jornal 'bombeiros de portugal' – edição 368 – maio 2017 · bombeiro de mérito 2016...

32
INEM confirma posição da LBP MANOBRAS MANOBRAS Página 7 Página 5 Página 20, 21, 22 e 23 Página 16, 17 , 18 e 19 MAI atende reivindicações da LBP Prémio Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão Carvalhos Dulce Leitão Carvalhos Maio de 2017 Edição: 368 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Castro Verde Pág. 12 e 13 Esmoriz Pág. 14 e 15 Fotos: Marques Valentim

Upload: vunga

Post on 21-Jan-2019

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

INEM confirma posição da LBPMANOBRASMANOBRAS

Página 7

Página 5

Página 20, 21, 22 e 23

Página 16, 17 , 18 e 19

MAI atende reivindicações da LBP

PrémioBombeiro de Mérito 2016

Paulo OliveiraAlmada

Paulo OliveiraAlmada

Dulce Leitão Carvalhos

Dulce Leitão Carvalhos

M a i o   d e   2 0 1 7   Edição:  368  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Castro Verde Pág. 12 e 13

EsmorizPág. 14 e 15

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 2: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

2 MAIO 2017

Já chegámos aíA sociedade portuguesa

está sempre em mudança e, em função de muitas

circunstâncias, do momento ou questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos compor-tamentos e novas abordagens das mesmas ou de outras te-máticas. Todos o sabemos, to-dos vamos acompanhando essa mudança com diferentes graus de envolvimento e participação.

No caso dos bombeiros e, em especial, no caso dos voluntá-rios, essa mudança é, porven-tura, mais sentida e participada tendo em conta que, à partida, esse numeroso grupo de mu-lheres e homens é particular-mente sensível aos termos e à amplitude dessa mudança.

A profusão de comportamen-tos e posturas na sociedade portuguesa, profundamente marcadas pelo egoísmo, é tal-vez a faceta mais marcante nos dias de hoje e que mais atinge, direi até que agride, aqueles que, ao inverso, dão o seu me-lhor em defesa e socorro do seu semelhante. Tudo isso numa ló-gica de dedicação e sacrifico em prol dos seus concidadãos, alta-

mente contrastante com a pos-tura dominante de outros, de alheamento, de distanciamento e até de inércia perante a socie-dade.

Uma pseudo celebridade de um qualquer “reality show” te-levisivo passado terá pedido um “cachet” para marcar presença numa acção de solidariedade e justificou esse pedido com as despesas que tem para pagar.

Muita gente questiona-se, desde logo, sobre o valor, em si, destas personagens, apontando que, no passado, as pessoas valiam pelo que faziam mas agora parecerá, à primeira vis-ta, que é só por aparecerem, muitas vezes em circunstâncias polémicas, nos monitores tele-visivos, e fico-me por aqui. De qualquer modo, de facto, tor-nam-se conhecidas, ganham a notoriedade, mesmo que oca e vazia, nomeadamente, através das redes sociais e das televi-sões. A notoriedade que, por-ventura, não conseguiriam al-cançar por mérito de propósi-tos, de acção e trabalho realiza-dos.

Muitas dessas personagens,

antes desconhecidas, ganham espaço a partir dos “reality shows” que os catapultam para a fama, precária e fugaz, mas que, mesmo que por pouco tempo, lhes permitirá dispor de outros recursos, especialmente económicas, e atenções.

Na sua fase áurea de fama esquecem-se porém de que, apesar de tudo, também devem aos que os vêem essa oportuni-dade e experiência. E esque-cem-se ainda que, até o reco-nhecimento por essa notorieda-de, lhes deverá suscitar uma atitude solidária para quem lhes proporcionou essa mesma ex-periência, mesmo que depois também façam os seus negó-cios em aparecimentos e espec-táculos.

Que pensarão os bombeiros voluntários de tudo isto? Como enquadrarão nas suas mentes esta mudança na sociedade portuguesa, eminentemente exibicionista e egoísta.

Os bombeiros voluntários, as mulheres e homens que fazem parte desse numeroso grupo, não podem deixar de manifes-tar a sua perplexidade, o seu

espanto, e também tristeza, por verificarem que, enquanto eles, por vontade que lhes é própria e que mantém, conti-nuam disponíveis para os seus concidadãos, há outros que es-colhem caminhos diversos e que, salvo os “méritos” duvido-sos que patenteiam na panta-

lha, com mais nada pretendem contribuir para o bem comum.

Esta nova realidade social só vem sublinhar e reforçar os mé-ritos, isso sim, dos próprios bombeiros voluntários. A fazer pensar que a essa disponibilida-de, a essa motivação e a esse espírito de sacrifico importa

também responder com medi-das que defendam e acarinhem essa mesma disponibilidade. A isso chama-se incentivos ao vo-luntariado, também adequados às mudanças que se têm verifi-cado na sociedade portuguesa.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Maio é, por excelência, o mês do bombeiro. Um pouco por todo o País, a nível municipal, distrital ou regio-nal, são promovidas iniciativas várias que permitem, não só dar a conhecer mas, também, reconhecer a relevan-te missão assumida por milhares de homens e mulheres norteados pelo lema “vida por vida”.

São muitas e variados os progra-mas e as atividades mas ganham na-tural projeção nacional o Dia do Bom-beiro Português e os Concursos Na-cionais de Manobras, organizações da Liga dos Bombeiros Portugueses que fecham com chave de ouro um mês de festa que permite fomentar a pro-ximidade com as populações, a valo-rização e a afirmação do bombeiro e, evidentemente, a troca de experiên-cias e a camaradagem.

Exemplo dos mais salutares dos convívios são, em dúvida, os Concur-sos Nacionais de Manobras, um desa-fio para “aspirantes” e bombeiros fei-tos, homens e mulheres voluntários e profissionais, que transformam a competição numa oportunidade de novas aprendizagem, reencontros e de partilha. Ainda que todos aspirem à medalha de ouro, uma prestação menos conseguida é sempre um bom

motivo para intensificar o trabalho, para treinar mais, para fortalecer o “espírito de equipa”, sempre impor-tante na obtenção de bons resultados tanto em competição, como nos vá-rios teatros de operações, assim como na vida.

Durante um fim de semana, os mais novos vivem momentos únicos, experienciam a autonomia sem su-pervisão parental, fazem novos ami-gos e deixam-se tocar pela causa. Desta forma, também, se acautela o futuro e promove o voluntariado. Que

bonito foi ver o brilho nos olhos do pequeno Alex Raposo, da Ribeira Grande que aos 12 anos ostenta con-centração, a postura e o atavio de um bombeiro, transbordando paixão pela causa. O futuro deste açoriano de palmo de meio é um incógnita, contu-

do será dentro ou fora do quartel um arauto dos bombeiros de Portugal.

Também bombeiros, os voluntários e os profissionais, retiram o melhor da participação nos concursos nacionais que permitem muito mais que a com-petição, embora a disputa seja sempre aguerrida e mantenha acesas rivalida-des antigas, que na realidade servem, tão só e apenas, para elevar patama-res de exigência, reduzir tempos, tes-tar a condição física e aperfeiçoar a técnica.

Para o êxito destas provas concor-rem, não só o trabalho da organização, o empenho das entidades que nos di-versos pontos do País acolhem anual-mente a iniciativa, mas, sobretudo, o entusiasmo dos participantes que, há quase 40 anos, assegura o evento no programa de atividades da Liga dos Bombeiros Portugueses.

Seria no mínimo injusto não subli-nhar aqui a entrega do grupo de traba-lho da LBP que acompanhou esta enor-me operação que envolve centenas de pessoas de vários pontos do país, bem como dos júris incansáveis numa mis-são ampliada, dentro e fora do campo de provas, antes, durante, e depois das provas. Estão todos de parabéns!

Sofia Ribeiro

JORNAL@LBP

Competição, camaradagem e partilhaFo

to: M

arqu

es V

alen

tim

Page 3: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

3MAIO 2017

Exmo. Senhor, Secretário de Estado da Administração Interna Dr. Jorge Gomes

Na sequência das verbas atribuídas em 2017, com base na Lei n.º 94/2015, que estabelece a Lei do Financiamento das AHB Voluntários, surgem interpretações que convém,

de uma vez por todas, esclarecer devidamente, ou seja, no Or-çamento de Estado para 2017, aprovado pela Lei 42/2016, está exarado no n.º 2, do art.º 146.º que “a dotação a transferir para as Associações Humanitárias de Bombeiros ao abrigo do n.º 6, do art.º 4.ª, da Lei n.º 94/2015, de 13 de agosto, que define as regras do financiamento das Associações Humanitá-rias de Bombeiros (AHB), no continente, enquanto entidades detentoras de Corpos de Bombeiros, tem como limite máximo anual, o orçamento de referência, previsto no número 2 desse artigo”.

Já no Orçamento de Estado para 2016, o art.º 116.º, da Lei n.º 7 – A/2016, de 30 de março, referia exatamente o mesmo princípio, mas com o orçamento de referência assente no duodé-cimo de dezembro do ano anterior multiplicado por doze.

É preciso ter em atenção que a Lei n.º 94/2015 foi aprovada a meio do ano, mais concretamente em 13 de agosto de 2015, e por isso o orçamento de referência teve que ter uma interpreta-

ção, através de um “Cavaleiro Orçamental” como V. Exa bem sabe,

Acresce que, depois de feitas as contas e aplicados os crité-rios, o Orçamento de Referência em 2016 passou a ter um valor global apurado de 26.297.797,48 € e não 25.711.631,67 €, como anteriormente estava previsto, pelo que existe um diferen-cial no valor de 596.392,45 €, que para o ano de 2017 deverá ser assumido em definitivo pela ANPC, com a concordância da tutela dessa Secretaria de Estado que V. Exa superiormente dirige.

Nesse sentido, consideramos que as AHB Voluntários não de-vem ficar prejudicadas com situações que não são da sua res-ponsabilidade, pois as eventuais discrepâncias de valores que foram transmitidos e assumidos pela ANPC, para o OE de 2017, são da sua inteira responsabilidade, e como tal devem ser por esta totalmente assumidas.

A Liga dos Bombeiros Portugueses reitera, mais uma vez, que cabe naturalmente ao poder político assumir por inteiro, as res-ponsabilidades de eventuais retificações dos erros ou omissões dos organismos e instituições por si tutelados.

Assim, vimos solicitar a V. Exa que com caráter de urgência seja considerada a verba de 26.297.793,48€ no Orçamento de Referência do ano de 2017, e que consequentemente sejam transferidos os duodécimos com base nesse mesmo orçamento de referência.

Senhor Secretário de Estado, Dr. Jorge Gomes, as nossas in-sistentes solicitações para que anualmente seja garantido o apoio mínimo de 2,5 milhões de euros para reforço da Lei de Fi-nanciamento teve sempre como objetivo acautelar situações de rutura, atendendo a que ao momento da aprovação da Lei n.º 94/2015 trouxemo-lo à coação referindo-nos concretamente à penalização de 5% anual e da sua repercussão no futuro, vindo infelizmente o tempo a dar-nos razão.

Há pois Senhor Secretário de Estado, que encontrar uma solu-ção que evite que cerca de 50% das AHB vejam diminuídas as receitas anuais provenientes da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que a manter-se, poderão colocar em risco a própria exis-tência dessas Associações.

Crente da análise que fará e da sua douta decisão para esta dificuldade real, aguardamos pela marcação urgente de uma reunião para o efeito.

Apesar de tudo, reafirmamos convictamente, e mais uma vez, de que o problema não está na Lei de Financiamento, outrossim no Financiamento da Lei.

Com os melhores cumprimentos,A BEM DA HUMANIDADE

O Presidente do Conselho ExecutivoJaime Marta Soares

Comandante

Lei de Financiamento das AHB voluntários

Page 4: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

4 MAIO 2017

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guatemala, Carlos Raul Morales, visitou a Liga dos Bombeiros Portugueses

(LBP) na sequência da visita que realizou a Portugal com o objetivo de reforçar as relações bilaterais entre os dois países.

Na visita à LBP, o ministro guatemalteco foi recebido pelo seu presidente, comandante Jaime Marta Soares, que teve a oportunidade de dar-lhe conhecimento da realidade dos bom-beiros portugueses, nomeadamente, do universo dos voluntá-rios.

Por seu turno, Carlos Raul Morales, manifestou o interesse em que os bombeiros portugueses estreitem relações com os seus colegas da Guatemala, com intercâmbio técnico e opera-cional, solicitando à LBP que lidere esse processo.

O ministro estava acompanhado do embaixador da Guate-mala em Paris, do cônsul em Portugal, bem como de quadros superiores da administração do seu país.

GUATEMALA

Ministro visita sede da confederação

A Comissão de Desencarcera-mento e Novas Tecnologias

(“Commission For Extrication & New Technology”) do Comité Técnico Internacional do Fogo (CTIF) reuniu-se no nosso país sob os auspícios da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). Esta faz parte do CTIF desde a sua fundação.

A reunião decorreu entre 2 e 4 de maio último, primeiro, com uma jornada técnica realizada nas instalações da Associação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários de Alcabideche. Neste encontro foram debatidos um conjunto diversificado de temas associados à própria especifici-dade da comissão, com especial realce para a abordagem das viaturas com GPL, híbridos, elé-tricos e outros. Foi também abordada a necessidade de nor-malização crescente de proce-dimentos associados ao socorro nessas viaturas.

A Comissão, que contou com a presença do próprio presiden-te do CTIF, Tore Eriksson, e do seu coordenador, Tom Van Es-broeck, teve a oportunidade de se avistar com o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, acompanhado de vários elementos do conselho executi-vo. O encontro ocorreu na visita à sede da LBP, em Lisboa. Nele, o presidente da LBP teve a oportunidade de, a traços lar-gos, desenvolver a temática do

voluntariado e do associativis-mo de bombeiros em Portugal e o papel importante e diversifi-cado que a confederação de-sempenha nessa vertente.

Os técnicos do CTIF tiveram também a oportunidade de visi-tar a Autoridade Nacional de Proteção Civil, a Escola Nacio-nal de Bombeiros e o salão “Se-gurex”.

A reunião da Comissão do CTIF em Portugal assinalou a estreia de dois novos membros

da mesma, Luxemburgo (Fran-çois Christnach e Michael De-muth) e da Suécia (Martin Arvi-dsson e Johannes Stroemberg). Estiveram também presentes, o

belga Kurt Vollmacher, como “ISO project leader”, os checos Jakub Klucho e Martin Zaitlick, o finlandês Miko Saastamoin-nen, o norueguês Ingar Daniel-

sen, o português António Cali-nas, os franceses Serge Delau-nay, Adrien Zanoto e Michel Gentilleau, e o polaco Jacek Gawronski.

CTIF

Comissão especializada em Portugal

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, presidiu, no dia 3 de maio,

à cerimónia de abertura da 17.ª edição da Segu-rex, que reuniu na Feira Internacional de Lisboa (FIL) muitas individualidades entre as quais o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares ou não fosse esta uma mon-tra privilegiada da inovação também em equipa-mentos e meios para os bombeiros.

A bienal da segurança, que decorreu de 3 a 6 de maio, apresentou-se com um reforçado núme-ro de expositores e com vasto e diversificado pro-grama que incluiu, entre outras iniciativas, en-contros empresariais, conferências, demonstra-ções e workshops, versando inúmeras temáticas no âmbito da proteção, segurança e defesa.

Os profissionais tiveram, assim, a oportunida-de de conhecer o mercado português e os seus produtos, assim como aceder a uma ampla oferta de marcas, em suma às novidades no mercado

português. Viaturas de vários corpos de bombei-ros foram estrelas nesta mostra, provando que as associações humanitárias, não obstante os cons-trangimentos de ordem financeira, não deixam de investir na modernidade, mas também na se-gurança dos operacionais.

Neste certame pelo envolvimento institucional, destacaram-se as participações do Ministério da Ad-ministração Interna, Ministério da Defesa Nacional, Ministério da Saúde, da Câmara Municipal de Lis-boa, e também da Liga dos Bombeiros Portugueses.

SR

SEGUREX

LBP na montra da inovação

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 5: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

5MAIO 2017

O mês de maio fica marcado pela agitação no setor, que não passou despercebida á tutela que no passado dia 29 recebeu os responsáveis da Liga dos Bom-beiros Portugueses para se com-prometer a criar dois grupos de

trabalho que até 30 de setembro terão a missão de elaborar uma proposta de revisão da Lei de Fi-nanciamento das Associações Humanitárias e Bombeiros, bem como operacionalizar a criação do Cartão Social do Bombeiro.

Jaime Marta Soares, assegura que “o problema não está na Lei de Financiamento, mas sim n fi-nanciamento da Lei” e, por isso, exige uma imprescindível revi-são “que evite que cerca de 50 por cento [210] das associação

MAI/LBP

Tutela assume compromissocom os bombeiros

A aprovação da diretiva financeira à revelia Liga dos Bombeiros Portugueses, a não atualização das compensações a pagar aos bombeiros, “contas” e declarações polémicas do secretário de Estado da Administração Interna geraram mal-estar no setor.

Já no final do mês, em reunião com os dirigentes da confederação, a tutela comprometeu-se analisar as reivindicações e a avançar

com as soluções há muito exigidas.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

humanitárias de bombeiros ve-jam diminuídas as receitas anuais provenientes da Autoridade Na-cional de Proteção Civil, o que a manter-se, poderá até colocar em risco a existência destas insti-tuições”.

Registe-se que esta reunião de trabalho surge “na sequência das sucessivas tomadas de posição da LBP” sobre os temas que se “encontram na ordem do dia” e que tanta contestação têm mere-cido.

Para trás ficam dias agitados, marcados, desde logo, pela apro-vação extemporânea da Diretiva Financeira que garante o Disposi-tivo Especial de Incêndios Flores-tais. O “projeto” de documento foi enviado à Liga dos Bombeiro Portugueses para apreciação, mas acabou por ser distribuído ainda antes que a confederação se pronunciasse sem atender às inúmeras reivindicações dos bombeiros, nomeadamente o au-mento da compensação paga aos operacionais que se mantém nos 45 euros/24 horas.

Entretanto, o secretário de Es-tado da Administração Interna, Jorge Gomes, caiu na tentação de fazer “contas de somar” e decla-rar no parlamento que “cada bombeiro ganha 45 euros por dia, logo 1350 euros ao final do mês”, parecendo desconhecer que para auferir esse montante cada bombeiro teria de trabalhar 24 horas por dia durante, 30 dias seguidos, o que não sendo huma-namente possível, enferma de ilegalidade. Numa fase menos boa Jorge Gomes ainda protago-

nizou um outro momento que re-voltou os bombeiros, quando em Beja usou o termo “amadores” como sinónimo de “voluntários”.

A Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, em protesto com a tutela, decidiu apontar ba-terias à LBP que acusou de “inca-pacidade e incompetência nas negociações” decidindo não se fazer representar nas celebrações do Dia do Bombeiro Português, uma forma de luta que o País não entendeu, até porque esta é uma festa dos bombeiros e para os bombeiros. Mais de três centenas de associações marcaram pre-sença em Cascais, em sinal da união que importava promover, num momento particularmente desafiante para o setor em que a união pode fazer a força e asse-gurar respostas para reivindica-ções antigas.

Para analisar estas e outras questões, a Liga dos Bombeiros Portugueses, convocou as federa-ções distritais para um encontro, em Óbidos, no qual foi aprovada uma moção que propunha o agendamento de uma reunião com a tutela, com caráter de ur-gência tendo como ordem de tra-balhos “a Lei de Financiamento, DECIF 2017, Diretiva Financeira e Cartão Social do Bombeiro”. Nes-se mesmo documento era pro-posto “voto de total confiança ao Conselho Executivo e ao seu Pre-sidente”, que mereceu aprova-ção, apenas com a abstenção da Federação de Lisboa.

Registe-se que horas antes dos compromissos assumidos pela tutela a Federação dos Bombeiros

do Distrito de Évora (FBDE) vei-culava uma moção, aprovada a 26 de março, lamentando “a falta de respeito e as atitudes impró-prias e difamatórias assumidas para com todos nós Bombeiros, pelo senhor Secretário de Estado da Administração Interna” e exi-gindo “desculpas públicas aos bombeiros pelas suas desastra-das e ofensivas declarações”. A federação vai mais longe e asse-gura que se Jorge Gomes não se retratar, “deixará de ser convida-do para eventos no distrito”, não descartando ainda “a possibilida-de de poder vir a tomar outras posições”.

Na moção enviada para o se-cretário de Estado a ministra da Administração Interna, Presidên-cia da República, gabinete do primeiro-ministro, Liga dos Bom-beiros Portugueses, todas fede-rações distritais e aos grupos parlamentares, a FBDE afirmam que os bombeiros são “vítimas de discriminação negativa relati-vamente às outras forças que in-tegram o dispositivo especial de combate a incêndios florestais, veja-se o facto de na passada segunda-feira o Diário da Repú-blica dar conta de um concurso público para aquisição, por parte da Autoridade Nacional de Prote-ção Civil, de equipamentos de proteção individual para o Exér-cito dispor na prevenção aos in-cêndios florestais, no valor de 1. 169. 416 euros, quando os ver-dadeiros combatentes, os bom-beiros, andam a mendigar apoios para proteger as seus operacio-nais”.

O Dia do Bombeiro Português, comemorado em Cascais no passado domingo, 28 de

maio é um êxito partilhado entre todos os que se empenharam na sua organização em home-nagem a todos os Bombeiros Portugueses. Um êxito assumido por todas aquelas e aqueles Soldados da Paz que, rigorosamente, farda-dos, aprumados e disciplinados demostraram a Portugal, à Europa e ao Mundo o orgulho de ser Bombeiro de Portugal.

A presença de mais de trezentos e cinquenta estandartes de federações e de associações e corpos de bombeiros de todo o país foi a prova maior da oportunidade e da justeza da home-nagem prestada aos bombeiros portugueses e presidida pelo Senhor Presidente da República.

Esta cerimónia foi também, o momento es-colhido pelo Senhor Presidente da República para atribuir à Liga dos Bombeiros Portugue-ses o Estandarte Nacional, símbolo do reco-nhecimento e da admiração pelo seu trabalho em prol dos bombeiros, das suas estruturas e de Portugal.

Em jeito de balanço daquela iniciativa da LBP, enquanto legitima representante de todos os bombeiros, das suas associações e corpos de bombeiros, importa também destacar os inúmeros e significativos apoios que a Liga congregou. Assim importa referir a determina-ção e o empenho das cinco associações de bombeiros voluntários do concelho de Cascais, havendo a ressaltar, em especial, o trabalho desenvolvido pelo comandante dos Bombeiros da Parede, Pedro Araújo, enquanto coordena-dor operacional daquela iniciativa.

Salienta-se também, o empenhamento ex-presso pela Câmara Municipal de Cascais, pelo seu Presidente, por todos os seus serviços e colaboradores, não poupando esforços para que o Dia do Bombeiro Português constituísse

uma festa e uma homenagem digna dos Bom-beiros Portugueses.

Enaltece-se e agradece-se à Marinha Portu-guesa e à Capitania do Porto de Cascais, que facultaram todo o apoio necessário à organiza-ção, nomeadamente através da cedência da sua tribuna de honra e das suas instalações.

Destaque ainda para a participação das ban-das das Associações Humanitárias do Zambu-jal (Loures) e da Póvoa de Santa Iria (Vila Franca de Xira) e das fanfarras, do concelho de Cascais e dos Bombeiros de Vila Franca do Campo, S. Miguel, Açores.

Uma palavra de apreço, para a presença da delegação da Federação de Bombeiros do Al-garve e dos Bombeiros Voluntários de Porti-mão, para a passagem de testemunho o facho com que se acendeu a Pira frente aos Paços do Concelho de Cascais.

Há também que anotar o inexcedível profis-sionalismo dos funcionários da Liga dos Bom-beiros Portugueses.

Realçamos com especial ênfase, orgulho e satisfação a presença de cerca de trezentos e cinquenta estandartes de todo o País, tornan-do-se a maior concentração de sempre de Es-tandartes dos Bombeiros Portugueses.

Através do seu símbolo maior estiveram re-presentados cerca de 80 por cento das Asso-ciações e Corpos de Bombeiros de Portugal.

A Liga dos Bombeiros Portugueses, vem desta forma manifestar a todos, Federações, Associações e Corpos de Bombeiros, o seu mais profundo e sincero agradecimento, acre-ditando hoje, como ontem, que os Bombeiros unidos conseguirão atingir as suas justas rei-vindicações.

BEM-HAJA A TODOSHONRA E GLÓRIA AOS BOMBEIROS

PORTUGUESES

DIA DO BOMBEIRO PORTUGUÊS

Um êxito partilhadopor muitos

Page 6: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

6 MAIO 2017

Instalado numa das salas da então sede da Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP),

sita na Rua Barata Salgueiro, 29 – 2.º Esquerdo, em Lisboa, o Museu Júlio Cardoso foi inaugu-rado oficialmente a 30 de Maio de 1951, com a presença do inspector de incêndios da Zona Sul, major Luís Ribeiro Viana, por ocasião da passagem dos 19 anos sobre a publicação da portaria do Ministério do Inte-rior que legalizou a existência da Confederação. A sua criação ficou a dever-se a uma ideia lançada pelo comandante Álva-ro Valente, dos Bombeiros Vo-luntários do Montijo, presidente do Conselho Fiscal da LBP, aquando do IV Congresso Na-cional de Bombeiros, reunido em Portalegre, de 8 a 12 de Ju-nho de 1938. Tal ideia, motiva-da pela quantidade de elemen-tos legados pelo malogrado co-mandante honorário dos Bom-beiros Voluntários de Lisboa, Júlio Cardoso, não só mereceu desde logo aceitação como veio a ser apoiada através de várias doações de peças para exposi-ção. Entretanto, o progressivo aumento da colecção do Museu, documental e bibliográfica, ori-ginou, em 1964, a remodelação do respectivo espaço de acolhi-mento, beneficiado por obras

de ampliação realizadas na sede. Decorridos 20 anos, por imperativos de expansão dos serviços da Liga, o Museu Júlio Cardoso deixou de funcionar no seu local de sempre, sendo transferido para as instalações do Serviço Nacional de Bombei-ros (SNB), situadas na Rua Júlio de Andrade, n.º 7, em Lisboa. Porém, às novas condições de funcionamento não correspon-deu um expressivo número de visitantes, vendo-se goradas as expectativas de desenvolvi-mento colocadas no processo de mudança. Ainda durante a mesma década, por necessida-de do SNB ocupar a área afecta ao Museu, a Confederação viu--se obrigada a cessar a activi-dade do mesmo, acondicionan-

do todo o acervo no edifício-se-de da Escola Nacional de Bom-beiros, na Quinta do Anjinho, em Ranholas, Sintra. Desde então, têm sido feitas várias tentativas no sentido da criação

do Museu dos Bombeiros Portu-gueses, embora nenhuma delas com êxito. Por seu lado, o acer-vo do Museu tem conhecido di-ferentes fases, estando de mo-mento a ser objecto de inter-

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

Recordando o antigo Museu Júlio Cardoso

venção com vista à retoma da sua exposição, no contexto de uma nova dinâmica.

Patrono

A atribuição do nome de Júlio Cardoso ao Museu da Liga dos Bombeiros Portugueses consti-tuiu um tributo à memória da-quele que, na data da sua mor-te, 14 de Julho de 1937, era o decano dos bombeiros voluntá-rios portugueses. A ligação de Júlio António Alfaro Cardoso aos bombeiros principiou em 17 de Janeiro de 1878, como sócio protector dos Voluntários de Lisboa. Tinha 26 anos. Ainda no mesmo ano, mas a 5 de Junho, passou a integrar o Corpo Acti-vo, na categoria de aspirante. Em 8 de Maio de 1893 e 29 de Março de 1895 viria a ser pro-movido, respectivamente, a 2.º patrão e 1.º patrão. Manteve--se nos Bombeiros Voluntários de Lisboa (BVL) até 1901, ano da sua nomeação como chefe de contabilidade do Corpo de Bombeiros Municipais de Lis-boa. A 22 de Outubro de 1925 foi reintegrado no Quadro Ho-norário dos BVL, sendo elevado à categoria de comandante ho-norário, por deliberação de 3 de Maio de 1929. Entre 1924 e 1926, numa fase de reorganiza-ção, assumiu a presidênca do Conselho Directivo da Federa-ção dos Bombeiros Portugue-ses, estrutura antecessora da Liga dos Bombeiros Portugue-ses. Bombeiro corajoso e des-temido teve acção de destaque aquando de violentos incêndios deflagrados na capital, expon-do-se ao perigo, segundo condi-ções de verdadeira heroicidade, no salvamento de pessoas e bens. Compareceu em cerca de 300 grandes incêndios. Respei-tado no país, de lés a lés, inclu-sive fora do meio dos bombei-ros, pelo seu saber e pelas suas qualidades humanas, morais e cívicas, defendia o “Pai Cardo-so”, conforme era afectuosa-mente tratado, que “não há mestre como o fogo para produ-

zir bons discípulos na difícil arte de o combater”. Relacionou-se com as mais prestigiadas figu-ras dos bombeiros de Portugal, nomeadamente, Guilherme Cossoul, Guilherme Gomes Fer-nandes e o Infante D. Afonso. Possuidor de importantes con-decorações e louvores, sobre o que dizia não lhe dar vaidade mas sim orgulho, mereceu do Estado português os graus de oficial da Ordem Militar de Cris-to e da Ordem de Benemerên-cia. Detinha ainda títulos de mérito e de honorário, conferi-dos por diferentes instituições dos bombeiros – Porto, Portuen-ses, Sesimbra, Torres Vedras e Luanda, entre outras. Para além da vida privada, nada mais o ocupou senão a “bom-beirada”, comentava. Júlio Car-doso faleceu com 86 anos de idade e 60 de relevantes servi-ços, constando entre estes, também, o seu incondicional apoio à fundação da LBP, duran-te o Congresso Nacional de Bombeiros realizado no Estoril, entre 16 e 18 de Agosto de 1930, acerca da qual, um dia, escreveu, congratulando-se: “Não será por demais repetir que na primeira reunião a que assisti, no Estoril, eram poucas as esperanças que eu tinha em que dalì saísse a união que dês-de os tempos saudosos e bem distantes de Guilherme Gomes Fernandes todos preconisavam, mas ninguém efectivava. Feliz-mente que os meus vaticinios não se realizaram. O grupo de rapazes – e bem lhes posso chamar assim – que de alma e coração se votaram à inglória tarefa de constituir a Liga, ani-mados de uma fôrça de vontade inquebrantável, vencendo mil escolhos, transpondo centos de obstáculos, chegaram finalmen-te a uma etapa que bem se pode considerar a báse funda-mental das nossas aspirações.”

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

Em 5 de Setembro de 1900, foi deste modo que o jornal humorístico “A Pa-

ródia” registou a vitória dos bombeiros portugueses (14 bombeiros do Corpo de Salvação Pública do Porto, antecessor do actual Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto) no Concurso Internacional de Bombeiros, realizado em Vincennes, per-to de Paris, por ocasião da Exposição Uni-versal, patente na capital francesa.

Numa ilustração de Manuel Monterroso (1876-1968), discípulo de Rafael Bordalo Pinheiro, médico, professor e caricaturis-ta do Porto, vemos Guilherme Gomes Fernandes (inspector-geral do Serviço de Incêndios da cidade Invicta, que coman-dou a equipa vencedora), claro está, re-tratado de forma caricatural, a ser sauda-do pelo inconfundível Zé Povinho, vendo--se ao fundo a emblemática Torre Eiffel.

Fiel ao seu perfil editorial, consubstan-ciado no desencanto face à evolução po-lítica e económica do país, o mesmo pe-riódico complementou a presente carica-tura com um acutilante soneto, assinado por Abílio (talvez o grande Abílio Manuel

Guerra Junqueiro, poeta panfletário), que não resistimos a transcrever:

Lá do Sena nas margens decantadas,n’aquella colossal exposição, apresentamos nós um pavilhão que fez rir bandeiras despregadas.

Um desastre! Mas, em compensação, a respeito de bombas bem montadas, deixamos as nações abananadas, e fizemos um grande figurão.

Mostramos finalmente o que valemos, e que, filhos de heroes, nunca teme-

mos esses cartazes que Reillac escreve.

Honra, dinheiro, brio, não teremos,Mas – caramba! – que ao menos já sa-

bemostratar de bombas, que é officio leve!

Importa esclarecer que as citadas pa-lavras não só valorizam o feito dos nos-sos bombeiros como o comparam, à boa maneira de “A Paródia”, com o contexto

social da época, nomeadamente, a fragi-lizada imagem de Portugal no exterior, quer ao nível da sua participação na Ex-posição Universal, quer devido a um po-lémico empréstimo solicitado pelo gover-no a banqueiros franceses, o qual deu origem, em Paris, a uma onda de carta-zes difamatórios visando a nação.

Guilherme Gomes Fernandes caricaturado em “A Paródia”

Page 7: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

7MAIO 2017

O secretário de Estado da Administração Interna

(SEAI), Jorge Gomes, anun-ciou em Nisa para 2018 o Dis-positivo Nacional de Proteção e Socorro (DNPS), que irá vigo-rar entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de cada ano. E, pre-cisou que havia dado ordens à Autoridade Nacional de Prote-ção Civil para que tenha pronta essa proposta em outubro pró-ximo.

O SEAI, que falava na ses-são solene do Dia Distrital do Bombeiro de Portalegre, cor-

responde assim à revindicação repetida pela Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP) para que, ao invés do Dispositivo Especial de Combate aos In-cêndios Florestais (DECIF) e respetiva circular financeira, passe a vigorar um dispositivo semelhante ao longo do ano.

A defesa do DNPS por parte da LBP tem história e, mais re-centemente, foi reforçada com a sua inclusão na “Análise dos Bombeiros ao DECIF e Conse-quentes propostas para 2017”, documento apresentado pelo

conselho executivo da confe-deração, enriquecido com con-tributos diversos, e sufragado por unanimidade no Conselho Nacional realizado em Meda, Guarda, em 25 de março últi-mo.

Nesse documento defende--se a necessidade de “protoco-lar entre a LBP e a ANPC uma convenção/contratualização no sentido de garantir um disposi-tivo global que dê cobertura fi-nanceira às necessidades ope-racionais, de 1 de janeiro a 31 de dezembro”.

NISA

SEAI promete DNPS em 2018

O presidente do Instituto Na-cional de Emergência Médi-ca (INEM), Luis Meira, diri-

giu ao presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), co-mandante Jaime Marta Soares uma informação, que este entre-tanto divulgou a todos os presi-dentes de federações, de associa-ções e comandantes e que “confir-ma totalmente o que até agora tem sido afirmado pelo conselho executivo”.

Na informação enviada o presi-dente da LBP afirma tratar-se de “um esclarecimento a bem da ver-dade e da transparência” subli-nhando que “só a verdade ajuda na unidade, propósito que deseja-mos e sustentamos todos os dias em prol da defesa de todos os bombeiros portugueses”.

O presidente do INEM esclarece que “o processo que conduziu à assinatura dos memorandos de entendimento no passado dia 12 de abril traduz o grande esforço que o INEM e a LBP têm procurado materializar nos últimos 18 me-ses, na procura de soluções ade-quadas para diversos problemas comuns”.

Concretamente, Luis Meira re-

fere que relativamente “ao “Me-morando de Entendimento – PEM e Renovação da Frota” e à alegada assinatura de qualquer outro tipo de acordo entre a LBP e o INEM relativo aos valores com que o INEM poderá subsidiar a aquisição de novas ambulâncias, apenas me cumpre dizer que tal não corres-ponde minimamente à verdade”.

Na informação enviada ao pre-sidente da LBP, o presidente do INEM, adianta que, “posso até acrescentar que os valores que constam das tabelas do documen-to que remeti no dia 10 de abril, são meramente indicativos e, a bem da verdade, V. Ex.ª pronta-mente os questionou”.

Luis Meira termina referindo que “não posso também deixar de salientar que os referidos valores foram definidos com base num conjunto de pressupostos objeti-vos e que, embora possa existir uma pequena margem de mano-bra para se encontrarem os mon-tantes definitivos, os valores indi-cados representam uma base de trabalho muito sólida e devida-mente fundamentada”, cabendo a cada associação ou corpo de bom-beiros aceitar ou não.

MEMORANDO DE ENTENDIMENTO

INEM confirma posição da LBP

Page 8: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

8 MAIO 2017

No artigo deste mês iremos continuar a falar de equipamentos de proteção individual

(EPI) uma das três condições do triângulo de segurança, mais especificamente, de proteção respiratória e sua importância.

Se tivermos em consideração a vertente de incêndios urbanos e industriais o meio de prote-ção respiratória mais utilizado para a atividade dos bombeiros é o Aparelho Respiratório Isolan-te de Circuito Aberto, vulgarmente conhecido por ARICA. A sua função é a de proteger as vias respiratórias do seu utilizador em atmosferas poluídas por partículas, gases, vapores e em at-mosferas com uma taxa de oxigénio insuficien-te.

Um dos conhecimentos básicos que os bom-beiros aprendem desde a sua recruta é o de ter conhecimento dos requisitos necessários para a utilização dos ARICA, dos procedimentos a se-guir para os colocar, retirar e dos cuidados ade-quados a ter para a sua manutenção. Mesmo sabendo que este conhecimento é transmitido, continua a existir resistência no uso deste equi-pamento. Porque dificulta os movimentos, difi-culta a comunicação, é pesado, porque aparen-temente não existe perigo visível, porque o bombeiro vai apenas ficar à porta e não vai in-

tegrar o combate ao incêndio ou operações de busca, porque “bombeiro que é bombeiro aguenta o fumo”, “porque foi preciso entrar logo e não houve tempo”… Existe um elevado núme-ro de motivos invocados, que na maioria são apenas desculpas. Quantas vezes, no debriefing efetuado após a ocorrência se diz que se devia ter utilizado o ARICA. É também uma das obri-gações do Comandante das Operações de So-corro (COS), verificar ou delegar essa verifica-ção, para garantir a segurança e uso do EPI cor-reto dos seus bombeiros.

São já conhecidos inúmeros estudos que mencionam a atmosfera perigosa existente nos incêndios urbanos, industriais, florestais, em veículos e em acidentes com matérias perigo-sas, inalação de partículas sólidas e muitos ou-tros. Já existem também estudos que referem não só os danos causados pela inalação a curto prazo de determinadas substâncias presentes nestes cenários, mas também os possíveis da-nos no organismo a longo prazo.

É também importante referir que existem ou-tras atividades no mundo dos bombeiros em que o equipamento mais adequado pode não ser o ARICA, mas outros dispositivos, como por exemplo, nos incêndios florestais, em que exis-

tem máscaras de partículas, para proteção e evacuação. Nas atividades de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas, existem máscaras de partículas sólidas para proteção contra as poeiras. No pré-hospitalar, existem as máscaras de proteção facial para riscos biológicos.

Não esquecer a correta manutenção dos equipamentos, seguir as instruções e os produ-tos de limpeza recomendados pelo fabricante, verificar estado dos ARICA ou outros dispositi-vos quando se entra ao serviço. Importa respei-tar o tempo de vida útil e fazer as provas hi-dráulicas imprescindíveis à garantia de segu-rança do uso dos ARICA. Sair para uma ocor-rência, colocar o ARICA e este apresentar uma fuga de ar, é o suficiente para entrar sem a pro-teção adequada. Verificar se existem mascaras descartáveis em número suficiente. Verificar se as mascaras existentes de uso individual se en-contram nas condições adequadas.

Os bombeiros já correm riscos para a sua saúde decorrentes da sua atividade operacio-nal. Para alguns dos riscos o EPI existente, até pelas próprias características das operações, nunca garante a proteção total. Quando essa proteção existe e não a usamos, por uma ques-tão de facilitismo, apenas nos estamos a enga-

nar a nós próprios! Cuide da sua saúde! Vamos respirar, em segurança.

Para mais informações ou esclarecimentos, contacte a Divisão de Segurança, Saúde e Esta-tuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico [email protected].

Vamos respirar, em segurança!

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

A problemática dos “Incên-dios na Interface Urbano/

Rural” foi debatida num semi-nário promovido pela Escola Nacional de Bombeiros, no pas-sado dia 6 de maio, no Teatro José Lúcio Silva, em Leiria. A iniciativa que juntou cerca de 200 participantes, sobretudo bombeiros, contou com orado-res de Portugal, Espanha, Fran-ça e Itália, países mediterrâni-cos onde esta questão consti-tuiu uma preocupação.

Na sessão de abertura contou com a presença do presidente da Câmara de Leiria, Raul Cas-tro, o comandante Luis Belo Costa, em representação do presidente da Autoridade Na-cional de Proteção Civil (ANPC), o comandante José Requeijo do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

A acuidade do tema foi sa-lientada pelos vários oradores, nomeadamente pelo presidente da Escola Nacional de Bombei-ros (ENB), que considera tratar--se de “uma problemática com-plexa e diferente em Portugal,

devido ao elevadíssimo número de ignições que o país tem”. Como exemplo, José Ferreira, revelou que até ao final de abril já tinham sido ultrapassadas as 4 mil ignições.

O presidente da ENB conside-rou igualmente que o problema “não é apenas dos bombeiros, mas também das populações”, que necessitam de aumentar a resiliência perante este tipo de ocorrências.

David Caballero, do Departa-mento de Incêndios Florestais da empresa espanhola Meteo-Grid, enquadrou as diferentes escalas de análise do proble-ma, como as questões de orde-namento do território ou de paisagem e comunidade. ser-vindo-se do exemplo dos in-cêndios na Ilha da Madeira, em 2016, onde questões como o planeamento e gestão de jar-dins ou acumulação de resí-duos, por exemplo, assumem especial importância, a par da implementação de medidas de autoprotecção.

Outro orador, Luís Mário Ri-

beiro, da Associação para o De-senvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) centrou-se na abordagem científica, nomea-damente no comportamento extremo do fogo e na dimensão do problema em Portugal, onde os incêndios na interface urba-no/rural incidem principalmente no litoral norte e centro, zonas de elevado número de ignições e de edificado disperso. Fez também uma resenha dos prin-cipais incêndios florestais rela-cionados com a interface urba-no/rural desde 1961, com enfo-que nos incêndios ocorridos no Funchal entre 8 e 10 de agosto de 2016, que deixaram 177 ca-sas destruídas, 300 danificadas e provocaram 3 mortos e mil deslocados.

O comandante Luis Belo Cos-ta, Adjunto de Operações Na-

cional da ANPC partilhou algu-mas reflexões sobre a questão operacional, nomeadamente sobre os “dois tipos de estraté-gia de intervenção: pró-ativa (planeamento e prevenção) e reativa (esforço, risco e planea-mento de combate)”. Conside-rou que “a estratégia de com-bate é condicionada pelo inter-face urbano/rural, que implica deixar de combater os incên-dios para defender os períme-tros urbanos, com todas as con-sequências”. O painel da ma-nhã, moderado pelo comandan-te José Requeijo, terminou com um animado debate com contri-butos de bombeiros e enge-nheiros florestais presentes.

No painel da tarde, a abertu-ra coube a Moisès Galán, da Pau Costa Foundation (Fundación de Ecología del Fuego y Gestión

de Incendios Pau Costa Alcu-bierre), com a experiência da Catalunha, em Espanha.

O exemplo francês também foi abordado, neste caso na in-tervenção de Frédérique Gi-roud, do Departamento de Pes-quisa da ENTENTE pour la forêt Méditerranéenne (EPLFM, Vala-bre), que abordou o caso do in-cêndio em Rognac, Vitrolles e Pennes Mirabeu, junto a Mar-selha, em agosto de 2016, cujo combate envolveu 1800 bom-beiros, 500 veículos e oito meios aéreos. Neste caso, a ig-nição terá sido provocada por uma beata mal apagada, e o re-sultado foram 2500 hectares queimados ao longo de 14,9 km, sem perda de vidas mas com vários danos registados e um prejuízo global de 37 mi-lhões de euros.

Por fim, Luca Tonarelli, da empresa Dream Itália, Centro de Formação da Região Tosca-na, trouxe a experiência opera-cional na região Toscana, no-meadamente com o exemplo do incêndio em Peschi, em julho de 2007, originado numa queima-da de limpeza num olival. Neste caso, arderam 70 hectares e 600 viaturas de veraneantes, morreram 3 pessoas e outras 300 ficaram feridas, tendo sido necessário evacuar 4500. O painel da tarde terminou igual-mente com um debate modera-do pelo comandante José Fer-nandes, da LBP.

No encerramento o presiden-te da ENB, defendeu ser neces-sário fazer mais “do ponto de vista da prevenção, nomeada-mente junto aos aglomerados populacionais”.

INCÊNDIOS NA INTERFACE URBANO/RURAL

Cerca de 200 em seminário da ENB

Page 9: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

9MAIO 2017

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses

(LBP) defendeu em Nisa a “ne-cessidade de constituir equipas de intervenção permanente (EIP) em todo o país”.

O comandante Jaime Marta Soares, que falava na sessão solene do Dia Distrital do Bom-beiro de Portalegre, em Nisa, defendeu que as EIP “devem ser instaladas de acordo com um planeamento em que a LBP deverá ter uma palavra a dizer” e lembrou a necessidade de reativar as comissões distritais de reequipamentos das asso-ciações e corpos de bombeiros.

O presidente da LBP, respon-dendo ao comandante dos Vo-luntários de Nisa que havia de-fendido que o voluntariado foi chão que deu uvas, defendeu que “os bombeiros ainda são chão que dá uvas e produzem um néctar que todos os portu-

gueses apreciam” e lembrou que “são é precisos incentivos ao voluntariado e, nomeada-mente, o cartão social do bom-beiro” defendido pela LBP.

O comandante Jaime Soares citou a bem sucedida candidatu-ra a verbas comunitárias realiza-da no passado pelas federações distritais de bombeiros de Évora,

Santarém e Portalegre, que per-mitiu obter 32 novas viaturas e um investimento de 8,5 milhões de euros, apontando a necessi-dade de alterar as regras do PO-SEUR/Portugal 2020.

O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Porta-legre, comandante Francisco Louro, referiu-se também a

esse tema defendendo igual-mente a sua revisão.

As comemorações do Dia Distrital do Bombeiro de Porta-legre foram presididas pelo se-cretário de Estado da Adminis-tração Interna, Jorge Gomes, onde também estiveram pre-sentes, além dos citados, a pre-sidente da Câmara Municipal de

Nisa, Idalina Trindade, o presi-dente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Joa-quim Leitão, o presidente da assembleia-geral da Federação de Bombeiros de Portalegre, Adriano Capote, o comandante e o segundo comandante distri-tais da ANPC, Rui Conchinha e Bruno Marques, o presidente da

direção dos Bombeiros Voluntá-rios de Nisa, Bento Semedo, o comandante Flávio Belo, bem com os dirigentes e elementos de comando das restantes as-sociações e corpos de bombei-ros do distrito.

As comemorações tiveram início na Praça da República, com formatura e desfile, com-posto pela fanfarra dos Voluntá-rios de Portalegre, o bloco de estandartes das 15 associações e corpos de bombeiros do dis-trito, um primeiro pelotão de bombeiros de Nisa, um segundo composto por bombeiros da zona norte do distrito e um ter-ceiro pelotão com elementos da zona sul. De seguida, decorreu o desfile temático de viaturas.

De seguida realizou-se uma sessão solene no cineteatro lo-cal e um almoço no recinto do marcado municipal recente-mente recuperado.

NISA

Presidente da LBP defende EIP em todo o país

O Dia Municipal do Bombeiro de Mafra foi o momento es-

colhido para a atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) a um bombeiro e da medalha de mérito municipal, prata, a ou-tros três.

O Dia foi comemorado pela terceira vez e organizado em conjunto pela Câmara Municipal de Mafra e o Agrupamento de Associações Humanitárias do Concelho de Mafra, composto pelas Associações de Bombei-ros Voluntários da Ericeira, Ma-fra e Malveira.

O presidente da LBP, coman-dante Jaime Marta Soares, ali presente, convidou o presiden-te da autarquia a acompanhá-lo na atribuição do crachá ao bombeiro de 2.ª dos Voluntá-rios da Malveira, Francisco Lou-

renço, após 40 anos de efetivo serviço.

A medalha de mérito munici-pal prata foi entregue pelo pre-sidente da Câmara Municipal, Helder Sousa e Silva, à bombei-ra de 3.ª da Malveira Maria Emí-lia Cordeiro, ao chefe Domingos Cruz dos Santos dos Voluntá-rios de Mafra e ao subchefe An-tónio Franco dos Voluntários da Ericeira.

Na oportunidade, o presiden-te da LBP destacou o município de Mafra como “um bom exem-plo vivo e diário de articulação e de bom trabalho entre as três associações com a sua autar-quia”, lembrando que “este foi um caminho que começou por baixo e que não foi imposto por ninguém”.

O comandante Jaime Soares sublinhou ainda o “excelente

trabalho desenvolvido por to-dos os bombeiros do conce-lho”, lembrando que “não são propriedade de ninguém salvo da sua própria consciência” e terminou com um “bem hajam a todos vós pelo que têm feito unidos, mais do que nunca, e que vos torna justificadamen-te o orgulho do concelho”.

O Dia Municipal do Bombei-ro de Mafra foi antecedido da

Semana da Proteção Civil, que ficou também assinalada com a apresentação de material pedagógico para escolas no âmbito da prevenção e socor-ro.

Vencidas as etapas da coor-denação mútua e da formação, fortemente em marcha, o gran-de desafio que se oferece agora é a criação do campo de treino lembrado pelo comandante dos

Voluntários de Mafra e coorde-nador municipal João Pereira.

O próprio presidente do Agrupamento de Associações e presidente da Associação da Malveira, Vitor Gomes, fez um balanço positivo da experiência em que as associações de Mafra foram pioneiras em Portugal.

A cerimónia, realizada na zona fronteira do Convento de Mafra, designada por Terreiro

D. João V, contou ainda com as presenças, do presidente da Assembleia Municipal, José Bi-zarro, do segundo comandante distrital da ANPC, Hugo Santos, dos vereadores e dos presiden-te de juntas de freguesia bem como muitos familiares de bombeiros e elementos do Quadro de Honra das três asso-ciações de bombeiros do con-celho.

MAFRA

Homenagem a bombeiros no dia municipal

Page 10: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

10 MAIO 2017

Torres Novas comemorou, este ano na data consagrada internacionalmente ao bombeiro

(4 de maio), o Dia Municipal do Bombeiro. A efe-méride foi assinalada na Praça 5 de Outubro, para onde os voluntários torrejanos deslocaliza-ram o quartel recebendo ali mesmo os diversos

pedidos de socorro e reencaminhando os meios para os diversos teatros de operações. As ocor-rências iam sendo anunciadas para que os tran-seuntes e as muitas crianças das escolas da cida-de que foram à principal praça da cidade soubes-sem qual o destino de cada uma das viaturas.

No mesmo local, onde estavam patentes várias exposições subordinadas à temática dos bombei-ros, foram ainda efetuadas demonstrações e ras-treios. A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos aproveitou a ocasião para apelar à participação da comunidade no dia-a-dia

da instituição convidando-a a associar-se a esta causa.

Direção, comando salientam o sucesso desta “iniciativa fantástica, que permitiu que a corpora-ção se mostrasse, criando laços cada vez mais fortes com a população”.

TORRES NOVAS

Quartel deslocalizado em comemoração municipal

A Federação de Bombeiros do Distrito de Évora concluiu

em Estremoz, com cerimónia em parada seguida de desfile apeado e motorizado, a Sema-na Distrital do Bombeiro.

A anteceder esta cerimónia decorreu outra, de cariz religio-so, em Vila Viçosa. Tratou-se da bênção dos capacetes reali-zada no santuário de Nossa Se-nhora da Conceição, onde esti-veram presentes muitos bom-beiros do distrito e os estan-dartes das várias associações bem como um grupo de ele-mentos da Força Especial de Bombeiros (FEB).

A cerimónia realizada em Es-tremoz foi presidida pelo presi-dente da Câmara Municipal de Estremoz, Luis Mourinha, e

contou com as presenças, da presidente da Comunidade In-termunicipal do Alentejo Cen-tral e presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-No-vo, Hortênsia Menino, o vogal do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Rui Rama da Silva, o presidente da Federação de Bombeiros de Évora, Inácio Es-perança, o comandante distri-tal de operações de socorro da Autoridade Nacional da Prote-ção Civil (ANPC), José Ribeiro, a segunda comandante distri-tal, Maria João, e muitos diri-gentes e elementos de coman-do das associações de bombei-ros do distrito.

A formatura presente na ce-rimónia foi comandada por

Paulo Alves, segundo coman-dante dos Voluntários de Vila Viçosa.

A Semana Distrital iniciou--se, entre 2 e 5 de maio, com diversas atividades dos vários corpos de bombeiros do distri-to nas escolas e outras institui-

ções dos respetivos concelho, prosseguiu no dia 6, no Redon-do, com uma sessão técnica sobre segurança no combate a incêndios florestais. O progra-ma prosseguiu em 12 de maio, na Universidade Évora, com dois “workshops” temáticos

alusivos a liderante e comando e gestão administrativa das as-sociações humanitárias de bombeiros. Neste caso, o pa-lestrante convidado foi o pro-vedor da LBP, Fernando Vilaça.

No dia 13 de maio, a semana continuou com duas exposi-

ções, uma de viaturas de bom-beiros antigas, em Estremoz, e outra, em Évora, na Praça do Giraldo, de viaturas atuais e outros equipamentos de socor-ro.

O Serviço Regional de Proteção Civil da Região Autónoma da Ma-deira assinalou o Dia Regional do Bombeiro, no passado dia 4

de maio, com um concerto da Banda Militar da Madeira. Em comunicado este organismo refere que a iniciativa visou ho-

menagear os soldados da paz e principais agentes da proteção civil que assumem uma missão preponderante no socorro e emergên-cia, “evidenciando muitas das vezes, atos de sacrifício pessoal e coragem, que não passam despercebidos entre a população que faz questão de demonstrar orgulho por estes heróis que consagram serviços em causa pública”, conforme regista”.

MADEIRA

Dia Regional homenageia os bombeiros

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

ESTREMOZ

Semana distrital com programa variado

Page 11: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

11MAIO 2017

Os Bombeiros de Lagos rece-beram duas novas ambulân-

cias e equipamentos de proteção individual para combate a incên-dios urbanos e florestais. A ceri-mónia de entrega das viaturas e equipamentos decorreu no pas-sado dia 7 de maio, no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Lagos.

Para além da presença de todo o corpo de bombeiros e seus responsáveis máximos na cerimónia, esteve igualmente presente a Presidente da Câma-ra Municipal de Lagos, Maria Joaquina Matos, que durante a sua intervenção frisou “a impor-tância dos Bombeiros na ajuda diária à população”, realçando ser fundamental “possuírem equipamento em condições que possibilitem um desempenho das suas funções com a máxima qualidade”.

As duas novas ambulâncias vêm substituir as que estavam ao serviço há já vários anos, e

que, por essa razão, se encon-travam bastante deterioradas e já com muitos quilómetros fei-tos.

Uma das ambulâncias foi ad-quirida através da Câmara Muni-cipal de Lagos, que respondeu positivamente ao pedido de apoio da Associação Humanitá-ria dos Bombeiros Voluntários de Lagos para aquisição desta via-tura, cujo valor ascendeu a 60 mil euros e foi inteiramente su-portado pela autarquia. Está equipada com desfibrilhador ex-terno (DAE), aspirador, ventila-dor, monitor de sinais vitais e demais equipamentos essenciais para a prestação de primeiros socorros em emergência.

A segunda ambulância (que teve um custo aproximado de 41 mil euros) e foi comparticipada em parte (cerca de 33 mil euros) com os fundos recolhidos por Pat Allen, uma cidadã britânica que reside em Lagos há muitos anos e que, por várias vezes, tem fei-

to donativos aos B.V.L., nomea-damente através de ações de beneficência que organiza entre a comunidade estrangeira.

A este propósito, Maria Joa-quina Matos, também enalteceu o papel da cidadã Pat Allen pelas ações que promoveu, e continua a promover, junto da comunida-de estrangeira residente na área do concelho, “as quais permiti-ram adquirir uma segunda am-bulância, enriquecendo deste modo a eficácia e a qualidade da atividade desempenhada pelos nossos Bombeiros no socorro e auxílio à população”.

Pat Allen teve igualmente a oportunidade de proferir algu-mas palavras nesta cerimónia, partilhando com os presentes o “grande desafio” que enfrentou quando se propôs angariar fun-dos para uma ambulância, “pois previa que não iria ser fácil con-siderando o valor em causa”. Mas a verdade é que “sabia po-der contar com o apoio da comu-nidade estrangeira, que sempre ajudou os Bombeiros”, tendo sido assim possível angariar o valor para aquisição da viatura de transporte de doentes. Facto este que deixa esta cidadão bri-

tânica “muito feliz pela maneira como toda a comunidade se jun-tou em torno desta causa nobre conscientes de que, ao mesmo tempo, se estão a ajudar a eles próprios, porque nunca se sabe quando poderemos ser nós a precisar”. Terminou, agradecen-do “a excelente receção e cola-boração que tem recebido por parte dos Bombeiros” e enalte-cendo “o papel dos soldados da paz na comunidade”.

Para além destas duas ambu-lâncias foram ainda exibidos equipamentos de proteção indi-vidual, com um valor aproxima-

do de 28 mil euros, que serão adquiridos para a corporação através de uma doação realizada pelos pais do jovem Salvador, recentemente falecido. Através dos fundos que juntaram em inúmeras campanhas de solida-riedade em prol da luta do seu filho contra a doença, e tendo in-felizmente o pequeno Salvador falecido, decidiram fazer esta oferta em nome do seu filho.

No final, o presidente da As-sociação Humanitária dos Bom-beiros Voluntários de Lagos, Paulo Morgado, agradeceu a Pat Allen e a toda a comunidade es-trangeira residente, bem como à Câmara Municipal de Lagos e aos pais do Salvador, esta “im-portante ajuda dada aos bom-beiros de Lagos”, frisando que “estas ações enriquecem mate-rialmente, mas também animi-camente a Associação e todo o corpo de bombeiros que dela fa-zem parte”.

José Manuel Vitória

LAGOS

Ambulâncias e EPI cham ao quartel

Os Bombeiros Voluntários de Cascais vão candidatar-se

ao Orçamento Participativo de Cascais para tentar substituir as duas viaturas antigas de com-bate a incêndios que as verbas comunitárias POSEUR entende-ram não apoiar.

A propósito, os Voluntários de Cascais lamentam o sucedi-do e agradecem o empenha-mento do presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, nas várias tomadas de posição, algumas até tomadas públicas,

para que o Ministério da Admi-nistração Interna encontrasse uma solução para o caso.

Perante o chumbo comunitá-rio, os Bombeiros de Cascais não querem baixar os braços e continuam também determina-dos na busca de uma solução.

Os Bombeiros de Cascais de-sejam substituir um VFCI e um VTTF, ambos para combate a in-cêndios florestais. O VFCI que se pretende substituir foi fabri-cado em 1983 e vai no seu 33.º ano de utilização, quando o

tempo de vida útil recomendado é de 15 anos para uma viatura do género. O outro VFCI que os

Voluntários de Cascais possuem foi fabricado em 1998, foi cus-teado integralmente pela Asso-

ciação e já se encontra no 18º ano de utilização.

O VFCI a substituir foi adqui-rido em 1984, com o apoio da Câmara de Cascais, em conse-quência dos danos irrecuperá-veis verificados em alguns veí-culos provocados pelas cheias de 19 de novembro de 1983. Neste momento tem 82 mil qui-lómetros percorridos, 57 mil desses foram do concelho e do distrito no combate a incêndios florestais noutras regiões do país ao longo dos anos.

O VTTF que se pretende tam-bém substituir é de 1978, ou seja, 39 anos de vida, andou no Paris-Dakar, foi oferecido aos bombeiros em chassi por um be-nemérito e carroçado para auto-tanque com apoio municipal nos anos 90. É a única viatura do género existente no concelho para combate a incêndios.

Qualquer reparação às duas viaturas está cada vez mais difi-cultada pela falta de peças para o efeito, inclusive nas próprias marcas.

CASCAIS

OP solução para chumbos do POSEUR

Oeiras é o primeiro concelho do país a ter um protocolo, com os Bombeiros Voluntários do

Dafundo, para disponibilizar um serviço perma-nente de ambulância para transportar animais em situação de emergência chamado “SOS PET”.

Para corresponder a este novo serviço os Vo-luntários do Dafundo formaram 11 dos seus

bombeiros em primeiros socorros a animais

de companhia. São eles, Alessander Knipp, Car-la Nogueira, Carlos Cardosos, Cristina Domin-gues, Edgar Cassamo, Georgi Lazarov, João Mi-guel Franco, José Cabral, Luis Rijo, Tânia Jorge e Vânia Mendes.

Este novo serviço, apresentado Na Feira Ani-mal, no Jardim Municipal de Oeiras, permite uma primeira intervenção e evacuação para to-

dos os centros de atendimento médico-veteriná-rios do concelho, seus clientes e restantes muní-cipes de quatro patas.

O SOS PET vem disponibilizar aos munícipes oeirenses um serviço de 24horas de socorro a animais em situação de emergência, designa-damente animais atropelados, ou para desloca-ção às clínicas veterinárias dos animais de com-

panhia, caso os donos não tenham disponibili-dade/capacidade de se deslocar pelos próprios meios.

Este serviço arrancou este mês e está acessí-vel através da linha de emergência dos Bombei-ros Voluntários do Dafundo (tel. 21 419 60 84).

O veículo do SOS PET foi cedido pela autar-quia e será gerido e operado pelos bombeiros.

OEIRAS

Viatura especial para socorro animaisFoto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 12: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

12 MAIO 2017

Todos falam muito, prometem muito mas na verdade nada fazem para criar verdadeiros incentivos que fixem os bombeiros nos quartéis. É tudo conversa, nada se concretiza

Aníbal da Conceição,presidente da direção

palavra de PRESIDENTEA Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários de Castro Verde nasce da vontade e determina-ção desta comunidade alentejana a 10 de setembro de 1982 de lá para cá nunca mais cessou o esforço de ser-vir cada vez melhor as populações dentro e fora dos limites do municí-pio.

A associação conta atualmente, com 21 funcionários indispensáveis no apoio aos 37 bombeiros que ga-rantem a segurança e o socorro aos cerca de 7200 habitantes das quatro freguesias - União de Freguesias de Castro Verde e Casável, Entradas, São Marcos de Atabueira e Santa Bárbara de Padrões - deste concelho do distrito de Beja.

A título de curiosidade as mulheres já re-presentam praticamente 50 porcento desde contingente da paz.

Cartão de visita

As especificidades dos ter-ritórios ditam a organiza-ção e o funcionamento de

cada uma das associações hu-manitárias deste nosso País. Talvez por isso, em Castro Ver-de um dos municípios portu-gueses com maior rendimento per capita, também os bombei-ros façam questão de apresen-tar aos jornalistas uma “casa orientada”, onde nada tem fal-tado em mais de 30 anos de história.

Sem luxos nem exageros neste quartel “há tudo o que faz falta” o estritamente necessário para garantir o socorro aos pouco mais de 7 mil habitantes deste pequeno concelho do Bai-xo-Alentejo.

Sem apoios de monta resta a dirigentes e bombeiros tra-balhar, muito, para que o pre-sidente da direção possa con-tinuar a pagar “as faturas na hora” e os ordenados aos 21 funcionários “ao dia certo”.

Ainda assim, o presidente da direção, Aníbal da Concei-ção, regista com satisfação o subsídio camarário mensal, salientando a abertura da au-tarquia para reforçar essa verba, sempre que se justifi-que, contudo garante que essa “ajuda” só é acionada em casos muitos especiais, nomeadamente na aquisição de viaturas, sublinhando ain-da assim que nos últimos tempos a associação não tem

CASTRO

Ampliação do quartel é só uma “questãoPassos curtos mas seguros têm permitido

que os Voluntários de Castro Verde trilhem os caminhos do futuro sem sobressaltos.

Num pequeno território com pouco mais de sete mil habitantes e escassos apoios a

sustentabilidade só pode ser consequência de muito e árduo trabalho e de uma gestão

rigorosa da despesa que permita o investimento nos meios, na segurança e na

formação dos operacionais alocados ao socorro neste município do distrito de Beja

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

recorrido a esse apoio ex-traordinário.

Das quatro juntas do conce-lho apenas a União de Fregue-sias de Castro Verde e Casável, colabora ativamente com os bombeiros, uma situação que levou a direção a reunir com as restantes, aguardando, agora, que os encontros permitam for-malizar parcerias.

No início do ano direção e co-mando, numa tentativa de en-volver a comunidade na reali-dade dos bombeiros lançaram uma campanha que visava apoiar a associação na aquisi-ção de duas ambulâncias de transporte de doentes não ur-gentes mas a mobilização foi di-minuta, contudo uma das viatu-ras já está ao serviço e a outra chegará em meados de setem-bro, para ser inaugurada nas comemorações do 35º aniver-sário da associação conforme revela Aníbal da Conceição. Este é um investimento que se impõe, pois as ambulâncias percorrem, diariamente, cente-nas de quilómetros para vencer a distância que separa Castro Verde das unidades de saúde de “Beja, Évora, Santiago do Ca-cém ou até Lisboa”.

A segurança dos 37 operacio-nais é uma questão fundamen-tal, diz o comandante Victor An-

tunes que estabelece como prioridade a aquisição de equi-pamentos de proteção indivi-dual para combate a incêndios em espaços naturais.

“A nossa preocupação é que o pessoal esteja bem equipa-do”, sublinha o comandante.

Em matéria formação de nada está em falta, garante, embora há muito tente reforçar o número de tripulantes de am-bulâncias de socorro (TAS) uma pretensão que não tem mereci-do acolhimento nem da Escola Nacional de Bombeiros, nem do Instituto de Emergência Médi-ca.

O quartel inaugurado no ini-cio da década de 90 do século passado tem recebido vários melhoramentos, sendo os mais recentes a requalificação dos balneários masculinos e a pin-tura do edifício, para breve es-tão ainda, previstas obras na ala feminina, contudo estes in-

vestimentos não invalidam um de maior dimensão que aguar-da uma janela de oportunidade aberta por uma candidatura a fundos comunitários. O projeto prevê, entre outras interven-ções de menor dimensão, a construção de áreas para a for-mação, a substituição integral dos portões do parque de viatu-ras.

O corpo de bombeiros é o ati-vo mais valioso da instituição, isso mesmo o confirma o co-mandante reconhecendo o “grande esforço destes homens e mulheres” para responder a tantas solicitações:

“Em média estes bombeiros cumprem três a quatro pique-tes por mês. É um grande es-forço, reconheço”.

A falta de recursos humanos é um problema num concelho de onde os jovens “partem cedo para estudar em Beja ou em Évora” e os que ficam ou re-

Page 13: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

13MAIO 2017

Os Bombeiros Voluntários de Portimão vão arrancar

no final do verão com as obras de ampliação e remodelação do seu quartel e pretendem concluí-las em 2018.

Está em causa a ampliação do atual parque de viaturas, a construção de novos balneá-rios masculinos e femininos, e outras intervenções para ade-quar o quartel à atualidade do corpo de bombeiros e da As-sociação.

A obra vai custar cerca de meio milhão de euros, com-participado em 85 por cento

por verbas comunitárias atra-vés do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR)

O atual quartel foi construí-do há mais de 30 anos, previs-to para albergar 40 a 50 bom-beiros e que hoje conta com 120, 30 por cento mulheres.

As obras têm um prazo de execução de nove meses, pelo que a sua conclusão está pre-vista para o próximo ano, se-gundo o presidente da dire-ção, Álvaro Bila.

“Os trabalhos de ampliação serão desenvolvidos na zona

da parada, de forma a não comprometer os serviços ope-racionais”, explica o mesmo dirigente.

A ampliação do parque de viaturas, que já é exíguo para acolher os veículos de comba-te a fogos florestais. Apesar da dimensão das obras, a fa-chada do quartel será manti-da.

Além da melhoria progra-mada para o quartel, os Bom-beiros de Portimão contam, ainda este ano, passar a dis-por de um novo veículo de combate a fogos urbanos.

PORTIMÃO

Obras concluídas em 2018

Foto

: Mar

ques

Val

entim

Em média fazem estes bombeiros cumprem três a quatro piquetes por mês.É um grande esforço, reconheço

Victor Antunes, comandante

voz de COMANDO

VERDE

de oportunidade”

gressam têm emprego. Por ou-tro lado, é muita a oferta na re-gião, o que não facilita a capta-ção de voluntários para a cau-sa.

Neste momento decorre uma recruta toda no feminino, ape-nas cinco mulheres aceitaram o repto lançado em várias plata-formas pelo comando. Esta é uma missão complicada até porque os “bombeiros nada têm para dar”, reconhece Victor An-tunes uma ideia partilhada com o presidente que pede a quem

de direito que de uma vez des-bloqueie os propalados incenti-vos ao voluntariado. “Todos fa-lam muito, prometem muito mas na verdade nada fazem para criar verdadeiros incenti-vos que fixem os bombeiros nos quartéis. É tudo conversa, nada se concretiza”

Para além dos benefícios pos-síveis concedidos aos operacio-nais que tão abnegadamente servem o concelho, o distrito e o País, os Bombeiros de Castro Verde, numa outra frente, têm

vindo a promover ações várias nas escolas e articulam agora com o núcleo local da Juve Bombeiro a criação de um es-paço de atividades para os mais pequenos, tendo em vista a criação, num futuro próximo de uma escola de infantes e cade-tes, da mesma forma que pon-deram a reativação da fanfarra que poderá, também, funcionar como um atrativo para os mais novos e meio privilegiado para assegurar reforços ao corpo de bombeiros.

Page 14: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

14 MAIO 2017

A União das Freguesias de Cascais e Estoril promoveu

mais uma edição da Semana do Voluntariado Jovem que permi-tiu de novo dar a conhecer jun-tos dos jovens locais as ativida-des e as instituições locais, in-cluindo as Associações Huma-nitárias de Bombeiros de Cascais e Estoril, onde se de-senvolve voluntariado.

A iniciativa movimentou mi-lhares de jovens das escolas daquela União de Freguesias em visitas e experiências junto das várias áreas do voluntaria-do.

No caso dos bombeiros, os jovens tiveram a oportunidade de visitar as instalações opera-cionais dos corpos de bombei-ros das duas associações e de participar em simulações de ocorrências.

Conforme destacou o presi-dente da União de Freguesias de Cascais e Estoril, Pedro Mo-rais Soares, esta iniciativa es-teve mais uma vez “repleta de atividades, de modo a promo-ver e ensinar, desde a tenra idade, a cidadania ativa e a olhar para a comunidade de forma mais atenta e participati-va”.

CASCAIS

Semana do voluntariado jovemFo

tos:

Mar

ques

Val

entim

Os Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde têm em exposição até 14 de junho no

salão nobre do seu quartel um conjunto muito significativo de miniaturas de viaturas de bom-beiros, pertencentes ao espólio do seu bombeiro e colecionador Luís Magalhães.

Na sessão realizada para assinalar a abertura da exposição foram dirigidas algumas palavras de boas vindas aos convidados presentes, prenun-ciadas pelo presidente da direção, Carlos Moreira. A apresentação biográfica do colecionador ficou a cargo do vice-presidente da direção, Joaquim do Cabo Sabino. Este salientou o gosto e dedicação

de Luís Magalhães pelo colecionismo alusivo à te-mática dos bombeiros, assim como, o número de peças expostas que ultrapassam as 2500 unida-des.

O bombeiro e colecionador Luís Magalhães guiou os convidados e explicou a tipologia dos diversos conjuntos de peças apresentadas em di-versos expositores e aproveitou também para ex-plicar a evolução da sua coleção.

Nesta exposição, para além das viaturas em miniatura, podem ser vistos outros objetos, como capacetes, bombeiros de chumbo, moedas sobre a temática dos bombeiros e brindes variados.

VILA REAL

Cruz Verde promove exposição de miniaturas

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Esmoriz é uma

instituição que aos 86 anos se afirma pela modernidade, com apostas claras na comunicação, voltada para o exterior, com-prometida com o futuro, contu-do, ainda com acesso vedado às mulheres, uma circunstância que causa estranheza em pleno século XXI, justificada pela “fal-ta de condições para acolher condignamente” elementos fe-mininos, como explicam ao jor-nal Bombeiros de Portugal dire-ção e comando anunciando, no entanto, que a aprovação de uma candidatura a fundos co-munitários permite, finalmente, avançar as obras de remodela-ção e ampliação e agendar para 2018 a “mudança histórica” que há muito se impunha.

“Não somos contra a entrada de mulheres, mas a verdade é que este quartel construído há

mais de 20 anos não dispõe de instalações para as alojar”, su-blinha João Raimundo de Olivei-ra, assegurando que a nova re-cruta conta já “meia dúzia” de reforços no feminino.

O comandante Artur Ferreira, fala com entusiasmo do ingres-so de mulheres no corpo de bombeiros, que considera po-derá ser a resposta para uma crescente falta de disponibilida-de.

“É cada vez mais difícil recru-tar voluntários. Este modelo está esgotado”, considera o co-mandante, para depois do alto dos seus 25 anos de carreira fa-lar de uma nova realidade:

“Hoje a disponibilidade é me-nor, os homens são outros, mas, também são maiores as obrigações”, factos que segun-do Artur Ferreira afastam os mais jovens, sustentando que para manter o efetivo é forçado a fazer uma escola por ano e

mesmo assim esta é uma mis-são complexa se antedermos que da última recruta com 27 elementos só oito envergam a farda de bombeiro.

Para tentar preparar o futuro a instituição tem apostado em ações de sensibilização e de formação nas escolas, na tenta-tiva de despertar os mais novos para a causa, bem como a fan-farra que ainda é um importan-te “alfobre” de novos efetivos.

Direção e comando defen-dem que novos tempos impli-cam novas apostas e melhores condições para fixar os bombei-ros, nomeadamente ao nível das instalações, e assim é com particular satisfação que anun-ciam a empreitada de amplia-ção e remodelação do quartel. Depois de um rocambolesco processo, marcado por avanços e recuos, os Voluntários de Es-moriz veem aprovado o projeto e garantida uma verba do Pro-

AssociaçãoOs Bombeiros de Esmoriz preparam-se para acrescentar um novo

capítulo na sua já longa história, com a integração de mulheres nas suas fileiras. Este “atraso” numa associação posicionada na

linha da frente na resposta dada aos desafios do setor justifica-se pela falta de condições para receber reforços no feminino, contudo o problema está preste a ser solucionado com uma intervenção no

quartel que deverá ter início nos próximos meses.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Os bombeiros tiveram o arrojo de avançar um investimento de cerca de dois milhões (…)” que hoje se afirma como uma mais-valia para a cidade

João Raimundo de Oliveira,presidente da direção

palavra de PRESIDENTE

Page 15: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

15MAIO 2017

ESMORIZ

faz investimento no feminino

grama Operacional Sustentabi-lidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) de pouco mais de 231 mil euros que per-mitirá, finalmente, não só criar a ala feminina, mas também re-qualificar e adaptar vários es-paços

Este esforço de moderniza-ção conta com o beneplácito e o patrocínio da Câmara Municipal de Ovar, que já assumiu o pa-gamento da componente nacio-nal, um apoio que surge no âm-bito da “boa parceria” que a au-tarquia mantém com todos os corpos de bombeiros do conce-lho.

A população e as empresas locais são também aliadas da

causa e colaboradoras ativas no processo de engrandecimento da instituição, conforme faz questão de destacar João Rai-mundo de Oliveira:

“Sem estes apoios nunca te-ríamos atingido este patamar”, reconhece, dando conta de um “vasto património”, que inclui um complexo de piscinas e uma clínica médica, avultados inves-timentos, mas que a associação se congratula de ter colocado à disposição das populações que serve. O presidente da direção fala com especial orgulho desta duas obras com especial enfo-que para o espaço desportivo que para além de dois tanques dispõe de um bem apetrechado

mas que hoje se afirma como uma mais-valia para a cidade. Acredito que a grande maioria das crianças de Esmoriz apren-deu a nadar nas nossas pisci-nas” assinala, para depois de-fender que este equipamento tem também grande importân-cia na promoção da atividade física junto da população sénior.

Esta é uma associação volta-da para o exterior, que muito aposta na promoção de ativida-des várias que permitem não só dar-se a conhecer, mas, tam-

bém, estreitar laços de proximi-dade com a comunidade. A co-municação é, há longos anos, a forma mais expedita de chegar às populações que já se habi-tuaram a ler boletim informati-vo “Bombeiros em Missão” ou a escutar o programa de rádio com o mesmo nome que, men-salmente, dá conta da vasta atividade social e operacional dos Voluntários de Esmoriz.

Este corpo de bombeiros do concelho de Ovar conta atual-mente com 87 operacionais que

servem um total de 19 mil habi-tantes número que ascende aos 30 mil em época estival, quan-do as praias se enchem de ve-raneantes. De resto este é um território com muitos desafios onde não faltam a “linha férrea, autoestrada, indústria e mar” que impõe meios e equipamen-tos diferenciados e formação em várias valências, áreas que aliás merecem toda a atenção da direção sempre atenta às necessidades do corpo de bom-beiros.

É cada vez mais difícilrecrutar voluntários. Este modeloestá esgotado

Artur Ferreira, comandante

voz de COMANDOOficialmente fundada a 26 de abril de 1931 a Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários de Esmoriz é hoje uma instituição moderna e bem apetrechada que tem como património mais valioso os quase noventa operacionais, incasáveis na missão de garantir proteção e socorro aos cerca de 19 habitantes de três freguesias (Esmoriz, Cortegaça e Ma-ceda) do concelho de Ovar, distrito de Aveiro.

No apoio às atividades associativas e do corpo de bombeiros estão 25 colaboradores.

Com o intuito de ampliar o serviço prestado à cidade a instituição investiu há cerca de uma década na construção de um complexo des-portivo que mobiliza, atualmente, cerca de 600 utentes de todas as idades, bem como uma clínica com vários serviços e especialida-des médicas.

Na vertente associativa destaque também para a fanfarra com conta com 40 músicos de várias faixas etárias.

Cartão de visita

ginásio, desenvolve várias ativi-dades e promove umas quantas modalidades e que já conta com mais de 600 utentes.

“Os bombeiros tiveram o ar-rojo de avançar com este inves-timento de cerca de dois mi-lhões que na época foi criticado,

Page 16: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

16 MAIO 2017

Cascais foi cenário de um evento único marcado por um imponente desfile de

cerca de 350 estandartes de as-sociações e federações distritais de todo o país, numa impressio-nante demonstração de força: Uma intensa polémica, provoca-da por declarações do Secretá-rio de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, repercu-tiu-se em acusações e exigên-cias à Liga dos Bombeiros Portu-

DIA DO BOMBEIRO PORTUGUÊS

Cascais palco de mobilização inédita na história dos bombeirosCerca de três centenas e meia de

associações humanitárias e corpos de bombeiros de todo País, marcaram

presença nas comemorações do Dia do Bombeiro Português, que este ano tiveram

como palco a vila de Cascais.Perante uma imponente e representativa

força Marcelo Rebelo de Sousa entregou o Estandarte Nacional à Liga dos Bombeiros

Portugueses, um momento maior, numa cerimónia de homenagem e

reconhecimento aos milhares de homens e mulheres, que norteados pelo lema “Vida

por Vida”, escolheram ser melhores, entre eles Paulo Oliveira e Dulce Leitão, que,

arriscando a suas vidas, salvaram as de duas crianças.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

gueses (LBP) e no apelo ao boi-cote às comemorações do Dia do Bombeiro Português, ao qual os bombeiros responderam com mobilização inédita.

Marcelo Rebelo de Sousa pre-sidiu à sessão e agraciou a con-federação com o Estandarte Na-cional, no que terá sido um dos momentos altos de sessão tes-temunhada por muitas centenas de populares. Igual a si próprio, anuindo a um repto de Jaime Marta Soares, o chefe de Estado fez “tábua rasa”, do protocolo, que não previa sua a interven-ção, e dirigiu-se aos bombeiros falando de emoção, mas subli-nhando “o orgulho do presiden-te de Portugal” e “todos os por-tugueses que é mais que grati-dão, que é mais que o reconhe-cimento”.

“Eu orgulho-me de ser presi-dente de uma Pátria que tem bombeiros como vós, os melho-res bombeiros do mundo”, dis-se.

O presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, começou por enaltecer a figura dos homens e mulheres “pre-destinados para salvar os que estão em perigo”, com “altruís-mo e de dádiva total” que, “nada mais pedem” que respei-to e condições para exercerem a sua missão, sempre de forma

exemplar e profissional, até porque, como sublinhou, “vo-luntariado nos bombeiros não é sinónimo de amadorismo”, é an-tes garantia de “conhecimento, competência profissionalismo elevado ao mais alto nível do saber”. Da mesma forma, valo-rizou o importante papel das as-sociações humanitárias nas mais diversas áreas, para de-pois relembrar que “os bombei-ros portugueses são o maior movimento associativo existen-te em Portugal”.

Em dia de homenagem ao bombeiro, ainda que certo de que a discussão e análise dos problemas do setor têm sede própria e púlpitos mais adequa-dos, Jaime Marta Soares não deixou de advertir que os “Sol-dados da Paz”, estão dispostos “a desenterrar o machado da paz para fazer a guerra”, caso as suas reivindicações não sejam atendidas, exigindo ali mesmo, apelando á “consciência, ao sentido de responsabilidade de quem tem o poder de decisão”, à tutela a revisão imediata da Lei de Financiamento, o reajuste da diretiva financeira que inclua o aumento da compensação diá-ria aos bombeiros e a urgente criação do cartão social do bom-beiro, como incentivo ao volun-tariado.

“Porque é que os poderes pú-blicos instituídos não respon-dem favoravelmente às propos-tas que lhes são apresentadas pelos seus representantes, no-meadamente a Liga dos Bom-beiros Portugueses, legitimada pela Lei e pela confiança que nela depositaram os bombei-ros?”, indagou o presidente da LBP, salvaguardando que a confederação é “um parceiro que premeia o diálogo em detri-mento do confronto, parceiro que não procura criar proble-mas, mas sim soluções, parcei-ro que combate o supérfluo na procura do essencial, com pro-postas concretas e objetivas.”

“É chegado o momento de, perante a imensidão do bem praticado pelos bombeiros que os seus apelos sejam atendi-dos”, disse.

A ministra da Administração Interna, ouviu mas não reagiu, centrando a sua intervenção na “importância estratégica dos bombeiros”. “Os bombeiros constituem o eixo central do sistema de proteção civil e são o ativo mais precioso do País no garante e na salvaguarda da segurança das pessoas, dos seus bens e dos recursos do nosso território” disse Constan-ça urbano de Sousa, sublinhado que este reconhecimento, “não

Foto

: bom

beiro

s.pt

Page 17: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

17MAIO 2017

se esgota nas palavras”, mas na intervenção do Governo no “re-forço das infraestruturas e ca-pacidade operacional”, mas, também, no “apoio á atividade das associações humanitárias” e no “incentivo ao voluntariado e promoção de melhores condi-ções de trabalho para os bom-beiros”. A governante prosse-guiu elencando, uma vez mais, todos as verbas e as medidas tomadas, tendo destacado “a diretiva Financeira, aprovada este mês que, disse “vem res-ponder às antigas e justas aspi-rações dos bombeiros portu-gueses”, pois “deixou de abran-ger apenas o período do DECIF, para abarcar todo o ano”.

O anfitrião Carlos Carreiras começou por saudar os bombei-ros de Portugal que declarou serem “um exemplo de como servir os outros, uma inspiração sobre como amar o próximo”, para depois falar da “enorme honra e um tremendo orgulho em acolher a cerimónia”.

“É obrigação política e dever moral de quem exerce demo-craticamente o poder, seja ele local ou nacional, proteger os que nos protegem”, disse, e re-conhecendo que “o Estado não pode fazer tudo sozinho” o pre-sidente da câmara defendeu que “os cidadãos, as empresas e as forças da comunidade têm capacidade de fazer algo mais. Podem e devem fazer mais”.

Reconhecido que é o apoio que a autarquia cascalense ga-

rante aos cinco corpos de bom-beiros, Carlos Carreiras fez questão de sublinhar que esta não será uma estratégia parti-dária até porque “a esquerda e a direita não entram em maté-ria de liberdade e segurança de populações”, ainda que os in-vestimentos nestas áreas pos-sam não se traduzir nos resul-tados eleitorais.

“É preciso fazer. É preciso fa-zer tudo, mesmo o que não dá votos. Essencialmente o que não dá votos”, enfatizou o au-tarca.

Bombeiro de Mérito

O momento maior da cerimó-nia foi, como não poderia deixar de ser, a entrega do galardão maior à bombeira de 3.ª dos Vo-luntários dos Carvalhos e ao subchefe Paulo Oliveira do Bom-beiros de Almada, os “bravos” que, em situações limite, nor-tearam-se pelo lema “vida por vida”, correram riscos, mas cumpriram de forma exemplar a sua missão.

Paulo Oliveira resgatou, em 5 de outubro de 2016, com êxito uma menina, Maria Inês, então com dois anos de idade, que se encontrava com um braço enta-lado num elevador imobilizado a seis pisos de altura num edifício situado no Pragal, Almada.

O resgate foi feito através do poço do elevador em condições muito arriscadas mas perfeita-mente assumidas pelo Paulo Oli-

veira, apoiado pela restante equipa de bombeiros (chefe Car-los Parada, os bombeiros de 2.ª David Marques, Elson Rodrigues e Hugo Santos, e o bombeiro de 3.ª Marco Isidoro)

Chegados, prontamente, ao local do acidente os bombeiros verificaram que a criança se en-contrava com o braço preso en-tre a parede e o elevador e que este não dispunha de portas de proteção. Assim, através do poço Paulo Oliveira teve que de-sencadear uma complexa e ar-riscada operação de desencarce-ramento que implicou a des-montagem cuidadosa de compo-nentes do elevador, mas demonstrou capacidade e prepa-ração técnica mas também cora-gem e espírito de missão.

A operação foi também difi-cultada com a falta de ilumina-ção e a falta de espaço para tal tendo o Paulo Oliveira recorrido apenas ao seu próprio telemóvel segurado com a boca.

Ao descrever o desenrolar do resgate Paulo Oliveira não dei-xou de salientar a cooperação da própria criança que “foi muito guerreira”, mantendo-se calma e sem chorar, mas, também, dos avós.

Volvidos meses, Paulo Oliveira não esquece aquele momento, um dos mais marcantes de uma longa carreira de 34 anos ao ser-viço do próximo. Em Cascais, o subchefe não escondeu a emo-ção ao olhar a pequena Maria Inês e sua família que fizeram

“Um bombeiro está sempre preparado para ajudar quem precisa e foi apenas isso que eu fiz. Falo frequentemente com o João e a sua família que vivem em França mas que têm acompanhado o meu processo de recuperação e até já me visitaram. Ainda tenho algumas sequelas do acidente, que eu sei que vão passar quando eu regressar ao ati-vo, o que deverá acontecer já no próximo mês. O reconhecimento é bom, mas há maior prémio do que salvar uma vida.”

Dulce Leitão, bombeira de 3.ª dos Voluntários dos Carvalhos“Este prémio e importante porque é a prova de que cumpri a minha missão. Mais im-portante que tudo é que a Maria Inês está aí hoje sem qualquer problema. Foi emo-cionante receber este prémio do Senhor Presidente da República.”

Paulo Oliveira, subchefe dos Bombeiros de Almada

BOMBEIRO DE MÉRITO 2016

DIA DO BOMBEIRO PORTUGUÊS

Cascais palco de mobilização inédita na história dos bombeiros

questão de marcar presença na cerimónia, e embora este fosse um momento seu Paulo Oliveira fez questão de reafirmar que “o êxito da operação ficou a dever-

-se ao esforço e empenho da equipa”, dizendo “agradecer to-dos os dias” por servir o Corpo de Bombeiros de Almada.

Já Dulce Adriana Leitão foi

atropelada na A4, em 22 de agosto de 2016, quando presta-va assistência às vítimas de um acidente de viação com várias

(continua na página seguinte)

Foto

: bom

beiro

s.pt

Page 18: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

18 MAIO 2017

“Estou muito orgulhoso pois este prémio que também é importante para a minha fa-mília, quase sempre prejudicada pela minha total dedicação à causa, mas, também para a direção dos Famalicenses e, obviamente, com os bombeiros. Na verdade, este é o símbolo do muito trabalho desenvolvido por todos no último ano.”

Bruno Oliveira Alves, comandante do Corpo de Bombeiros Famalicenses.“Gratidão e honra de ser distinguido pela Liga dos Bombeiros Portugueses. Este é um galardão que quero partilhar com os meus bombeiros e a direção da associação, em especial com o presidente que muito tem contribuído para nos dar as melhores condi-ções para que possamos servir cada vez melhor a população.”

José Beleza Ferraz, comandante do Corpo de Bombeiros de Barcelinhos

“Este menção honrosa é um enorme estímulo e um reconhecimento do nosso apoio aos corpos de bombeiros do município que, ainda assim, fica muito aquém daquilo que os bombeiros nos dão, tanto através das associações, como a título pessoal”.

Joaquim Judas, presidente da Câmara Municipal de Almada “Este é um reconhecimento que muitos nos honra, porque surge do reconhecimento do apoio que temos vindo a prestar aos seis corpos de bombeiros no concelho e, na verdade este troféu é para eles. Quando estabelecemos prioridades, devemos colocar este movimento de voluntariado na primeira linha e é isso mesmo que fazemos asse-gurando o reequipamento, reforçando os meios e investindo na formação dos opera-cionais”.

Alberto Mesquita, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira“O reconhecimento que a Liga dos Bombeiros Portugueses teve para com a Câmara Municipal de Odivelas revela-se como um enorme estímulo para os homens e mulhe-res que todos os dias trabalham no Serviço Municipal de Proteção Civil desta Autar-quia, tal como para todos os bombeiros e bombeiras do concelho de Odivelas que sa-bem que podem contar connosco”.

Câmara Municipal de Odivelas

ELEMENTO DO QUADRO DE COMANDOCÂMARA MUNICIPAL

viaturas e multivítimas, perto do nó de Paredes.

Um grupo de bombeiros dos Voluntários dos Carvalhos deslo-cava-se, à noite, em direção a Marco de Canavezes, a fim de proceder à rendição de compa-nheiros que se encontravam no combate a incêndios florestais, quando se deparou com o aciden-te registado momentos antes.

O facto do acidente ter ocor-rido à noite, cerca das 23 horas, e provocado dispersão de des-troços na via, constituiu desde logo um teatro de operações di-fícil de gerir.

Os bombeiros procuraram si-nalizar o local com os rotativos das suas viaturas e com o auxí-lio de lanternas começaram a prestar auxílio às vítimas, ao mesmo tempo que acionavam outros meios de socorro para o local.

Apesar de a sua presença es-tar sinalizada, os bombeiros es-tiveram sempre atentos às via-turas de passagem. Porém, constituindo sempre uma mis-são de risco, Dulce Leitão aca-bou por ser atropelada por uma dessas viaturas quando presta-va assistência a um menino de 12 anos. Apercebendo-se do

atropelamento eminente a bombeira protegeu João e com

esse gesto acabou por sofrer graves sequelas, com fraturas

múltiplas na perna esquerda que implicaram intervenções ci-rúrgicas. Dulce, estudante do 3.º ano enfermagem, ainda está em processo de recupera-ção, mas já conta os dias para regressar ao quartel dos Carva-lhos onde é voluntária há já al-guns anos.

Por Despacho da Ministra da Administração Interna, Cons-tança Urbano de Sousa, Dulce Leitão e o subchefe Paulo Oli-veira foram, ainda, agraciados na ocasião com a medalha de mérito de Proteção e Socorro, no grau ouro e distintivo azul.

Os bombeiros de mérito re-

ceberam, ainda, um prémio pe-cuniário no valor de três mil eu-ros atribuído da Fundação Mon-tepio Geral, que há já muitos anos se assume como parecia da LBP nesta importante orga-nização.

Menções honrosas

No âmbito deste galardão fo-ram ainda distinguidas com menções honrosas na categoria “Câmara Municipal” as autar-quias de Vila Franca de Xira, de Almada e Odivelas; na catego-ria de “Dirigente Associativo”, João Machado Coelho Tinoco,

(continuação da página anterior)

Foto

: bom

beiro

s.pt

Page 19: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

19MAIO 2017

“Não tenho certeza se mere-ço tão honrosa homenagem, mas se os amigos assim en-tendem, os meus melhores agradecimentos”

Comendador Jorge da Concei-ção Lopes, sócio benemérito da

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Figueiró dos Vinhos. Porque o agraciado se encontrava fora do

País e o galardão foi recebido por Luís Filipe Silva, presidente

da direção dos Voluntários de Figueiró dos Vinhos.

“Foi com grande satisfação e muita honra que a LBC Tanquipor, S.A. recebeu esta Menção Honrosa, numa bonita e muito merecida cerimónia que assinala o Dia do Bom-beiro Português.Uma relação estreita e de cooperação com os Bombeiros tem sido um fator muito im-portante no desenvolvimento e manutenção dos sistemas de prevenção, segurança e formação da empresa, relação essa que assenta em dois valores chave: confiança e disponibilidade. Trabalhamos para que essa relação de cooperação com os Bombeiros continue a ser um fator estratégico na base dos nossos sistemas de segurança, e que da mesma resultem aprendizagem e experiência partilhados”

Nelson Marques, diretor do terminal e administrador da LBC Tanquipor, SA (Barreiro) “Sinto-me orgulhoso deste prémio que reconhece a ligação que a empresa mantém há quase 50 anos com os Voluntários Famalicenses. Na verdade até já me sinto bombei-ro tal é ligação a estas associações, a estes homens e mulheres. Fico feliz com esta condecoração que me obriga a continuar apoiar tão nobre causa.”

Carlos Vieira de Castro, presidente da Conselho de Administração da Vieira de Castro, Produtos Alimentares, SA (Vila Nova de Famalicão)

PERSONALIDADE DA SOCIEDADE PORTUGUESA

EMPRESA

presidente da direção da Asso-ciação Humanitária dos Bom-beiros de Vila Nova de Famali-cão. Na categoria “Elemento do Quadro de Comando”, o júri do prémio deliberou reconhecer o trabalho desenvolvido pelos co-mandantes José António Beleza Ferraz, dos Voluntários de Bar-celinhos e Bruno Miguel Oliveira Alves, dos Famalicenses. Foram igualmente condecoradas as

empresas LBC Tanquipor, S.A. e Vieira de Castro – Produtos Ali-mentares, S.A.. Como “Perso-nalidade da Sociedade Portu-guesa” foi agraciado o comen-dador Jorge da Conceição Lo-pes.

Refira-se que foram várias as candidaturas nas diferentes ca-tegorias analisadas pelo Júri Nacional do Prémio Bombeiro de Mérito integrou o presidente

e vice-presidente do Conselho Executivo da LBP, respetiva-mente Jaime Marta Soares e António Rodeia Machado; o pre-sidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Joaquim Lei-tão; o presidente da Escola Na-cional de Bombeiros, José Fer-reira; o presidente da Rádio Re-nascença, Pe Américo Aguiar e João Raimundo, membro do Conselho de Administração

Executivo da Caixa Económica Montepio Geral, mecenas do prémio

À margem do prémio, a Liga dos Bombeiros Portugueses de-liberou, ainda agraciar com menções honrosas, em reco-nhecimento do apoio concedido ao evento a Câmara Municipal de Cascais e o Secretariado das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários do Con-celho de Cascais e ainda o co-mandante Pedro Araújo, coor-denador das operações que en-volveram a organização do Dia do Bombeiro Português.

Refira-se que o programa teve início na manhã de domin-go quando Cascais recebeu o facho que acendeu a pira insta-lada no nobre Largo 5 de outu-bro, vindo do Algarve e trans-portado pelos Bombeiros de Portimão, que o ano passado acolheram este evento, ao que se seguiu a celebração de missa na igreja matriz da vila.

Quartel eletrão

Cascais foi ainda o cenário escolhido pela Associação Por-tuguesa de Gestão de Resíduos

(Amb3E) para proceder à atri-buição do Prémio Quartel Ele-trão, que envolveu 164 corpos de bombeiros, que ao longo de quatro meses reuniram 1080 toneladas de equipamentos elé-tricos e pilhas usadas, que ge-raram um apoio direto aos par-ticipantes na ordem 70 mil eu-ros, entre os quais uma ambu-lância de transporte múltiplo à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ama-rante, cuja chave foi, simbolica-mente, entregue nesta ocasião pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares e pelo Secretário

de Estado do Ambiente, Carlos Martins.

Foram beneficiados por este projeto ambiental, com 10 car-tões de combustível, no valor de 500 euros, os Bombeiros de Famalicão da Serra, Vila Franca das Naves, Pampilhosa da Ser-ra, Pinhão, São João da Pes-queira, Vila Nova de Tazém, Fornos de Algodres, Caxarias, Mira de Aire e Alandroal. O Pré-mio Quartel Eletrão recompen-sou ainda os Voluntários da Pampilhosa e de Marco de Ca-navezes com 1500 euros em Equipamentos de Proteção Indi-vidual.

Foto

: bom

beiro

s.pt

Page 20: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

20 MAIO 2017

No passado dia 23 de maio de 2017, teve lugar na Praça

da Ribeira no Porto, a cerimónia festiva do 289.º aniversário do Batalhão de Sapadores Bom-beiros (BSB) do Porto e com-promisso de honra da recruta, Escola Chefe Reinaldo Valério da Silva Simões, presidido pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira.

A recruta teve início em ja-neiro de 2016 e esta cerimónia encerra o ciclo de estágio e abre as portas do quartel a 30 novos operacionais.

Durante a cerimónia foram homenageados os elementos da Escola de Recrutas Chefe Lo-

pes da Silva, que nesse dia completavam 20 anos de servi-ço no Batalhão, com a atribui-ção de medalhas de assiduida-de (grau ouro).

Depois do compromisso de honra dos sapadores bombeiros recrutas realizou-se um simula-cro numa embarcação turística onde os novos elementos de-

monstraram algumas das técni-cas que adquiriram ao longo da sua formação.

António Oliveira(subchefe)

PORTO

BSB completa 289 anos com reforços

Foto

s: Jo

ão N

ogue

ira (s

apad

or b

ombe

iro)

Na primeira semana de maio realizou-se na cidade do Porto uma iniciativa no âmbito

do “Porto Capital Jovem da Segurança Rodo-viária 2017”, com a participação de diversos agentes de proteção civil e outras entidades.

O Batalhão Sapadores Bombeiros do Porto (BSB) participou nesta iniciativa através da realização de um simulacro de desencarcera-

mento na Baixa do Porto, uma exposição no Silo-Auto e visitas ao Centro de Gestão Inte-grada do Município, recentemente localizado nas instalações do BSB.

O evento teve a participação de vários grupos escolares com um público infantil e juvenil, onde a principal mensagem do BSB foi alertar para os procedimentos a tomar

perante o acidente rodoviário. A visita ao Centro de Gestão Integrada do Município teve o objetivo de mostrar a sala que permi-ta a gestão dos meios dos vários agentes da proteção civil e outras entidades com vista a uma resposta integrada ao Município do Por-to.

António Oliveira (texto e fotos)

PORTO

Capital jovem da segurança rodoviária

O jornal da Liga dos Bombeiros Portu-gueses “Bombeiros de Portugal” foi

distinguido pela Associação de Bombei-ros Ultramarinos (NABUL) com o diplo-ma de sócio honorário. A entrega da distinção foi feita pela Direção da NA-BUL à equipa do jornal em plena reda-ção, conforme a imagem testemunha.

NABUL

Associação distingue

“Bombeirosde Portugal”

ORGANIZAÇÃO: APOIO: PATROCÍNIO:

A comissão coordenadora distrital de Coimbra da Juvebombeiro reuniu-se no passado dia 25 de maio, no quartel da Associação

Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Condeixa.Tratou-se da segunda reunião ordinária daquela comissão, que

contou com a participação dos delegados de núcleo de Brasfemes, Condeixa, e Serpins, e ainda como convidados os representantes dos corpos de bombeiros de Montemor-o-Velho e Vila Nova de Poiares (estes últimos em fase de ativação de núcleo).

Foi uma reunião muito participada, em que foram abordados os vários pontos da ordem de trabalhos, com destaque para a discus-são prévia do Plano Anual de Atividades de 2018, e um debate preliminar daquele que poderá ser o Encontro Nacional da Juve-bombeiro, a realizar-se no Distrito de Coimbra.

Esta sessão contou com 10 participantes, motivo para dizer que, tal como a famosa Fénix, a Juvebombeiro no Distrito de Coimbra renasceu das cinzas.

COIMBRA

Juve renasce

Page 21: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

21MAIO 2017

Entusiástica foi a receção dos penafidelenses a uma das mais importantes organiza-

ções da Liga dos Bombeiros Por-tugueses que há quase 40 anos assina a promoção dos Concur-sos Nacionais de Manobras.

O dia 20 foi dedicado aos trei-nos, no Parque da Cidade uma infraestrutura em fase de con-clusão e que em “pré-inaugura-ção” deu as boas vindas às 28 equipas participantes, que, ao final da tarde, se apresentaram na Avenida Egas Moniz, no cen-tro Penafiel, onde decorreu a sessão de abertura destes jogos.

Na cerimónia Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, assi-nalou que a iniciativa constituí “um momento muito importan-te, um momento de proximida-de e relacionamento entre os bombeiros voluntários e os pro-fissionais”.

“Esta é uma competição des-

portiva, que coloca em evidên-cia a preparação física e capaci-dade técnica dos bombeiros portugueses, permite melhorar as práticas e apurar os conheci-mentos aplicados, no dia-a-dia, na defesa das vidas e dos have-res de todos os portugueses”. Jaime Marta Soares, sustentou, igualmente, que estes encon-tros permitem “consolidar ami-zades e fomentar o espírito de equipa” ao mesmo tempo que são uma porta aberta para o fu-turo atraindo os mais jovens para a causa, incutindo-lhes elevados níveis de empenha-mento, exigência e a determi-nação em aprender mais para fazer melhor

A sessão terminou com a en-trega das medalhas aos vence-dores da edição de 2016, entre os quais os Bombeiros de Paço de Sousa, um dos três corpos de bombeiros do concelho de Penafiel, um momento que o

CONCURSOS NACIONAIS DE MANOBRAS

Penafiel em festa na receçãoa centenas de bombeiros

Penafiel recebeu em festaos Concursos Nacionais de Manobras.

Nos dias 20 e 21 maio o Parque da Cidade acolheu o evento que mobilizou mais de

quatro centenas de participantes de vários pontos de Portugal Continental e da Região

Autónoma dos Açores.Depois de meses de treino, bombeiros e cadetes, deram o seu melhor em campo,

numa renhida mas sempre sã competição que, este ano, premiou a entrega e o trabalho das equipas dos voluntários Ribeira Grande e Paço de Sousa, dos

profissionais do Batalhão de Sapadores do Porto e dos cadetes da Rebordosa

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

presidente da autarquia penafi-delense, Antonino de Sousa, não deixou passar em claro, congratulando-se com os resul-tados obtidos, fora de portas, pela equipa da casa.

No dia 21, manhã cedo, tive-ram início as provas marcadas pela emoção, alegrias de uns a desilusões de outros e do ner-vosismo dos estreantes nestas andanças, como é o caso da equipa mista de cadetes da Pampilhosa, que não obstante a inexperiência, obteve uma animadora posição na tabela classificativa e mereceu até enormes elogios do seu res-ponsável técnico José Laranjei-ra, que salientou a entrega do grupo dentro e fora do campo, dignificando assim o distrito de Aveiro, que depois de algum tempo arredado destas compe-

tições, regressa agora e “para ficar”.

“A Escola de Infantes e Cade-tes da Pampilhosa, foi criada em 2012. A decisão de partici-par nos concursos nacionais surgiu no fim do ano passado por sugestão de instrutores desde logo apoiada pelos res-tantes instrutores, dirigentes, comando e pelos próprios in-fantes e cadetes”, assinalou José Laranjeira sublinhado que o objetivo desta participação é tão-somente “tentar manter es-tes jovens motivados e com vontade de permanecer nos bombeiros”. O balanço desta primeira experiência não pode-ria ser mais positivo, pelo que, certamente, para o ano Pampi-lhosa estará na corrida às posi-ções cimeiras.

Numa competição sempre

renhida saíram vencedores da 36.ª edição dos Concursos Na-cionais (bombeiros) as forma-ções masculinas da Ribeira (A), Paço de Sousa (B) e Sapadores do Porto (A e B). No 35.º Con-curso de Cadetes os rapazes da Rebordosa asseguram o pri-meiro lugar num pódio que acolhe a equipa masculina da Ribeira Grande (2.ª) e a forma-ção mista de Campo de Ouri-que (3.ª).

Em jeito de balanço José Mi-randa, diretor dos concursos e vogal do conselho executivo da LBP regista que o investimento feito, nos últimos anos, nesta organização permitiu “detetar e corrigir alguns erros”, eviden-ciando uma aposta na qualida-de que visa, naturalmente, “atrair ainda mais participan-tes”.

O grupo trabalho da confede-ração que inclui ainda os co-mandantes José Requeijo e Adelino Gomes deixou palavras de elogio e reconhecimento à Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto e de forma es-pecial à Câmara Municipal de Penafiel, “uma parceria de ex-celência” que emprestou a esta iniciativa a proximidade e o apoio que no dia-a-dia garante com os bombeiros do concelho.

Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal, o presi-dente da Câmara Municipal de Penafiel, Antonino de Sousa, congratulou-se com o “sucesso muito grande” da iniciativa, re-gistou “uma participação muito intensa da população”, e falou do orgulho em poder inaugurar o complexo desportivo do Par-

(continua na página seguinte)

Page 22: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

22 MAIO 2017

Fafe (mistos)

Campo de Ourique (mistos) Cartaxo (mistos)

Oliveira de Frades (mistos)

Vila das Aves (masculinos)Rebordosa (femininos) Ribeira Grande (masculinos)

Caldas da Rainha (mistos)

Caneças (mistos)

Rebordosa (masculinos)

Pampilhosa (mistos)

35.º Concurso Nacional de Manobras | CADETES

Asequipas

que da Cidade com um evento desta dimensão, que, referiu, mereceu o “maior entusiasmo dos três corpos de bombeiros do município: Penafiel, Entre-os--Rios e Paço de Sousa”.

O autarca, que conhece bem a realidade do setor, até porque para além de dirigente da Asso-ciação Humanitária dos Bombei-ros Voluntários de Penafiel, du-rante 12 anos, assumiu o pelou-ro da Proteção Civil na câmara, disse-se “constrangido” pela

forma como a tutela trata os bombeiros que, sublinhou, “não são amadores, são voluntários na opção mas profissionais no exercício da sua missão”.

Antonino de Sousa reconhe-ceu dificuldades em atrair jo-vens para a causa, uma nova realidade que, segundo o edil impõe estratégias eficazes, no-meadamente a “criação de me-canismos de incentivo, mas também de reconhecimento ao altruísmo e generosidade des-

tes homens e mulheres, a quem todos devem admiração e enor-me respeito”.

Participaram nestas provas as equipas dos Voluntários da Rebordosa (A e feminina), Paço de Sousa (A e B), Fátima (A), Ourém (A e B), Montemor-o--Novo (A), Marco de Canaveses (A e B), Ribeira Grande (A, fe-minina), e ainda dos cadetes do Cartaxo (mista), Caneças (mista), Oliveira de Frades (mista), Rebordosa (masculina

e feminina), Fafe (mista), Vila das Aves (masculina), Pampi-lhosa (mista), Campo de Ouri-que (mista), Caldas da Rainha (mista) e Ribeira Grande (mas-culina). Os bombeiros profis-sionais estiveram representa-dos nos concursos pelo Regi-mento de Sapadores Bombei-ros de Lisboa (A e B), Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (A e B) e pela Companhia de Bombeiros Sapadores de Coimbra.

Page 23: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

23MAIO 2017

Rebordosa – Equipa Feminina Ribeira Grande – Equipa Feminina

Paço de Sousa (A) Fátima (A)

Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (A)

Marco de Canaveses (A)

Companhia de Bombeiros Sapadores de Coimbra (A)

Marco de Canaveses (B) Ourém (B)

Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (A)

Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (B) Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (B)

Paço de Sousa (B)

Rebordosa (A)

Ourém (A)

Ribeira Grande (A)

Montemor–o–Novo (A)

Asequipas

36.º Concurso Nacional de Manobras – BOMBEIROS

PROFISSIONAIS

VOLUNTÁRIOS

Os Concursos Nacionais de Manobras de 2017 reuniram, em Penafiel, um total de 28 equipas: 12 de bombeiros voluntários, 5 de profissionais e 11 de cadetes, representativas de 9 distritos do Continente e Açores.

Page 24: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

24 MAIO 2017

Os cadetes dos Voluntários da Póvoa do Lanhoso venceram a

4.ª edição encontro inter-bombei-ros de orientação pedestre, em Fafe. Em comunicado, a associação salienta “o esforço, empenho e de-dicação destes jovens” e assinalam “o seu ainda recente, mas muito promissor, percurso” que os poderá conduzir à carreira de bombeiro. Direção e comando reconhecem o trabalho desenvolvido pelos moni-tores, que acompanham e orien-tam o grupo, “dando-lhe força e motivação para alcançar os objeti-vos propostos”, fomentando o “es-pírito de união que permite alcan-çar resultados incríveis”.

ORIENTAÇÃO PEDESTRE

Póvoa de Lanhoso vence em FafeDecorreu na manhã do dia 14

de maio, a I caminhada so-lidária, organizada pela Jovou-ga - Associação Cultural Des-portiva e Recreativa de Cedrim, com vista à angariação de fun-dos para a Associação Humani-tária dos Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga.

O evento contou com a parti-cipação de 70 caminhantes, oriundos de vários concelhos do distrito de Aveiro, unidos pela mesma vontade de ajudar, e que percorreram algumas das ruas de Cedrim, Redouça, Var-ziela, Fontelas e Paçô.

Para Elmano Jorge, presidente da direção da Jovouga, os objetivos foram atingidos, tendo agradecido o espírito solidário de todos os que

participaram que contribuiu para o sucesso da iniciativa. O dirigente terminou deixando a pro-messa de que para o ano será renovado este compromisso com a solidariedade.

SEVER DO VOUGA

Caminhada garante apoio

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares

outorgou a Fénix de Honra aos Municipais da Lousã, por ocasião do 113.º aniversário deste corpo de bombeiros, assinalado no passado dia 1 maio. Em dia de festa, foi ainda apresentado o novo fardamento dos operacio-nais e inaugurado e benzido um veículo com plataforma (VP).

A cerimónia ficou ainda mar-cada pela homenagem aos ho-mens que, no passado, contri-buíram para consolidar o futuro, nomeadamente o bombeiro de 1.ª António Lopes, “um modelo, uma fonte de motivação e um exemplo” que recebeu das mãos do comandante João Melo o ca-pacete que usou durante cerca de 60 anos em tantas e tantas missões A emoção marcou este momento testemunhado e vivi-do, também, pelos comandantes

João Lopes e Ulisses Martins, os chefes José Martins e João Cari-nhas, o subchefe António Silves-tre, figuras carismáticas dos Mu-nicipais da Lousã que, conjunta-mente, com António Lopes, con-tam muitos anos de entrega à causa atestados, aliás, pelo cra-chá de ouro da LBP que, orgulho-samente, faziam questão de os-tentar.

“Quem não analisa com rigor o seu passado terá no presente sempre dificuldades em projetar o futuro”, palavras de Jaime Mar-ta Soares para evocar os funda-dores, bem como todos os ho-mens e mulheres que contribuí-ram para a valorização de um importante legado.

Falou do corpo misto da Lou-sã, “municipais/voluntários” como exemplo a seguir, mas também como um modelo que pode vir a ser replicado em vá-rios municípios para “criar me-

lhor operacionalidade e assegu-rar uma melhor prestação e ser-viço”.

O presidente da LBP prosse-guiu a sua intervenção enalte-cendo a serviço prestado por es-tes, mas também por todos bombeiros de Portugal que, dis-se, “estão em todo o lado prepa-rados para responder a todas as necessidades do País” nos mais distintas operações durante todo o ano, para depois exigir um dis-positivo anual - Diretiva Nacional de Proteção e Socorro (DNPS) –, uma reivindicação da confedera-ção que, entretanto, dias depois, numa outra sede, o secretário de Estado da Administração Inter-na, Jorge Gomes, garantia que seria atendida já no início do pró-ximo ano.

Outra das medidas defendidas pelo comandante Jaime Marta Soares foi a criação do Observa-tório Nacional para os Incêndios

Florestais, tendo em conta a rea-lidade do Pais e o crescente au-mento do número de ignições que, apenas nos primeiros qua-tro meses deste ano já ultrapas-savam as 4700.

O comandante João Melo falou das dificuldades do passado, para depois reconhecer um pre-sente auspicioso ainda que não isento de problemas e preocupa-ções. Críticas à Escola Nacional de Bombeiros ecoaram no quar-tel, com António Lopes a consi-derar que formação “nunca é a suficiente” e a defender, por ou-tro lado, cursos em “horários pós laborais”.

Em jeito de balanço João Melo, deu a conhecer alguns dos nú-meros que atestam a capacidade operacional deste corpo de bom-beiros que, em 2016, percorreu 265097 quilómetros, contou 9969 horas de empenhamento e registou 2293 emergências mé-

dicas, 86 incêndios urbanos, 186 alertas florestais, 65 fora do con-celho, 42 quedas de árvores e 65 acidentes de viação, tudo isto sem descurar a preparação dos elementos que integram o efeti-vo traduzida em 4282 horas de formação interna e 965 horas ex-terna. Paralelamente os Munici-pais da Lousã estiveram ainda envolvidos em ações de forma-ção em suporte básico de vida e primeiros socorros nas escolas e em várias outras instituições do concelho.

Na sessão solene foram ainda entregues diplomas de mérito e reconhecimento aos operacionais com mais horas de serviço e de formação e ainda medalhas de assiduidade aos bombeiros de 3.ª António Martins, Joao Carva-lho, Sara Costa, Jorge dos San-tos, Luis Rodrigues e Joao Maia (5 ANOS), também aos bombei-ros de 2.ª Rita Fernandes e Amí-

lcar António Ferreira (10 anos) e ainda aos bombeiros de 1.ª An-dré Almeida, Hugo Martins, Ru-bens Matos e ao bombeiro de 2.ª Rui Almeida (15 anos). Foram igualmente agraciados o bom-beiro de 1.º Paulo Jorge Lopes e o subchefe Joao Teixeira (20 anos) e os bombeiros de 1.ª Alti-no da Piedade e Fernando Ferrei-ra (25 anos).

Entre outras entidades, esti-veram presentes na comemora-ção do aniversário o secretário de Estado das Florestas e De-senvolvimento Rural, Amândio Torres os presidentes da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antu-nes, e da Federação de Bombei-ros de Coimbra, comandante António Simões e o CODIS de Coimbra, Carlos Tavares, bem como vários representantes das entidades locais e dos bombei-ros do distrito.

Sofia Ribeiro

LOUSÃ

Fénix de Honra no 113.º aniversário

Page 25: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

25MAIO 2017

A criação de uma equipa de intervenção permanente

(EIP) nos Bombeiros Voluntá-rios de Aguiar da Beira é uma necessidade premente, lembra-da na sessão solene comemora-tiva do 63.º aniversário daquela Associação pelo comandante do corpo de bombeiros, António Ferreira.

Na oportunidade, o presiden-te da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP), comandante Jai-me Marta Soares, também pre-sente, reiterou essa necessida-de e defendeu que a sua concretização deve ser amplia-da a todos os concelhos do país.

O comandante António Fer-reira sustentou a necessidade da criação da EIP com a interio-ridade do concelho que os bom-beiros servem, “cada vez mais desertificado”, lembrou que “possuímos uma enorme man-

cha florestal de pinheiro bravo que nos enche de orgulho”, com habitações pelo meio, lembrou a dificuldades de dispor de vo-luntários no período laboral e também a escassez de empre-go local e o consequente aban-dono dos jovens das fileiras dos bombeiros para a emigração.

O aniversário foi comemora-do de forma singela, incluindo a

tradicional romagem ao cemité-rio seguida de sessão solene, missa, almoço e desfile motori-zado.

Na oportunidade, foram atri-buídas medalhas de assiduida-de da Liga dos Bombeiros Por-tugueses, de 5 anos, aos bom-beiros de 3.ª, Pedro Almeida e Norberto Cardoso, de 10 anos, ao bombeiro de 1ª Sofia Casei-

ro, aos bombeiros de 2.ª, Filipe Ferreira e Luís Abreu, e aos bombeiros de 3.ª, Luis Matias e António Coelho, de 15 anos, aos bombeiros, António Santos (1.ª), Vitor Gonçalves (2.ª) e Paulo Ferreira (3.ª).

Foram também atribuídas outras medalhas da LBP, de 20 anos, ao comandante António Ferreira, ao subchefe João Car-los Gonçalves, ao bombeiro de 1.ª Artur Gomes, e aos bombei-ros de 2.ª, Nuno Ferreira, Sér-

gio Santos e José Joaquim, de 25 anos de dedicação, ao sub-chefe Carlos Sequeira e ao bombeiro de 1.ª Luis Filipe Con-ceição.

O chefe Eduardo Santos e os subchefes Luis Abreu e Jeróni-mo Ferreira foram distinguidos com a medalha de serviços dis-tintos grau ouro da LBP.

A sessão foi presidida pelo presidente da Câmara Munici-pal de Aguiar da Beira, Joa-quim Bonifácio, e contou com

as presenças, além do presi-dente da LBP, do comandante operacional distrital da ANPC, António Fonseca, do presiden-te da União de Freguesias de Aguiar da Beira e Coruche, Joaquim Gonçalves, e outros convidados, a colhidos pelo presidente da assembleia-ge-ral, Manuel Neves Botelho, do presidente da direção, Fernan-do Costa Pires, dos restantes órgãos sociais e elementos do comando.

AGUIAR DA BEIRA

Lembrada necessidade de EIP no aniversário

TAIPAS

Inaugurado novo espaço museológicoO 130.º aniversário do Corpo

de Bombeiros das Caldas Taipas ficou assinalado pela bênção de novas viaturas, pela inauguração de um espaço mu-seológico onde passará a estar exposto o rico acervo histórico da instituição e pela atribuição de diversas distinções. Neste

caso, destaque para a atribui-ção da medalha de serviços dis-tintos, grau ouro, da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), ao comandante Rafael Amân-cio, e da placa de honra da ins-tituição ao comandante do qua-dro de Honra (QH) Hermenegil-do Abreu e ao presidente da

direção, padre José das Neves Machado.

Durante a sessão solene, presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Guima-rães, Domingos Bragança, fo-ram entregues várias medalhas de assiduidade da LBP e da As-sociação.

No caso da LBP, foram entre-gues medalhas, de 5 anos, aos bombeiros de 3.ª, Cláudia Ri-beiro, João Silva, José Gomes, Laura Pereira e Fátima Cunha, de 10 anos, aos bombeiros de 3.ª, Carlos Silva e António Sil-va, de 15 anos, ao bombeiro de 2.ª Luis Silva, de 20 anos,

ao bombeiro de 1.ª António Magalhães e ao bombeiro de 2ª Manuel Abreu, e a medalha de dedicação, 25 anos, aos bombeiros de 2.ª, José Luis Marques e João Silva.

Da Associação, foram atri-buídas medalhas de 12 anos, prata, aos bombeiros de 2.ª,

Felicidade Gomes e José Ra-fael matos, e de 18 anos, ouro, aos bombeiros, José Martins (1.ª), Isaías Ferreira (2.ª) e Henrique Fernandes e Rui Gomes (3.ª).

As cerimónias contaram ain-da com as presenças, do co-mandante distrital da ANPC, Hermenegildo Abreu, do vogal do conselho executivo da LBP, comandante José Morais, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Bra-ga, Fernando Vilaça, de vários deputados à Assembleia da re-públicas, vereadores e presi-dentes de junta de freguesia, acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral da institui-ção, José Luis Oliveira, e res-tantes órgãos sociais e ele-mentos do comando.

Page 26: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

26 MAIO 2017

A Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Ferreira do Zêzere assinalou, no

dia 30 abril, o 70.º aniversário com um vasto pro-grama festivo marcado pelo tributo a dirigentes, bombeiros e associados.

Depois da tradicional romagem ao cemitério em homenagem aos bombeiros e associados fa-lecidos, representantes das congéneres do distri-to, entidades oficiais e restantes convidados mar-caram presença na sessão solene.

Ainda antes do almoço convívio, operacionais e meios desfilaram pelas principais artérias de Fer-reira do Zêzere.

FERREIRA DO ZÊZERE

Vasto programaem dia de festa

A necessidade obriga pessoas e organizações a tomarem a iniciativa de criarem estruturas

que permitam dar resposta às solicitações da co-munidade, Foi desta forma que surgiu o serviço de emergência “vila-realense” (202) permitindo às populações de Vila Real de Santo António e Castro Marim, fácil acesso ao socorro, em situa-ções de doença súbita, parto eminente, acidente, necessidade de transporte de doentes.

Registe-se que o corpo de Bombeiros Voluntá-rios de Vila Real de Santo António, adquiriu a pri-meira ambulância, em 1955 e a 12 de maio de 1968, lançou o serviço 202, disponibilizando via-turas e respetivas tripulações, que a colaboração de médicos, enfermeiros, farmacêuticos assegu-ravam não só o socorro e o encaminhamento para as unidades hospitalares, mas também con-sultas ao domicílio.

Fonte da associação algaravia assinala que o “202” terá sido um dos “primeiros números de emergência em Portugal”, recordando que a “pri-meira utente do serviço foi a senhora D. Maria Fernanda Guerreiro, esposa do senhor professor João Caldeira Romão, que foi transportada para

Faro, às 10:30 minutos, pelo chefe João Eduardo Calado Bento e pelo bombeiro Gavino José Rodri-gues”, elementos que, atualmente, integram o Quadro de Honra, deste corpo de bombeiros al-garvio.

Presentemente o serviço 202, mais propria-mente o Serviço de Saúde dos Bombeiros de Vila Real de Santo António, tem várias ambulâncias de socorro, “para fazer face às exigências da emergência pré-hospitalar, atuando como parcei-ro estratégico do INEM, no Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)”, dispondo ainda de viaturas de transporte de doentes não urgentes, para consultas e tratamentos. Asseguram este serviço 31 Tripulantes de Ambulâncias de Socorro (TAS) e 43 Tripulantes de Ambulância de Trans-porte (TAT).

VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

“Serviço 202 “assinala 49.º aniversário

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime

Marta Soares, convidou o presi-dente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, a acompanhá-lo na atribuição do

crachá de ouro da LBP a três elementos do Regimento de Sa-padores Bombeiros de Lisboa (RSB), os chefes de 1.ª classe, Eduardo Reis e José Carlos Cae-tano, e o subchefe Miguel Salas.

Estava também prevista a

entrega do crachá ao chefe de 1.ª classe José Manuel Franco, impossibilitada pelo facto da-quele elemento ser o porta-es-tandarte da bandeira nacional na mesma cerimónia.

Essa atribuição decorreu du-

RSB

Sapadores recebem crachá de ouro da LBP

rante a cerimónia comemorati-va do 622.º aniversário do RSB realizado na zona fronteira ao Mosteiro dos Jerónimos.

Na oportunidade, o presiden-te da LBP apontou “ser uma honra estar presente nesta ce-rimónia que lembra os 622 anos que esta instituição cum-pre a cuidar de Lisboa e dos seus cidadãos”, sublinhou que”como bombeiro partilho o orgulho que o RSB constitui para todos nós”, saudou os no-vos bombeiros como “um mo-mento alto para os novos e também resposta e garantia de continuidade”.

O comandante Jaime Soares saudou ainda o vereador Carlos

Castro pelo protocolo estabele-cido com as associações de bombeiros voluntários da cida-de para o pré-hospitalar.

O presidente da Câmara de Lisboa, por seu turno, anunciou para Outubro próximo uma nova candidatura de 100 novos recrutas e a entrada em funcio-namento de dois novos quar-téis, no Martim Moniz e na Alta de Lisboa, e o arranque das obras de requalificação e alar-gamento do quartel de Chelas.

Durante a cerimónia, o se-gundo comandante do RSB, major Tiago Lopes, foi condeco-rado pelo Exército e procedeu--se ao compromisso de honra, imposição de divisas e entrega

dos machados a 45 novos sapa-dores que, a partir então, pas-saram a integrar os piquetes operacionais nas várias compa-nhias. Decorreu também a en-trega de medalhas de assidui-dade da LBP a vários bombeiros sapadores.

A cerimónia, presidida por Fernando Medina, contou com a presença de vereadores, do presidente da LBP, do presiden-te da Autoridade Nacional de Proteção Civil, coronel Joaquim Leitão.

No final, decorreu o habitual desfile apeado e motorizado das forças em presença, sob o comando do chefe de 1.ª classe Correia.

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 27: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

27MAIO 2017

A longa história de 86 anos de vida da Associa-ção Humanitária dos Bombeiros Voluntários

de Esmoriz, que começou a 26 de abril de 1931, viveu recentemente mais um dia de festa.

O programa inclui a atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao chefe Artur Jesus Gomes, a posse do novo adjunto de comando, Nelson Gomes, a bênção de novos equipamentos e a entrega de condeco-rações em parada e a atribuição pela primeira vez do galardão sócio benemérito empresarial ao Grupo Cordex.

A manhã do dia 30 de abril começou cedo, com alvorada de morteiros, toque da sirene e com o hastear das bandeiras.

O desfile apeado e motorizado começou em Maceda e aquela freguesia e as suas gentes mais uma vez surpreenderam os bombeiros com a ha-bitual faixa de parabéns e um tapete de flores em frente da sede da Junta de Freguesia.

Às 11 horas realizou-se a missa solene na igreja matriz de Esmoriz celebrada pelo padre Campos, seguindo-se a romagem ao cemitério.

Em parada, procedeu-se à atribuição de me-dalhas de assiduidade da LBP, de 20 anos, aos bombeiros de 1.ª, Victor Peralta, Paulo Silva, Jorge Oliveira, Victor Silva e Luis Gamboa, de 2.ª, Nuno Costa e de 3.ª, Ricardo Teixeira e Joa-quim Reis, de 15 anos, aos bombeiros de 3.ª, Jacinto Oliveira, Manuel Silva e Ricardo Simões, de 10 anos, aos bombeiros de 2ª, Manuel Mar-ques, Ricardo Silva, Carlos Marques, de 3.ª, Tia-go Henriques, Fernando Fortes, Bruno Cunha,

Américo Pinto, Renato Santos e Simão Machado, e por 5 anos, aos bombeiros de 3.ª, António Cos-ta, Filipe Pereira, Rafael Oliveira, Rui Dias e Rui Moreira.

A passagem ao Quadro de Honra de 3 elemen-tos ficou também assinalada com a atribuição das respetivas medalhas, ao subchefe Armando Sá Ferreira, ao bombeiro de 2.ª João Manuel Reis Henriques e ao bombeiro de 3ª Manuel Alves Ferreira dos Reis,

Seguiu-se a bênção e inauguração de uma nova ambulância de socorro, apadrinhada por “D. Helena, mãe dos administradores do Grupo Cordex” e foram ainda benzidos 15 equipamen-tos de proteção individual urbanos, oferecidos pela mesma empresa, entregues por Carlos Pe-reira

Foi também inaugurado oficialmente o piso do parque de estacionamento da clínica da Associa-ção oferecido por Carlos Pereira

Através do Grupo Cordex foram ainda ofereci-dos dois tanques em inox, equipamento para

substituição dos antigos instalados na casa das máquinas da piscina, e, pela empresa Bisilque foram ofertados os novos portões do lado norte do parque de viaturas; empresa ali representada pelo seu CEO, André Vasconcelos

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, com uma mesa também composta, pelo presi-dente da assembleia geral, comandante Manuel Oliveira, pelo representante do conselho executi-vo da LBP, comandante José Luis Morais, pelo presidente da Federação dos Bombeiros do Dis-trito de Aveiro, Marco Braga, pelo comandante distrital da ANPC, António Ribeiro, pelo padre Campos, pelo presidente da Assembleia Munici-pal de Ovar, Pedro Braga da Cruz, pelo presiden-te da direção, João Oliveira e pelo comandante Artur Jorge Ferreira.

Durante a sessão decorreu a tomada de posse do novo adjunto do comando, Nelson Gomes, após a conclusão do necessário processo de for-mação, possibilitando que o quadro de comando

dos Bombeiros de Esmoriz fique completo, em resultado da escolha do corpo ativo expresso num processo de votação democrático.

Outro dos momentos altos da sessão foi a atri-buição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses ao chefe Artur Jesus Gomes, mais conhecido no seio da corporação por chefe Artur.

O distinguido ingressou nos Bombeiros de Es-moriz em 28 de abril de 1974, tem 47 anos e 7 meses dedicados à instituição.

Os sócios beneméritos têm sido ao longo dos anos um esteio importante na vida, na história e nas realizações da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Esmoriz.

Nesse sentido, Foi nomeado o primeiro sócio benemérito da Associação, atribuído ao Grupo Cordex, pela inegável colaboração que sempre têm demonstrado, e também patente ficou com mais uma oferta importantíssima para a forma-ção dos operacionais: 12 cursos de tripulante de ambulância de socorro (TAS).

ESMORIZ

Chefe Artur recebe crachá de ouro

No passado dia 30 de abril os Bombeiros Volun-tários da Batalha assinalaram 39 anos de

existência. As cerimónias incluíram o tradicional hastear das bandeiras e de seguido de “sentida homenagem aos bombeiros falecidos”.

Com o objetivo de descentralizar esta festa, o programa prosseguiu na freguesia da Golpilheira, onde foi celebrada missa e onde decorreram tam-bém a sessão solene e almoço.

Na ocasião foi inaugurada e benzida uma nova Viatura de Comando e Operações Táticas (VCOT), à qual foi atribuído o nome de Aurélio Gonsalves, o primeiro comandante dos Bombeiros da Bata-lha e o grande impulsionador desta instituição.

Durante as cerimónias marcadas pelo ingresso de sete novos elementos no corpo de bombeiros, foram atribuídas medalhas de assiduidade e uma de serviços distintos ao bombeiro João Pinheiro.

Marcaram presença nos festejos, entre outras

individualidades o presidente da Câmara Munici-pal da Batalha, Paulo Batista dos Santos, o co-mandante Fernando Barão, vogal do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses e, ainda, o tenente Frederic Vasseur e o sargento chefe Eric Provout dos Bombeiros de Gournay--en-Bray (França) que desta forma consolidam o projeto de intercâmbio que os une aos Voluntá-rios da Batalha.

BATALHA

Comemorações descentralizadas

Page 28: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

28 MAIO 2017

A assinatura do protocolo de apoio da Câmara Municipal de Palmela às obras de ampliação e

requalificação do quartel da Associação Humani-tária de Bombeiros de Pinhal Novo e outro proto-colo com a junta de freguesia local para a atribui-ção de um talhão no cemitério do Terrim ocupa-ram local de destaque na sessão solene do 66.º aniversário da instituição.

As obras vão dispor de financiamento comuni-tário (POSEUR) cabendo à Câmara satisfazer a componente nacional do investimento. Num mo-mento em que a candidatura ao apoio externo esteve em dúvida a Câmara de Palmela assumiu ser sua intenção reforçar o apoio municipal já previsto, conforme lembrou o seu presidente, Ál-varo Amaro, durante a sessão solene. Este anun-ciou ainda que, no caso das viaturas das associa-ções do concelho candidatas ao POSEUR e chum-badas nesse processo, a autarquia vai garantir o investimento necessário para satisfazer essas ne-cessidades operacionais.

O autarca anunciou ainda que nos próximos 3 anos, rotativamente, a Câmara vai apoiar a aqui-sição de uma viatura para cada associação de bombeiros do concelho.

Antes da sessão solene procedeu-se à inaugu-ração de uma ambulância de socorro totalmente equipada, que implicou um investimento de 70 mil euros suportado pela instituição, apadrinha-da por Ismael Baltazar, antigo dirigente nacional dos bombeiros e daquela associação.

Na sessão realizou-se o ingresso no corpo ati-vo de quatro novos bombeiros de 3.ª, Gil Figuei-redo, João Cruz, Diogo Calado e Pedro Antunes e procedeu-se à atribuição de medalhas de assi-duidade da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), de 5 anos, ao bombeiro de 3.ª Ricardo Parreirinha, de 10 anos, às bombeiras Ana Rita Almeida (3.ª) e Ana Isabel Ribeiro (2.ª), de 15 anos, ao bombeiro de 2.ª Fernando Martins, e de 20 anos, ao subchefe Luis Sousa. Por fim, foi en-tregue a medalha de dedicação, 25 anos, da LBP

ao bombeiro de 2ª João Costa e ao chefe Rui Cruz.

A própria Associação entregou a sua medalha de bons serviços, grau ouro, ao presidente da Junta de Freguesia de Pinhal Novo, Manuel Lagar-to, autarca desde 2009 e antigo dirigente da ins-tituição, e a José António, dirigente da instituição desde 1976 em diferentes cargos.

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, que na

oportunidade ofereceu à Associação uma ferra-menta de corte, e contou também com as pre-senças, do primeiro secretário da Assembleia Mu-nicipal e dirigente associativo de bombeiros, Car-los Caçoete, o representante da LBP, Rui Rama da Silva, o comandante distrital de socorro da ANPC, Elísio Oliveira, o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, comandante José Raimundo, acolhidos, pelo presidente da as-sembleia-geral da Associação, Manuel Ribeiro, do presidente da direção José Calado, do comandan-te Luis Neto e dos restantes elementos dos ór-gãos sociais e do comando.

PINHAL NOVO

Apoio municipal para obras no quartel

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Ca-

beceirenses encerrou as come-morações do 68.º aniversário com a bênção de quatro novas viaturas, duas de transporte de doentes não urgentes (VDTD), uma de comando e outra de combate a incêndios florestais.

Está também prevista a che-gada de um veículo tanque de grande capacidade até ao final do ano.

O comandante Duarte Ribeiro relevou que a corporação está “muitíssimo bem apetrechada” no que respeita a viaturas de combate a fogos e serviços de saúde, destacando o esforço de investimento realizado pela di-reção.

Recentemente, os Bombeiros Cabeceirenses viram aprovada uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) para a aquisição de uma viatura tanque, investi-mento de 175 mil euros só pos-sível com recurso a financia-mento de fundos comunitários.

O presidente da direção, Jor-ge Machado, desejou que a Câ-mara Municipal e as juntas de freguesia possam ajudar a di-minuir a parte do investimento que caberá à corporação asse-gurar para a aquisição da nova viatura.

Com uma situação financeira “estável”, a direção dos bom-beiros espera concretizar em breve obras no quartel que o adequem à necessidade de aco-lher o crescente contingente fe-minino.

O programa do 68.º aniver-sário dos Bombeiros Voluntários Cabeceirenses incluiu uma ex-posição de meios e demonstra-ções e visitas de alunos de es-colas do concelho ao quartel.

Decorreu também a roma-gem ao cemitério para homena-gear ‘soldados da paz’ e asso-ciados falecidos.

Na sequência das comemora-ções, p presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Bas-to, Francisco Alves, e outros convidados da festa de aniver-sário, visitaram o campo de treinos da corporação, cuja inauguração está prevista para breve.

Na oportunidade, o presiden-te da direção lamentou que a sua corporação esteja “a pagar para combater incêndios”. Jorge Machado referia-se ao facto do Estado não suportar as despe-sas com combate a incêndios florestais fora da chamada épo-ca oficial de fogos, que se inicia a 15 de maio.

Os Bombeiros Cabeceirenses foram chamados este ano, nas semanas que antecederam 15 de Maio, a combater um núme-ro anormal de fogos florestais, situação que representa um “acréscimo de custos” para a corporação, já que, ainda não tendo entrado em vigor o Dis-

positivo Especial de Combate a Incêndios Florestais não está prevista a consequente com-participação estatal.

Jorge Machado considera mesmo “injusto” que o apoio do Estado apenas diga respeito aos dias em que é decretado alerta amarelo pela Autoridade Nacional de Protecção Civil. “Já

tivemos um incêndio com 59 homens no terreno à nossa cus-ta”, exemplificou o presidente da direção, sublinhando que “os incêndios provocam despesas, estejam dentro ou fora da épo-ca oficial”.

Na sequência disso, o co-mandante Duarte Ribeiro, con-tabiliza mais de 30 incêndios

florestais no concelho nas últi-mas semanas, “um número completamente anormal”, que atribui ao “mau comportamento das pessoas” que fazem quei-madas em dias quentes e secos como os que se têm vivido. “Isto começa a ser um proble-ma de polícia”, entende o co-mandante dos bombeiros, que contará com 15 efetivos em três equipas permanentes ape-nas na fase mais crítica da épo-ca de fogos, entre 1 de julho e 30 de setembro.

Desde o início de Abril, a cor-poração cabeceirense decidiu arcar com os custos de uma equipa permanente de cinco homens, sem apoio estatal ou camarário. “No final do ano, avaliaremos se temos condi-ções para a manter”, adiantou--nos Jorge Machado.

CABECEIRAS DE BASTO

Bombeiros recebem novas viaturas no aniversário

Foto

s: M

arqu

es V

alen

tim

Page 29: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

29MAIO 2017

A Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Alcobaça aproveitou a come-moração do seu 129.º aniversário para

acolher três novos bombeiros de 3.ª, Nelson Vito-rino, Ruben Duarte e Pedro Santos, e atribuir o prémio Bombeiro do Ano de 2016 à bombeira de 1.ª Carina Dias Conde, eleita pelos restantes ele-mentos do corpo de bombeiros.

Dois chefes do corpo de bombeiros, José Del-

gado e Basílio Martins, passaram ao Quadro de Honra tendo recebido a respetiva distinção após 46 anos de serviço.

A comemoração foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Paulo Inácio, e contou com a presença, dos representantes, da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Mar-ques, da Federação de Bombeiros do Distrito de Leiria, do comando distrital da ANPC, dos presi-

dentes das juntas de freguesia do concelho, ou-tros autarcas, e dirigentes e elementos de co-mando das associações congéneres, acolhidos pelo presidente da direção, Pedro Pombo, restan-tes órgãos sociais, e pelo comandante em regime de substituição José Conde.

O programa comemorativo iniciou-se com o tradicional hastear das bandeiras na frontaria do quartel, seguindo-se, a romagem ao cemitério lo-

cal, o desfile apeado entre a Rua Frei Fortunato e a zona fronteira ao Mosteiro, onde decorreu a ce-rimónia principal, interrompido junto ao monu-mento ao fundador da instituição, Manuel Vieira Natividade, com a deposição de uma coroa de flo-res na sua base.

Terminada a cerimónia, foi retomado o desfile apeado até ao quartel onde decorreu um almoço de convívio.

ALCOBAÇA

Carina Conde é a bombeira do ano

O presidente da Câmara Muni-cipal de Leiria, Raul Castro,

destacou a importância da mis-são dos bombeiros, na cerimó-nia comemorativa do 124.º ani-versário dos Bombeiros Munici-pais de Leiria, que contou com a presença do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares.

“Os nossos bombeiros não vestem apenas uma farda, inte-riorizam uma missão com mais de um século, a de zelar pela nossa segurança, não apenas

no socorro, mas também no campo da prevenção e da edu-cação, um trabalho que nem sempre é visível, mas de grande valor”, afirmou o presidente da edilidade na cerimónia.

O autarca leiriense realçou ainda disponibilidade perma-nente dos bombeiros, que sou-beram acompanhar as mudan-ças da sociedade portuguesa e os desafios que surgiram nas últimas décadas, apresentando um conjunto de respostas ade-quadas, marcadas pelo huma-nismo, profissionalismo e rigor.

“Desde o primeiro dia que os Bombeiros Municipais de Leiria se assumem como uma institui-ção que vive para a comunida-de, uma história que fica marca-

LEIRIA

Municipais completam 124 anos

da pela resposta pronta e eficaz, seja nas intervenções de socor-ro, seja no combate aos incên-dios florestais, em habitações ou empresas, o socorro a víti-

mas de afogamento, de aciden-tes rodoviários, domésticos e de trabalho ou mesmo no salva-mento de animais, entre muito outro trabalho no âmbito da

proteção civil”, realçou Raul Castro. Durante a cerimónia houve oportunidade para honrar a memória e a dedicação de to-dos os que ao longo destes 124 anos deram o melhor de si pela instituição, e também homena-gear os que fazem parte do atual corpo ativo, através da en-trega de medalhas de assiduida-de e serviços distintos da LBP.

A sessão contou ainda com intervenções do comandante dos Bombeiros Municipais de Leiria, Artur Figueiredo, e do presidente da LBP.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lourosa homenageou o seu único fundador vivo, Joaquim Almeida, e o

presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, com a atribuição da medalha de serviços distintos grau ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) a ambos.

A homenagem integrou o programa comemorativo do 49.º ani-versário daquela instituição.

A entrega das distinções foi coordenada pelo representante do conselho executivo da LBP presente, comandante José Morais, a quem coube também a mesma missão no caso da atribuição, que

se seguiu, de três crachás de ouro da confederação, aos chefes Fernando Oliveira e António Costa e ao subchefe Manuel Pinto.

As comemorações incluíram ainda a inauguração de duas novas ambulâncias de transporte múltiplo (ABTM), apadrinhadas por Américo Ferreira de Amorim e António Ferreira de Amorim, sócios fundadores do Grupo Amorim.

Na oportunidade foi feito um reconhecimento às empresas e be-neméritos que ao longo do último ano colaboraram com a associa-ção com a atribuição aos visados da medalha de gratidão da insti-tuição.

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara Munici-pal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa e contou também com as presenças, do Director Nacional de Bombeiros da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), Pedro Lopes, do representante da LBP, comandante Morais, do comandante operacional distrital da ANPC, António Ribeiro, e do vice-presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Aveiro, comandante Carlos Mouro, acolhi-dos pelo presidente da direção, Joaquim Sá Cardoso, pelos restan-tes órgãos sociais, pelo comandante José Carlos Pinto e restante comando.

LOUROSA

Homenageado o único fundador vivo

Page 30: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

30 MAIO 2017

Guilherme Isidro é o novo co-mandante do corpo de bom-

beiros da Associação Humanitá-ria de Bombeiros Voluntários de Ourém, sucedendo naquele car-go ao comandante Júlio Henri-ques.

A tomada de posse decorreu em 1 de maio último. A Associa-ção faz anos a 4 de janeiro mas há meio século escolhe o primeiro dia de maio para homenagear os bombeiros falecidos e agradecer aos atuais pela dedicação com que têm perpetuado a disponibili-dade para a missão voluntária em

prol do socorro das populações do concelho.

Este ano, associado a essa ce-lebração da memória, a associa-ção entendeu também proceder à posse do novo comandante e à atribuição, a título póstumo, do crachá de ouro da Liga dos Bom-beiros Portugueses ao subchefe João Manuel Rosa Ribeiro, faleci-do em 2007 quando completava 35 anos de bombeiro.

A cerimónia contou com a pre-sença do presidente da Câmara Municipal de Ourém, Paulo Fon-seca, do vice-presidente da Liga

dos Bombeiros Portugueses, co-mandante Adelino Gomes, do presidente da Federação de Bom-beiros do Distrito de Santarém,

comandante Carlos Gonçalves, da presidente da Assembleia Mu-nicipal, Deolinda Simões, do se-gundo comandante distrital da

Autoridade Nacional de Proteção Civil, José Guilherme, da verea-ção municipal, do pároco local, padre Armindo Janeiro, da dire-

ção e comando dos Voluntários de Caxarias e do representante da Comunidade Luso-Americana de Newark, José Luís Vale.

OURÉM

Guilherme Isidro é o novo comandante

Cumprindo a tradição, a Associação de Bombeiros Voluntários de Fáti-

ma rumou a 1 de maio ao cemitério de Fátima para uma celebração de home-nagem e memória aos bombeiros e di-retores da corporação já falecidos. Na presença de elementos dos corpos so-ciais, do quadro de comando, do corpo ativo e de reserva, contando também este ano com um grupo de estagiários e cadetes da corporação, foi feita uma singela homenagem a todos aqueles que tudo deram em prol dos bombei-ros.

A celebração religiosa foi presidida pelo padre Rui Marto, pároco de Fáti-ma. Participaram representantes da

Câmara Municipal de Ourém e da Junta de Freguesia de Fátima e familiares e amigos dos Bombeiros de Fátima.

Na saudação inicial, o pároco que Fátima começou por expressar “um sentimento de alegria e satisfação pe-las ações voluntárias desenvolvidas pela Associação dos Bombeiros de Fá-tima” e rezou para que esta possa “continuar a responder aos desafios que lhe são colocados cada vez mais e que se avizinham”.

“A memória que aqui evocamos é sobre aqueles que fizeram parte inte-grante desta nossa Associação e que foram homens valorosos […], no pen-samento, na ação, na organização e

que, de certo modo, no seu princípio ou na sua continuidade, deram corpo a esta Associação tão necessária na nos-sa terra”, referiu o padre Rui Marto que realçou ainda “a envergadura” dos Três Pastorinhos de Fátima, “crianças da nossa terra, que souberam viver em tão pouco tempo, um serviço de vonta-de e de humanidade, embora a pedido de Nossa Senhora, mas com disposi-ções ao serviços dos outros, dos mais pobres, dos mais humildes, da Igreja”.

Também Alberto Caveiro, presidente da direção, destacou a importância da memória coletiva na homenagem e no reconhecimento público aos que reali-zam obra em prol da população.

Após o momento da oração e bên-ção, cinco arranjos de flores foram co-locados em cada uma das campas dos bombeiros e diretores já falecidos.

Dois deles integraram em vida o grupo dos bombeiros voluntários de Fátima e três pertenceram aos órgãos diretivos.

LeopolDina Reis Simões

FÁTIMA

Tributo a “homens valorosos”

A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima perma-

neceu entre março e abril últi-mo entre as várias paróquias do arciprestado de Seia, passou por 28 localidades, onde esteve em lares de idosos, na Santa Casa da Misericórdia de Seia, no hospital e, ainda, e também pequenas aldeias que recebe-ram a imagem peregrina entre as suas deslocações.

A visita da imagem terminou na capela de Nossa Senhora do Ar, no topo da Serra da Estrela, e junto ao marco geodésico dos dois mil metros de altitude.

Os Bombeiros (Seia, São Romão, Loriga e Oli-veira do Hospital), estiveram sempre presentes, junto da imagem peregrina da Senhora de Fáti-

ma, integraram e presenciaram todos os momen-tos da sua passagem prestando-lhe a devida es-colta.

SEIA

Bombeiros acompanham imagem peregrina

Os Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste, Barreiro, realizaram este ano a sua 7.ª peregrina-ção a Fátima, a pé, que teve início no dia 7 de maio e terminou no dia 13, por ocasião da

celebração do Centenário das Aparições de Nossa Senhora de Fátima e da visita de Sua Santi-dade o Papa Francisco a Portugal.

O grupo contou com 101 peregrinos, apoiados na logística por cerca de 15 elementos.

BARREIRO

Sul e Sueste de novo em Fátima

Faleceu no dia 7 de maio, víti-ma de doença prolongada,

Sebastião Rufino Figueiredo, 2.º comandante do Quadro de Honra dos Bombeiros de Vila Real de Santo António.

O “adjunto Sebastião”, como era conhecido no seu tempo de atividade no Quadro de Coman-do, dedicou a vida ao corpo de bombeiros, “de forma exemplar e voluntária, muitas vezes com prejuízo da sua vida familiar”, sendo presença assídua no quartel, quando toca-va a sirene, nas instruções, serviços, formaturas e mesmo nos momentos mais informais.

Sebastião Rufino Figueiredo nasceu a 19 de se-tembro de 1955, e iniciou a carreira de bombeiro

a 11 de dezembro de 1973, como aspirante, tendo ingressa-do no quadro ativo, como bom-beiro de 3.ª, em 29 de dezembro de 1974. Fez todo o percurso, tendo alcançado o patamar de chefe a em 31 de janeiro de 1984; tendo dez anos depois in-tegrado o comando, como ad-junto, a 31 de dezembro de 1999 foi nomeado 2.º comandante. Assumiu funções de comandante interino a 20 de setembro de e

passou ao Quadro de Honra, a 22 de janeiro de 2001.

Durante esta longa caminhada, “prestou servi-ços de valor inestimável, sempre de forma dedi-cada e empenhada”.

VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

Quartel perde comandante do Quadro de Honra

Page 31: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

31MAIO 2017

bomba com mangueira rígida ao poço e arranquei com o ge-rador: ato contínuo, a água jor-rou logo da agulheta e a outra equipa nem tempo teve de ligar os absorvos à motobomba! Não foi preciso mais para cantar vi-tória e o Chefe Pinto reconhe-ceu que o sistema era bom e já nem continuou com a monta-gem.

Mas como disse no meu ante-rior artigo, com a vinda dos no-vos carros sofisticados de água, o novo sistema deixou de ter interesse. Acontece que os ge-radores também foram usados

para iluminação. Fiz num jeep a instalação de focos luminosos deslocáveis que eram de muita utilidade nos trabalhos notur-nos. Hoje o carro ainda existe entre as viaturas do Museu dos Bombeiros, mas completamen-te nu, pois desmontaram tal instalação. Certamente que, com os carros que possuem na frota, algum substituiu aquele.

Agora vou passar a contar uma curiosidade que se deu, numa das minhas antigas mas habituais visitas a diversas Cor-porações de Bombeiros. Fui a uma do distrito de Coimbra -

que hoje já não sou capaz de precisar qual, acompanhado com o agente de vendas da fá-brica com quem organizei a aquisição das bombas submer-síveis. Lá, um bombeiro da dita Corporação, ao mostrar o mate-rial que possuía, dizia alegre-mente que tinha um material extraordinário, útil e fácil de montar, uma novidade! Nisto, o agente cortou-lhe a frase dizen-do-lhe: “Olhe que está aqui o pai da criança…”

E mais não conto, pois já muito foi dito, sendo este o últi-mo artigo desta série.

ANIVERSÁRIOS1 de junhoBombeiros Voluntários de Paredes . . . . . . .133Bombeiros Voluntários da Moita . . . . . . . . . .84Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira . .71Bombeiros Voluntários de Penalva do Castelo. . . . . . . . . . . . . . . . .682 de junhoBombeiros Voluntários de Pinhão . . . . . . . . .413 de junhoBombeiros Voluntários de Sousel . . . . . . . . .38Bombeiros Voluntários de São Vicente e Porto Moniz. . . . . . . . . . . .234 de junhoBombeiros Voluntários de Miranda do Douro .575 de junhoBombeiros Voluntários do Soito . . . . . . . . . .366 de junhoBombeiros Voluntários de São Pedro de Sintra . . . . . . . . . . . . . . .111Bombeiros Voluntários de Almeirim . . . . . . .677 de junhoBombeiros Voluntários de Chaves. . . . . . . . .818 de junhoBombeiros Voluntários de Pataias. . . . . . . . .3910 de junhoBombeiros Voluntários da Arruda dos Vinhos . . . . . . . . . . . . . . . .128Bombeiros Voluntários da Pontinha . . . . . . .3812 de junhoBombeiros Privativos das OGMA. . . . . . . . . .2113 de junhoBombeiros Voluntários de São Martinho do Porto . . . . . . . . . . . . .110Bombeiros Voluntários da Lousada . . . . . . . .8714 de junhoBombeiros Voluntários de Minde . . . . . . . . .4415 de junhoBombeiros Voluntários de Arrifana . . . . . . . .9016 de junhoBombeiros Voluntários de Entre-os-Rios . . . .94

Bombeiros Voluntários de Peniche . . . . . . . .8820 de junhoBombeiros Privativos Robinson . . . . . . . . .114Bombeiros Voluntários de Ermesinde . . . . . .9621 de junhoBombeiros Voluntários da Covilhã . . . . . . .142Bombeiros Voluntários da Amora . . . . . . . . .1822 de junhoBombeiros Voluntários do Barreiro . . . . . . . .8524 de junhoBombeiros Voluntários de Sintra . . . . . . . .127Bombeiros Voluntários de Oliveira de Azeméis . . . . . . . . . . . . . . .111Bombeiros Voluntários de Nelas . . . . . . . . . .97Bombeiros Voluntários de Barcelinhos. . . . . .96Bombeiros Voluntários de Viana do Alentejo . . . . . . . . . . . . . . . . .3425 de junhoBombeiros Voluntários da Trafaria . . . . . . . .86Bombeiros Voluntários de Terras do Bouro . .32Bombeiros Voluntários de Fátima . . . . . . . . .1426 de junhoBombeiros Voluntários de Loures . . . . . . . .130Bombeiros Municipais de Loulé . . . . . . . . . .9027 de junhoBombeiros Voluntários de Valença . . . . . . . .98Bombeiros Voluntários de Vila Viçosa . . . . . .8028 de junhoBombeiros Voluntários de São Pedro da Cova. . . . . . . . . . . . . . . . .3929 de junhoBombeiros Voluntários de Odivelas. . . . . . .120Bombeiros Voluntários Famalicenses . . . . . .90Bombeiros Voluntários de Paços de Ferreira. .86Bombeiros Voluntários de Paço de Sousa . . .79Bombeiros Voluntários de Vila Velha de Rodão . . . . . . . . . . . . . . . .68

Fonte: Base de Dados LBP

em abril de 1997

Como disse no artigo ante-rior, vou passar a contar, apenas por curiosidade,

cenas que se passaram com o aparecimento do novo método de extinção com bombas sub-mersíveis, mas que nada têm de importância.

Quando vi o resultado da ex-periência feita na Inspeção de Incêndios, fiquei tão contente que lavei todos os vidros das ja-

nelas da Inspeção para provar que a água saía com força sufi-ciente para apagar os incên-dios, não obstante ter tido este trabalho inicialmente não para trabalhar com as bombas num incêndio, mas apenas para o abastecimento dos carros de nevoeiro. A verdade é que se chegou à conclusão que até para extinção poderia ser usado o novo sistema.

Outro caso curioso foi que, o Chefe Artur José Pinto, do Bata-lhão de Sapadores do Porto, ao saber disto, me lançou um de-safio: Fazer a comparação des-te novo sistema com o sistema antigo das motobombas num poço mesmo de pouca profun-didade, mas com o seu pessoal especialista nesta ação das mo-tobombas. Aceitei e a experiên-cia fez-se. Tomaram-se as me-didas precisas e eu com o jeep com o material das bombas e gerador, montados no sítio jun-

to a um poço nas condições propostas; Com um sinal de partida o pessoal do Batalhão sacou da motobomba e come-çou a trabalhar; Eu atirei a

O que mudou no sistema de extinção de incêndiosParte V (e última)

Comandante Alegria,Honorário de Oliveira

de AzeméisFo

to: M

arqu

es V

alen

tim

Page 32: Jornal 'Bombeiros de Portugal' – Edição 368 – maio 2017 · Bombeiro de Mérito 2016 Paulo Oliveira Almada Dulce Leitão ... questões de fundo, vai ditando novas posturas, novos

32 MAIO 2017

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

Oh senhor Secretário de Estado. Já outro dia tinha enviado a mensagem à senhora Ministra sobre o mesmo assunto. Alguém que os ajuda, afinal desajuda, porque faz mal as contas.

Então os bombeiros ganham nos fogos florestais 1350 euros? Haverá alguém que, com 45 euros por 24 ho-ras cumpra os 30 dias seguidos para perfazer os ditos 1350 euros?

Aqui nos bombeiros não há super

homens muito menos suicidas porque na verdade só uma pessoa que pense assim pode juntar tantas 24 horas. E de certeza nem consegue fazer isso por muito tempo. Vamos lá a ver se acertamos contas. Atirar para os bombeiros e intoxicar a opinião públi-ca com coisas dessas não é bom para ninguém. Nem para quem o diz, por que se o diz, diz mal. Nem adianta a quem se dirige, os bombeiros, por

que não é verdade e até ofende. Nem é bom para os que ouvem e estão fora dos bombeiros por que ficam ba-ralhados sem necessidade.

Outro dia alguém cá por cima per-guntava-se se os precários, os cana-rinhos, os operadores e outros que cá andam vão deixar de o ser. Por que se fala que não vai haver saída para eles por agora.

Fiquei espantado com a ideia da

vinda de bombeiros de comboio cá para cima. Não é novidade como se sabe. Quando era ainda novo nestas coisas também houve disso e as via-turas também vinham em cima do comboio. Dizem-me que na altura a ideia que até poderia ser boa depois veio a provar não ser a melhor. É cer-to que foram as primeiras colunas de socorro que existiram e haveria muita coisa a afinar que agora se calhar se

consegue ultrapassar. Mas o que me faz espécie é que se há vontade para que tudo corra bem se comece tão mal e nem se fale com a nossa Liga.

[email protected]

Quem trabalha 30 dias seguidos

Os bombeiros portugueses, mais uma vez, vão dar continuidade à sua missão de combater com afinco e abnegação os in-

cêndios florestais, de que, aliás, já deram mos-tras nas muitas ocorrências já registadas este ano.

Com o arranque no passado dia 15 de maio, da primeira fase do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) fica de novo claro que os bombeiros são, sem margem para dúvida, a mola real, o pilar fundamental e a componente maciça e muito qualificada des-se Dispositivo e, em geral, da Proteção Civil.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) saúda, assim, as dezenas de milhares de bom-beiras e bombeiros que irão assegurar, de novo, a esmagadora maioria das intervenções, seja nas suas localidades e concelhos, seja in-tegrados em grupos de combate que irão circu-lar pelo país em reforço das estruturas ali exis-tentes.

Esta confederação saúda também os restan-tes operacionais, de várias entidades, que se juntarão aos bombeiros na difícil tarefa de pre-servar e defender pessoas e bens, com particu-lar incidência na defesa do ambiente, do bem-

-estar e da salvaguarda da vida de quem vive e trabalha nos vários distritos e concelhos deste País.

A LBP assegura aos portugueses a determi-nação de sempre dos seus bombeiros nesse de-sígnio nacional a que desde tempos imemoriais se dedicam e se empenham, muitas vezes com o sacrifico da própria vida.

A sua Vida pela Vida do outro Homem seu irmão.

Lisboa, 15 de maio de 2017 O Presidente do Conselho Executivo

Jaime Marta Soares

Bombeiros Descansam PortuguesesFOGOS FLORESTAIS - DISPOSITIVO 2017

Os Bombeiros Voluntários de Cascais (BVC), o Regimento de Sa-padores Bombeiros de Lisboa (RSB) e os Bombeiros Municipais

da Figueira da Foz (BMFF) são as equipas nacionais apuradas para o campeonato mundial de trauma que decorre em Agosto próximo na Roménia.

A equipa dos BVC, constituída pelos bombeiros e tripulantes de ambulância de socorro José Carlos Costa e Tiago Baptista, conquis-tou o primeiro lugar da classificação geral do IV Campeonato Na-cional de Trauma realizado na Figueira da Foz, organizado pela Associação Nacional de Salvamento e Desencarceramento (ANSD). Para tal, venceu a prova “standard”, seguida dos Bombeiros da Pa-rede e dos Bombeiros de Praia da Vitória, e na prova “complexa” atingiram o segundo lugar, atrás do RSB e à frente dos Bombeiros de Cacilhas.

TRAUMA

Bombeiros ganham passaporte para a Roménia

Foto

: Ass

ocia

ção

Bom

beiro

s pa

ra S

empr

e