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CIBJO CONGRESSO MUNDIAL DE OURIVESARIA 2011 EM PORTUGAL PELA PRIMEIRA VEZ, ORGANIZADO PELA AORP, NA POUSADA DO FREIXO OURINDÚSTRIA 2011 XIII EDIÇÃO OURINDÚSTRIA PAVILHÃO MULTIUSOS DE GONDOMAR ENTREVISTA MARCO CRUZ E O ADMIRÁVEL MUNDO DA OURIVESARIA

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Jornal AORP Nº6

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Page 1: Jornal AORP

CIBJOCONGRESSO MUNDIAL DE OURIVESARIA 2011EM PORTUGAL PELA PRIMEIRA VEZ, ORGANIZADO PELA AORP, NA POUSADA DO FREIXO

OURINDÚSTRIA 2011XIII EDIÇÃO OURINDÚSTRIA

PAVILHÃO MULTIUSOS DE GONDOMAR

ENTREVISTAMARCO CRUZE O ADMIRÁVEL MUNDO DA OURIVESARIA

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Caros Colegas,

A nossa Ourivesaria está em sérias dificuldades, com a subida diária dos metais para custos eleva-dos e a retracção dos compradores sem certezas nenhumas de quando esta situação irá normalizar.

Tenho a noção dos graves problemas que o país atravessa, resultado do estado a que chegou a eco-nomia portuguesa, mas continuo esperançado na retoma que todos ansiamos no sector da Ourivesaria, que é feita de símbolos e património ricos de valor e beleza.

Temos no entanto este mês dois grandes eventos para o nosso sector: o Congresso Mundial da CIBJO – The World Jewellery Confederation, realizado no Porto e a Feira Ourindústria, em Gondomar.

Espero que o Congresso da CIBJO, realizado em Portugal pela primeira vez, e organizado pela AORP com o apoio do CCDR-N – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, ajude a destacar a ourivesaria contemporânea portuguesa e ainda a indústria da ourivesaria tradicional com mais de cinco séculos, ambas, artes portuguesas de grande qualidade. O Porto é ainda uma gema por descobrir!

Como tradicionalmente acontece nos Congressos da CIBJO, os representantes da comunidade interna-cional da ourivesaria e joalharia estarão reunidos no Porto, com uma agenda cheia. Um Congresso da CIBJO funciona como o fórum oficial para várias comissões sectoriais, e é o local onde alte-rações podem ser introduzidas às directivas definitivas da organização, que estabelece os padrões da indústria internacional de diamantes, pedras de cor e pérolas, assim como para laboratórios gemológicos e de metais preciosos, directivas conhecidas como “Blue Books”.

Antecipando a abertura do Congresso, realiza-se no dia 13 de Março uma mini-conferência sobre a esmeralda “Emerald Day”, uma das mais relevantes pedras preciosas de sempre. É novamente, a primeira vez que, em Portugal, se realiza um encontro científico internacional de gemologia, colo-cando o país no mapa mundial desta disciplina ainda algo embrionária em Portugal. Pela qualidade das comunicações e pela rara oportunidade de trocar experiências com alguns dos mais reputados gemólogos do Mundo, este “Dia da Esmeralda” é, seguramente, um evento a não perder, havendo ainda ocasião no jantar convívio que se segue onde, em ambiente descontraído, todos os delegados ao congresso estarão em contacto privilegiado com a comunidade portuguesa. Esta conferência será aberta ao sector da ourivesaria português gratuitamente.

Como referi, o Congresso da CIBJO irá preceder a Feira de Ourivesaria de Gondomar – Ourindústria 2011, onde será oferecida, durante quatro dias, uma visão da ourivesaria criada pelos jovens e futuros designers Portugueses, bem como dos nossos ourives e joalheiros já estabelecidos. Na sua 13.ª edição, e com uma participação de expositores de elevada qualidade, não poderei deixar de convidar todos a uma visita ao certame.

PROPRIEDADEAORP-Associação de Ourivesaria e Relojoaria de PortugalAvenida Rodrigues de Freitas, 204 · 4000-416 PortoT. +351 225 379 161/2/3 · F. +351 225 373 [email protected] · www.aorp.pt

EDIÇÃOGabinete de Comunicação e Imagem da [email protected]

CONCEPÇÃO GRÁFICA327º CREATIVE STUDIOPraça D. Filipa de Lencastre, 224º- sala 62 · 4050-477 Portowww.327graus.com

TIRAGEM2000 exemplares

MENSAGEM DO PRESIDENTE

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GAETANO CAVALIERIINTERVIEW

PRESIDENTE DA CIBJOWORLD JEWELLERY CONFEDERATION

O QUE ESTEVE SUBJACENTE À ESCOLHA DE PORTUGAL COMO PAÍS ORGANIZADOR DO PRÓXIMO CONGRESSO DA CIBJO?Portugal tem estado na nossa restrita lista de possíveis países organiza-dores do nosso congresso, e estou extremamente con-tente com o facto de agora se ter tornado realidade. Estando Portugal de certa forma afastado dos desti-nos regulares da maioria dos nossos membros, há duas circunstâncias que o tornam um local perfeito para re-ceber o congresso anual da CIBJO. Em primeiro lugar, os criadores de joalharia portugueses ocupam um nicho de mercado ainda modesto, mas com crescente visibili-dade, no mundo do design de joalharia e joalharia con-temporânea. Com as prefe-rências de consumo a con-vergir para opções de de-sign original, é expectável que as criações portu-guesas, com reconhecida qualidade de acabamento, continuem a ganhar terreno não só no mercado Europeu, mas também nas Américas. Como se sabe, a indústria criativa de jóias em Portu-gal não opera num vácuo nem nasceu agora. As suas raí-zes assentam em muitos séculos de manufactura de joalharia, com especifi-cidades, por vezes, sin-gulares e diferenciadas no panorama mundial, e os profissionais reconhecem que se encontram nos ombros de gigantes.

Naturalmente, gostaria aqui de aproveitar a opor-tunidade para agradecer ao anfitrião do nosso con-gresso, a AORP - Associação de Ourivesaria e Relojoaria

de Portugal, assim como a CCDR-N - Comissão de Co-ordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, pelo apoio financeiro fornecido atravºes do ON.2.

PARA OS MENOS FAMILIARIZA-DOS COM ESTE TIPO DE EVENTOS INTERNACIONAIS DO SECTOR, COMO O DESCREVERIA?A CIBJO é a Confederação Mundial da Joalharia, uma organização que reúne as-sociações sectoriais nacio-nais de dezenas de países, assim como instituições de reconhecido prestí-gio e grandes corporações internacionais, sendo o congresso um espaço privi-legiado para o encontro dos profissionais que as representam. Na organização da CIBJO, existem várias sectores onde estes de-legados debatem os temas mais actuais e quentes das suas áreas, a saber: Sector 1 (Indústria/Tecnologia/Metais Preciosos), Sector 2 (Distribuição) e Sector 3 (Materiais Gemológicos, Trade e Laboratórios). Para tornar os trabalhos mais eficientes, formam-se co-missões onde se discutem temas de interesse desses sectores, tais como Dia-mante, Pedras de Cor, Péro-las, Laboratórios, Ética, Marketing, Prata Sterling. Depois de baixadas às co-missões, debatidas e vo-tadas, as deliberações vão a escrutínio na Assembleia Geral, onde os delegados com direito a voto as rati-ficam.Os presidentes, vice-pres-identes e membros das co-missões trabalham durante o ano para dar resposta a questões, dirimir contro-

vérsias e registar comen-tários. Por essa razão, estes profissionais,a título voluntário, en-contram-se dias antes do congresso para coligir esta informação e levá-la ao título maior que sucederá. Todo este trabalho empe-nhado e por vezes moroso é absolutamente crucial para os nossos objectivos de promoção da confiança do consumidor na joalharia e da implementação de es-tratégias mais sustentadas para o reconhecimento da importância de temas como a Responsabilidade Social e Corporativa.

O ACTUAL ESTATUTO DA CIBJO COMO ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVER-NAMENTAL RECONHECIDA PELAS NAÇÕES UNIDAS (ONU) TEM SIDO PRIMORDIAL PARA COLO-CAR ESSAS QUESTÕES A NÍVEL MUNDIAL? E QUAL TEM SIDO A RESPOSTA DA COMUNIDADE INTERNACIONAL DESSAS MATÉRIAS?Durante o ano transacto, a CIBJO e a WJCEF (The World Jewellery Confedera-tion Education Foundation) organizaram uma série de eventos chave no que diz respeito a Responsabili-dade Social e Corporativa. Um marco digno de relevo, foi a Exposição Mundial de Shangai em Setembro. A WJCEF tem, precisamente, como propósito a sensibi-lização e educação do sec-tor de joalharia para os princípios da Responsabili-dade Social e Corporativa. O fórum de dois dias sobre Responsabilidade Social e Corporativa foi um dos momentos altos da semana da UNITAR (United Nations Institute for Training and

Research) no pavilhão da ONU neste evento interna-cional. O sector de joal-haria mundial, que, na ONU, é representada pela CIBJO, foi seleccionada para o evento como modelo e case study para a implementação de políticas de Responsabi-lidade Social e Corporativa numa área de negócio.Em Janeiro passado, mais de 120 delegados participaram num seminário de alto-nível sobre Responsabilidade So-cial e Corporativa no sec-tor de joalharia, promovido pela WJCEF e feira VICEN-ZAORO. O seminário, organi-zado pela CIBJO e apoiado pela Fiera di Vicenza, foi o primeiro evento da WJCEF a ter lugar numa feira do sector. Aqui se salientou a cooperação que se tem de-senvolvido entre o sector internacional da joalharia, representado pela CIBJO, e a ONU. Deu a conhecer os desenvolvimentos em matéria de Responsabilidade Social e Corporativa na joalharia, desde o começo da crise dos diamantes de conflito no final dos anos 1990, ao empenhamento do sector em ajudar a ONU na satisfação do seu Millennium Develop-ment Goals.Daqui se vê que este tipo de ligações permite a cri-ação de oportunidades que são críticas para apresen-tar estas matérias da maior actualidade aos nossos colegas de sector. E esper-amos que o papel da CIBJO na promoção e educação em Responsabilidade Social e Corporativa se faça sentir nos programas de informação e promoção dos mais vari-ados eventos sectoriais de larga participação à escala mundial.

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INTERVIEW. GAETANO CAVALIERI

Pela 1ª vez, Portugal re-cebe o Congresso Mundial da CIBJO, que decorrerá de 14 a 16 de Março no Palácio Pousada do Freixo, no Porto.À AORP coube a tarefa de organizar este evento. Em conversa com Gaetano Cava-lieri, presidente da CIBJO, ficamos a conhecer quem é, e o que faz esta instituição.

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GAETANO CAVALIERI

QUE DESENVOLVIMENTOS É QUE, NESSA MATÉRIA DE RESPONSA-BILIDADE SOCIAL E CORPORA-TIVA, SE PODERÃO ESPERAR NO CONGRESSO DO PORTO?Eu antevejo que no Porto se irão integrar as nos-sas actividades em sede de Responsabilidade Social e Corporativa num formato adequado para que os mem-bros da CIBJO possam acom-panhar, gerir e regular os esforços em matéria de educação que têm vindo a ser postos no terreno pela WFCEF. Decidir-se-ão os contornos deste formato e é previsível que se forme uma comissão específica para o efeito.

QUAL TEM SIDO O PAPEL DOS CONHECIDOS “LIVROS AZUIS” DA CIBJO PARA OS PROFIS-SIONAIS DO SECTOR?Os Livros Azuis da CIBJO (CIBJO Blue Books) são um conjunto de padrões para a classificação, nomenclatura, boas práticas e metodolo-gias associadas ao diaman-te, pedras de cor, pérolas e metais preciosos e, mais recentemente, para termino-logia técnica de gemologia. Estes Livros Azuis foram inicialmente compilados, e desde então constante-mente actualizados, por uma série de comissões constituídas por repre-sentantes das organizações sectoriais e laboratórios gemológicos nas áreas do diamante, pedras de cor, pérolas, metais preciosos e joalharia. Estas normas padrão resultam do con-senso decorrente de uma discussão alargada dentro das comissões, bem como de especialistas externos que expressaram interesse em participar no desen-volvimento destas normas. Actualmente, existem cinco livros: Gemstone Book, Diamond Book, Pearl Book, Precious Metals Book e Gem-

mological Book, este último lançado em 2010.As aplicação das normas publicadas nos Livros Azuis é voluntária. Toda-via, recomenda-se que estes princípios sejam seguidos por todas as partes en-volvidas no sector (sejam indivíduos, corporações, revendedores, fornecedores, retalho) nas suas várias posições na cadeia de dis-tribuição, desde a fonte ao consumidor final.

A razão desta recomendação é simples: a observân-cia das boas práticas, transparência e rigor que estão na base e espírito destas normas são cruciais para a promoção da confiança do consumidor nos nossos produtos e no nosso sector, factor de desenvolvimento e diferenciação cada vez mais relevante nas estratégias de sucesso no panorama de consumo mundial.

RELATIVAMENTE ÀS ACTUALIZAÇÕES DOS LIVROS AZÚIS, HÁ TEMAS QUENTES PARA ESTE ANO?Houve temas bastante “quentes” nos passados congressos da Turquia e Alemanha, designadamente, na Comissão do Diamante, a questão da nomenclatura dos diamantes sintéticos, estando agora a CIBJO em harmonia com as regras do IDC - International Diamond Council. Contudo, ainda relativamente ao diamante, poderemos esperar discussão relativamente à introdução de terminologia que já é utilizada para as pedras de cor, como, por exemplo, o uso de pedras compostas. A Comissão de Pérolas irá debater a formação de uma Comissão Técnica de Péro-las, sob a égide da LMHC - Laboratory Manual Har-monization Committee, em resposta às recentes preo-

cupações do Bahrain acerca da definição dos critérios de identificação de pérolas naturais, um tema bastante actual e preocupante. Membros da LMHC reuniram neste país, em Junho pas-sado, onde algumas destas matérias foram discutidas e resolvidas, esperando-se, no congresso, a apre-sentação desses trabalhos. Uma das questões interes-santes diz respeito ao uso da palavra “pérola” por si só para a descrição de uma pérola natural, quando de acordo com as normas ac-tuais, é necessária a uti-lização dos qualificativos “natural”, “de cultura” ou “imitação” para reti-rar qualquer ambiguidade na apresentação desses produ-tos. No Porto, este será um dos temas que irá segura-mente promover uma interes-sante troca de argumentos.

No congresso do Porto a Gemmological Commission vai apreciar a necessidade de estabelecer uma plataforma de partilha de informação entre membros relativamente a questões gemológicas li-gadas às empresas (sector), escolas, academias e orga-nizações de consumidores. A implementação do CIBJO Gem-mological Forum, uma plata-forma on-line, estará em cima da mesa e anuncia-se a sua entrada em actividade com a distribuição, aqui no Porto, de senhas de acesso aos delegados credenciados.

OS LIVROS AZÚIS SÃO DOCU-MENTOS MAIS VOCACIONADOS PARA OS PROFISSIONAIS. A CIBJO TEM PUBLICADO, CONTU-DO, OUTROS INSTRUMENTOS DE APOIO AO SECTOR MAIS ORI-ENTADOS PARA A PROMOÇÃO DO CONSUMO. PODE FALAR-NOS UM POUCO DESTES PROJECTOS?Eu vou-lhe destacar um em particular, mas não sem antes convidar os seus lei-

tores a visitarem o nosso site para conhecerem as várias iniciativas que temos abraçado neste par-ticular. Em 2009 publicámos “Believe in me: A jewel-lery retailer’s guide to consumer trust”. Este guia foi preparado e publicado Jonathan Kendall, Marketing Manager da De Beers Group e presidente da MarketingStrategy Commission da CIBJO. Num mundo em constante mu-dança, os consumidores es-tão a colocar cada vez mais questões específicas aos agentes de retalho relati-vamente aos nossos produ-tos. Questões, tais como, por exemplo, onde é que os metais são extraídos? que garantias têm de que as pedras são “verdadeiras” e se são ou não tratadas? o que é que foi feito para assegurar que os produtos foram alvo de boas práticas ao longo da sua cadeia de distribuição?

Este guia oferece, assim, a informação e aconselha-mento necessário para dar estas e outras respostas, promovendo a confiança do consumidor. Este manual resulta, assim, da visão da CIBJO em dotar o sector de joalharia de ferramentas de informação e educação sec-torial precisamente para a promoção eficiente destes objectivos.

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INTERVIEW. GAETANO CAVALIERI

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HAVERÁ TAMBÉM UM DIA TOTAL-MENTE DEDICADO À ESMERALDA? ESTÁ ABERTO APENAS AOS DE-LEGADOS AO CONGRESSO?O Dia da Esmeralda, uma mini-conferência gemológica onde irão estar a falar especialistas internacio-nais de reconhecido alto calibre, é uma oportunidade de gema, eu diria, para todos os portugueses inte-ressados em gemologia e no mundo fascinante da esme-ralda, possam contactar com os mais avançados desen-volvimentos no conhecimento desta pedra preciosa. Não é todos os dias que, em Por-tugal, se juntam na mesma sala insignes gemólogos internacionais, tanto como oradores, como na sua sim-ples qualidade de ouvintes dos trabalhos dos colegas. Por essa razão, abrimos as

portas deste evento a todos os interessados, mesmo que não sejam participantes no congresso. É uma ocasião privilegiada para contactar com estes especialistas de maneira mais informal. Este encontro é, sem dúvida, uma oportunidade a não perder e no nosso site www.cibjo.org encontram-se todos os pormenores desta mini-con-ferência.

POR FIM, QUE ARGUMENTOS TÊM OS NOSSOS PROFISSIONAIS E COMPATRIOTAS PARA A PARTI-CIPAÇÃO NESTE CONGRESSO?Sem prejuízo para tudo o que já foi atrás aludido, eu diria que o Congresso da CIBJO, para além de toda a aprendizagem, actualidade e excelência de conteúdos técnicos, é uma oportuni-

dade excelente para o con-tacto com profissionais e colegas de todo o Mundo, incluindo os maiores es-pecialistas mundiais em matérias variadas do nosso sector, desde a gemologia aos metais, passando pelo marketing e educação. Como organização verdadeiramente internacional e de grande prestígio, afluem ao con-gresso estes nossos colegas de altíssima craveira e que ficam, assim, facilmente acessíveis entre as sessões de trabalho e nos variados eventos de convívio.O contacto com os temas mais actuais no nosso sec-tor, sejam as questões das gemas, das regras de nomen-clatura, de estratégias de marketing e, também, das questões ligadas às políti-cas e educação em Respon-

sabilidade Social e Corpo-rativa, será seguramente inspirador para os colegas portugueses.Diria, ainda, e por fim, que uma boa participação ac-tiva de delegados nacionais irá enriquecer o âmbito das discussões, pois dessa forma toda a comunidade sectorial internacional irá ficar a conhecer melhor as preocupações, questões e matérias de interesse que residem no país anfitrião do nosso congresso, colocando--se Portugal no mapa mun-dial da joalharia de forma ainda mais sólida e par-ticipativa.

O Congresso CIBJO Porto 2011, conta com o co-financiamento do ON.2, NOVO NORTE e QREN, através do Fundo Europeu.

CONGRESSO ICA BRASIL

A ICA – Associação Inter-nacional de Pedras de Cor e o IBGM – Instituto Bra-sileiro de Gemas e Metais Preciosos organizam o 14º. Congresso Mundial de Gemas Coradas no Brasil.Entre os dias 30 de Abril a 04 de Maio de 2011 estarão presentes mais de quatro-centos dos mais destacados empresários do sector de pedras, jóias e afins, de todos os recantos do mundo, ávidos por trocar experiên-cias, procurar informações e estabelecer novos negó-cios e parcerias.O Congresso da ICA atrai

representantes de todos os centros de mineração, produção e comércio de ge-mas e metais preciosos no mundo interessados em par-ticipar nas actividades da ICA e em ampliar os negó-cios através de contactos e trocas de informações proporcionadas pelo Con-gresso; isto além de aumen-tar o conhecimento ecompreensão da indústria e dos recentes desenvolvimen-tos, produtos e serviços relacionados. Tais congres-sos também atraem não-mem-bros, reunindo empresários, representantes dos media e

demais organizações, retal-histas, e outras pessoas de sectores relacionados in-teressadas em contribuir e interagir com a nossa in-dústria.Empresas privadas e organi-zações também beneficiarão do Congresso já que se tra-ta de um evento que atrai atenção dos meios de comu-nicação de todas as partes do mundo. A ICA dispõe de um grande banco de dados

internacional de profissio-nais da indústria e con-tactos nos media. Através de comunicados à imprensa, anúncios e reportagens, dão grande cobertura ao Congresso destacando a contribuição dos patroci-nadores, organizações par-ticipantes e palestrantes.

As reacções à decisão de sediar o Congresso no Rio de Janeiro foram unanime-mente avassaladoras. O Brasil dispõe das melhores pedras preciosas e designers de jóias do mun-do; além de ser um destino de viagem e turismo muito atraente, o que o torna a escolha ideal para o Con-gresso ICA 2011.

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ENTREVISTA COM

MAJOR VALENTIM LOUREIRO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE GONDOMAR

Antecipando a 13ª Edição da Ourindústria, a AORP falou com o Presidente da Câmara Municipal de Gondomar sobre este certame e o que ele significa para o município e para a Ourivesaria na-cional.

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OURINDÚSTRIA

GONDOMAR TEM NA INDÚSTRIA DA OURIVESARIA UMA DAS SUAS PRINCIPAIS ACTIVIDADES. É, ALIÁS, A IMAGEM DE MARCA DO MUNICÍPIO...QUAL TEM SIDO O PAPEL DA OURINDÚSTRIA NA EXPANSAO DESTA IMPORTANTÍS--SIMA ÁREA ECONÓMICA PARA O CONCELHO?A Câmara Municipal de Gon-domar, ao longo destes últimos anos, tem assumido uma efectiva política de investimento na Ourivesaria e na Filigrana. A Autar-quia assume, por exemplo, a promoção da “Ourindústria” – evento que se realiza no Multiusos Gondomar “Coração de Ouro”, atraindo e des-pertando o interesse de profissionais e turistas pe-las artes relacionadas com os metais preciosos. Mas, para além disso, encetámos muitas outras actividades que visam dinamizar e apoi-ar o Sector da Ourivesaria. Estamos a concretizar o Parque Tecnológico e de Negócios da Ourivesaria mas, também, como forma de divulgar a mais tradicional arte concelhia, edificámos o Monumento ao Ourives – uma homenagem sentida e digna a todos os Gondomarenses que fazem desta profissão uma verdadeira arte!

A ‘OURINDÚSTRIA’ É JÁ UMA REFERÊNCIA NACIONAL. QUAL É A SUA IMPORTÂNCIA?Paralelamente a diversas outras iniciativas e even-tos, a “Ourindústria” é uma das grandes apostas da Câmara Municipal de Gon-domar. Mas esta aposta não se resume ao evento, em si. Também promovemos, sem-pre, a imagem de marca da Ourivesaria de Gondomar e o slogan “Gondomar, Coração de Ouro” – que tem sido adoptado na promoção de vários eventos, no apoio publicitário a provas e equipas desportivas, bem como em praticamente todos os eventos que a Autarquia promove.Mesmo tendo em consi-deração a conjuntura na-

cional e internacional, julgo que, talvez por isso mesmo, iniciativas como a “Ourindústria” se afirmem como um palco privilegiado para a promoção e divul-gação da Ourivesaria, bem como dos serviços que a ela estão associados. Gondomar continua a ser o principal pólo de produção, em Portu-gal, desta arte. E, não só pela quantidade, mas tam-bém pela qualidade, a Câ-mara Municipal de Gondomar acredita que a indústria da Ourivesaria merece todo o apoio e carinho.A “Ourindústria” é uma forte e constante aposta, por parte da Câmara Munici-pal, em manter a promoção e divulgação de um sector que é tradicional em Gondomar. E que, representando mais de metade da produção na-cional, também assume re-levância em termos de eco-nomia local, com cerca de 15% de peso na produção no Concelho de Gondomar.

DE QUE FORMA É QUE ESTE SECTOR TEM BENEFICIADO COM ESTE CERTAME?O grande benefício é a partilha de experiências, o estabelecer de conta-ctos e, principalmente, a criação de novas sinergias entre os produtores, co-merciantes e compradores de peças. Mas o certame tam-bém tem, ao longo dos anos, servido como plataforma de modernização do sector, apostando-se num mercado (e serviço) de qualidade, onde é a diferenciação e o “saber fazer” que assumem especial importância. Gon-domar é reconhecido como um Concelho onde se trabalha o ouro (e outros materiais nobres) em quantidade. Mas é, principalmente, um Con-celho ao qual se associa a palavra qualidade.

XIII EDIÇÃO OURINDÚSTRIA17-20 DE MARÇO, NO PAVILHÃO MULTIUSOS GONDOMAR

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OURINDÚSTRIA

PODE-SE DIZER QUE A ‘OURINDÚSTRIA’ É O VEÍCULO, POR EXCELÊNCIA, PARA FAZER A PONTE ENTRE AS TRADIÇÕES LIGADAS AO OURO E O FUTURO MARCADO PELAS TENDÊNCIAS MAIS CONTEMPORÂNEAS?Evidentemente que sim. Aliás, essa é a lógica que está inerente à “Ourindús-tria”. Um evento onde se promovem os valores mais tradicionais mas que, em simultâneo, tenta promover novas tendências e formas de, no futuro, se trabalhar o ouro.

A OURIVESARIA É UMA ACTIVI-DADE Q UE ESTÁ DISPERSA PELO CONCELHO. O FUTURO PARQUE TECNOLÓGICO E DE NEGÓCIOS DE OURIVESARIA PRETENDE CORRIGIR ESSA QUESTÃO?Essa tem sido uma das preocupações do meu Executivo. Sabemos que Gondomar representa mais de 50% da produção na-cional de Ourivesaria, mas também sabemos que essa produção se encontra dis-persa. Por isso, para po-tenciar meios e reduzir custos, já se está a avan-çar com a primeira fase da construção do Parque Te-

cnológico e de Negócios de Ourivesaria. Estrutura que, até 2012, irá nascer numa zona central de Gondomar (S. Cosme), tendo acessi-bilidades privilegiadas. E este é empreendimento que representa um investimento de cerca de seis milhões de euros (comparticipados pelo QREN).Este é, na minha opinião, um dos projectos mais mar-cantes do desenvolvimento económico do Concelho, já que visa concentrar, di-namizar e modernizar a indústria de Ourivesaria de Gondomar.

CÂMARA DE GONDOMAR AVANÇACOM PARQUE TECNOLÓGICO E DE NEGÓCIOS DE OURIVESARIA

O Executivo da Câmara Mu-nicipal de Gondomar reuniu a 10 de Fevereiro. De uma extensa lista de pontos em discussão (e votação), foram aprovados os con-cursos para a exploração de bares na zona do “Po-lis”, em Valbom. Foi também aprovado o concurso para a construção do Parque Te-cnológico e de Negócios de Ourivesaria, que representa um investimento de perto de seis milhões de euros (obra comparticipada pelo QREN). Igualmente foi aprovada a proposta de adjudicação do

Centro Escolar de Baguim do Monte, investimento que ultrapassa os três milhões de euros.O Parque Tecnológico e de Negócios de Ourivesaria irá nascer em zona central e com acessibilidades privi-legiadas. Representando um investimento de cerca de seis milhões de euros (com-participados pelo QREN), o futuro Parque ocupará ter--renos com uma área de três hectares. No final, segundo o previsto, o Parque ocu-pará um total de nove hec-tares.

Este será, na opinião de Valentim Loureiro, um dos projectos mais marcantes do desenvolvimento económico do Concelho. Para o Presi-dente da Câmara Municipal de Gondomar, o Parque “visa concentrar, dinamizar e modernizar a indústria de Ourivesaria do Concelho”.O Parque Tecnológico e de Negócios de Ourivesaria está delineado em três fases. A primeira fase do projecto inclui a construção do edifício cen-tral, com um restaurante e parque de estacionamento, bem como os arruamentos en-volventes. Quanto à segunda fase, engloba a construção dos edifícios destinados à

Incubadora de Empresas, à Contrastaria e à instalação das primeiras empresas. Por último, a terceira fase, segundo o previsto, abar-cará a construção de um equipamento tecnológico para o sector da Ourive-saria.De salientar, ainda, o úl-timo ponto da reunião de 10 de Fevereiro. A discussão centrava-se no licenciamen-to da edificação das insta-lações destinadas ao hotel/hospital para cães e gatos em Baguim do Monte, de que é requerente a Sociedade Protectora dos Animais. Pela fundamentação apre-sentada pelo Vereador do Pelouro de Gestão Urbanís-

tica e Obras Particulares, Leonel Viana, este projecto foi indeferido.

A propósito deste assunto, Valentim Loureiro, Presi-dente da Câmara Municipal de Gondomar, salientou que o indeferimento se devia ao facto de haver dúvidas acerca do possível ruído causado pelos animais. Na dúvida, esta obra não podia ser licenciada. Caso a So-ciedade Protectora dos Ani-mais consiga assegurar que pode “ultrapassar todos os possíveis problemas de ruído, a situação poderá ser revista”, disse Valentim Loureiro.

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ANDREA TRETIIESPAÇO OPINIÃO

QUAL O FUTURO DAS EMPRESAS DE OURIVESARIA EM PORTUGAL?

Quantas vezes ouvi esta entre outras perguntas nos últimos anos! Em-bora entenda muito bem as preocupações que levam a questionar-se sobre o fu-turo, infelizmente nem eu nem vocês temos o dom de o prever. Gostava assim de partilhar convosco algumas reflexões que amadureci nos últimos tempos, de forma ajudar, em conjunto, a en-contrar o nosso caminho.

Vindo de experiências noutros sectores muito diferentes, entrar em con-tacto com as empresas de ourivesaria, provocou-me uma sensação ao mesmo tempo de sincera maravilha e de forte interesse. A frag-mentação em centenas, ou até milhares de entidades fortemente especializadas em actividades muito res-tritas. A dimensão muito reduzida das empresas, bem abaixo da média nacional da indústria de transfor-mação. A gestão familiar, com estrutura, funções e relacionamentos internos/externos geralmente muito informais. São só algumas das características que me marcaram, características extremamente interessantes, que conferem de um lado uma grande flexibilidade, do outro expõem-se mais facil-mente aos factores externos que as empresas não con-trolam.

Tentando sintetizar uma situação bastante com-plexa, com a sobreposição da crise económico-financei-ra à prolongada recessão do sector, as empresas hoje em dia encontram-se a enfren-tar de uma forma geral os seguintes problemas:• Dificuldade em impôr uma marca com forte reconheci-mento por parte do cliente final;• Escassa capacidade finan-ceira, agravada pelo con-tínuo aumento do valor da matéria-prima para além do câmbio euro-dólar desfa-vorável;• Limitadas capacidades de planeamento estratégico,

INOVAÇÃO• Estudar combinação dos metais preciosos com metais diferentes;• Design para nos dife-renciar, com novas formas, cores, etc.;• Design para reduzir o consumo de matéria-prima preciosa e conceber peças agradáveis com preço mais acessível;• Ligação aos outros sec-tores da Moda, aos quais o da Ourivesaria está sempre mais próximo;• Ligações às outras em-presas do próprio Sector, através de cooperação, parcerias, etc.;• Exploração das novas tec-nologias para a divulgação da Marca e dos produtos;

FORMAÇÃO• Aprender com os nos-sos competitors, visitando feiras não só em busca de produto ou de clientes, mas também para conhecer as tendências e trazer novas ideias; • Aproveitar o menor volume de trabalho para analisar as nossas fraquezas e es-tudar a melhor forma de os minimizar;• Utilizar todas as opor-tunidades que nos são ofe-recidas (AORP, QREN, ...) em benefício à nossa activ-idade, procurando maximizar a boa ajuda para nos per-mitir melhorar e crescer;

INTERNACIONALIZAÇÃO• Procurar novos mercados para aumentar o nosso vol-ume de negócio;• Diferenciar os merca-dos de destino por forma a reduzir a dependência do mercado interno;• Prestar grande atenção ao marketing, por exemplo divulgando e insistindo na origem do produto como ima-gem de qualidade.

investimento em pesquisa e design do produto;• Forte separação entre em-presas comerciais e produ-tivas, com falta de ligação mutuamente vantajosa: - para os produtores: grande dependência dos armazenistas para atingir e “perceber” o público-alvo; - para os comerciantes: dificuldade em assegurar um fornecimento com elevada relação qualidade/preço, com resposta rápida e níveis de serviço satis-fatórios.

Eu sei, que até agora pouco ou nada de novo disse, que vocês já não soubessem. Preferi começar por descrever a situação do sector de ourivesaria...em Itália! De facto, apesar da posição de liderança em todos os mercados do mundo, como vemos o Made in Italy afinal não está muito longe da nossa realidade. Entre 2004 e 2008 a Itália regis-tou a maior queda entre os maiores países transforma-dores quer no trabalho do ouro (-44%) e quer no da prata (-36%).

Durante a VicenzaOro First 2010 o presidente Roberto Ditri lançou uma mensagem muito eloquente: “Temos que ser conscientes que o 2010 para a economia mundial se abre no signo da incerteza. [...] A nossa única respos-ta possível para o sector é reagir com força e capaci-dade de mudar, apostando na inovação, formação e inter-nacionalização. Arregaçar as mangas e continuar a trabalhar!”.

Exactamente um ano de-pois, finalmente o optimismo começou a aparecer timida-mente entre os operadores do Sector. E é o próprio Ditri a comentar: “Inter-nacionalização é a palavra-chave no desafio global. Este ano lançamos as bases para o que será o nosso futuro de player mundial de primeiro nível no Sector. Os factos deram-nos razão.”

Por fim, na esperança que o meu italiano aportugue-sado não representou grande dificuldade em transmitir de forma mais contida pos-sível um assunto tão vasto, queria deixar uma última consideração sempre válida em qualquer momento: não ganha quem trabalha mais, mas quem trabalha melhor! Sobretudo nesta época não devemos cair na tentação de sacrificar da qualidade em favor do preço, mas sim o seu oposto: aumentar a qualidade percebida pelo cliente final, sem aumento de preço.

Gestor e Engenheiro Indus-trialConsultor do programa For-mação PME

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ESPAÇO OPINIÃO. ANDREA TET

TRI

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INTERVIEW LUÍSA PEDROSO

QUEM É LUÍSA PEDROSO?Luísa Pedroso nasceu a 5 de Junho de 1986, na cidade do Porto.O primeiro contacto com a joalharia aconteceu aos 16 anos quando ingres-sou no curso de joalharia contemporânea da escola Engenho&Arte. Ainda passou pelo curso de Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, mas foi em 2006, no curso de Joalharia de Escola Superior de Artes e Design que encontrou o curso no qual se viria a licenciar. Em 2005 terminou a Pós-graduação em Design de Joalharia da Universi-dade Católica do Porto e em 2009 ingressou o Mestrado na mesma área.Desde 2002 que participa anualmente em várias ex-posições colectivas.Destacam-se ainda a se-lecção para a mostra POPs Serralves por dois anos consecutivos e o 1º pré-mio Vip Jóias, na categoria Inovação em 2009.

SABEMOS QUE ESTEVE A FRE-QUENTAR O CURSO DE ENGENHA-RIA MECÂNICA, O QUE A FEZ MUDAR PARA A LICENCITURA DE DESIGN DE JOALHARIA?Durante os 3 anos que fre-quentei o ensino secundário diurno no colégio D.Duarte, frequentava também em horário pós-laboral, o cur-so profissional de joalharia da Escola Engenho & Arte que se situava perto desse colégio. Quando terminei o 12ºano do ramo científico

natural, ingressei no curso de engenharia mecânica da FEUP tal como sempre tinha sonhado. Mas esta fase coincide com o término do curso de 3 anos da Engenho & Arte e apesar de estar muito feliz na FEUP, esta-va-me a faltar uma certa continuidade no que dizia respeito à joalharia. É nesse ano então que surge a oportunidade de frequentar a pós-graduação de design de joalharia da UCP mesmo não tendo uma licenciatura terminada, e é aí que eu frequento, no mesmo ano, em paralelo, a licenciatura em engenharia mecânica na FEUP e a pós-graduação e design de joalharia na UCP, em horário pós-laboral. É já no segundo ano da licen-ciatura em engenharia, que a pós-graduação em design de joalharia termina e é nesta altura que sinto a necessidade de tomar uma posição e escolher uma das duas áreas… e opto então pela que sempre mais me apaixonou e peço tranfe-rência directa da Faculdade de Engenharia da Universi-dade do Porto, do curso de

Engenharia Mecânica, para a Escola Superior de Artes e Design, curso de Joalha-ria, no qual sou aceite por transferência e após entre-vista.

QUAL FOI A PRIMEIRA JÓIA QUE DESENHOU/PRODUZIU?Não sei precisar qual foi exactamente a primeira peça que produzi, mas foi certa-mente alguma resultante de algum exercício mais téc-nico dos primeiros executa-dos na escola Engenho & Arte. Mas lembro-me sim da primeira exposição que fiz e de algumas das peças que a integravam. A exposição re-alizou-se no Natal de 2002, na galeria da mesma escola e na qual vendi as minhas primeiras peças, sensação de um misto de alegria e tristeza que nunca hei-de esquecer.

‘FROM THE BOTTOM OF YOUR HEART’ E ‘SOLITAIRE’ SÃO DUAS DAS SUAS COLECÇÕES. DESCREVA-NOS O SEU PROCESSO DE CRIAÇÃO.Solitaire é uma peça que surge no desenvolvimento de um projecto que estava a ser trabalhado academi-camente na pós-graduação de design de joalharia, mas que ficou arquivado em de-trimento de outra peça que foi escolhida como melhor solução para responder a esse mesmo projecto. No entanto achei que seria uma ideia que podia voltar a ser considerada mesmo que fora do contexto académico

e que recuperei já depois do término dessa disciplina e que está a ser um caso de sucesso nas lojas e gale-rias onde se encontra à venda, tendo mesmo sido uma das 27 peças seleccionadas para a mostra POP´s Ser-ralves 2010. Outro projecto que surgiu também com uma história semelhante foi o projecto FOAM. A ideia da tecnolo-gia utilizada nas peças da colecção FOAM nasceu tam-bém no processo de criação da disciplina de projecto no 3º ano da faculdade… a ideia não foi levada a cabo, na altura, por falta de tempo para a execução do projecto a tempo da entrega, mas foi retomada posteriormente. A primeira peça da colecção FOAM foi premiada na categoria ino-vação do prémio VIP Jóias 2009. Depois a colecção foi continuada, sempre com peças únicas mas contando já com vários exemplares. Peças desta colecção foram apresentadas no dia 29 de Janeiro nas feiras Francas no Palácio das Artes no Porto.

SABEMOS QUE JÁ PARTICIPOU EM VÁRIAS EXPOSIÇÕES. COMO SURGIRAM ESTAS OPORTUNI-DADES?As primeiras exposições foram sempre realizadas na escola ou em contactos ob-tidos através da escola mas depois os contactos vão-se desenrolando e multiplican-do sem que lhe possa dizer exactamente de onde provi-

BINOME COMPLETO. Ana Luisa Costa Pedroso

CARGO. Designer de Joalharia

FORMAÇÃO. Licenciatura em joalharia, ESAD Pós-graduação em design de joalharia, UCP Pós-graduação em design de joalharia, ESAD Mestrado em design de produto-joalharia, ESAD (a frequentar)

PERCURSO. Estágio na galeria de joalharia Alexandra Delereu Estágio na empresa Ouronor (actualmente) Participação em várias exposições colectivas desde 2002 Prémio Vip Jóias 2009 Selecção POP’s Serralves 2009 e 2010

WWW.LPJOALHARIA.BLOGSPOT.COM

INTERVIEW. LUÍSA PEDROSO

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eram. São oportunidades que se criam às vezes até dos contactos do dia-a-dia… a maior parte não são contac-tos muito planeados.

FALE-NOS UM POUCO SOBRE OS SEUS FUTUROS PROJECTOS.Neste momento estou 100% focada na minha tese de mestrado e no estágio que estou a desenvolver como designer na empresa Ou-ronor, e que servirá de base prática à sustentação teórica desenvolvida na minha tese. As partici-pações que tenho feito em concursos, eventos e ex-posições têm sido mesmo pontuais devido à falta de

tempo provocada por tudo o que envolve a concretização do mestrado. Adoro a vertente que estou a experimentar do designer de joalharia no sector industrial, e está a ser uma experiência super en-riquecedora, pois não tem nada que ver com nenhuma das vertentes da joalharia antes experimentadas. É óptimo sentir o lado mais profissional e industrial da joalharia. Mas não es-queço o sonho que tenho em seguir em frente com uma marcar própria de joalharia contemporânea que é o que eu sinto que me preenche a 100% neste mundo apaixo-nante que é a joalharia.

INTERVIEW. LUÍSA PEDROSO

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MARCO CRUZFLASH INTERVIEW

MARCO CRUZ E O ADMIRÁVEL MUNDO DA JOALHARIA

Desde os 12 anos que Marco vive no admirável mundo da joalharia. É pela mão do pai, ourives da região de Travassos, que Marco dá os primeiros passos na arte de trabalhar prata, ouro e pe-dras preciosas: um amor que foi crescendo ao longo dos anos e o tornou num apai-xonado pela joalharia.

Marco começa a criar as suas primeiras jóias, pro-duzindo-as com a ajuda do pai, mestre na arte. Na busca de abrir novos hori-zontes, frequentou o curso de joalharia e cravação, que concluiu com distinção.

Após formação de 3 anos, trabalha para várias marcas conceituadas no mercado. A crescente procura pelas suas peças gera necessi-dade e a oportunidade de lançar a sua própria marca – gerida em parceria com a irmã Daniela Cruz – hoje uma marca em ascensão rep-resentada em 40 lojas a nível nacional e 14 lojas nas principais cidades do Mundo.

Ao longo destes 19 anos de experiência no ramo da joalharia, Marco já ob-teve várias distinções com especial destaque para o conceituado Tahitian Pearl Trophy em Nova Iorque onde conquistou o 1º lugar de jovem joalheiro.Em 2009 inaugura a sua primeira loja de autor, um sonho realizado, uma sin-cera homenagem a seu pai.

A arte do detalhe e a sua paixão por pedras precio-sas, faz das suas criações peças… inesperadas.Entre o clássico e o contemporâneo, as suas jóias são intempo-rais, fáceis de se adap-tar a qualquer “ambiente”. Ousadas e arrojadas são adjectivos que caracteri-zam as suas colecções mais modernas, verdadeiras obras de arte, onde o conforto e elegância de quem as usa nunca é esquecido.Alta-costura na joalharia ao alcance de todos: é o seu lema.

Alta-costura na joalharia ao alcance de todos: é o seu lema.

BINOME COMPLETO. Marco Aurélio Tinoco Cruz

LOCALIZAÇÃO. Braga

ACTIVIDADE PRINCIPAL. Joalheiro cravador

WWW.MARCOCRUZ.PT

QUAL É A IMAGEM QUE TEM DO SECTOR NESTE MOMENTO?Penso que o sector está super competitivo uma vez que existiu uma filtragem com a crise que vivemos. Exige-se agora mais rigor e mais qualidade. O sector da Ourivesaria deve ser profis-sional, a crise propor-ciona um maior esforço para a concretização de peças mais bonitas, maior focagem no trabalho dos colegas e nunca deixar-se ficar para trás, principalmente no que diz respeito ao mercado in-ternacional.

FLASH INTERVIEW. MARCO CRU

Z

QUAIS SÃO OS SEUS PLANOS PARA O FUTURO?O meu próximo grande desafio é a construção de uma nova oficina. O encerramento da antiga empresa Arte Jóia, potenciou e apressou este meu plano. Comprei num leilão as máquinas, os de-senhos, a mobília, os pro-tótipos e com isto fiz re-nascer das cinzas o espaço Arte Jóia. Esta é de facto uma bela oportunidade que as circunstâncias me fizeram agarrar. Terei agora con-dições únicas para desen-volver as minhas colecções.

PELO ENTUSIASMO QUE VEMOS NAS SUAS PALAVRAS, SENTIMOS QUE O MARCO É UM OPTIMISTA, É VERDADE?Sim, sou muito optimista, encaro a vida de uma forma positiva e estou certo que 2011 será um óptimo ano as-sim como foi o ano 2010. O produto desenvolvido pelo Marco Cruz tem muito boa saída e por isso as perspectivas só podem ser excelentes. O caminho é a diferenciação.

QUANDO PENSA EM OURIVESARIA O QUE O FAZ SONHAR?O meu sonho é trabalhar exclusivamente com ouro e diamantes nas minhas colecções.

ONDE É QUE PROCURA INSPIRAÇÃO PARA CRIAR JÓIAS?Itália, Roma, Florença, Veneza e Paris são algumas das cidades onde vou bus-car inspiração e motivação para o desenvolvimento das colecções.Recentemente visitei Paris e esta viagem fez-me começar uma colecção peque-na em ouro e diamantes.

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MARCO CRUZ E O ADMIRÁVEL MUNDO DA JOALHARIA

MOSTRA EUROJÓIA

MOSTRA EUROJÓIA

Como vitrina das tendên-cias dos criadores nacio-nais e internacionais de ourivesaria, joalharia, relojoaria, pratas e cas-quinhas, pedras preciosas e semipriciosas, a MOSTRA EUROJÓIA reúne fabricantes, importadores, exportadores, representantes, distribui-dores e agentes do sector, com o objectivo de promover

a indústria, a qualidade e a diversidade do mercado.A complementar a oferta, o certame recebe ainda a ex-posição de embalagens, equipamentos e serviços para ourivesarias, joalha-rias e relojoarias - tudo para que os negócios deste sector ganhem novo brilho, a cada edição.

DE 1-3 DE ABRILLOCAL:EXPOSALÃOCentro de Exposições,Apartado 392441-951 Batalha, Portugal

T. +351 244 769 480F. +351 244 767 489

[email protected]

MOSTRA DE OURIVESARIA E PRATAS, JOALHARIA E RELOJOARIA

PERFIL DO EXPOSITOR: ourivesaria, joalharia, relojoaria, pratas e cas-quinhas, pedras preciosas e semipreciosas, acessórios, embalagens, equipamentos e serviços.PERFIL DO VISITANTE:fabricantes, importadores, exportadores, represen-tantes, distribuidores e agentes do sector.

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NOTICIAS

O jovem Rodolfo Santos conquistou uma medalha de prata durante o Campeonato Europeu das Profissões, o Euroskills Lisboa 2010, que decorreu de 9 a 11 de Dezembro na FIL e reuniu cerca meio milhar de jovens de toda a Europa.Rodolfo Santos, que é um dos joalheiros da Santos Pessoa Criadores, empresa instalada na incubadora do Parque Tecnológico de Óbi-dos, foi o representante de Portugal deste sector, integrado na categoria de Artes Criativas.No total, a equipa portu-guesa conquistou 30 meda-lhas no Euroskills 2010 e foi a melhor selecção entre os 25 países presentes. Com nove medalhas de ouro, 12 de prata e nove de bronze, Portugal obteve 136 pontos, seguido da Áustria (99,90) e a Finlândia (98,54).Durante três dias 468 jo-vens de 27 países estiveram a competir e a demonstrar a

sua qualidade profissional em seis áreas: Artes Cria-tivas e Moda, Engenharia e Fabrico, Transporte e Logística, Tecnologias de Informação e Comunicação, Construção e Serviços Pes-soais e Sociais.A tarefa de Rodolfo Santos era reproduzir o símbolo do Euroskills 2010 em prata, o mesmo material que acabaria por ganhar a medalha ao conquistar o segundo lugar na prova.À conversa com o concor-rente este estava satisfei-to com a sua participação e apenas se queixou do tempo que tinha disponível para concretizar o seu trabalho (18 horas). “É mesmo à conta para conseguir termi-nar a peça”, disse.Já integrado no mundo do trabalho, depois de con-cluído o curso de joalharia e cravação no CINDOR (Cen-tro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria), em Gondomar,

JÁ É SUBSCRIPTOR DA NOSSA NEWSLETTER SEMANAL?

Foi aprovado, em Conselho de Ministros, um decreto-lei que vai simplificar os processos de constituição das sociedades por quotas e sociedades unipessoais por quotas, mediante a elimi-nação da obrigatoriedade da existência de um capital social mínimo. Através do referido di-ploma, passam a ser os sócios a poder, livremente, definir o capital social que pretendem para a sua sociedade, sendo que, por

RODOLFO SANTOS CONQUISTA MEDALHA DE PRATA NO EUROSKILLS, REPRESENTANDO A OURIVESARIA

NOTÍCIAS

Para isso basta enviar um email para [email protected] e passará a constar automaticamente da nossa lista de destinatários. Também poderá contactar-nos telefonicamente (T. +351 225 379 161/2/3) e indicar-nos o endereço de email onde pretende receber a sua newsletter AORP.

JUNTE-SE A NÓS. UNIDOS VALORIZAMOS.

Rodolfo Santos tem re-presentado Portugal nestas competições internacionais. “É bom ter esse reconheci-mento”, comentou.Depois de vencer na sua categoria o campeonato nacional das profissões em 2009, o jovem gaeirense conquistou um honroso oi-tavo lugar no Worldskills, uma competição idêntica à de Lisboa, mas com a par-ticipação de países do todo o mundo, que decorreu no Canadá.No início deste ano criou a Santos Pessoa Criadores, em conjunto com a sua irmã Raquel e o namorado desta, João Pessoa.

enquanto, se admite que os sócios procedam à entrega das suas entradas financei-ras nos cofres da sociedade até ao final do primeiro exercício económico.

De referir que, até ao presente momento, há uma exigência de depósito de um capital mínimo de 5.000,00 euros para os sócios que pretendam constituir uma sociedade por quotas ou uma sociedade unipessoal por quotas.

CONSTITUIÇÃO DE SOCIEDADES POR QUOTAS SEM CAPITAL MÍNIMO INICIAL

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WORKSHOP

WORKSHOP DE JOALHARIA, COM LILIANA GUERREIRO E ANA ANDRADE - 9 ABRIL (SÁB)Os participantes execu-tarão várias peças segundo as diversas técnicas; serão exploradas todas as pos-sibilidades expressivas de um material e técnicas de joalharia a ele ajustadas; aos participantes serão apresentados exercícios concretos e implicarão aprendizagens específicas com vista à produção de al-gumas “jóias”.

CONCEPÇÃO E ORIENTAÇÃOLiliano GuerreiroAna Andrade

HORÁRIO14.30H - 17.30H

INSCRIÇÃO200€

WWW.SERRALVES.PT

NOTÍCIAS

LILIANA GUERREIROLicenciada em Artes/Joalha-ria pela Escola Superior de Artes e Design de Matosi-nhos,faz criação e produção de joalharia contemporânea. O seu trabalho esta pre-sente em vária lojas, museus e galeria nome-adamente no Museu de Ser-ralves.

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DMS BROKER,INTERVIEW

ASSEGURA A OURIVESARIA

QUEM É A DMS BROKER? QUAIS OS SEUS OBJECTIVOS E LEMA DA EMPRESA?A DMSBROKER é uma socie-dade de mediação de seguros que aposta numa abordagem especializada e diferente aos seguros do sector da ourivesaria. Acreditámos que tratando-se de um sec-tor com uma enorme necessi-dade de seguros que prote-jam o património construído, muitas vezes ao longo de décadas, e onde escasseiam as soluções, faria sentido desenvol-vermos um programa capaz de responder às diferentes necessidades e aos perigos reais que os profissionais da ourivesaria enfrentam. Procuramos sempre encon-trar soluções à medida para a situação e necessidades específicas de cada cliente, tendo plena consciência dos diferentes riscos a que estão expostos os profissio-nais dos diferentes sec-tores da ourivesaria.Apostamos numa lógica de proximidade, confiança e acompanhamento permanente do cliente. E fazemo-lo de facto. Os nossos clientes sabem que podem contar con-nosco, que estamos lá quan-do é preciso!

EM QUE LOCALIDADES DESEN-VOLVE A SUA ACTIVIDADE?A DMSBROKER actua a nível de Portugal continental e ilhas. Fruto da integração no Grupo Portugália, con-tamos hoje com cinco es-critórios distribuídos entre a zona norte e centro do país, integrando uma equipa com mais de vinte pessoas que garante respos-ta célere e eficaz a solici-tações vindas de qualquer parte do país. De facto, orgulhamo-nos de ter entre os nossos clientes empresas originárias das diferentes regiões do país. Quando apostamos em seguros para o sector da ourivesaria, sabíamos que o sucesso dependia da nossa capaci-dade em criar uma estrutura que nos permitisse chegar de forma célere a qualquer ponto do país. Felizmente

esse objectivo foi cumprido e é hoje uma realidade.

QUEM PODEM SER OS CLIENTES DA DMSBROKER?Temos seguros à medida para os diferentes subsectores da ourivesaria. Começando pelo fabricante, passando pelo armazenista, pelos viajantes e respectivos mostruários e terminando na loja de ourivesaria, disponibilizamos soluções que permitem uma efectiva protecção face aos elevados riscos que estes profissio-nais enfrentam no seu dia-a-dia.

SENDO A OURIVESARIA UM SEC-TOR TÃO AFECTADO PELA CRI-MINALIDADE, QUE CONSELHOS PODEM DAR ÀS EMPRESAS PARA DIMINUÍREM O RISCO A QUE ESTÃO SUJEITAS DIARIAMENTE?A realidade que as empre-sas têm vivido nos últi-mos tempos com a crescente onda de criminalidade que tem atingido o sector, tem vindo a despertar as empre-sas para a necessidade de repensarem velhos hábitos e apostarem em novas medidas de protecção e novos pro-cedimentos.Apesar de preferirmos uma análise casuística de cada situação em particular, podemos genericamente, deixar os seguintes consel-hos:- Trabalhar com a porta fechada ou dispor de um sistema de porta dupla;- Dispor de botões de pâni-co;- Deixar a menor quantidade possível de existências nas montras e fora do cofre du-rante os períodos de encer-ramento;- Manter o cofre fechado mesmo durante o horário de abertura;- Os viajantes deverão cir-cular com a menor quanti-dade de existências pos-sível, evitando também a criação de rotinas que os tornem mais vulneráveis;- E porque sabemos que

ainda não há sistemas de protecção perfeitos, te-mos, obviamente, que deixar um conselho: Façam seguro! Mesmo que também ainda não existem soluções perfei-tas, o seguro é a única protecção para quando tudo falha. Por isso renovamos o conselho: Façam seguro!

QUE SOLUÇÕES AO NÍVEL DE SEGURANÇA OFERECEM AO SECTOR? Apostamos essencialmente em análises de risco crite-riosas, que permitam iden-tificar os pontos mais vul-neráveis e a melhor forma de os proteger. Trabalhamos em estreita colaboração com um conjunto de técnicos nacionais e estrangei-ros com vasta experiência neste sector de actividade que proporcionam aos nos-sos clientes a possibili-dade de analisarem as suas condições de segurança e de as reforçarem através da implementação de novas medidas físicas, electróni-cas ou comportamentais que potenciem a invulnerabil-dade do local de risco.

COMO FUNCIONAM OS SEGUROS NO SECTOR DA OURIVESARIA?Existem ainda diferentes formas de funcionamento dos seguros no sector da ourivesaria. Ainda exis-tem seguros de ourivesaria que mais não são do que as apólices de multirriscos destinadas a sectores gené-ricos do comércio, aplica-das às ourivesarias. Essa falta de especialização tem, em muitos casos, cri-

ado enormes dissabores às empresas de ourivesaria no momento em que elas mais precisam de protecção: em caso de sinistro. O negócio da ourivesaria tem especifi-cidades próprias que não se compadecem com meras adap-tações de seguros genera-listas.O que fizemos na DMSBROKER foi desenvolver seguros específicos para ourive-saria, pensados e adaptados às reais necessidades da ourivesaria. Para quem não entende muito de seguros,

não faz grande diferença dizermos que os seguros que comercializamos são “all risks” e “em primeiro risco”, mas em caso de si-nistro o cliente vai per-ceber que faz toda a dife-rença. De facto, ao tratar-se de seguros “all risks”, di-minuem substancialmente as denominadas zonas cinzentas que geram dúvidas quanto ao enquadramento do sinistro

INTERVIEW. DMS BROCKER

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BINOME. DMSBROKER

MORADA. Rua do Espinheiro, 641 Sala 1.5 Canidelo

4400-450 Vila Nova de Gaia

TELEFONE. +351 227 729 644FAX. +351 227 729 646ÁREA DE ACTIVIDADE. Mediação de Seguros / Ourivesaria

e que prolongam no tempo o apuramento de responsa-bilidades e o pagamento da indemnização. Por sua vez, o facto de se tratar de se-guros “em primeiro risco”, permite ao cliente definir o capital que pretende se-gurar sem ficar sujeito à aplicação da regra propor-cional e o consequente rateio em caso de sinistro.

QUE LEITURA FAZEM DA SITU-AÇÃO ACTUAL DO SECTOR DA OURIVESARIA EM PORTUGAL?Pensamos que a situação do

sector da ourivesaria em Portugal não difere muito daquele que é o sentimento maioritariamente vigente no país: Falta de confiança, receio, depressão. Em todo o caso, são cada vez mais os exemplos de profissionais do sector da ourivesaria que apresentam um discurso de confiança no futuro. Afi-nal estamos a falar de um sector que trabalha di-rectamente com aquele que é um dos “refúgios” mais valorizados nestas épocas de crise: o ouro.Ouvimos dizer com frequên-

IBERJOYA ESPANHA15 A 19 DE SETEMBRO DE 2011

A AEP – Associação Empre-sarial de Portugal organiza pela segunda vez em colabo-ração com a Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP), a Feira IBERJOYA, a decorrer de 15 a 19 de Setembro de 2011, em Madrid.

Na edição anterior (2010), a AEP contou com a par-ticipação de nove empresas, das quais quatro empresas nacionais já implementa-das neste mercado e outras cinco presenças lusas em estreia.

Esta edição contabilizou a presença de 387 exposi-tores, mais 10% que em 2009, 17 dos quais empresas portuguesas, mas também de

cia que quem sobreviver a esta crise terá um futuro risonho pela frente. Essa é também a nossa crença inequívoca e a nossa mo-tivação. Esperamos poder

proporcionar aos profissio-nais do sector o acréscimo de segurança e confiança que lhes permitam encarar o fu-turo com maior serenidade.

outros países como o México e o Brasil, entre os quais se destacavam também fabricantes, designers e marcas de grande notorie-dade, provenientes de Es-panha, tendo recebido cerca de 15.489 profissionais. Na Iberjoya 2011, a AEP e a AORP pretendem novamente impactar o mercado profis-sional espanhol e mostrar a actualidade do design e a qualidade do fabrico da nossa joalharia em ouro, prata e metais preciosos. Entre os sectores promovi-dos pela Iberjoya destacam--se: jóias de ouro e prata; pedras preciosas finas e pé-rolas; ourivesaria de prata e relojoaria, sendo a Feira destinada exclusivamente a profissionais.

IBERJOYA ESPANHA

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JORNADAS “ACESSO AO INTERNACIONAL”1ª EDIÇÃO DAS JORNADAS DE OURIVESARIA

As 1as Jornadas da Ourivesaria, que ocorreram no Porto a 16 de Dezembro de 2010, constituíram uma inovadora inicia-tiva a nível nacional promovida pela AORP.

Este evento, que contou com a participação de cerca de cem agentes sectoriais, encontra-se inserido no âmbito de um Projecto mais abrangente - “Ourivesaria XXI: consolidar as bases competitivas a nível na-cional e internacional da Ourivesaria e Relojoaria portuguesa”, financiado pelo QREN, no âmbito do SIAC – Sistema de Incentivos às Acções Colectivas. A organização das Jornadas faz parte da estratégia da AORP que visa estabelecer um calendário anual de actividades, que faculte o acesso da ourivesaria na-cional a competências ca-pazes de incutir dinâmicas mais competitivas e susten-táveis do sector. Assim, o tema desta primeira edição versou o posicionamento do sector no panorama in-ternacional, e práticas de interesse e de actuação no contexto da globalização.

As 1as Jornadas de Ourive-saria decorreram na sede da AORP, em ambiente vivo e participado. O Presidente da AORP – Manuel Alcino, abriu a Sessão fazendo o ponto da situação do sector e salientando a necessidade de implementar novas práti-cas no sector, que vivencia grandes dificuldades.Seguidamente, a Secretária Geral da AORP - Fátima Santos, apresentou uma colectânea de 6 estudos de mercado para o sector da ourivesaria em Portugal: “Destino: Mercados Inter-nacionais Ourivesaria Por-tugal” (Mercados XXL), que foi entregue aos partici-pantes das Jornadas. O do-cumento contém informações sobre as práticas de acesso ao mercado internacional (Alemanha, Espanha, França,

Itália, Estados Unidos da América, e China), as prin-cipais condicionantes, e um calendário de feiras e eventos sectoriais rel-evantes a nível mundial. A oradora Fátima Santos terminou a sua intervenção dando início às Sessões de Trabalho.

A primeira sessão foi apresentada por Francisca Bonet, da QUID IDEIAS, autora do estudo referido acima, que apresentou o posicionamento do sector da ourivesaria portuguesa no panorama internacional e algumas das suas carac-terísticas. Salientou que Portugal é o sétimo produ-tor e o 12º mercado de ourivesaria na Europa, registando-se uma tendên-cia para a contracção desde 2004. As unidades produti-vas são de pequena dimen-são, maioritariamente de cariz familiar, registando--se uma tendência para o downsizing (segundo o Euro-stat). A tendência de mer-cado registada é igualmente de contracção, embora o valor de 2008 (305 milhões de Euros) tenha sido semel-hante ao de 2004. Quando comparado aos principais mercados europeus, o por-tuguês pode considerar-se subdesenvolvido e fragmen-tado. O saldo da balança comercial da ourivesaria nacional mantém-se nega-tivo, sendo a Itália e a Espanha os principais for-necedores.

Relativamente às expor-tações, a França posiciona-se como o primeiro mer-cado de exportação, Angola mantém-se numa posição estável, e a Espanha está a recuperar. Na segunda sessão de trabalho, parti-ciparam três peritos inter-nacionais que apresentaram oito práticas bem sucedi-das, recolhidas em Itália e em Espanha, que conduziram a resultados comprovados no contexto de outras reali-dades sectoriais.

A escolha da Itália e de Espanha baseou-se na im-portância destes países nopanorama europeu e mun-dial da ourivesaria, assim como pelo facto de regis-tarem uma balança comercial positiva.

VLADIMIRO SOLI – Direc-tor do Instituto Poster em Vicenza Itália, apresen-tou a dinâmica dos Distri-tos Industriais, uma das realidades produtivas de maior interesse ao nível europeu e mundial. Os Dis-tritos são a concretização de realidades territoriais de micro-industrialização difusa. Vladimiro Soli salientou, como principais elementos diferenciadores, a existência de relações de confiança entre os actores e a flexibilidade produtiva.

MARCO TRONCON - Respon-sável pelo sector da ourivesaria na CNA-Veneto (Centro Nacional de Artig-ianato) apresentou algumas experiências de apoio ao sector desenvolvidas no contexto da Região Veneto e das empresas de Vicenza. Destacou o papel dos Con-fidi, no âmbito do finan-ciamento da actividade do sector da ourivesaria - Prestamos de Uso de Ouro. Apresentou, ainda, a ex-periência do CORART - um consórcio fundado em 1989 para promover a produção de ourivesaria das micro e pequenas indústrias, para o mercado internacional. Abordou também duas novas iniciativas desenvolvidas para introduzir inovação no sector através da valori-zação dos saberes tradicio-nais locais e da criativi-

dade - Creativity in action e Cercasi Nuovi Artigiani. Esta Sessão de trabalho terminou com a comunicação do Paulo Ribeiro, um dos impulsionadores da Feira Joya Barcelona, de Ourive-saria Contemporânea, e CEO

de Le Département. A Feira Joya nascida da iniciativa privada, e apoiada pelasprincipais instituições e entidades sectoriais da Catalunha, sintetiza num evento de promoção da ourivesaria contemporânea, uma das novas tendências sectoriais, a promoção da diferenciação e da exclu-sividade. O evento toma a forma de feira de talentos em que apenas participam artistas e desenhadores. As empresas participam unica-mente sob a óptica de cli-ente.No evento foram também apresentadas por Augusto Andrade - as conclusões do Projecto desenvolvido pela AEP, em colaboração com a AORP, no sentido de preve-nir os acidentes de tra-balho no sector. E, foram divulgadas pela técnica superior da ACT - Autori-dade para as Condições de Trabalho e Coordenadora do Ponto Focal Nacional da Agência Europeia Manuela Calado, as principais con-clusões e as linhas gerais da importância da segurança e a saúde no trabalho na União Europeia.

As Jornadas foram encer-radas pelo Presidente da Assembleia Geral da AORP, Germano Teixeira, que deixou o convite aos par-ticipantes para uma próxima edição das mesmas.

JORNADAS: ACESSO AO INTERN

ACIO

NAL

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OURONOR

A Ouronor – fabricante de Ourivesaria da Póvoa de Lanhoso, em parceria com a Associação de Apoio aos Deficientes Visuais do Dis-trito de Braga (AADVDB) desenvolveu um projecto no âmbito da Responsabilidade Social, para a reprodução e venda de uma peça de joalharia, nomeadamente um Coração em Filigrana, re-alizado originalmente em macramé, e desenvolvido por Joaquim e António Rodri-gues, dois utentes da AAD-VDB, cujos doze por cento das vendas revertem a favor da associação. Com esta campanha a Ouronor pretende, por um lado, ajudar uma associação que tem um papel relevante na área social e, por outro, chamar a atenção do mercado para a problemática da defi-ciência visual.

No final do ano de 2010, foi então assinado um protocolo entre as duas entidades, numa cerimónia presidida pela Exma. Senhora Ministra da Cultura, Gabriela Ca-navilhas, cujo propósito é desenvolver em conjunto, a campanha “Com os Olhos nas Mãos”.Neste sentido, o apoio da Ouronor assenta na recri-ação, assim como, na pro-moção e comercialização de uma peça de ourivesaria única e exclusiva. Trata-se de um coração em filigrana e macramé, desenvolvido

originalmente por Joaquim e António Rodrigues, dois utentes da AADVDB. A peça inicial transformou-se numa jóia rica de afecto e inspirada na filigrana da Póvoa de Lanhoso, com traços do coração tipica-mente minhoto. A peça final foi materializada pelos ‘designers’ da Ouronor, que aplicaram uma sinto-nia de formas, texturas e pedras, convertendo-se numa jóia apelativa ao público invisual. A empresa de ourivesaria e joalha-ria adoptou ainda um su-porte de apresentação do produto que possibilita o tacto por parte dos cegos. A peça está já a ser dis-tribuída por todas as lo-jas com as quais a Ouronor tem relações comerciais e através dos pedidos que chegam na sequência do co-nhecimento da campanha.

“Devemos ter um papel activo em projectos que perseguem causas sociais, ligados à comunidade em que estamos inseridos ou até de abrangência nacional”.

Conhecedora do trabalho em prol da comunidade invisual do distrito de Braga, de-senvolvido pela Associação de Apoio aos Deficientes Visuais, e para promover a responsabilidade social e a

PROJECTO “COM OS OLHOS NAS MÃOS”

igualdade de oportunidades perante o seu meio envol-vente, a Ouronor decidiu levar a cabo esta iniciati-va. A parceria surgiu natu-ralmente. A AADVDB obteve o primeiro prémio no con-curso “Heart Parade”, pro-movido pela Câmara Munici-pal da Póvoa de Lanhoso, com o trabalho admirável de Joaquim e António Rodri-gues. O trabalho foi co-ordenado por Sandra Vieira, técnica superior de Edu-cação e Animadora Sócio-Cultural, e criou um im-pacto social muito positivo na desmistificação de alguns estereótipos que envolvem a deficiência visual.

A Ouronor está de para-béns por ter respon-dido tão positivamente ao desafio que lhe foi colocado pelo Projecto Empresa, na área da Responsabilidade Social e Igualdade de Oportu-nidades, no âmbito do Programa Formação PME da AORP - “Ourivesaria em Acção”!

OURONOR

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EXPOSIÇÃOSUGESTÕES DE LAZER

“O Fio da Meada, visa con-vidar ex-alunos da Escola Contacto Directo a apresen-tarem o seu trabalho.Joalheiros com várias ex-periências artísticas ou profissionais que através de um dos programas de ensino da escola, descobriram o seu fio da meada.Joalheiros Autores, que criam Jóias a partir de conceitos pessoais, materializados nas mais diver-sas técnicas e materiais, peças únicas de expressão

SITEWWW.CIBJO.ORG

O FIO DA MEADA

OLGA MAGALHÃES

GALERIA CONTACTO DIRECTO

PORTO

PATENTE ATÉ 18 MARÇO 2011

contemporânea.Serão cinco os convidados, que bimensalmente exporão na Galeria da Escola Con-tacto Directo, no Porto.Dessa forma, pretende-se divulgar a Obra criada a partir da aposta numa arte secular, numa nova visão conceptual, de temas comuns ou pessoais, usando velhas e novas técnicas e mate-riais clássicos e alterna-tivos.”

Filomeno Pereira de Sousa

LIVROFoi apresentado, na Escola Engenho & Arte, no passado dia 21 de Janeiro o livro “Percursos da Joalharia em Portugal”, da autoria do Prof. Doutor Gonçalo de Vasconcelos e Sousa.

“A joalharia representa, em Portugal, um universo repleto de informações amplamente documentadas a nível das fontes manuscri-tas e iconográficas, pela

TÍTULO. PERCURSOS DA JOLAHARIA

EM PORTUGAL-SÉCULOS XVIII A XX

AUTOR. GONÇALO DE VASCONCELOS

E SOUSA

LANÇAMENTO. 21 JANEIRO 2011

ERRATA: Por lapso no último jornal, na notícia relativa ao Portugal Fashion 2010 faltou indicar a participação da empresa nossa associada, CA - Jóias, Lda. Desde já lamentamos o erro.

relevância transversal que, a distintos níveis, marcou a sociedade portuguesa. Da opulenta nobreza à ambicio-sa e determinada burguesia, que via nos adornos pre-ciosos um importante meio de afirmação, os grupos com poder aquisitivo conferiam às peças de joalharia com que se adornavam um efec-tivo meio de afirmação do poder e prestígio social.”

SUGESTÕES DE LAZER

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EXPOSIÇÃO

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