jornal aeamesp - edição 03

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P`GINA 1 JORNAL AEAMESP N o 3 OUTONO/INVERNO DE 2004 JORNAL AEAMESP NÚMERO 3, OUTONO/INVERNO DE 2004 PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS DO METRÔ DE SÃO PAULO I SEMANAS REFORÇAM A SINERGIA NO SETOR E PARA ENTENDER ESTE MOMENTO DE TRANSIÇÃO O OPINIÃO DA DIRETORIA DA AEAMESP niciamos este milênio com uma série de incertezas. Não havia recursos definidos para o transporte público urbano, o setor atuava de forma dispersa e suas bandeiras não estavam claras. Estados e Municípios tinham dificuldades de promover novos investimentos e de contrair novos empréstimos, em razão do seu limite legal de endividamento. Falava-se, em todos os níveis administrativos – municipal, estadual e federal –, que o transporte público era prioridade, mas, na prática, isso não ocorria. Todos esses problemas foram motivo de discussão na 7 a Semana de Tecnologia Metroviária, em 2001, quando sentimos a necessidade de iniciar uma mobilização. Em reunião da qual a direção da AEAMESP participou, com a presença do presidente da ABIFER, Eng o Cesário da Silveira; do diretor do SIMEFRE, Eng o Ronaldo da Rocha, e do diretor do SEESP, Eng o Laerte Mathias, foi dado inicio a um movimento buscando a viabilização de recursos da CIDE para o setor. A Emenda Constitucional n o 33 e a lei n o 10.336 estavam em fase de aprovação no Senado e seus mentores entendiam que os recursos eram exclusivamente federais e não poderiam ser aplicados no transporte coletivo municipal ou metropolitano. Tal mobilização logo contou com o apoio da ANTP, da NTU; do secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes; do então secretário Municipal de Transporte, Carlos Zaratini e, posteriormente, do Fórum Nacional dos Secretários de Transporte. movimento foi crescendo, agregando força e unindo gestores, operadoras, trabalhadores, técnicos, industria e usuários, sendo oficializado como GAT, Grupo de Ação pró Transporte, durante nossa 8 a Semana, e servindo de base para a instituição, um ano depois – com pré-lançamento na 9 a Semana, em setembro de 2003,do MDT Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos, que conta com mais de 400 entidades, e da Frente Parlamentar de Transporte, com 150 parlamentares no Congresso. Nestes episódios, a AEAMESP e sua Semana de Tecnologia Metroviária serviram de instrumento para a manifestação de sinergia, envolvendo todo o setor, o que garantiu vitórias importantes. GAT, por exemplo, aglutinou propostas e esforços na luta pela qualificação do transporte público e, ainda em 2002, obteve a aprovação de emenda constitucional que possibilitou a criação da Cide/Combustíveis, bem como a destinação de seus recursos (hoje, 29%) para Estados e Municípios. Por conta disso é que o governo paulista pôde se decidir por destinar metade da parte que lhe cabe da Cide/Combustíveis para os sistemas sobre trilhos que atendem à RMSP – significando, em 2004, R$130 milhões para o setor, sendo R$80 milhões para a CPTM e R$50 milhões para a Companhia do Metropolitano. É preciso notar que esses são recursos vindos a fundo perdido do governo federal para o transporte público, o que não acontecia há mais 20 anos. No final de 2003, igualmente em razão da mobilização, o transporte público foi excluído do aumento de alíquota do Cofins, com o que se evitou novo aumento tarifário, que agravaria ainda mais a situação de exclusão social. No mesmo período, o Supremo Tribunal Federal julgou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, impedindo o governo federal de usar os recursos da Cide/ Combustíveis em projetos fora de sua finalidade original. mobilização do setor dá força a iniciativas como as do governo estadual paulista, que investe na modernização da CPTM e retoma as obras de extensão do Metrô- SP, em parte, com recursos próprios; e como as da prefeitura paulistana, que trata de implantar pelo menos 200 quilômetros de corredores exclusivos para ônibus, estruturando o sistema sobre pneus e inaugurando o bilhete único – com vantagens econômicas e práticas para os usuários (vantagens do mesmo tipo daquelas usufruídas por usuários do Metrô e da CPTM, que também têm integração gratuita de suas várias linhas). ste é um momento de transição. E toda época de mudanças gera angústias e interrogações, e provoca a nítida sensação de que se caminha sobre um terreno movediço. Porém, tais instantes são também de transformação criativa e de avanços. A AEAMESP acredita nisso e se empenha em fazer com que a 10 a Semana de Tecnologia Metroviária seja pró-ativa nesse processo, contribuindo para que, além de unir ainda mais o setor, possa também lançar luzes sobre questões prioritárias. Por meio de uma estrutura temática cuidadosamente discutida (a qual pode ser conhecida nas páginas centrais desta edição), a 10 a Semana vai examinar experiências do Brasil e do Exterior, não só no campo técnico, mas também no que diz respeito à gestão dos sistemas, por meio de temas como financiamento, eficiência, economia, qualidade e integração, entre outros. Merecerá discussão o Ministério das Cidades, com sua Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, e o surgimento do Conselho das Cidades, que, em seus trabalhos, recém-inaugurados, vem abraçando fortemente as bandeiras do MDT. Ademais, colocaremos em foco os 30 anos de operação do Metrô-SP, debatendo não apenas a sua contribuição cotidiana para o funcionamento da cidade e para a qualidade de vida da população, mas, igualmente, para a formação, no País, de uma expertise da coisa bem feita no âmbito dos recursos para a mobilidade urbana – sem deixar de indagar até que ponto o corte abrupto e não-programado de quadros metroviários não afetaria o desenvolvimento da Companhia. A 10 a Semana virá para ampliar o debate, de modo a alcançar os setores organizados da sociedade e, daí, a maior parte da população. E o fará dentro da certeza de que, num momento eleitoral, é preciso todo cuidado para que não se caia numa perigosa armadilha: a partidarização das questões e soluções. Os técnicos e gestores do setor, independentemente de sua posição partidária, devem se esforçar para sustentar a união e a retidão dos elevados propósitos, patenteados até aqui, sob pena de truncar, e até reverter, o necessário avanço. Obras em túnel, na expansão da Linha 2 do Metrô-SP: a mobilização fortalece iniciativas que beneficiam o setor [email protected] O A

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Jornal com notícias importantes sobre a comunidade metroferroviária brasileira

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Page 1: Jornal AEAMESP - edição 03

PÁGINA 1JORNAL AEAMESP No 3 � OUTONO/INVERNO DE 2004

JORNALAEAMESP

NÚMERO 3, OUTONO/INVERNO DE 2004

PUBLICAÇÃOTRIMESTRAL DAASSOCIAÇÃODOS ENGENHEIROSE ARQUITETOSDO METRÔ DESÃO PAULOI

SEMANAS REFORÇAM A SINERGIA NO SETOR

E

PARA ENTENDER ESTEMOMENTO DE TRANSIÇÃO

O

OPINIÃO DA DIRETORIA DA AEAMESP

niciamos este milêniocom uma série deincertezas. Não havia

recursos definidos para otransporte público urbano, o setoratuava de forma dispersa e suasbandeiras não estavam claras.Estados e Municípios tinhamdificuldades de promover novosinvestimentos e de contrair novosempréstimos, em razão do seulimite legal de endividamento.Falava-se, em todos os níveisadministrativos – municipal,estadual e federal –, que otransporte público era prioridade,mas, na prática, isso não ocorria.

Todos esses problemasforam motivo de discussão na7a Semana de TecnologiaMetroviária, em 2001, quandosentimos a necessidade de iniciaruma mobilização. Em reunião daqual a direção da AEAMESPparticipou, com a presença dopresidente da ABIFER, Engo

Cesário da Silveira; do diretor doSIMEFRE, Engo Ronaldo daRocha, e do diretor do SEESP,Engo Laerte Mathias, foi dadoinicio a um movimento buscandoa viabilização de recursos daCIDE para o setor. A EmendaConstitucional no 33 e a leino10.336 estavam em fase deaprovação no Senado e seusmentores entendiam que osrecursos eram exclusivamentefederais e não poderiam seraplicados no transporte coletivomunicipal ou metropolitano.Tal mobilização logo contou como apoio da ANTP, da NTU; dosecretário de TransportesMetropolitanos, JurandirFernandes; do então secretárioMunicipal de Transporte, CarlosZaratini e, posteriormente, doFórum Nacional dos Secretáriosde Transporte.

movimento foicrescendo, agregandoforça e unindo gestores,

operadoras, trabalhadores,técnicos, industria e usuários,sendo oficializado como GAT,Grupo de Ação pró Transporte,durante nossa 8a Semana, eservindo de base para ainstituição, um ano depois – compré-lançamento na 9a Semana,em setembro de 2003,do MDTMovimento Nacional pelo Direitoao Transporte Público deQualidade para Todos, que contacom mais de 400 entidades, e daFrente Parlamentar deTransporte, com 150parlamentares no Congresso.

Nestes episódios, a AEAMESP esua Semana de TecnologiaMetroviária serviram deinstrumento para a manifestaçãode sinergia, envolvendo todo osetor, o que garantiu vitóriasimportantes.

GAT, por exemplo,aglutinou propostas eesforços na luta pela

qualificação do transporte públicoe, ainda em 2002, obteve aaprovação de emendaconstitucional que possibilitou acriação da Cide/Combustíveis,bem como a destinação de seusrecursos (hoje, 29%) paraEstados e Municípios.

Por conta disso é que ogoverno paulista pôde se decidirpor destinar metade da parte quelhe cabe da Cide/Combustíveispara os sistemas sobre trilhosque atendem à RMSP –significando, em 2004, R$130milhões para o setor, sendo R$80milhões para a CPTM e R$50milhões para a Companhia doMetropolitano. É preciso notarque esses são recursos vindos afundo perdido do governo federalpara o transporte público, o quenão acontecia há mais 20 anos.

No final de 2003, igualmenteem razão da mobilização, otransporte público foi excluído doaumento de alíquota do Cofins,com o que se evitou novoaumento tarifário, que agravariaainda mais a situação deexclusão social. No mesmoperíodo, o Supremo TribunalFederal julgou uma Ação Diretade Inconstitucionalidade,impedindo o governo federal deusar os recursos da Cide/Combustíveis em projetos fora desua finalidade original.

mobilização do setordá força a iniciativascomo as do governo

estadual paulista, que investe namodernização da CPTM e retomaas obras de extensão do Metrô-SP, em parte, com recursospróprios; e como as da prefeiturapaulistana, que trata de implantarpelo menos 200 quilômetros decorredores exclusivos paraônibus, estruturando o sistemasobre pneus e inaugurando obilhete único – com vantagenseconômicas e práticas para osusuários (vantagens do mesmotipo daquelas usufruídas porusuários do Metrô e da CPTM,que também têm integraçãogratuita de suas várias linhas).

ste é um momento detransição. E todaépoca de mudanças

gera angústias e interrogações,e provoca a nítida sensação deque se caminha sobre umterreno movediço.

Porém, tais instantes sãotambém de transformaçãocriativa e de avanços. AAEAMESP acredita nisso e seempenha em fazer com que a10a Semana de TecnologiaMetroviária seja pró-ativa nesseprocesso, contribuindo para que,além de unir ainda mais o setor,possa também lançar luzessobre questões prioritárias.

Por meio de uma estruturatemática cuidadosamentediscutida (a qual pode serconhecida nas páginas centraisdesta edição), a 10a Semana vaiexaminar experiências do Brasile do Exterior, não só no campotécnico, mas também no que dizrespeito à gestão dos sistemas,por meio de temas comofinanciamento, eficiência,economia, qualidade eintegração, entre outros.

Merecerá discussão oMinistério das Cidades, com suaSecretaria Nacional deMobilidade Urbana, e osurgimento do Conselho dasCidades, que, em seus

trabalhos, recém-inaugurados,vem abraçando fortemente asbandeiras do MDT.

Ademais, colocaremos emfoco os 30 anos de operação doMetrô-SP, debatendo nãoapenas a sua contribuiçãocotidiana para o funcionamentoda cidade e para a qualidade devida da população, mas,igualmente, para a formação, noPaís, de uma expertise da coisabem feita no âmbito dosrecursos para a mobilidadeurbana – sem deixar de indagaraté que ponto o corte abrupto enão-programado de quadrosmetroviários não afetaria odesenvolvimento da Companhia.

A 10a Semana virá paraampliar o debate, de modo aalcançar os setores organizadosda sociedade e, daí, a maiorparte da população. E o farádentro da certeza de que, nummomento eleitoral, é preciso todocuidado para que não se caianuma perigosa armadilha: apartidarização das questões esoluções. Os técnicos e gestoresdo setor, independentemente desua posição partidária, devem seesforçar para sustentar a união ea retidão dos elevadospropósitos, patenteados atéaqui, sob pena de truncar, e atéreverter, o necessário avanço.

Obras em túnel, na expansão da Linha 2 do Metrô-SP: amobilização fortalece iniciativas que beneficiam o setor

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PÁGINA 2 JORNAL AEAMESP No 3� OUTONO/INVERNO DE 2004

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EXPANSÃO

OBRAS DA LINHA 2 ABREM A NOVAFASE DE EXPANSÃO DO METRÔ-SP

GOVERNO ESPERAFIRMAR CONTRATODO METROPASS NOFINAL DESTE ANO

A

esde a manhã de 31de março de 2004,quando o governador

Geraldo Alckmin desceu aopoço de serviço do Metrô-SP,aberto na altura do número2650 da Rua Vergueiro, a 20metros de profundidade,acionando pessoalmente osequipamentos de perfuração,o túnel que começa a interligaras estações Ana Rosa e VilaMariana já avançou 205metros (marca registrada nodia 7 de julho de 2004).A expansão da Linha 2 –Verde será feita em duasetapas. A primeira delas –com conclusão prevista para2006 –, corresponderá àconstrução de cerca de 2,9quilômetros de vias e dasestações Chácara Klabin eImigrantes. O trecho exigiráR$507 milhões para obrascivis, projetos, sistemas, viaspermanentes edesapropriações, conformeinformou no início deste ano opresidente da Companhia doMetrô, Luiz Carlos David, ementrevista ao JORNALAEAMESP, acrescentando que,desse valor, R$123,95 milhões– cerca de ¼ do total – estãoassegurados para este ano.Inicialmente, a segunda etapado projeto preconizava aexecução de mais 2,2quilômetros de vias e duasestações até o bairro doSacomã, além de um pátio demanutenção e estacionamento

de trens junto à AvenidaAlmirante Delamare, naextremidade da linha. Porém,como deixou claro o diretor deEngenharia e Construção doMetrô-SP, Sérgio Salvadori, empalestra no evento AEAMESPDebate, em maio último, o maisprovável é que a Linha 2 –Verde seja redirecionada parase encontrar com a Linha 3 –Vermelha, no Carrão ouTatuapé.

LINHA 4. A Linha 4-Amarelaestá em fase dedesapropriação de imóveis emontagem de canteiros deobras. Com uma extensão de12,8 quilômetros, totalmentesubterrâneos, interligará obairro de Vila Sônia, situadoentre o Morumbi e o Butantã, àEstação Luz, na área centralda cidade de São Paulo,passando pelas proximidadesda Cidade Universitária daUSP, sob o rio Pinheiros e asavenidas Rebouças,Consolação e Prestes Maia.Recentemente, foram abertosao público os três postos deinformações sobre a Linha 4-Amarela, com funcionamentode segunda a sexta-feira, das7 às 19 horas; e aos sábados,domingos e feriados, das 8 às18 horas. Dois desses postosforam instalados nasextremidades da linha, e oterceiro, no centro do traçado,na Rua da Consolação,próximo à Avenida Paulista.

té o final de 2004, ogoverno paulistaespera assinar

contrato com a empresavencedora da licitação, visandoimplantar o cartão

metropolitano detransportes naGrande São Paulo– Metropass –,segundo afirmou osecretário dosTransportesMetropolitanos,

Jurandir Fernandes (foto), emaudiência pública realizada nodia 15 de junho de 2004, noauditório do Instituto deEngenharia, em São Paulo.

Essa audiência públicacorrespondeu à etapa inicial doprocesso de licitação para aimplantação desse sistema debilhetagem eletrônica, queoperará com base em cartãointeligente e estará capacitado aarmazenar valorescorrespondentes não apenas àspassagens do transportepúblico, mas também a serviçoscomo vale-refeição, pedágio,estacionamento, entre outrasaplicações.

A idéia é que a utilização doMetropass se inicie pelo Metrô etrens da CPTM, e que, numasegunda etapa, seja estendidopara as linhas de ônibusintermunicipais gerenciadaspela EMTU. De acordo com,Jurandir Fernandes, a empresavencedora terá de adotartecnologia compatível com obilhete único da Prefeitura deSão Paulo (implantado em maioúltimo), possibilitando, no futuro,uma integração entre o sistemamunicipal paulistano e o sistemametropolitano.

O presidente daCompanhia do Metrô-SP, LuizCarlos David, assinalou que aimplantação do Metropass,prevista para o próximo ano, nãoacarretará custos ao governoestadual, pois o vencedor dalicitação é que terá aresponsabilidade de efetuar aimplantação, ganhando o direitode operar o sistema durante 20anos, com possibilidade deprorrogação.

contrato para aexecução da Linha 4 –Amarela é pelo

sistema turn key, em que oexecutor tem responsabilidadesalargadas em relação aoscontratos convencionais,podendo tomar decisõesespecíficas, depois submetidasao cliente. Espera-se, entretanto,que o intercâmbio entre oexecutor e o Metrô-SP sejacontínuo e aprofundado.

Nos moldes tradicionais, era ocliente, ou seja, o Metrô-SP, queconcebia e tinha responsabilidadecom relação a todos os aspectos,tomando parte em todas asatividades: projeto, obra emontagem. Em grande medida,por essa característica conseguiuformar expertise nesse campo epreparar um invejável quadrotécnico.

No atual modelo, o executortem se decidido por medidas(algumas ousadas), das quais oMetrô-SP é informado somentena hora da aprovação.

Ficam duas questões: O quesignifica para o Metrô-SPreceber a solução já concebida,sem que tenha acompanhado ospassos dessa concepção? Issocontribui para o desenvolvimentotécnico, o amadurecimento e otreinamento da equipe?

É fundamental que osexecutores, suas contratadas efornecedoras convoquem osespecialistas do Metrô-SP comoparticipante conselheiro, emtodas as atividades significativas,inclusive na hora do “quebra-cabeças”! E que forneçamrelatórios de encaminhamentode soluções, com o elenco dassugestões descartadas e asrespectivas justificativas.

O Metrô-SP precisa tambémter acesso às premissas decálculo, memoriais de cálculo,descritivos e todos os outroselementos que embasam adecisão – mais úteis do que osgrandes volumes de folhas deprocessamento em computador.

É recomendável que hajacom freqüência – talvezquinzenalmente – uma mesa-redonda em que se discutam“partidos” e alternativasadotados. O compartilhar deinformações entre associadosestá em evidência, e não semrazão: do TQC a Tom Peters,passando por M. Porter, todos arecomendam !

INTERCÂMBIO ENTREEXECUTOR E CLIENTEEM OBRAS DO METRÔ

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Page 3: Jornal AEAMESP - edição 03

PÁGINA 3JORNAL AEAMESP No 3 � OUTONO/INVERNO DE 2004

INFORMAÇÃO

AEAMESP RETOMA CICLO DE DEBATES

GESTÃO DO FINANCIAMENTO DA LINHA 4 TEM REGRAS DO BANCO MUNDIAL

C

N

om duas palestras dodiretor de Engenhariae Construções da

Companhia do Metrô-SP, SérgioEduardo Fávero Salvadori, aprimeira, no dia 29 de abril de2004, sobre o processo degestão do contrato definanciamento, pelo BancoMundial, das obras deconstrução da Linha 4 –Amarela; e a segunda, em 27 demaio de 2004, versando sobreaspectos do projeto de extensãoda Linha 2 – Verde, retomou-seo ciclo de conferênciasAEAMESP Debate.

Os dois eventosaconteceram no auditório do 15o

andar do edifício CentroIntegrado de Administração do

Estado I (Cidade I), na Rua BoaVista, centro de São Paulo.

DEBATES. “Nossa idéia éaproveitar a última quinta-feirade cada mês para trazer aosassociados da AEAMESP adiscussão de um tema deinteresse sobre o Metrô-SP,outras organizações metro-ferroviárias, e sobre otransporte público urbano comoum todo”, afirmou o presidenteda AEAMESP, EmilianoAffonso, ao saudar o regressodo ciclo de conferências.

O coordenador doAEAMESP Debate, oengenheiro Jayme DomingoFilho, estava especialmentecontente com a resposta do

público – nas duas sessões, oauditório esteve lotado, comcerca de 120 espectadores emcada sessão.

Sérgio Salvadori disse estarsatisfeito com a iniciativa daAEAMESP de abrir um espaçopara que a diretoria do Metrô-SP possa mostrar para acomunidade de metroviáriosaspectos da administração que

a primeira palestra,Sérgio Salvadoriexplicou que, para

autorizar o financiamento de 209milhões de dólares para a Linha4 – Amarela, o Banco Mundialimpôs ao Metrô-SP um modelopré-estabelecido de gestão docontrato de financiamento, comprocedimentos estipulados emuma minuta praticamente pronta,passível apenas das adequaçõesnecessárias para que odocumento do contrato tenhavalidade no País.

Os princípios dessedocumento foram estabelecidospelo Project ManegementInstitute (PMI), um organismointernacional que desenvolvemodelos de gerenciamento deprojetos.

O diretor explicou que a Linha4 – Amarela foi contratada emregime de turn key. “Mas nãodaquele tipo de turn key em quevocê assina o contrato, vai paracasa e só volta quando a obrasestiverem prontas. Este envolveuma responsabilidade muitomaior do contratado do que emcontratos que vínhamoscelebrando até agora, mas agestão e a participação daCompanhia do Metrô não édescartada, ela se fazpresente”, disse.

INSTÂNCIAS. Pelo modeloadotado, há um gestorinstitucional, denominado, eminglês, Project Coordination Unit

(PCU). O titular dessacoordenação é o secretário-adjunto da Secretaria deTransportes Metropolitanos,Ricardo Ota. Sua função éassistir a Secretaria deTransportes Metropolitanos doEstado na coordenação geral doempreendimento e reportardiretamente ao secretário e,portanto, ao governo.

O modelo preconiza umgestor administrativo, que é oProject Management Unit(PMU), “Esta foi uma área novacriada por imposição do BancoMundial, para tratar dosassuntos relacionados com ocontrato de financiamento, e nãocom o contrato de construção,ou seja, é o contrato do governodo Estado, com o BancoMundial”. O cargo será exercidopor Jorge Fagalli, gerente de

Custos e Controle. A função doPMU é assistir o Metrô-SP nacondução de suasresponsabilidades sobre oempreendimento, quais sejam: aobtenção de bens, serviços etrabalhos de consultores econsultorias, desembolso doempréstimo, gerenciamentofinanceiro, monitoramento,avaliação e desempenho doempreendimento.

GUARDIÃO. Junto à PMU,atuará o que Salvadori chamoude “guardião” do contrato definanciamento. Trata-se de umainstância conhecida pela siglaPMOC, que cuida para quetodos os passos do empreendi-mento sejam dados dentro dosparâmetros estabelecidos nocontrato de financiamento como Banco Mundial, portanto de

acordo com os preceitos doProject Manegement Institute.OPMOC deve alertar sobre desvi-os e, para tanto, terá acessodireto aos vários níveis hierár-quicos da Companhia, poden-do, ainda, visitar qualquer insta-lação do seu interesse.

Salvadori fez questão dereforçar que essa sistemáticanão retirará nenhumaprerrogativa ou atividade dasgerências das áreas de Custos,Planejamento ou Qualidade.

ARBITRAGEM. Outranovidade estabelecida pelomodelo do Banco Mundial é ainstituição da Comissão deArbitragem, com três árbitros,que tem por objetivo dirimirdúvidas entre o Metrô-SP e oscontratados para a obra. OMetrô-SP escolherá um árbitro eo contratado, o outro; esses doisárbitros escolherão o terceiro.

O processo de gestão da Linha4 possui ainda a figura do ProjectManager, que não está no contratode financiamento com o BancoMundial, mas no contrato deconstrução, celebrado com osconsórcios. Sua função é,essencialmente, a mesma de umgerente de construção: representara Companhia nas atividades deimplantação de obras, atestandoserviços e medições.

considera relevantes. “Trata-sede uma iniciativa que permite adivulgação dos planos daCompanhia. É um espaço paraque a alta direção possa semanifestar, de modo que asinformações permeiem aCompanhia de uma formatransparente e que se possatambém receber contribuições,sugestões e críticas”.

Entre outras informações de natureza técnica, SérgioSalvadori considerou que, neste momento, o mais provável éque, após alcançar a estação Imigrantes, a Linha 2 – Verde

seja direcionada para uma conexão com a Linha 3 –Vermelha, na estação Carrão ou na estação Tatuapé – o que

facilitaria, aos usuários, a conexão direta da Zona Leste com aZona Sul da cidade, sem passar pelo centro.

Outro aspecto relevante em relação à Linha 2 – Verde é queas obras de expansão, feitas com recursos do próprio governoestadual, terão coordenação das áreas do próprio Metrô-SP e,

naturalmente, não estão sujeitas às sistemáticasestabelecidas pelo Banco Mundial para acompanhar o

desenvolvimento do contrato de financiamento da Linha 4.

LINHA 2 DEVE SER DIRECIONADA PARAFAZER A CONEXÃO COM A LINHA 3

O material audiovisual utilizado nas duasexposições pode ser consultado. Para

obter informações, procure a AEAMESP.

Exposição de Salvadori: auditório lotado em duas oportunidades

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PÁGINA 5JORNAL AEAMESP No 3 � OUTONO/INVERNO DE 2004PÁGINA 4 JORNAL AEAMESP No 3� OUTONO/INVERNO DE 2004

C DEBATES VÃO PROCURAR COMPREENDER A FUNÇÃO SOCIALDO TRANSPORTE PÚBLICO METRO-FERROVIÁRIO NO PAÍS

10a SEMANA DE TECNOLOGIA METROVIÁRIA

dois meses dasolenidade deabertura, a

AEAMESP definiu a estruturatemática da 10a Semana deTecnologia Metroviária,programada para o períodode 21 a 24 de setembro de2004, no Centro deConvenções do ShoppingFrei Caneca (Rua FreiCaneca, 596, em São Paulo).

DEFINIDA A ESTRUTURA TEMÁTICA DA10a SEMANA DE TECNOLOGIA METROVIÁRIA

O evento terá como temageral A Função Social doTransporte Metro-ferroviáriono Brasil.

SESSÕES. Os trabalhosse estenderão por três dias emeio, iniciando-se na tardeda terça-feira, dia 21 desetembro. Nos quatro dias,as sessões vespertinas serãoreservadas para mesas-

redondas ou painéis emsessões únicas, permitindo aparticipação de todos osinscritos. Os trabalhostécnicos serão apresentadosna primeira faixa horáriamatinal, entre 9h e 10h30,simultaneamente em quatrosalas; na segunda faixa,entre 11h e 12h30, haverápainéis, simultâneamente,em duas salas.

EXPOSIÇÃO. A área deexposição de produtos eserviços da 10a Semana deTecnologia Metroviáriaocupará a maior parte 4o

andar do Centro deConvenções do Shopping FreiCaneca e situa-se em frenteàs salas de debate, o queproporciona perfeitaintegração entre os doisambientes do evento.

Função Social doTransporte Metro-Ferroviário no Brasil,

tema geral da 10a Semana,será também o assunto de umdos painéis do evento.

A intenção desse debate ébuscar entender o que precisaser feito para que a missãosocial do transporte públicourbano, em especial, dossistemas metro-ferroviários,possa ser cumprida, comoestabelece a Constituição.

MINISTÉRIO. Uma dasconferências da 10a Semanaserá O papel do Ministério dasCidades no Transporte Públicodo Brasil, em que,essencialmente, se espera teruma colocação desseorganismo do governo federalsobre as iniciativas jápreparadas ou em elaboração,que conduzam umaparticipação efetiva da Uniãonas questões do transportepúblico e da mobilidade nascidades.

Outra conferência, decaráter internacional, estará acargo da RATP, organismogestor do transporte público naregião metropolitana da capitalfrancesa, e terá como tema ONovo Modelo de Gestão doMetrô de Paris.

PÚBLICO-PRIVADAS.Também estará em foco na 10a

Semana o tema ParceriasPúblico-Privadas, com

exposições de representantesdo setor privado e espaço paraque sejam apresentadas asvisões de outros setoresenvolvidos, comorepresentantes do governofederal e do governo estadualpaulista, ambos com legislaçõesespecíficas em fase final deelaboração. Há, ainda aintenção de trazer apreciaçõescríticas a respeito do processode implantação das PPPs, apartir dos pontos de vistatécnico, jurídico e financeiro,bem como a formulação deanálises que contextualizem aimplementação desse tipo desolução para financiar o setor. Opainel procurará cotejar oconceito que preside as futurasPPPs com os conceitosenvolvidos em processos deconcessão e de terceirização deserviços, com a apresentaçãode casos brasileiros einternacionais.

FINANCIAMENTO. O painelFontes de Recursos para oFinanciamento do TransportePúblico nas RegiõesMetropolitanas – Quem Paga aConta? terá como ponto departida a constatação de que,neste ano eleitoral de 2004, nãose observam reajustes tarifários.Tal quadro possui o seu aspectopositivo, pois deixa de agravar asituação de amplos extratos dapopulação, que têm muitasdificuldades para pagar astarifas, porém, de outra parte,

coloca os sistemas detransporte em uma situação decerto modo complicada, já queas operadoras continuamsentindo a pressão da elevaçãode seus custos, notadamente,no que diz respeito à energia eà mão-de-obra.

Entre outros pontos, osdebates procurarão focalizarquestões como as que cercamas políticas de integração físicae tarifária, a manutenção degratuidades, a validade daconcessão de subsídios aossistemas públicos de transportee as fontes de recursos para

financiamento da infra-estruturae para custeio das operações.

OPERADORAS. Com odebate Operadoras de SistemasMetro-Ferroviários, a intenção éapresentar e discutir aspectosparticulares dos modelosoperacionais e de gestão dediferentes empresas do setor.

30 ANOS. O painel Os 30anos de Operação do Metrô deSão Paulo Vistos pela Cidade,a idéia é estabelecer aimportância desse sistema apartir do entendimento não do

om a participação derepresentantes deempresas e de

operadoras e entidades dosetor, realizou-se em 24 demaio de 2004, no Centro deConvenções do Shopping FreiCaneca, em São Paulo, olançamento comercial da 10a

Semana de TecnologiaMetroviária – evento anual daAEMESP, que aconteceránesse mesmo recinto, noperíodo de 21 a 24 desetembro próximo.

A Semana de TecnologiaMetroviária tem lugar dedestaque na agenda do setor e,a cada ano, se consolida comoum dos principais fóruns paraapresentação e discussão detemas relacionados com osaspectos tecnológicos,operacionais e de gestão dossistemas metro-ferroviários.

A 10a Semana deTecnologia Metroviáriaacontecerá no momento emque o Metrô de São Pauloestará comemorando 30 anosde operação e em plenaexecução das obras deconstrução da Linha 4 –Amarela e ampliação Linha 2 –Verde.

AEAMESP. Próxima decompletar 14 anos deatividades, a AEAMESPcongrega engenheiros,arquitetos e outros profissionaisde nível superior do Metrô deSão Paulo. Recentemente, aentidade modificou seusestatutos, abrindo-se àparticipação de técnicos deoutras operadoras metro-

EVENTO FAZ O LANÇAMENTOCOMERCIAL DA 10a SEMANA

ferroviárias de todo o País, oque amplia o alcance da 10a

Semana.A Diretoria da AEAMESP

ressalta também que a 10a

Semana conta com o apoioformal da Comissão Metro-Ferroviária da ANTP, entidadeque congrega todas asoperadoras metro-ferroviáriasdo País. A Comissão Metro-Ferroviária deliberou que farásua 65a Reunião na manhã queantecede à abertura da 10a

Semana, em 21 de setembro.

APOIO. Apoiaram arealização do lançamento aAssociação Brasileira deFundição (Abifa), AssociaçãoBrasileira da IndustriaFerroviária (Abifer), AssociaçãoBrasileira de Metais (ABM),Associação Nacional deTransportes Públicos (ANTP),Companhia do Metropolitano deSão Paulo (Metrô-SP),Companhia Paulista de TrensMetropolitanos (CPTM),Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura eAgronomia (CREA-SP), Institutode Engenharia, Sindicato dosEngenheiros no Estado de SãoPaulo (SEESP) e do SindicatoInterestadual da Industrial deMaterial Ferroviário eRodoviários (SIMEFRE).

Para cuidar da estruturaçãocomercial da 10a Semana deTecnologia Metroviária e paraprojetar um redimensionamentodesse evento para os próximosanos, a AEAMESP contratou aTechnical Fairs, especializadaem eventos de naturezatecnológica.

programa da10a Semana deTecnologia

Metroviária prevê a realizaçãode um debate sobre PolíticaTarifária e AspectosTecnológicos da BilhetagemEletrônica, considerando asvantagens da integração e aquestão da compensaçãotarifária, com a participação deórgãos gestores e operadoras.

Um outro tema seráGestão de Riscos, com umaapresentação do caso doatentado em Deagu, na Coréia,e do trabalho que vem sendodesenvolvido pela Gerência deOperações do Metrô-SP nessecampo.

ENTRE OUTROS TEMAS, POLÍTICA TARIFÁRIA,GESTÃO DE RISCO, EXPANSÃO DOS SISTEMAS

A planta da área deexposição prevê 20 estandes,sendo dez deles de 12m2,outros nove com 24m2 , e umestande central, adquirido peloMetrô-SP, com 75m2.

Os contatos para aquisiçãode estandes e informaçõesvisando à participaçãocomercial devem serfeitoscom a Technical Fairs,(11)4607-9259

próprio Metrô-SP comoinstituição, ou de seus dirigentese técnicos, mas com base navisão de membros da sociedadeà qual o Metrô-SP serve. Haverádepoimentos de usuários,planejadores, urbanistas,representantes de entidadesempresariais, em especial, docomércio e da construção civil.

O que se buscará nessesegmento dos trabalhos édiscutir a contribuição que oMetrô-SP já oferece para ocidadão e para a economiapaulistana e do Brasil, e acontribuição que poderáoferecer nos próximos anoscomo instrumento de induçãodo crescimento econômiconuma das regiões maisdinâmicas do País, estimulandoaspectos positivos, como ageração de empregos e aampliação da renda e doconsumo.

FUTURO. A 10a Semanatratará também de abrir umajanela para o futuro, com o temaDesafios e Perspectivas dasOrganizações de Transporte –Como Será o Futuro? , temcomo idéia central estabeleceruma discussão sobre os rumosda economia e, nesse contexto,o sobre futuro da empresapública e, mais especificamentedo transporte sobre trilhos, etambém, as questõesenfeixadas no binômio“organização do trabalho emercado de trabalho”.

A

A

O

epois de uma etapade testes técnicos, jáé possível acessar a

nova página da AEAMESP naInternet. Trata-se de umapágina mais moderna,dinâmica e informativa.Nela, os associados e osinternautas de modo geralencontrarão orientações enovidades sobre a Entidade esobre o setor como um todo.

CARACTERÍSTICAS.Depois de uma abertura comanimação, acessa-se a telainicial. No canto superioresquerdo, estão o logotipo e onome da Entidade. Ainda naparte superior, como ilustração,está a imagem inclinada de umtrem do metrô chegando a umaestação. Dispostos numa linhahorizontal, existem "botões"para três funções: “Associe-se”,“Fale com a AEAMESP” e“Busca no site”.

À esquerda, alinhadosverticalmente, estão os botõespara as conteúdos: “Associaçãodos Engenheiros e Arquitetos doMetrô”, “Semana de Tecnologia”,“Associados”, “Eventos”, “Setormetro-ferroviário”. Há tambémbotões que levam à reproduçãode edições do “JornalAEAMESP” e a “Links”.

Na parte central da página,há um destaque para o principalassunto de cada momento e,abaixo dele, chamadas deinformações atualizadas. Ointernauta também encontraráinformações institucionaisrelevantes, como a íntegra donovo Estatuto da AEAMESP. Eindicações atualizadas de linksde interesse, bem comoabertura para a sessão"AEAMESP Divulga", comtrabalhos técnicos.

Pelo menos inicialmente,duas áreas da página estãovoltadas especificamente para ocongraçamento dos associados:um espaço que anunciará osassociados aniversariantes domês e um setor para colocaçãode galeria de fotos deacontecimentos técnicos esociais. O site terá também umaárea restrita a associados,acessível por meio de senha.

Uma sessão que discutirá apolítica industrial para o setor,com a participação derepresentantes das entidadesque congregam as indústriasque fornecem para o setormetro-ferroviário.

Outra sessão deverádebaterá aspectos relacionadoscom a atuação dos profissionaisda Companhia do Metrô-SP.

Também estão na pauta deassuntos: a nova fase deexpansão dos sistemas metro-ferroviários na RegiãoMetropolitana de São Paulo –Metrô-SP e CPTM, e o tema OPlano Diretor da Cidade de SãoPaulo e a Agregação deRecursos para o Metrô.

A NOVA PÁGINADA AEAMESPNA INTERNET

D

Emiliano Affonso no lançamento da 10 a Semana

JORNAL AEAMESP NOVO 3.p65 03/08/04, 18:194-5

Page 5: Jornal AEAMESP - edição 03

PÁGINA 5JORNAL AEAMESP No 3 � OUTONO/INVERNO DE 2004PÁGINA 4 JORNAL AEAMESP No 3� OUTONO/INVERNO DE 2004

C DEBATES VÃO PROCURAR COMPREENDER A FUNÇÃO SOCIALDO TRANSPORTE PÚBLICO METRO-FERROVIÁRIO NO PAÍS

10a SEMANA DE TECNOLOGIA METROVIÁRIA

dois meses dasolenidade deabertura, a

AEAMESP definiu a estruturatemática da 10a Semana deTecnologia Metroviária,programada para o períodode 21 a 24 de setembro de2004, no Centro deConvenções do ShoppingFrei Caneca (Rua FreiCaneca, 596, em São Paulo).

DEFINIDA A ESTRUTURA TEMÁTICA DA10a SEMANA DE TECNOLOGIA METROVIÁRIA

O evento terá como temageral A Função Social doTransporte Metro-ferroviáriono Brasil.

SESSÕES. Os trabalhosse estenderão por três dias emeio, iniciando-se na tardeda terça-feira, dia 21 desetembro. Nos quatro dias,as sessões vespertinas serãoreservadas para mesas-

redondas ou painéis emsessões únicas, permitindo aparticipação de todos osinscritos. Os trabalhostécnicos serão apresentadosna primeira faixa horáriamatinal, entre 9h e 10h30,simultaneamente em quatrosalas; na segunda faixa,entre 11h e 12h30, haverápainéis, simultâneamente,em duas salas.

EXPOSIÇÃO. A área deexposição de produtos eserviços da 10a Semana deTecnologia Metroviáriaocupará a maior parte 4o

andar do Centro deConvenções do Shopping FreiCaneca e situa-se em frenteàs salas de debate, o queproporciona perfeitaintegração entre os doisambientes do evento.

Função Social doTransporte Metro-Ferroviário no Brasil,

tema geral da 10a Semana,será também o assunto de umdos painéis do evento.

A intenção desse debate ébuscar entender o que precisaser feito para que a missãosocial do transporte públicourbano, em especial, dossistemas metro-ferroviários,possa ser cumprida, comoestabelece a Constituição.

MINISTÉRIO. Uma dasconferências da 10a Semanaserá O papel do Ministério dasCidades no Transporte Públicodo Brasil, em que,essencialmente, se espera teruma colocação desseorganismo do governo federalsobre as iniciativas jápreparadas ou em elaboração,que conduzam umaparticipação efetiva da Uniãonas questões do transportepúblico e da mobilidade nascidades.

Outra conferência, decaráter internacional, estará acargo da RATP, organismogestor do transporte público naregião metropolitana da capitalfrancesa, e terá como tema ONovo Modelo de Gestão doMetrô de Paris.

PÚBLICO-PRIVADAS.Também estará em foco na 10a

Semana o tema ParceriasPúblico-Privadas, com

exposições de representantesdo setor privado e espaço paraque sejam apresentadas asvisões de outros setoresenvolvidos, comorepresentantes do governofederal e do governo estadualpaulista, ambos com legislaçõesespecíficas em fase final deelaboração. Há, ainda aintenção de trazer apreciaçõescríticas a respeito do processode implantação das PPPs, apartir dos pontos de vistatécnico, jurídico e financeiro,bem como a formulação deanálises que contextualizem aimplementação desse tipo desolução para financiar o setor. Opainel procurará cotejar oconceito que preside as futurasPPPs com os conceitosenvolvidos em processos deconcessão e de terceirização deserviços, com a apresentaçãode casos brasileiros einternacionais.

FINANCIAMENTO. O painelFontes de Recursos para oFinanciamento do TransportePúblico nas RegiõesMetropolitanas – Quem Paga aConta? terá como ponto departida a constatação de que,neste ano eleitoral de 2004, nãose observam reajustes tarifários.Tal quadro possui o seu aspectopositivo, pois deixa de agravar asituação de amplos extratos dapopulação, que têm muitasdificuldades para pagar astarifas, porém, de outra parte,

coloca os sistemas detransporte em uma situação decerto modo complicada, já queas operadoras continuamsentindo a pressão da elevaçãode seus custos, notadamente,no que diz respeito à energia eà mão-de-obra.

Entre outros pontos, osdebates procurarão focalizarquestões como as que cercamas políticas de integração físicae tarifária, a manutenção degratuidades, a validade daconcessão de subsídios aossistemas públicos de transportee as fontes de recursos para

financiamento da infra-estruturae para custeio das operações.

OPERADORAS. Com odebate Operadoras de SistemasMetro-Ferroviários, a intenção éapresentar e discutir aspectosparticulares dos modelosoperacionais e de gestão dediferentes empresas do setor.

30 ANOS. O painel Os 30anos de Operação do Metrô deSão Paulo Vistos pela Cidade,a idéia é estabelecer aimportância desse sistema apartir do entendimento não do

om a participação derepresentantes deempresas e de

operadoras e entidades dosetor, realizou-se em 24 demaio de 2004, no Centro deConvenções do Shopping FreiCaneca, em São Paulo, olançamento comercial da 10a

Semana de TecnologiaMetroviária – evento anual daAEMESP, que aconteceránesse mesmo recinto, noperíodo de 21 a 24 desetembro próximo.

A Semana de TecnologiaMetroviária tem lugar dedestaque na agenda do setor e,a cada ano, se consolida comoum dos principais fóruns paraapresentação e discussão detemas relacionados com osaspectos tecnológicos,operacionais e de gestão dossistemas metro-ferroviários.

A 10a Semana deTecnologia Metroviáriaacontecerá no momento emque o Metrô de São Pauloestará comemorando 30 anosde operação e em plenaexecução das obras deconstrução da Linha 4 –Amarela e ampliação Linha 2 –Verde.

AEAMESP. Próxima decompletar 14 anos deatividades, a AEAMESPcongrega engenheiros,arquitetos e outros profissionaisde nível superior do Metrô deSão Paulo. Recentemente, aentidade modificou seusestatutos, abrindo-se àparticipação de técnicos deoutras operadoras metro-

EVENTO FAZ O LANÇAMENTOCOMERCIAL DA 10a SEMANA

ferroviárias de todo o País, oque amplia o alcance da 10a

Semana.A Diretoria da AEAMESP

ressalta também que a 10a

Semana conta com o apoioformal da Comissão Metro-Ferroviária da ANTP, entidadeque congrega todas asoperadoras metro-ferroviáriasdo País. A Comissão Metro-Ferroviária deliberou que farásua 65a Reunião na manhã queantecede à abertura da 10a

Semana, em 21 de setembro.

APOIO. Apoiaram arealização do lançamento aAssociação Brasileira deFundição (Abifa), AssociaçãoBrasileira da IndustriaFerroviária (Abifer), AssociaçãoBrasileira de Metais (ABM),Associação Nacional deTransportes Públicos (ANTP),Companhia do Metropolitano deSão Paulo (Metrô-SP),Companhia Paulista de TrensMetropolitanos (CPTM),Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura eAgronomia (CREA-SP), Institutode Engenharia, Sindicato dosEngenheiros no Estado de SãoPaulo (SEESP) e do SindicatoInterestadual da Industrial deMaterial Ferroviário eRodoviários (SIMEFRE).

Para cuidar da estruturaçãocomercial da 10a Semana deTecnologia Metroviária e paraprojetar um redimensionamentodesse evento para os próximosanos, a AEAMESP contratou aTechnical Fairs, especializadaem eventos de naturezatecnológica.

programa da10a Semana deTecnologia

Metroviária prevê a realizaçãode um debate sobre PolíticaTarifária e AspectosTecnológicos da BilhetagemEletrônica, considerando asvantagens da integração e aquestão da compensaçãotarifária, com a participação deórgãos gestores e operadoras.

Um outro tema seráGestão de Riscos, com umaapresentação do caso doatentado em Deagu, na Coréia,e do trabalho que vem sendodesenvolvido pela Gerência deOperações do Metrô-SP nessecampo.

ENTRE OUTROS TEMAS, POLÍTICA TARIFÁRIA,GESTÃO DE RISCO, EXPANSÃO DOS SISTEMAS

A planta da área deexposição prevê 20 estandes,sendo dez deles de 12m2,outros nove com 24m2 , e umestande central, adquirido peloMetrô-SP, com 75m2.

Os contatos para aquisiçãode estandes e informaçõesvisando à participaçãocomercial devem serfeitoscom a Technical Fairs,(11)4607-9259

próprio Metrô-SP comoinstituição, ou de seus dirigentese técnicos, mas com base navisão de membros da sociedadeà qual o Metrô-SP serve. Haverádepoimentos de usuários,planejadores, urbanistas,representantes de entidadesempresariais, em especial, docomércio e da construção civil.

O que se buscará nessesegmento dos trabalhos édiscutir a contribuição que oMetrô-SP já oferece para ocidadão e para a economiapaulistana e do Brasil, e acontribuição que poderáoferecer nos próximos anoscomo instrumento de induçãodo crescimento econômiconuma das regiões maisdinâmicas do País, estimulandoaspectos positivos, como ageração de empregos e aampliação da renda e doconsumo.

FUTURO. A 10a Semanatratará também de abrir umajanela para o futuro, com o temaDesafios e Perspectivas dasOrganizações de Transporte –Como Será o Futuro? , temcomo idéia central estabeleceruma discussão sobre os rumosda economia e, nesse contexto,o sobre futuro da empresapública e, mais especificamentedo transporte sobre trilhos, etambém, as questõesenfeixadas no binômio“organização do trabalho emercado de trabalho”.

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epois de uma etapade testes técnicos, jáé possível acessar a

nova página da AEAMESP naInternet. Trata-se de umapágina mais moderna,dinâmica e informativa.Nela, os associados e osinternautas de modo geralencontrarão orientações enovidades sobre a Entidade esobre o setor como um todo.

CARACTERÍSTICAS.Depois de uma abertura comanimação, acessa-se a telainicial. No canto superioresquerdo, estão o logotipo e onome da Entidade. Ainda naparte superior, como ilustração,está a imagem inclinada de umtrem do metrô chegando a umaestação. Dispostos numa linhahorizontal, existem "botões"para três funções: “Associe-se”,“Fale com a AEAMESP” e“Busca no site”.

À esquerda, alinhadosverticalmente, estão os botõespara as conteúdos: “Associaçãodos Engenheiros e Arquitetos doMetrô”, “Semana de Tecnologia”,“Associados”, “Eventos”, “Setormetro-ferroviário”. Há tambémbotões que levam à reproduçãode edições do “JornalAEAMESP” e a “Links”.

Na parte central da página,há um destaque para o principalassunto de cada momento e,abaixo dele, chamadas deinformações atualizadas. Ointernauta também encontraráinformações institucionaisrelevantes, como a íntegra donovo Estatuto da AEAMESP. Eindicações atualizadas de linksde interesse, bem comoabertura para a sessão"AEAMESP Divulga", comtrabalhos técnicos.

Pelo menos inicialmente,duas áreas da página estãovoltadas especificamente para ocongraçamento dos associados:um espaço que anunciará osassociados aniversariantes domês e um setor para colocaçãode galeria de fotos deacontecimentos técnicos esociais. O site terá também umaárea restrita a associados,acessível por meio de senha.

Uma sessão que discutirá apolítica industrial para o setor,com a participação derepresentantes das entidadesque congregam as indústriasque fornecem para o setormetro-ferroviário.

Outra sessão deverádebaterá aspectos relacionadoscom a atuação dos profissionaisda Companhia do Metrô-SP.

Também estão na pauta deassuntos: a nova fase deexpansão dos sistemas metro-ferroviários na RegiãoMetropolitana de São Paulo –Metrô-SP e CPTM, e o tema OPlano Diretor da Cidade de SãoPaulo e a Agregação deRecursos para o Metrô.

A NOVA PÁGINADA AEAMESPNA INTERNET

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Emiliano Affonso no lançamento da 10 a Semana

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Page 6: Jornal AEAMESP - edição 03

PÁGINA 6 JORNAL AEAMESP No 3� OUTONO/INVERNO DE 2004

DÉCIO TAMBELLI ELOGIA INTERAÇÃO

RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

SEMINÁRIO NO RIO DE JANEIRO APROXIMA AINDA MAIS AAEAMESP DA COMISSÃO METRO-FERROVIÁRIA DA ANTP

A.

AEAMESPacompanhou eparticipou do V

Seminário Metro-Ferroviário,realizado de 28 a 30 de abril de2004, no Rio de Janeiro, sobcoordenação da ComissãoMetro-Ferroviária da ANTP.

O evento integrou,juntamente com o 2o SeminárioInternacional – Marketing doTransporte Público e Trânsito ecom o debate Marcas de Batomno Transporte Público – AAtuação Feminina, a SemanaInternacional de Transportes,iniciada em 25 de abril,organizada pela ANTP e pelaSecretaria de Transportes doEstado do Rio de Janeiro, e queteve por objetivo marcar otranscurso dos 150 anos deimplantação da ferrovia noBrasil e dos 25 anos deoperação do metrô carioca.

TEMAS. O V Semináriodebateu oito temas. Na parteinicial dos trabalhos, quando sebuscava responder à questão:Transporte metro-ferroviário,crise ou oportunidade?, opresidente da CBTU, João Luizda Silva Dias, afirmou que essaempresa federal, atualmentevinculada ao Ministério dasCidades, está atuando dentrode um entendimento maior dogoverno de que a União precisaparticipar do problema da

mobilidade nos grandes centros.Ele avançou um pouco mais

na explicação de como ogoverno federal pensa emproceder nos casos dossistemas de trens urbanos deRecife e Belo Horizonte: em vezde simplesmente “estadualizar”os sistemas, como foi feito noRio de Janeiro e em São Paulo,a proposta é encontrar um meiode administrar os sistemas comparticipação federal e estadual,provavelmente, com a instituiçãode novas empresas públicas.

Ainda no segmento inicial,houve exposição a cargo doMinistério das Cidades sobre oprograma Pró-Transporte, quepermite a destinação derecursos do FGTS paraaplicação no setor e a respeitode soluções de acessibilidadepara pessoas com mobilidadereduzida.

Em seguida, desenvolveu-se um painel sobre a situaçãodos sistemas sobre trilhos noRio de Janeiro, com propostasde melhoria, tendo em vista osJogos Pan-Americanos,previstos para 2007.

O debate sobre as parceriaspúblico-privadas, de certaforma, antecipou as discussõesprevistas para a 10a Semana deTecnologia Metroviária (vejamatéria nas páginas centrais).Um painel sobre energia, alémde propostas de duas empresas

privadas sobre as possibilidadesde produção de energia elétricaem pequenas unidadesgeradoras, acopláveis asistemas de transporte. Omesmo painel focalizou aquestão da tarifa horo-sazonal,que pune o excesso deconsumo de energia elétrica nohorário de pico da tarde,afetando os sistemas metro-ferroviários – antiga questão,que, em maio, foi alvo de novareivindicação do setor aogoverno federal (veja a página 7).

OUTROS TEMAS. Houvetambém espaço para o debatede outros temas vinculados aosgrupos de trabalho da ComissãoMetro-Ferroviária.

A questão da Gestão deRiscos trouxe a discussão doacidente no metrô de Deagu, naCoréia, que registrou um númeroelevado de vítimas, em razão defalhas decorrentes dadescentralização de informaçõese decisões na gestão dos riscosnaquele sistema.

O tema da Acessibilidade

tem atualmente significativaimportância, sobretudo, emrazão do processo deregulamentação das leisfederais 10.048 e 10.098,ambas do ano 2.000, queestabelecem prioridade noatendimento e critérios para apromoção de acessibilidade aedifícios públicos e aotransporte público a pessoasportadoras de deficiência oucom mobilidade reduzida.

Quanto à Integração, houvea apresentação de um estudosobre a situação da integraçãoentre modos de transporte emcidades nas quais operamsistemas sobre trilhos.

O espaço reservado aodebate de questõestecnológicas acentuou a buscade soluções para redução decustos de investimento eoperacionais, e possibilitou aapresentação de um projetoimobiliário que tem por centrouma linha de trens de altavelocidade, com 450quilômetros, ligando as duasmaiores cidades de Taiwan.

diretor de Operação doMetrô-SP, DécioTambelli,falou sobre a

aproximação da ComissãoMetro-Ferrroviária da ANTP, quepreside, com a AEAMESP, emrazão da 10a Semana deTecnologia Metroviária.

Ele aplaudiu o fato de estarocorrendo uma interaçãosinérgica entre as duasentidades. “A Semana deTecnologia Metroviária tem umapenetração muito grande nomeio metro-ferroviário, e nossaintenção tem sido somaresforços, pois sabemos que,dessa forma, obteremosresultados muito melhores doque se cada entidade trabalharde forma isolada”.

Ele destacou que há umcongraçamento entre as duasorganizações, frisando que aAEAMESP tem assento naComissão Metro-Ferroviária daANTP, e que, por sua vez, aComissão tem sido consultadacom referência à estruturação da10a Semana.

“Entendo que as coisasestejam indo muito bem. Nossoobjetivo é alavancar asoperadoras, pois ainda temosmuito a realizar para fazercrescerem os sistemas metro-ferroviário no País”, concluiu.

A 64a Reunião da ComissãoMetro-Ferroviária da ANTP serárealizada no mesmo recinto eantecederá em algumas horas aabertura da 10a Semana.

BUENOS AIRES. De 10 a 12de junho de 2004, Bueno Airesfoi sede do primeiro seminárioda recém-criada Divisão AméricaLatina, da União Internacional deTransporte Público (UITP),organismo com sede em SãoPaulo – junto com a sede daANTP –, presidido pelosecretário de TransportesMetropolitanos do Estado deSão Paulo, Jurandir Fernandes,e que tem Décio Tambelli comoum dos vice-presidentes,responsável pelo ComitêTécnico.

O tema do seminário foi:Corredores Locais de Transporte(sistemas sobre trilhos e sobrepneus). Participaramrepresentantes da AméricaLatina e da Europa.

Com relação ao ComitêTécnico, Tambelli informouforam criados três grupos detrabalho – Regulamentação,Integração e Corredores deÔnibus. "Os coordenadores jáiniciaram os trabalhos, commetas e datas programadas.Teremos novidades até o finaldeste ano", assinalou.

OTambelli: sinergia entre Comissão Metro-Ferrroviária e AEAMESP

JORNAL AEAMESP NOVO 3.p65 03/08/04, 18:206

Page 7: Jornal AEAMESP - edição 03

PÁGINA 7JORNAL AEAMESP No 3 � OUTONO/INVERNO DE 2004

CUSTO DA ENERGIA E INCLUSÃO SOCIAL

SETOR METRO-FERROVIÁRIO PROPÕE O FIM DA TARIFAHORO-SAZONAL, COM REDUÇÃO NO PREÇO DAS PASSAGENS

METRÔ-SP ABRE 25 VAGAS DE ESTÁGIO PARA JOVENS DA FEBEME INSCRITOS NO PROGRAMA "MEU PRIMEIRO TRABALHO"

irigentes do setormetro-ferroviáriopropuseram ao

governo federal o fim datarifa horo-sazonal, comredução do preço daspassagens.

A tarifa horo-sazonal éuma punição pelo excessode consumo de energiaelétrica no horário de pico datarde, exatamente quando ossistemas metro-ferroviárioscirculam com seu maiorcarregamento.

No dia 18 de maio de2004, uma comitivaorganizada pela ComissãoMetro-Ferroviária da ANTP,chefiada pelo presidente daANTP e secretário deTransportes Metropolitanosdo Estado de São Paulo,Jurandir Fernandes, econtando com presidentes esuperintendentes deoperadoras de trens emetrôs, se reuniu com oministro da Casa Civil, JoséDirceu, reivindicando o fimda tarifa horo-sazonal.Considerando justa areivindicação, José Dirceu

afirmou que o assunto seráencaminhado.

QUESTÃO ANTIGA.Desde meados dos anos 80o setor metro-ferrroviáriovem se debatendo contra acobrança da tarifa horo-sazonal, sem êxito atéagora. No final de 2001, aComissão Metro-ferroviáriada ANTP entregou aoMinistério de Minas eEnergia um documento compleitos do setor quanto àquestão energética.

As principaisreivindicações do documentoeram: cobrança de umatarifa de energia elétricadurante as 24 horas do dia,no valor da tarifa fora deponta (o que representaria ofim da tarifa horo-sazonalpara o setor); cobrança deuma tarifa, nos de 12 mesesdo ano, no valor da tarifa doperíodo úmido, e tarifa parademanda em um único valorao longo de todo o intervalode mudança pelaconcessionária, calculadapela tarifa de demanda fora

de ponta. No documento,frisava-se que a aplicaçãodos critérios tarifários emvigor representavaacréscimo de 54% no valordas contas de energiaelétrica do setor metro-ferroviário – panorama quenão se alterousubstancialmente.

O documento resultavade um seminário nacionalorganizado em novembro de2001 pelo Grupo de Trabalhode Energia, vinculado àComissão Metro-Ferroviária,e que teve por objetivoestabelecer cenários da criseenergética nos dois anosseguintes, em razão doapagão registrado naqueleperíodo.

SEM EFICIÊNCIA. Umargumento salientado nodocumento, válido aindahoje, é que cobrar muito pelaenergia elétrica fornecida aosetor metro-ferroviário não éestrategicamente eficiente.Isso porque os metrôs etrens metropolitanosmovimentam 93 milhões de

pessoas por mês emalgumas das cidadesbrasileiras mais importantese, com isso, ajudam aimpulsionar a economia desuas regiões e do próprioPaís. Apesar dessacontribuição, são sistemasque consomem tão somente1.080GW/h por ano, o querepresenta exatos0,0001714% dos6.300.000GW/h anoconsumido no Brasil comoum todo.

Por outro lado, a tarifa deenergia elétrica é o segundomais pesado fator de custeiodos sistemas metro-ferroviários, perdendoapenas para o item mão-de-obra.

Sendo assim, com amudança no sistema detarifas conforme a propostada Comissão Metro-ferroviária, haveria impactoquase imperceptível para osetor de distribuição deenergia elétrica, masrepresentaria grande o alíviopara as operadoras demetrôs e trens metropolitanos.

D

Um protocolo deintenções firmado emmarço por três

secretarias do governo doEstado de São Paulo –Transportes Metropolitanos,Emprego e Relações doTrabalho (SERT), eEducação e a Fundação doBem-Estar do Menor –permitiu ao Metrô-SPoferecer estágios para 25jovens em diversas áreas. Ainiciativa visa à inclusão dejovens paulistas no mercadode trabalho, comoportunidade de aprendizadoe desenvolvimento dehabilidades profissionais.

Dez vagas foram paraadolescentes da Febem, emregime de semi-liberdade; asoutras, para jovens entre 16e 21 anos, matriculados noensino médio da rede públicae inscritos no Programa

Jovem Cidadão – MeuPrimeiro Trabalho.

BENEFÍCIOS. O estágiotem duração de seis meses,podendo ser prorrogado pormais seis, e carga de 80horas por mês.

Cada estagiário receberáR$152,20, sendo que o Metrô-SP custeia R$87,20, cabendoà Secretaria de Emprego eRelações do Trabalho arcarcom R$65,00.

O Metrô oferece vale-transporte, cesta básica egratuidade da passagem dotransporte metroviário. ASERT oferece seguro de vidae de acidentes pessoais.

RESGATE. Enfatizando aimportância de a Companhiado Metrô-SP atuar naabertura de oportunidadespara jovens que estão

VISITE ANOVA

PÁGINADA

AEAMESP NA

INTERNET

é uma publicação da Associação dos Engenheiros eArquitetos do Metrô de São Paulo – AEAMESP, Rua do

Paraíso, 67, 2o andar, 041103-000, São Paulo-SP, telefone (11)287-4565, fax (11)285-4509. Diretoria Executiva. Presidente: Emiliano S. Affonso Neto. 1o Vice-Presidente: JoséGeraldo Baião. 2o Vice-Presidente: Ivan L. Piccoli. 1o Diretor Tesoureiro: Ayres R. Gonçalves.2o Diretor Tesoureiro: Mário De Mieri. 1o Diretor Secretário: Manoel S. Ferreira Filho. 2o

Diretor Secretário: Manoel S.S. Leite. Conselho Deliberativo Eduardo Curiati, EduardoMaggi, José Nicodemos P. Barretos, Carlos A. Rossi, Nestor S. Tupinambá, Odécio BragaLoureiro Filho, Iria A. Hissnauer Assef, Antônio Márcio B. da Silva, Arnaldo Luiz Borges,Ivan Finimundi, Marcos Figueiredo Vicentini e Milton Carlos de Campos Vergani. ConselhoFiscal. Paulo Donini, Antônio L. Videria Costa e Jelson Antônio S. Siqueira(titulares).Conselho Consultivo. Laerte Conceição, José R. Fazzole, Luiz Felipe P. Araújoe Luiz C. Alcântara. Jornalista Responsável: Alexandre Asquini (MTb 28.624).

JORNAL AEAMESP

iniciando a vida profissional,o secretário dos TransportesMetropolitanos, JurandirFernandes, informou, combase em dados do InstitutoBrasileiro de Economia(IBRE), da Fundação GetúlioVargas (FGV), que a taxa dedesemprego na faixa de 15 a29 anos é de 22,6%, quatrovezes maior do que a taxareferente ao grupo depessoas com 35 a 39 anos.

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Page 8: Jornal AEAMESP - edição 03

PÁGINA 8 JORNAL AEAMESP No 3� OUTONO/INVERNO DE 2004

O

TRANSPORTE E INCLUSÃO SOCIAL

ENCONTRO NACIONAL DO MDT VAI ACONTECERNOS DIAS 6 E 7 DE AGOSTO, EM SÃO PAULO

1o Encontro Nacionalpelo Direito aoTransporte Público de

Qualidade será realizado nosdias 6 e 7 de agosto de 2004, noauditório do Conselho Regionalde Engenharia, Arquitetura eAgronomia (CREA) de SãoPaulo – Rua Nestor Pestana, 87,em São Paulo. O anúncio foifeito pelo Secretariado Geral doMovimento Nacional pelo Direitoao Transporte Público deQualidade para Todos (MDT),organismo do qual a AEAMESPa faz parte.

INSTALAÇÃO. Participarãoda sessão inauguralrepresentantes do governofederal – Ministério das Cidadese Casa Civil –, do FórumNacional de Secretários deTransporte Urbano e Trânsito, daFrente Nacional de Prefeitos,das administrações estadual emunicipal de São Paulo, da

Frente Nacional de Prefeitos,da Confederação Nacional dosTrabalhadores em Transporte,do Fórum Nacional daReforma Urbana e da FrenteParlamentar de TransportePúblico. O MDT estarárepresentado por membros doseu Secretariado Nacional.Haverá a apresentação e odebate das propostas e dosavanços do MDT nos seusprimeiros meses de atividade, ea formulação de uma visão dosatores sobre o encontro.

TEMAS. No primeiro dia, doistemas serão debatidos. O MDT ea Inclusão Social discutirá obarateamento das tarifas,gratuidades, fundos para inclusãosocial, geração de emprego erenda, e a acessibilidade parapessoas com diferentes graus dedificuldade de mobilidade.

O MDT e a Qualidade doTransporte Público debaterá a

racionalização das redes,integração física e tarifária,qualidade, áreas metropolitanase aglomerados urbanos, planosdiretores e diretrizes de atuação.

SEGUNDO DIA. Nosegundo dia, a sessão O MDT eas Políticas de SustentaçãoEconômica do TransportePúblico discutirá as parceriaspúblico-privadas e as políticastarifária, fiscal e tributária, alémdo balanço social (o cálculo doque o transporte público agregapara a sociedade, a economia ea administração pública, e quenormalmente não é consideradocomo benefício).

O MDT e os MovimentosSociais buscará, sobretudo,compreender as expectativas eas demandas dos movimentossociais relativamente aossistemas de transporte públicos.

Mais tarde, haveráapresentação e debate de uma

plenário do Conselhodas Cidades, reunidoem junho, em Brasília,

aprovou resolução apoiando umpacto federativo para reduzir oscustos do transporte coletivourbano e baratear as tarifas, emespecial, a redução de 50% nocusto do óleo diesel usado nosônibus urbanos, acompanhadada diminuição de 10% nospreços das tarifas.

Em outras duas resoluções,o Conselho requer do governofederal a imediata utilização dosrecursos contingenciados doFundo Nacional de Segurança eEducação do Trânsito (Funset)em um Programa Nacional dePaz no Trânsito em cidades detodo o País, por meio de ações,programas e campanhaseducativas e demais medidaspara coibir a violência notrânsito. E conclama prefeitos ea sociedade civil para seengajarem na Jornada Mundial“Na Cidade Sem Meu Carro”,em 22 de setembro de 2004.

COMITÊ TÉCNICO. Oincentivo à multi-modalidade notransporte urbano, num“rompimento com o

CONSELHO DAS CIDADES ABRAÇA PROPOSTAS NASCIDAS NO MDTrodoviarismo exacerbado” e oincentivo aos modos detransporte sobre trilhos,hidroviário, cicloviário e depedestres compõem uma dasprioridades de ação definidaspelo Comitê Técnico deTrânsito, Transporte eMobilidade Urbana, do Conselhodas Cidades, em reuniãoocorrida também em junho.

Outras ações prioritárias sãoo barateamento das tarifas, apriorização do transportecoletivo em relação aoindividual, a redução do númerode mortos e feridos emacidentes de trânsito, e garantia

de acessibilidade para todos noespaço urbano, especialmente,para as pessoas comdeficiência e portadores derestrição à mobilidade.

Também figuram comoprioridades o planejamento ezoneamento do espaço urbano,de forma a aproximar osserviços essenciais do local demoradia, e a ampliação docontrole social sobre asquestões da mobilidade urbana.

PROPOSTAS. Com basenas ações prioritárias, o Comitêdefiniu 35 propostas, das quais17 se seferem ao barateamento

das tarifas. Entre estas, figurammedidas que beneficiariam otransporte sobre trilhos, como oestabelecimento de um grandepacto para a redução de custosno setor, do qual participariamUnião, Estados e Municípios,além de operadoras,fabricantes, fornecedores deinsumos, e a redução da tarifahoro-sazonal (punição paraexcesso de consumo de energiaelétrica no pico da tarde).

O Comitê defende aredução de encargostrabalhistas e fiscais no setore, como o MDT, quer queconstituam investimentos eminfra-estrutura para otransporte coletivo urbano 25%da parcela de recursos daCide/Combustíveis que cabe àUnião, 50% do tocante aosEstados e toda a parceladestinada aos Municípios.Além disso, propõe que osinvestimentos realizados pelosetor público em infra-estruturapara o transporte coletivourbano sejam retirados docálculo do superávit primário.

O

Conheça a íntegra daspropostas no site da

AEAMESP

proposta de Agenda Estratégicapara o MDT, incluindo aorganização interna domovimento e ações estratégicaspropriamente ditas.

CARTA FINAL. Noencerramento, será redigidacarta política, expressando oscompromissos dos participantesdo 1o Encontro com a luta paraque o transporte público comqualidade seja, de fato, umdireito de todos os brasileiros eum instrumento efetivo deinclusão social, de promoção daqualidade de vida e dodesenvolvimento sustentável,com geração de empregos erenda.

Transeuntes junto ao acesso ao Metrô, na Praça da Sé: comitê doConselho das Cidades quer incentivo ao transporte não-r odoviário

O Congresso Nacionalpromulgou, em 30 de junho de2004, a Emenda Constitucional44/04, que eleva de 25% para29% a parcela destinada aos

Estados e Municípios naarrecadação da Cide/

Combustíveis. Os recursosdeverão ser aplicados

exclusivamente em infra-estrutura de transportes, o que

inclui o transporte público urbano.

EMENDA DA CIDE

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