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João Cabral de Melo Neto

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João Cabral de Melo Neto. (1920-1999, Recife). Trecho da Poesia: Pedra do sono. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: João Cabral  de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto

Page 2: João Cabral  de Melo Neto

(1920-1999, Recife)

Page 3: João Cabral  de Melo Neto
Page 4: João Cabral  de Melo Neto

Ó jardins enfurecidos,pensamentos palavras sortilégiosob uma lua contemplada;jardins de minha ausência imensa e vegetal;ó jardins de um céuviciosamente frequentado:onde o mistério maiordo sol da luz da saúde?

Trecho da Poesia: Pedra do sono

Page 5: João Cabral  de Melo Neto

MORTE E VIDA SEVERINA "...E não há melhor resposta

que o espetáculo da vida:vê-la desfiar seu fio,que também se chama vida,ver a fábrica que ela mesma,teimosamente, se fabrica,vê-la brotar como há poucoem nova vida explodida;mesmo quando é assim pequenaa explosão, como a ocorrida;mesmo quando é uma explosãocomo a de há pouco, franzina;mesmo quando é a explosãode uma vida severina."

Page 6: João Cabral  de Melo Neto

Somos muitos Severinosiguais em tudo na vida:na mesma cabeça grandeque a custo é que se equilibra,[...]e se somos Severinosiguais em tudo na vida,morremos de morte igual,mesma morte severina:que é a morte de que se morrede velhice antes dos trinta,de emboscada antes dos vinte,de fome um pouco por dia(de fraqueza e de doençaé que a morte severinaataca em qualquer idade,e até gente não nascida)

Neste trecho do poema “Morte e Vida Severina”, É claramente evidenciada a dificuldade de se viver no sertão.

Page 7: João Cabral  de Melo Neto

Esta cova em que estás, com palmos medidaÉ a conta menor que tiraste em vidaÉ de bom tamanho, nem largo, nem fundoÉ a parte que te cabe deste latifúndioNão é cova grande, é cova medidaÉ a terra que querias ver divididaÉ uma cova grande pra teu pouco defuntoMas estarás mais ancho que estavas no mundoÉ uma cova grande pra teu defunto parcoPorém mais que no mundo, te sentirás largoÉ uma cova grande pra tua carne poucaMas a terra dada não se abre a boca

Page 8: João Cabral  de Melo Neto

No ano de 1999 morre esse grande homem, João Cabral de Melo Neto, que, com suas perfeitas palavras, deu à paisagem nordestina uma das suas dimensões estéticas mais fortes, cruéis e indiscutíveis que já se conheceu.

Page 9: João Cabral  de Melo Neto

"Severino retirante,deixe agora que lhe diga:

eu não sei bem a respostada pergunta que fazia,se não vale mais saltarfora da ponte e da vida;

nem conheço essa resposta,se quer mesmo que lhe diga;

é difícil defender,só com palavras, a vida,ainda mais quando ela éesta que vê, Severina;

mas se responder não pudeà pergunta que fazia

ela, a vida, a respondeucom sua presença viva."

Page 11: João Cabral  de Melo Neto

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