jornal atitude garoto 25 marco 2011

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Informativo dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 25 de março de 2011 - Distribuição: Garoto Sindicalize-se. Participe. Conquiste FILIADO A Cuidado! Empresa com defeito A novela dos elevadores teve nesta quarta-feira mais um capí- tulo. E por pouco não houve um desfecho mais trágico. Dois trabalhadores ficaram presos por aproximadamente 20 minutos na cabine de um dos elevadores da Chocolates Garoto. Esse tempo foi o suficiente para que uma trabalhadora se sentisse muito mal por conta da clausura. Em prantos, ela sentiu falta de ar, sensação de pânico e ânsia de vômito. Dois brigadistas mantiveram contato com ela durante todo tempo em que ela estava presa na cabine, tentando acalmá-la. Finalmente, o elevador se ar- mou sozinho e desceu para o primeiro piso, onde os brigadistas prestaram o socorro. Sem nenhu- ma condição de prosseguir sozi- nha, a trabalhadora foi conduzida de maca até o serviço médico. Trabalhadora presa no elevador entra em pânico. Responsável: direção da empresa que não soluciona o problema Só quem já passou por uma situação de pânico conse- gue entender o desespero que essa trabalhadora deve ter sentido, Sem contar o trauma que fica, após se passar por uma situação dessas. Há caso de trabalhado- res que não tem coragem de entrar na cabine, porque já ficaram presos por mais de duas horas. Estes deixam a carga na cabine e usam as escadas, para só depois retirá-la do elevador. É inadmissível, uma empresa do porte da Nestlé/Garoto flexibilizar justamente com a segurança dos trabalhadores e permitir que ele- vadores com defeito nos sensores das portas ainda continuem em atividade. Além disso, colocar avisos nos elevadores do tipo “cuidado, sen- sor com defeito’’, e não resolver efetivamente o problema é ou um atestado de incompetência administrativa ou puro descaso pelos trabalhadores que utilizam os elevadores. O Sindialimentação já propôs, inúmeras vezes, que a Nestlé/Ga- roto treine seus próprios técnicos para que fiquem à disposição em caso de incidentes. Reafirmamos nossa proposta, antes que algum desses incidentes se torne um acidente fatal. Os trabalhadores dizem basta! O que mais será preciso acontecer para que se respeite a vida dos trabalhadores?

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Page 1: Jornal atitude garoto 25 marco 2011

Informativo dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 25 de março de 2011 - Distribuição: Garoto

Sindicalize-se. Participe. ConquisteFILIADO A

Cuidado! Empresa com defeito

A novela dos elevadores teve nesta quarta-feira mais um capí-tulo. E por pouco não houve um desfecho mais trágico.

Dois trabalhadores ficaram presos por aproximadamente 20 minutos na cabine de um dos elevadores da Chocolates Garoto. Esse tempo foi o suficiente para que uma trabalhadora se sentisse muito mal por conta da clausura. Em prantos, ela sentiu falta de ar, sensação de pânico e ânsia de vômito.

Dois brigadistas mantiveram contato com ela durante todo tempo em que ela estava presa na cabine, tentando acalmá-la.

Finalmente, o elevador se ar-mou sozinho e desceu para o primeiro piso, onde os brigadistas prestaram o socorro. Sem nenhu-ma condição de prosseguir sozi-nha, a trabalhadora foi conduzida de maca até o serviço médico.

Trabalhadora presa no elevador entra em pânico. Responsável: direção da

empresa que não soluciona o problema

Só quem já passou por uma situação de pânico conse-gue entender o desespero

que essa trabalhadora deve ter sentido, Sem

contar o trauma que fica, após se passar por uma

situação dessas.

Há caso de trabalhado-res que não tem coragem de entrar na cabine, porque já ficaram presos por mais de duas horas. Estes deixam a carga na cabine e usam as escadas, para só depois retirá-la do elevador.

É inadmissível, uma empresa do porte da Nestlé/Garoto flexibilizar justamente com a segurança dos trabalhadores e permitir que ele-vadores com defeito nos sensores das portas ainda continuem em atividade.

Além disso, colocar avisos nos elevadores do tipo “cuidado, sen-sor com defeito’’, e não resolver

efetivamente o problema é ou um atestado de incompetência administrativa ou puro descaso pelos trabalhadores que utilizam os elevadores.

O Sindialimentação já propôs, inúmeras vezes, que a Nestlé/Ga-roto treine seus próprios técnicos para que fiquem à disposição em caso de incidentes. Reafirmamos nossa proposta, antes que algum desses incidentes se torne um acidente fatal.

Os trabalhadores dizem basta! O que mais será preciso acontecer para que se respeite a vida dos trabalhadores?

Page 2: Jornal atitude garoto 25 marco 2011

RecheioIncompetência ou

desumanidade?A situação da Recheio é simplesmente desumana.

Devido a obras, a empresa colocou tapagens no local, eliminando a refrigeração. Com isso, os trabalha-dores além do calor, ficam amontoados, fabricando a mesma quantidade em metade do espaço. Isso aumenta o risco de acidente.

Ou é uma total falta de eficiência dos gestores da empresa, que não conseguem planejar as obras, dando o minimo de condições para os trabalhadores, ou é total falta de preocupação com o ser humano.

O calor excessivo na Macintyre já é caso de polícia. E lá não há a desculpa de que o setor está em obras. O problema é que falta refrigeração mesmo. Diretores do Sindicato estiveram no local, constataram o problema e cobraram uma solução imediata.

A segurança do trabalho, acompanhada pelo médico do trabalho, foi ao local fazer a medição e constatou ní-veis altíssimos, fora do padrão. O técnico de segurança, cobrado pelos diretores Denise e Valtair, repassou o problema para a manutenção.

Na Macintyre, sensação térmica é infernal. Técnico da empresa constatou níveis altíssimos de temperatura

INSUPORTÁVEL

Direção da

empresa não

cumpre metas

Almoxarifado As filas continuam

Outra promessa que não foi cumprida. A Empresa disse que traria uma solução para as lon-gas filas que se formam no almo-xarifado onde os trabalhadores requisitam EPI’S,, uniformes... Às vezes o trabalhador fica até 25 minutos fora do setor para requisitar o seu material, geran-do certo desconforto, pois ele sai da linha de produção e não fica ninguém em seu lugar, ou seja, sobrecarrega o colega.

Nas últimas reuniões com o Sindicato, a empresa fez

promessas - estabelecendo metas - para solucionar vários

problemas do local de trabalho. Até agora, nada foi feito.

Bombom BolaFaltam

trabalhadoresDiretores do sindicato es-

tiveram no Bombom Bola e constataram o problema da redução de pessoal no final da linha 4. Onde deveriam existir 5 trabalhadores existiam ape-nas 4, e nas maioria das vezes só ficam 3. A máquina é super automatizada, produzindo um pálet de bombom a cada 10 mi-nutos. A sobrecarga de trabalho é muito grande.

Crocante Esperando o inverno?

Até hoje nada foi feito do prometido, para se atenuar o calor. A Empresa em reunião com o Sindicato prometeu melhorias no local. Enquan-to isso os trabalhadores penam.

1) Elevador = 10%. A empresa só colocou telefone para o trabalhador dizer que está preso, mas não resolveu o problema.2) Empilhadeiras e paleteiras = 5%. Comprou empilhadeiras novas apenas para os finais de linha. Todas as demais continuam quebradas e sucateadas. 3) Fim de hora extra: 50%. A hora extra acabou na 6x2, mas a empresa deu um jeitinho. Muda a jornada repentinamente para cobrar hora-extra no sábado)4) Reposição de mão-de-obra: 0%. O sindicato cobrou a contratação de mais de trabalhadores para repor o quadro de funcionários e indicou que os higieniza-dores fossem efetivados como auxiliares de produção. Nada ainda.

Metas não atingidasA parte verde das bolas indica metas cumpridas pela empresa. A vermelha, o que falta alcançar:

Tudo isso prova como a empresa vive “Tempos Modernos”: massacra o trabalhador como no filme de Charles Chaplin em 1936 - 75 anos atrás

Page 3: Jornal atitude garoto 25 marco 2011

GEMPressão pelas metas

A empresa criou um quadro públi-

co, com foto do trabalhador afixada na parede, em todas as unidades da GEM, para controlar o cumprimento da Programação de Metas.

Ao lado do nome do trabalhador está um gráfico, em forma de bolo. Quando o trabalhador atinge 100% das metas, o bolo fica todo verde. Caso contrário, a parte vermelha indica quanto falta para atingir a meta toda.

Para nós, da direção do Sindicato, essa é uma avaliação pública que ex-põe e humilha o trabalhador.

HigienizadoresSobrecarga e esquecimentoO Sindialimentação já cobrou da empresa que, em

caso de contratação, dê oportunidade para quem já tra-balha na empresa, como os higienizadores. Alguns deles já estão há quase dois anos nesta função, lidando com produtos químicos de limpeza que agridem, e muito, a saúde. Foi verificado também, por nossos diretores, que, em alguns setores, como o COBOM, o número de higienizadores não corresponde proporcionalmente ao espaço físico.Ou seja, existem setores bem menores com três e até 4 higienizadores, e neste setor especi-ficamente só existem dois, o que gera uma sobrecarga muito grande na realização das tarefas.

ACIDENTETerceirizado sofre lesão no

Artigo de ÉpocaOcorreu nesta quinta-feira, 24 de março, um acidente

grave. Segundo relatos de testemunhas, o caso ocorreu no Artigo de Época. Um painel elétrico teria caído sobre um terceirizado que fazia a manutenção do mesmo. O rapaz sofreu frimento no joelho e foi socorrido. Diretores do sindicato ficaram de verificar mais informações sobre o ocorrido.

Coletores de pontoInformações desaparecem

Os coletores de ponto da empresa que funcionam por aproximação estão dando dor de cabeça para os trabalha-dores: muitos não funcionam direito e constantemente falta papel. Além disso, o papel é termo-sensível, ou seja, as informações simplesmente se apagam após algumas semanas guardado. Qual a finalidade de ser ter essa in-formação se depois de um certo tempo ela se perde? Não seria melhor um papel que preservasse a impressão?

ÔnibusAtrasos

Um ônibus da empresa Nº 1, que

traz os funcionários das 6 horas, tem atrasado constanstemente. Já houve dia em que ele não passou, obrigan-do os funcionários a buscar formas próprias de chegar ao trabalho.

MotocicletasSem vagas?

Mesmo tendo vagas vazias de moto no Estacionamento, segurança que trabalha na portaria informa que o mesmo está cheio, fazendo o trabalhador colocar sua moto no estacionamento externo. Ao checar em loco, o funcionário constata que existem muitas vagas vazias.

Máquina de café Sem açúcar

Trabalhadores estão reclamando das novas máquinas de café instala-das na fábrica. Apesar de ter maior variedade de bebidas, elas não ofe-recem a opção de dosagem de açúcar para que o trabalhador faça sua esco-lha. Só há uma opção: sem açúcar.

ÁGUASujeira nos bebedouros

O Sindicato recebeu várias de-núncias sobre água com sujeira e fuligem na Chocolates Garoto. Dois diretores checaram o problema. Na pastilha, o bebedouro entupiu de tanta sujeira.

É inadmissível!

TerceirizaçãoISS começa com

problemasJá chegou uma denúncia contra

a empresa que substituiu a Kaiser. Fomos informados por um e-mail-que a ISS está sobrecarregando os funcionários. Entraram na última terça-feira e não tiveram a folga que seria domingo. Foram praticamente obrigados a fazer hora extra.

Caos por toda parte

Tudo isso prova como a empresa vive “Tempos Modernos”: massacra o trabalhador como no filme de Charles Chaplin em 1936 - 75 anos atrás

Page 4: Jornal atitude garoto 25 marco 2011

João, Pedro e as laranjas

Você sabe quem contou a his-tória das laranjas? O fato ocorreu recentemente, em uma reunião no Armazém, após a promoção dos trabalhadores dos auxiliares. O su-pervisor do setor fez a reunião de segurança e disse que iria contar a história de João e do Pedro.

Ao terminar o relato, o supervi-sor disse que no setor havia novatos que foram promovidos antes dos velhos e disse que o último grupo só foi promovido para realizar uma adequação na empresa.

A história e o comentário sobre as promoções ofendem a todos os

trabalhadores e revelam os valores que predominam hoje na empresa.

Ofende os mais velhos, pois insi-nua que não mereciam ser promovi-dos. Que todo o trabalho realizado não foi reconhecido.

Ofende os novatos, pois dá a entender que foram promovidos por serem “espertos” e puxa sacos, como o tal Pedro da história. O que não é verdade.

Todos que atuam no setor tra-balharam muito como empilhadei-ristas, sem receber por isso, para garantir o cumprimento das metas do setor.

O Troglodita rondou o

Armazém:mais um caso de assédio moral

Essa situação foi sempre denun-ciada pelo sindicato, que decidiu ajuizar uma ação cobrando a equi-paração dos auxiliares à condição de empilhadeiristas. Antes disso acontecer, a empresa reconheceu a distorção e anunciou a promoção do grupo ao sindicato.

Portanto, não se trata de “adequa-ção” e sim de justiça. De cumprir a legislação que estabelece que todos devem receber de acordo com suas funções. Trata-se de eliminar uma prática de exploração da mão-de-obra. Os trabalhadores tinham esse direito e mereceram a promoção.

Supervisor conta história para justificar promoção

Puxar saco e enganar os outros. Isso é mérito para promoção?

Coordenação da Comunicação: Elifas Nascimento. Jornalista: Paulo SoldatelliSindialimentação. Estrada Jerônimo Monteiro, 1732, Vila Velha, ES. Telefone: 3339.5027. E-mail: [email protected].

Imposto de RendaSindicato atende

associadosOs associados que precisarem

de ajuda técnica para o preenchi-mento da declaração do Imposto de Renda, podem procurar por Jaqueline na sede do Sindicato.

JurídicoMais uma vitória

O Sindialimentação ganhou mais um dos processos de Turno de Re-vezamento. A lista com os nomes dos beneficiados estará disponível na sede do Sindicato a partir da segunda-feira da próxima semana. Caso seu nome esteja na lista, pro-cure o departamento jurídico.

CoquetelMês da mulheresNa próxima semana, nossas

associadas estão convidadas para o coquetel de lançamento da revista Mulheres de Atitude, na sede do Sindicato. Será uma justa home-nagem a quem luta e constrói um mundo melhor.

João é um funcionário que trabalhava na empresa há alguns anos. Eis que chega Pedro e em pouco tempo foi promovido. João ficou muito triste e reclamou. Certo dia o

patrão viu uma Kombi ao longe cheia de laran-ja, chamou o João e disse: João vá lá naquela Kombi e veja o preço da laranja para mim porque gosto muito de laranja. João seguiu a ordem e retornou dizendo: “Patrão a dúzia da laranja é um real, mas se você comprar 10 dúzias ele faz a 80 centavos”.

Após a resposta de João, o patrão chamou Pedro e fez o mesmo pedido. O Pedro

foi e perguntou pelo preço da laran-ja, recebendo a mesma informação. Pedro perguntou, então, quanto seria a Kombi toda. E o vendedor disse que comprando toda a Kombi, poderia fazer por 50 centavos a dúzia”. Então, Pedro disse: “Tá vendo aquele cara lá? É meu patrão. Ele gosta muito de laranja e se ela for gostosa, ele comprará a Kombi toda”. O dono da laranja, animado, encheu a sacola e mandou para o partão experimentar. Pedro levou a laranja, relatou a negociação e falou: “Patrão, como o

senhor gosta muito de laranja e eu gosto muito do senhor, eu consegui esse saco de laranja pra você chupar”. Aí o patrão ba-teu nas costas do João e falou: “Tá vendo João porque o Pedro foi promovido?”.