joao cabral de melo neto - psicologia da composição

Upload: paulo-valenca

Post on 18-Jul-2015

267 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Psrcorocm, oR.,CotVrPosICo,,99#*,,,,,,FBULA,DE.NFIoN E ANTIoDE

1946-1947

vatr , 1 , ' (I t , t l \ ; ' t 1 : : , l l ] u J . l i l , .

1,,'r

l nl)i" ! ir ) r.)101 i trlomtt iri t:r;a 1l1,, t,\tt,'j11 ),.'1.1r; / i ! i j J r, , i . rmi ))

t|)o icl.raqr lr /i,

FBUI DDANFION L O DESERTO

\ . . , i l rt 1 2 !

ri ,

t i i ), -rl 1 ( t b { )? t t ! ,

"Riguost; hh;onte." Ji l,ir11 i:r ri Atr64eGriltq1 I .;/,t{ r'.ii,/, i- r ' ,r r Pt

ente a

de seu

ottyr::,t,l,n'ifiwt ,to$ t:i \r, IJ\ u che4egg:!:l r. ti i M6t@1 xtL :r tt1 lt tlt Jl . t t l )? )l : |:1',5L

Anfion,1sentoda alada

P deseto

rr)n ' 6 )[ J r, rt i l S 2 0 ri ] ! r

,l;zirdln uobirl'rt

nuYens no boio

'.t,ttz t)t: t'lt, iJ1 i,rlrrq i;rr:;plr,r;rro_-r . ri,r,.l:ri, -r,,irr;rr.J r;i,oit, j .,,r l l ! i .,- t/Jr ) va )

1 r ,ir ,

r) rrr:rl,rl-,l{r.r t i L rv t , ! . . " J i i l rJ l l l \ , t l : i )l t t l l t J t , O l t l t )' ) .I i / . , -i t ) , ' , . \ t J ? t .

A4fion, precisocrculo

puro esprra

,,

, t ) r, )i )I i , , '!i1 ) ' '1.'I ( ' r-j : i i ( r . r)?

i ti I iNa ) .. t l)ltt'?ali? . i rj : r: r, 2 ' 1 1 rrri .

, I t\'l,Q.d7setto ,or1|l :) t)b l o; { ' tl ' ;, ;t,:,' : l ,.tl ' .tt:j .r,i',s:t l.rtrti t,t:-:t t

sobou da noite

E8

loo CA3RLDE MELo N'ro ./ OBe CoMPIETA

D,{ COMPO9I{O

',

89 . Anfwn,pensa ).ter. efico\trado t a ,.. etteridaiCe @ v,': liqte rocarava| ,f1,. trt:i t t, t\1. t.j1 !j{r , 1... \| ' :'..,'

Ali, uma teIra branca e vida como a cal. Ai, no h como pr vossatristeza como a um liwo na estante.)

mudez estassegurada flauta seca: de mudo cimento, serum bzio que o resto dia: , passar Peloelgio, .dpuma facao fio, Sua flauta:.' 1i...i ,,:' i ,,i ' i.,''.r ,) ,s ec a

' ; :t ,1, r, ,ti rj ,, )t ti , ' 1. ) :' Lr' '. ii , , ). .i '' r ,j 1 ,1

Ao sol do deserto nosilncio atingido oro auma amndoa, suadutaseca: sem a tera doce de guae de sono; sem os gos do amo trazidos na brisa, sua flauta seca: como algumapedra ainda branca, ou lbios ao vento marinho. (O sol do deserto no intumesc a vida como a um po. O sol do deserto no chocaosvelhos ovosdo mistrio. Mesmoos esguios, discretostrigais no'rsistem a o sol do deserto, lcido,quepreside fome vazia.) a essa

2, o ACASO

.i ,,,.: ti .r

- ' l ,r ',:.'l

,i '.

, ene os do antigo o, Atfion,'j ,

J," Em:ot1filo ]aoflt o oeoso , r. . r1,.1r .,r,:? .1"i i!ri,r,.' ,, r\

' ., r r ' i , L '' i?l r r - i! aii.: ', ,:, i,,' , ., :'., :t:,t' .' | !,,'!,tt,.- r

como umi l ,i .) t

na oez olas

'

| ):)

rva

,. 1.,, ' ' ..- ' i.l ',',1,.'

.,: .i ,,r .,.'

o tentou , Anfion,ma$, no

'

' -

,: ': :

r

-

,r :l'l )tl-:l

t. t. .l )"

.' \.,t;.

'

O sol do J i ds\erto a):

do

depara' 11 r : 'r l tl , I : ,, l

:

.!:

. 1 :. t,

1. ). _, .,

I

raro fora pabea m viu;

'-

O acasoataca efaz soar ) . -. tLlouta,: .'!' '

.vqg+

9O

JOOCABLDE MElo NETo / OBR^ CoMPL.ET

.Psrcolor.{DCoM?osto

91

oculta rasvagas dobras da alva distrao; insto vencendoo silncio como um camelo sobrevive sede, acaso! acaso O sbito condensou: em esfinge,na cachorra de esfinge que lhe mordia a mo escassa; que lhe roa o ossoantigo logo florescido da flauta extinta: ridas do exerccio puro do nada,

Tebas,entre frutferas, ente copadafolhagem gestos,no vero lhe t\nico, resta odas

6xar aindpossveis, planciesalma, Anfion, Tebas,como m tecido que adivinhar avesso, Poqualfion.

Diz a mitologia (arejadassalas, de ntidos enigmas povoadas,mariscos ou simples nozes cuia noite guadada luz e ao ar liwe persiste,sem sedissolver) dia do areo parto daquelemilagre: Quando a flauta soou um temposedesdobrou do tempo, como uma caixa de dentro de outra caixa.

Tebas, cidade, ) a quisea assim tijolos plantada, eterraeafloa reaver origem menor: j distinguir comeaahera,aargila, a teffa acaba? longamente muro, e branco, sol em si Attfot busca mTebas o d6iro perdido qualquer laranja; sonhei no espao,

Lafietrta

daflte

ile suaobra

s =de'-,