jonh eudo dos santos ferreira

13
ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO 21 A 24 DE JUNHO DE 2013 PATOS/PB WWW.ENSEAD2013.COM _____________________________________ Atividades Empreendedoras Desenvolvidas No Centro Comercial Da Cidade De São Bento PB, Sobretudo O Impacto Da Atividade Têxtil Na Economia Desse Município Jonh Eudo dos Santos Ferreira 1 Elis Regina Lira Silva 2 Mabel Soares de Almeida 3 EMPREENDEDORISMO SOCIAL Resumo O presente trabalho apresenta uma abordagem acerca das atividades empreendedoras desenvolvidas no centro comercial do município de São Bento-PB, com destaque para os impactos que a atividade âncora do município (atividade têxtil) causa na economia da cidade. O mesmo tem como objetivo demonstrar as atividades empreendedoras concentradas no centro comercial da cidade, bem como evidenciar quais são os impactos que estas atividades trazem para a economia do município, em especial os impactos da atividade têxtil. Para melhor compreensão foi necessária uma revisão da literatura sobre o tema empreendedorismo, características dos empreendedores e mesmo sobre a história da cidade em questão. Foi realizada uma visita ao centro comercial no intuito de quantificar os empreendimentos existentes, chegando à conclusão que a base econômica de São Bento-PB é a indústria, mais especificamente a têxtil, o que lhe rende um índice zero de desemprego. Porém, outros empreendimentos como do setor estético e alimentício representam uma parcela bastante considerável nas finanças deste município. Palavras-chave: Atividade têxtil, empreendimentos, economia. 1 INTRODUÇÃO O mercado atual vivencia uma das fases mais consumistas de todos os tempos. Tal fato se deve as necessidades impostas pela classe mais almejada e importante das empresas, os 1 Bacharelando em administração pela uepb 2 Bacharelanda em administração pela uepb 3 Bacharelanda em administração pela uepb

Upload: francirley-faustino

Post on 25-Jun-2015

640 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

Atividades Empreendedoras Desenvolvidas No Centro Comercial Da Cidade De São

Bento – PB, Sobretudo O Impacto Da Atividade Têxtil Na Economia Desse Município

Jonh Eudo dos Santos Ferreira1

Elis Regina Lira Silva2

Mabel Soares de Almeida3

EMPREENDEDORISMO SOCIAL

Resumo – O presente trabalho apresenta uma abordagem acerca das atividades

empreendedoras desenvolvidas no centro comercial do município de São Bento-PB, com

destaque para os impactos que a atividade âncora do município (atividade têxtil) causa na

economia da cidade. O mesmo tem como objetivo demonstrar as atividades empreendedoras

concentradas no centro comercial da cidade, bem como evidenciar quais são os impactos que

estas atividades trazem para a economia do município, em especial os impactos da atividade

têxtil. Para melhor compreensão foi necessária uma revisão da literatura sobre o tema

empreendedorismo, características dos empreendedores e mesmo sobre a história da cidade

em questão. Foi realizada uma visita ao centro comercial no intuito de quantificar os

empreendimentos existentes, chegando à conclusão que a base econômica de São Bento-PB é

a indústria, mais especificamente a têxtil, o que lhe rende um índice zero de desemprego.

Porém, outros empreendimentos como do setor estético e alimentício representam uma

parcela bastante considerável nas finanças deste município.

Palavras-chave: Atividade têxtil, empreendimentos, economia.

1 INTRODUÇÃO

O mercado atual vivencia uma das fases mais consumistas de todos os tempos. Tal fato

se deve as necessidades impostas pela classe mais almejada e importante das empresas, os

1 Bacharelando em administração pela uepb

2 Bacharelanda em administração pela uepb

3 Bacharelanda em administração pela uepb

Page 2: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

consumidores. Estas buscam cada vez mais estar em sintonia com as novidades e tendências

surgidas a cada instante, no intuito de se posicionarem nos degraus mais elevados da corrida

pela conquista da preferência entre seus concorrentes (VECILOSKI, 2005).

Diante de um cenário cada dia mais competitivo, caracterizado pela emergência de

mercados inovadores e por tecnológicas mais rápidas, diversificadas e transformadoras, os

consumidores, cada vez mais exigentes e sofisticados, despertam, nas organizações,

constantes pressões em relação à melhoria da qualidade dos seus produtos e serviços, uma vez

que, os melhores serão os mais comercializados no mercado (TOLEDO, 1994).

Atualmente percebem-se as constantes transformações que ocorrem em diversos

setores, onde costumes e tradições perderam seus espaços, os valores éticos adquiriram outros

sentidos, as organizações ganharam novas formas de gerenciamento, ou seja, os

empreendimentos já não são mais os mesmos. Estes são modificados à medida que as

necessidades dos clientes se renovam (CRUZ, 2006).

O presente trabalho tem como objetivo evidenciar as atividades empreendedoras

concentradas no centro comercial da cidade de São Bento-PB, e quais são os impactos que

estas atividades trazem para a economia deste município, em especial a atividade têxtil. O

mesmo tem como proposta identificar quais são essas atividades e sua importância para o

desenvolvimento econômico da cidade.

Para melhor compreensão será realizada uma revisão da literatura, bem como uma

pesquisa de campo no centro comercial da cidade em questão, onde serão levantados dados

como a quantidade de empreendimentos alocados naquele bairro, bem como sua

representatividade no desenvolvimento econômico da cidade, a fim de que seja possível

identificar possíveis relações na comprovação do tema proposto.

2 ABORDAGEM ACERCA DO EMPREENDEDORISMO

No início do século XX, a palavra empreendedorismo foi utilizada pelo economista

Joseph Schumpeter, em 1950, como sendo, de forma resumida, uma pessoa com criatividade e

capaz de fazer sucesso com inovações. Mais tarde, em 1967 com K. Knight e em 1970 com

Peter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar

Page 3: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

em algum negócio. E em 1985 com Pinchot foi introduzido o conceito de intra-empreendedor,

uma pessoa empreendedora, mas dentro de uma organização (CASTOR e ZUGMAN, 2009).

Buscando ainda as raízes do empreendedorismo, Dornelas (2001), faz um resgate

histórico e identifica que a primeira definição de empreendedorismo é creditada a Marco

Polo, sendo o empreendedor aquele que assume os riscos de forma ativa, físicos e emocionais,

e o capitalista assume os riscos de forma passiva. Na Idade Média, o empreendedor deixa de

assumir riscos e passa a gerenciar grandes projetos de produção principalmente com

financiamento governamental.

No século XVII, surge a relação entre assumir riscos e o empreendedorismo. Bem

como a criação do próprio termo empreendedorismo que diferencia o fornecedor do capital,

capitalista, daquele que assume riscos, empreendedor. Mas somente no século XVIII, que

capitalista e empreendedor foram complemente diferenciados, certamente em função do início

da industrialização (DORNELAS 2001).

No século XX, tem-se a definição do economista moderno, de Joseph Schumpeter, já

citada acima sucintamente, “o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica

existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de três novas formas de

organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”, ou ainda é aquele que

“transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de

produtividade mais elevada e de maior rendimento” (DORNELAS, 2001).

Contudo, parece que uma definição de empreendedor que atende na atualidade é de

Dornelas (2001), que está baseada nas diversas definições vistas até então, “o empreendedor é

aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo

riscos calculados”. Caracteriza a ação empreendedora em todas as suas etapas, ou seja, criar

algo novo mediante a identificação de uma oportunidade, dedicação e persistência na

atividade que se propõe a fazer para alcançar os objetivos pretendidos e ousadia para assumir

os riscos que deverão ser calculados.

2.1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

Page 4: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

Segundo Dornelas (2001), o empreendedorismo ganhou força no Brasil somente a

partir da década 1990, com a abertura da economia que propiciou a criação de entidades como

SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e SOFTEX

(Sociedade Brasileira para Exportação de Software). Antes desse momento o termo

empreendedor era praticamente desconhecido e a criação de pequenas empresas era limitada,

em função do ambiente político e econômico, nada propício, do país.

Ainda conforme Dornelas (2001), o fato de não haver um conhecimento significativo

acerca do empreendedor, não significava que não existia empreendedores. Deve-se salientar

que muitos visionários atuaram em um cenário obscuro, deram tudo de si, mesmo sem

conhecerem formalmente finanças, marketing, organização e outros conteúdos da área

empresarial, a exemplo, o célebre industrial Francisco Matarazzo, e tantos outros que

contribuíram para o desenvolvimento da economia do país.

O SEBRAE é amplamente difundido entre os pequenos empresários brasileiros, com

finalidade de informar e dar suporte necessário para a abertura de uma empresa, bem como

acompanhar através de consultorias seu andamento, solucionando pequenos problemas do

negócio. Outro órgão é A SOFTEX que foi criada para ampliar o mercado das empresas de

software através da exportação e incentivar a produção nacional, para isso foram

desenvolvidos projetos para a capacitação em gestão e tecnologia dos empresários de

informática.

Apesar do pouco tempo, o Brasil apresenta ações que visam desenvolver um dos

maiores programas de ensino de empreendedorismo e potencializa o país perante o mundo

nesse milênio. Dornelas (2001), cita alguns exemplos:

1. Os programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software,

Informação e Serviço), que apoiam atividades de empreendedorismo em software,

estimulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de

software (start-ups).

2. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas EMPRETEC e

Jovem Empreendedor do SEBRAE. E ainda o programa Brasil Empreendedor, do Governo

Federal, dirigido à capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em todo país e

destinando recursos financeiros a esses empreendedores, totalizando um investimento de oito

bilhões de reais.

Page 5: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

3. Diversos cursos e programas sendo criados nas universidades brasileiras para o

ensino do empreendedorismo. Programas como: Engenheiro Empreendedor e REUNE.

4. A recente explosão do movimento de criação de empresas de Internet no país,

motivando o surgimento de entidades com o Instituto e-cobra, de apoio aos empreendedores

das ponto.com (empresas baseadas em Internet).

5. Finalmente, mas não menos importante, o enorme crescimento do movimento de

incubadoras de empresas no Brasil. Dados da ANPROTEC (Associação Nacional de

Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) mostram que em

2000, havia mais de 135 incubadoras de empresas no país, sem considerar as incubadoras de

empresas de Internet, totalizando mais de 1.100 empresas incubadoras, que geram mais de

5.200 empregos diretos.

Essas iniciativas são de suma importância para os empreendedores brasileiros que

apesar dos percalços são fundamentais para a economia do país. No entanto, é necessário que

ações governamentais resgatem o avanço proveniente da iniciativa privada e de entidades não

governamentais, valorizem a capacidade empreendedora dos brasileiros e solucionem

problemas.

2.2 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR

O empreendedor é aquele que percebe oportunidades de crescimento e de negócio nas

circunstâncias mais comuns. O empreendedor é uma pessoa que não se abate ao encontrar

problemas. Ele fica entusiasmado, pois sabe que se há algum problema, há solução. Ou seja,

ele consegue se entusiasmar mesmo em momentos de dificuldade (RAY, 1993).

O empreendedor possui características que o torna diferente de todos os profissionais

atuantes. Este age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços; Aproveita

oportunidades fora do comum; Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente; Exige

qualidade e eficiência; Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido, ou mais

barato; Age de modo a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência (RAY,

1993; GIBSON, et al. 1981).

Page 6: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

O empreendedor ainda: é persistente; Age diante de um obstáculo significativo; Age

repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo;

Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes;

Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço; Consulta

especialistas para obter assessoria (HASHIMOTO, 2005; LEITE, 2000).

O dom de empreender contempla ainda: ser capaz de estabelecer metas, claras e

específicas; Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões; Utiliza estratégias

deliberadas para influenciar ou persuadir os outros; Age para desenvolver e manter relações

comerciais. É Independente e autoconfiante: Busca autonomia em relação a normas e

controles de terceiros; Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados

inicialmente desanimadores; Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma

tarefa difícil ou de enfrentar um desafio (GERBER, 2004; GERBER, 1996).

Em suma, o empreendedor é capaz de “enxergar o invisível”. É dotado de: Cidadania e

Ética, Coragem, Comprometimento, Criatividade, Decisão, Habilidade, Inovação, Liderança,

Organização, Otimismo, Paciência, Persistência, Pesquisa, Talento, entre tantas outras

qualidades que o faz se sobressair em qualquer situação proposta.

3 BREVE HISTÓRICO SOBRE O MUNICÍPIO DE SÃO BENTO-PB

A cidade sertaneja São Bento é conhecida como a “Capital Mundial das Redes”.

Segundo o IBGE (2010), a atual população conta com 30.879 habitantes, distribuídos em uma

área territorial de 248, 199 km2. A mesma dispõe de uma economia crescente no Estado,

baseada em maior quantidade na indústria têxtil, e possui índice zero de desemprego, segundo

o instituto.

O destaque na produção de redes de dormir fez com que a cidade se tornasse

referência nacional. Segundo Sá (2005), a rede adentrou nas atividades econômicas deste

município devido à difusão da informação e das técnicas já praticadas em outras cidades

nordestinas, esta era utilizada como sobrevivência dos povos que habitavam essa região.

Nesse contexto, pode-se dizer que esta prática, aliada a existência do Rio Piranhas, foi

de grande importância para a emancipação do município, que só veio a ocorrer em 29 de Abril

de 1949. Tal rio contribuiu fornecendo a água, recurso natural, essencial na produção das

Page 7: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

redes. As outras matérias-prima como algodão e máquinas foram sendo importadas de outros

municípios.

Segundo os moradores mais antigos da cidade a comercialização dos produtos era feita

a céu aberto, em meio às ruas centrais, como forma de atrair os viajantes que por lá passavam

a compravam tais produtos. Tal prática é realizada até os dias atuais e no mesmo lugar e

recebe o nome de “Feira da Pedra”. Esta é constituída da união das diversas bancas, com os

produtos expostos a céu aberto. Segundo os moradores o nome foi assim escolhido devido às

conduções físicas onde os produtos eram e são ofertados, ou seja, em cima das pedras de

paralelepípedo das ruas.

O fato é que a “Feira da Pedra” possui uma importância econômica bastante

significativa. Sua relevância advém, principalmente, do fato de que os produtores dos artigos

têxteis das demais cidades da região costumam vender seus produtos na mesma feira,

disputando o mercado local e, em alguns casos, concorrendo com vantagem. Isso se explica

pelo fato desses produtos serem geralmente baratos, pois boa parte deles são produzidos de

modo informal, sem arcar, por tanto, com nenhum tipo de ônus, barateando assim o produto.

Inicialmente os únicos produtos comercializados nesta feira eram os testeis, porém,

com o passar do tempo outros artigos foram sendo incorporados. Atualmente além das redes

são comercializados diversos outros produtos, tanto artesanais, quanto artigos de vestuários e

importados.

4 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Neste ponto foi descrito como se pretende desenvolver a pesquisa, onde contempla os

procedimentos metodológicos e a caracterização do objeto do estudo. Estes aspectos foram

devidamente analisados, buscando estabelecer relações entre teoria e prática (MONTEIRO,

2006). Dessa forma, o objeto de estudo trabalhado será as atividades empreendedoras

desenvolvidas no centro comercial do município de São Bento-PB.

A pesquisa segundo Donaire (1999), pode ser considerada como um procedimento

formal com método de pensamento reflexivo constituindo caminhos para se conhecer a

realidade ou para descobrir verdades parciais sendo bem mais que apenas procurar a verdade,

atrelados a eles descobertas de dados importantes para o conhecimento da sociedade sobre

fatos relativos a diversas ciências. Assim como conceituar o termo pesquisa, é importante

Page 8: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

também entender o que é a metodologia. Esta é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e

exata de toda ação desenvolvida no método do trabalho de pesquisa. (BELLO, 2005).

A coleta de dados foi realizada através de visitas ao centro comercial, observando os

empreendimentos existentes. Roesch (1999), afirma que “a coleta de dados significa quantificar

opiniões, dados através de questionários, nas formas de coletas de informações”. A presente

pesquisa é caracterizada como quantitativa. Esta que segundo Lakatos et al., (2003) é

especialmente projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise

estatística.

Para suprir todas as questões propostas foram realizados alguns estudos bibliográficos

em revistas científicas, livros, dissertações, artigos e bancos de dados on-line no intuito de

possibilitar a aquisição de informações pertinentes no conteúdo e assim, chegar a conclusões

coerentes ao tema proposto.

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A cidade de São Bento está localizada no interior da Paraíba, mais precisamente a 400

km da cidade de João Pessoa, fazendo divisa com o Estado do Rio Grande do Norte. Sua

principal atividade comercial é a produção e comercialização de redes de dormir, sendo

conhecida como a capital mundial das redes. Esta atividade é responsável pela absorção da

maior parte da população economicamente ativa local.

Segundo dados obtidos na Prefeitura Municipal e na Coletoria Estadual da cidade, há

cerca de 500 empresas em funcionamento que possuem o Registro de Funcionamento de

Empresa (ALVARÁ), sendo que destas, 476 também possuem Inscrição Estadual e seu

respectivo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Dentre as empresas pesquisadas se

destacam fabricantes de redes, supermercados, lanchonetes, vendedores de móveis e utensílios

domésticos, lojas de confecções calçadistas e panificadoras.

O estudo em questão se deu no centro comercial da cidade de São Bento, local onde se

concentra a maior quantidade de empresas do ramo têxtil, além de ser também o local da

realização da “Feira da Pedra”, espaço onde diversos empreendedores vendem seus produtos

Page 9: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

ao ar livre em meio às ruas do centro da cidade. O gráfico a seguir demonstra, em termos

percentuais, a distribuição das empresas existentes em São Bento de acordo com os bairros.

Gráfico 1. Empresas concentradas nos bairros da cidade

Fonte: Autoria própria.

Pode-se observar, através do gráfico, que 80% das empresas estão localizadas no

centro da cidade correspondendo a cerca de 400 estabelecimentos, enquanto que, as demais,

cerca de 100 empresas, representando 20%, estão distribuídas nos demais bairros que

somados chegam a 14.

A questão das empresas se situarem, a maior parte, no centro da cidade se deve tanto

ao fato de ser o local de maior movimentação de veículos, pessoas, viajantes, turistas, entre

outros, como por ser o maior bairro da cidade. É importante ressaltar a existência de alguns

empreendimentos nos demais bairros. Essa descentralização facilita a omissão de qualquer

registro junto a órgãos públicos e se torna uma alternativa de dificultar a fiscalização dos

mesmos. Esses estabelecimentos, em sua maioria, se dedicam a comercialização de produtos

advindos principalmente da atividade têxtil. O centro comercial apresenta variados

estabelecimentos, com destaque para os empreendimentos no ramo têxtil, como mostra o

gráfico a seguir.

80%

20%

Empreendimentos em São Bento-PB

Centro

Outros bairros

Page 10: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

Gráfico 2. Empresas de vários ramos no centro da cidade

Fonte: Autoria própria.

O gráfico acima demonstra, em termos percentuais, o número de estabelecimentos

comerciais existentes no centro da cidade divididos em ramos de atividades. Pode-se observar

o ramo têxtil como sendo o de maior número, correspondendo a 30% do total, equivalendo,

portanto, a 120 empreendimentos. O gráfico ainda evidencia que o ramo estético é bastante

valorizado, com aproximadamente 80 estabelecimentos (20%) concentrados neste setor.

Ainda se percebe que o ramo alimentício possui uma fatia bem considerável, com cerca de

100 empreendimentos, equivalendo a 25%. O ramo de menor índice é o lazer, representando

10% dos empreendimentos e, ainda há a parcela de 15% destinada a outros tipos de

estabelecimentos.

A realidade é que a atividade têxtil se disseminou numa infinidade de pequenas e

médias empresas responsáveis por um dos maiores ICMS do Estado e em um índice muito

significante de desemprego, ou seja, 0%. Além disso, a geração de emprego desse setor tem

fortalecido o comércio local, resultando sempre na criação de novos estabelecimentos

comerciais.

A segunda-feira é o dia de maior movimento comercial da cidade. É o dia em que se

realiza a “Feira da Pedra”, feira livre e a céu aberto localizada no centro da cidade. Nesta feira

são comercializados produtos artesanais, confecções variadas, alimentos, brinquedos, mídias,

etc. A prefeitura da cidade coleta, entre esses empreendedores que comercializam seus

produtos naquele local, um imposto proporcional ao tipo e quantidade de mercadoria

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Alimentício Estético Lazer Têxtil Outros

Page 11: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

comercializada, sendo isentas as referentes a produtos têxteis. Esta isenção de taxa ou

impostos é uma forma de incentivo a tal atividade, assim os bancos da feira que não

comercializam redes são instigados a realizar a venda de tais produtos.

São Bento é um município de bastante movimentação financeira. A cidade recebe

compradores da maioria das cidades circunvizinhas, de Estados vizinhos (CE, RN, PE, SE,

AL, PI, MA, BA) e até de outros países (Portugal, Espanha, França, Noruega, Suíça, África

do Sul, Nova Zelândia, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Chile, Holanda, etc.). Cidades

como Catolé do Rocha, Brejo do Cruz, Belém, Patos, Paulista, Pombal, Caicó, Jardim de

Piranhas, Natal, Patú, Picos, Condado, Caruarú, Coremas e tantas outras viajam até São Bento

para fazer compras e comercializar os produtos em seus estabelecimentos.

Diversas famílias, que vivem nesse município, têm sua renda adquirida pela venda de

redes de dormir comercializadas na feira. Esses produtos são advindos de uma produção,

muitas vezes informal, em suas próprias casas ou através de trocas feitas com fábricas

maiores. Essa troca consiste em: a fábrica oferta os tecidos das redes para serem

personalizados por essas famílias e estas ofertam as redes prontas para a comercialização.

A cidade aloca grande parte de seus habitantes em atividades de produção, distribuição

e venda de artigos de cunho têxtil, sendo estes atrelados diretamente ao desenvolvimento local

que desde a sua emancipação tem como fator econômico principal o desenvolvimento de tais

atividades. Dentre as atividades consolidadas pelo setor industrial do município de São Bento,

deve-se destacar o crescimento da construção civil. O cenário da cidade vem ganhando um

panorama urbano atraente por causa do surgimento de pequenos edifícios. Através da

produção das redes São Bento tem uma participação bastante significativa na coleta dos

impostos totais do Estado da Paraíba.

6 CONCLUSÃO

O dinâmico cenário competitivo, atrelado às exigências dos consumidores, impõe às

empresas constantes melhorias na qualidade dos seus produtos. Dessa forma, a competência

para conseguir manter os produtos atualizados, inovados e qualificados frente às crescentes e

Page 12: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

rotineiras exigências do ambiente econômico e tecnológico, tem se tornado uma importante

fonte de vantagem competitiva.

A base econômica de São Bento-PB é a indústria, mais especificamente a têxtil. As

tecelagens de redes de dormir marcam intensamente a paisagem do município. É nesse

cenário que a cidade vem se desenvolvendo cada vez mais, sendo considerada referência

nacional.

Através desse estudo pôde-se perceber que os municípios através de seus gestores

devem estar atentos para o potencial empreendedor presente em seu território, estimulando o

desenvolvimento de atividades que assegurem o desempenho dos mesmos.

No município em discussão, incentivos como isenção de cobrança de impostos diretos

por parte de pequenos empreendedores, no ramo têxtil, e desenvolvimento de projetos junto a

outros órgãos públicos, tem sido aplicados de forma a fomentar as práticas dessa atividade,

sabendo da grande contribuição que a mesma oferece no desenvolvimento local.

Desenvolvimento este assegurado por uma taxa de desemprego inexistente e renda

assegurada, em sua maioria, nas atividades de produção, distribuição e venda de artigos

têxteis, sendo a atividade em maior número dentre os empreendimentos da cidade.

REFERÊNCIAS

BELLO, J. L. P. Metodologia Científica: Manual para Elaboração de Textos Acadêmicos,

Monografias, Dissertações e Teses. Universidade Veiga de Almeida – UVA. Rio de Janeiro

– 2005. Disponível em:

<http://www.batlab.ufms.br/~wagner/apostilas/metodologia/metcomp.pdf>. Acesso em: 27

Set. 2012.

BRITTO, F.; WEVER, L. Empreendedores brasileiros: vivendo e aprendendo com

grandes nomes. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

CASTOR, B. V. J. ZUGMAN, F. Dicionário de termos de Estratégia Empresarial, Editora

Atlas, p. 89-91, 2009.

CRUZ, L. M. M. S. Responsabilidade social: Visão e intermediação da mídia na

redefinição do público e do privado. Rio de Janeiro, 2006.

DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2001.

Page 13: Jonh eudo dos santos ferreira

ENCONTRO SERTANEJO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO

21 A 24 DE JUNHO DE 2013 – PATOS/PB

WWW.ENSEAD2013.COM

_____________________________________

DONAIRE, D. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GERBER, M. O mito do empreendedor: como fazer de seu empreendimento um negócio

bem sucedido. São Paulo: Saraiva, 1996.

GERBER, M. Empreender fazendo a diferença. São Paulo: Fundamento Educacional,

2004.

GIBSON, J. L. et al. Organizações: comportamento, estrutura, processos. São Paulo:

Atlas, 1981.

HASHIMOTO, M. Espírito empreendedor nas organizações. Saraiva, 2005.

LAKATOS, E. MARIA; MARCONI, ANDRADE, M. Fundamentos de Metodologia

Científica. 5º ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2003.

LEITE, E. O fenômeno do empreendedorismo: criando riquezas. Recife: Bagaço, 2000.

MONTEIRO, A.; TEREZA, G. Manual de trabalho de curso-TC. Versão Atualizada-

agosto/2006. Curso de Administração, Manaus.

RAY, D. M. Understanding the entrepreneur: entrepreneurial attributes, experience and

skills. Entrepreneurship & Regional development. n. 5, v. 4, p. 345-357, 1993.

ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio e de pesquisas em administração: Guia para

estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2° ed. São Paulo: Atlas,

1999.

SÁ, A. J. A produção do espaço e os circuitos de fluxos da indústria têxtil de São Bento-

PB. Revista de Geografia. Recife: UFPE – DCG/NAPA. v. 22, n. 2, 2005.

SILVEIRA, A. C. GONÇALVES, G. BONELI, J. J. CASTRO, N. E. BARBOSA, P. A.

JANNOTTI, S. D. Empreendedorismo: a necessidade de se aprender a empreender.

Disponível em: http://www.novomilenio.br/foco/2/artigo/artigo_daniele.pdf. Acesso em: 08

Maio 2012.

TOLEDO, J. C. Gestão da mudança da qualidade de produto. Gestão & Produção, v. 1, n.

2, p. 104-124, ago. 1994.

VECILOSKI, A. Avaliação da qualidade dos produtos do estaleiro Fibrafort. Itajaí, SC,

2005.