novembro, teve um progra-ma memorável. Centenas de pessoas acompanharam as ce-rimónias que incluíram a pro-moção de 12 estagiários, a to-mada de posse do novo adjunto de comando, a entrega de dois crachás de ouro e outras distin-ções, a bênção de quatro novas viaturas e a inauguração de um edifício dedicado à formação.

O programa da festa incluiu ainda a tradicional romagem ao cemitério em memória dos bombeiros e dirigentes já fale-cidos e um desfile pela cidade dos meios humanos e motoriza-dos ao serviço da população.

O flagelo dos incêndios que atingiram a zona Centro do país marcou os discursos dos vários oradores presentes na sessão solene que não pouparam elo-gios à prestação dos bombeiros voluntários no meio de um ce-nário apontado como dantesco.

Foi também aplaudida a re-cuperação de António Garcia e Rui Maurício, os dois elementos do corpo de bombeiros de Can-tanhede que ficaram feridos no concelho de Arganil, na sequên-cia do despiste da viatura em que seguiam.

Comentando algumas das medidas anunciadas pelo Go-

verno para evitar que novas ca-tástrofes se venham a repetir, Rogério Marques, presidente da assembleia geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Cantanhede, afir-mou que não está claro o que o Governo pretende com algumas delas, designadamente quando se refere ao maior profissiona-lismo e especialização no setor da Proteção Civil, ou ao ordena-mento da floresta. No primeiro caso porque se recusa a aceitar insinuações sobre a incapacida-de dos bombeiros voluntários, o que “seria uma falta de respeito com os 30 mil bombeiros no ati-vo em Portugal, dos quais 92 por cento são bombeiros volun-tários”. No segundo, porque “faltam medidas estruturais que reforcem a prevenção dos incêndios”.

Mas “sejam quais forem as novas regras, o Governo, a Liga e os portugueses sabem que podem contar com os bombei-ros que, com a sua humildade, continuarão a estar presentes com o lema ‘Vida por vida’”, ter-minou Rogério Marques.

Sejam quais forem as medi-das a implementar pelo Gover-no, Helena Teodósio, presidente da Câmara Municipal de Canta-nhede, assegura o empenho do Município de Cantanhede, “ga-rantindo condições para uma atuação coordenada, conver-

gente e eficaz de todos os agentes do Serviço Municipal de Proteção Civil na resposta a si-tuações de emergência”.

Como tal, o Município preten-de continuar a apoiar os Bom-beiros de Cantanhede “ao abri-go de uma parceria já estabele-cida e que “contempla a trans-ferência de um pacote financeiro de 90 mil euros nos próximos dois anos”.

Depois de estabelecer um paralelo entre os 115 anos da Associação e o antigo número de socorro, o 115, Adérito Ma-chado, presidente da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Can-tanhede relembrou a “conta por pagar do Ministério da Saúde”.

“Está na hora dos serviços hospitalares terem vergonha na cara e regularizarem as dívidas que têm com os bombeiros, que já são muitas e significativas. A esta casa a dívida já ultrapassa os 100 mil euros”, transmitiu Adérito Machado. Reforça este responsável que “não compete aos bombeiros financiar o Ser-viço Nacional de Saúde”.

Também de números, mas dos serviços prestados, falou o comandante dos Bombeiros Vo-luntários de Cantanhede, José Oliveira. Segundo os seus da-dos, em 2016 o corpo de bom-beiros realizou mais de 12.500 serviços, número que, a mante-rem-se os registos atuais, facil-mente será ultrapassado em 2017.

O comandante dos Bombei-ros de Cantanhede aproveitou ainda o momento para relem-brar a importância de uma Equipa de Intervenção Perma-nente no concelho de Canta-nhede, tendo apelado às autori-dades competentes que esta necessidade se torne realidade.

Durante a sessão solene fo-

ram promovidos a bombeiros de 3.ª 12 estagiários, Daniela Heleno, Alberto Jesus, Nuno Abreu, Cristina Ramos, Maria José Costa, Bárbara Santos, Nathalie Branco, Eliseu Neves, Jorge Azenha, Ricardo Pato, João Pedro Gonçalves e Ana Ca-rolina Prado.

É intenção dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede avançar com duas escolas de bombeiros ainda este ano, uma a realizar na Tocha e outra em Cantanhede.

O aniversário da Associação foi também aproveitado para a

bênção de quatro novas viatu-ras - dois veículos florestais de combate a incêndios, uma via-tura ligeira de transporte de doentes não urgentes e uma embarcação de socorro –, de um compressor para enchimen-to de garrafas, e da primeira ambulância da corporação, da-tada de 1954, completamente restaurada pelo bombeiro de 1.ª Fernando Dourado. Trata-se de um veículo Volkswagen, co-nhecido como “pão de forma” que agora se apresenta “com-pletamente novo”.

O novo edifício de formação, contínuo à oficina, também inaugurado, recebeu o nome do Chefe Amarante, em homena-gem ao “homem e ao bombeiro António Alves Pereira por este

ter dedicado um especial cari-nho à formação”, justificou o presidente da direção.

A sessão solene incluiu ainda a tomada de posse do novo ad-junto de comando. O bombeiro de 3.ª, Ricardo Cardoso junta--se, assim, a José Oliveira e a Nuno Carvalho, respectivamen-te, comandante e segundo co-mandante dos Bombeiros Vo-luntários de Cantanhede desde maio último.

Na mesma sessão, o bombei-ro de 1.ª, Fernando Dourado, e o bombeiro de 2.ª, Carlos Cos-ta, foram distinguidos com o

crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) por terem atingido 50 anos de serviço. As distinções foram en-tregues pelo comandante Go-mes da Costa, em representa-ção da LBP.

Paralelamente foram ainda entregues medalhas de servi-ços distintos grau cobre da LBP ao presidente do concelho fis-cal, Artur Fernandes, ao co-mandante José Oliveira, aos subchefes, Mário Cardoso e Má-rio Ângelo, e aos bombeiros de 2.ª, Paulo Figueira e Mário Pi-res.

O bombeiro de 3.ª Celestino Rodrigues recebeu uma meda-lha de serviços distintos grau prata da LBP e o subchefe Horá-cio Pereira e o bombeiro de 1.ª

Mário Barradas receberam me-dalhas de serviços distintos grau ouro da LBP.

Receberam medalhas de de-dicação pelos 25 anos de servi-ço, o bombeiro de 1.ª José Car-los Barradas, o oficial bombeiro de 2.ª Acácio Almeida, os bom-beiros de 2.ª, António Guerra, José Alberto Carvalho, Paulo Barradas e Carlos Pato e os bombeiros de 3.ª, António Tor-res e João Carlos Silva.

Receberam medalhas de as-siduidade 20 anos grau ouro a bombeira de 1.ª Helena Marti-nho, os bombeiros de 2.ª Rosa Pires, Maria José Pires, João Pe-dro Oliveira, Vera Borges e Rui Figueira e os bombeiros de 3.ª Carlos Figueira, Eduardo Fer-nandes e Nelcínio Cardoso.

Foram agraciados com meda-lhas de assiduidade 15 anos grau ouro o 2.º comandante Nuno Carvalho, os bombeiros de 2.ª Paulo Cação, Maria Leo-nor Torres e Ricardo Madeira e os bombeiros de 3.ª Nuno Bronze, Nuno Borges, Maria Manuel Silva, Manuel Loureiro, José Cardoso, Manuel Moleiro e Carlos Camarinho, e o vice-pre-sidente do Concelho Fiscal Car-los Alberto Lopes.

Receberam medalhas de as-siduidade 10 anos grau prata, os bombeiros de 2.ª Sónia Ca-ção, Rui Miranda e Carlos Abreu e os bombeiros de 3.ª Edite Al-meida, Ricardo Oliveira, Tiago Martins, João Paulo Tavares e Nuno Oliveira.

Foram ainda entregues me-dalhas de assiduidade 5 anos grau cobre, ao presidente da assembleia geral, Rogério Mar-ques, ao vice-presidente da as-sembleia geral, Óscar Camar-neiro, ao 1.º suplente da as-sembleia geral, Luís Alves, ao secretário relator do conselho fiscal, Manuel Milagres, ao pre-sidente da direção, Adérito Ma-chado, ao vice-presidente da direção, António Balteiro, ao se-cretário adjunto, Leonel Cor-reia, e aos bombeiros de 3.ª, Ricardo Cardoso, João Martins, António Garcia, Suzana Silva, Sérgio Carvalho, Ivo Teixeira, Berto Almeida, José Nuno Reis, Patrícia Cação, Dina Almeida, Inês Santos, Ruben Oliveira, Luís Claro, Luís Timóteo, Luís Silva, Dário Laranjeiro, João Nogueira, André Reis, Ruben Ferreira, Luís Oliveira, Tiago Oliveira, Sara Almeida, Pedro Carvalho, Ricardo Santos, Joel Almeida, Manuel Maurício, Luís Jorge e Sandra Liceia.

CANTANHEDE

Comemorações dos 115 anos com promoções e distinções

Page 27: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

27NOVEMBRO 2017

A atribuição do crachá de ouro ao subchefe do Quadro de

Honra António Lopes Gonçalves Mouralinho, a entrega de outras condecorações e a realização de promoções marcaram especial-mente o programa comemorati-vo do 91.º aniversário da Asso-ciação Humanitária de Bombei-ros Voluntários de Alverca, Vila Franca de Xira.

O crachá de ouro foi entregue pelo presidente da Câmara Muni-cipal, Alberto Mesquita, durante a sessão solene a convite do re-presentante da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP) presente.

Antes da sessão, em parada ocorreram as promoções, a sub-chefe, de Marco António Ferreira Laranjo, a bombeiros de 2.ª, de

Jorge Ferreira, Ricardo Forte, Va-nessa Porto e Inês Patinha, e a bombeiros de 3.ª, Cristiana Ba-rata, Pedro Carvalho, Carolina Gomes, Rita Baião, Ruben Carva-lho e Fábio Santos.

Foram também entregues em

parada as medalhas de assidui-dade da LBP, de 25 anos, ao sub-chefe Daniel Mouralinho, à bom-beira de 2.ª Sandra Mouralinho, ao bombeiro de 3.ª Nuno Rosa, de 20 anos, à subchefe Dília Coe-lho e à bombeira de 1.ª Filomena

Laranjo, de 15 anos, ao oficial bombeiro de 2.ª, Pedro Sousa, aos bombeiro de 2.ª Hugo Timó-teo e Rogério Costa, ao bombeiro de 3.ª José Carlos Dominguez, de 10 anos, aos bombeiros, de 2.ª, André Silva e Vivaldo Agosti-

nho, e de 3.ª, Sérgio Aleixo, Jor-ge Barata e Tatiana Miranda, e de 5 anos, aos bombeiros de 3.ª, Tiago Caldeira, João Pedro Tei-xeira e Marco Gonçalves, e aos estagiários, Tiago Barros, Cris-tiana Barata e Miguel Monteiro.

As cerimónias, além do presi-dente da Câmara, contaram também com as presenças, do vice-presidente da LBP, Rama da Silva, do presidente da Federa-ção de Bombeiros do Distrito de Lisboa, comandante António Carvalho, do segundo coman-dante distrital de Lisboa da ANPC, Hugo Santos, de vereado-res, do presidente da Junta de Freguesia de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, da presidente da assembleia da mesma freguesia, Carlota Pina, acolhidos, pela pre-sidente da assembleia-geral da Associação, Raquel Pereira, pelo presidente da direção, Luís Coimbra, pelo comandante Al-berto Fernandes e restantes ór-gãos sociais e comando.

ALVERCA

Crachá e promoções no aniversário

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

O comandante do Quadro de Honra da Associação Huma-

nitária de Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique, Lisboa, Armando de Matos Fernandes, foi agraciado pela Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP) com a Fénix Honra, após proposta aprovada por unanimidade no seu 43.º Congresso realizado em outubro último em Fafe.

A entrega decorreu durante a sessão solene comemorativa do 101.º aniversário da associa-ção.

O comandante Matos Fernan-des, também crachá de ouro da LBP, ingressou no corpo de bombeiros em 1952 e ininter-ruptamente, foi bombeiro du-rante 14 anos, adjunto de co-mando durante 14 e coman-dante durante 21. A sua carrei-ra, para além de longa, foi também recheada de iniciati-vas, nomeadamente, a co-fun-dação da Federação de Bombei-ros do Distrito de Lisboa em 1975, a primeira do país, de

que foi também o primeiro vice--presidente, a organização da primeira escola de formação conjunta da cidade de Lisboa, a participação na LBP como se-cretário técnico em 1980, a realização e legalização da pri-meira escola de mulheres bom-beiras a nível nacional em 1982.

A sua intervenção operacio-nal inclui também um enorme conjunto de situações incluindo, o fogo da Serra de Sintra em 1966, as cheias na região de

Lisboa em 1967, os incêndios no Palácio da Ajuda, nos navios Beira e Niassa, na Faculdade de Ciências e também no Chiado.

A sessão solene foi presidida pelo vereador Carlos Castro, em representação do presiden-te da Câmara Municipal de Lis-boa, e contou com as presen-ças, do vogal do conselho exe-cutivo da LBP, comandante Fer-nando Barão, do vice-presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, Rui Santos Silva, da presidente da Assem-

bleia de Freguesia de Campo de Ourique, Susana Ramos, do co-mandante do Regimento de Sa-padores Bombeiros de Lisboa, tenente coronel Pedro Patrício e do segundo comandante distri-tal da ANPC, Hugo Santos, aco-lhidos, pelo presidente da as-sembleia geral, pelo presidente da direção, João Ribeiro, pelo comandante Paulo Alfar e res-tantes órgãos sociais e coman-do.

Foram promovidos a 1.ª os bombeiros, André Fernandes,

Aurora Pinto e Paulo Jorge Bor-ges e feita a entrega simbólica de uma das 50 máscaras faciais oferecidas à Associação por Ma-ria José da Silva Salvado. Fo-ram ainda entregues diplomas de reconhecimento a um con-junto de entidades e individua-lidades, incluindo, a Banda Sin-fónica da PSP, o segundo co-mandante Vitor Tavares e o bombeiro de 2.ª QH Rosa Maria Almeida.

Foi atribuída a medalha “Pela Associação”, prata aos associa-

dos com 25 anos, o subchefe Vitor Almeida, Alberto Luzio, Eduardo Barroso e Rosalina Al-ves, e a mesma distinção, grau ouro, por 50 anos, ao subchefe José Armando Oliveira e ao bombeiro de 3.ª equiparado Carlos Espírito Santo.

A medalha “Pela Associação”, 3.ª classe, grau cobre, foi en-tregue a Fernando Carvalho Sil-va, Maria José Salvado, à Junta de Freguesia de Belém e ao bombeiro de 3.ª Diogo Barata, e a de 1.ª classe, grau ouro, à Junta de Freguesia de Campo de Ourique.

Foram também entregues medalhas de assiduidade da LBP e da Associação, por 10 anos, aos bombeiros, João Lima (2.ª) e Catarina Santos e Filo-meno Manuel (3.ª).por 15 anos, o bombeiro de 2.ª Mauro Magina, e por 25 anos, o sub-chefe Fernando Sousa Dias.

A sessão terminou com um momento evocativo dos bom-beiros falecidos

CAMPO DE OURIQUE

Fénix para o comandante Matos FernandesFo

tos:

Mar

ques

Val

entim

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 28: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

28 NOVEMBRO 2017

A atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Por-

tugueses (LBP) ao comandante José Maria da Costa e Silva e ao chefe do Quadro de Honra (QH) Augusto Fernando Pereira Vi-deira, marcou as comemora-ções do 95.º aniversário da As-sociação Humanitária de Bom-beiros Voluntários da Areosa – Rio Tinto.

O programa festivo incluiu também, entre outras distin-ções, a entrega da medalha de ouro de 50 anos da Associação a Augusto Sérgio Silva, a entre-ga da medalha de ouro de bons e efetivos serviços da Câmara Municipal de Gondomar ao bombeiro de 1.ª Rui Manuel Ferreira Santos e a atribuição de outras medalhas de dedica-ção da LBP, por 25 anos de ser-viço.

A sessão solene comemorati-va foi presidida pelo presidente

da Câmara de Gondomar, Marco Martins, e contou com as pre-senças, do comandante José Morais, vogal do conselho exe-cutivo da LBP, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, Joaquim Oli-veira e Silva, do comandante operacional distrital da ANPC, tenente coronel Carlos Alves, dos presidentes das juntas de freguesia de Rio Tinto e Baguim do Monte, respetivamente, Nuno Fonseca e Nuno Coelho, acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral, Eduardo Cas-tro Sousa, do presidente da di-reção, Manuel Correia da Silva, do comandante José Maria Cos-ta e Silva, e restantes órgãos sociais e comando.

A entrega das muitas meda-lhas de assiduidade previstas teve início numa cerimónia rea-lizada em 17 de setembro e de-pois continuada na sessão sole-

ne de 15 de outubro. Referimo--nos às duas em conjunto.

Com as medalhas de assidui-dade da LBP e Câmara de Gon-domar (CMG), por 20 anos, fo-ram contemplados, o subchefe Pedro Daniel Ribeiro Silva, o bombeiro de 2.ª Miguel Sousa e a bombeira de 3.ª Raquel Este-ves, e por 25 anos, o segundo comandante Virgílio Sérgio Mendes Pereira, o adjunto de comando, João Carlos Nunes, os chefes, António Serafim Fon-seca e Eduardo Fraga, o sub-chefe Mário José Cardoso Silva, e os bombeiros, Vitor Nunes

(1.ª), Sílvio Cerqueira e Fer-nando Silva (2.ª).

As medalhas de 30,35 e 40 anos da CMG foram entregues, respetivamente, ao bombeiro de 2.ª Jorge Manuel Alves da Silva, ao comandante José Ma-ria da Costa e Silva e ao bom-beiro de 1ª Rui Manuel Ferreira Santos.

Os elementos dos órgãos so-ciais foram também contempla-dos com medalhas de assidui-dade da LBP e CMG. Assim, as medalhas de 5 anos foram en-tregues, ao presidente da dire-ção, Manuel Correia da Silva, ao

presidente da conselho fiscal, Raul Fernando castro, e ao se-cretário do conselho fiscal, Joa-quim Miranda Araújo, e a 10 anos, ao vice-presidente da as-sembleia-geral, Amadeu Mota, ao tesoureiro da direção, Antó-nio Maia, ao presidente da as-sembleia-geral, Eduardo Castro Sousa, e ao vice-presidente do

conselho fiscal, José Manuel Abreu.

A Federação de Bombeiros do Distrito do Porto também dis-tinguiu, com a medalha de 10 de assiduidade, o vice-presi-dente da direção, José Maria da Costa e Silva, e o secretário da assembleia-geral, Arlindo Ma-chado.

AREOSA-RIO TINTO

Dois crachás de ouro assinalam festa

A posse do novo adjunto de comando, Miguel Pereira, o

anúncio da saída do atual co-mandante em 2018, a inaugu-ração de três viaturas, a entre-ga de distinções, nomeadamen-te, de um crachá de ouro, e a realização de promoções inte-graram o programa comemora-tivo do 86.º aniversário da As-sociação Humanitária de Bom-beiros Voluntários de Agualva--Cacém, Sintra.

A inauguração de viaturas realizou-se ainda no exterior. Trata-se de uma ambulância de socorro oferecida pela Câmara Municipal de Sintra, na sequên-cia de idênticas viaturas que vão contemplar todas as associa-ções do concelho, uma ambu-lância de transporte adquirida pela Associação e uma viatura de combate a incêndios flores-tais adquirida com o apoio pre-ciso dos bombeiros, de cerca de 21 mil euros, que abdicaram de receber parte da verba atribuída pela participação nos ECIN.

Já na sessão solene proce-deu-se à promoção a bombeiro de 3.ª dos estagiários, Mário Rúben Diogo Melo, Fábio Ale-xandre Branco Pires e Pedro Emanuel Fernandes Pinheiro.

Seguiu-se a atribuição de me-dalhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portugueses

(LBP), da Associação e da Câ-mara Municipal de Sintra (CMS). Por 5 anos, foram distinguidos, pela Associação, os bombeiros, Pedro Santos (2.ª), e de 3.ª, Mário Melo, Ana Cabanas, Joel Gomes, Ricardo Vitorino, João Pedro Oliveira, Fábio Pires, Bru-no Castro, Ana Filipa Teixeira e

Tânia Gonçalves, e pela LBP, Mário Melo, Ricardo Vitorino, João Oliveira, Joel Gomes, Fábio Pires, Ana Cabanas, Bruno Cas-tro, Ana Filipa Teixeira, Tânia Gonçalves e João Miguel Reis.

Foram ainda atribuídas meda-lhas da LBP, por 15 anos, aos bombeiros de 2.ª, Leonardo

Souza e Pedro Miguel Costa, de 20 anos, ao adjunto de coman-do Francisco Domingues e ao bombeiro de 3.ª José António Pinto, a de dedicação-25 anos, ao subchefe António Carvalho, e da CMS, por 30 anos, ao sub-chefe José Alves e ao bombeiro de 2.ª Luis Afonso, por 35 anos, ao bombeiro de 3.ª Artur Ribei-ro, e a de 40 anos, ao subchefe Vitor Simões e ao bombeiro de 1.ª Vitor Caldas.

Decorreu também a posse do novo adjunto de comando Nuno Eduardo Salgueiro Farinha Pe-reira.

Na oportunidade, o coman-dante Luis Pimentel anunciou que dentro de um ano, em ou-tubro 2018, cessará funções após 50 anos de vida dedicada aos bombeiros, 32 deles no Re-gimento de Sapadores Bombei-ros de Lisboa.

Durante a sessão solene foi também entregue o crachá de ouro da LBP ao bombeiro de 3.ª Artur José Sequeira Ribeiro, em

cerimónia coordenada pelo re-presentante da confederação presente, António Marques.

O presidente da direção, An-tónio Vilela deu conta da impor-tância da inauguração das 3 viaturas, informou que em bre-ve irá voltar ao serviço uma ambulância inoperacional há cerca de 1 ano e lamentou que “ficamos ainda com 3 ambulân-cias que precisam de ser substi-tuídas”.

O presidente da Câmara Mu-nicipal de Sintra, Basílio Horta, deu conta do programa de apoio às associações do conce-lho, quer para manter os gru-pos de intervenção permanen-te, quer para a aquisição de viaturas, nomeadamente, de ambulâncias de socorro, anun-ciando que a próxima irá para Algueirão Mem Martins, seguin-do-se em janeiro e fevereiro próximos, Belas, S. Pedro de Sintra e Colares e, em 2019, Sintra, Almoçageme e Montela-var.

AGUALVA-CACÉM

Nova viatura apoiada pelos bombeiros

Page 29: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

29NOVEMBRO 2017

O “Bombeiro de Ferro 2017” foi vencido pelo bombeiro

dos Sapadores de Lisboa (RSB Lisboa) Miguel Ângelo Duarte seguido do seu colega Duarte Mendes. Seguiram-se-lhes, nos dez primeiros classificados, Tel-mo Matias (Falk SCF Portugal), Gilberto Carneiro (BV Vila do Conde), Carlos Amaro e Ricardo Carvalho (RSB Lisboa), Gonçalo Barros (Falk SCF Portugal), Luis Norim (BV Moreira Maia), Júlio Braga (Somincor) e Adélio Gou-veia (BV Tirsenses).

Esta iniciativa, promovida

pela Federação de Bombeiros do Distrito do Porto no passado mês de outubro, no Monte de S. Félix, Laúndos, Póvoa de Var-zim, contou com a participação de 250 concorrentes e, inclusi-ve, alguns convidados estran-geiros da Alemanha e Reino Unido.

Os concorrentes nacionais eram provenientes de todas as regiões, desde o Algarve a Va-lença, todos bombeiras e bom-beiros, ora voluntários, munici-pais, sapadores, privativos e de aeroportos.

O “Bombeiro de Ferro” divi-diu-se em três provas, a corrida de mangueiras, o percurso de obstáculos e a torre, todas elas muito disputadas, a obrigar a um grande empenhamento mental e físico e com muito pú-blico presente.

FEDERAÇÃO DE BOMBEIROS DO PORTO

Bombeiro de Ferro com concorrentes estrangeiros

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Sacavém comemorou o seu 120.º aniversário com um pro-grama que incluiu, a homena-gem a bombeiros falecidos, a inauguração de uma nova am-bulância de socorro, a atribui-ção do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao comandante Luís Abreu e de medalhas de assi-duidade a um conjunto signifi-cativo de bombeiros.

A homenagem aos falecidos traduziu-se no descerramento de duas placas, uma na sala do bombeiro, em memória do che-fe Daniel Serra, falecido no cor-rente ano, e outra na central de comunicações, em memória do subchefe Carlos Augusto Inácio dos Santos, falecido em serviço em 1994.

Seguiu-se a inauguração da nova ambulância de socorro, cuja aquisição foi apoiada pela União de Freguesias de S. Iria Azoia, S. João da Talha e Boba-dela e a sessão solene presidi-da pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardi-no Soares, e com a presença, do presidente da Assembleia Municipal, Ricardo Leão, das vereadoras, Sónia Paixão e Ma-ria Eugénia Coelho, do vice-

-presidente da LBP, Rama da Silva, do vice-presidente da Fe-deração de Bombeiros do Dis-trito de Lisboa, comandante Pedro Araújo, do diretor de Pla-neamento de Emergência da ANPC, José Oliveira, do coman-dante distrital de socorro de Lisboa da ANPC, André Fernan-des, o coordenador municipal de proteção civil, Joaquim Vi-cente, acolhidos, pelo presi-

dente da assembleia-geral, José Núncio, o presidente do conselho fiscal, Paulo Rui Ama-do, o presidente da direção, Mário Rui Pina, o comandante Luís Abreu, o comandante do QH Luís Gouveia e restantes órgãos sociais e comando.

Na sua intervenção, o presi-dente da Câmara de Loures, sublinhou que o apoio às 7 as-sociações de bombeiros do

concelho, identificado como in-vestimento, continua a ser a prioridade da Autarquia, lem-brou que no último mandato esse apoio sofreu um aumento de 12,5 por cento e que o que se irá manter no novo mandato representa 7,2 por cento do montante que o Estado atribuiu às mais de 400 associações de bombeiros do país.

Para a entrega do crachá de

ouro da LBP ao comandante Luís Abreu foram convidados, o presidente da Câmara, o presi-dente da direção, proponente da sua atribuição, e o coman-dante do QH Luís Gouveia.

O comandante Luís Abreu in-gressou em 1977 no corpo de bombeiros como cadete, tendo sido promovido, a bombeiro de 3.ª em 1979, a bombeiro de 2.ª em 1984, nomeado adjunto

de comando em 1988, segundo comandante em 1993 e co-mandante em 2013. Luís Abreu é licenciado em Filosofia e tem no seu currículo diversos louvo-res e o desempenho de inúme-ras tarefas relevantes.

Com as medalhas de assidui-dade da LBP foram distingui-dos, por 25 anos – grau ouro, o adjunto de comando Jorge Ma-nuel dos Santos Jorge, por 20 anos –grau ouro, o subchefe Abílio Silvana, os bombeiros de 2.ª, Rui Novais e Rui Teixeira, e o bombeiro de 3.ª Carlos Gada-nha Santos, por 15 anos, o ad-junto de comando Teodoro Gra-ça, e os bombeiros de 2.ª, Ri-cardo Mendes e José Miguel Costa, e por 10 anos, os bom-beiros de 2.ª, Cesário Bernar-des, Fábio Albano e Paulo Fer-reira.

Foi ainda entregue ou anun-ciada a atribuição da medalha de assiduidade de 5 anos aos bombeiros, de 2.ª, Paulo Gon-çalves, Hugo Morgado, Bruno Almeida e Bruno Moura, e de 3.ª, Ernesto Silva, Luís Valente, Luís Neves, Ana Patrícia Mar-tins, Luís Procópio, Valter Fer-reira, Carla Oliveira, Ana Filipa Santos, Helena Mendes, Catari-na Melo, Albertina Albano e João Miguel Ferreira.

SACAVÉM

Associação homenageia falecidos

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Page 30: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

30 NOVEMBRO 2017

em novembro de 1997

O salão dos Voluntários de Cantanhede recebeu, a 22 de outubro, foi palco para um concerto

solidário a favor dos bombeiros, que contou com a participação, a título gracioso, dos conhecidos músicos Mário Mata, Gonçalo Tavares e José Cid.

Apesar da pouca divulgação – o concerto foi or-ganizado em apenas seis dias – o quartel encheu--se de pessoas para assistir ao evento e, desta forma, manifestar, com a sua presença, o seu to-tal apoio aos soldados da paz.

No final e para gáudio de todos os presentes, José Cid chamou ao palco a fadista cantanheden-se Liliana Silva, tendo ambos interpretado dois duetos.

Entretante, no 12 de novembro, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Canta-nhede promoveu 5.º Passeio Todo-o-Terreno que constituiu um verdadeiro sucesso, comprovado pela participação de quase uma centena de veícu-los motorizados, entre motas de duas rodas e moto 4.

A adrenalina e as emoções marcaram presença neste encontro com uma vertente solidária e o balanço não podia ser mais positivo, com os par-ticipantes a elogiarem toda a organização que nada deixou ao acaso.

João da Encarnação Reis oferece livros

O escritor João da Encarnação Reis doou à As-sociação Humanitária dos Bombeiros Voluntários

de Cantanhede vários exemplares do seu último livro, “Sobre a terra, sob o céu”, com o intuito de que estes sejam ofertados a quem ajudar esta instituição.

João da Encarnação Reis frisa que o livro “em vez de ser um produto de e para negócio, ele faz parte ou se situa num tipo de economia humana-mente mais profundo: a economia do fecundo ócio que é a economia do dom, na qual as pes-soas são movidas a dar ou a doar”.

Assim, quando alguém se dirigir à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Can-tanhede e manifeste o desejo de apoiar a causa “não haverá lugar para utilizar palavras como compra, venda e preço, mas simplesmente para a palavra dar, porque simplesmente se trata de uma troca de dons entre as suas partes”, assinala o escritor.

Sobre a terra, sob o céu” reúne um conjunto de textos publicados no blog do escritor ao longo de seis anos. João da Encarnação Reis nasceu a 27 de novembro de 1939, em Arrancada, Febres, concelho de Cantanhede. É licenciado em Teolo-gia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma.

CANTANHEDE

Comunidade solidária

A mensagem solidária para a necessidade de apoio aos bombeiros durante todo o ano

esteve novamente na estrada, com o coman-dante dos Sapadores de Setúbal a percorrer, os 738,2 quilómetros da emblemática Estrada Nacional 2, a mais longa via portuguesa pela campanha “Bombeiros – Corrente Solidária une Portugal no Ano Inteiro”.

“Para que esta mensagem não caia no es-quecimento, é fundamental recordar à popu-lação que os bombeiros precisam de apoio du-rante todo o ano e não apenas nos períodos específicos de incêndios”, sublinha, com a sensação de dever cumprido, o comandante da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal.

O périplo de quatro dias, que uniu o sul ao norte do país, incluiu povoações e áreas de

património florestal devastadas pelos fogos. “Infelizmente, este ano, tivemos este flagelo imenso e, por isso, a iniciativa é também um alerta de que é urgente mudar o paradigma atual dos bombeiros”, reforça Paulo Lamego.

A aventura desenrolou-se “num espírito de solidariedade, sacrifício e partilha”, tendo o comandante dos Sapadores de Setúbal distri-buído nos locais por onde passou, um mani-festo que expõe ideias para a prestação de um melhor serviço às populações.

Nesta empreitada por uma causa solidária, os ciclistas atravessaram vários municípios e um total de 37 áreas de intervenção de corpos de bombeiros. Registe-se que a EN 2 é a ter-ceira mais longa do mundo, depois da Route 66, nos Estados Unidos da América, e da Rota 40, na Argentina

CORRENTE SOLIDÁRIA

Faro a Chaves em bicicleta

No Campeonato do Mundo de BTT para Bom-beiros e IV Internacional de Ciclismo para

Bombeiros, disputado recentemente em Espa-nha, a delegação portuguesa deu créditos com o melhor resultado de sempre alcançado em tais provas.

Assim, na categoria Sénior alcançou o primeiro lugar, com medalha de ouro e camisola de cam-peão do mundo e o segundo lugar, medalha de prata, e na categoria Veteranos obteve o segundo lugar, medalha de prata.

A participação nas provas, apoiada pela Liga dos Bombeiros Portugueses, contou com as pre-senças de 7 bombeiros portugueses concorren-tes, 1 dos Bombeiros de Almoçageme, 1 dos Bombeiros de S. Brás de Alportel, 1 dos Munici-pais de Viana do Castelo e 4 do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.

Em 2018 o campeonato do mundo de ciclismo para bombeiros decorre em Paris desconhecen-do-se neste momento onde decorre o campeona-to do mundo de BTT de bombeiros.

CAMPEONATO DO MUNDO BTT

Portugueses bem posicionados

Page 31: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

31NOVEMBRO 2017

ANIVERSÁRIOS1 de dezembroBombeiros Voluntários de Sines#74Bombeiros Voluntários de Tarouca#433 de dezembroBombeiros Voluntários de Fornos de Algodres#695 de dezembro Bombeiros Voluntários de Freixo de Espada à Cinta#90Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Paiva#42Bombeiros Voluntários de Sendim#376 de dezembroBombeiros Voluntários de Valadares#1037 de dezembroBombeiros Voluntários de Ourique#408 de dezembroBombeiros Voluntários de Rio Maior#125Bombeiros Voluntários de Murça#8910 de dezembroBombeiros Voluntários da Batalha#4011 de dezembroBombeiros Municipais de Gavião#7012 de DezembroBombeiros Voluntários Lisbonenses#107Bombeiros Voluntários de Ribeira Brava#3113 de dezembroBombeiros Voluntários de Arronches#3815 de dezembroBombeiros Voluntários de Vila Nova de Oliveirinha#83

16 de dezembroBombeiros Municipais de Abrantes#15717 de dezembroBombeiros Voluntários de Viatodos#35Bombeiros Privativos do Meridien – Porto#3119 de dezembroBombeiros Voluntários de Figueira da Foz#135Bombeiros Voluntários de Portalegre#119Bombeiros Voluntários de Ansião#60Bombeiros Voluntários de Portel#3820 de dezembroBombeiros Voluntários de Anadia#84Bombeiros Voluntários de Vila Verde#10422 de dezembroBombeiros Voluntários de Alfândega da Fé#8425 de dezembroBombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar#10026 de dezembroBombeiros Voluntários de Bombarral#9327 de dezembro Bombeiros Voluntários de Fão#9229 de dezembroBombeiros Voluntários de Moimenta da Beira#89Bombeiros Voluntários de Montalegre#6830 de dezembroBombeiros Voluntários de Pedrouços#3631 de dezembroBombeiros Voluntários Tirsenses#88

Fonte: Base de Dados LBP

O nosso país arde impune-mente a uma velocidade estonteante, com núme-

ros de uma dimensão assusta-dora enquanto a classe política nacional, com os seus lobbies habituais, tenta desesperada-mente encontrar culpados que possam arcar com toda a sua (i)responsabilidade, em cons-tantes manobras de diversão que apenas visam desviar as atenções de erros e erros su-cessivos, cometidos ao longo de décadas e que culminaram na maior desgraça de que há me-mória no nosso país num ano atípico de incêndios florestais.

Mas longe da ribalta e dos mediatismos, continuam ho-mens e mulheres com as mais variadas fardas envolvidos num combate desigual, de fuligem na pele e lágrimas nos olhos, a lutar até à exaustão como se de si dependesse o futuro da humanidade...e outros tantos numa outra esfera de acção que por não fazerem parte dos con-teúdos que vendem tablóides ou que abrem os noticiários em horário nobre, passam ao lado do conhecimento geral, como se toda a sua actividade se re-sumisse aos incêndios que de-vastam o país.

Aqui no dia a dia dos que fi-cam, o tempo vai-se dividindo entre os fogos na sua área, as emergências médicas, os aci-dentes de viação, um sem nú-mero de actuações que são ab-sorvidas e minimizadas pela co-municação social...

Neste lado da barricada do qual ninguém se lembra, não há erros para apontar porque não há tempo para que se come-tam, aqui, naquela face dos Bombeiros que não acontece apenas no verão, somos nós quem tem de decidir o que fa-zer, aqui onde as entidades se tratam por tu, onde o pó o suor e as lágrimas dos sucessos al-cançados pertencem a todos os que lá estão, onde todas as for-ças convergem para um mesmo objectivo...dar o melhor de si pelos outros...

E foi num destes momentos do dia a dia, que após um servi-ço numa queda de treze anda-res para a morte, onde mais não se conseguiu fazer para

além de proteger a dignidade da vítima dos olhares fortuitos, fomos accionados para uma ou-tra queda de vários metros de altura num local de difícil aces-so, onde um trabalhador que procedia ao abate de árvores caiu por uma encosta.

Ainda mal refeitos do negro cenário que deixávamos para trás, lá partimos em sons agu-dos para mais uma missão, rasgando o ar à nossa passa-gem, serpenteando por entre o trânsito numa visão fugaz de vermelho vivo e amarelo fluo-rescente que se vai dissipando ao longe enquanto o som é abafado pela vida da cidade.

Perto do local alguém nos in-dica o caminho, onde desde logo se percebe que não será tarefa fácil chegar com os meios necessários...as pessoas ansiosas levam-nos por um tri-lho sinuoso que vai dar a um curso de água num vale rocho-so a mais de 400 metros da ambulância.

A adrenalina dispara en-quanto o calor de mais de trinta graus se vai infiltrando nos fa-tos e as botas começam a pe-sar toneladas...os braços im-ploram para ceder ao peso de todo o equipamento que temos de levar...plano, sacos, moni-tor, oxigénio, ventilador e se-ringas, maca de resgate e cin-tos...tudo aquilo que evite ter de voltar atrás...

Finalmente chegamos e como um todo, qual máquina acabada de olear, começamos a pôr em ordem aquele caos...estabilizações, levantamentos, imobilizações...e a vítima que teima em afundar...analisam--se opções, trocam-se ideias, decide-se sedar, ventilar, reti-rar para um lugar seguro e as rochas e a água pelos joelhos que não ajudam ao resgate...e o suor que escorre pela testa e nos queima os olhos sem que o possamos limpar e os dedos que já deixámos de sentir...sentindo apenas que é ali e agora que temos de pôr à pro-va tudo aquilo para o qual trei-namos, é ali que não somos Bombeiros e INEM...somos ho-mens e mulheres a trabalhar em equipa para um bem co-mum...

Mede-se o tempo e reavalia--se o estado...temos margem, decide-se jogar pelo seguro e evitar subir ladeiras e percorrer o mesmo trilho de regresso correndo o risco de deitar tudo a perder...

exploram-se os rádios e tele-fones na esperança de conse-guir um meio aéreo que tarda em estar disponível...e, mais uma vez, é no terreno da acção que as coisas mais difíceis se tornam fáceis e até as ajudas mais improváveis se fazem ou-vir. A pedir coordenadas para o local...uma equipa da Força Aé-rea Portuguesa, pronta a mos-trar que também eles estão presentes quando tudo o resto quer falhar, porque ali, não há espaço nem tempo para que as coisas atrasem...é um jogo de tudo ou nada...

O som ritmado das hélices começa a rasgar o ar e no hori-zonte distante o gigante dos céus começa a desenhar-se a pouco e pouco...de repente, uma nuvem de pó invade tudo num vento imenso e um som ensurdecedor que pairam so-bre nós, qual filme de ficção, e alguém desce em nosso apoio, uma ajuda vinda dos céus, um gigante de ferro milimetrica-mente estabilizado a escassos metros das nossas cabeças...

Como se todos nos conhe-cêssemos desde sempre, tro-cam-se gestos e olhares e a uma só voz a nossa vítima é erguida do chão a caminho do recuperador que já prepara o cesto para a recolher em segu-rança...de corações ao rubro, já não temos dores, nem can-saço, nem calor...temos uma

força anímica que aparece não sabemos de onde e nos empur-ra para a frente...para aqueles últimos metros que nos sepa-ram do sucesso da missão.

A vítima ergue-se no ar qual bloco de toneladas que não os-cila um milímetro...e a equipa médica sobe...e aquela farda verde lá do alto, vem acenar--nos à porta num gesto de

agradecimento pelos momento de partilha...

O gigante ergue-se nos céus e ruma para longe daquele lu-gar remoto e nós podemos fi-nalmente render-nos ao cansa-ço e descontrair por momentos, deitados a olhar o céu azul...trocam-se sorrisos, agradece-mos uns aos outros pelo traba-lho em equipa e começamos de novo a organizar aquele caos que se instalou à nossa volta, recolhendo e arrumando tudo de novo, voltando ao mesmo trilho e à mesma vida de sem-pre...aquela que ninguém vê, porque não vende tablóides nem abre noticiários em horário nobre...

...mas nós, independente-mente da cor da farda que ves-timos sabemos dar o valor a quem luta ao nosso lado com a perfeita certeza de que logo logo, estaremos juntos de novo para testar as nossas forças.

O meu muito obrigado aos

meus camaradas BOMBEIROS, à equipa da VMER HBA, e à ES-QUADRA 751 da Força Aérea Portuguesa, por terem contri-buído para o sucesso da mis-são.”

Chefe Luís NunesBV Loures

Nota: O autor deste artigo de opinião, o Chefe Luís Nunes, dos Bombeiros Voluntários de Loures, é bombeiro em regime de permanência e pertenceu à equipa de intervenção que, em 12 de Outubro último, ocorreu a duas ocorrências graves e com-plexas, em especial uma delas relativa à queda de um homem de uma altura considerável, numa zona rural de difícil aces-so. Os ferimentos do sinistrado fizeram com que os bombeiros suscitassem a intervenção da VMER do Hospital Beatriz Ânge-lo, Loures, e depois, a evacua-ção do mesmo por helicóptero EH-101 Merlin, da Força Aérea Portuguesa.

“Todos por um...”

Page 32: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 374 – novembro 2017contra o recurso a entidades privadas para o combate aéreo. Contudo, mantive sempre dúvi-das relativamente à vantagem

32 NOVEMBRO 2017

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

A única floresta que ainda não mor-reu é a da solidariedade, dizia-me

outro dia um diretor de uma associa-ção da zona onde ocorreram este ve-rão tantos fogos. E dizia isso referin-do-se aos muitos apoios que vieram de fora para o seu concelho e para os outros mas também em especial que-ria referir-se às muitas mulheres e homens que acorrem aos quartéis de bombeiros, e dava o dele como exemplo, para ajudarem no que for preciso. Uma dessas tarefas é fazer refeições a qualquer hora e dia para alimentar as bombeiras e bombeiros que andam na frente de fogo.

Esse diretor dizia-me que houve

gente a reclamar nas redes sociais sobre a qualidade da comida, e te-riam as suas razões, mas que será injusto que não se valorize o que foi bem feito e é bem feito há muitos anos sempre que os bombeiros preci-sam. Dava-me o exemplo do seu quartel, como de me muitos outros, onde será profundamente injusto por em causa as boas vontades de tanta gente aí por essas terras que passam dias a fio sem ir à cama para cozi-nhar.

A desorganização que aqui ou ali possa ter surgido nalguns momentos, porque a situação geral era muito complicada, insistia ele, não pode ser

apontada a esta gente boa e solidária que aparece sempre para ajudar sem que para isso seja preciso chamar ou pedir.

Fica aqui a homenagem em que certamente vocês me acompanham e o muito obrigado a todas as mulheres e homens, que nalguns casos nada têm a ver com as nossas associações, não são bombeiros nem dirigentes, mas que nos momentos difíceis di-zem sempre presente.

Agora outro tema que não tem nada a ver com este mas que tam-bém me tem feito confusão. Outro dia um colega nosso de outra associação que por aqui passou dava largas às

suas dificuldades e problemas de saúde rematando que a nossa Liga ainda não o tinha apoiado. Perante isso questionei-o se já tinha feito al-gum pedido ao que ele me respon-deu que não. E depois disse-lhe que se já tivesse pedido por certo já te-ria tido resposta mas que na Liga ninguém adivinha o que se passa com ele. A Liga não me passou pro-curação, mas que diabo, custa-me ouvir bocas que não têm nada de concreto nem de justo. Às vezes di-zem-se as coisas por dizer e sem pensar mas é triste por em causa quem está longe do que se passa nem para tal foi ouvido. [email protected]

A única floresta que ainda não morreu

A gestão da floresta e o combate aos incêndios foi o tema do seminário or-

ganizado recentemente pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde na Universi-dade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD) com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real e da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP).

A sessão de encerramento foi presidida pelo secretário de Es-tado da Proteção Civil, José Ar-tur Nunes, na presença do pre-sidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, do pró-rei-tor da UTAD, professor Alberto Moreira Baptista, do vereador da proteção civil da Câmara de Vila Real, Carlos Silva, do dire-tor nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, do coman-dante distrital da ANPC, Álvaro Ribeiro, e do presidente da di-reção da Associação, Trindade Moreira.

O seminário, que decorreu no

salão nobre da Associação, mo-tivou a presença de muitos par-ticipantes, entre bombeiros, discentes das áreas das flores-tas e da proteção civil, técnicos das mesmas áreas, elementos das forças de segurança e diri-gentes e comandos de associa-ções de bombeiros.

O primeiro painel do seminá-rio, intitulado “A prevenção como ferramenta do combate”,

Foi moderado pelo presidente do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), Rogério Rodrigues, e contou com as participações, dos pro-fessores da UTAD, Domingos Lopes e Emérito Hermínio Bote-lho, do vice-presidente da Câ-mara de Mação e presidente do Fórum Florestal, António Louro, e síntese e conclusões apresen-tadas pela professora Maria Emília Silva. Domingos Lopes falou do ensino ao serviço das populações, Emérito Botelho das certezas e incógnitas da ciência em torno dos incêndios,

e António Louro apresentou o concelho de Mação como caso de estudo de prevenção.

O segundo painel, sob o tema “o combate aos incêndios” e moderado por Rui Rama da Sil-va, diretor do jornal “Bombeiros de Portugal”, contou com duas participações. A primeira, de Duarte Caldeira, ex-dirigente de bombeiros e presidente do Centro de Estudos e Interven-ção em Proteção Civil (CEIPC), versou sobre o modelo de orga-nização e intervenção dos bom-beiros, também no âmbito do combate aos incêndios flores-tais.

A segunda intervenção coube ao inspetor da Polícia Judiciária António Carvalho, antigo coor-denador de investigação crimi-nal da secção de incêndios so-bre “a investigação das causas e as causas da investigação”. Os temas deste segundo painel foram objecto de uma síntese apresentada pelo comandante Jaime Marta Soares.

VILA REAL

Cruz Verde debate incêndios florestais

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vai reunir no próximo dia 9 de dezembro o seu

Conselho Nacional. A reunião vai ter lugar nas instalações da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Santarém.

Na ordem de trabalhos está a apresentação e aprovação do Plano de Atividades e Orça-mento da LBP para 2018.

Os conselheiros deverão também abordar um conjunto alargado de temas que hoje

preocupam as associações e corpos de bom-beiros, desde logo, as mudanças anunciadas pelo Governo no âmbito da prevenção e com-bate aos incêndios florestais e a “profissionali-zação” dos bombeiros. Temas sobre os quais a LBP tem vindo a tomar posições, sublinhando que quaisquer que sejam as mudanças a ocor-rer nunca terão a dimensão correta senão contarem com os contributos dos bombeiros para o efeito

CONSELHO NACIONAL

LBP reúne-se em Santarém

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Foto

: Ant

ónio

Car

valh

o / G

oarte