JESUS: DEUS CONOSCOJESUS: DEUS CONOSCOJesus revelou DeusJesus revelou Deusno escondimentono escondimento

e hão-de chamá-lo Emanuel, e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus que quer dizer: Deus

connosco connosco

(Mt 1,23)(Mt 1,23)

O cristianismo tornou-se uma das maiores religiões do mundo, milhões de pessoas invocam o nome de Jesus, por isso não é fácil acreditar no facto de que Jesus revelou Deus escolhendo o caminho do escondimento.

Deus escolheu o caminho da fraqueza. O Evangelho anuncia um Deus que tornou-se pequenino e vulnerável; é por isso que a vida de Jesus se tornou extremamente fecunda. É a vida mais fecunda que podemos conhecer mas também a mais escondida, pois Jesus, sendo de natureza divina, renunciou à glória da Sua divindade, e tornou-se um de nós.

Jesus dá-nos uma vida nova, a vida de filhos de Deus, mas dá-la seguindo pelo caminho da vulnerabilidade. Tornou-se pequeno como uma criancinha, dependendo dos cuidados e da protecção dos outros.

Viveu assumindo a vida de um peregrino; foi um pregador pobre, anunciou o Reino dos Céus e não tinha nenhum poder político, económico ou militar.

Morreu pregado numa cruz, como um criminal. É nesta extrema vulnerabilidade que nos ganhou a salvação.

O fruto da Sua existência pobre e humilde é uma vida cheia de amor, uma vida eterna.

Não é fácil compreender o mistério da vulnerabilidade de Deus, mas sempre que meditamos neste mistério, abrem-se os nossos olhos e ouvidos e O reconhecemos ainda presente no meio de nós, em todas as pessoas e lugares.

Podemos vê-Lo quando nasce uma criança, fruto do amor de duas pessoas que abateram as defesas, se encontraram e se abraçaram, dando-se na fraqueza da reciprocidade, renunciando a si próprias.

Podemos vê-Lo no sorriso agradecido dos pobres ou no acolhimento carinhoso da amizade.

Podemos vê-Lo todas as vezes que as pessoas de aproximam pedindo-se perdão, reconciliando-se.

A vida cristã, que é vida no Espírito Santo, exige que reconheçamos a presença escondida de Deus. Ele é o Transcendente, mas, ao mesmo tempo é O “Emanuel”, O Deus Connosco. Em Jesus contemplamos o Seu rosto humano. Encontramo-Lo no recolhimento silencioso da oração e O reconhecemos no rosto de cada pessoa humana.

Somos criaturas de Deus e vivemos juntos, com os outros. Somos seres humanos, eis a base da humildade. A nossa vocação é a de nos tornarmos cada vez mais “humanos”, isto é, a viver em plenitude a nossa “humanidade”. Um dia voltaremos ao pó da terra, mas o nosso espírito se levanta aspirando à eternidade.

Estamos inseridos na humanidade. Ser humildes não é, de forma nenhuma, desprezar-se. Muito pelo contrário é afirmar o facto de que pertencemos à humanidade e que, portanto, não podemos viver isolados. Uma profunda solidariedade abraça todos os seres humanos.

Toda a vida de Jesus, é a vida do “Emanuel”, isto é de Deus que vive Connosco – uma vida escondida, humilde … mas Ele está vivo no meio de nós.

A morte de Jesus é sinal da partilha da Sua vida connosco em profunda solidariedade. É d’Ele que agora podemos dizer que está vivo, uma vida em plenitude, mais do que todos os seres humanos. É n’Ele que encontramos a Vida. É pela sua humanidade que participamos à Sua vida divina.