jean plaidy - a saga dos platagentas vol.06 - a rainha de provence

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  • 8/12/2019 Jean Plaidy - A Saga Dos Platagentas Vol.06 - A Rainha de Provence

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    Ttulo: A Saga dos Plantagenetas, volume 6: A Rainha de Provence.Autor: Jean Plaidy.Ttulo original: The queen from Provence.ados da edi!"o: #ditora Record, Rio de Janeiro, $%%&.'(nero: romance.igitali)a!"o: ores *unha.*orrec!"o: #dith Suli.#stado da o+ra: corrigida.umera!"o de -gina: roda-(.

    #sta o+ra foi digitali)ada sem fins comerciais e destina/se unicamente 0leitura de -essoas -ortadoras de defici1ncia visual. Por for!a da lei dedireitos de autor,este ficheiro n"o -ode ser distri+udo -ara outros fins, no todo ou em-arte, ainda que gratuitamente.

    *ontraca-a: 2enrique i33 atingira a maioridade, mas se revelaraum homem fraco, sem ca-acidade de comando. 4som+ra de #leanor/a mo!a que viera de Provence -ara setornar rainha da 3nglaterra/, o rei -assa a cometer a+usos na

    co+ran!a de im-ostos e n"o consegue conter a revolta dos+ar5es, liderados -or Simon de onfort. A Rainha deProvence reconstitui este-erodo tur+ulento, mas de grande fertilidade artstica,em que todas as vo)es clamavam un7nimes -or um verdadeiro chefe de#stado, que, no entanto, s8 a-areceria no reinado seguinte 9fim dacontraca-a.

    ota da digitali)adora: su-rimiram/se a +i+liografia e a cronologia dadinastia -lantageneta.

    A RA32A # PR;Tradu!"o de =?3@ *AR=;S ; AS*3#T; S3=

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    esmo isso eles n"o -odiam lamentar de todo, -ois adoravam as filhas econfessavam que n"o teriam trocado uma Lnica -elo filho que haviam-edido com tanta veem1ncia. #m que lugar do mundo, -erguntava RaymondHerenger 0 sua condessa, era -ossvel achar mo!as que fossem t"o +onitase talentosas quanto as delesM # a res-osta era: em -arte alguma.$$As meninas estavam crescendo, e as decis5es que teriam de ser tomadas

    eram os assuntos da conversa entre o conde e Romeo de

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    / "o. as a +ele)a e o encanto delas... insu-erveis na Fran!a./ eu querido amigo, n"o duvido de sua lealdade a esta casa, mas achoque sua ami)ade -or ela levou/o a -enetrar demais no reino da fantasia.A rainha da Fran!a ir escolher a es-osa de seu filho com o maiorcuidado, e quantas -retendentes voc1 acha que est"o com-etindo -or essahonraM/ A rainha Hlanche ( uma mulher inteligente. #la ir refletir

    cuidadosamente so+re o que lhe disseram.; conde, rindo, a+anou a ca+e!a e disse que iria -ara dentro do casteloe contaria 0 condessa o que Romeo estava sugerindo. Sem dLvida que elairia rir com o marido, enquanto ao mesmo tem-o concordaria no que sereferia 0 lealdade e 0s +oas inten!5es do lorde de

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    $#leanor era um -ouco mimada -ela famlia. #la adorava ser elogiadaK-artilhava da +ele)a das irm"s / e muita gente di)ia que a su-erava /,mas era a inteligente. #la via a e-ress"o de assom+ro no rosto dos -aisquando lhes mostrava seus -oemas. #les insistiam -ara que ela os lesseem vo) alta -ara a famlia e, quando terminava, seus -ais lideravam oa-lauso, e aos olhos de #leanor ningu(m era t"o im-ortante quanto ela na

    corte de Provence.Sanchia, a irm" que vinha em seguida, acom-anhava/a em tudo, imitando asua maneira de falar, os gestos, tentando o tem-o todo, di)iaarguerite, tornar/se outra #leanor. A -r8-ria #leanor limitava/se asorrir, encoraIando/a. Afinal, ela com-reendia -erfeitamente o deseIo deSanchia de imit/la.Heatrice ainda era crian!a demais -ara ter um carter muito formado. Aosseis anos de idade, s8 recentemente se unira a elas na sala de aula./ *omo vai o -oemaM / -erguntou arguerite, fa)endo uma -ausa em seutra+alho e com-ondo um quadro muito encantador, sentada 0 Ianela com oseu tra+alho numa moldura 0 sua frente, a +ela m"o segurandodelicadamente a agulha, enquanto erguia os olhos castanhos -ara dirigirum sorriso a #leanor, que estava no outro lado.

    /

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    tivessem os eu+erantes ca+elos que as irm"s -ossuam./

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    fosse melhor voc1 ficar um -ouco contida. S8 fale quando lhe dirigirem a-alavra.#leanor ergueu os om+ros num gesto de resigna!"o, e a condessa desviou aaten!"o -ara a filha mais velha./ arguerite, seIa discreta, mas res-onda logo se a conversa chegar at(voc1. "o seIa intrometida e, ao mesmo tem-o...#leanor desa+afou com veem1ncia:

    / ;h, cara senhora, o que -refere que seIamos... n8s mesmas, oufantoches dando um es-etculoM/ Talve) eu esteIa errada / disse a condessa. / #u deveria deiar voc1sagirem com naturalidade. as com-reendam. Euero realmente que causem uma+oa im-ress"o ao re-resentante do rei da Fran!a.

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    Agora, =1s Hau estava voltado -ara os -re-arativos. "o se falava emoutra coisa, a n"o ser o casamento -r8imo, fosse no grande sal"o ou nosa-osentos dos em-regados. =1s Hau I n"o era mais o sim-les castelo doconde de ProvenceK era a resid1ncia da futura rainha da Fran!a.arguerite, que a -rinc-io ficara a-reensiva, agora estava radiante coma e-ectativa. As informa!5es que tinha so+re o noivo eram de que eleera n"o s8 delicado e +om, mas um homem decidido a cum-rir o seu dever e

    transformar a Fran!a num grande -as.arguerite -assava das m"os das costureiras -ara as de seus -ais, a fimde que -udesse ficar trancada com eles e ouvir conselhos que -areciaminterminveis. Euando -ensava no que devia e no que n"o devia fa)er,di)ia ela a #leanor, ficava com tudo ina-elavelmente confuso, de modoque teria sido melhor n"o ter rece+ido instru!"o alguma.#leanor escutava quase que de m vontade. *omo deseIava que toda aquelaagita!"o fosse -or causa delaN Se ao menos ela tivesse sido a mais velhae estivesse indo -ara a Fran!a, como estaria emocionadaN #m ve) disso,iria ficar em =1s Hau vrios anos mais, e ent"o seria arranIado ummarido -ara ela. Euem seriaM Algum duqueM Algum condeM # ela teria de-restar homenagens 0 irm" -elo resto da vidaN# se tivesse sido a -rimog(nita, teria sido a escolhida.

    J era muito ruim -erder arguerite, cuIa com-anhia faria muita falta,mas o fato de ela ter rece+ido aquela honraria e ficar t"o maisim-ortante do que as demais irm"s era ainda mais difcil de aceitar -araalgu(m com o tem-eramento de #leanor.A -rinc-io, ela ficou indiferente, mas de-ois a curiosidade venceu asua resist1ncia, e quando arguerite confessou estar amedrontada e que0s ve)es deseIava que tudo -udesse ser esquecido, re-reendeu/a e chamousua aten!"o -ara a grande honra que estava sendo concedida 0 famlia eque ela, arguerite, deveria estar reIu+ilando/se -ela sua +oa fortuna.$Assim -assou/se o tem-o, e no momento o-ortuno os em+aiadores do rei daFran!a voltaram a =1s Hau. Tinham ido, disseram eles, -or ordens dorei, -ara levar a ele a noiva, sem demora. Por isso, arguerite deveria-artir com eles, levando com ela umas -oucas criadas e um dos menestr(isda corte de seu -ai, e no caminho o +is-o de

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    vida. A dourada flor/de/lis da Fran!a tremulava 0 sua frente.aquela noite, a atmosfera no castelo era de melancolia e, no entanto,estranha. A famlia aumentara de -restgio com a nova cone"o com a casareal da Fran!a, naturalmente, mas como sentiam saudades de argueriteN#nt"o se viram envolvidos em mais -re-arativos agitados, -ois agora oconde e a condessa deveriam -artir -ara Sens, a fim de serem asorgulhosas testemunhas do casamento e da coroa!"o da filha.

    #ra irritante ter de ficar em casa, ser considerada uma crian!a. oentanto, -ensou #leanor, agora eu ( que sou a mais velha. a -r8ima ve)que -retendentes vierem ao castelo, vir"o 0 minha -rocura. as quecasamento -oderia haver que se com-arasse ao do rei da Fran!aN/ Euando eu me casar / disse ela a Sanchia /, meu casamento dever serdo mesmo nvel do de arguerite./ este caso, voc1 ter de arranIar um rei, irm" / disse Sanchia./ #u sei. "o vou querer -or menos./ Eue rei serM #leanor ficou -ensativa./ 2 um rei da 3nglaterra / disse ela. / Acho que ser ele. ;s -ais dasmeninas voltaram, afinal, e na noite do mesmo diahouve comemora!5es no castelo. Tudo estava ainda mais satisfat8rio do

    que eles tinham ousado es-erar.isseram 0s filhas que a irm" delas estava muito feli). ; marido sea-aionara -or ela 0 -rimeira vista, e ela -or ele./ # n"o era de admirar / disse a condessa. / ; rei da Fran!a ( o homemmais +onito de seu reino. Seus ca+elos s"o t"o claros que +rilham comouma aur(ola dourada 0 lu) do sol. ;s olhos s"o a)uis, e a -ele ( de umacolora!"o t"o delicada que os homens o olham com assom+ro. as o quemais nos agradou foi a sua evidente +ondade. i)em que a Fran!a ( um-as feli) -or ter um rei assim./ # uma rainha / acrescentou o conde, sorrindo./ #u quisera que voc1s a tivessem visto na coroa!"o / -rosseguiu acondessa./ #u tam+(m / disse #leanor./ ; manto que ela usava estava revestido de veiros, a tLnica de veludoa)ul adornada com )i+elina e arminho / continuou a condessa. / unca viarguerite t"o +onita quanto na coroa!"o. ; -ovo nas ruas ovacionava eovacionava. ; rei estava muito feli), e diante da multid"o segurou a m"odela e +eiIou/a com ternura, -ara mostrar a todos o quanto estavasatisfeito com a es-osa, e ( claro que estava di)endo isso a eles, -araque todos tam+(m ficassem. Seu -ai lhes dir que n"o -ude conter aslgrimas ao v1/los.; conde confirmava, feli), com a ca+e!a./ A coroa de ouro dela, que lhe foi dada -elo rei, custou cinquentae oito li+ras. #le a co+riu de -resentes. =indas -eles e ornamentos deouro. ; diadema dela n"o era lindoM / -erguntou a condessa, e o condegarantiu a elas

    que realmente era lindo./ 2ouve uma ta!a de ouro feita -ara os dois, e n8s os vimos +e+endo delano +anquete. ; rei a segurou -ara ela, -rimeiro, e de-ois colocou osl+ios no -onto emque os dela tinham estado. Foi muitssimo emocionante. ;h, este ano foium ano feli).#leanor ficava ouvindo.;h, feli) argueriteN #leanor estava mais decidida do que nunca queningu(m, a n"o ser um rei, serviria -ara ela.; casamento modificara a famlia. arguerite, em+ora ausente, era o seu

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    mem+ro mais im-ortante. #ra o motivo de constantes comentrios enarrativas de sua vida como rainha da Fran!a tornaram/se uma descri!"odiria.Foi +om, #leanor sa+ia, eles terem ficado t"o im-ortantes. Agora haviamais visitantes ao castelo, e houvera um momento inesquecvel em que orei em -essoa os visitara com arguerite. ; rei era, sem dLvida, ummarido ideal. Todos os elogios que #leanor ouvira a res-eito dele n"o

    tinham sido eagerados, -elo que ela -odia ver. #le era inegavelmente+onitoK tinha fei!5es delicadas mas +elamente escul-idasK a te) era t"ofresca, e a -ele t"o clara, que se ele tivesse sido uma mulher teria-arecido que a tivesse -intado daquela maneira, mas se via que aquiloera um -uro frescor natural. #le tinha ca+elos louros que erama+undantes e +rilhantesK e ele e arguerite formavam um casal t"o+onito, que s8 -ela a-ar1ncia encantavam as -essoas que saam de suascasas -ara ovacion/los enquanto -assavam. # o que mais deliciava oconde e a condessa era a -rova evidente de que aquele amor entre o casalreal n"o era um mito. =us, di)ia/se, tornara/se mais s(rio de-ois docasamentoK estava decidido a ser um +om marido e um +om rei. Euanto aarguerite, ela estava em tal estado de contentamento que I n"o -areciamais a irm" delas. #leanor ficou com uma determina!"o ainda maior de

    conseguir -ara si mesma o que a irm" conseguira. as como -oderia fa)erissoM; rei da Fran!a tinha irm"os, mas #leanor n"o queria ser es-osa de umfilho mais mo!oK se ela se casasse com um dos irm"os do rei / e -areciaque dentro de um ano essa -ro-osta -udesse ser eaminada /, ficariasem-re su+serviente -erante a irm". "o quearguerite fosse alguma ve) salientar o fato de ser a su-erior. Aquilon"o tinha im-ort7ncia. #la seria.?m ano se -assara, e #leanor se a-roimava cada ve) mais do dia em queseria encontrado um marido -ara ela, e ela estava inquieta.S8 havia um rei que ela sa+ia que, ao se casar com ela, -oderia lhe daruma -osi!"o do mesmo nvel do de sua irm", e este rei era o da3nglaterra. #le continuava solteiro, em+ora n"o -arecesse -rovvel quefosse continuar assim -or muito tem-o. #le era muito mais velho do que omarido de arguerite, estando com G anos de idade / e em geralarranIavam/se es-osas -ara os reis muito antes de eles atingirem aquelaidade.#leanor decidiu desco+rir o que -oderia fa)er com rela!"o ao rei da3nglaterra, e o mem+ro da corte de seu -ai que mais teria condi!5es de-restar a informa!"o era, naturalmente, Romeo de

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    sido -erdidas havia -ouco tem-o no Wash quando o e(rcito do rei Jo"oatravessava aquele +ra!o d gua.Por isso, ele se tornara rei quando era mais mo!o do que ela era naquelemomento. #le tivera +ons conselheiros / sem-re essenciais, di)ia Romeocom um -iscar de olho e assim chamando aten!"o -ara o valor de sua-r8-ria -osi!"o, que ela seria a Lltima a&

    negar. Por causa daqueles conselheiros, os franceses tinham voltado -araa Fran!a e 2enrique continuara a reinar em -a) / devido 0queles homensfortes cuIo conselho ele seguira./ Eue ti-o de homem ( o rei, RomeoM / -erguntou #leanor./ O igual ao rei da Fran!aM/ uvido que algu(m seIa igual ao rei da Fran!a, mas 2enrique ( umgrande rei, e se for inteligente -oder ser mais -oderoso do que =us.Aquilo fe) com que os olhos dela +rilhassem. #ra aquilo que ela queria.2enrique ser mais -oderoso do que =us / isso, se ela se casasse comele.as que sonho maluco era aquele. "o houvera emissrios vindos da3nglaterra -ara -edir a m"o dela. #ra revoltante o fato de ser o homemque -recisava -edir a mulher em casamento, e n"o o inverso.

    as as -erguntas que ela fi)era so+re a 3nglaterra tinham feito com quea mente de Romeo se -usesse em funcionamento. #la sa+ia disso. # eleestava -ensando, tal como #leanor -ensava, na situa!"o admirvel queseria criada se enquanto uma das filhas do conde de Provence fosse arainha da Fran!a a outra fosse a rainha da 3nglaterra.#leanor ficou im-aciente -ara entrar em a!"o. as o que -oderia fa)erMRomeo n"o -oderia enviar menestr(is 0 corte da 3nglaterra -ara cantaremseus encantos. # ela s8 tinha do)e anos. Se ao menos tivesse sido a maisvelha...#la tornou/se o+cecada -ela 3nglaterra. iscutia so+re aquele -as comRomeo. J sa+ia que ele tinha sido conquistado -or 'uilherme daormandia e que 2enrique era descendente dele. Sa+ia que devido 0sloucuras do rei Jo"o restavam muito -oucas -ossess5es 0 coroa inglesa./ #les v"o tentar recu-er/las / disse Romeo /, e o rei da Fran!a fartudo o que estiver ao seu alcance -ara cont1/los.#ra uma situa!"o interessante.#la encontrava consolo -ara sua im-aci1ncia escrevendo, e era naturalque escrevesse so+re a 3nglaterra. 'ostava das velhas lendas que tinhamsido transmitidas ao longo dos anos e tomou uma delas como +ase de um-oema narrativo.#ra so+re uns certos Hlandin da *ornualha e 'uilherme de iremas, que sea-aionaram -or duas irm"s, as -rincesas Hriende e3rlonde. Para conquistarem essas damas, os dois cavaleiros6tinham de reali)ar -roe)as de grande ousadia. #leanor sentia/searre+atada de orgulho e -ai"o enquanto inventava as tarefasa-arentemente im-ossveis. # em

    sua imagina!"o, ela era a +ela Hriende.*oncludo o -oema, seus -ais convocaram vrios mem+ros da corte -ara que-udessem ouvir a filha deles l1/lo, -ois, al(m de seus talentosliterrios, ela -ossuauma +ela vo) e sa+ia cantar quando assim o era eigido e de-ois entrarnuma recita!"o a-aionada.Foi uma a-resenta!"o ecelente, e quando terminou, #leanor, afogueada-elo triunfo, ergueu o olhar -ara encontrar os olhos de Romeo fios n"onela, mas no es-a!o,como se seus -ensamentos estivessem muito longe.

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    #la ficou magoada e )angada. #ra evidente que ele n"o -restara aten!"o 0leitura que ela fi)era.Sua m"e a estava a+ra!ando./ O a sua maior reali)a!"o / disse ela. /

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    #la fe) um gesto afirmativo com a ca+e!a. #le se afastou, ent"o, e eladirigiu/se 0s -ressas aos ar+ustos, onde Sanchia es-erava im-aciente como agasalho.A vida toda, Ricardo, conde de *ornualha, tinha sido lem+rado do tio emhomenagem ao qual ele fora +ati)ado / *oeur de =ion. ; maior soldado desua (-oca, que I se tornara uma lenda em seu -as / o intr(-idocom+atente cuIo nome era suficiente -ara es-alhar o terror em meio aos

    sarracenos. A-esar da ha+ilidade militarUe da coragem de Ricardo *ora!"o de =e"o, ele n"o conseguira ca-turarJerusal(m, em+ora se dissesse que aca+aria fa)endo isso se sua vida n"otivesse sido interrom-ida -or um arqueiro fora dos muros do castelo de*halu).Para um Iovem que, a-esar de todos os seus esfor!os -ara neglo, n"o eraforte do -onto de vista fsico, um -assado desses era uma desvantagem.Podia/se di)er que o *ora!"o de =e"o tinha sido -ertur+ado -or ataques-eri8dicos de se)"o, mas assim que eles -assavam, ele ficava cheio devigor. A ina-tid"o de seu so+rinho era menos fcil de definir, emanifestava/se numa lassid"o generali)ada, e n"o em qualquer sintoma8+vio.

    Ricardo sem-re sou+era que cedo ou tarde teria de -artir numa cru)ada.#ra o que se es-erava deleK e aquele -arecia um +om momento. #le estava,na verdade, sinceramente cansado do seu casamento. Tinha sido um toloquando, com a-enas anos de idade, casara/se com uma mulher muito maisvelha do que ele. Fora um ato irres-onsvel e im-etuoso. #le tinha sido-revenido / at( mesmo -ela -r8-ria senhora / de que n"o seria +om, etodos tinham tido ra)"o.3sa+ella era filha do velho 'uilherme arechal, um dos homens maisim-ortantes / -oder/se/ia di)er o mais im-ortante da 3nglaterra 0 (-ocada morte do rei Jo"o, -ois se 'uilherme arechal n"o tivesse a-oiado2enrique, ele n"o teria sido aceito -elo -ovo.Eue tolo ele tinha sido ao casar/se com a viLva de 'il+ert de *lare, quedera ao marido seis filhos. #le devia estar louco. *laro que 3sa+ellaera uma mulher ece-cionalmente +onita, e naquela (-oca ele acharainstigante o fato de ela ser mais velha. #le dissera a si mesmo que n"oqueria sa+er de mulher Iovem. ?ma mulher madura era muito mais de seuagrado. # -or isso se casara, e o que aconteceuM #la, que dera ao maridoanterior seis filhos, at( ali s8 lhe dera um filho homem, e -orque suasvisitas a ela se tornaram menos frequentes, ela se tornara melanc8lica,de modo que o grande deseIo dele era ir -ara longe dela.Eue situa!"oN 2enrique iria di)er: Q#u +em que o avisei.Q 2enrique eramuito +om nisso. #le n"o tinha sido t"o afortunado em seus assuntosmatrimoniais, no final das contas. #stava na hora de se casar. ?m reitinha seus deveres -ara com o #stado. as 2enrique -arecia n"o tersorte. a verdade, -arecia que / em+ora fosse rei / ningu(m estava muitoansioso -or se casar com%

    ele. #le I havia enviado sondadores 0 Hretanha, 0 Xustria e 0 Ho(mia /sem resultado. #nt"o, ( claro, tentara uma -rincesa da #sc8cia, mas comoa irm" dela I estava casada com 2u+ert de Hurgh / o -rinci-al ministrodo rei de-ois da morte de 'uilherme arechal /, era consideradodesaconselhvel um rei e um ministro seu casarem com irm"s. i)ia/se que2u+ert, ansioso -or que nenhum daqueles casamentos se reali)asse,es-alhara rumores de que o rei da 3nglaterra tinha um desvio, tinha umcarter lascivo e desagradvel de maneira geral, sendo mentiroso ecovardeK sussurrava/se, at(, que era le-roso. #ra evidente que o -o+redo velho 2u+ert estava agora em decad1ncia, sendo -erseguido tena)mente

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    -elos inimigos, que estavam sem-re -rontos a a-resentar qualqueracusa!"o contra ele, -or mais ridcula que fosse. Ricardo n"o acreditavaque o velho 2u+ert fi)esse aquilo. "o, 2u+ert era um homem +om. *laroque estava de olho na grande o-ortunidade e queria reunir o mimo deterras e dinheiro que -udesse... 9ora, quem n"o queriaM mas 2u+ert erahonrado... como eram os homens. # Ricardo se recusava a acreditar nashist8rias contadas -elos inimigos dele.

    a verdade, 2enrique I n"o era muito mo!o e ainda assim n"o tinha umaes-osa. #le se sentia um -ouco humilhado -or isso e queria se casar.ostrava, no entanto, muito -ouca sim-atia -elos -ro+lemas de Ricardo.a sua o-ini"o, Ricardo agira como um tolo e devia arcar com asconsequ1ncias.as Ricardo n"o era homem de aceitar o destino. J enviara sondadores aRoma com a costumeira alega!"o de consanguinidade, mas o -a-a n"o via ocaso com sim-atiaK -or isso, 0quela altura, Ricardo, estando casado comuma mulher que I n"o o agradava mais, -odia ver com interesse umacru)ada 0 Terra Santa.?m -roIeto daqueles -recisava de muitos -re-arativos, e demoraria algumtem-o -ara que ele -udesse -artir, -rovavelmente um ano ou maisK naquelenterim, ele -oderia a-roveitar os -re-arativos.

    Ficou sur-reso quando chegou um mensageiro vindo de =1s Hau com um-acote -ara ele, e achou gra!a e ficou um tanto intrigado quandodesco+riu a carta escrita numa +oa caligrafia, mas o+viamente -or uma-essoa Iovem, que e-licava que o -oema narrativo era um -resente, -araele, da filha do conde de Provence. #la o enviara -orque esta+elecera ocenrio na *ornualha, terra que a fascinava e que ela sa+ia -ertencer aele, de modo que lhe -areceraVque -or causa disso ele -oderia eaminar o tra+alho com aten!"o.3ntrigado, ele interrogou o mensageiro./ 3sto lhe foi entregue -ela filha do condeM/ O verdade, senhor conde. Ricardo sorriu./ *reio que o conde tem vrias filhas./ Tem quatro, senhor conde./ # uma delas, n"o fa) muito tem-o, tornou/se rainha da Fran!a. Foi asegunda mais velha que lhe deu istoM/ =ady #leanor, senhor conde./ #la ( uma Iovem.../ uito Iovem, senhor./ # deve ser, mesmo, -ois a rainha da Fran!a n"o -assa de uma crian!a, e=ady #leanor ( mais mo!a./ *reio que uns dois anos, senhor conde.Ricardo fe) um gesto afirmativo com a ca+e!a e dis-ensou o homem -araque fosse atendido -elos seus criados, a fim de que descansasse daviagem. e-ois, leu o -oema.#ra +om. ostrava um estilo maduro, e as aventuras dos cavaleiros eramcontadas com uma verve e uma autenticidade realmente assom+rosas, vindas

    de uma menina que n"o -odia ter mais de tre)e anos e nunca vira a regi"oso+re a qual escrevia. ?ma menina fora do comum, -oder/se/ia di)er umamenina +rilhante. Ricardo mentali)ou uma ardente menina estudiosaconsultando os livros.#le -recisava escrever uma nota delicada de agradecimento e cum-riment/la -ela ca-acidade. *a-acidadeN Para uma menina daquela idade escreverum -oema daqueles so+re uma terra que Iamais vira, ela era quase umg(nio.andou chamar o mensageiro, e quando o homem chegou 0 sua -resen!a,disse:

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    / Fale/me so+re =ady #leanor. #la ( +onitaM/ eu senhor, di)em que ela ( a mais +onita das irm"s, e duvido que se-ossa encontrar uma famlia mais +onita na Fran!a./ O mesmoM / -erguntou Ricardo, -ensativo./ O, sim, senhor conde. A senhora ( chamada de #leanor la Helle. oentanto, as irm"s tam+(m s"o +onitas./ A senhora me concedeu uma honra muito grande. #u gostaria de ter a

    o-ortunidade de agradec1/la -essoalmente.

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    2ouve um +anquete no grande sal"o, -re-arado es-ecialmente -ara ele, eele se declarou t"o encantado com a filha do conde que -ediu -ara sera-resentado 0s outras.Sanchia e Heatrice, Iuntamente com #leanor, formavam um trio encantadorKe se talve) #leanor su-erasse as irm"s em +ele)a e -orte, as outras n"oficavam muito atrs.Ricardo foi muito delicado, e conversou com eles so+re o -oema de

    #leanor so+re a *ornualha, que disse t1/lo im-ressionado -ela maneira-ela qual e-ressava a atmosfera da regi"o.e-ois, falou/lhes so+re o castelo de *orfe, onde -assara grande -arteda -rimeira fase de sua vida, e disse que fora educado com o maiorrigor, so+ os cuidados de tutores severos. Falou so+re a *ornualha /aquela -arte mais etrema do oeste da 3nglaterra, que se afilava numarochosa crista de terra que avan!ava +astante oceano adentro. Falouso+re as charnecas e so+re a costa escar-ada que era muito trai!oeira-ara os navios, e so+re o estranho mist(rio da regi"o onde, no -assado,tinham acontecido tantos casos estranhos. #le acreditava que o rei Arture seus cavaleiros haviam andado -or aquelas charnecas.#le se voltou -ara #leanor./ com a sua imagina!"o, cara senhora, a senhora encontraria muito so+re

    o que escrever na minha terra da *ornualha. 3ria encontrar muita gentecomo o +ravo cavaleiro Hlandin. #u gostaria de -oder mostr/la 0senhora./ #stou muito ansiosa -or visit/la / +radou #leanor./ Talve) visite um dia / re-licou RicardoK e olhou -ara ela com tantainsist1ncia, que a cor su+iu 0s faces dela, que +aiou os olhos, commedo de que o conde lesse seus -ensamentos./ #u tam+(m gostaria de ir / disse Sanchia, que era crian!a demais -araesconder a admira!"o -elo h8s-ede./ #s-eremos que de algum modo isso aconte!a / disse Ricardo. / Por quen"o convido todos os senhoresM/ O t"o longe... / disse Sanchia. / o outro lado do mar./ #u gostaria de ir num navio / interferiu Heatrice. / ; senhor veio numnavio, senhor conde./ O verdade, vim, e o mar foi t"o duro conosco, que mais de um de meushomens deseIou morrer./ as o senhor, n"o / disse Sanchia./ #u sou um marinheiro ra)ovel / res-ondeu ele /, o que ( uma gra!a,-orque em minha famlia costumvamos -assar a vida atravessando o mar deum lado -ara o outro. #ssas viagens -odem voltar a acontecer.#leanor foi a Lnica que sa+ia que ele estava se referindo 0 recu-era!"odas -ossess5es -erdidas. Ficou calada, -orque toda a sua aten!"o estavaconcentrada no que ele tinha a di)er. #la queria ouvir falar cada ve)mais so+re a 3nglaterraK e ouvir falar na 3nglaterra significava ouvirfalar em seu rei./ eu irm"o, como sa+em, ( rei h muito tem-o. #le ( s8 um -ouco mais

    velho do que eu. Pensem +em. Se eu tivesse nascido quin)e meses maiscedo e ele quin)e mais tarde, seria o rei da 3nglaterra que estariasentado conversando com os senhores agora./ este caso, o senhor n"o estaria aqui / salientou #leanor./ Por que n"o deveria estarM #u lhes digo uma coisa. Se meu irm"otivesse conhecimento do talento e da +ele)a das filhas do conde deProvence, n"o -oderia resistir a uma visita./ Euando um rei fi)er uma viagem 0 Fran!a / salientou #leanor /, havermuita gente que desconfiar de seus motivos. #le n"o -oderia fa)er issos8 -ara ver as filhas de meu -ai.

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    / Percorre, sim. eu irm"o adora a -om-a. # isso, naturalmente, estrefletido em sua corte. ; -ovo gosta disso./ O assim que um rei deve ser / disse #leanor./ ivers5es -r8digas s"o -re-aradas -ara ele nos castelos que elevisita. Temos os Iograis, claro, que v1m com can!5es e dan!as. Algunsdos Iograis s"o mulheresK eles dan!am +em e sa+em cantarK s"o +ons emmmicaK re-resentam -equenas -e!as. Posso lhes di)er que n"o h falta de

    alegria na corte de meu irm"o. as ele -refere mais os mLsicos e os-oetas e aqueles que reali)am uma certa es-(cie de dan!a. #le sem-re foimais estudioso do que eu. Acho que ele adora os livros quase tantoquanto adora o seu reino./ Euem ( a dama que ir -artilhar do trono deleM/ O Joana, filha do conde de Ponthieu.; conde de PonthieuN, -ensou #leanor. #la n"o era de uma classe maiselevada do que afilha do conde de Provence. # -ara ela, uma coroaN ;h, eles deviam teragidomais cedo./ Euando... quando ser o noivadoM/ uvido que haIa alguma demora. eu irm"o acha que I es-erou demais...

    e o mesmo -ensam os seus ministros. *reio que as -ro-ostas -odem I tersido encaminhadas a meu irm"o. Sei que ele as est es-erando ansioso.#leanor -arecia ter -erdido o 7nimo. Poderia ter dado resultado. as eratarde demais.Euando Ricardo foi em+ora, montado em seu cavalo, as tr1s meninasficaram com os -ais acenando -ara ele.#le olhou -ara trs e -ensou como era encantador o gru-o que elesformavam. #ra evidente que as notcias so+re a +ele)a das meninas n"otinham sido eageradas.#leanor era muito talentosaK Sanchia era encantadora / muito6Iovem e muito atraenteK e at( mesmo a -equena Heatrice iria ser uma+ele)a quando crescesse.#le levou consigo o -oema. #ra realmente uma o+ra de arte.

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    escondido, e aquilo lhe dava uma a-ar1ncia estranha que, -ara alguns,-oderia -arecer um tanto sinistra, mas de certa maneira indicava um arde distin!"o. #le nada tinha de tirano. Reconhecia que era um li+eral eum homem +enevolente/ eceto em raros momentos, quando sua raiva era -rovocada. #raconhecido como um -atrono das artes e um homem de gosto refinado. asn"o eram s8 esses dons que ele tinha a oferecer a uma

    Ues-osa. #le era o rei da 3nglaterra, e a mulher com quem se casasseseria uma rainha.Por isso, era assom+roso que tivesse ficado tanto tem-o solteiro. Antesdaquela, fi)era tr1s tentativas e nenhuma dera resultado.#stava ficando um -ouco desconfiado.andou chamar 2u+ert de Hurgh. 2u+ert voltara a cair nas suas gra!as,mas o relacionamento dos dois Iamais seria o mesmo de antes. 2ouve(-oca, quando ele era menino, em que 2enrique idolatrara 2u+ert, -ois2u+ert / com 'uilherme arechal / lhe dera a coroa. #le era um menino denove anos, os franceses estavam de -osse das cidades/chave da3nglaterra, a m"e aca+ara de ser li+ertada da -ris"o em que o -ai dele acolocara, quando 2u+ert e 'uilherme arechal o haviam colocado no trono,

    arregimentado o -as e tornado -ossvel que ele fosse rei.?ma fa!anha dessas deveria ter feito de 2u+ert um amigo -ara a vidatoda, e quando 'uilherme arechal morrera, 2u+ert se tornara seu Iui)su-remo e conselheiro. 2enrique ouvira os conselhos de 2u+ert,acreditara em 2u+ert, mas 0 medida que 2u+ert ficara mais influente,ficara mais rico e se a-roveitara de todas as situa!5es -ara aumentarseu -oder e o -oder de sua famlia. *hegara, at(, a se casar com a irm"do rei da #sc8cia. ;s inimigos de 2u+ert come!aram, ent"o, a inIetar oveneno da inveIa nos ouvidos de 2enrique, e ele acreditara.Afinal, devia haver algo de verdade naquilo que eles davam a entender. ;velho 2u+ert fora -erseguido tena)mente, sendo o+rigado a largar oscargos, sua vida -assou a ficar amea!ada, e o -r8-rio 2enrique quase omatara com sua es-ada em certa ocasi"o. Algo de que ele se arre-enderamais tarde, -ois n"o era, -or nature)a, um homem violento. as o que n"o-odia su-ortar / e isso ocorria muito naquela (-oca / era algu(m dando aentender que ele era Iovem, ine-eriente e inca-a) de tomar decis5es.#le tivera que aguentar demais aquelas coisas quando era muito mo!o,cercado como estivera -or conselheiros que se imaginavam muitointeligentes.as agora 2u+ert voltara a cair nas +oas gra!as. As terras e ashonrarias lhe haviam sido devolvidasK e -ara mostrar sua contri!"o,2enrique tentava com-ortar/se -ara com ele como se aquela (-ocaterrvel, em que ele fora o+rigado a fugir de onde estava asilado echegara muito -erto de uma morte violenta, Iamais acontecera.2u+ert chegou e foi direto -ara os a-osentos do rei.Po+re 2u+ert, envelhecera muito. Perdera aquela vivacidade%

    que lhe fora caractersticaK a testa ficara muito enrugada e a -ele-erdera o frescor. Al(m do mais, havia um olhar desconfiado, como se eleestivesse vigilante e Iamais voltaria a confiar nos que o cercavam.Aquilo era com-reensvel. #le -oderia, muito facilmente, ter aca+adoficando -risioneiro na Torre de =ondres, -ara sair somente -ara rece+era morte dos traidores. Aquilo acontecera muito de-ressa e muito dere-ente e, na o-ini"o de 2u+ert, sem motivo. #le Iamais se livraria domedo de que -udesse acontecer outra ve)./ Ah, 2u+ert. / ; rei estendeu a m"o e teve um sorriso caloroso.2u+ert tomou/lhe a m"o e, curvando/se acentuadamente, +eiIou/a. com que

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    ent"o, ele estava a salvo naquele dia, -ensou. ; rei estava -reocu-ado,mas 2u+ert n"o seria res-onsa+ili)ado -elo que o estivesse -ertur+ando.2u+ert relaou um -ouco. 2enrique n"o -odia ser cul-ado de todo. #lefora desviado -or homens maldosos que estavam decididos a destruir2u+ert de Hurgh, homem cuIas -osses e -osi!"o Iunto ao rei elesinveIavam. as isso foi antigamente. Por uma grande sorte do -onto devista de 2u+ert, #dmund, o santo arce+is-o de *anter+ury, de-lorara a

    influ1ncia que o arquiinimigo de 2u+ert, Peter d1s Roches, +is-o deWinchester, estava conseguindo so+re o rei. #le n"o estivera so)inhonaquilo e, a-oiado -or -oderosos +ar5es, o arce+is-o amea!ara o rei deecomunh"o se n"o demitisse o +is-o.2enrique, cuIos instintos religiosos eram fortes, ficara im-ressionado-ela santidade do arce+is-o de *anter+ury e aca+ara demitindo Peter d1sRoches. Assim, fora a+erto o caminho -ara a volta de 2u+ert 0s +oasgra!as.as devia haver tens5es entre os dois que Iamais seriam vencidas. 2u+ertn"o esquecia que o rei se voltara contra ele e que s8 uma sorte etremaevitara que seus inimigos o destrussemK 2enrique iria sem-re lem+rar/sedos rumores que ouvira so+re 2u+ert. unca mais os dois iriam confiar umno outro.

    Peter d1s Roches fora em+ora da 3nglaterra, levando consigo grande -artede sua rique)a, que ele colocara 0 dis-osi!"o do -a-a, que estava emguerra com os romanos. as a sua lem+ran!a continuava, e o dano que elecausara a 2u+ert Iamais seria inteiramente eliminado.isso tudo os dois se lem+raram enquanto se encaravam./ ;s mensageiros est"o custando a voltar de Ponthieu / disse 2enrique.V/ aIestade, h muita coisa -ara eles resolverem. Euando voltarem, oscontratos I ter"o sido a-rovados e sua noiva estar fa)endo os-re-arativos -ara vir -ara a 3nglaterra./ #s-ero que ela seIa t"o graciosa quanto nos disseram que era, 2u+ert./ #la ( Iovem, e n"o tenho dLvidas de que ( tam+(m graciosa./ esta ve) / disse 2enrique / vou -rovidenciar -ara que nada im-e!a omeu casamento./ "o veIo ra)"o, maIestade, -ara que seIa im-edido. Por um instante2enrique olhou -ara o Iui) com olhos semi/cerrados. Seria verdade ou maledic1ncia a informa!"o de que 2u+ert forao res-onsvel -or interrom-er as negocia!5es -ara aqueles outroscasamentosM "o, ele n"o acreditava que 2u+ert fosse se -ortar daquelamaneira. Al(m do mais, qual teria sido a inten!"oM/ ; conde de Ponthieu est ansioso -elo casamento / -rosseguiu 2u+ert /,e o mesmo acontece, creio eu, com a filha dele. a verdade, maIestade,eu sou+e de fonte altamente autori)ada que eles nem acreditam na +oasorte que tiveram./ 3sso n"o me sur-reende / res-ondeu 2enrique, com-lacente. / Ponthieun"o tem grande im-ort7ncia quando com-arada 0 3nglaterra. Ser um 8timocasamento -ara a Iovem.

    #le sorriu. 3ria gostar de ser delicado com sua es-osa, mostrando a elao +elo casamento que ela fi)era, fa)endo com que ela sou+esse que, detodas as maneiras, ele lhe era su-erior. *omo a Iovem iria am/lo -orele co+ri/la de tantos +enefciosN/ 2u+ert / disse ele /, quero que voc1 a-resse esse casamento. J houvemuita demora./ inha inten!"o ( esta, maIestade / re-licou 2u+ert. / #steIa certo deque dentro de -oucas semanas sua noiva estar aqui.Euando Ricardo voltou -ara a 3nglaterra, seu -rimeiro dever foia-resentar/se ao irm"o. esmo enquanto se cum-rimentavam, os dois

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    estavam cientes da cautela que -enetrara no seu relacionamento. #leshaviam -erdido a confian!a que tinham antes. esde aquele dia em que2enrique discutira com Ricardo e chegara at( a -ensar em mandar -rend1/lo e Ricardo reunira alguns dos -rinci-ais +ar5es -ara ficarem a seulado, 2enrique tornara/se desconfiado do irm"o. A -artir do dia mesmo emque ele su+ir ao trono, no modo de agir de cada +ar"o 0 sua voltahouvera a sugest"o de que ele devia lem+rar/se do que acontecera a seu

    -ai. RunnymeadN S8 o nome$continha um aviso sinistro. Aconteceu com o rei Jo"oK -oder acontecercom voc1. ;s +ar5es nunca mais iriam deiar que rei da 3nglaterra nenhumesquecesse o -oderque eles re-resentavam. # quando um rei tivesse um irm"o am+icioso queI se mostrara ca-a) de ficar contra ele, -recisava realmente sercauteloso.Ricardo Iamais esqueceria que, instado -elo Iui), 2enrique estivera a-onto de -rend1/lo e, n"o fossem a lealdade de alguns de seus criados esua a!"o imediata, ele -oderia ter aca+ado sendo -risioneiro do rei. #lefora o+rigado a -rovocar os +ar5es que vigiavam as a!5es do rei eestavam -rontos a ficar do lado dele antes que ele -udesse sentir/se

    livre novamente. # em+ora ele e o rei tivessem se tornado amigos maistarde, incidentes como aquele Iamais seriam esquecidos.Ricardo estava intensamente ciente da rivalidade entre os dois. #lemesmo Iamais se esqueceria de que tinha sido a-enas a ordem donascimento deles que colocara 2enrique na -osi!"o su-erior e ele,naturalmente, achava que teria sido um rei melhor. 2enrique sa+ia deseus sentimentos, e isso n"o lhe granIeava o afeto do irm"o.Ainda assim, devido ao -arentesco ntimo, os dois sa+iam que umaanimosidade a+erta entre eles seria inc8moda -ara am+os.2enrique estava irritado -orque suas aventuras matrimoniais haviamfalhado, mas ao mesmo tem-o sentia/se satisfeito -orque a aventura deRicardo naquele sentido, em+ora -ositiva, estava longe de sersatisfat8ria./ # ent"o, como se saiuM / -erguntou o rei./ uito +em./ # est adiantado em seus -re-arativosM Euando estar -artindo -ara aTerra SantaM/ Ainda falta muito o que fa)er. Pode levar dois anos, no mnimo./ Tanto tem-o assimN Hem, voc1 vai ter um -ouco de tem-o -ara -assar comsua mulher antes de ir. / ; leve sorriso, o olhar -or +aio da -l-e+racada, irritaram Ricardo. "o havia necessidade de 2enrique tri-udiar.Ricardo sa+ia que cometera um erro. as -elo menos se casara e tinha umfilho -ara mostrar como resultado./ ; menino desa+rocha / disse ele, com um toque de malcia. 2enriquevacilou. *omo ele adoraria ter um filhoN /

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    / ;h, +onita +astante / disse ele./ Honita +astante / +radou 2enrique. / Honita +astante, -ara quem...-ara o qu1M/ "o se -ode -edir demais de uma noiva num casamento -oltico, -odeM Seela nasceu no +er!o certo e o casamento tra) as condi!5es deseIadas, oque im-orta se a mo!a ( +onita ou n"oMFe)/se um sil1ncio, enquanto a fisionomia de 2enrique ficava mais

    carrancuda. #nt"o, Ricardo soltou uma gargalhada./ ;h, meu irm"o, estou a-enas -rovocando. #la ( graciosa.../ HastanteM / acrescentou 2enrique./ Para di)er a verdade, eu a com-arei com uma outra que conheci -or umsim-les acaso./ ;h, voc1 tornou a se a-aionar, ent"oM/ #u +em -odia estar -ara me a-aionar. #la ( filha do conde deProvence. Acho que nunca vi uma Iovem mais +onita. #la ( inteligente,tam+(m. ?ma -oetisa... uma mLsica... uma menina que rece+eu uma educa!"ofora do comum. 3sso fica evidente nos seus modos... na sua maneira defalar... e, ( claro, na sua -oesia./ "o est falando da rainha da Fran!aM/ ada disso. #u n"o a vi. "o era nada -rovvel que eu teria sido

    rece+ido com muita ami)ade na corte da Fran!a. A menina que tanto meim-ressionou foi a irm" dela, #leanor.

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    / Pode ser que um dia eu conven!a o -a-a2enrique ficou im-aciente/ Fale mais de Provence./ ; conde tem orgulho das filhas. Euem n"o teriaM e-ois de garantir orei da Fran!a -ara uma delas, ele ir -rocurar nas alturas -ara asoutras./ # como ( #leanor em com-ara!"o com argueriteM/ ;uvi di)er, no castelo, que ela era at( mais +onita. a verdade, -or

    causa disso ela era sem-re chamada de #leanorla Helle/ 1/me o -oema. vou l1/lo./ #nt"o, vou dei/lo 0 vontade, 2enrique. #stou interessado em sa+er oque acha dele/ #steIa certo de que lhe direi.Assim que ficou a s8s, o rei deu uma olhada no -oema. A caligrafia eraece-cionalmente +oa, e s8 ligeiramente infantil. #stava escrito nodialeto -roven!al, e -orinterm(dio de sua m"e 2enrique e seu irm"o e suas irm"s tinham um certoconhecimento dele, e -or isso ele -de l1/lo com facilidade.#ra encantador, delicioso, diferente... e cheio de sentimento. #ra

    verdade, a menina era uma -oetisa.Ricardo a admirava. #le estava, mais do que nunca, lamentando o seucasamento. Tivesse ela sido de uma classe mais inferior, ele teria feitoo -ossvel -ara torn/la sua amante. 2enrique conhecia Ricardo. as eraclaro que aquilo era algo que o conde de Provence nunca -ermitiria.#la era +onita / ca+elos dourados, com olhos castanhos. #le a imaginoucom clare)a. Pele macia, +elos tra!os, o cor-o Iovem -erfeito em todosos detalhes. Ricardo era conhecedor de mulheres e a achara a menina mais+onita que I vira. A irm" dela I era rainha da Fran!a. #ra umasitua!"o interessante.Por que ele n"o tinha ouvido falar em #leanor antes de entrar emnegocia!5es com PonthieuMesmo assim, ele ainda n"o estava -reso a Joana. Ainda havia tem-o.A ideia o o+cecava. #leanor la Helle. A deliciosa menina de tre)e anos.#le queria uma Iovem, algu(m que ele -udesse moldar 0 sua maneira. Teriaficado com medode uma mulher madura. A maioria dos reis de sua idade teria tido vriosfilhos +astardos es-alhados -elo -as 0quela altura. 2enrique, n"o. #leera tmido com as mulheresK n"o queria loucas aventuras amorosas. Eueriauma es-osa que ele -udesse amarK algu(m que o res-eitasse, e ele achavaque deveria ser, com toda certe)a, uma IovemK ele queria filhosK +elosfilhos homens. Aquilo era necessrio -ara o +em/estar da na!"o. Ricardo-odia -ensar que a sucess"o estivesse garantida atrav(s dele, mas n"oera isso que 2enrique queria. ?m filho seu deveria su+stitu/lo, eaquela +ela e Iovem es-osa iria dar aquele filho.#le I n"o estava gostando de Joana e estava meio a-aionado -or#leanor.

    as n"o ( tarde demais, -ensou ele.andou chamar 2u+ert./ udei de ideia / disse ele. / ;s mensageiros I voltaram de PonthieuM&/ Ainda n"o, maIestade / res-ondeu 2u+ert./ ecidi n"o reali)ar o casamento./ aIestadeN / 2u+ert estava -er-leo./ "o ( interessante, e I encontrei a noiva que eu quero. #la (#leanor, filha do conde de Provence.2u+ert encontrou a+rigo no sil1ncio. #stava -ensando nas negocia!5es que

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    tinham estado em andamento em Ponthieu e na dificuldade de rom-1/lasKmas n"o disse coisa algumaK a lem+ran!a da ocasi"o em que ele tentaraavisar o rei -ara o -r8-rio +em dele estava demasiado vvida. unca maisele tornaria a cair naquela armadilha./ #la ( culta e +onita. A irm" ( a rainha da Fran!a.

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    ( t"o im-ortante quanto este./ Se ele n"o tiver os meios... maIestade.../ Sem dLvida, encontrar um Ieito. #u gostaria de ver o -ra)er delequando sou+er qual ( a miss"o dos senhores./ Ser enorme, mas quando ouvir o que

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    Ponthieu./ ?m casamento n"o ( casamento enquanto n"o tiver sido cele+rado. #sttudo aca+ado entre a 3nglaterra e Ponthieu. As negocia!5es -araram, o-edido foi retirado. ;s mensageiros do rei, e s"o homens que ocu-amaltos cargos, disseram que ele est t"o ansioso -or este casamento quen"o quer que haIa demora alguma./ ; que significa issoM / disse #leanor. / Eue eu -artirei

    imediatamenteM evo me -re-ararM/ Eueridinha, est t"o ansiosa assim -or nos deiarM / -erguntou a m"eem tom quase de re-rova!"o,/ ;h, n"o, querida m"e. as devo sa+er o que es-eram que eu fa!a./

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    #las estavam olhando -ara ela na e-ectativa, e ela tomou/as -elas m"ose levou/as at( o assento da Ianela.;s olhos dela +rilhavam. *ome!ou a descrever a corte inglesa -ara elas,como se estivesse escrevendo um -oema. Falou/lhes do marido. #le se-arecia muito com Hlandin, o cavaleiro c8mico. #stava -ronto a fa)ertoda sorte de tarefas im-ossveis -ara conseguir a m"o dela./ Eue ti-o de tarefasM / -erguntou Heatrice.

    # #leanor ficou ali sentada no assento da Ianela e falou so+re algumasdas tarefas que Hlandin tivera de reali)ar -ara ganhar a m"o da +ela-rincesa Hriende. S8 que naquele caso, em ve) de se tratar de Hlandin eHriende, eram 2enrique e #leanor.&V#nquanto ela tecia suas hist8rias, chegou mais gente ao castelo.a Ianela, #leanor viu tr1s de seus tios entrarem a cavalo no -tio,a-ressados. #ra evidente que tinham sa+ido da novidade. #ram os tiosPeter, Honiface e 'uilherme, que era o +is-o eleito de

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    #leanor n"o estava -restando aten!"o.*laro, di)ia ela -ara si mesma, tinha sido +om demais -ara ser verdade.#ra como um de seus -oemas (-icos. A vida real raramente era assim.Seus tios n"o eram homens de a+rir m"o de um -r(mio daqueles sem lutar.ensageiros iam e vinham da 3nglaterra. ; conde de Provence achavainteiramente im-ossvel atender 0s eig1ncias do rei da 3nglaterra,enquanto o rei da 3nglaterra achava que o que ele -edia era realmente

    -ouco com-arado com a honra que estava concedendo./ #sse rei da 3nglaterra -arece ser um homem muitssimo mercenrio /disse o conde.A condessa concordou./ Talve), no final das contas, n"o fosse ser um casamento t"o +om assim.Seria -edir demais es-erar outro marido como =us./ =us n"o s8 ( um rei, mas um grande homem / res-ondeu o conde. / A+ondade se reflete em sua fisionomia. #u acharia que arguerite tiverasorte ao ter um marido desses, mesmo que ele fosse o mais modesto doshomens./ #st claro que 2enrique da 3nglaterra ( de outra nature)a. #ra de sees-erar. =em+re/se do -ai dele.; conde sorriu -ara ela com carinho. #la lhe estava di)endo que n"o

    ficasse de-rimido -orque aquele casamento n"o iria reali)arse. com queent"o ela aceitara como certo que ele n"o aconteceria. 2enrique iniciaravrias negocia!5es, e era significativo o fato de que nenhuma delastivesse dado resultado./ Pode muito +em ser / disse o conde / que 2enrique seIa um homem quegoste de -ensar em casamento mas que o evite quando a hora se a-roima./

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    -eso dela em ouroNA Iovem mais +onita do mundoN Aquilo o deiara a+alado. A es-osa do reida 3nglaterra devia ser a Iovem mais +onita do mundo, ( claro / mastam+(m deveria levar um dote digno do marido./ Acho que eles v"o dar o que eu quero / disse 2enrique./ eu caro irm"o, voc1 n"o conhece a -o+re)a de Provence./

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    com #leanor de Provence. #stou decidido./ as, e o doteM/ J tomei uma decis"o. "o vou -edir dote... s8 #leanor. vou mandarchamar o 2u+ert e di)er/lhe isto. Euero que #leanor seIa mandada -ara csem demora.Ricardo sorriu./ "o vai se arre-ender / disse ele. / #u lhe -rometo.

    Eue emo!"o em =1s Hau, quando os mensageiros chegaram vindos da3nglaterraN; rei estava farto de tanta corres-ond1ncia. Eueria a sua noiva. Euantoao dote, aquilo era um assunto que n"o -recisava atraslos. ; que elees-erava ansioso era o casamento.Sanchia disse que aquilo -arecia uma gangorra. o alto um instante,em+aio no outro./ ada disso / +radou #leanor. / esta ve), vou ficar no alto.Parecia que ela estava com a ra)"o. ensageiros vindos da 3nglaterrafalavam na im-aci1ncia do rei. Assim como -ouco tem-o atrs ele insistiano dote, agora eigia a imediata -artida de sua noiva./ Temos de -artir logo / disse tio 'uilherme, +is-o eleito de

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    At( mesmo enquanto cavalgava, ele n"o conseguia deiar de cantar umacan!"o, e todos ouviam com admira!"o.Al(m do mais, as can!5es que ele cantava eram de sua autoriaK ele eraecelente tanto nas letras quanto nas mLsicas.Ficou encantado com #leanor. Sussurrou a ela que o marido iria am/la evener/la. #le lera um dos -oemas que ela escrevera e achava que elatinha um +elo talento.

    / Sou -oeta, e tenho algum m(rito, segundo me di)em. as como v1, minhaa-ar1ncia n"o est 0 altura da +ele)a de minhas -alavras. *omo (diferente com a senhoraN A senhora foi du-lamente dotada, Sra. #leanor,e seu marido ir am/la tanto, que n"o conseguir negar o menor de seusdeseIos&6Aquelas -alavras encantavam #leanorK ela sentia como se estivessevivendo numa nuvem de gl8ria.Foram -ara o castelo de Thi+aud, a fim de descansar um -ouco e dar a elea o-ortunidade de rece-cion/los.3sso ele fe) ao estilo real, -ois estava ansioso -ara que todos selem+rassem de que ele era +isneto de =us

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    *ham-agne como convidados de honra.Todos os dias, o ch"o de laIe era co+erto de Iunco fresco e, ainda emhonra aos h8s-edes, de ervas e flores de -erfume doce.Foi uma e-eri1ncia maravilhosa, e o melhor de tudo era a noite, quandoa escurid"o caa e as mesas so+re os cavaletes eram retiradas no sal"o eo conde cantava -ara eles suas can!5es de amor.#le era uma figura rom7ntica, a-esar de seu tamanho, -ois muitas de suas

    can!5es falavam do amor n"o corres-ondidoK e havia uma mulher so+re aqual ele estava sem-re cantando. #leanor ficou imaginando quem era ela.#les ficaram cinco dias e cinco noites no castelo, e durante aquele-erodo ela encontrou uma o-ortunidade de -erguntar a ele.#stava ficando tardeK as achas de lenha que queimavam no centro dogrande sal"o +rilhavam em +rasaK muitos dos convidados estavamsonolentos, sentados em +ancos de -edra que aqui e ali formavam -arte da-arede, ou nos +aLs de carvalho que continham alguns os tesouros doconde mas serviam de assento em ocasi5es como aquela.#leanor disse ao conde:/ ; senhor canta sem-re so+re uma Lnica mulher, n"oM ;u talve) seIamvrias. as sem-re canta so+re os +elos tra!os dela, sua -ure)a e seudistanciamento. #iste a-enas uma, ou o senhor canta -ara um idealM

    / Para uma s8 e -ara um ideal / res-ondeu ele./ #nt"o ela realmente eiste./ #iste, sim./ # ela n"o o amaM/ #la n"o me ama./ Talve) um dia venha a am/lo./ #la Iamais olhar -ara mim. #la ( uma grande dama. #st longe demim... e sem-re estar./ Euem ( elaM O segredoM #le a olhou com ar ir8nico./ A senhora acredita que -oderia levar um homem a se trair, n"oacreditaM/ #u n"o havia -ensado nisso / negou ela.&U/ Ah, a senhora tem muito charme, senhora. ;lhe -ara mim. "o sou umafigura rom7ntica, souM Sa+e o que um -oeta escreveu so+re mimM vou lhecontar. #u estava sus-irando -elo meu amor, ansiando -or toma/la nos+ra!os, e eis a can!"o que foi com-osta:Q*avalheiro, o senhor fe) +em #m olhar -ara sua adoradaK Sua gorda efofa +arriga 3ria im-edi/lo de alcan!/la.Q#leanor come!ou a rir./ Pronto, est vendoM / murmurou ele. / A senhora tam+(m )om+a de mim./ ada disso / +radou ela. / "o ( isso. Acho que a sua dama -oderiaam/lo -elo que o senhor escreve so+re ela. ; senhor d a ela uma vidaimortal, -ois ela ser conhecida -ara sem-re atrav(s de suas can!5es./ #la ( uma mulher que n"o -recisa de minhas can!5es -ara isso. #laviver gra!as 0s suas reali)a!5es./ #nt"o ela ( uma dama de alta -osi!"o.

    / a mais alta./ ; senhor se refere 0 rainha./ Por eus, sim. A rainha.#leanor ficou roa. argueriteN, -ensou ela. #le leu os seus -ensamentosna hora e +radou:/ "oN "oN "o ( a Iovem rainha. #la n"o -assa de uma crian!a. OHlanche... a incom-arvel Hlanche... a Rainha Hranca, com os seus+rilhantes ca+elos louros, sua -ele +ranca e sua -ure)a./ #la deve ser muito velha. #la ( m"e do rei da Fran!a./ Hele)a como a dela n"o tem idade / murmurou o conde. # ent"o dedilhou

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    seu alaLde e uma ve) mais come!ou a cantar+aiinho so+re a sua dama.Por mais ansiosa que estivesse -elo seu casamento, #leanor lamentoudeiar *ham-agne. Thi+aud insistiu em unir/se ao gru-o e acom-anh/loat( a fronteira francesa. Assim, com muita -om-a e etravag7ncia, eles-artiram. ;s ha+itantes das aldeias saam de suas casas -ara olhar+oquia+ertos a suntuosidade de que iriam lem+rar/se -ara sem-re.

    Aca+aram chegando 0 fronteira francesa e, l, Thi+aud des-ediu/se deles.&%#leanor lamentou a -artida dele, mas a emo!"o de encontrarse com a irm"fe) com que ela logo o esquecesse. Porque ali estava arguerite / mudadadesde sua inf7ncia em Provence, a rainha da Fran!a, e a seu lado, o rei=us.; conde e a condessa foram tomados de emo!"o ao verem sua +ela filha e omarido. ;s dois formavam realmente um +elo casal. arguerite, sem sermais a menina muito Iovem que sara de casa, transformara/se numarainha. 2avia um ar de reale)a nela que emocionou -rofundamente os -aise deiou/os muito orgulhosos.#leanor -erce+eu aquilo e ficou contente -elo fato de a vida estar lhedando um -a-el t"o augusto quanto o da irm".

    *omo acontecia com todo mundo, ela ficou -rofundamente im-ressionada com=us e n"o -de deiar de imaginar se 2enrique seria igual a ele. #leera mais alto do que seus com-anheiros, e como era tam+(m muito esguio,-arecia ser ainda mais alto do que era na realidade. Seus ca+elos muitolouros fa)iam com que se destacasseK e em+ora n"o se vestisse com asuntuosidade com que Thi+aud se vestira, da ca+e!a aos -(s ele era orei.; conde agradeceu/lhe toda a felicidade que ele dera 0 sua filha, ao que=us res-ondeu, em termos muitssimo corteses, que ele devia agradecerao conde ter/lhe dado arguerite.Foi emocionante cavalgar so)inha com o rei e a rainha da Fran!a/ a flor/de/lis dourada levada 0 frente deles.=us -erce+eu r-ido que #leanor -ossua uma mente +rilhante e alerta,tal como a irm", e gostava de conversar com ela. Falou so+re a3nglaterra, admitindo que nunca estivera l, mas seu -ai sim, e em umaou duas ocasi5es lhe falara so+re aquele -as./ S"o tantas as ve)es em que nossos -ases t1m estado em guerra / disse=us /, mas com duas irm"s como suas rainhas, isso deve fa)er com quenos tornemos amigos.#leanor disse que Iamais -oderia ser inimiga de seus queridos irm"os, aoque =us res-ondeu, s(rio:/ 8s nos lem+raremos disso.#leanor viu/se inclinada a achar que =us era demasiado s(rio. Pretendiadesco+rir se arguerite achava o mesmo e se teria -referido algu(m maisdado 0s alegrias da vida.A caminho de Paris, eles foram rece+idos de maneira semelhante 0quela deque haviam desfrutado com o conde de *ham-agne. arguerite deu a

    entender que estava um -ouco cansada de todas aquelas Iustas e torneiosque eram a-resentados a eles. #leanor, no6Ventanto, tinha visto -ouco, e como aquilo era feito em sua homenagem,tinha uma atra!"o es-ecial.Euando se a-roimavam da ca-ital, encontraram 0 sua es-era um corteIo 0frente do qual cavalgava a rainha/m"e da Fran!a. #ssa, -ensou #leanor, (a herona de todas aquelas can!5es que o gordo trovador cantara.#la era realmente +onita / como uma esttua delicadamente escul-ida,-ensou #leanor. As fei!5es eram talhadas com -erfei!"oK ela -arecia

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    Iovem e esguia demais -ara ser m"e do rei / e de vrios outros tam+(m.;s ca+elos, que #leanor de-ois desco+riu que eram a+undantes e muitolouros, estavam ocultos -ela touca de seda. #ra claro que era uma mulheren(rgica, e devido 0 devo!"o que ins-irara em Thi+aud, #leanor ficou comum interesse es-ecial -or ela. #nt"o, -erce+eu que a chegada dela-rovocara uma sutil altera!"o no com-ortamento dos Iovens rei e rainha.=us dedicava muita aten!"o 0 m"e / que ela evidentemente eigia / e

    menos 0 sua rainha.#leanor -ensou, indignada: se eu estivesse no lugar de arguerite,Iamais -ermitiria isso.Todos se su+metiam 0 vontade da rainha/m"e. ;s olhos de um a)ul muitoclaro eaminaram #leanor com ar de a-rova!"o. #la estava satisfeita -elofato de a irm" de sua nora ir se casar com o rei da 3nglaterra -orque,como arguerite mencionara, na Fran!a achava/se que os casamentos dasduas irm"s aIudariam a manter a -a) entre os dois -ases.# assim eles entraram em Paris, onde admiraram os melhoramentos quetinham sido iniciados -elo av do Iovem rei, Fili-e Augusto. #la I n"omerecia o e-teto de Q*idade de =amaQ que os romanos lhe haviamconcedido, -ois Fili-e Augusto a -avimentara com -edras resistentes queeram lavadas -ela chuva e, se isso falhasse, -elos ha+itantes que se

    orgulhavam de sua cidade.Admiraram =1s 2alles, o mercado fechado que ele construra, a grandecatedral de otre/ame e os melhoramentos feitos no velho -alcio do=ouvre.# com isso, chegaram a Paris na Lltima eta-a da viagem atrav(s daFran!a. Ali, iriam descansar um -ouco antes de continuar a viagem at( acosta.arguerite estava ansiosa -or estar com a famlia tanto quanto -ossvel,e conseguiu convenc1/los a -assar alguns dias com ela em Pontoise,6$da qual, confessou ela a #leanor, ela e =us gostavam mais do que dequalquer outra de suas resid1ncias.# assim o gru-o -artiu, levando os m8veis necessrios, inclusive asta-e!arias -ara -endurar nas -aredes, -orque a maioria dos castelosficava quase va)ia quandoestes n"o estavam ha+itados. 2omens e mulheres da criadagem seguiram nafrente, a fim de fa)er os -re-arativos -ara o conforto deles.; rei n"o os acom-anhou. A m"e dele dissera que era necessrio que ele-ermanecesse em Paris./ #stou certa de que arguerite vai gostar de ficar com a irm" s8 -araela / disse ela.#leanor -erce+era ra-idamente que quando a rainha/m"e fa)ia declara!5esdaquele ti-o, elas significavam uma ordem. #ra desconcertante ver aca-acidade que ela -ossua de intimidar arguerite, e ficara claro -ara#leanor, ent"o, que o casamento da irm" n"o era +em a alian!a ideal emque ela fora levada a acreditar.#ra claro que arguerite era a rainha da Fran!a, e aonde quer que ela

    fosse era tratada com grande res-eitoK eram/lhe -restadas homenagens emtodos os momentos do dia. =us, muito o+viamente, a amava. as o+edecia0 m"e, e se isso significasse ficar se-arado da mulher, ele aceitava.o castelo de Pontoise, #leanor teve o-ortunidade de conversar com airm" so+re o casamento dela, e aos -oucos -arecia estar recu-erando aascend1ncia que lhe -ertencera em =1s Hau, a-esar da -osi!"o dearguerite.Euis sa+er a res-eito das cerim8nias do casamento e da coroa!"o, do que=us es-erava dela, e se ela estava realmente mais feli) do que tinhasido na casa dos -ais.

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    arguerite foi discreta quanto ao que acontecia no quarto. Aquilo, disseela, com um certo enfatuamento que irritou #leanor, ela teria quedesco+rir e teria que aceitar, -or ser de seu dever aceitlo. =us, -eloque -arecia, era um eem-lo de virtude. #la n"o -odia querer um maridomais +ondoso, mais amante, se ao menos...Pronto. #la se trara. Se ao menos o qu1M #leanor quis sa+er./ Se ao menos n8s -ud(ssemos ficar mais ve)es a s8s. #la est sem-re l.

    /

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    / 3sso n"o ( verdade. as ela ( inteligente... e gosta de estar ao ladodele./ o seu lugarM arguerite ficou calada./ Euando eu chegar 0 3nglaterra / disse #leanor /, vou governar com omeu marido./ Se ele deiar que voc1 fa!a isso./ vou fa)er com que ele deie / Iurou #leanor. arguerite olhou/a

    fiamente. *onhecendo #leanor, acreditava que ela o faria.6A Rainha da 3nglaterraA TRA

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    em si de agita!"o diante da -ers-ectiva de, finalmente, t1/la a seulado. Tanta coisa dera errado com as tentativas anteriores, que elecome!ara a acreditar que o destino ficara contra ele se casarK masnaquela ocasi"o, a noiva estava realmente na 3nglaterra e dentro de-ouco tem-o estaria com ele.#stavam todos encantados. Tinha sido motivo de um certo des7nimo o fatode ele ter atingido a idade de U anos sem ainda ter se casado. 4quela

    altura, I devia ter uma ala infantil cheia de filhos homens. Poucoim-orta. Finalmente, ia acontecer. Sua noiva era muito Iovem, tinhaa-enas quator)e anosK mas n"o era uma idade demasiado tenra -ara umanoiva real. #ra um grande -ra)er / e uma chance de fa)er alguma coisaque satisfi)esse tanto a ele quanto ao -ovo ao mesmo tem-o.66Sim, era realmente verdade que todos estavam encantados -or ele estar-ara se casar. 2u+ert de Hurgh achava que estava na (-oca e que, como afilha mais velha do conde de Provence era es-osa do rei da Fran!a, n"oera nada mau que a sua segunda filha devesse ser a rainha da 3nglaterra.At( mesmo o velho #dmund, arce+is-o de *anter+ury, acreditava que ocasamento era necessrio -or ra)5es de #stado. Euanto ao irm"o de2enrique, Ricardo, ele se considerava o homem que -rovocara aquilo 9e

    tinha sido ele, sim, de modo que, achando/se um fa)edor de -oltica,estava inteiramente a favor."o havia fator algum de discord7ncia em qualquer que fosse a dire!"o emque ele olhasse, e com alegria 2enrique foi rece+er a noiva.#la montava um -alafr(m +ranco, e os ca+elos caam/lhe -elos om+rosK naca+e!a estava um diadema -ara -roclamar sua reale)a. #stava vestida dea)ul com toques de fios de ouro, e o seu longo manto semicircular estava-reso -or fivelas incrustadas de I8ias, unidas -or uma corrente de ouro.2enrique olhou -ara ela e seu cora!"o saltou de eulta!"o. #leanor laHelle tinha um nome que lhe assentava muito +em.#le -ensou: ela ( realmente a garota mais +onita do mundo e ( a minharainha.aquele momento, com-reendeu que tinham valido a -ena a longa es-era, osdesa-ontamentos e as frustra!5es durante aquele tem-o em que -ensara queo destino decidira que ele Iamais teria uma es-osa.Segurou as m"os dela e as +eiIou./ SeIa +em/vinda / disse ele. / eu cora!"o se enche de contentamento aov1/la."o havia -alavras que a -udessem ter feito mais feli) e mais segura desi. #la disse:/ Sinto/me feli) -or ter vindo.#studou o futuro marido. #le n"o era alto, mas tam+(m n"o era +aio. "odava o menor sinal de ser frgilK na verdade, era mais ro+usto do queseu irm"o Ricardo e se -arecia um -ouco com ele. #la -erce+eu aqueledetalhe diferenciador que Iamais vira em nenhuma outra -essoa: a-l-e+ra caindo so+re um dos olhos a -onto de esconder a -u-ila -oderiater/lhe dado uma a-ar1ncia que -oderia ser sinistra se ele estivesse

    )angado. as naquele6Gmomento, quando estava claro que ele estava sentindo o mimo de -ra)er,era a-enas interessante. e acordo com os -adr5es dela, ele era +emvelhoK aquilo n"o a desagradou, -orque a maturidade dele servia a-enas-ara chamar aten!"o -ara a encantadora Iuventude dela.*avalgando entre o rei e tio 'uilherme, ela entrou em *anter+ury. Foiuma dessas ocasi5es em que ser rei e rainha era a situa!"o maisdeliciosa do mundo. as ruas, tremulavam estandartesK o -ovo se reuniraem toda -arte -ara v1/los -assar. As -essoas gritavam sauda!5es reaisK

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    sorriam e ovacionavam.#leanor n"o conseguia entender o que elas di)iam, mas 2enrique lhedisse:/ #les est"o assom+rados com a sua +ele)a.Ricardo estava l -ara saud/la calorosamente, como um velho amigo./ Eue dia feli) -ara a 3nglaterra, quando voc1 decidiu escrever um -oemaso+re o meu -as / sussurrou ele.

    / Acha que n"o fosse ele isso Iamais teria acontecidoM/ Tenho certe)a / res-ondeu ele, decidido a fa)er com que ela selem+rasse e lhe ficasse grata.;lhou -ara ela com ar de deseIo. Eue encantador, com o orvalho daIuventude a co+ri/laK com aquela -erfei!"o de tra!os e aqueles olhostranquilos, onde a intelig1ncia -odia ser vista com a mesma nitide) quetoda a +ele)a deles.Ricardo estava com inveIa. Aquela +ela Iovem -ara 2enrique e, -ara ele,uma es-osa que envelhecia. #le n"o -assara a gostar mais de sua 3sa+ella0 medida que os anos se -assavamK e o -a-a n"o lhe -ermitiria se-arar/sedela. A vida era inIusta. =em+rou a si mesmo que tinha o seu adorvelfilho, 2enrique em homenagem ao tio real, e que 3sa+ella era m"e dele.Sim, ele tinha 2enrique, mas aquilo n"o evitava que inveIasse 2enrique

    -or causa daquela adorvel Iovem.; rei estava muito +em a -ar de sua inveIaK isso o deiava encantado.Euanto a #leanor, ele n"o conseguia tirar os olhos dela. J lhe tinhadado I8ias de um luo que ela Iamais vira em Provence e com as quais nemmesmo as de arguerite -oderiam ser com-aradas.#la iria ser feli) ali. #stava -ronta a amar aquele homem com aquelesolhos estranhos que I a estava idolatrando, quando at( aquele6Umomento ela n"o fi)era coisa alguma a n"o ser ser +onita, o que era acoisa mais fcil do mundo.#la levara vrias mulheres de Provence, em+ora o -ai a tivesse avisadode que com frequ1ncia, quando as Iovens se casavam com noivos de terrasestrangeiras, os maridos dis-ensavam suas criadas e colocavam outras desua escolha.#la -rometeu a si mesma que iria manter as dela. "o iria falar ingl1s otem-o todo, em+ora tivesse um +om conhecimento da lngua e, -or terfacilidade de a-render idiomas, fosse a-render de-ressa. 4s ve)es,-or(m, iria querer falar o seu -roven!al nativo e recordar coisas dainf7ncia com aquelas -essoas que delas haviam -artilhado. Talve) aquelafosse ser a -rimeira +atalha entre ela e 2enrique. Para ela seria um-ra)er, -orque -erce+eria at( onde -oderia domin/lo.; casamento seria reali)ado imediatamente em *anter+ury, e a cerim8niaficaria a cargo do arce+is-o de *anter+uryK de-ois, ela e o maridoseguiriam -ara =ondres, -ara as festividades.#m seus a-osentos no -alcio do arce+is-o, tio 'uilherme foi visit/la.#la viu, -elo +rilho dos olhos e -elo ru+or das faces, que ele estavaagitado.

    #le tomou/a nos +ra!os e manteve/a a-ertada -or alguns segundos antes dedi)er, com emo!"o:/ #stou orgulhoso de voc1./ ;ra, titio, o que eu fi)M/

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    / O isso, -ara a 3nglaterra. Amanh", voc1 ser rainha... e de-ois dessacerim8nia aqui na grande catedral, ir -ara Westminster, -ara sercoroada. inha querida. unca -ensei que isso fosse -ossvel. 8s nosalegramos muito com a +oa fortuna de arguerite... e agora, voc1. uasrainhas.../ Romeo de

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    e-erimentou o seu ingl1s, que ele declarou encantador e disse querer-romulgar uma lei o+rigando todos os ingleses a falar seu idioma como#leanor falava.2avia a-enas uma -essoa que n"o ficou sensi+ili)ada -elo charme dela, eessa -essoa era o velho arce+is-o de *anter+ury. #la -ouco se im-ortava.Po+re velho. i)iamque era um santo, e todo mundo sa+ia como os santos eram ins-idos.

    i)iam que ele mandava monges a!oit/lo com tiras de crina de cavaloKque telas de cordas com n8s eram amarradas em torno de seu cor-o nos-ontos em que mais o -udessem atormentarK que ele Iamais ia -ara a cama,mas -assava as noites sentado, meditando, ou de Ioelhos.?m homem desagrada+ilssimo, que ela es-erava ver muito -ouco.as ele era o arce+is-o de *anter+ury, e foi quem os casou na grandecatedral / 2enrique disse a ela que aquela constru!"o muitssimoim-ressionante e a a+adia de Westminster foram as -rimeiras duas igreIasa serem construdas -elos normandos na 3nglaterra. *omo a cerim8nia foisoleneN #leanor estava -rofundamente cnscia de seu tio 'uilherme e,lem+rando/se do que ele lhe dissera, sentiu/se esmagada -ela im-ort7nciado que estava acontecendo, e quando os dois foram -ara o -alcio -ara o+anquete de casamento, ela estava um -ouco s(ria. ; mesmo acontecia com

    2enrique, mas a sua adora!"o n"o diminura.#la sentou/se ao lado dele, e ele lhe serviu os melhores alimentos quehaviam sido colocados no -rato dele. #le estava muito carinhoso, egarantiu/lhe que seu maior deseIo era que ela fosse feli).#la lhe disse que t"o logo sou+era que ele a tinha escolhido comoG$es-osa sentira/se enaltecida, e de-ois um -ouco temerosa de que n"o-udesse agrad/lo. Agora que ele lhe mostrara que ela o agradara, ela s8-oderia sentir/sefeli).o dia seguinte, os dois iriam -artir -ara =ondres, onde teriam incioas cele+ra!5es reais./ ; -ovo de =ondres ( cioso de seus -rivil(gios / e-licou ele. / ;casamento, ( claro, devia reali)ar/se em *anter+ury e ser cele+rado -elonosso -rimeiro homem da 3greIa. as ( =ondres que ir decidir se vaiamar voc1 ou n"o./ ; que eu -reciso fa)er -ara que ela me ameM / -erguntou ela./ Tudo o que -recisa fa)er, minha rainha, ( sentar/se so+re o seu cavalo+ranco e sorrir -ara eles./ *ontent/los ( fcil / retrucou ela./ "o, eles constituem o -ovo mais difcil de contentar em meu -as. #-o+re do governante que n"o os agradar. #les t1m mem8rias t"o longasquanto o rio deles, o Tamisa, e n"o t1m com-un!"o alguma em mostrar seudesagrado./ este caso, devo ei+ir o meu melhor sorriso. as voc1 ( o rei, e n"oiria deiar que eles n"o gostem de mim, eu sei./

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    tanta etravag7ncia/ quanto a Hlanche, ela teria querido re-resentar o -a-el -rinci-al, ecomo n"o -oderia fa)er isso na coroa!"o de arguerite, iria querer omnimo de ei+i!"o -ossvel.*omo 2enrique era diferenteN 2enrique n"o tinha m"os a medir -araagradar a sua rainha. #le adorou o es-etculo -orque era -ara ela.*omo foi emocionante caminhar ao lado do rei, usando a coroa que aca+ara

    de conseguir, enquanto acima de sua ca+e!a havia um -lio de sedasustentado -or quatro lan!as de -rata carregadas -or quatro cavaleiros /dois de cada lado dela. Por so+re o rei havia um -lio semelhante,sustentado -or +ar5es dos *inco Portos.= estava ela sentada ao lado do rei, 0 mesa elevada, e 0 direita delesestavam os arce+is-os, +is-os e a+ades e, 0 esquerda, os condes e osmais altos no+res do -as.#leanor -erce+eu, em -articular, o senescal, devido ao seu ar dedistin!"o. #ra um homem que se destacava em qualquer gru-o./ Euem ( eleM / -erguntou #leanor ao rei./ ;h... o senescal. #le ( Simon de ontfort... um Iovem am+icioso./ J ouvi o nome dele./ Sem dLvida foi so+re o -ai dele que voc1 ouviu falar. #le foi Simon de

    ontfort $ Amaury, ca-it"o geral das tro-as francesas na guerra contraos al+igenses. ?m homem de muita ca-acidade militar e crueldade./ # o filho saiu/se ao -aiM/ "o, mas ( um homem de +om senso, creio eu.

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    dois maridos. #le tinha uma idade mais -r8ima da de arguerite, e2enrique tinha o do+ro da de #leanor. "o fa)ia mal. #la -ouco seim-ortava. "o havia uma sogra dominadora com quem lutar, ali. A #leanor-arecia que, na 3nglaterra, ela estava com o cam-o livre.e-ois do +anquete, as mesas foram removidas e os convivasG&sentaram/se no sal"o / alguns nos +ancos de -edra recortados nas

    -aredesK outros nos +aLs que continham algumas das -e!as de ouro e -ratado reiK e outros mais em tam+oretes. ; rei e a rainha estavam -erto dafogueira, em suas cadeiras de honraK e os menestr(is e mala+aristasrece+eram autori)a!"o -ara entrar, a fim de distrair os -resentesenquanto os fidalgos rurais serviam doces e vinho quente e condimentado.um tam+orete -r8imo 0 rainha sentava/se a -rincesa #leanor, irm" dorei, uma Iovem de cerca de $ anos, e ao lado dela estava seu irm"oRicardo, que nunca -erdia uma o-ortunidade de estar -erto da Iovemrainha.Ricardo -erguntou a #leanor o que ela achava da hos-italidade inglesa,ao que ela res-ondeu que era a mais generosa que Iamais vira./ "o ( todo dia que uma rainha ( coroada / lem+rou/lhe Ricardo./ ?ma felicidade / retorquiu #leanor. / ?m -as -recisa de a-enas uma

    rainha, e com ela e o marido coroados h um fim nas coroa!5es durantemuitos anos./ Am(m / murmurou Ricardo.A -rincesa #leanor olhou -ara o irm"o com uma certa e-ress"o divertida,-erce+eu a rainha.#la estudou #leanor / sua ar. #m nada mais as duas se assemelhavam.A rainha -erguntou 0 cunhada se iria ficar na corte, -ois acreditava queela viera havia -ouco tem-o do interior.A -rincesa res-ondeu que a rainha estava certa. #la estivera -assandouma tem-orada em casa de sua cunhada. #la olhou -ara Ricardo. A rainhaouvira di)er que Ricardo era casado com uma mulher de idade, da qualestava cansado. As notcias viaIavam de-ressa -elas cortes, e o tio'uilherme I desco+rira aquilo. #le dissera que era +om ela manter/seinformada de todos os assuntos concernentes ao -as e 0 sua novafamlia. Aquilo a fa)ia sentir/se como uma cons-iradora./ eve ter sido agradvel / disse a rainha, e havia uma -ergunta em seutom de vo).A -rincesa hesitou./ A condessa de *ornualha est muito doente, maIestade.

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    claro, e -or ser uns sete anos mais velha do que a rainha, ela tendia aconsider/la uma crian!a.Pouco im-orta, -ensou a rainha. Por enquanto, isso -ode muito +emacontecer. *orreu os olhos -elo sal"o e viu, caminhando em dire!"o aogru-o real, o senescal do +anquete, o homem que tinha sido mostrado aela como sendo Simon de ontfort.#le fe) a sua mesura -ara o rei, -rimeiro, e de-ois -ara a rainha.

    2enrique disse:/ J acertou suas diferen!as com orfolZ, SimonM/ aIestade, eu estava com o direito do meu lado. #le n"o tinha comorefutar isso./ #u sa+ia que seria o vencedor, Simon / disse o rei. #ra evidente,-ensou #leanor, que seu marido tinha ami)ade0quele homem.Ricardo, que -elo que se -erce+ia ficara um -ouco de-rimido -elarefer1ncia que a irm" fi)era ao seu casamento, come!ou a conversar comSimon de ontfort e, quando o rei se voltou -ara um dos +ar5es 0 suadireita, a rainha e a -rincesa #leanor, com Simon e Ricardo, formaram um-equeno gru-o.*onversaram so+re o +anquete e a fartura deste, e so+re o fato de que os

    vrios elementos que haviam servido iriam eigir sua recom-ensa so+ aforma dos -resentes que levariam da mesa do rei. Ricardo se sentara aos-(s da rainha e falava com ela so+re a cru)adaGGna qual -retendia -artir em +reve. Simon conversava com a -rincesa.Ricardo -erguntou se a rainha tinha notcias de Provence, e disse queIamais se esqueceria do fato de estar sentado no grande sal"o de l eouvir os menestr(is, da alegria que encontrara no lar do conde e dacondessa, e das suas tr1s +elas filhas./ *ada uma digna de ser uma rainha / disse ele. / A rainha da Fran!a...a rainha da 3nglaterra... ; que acha que aguarda a encantadora Sanchia,maIestadeM/ S8 -osso es-erar que ela seIa t"o afortunada quanto as duas irm"s maisvelhas./ A rainha da Fran!a...

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    #stava sem-re -ensando nas -alavras de Ricardo. QAcho que a senhoraIamais seria uma -essoa a ser mandada dessa maneira.QGUAli havia admira!"o, mas tam+(m es-ecula!"o. Sim, o tio 'uilherme tinhara)"o. #la tinha muito o que a-renderK tinha de conter o im-ulso dedi)er o que quisesse. Precisava ter cuidado com todos 0 sua volta.A coroa!"o e o +anquete tinham sido uma revela!"o, e a im-ort7ncia de

    sua -osi!"o tinha/lhe sido demonstrada. #ra devida a todos aqueles+ar5es de as-ecto +ravio reunidos -ara -restar suas homenagens a ela eao reiK mas ela conhecia alguma coisa da hist8ria da 3nglaterra, etinham sido muitos daqueles mesmos +ar5es que haviam se virado contra o-ai de 2enrique, o rei Jo"o, e o o+rigado a assinar a agna *arta ede-ois, -or ele n"o ter cum-rido a -alavra, tinham tra)ido os franceses-ara assumir o trono.Tio 'uilherme tinha ra)"o. #la -recisava dele.At( onde 2enrique queria agrad/laM, imaginou ela. a intimidade da vidadom(stica, -arecia n"o haver coisa alguma que ele n"o fi)esse. as elaera inteligente o +astante -ara sa+er que a vida -rivada de um rei e asua vida -L+lica eram duas quest5es muito diferentes.os Lltimos dias, ela estivera rece+endo, -ara eame, meninas de sua

    idade cuIos -ais reali)avam algum servi!o na corte, e ela sa+ia queaquelas meninas queriam arranIar tra+alho na sua equi-e de criadas. #racostume, quando uma noiva real vinha de um -as estrangeiro, mandar devolta as criadas que tivesse levado com ela e escolher outras de seunovo -as, a fim de fa)er com que a rec(mchegada -erce+esse que agora-ertencia 0 sua nova terra.Toda -rincesa -rotestava contra aquilo, e era claro que ela iria-rotestar. *omo -oderiam es-erar que ela se des-edisse de ve) de velhasamigas e rece+esse de +om grado -essoas estranhasM as era o costume, ees-erava/se que ela se su+metesse a ele.Seria um teste. Se vencesse, ela sa+eria que n"o haveria dificuldade.Seria uma indica!"o de que ela era, ou n"o, t"o h+il quanto ela mesmaacreditava ser.Finalmente, eles ficaram a s8s em seus a-osentos.#le voltou/se -ara ela e, tomando/lhe as m"os, -uou/a -ara ele./ Hem, minha querida / disse ele /, o que acha do seu rei e do -asdeleM/ Acho que sou a -rincesa mais afortunada do mundo./ #nt"o, fico feli)./ #u tenho um rei / disse ela / que mostra o seu amor -or mim com a suaindulg1ncia. ; que mais -oderia eu -edirMG%/ Tem ra)"o, amor)inho. "o h nada que eu n"o lhe daria. #ra agora. ;cora!"o dela +atia a-ressado. ArriscavaM Seriacedo demaisM Talve) devesse ter -erguntado ao tio 'uilherme, -rimeiro./ "o deve fa)er -romessas irrefletidas, 2enrique, que n"o -ossa vir acum-rir.

    / #u... n"o -oder cum-rir minhas -romessasN ;ra, minha querida, I seesqueceu de que sou o reiM#la o com-reendia. #le estava muito ansioso -or que todos se lem+rassemdaquilo. #ra uma -essoa que afirmava a sua reale)a, o que deveriasignificar que no ntimo ele sentia alguma fraque)a. 2enrique n"o era+o+o. #ra inteligente, mas 0s ve)es uma intelig1ncia como a dele era umem-ecilho, e n"o uma vantagem. o ntimo, deveria conhecer suasdefici1ncias e faria o -ossvel -ara escond1/las ou enganar as -essoas,fa)endo com que acreditassem que elas n"o eistiam. a o seu deseIo deque todos reconhecessem sua reale)aK da o re-entino acesso de raiva

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    quando se achava desres-eitado, a afa+ilidade quando achava que-recisava da ami)ade de um homem./ "o, n"o me esque!o / res-ondeu ela. / as os seus +ar5es s"o homens-oderosos./

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    #la se levantou, triste. #le se colocou a seu lado./ #leanor, voc1 quer muito isso, n"o querM/ Euero mais do que tudo. #stava tudo t"o maravilhoso...U$estar aqui com voc1... feli)... a sua rainha. Pois +em, I n"o (assim... O isso./ "o / +radou 2enrique /, elas v"o ficar. #u lhe -rometo. eu amor,

    voc1 ficar com elas o tem-o que quiser.; rosto dela estava iluminado de alegria quando ela -assou os +ra!os-elo -esco!o dele./ *uidado / disse 2enrique. / Euer estrangular o rei da 3nglaterraM/ "o. #u quero confort/lo, vener/lo e am/lo -ara sem-re. Foi a-rimeira vit8ria da rainha da 3nglaterra.UHem/aventuran!a atrimonialE?A; #=#A;R *;T;? ao tio 'uilherme que o rei -rometera que ela-oderia manter as criadas -roven!ais -elo tem-o que quisesse, ele ficouim-ressionado e encantado./

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    que ele a-reciava a sua rainha. "o a-enas ela era muito +onita, mas oamor -ela literatura, a ca-acidade de escrever, cantar e com-reendermLsica com+inavam tanto com a nature)a dele que ele se convencera de queencontrara a es-osa -erfeita.Tal como ele, ela queria filhos, e ele estava certo de que n"o demorariamuito -ara que uma uni"o como a deles desse frutos. aqueles -rimeirosmeses, ele ficou num estado de tamanha euforia com rela!"o ao casamento

    que se sentia inteiramente feli). Eueria dar a ela tudo o que ela-edisse.#leanor, go)ando da a-rova!"o do marido e do tio que ela fora educada-ara res-eitar, estava muito contente com o seu destinoK e quando-ensava que aquilo fora -rovocado -ela es-erte)a de Romeo de

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    U&muito decidida, e uma ve) tomada uma decis"o, seria difcil desvila.Talve) fosse um sonho a+surdo... mas quem -oderia di)er que -oderia n"ose tornar realidadeM aquele nterim, ele devia unir/se a 'uilherme de

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    na ca+e!a do outro.#le tinha sido muito +o+o. Sentira/se muito feli) com a sua +ela#leanorK rece+era de +ra!os a+ertos os amigos e -arentes dela, e -araele eles eram mais interessantesdo que muitos de seus +ar5es ingleses. #les gostavam de -oesia e demLsicaK gostavam de discuss5es e de conversas inteligentesK e seriamesmo -ossvel que enquanto o encantavam com aquilo eles lhe arrancavam

    concess5es que eram motivo de descontentamentoMRicardo disse:/ 2 muita coisa -ara ocu-/lo, irm"o, e os ingleses Iamais ser"ogovernados -or outras -essoas, a n"o ser -or eles -r8-rios./ "o foi assim quando o nosso -ai estava no trono. #les n"o convidaramos franceses -ara virem govern/losM/ 2enrique, vamos olhar a verdade de frente. unca houve um rei como onosso -ai. #le cometeu todos os desatinos que se conhece. #les estavamdecididos a se livrar dele. as quando voc1 assumiu o trono, quantotem-o levou -ara a 3nglaterra livrar/se dos estrangeirosM/ #les foram de +oa vontade./ Porque sa+iam que tinham de ir. ;s ingleses n"o admitem estrangeirosneste solo, 2enrique. Se voc1 -ermitir, eles ir"o encontrar algum meio

    de se livrar de voc1 como se livraram do -a-ai./ #u gostaria que n"o se falasse sem-re no nosso -ai./ #le ( uma li!"o -ara qualquer rei... de como n"o se -ortar.UG2enrique, eu estou do seu lado e o estou avisando. Poder haver umdistLr+io... dentro de muito -ouco tem-o. Al(m do mais, ele est -restesa acontecer./ este caso, o que devo fa)erM/ =ivre/se de 'uilherme de

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    em -essoa.#stava alarmado. ;uvira rumores. Acreditava que alguns dos +ar5es-oderiam -rend1/lo./ #u Iamais -ermitiria isso / +radou 2enrique./ "o, mas mesmo assim eles -oderiam tentar./ ; que vai fa)erMUU

    / vou voltar -ara a Sav8ia. eu querido so+rinho, n"o tente me-ersuadir. #stou vendo que ( isso que eu tenho de fa)er./ #leanor vai ficar triste./ Euerida meninaN

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    / Reconhe!o a nature)a dela./ #la se transformou numa mulher decidida durante a viuve), ( verdade.com que ent"o a minha rainha)inha -erce+eu isso./ Sim, a sua Iovem rainha -erce+eu e acha que -oderia ser interessantevoc1 concordar com o casamento desses dois./ #leanor. EueridaN/ Simon de ontfort ( um homem de for!a.

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    Euando 2enrique e a rainha ficaram a s8s, ela tomou/lhe as m"os e as+eiIou. "o tinha sido uma maravilha ver a felicidade daqueles doisM*omo ( que eles, que eram t"o feli)es, -odiam deiar%$de ficar satisfeitos com aquiloM A -rincesa #leanor e Simon, seu marido,iriam ficar eternamente gratos a ele./ A menos / disse 2enrique / que venham a se arre-ender do casamento.

    / 'ente a-aionada como eles n"o se arre-ende do casamento / re-licou arainha, im-lacvel.#la o encantava. #le Iamais acreditara que a +em/aventuran!a matrimonial-odia ser assim. Pensava com frequ1ncia no -o+re do Ricardo, -reso0quela mulher de meia/idade que visitava com a irregularidade -ossvel.esde que aquela sua encantadora Iovem rainha chegara 0 3nglaterra, ele-arara de inveIar Ricardo. Euanto a Ricardo, ele n"o a-enas co+i!ava acoroa do irm"o, mas tam+(m a es-osa.#ra uma situa!"o muito satisfat8ria, achava 2enrique. ; mesmo achava asua rainha, -ois estava/se tornando cada ve) mais evidente que +astavaela -edir o que quisesse e o rei n"o resistia e atendia os deseIos dela.ois meses de-ois do casamento secreto, a rainha estava sentada nosolrio, cercada -or algumas de suas criadas -roven!ais, quando um

    em-regado se a-roimou -ara anunciar que havia um visitante querendofalar com ela./ Euem ( eleM / -erguntou ela./ #le -ediu que n"o fosse dado nome algum, maIestade. A rainha ficouintrigada./ ;nde est eleM/ #le es-era na sala da guarda, maIestade. Pediu que dissesse -rimeiro 0senhora, antes do rei./ ;nde est o reiM/ #st na sala de des-acho com o conde de *ornualha e o conde de*hester, maIestade.#leanor fe) um gesto afirmativo com a ca+e!a e disse que iria resolverlogo o mist(rio.a sala da guarda, uma figura envolta num manto -artiu em dire!"o a elae tomou/a nos +ra!os./ Tio... 'uilhermeN / eclamou ela./ Sim, aqui estou, de volta./ O um -ra)er enorme ver o senhor. Euando foi que chegouM/ ais ou menos h um dia.

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    / ;h, ent"o ainda ( assim, n"o (M/ O assim agora, e ser sem-re assim./ inha so+rinha es-ertaN/ #s-ero, querido tio, que o senhor n"o seIa o+rigado a fugir outra ve)./ Farei o -ossvel -ara consolidar minha -osi!"o, e a melhor maneira deconseguir isso ( ocu-ar um alto cargo no reino... na 3greIa, ( claro,-ois fui treinado -ara isso.

    #leanor ficou calada. Sa+ia que -oderia convencer 2enrique, mas seu tiotinha sido o+rigado a fugir do -as devido 0 animosidade dos +ar5es./ vou e-licar -or que voltei agora. ;uvi di)er que Peter de Roches, o+is-o de Winchester, desde o seu retorno 0 3nglaterra, ficou t"ode+ilitado que n"o se es-era que viva -or muito tem-o mais. A s( ficarvaga em +reve. Euero que 2enrique seIa convencido a d/la -ara mim./ A s( de WinchesterN O uma das mais im-ortantes do -as. ;ra, elarivali)a com *anter+ury./ #u sei, minha cara. O -or isso que eu a quero./ ; senhor est -edindo muito, titio./ as tenho o mimo de confian!a na sua aIuda. Sei que voc1 vaiconsegui/la -ara mim. #ntenda, minha querida, o seu casamento tem sidomuito +om -ara n8s, l na nossa terra, como sa+e. "o h ra)"o -ara que

    n"o seIa ainda melhor. e-ois que eu%tiver a s( de Winchester, seu tio Thomas dever vir -ara c. #stou certode que -oderamos fa)er alguma coisa -or ele, hemM/ Faremos / disse #leanor, com firme)a. #ra uma satisfa!"o imensa serconsiderada de tamanha im-ort7ncia.2enrique ficou muito satisfeito -or 'uilherme de

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    demasiado so+re o rei, e a famlia dela estava come!ando a incomodar. ;fato era que ela -ossua uma vontade muito firme, e que o rei estavamuito em+riagado. 2enrique iria ficar +aIulador a -onto de cometertolices.%Ricardo disse:/ ;uvi outro rumor que me deia muito a-reensivo. "o acredito... e, no

    entanto, deve haver alguma +ase -ara que se fale nele. i)em que Simonde ontfort es-era casar/se com a nossa irm"./ # daM / disse 2enrique, rs-ido/ "o -ode ser, ( claro.../ "o -odeM Por que n"oM/ Seria inconveniente demais./ Euem disse issoM

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    #le des-re)ava a si mesmo, tam+(m, -ela calLnia que e-ressara so+reSimon de ontfort. *laro que n"o era verdade, mas -arecera uma sada,uma descul-a -ara agir como agira. #ra melhor do que di)er. Qinhamulher queria, e eu n"o -odia negar.Qcom raiva de si mesmo, ele come!ou a odiar Simon de ontfort. Aquilo erauma caracterstica sua. #le queria ser +om, fa)er o que era certoK mas,quando era a-anhado, a-resentava descul-as -ara os seus atos, n"o

    im-ortava a falsidade com que acusava outros ao fa)1/loK des-re)ava a simesmo e a-a)iguava a sua vaidade odiando aqueles que o fa)iam ficarcontrariado consigo mesmo.Tentou esquecer o infeli) assunto da s( de Winchester que, a-esar dosseus esfor!os, ele receava n"o -oder dar a tio 'uilherme, vendo com mausolhos Simon de ontfort e garantindo a si mesmo que Simon era, naverdade, o sedutor de sua irm".#s-erou, com uma certa a-reens"o, -elas consequ1ncias. #las n"odemoraram a chegar. ;s +ar5es estavam e-ressando, em altos +rados, asua desa-rova!"o, e Ricardo se colocara 0 frente deles.2enrique +ufava de raiva./ ; que ele est fa)endo, agoraM / -erguntou ele. / Por que n"o -arte nasua -eregrina!"oM

    A res-osta foi que ele estava tendo dificuldades dom(sticas naquelemomento. Sua mulher estava doente./ # ele se im-orta muito com elaN / )om+ou 2enrique. /%6Se ele ficar, ( s8 -orque es-era que ela morra e o deie livre -ara secasar com outra.e-ois, riu com -ra)er, -ois sa+ia que Ricardo teria gostado de se casarcom a #leanor de 2enrique. o entanto, n"o -odia fa)er tudo o quequisesse.Assim, enquanto os +ar5es se revoltavam