informativo 02 setembro2013

8
Ano I Edição 02 Setembro/2013 O mês de setembro chega trazendo a Primavera em nosso hemisfério e, junto com a beleza do tempo, o tema da Sagrada Escritura. O fato de celebrarmos, no dia 30 de setembro, o dia do patrono dos estudos bíblicos, São Jerônimo, fez com que pudéssemos aprofun- dar esse tema durante este mês. Setembro é o mês da Bíblia, sendo que no último domingo comemora-se o Dia Nacional da Bíblia. A cada ano, a Igreja do Brasil trabalha um tema. Estamos aprofundando o tema do discipulado e da missionariedade à luz do evangelho lido aos domingos, neste ano, Lucas. Sem dúvida, a leitura orante da Bíblia ou a lectio divina aos poucos vai entrando na realidade de nosso povo, que passa a colocar a Palavra de Deus como início da reflexão que vai iluminar a realidade das pessoas. São pas- sos que pouco a pouco os grupos e comunida- des começam a dar. Sempre em torno da As- grada Escritura. Ela nos traz a revelação de De- us para a nossa salvação. Na sua misericórdia, quis Deus nos re- velar-Se a si mesmo na pessoa de Cristo e pela unção do Espírito Santo, para que tivéssemos acesso a Ele e participássemos de sua glória. Deus se revela ao homem e o convida a partir para uma terra desconhecida que lhe seria mostrada. E nessa caminhada Deus vai se mostrando, vai se revelando aos que creem e, quando é chegado o tempo, a revelação se completa em Cristo, a Palavra de Deus: "No principio era a Palavra e a Palavra estava em Deus, e a Palavra era Deus... E esta Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo, 1). Por Cristo, somos glorificados! E todos que recebemos a Palavra, e nela acreditamos nos tornamos filhos de Deus. Este caminho Deus faz conosco. Respeita o nosso cresci- mento intelectual e volitivo, seja na nossa capacidade pessoal, seja na evolução cultural do grupamento humano, de tal forma que podemos sentir em nós mesmos a caminhada do povo de Deus. (Continua na pág. 7)

Upload: comunidade-sao-jose-operario

Post on 12-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: informativo 02 setembro2013

Ano I – Edição 02 – Setembro/2013

O mês de setembro chega trazendo a Primavera em nosso hemisfério e, junto com a beleza do tempo, o tema da Sagrada Escritura. O fato de celebrarmos, no dia 30 de setembro, o dia do patrono dos estudos bíblicos, São Jerônimo, fez com que pudéssemos aprofun-dar esse tema durante este mês. Setembro é o mês da Bíblia, sendo que no último domingo comemora-se o Dia Nacional da Bíblia. A cada ano, a Igreja do Brasil trabalha um tema. Estamos aprofundando o tema do discipulado e da missionariedade à luz do evangelho lido aos domingos, neste ano, Lucas.

Sem dúvida, a leitura orante da Bíblia ou a lectio divina aos poucos vai entrando na realidade de nosso povo, que passa a colocar a Palavra de Deus como início da reflexão que vai iluminar a realidade das pessoas. São pas-sos que pouco a pouco os grupos e comunida-des começam a dar. Sempre em torno da As-grada Escritura. Ela nos traz a revelação de De-us para a nossa salvação.

Na sua misericórdia, quis Deus nos re-velar-Se a si mesmo na pessoa de Cristo e pela unção do Espírito Santo, para que tivéssemos acesso a Ele e participássemos de sua glória.

Deus se revela ao homem e o convida a partir para uma terra desconhecida que lhe seria mostrada. E nessa caminhada Deus vai se mostrando, vai se revelando aos que creem e, quando é chegado o tempo, a revelação se completa em Cristo, a Palavra de Deus: "No principio era a Palavra e a Palavra estava em Deus, e a Palavra era Deus... E esta Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo, 1).

Por Cristo, somos glorificados! E todos que recebemos a Palavra, e nela acreditamos nos tornamos filhos de Deus. Este caminho Deus faz conosco. Respeita o nosso cresci-mento intelectual e volitivo, seja na nossa capacidade pessoal, seja na evolução cultural do grupamento humano, de tal forma que podemos sentir em nós mesmos a caminhada do povo de Deus.

(Continua na pág. 7)

Page 2: informativo 02 setembro2013

PROGRAMAÇÃO FIXA DA COMUNIDADE

MISSA Todo 2º sábado do mês (19h30)

CELEBRAÇÃO da PALAVRA Todos os demais sábados do mês (19h30)

CATEQUESE com as CRIANÇAS Todo sábado (9h00)

REUNIÃO das CONFERÊNCIAS VICENTINAS Toda segunda-feira (19h00)

REUNIÃO da EQUIPE de LITURGIA Toda quarta-feira (19h30)

INSCRIÇÃO do BATISMO Todo último sábado do mês (19h30)

DEVOÇÃO ao SAGRADO CORAÇÃO de JESUS Toda 1ª sexta-feira de cada mês (15h)

Querido amigo, você está recebendo hoje a segunda edição do nosso boletim in/formativo, que não tem a pretensão de ser um grande veículo de comunicação, mas sim fomentar na comunidade a vontade de fazer acontecer o Reino de Deus, através da comunicação. Vocês sempre notarão artigos de fácil entendimento, que querem nos ajudar a celebrar melhor e com convicção a nossa fé.

Por isso vamos colocar sempre textos sobre liturgia, bíblia, e outros que poderemos extrair dos documentos da Igreja. Teremos também na coluna “Perguntas de Fé”, um estudo sistemático do Catecismo da Igreja Católica, para que possamos aprofundar mais e mais as questões que nos cercam.

Este mês, dedicado à Sagrada Escritura, nos convida a uma mudança radical de atitude, onde, tendo a Palavra de Deus como fonte de espiritualidade, vamos descobrindo a cada dia a beleza de estar na presença do Senhor.

Um cristão que não lê a Bíblia e a põe em prática, é como aquele homem que se olha no espelho e não se reconhece, afirma o Apóstolo Tiago. É importante frisar que a Bíblia mais que uma coleção de livros é uma pessoa, que nos fala, nos interpela e nos instrui: o Senhor Jesus Cristo que é o esperado no Primeiro Testamento e revelado plenamente no Novo. Somos um povo que caminha sob a luz e a bússola da Palavra de Deus, e guiados pela luz da Palavra, somos lançados a sermos discípulos-missionários, a sair dos templos para sermos presença viva do Senhor no meio do povo, junto às suas angústias e esperanças, conforme tem nos pedido o Santo Padre, o Papa Francisco.

Nossa espiritualidade se fundamenta e se alicerça na leitura orante do Texto Sagrado, pois, a partir desta conexão profunda com a Palavra, nossa vida é transformada, nosso coração é convertido e nosso agir se configura cada vez mais com a mensagem e vida do Mestre Divino. Queremos que você seja nosso parceiro, enviando notícias, críticas e sugestões. E esperamos que você goste de tudo aquilo que irá encontrar aqui no nosso boletim!

Que São José nos proteja e faça-nos bons operários do Reino. (Toco)

02

ANIVERSÁRIO NATALÍCIO 02 Pedro Orlando Netto 07 Josina Apª Palazzi (Jô) 07 Walter Nunes (Ministro da Palavra) 08 Luciana Grillo (Ministra da Eucaristia) 10 Cilene (equipe de música) 13 Silvia (filha do Sebastião e Amélia) 23 Ademir de Oliveira 24 Antonia F. da Silva 24 Lourdes (Ministra da Palavra)

28 anos de casamento Fontana e Fátima abraçando

a filha Bianca (centro)

ANIVERSÁRIO CASAMENTO 01 Angela e Leopoldo 07 Fátima e Sebastião 17 Sônia e Natalino 18 Cleonice e Juvenil 18 Luciana e Ronaldo 23 Pedro e Isaura 23 Rita e João 23 Rosana e Roberto 24 Aparecida e Hermínio

Queremos sua ajuda! Indique os aniversariantes dos meses

seguintes! Preencha a fichinha que fica na mesinha na entrada da igreja e deixe na urna!

Page 3: informativo 02 setembro2013

“Que se eleve forte em toda a terra o grito da paz!”

No dia 09 de Setembro o Papa Francisco convocou toda a Igreja para um dia de jejum e oração pela paz na Síria, no Oriente Médio e em todo o mundo. E presidiu uma vigília de oração na Praça de São Pedro, Vaticano, e publicamos a seguir a homilia proferida:

«Deus viu que isso era bom» (Gn 1,12.18.21.25). A narração

bíblica da origem do mundo e da humanidade nos fala de Deus que olha a criação, quase a contemplando, e repete uma e outra vez: isso é bom. Isso, queridos irmãos e irmãs, nos permite entrar no coração de Deus e recebermos a sua mensagem que procede precisamente do seu íntimo. Podemos nos perguntar: qual é o significado desta men-sagem? O que diz esta mensagem para mim, para ti, para todos nós?

1. Simplesmente nos diz que o nosso mundo, no coração e na mente de Deus, é "casa de harmonia e de paz" e espaço onde todos podem encontrar o seu lugar e sentir-se "em casa", porque é "isso é bom". Toda a criação constitui um conjunto harmonioso, bom, mas os seres humanos em particular, criados à imagem e semelhança de Deus, formam uma única família, em que as relações estão marcadas por uma fraternidade real e não simplesmente de palavra: o outro e a outra são o irmão e a irmã que devemos amar, e a relação com Deus, que é amor, fidelidade, bondade, se reflete em todas as relações humanas e dá harmonia para toda a criação. O mundo de Deus é um mundo onde cada um se sente responsável pelo outro, pelo bem do outro. Esta noite, na reflexão, no jejum, na oração, cada um de nós, todos nós pensamos no profundo de nós mesmos: não é este o mundo que eu desejo? Não é este o mundo que todos levamos no coração? O mundo que queremos não é um mundo de harmonia e de paz, em nós mesmos, nas relações com os outros, nas famílias, nas cidades, nas e entre as nações? E a verdadeira liberdade para escolher entre os caminhos a serem percorridos neste mundo, não é precisamente aquela que está orientada pelo bem de todos e guiada pelo amor?

2. Mas perguntemo-nos agora: é este o mundo em que vivemos? A criação conserva a sua beleza que nos enche de admiração; ela continua a ser uma obra boa. Mas há também "violência, divisão, confronto, guerra". Isto acontece quando o homem, vértice da criação, perde de vista o horizonte da bondade e da beleza, e se fecha no seu próprio egoísmo.

Quando o homem pensa só em si mesmo, nos seus próprios interesses e se coloca no centro, quando se deixa fascinar pelos ídolos do domínio e do poder, quando se coloca no lugar de Deus, então deteriora todas as relações, arruína tudo; e abre a porta à violência, à indiferença, ao conflito. É justamente isso o que nos quer explicar o trecho do Gênesis em que se narra o pecado do ser humano: o homem entra em conflito consigo mesmo, percebe que está nu e se esconde porque sente medo (Gn 3, 10); sente medo do olhar de Deus; acusa a mulher, aquela que é carne da sua carne (v. 12); quebra a harmonia com a criação, chega a levantar a mão contra o seu irmão para matá-lo. Podemos dizer que da harmonia se passa à desarmonia? Mas, podemos dizer isso: que da harmonia se passa à desarmonia? Não. Não existe a "desarmonia": ou existe harmonia ou se cai no caos, onde há violência, desavença, confronto, medo...

É justamente nesse caos que Deus pergunta à consciência do homem: «Onde está o teu irmão Abel?». E Caim responde «Não sei. Acaso sou o guarda do meu irmão?» (Gn 4, 9). Esta pergunta também se dirige a nós, assim que também a nós fará bem perguntar: Acaso sou o guarda do meu irmão? Sim, tu és o guarda do teu irmão! Ser pessoa significa sermos guardas uns dos outros! Contudo, quando se quebra a harmonia, se produz uma metamorfose: o irmão que devíamos guardar e amar se transforma em adversário a combater, a suprimir. Quanta violência surge a partir deste momento, quantos conflitos, quantas guerras marcaram a nossa história! Basta ver o sofri-mento de tantos irmãos e irmãs. Não se trata de algo conjuntural, mas a verdade é esta: em toda violência e em toda guerra fazemos Caim

renascer. Todos nós! E ainda hoje prolongamos esta história de confronto entre os irmãos, ainda hoje levantamos a mão contra quem é nosso irmão. Ainda hoje nos deixamos guiar pelos ídolos, pelo egoísmo, pelos nossos interes-ses; e esta atitude se faz mais aguda: aperfeiçoamos nossas armas, nossa consciência adormeceu, tornamos mais sutis as nossas razões para nos justificar. Como fosse uma coisa normal, continuamos a semear destruição, dor, morte! A violência e a guerra trazem somente morte, falam de morte! A violência e a guerra têm a linguagem da morte!

Depois do Dilúvio, cessou a chuva, surge o ar-co-íris e a pomba traz um ramo de oliveira. Penso também hoje naquela oliveira que os represen-tantes das diversas religiões plantamos em Buenos Aires, na Praça de Maio, no ano 2000, pe-dindo que não há-ja mais caos, pe-dindo que não haja mais guerra, pedindo paz.

3. E neste ponto, me pergunto: É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de dor e de morte? Podemos aprender de novo a caminhar e percorrer o caminho da paz? Invocando a ajuda de Deus, sob o olhar materno da Salus Populi Romani, Rainha da paz, quero responder: Sim, é possível para todos! Esta noite queria que de todos os cantos da terra gritássemos: Sim, é possível para todos! E mais ainda, queria que cada um de nós, desde o menor até o maior, inclusive aqueles que estão chamados a governar as nações, respondesse: - Sim queremos! A minha fé cristã me leva a olhar para a Cruz. Como eu queria que, por um momento, todos os homens e mulheres de boa vontade olhassem para a Cruz! Na cruz podemos ver a resposta de Deus: ali à violência não se respondeu com violência, à morte não se respondeu com a linguagem da morte. No silêncio da Cruz se cala o fragor das armas e fala a linguagem da reconciliação, do perdão, do diálogo, da paz. Queria pedir ao Senhor, nesta noite, que nós cristãos e os irmãos de outras religiões, todos os homens e mulheres de boa vontade gritassem com força: a violência e a guerra nunca são o caminho da paz! Que cada um olhe dentro da própria consciência e escute a palavra que diz: sai dos teus interesses que atrofiam o teu coração, supera a indiferença para com o outro que torna o teu coração insensível, vence as tuas razões de morte e abre-te ao diálogo, à reconciliação: olha a dor do teu irmão – penso nas crianças: somente nelas... olha a dor do teu irmão, e não acrescentes mais dor, segura a tua mão, reconstrói a harmonia perdida; e isso não com o confronto, mas com o encontro! Que acabe o barulho das armas! A guerra sempre significa o fracasso da paz, é sempre uma derrota para a humanidade. Ressoem mais uma vez as palavras de Paulo VI: «Nunca mais uns contra os outros, não mais, nunca mais... Nunca mais a guerra, nunca mais a guerra! (Discurso às Nações Unidas, 4/10/1965). «A paz se afirma somente com a paz; e a paz não separada dos deveres da justiça, mas alimentada pelo próprio sacrifício, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade» (Mensagem para o Dia Mundial da Paz, de 1976). Irmãos e irmãs, perdão, diálogo, reconciliação são as palavras da paz: na amada nação síria, no Oriente Médio, em todo o mundo! Rezemos, nesta noite, pela reconciliação e pela paz, e nos tornemos todos, em todos os ambientes, em homens e mulheres de reconciliação e de paz. Assim seja.

03

Page 4: informativo 02 setembro2013

Leitura Orante da Bíblia

Frei Luiz Turra, OFMCap

No coração da revelação bíblica não está uma verdade abstrata, mas um Deus que fala, que se comunica, chama ao diálogo. “Os ídolos têm boca, mas não falam” (Sl 115,13). “Deus fala de um modo e depois do outro, e não prestamos atenção” (Jó 33,14). Cada um de nós é interlocutor de Deus. Ele fala ao cora-ção. Nós somos capazes de escuta, acolhida e resposta. Deus se torna nosso confidente. A Leitura Orante visa desen-volver essa relação amorosa de escuta à vontade de Deus revelada.

O Documento de Aparecida vem com nova motivação nos repropor este método tão antigo e sempre novo da Lectio Divina. Também o documento de preparação (Lineamenta) do próximo Sínodo dos Bispos sobre “A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja”, lembra as palavras de João Paulo II: “É necessário que a escuta da Palavra de Deus se torne um encontro vital, na antiga e sempre válida tradição da Lectio Divina, que permite colher no texto bíblico a Palavra viva que interpela, orienta e plasma a existência”. Quatro passos vão nos ajudando neste encontro progressivo:

A) Leitura (lectio): O que nos diz o texto? Preciso começar respeitando o texto, sem forçar que ele me diga o que eu quero que diga. Ler com calma e atenção, sublinhando as palavras-chave, as ações, os verbos, os sujeitos. É bom observar os personagens, as imagens e as ações principais. Onde e quando se situa o relato? Que mensagem o texto queria passar aos ouvintes quando foi escrito? Entender, situar e respeitar a objetividade...

B) Meditação (meditatio): O que o texto diz para mim, para nós? É aqui que se busca aproximar a Palavra de Deus com a vida. Fico atento aos apelos, valores, atitudes, sentimentos que a leitura desperta. Confronto a mensagem com as situaçõ-es de hoje e procuro iluminar essa história com a luz da Palavra.

Algumas perguntas podem ajudar: Que situações de minha vida têm semelhança com as descritas no texto? Com que persona-gem me identifico? Quais são as reações diante do que Jesus fala, é e faz? Que apelo eu escuto e acolho da palavra ouvida?

C) Oração (oratio): O que esse encontro da palavra com a vida me leva a dizer a Deus? O que foi visto, ouvido, refletido, torna-se assunto de comunicação com Deus: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A meditação se transforma em oração, na qual manifesto a Deus, como um amigo com seu amigo, como o servo com seu Senhor. Louvo, agradeço, peço perdão e ajuda, adoro e suplico. Falo com Deus sobre o que se passa comigo e sobre o que desejo dele. Mais do que falar, procuro escutar, estar em sintonia com Ele na dinâmica da Aliança.

D) Contemplação (contemplatio): Para além das palavras e da razão. A contemplação tem caráter pessoal; nela procuro ir além do texto e chegar à presença do Senhor, que está atrás e dentro de cada página da Escritura. Deixo-me envolver pelo amor do Pai, a consolação do Espírito e a intimidade do Filho. A atitude receptiva é que deve prevalecer.

Dizia o Cardeal Martini: “Aos poucos, a oração deixa de ser exercício da mente para tornar-se louvor, silêncio, diante daquele que nos foi revelado, que nos fala como amigo, como médico, como Salvador”. Deixo-me envolver pela presença de Deus. Deixo-me amar por Ele. Olho para Deus, amando-o. Contemplação é também perceber a presença de Deus nos acontecimentos, na história, nos outros e em tudo. Ela desenvolve em nós um novo olhar, um novo sentir, um novo modo de agir e reagir, um novo modo de perceber o mundo, as pessoas e a nós mesmos.

A Leitura Orante pode ser uma experiência pessoal. Porém, torna-se muito mais enriquecedora quando for um exercício comunitário. (fonte: Projeto Liturgia em Mutirão II – CNBB)

Dica de Leitura A Palavra de Deus na Liturgia Autora: Ione Buyst | Editora: Ed. Paulinas | Preço: R$9,00

Em nenhuma reunião ou celebração da comunidade cristã deve faltar o anúncio e a escuta da Palavra de Deus, porque ela é o fundamento de nossa fé. Neste pequeno livro, Ione Buyst procura dar breves fundamentações e orientações sobre a celebração da Palavra, ou liturgia da Palavra, nas comunidades cristãs. Lembra o que acontece quando fazemos uma celebração da Palavra e como devemos organizar e realizá-la. Ione fala o mais possível com base na experiência celebrativa, na qual teologia, espiritualidade e prática ritual estão interligadas, não separadas.

04

Page 5: informativo 02 setembro2013

Frei Carlos Mesters

Neste mês vamos começar a esclarecer algumas dificuldades que sentimos ao usar a Bíblia:

Como ligar os fatos da vida com a Bíblia?

É a vida da gente que vai mostrando essa ligação. Para poder ler bem a Bíblia devemos primeiro tirar o defeito de nossa vista, senão acontece o que aconteceu àquele fulano: fazia tempo que ele não conseguia enxergar as coisas direito e então foi ao médico. O médico examinou-lhe os olhos e disse que não precisava de óculos; bastava ele limpar as vistas com três gotas de colírio várias vezes por dia. Feliz, o homem foi à farmácia e comprou um balde de colírio. Chegando em casa, resolveu que a primeira coisa que ele queria ver direito era o rosto da mulher. Então chamou a esposa, mandou-a sentar e com uma esponja lavou o rosto dela com o colírio. Mas não aconteceu nada, tudo ficou como antes. Voltou ao médico e este quis saber como aplicava o colírio. Quando soube que o colírio tinha sido passado no rosto da mulher, tornou a explicar novamente e disse que o colírio é para passar nas vistas quando essas não enxergam bem.

A mesma coisa pode acontecer conosco. Quando as

coisas não estão indo bem e não conseguimos entender ou enxergar direito o que está acontecendo, precisamos botar 3 gotas de um colírio especial que é:

Aprofundar a vida. Esta não pode ser vivida superficialmente. Viver significa sentir e compartilhar todos os problemas, inclusive os dos outros. No aprofundamento dos problemas da vida humana atingimos a raiz de onde nasceu a própria Bíblia. Precisamos nos preocupar mais com os problemas dos outros, ser mais sensíveis. Praticar o que vamos lendo e aprendendo. A Prática ensina muita coisa.

Fazer comunidade. Cada um de nós pode se perguntar: desde que entrei na comunidade aprendi alguma coisa? A primeira vista pode parecer que não. Vivendo juntos é difícil perceber o crescimento um do outro, porque se dá aos poucos. Os de fora, porém, percebem isso claramente e depois de um tempo estranham a mudança.

Como interpretar a Bíblia?

Nem todos os textos servem para qualquer si-tuação. O remédio de-ve ser dado de acordo com a doen-

ça. Sabemos que há Iiturgias particulares para determinados acontecimentos. Há casos em que o acontecimento tem precedência sobre a liturgia do dia. Em caso nenhum, porém, podemos forçar a Bíblia a dizer o que não está escrito. É preciso saber ler e interpretar a Sagrada Escritura com fidelidade.

Devemos ler a Bíblia com atenção e paciência. Um texto lido muitas vezes sempre fala algo de novo. Como se explica isso? A Bíblia não muda, são os nossos olhos que mudam. A comunidade ajuda muito nisso, bem como os acontecimentos. Depende da vontade de entender e modificar-se. Acontecia o mesmo com Jesus: todo mundo via e ouvia, mas as reações eram bem diferentes. É preciso não ter medo da verdade, porque senão corremos o risco de recusá-la.

Deus escreveu dois livros para nós. O primeiro é a Vida, a Criação, os fatos. O livro da vida deveria ser transparente, mas nem sempre é. É que o pecado embaralhou as letras, e a vida não fala como deveria falar. Aí, Deus escreveu o segundo livro, a Bíblia. Por quê? Para nos ajudar a entender o primeiro, a vida, e a descobrir nela os apelos de Deus. A Bíblia, diz Santo Agostinho, não existe para si, mas para nós: 1º Para ajudar-nos a decifrar a vida; 2º Para devolver-nos os olhos certos; 3º Para revelar os apelos de Deus na vida.

Jesus usou comparações simples para ajudar a entender o que deve ser para nós a Bíblia. Ele chamou a Palavra de Deus de Luz, Semente, Sal. A lâmpada não é feita para ser olhada, sua função é iluminar. Assim a Sagrada Escritura foi feita para iluminar o “chão” de nossa vida. Não é para a lâmpada que devemos olhar, mas para as coisas que a lâmpada ilumina. O Sal também deve ser medido. Demais estraga; pouco demais não dá sabor. A medida deve ser certa. Assim, a Bíblia deve ser usada na medida certa.

Num círculo bíblico também devemos ir para ouvir o apelo de Deus e para lhe dar uma resposta, e não para ficarmos parados nas simples palavras.

Mês que vem continuamos. Esperamos por você!

05

Page 6: informativo 02 setembro2013

São Vicente de Paulo -27 de setembro-

Vicente de Paulo foi realmente uma figura extraordinária para a hu-manidade. Sua família era pobre, de cristãos dignos e fervorosos. Nasceu em Pouy, França, no dia 24 de abril de 1581. Na infância era um simples guardador de porcos. Mas isto não o impediu de ter uma bri-lhante ascensão na alta corte da sociedade de sua

época. Aos 19 anos foi ordenado padre e, antes de ser capelão da rainha Margarida de Valois, ficou preso durante dois anos nas mãos dos muçulmanos. O mais curioso é que acabou sendo libertado pelo seu próprio “dono” que, ao longo desse período, Vicente conseguiu converter ao Cristianismo.

Todos o admiravam e respeitavam: do Cardeal Richelieu, à rainha Ana da Áustria e além do próprio rei Luiz XIII, que fez questão absoluta de que Vicente de Paulo estivesse presente no seu leito de morte. Mas, quem mais era merecedor da piedade e atenção de Vicente de Paulo, eram mesmo os pobres, os menos favorecidos, que sofriam as agruras da miséria. Quando Mazarino, em represália às barricadas erguidas

pela França quis fazer o país entregar-se pela fome, Vicente de Paulo organizou em São Lázaro uma mesa popular para servir diariamente refeições, para duas mil pessoas famintas.

Apesar de ter sempre pouco tempo para os livros, tinha muito quando para tratar e dar alívio espiritual. Quando convenceu o regente francês de que o povo sofria por falta de solidariedade e de pessoas caridosas para lhes estenderem as mãos, o rei imediatamente o nomeou para ser o Ministro da Caridade. Com isso, organizou um trabalho de assistência aos pobres em escala nacional. Fundou e organizou 4 instituições voltadas à caridade: “A Confraria das Damas da Caridade”, os “Servos dos Pobres”, a “Congregação dos Padres da Missão”, conhecidos como padres lazaristas, em 1625 e, principalmente, as “Filhas da Caridade”, em 1633.

Homem prático, firme, bem humorado, esperto como um camponês e, sobretudo realista, que dizia aos sacerdotes de São Lazaro: “Amemos Deus, irmãos meus, mas o amemos às nossas custas, com a fadiga dos nossos braços, com o suor do nosso rosto”, morreu em Paris em 27 de setembro de 1660.

Canonizado em 1737, São Vicente de Paulo é festejado no dia de sua morte, pelos seus filhos e filhas espalhados nos quatro cantos do mundo. E por toda a sociedade leiga cristã engajada em cuidar para que seu carisma permaneça, pela ação de suas fundações que florescem ainda nos nossos dias. Sem-pre a serviço dos mais necessitados, doentes e marginalizados.

Outros Santos do Mês: (01)Sto. Egídio / (03)S. Gregório Magno / (08)S. Pedro Claver / (13)S. João Crisóstomo / (16)S. Cornélio

(17)S. Roberto Belarmino / (19)S. Januário / (20)Sta. Cândida / (21)S. Mateus / (26)Stos. Cosme e Damião / (30)S. Jerônimo

06

VENHA SER UM VICENTINO! REUNIÕES TODA SEGUNDA-FEIRA, ÀS 19h.

Page 7: informativo 02 setembro2013

A Bíblia e a Primavera

(Continuação do texto de capa) À medida que nos abrimos à fé, partimos com Ele nos

momentos de contemplação, de glória e, também, como as Escrituras nos mostram, nas traições, quando renunciamos a seu amor e vamos atrás dos “baals” de todos os tempos. Ouvindo a voz penitencial dos profetas, retornamos da “Babilônia” do pecado, que existe em todos os tempos e, também, no íntimo de nós.

Na bondade de Deus, como um resto, voltamos a “Sião”, sempre aguardando a plena revelação de Deus no seu Filho, que nos salva por sua morte e nos dá o seu Espírito para que anunciemos em nós e em toda terra a sua ressurreição e nossa participação no mistério trinitário de Deus.

A Bíblia Sagrada, com toda a Tradição da Igreja, em seguimento à Palavra de Cristo revela ao nosso coração este plano divino para a humanidade – restaurar tudo em Cristo – e

nos envia: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Aquele que crê e for batizado será salvo; o que não crer será condenado. (Mc. 16-15).

A Bíblia é o relato da manifestação do amor de Deus que, gradativamente, nos leva por Cristo, em Cristo e com Cristo à intimidade da vida divina e, como consequência, a uma nova vida, fermento de um mundo novo.

Somos o povo que se encontra com a Palavra Viva, o Verbo Eterno, Jesus Cristo! Ele é a nossa vida e o caminho que nos conduz ao Pai. Eis um tempo favorável para aprofundar-mos a importância de ser discípulos missionários à luz do Evangelho de Lucas, procurando em nossos grupos de reflexão deixar a Palavra falar ao nosso coração e nos fazer renovados em Cristo.

A Primavera está associada à Pascoa: a certeza da vida que vence a morte! Que o mês da Bíblia, recém-iniciado, seja uma nova primavera: a certeza da vida que renasce e se abre, vencendo a morte e o pecado.

Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro-RJ

Grupos de Vivência

Neste mês da Bíblia, escolhemos os Grupos de Vivência para compor nosso espaço dedicado às Pastorais. O objetivo é mostrar o trabalho dos Grupos que se reúnem para orar, viver e conviver, pois no Grupo de Vivência as pessoas expressam e partilham seus anseios, interrogações e alegrias. É a Igreja acontecendo nas casas.

Sempre foi característica dos cristãos se reunir em grupos, pequenos ou grandes, sempre amparados pela Palavra de Deus.

Os Grupos de Vivência são formados por familiares, vizinhos, amigos, enfim, por pessoas que buscam através da Bíblia rezar, louvar, pedir, escutar e partilhar a Palavra de Deus. Os Grupos se reúnem nas casas, uma vez por semana, em dia e horário determinado.

Nossa Comunidade conta com 2 Grupos de Vivência, um no Jardim do Sol (Mercedes) e outro no Jardim Eldorado, que se reúnem às segundas-feiras, às 19h30. A Coordenadora do Grupo se responsabiliza por informar o local, conforme oferecido pelas pessoas que desejam recebe-lo em sua casa.

Os Grupos relataram que nas reuniões fazem a leitura e breve reflexão do Evangelho, rezam o terço e confraternizam com um cafezinho ao final da reunião.

Você também pode participar dos Grupos de Vivência. Informe-se na Comunidade ou com as Coordenadoras: Luciana (Mercedes) e Lourdes (Eldorado). Informações: f. 3894-4099. “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do Pão e nas orações” (At 2,42).

Grupo do Jardim do Sol (Mercedes):

Grupo Liberdade, do Jardim Eldorado:

07

“Nunca podemos perder a esperança. Deus nos inunda com a sua graça, se a pedimos com perseverança.”

(09/09/2013)

Page 8: informativo 02 setembro2013

Podemos descobrir a existência de Deus com a razão? Sim, a razão humana pode, seguramente, descobrir Deus (CIC 31-36, 44-47) O mundo não pode ter origem nem fim em si mesmo. Em tudo o que existe está mais do que aquilo que se vê. A ordem, a beleza e o desenvolvimento do mundo apontam para fora de si mesmos e remetem para Deus. Cada pessoa humana está aberta ao Verdadeiro, ao Bom e ao Belo. Ela escuta, dentro de si, a voz da consciência, que a impele para o bem e a adverte do mal. Quem segue esta pista encontra Deus.

Por que há pessoas que negam a Deus, se elas O podem descobrir pela razão? Descobrir Deus invisível é um grande desafio para o espírito humano. Muitos, perante isso, recuam de medo. Alguns também não querem descobrir Deus precisamente porque, então, teriam de mudar a sua vida. Quem diz que a questão de Deus é absurda, porque insolúvel, torna o assunto demasiado simples (CIC 37-38)

Pode Deus de alguma forma abarcar-Se em conceitos? Pode-se falar razoavelmente d’Ele? Embora nós, seres humanos, sejamos limitados e a infinita grandeza de Deus nunca se ajuste aos conceitos humanos, podemos, no entanto, falar acertadamente sobre Deus (CIC 39-43, 48) Para fazermos afirmações sobre Deus, utilizamos imagens imperfeitas e noções limitadas. Cada dito sobre Deus situa-se, portanto, sob a condição de que a nossa linguagem não está à altura da grandeza de Deus. Assim, temos continuamente de purificar e melhorar o nosso discurso sobre Deus.

08

Casaram-se no dia 31/08

Parabéns!

eu vou! 18/set Encerramento dos

encontros sobre o Ano da Fé

Comunidade São José Operário

19h30

03/out Celebração da Palavra

vamos celebrar na Comunidade São Benedito

19h30

Você é muito importante para a Comunidade!