jdl68 setembro2013

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JORNAL MENSAL DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] A NOSSA BANCADA DE OPINIÃO PÁGS. 14/15 Nº68 - SETEMBRO13 - ANO VI O candidato do PSD Rodrigo Gonçalves à Assembleia Municipal de Lisboa já tem julgamento marcado pelo crime de agressão a um autarca. Entre outras várias polémicas. DESTAQUE | PÁG. 06/07 > AVENÇAS | PÁG.09 “Jardineiros” laranjas concorrem às autárquicas O PSD tem “jardineiros” como candidatos às autárquicas deste mês. Para a Assembleia Municipal e para a Freguesia das Avenidas Novas e Campo de Ourique. > AUTÁRQUICAS 2013 | PÁG.10 Os concorrentes dos grandes partidos Para além dos principais partidos, Lisboa vai ter candidaturas “desalinhadas” em todas as Freguesias. De coligações e de independentes. AS NOVAS FREGUESIAS DE LISBOA Até Setembro deste ano o Jornal de Lisboa vai dar a conhecer a “alma” das novas autarquias, com informação histórica, evolução de resultados eleitorais e tendência política. Nesta edição, São Domingos de Benfica e São Vicente. ESPECIAL NOVAS FREGUESIAS | PÁGS.02/04 > CRIME DE AGRESSÃO A AUTARCA JOÃO SEMEDO Candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Lisboa A OPINIÃO DOS CANDIDATOS À CÂMARA DE LISBOA JOÃO FERREIRA Candidato CDU à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa PÁGS. 04/05 PSD TEM CANDIDATO À AML COM JULGAMENTO MARCADO > NOTA DA DIRECÇÃO | PÁG.08 As “mentiras” de Luís Newton Na sequência de um alegado direito de resposta de Luís Newton, o Jornal de Lisboa vê-se na obrigação de proceder aos adequados esclarecimentos.

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Jornal de Lisboa, Edição nº 68, de Setembro de 2013

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Page 1: Jdl68 setembro2013

JORNAL MENSAL DE DISTRIBUIÇÃO [email protected]

A NOSSABANCADA DE OPINIÃO

PÁGS. 14/15

Nº68 - SETEMBRO13 - ANO VI

O candidato do PSD Rodrigo Gonçalves à Assembleia

Municipal de Lisboa já tem julgamento marcado pelo crime

de agressão a um autarca. Entre outras várias polémicas.

DESTAQUE | PÁG. 06/07

> AVENçAS | PÁG.09“Jardineiros” laranjasconcorrem às autárquicasO PSD tem “jardineiros” como

candidatos às autárquicas deste mês. Para

a Assembleia Municipal e para a Freguesia

das Avenidas Novas e Campo de Ourique.

> AuTÁRquICAS 2013 | PÁG.10Os concorrentes dos grandes partidos Para além dos principais partidos, Lisboa vai ter candidaturas “desalinhadas”

em todas as Freguesias. De coligações e de

independentes.

AS NovAS FrEgUESiAS DE LiSboA Até Setembro deste ano o Jornal de Lisboa

vai dar a conhecer a “alma” das novas autarquias, com informação histórica,

evolução de resultados eleitorais e tendência política. Nesta edição, São Domingos de Benfica e São Vicente.

ESPECIAl NOVAS FREGuESIAS | PÁGS.02/04

> CrimE DE AgrESSão A AUTArCA

JOãO SemedOCandidato do bloco de Esquerda

à Câmara municipal de Lisboa

A OpiniãO dOS CAndidAtOS à CâmArA de LiSbOAJOãO FerreirA

Candidato CDU à Presidência

da Câmara municipal de Lisboa

PÁGS. 04/05

pSd tem CAndidAtO à AmLCOm JuLgAmentO mArCAdO

> NOTA DA DIRECçÃO | PÁG.08As “mentiras” de Luís newtonNa sequência de um alegado direito de resposta de Luís Newton, o Jornal de Lisboa vê-se na obrigação de proceder aos adequados esclarecimentos.

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projecção de voto para a Assembleia da repúblicaAnálise EvolutivaFonte: Barómetro Político MarktestFicha técnica:http://www.marktest.com/wap/a/p/id~e9.aspx

1976 1979 1982 1985 1989 1993 1997 2001 2005 2009

PS (+PCP e outros) 33,92 20,90 25,12 18,66 46,66 49,86 47,04 36,39 26,03 34,69PSD (AD) 18,49 52,42 48,14 53,44 48,08 34,35 48,99 46,52 43,76 45,39CDS (+PSD) 20,68 8,30 8,18 6,55PCP(FEPU; APU) 17,63 24,55 24,09 24,27 11,12 8,64BE 5,08 7,95 5,64

FregueSiA de SãO dOmingOS de benFiCA

nOVA FregueSiA Freguesias antigasEleições Autárquicas 2009 Resultados para Assembleias de Freguesia

Somatório dos resultadosde 2009 de PS e de PCP Diferença de votos em 2009

entre PSD+CDS e PS+PCPPopulação

(Censos 2011)Eleitores 2011

PS PSD + CDS % média PCP Nº de votos % média

S. Domingos de Benfica S. Domingos de Benfica 6029 7888 45,39 1501 7530 43,33 Saldo Direita: 358 33 699 30 352

população residente

0 - 14 anos 15 - 24 anos 25 - 64 anos 65 ou mais anos

total H m Hm H m Hm H m Hm H m Hm H m

33699 15192 18507 4171 2112 2059 3268 1615 1653 17904 8119 9785 8356 3346 5010

nível de instrução

Nenhum básico

Secundário pós-secundário Superior 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo

Hm H Hm H Hm H Hm H Hm H Hm H Hm H

3985 1797 4330 1642 2345 1081 4040 1859 4978 2426 712 389 13309 5998

total 15277C/ 1 pessoa C/ 2 pessoas C/ 3pessoas C/ 4 pessoas C/ 5 ou + pessoas

5044 5337 2619 1717 560total 1753

Antes de 1919 de 1919 a 1945 de 1946 a 1970 de 1971 a 1990 de 1991 a 2011

82 170 686 504 311

Famílias clássicas residentes segundo a dimensão

Alojamentos

Análise de resultado eleitoral

edifícios

TotalCom água canalizada

Sem água canalizada

Com sistema de drenagem de águas

residuais

Sem sistema de drenagem de

águas residuais

Com instalaçãode duce

Sem instalaçãode duche

Com estacionamento

Semestacionamento

Proprietário ou co-proprietário

Arrendamento ou subarrendamento

15128 15120 8 15124 4 15080 48 6864 8260 10065 3993

Fonte: Censos 2011

Arrabalde urbanizadoA Freguesia de São Domingos de Benfica é actualmente uma das

mais populosas de Lisboa. Um arrabalde urbanizado.

São Domingos de Benfica é uma freguesia de contrastes, criada em 1959, resultado da sua localização geográfica e estratégica, entre o centro e a periferia, que lhe marcaram o destino, transformando-se de arrabalde numa das Freguesias mais populosas de Lisboa. A partir dos eixos viários da Estrada de Benfica e das Laranjeiras, observou-se, sobretudo na se-gunda metade de Novecentos, uma ocupação do solo e a criação de con-juntos urbanísticos, nem sempre ordenado. Distinguem-se duas grandes

zonas: uma correspondente ao Bairro das Furnas/Estrada de Benfica, o núcleo antigo, de habitação antiga e clássica, onde vive uma boa parte da população; outra que tem estado a crescer – a Urbanização das Laranjeiras/Luz. Podemos ainda encontrar vários núcleos dispersos de bairros, como o do Calhau e D. Leonor. Uma certa sociabilida-de de bairro tem vindo a ser fragmentada. Contudo, a imagem da cidade que avança

sobre os subúrbios, convive bem com uma certa reminiscência de vida solarenga, na permanência de espaços verdes – Monsanto –, de quintas, palácio e conventos. A Fre-guesia ostenta ainda hoje um grande número de edifícios classificados, importante factor de desenvolvimento local (histórico, turístico e patrimonial), que gera uma certa harmonia arquitectónica e contribui para uma boa dose de identidade cultural entre os habitantes. Um primeiro momento de povoamento deu-se, na Idade Média, em torno dos paços régios de Benfica, edificados por D. Dinis (1315), e do “sucessor” Convento de São Domingos de Benfica (actual Instituto Profissional dos Pupilos do Exército), por iniciativa de D. João I e de João das Regras (1399). A partir do séc. XVIII, à comunidade de agricultores e religiosos juntaram-se trabalhadores da construção (Aqueduto das Águas Livres) e, depois do Terramoto de 1755, alguma nobreza, na busca de segurança. Datam deste período as obras no Palácio dos Marqueses de Fronteira; o Palácio Devis-me ou Quinta da Infanta (actual Instituto de Reinserção Social); a Quinta da Alfarrobei-ra ou do Frederico; mas também o núcleo antigo do Bairro do Calhau (transformado em bairro social, na década de 1980). Nos finais de Oitocentos, instalaram-seas primeiras indústrias, ligadas aos têxteis e à cerâmica (entre elas a Fábrica de Fiação e Tinturaria; a das Chitas; a do Martinho das Peles; a dos Armazéns Grandela e a de Cerâmica de Pal-ma) e as correspondentes tipologias de habitação operária (Bairro Grandela, 1902-04; Vila Penteado ou Pátio do Jacinto).

Área: 430 hectares

residentes: 33.699 (Censos 2011)

eleitores: 30.352 (Eleições 2011)

AntóniO CArdOSO

(Candidato do PS)

grAçA guedeS(Candidata da

CDU)

rOdrigO gOnçALVeS

(Actual presidente)

riCArdO CreSpO

(Candidato PSD-CDS)

* Va

lore

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ulta

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ação

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*São domingos de benfica

PS (+PCP e outros)PSD (AD)CDS (+PSD)PCP(FEPU; APU)BE

0

10

20

30

40

50

60

2009200520011997199319891985198219791976Valo

res

perc

entu

ais

(%)

0 2

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SETEMBRO13

Índice de expectativaAnálise EvolutivaFonte: Barómetro Político MarktestFicha técnica:http://www.marktest.com/wap/a/p/s~4/id~e9.

aspx

1976 1979 1982 1985 1989 1993 1997 2001 2005 2009

PS (+PCP e outros) 40,86 28,43 31,56 21,98 56,71 60,44 58,17 45,35 30,2 31,3PSD (AD) 11,46 40,64 35,33 42,62 44,1 27,2 36 30,91 31,32 38,2CDS (+PSD) 23,29 6,28 8,14 3,61PCP(FEPU; APU) 23,01 27,72 29,06 31,94 22,29 20,44BE 4,55 7,86 6,24

FregueSiA de SãO ViCente de FOrA

nOVA FregueSiA Freguesias antigasEleições Autárquicas 2009 Resultados para Assembleias de Freguesia

Somatório dos resultadosde 2009 de PS e de PCP Diferença de votos em 2009

entre PSD+CDS e PS+PCPPopulação

(Censos 2011)Eleitores 2011

PS PSD + CDS % média PCP Nº de votos % média

S. Vicente de Fora Graça, Stª. Engrácia, S. Vicente de Fora 2419 3014 38,2 1353 3772 51,75 Saldo Esquerda: 758 14 574 13 831

população residente

0 - 14 anos 15 - 24 anos 25 - 64 anos 65 ou mais anos

total H m Hm H m Hm H m Hm H m Hm H m

14574 6575 7999 1561 791 770 1155 573 582 7740 3703 4037 4118 1508 2610

nível de instrução

Nenhum básico

Secundário pós-secundário Superior 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo

Hm H Hm H Hm H Hm H Hm H Hm H Hm H

2351 949 3688 1501 1382 726 2136 1086 2014 1016 265 142 2738 1155

total 7290C/ 1 pessoa C/ 2 pessoas C/ 3pessoas C/ 4 pessoas C/ 5 ou + pessoas

3010 2451 1108 495 226total 2367

Antes de 1919 de 1919 a 1945 de 1946 a 1970 de 1971 a 1990 de 1991 a 2011

793 712 650 123 89

Famílias clássicas residentes segundo a dimensão

Alojamentos

Análise de resultado eleitoral

edifícios

TotalCom água canalizada

Sem água canalizada

Com sistema de drenagem de águas

residuais

Sem sistema de drenagem de

águas residuais

Com instalaçãode duce

Sem instalaçãode duche

Com estacionamento

Semestacionamento

Proprietário ou co-proprietário

Arrendamento ou subarrendamento

7071 7062 9 7066 5 6912 159 532 6532 2651 4094

Fonte: Censos 2011

A reconquista de LisboaA Freguesia de São Vicente está na História da capital. D. Afonso

Henriques montou aí acampamento antes de tomar Lisboa.

Anova Freguesia de São Vicente, que agregara as Freguesias da Graça, São Vicente de Fora e Santa Engrácia, está quase milenarmente ligada à História de Lisboa. De acordo com a tradição, a nova autarquia está as-sociada à conquista da cidade aos mouros, pois terá sido nesse local que Afonso Henriques montou acampamento durante o cerco. A paróquia de S. Vicente foi instituída logo após a conquista da cidade por Afonso Henriques e os cruzados, em 1147. O local escolhido deve-se à existên-

cia de um cemitério que terá servido os cruzados que, durante o cerco, montaram o seu acampamento perto do local. O Mosteiro de S. Vicente de Fora, foi uma das mais importantes instituições urbanas da cidade durante toda a época medieval e moderna, funcionando também como sede de paróquia. Actualmente, o Mosteiro de S. Vicente de Fora funciona como sede do Patriarcado de Lisboa. As antigas paróquias de S. Tomé

e do Salvador foram anexadas em 1856 à de S. Vicente de Fora, que em 1916 se designou Freguesia das Escolas Gerais, dado ter existido nesta freguesia a universidade que alter-nou entre Coimbra e Lisboa, desde o reinado de D. Dinis até 1537. A Freguesia da Graça “nasceu” no século XIX, quando as antigas freguesias de Santa Marinha do Outeiro e de Santo André transitaram para a igreja do ex-Convento da Graça, em 1835. O local escolhido para a implantação do convento da Graça era já conhecido no período mu-çulmano como Almofala, que em árabe significa “acampamento” ou “vila”, e terá sido o local onde as forças de Afonso Henriques terão acampado aquando do cerco da cidade. Em 1373, com a construção da Cerca Fernandina, apenas a Igreja ficou dentro da área protegida pela muralha, os claustros e toda a área do convento a norte ficou no exterior. Durante o séc. XIX são construídas as vilas operárias, adaptadas de antigos palácios, como o de Vale de Reis e o de Loulé, ou construídas de base, como o Bairro operário da Calçada dos Barbadinhos. Já nos inícios do séc. XX surgem as vilas operárias de Estrela de Ouro e a Vila Berta. A freguesia de Santa Engrácia foi fundada em 1569, desmembra-da da Freguesia de Santo Estêvão, ficando assim com um vasto território que a oriente tinha o seu limite na freguesia dos Olivais. A freguesia instalou-se na Ermida de Nossa Senhora do Paraíso, até ser transferida para a igreja do antigo Convento de Nossa Se-nhora dos Anjos, na Calçada dos Barbadinhos. A Igreja de Santa Engrácia foi finalmente terminada em 1966 e é usada como Panteão Nacional desde 1916.

Área: 122 hectares

residentes: 14.574 (Censos 2011)

eleitores: 13.831 (Eleições 2011)

JOAquim pireS(Presidente

Santa Engrácia)

nAtALinA mOurA

(Candidata do PS)

VÍtOr AgOStinHO(Candidato da CDU e actual

Presidente de São Vicente de Fora)

pAuLO quAdrAdO(Candidato

PSD e actual Presidente da

Graça)

*Som

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*São Vicente

PS (+PCP e outros)PSD (AD)CDS (+PSD)PCP(FEPU; APU)BE

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2009200520011997199319891985198219791976Valo

res

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Um TEmPo DE oPçõES iNADiávEiS POR João FErrEirA

>> Candidato CDU à Presidência da Câmara municipal de Lisboa

As próximas eleições autárquicas decorrerão em circuns-tâncias muito particulares da vida nacional.O país foi arrastado para o desastre – para o pior momen-to da nossa vida colectiva desde o 25 de Abril. Lisboa não foge a esta dura realidade. A cidade empobreceu – nos planos económico, social e cultural. Degradaram-se os níveis de bem-estar, individual e colectivo. Os benefícios

do viver social distribuem-se de forma crescentemente desigual. Lis-boa é uma cidade injusta, que perdeu gente e envelheceu. E se é ver-dade que as políticas nacionais pesam decisivamente neste cenário negro, manda a mais elementar justiça que não se absolva o que foram as opções de governo na cidade nos últimos anos. A verdade é que quer numa quer noutra esfera de exercício do poder – nacional e local – en-contramos os mesmos protagonistas: PS, PSD e CDS alternaram-se no governo do país nos últimos 37 anos. Nos últimos 12 anos alternaram--se também no governo da cidade.É por esta razão que as próximas eleições autárquicas poderão signi-ficar, em Lisboa, o fecho de um ciclo. Os lisboetas confrontam-se com uma opção entre mais do mesmo ou uma corajosa afirmação de um outro rumo. Nos últimos seis anos, a gestão PS (como a gestão PSD--CDS nos anos que a antecederam) não soube ou não quis resolver muitos dos problemas da cidade. A revisão do Plano Director Muni-cipal consagrou um modelo que elege o promotor privado como prin-cipal e favorecido personagem de todo o desenvolvimento da cidade, comprometendo um planeamento que seja expressão democrática das necessidades e anseios da população da cidade. O caso da Colina de Santana – onde a maioria PS/António Costa pretende varrer do mapa da cidade mais três hospitais e cerca de 14 hectares de meios actual-mente afectos ao Serviço Nacional de Saúde para ali nascerem mais alguns condomínios e hóteis de luxo – é um exemplo paradigmático.O solo da cidade foi transformado em fonte de rendas para uns poucos, quando podia e devia ser uma fonte de riqueza para benefício de todos. Rendas e não riqueza. A primeira vive da valorização da propriedade do solo, da especulação. A segunda resulta da actividade produtiva. Foi isto que Lisboa perdeu nos últimos anos. E também por isso, empobre-ceu. A política do tudo ao turismo esconde o vazio de ideias para uma base sólida de desenvolvimento económico, social e cultural para a ci-dade. A extinção de mais de metade das freguesias de Lisboa (intenção escondida na última campanha eleitoral e que não foi, por isso, sufra-

gada); as insistentes tentativas de externalização e privatização de ser-viços; o subaproveitamento e desvalorização dos recursos da Câmara (com a atribuição a privados de serviços que poderiam, com garantia de qualidade e economia de recursos, ser realizados pelos próprios serviços); a ainda mal explicada e muito duvidosa extinção da EPUL; a persistência dos problemas dos bairros municipais; a passividade perante o encerramento de serviços de saúde, perante o ataque contra os transportes públicos na cidade ou perante a asfixia progressiva do pequeno comércio – são razões, entre outras, que pesam no passivo da actual gestão camarária. Vivemos, por tudo isto, um tempo de opções inadiáveis, de corajosa afirmação de um outro rumo e de mobilização de energias para o concretizar. A candidatura da CDU corporiza esta vontade de mudança. À imagem do que é hoje a cidade contrapomos a imagem da cidade desejada. A cidade desejada – por todos e para todos! – projecta-se em quatro prioridades:1ª. Recuperar e desenvolver a vocação produtiva da cidade. Estimular a actividade produtiva e a sua diversificação. Criar emprego em Lisboa – emprego qualificado e com direitos.2ª. Definir políticas habitacionais que facilitem o acesso à habitação, que contribuam para atrair e fixar população, estancando a saída de jovens. Resolver os problemas dos bairros municipais e apostar na re-abilitação.3ª. Defender os serviços públicos, como elementos centrais para o bem-estar e a qualidade de vida na cidade. Apostar na sua qualidade e diversificação, atendendo às necessidades da população de Lisboa, às suas particularidades e evolução. Reconhecendo, por exemplo, as ne-cessidades específicas da população idosa, em franco crescimento, ou a necessidade de reforço da rede do pré-escolar.4ª. Combater e reverter a degradação do transporte público na cidade, apostando na sua qualidade e cobrindo toda a extensão da cidade, com uma visão integrada dos diferentes modos de transporte.Estes são apenas alguns dos objectivos de uma governação democráti-ca da cidade, entre outros, igualmente imprescindíveis, em áreas como o ambiente, a cultura, o desporto, a juventude, a mobilidade e o espaço público. Uma governação que será tanto mais capaz de cumprir estes objectivos, quanto mais democrática for, quanto mais participada for, quanto mais souber envolver a população na escolha dos caminhos a seguir

oPiNião DoS CANDiDAToS

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SETEMBRO13

CArTA AoS LiSboETAS POR João SEmEDo

>> Candidato do bloco de Esquerda à Câmara municipal de Lisboa

Cara amiga e caro amigo,

uando decidi aceitar o desafio de me candidatar à pre-sidência da Câmara Municipal de Lisboa, recordei-me dos meus tempos de juventude, bastante semelhantes ao momento atual. Antes do 25 de Abril, Lisboa era um centro de resistência e de atividade conspirativa contra a ditadura então reinante. Bem o sei, pois vivi os meus primeiros 22 anos sob o regime fascista, em Lisboa, até este ser derrotado pelo povo em 1974. Desde então o país cresceu, democratizou-se, enfim,

melhorou a olhos vistos. Contudo, olhando para trás não posso dei-xar de encontrar as semelhanças entre ambas as épocas: hoje tam-bém somos obrigados a lutar contra um regime, o da austeridade e da troika, e estamos cada vez mais ameaçados com o regresso de práticas que julgávamos completamente ultrapassadas. Antes do 25 de Abril, Lisboa tinha dezenas de milhares de cidadãos pobres, em condições habitacionais deploráveis e sem nada para co-mer ao fim do dia. Nem pão, nem educação, nem saúde e nem mes-mo habitação. Hoje, o cenário repete-se. Com o desemprego em máximos históricos, o número de lisboetas sem emprego cresce assustadoramente. Vemos todos os dias a fila daqueles que procuram as carrinhas de apoio aos mais pobres a crescerem. É por isso que me candidato: não posso ficar de braços cruzados. António Costa e a Câmara Municipal de Lisboa acordaram tarde e a más horas para o problema da emergência social. Em 2011 e 2012 a situação social já se degradava muito em Lisboa. Em 2011, a câmara aprovou um fundo social na ordem do milhão e quinhentos mil euros e não executou um euro. Em 2012, o mesmo valor, não o gastaram todo. É inadmissível que tal aconteça no cenário atual. Irei batalhar por uma rede de casas de abrigo, cantinas sociais e bal-neários públicos, aliada a políticas públicas de acompanhamento dos mais desfavorecidos, contribuirá para responder às dificuldades da população pobre de Lisboa, sem criar espaços de gueto na cidade. Há milhares de idosos a viver no mais completo isolamento e soli-dão, sem ninguém que os ajude. Podemos e devemos mudar esta situação tão desumana. É igual-

mente visível para todos a degradação do parque habitacional da cidade. A CML possui três mil fogos que necessitam de obras de reabilitação. Proponho que se avance com um forte programa de reabilitação urbana, de forma a colocar casas no mercado a custos controla-do, trazer pessoas para a cidade e contrariar o nefasto efeito social provocado pela nova lei das rendas – que está a afetar milhares de pessoas em Lisboa, sobretudo idosos, ameaçados de despejo e de perderem a casa onde smpre viveram. A câmara tem de tratar das suas casas, em vez de as vender. Finan-ciaremos este programa de reabilitação com as receitas provenien-tes da taxa que iremos criar sobre os imóveis devolutos detidos por fundos imobiliários, os únicos que não pagam imposto sobre a pro-priedade. É triste ver tanta gente que quer viver na cidade e não pode porque os preços são excessivos. Temos de ter mas casas para alugar. Se a oferta de casas aumentar, os preços baixam e podemos começar a recuperar pessoas para o cen-tro e aliviar a renda dos que já cá vivem. Mas, para isso, é preciso ter coragem para enfrentar os grandes pro-prietários e fundos imobiliários. Os lisboetas sabem que o Bloco de Esquerda estará sempre do lado do interesse público.Lisboa continua a ser o maior foco de resistência às políticas que ata-cam o trabalho, os rendimentos dos mais pobres para darem tudo aos bancos e que atiram para o desemprego mais de 1 milhão de pessoas. A minha candidatura visa dar intensidade a este combate político, um dos mais importantes das nossas vidas.Foi em Lisboa que cresci e estudei e é Lisboa a cidade que escolhi para viver. Quero retribuir à cidade - e aos lisboetas – tudo o que me deu. Todas as vivências, tudo o que me ensinou. Queremos uma Lisboa mais habitada, mais viva e mais solidária. Acima de tudo, queremos uma Lisboa transparente, ao lado dos cidadãos, que enfrente os interesses que a rodeiam e que garante a participação de todas e de todos no processo de decisão.Só o Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa pode garantir esta mu-dança, desequilibrando a favor dos lisboetas e da cidade os impasses criados pela maioria de António Costa.

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Page 6: Jdl68 setembro2013

> RODRIGO GONçAlVES NA lISTA PARA A ASSEMBlEIA MuNICIPAl DE lISBOA

Candidato acusado de crimede agressão a autarca “abala” pSd

Alista do PSD para a Assembleia Municipal de Lisboa está a cau-sar polémica e a “abalar” sectores sociais-democratas.A razão deste “abalo”, de acordo com as nossas fontes, é o facto de Rodrigo Gonçalves, ainda presi-

dente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica entrar na lista do PSD para a Assem-bleia Municipal de Lisboa em quarto lugar.A indignação laranja fundamenta-se no facto de este autarca “ex-banqueiro” (ver peça na página seguinte) ser protagonista de diversas polémi-cas públicas.Uma delas prende-se com o facto de Rodrigo Gonçalves já ter julgamento marcado para pou-co depois das eleições autárquicas acusado do crime de “ofensa à integridade física” por ter agredido, de acordo com o Ministério Público, o ex-presidente da Freguesia de Benfica, o tam-bém social-democrata Domingos Pires.Como o Jornal de Lisboa divulgou em primeira--mão, o Ministério Público acusa Rodrigo Gon-çalves de, no dia 4 de Novembro de 2009, pelas 10h00, “junto de si [Domingos Pires] parou o veículo BMW 79-ED-74, pertença” do presidente da Junta de São Domingos de Benfica, e de onde saíram Rodrigo Gonçalves e Pedro Reis, que “abeiraram-se do ofendido e começaram por desferir-lhe murros e pontapés pelo corpo, ten-do o arguido Rodrigo se munido de um objecto não apurado, mas de natureza contundente, e com aquele atingiu-o [Domingos Pires] na cabeça, causando um corte que de imediato começou a jorrar sangue, le-vando [Domingos Pires] a cambalear”. Posteriormente, Rodrigo Gonçalves e Pedro Reis “conjuntamente continuaram a agredir o assistente [Domingos Pires] desfe-rindo socos e pontapés pelo corpo.”

mais kms, mais eurosOutra intensa polémica foi o recebimento por Rodrigo Gonçalves de subsídios de transporte calculados com base em morada falsa, pagos pela Assembleia Munici-pal de Lisboa (AML). No início do mandato 2005-2009, Rodrigo Gonçalves decla-rou aos serviços da AML que residia em Sobral de Monte Agraço.Porém, no dia 28 de Agosto de 2007, Rodrigo Gonçalves vendeu o apartamento do Sobral de Monte Agraço por €123.500,00. E manteve a morada de Sobral de Monte Agraço junto dos serviços da AML para, nomeadamente, cálculo e pagamento de

subsídio de transporte, pelo menos até Junho de 2011.Portanto, pelo menos desde Agosto de 2007 e até, pelo menos, Junho de 2011, há divergência entre a morada que Rodrigo Gonçalves decla-rou aos serviços da Assembleia Municipal e a morada em que Rodrigo Gonçalves tinha a sua vida organizada. Desta divergência resul-ta uma diferença de cerca de 35 quilómetros, com a consequência de Rodrigo Gonçalves ga-nhar um subsídio de transporte cerca de 350% superior ao valor que teria se fosse calculado em função do local onde tinha a sua vida or-ganizada, ou seja, em Famões. Outra polémi-ca pública, e que originou a abertura de um inquérito-crime, relaciona-se com obras num equipamento social na Freguesia. Rodrigo Gonçalves, de acordo com notícias divulgadas pela revista Sábado, “foi indiciado por tráfico de influências”. De acordo com a mesma revis-ta, que cita fontes da Polícia Judiciária, Rodrigo Gonçalves “teve a intenção de se apropriar de 25 mil euros” destinados a concluir obras no jardim de infância “O Povo”, em São Domingos de Benfica. O jornal Público, sobre o mesmo assunto, referiu na altura que “a Polícia Judici-ária está a investigar as circunstâncias em que desapareceu, em 2006, um subsídio de 50 mil euros atribuído pela Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica a uma associação de mo-radores.” A situação de perda de mandato de

presidente da Junta é outra polémica que envolve Rodrigo Gonçalves.O presidente da Junta de São Domingos de Benfica foi gerente da empresa STRON-GSWOT – Global Business Consulting Lda e não comunicou ao Tribunal Constitu-cional, nem à Assembleia de Freguesia. Por outro lado, aquela empresa prestava serviços ao Grupo Águas de Portugal. Para ambas as situações, a Lei prevê a perda de mandato.Por outro lado, e no âmbito da Lei nº 36/94, de 29 de Setembro, diploma legal que regula o combate à corrupção e criminalidade económica e financeira, e como o Jornal de Lisboa divulgou em primeira-mão, a Polícia Judiciária (PJ) começou a investigar, no ano de 2011, a actividade da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica. A PJ debruçou-se sobre contratos de avenças, contratos de trabalho e contratos de prestação de serviços. Um desses contratos tinha como protagonista a mulher do actual candidato do PSD à Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, Ricardo Crespo.

Sectores do PSD dizem estar “abalados” com a lista para a Assembleia Municipal. Porque o candidato Rodrigo Gonçalves já tem

julgamento marcado pelo crime de agressão a autarca social-democrata. Entre outras várias polémicas.

> STARTuPSLisbon ChallengeRealiza-se, em Lisboa, o Lisbon Challenge – Desafio Lisboa, que conta com 100 participantes, em que 75 equipas vão reunir-se com 200 mentores e investidores internacionais procurando ser uma das 10 startups selecionadas para vencer um desafio que tem um prize money e que as ajudará na montagem dos projetos. A Câmara de Lisboa a Caixa Geral de Depósitos, a FLAD, a KIK Innoenergy, o Turismo de Portugal, a PT e o IEFP são os principais parceiros do Desafio Lisboa.

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SETEMBRO13

> CANDIDATOS GONçAlVES juNTAM PSD E MONTEPIO – ASSOCIAçÃO DE SOCORROS MúTuOS

Família, partido e “banca”A família Gonçalves conseguiu unir em torno de si o PSD e

banca. Agora, o pai Daniel é candidato às Avenidas Novas e o

filho Rodrigo à Assembleia Municipal.

Daniel Gonçalves, candidato do PSD à Junta de Freguesia das Avenidas Novas, e o seu filho Rodrigo Gonçalves, ainda presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e candidato do PSD à Assembleia Municipal de Lisboa, lograram manter uma intensa presença na estrutura do PSD de Lisboa e nos órgãos sociais do Montepio Comercial e Industrial – Associação de So-

corros Mútuos. Cruzando os nomes de militantes do PSD com os nomes dos elementos da Mesa da Assembleia Geral, do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e do Conselho Geral do Montepio há inúmeras, imensas, constantes coincidências: a esmagadora maioria dos titulares dos órgãos sociais do Montepio – Associação de Socorros Mútuos são tam-bém militantes social-democratas. E são praticamente todos militantes oriundos da ex-secção A do PSD de Lisboa, que era presidida por Rodrigo Gonçalves, e do actual núcleo central, presidido por Daniel Gonçalves, pai de Rodrigo e candidato do PSD à Junta de Freguesia das Avenidas Novas.Para além de Rodrigo Gonçalves, candidato do PSD à Assembleia Mu-nicipal de Lisboa, e do seu pai Daniel Gonçalves, candidato do PSD à Junta de Freguesia das Avenidas Novas, Asdrúbal Gonçalves, irmão e filho respectivamente de Rodrigo e de Daniel, é outro nome comun ao PSD e ao Montepio Comercial e Industrial – Associação de Socorros Mútuos.Entre 2000 e 2005, Rodrigo Gonçalves integrou a administração do Mon-tepio. Daniel Gonçalves foi, durante muitos anos, de acordo com as nossas fontes, o homem forte do Montepio, assumindo – referem – relevantes fun-ções executivas, desempenhando o cargo de secretário-geral. Asdrúbal Gonçal-ves é o primeiro vogal do conselho de administração do Montepio – Associação de Socorros Mútuos, eleito para o triénio 2012-2014. Em comum, a família Gonçalves tem o PSD e funções, actuais ou pretéritas, no Montepio. O Montepio, por seu lado, tem em comum a família Gonçalves e o facto de a esmagadora maioria dos mem-bros dos seus órgãos sociais serem militantes do PSD. Seja a Mesa da Assembleia Geral, seja o Conselho Fiscal o ou Conselho Geral.No Conselho de Administração, a preponderância de militantes laranjas é avas-saladora. Em cinco membros (três efectivos e dois suplentes) a militância social--democrata é comum a quatro deles. Apenas uma vogal, ao que o Jornal de Lisboa apurou, não será militante do PSD. Todos os outros têm o cartão laranja. E todos do núcleo central chefiado por Daniel Gonçalves, candidato à Freguesia das Aveni-das Novas e pai de Rodrigo e Asdrúbal Gonçalves. Para além da militância, há um elemento do Conselho de Administração que tem uma especial relação com Da-niel e Rodrigo Gonçalves. O presidente do Conselho de Administração, Carlos Saul Duarte Gonçalves Oliveira, foi prestador de serviços na Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e tem prestado serviços àquela autarquia em representação da empresa CSDO, Lda. Carlos Saul Oliveira já integrava o Conselho de Adminis-tração do Montepio pelo menos desde o ano de 2003.A relação de Carlos Saul Oliveira com a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, através da empresa CSDO – Soluções e Estratégia Empresarial, Lda., des-pertou a atenção da Polícia Judiciária, que solicitou àquela autarquia informação sobre os contratos de prestação de serviços com aquela empresa.De facto, conforme informações divulgadas em primeira-mão pelo Jornal de Lis-

boa, as diligências da Polícia Judiciária junto do executivo da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, ao abrigo da Lei de combate à corrupção e criminalida-de económica e financeira, debruçaram-se sobre o vínculo entre aquela autarquia e a empresa Csdo – Soluções e Estratégia Empresarial, Lda.De acordo com a documentação a que o Jornal de Lisboa teve acesso, a primeira

referência à empresa Csdo – Soluções e Estratégia Empresarial, Lda aparece na proposta que Rodrigo Gonçalves apresenta ao executivo daquela Junta

no dia 4 de Março de 2010. A “Proposta nº 4” propõe a “Prestação de serviços de consultadoria de gestão – SIADAP”.

Naquele documento, a que o Jornal de Lisboa teve acesso, constata-se que o objecto da proposta já vinha sendo

desenvolvido por “Dr. Carlos Saúl” e terá sido este mesmo “Dr. Carlos Saúl” a indicar a empresa

Csdo – Soluções e Estratégia Empresarial, Lda para fazer o que ele próprio vinha fazendo, ou seja, implementar o Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Admi-

nistração Pública (SIADAP).Na sequência da aprovação desta proposta pelo

executivo da autarquia, é celebrado no mesmo dia um contrato de prestação de serviços entre a Junta

de Freguesia de São Domingos de Benfica e a empresa Csdo, Lda.

O contrato em causa é celebrado com efeitos retroac-tivos a 1 de Fevereiro, pelo prazo de onze meses. Po-rém, apesar da proposta aprovada pelo executivo da Junta para a celebração deste contrato com a empresa

Csdo - Soluções e Estratégia Empresarial Lda. subli-nhar a “imperiosa e necessária dedicação quase em

regime de exclusividade”, o contrato parece seguir em sentido contrário. Assim, a cláusula 4ª do contrato entre a

Junta de São Domingos de Benfica e a Csdo - Soluções e Estra-tégia Empresarial Lda, dispõe que “não existe obrigatoriedade de per-

manência de um representante/trabalhador da segunda outorgante [Csdo, Lda.] naquelas instalações [da Junta de Freguesia] ”.Por outro lado, na cláusula seguinte, refere-se que a Csdo, Lda. “não está obrigada ao cumprimento de qualquer horário, devendo apenas coordenar eventuais reuni-ões” com a Junta, acrescentando a cláusula 6ª que “o trabalho da [Csdo, Lda.] será prestado com total autonomia, isenção e sem estar sujeita ao regime disciplinar em vigor” na referida Junta de Freguesia.No fim de Abril de 2010, o candidato do PSD à Assembleia Municipal de Lisboa e filho do candidato do PSD à Freguesia das Avenidas Novas, leva uma proposta de “rectificação/clarificação” ao executivo da Junta de Freguesia, sobre o contrato ce-lebrado com a Csdo, Lda. no dia 4 de Março imediatamente anterior.Nessa proposta, Rodrigo Gonçalves afirma que “por manifesto lapso não foi men-cionado de forma explícita que o trabalho desenvolvido pelo Dr. Carlos Saúl de Oli-veira, responsável da referida empresa [Csdo, Lda.], em Janeiro de 2010, preparató-rio e introdutório ao trabalho da empresa Csdo - Soluções e Estratégia Empresarial Lda., seria remunerado por igual valor de €2.000,00 acrescidos de IVA à taxa em vigor.” Pelo que, a proposta do vogal da comissão política distrital do PSD, propõe “em conformidade, clarificando-se a referida proposta, delibera-se que seja efectu-ado o pagamento à referida empresa, de 2.000,00 euros (acrescido de IVA à taxa em vigor), referente ao trabalho desenvolvido no mês de Janeiro de 2010 pelo seu res-ponsável, trabalho esse preparatório e introdutório à implementação do SIADAP efectuado actualmente pela empresa Csdo, Lda.”

> “DA lAPA PARA A lAPA”recolha de alimentosA Junta de Freguesia da Lapa garantiu a adesão de centenas de residentes da autarquia à campanha “Dala Lapa para a Lapa”, que permitiu a angariação de bens essenciais, designadamente alimentares, para as famílias mais carenciadas. No total, são apoiados 57 agregados familiares, num total de 113 pessoas, que atravessam dificuldades económicas e que necessitam de apoio alimentar, alguns dos alimentos seguirão ainda para outra instituição que apoia mais 13 agregados num total de 25 pessoas quase diariamente.

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SETEMBRO13

nOtA dA direCçãO

Junta de Freguesia da Lapa e as “mentiras” de Luís newton

Na sequência de um alegado direito de resposta de Luís Newton, ain-da autarca da Freguesia da Lapa e candidato à nova Freguesia da Estrela, publicado na edição de Julho passado por determinação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), o Jornal de Lisboa vê-se na obrigação de proceder aos seguintes esclarecimen-tos. Esclarecimentos que – para usar as palavras de Luís Newton – demonstram as “mentiras” e as cortinas de fumo com que o pró-

prio Luís Newton tenta esconder e dissimular factos em que se envolveu enquanto autarca da Freguesia da Lapa. Em causa estão os factos de Luís Newton ser vogal da Junta de Freguesia da Lapa, nos mandatos de 2001-2005 e 2005-2009, e ser no-meado, pela mesma autarquia, como “gestor” do Complexo Desportivo da Lapa; em causa estão os recebimentos de Luís Newton enquanto vogal e como “gestor”. Tudo documentalmente provado. A Comunicação Social, tal como prevê a Lei de Imprensa (Lei 2/99, de 13 de Janeiro), tem especiais obrigações e responsabilidades na recolha de todas as informações que sirvam a função que um Estado de Direito lhe reserva.Aquele mesmo diploma, cria mecanismos que permitem aos Cidadãos e entidades defender a sua reputação. E esse instrumento, designado Direito de Resposta e de Rectificação, determina, conforme artigo 24º, nº1 da Lei de Imprensa, que “tem direito de resposta (…) qual-quer pessoa (…) que tiver sido objecto de referências (…), que possam afectar a sua reputação e boa fama”. No âmbito do Direito de Resposta, não tem qualquer rele-vância a verdade material da informação, mesmo que sejam referidas e publicadas provas que sustentam e demonstram a veracidade factual. O Direito de Resposta é um instrumento de defesa dos Cidadãos, e cujo fundamento é a pretensa falsidade das informações publicadas. Ou seja, este instrumento não existe para esconder verdades ou suportar mentiras, como aliás a Lei de Imprensa estatui. Neste senti-do, o artigo 26º, nº8 da referida Lei determina que “no caso de, por sentença com trânsito em julgado, vir a provar-se a falsidade do conteúdo da resposta ou da rec-tificação e a veracidade do escrito que lhes deu origem, o autor da resposta ou da rectificação pagará o espaço com ela ocupado pelo preço igual ao triplo da tabela de publicidade do periódico em causa, independentemente da responsabilidade civil que ao caso couber.” Esclarecidos estes aspectos, há agora que confrontar as afirmações de Luís Newton no direito de resposta publicado na passada edição de Julho, que acusam o Jornal de Lisboa de publicar “mentiras”.Luís Newton recorre reincidentemente à figura do Direito de Resposta, apesar de saber e conhecer a veracidade das informações publicadas pelo Jornal de Lisboa, porque foi ele quem praticou os factos.Luís Newton sabe que o instrumento do Direito de Resposta lhe permite ganhar tempo, moldar a realidade, lançar cortinas de fumo e “mentiras” com o único ob-jectivo de esconder a verdade.

1. O Jornal de Lisboa divulgou que Luís Newton era vogal na Junta de Freguesia da Lapa nos mandatos de 2001-2005 e 2005-2009 e, em simultâneo, foi nomeado “gestor”; E recebia pagamentos como vogal e como “gestor”. Tudo com base na documentação fornecida pela Junta de Freguesia da Lapa, por decisão da Co-missão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA).

2. Luís Newton acusa o Jornal de Lisboa de o “acusar sem uma única prova”. Luís Newton mente. O Jornal de Lisboa não acusa. Nem o Newton, nem ninguém. O Jornal de Lisboa relata, divulga, publica informações sustentadas em fontes

credíveis, nomeadamente documentais. O Jornal de Lisboa limitou-se a relatar o conteúdo daqueles documentos.

3. Luís Newton, apesar de truncar datas, é quem confessa a sua própria menti-ra, quando reconhece “que, a partir de Março de 2007, eu passei a receber, no âmbito do protocolo da Junta de Freguesia da Lapa com o IDP, enquanto pro-fissional liberal, (…)” O que o Jornal de Lisboa divulgou foi que Luís Newton ti-nha recebido como “gestor” do Complexo Desportivo da Lapa nos mandatos de 2001-2005 e 2005-2009 até Fevereiro de 2007. Porque, no mês seguinte passou a exercer o cargo de adjunto do vereador Paulo Moreira, na Câmara de Lisboa.

4. Luís Newton mente quando diz não ter tido tempo para responder às questões que o Jornal de Lisboa lhe colocou, por e-mail, a 26 de Novembro de 2012. Para além de lhe ter sido oferecido o contraditório em tempo útil, Luís Newton co-nhecia as questões desde o ano de 2011. De facto, o Jornal de Lisboa contactou Luís Newton pelo menos três vezes: e-mail de 10 de Outubro de 2011; e-mail de 19 de Abril de 2012 e 26 de Novembro de 2012. E a matéria das questões foi sem-pre a mesma: acumulação de recebimentos; acumulação de funções; matérias fiscais. Luís Newton nuca respondeu.

5. Luís Newton mente quando diz que não acumulou o recebimento de pagamen-tos feitos pela Junta de Freguesia da Lapa, por pertencer ao então executivo e ser simultaneamente “gestor” do Complexo Desportivo da Lapa. O Jornal de Lisboa tem toda a documentação fornecida pela Junta de Freguesia da Lapa por decisão da CADA referente aos pagamentos feitos a Luís Newton. Aqueles do-cumentos provam que Luís Newton recebeu simultaneamente enquanto vogal do executivo e como “gestor” do Complexo Desportivo da Lapa.

6. É o próprio Luís Newton que desmonta sua mentira, porque reconhece receber €800 por mês como gestor do referido equipamento e as senhas de presença, enquanto vogal do executivo da Lapa.

7. Luís Newton mente quando diz que não participou na votação sobre a sua no-meação para gestor do Complexo Desportivo da Lapa. É a própria acta em que consta a nomeação de Luís Newton como “gestor” fornecida ao Jornal de Lisboa pela Junta de Freguesia da Lapa que desmente Newton, quando refere que a proposta foi aprovada por todos os presentes “à excepção do Vogal Luís Newton que se absteve”.

8. A Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) afirmou ao Jornal de Lisboa, a propósito do caso Luís Newton, que um vogal de uma Junta de Freguesia não pode ser contratado, seja sob que forma for, pela mesma autarquia.Luís Newton era vogal do executivo da Lapa e foi nomeado “gestor” pela mesma autarquia.

Luís Newton recebia €800 por mês para ser “gestor” e recebia como vogal do execu-tivo da Junta de Freguesia da Lapa.Razões éticas, deontológicas e cívicas, impõem ao Jornal de Lisboa o presente es-clarecimento.

A Direcção

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> MIlITANTES CONTRATADOS

pSd candidata “jardineiros”às eleições autárquicasO PSD tem “jardineiros” como candidatos às autárquicas deste mês.

Para a AML e para as Freguesias das Avenidas Novas e Campo de Ourique.

omal-estar que se vive no PSD com as lis-tas de candidatos social-democratas às eleições autárquicas do próximo dia 29 está, de acordo com as nossas fontes, em crescendo.Depois da candidatura de Rodrigo Gon-çalves, vice-presidente do PSD de Lisboa

e ainda presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica à As-sembleia Municipal de Lisboa, e da candidatura do seu pai Daniel Gonçalves à Junta de Freguesia das Aveni-das Novas (ver peças nas páginas 6 e 7), a “surpre-sa” dos laranjas prende--se agora com o facto de o PSD apresentar “jardi-neiros” como candidatos à próximas eleições autárqui-cas. Candidaturas que se con-cretizam para a Assembleia Muni-cipal de Lisboa e também às Freguesias das Avenidas Novas e Campo de Ourique.De acordo com documentos a que o Jor-nal de Lisboa teve acesso, o candidato do PSD à Assembleia Municipal e simulta-neamente à Freguesia das Avenidas Pau-lo Manuel R. Pires Lopes foi “prestador de serviços de jardinagem” numa Freguesia de Lisboa que no último mandato passou do PSD para o Partido Socialista.Na realidade, de acordo com as Actas das reuniões do executivo da Junta de Freguesia de Campolide a que o Jornal de Lisboa teve acesso, Paulo Manuel R. Pires Lopes, mais conhecido no PSD como Paulo Lopes, foi “prestador de serviços de jardinagem” pelo menos desde Setembro de 2008 até Outubro de 2009, datas que correspondem aos documentos a que o Jornal de Lisboa teve acesso.Pelos serviços de “jardineiro”, Paulo Lopes cobrava à Junta de Freguesia de Campolide, em 2008, €1.000,00 por mês e, em 2009, a autarquia pagou-lhe €1.029,00 mensalmente.De acordo com as nossas fontes, não são reconheci-dos a Paulo Lopes quaisquer especiais dotes para a jardinagem, sublinhando que a actividade deste mi-litante do PSD se desenvolve na área da comunicação e imagem. Actividades esta, aliás, que Paulo Lopes

desenvolve intensamente na promoção e divulgação propagandística da candidatura de Daniel Gonçalves à Freguesia das Avenidas, cuja lista o próprio Paulo Lopes também integra.No digladiar dos grupos internos do PSD, Paulo Lo-pes sempre foi considerado muito próximo de Luís Newton, actual candidato do PSD à Freguesia da Es-trela, que garantia, um ascendente sobre a Junta de

Freguesia de Campolide, dado esta autarquia estar integrada na área de “jurisdição” da

ex-secção D do PSD de Lisboa, a que Newton presidia, e se encontra integra-

da actualmente no núcleo residencial do PSD/Lisboa em que o mesmo Luís Newton tem uma reconhecida influ-ência. Outra “jardineira” que o PSD apresenta às próximas eleições autár-

quicas é a dirigente da JSD de Lisboa, considerada internamente muito pró-

xima de Luís Newton – conforme su-blinham as nossas fontes –, Ma-

falda Cambeta, de seu nome completo Mafalda Ascensão

Cambeta.Aquela dirigente da JSD de Lisboa também foi “pres-tadora de serviços de jar-

dinagem” na Junta de Fre-guesia de Campolide. De

acordo com os documentos já mencionados, Mafalda Cambeta

foi “jardineira” em Campolide, pelo menos, entre Novembro de 2008 e Outubro

de 2009, datas das Actas das reuniões do executivo de Campolide a que o Jornal de Lisboa teve acesso.Em Novembro de 2008, Mafalda Cambeta recebeu €450,00, passando a receber a partir de Dezembro daquele ano, inclusive, até, pelo menos, Outubro de 2009, €300,00 mensalmente pela “prestação de servi-ços de jardinagem”. De acordo com as nossas fontes, também não se reconhecem quaisquer competências específicas de Mafalda Cambeta na área da jardina-gem. Aliás, referem, Cambeta “é jurista, estando a fre-quentar o curso de Direito”.Paulo Lopes confirmou, em declarações ao Jornal de Lisboa, ter prestado serviços em Campolide no man-dato 2005-2009, referiu ter o 12º ano e ser produtor gráfico. Mafalda Cambeta não prestou quaisquer de-clarações até ao fecho da presente edição.

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> AuTÁRquICAS 2013

Os concorrentes dos grandes partidos

1976 1985 1989 1993 1997 2001 2005 2009

Esquerda(PS+PCP e outros;2009 inclui BE)

55 51,28 51,55 56,23 53,42 47,11 54,93 56,1

Direita(PSD+CDS)

35,28 46,37 44,43 38,54 40,7 47,91 44,44 39,33

1976 1985 1989 1993 1997 2001 2005 2007* 2009

Esquerda(PS+PCP e outros;2009 inclui BE)

51,75 45,48 49,17 56,64 51,88 41,53 45,9 56,05 56,64

Direita(PSD+CDS)

34,18 44,78 42,18 34,1 39,26 49,68 48,34 36,22 38,69

Evolução da votação para as Assembleias de Freguesia no Concelho de Lisboa

Fonte: CNE.Obs.: 1979 e 1982dados indisponíveis

Varia

ção

(%)

30

40

50

60

20092005200119971993198919851976

Esquerda

Direita

Evolução da votação para a Câmara Municipal de Lisboa

Fonte: CNE.Obs.: 1979 e 1982dados indisponíveis

Varia

ção

(%)

30

40

50

60

200920072005200119971993198919851976

Esquerda

Direita

(*)

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Para além dos principais partidos, Lisboa vai ter candidaturas

“desalinhadas” em todas as Freguesias.

DESAFIOSPARA LiSboAUm Senado

No início dos anos 90, era Presidente da CML o eng. Kruz Abecasis. Por razões

profissionais, na altura a trabalhar na Associação representativa dos

construtores e promotores imobiliários, tive oportunidade de muitas vezes

conversar com ele sobre diferentes temas da cidade. Havia três pessoas,

minhas amigas, que faziam parte do seu grupo de sábios. O Nogueira

Simões, presidente da Associação de Construtores e deputado na Assembleia

Municipal, o Luís Duque, assessor no gabinete do Presidente da CML e o Ilídio Diniz,

director do Património da CML. Todos eles muito inteligentes, leais e competentes. Eram

muito respeitados interna e externamente. Infelizmente, Abecasis e Nogueira Simões já

não estão entre nós. Com todos eles, aprendi muito e hoje recordo episódios de muita

sabedoria. Um dia, perguntei ao eng. Nogueira Simões, por que razão fazia parte da sua

agenda uma ida inadiável, julgo que na altura mensal, à Assembleia Municipal. A

resposta foi-me dada de seguida. O Presidente Abecasis queria que a Assembleia

Municipal fosse um Senado. Com representantes dos vários actores da cidade. Para ele

os ouvir e poder decidir. Arquitectos, professores, comerciantes, bancários, reformados,

estudantes, construtores e até taxistas. E muitos mais. Assim, se fazia cidade. Estou

preocupado com o que vemos agora. As listas para a Assembleia Municipal, são

partidos+partidos+partidos. E mais uns desempregados, reformados e outros que não

têm onde cair mortos. Com honrosas excepções, claro. Resta-nos a esperança, de uma

maioria clara na Assembleia Municipal que deixe governar quem ganhar a CML. E que

um dia, como diz Fernando Seara - o meu candidato –, possamos assistir à “implosão

destes partidos políticos”. João Pessoa e Costa

Cidade abertaDo cimo do Arco da Rua Augusta, Lisboa vê-se quase por inteiro. Límpida,

transparente e aberta a novos desafios. A abertura do Arco ao público

marca não apenas um tempo, que o relógio agora ajuda marcar, mas

também uma ideia de cidade aberta e acessível a todos, feita e mantida

para que assim seja e se mantenha. Neste mês de setembro é isso que

vai estar em causa no dia das eleições: saber se os lisboetas querem ou não

que assim seja. O trabalho feito nos últimos quatro anos deu sentido às pessoas

como o elemento mais importante da cidade e a sua razão de ser; porque os problemas

da cidade são os problemas das pessoas. Muito está ainda por fazer numa cidade que

envelhece todos os anos e onde a crise económica se faz sentir especialmente sobre os

mais pobres, os mais velhos e os mais frágeis. Gerir o município e reabilitar o património

edificado é, por isso, tratar das pessoas. António Costa e o PS nunca esqueceram isso.

Por isso merecem continuar. Leonel Fadigas

oactual ambiente político parece ser estimulante para candidatu-ras desalinhadas relativamente aos principais partidos políticos.Pela primeira vez, os lisboetas vão contar com candidaturas as todas as 24 novas Freguesias

que nada têm que ver com PSD, PS, PCP, CDS e BE e, algumas delas, nascem do desconten-tamento interno, nomeadamente no PSD, e outras são mesmo contra os actuais partidos.As candidaturas independentes concorrem a três Freguesias. Ou seja, as candidaturas que não têm na sua essência nenhum partido, concretizam-se nas futuras Freguesias das Avenidas Novas, da Penha de França e na Es-trela.Nas Avenidas Novas, a candidatura indepen-dente é protagonizada por Idalina Flora, actu-al presidente da Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, que optou por avançar por “não se rever no caminho traçado pelo PSD” quando optou por escolher Daniel Gonçalves como candidato à mesma Freguesia.

Na nova Freguesia da Penha de França, que resulta da integração das Freguesias de São João e de Penha de França, Luís Matias é o candidato independente com origem no mo-vimento “Mais Lisboa”.Nesta mesma Freguesia, a “Plataforma Ci-dadania”, coligação que integra PPM, Nova Democracia (ND) e Portugal Pró-Vida (PPV) avança com o ex-militante do CDS Carlos Bar-roso, que já exerceu o cargo de deputado mu-nicipal eleito pelos democratas-cristãos.A nova Freguesia da Estrela, que junta Pra-zeres, Santos-o-Velho e Lapa, também conta com uma candidatura independente do mo-vimento “Mais Lisboa”, cujo cabeça-de-lista é José Mateus Camacho.Por seu lado, a “Plataforma Cidadania” tem candidatos a todas as Freguesias de Lisboa. De entre as restantes 23 Freguesias a que esta coligação concorre, destacam-se Gonçalo da Câmara Pereira que se candidata à Fregue-sia de Belém e João Taveira, que se demitiu do PSD para avançar como candidato para a nova Freguesia de Arroios.

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> FREGuESIA DA ENCARNAçÃO“Os meus primeiros mil euros” e o sucesso escolar

> MAIS DE 45 MIl REFEIçõES DOADAS

Campolide dá prioridadeà política de acção social

SETEMBRO13

> EVENTO25 anos do incêndio do Chiado No dia 25 de Agosto passaram 25 anos sobre um dos maiores incêndios que assolaram a zona histórica de Lisboa, destruindo parte significativa do seu edificado e algum património histórico da cidade. Assinalando a efeméride, a Câmara Municipal de Lisboa promoveu um conjunto de iniciativas que evocaram os acontecimentos do dia em que ocorreu o fogo, bem como o processo de reconstrução de toda a zona ardida, contando com a presença do arquitecto Álvaro Siza Vieira, autor do Plano de Recuperação do Chiado

A Junta de Freguesia de Campolide tem desenvolvido novas formas de respostas às

exclusões sociais e assimetrias naquela zona da cidade.

A5 de Março de 2012, a Junta de Freguesia de Campolide (JFC) assumiu-se como parceira referente, ao nível do poder local, do movi-mento cidadão “Zero Desperdício – Portugal não se pode dar ao lixo”, lançado pela Asso-

ciação Dariacordar para combater o desperdício diá-rio de alimentos.

A Freguesia de Campolide foi a primeira Freguesia do País a aderir a uma ideia que em pouco tempo se tor-nou conhecida e acarinhada a nível nacional.Desde então, o “Celeiro Solidário” gerido pela Junta – com a selecção dos agregados familiares feita pela Pa-róquia de Santo António de Campolide, já distribuiu o número impressionante de mais de 45 600 refeições,

tendo apoiado 120 agregados familiares. Foram-se so-mando doadores através de contactos e sensibilização dos comerciantes e das empresas locais.Numa Freguesia onde persistem grandes assimetrias e carências sociais, ainda mais prementes na actual conjuntura, a aposta que o executivo local, nomeada-mente o seu presidente André Couto, têm dedicado ao Projecto do “Celeiro Solidário” revela, de acordo com fontes daquela autarquia, “um dos sinais da priorida-de que é dada pela Freguesia de Campolide à Acção Social ao longo do actual mandato, sobretudo assim que as irregularidades e défices financeiros herdados do Executivo anterior se viram sanados”.De acordo com a autarquia, “quanto tomámos posse há quatro anos, a Junta de Freguesia de Campolide não tinha uma estrutura de apoio social efectiva, nem uma estratégia nessa área”. Ainda de acordo com André Couto, “hoje temos pro-jectos de fundos comunitários a cuidar das nossas crianças e somos exemplo seguido das melhores e mais inovadoras práticas de acção social”.O autarca referia-se ao projecto “Campolide@DECI-DE – E5G” (5ª Geração do Programa Escolhas) que, em Janeiro de 2012, veio acrescentar meios aos do já desenvolvido Programa Intervir, fruto de uma can-didatura conjunta da Junta de Freguesia de Campo-lide e da associação local Viver Campolide que obte-ve uma das melhores pontuações atribuídas a novos projectos. O Programa Escolhas visa a promoção da inclusão das crianças e jovens (entre os 6 e os 24 anos de idade) provenientes de contextos socioeconómicos mais vulneráveis. As múltiplas intervenções em va-riadas áreas, com uma importante componente artís-tica, têm decorrido no Bairro da Liberdade e na Quin-ta da Bela Flor, contando com formadores e jovens dos bairros que actuam como mediadores locais. Argumentos para André Couto afirmar que “a Acção Social será sempre a nossa grande prioridade, como tem sido, de braço dado com a reabilitação de espaço público e espaços verdes”.

MADAlENA APoiAr AS FAmíLiAS E oS ALUNoS Apoiar os agregados familiares da Freguesia é um dos objectivos da Componente de Apoio à Família (CAF), serviço que a Junta da Madalena volta a assegurar no próximo ano lectivo. A CAF destina-se a proporcionar às famílias a possibilidade de beneficiar de acompanhamento das crianças, quer no horário matutino – entre as 07h00 e as 09h00 –, quer à tarde, entre as 17h00 e as 20h00. Este serviço tem uma enorme relevância social, garantindo que as crianças se encontram em instalações adequadas e com os cuidados necessários durante horários mais alargados. Por outro lado, durante os períodos da tarde, os estudantes contam com apoio para realizarem os trabalhos escolares. Assim, este serviço, cujos valores são em função dos rendimentos, é também um meio de fomentar o sucesso escolar. Entretanto, na primeira semana de Setembro, a Madalena realiza a acção praia-campo sénior, garantindo aos mais velhos da Freguesia dias de férias junto ao mar. Por outro lado, a Freguesia da Madalena vai assegurar a continuação do projecto intervir, que dá apoio a mais de 30 crianças da Freguesia e que tem como objectivo evitar comportamentos de risco. Em Setembro, regressam também as actividades do projecto “Envelhecimento activo e saudável” com as aulas de tai-chi, artes decorativas e informática. A meados do mês, dia 15, realiza-se a tradicional “Noite de Fados” nas Escadinhas de Santa Justa.

AJunta de Freguesia da Encarna-ção realizou este ano, a terceira edição de “Os meus primeiros mil euros”, uma iniciativa com qua a autarquia pretendeu estimular

o sucesso escolar das crianças re-sidentes, nomeadamente do Bairro Alto. Assim, a tercei-ra edição foi ganha, pela primeira vez, por um rapaz. A Junta do Bairro Alto considera cumpri-dos os objectivos desta acção, afirmou a presi-dente Alexandra Figueira, para quem o objectivo era “es-

timular o estudo”, o que foi também revela-do pelo facto de, este ano, haver vários can-didatos àquele prémio. Entretanto, durante este mês, terá lugar o praia-campo sénior que privilegia a cultura, levando os resi-

dentes mais velhos a visitar o monumen-to do Cristo-Rei, o Museu Vasco da

Gama e o Planetário, entre outros locais de interesse. Por outro

lado, realizou-se, em Agosto, mais uma acção praia-campo em protocolo com a Câmara de Lisboa, proporcionando a

dezenas de crianças e jovens da Freguesia férias na praia e tardes

no campo.

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SETEMBRO13

> REquAlIFICAçÃObairros intervém na mourariaA “Bairros – Rede de Desenvolvimento Local” tem como missão o desenvolvimento local através da capacitação e da inovação. É com esta génese que a Bairro intervém no processo de reabilitação e revitalização do bairro da Mouraria, apostando no trabalho no âmbito do Programa de Desenvolvimento Comunitário da Mouraria.

AS PALAvrAS E AS obrAS

POR ANTóNio mANUEL

>> Candidato à Freguesia de Santa maria maior

Presidente da Junta de Freguesia de São Nicolau

As campanhas eleitorais são sempre assim: há os que falam e pouco dizem e os que muito dizem com o pouco que falam.Os primeiros perdem-se em discursos balofos desligados da realidade; têm uma cultura de

arrogância e de ataque pessoal. Os segundos, concentram-se nos problemas das pessoas, sentem as suas dificuldades e procuram dar-lhes solução.A estas diferenças acresce uma outra que me parece fundamental: a forma de lidar com o povo por parte dos que muito falam procurando enganá-lo porque julgam que o povo é ignorante ou se deixa levar na conversa. Esta falta de cultura democrática chegou ao ponto de se procurar incutir nas pessoas que as eleições de 29 de setembro são eleições para julgar o governo e as medidas de austeridade, como se de eleições autárquicas não se tratassem.Esquecem-se de duas coisas:

- primeiro, que o povo sabe bem que com estas eleições não vamos escolher outro governo, nem outra Assembleia da República e muito menos mudar de troika;

- segundo, que o que está em causa é a politica de proximidade, a politica que se faz com o coração, a solidariedade, a presença para a resolução dos problemas imediatos, ou seja, a política do que está mais próximo das pessoas mas distante do poder politico central.

Chegados a este ponto, é importante perguntar então, onde estão as ideias e o projeto autárquico dos que pensam que se podem ganhar eleições falando muito e dizendo pouco? Como em tudo na vida, mais importante do que falar é preciso fazer, ou seja, dar sentido às palavras com as obras. Essas sim, são o verdadeiro chão da política e do combate politico.

RESPOSTAS RÁPIDAS

“perturba-nos o vazio de ideias”da actual Junta

Como caracteriza, sucintamente, a Freguesia de São Domingos de Benfica?É uma das freguesias de Lisboa com maior potencial para ser uma referência para

qualquer família viver, crescer, brincar, aprender, trabalhar e desfrutar do território onde reside. É marcada pela heterogeneidade da população, é bem servida de acessibilidades, e goza da janela Monsanto, o pulmão de Lisboa. Tem um parque escolar, público e privado, extraordinariamente rico e diverso, é um espaço onde se fixam empresas e negócios de excelência, e conta com um parque hospitalar,

um património histórico, desportivo, cultural, recreativo e “verde”, que são factores que estimulam a qualidade de vida.

A gestão autárquica tem conseguido ir ao encontro das necessidades locais?A Câmara de Lisboa tem feito muito, e bem. Mas, muito há por fazer. Nomeadamente quanto à não sincronização da actual Junta com a sofisticação e determinação actuante da Câmara de Lisboa. A gestão da Junta de Freguesia tem sido marcada pela incapacidade de afirmação, identificação e actuação nas necessidades mais determinantes para um futuro sustentável. A ausência de políticas concretas e mobilizadoras para a criação de valor e o despertar da economia local, para a construção de políticas indutoras de empregabilidade, o divórcio que temos vindo a notar entre o executivo e as forças vivas da freguesia como os clubes e associações de moradores e a asfixiante falta de visão estratégica, são carências que muito nos preocupam.

Quais são as três mais relevantes prioridades para a Freguesia de São Domingos de Benfica?Queremos uma freguesia conectada, acessível e partilhada. Pretendemos implementar uma rede de wireless para toda a freguesia e uma estratégia digital da Junta de Freguesia que abra novos e mais eficazes canais de comunicação entre pessoas, empresas, associações e a Junta; Queremos fazer de São Domingos de Benfica o melhor lugar de Lisboa para as famílias: vamos aproveitar melhor as características do território para cativar a fixação das famílias, dotando-o dos espaços e equipamentos multidisciplinares e transversais a qualquer idade e modelos de qualidade de vida; Queremos uma Junta de Freguesia focada na modernização, na transparência e na sustentabilidade. A transparência na gestão autárquica, a credibilização da actividade política, o rigor financeiro na optimização dos recursos existentes e a necessidade de modernização administrativa são exigências das quais não abdicamos.

Qual a sua opinião sobre a actual gestão político-administrativa da actual Junta?Perturba-nos o vazio de ideias, os lugares comuns na agenda política e um certo clima de amadorismo da actual gestão da autarquia. Verificámos um clima de prepotência e sobranceria excessiva e pouca abertura para o diálogo e a convergência. O actual executivo parece mais preocupado em gerir agendas internas de sucessão e candidaturas a outros territórios da cidade, em vez de, concentrar os meios e a sua energia em preparar a Junta para um novo horizonte de acção política directa e de proximidade e de maior responsabilidade e exigência.

Se ganhar sem maioria, fará acordos com que partido?Eu tenho convicção profunda na nossa vitória e consciência do esforço que temos de fazer para a alcançar. Uma cidade ou uma freguesia como a nossa, não se faz por inspiração de um presidente, mas concretiza-se por um trabalho em equipa, faz-se em concertação com as outras forças políticas, faz-se em cooperação com os agentes económicos, sociais e culturais, e sobretudo, com as pessoas e as suas reais necessidades. Por isso, não pretendo fazer “acordos” com partidos só por um expediente de equilíbrio de poder. Pretendo sim concertar-me e cooperar com todos aqueles que estiverem, sobre ideias e projectos concretos, apoiar-me a desenhar um novo futuro para São Domingos de Benfica.António Cardoso, Candidato a São Domingos de Benfica

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> MOuRARIAtorneio de cricket É já neste mês que se realiza no bairro da Mouraria o 1º Torneio Intercultural de cricket. Organizado pela Solidariedade Imigrante, associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes, pela Câmara de Lisboa. através do gabinete G.A.B.I.P. Mouraria e pela Associação Renovar a Mouraria, em parceria com o Grupo Desportivo da Mouraria e Mercado de Fusão, este evento pretende dar visibilidade a um desporto praticado maioritariamente pelas comunidades do Industão que vivem em Lisboa e que o praticam em vários locais da cidade e ao mesmo tempo promover os valores da interculturalidade e da diversidade cultural nesta Lisboa cosmopolita.

AS SigLAS E oS SimboLoS

POR LUíS FiLiPE moNTEiro

>> Candidato do PS à Freguesia da Estrela, Presidente da Freguesia de Santos-o-velho

uando esta crónica for publicada estaremos a entrar em mais uma campanha autárquica, que esta pela reorganização administrativa da cidade tem um maior significado para os cidadãos e para a cidade. Hoje em dia o importante, é quem se apresente ao eleitorado, seja claro, sincero nas suas propostas e continue a honrar o que é o poder autárquico (freguesias), e não se queira tornar, ou mostrar num político, com tudo o que

tem desvirtuado esta classe. Sejamos o que sempre fomos a frente de uma freguesia, disponíveis, dialogantes, solidários, e recuperadores de valores morais, que se perderam pelo modo de agir de quem tem dirigido este Pais e o tem levado por caminhos que sem dó nem piedade nos tem vindo a penalizar. Não deveríamos ter vergonha por concorrermos por siglas, mas alguns tem…, colocam-nas o mais pequenino possível, e o mais escondido que possa estar, de modo a passar despercebido ao cidadãos pois como seguidores da política de austeridade do actual governo tentam com isto dar uma imagem do que na realidade não são e levar as pessoas mais uma vez ao engano. Sejamos correctos numa eleição autárquica o que para o cidadão deve contar é a experiencia já demonstrada, o modo de ser e de estar junto da mesma e a sinceridade com que se apresenta ao eleitorado as propostas que iram acompanhar o trabalho que se vai desenvolver ao longo dos próximos quatro anos. Concorro por uma sigla, mas tanto eu como qualquer elemento que me acompanha temos a liberdade (que já tenho demonstrado ao longo destes anos) de estarmos junto da população, trabalhar para ela, e cumprir com o que que propomos. A cidadania é um dever de todos nós, não deixe de exercer o seu direito de voto, e não se deixe mais uma vez enganar por quem promete agora e não cumpre depois. Está na sua mão o futuro da sua freguesia, o órgão público mais perto de si, aquele a que muitas vezes se socorreu, a escutou e a ajudou, pondere o seu acto pois poderá tornar-se num lugar como muitos, onde, o que estava habituada se pode ter perdido de vez. Estou nesta corrida pelas pessoas e pelo lugar que quase me viu nascer. Não encaro estas eleições como um subir na escala política, pois nunca o quis, não seria agora, estou como sempre estive disponível para dar o que sei, sem nada em troca, pois o Luís Monteiro que conheceu será o que conhecerá sempre até ao fim do seu destino. Vá votar e exerça o seu dever, com a consciência do acto que vai cometer.

RESPOSTAS RÁPIDAS

“pessoas são o desafio mais importante”

Quais são os principais desafios da nova Freguesia de São Vivente?As Pessoas são e serão sempre o desafio mais importante para nós. A freguesia

de São Vicente é o conjunto de três bairros típicos de Lisboa: Graça, Santa Engrácia e São Vicente de Fora que têm problemas iguais: qualidade de vida, apoio social, apoio escolar e médico, edifícios em mau estado de conservação e, quase todos, propriedade da Câmara Municipal de Lisboa, estacionamento, higiene urbana e outros que estão já perfeitamente

identificados por nós.

Em que fundamentos assenta a sua candidatura?Os fundamentos da nossa candidatura assentam no que atrás já referi, ou seja, iremos continuar o trabalho realizado nos dois mandatos que tivemos na freguesia Graça. Mais apoio social, mais qualidade de vida, uma freguesia sem lixo nas ruas e com a Câmara Municipal de Lisboa a recuperar os seus edifícios que estão em mau estado, mais cultura para todos, apoio escolar e médico, apoio ao comércio local, a criação de um guia turístico da freguesia com a implantação de um posto de turismo. Em suma o fundamento principal da nossa candidatura são as Pessoas e a sua qualidade de vida.

Caso ganhe, aceita fazer acordos com outros partidos? Quais?A minha abertura é total, dependerá é da vontade dos outros partidos.As novas Freguesias fazem uma nova Lisboa?A alma de Lisboa será sempre os seus Bairros e as suas gentes. Lisboa será sempre Lisboa enquanto existir bairrismo. Quanto à questão administrativa, isso só daqui a quatro anos poderemos fazer um balanço.Que expectativas tem para os resultados eleitorais? Com que consequências?Após as eleições de dia 29 de setembro terei todo o gosto em responder a essa pergunta.Paulo Quadrado, candidato a São Vicente

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Que ninguém fique em casaPOR PEDro rAmoS ALmEiDA >> Advogado - membro do Secretariado do PS/FAUL

Um vereador para lisboa POR ANA DrAgo >> Deputada do bloco de Esquerda e Cabeça-de-lista do bloco de Esquerda à Assembleia municipal de Lisboa

SETEMBRO13

muitos são os portugueses que se habituam a lançar “bitaites” do seu sofá e a apontar sempre o dedo aos outros pelos seus próprios males. E quando são interpelados a participar na reunião da Assembleia de Freguesia, no abaixo-assinado dos vizinhos, na Assembleia Geral do clube ou da associação do bairro, nas eleições do país, escolhem tantas vezes ficar em casa, contribuindo, com a sua omissão, para que tudo o que criticam fique na mesma.

Bem sabemos que, porventura, os maus exemplos e más práticas de muitos protagonistas e dirigentes desmotivam a participação de muitos de nós mas não fazê-lo, por mais que custe admitir a alguns, é o melhor contributo prático para que aquelas se perpetuem.E mesmo com as inúmeras insuficiências e defeitos que a nossa democracia possa ainda ter, a verdade é que nos últimos anos, a par do surgimento de poderosíssimos espaços de participação informais nas redes digitais, tem sido possível aos poderes públicos aprofundar e alargar os instrumentos de responsabilização e participação cívica institucionais.Os portugueses têm, por exemplo, à sua disposição: o poder de iniciativa legislativa; de provocar a convocação de referendos populares nacionais ou locais; de suscitar mediante petição um debate parlamentar; a possibilidade de através de “grupos de cidadãos independentes” se candidatarem a autarquias locais; um período garantido de intervenção em todas a reuniões autárquicas públicas; a oportunidade de participação em orçamentos participativos autárquicos (como é exemplo Lisboa); a garantia reforçada de acesso aos documentos administrativos e de participação nos processos de decisão; o escrutínio facilitado pela via digital de toda atividade parlamentar, legislativa e de toda a contratação pública; ou um processo simplificado de constituição “na hora” de associações de cariz cívico. Faltará ainda à nossa democracia melhorar e muito os métodos e processos de escolha de candidatos, representantes ou dirigentes públicos a todos os níveis, conferindo mais transparência aos critérios de escolha e garantias mais exigentes de uma escrupulosa defesa do interesse público no exercício dos mandatos, imune a promiscuidades e pressões ilegítimas de interesses particulares, seguindo os melhores modelos aplicados noutros países e instâncias.Não obstante, estivéssemos nós todos, enquanto cidadãos, empenhados na utilização em pleno dos virtuosos expedientes de escrutínio e participação democrática que hoje já existem e o nosso país estaria seguramente muito melhor.Neste mês em que se realizarão as eleições autárquicas é pois merecido um forte elogio

e homenagem a todos milhares de cidadãos que, por todo o país, por partidos ou organizados em candidaturas independentes, decidiram não ficar em casa simplesmente a criticar e tiveram a coragem de aceitar assumir a responsabilidade de pertencer a uma candidatura na sua freguesia ou no seu concelho, num contexto de grandes dificuldades e desafios e em que o mérito da atividade política é infelizmente menos reconhecido. A todos os que, fortalecendo a nossa democracia local, não tiveram vergonha de dar a cara por aquilo em que acreditam, seja apresentando ideias para programas eleitorais, participando na distribuição de folhetos na estação de comboios à hora de ponta ou colaborando até na subida a um poste para colocar um cartaz. Que estejamos todos à altura deste tempo singular e de excecionais responsabilidades em que vivemos, participando e votando sempre, pelo nosso futuro e pelo futuro de todos!

Nunca como hoje, as eleições autárquicas são determinantes para o futuro dos lisboetas. É aqui na cidade que mais se sente a crise social, a pobreza que se avoluma, as desigualdades, e é aqui que se sente a urgência da resposta. É por isso que a eleição de um vereador do Bloco de Esquerda faz toda a diferença.A crise em Lisboa tem rosto: os sem abrigo, os idosos, os pequenos comerciantes à beira da falência, os novos e velhos desempregados.

Os efeitos da crise agravada pelo governo da direita são vidas destruídas, que são parte da cidade, e aos quais a cidade tem que acorrer. Nas ruas vê-se a multiplicação das casas abandonadas e das casas por vender. A lei das rendas é um processo de despejo compulsivo das zonas apetecíveis da cidade das camadas populares que são a alma lisboeta.Lisboa ameaça tornar-se uma cidade de áreas divididas e quase guetizadas - o centro embelezado para turistas e habitação de luxo; os bairros que não constam dos roteiros são esquecidos.

É por isso que a candidatura do Bloco de Esquerda se foi construindo a partir desta exigência. Lisboa tem que responder ao que é determinante na vida dos lisboetas: acesso à habitação, transportes, resposta à pobreza e solidariedade social, participação democrática dos munícipes.Dissemos ao executivo de Antônio Costa que valorizamos as recuperações que fizeram de espaços públicos. Infelizmente não chega. O poder local, porque mais próximo, tem que responder ao problemas centrais de quem aqui vive. Isso exige não pensar apenas no centro, e nos turistas. Isso exige não ser complacente com o poder central ou com o poder dos grandes grupos de construção e do imobiliário.Queremos, por isso, ser parte de uma Lisboa em que os lisboetas possam viver, construir o seu futuro, viver a vida urbana na sua riqueza de encontro, e criar comunidade. Queremos uma governação assente no debate e na participação dos cidadãos.Um vereador do Bloco é a garantia dessa escolha solidária, justa e participada para Lisboa. Contamos com todos, e sabem que podem contar connosco. Um vereador do Bloco vai fazer toda a diferença no que é de facto fundamental.

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Mudar a vida em LisboaPOR moDESTo NAvArro >> Deputado municipal do PCP na Assembleia municipal de Lisboa

Devemos olhar para além da propaganda de António Costa e do PS em Lisboa.Os lisboetas estão confrontados com uma Câmara Municipal que não assume as suas responsabilidades na reabilitação urbana. A cidade tem edifícios em ruínas, património em destruição; hospitais como S. José, Capuchos, Santa Marta e Curry Cabral foram vendidos e os projectos de construção de condomínios fechados estão na Câmara Municipal de

António Costa e Manuel Salgado.Mais de 30% dos profissionais da saúde perderam já o emprego nos hospitais e outros serviços públicos de Lisboa. O governo PSD/CDS-PP e a Câmara Municipal de maioria PS articulam-se para empobrecer mais ainda a população da cidade e os trabalhadores dos diversos sectores. A própria Câmara Municipal destrói serviços e põe trabalhadores a temerem pelo futuro e pela perda da dignidade de servirem a cidade. Na higiene urbana e limpeza faltam trabalhadores e é o desastre que se conhece. Nas ruas e outras vias, os buracos crescem e na circulação é a confusão que se sabe. Não há qualidade de vida, não existe trabalho social e cultural a sério. Os bairros municipais e sociais e os seus 100 000 habitantes sofrem duramente as consequências de não haver trabalho autárquico e popular na Câmara Municipal, mas sim a procura do negócio na especulação imobiliária, nos projectos articulados entre a alta finança e o PS de António Costa.PSD, CDS-PP e PS estiveram e estão no poder em Lisboa desde há 12 anos. Estiveram e estão nos governos centrais e sempre se juntaram para prejudicar o país e a sua capital. Em Lisboa, a destruição de 29 freguesias foi combinada entre o PS e o PSD e levada a cabo contra tudo e contra todos. O Plano Director Municipal foi aprovado com a cumplicidade do PSD e resulta em grandes perigos para o futuro da cidade. Em tudo o que significa desemprego, encerramento de pequenas e médias empresas, rendas caras tanto nos bairros municipais como em toda a cidade há conluios e acertos entre o “bloco central de interesses” que junta o PS, o PSD e o CDS-PP.A cumplicidade e o envolvimento do PS na destruição de trabalho e de serviços públicos em Lisboa, no empobrecimento de quem aqui vive e trabalha, na falta de transportes

públicos, nos projectos de privatização da Carris e do Metropolitano são um facto. Por isso, ver para além da propaganda e do populismo de António Costa e do PS, nesta situação de mudança eleitoral que se aproxima, nesta oportunidade fundamental de mudar decisivamente o governo de Lisboa, é uma obrigação que nos cabe, que nos levará a ponderar bem cada voto, cada contacto, cada esclarecimento necessário.Cabe a todos os lisboetas encararem a realidade dura do nosso quotidiano e enfrentarem a situação até 29 de Setembro com determinação e com clareza de que é necessário concluir que os que fizeram tanto mal à cidade em 12 anos de poder não serão os que poderão resolver os problemas e criar condições para um futuro melhor.Do PS, do PSD e do CDS-PP já temos as troikas, os acordos e negócios ruinosos para o país, para os portugueses e lisboetas, nos governos centrais e nos governos de Lisboa, na Câmara Municipal e nos apoios e combinações que têm feito.Por isso, basta de propaganda e de enganos. Nós, na CDU e no PCP, aí estamos nas ruas e nos bairros, no dia a dia de Lisboa, com a nossa experiência, firmeza de eleitos, de candidatos e de lutadores pela liberdade, pelo bem-estar das populações dos bairros e freguesias de Lisboa. Pelos direitos dos trabalhadores, pela saúde, pela educação, pelos serviços públicos, pelo trabalho e por melhores condições de vida a que todos têm direito.Sabem que só temos uma cara e uma determinação clara de resolvermos os problemas e de nos batermos pela solidariedade e pela dignidade maior de quem trabalha, de quem ama Lisboa e a quer ver livre da ruína da habitação e do património, dos altos negócios que só interessam a quem manda lá de cima, da alta finança, no PS, no PSD e no CDS-PP.A escolha e a decisão estão claras e só nos levam a lutar com mais confiança e determinação por Lisboa e pelo futuro de quem é explorado, de quem perde direitos e é roubado no que é essencial para o futuro.Aí estaremos, antes e depois de 29 de Setembro de 2013, ao lado dos que trabalham e perdem salários, dos que estão desempregados, dos jovens que não têm emprego, dos reformados e pensionistas a quem roubam reformas e pensões, dos que querem lutar pela liberdade e pelo bem-estar de todos os que sofrem e podem transformar a vida.

Prova de Acesso, já!POR LUíS migUEL LArChEr >> Professor Universitário

Tenho pena que os sindicatos de educação, nesta obsessão dialética da primazia dos seus postulados – estritamente corporativos e político-partidários – e do protagonismo dos seus líderes, tenham perdido o contacto com a realidade e tenham abdicado de serem parte activa na definição do projecto educativo - estrutural, programático e curricular - e do futuro da educação nacional. Há muito que não se houve os sindicatos a discutirem o sentido e o papel da docência na sociedade hodierna, a

formação dos professores, a adequação dos professores às alterações curriculares e evolução das ciências, e, sobretudo, sobre um código deontológico para a profissão.É tal a ignorância e a utilização de chavões marxistas ultrapassados, que a Fenprof considerou hipócrita e cobarde o Ministério por querer instituir uma prova de acesso à carreira docente e com nota de passagem de 14 valores, defendendo que prefere atacar os professores em vez dos cursos das universidades e escolas superiores, de que desconfia.Há anos que eu e muitos colegas das universidades desejamos que exista uma prova de acesso para professores, não só para demonstrar a qualidade e exigência dos cursos, os conhecimentos dos putativos professores da prática pedagógica e das pedagogias e didácticas, como para fazer a selecção natural dos cursos que se devem manter e dos que devem fechar. Nós queremos que a qualidade do nosso trabalho e o investimento das instituições seja plasmado no sucesso dos nossos alunos, na prova de acesso e no resto da sua vida profissional, pelo que é ridículo ser-se contra a prova de acesso. Os sindicatos se estão contra os cursos deficitários e com recurso a professores com falta de aptidão

técnico-científica, deviam defender a prova que vai permitir distinguir o trigo do joio e publicitar a qualidade, ou falta dela, dos cursos.No entanto, a defesa dos interesses instalados na educação e a igualdade forçada entre professores competentes e dedicados e os incompetentes e calões, fez não só que o resultado do nosso sistema educativo seja negativo como perpetuar uma visão da profissão que não valoriza o investimento pessoal, qualidade e dedicação dos professores. Se fosse uma questão de dinheiro, pelo que os impostos dos portugueses já afectaram à educação, há muito que teríamos resultados óptimos na educação e uma economia a beneficiar das competências dos nossos jovens, o que não sucede. Os sindicatos têm medo que este exame sirva para julgar a sua intervenção no sistema de ensino, ao promoverem os interesses da classe e a manutenção da sua base de apoio, em detrimento do aperfeiçoamento do sistema. E têm razão para isso, porque, para além dos seus interesses e dos dos partidos que os suportam, o resultado ser-lhes-à francamente desfavorável. Retenho o que vários professores defenderam sobre a prova de acesso (Público, 26/07/2013):”Há que valorizar a carreira docente e limitar as entradas no ensino”, “Os sindicatos estão sempre do contra, são um obstáculo e só servem para complicar… O estar do contra é uma forma de se afirmarem e ganharem dimensão”, “É necessário dignificar e valorizar o ensino e só com bons docentes se podem fazer bons alunos”, “Continua a existir muita confusão entre o grau académico e as regras do concurso… alguém que tem um grau académico que o prepara especialmente para o ensino não tem direito automático a um lugar no ensino”, etc, etc. Elucidativo.

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ficha técnica Director francisco Morais BarrosEditor Media titulo Unipessoal, Lda.

Rua Francisco Metrass, nº 8, 3º Dtº, 1350-142 Lisboa PortugalJornalista Estagiário antónio Serrano costa

Tel 21-8884039 | NIPC 510776213 | Nº de Registo na ERC 125327 | Depósito Legal: 270155/08 | Tiragem mínima: 15.000 exemplares | Periodicidade: MensalAs opiniões expressas nos artigos de Opinião são exclusiva responsabilidade dos seus autores

Repórter Fotográfico Miguel Reis airesPaginação Paulo Vasco SilvaPropriedade carlos freitasimpressão Grafedisport

> FERNANDO BRAAMCAMP, CANDIDATO à FREGuESIA DO AREEIRO“queremos manter a política de acção social”

ueremos manter e reforçar a política de acção social que temos implemen-tado no Alto do Pina na nova Freguesia do Areeiro, se ganharmos as eleições”. Esta é a aposta de Fernando Braam-camp, ainda presidente do Alto do

Pina e candidato ao Areeiro pela coligação PSD/CDS, para quem “o apoio à população mais ca-renciada da Freguesia é uma prioridade abso-luta”. A Freguesia do Areeiro, que passa a inte-grar o Alto do Pina e a Freguesia de São João de Deus, apesar de ser considerada uma das zonas mais ricas de Lisboa, conta com uma população envelhecida, cujas necessidades de apoio são crescentes, seja no combate ao isolamento, na promoção de um envelhecimento activo e sau-dável, seja também, como consequência da cri-se económica que varre o nosso País, no apoio

económico e alimentar das famílias e pessoas com mais carências. Neste contexto, de acor-do com aquele autarca, a prioridade da nova Freguesia do Areeiro deve ser orientada para apoiar os residentes que se encontrem em situa-ções de mais vulnerabilidade.Segundo Braamcamp, a requalificação da sede da actual Junta do Alto do Pina é mais um contributo para a prestação de serviços com “cada vez mais qualidade” a população residente, nomeadamente a mais envelhecida. Assim, para além da melhoria do espaço, as novas instalações estão adaptadas para pes-soas com mobilidade reduzida, garantindo o acesso a todos os serviços prestados naquela autarquia e que se manterão – afirma – depois de instituída a Freguesia do Areeiro, depois das eleições de 29 de Setembro.

> FREGuESIA DE SÃO NICOlAuSeniores com vida saudável

N o verão deste ano, a Junta de Freguesia de São Nicolau alargou as suas iniciativas regulares de apoio social a outras áreas, como a ida à praia e piscina, passeios e ainda, fisioterapia na praia. Estas atividades que se rea-

lizam todos os dias, excepto domingos e feriados, têm contribu-ído para melhorar a saúde e qualidade de vida da população que nelas participa, designadamente a população mais envelheci-da. De acordo com o executivo local, “sem dúvida que a aposta no lazer, saúde e bem-estar têm sido o principal contributo da Junta de Freguesia como forma de contribuir para a qualidade de vida dos seus residentes, nomeadamente dos mais velhos”. Assim, e de acordo com António Manuel, presidente de Fregue-sia, em São Nicolau, “esta aposta é particularmente importante porque o quadro sociológico da sua população tem nestas ini-ciativas um forte meio não só para combater a solidão de muitos como também criar hábitos de uma vida saudável”.

> CAMPO GRANDEmais segurança

o executivo da Junta do Campo Grande tem apostado no reforço da segurança dos seus residentes, nome-adamente através de policiamento de proximidade e de promoção de segurança rodoviária. Neste sentido,

de acordo com o presidente Valdemar Salgado, “finalmente ao fim de quase uma década de insistência por parte do exe-cutivo da Junta de Freguesia do Campo Grande, a Câmara de Lisboa colocou barreiras sonoras junto à Segunda Circular, no Bairro Fonsecas e Calçada. Esta, prossegue o autarca, era uma reivindicação que todos os anos, desde que existem reuniões descentralizadas da Câmara Municipal de Lisboa, o executivo da Freguesia do Campo Grande exigia, e que, inclusivamente foi apresentada diversas vezes também em intervenções na As-sembleia Municipal pelo presidente daquela Freguesia.

> FREGuESIA DE CAMPOlIDEuniversidade com 230 alunos

AAcademia Sénior da Freguesia de Campolide garantiu, no seu primeiro ano de funcionamento, a participação de 230 alunos. De acordo com a Junta de Campolide, “concluído o 1º ano de funcionamento da Universidade

Sénior, participaram nas suas Unidades Curriculares mais de 230 alunos, 100 dos quais em Informática.

A Junta de Freguesia do Beato lançou uma apli-cação móvel que tem por objectivo melhorar e ampliar a relação com os seus munícipes fomentando, através da interacção entre as

partes, a cidadania. Trata-se a primeira autarquia do País a lançar uma iniciativa do género. Esta novidade, destinada a todos os dispositivos Android e iOS, tira partido do que de mais recente a tecnologia tem para oferecer, permi-tindo não só estar a par de todas as novidades sobre a actividade desta Freguesia de Lisboa, como também interagir no imediato, criando condições para o co-mum dos cidadãos reportar qualquer tipo de ocor-rências no espaço público ou outras. Quem instala a aplicação tem acesso à agenda de todos os eventos promovidos pela Junta, aceder a várias informações sobre actividades e serviços que se encontram ao dis-por e receber alertas em tempo real através das push notifications.

SÉ PASSEio No DoUro AJunta de Freguesia da Sé organiza, nos próximos dias 21 e 22 de Setembro uma viagem e um passeio no Rio Douro, destinada aos seniores da autarquia. Esta iniciativa insere-se nos projectos de promoção do envelhecimento activo e saudável que a Junta da Sé implementa anualmente. Entretanto, durante a primeira semana de Setembro o executivo da Sé organiza mais uma edição da praia-campo sénior. De acordo com o executio local, vai ser semana “repleta de actividades para 43 seniores com idades a partir dos 55 anos de idade acompanhados de 3 monitores, que vão, no período da manhã, desfrutar da praia do Tamariz, almoçam na Fundação “O Século” e, no período da tarde, vão ao Oceanário, Casa Museu Paula Rego, Jardim Botânico de Lisboa, Cinemateca de Lisboa e Museu do Brinquedo.

O candidato do PSD/CDS quer o Areeiro com política de acção social.

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> FREGuESIA DO BEATO

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