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90 www.backstage.com.br FICHA TÉCNICA Um técnico em telecomunicações que resolveu há 30 anos trabalhar em prol do áudio no Brasil. Insatisfeito com o que ouvia nos shows e eventos que aconteciam na Bahia, João Américo resolveu trazer alguns equipamentos do sudeste e investir no que hoje é a João Américo Sonorização á 30 anos um técnico em telecomunicação que costuma- va assistir a alguns shows na Bahia e não se conformava com o que escutava teve a idéia de trazer uns equipa- mentos de uma viagem de trabalho que fez a São Paulo. Pronto. Estava formado o embrião do que hoje é a João Américo Sonorização. “Eu ia assistir a alguns shows aqui em Salvador e ficava muito inquieto com a sonorização dos mes- mos. O equipamento era muito precário, e pior ainda era o despreparo dos técnicos. Percebia que não sabiam absoluta- mente nada do que estavam fazendo. E não me refiro em ter- mos de mixagem. Falo das ligações entre os equipamentos, ele- tricidade, etc. Percebia que se eles tivessem um pouquinho de conhecimento técnico, as coisas poderiam tomar outro rumo, e este conhecimento eu tinha, pois trabalhava na Embratel como técnico em telecomunicações”, fala João Américo, pro- prietário da empresa baiana de mesmo nome. Diante deste cenário, João resolveu trabalhar em prol do áudio. A idéia, que até hoje é inerente aos objetivos da empre- sa, é transmitir áudio de muita fidelidade e inteligibilidade para quem está assistindo a qualquer evento que necessite de reforço sonoro. Fundada há 27 anos, a João Américo já reali- zou todas as edições do Festival de Verão, sonorização do show de Ivete para gravação do DVD de 10 anos de carreira, no es- tádio da Fonte Nova, apresentações de Paul Simon e Olodum, em Salvador, sonorização para gravação de vídeoclipe de Michael Jackson, e ainda a celebração da missa dos 500 anos do descobrimento do Brasil, em Porto Seguro. Tanto trabalho também exige capacidade e competência técnica. Para isso, os colaboradores da empresa recebem ca- pacitação profissional através de workshops, palestras, entre outros eventos dentro da empresa. E ainda há aqueles que são premiados com cursos de aperfeiçoamento fora da empresa. “Não tenho dúvidas de que os workshops são importantes; tanto que fazemos alguns dentro da empresa, ou até trazemos pessoas gabaritadas para tal, principalmente quando adquiri- mos algum equipamento novo”, ressalta João. Indústria nacional x indústria internacional E por falar em equipamentos, o empresário afirma que tal- vez seja a única empresa no Brasil que desenvolve sistemas de P.A. e monitor sem restrição por parte de artistas de qualquer categoria. Outro ponto que ele destaca é a confiança nos equipamentos nacionais. “Gostamos muito de privilegiar nas nossas escolhas os produtos nacionais, desde que atendam às nossas necessidades, pois estamos contribuindo para gerar em- prego e renda aqui no Brasil, além de contribuir para [email protected] H “A idéia, que até hoje é inerente aos objetivos da empresa, é transmitir áudio de muita fidelidade e inteligibilidade para quem está assistindo a qualquer evento que necessite de reforço sonoro” JOÃO AMÉRICO SONORIZAÇÃO JOÃO AMÉRICO SONORIZAÇÃO

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Um técnico em telecomunicações que resolveu há 30 anos trabalharem prol do áudio no Brasil. Insatisfeito com o que ouvia nos shows eeventos que aconteciam na Bahia, João Américo resolveu trazeralguns equipamentos do sudeste e investir no que hoje é a JoãoAmérico Sonorização

á 30 anos um técnico em telecomunicação que costuma-va assistir a alguns shows na Bahia e não se conformavacom o que escutava teve a idéia de trazer uns equipa-

mentos de uma viagem de trabalho que fez a São Paulo.Pronto. Estava formado o embrião do que hoje é a João

Américo Sonorização. “Eu ia assistir a alguns shows aqui emSalvador e ficava muito inquieto com a sonorização dos mes-mos. O equipamento era muito precário, e pior ainda era odespreparo dos técnicos. Percebia que não sabiam absoluta-mente nada do que estavam fazendo. E não me refiro em ter-mos de mixagem. Falo das ligações entre os equipamentos, ele-tricidade, etc. Percebia que se eles tivessem um pouquinho deconhecimento técnico, as coisas poderiam tomar outro rumo, eeste conhecimento eu tinha, pois trabalhava na Embratel

como técnico em telecomunicações”, fala João Américo, pro-prietário da empresa baiana de mesmo nome.

Diante deste cenário, João resolveu trabalhar em prol doáudio. A idéia, que até hoje é inerente aos objetivos da empre-sa, é transmitir áudio de muita fidelidade e inteligibilidadepara quem está assistindo a qualquer evento que necessite dereforço sonoro. Fundada há 27 anos, a João Américo já reali-zou todas as edições do Festival de Verão, sonorização do showde Ivete para gravação do DVD de 10 anos de carreira, no es-

tádio da Fonte Nova, apresentações de Paul Simon e Olodum,em Salvador, sonorização para gravação de vídeoclipe deMichael Jackson, e ainda a celebração da missa dos 500 anosdo descobrimento do Brasil, em Porto Seguro.

Tanto trabalho também exige capacidade e competênciatécnica. Para isso, os colaboradores da empresa recebem ca-pacitação profissional através de workshops, palestras, entreoutros eventos dentro da empresa. E ainda há aqueles que sãopremiados com cursos de aperfeiçoamento fora da empresa.“Não tenho dúvidas de que os workshops são importantes;tanto que fazemos alguns dentro da empresa, ou até trazemospessoas gabaritadas para tal, principalmente quando adquiri-mos algum equipamento novo”, ressalta João.

Indústria nacional x indústria internacionalE por falar em equipamentos, o empresário afirma que tal-

vez seja a única empresa no Brasil que desenvolve sistemas deP.A. e monitor sem restrição por parte de artistas de qualquercategoria. Outro ponto que ele destaca é a confiança nosequipamentos nacionais. “Gostamos muito de privilegiar nasnossas escolhas os produtos nacionais, desde que atendam àsnossas necessidades, pois estamos contribuindo para gerar em-prego e renda aqui no Brasil, além de contribuir para

[email protected]

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“A idéia, que até hoje é inerenteaos objetivos da empresa,

é transmitir áudio demuita fidelidade e

inteligibilidade para quemestá assistindo a qualquer

evento que necessitede reforço sonoro”

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melhorar e desenvolver a nossa indús-tria”, explica, ressaltando que se nin-guém comprasse produtos feitos noBrasil nunca se dominariam certastecnologias e o país nunca evoluiria.“Parabéns à indústria nacional, porquenos últimos dez anos teve uma evolu-ção extraordinária”, avalia.

Mas nem sempre a indústria nacionalé privilegiada na hora da compra. “Éevidente que alguns equipamentos têmque ser importados. Mesmo os paísesmais evoluídos tecnologicamente sem-pre vão ter uma coisa ou outra que vãobuscar em outro país. Vocês sabiam queo Brasil exporta ferrite para quase todoo mundo para construção de alto-fa-lantes?”, indaga.

Ainda de acordo com João Américo,contra os preconceituosos com a indús-tria nacional, ele recorre à seguinte má-xima: nem tudo que é nacional é ruim e

nem tudo que é importado é bom. “Éclaro que sei perfeitamente o que possocomprar nacional e o que devo com-prar importado. Não podemos nos es-quecer de que a aviação é uma indús-tria de altíssima tecnologia e o Brasil éum grande exportador, sendo o tercei-ro maior país em fabricação de aviões”,diz, e completa: “a indústria de áudiodo Brasil ainda precisa desenvolver-seprincipalmente na área digital, conso-les de mixagem, software, etc”.

Para a conquista do cliente, Joãoafirma que 30 anos de serviços pres-tados aos principais artistas deste paíse para alguns de fora têm um grandepeso. “Pelo fato de termos a capaci-dade de desenvolver sistemas, tudoisso nos agrega muito conhecimentoe muita tecnologia. Em síntese, temosum currículo que impõe respeito ereconhecimento”.

Equipamentos“O que gostaria de destacar no nosso

equipamento é o nosso sistema de mo-nitor de palco, desenvolvido pela JoãoAmérico, e a parte de amplificação como processamento dentro do próprio am-plificador, desenvolvido com muitacompetência pela Ciclotron”, fala. Eleainda cita o sistema de P.A., o VLA(Vertical Line Array), um dos primeirosline arrays feito no Brasil, desenvolvidopela João Américo com o projeto deCarlos Correia. “Agora estamos lançan-do o VLA II que é um sistema muitocompacto e tem um som muito agradá-vel. Na seqüência, vem o VLA III que éum outro sistema de tamanho interme-diário entre os nossos outros dois siste-mas”, fala, lembrando que a empresa foia primeira a introduzir na região o siste-ma line array e também a pioneira na uti-lização dos consoles de mixagem digitais.

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MercadoMesmo gostando muito do que

faz, quando perguntado se o merca-do ainda é promissor, João Américonão é muito otimista. “Se fosse come-çar do zero não investiria neste mer-cado”. A frase, no entanto, tem umaexpl icação. “Já houve muito maisempresas de som em Salvador. Omercado está muito difícil. Há em-presas menores que estão sumindo domercado e acho que não é um mer-cado promissor”, fala.

Mas em contrapart ida , o n íve lprof iss ional melhorou e muito, secomparado ao tempo em que come-çou. “O áudio a música são coisas di-nâmicas e a vinda de novos profissi-onais é sempre um anseio do mercado,das empresas de áudio. As tecnologias

não param e não podemos ficar vi-vendo do passado. A empresa quenão evoluir, tende a desaparecer,pois trabalhamos com alta tecno-log ia” . Out ro ponto des tacado équanto ao digital no áudio. Para ele,já é uma realidade, e as novas gera-ções já nascem com o “vírus” do di-gital. “Não resta dúvida de que hojeeles estão muito mais preparados doque nós quando começamos. Tam-bém está muito mais fácil aprender,pois existem bons cursos de áudio nopaís, as informações correm soltasmundo afora, convenções da AES,feiras especial izadas. No entanto,ainda faltam escolas especializadas.Por exemplo, pelo menos um cursode nível superior”, finaliza.

“Já houve muito mais empresas de somem Salvador. O mercado está muito difícil.Há empresas menores que estão sumindo

do mercado e acho que não éum mercado promissor”