jaques_tcc_10_2014.docx

Upload: moreirajaquesdouglassouza

Post on 08-Mar-2016

230 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

O trabalho de concluso de curso

2

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE-AVM

JAQUES DOUGLAS SOUZA MOREIRA

O GERENCIAMENTO DE CRISES E SEUS REFLEXOS NO APERFEIOAMENTO DA SEGURANA PBLICA.

MACAP-AP2014

JAQUES DOUGLAS SOUZA MOREIRA

O GERENCIAMENTO DE CRISES E SEUS REFLEXOS NO APERFEIOAMENTO DA SEGURANA PBLICA.

Trabalho de Concluso de Curso apresentado Banca examinadora do Instituto A Vez do Mestre-AVM, como exigncia parcial para obteno do grau de Especialista em Segurana Pblica.

Orientador: Ronaldo Balestra Choze

MACAP-AP2014

FOLHA DA BANCA

JAQUES DOUGLAS SOUZA MOREIRA

O GERENCIAMENTO DE CRISES E SEUS REFLEXOS NO APERFEIOAMENTO DA SEGURANA PBLICA.

Monografia aprovada em ___ de ______ de 2014 para obteno do ttulo de Especialista em Segurana Pblica.

Banca Examinadora:

Orientador: Ronaldo Balestra Choze

AGRADECIMENTOS

minha esposa Nilda e minha filha Maria, ,pela certeza do amor, pelo carinho dedicao e sacrifcio que sempre me serviram de incentivo e crescimento. Aos meus pais que sempre estiveram do meu lado quando tentei crescer. Ao meu orientador Ronaldo Choze, que muito contribuiu para que eu chegasse at o final deste. A vocs todo o meu agradecimento.

RESUMO

O objetivo geral do presente trabalho verificar a gesto de crises com enfoque principal na esfera pblica no tocante a segurana pblica que acarreta problemas graves a sociedade seno corretamente gerenciadas. Os mtodos utilizados neste trabalho foram descritivos e de reviso bibliogrfica com intento de contribuir com a literatura acadmica a respeito do assunto e assim auxiliar os profissionais da rea.

PALAVRAS-CHAVE: Gesto. Crises. Segurana. Pblica. Avaliar.

ABSTRACT

The overall goal of this work is to verify the crisis management with main focus in the public sphere regarding public safety causing major problems if not properly managed society. The methods used in this study were descriptive and bibliographic review with intent to contribute to the academic literature on the subject and so assist professionals.

KEYWORDS: Management. Crises. Safety. Public. Evaluate.

SUMRIO1.INTRODUO..........................................................................................................1.1.Objetivos..............................................................................................................1.2.Justificativa..........................................................................................................1.3.Metodologia.........................................................................................................2. REVISO DE LITERATURA................................................................................... 2.1.GESTO e Planejamento.................................................................................... 2.2. Gesto de Segurana Privada........................................................................... 2.3.Gesto de Crise...................................................................................................3.GESTO DE CRISES NA SEGURANA PBLICA...............................................4.RESULTADOS.........................................................................................................5.CONSIDERAES FINAIS......................................................................................REFERNCIAS............................................................................................................

1. INTRODUO

Vemos que hoje a insatisfao com a segurana pblica provocada pelos ndices de violncia, os quais se revelam inquietadores na maioria dos estados brasileiros, chegando indesejvel marca de 25 assassinatos por 100 mil habitantes/ano, considerando o coeficiente nacional (SILVA FILHO, 1999), o que coloca o Brasil entre os pases mais violentos o que vem piorando a cada ano que passa.Pela viso mais recente dos profissionais que lidam com segurana aprendemos que a segurana absoluta nunca pode ser alcanada, algo sempre pode acontecer, por isso o conceito de risco utilizado por eles matematicamente. (LUHMANN, 1993)Assim, partindo dos problemas em segurana pblica, definimos crise pelo pargrafo 1 do Art. 1 do RI nos termos do Art. 3, do Decreto n. 25.389, de 23/02/1999, que tem por "CRISE"

todo o incidente ou situao crucial no rotineira, que exija uma resposta especial da Polcia, em razo da possibilidade de agravamento conjuntural, inclusive com risco de vida para as pessoas envolvidas, e que possa manifestar-se atravs de motins em presdios, assaltos a bancos com refns, seqestros, atos de terrorismo, tentativas de suicdio, ocupao ilegal de terras, bloqueio de estradas, dentre outras ocorrncias de vulto, surpreendendo as autoridades e exigindo uma postura imediata das mesmas, com emprego de tcnicas especializadas".

Vemos no Art. 14 do RI/GCRISES que o conhecido Gerenciamento de Crises tem como principal objetivo, em absoluta ordem axiolgica, preservar vidas e aplicar a lei, assim sendo noArt. 4, do Decreto n. 25.389, de 23/02/1999, temos por "GERENCIAMENTO DE CRISE"

o processo eficaz de se identificar, obter e aplicar, de conformidade com a legislao vigente e com o emprego das tcnicas especializadas, os recursos estratgicos adequados para a soluo de CRISE, sejam medidas de antecipao, preveno e/ou resoluo, a fim de assegurar o completo restabelecimento da ordem pblica e da normalidade da situao".Definimos assim, que o mesmo se trata de medidas para: ANTECIPAR PREVENIR RESOLVER ASSEGURAE E RESTABELER (...) A ordem pblica

Desta forma, o presente trabalho foi feito buscando tratar o assunto de modo contributivo, ou seja, explorar como podemos melhorar estas medidas de acordo com a situao de segurana pblica atual no Brasil.

1.1.Objetivos

GeralAnalisar o gerenciamento de crises e seus reflexos no aperfeioamento da segurana pblica.

Especficos Abordar sobre a crise em segurana pblica Discutir medidas para gerenciar as crises encontradas hoje no Brasil Contribuir com a temtica da rea em gerenciamento de crises Revisar a literatura a respeito. Traar uma abordagem mais atual no assunto e contribuir com novas delineaes no tema de gerenciamento de crises em segurana pblica.

1.2.Justificativa

O presente trabalho teve por justificativa principal a falta de literatura abordando a respeito da gesto de crises na segurana pblica, procurando assim acrescentar a temtica um pouco de produo acadmica visando contribuir com a rea e profissionais da mesma. Prope um repensar sobre a necessidade de formao dos que atum na Segurana Pblica ou Privada; sendo o gerenciamento de crises o instrumento que falta na base das tomadas de decises.

1.3.Metodologia

A pesquisa visa demonstrar a realidade dos fatos sob a tica formal e desenvolvida atravs de metodologia cientfica, por isso, seu objetivo principal descobrir quais as solues e prticas diante das premissas apresentadas atravs dos mtodos cientficos. Por isso, o presente trabalho utilizar a pesquisa descritiva. Segundo Gil (1999)[footnoteRef:1] este tipo de pesquisa visa analisar os fenmenos que envolvem determinado tema, a fim de compreender as suas variveis, este mtodo marcado pela anlise de coleta de dados. [1: GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. So Paulo:Atlas, 2002]

O mtodo histrico dialtico tambm apropriado para desenvolver esta pesquisa. Neste mtodo:[...] as contradies se transcendem dando origem a novas contradies que passam a requerer soluo. um mtodo de interpretao dinmica e totalizante da realidade. Considera que os fatos no podem ser considerados fora de um contexto social, poltico, econmico, etc. Empregado em pesquisa qualitativa. (SILVA; MENEZES. 2001.)

Para tanto ser realizada pesquisa bibliogrfica e documental, atravs da seleo de diversos materiais para leitura analtica (livros, artigos, teses, monografias, leis e documentos)O presente trabalho utilizar esse tipo de pesquisa para dar suporte a tipologia que ser realizada. Ainda, quanto ao procedimento ser utilizado pesquisa bibliogrfica. Para Cervo (1983)[footnoteRef:2], atravs de documentos procura explicar os problemas que envolvem determinado tema, podendo utilizar ou no pesquisa descritiva que servir de base para o estudo, objetivando assim, compreender a aplicao dos conceitos estudados. [2: CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia cientfica. 4. ed. So Paulo: Makron Books, 1996.]

No presente caso foi utilizado pesquisa bibliogrfica com levantamento de livros, artigos, teses, para se conhecer os conceitos aplicveis ao tema em conjunto.Em termos prticos, esta pesquisa iniciou com a delimitao ou definio do tema em estudo, sob o qual foi definido um objetivo geral. Para que esse objetivo geral fosse atingido foram organizados e estruturados trs objetivos especficos. Para que esses objetivos fossem melhor mensurados foram organizadas e estruturadas trs questes de pesquisa, com base no conceito, dificuldade e consequncias. Na sequncia, foram apresentados os motivos tericos e prticos de relevncia de ordem social e a contribuio e os resultados desta pesquisa.A pesquisa caracteriza-se quanto ao objetivo como descritiva, quanto aos procedimentos como estudo de caso, e quanto abordagem do problema de natureza predominantemente qualitativa.As pesquisas descritivas tm como objetivo primordial a descrio das caractersticas de determinada populao ou fenmeno ou, ento, o estabelecimento de relaes entre variveis (GIL, 2009). Vergara (2004) afirma que a abordagem qualitativo-descritiva expe caractersticas de determinada populao ou de determinado fenmeno, podendo, inclusive, estabelecer correlaes entre variveis. Para Longaray et al. (2003), na pesquisa qualitativa concebem-se anlises mais profundas em relao ao fenmeno que est sendo estudado. Segundo Longaray et al (2003, p.136) analisar dados significa trabalhar com todo o material obtido durante o processo de investigao, ou seja, com os relatos de observao, as transcries de entrevistas, as informaes dos documentos e outros dados disponveis.

Segundo Cervo e Bervian (2002), a pesquisa bibliogrfica tem como objetivo explicar um problema com referncias tericas em documentos publicados em documentos busca analisar as contribuies cientficas.Para Martins e Lintz (2000), a pesquisa bibliogrfica tenta explicar e debater um tema ou problema com base em referncias tericas, como, livros, artigos, revistas e, de profissionais especializados. Esse trabalho caracteriza se como pesquisa bibliogrfica porque utilizar referncias tericas de livros, artigos e autores especializados na rea, atravs dos conhecimentos desses autores, conhecer, explicar e debater o tema para alcanar os objetivos do trabalho.Na opinio de Lakatos e Marconi (1991, p.83), mtodo o conjunto de atividades sistemticas e racionais que, com maior segurana e economia, permite alcanar o objetivo conhecimentos vlidos e verdadeiros -, traando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decises do cientista. A execuo deste estudo parte do mtodo indutivo, a respeito do assunto, Gil (1999, p. 28) complementa que parte do particular e coloca a generalizao como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares. Na composio desta anlise, utilizou-se o mtodo indutivo, porm para atingir o objetivo geral alcanou-se, primeiramente, os objetivos especficos. Lakatos e Marconi (2001, p. 73) destacam, sua finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo que for escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferncias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas quer gravadas.Para Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa voltada para solucionar problemas para questes propostas, atravs de mtodos cientficos.Outro tipo de pesquisa aplicada foi a descritiva, que possui como principal objetivo descrever as informaes coletadas junto a determinado fenmeno ou populao, ou, ainda, buscar estabelecer relaes entre situaes variveis (GIL, 2002).Citando Vergara (1998, p. 46) afirma que a pesquisa bibliogrfica, o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrnicas, isto , material acessvel ao pblico em geral.Segundo Beuren (2006), a pesquisa qualitativa possibilita uma anlise mais minuciosa em relao ao fenmeno que est sendo estudado. Apesar de a contabilidade usar muitos nmeros, uma cincia social, e no uma cincia exata, o que explica a importncia do uso da abordagem qualitativa.Segundo Beuren (2006), a pesquisa quantitativa busca a sua importncia ao ter o objetivo de garantir a preciso dos resultados, afastarem distores de anlise e interpretao, efetivando uma margem de confiabilidade quanto s concluses obtidas.A pesquisa qualitativa, que tambm foi utilizada no presente estudo, na opinio de Castro (2006), possui um carter mais indutivo.

1.4. Problema

Aumento nos ndices de crises que so de segurana pblica nos quais a gesto de crises no est conseguindo combater de forma eficiente a ponto de proteger e assegurar a normalidade da situao. Pergunta-Problema: Quais medidas para converter a atual situao, podem ser tomadas como inovao na gesto de crises?

REVISO DE LITERATURA

2.1. Gesto e planejamento - Conceitos

O planejamento estratgico um processo de uma organizao de definir a estratgia, ou a direo e tomada de decises sobre alocao de recursos para prosseguir esta estratgia, incluindo capital e pessoas.

Conforme GODOY a Gesto em todas as atividades empresariais e organizacionais o ato de reunir pessoas para atingir as metas e objetivos desejados, utilizando recursos disponveis de forma eficiente e eficaz.AGesto compreende o planejamento, organizao, recursos humanos,carreando ou dirigindoe controlandouma organizao (um grupo de uma ou mais pessoas ou entidades) ou esforo com a finalidade de alcanar um objetivo.Abrange a implantao e manipulao de recursos humanos, recursos financeiros, recursos tecnolgicos e recursos naturais.(2010)Por meio do planejamento as empresas estabelecem direcionamentos, capazes de otimizar a relao entre a empresa e seu ambiente, ou seja, o planejamento estratgico o processo que instrumentaliza a resposta que a organizao precisa apresentar ao seu ambiente diante de um contexto de mudanas[footnoteRef:3]. [3: http://www.jpverithas.com/consultoria/bsc.html]

O planejamento estratgico a anlise formal do curso futuro de uma organizao. Todas as ofertas de planejamento estratgico com pelo menos uma das trs questes fundamentais: "O que ns fazemos?", "Para quem o fazemos?", "Como ns executamos?".No planejamento estratgico de negcios, alguns autores apresentam a questo: "Como podemos vencer ou evitar a concorrncia?". Mas esta abordagem mais sobre derrotar os concorrentes.O planejamento estratgico o cerne do trabalho de uma organizao. Sem um quadro estratgico no se sabe para onde vai ou porque voc est indo para l. Um processo de planejamento estratgico no algo que pode acontecer de uma forma ad hoc, em reunies regulares de planejamento ou durante uma reunio da equipe. Isso requer um planejamento cuidadoso para ajustar de modo que o processo seja minucioso e abrangente. Quando se desenvolve ou revisa um plano estratgico, se est definindo os parmetros para o trabalho da organizao, normalmente de dois a trs anos ou mais. Assim, faz sentido gastar algum tempo do planejamento energtico para o seu processo de planejamento estratgico. (SHAPIRO, 2007)

Os mtodos de gesto de projetos podem ser categorizados em pelo menos trs grupos. O primeiro grupo seria relativo a mtodos especficos, como os mtodos de desenvolvimento de produto, expressos em seus modelos referenciais como aqueles propostos por: Prasad (1997), Crawford e Benedetto (2000), Rozenfeld et al. (2006), Romano (2003) e Paula e Ribeiro (2007), entre outros. So mtodos propostos para o gerenciamento de projetos de produto e, geralmente, possuem um enfoque abrangente e gerencial da rea qual o produto pertence. Uma segunda categoria de mtodos de gesto de projetos seria a daqueles destinados a situaes nas quais as mudanas de escopo so muito frequentes, como no desenvolvimento de sistemas esoftwares. So denominados mtodos geis, tendo como exemplos o Extreme Programming (XP), o mtodo Scrum e o Crystal Methodology (CHARVAT, 2003). Por fim, existem mtodos de gesto de projetos desenhados para situaes nas quais as mudanas de escopo so menos intensas, tornando o seu controle vivel e documentvel. Nessa ltima categoria, comum que as etapas do mtodo de gesto do projeto sejam organizadas a partir dos processos de iniciao, planejamento, execuo, controle e encerramento e que ele contemple uma quantidade de padres documentais como atas, formulrios deproject charter, formulrios de gesto de riscos, de gesto de escopo, entre outros. Exemplo de mtodo suportado pelo ciclo de vida de gesto de projetos o Methodware(XAVIER et al, 2005), que pode ser adotado por organizaes que realizem projetos nos quais o grau de inovao seja de moderado a baixo, ou que no considerem grandes variaes de escopo ao longo do mesmo. (SILVEIRA et al, 2012, p. 1)Projetos esto sujeitos a caprichos de custo inesperado e atrasos no cronograma devido a limitaes que muitas vezes so alm do controle do Project Manager.Isto resulta numa derrapagem dos marcos do projeto. A concluso antecipada das datas pode ser ditada ou garantida por vrios razes, incluindo as demandas dos investidores, governamental requisitos de licenciamento, "janelas de oportunidade", Os prximos projetos que iro utilizar o mesmo pessoal e recursos, e assim por diante. Controle gerencial em projeto orientado nas organizaes conseguida atravs da implementao de planos; polticas de RH prudentes; projeto-matriz, estruturas organizacionais, alm de ferramentas e tcnicas de projeto que so compatveis com o escopo e os riscos do projeto. Avaliando ferramentas e tcnicas para a compatibilidade com sistemas existentes na organizao e processos e usurios finais treinamento em seu uso correto ir melhorar a implementao e eficcia desses controles.(PINHEIRO, 2010)

Ociclo de vida dos projetos contempla os processos: iniciao, planejamento, execuo, monitoramento e controle e encerramento. Neste artigo ser dada nfase aos processos de iniciao. Os processos de iniciao permitem a declarao e entendimento do escopo do projeto e a boa conduo desse processo pode facilitar o bom andamento das etapas subsequentes (XAVIER, 2005). Na verdade, a iniciao do projeto tem forte relao com a gesto do portflio de projetos da empresa e os principais resultados desse processo so: propostas de projetos aprovadas, escopo dessas propostas declarado e gerentes de projetos indicados para conduzir os processos de planejamento, execuo, controle e encerramento junto a suas equipes. Dentre os documentos do processo de iniciao se encontram o termo de abertura e a declarao do escopo preliminar do projeto a ser desenvolvido. Nesses documentos so designados os gerentes e as equipes e so documentadas as premissas e as restries iniciais para a aprovao dos projetos, para que sejam oficialmente autorizados (PROJECT..., 2008; VALERIANO, 2001). O termo de abertura (ouproject charter) um documento que autoriza formalmente o projeto. A declarao do escopo preliminar do projeto produz uma definio preliminar de alto nvel do termo de abertura do projeto, abordando e documentando os requisitos do projeto e da entrega, os requisitos do produto, os limites do projeto, os mtodos de aceitao e o controle de alto nvel do escopo (XAVIER et al, 2005; PROJECT..., 2008; VERZUH, 2000). Atravs do detalhamento da declarao do escopo preliminar, ocorre a validao do escopo do projeto para cada fase, incluindo objetivos, justificativas, premissas, restries, oramento preliminar, informaes de mercado, necessidades, cronograma preliminar, entre outros (PROJECT..., 2008). (SILVEIRA et al, 2012, p. 1)

A fim de determinar para onde est indo, a organizao precisa saber exatamente onde est, ento, determinar onde quer ir e como vai chegar l. O documento resultante chamado de "plano estratgico".As perguntas que so sugeridas pela metodologia atual, para a criao de tal relatrio, so os seguintes (BRUGES, 2000): (ZAFEIROPOULOS et al, 2009)1.Qual a condio da empresa cliente? A primeira etapa , de fato, a anlise da situao atual e do cliente - ambiente de empresa, inclui uma reviso analtica da estrutura organizacional, o software atual, a infra-estrutura e do ambiente natural, a TI - organizao (existncia de departamentos responsveis, a utilizao adequada da tecnologia de software de funcionrios, suporte, etc) e seu pessoal.2.Quais so as razes para a instalao de sistemas de gerenciamento? Nesta etapa particular, os problemas que o cliente - empresa enfrenta desde a falta de um ERPS esto localizados e analisados (controle de estoque inexistente ou incompleta, gesto financeira problemtica, mtodos de produo ineficientes, etc)3.Quais so os objetivos gerais do projeto? Os benefcios que a empresa-cliente vai ganhar com a instalao do sistema de ERP esto localizados e analisados (reorganizao empresarial, otimizao da operao do cliente-empresa, os processos de automao, etc) e est diretamente ligado aos problemas que foram mencionados na etapa anterior.4.Quais mdulos do ERPS sero instalados na empresa? Haver uma seleo especfica das unidades de mdulos do ERP (FIN, SAL, PRO, WAR, TRA) que sero instalados na empresa, uma vez que mais provvel que a empresa-cliente no far uso de todas as unidades de ERP.5.Quais so as tarefas bsicas necessrias para a instalao ser concluda?Nesta etapa, um breve resumo da descrio do servio e tambm as tarefas necessrias para uma instalao bem-sucedida so fornecidos.A sequncia e tambm o contedo das tarefas ser dada num passo seguinte da metodologia.6.Existem excees com base na estrutura da empresa cliente, o seu tamanho e o nmero de pessoal disponvel? muito possvel que novas exigncias recheio podem chegar; alteraes na estrutura da empresa podem ser necessrias, abolindo departamentos especficos ou criar novos, para que a empresa a adotar plenamente as novas demandas criadas pelo sistema ERP.7.A descrio do trabalho de cada uma das pessoas associadas ao projeto, tanto no lado da corporao fornecedor, bem como sobre a empresa cliente.Ele inclui as responsabilidades que so especificadas com base na funo de cada um na instalao do projeto de ERP e so analisados num passo seguinte da metodologia.8.Qual a base contratual do acordo realizado entre a empresa de fornecer os ERPs e da corporao cliente? da natureza dos sistemas de ERP, que exige para o contrato para incluir de uma forma muito especfica e analtica os mdulos a serem instalados, os papis, as responsabilidades e a durao de tarefas e prazos. bvio, que nesta fase que acordado a base do contrato e no o documento completo.9.Aceitao dos processos e os critrios. (ZAFEIROPOULOS et al, 2009)A estratgia define objetivos gerais e aes concretas de sete desafios prioritrios ambientais importantes, um dos quais a produo e consumo sustentveis.A ferramenta de planejamento estratgico fornece um modelo para a tomada de deciso uma organizao atravs de um processo integrado. Eleaborda o planejamento para fazer o planejamento estratgico, abrangendo as questes de fundo que precisam informarou dirigir o processo de planejamento estratgico e, em seguida, definir o quadro estratgico para as atividades de projeto ou organizao. neste quadro estratgico que d as atividadescoerncia e sentido. (SHAPIRO, 2007)A necessidade de as organizaes a integrar seus sistemas de gesto tem sido sublinhada por diversos autores. No entanto, deve notar-se que a integrao no uma obrigao, mas uma oportunidade de explorar os benefcios associados sua execuo, para descobrir como as organizaes iro implementar o planejamento estratgico que ir atender s suas necessidades.Enterprise Resource Planningoferece um conjunto de ferramentas de gesto que procura saldos e fornecimento, contendo a capacidade de vincular clientes e fornecedores em uma cadeia de abastecimento, empregando processos de negcios para a tomada de decises, fornecendo alto grau de integrao interfuncional entre vendas, marketing, produo, operaes, logstica, compras, finanas, desenvolvimento de novos produtos e recursos humanos, permitindo assim que as pessoas desenvolvam suas atividades com elevados ndice de satisfao dos clientes e uma maior produtividade.No entanto, estes desafios esto diminuindo medida que o tempo passa e mais e mais organizaes e empresas esto integrando seus sistemas de gesto, apesar do fato de que eles ainda enfrentam algumas dificuldades. Empresas esto integrando seus sistemas de gesto em diferentes nveis, pois tm diferentes razes para a aplicao das normas diferentes, diferentes necessidades de integrao, usando modelos diferentes de integrao e so confrontados com desafios diferentes. A partir da definio acima de um sistema integrado e sistema de gesto podem, portanto, ser definidos como um sistema com um conjunto de padres, cada padro pode ser considerados como um dos elementos que constituem o sistema. E se esses elementos ou padres so separados, ento ele vai perder algumas de suas propriedades essenciais.Isto pode implicar que diretamente se os elementos so colocados juntos para formar um sistema, em seguida, eles ganhar algumas propriedades essenciais. No entanto, uma questo importante a considerar aqui a interao entre esses elementos.Sistemas de gesto so atividades realizadas com o objetivo de minimizar o uso de recursos redundantes excessivos, para atender aos requisitos de sobreposio de equilbrio de desempenho, gerenciamento de rede, reduzindo a falta de energia e custos de manuteno do sistema, diagnstico e reparao, e migrao para o novo hardware e verses de software do sistema. (LLC 2003). Vrios sistemas de gesto, portanto, existem em uma organizao para o seu funcionamento.Diversas tcnicas de anlise de negcios podem ser utilizados no planejamento estratgico, incluindo a anlise SWOT (Foras, Fraquezas, Oportunidades e Ameaas), a anlise PEST (Poltica, Econmica, Social e Tecnolgico), a anlise STEER (Scio-cultural, tecnolgico, econmico, ecolgico e fatores de Regulamentao), e epistel (Meio Ambiente, Poltica, Informtica, sociais, tecnolgicos, econmicos e jurdicos).Assim, o Sistema de Gesto Integrada uma estrutura nica, utilizado pelas organizaes para gerenciar seus processos ou atividades que transformam entradas de recursos em um produto ou servio que satisfaam os objetivos da organizao e equitativa satisfazer a interessados de qualidade, sade, segurana, meio ambiente, segurana, tica ou qualquer outro requisito identificado como importante.Os aspectos genricos da administrao incluem: poltica, planejamento, implementao de ao corretiva, e reviso da gesto, entretanto os processos genricos so: um compromisso da gesto de topo, definio de polticas, o planejamento de objetivos e metas, procedimentos, auditorias, documentao e controle de registros, controle de no conformidade, aes corretivas e preventivas, e reviso da gesto. Integrao um nvel mais ambicioso e consiste em imerso interna do IMS e interao com as partes interessadas externas. Trata-se de uma cultura de melhoria da aprendizagem, contnua e participao das partes interessadas. Se feito corretamente, ele vai levar a melhoria contnua do desempenho, vantagem competitiva e desenvolvimento sustentvel aumentada. Se uma organizao optar por integrar o seu sistema de gesto, que podem apontar para um nvel acima do de integrao. O nvel que exigem depender da complexidade do sistema de gesto do presente e a razo para a persecuo da integrao. No entanto, as grandes empresas que aplicam sistemas de gesto integrados, como eles precisam desses sistemas para ser capaz de trabalhar de forma consistente em diferentes locais e reas, independentemente das qualificaes pessoais. Pequenas empresas naturalmente integrar a gesto como as funes sejam desempenhadas pela mesma pessoa. Enquanto isso, pequenas e mdias empresas so mais hesitantes sobre a integrao, j que significa estabelecer e manter custos significativos.

2.2. GESTO NA SEGURANA PRIVADA

A gesto estratgica na segurana privada precisa ser encarada com a devida seriedade, de modo a garantir a manuteno da estabilidade da organizao, do prprio negcio e das pessoas que lhe prestam servios. Portanto, num momento em que a sociedade convive com um ambiente de insegurana constantes em diversos e diferentes aspectos, devido s condies adversas que atingem pessoas, instituies ou bens essenciais, o mercado de trabalho necessita de profissionais com formao especfica na rea de segurana.Gesto de Segurana Privada est voltado para o atendimento das necessidades de um mercado que carece de profissionais com formao slida em gesto de segurana, em nvel de graduao. Num momento em que a criminalidade atinge nveis altos, de suma importncia para as empresas e as pessoas se protegerem de eventos de natureza contravencional e/ou criminosa. Portanto, cresce cada vez mais a demanda por profissionais capazes de tomar decises em nvel estratgico, ttico e operacional, visando especialmente preveno da ocorrncia de aes capazes de representar ameaa s pessoas, ao patrimnio, imagem corporativa, aos projetos, produtos, servios e informaes das empresas.A gesto estratgica em segurana provada visa ento, oferecer capacidade de um planejamento estratgico na rea de segurana empresarial, residencial e pessoal, qualificado para planejar, organizar, desenvolver, avaliar, supervisionar programas, planos e projetos de segurana de forma integrada e gerir empresas de segurana, vigilncia patrimonial, servios de segurana de instituies, organizaes e setores de administrao de patrimnio pblico e privado. Atualmente se destacam as preocupaes do governo, empresrios e sindicatos em melhorar a segurana, a sade e as condies do meio ambiente de trabalho. Para isto necessrio um planejamento que permita a participao da alta administrao e dos empregados para encontrar as solues prticas e economicamente viveis.A melhoria da segurana, sade e meio ambiente de trabalho alm de aumentar a produtividade, diminui o custo do produto final, pois diminui as interrupes no processo, absentesmo e acidentes e/ou doenas ocupacionais (BERGAMINI, 1997).Constitui-se como objetivo desta reviso a apresentao de conceitos relativos responsabilidade organizacional (ou corporativa), tica empresarial, gesto da segurana e gesto estratgica.

2.3. CrisesA palavra crise vem do grego Krisis (deciso, julgamento) e genitor do verbo Krinein (julgar, decidir, separar), afirmando que a crise pode ser entendida como um momento crtico, decisivo que normalmente sucede uma ruptura do status quo. (NEVES, 2002). Podemos elucidar o conceito de crise atravs do trecho:Uma crise uma mudana seja repentina ou gradual que resulta em um problema urgente que deve ser abordado imediatamente. Para uma empresa, uma crise representa qualquer coisa com potencial para causar danos sbitos e graves a seus funcionrios, a sua reputao ou a seu financeiro (LUECKE, 2007, p.45.).1.5. Gesto de Crises

O maior benefcio do processo de gerenciar as partes interessadas possibilitar ao gerente de projetos aumentar o nvel de apoio s partes interessadas e minimize a sua resistncia, ampliando as chances de sucesso do projeto. (PMBOK, 2014)Rocha (2011) tambm cita os benefcios do engajamento dos stakeholders: A identificao das demandas de pblicos importantes; A antecipao e o gerenciamento de conflitos; Melhoria na compreenso de impactos, riscos e oportunidades, levando em cota a opinio de stakeholders externos organizao; A construo de consensos a partir de diferentes pontos de vista; Obteno de informaes que ajudam a melhorar processos internos e de tomada de deciso A construo de laos entre o pblico engajado e a empresa; O aumento do conhecimento dos stakeholders sobre as aes e os resultados da empresa; O gerenciamento das expectativas ajuda a aumentar a probabilidade de sucesso do projeto, garantindo que as partes interessadas entendam os benefcios e os riscos do projeto. Isso permite que elas apoiem ativamente o projeto e ajudem na avaliao de riscos das escolhas do projeto. Com a previso da reao das pessoas ao projeto, possvel adotar aes preventivas para obter seu apoio ou minimizar os impactos negativos em potencial. (Molena, 2011).

Para gerir crises necessrio um planejamento.Uma forma de fazer o planejamento por meio do projeto.1 Identificar as partes interessas o processo que trata de identificar pessoas, grupo ou organizaes que possam impactar ou sofrer impacto pelo projeto. Nesta etapa analisado do engajamento dos stakeholders, seu nvel de interesse no projeto e potencial impacto no projeto.2 Planejar o gerenciamento das partes interessadas o processo de desenvolver estratgias para gerenciar as partes interessadas ao longo do ciclo de vida do projeto.3 Gerenciar o engajamento das partes interessadas o processo de se comunicar e trabalhar para que as partes interessadas tenham suas expectativas satisfeitas e atendam s necessidades do projeto.4 Controlar o engajamento das partes interessadas o processo de monitorar os relacionamentos das partes interessadas e ajustar as estratgias para seu engajamento no projeto.Figura 1: Viso geral do gerenciamento das partes interessadas do projeto

1 - Identificar as partes interessadas2 Planejar o gerenciamento das partes interessadas

Entradas:1 - Termo de abertura do projeto2 - Documentos de aquisio3 Fatores ambientais da empresa4 Ativos de processos organizacionais

Ferramentas e tcnicas:1 Anlise das partes interessadas2 Opinio especializada3 Reunies

Sadas:1 Registro das partes interessadas

Entradas:1 Plano de gerenciamento do projeto2 Registro das partes interessadas3 Fatores ambientais da empresa4 Ativos de processos organizacionais

Ferramentas e tcnicas:1 Opinio especializada 2 Reunies3 Tcnicas analticas

Sadas:1 Plano de gerenciamento das partes interessadas2 Atualizaes nos documentos do projeto

3 - Gerenciar o engajamento das partes interessadas4 Controlar o engajamento das partes interessadas

Entradas:1 Plano de gerenciamento das partes interessadas2 Plano de gerenciamento das comunicaes3 Registros das mudanas4 Ativos de processos organizacionais

Ferramentas e tcnicas:1 Mtodos de comunicao2 Habilidades interpessoais3 Habilidades de gerenciamento

Sadas:1 Registro das questes2 Solicitaes de mudana3 Atualizaes no plano de gerenciamento do projeto4 Atualizaes nos documentos do projeto5 Atualizaes nos ativos de processos organizacionais

Entradas:1 Plano de gerenciamento do projeto2 Registro das questes3 Dados de desempenho do trabalho4 Documentos do projeto

Ferramentas e tcnicas:1 Sistemas de gerenciamento de informaes2 Opinio especializada3 Reunies

Sadas:1 Informaes sobre o desempenho do trabalho2 Solicitaes de mudana3 Atualizaes no plano de gerenciamento do projeto4 Atualizaes nos documentos do projeto5 Atualizaes nos ativos de processos organizacionais.

Fonte: PMBOK, 2014, p.392

Identificar as partes interessadas o processo de identificar as pessoas, grupos ou organizaes que podem influenciar ou sofrer algum tipo de impacto do projeto. A principal vantagem deste processo facilitar o direcionamento apropriado para cada parte interessada pelo gerente de projetos. O fluxo abaixo, ilustra o processo de identificao das partes interessadas: (PMBOK, 2014).

Quadro 1: Identificar as partes interessadas: entradas, ferramentas e tcnicas e sadas

Fonte: PMBOK, 2014, p.393As entradas so os locais onde devemos buscar as informaes para identificarmos as partes interessadas. O termo de abertura pode fornecer informaes sobre as partes externas envolvidas como patrocinadores, clientes, membros da equipe, grupos, departamentos e outras pessoas ou organizaes. Ter um histrico de lies aprendidas essencial para detectar problemas j ocorridos como partes interessadas esquecidas, ferramentas e meios que no funcionaram. Utilizar opinio especializada neste momento tambm pode ser uma alternativa. (Molena, 2011).Caso o projeto seja resultado de uma atividade de aquisio ou em um contrato estabelecido, as partes do contrato so partes interessadas muito relevantes. Cultura e estrutura organizacional da companhia, padres governamentais ou qualquer outro fator ambiental influenciam no sucesso do projeto e o processo de identificao dos stakeholders. Os ativos de processos organizacionais incluem modelos de registros das partes interessadas, lies aprendidas e registros de partes interessadas de outros projetos. (Molena, 2011).O PMBOK (2014) apresenta trs etapas para a identificao das partes interessadas que esto descritas seguir:ETAPA 1 Identificar todas as potenciais partes interessadas e informaes relevantes como papis, departamentos, interesses, conhecimentos, expectativas e nveis de influncia. Normalmente as principais partes interessas so fceis de identificar e inclui todas as pessoas com papel gerencial e com poder de tomada de deciso. A identificao das demais partes interessadas podem ser feitas atravs de entrevistas com as partes j identificadas para poder expandir a lista at que todos os stakeholders estejam includos. (PMBOK, 2014).De acordo com a realidade de cada projeto podem ser feitas inmeros modelos de relaes de partes interessadas: (Molena, 2011):Quadro 2: Viso geral do gerenciamento das partes interessadas do projeto

Parte interessadaFuno e organizaoResponsabilidade no ProjetoTelefone e e-mailInteresse no projeto

Fonte: Molena 2011, p.237

ETAPA 2 A segunda etapa orienta a identificar o impacto potencial de cada parte interessada e classifica-los fim de definir uma estratgia de abordagem. Isto permite a priorizao para utilizao de esfores na comunicao e gerenciamento dos stakeholders. (PMBOK, 2014).Existem diversos modelos de classificao que so utilizados na anlise das partes interessadas, tais como (Ibid, 2014).: Grau de poder / interesse, que agrupa as partes interessadas com base em nvel de autoridade (poder) e seu nvel de interesse no projeto; Grau de poder / influncia, que agrupa as partes interessadas com base em seu nvel de autoridade e no seu engajamento no projeto; Grau de influncia / impacto, que agrupa as partes interessadas com base em seu engajamento no projeto e sua habilidade de efetuar mudanas no planejamento ou organizao do projeto; Modelo de relevncia que descreve os tipos de stakeholders com base no seu poder (capacidade de impor sua vontade), na urgncia (necessidade de ateno imediata) e na legitimidade (seu envolvimento apropriado);

Grfico 1: Exemplo de rede de poder / interesse com as partes interessadas

Fonte: PMBOK, 2014, p.397

3. GESTO DE CRISES NA SEGURANA PBLICA

Em geral, vemos que quando se fala em crise, as pessoas remetem-se s crises financeiras, como a crise imobiliria dos Estados Unidos da Amrica (EUA), desencadeada a partir de 2008. Porm, de maneira ampla, crises so situaes de natureza varivel, que vo alm do mbito financeiro, ainda que tenham grande potencial para afetar profundamente o sujeito da crise em termos financeiros.Margarida Kunsch (2003) diz que a administrao conflitos, controvrsias e outras questes, pressupem o estabelecimento e a implementao de um planejamento e o gerenciamento de programas de aes. Ou seja, precisam no apenas entender o que so crises e achar que o suficiente apenas saber, mas primeiramente devem assimilar o que risco;Aqui teremos uma crise de segurana como alvo. necessrio ativar a comunicao interna e externa: todos devem ser informados sobre os acontecimentos, e o que est sendo feito para amenizar os impactos, a comunicao evitar o surgimento de boatos. (NEVES, 2002).A fora policial, por sua vez, tem sua ateno constantemente desviada por chamados diversos, o que fragmenta suas aes e torna intermitente oenvolvimento no processo decisrio da crise. Decises so tomadas atravs de aes isoladas e opinies diversas, s vezes, pouco coerentes.O termo risco provm do latim risicu ou riscu, que significa ousar. Mas normalmente, quando se pensa em risco, em primeiro lugar vem o receio de que algo pode no dar certo, desencadeando a incerteza, o medo de fazer por conta do medo de perder, e por ltimo a ousadia, a qual pode ser que nem flua.O Instituto Brasileiro de Governana Corporativa IBGC (2007, p. 11) explica que tanto as pessoas fsicas quanto as jurdicas esto suscetveis a riscos ou seja, qualquer atividade passvel de riscos, seja na vida pessoal, profissional e as organizaes, que so formadas por pessoas. Vemos pela mdia os altos ndices de fugas e rebelies em estabelecimentos prisionais, seqestros, homicdios, aes diversas do crime organizado, enfim, crimes contra a sociedade, observa-se a audcia dos criminosos que, destemidos em relao a polcia, prejudicam a ordem e o bem estar comum.Esta conjuntura, aliada ao crescimento da violncia no Brasil, principalmente nos grandes centros, acarreta no sensvel aumento das situaes crticas e no grau de periculosidade a que a sociedade est exposta. Temos que saber lidar com estas situaes. Para lidar com crises na segurana pblica algumas medidas podem ser propostas: Convocar o comit de crises: necessrio que o comit esteja bem treinado e preparado; Definio da crise: o grupo dever levantar informaes como: o que aconteceu? Quem foi afetado, extenso dos danos etc. Organizar para informar a mdia: preciso preparao para dar entrevistas, a mdia estar em busca de informaes novas e no h espao para improvisos ou mentira, a mentira deve ser evitada a qualquer custo. Monitorar a evoluo da crise: monitorar a crise importante, pois trar informaes de como ela se desenvolve, se est crescendo ou diminuindo. Controlar o Fluxo de Informao: diante de uma crise muitas informaes dadas no so verdadeiras, diante disso preciso evitar que boatos se espalhem. Ativar a sala de imprensa; Posicionar-se rapidamente: fundamental que o posicionamento da empresa seja dado o quanto antes, a mdia publicar o que quiser se ningum se pronunciar e agravar ainda mais a situao;

Fluxograma de crise

Ativar a sala de imprensa

Fonte: Adaptado de Neves (2002)

Temos abaixo a gesto de riscos, segundo a ISO 31000:

a) A gesto de riscos cria e protege valor: [...] contribui para a realizao demonstrvel dos objetivos e para a melhoria do desempenho referente, por exemplo, segurana e sade das pessoas, segurana, conformidade legal e regulatria, aceitao pblica, proteo do meio ambiente, qualidade do produto, ao gerenciamento de projetos, eficincia nas operaes, governana e reputao.b) A gesto de riscos parte integrante de todos os processos organizacionais: [...] no uma atividade autnoma separada das principais atividades e processos da organizao [...] faz parte das responsabilidades da administrao e parte integrante de todos os processos organizacionais, incluindo o planejamento estratgico e todos os processos de gesto de projetos e gesto de mudanas.c) A gesto de riscos parte da tomada de decises: [...] auxilia os tomadores de deciso a fazer escolhas conscientes, priorizar aes e distinguir entre formas alternativas de ao.d) A gesto de riscos aborda explicitamente a incerteza: [...] explicitamente leva em considerao a incerteza, a natureza dessa incerteza, e como ela pode ser tratada.e) A gesto de riscos sistemtica, estruturada e oportuna: uma abordagem sistemtica, oportuna e estruturada para a gesto de riscos contribui para a eficincia e para os resultados consistentes, comparveis e confiveis.f) A gesto de riscos baseia-se nas melhores informaes disponveis: as entradas para o processo de gerenciar riscos so baseadas em fontes de informao, tais como: dados histricos, experincias, retroalimentao das partes interessadas, observaes, previses e opinies de especialistas. Entretanto, convm que os tomadores de deciso se informem e levem em considerao quaisquer limitaes dos dados ou modelagem utilizados, ou a possibilidade de divergncias entre especialistas.

Quanto tipificao de riscos, o Caderno de Governana Corporativa do IBGC (2007), assim enquadra:

a) Tecnolgico: implicam em falhas, indisponibilidade, inadequao de equipamentos e instalaes, conforme o negcio da organizao; bem como os sistemas de controle, logstica, operacional, administrativo, entre outros que possam interferir no andamento regular do negcio e prejudicar sua cadeia de valor (clientes, fornecedores etc.); podendo ter algum vnculo no apenas com fraudes internas, mas tambm externas.b) Ambiental: neste tipo, enquadra-se a falta de gesto para a sustentabilidade, ou gesto inadequada, promovendo efeitos como: aquecimento global, contaminao do solo, ar, gua; resduos dispostos inadequadamente, vazamentos de produtos txicos; vetando a empresa ao direito de continuidade do negcio por danos ambientais; levando a empresa a ter de arcar com multas e providncias emergenciais para reparar danos/prejuzos comunidade etc.c) Conformidade: a falta de habilidade no cumprimento da legislao vigente em relao ao negcio da organizao; cabendo a aplicao da legislao no mbito trabalhista, tributrio, fiscal, prestao de servios, responsabilidade civil, criminal, entre outras.

Quando se fala em violncia e em segurana sempre destaca-se, como a questo penitenciria, a desafiar o Estado em recuperar o preso. As perguntas que nos vem mente: Ser que o sistema penitencirio recupera algum?Atualmente a pena tida como conseqncia de uma conduta ilcita, como forma de punio ao mal causado.A pena de priso no Brasil a medida prevista no ordenamento jurdico brasileiro aplicvel ao autor de uma infrao penal, que consiste na perda de sua liberdade, cuja finalidade preventiva, a fim de evitar a prtica de novos delitos. Pena a partir do vocbulo alemo pein, pelo latim poena, que se traduz dor, castigo, suplcio. O termo latino, por sua vez, tem origem no grego poin, com duplo significado: retribuio destinada compensao de um dano, ou ainda ponos, com sentido de punio, humilhao e sofrimento (FRANZOLOSO 2013). Existem vrios conceitos doutrinrios sobre o que pena, e qual a sua finalidade, vejamos alguns:O jurista Rogrio Greco traduz pena como:

Uma conseqncia natural e jurdica do delito, imposta pelo Estado, quando do cometimento de um fato tpico, antijurdico e culpvel, aps a devida persecuo criminal, devendo esta, num Estado Democrtico de Direito, se dar de acordo com os Ditames da Constituio da Repblica Federativa do Brasil.(GRECO 2007)

Nucci define "pena" como: a sano imposta pelo Estado, por meio de ao penal, ao criminoso como retribuio ao delito perpetrado e preveno a novos crimes.(NUCCI 2012)Por sua vez, o professor Mirabete salienta que "na pena deve existir vrias caractersticas como: legalidade, personalidade, proporcionalidade e inderrogabilidade (MIRABETE 2005).Mas o conceito mais aceito pelos doutrinadores, entre eles Frederico Marques, Damsio de Jesus, e Julio Fabrinni Mirabete o elaborado por Sebastian Soler, que diz: A pena uma sano aflitiva imposta pelo estado, atravs da ao penal, ao autor de uma infrao (penal), como retribuio de seu ato ilcito, consistente na diminuio de um bem jurdico e cujo fim evitar novos delitos(LIMA 2005). Seguindo o entendimento de que a pena no deve ter carter exclusivamente retributivo, mas tambm deve ser direcionada a uma finalidade utilitria e preventiva, Edilson Bonfim e Fernando Capez, definem pena como:

Sano penal de carter aflitivo, imposta pelo estado, em execuo de uma sentena, ao culpado pela prtica de infrao penal, consistente na restrio ou privao de um bem jurdico, cuja a finalidade aplicar a retribuio punitiva ao delinqente, promover sua reabilitao social e prevenir novas transgresses, pela intimidao dirigida coletividade (CAPEZ 2003).

Somente com a individualizao, personalizao e humanizao da pena, que possvel assegurar ao encarcerado um tratamento mais justo, humano possvel, direito este garantido constitucionalmente.A pena de priso considerada uma privao da liberdade, dessa forma a punio tem que estar prevista em lei, para que sejam evitados abusos e arbitrariedades do Poder Pblico.Desde o incio, a pena teve carter predominante de retribuio de castigo, com o fim intimidativo, a partir da reforma de 1984, passou a ter a finalidade de preventiva e retributiva. Conforme preleciona Thompson:Prope-se oficialmente como finalidade da pena de priso, a obteno no de um, mas de vrios objetivos concomitantes, como: punio retributiva do mal causado pelo delinqente; preveno da prtica de novas infraes atravs da intimidao do condenado e de pessoas potencialmente criminosas e regenerao do preso, no sentido de transform-lo de criminoso em no criminoso.

Desses trs objetivos de fundamento da pena privativa de liberdade, se sobressai finalidade de ressocializao, j que a Lei de Execuo Penal em seu artigo 1 dispe que: "A execuo penal tem por objetivo efetuar as disposies de sentena ou deciso criminal e proporcionar condies para a harmnica integrao social do condenado e do internado". (LEI 7210/84 art.1)Podem ser encontrados outros dispositivos na LEP que visam a ressocializao do condenado, entre elas a progresso de regimes, a assistncia ao egresso, todas com a finalidade de reintegr-lo a sociedade. A legislao tem por finalidade da pena a ressocializao do condenado, sendo necessria uma avaliao no contexto prisional, com a superlotao das unidades prisionais, falta de estabelecimentos adequados para o cumprimento da pena, com condies subumanas, precariedade dos estabelecimentos em termo de sade, higiene, condies estas que o individuo submetido diariamente, o crescimento de organizaes criminosas e da corrupo dentro das prises, falta de segurana, falta de funcionrios especializados para o trato com os presos. Dessa forma o sistema carcerrio torna-se uma escola do crime, onde criminosos de alta periculosidade dividem celas com sujeitos que praticaram delitos de menor potencial ofensivo, e esses so influenciados e obrigados a incorporar a cultura do meio social ao qual foi inserido. De acordo com o nosso Cdigo Penal existem trs espcies de penas, que so aplicadas aos infratores da lei, nesse sentido Carvalho Filho afirma que existem leis para se punir o crime, dado ao cidado a livre escolha, in verbis:

[...] o crime o comportamento ao qual corresponde uma modalidade de punio. As diversas condutas proibidas e as respectivas penas so fixadas pelo legislador, e ao cidado no dado ignorar o seu contedo [...]. (CARVALHO FILHO 2002)Portanto, para que haja uma punio criminal, no basta a ocorrncia de um crime, mas que o autor tenha mais de 18 (dezoito) anos e capacidade mental para compreender o carter criminoso do ato. Sendo o autor menor, de dezoito anos, este no poder ser preso, e sim levado a uma instituio educativa, onde poder permanecer internado at completar 21 (vinte e um) anos. Diferente tambm, se o autor for doente mental, ser condenado de acordo com a gravidade do ato praticado e sua periculosidade e sofrer de medida de segurana e internao em instituio psiquitrica, sem prazo pr estabelecido para sair.Em nosso ordenamento jurdico existem situaes diferenciadas ou especiais, que fazem desaparecer o crime apesar da ocorrncia do fato definido na lei. So as chamadas causas de justificao, que segundo Prado, suas fontes esto "na lei (estrito cumprimento de dever legal e exerccio regular de direito), na necessidade (estado de necessidade e legtima defesa) e na falta de interesse (consentimento do ofendido)". (PRADO 2008) O crime pode ser considerado doloso ou culposo. Sendo doloso aquele em que o autor age intencionalmente, ou seja, quis o resultado ou admite que o resultado possa ocorrer, assumindo o risco. J crime culposo aquele que no h inteno por parte do agente, mas este deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia ou impercia, atos que provocaram o resultado no desejado. Como forma de desafogar a Justia Criminal foram criados Juizados Especiais para o processamento de infraes penais de menor potencial ofensivo, conforme Lei n 9.099/95, so as contravenes penais e os crimes punidos com pena mxima no superior a 1 (um) ano. Entretanto, com a entrada em vigor da Lei n 10.259/01, que criou os Juizados no mbito da Justia Federal, ampliou-se o limite da transao penal para crimes com pena mxima igual ou inferior a 2 (dois) anos. (Lei 9099/95 art.89)No Brasil h trs tipos de pena: pena privativa de liberdade dividida em recluso e deteno; pena restritiva de direitos composta por prestao pecuniria, perda de bens e valores, prestao de servios comunidade ou entidade pblicas, interdio temporria de direitos e limitao de fim de semana e a pena de multa. Sendo a pena restritiva de direitos e a pena de multa, beneficiadoras dos autores de crimes menos graves. O Cdigo Penal Brasileiro, em seu artigo 32, prev os tipos de penas admitidos no Brasil:

Art. 32: As penas so:I - privativas de liberdade;II - restritivas de direito;III - de multa (CDIGO PENAL BRASILEIRO, art.32)

Aqueles que praticam infrao esto sujeitos as penas aplicveis ao nosso ordenamento jurdico, esse dispositivo determina uma separao sobre as espcies de pena, logo, as infraes cometidas pelos transgressores sero punidos de acordo com a gravidade de cada delito.Quanto classificao doutrinria das penas, o doutrinador Mirabete classifica as penas como:

As penas corporais em sentido estrito atingem a prpria integridade fsica do criminoso, so os aoites, as mutilaes e a morte; As penas privativas de liberdade so as mais utilizadas nas legislaes modernas, podendo ser divididas em priso perptua e priso temporria, sendo a primeira vedada em dispositivo Constitucional Brasileiro; As penas restritivas de liberdade limitam em parte o poder de locomoo do condenado embora no sejam eles recolhidos priso, como por exemplo o banimento, confinamento, etc.; As penas pecunirias por sua vez so as que acarretam diminuio do patrimnio do condenado ou o absolvem totalmente, sendo elas de duas modalidades: a multa e o confisco; Por fim, as penas privativas e restritivas de direito retiram ou diminuem direitos dos condenados.(MIRABETE 2005)

Portanto, temos a pena privativa de liberdade; pena restritivas de direito; e a pena de multa, que o Juiz deve determinar na sentena condenatria a espcie de regime para o incio de cumprimento da pena.Para que se tenha xito, os estabelecimentos prisionais deveriam discriminar os presos de acordo com o exame criminolgico, com a finalidade de conhecer a conduta e o melhor programa de tratamento para sua ressocializao e menor ndice de reincidncia.Infelizmente no o que vemos acontecer, podemos apontar esta como uma crise que se acarreta na segurana pblica.

Importante ressaltar que a pena privativa de liberdade tem a finalidade de retribuio, de preveno e de ressocializao. A finalidade de retribuio servi para demonstrar a autoridade do Estado aqueles que praticam crimes; a finalidade de preveno decorre do propsito de evitar novos crimes; a finalidade de ressocializao, pretende fazer com que o condenado entre no sistema prisional para cumprir sua pena e de l saia melhor do que entrou, proporcionando a ele valores, ensinamentos e limites que lhe permita voltar a conviver em sociedade. Contudo os altos ndices de reincidncia evidenciam que a pena privativa de liberdade no tem alcanado suas finalidades.Gerivaldo Neiva, entende primeiramente necessrio ressaltar, que o Direito Penal como um todo, abarrota as penitencirias com delinquentes comuns, isso porque visam us-lo em todos os mbitos, banalizando-o assim, em consequncia, no havendo mais vagas para os presos. Em segundo plano, temos um sistema idealizado perfeitamente na teoria mais corrompido na prtica, chegando a uma defasagem no sistema penitencirio. (GERIVALDO 2014)Quanto os direitos fundamentais infelizmente, a maioria dos direitos no so respeitados, representando uma violao do ordenamento jurdico. Historicamente analisando, para entendermos as consequncias atuais de um sistema perfeito nas entrelinhas e no executado, vejamos as ponderaes de Heleno Fragoso:

antiga a idia de que os presos no tm direito algum. O Condenado maldito (sacer esto) e, sofrendo a pena, objeto da mxima reprovao da coletividade, que o despoja de toda proteo do ordenamento jurdico que ousou violar. O criminoso execrvel e infame, servo da pena, perda a paz e est fora do direito. O outlaw no antigo direito ingls podia ser morto por qualquer pessoa, pois, como se dizia nos prprios textos, pode ser morto meritoriamente sem a proteo da lei, o que no quer viver conforme a lei. No direito primitivo impunha-se ao delinqente a pena de expulso do grupo (que virtualmente significa a morte). (FRAGOSO 1980)

Como pontos extremos, existe uma demanda significativa de condenaes e um nmero de vagas bem inferior ao necessrio, sendo comum que presos condenados cumpram sua pena em cadeias pblicas, como os condenados a regime semi aberto ou mesmo regime aberto, cumpram pena no mesmo estabelecimento destinado ao condenados em regime fechado. Com isso, temos presos com caractersticas muito distintas, ou seja, presos por crime de pequeno ou mdio potencial ofensivo em convvio com presos condenados por crimes de grande potencial ofensivo, sendo acomodados em uma nica cela, no respeitando assim a individualizao e colocando em risco a segurana jurdica por falta de uma estrutura j prevista em lei. Durante o cumprimento da pena, o condenado conserva todos os direitos. Dignidade, palavra que vem do latim "dignitas", que significa honra, virtude ou considerao, uma qualidade moral inata, ou seja, nasce com a pessoa, alm de ser considerada indisponvel, porm como estamos cansados de assistir as mazelas, notamos que os presos so colocamos em ambientes insalubres e totalmente desrespeitados ao mnimo de dignidade humana. Ingo Wolfgang Sarlet considera que a dignidade humana indisponvel e garantida constitucionalmente, assim descreve:

Temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrnseca e distinta de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e considerao por parte do Estado e da comunidade, implicando, nesse sentido, um complexo de direito e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condies existenciais mnimas para uma vida saudvel, alm de propiciar e promover sua participao ativa corresponsvel nos destinos da prpria existncia e da vida em comunho dos demais seres humanos(.SARLET 2002)

A dignidade da pessoa humana um conjunto de direitos fundamentais, necessrios a sua subsistncia, tais como, acesso amplo aos servios de sade, educao, e demais outros, inseridos, porm no cumpridos quanto a destinao a esta parcela momentnea (condenados), na Constituio Federal do Brasil. Feitas ponderaes, e de acordo com Kaehne, so situaes desumanas que levam ao aumento dos crimes, estando uma diretamente ligada a outra:

So situaes como essas que fazem com que os seres humanos recolhidos aos crceres, que nica e exclusivamente, perderam a liberdade, mas no a dignidade, saiam dali embrutecidos, animalizados, bestializados, prontos a cometer no mais aquele crime que os levou aos crceres, mas outros mais violentos [...]. (KAENE 2001)

Novamente entrando nas tangentes de direitos sociais a Constituio Federal traz em seu artigo 5, e incisos, garantias fundamentais que asseguram ao encarcerado o direito a dignidade, mesmo estando preso este direito no pode ser ferido. Vejamos: Art. 5, III ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (CONSTITUIO FEDERAL art. 5)

O principal objetivo deste dispositivo evitar a prtica de atos cruis e desumanos, tortura esta seja fisicamente, psicologicamente ou moralmente.

Art. 5, XLVII no haver penas:a)De morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;b)De carter perptuo;c)De trabalhos forados;d)De banimento;e)Cruis;

Este artigo consagra o princpio da humanizao da pena. Art.. 5, XLVIII a pena ser cumprida em estabelecimento distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; (CONSTITUIO FEDERAL art. 5)No inciso XLVIII, propicia ao condenado o direito de cumprir sua pena em estabelecimento compatvel com o crime cometido. A importncia deste dispositivo na reabilitao do condenado, evitando que presos de menor periculosidade tenham convivncia com presos de maior periculosidade. Art. 5, XLIX assegurado aos pesos o respeito integridade fsica e moral.Intrinsecamente notamos que os princpios esto interligados, um levando ao outro e a necessidade de nova complementao. Sabemos que este inciso acima, no atinge sua finalidade, diante do caos que se encontra o sistema penitencirio. A realidade dos presdios e delegacias encontram-se em conflito, ante a falta de estrutura, onde o que se encontra a falta de recursos para oferecer o mnimo de dignidade ao condenado, celas superlotadas, falta de higiene, a violncia dentro dos prprios presdios, garantias constitucionais totalmente violadas, que contribuem para agravar a crise que se encontra o sistema penitencirio no pas e o aumento da criminalidade, no alcanando assim a finalidade que a esses rgos atribuda.Tentaram at defender a privatizao para solucionar esta crise.O surgimento da privatizao do sistema prisional foi idealizado por Jeremy Bentham, no sculo XVIII, com a finalidade de evitar maus tratos aos presos e pelos problemas que vemos at hoje no sistema penitencirio brasileiro por exemplo, defendendo que o administrador podia obter lucros na administrao da penitenciria, mediante contrato escrito, entregando ao particular o poder de gerenciar a priso, podendo ser utilizada como fbrica. Segundo o idealizador as vantagens eram a economia. Por volta do sculo XIX, alguns Estados norte-americanos, tais como os Estados Unidos, Frana, Inglaterra, Nova Zelndia, Austrlia, adotaram a privatizao no sistema penitencirio, entregando ao particular a administrao. Num artigo publicado, Luiz Flavio Gomes explica:

Desde 1980, especialmente no E.U.A, o sistema penal vem produzindo o sub produto da superpovoao dos presdios. Tudo comeou como fruto da poltica econmica neoliberal de Reagen (que contou, nessa iniciativa, com a co-autoria de Tatcher). Cabe considerar que desde essa poca, paralelamente, vem se difundindo o fenmeno da privatizao dos presdios. (GOMES 2007)

Assim, continua Luiz Flvio Gomes:Desde 1980, especialmente nos E.U.A., o sistema penal vem produzindo o sub-produto da superpovoao dos presdios. Tudo comeou como fruto da poltica econmica neoliberal de Reagan (que contou, nessa iniciativa, com a co-autoria de Tatcher). Cabe considerar que desde essa poca, paralelamente, vem se difundindo o fenmeno da privatizao dos presdios, que deu origem a uma das mais destacadas facetas das indstrias das prises.(GOMES 2007)

Os sistemas prisionais desde sempre se mostraram ineficazes, inadequados e insuficientes, sendo comum torturas e massacres.De acordo com Grecianny de Carvalho Cordeiro, a idia da privatizao surgiu em meio a um sistema penitencirio falido, in verbis:

A idia de contempornea de privatizao dos presdios surgiu em meio a um sistema penitencirio falido, onde a pena de priso, forma de sano ainda aplicada na grande maioria dos crimes, encontra-se em franco declnio, marcado por uma excessiva crueldade e responsvel pelo completo perdimento da pessoa do preso para o retorno da vida em sociedade. (CORDEIRO 2006).

No ano de 1999, iniciou-se o processo de privatizao dos presdios no Brasil, com a inaugurao da penitenciria industrial de Guarapuava, no Paran onde cerca de 240 presos ganham salrio trabalhando na produo de sofs. E a Penitenciria Regional e Industrial do Cariri no Cear, que abriga 550 presos, que trabalham em quatro pequenas industrias. Em agosto de 2012 foi inaugurado o primeiro complexo penitencirio construdo por meio de parceria pblico-privada no Brasil, o presdio fica em Ribeiro das Neves, regio metropolitana de Belo Horizonte - MG.Os problemas encontrados nas penitencirias brasileiras, em especial a superlotao, presos vivendo em situaes desumanas, ferindo assim, as garantias constitucionais, e contribuindo com a ineficcia da pena, que so a punio, a preveno e a reeducao. Bitencourt enumera as principais deficincias encontradas na maior parte dos sistemas penitencirios:

A falta de oramentos pblicos, pois tais sistemas, no so considerados como necessidade prioritria; pessoal tcnico despreparado, o que impede um bom relacionamento com os internos; o predomnio da ociosidade e a ausncia de programas, que possibilitem a efetiva ressocializao do interno. Todos esses fatores convertem a priso em um castigo desumano. (BITTENCOURT 2004)

O termo privatizao pode dar uma idia de transferncia do poder estatal para um ente privado, porm trata-se de uma idia equivocada, seria uma espcie de terceirizao da administrao das penitencirias, com a superviso e aprovao do Estado, pois os presdios continuariam sob a responsabilidade do Estado, sendo esta funo jurisdicional indelegvel, que cuidar exclusivamente da funo material da execuo penal, ou seja, por meio do juiz que determinar quando um homem poder ser preso, quando e como ser a punio, qual o tempo de pena, por outro lado o administrador particular ser responsvel pela limpeza, alimentao, vesturio, instalaes e principalmente o fim da ociosidade, sendo estas substitudas por horas trabalhadas, estudo, cursos profissionalizantes, enfim servios que so indispensveis num presdio.De acordo com Adolfo, "a vigilncia e a fiscalizao ficariam a cargo de contratados na iniciativa privada, que teria que trein-los, uniformiz-los, aliment-los [...] criando desta forma empregos e incrementando a economia das regies"(ADOLFO 2003).Com a privatizao do sistema prisional, alega-se que sero obtidas vantagens com a transferncia da gesto para o particular, um desses benefcios a economia do Estado com o Sistema Penitencirio e a eficincia na consecuo da pena que pode ser alcanada pela iniciativa privada. Sabemos da ineficincia do Estado e alguns servios tidos como essenciais comearam a ser controlados pela iniciativa privada, ou mesmo com a terceirizao de alguns servios essenciais, tais como o vesturio, alimentao, limpeza, servios mdicos e odontolgicos, psicologia, enfermaria, dentre outros. Nesse sentido, Rita Andrea Rehem Almeida Tourinho esclarece: Alias, a questionvel falta de eficincia da Administrao Pblica, muitas vezes fruto da incompetncia de alguns gestores pblicos, tem servido de coro para justificar as privatizaes que vm ocorrendo no cenrio nacional. Sabe-se que o regime de vingana privada, como forma de composio de conflito na seara penal, evoluiu instituio do monoplio do exerccio do poder de punir atribudo somente ao Estado. Compete ao Estado exercitar e executar o jus puniendi. Assim, no exerccio do jus puniendi, cabe-lhe a realizao do direito penal material, concretizado na sentena condenatria. J na execuo da pena, o Estado-Administrao atua atravs de seu rgos, embora sob controle jurisdicional. Nesse diapaso a responsabilidade pela assistncia e integridade fsica e moral de um condenado em regime de cumprimento de pena cabe ao Estado. Em virtude do que determina o Art. 5..., XLIX, da Constituio Federal, combinado com os artigos 40 e 41, o que vier a acontecer com o condenado em cumprimento de pena, poder ser imputado ao Estado na forma do Art. 37, ....6....da Carta Constitucional. O art. 75 da Lei de Execuo Penal estabelece os requisitos necessrios para "ocupante do cargo de diretor de presdio". O art. 76, por sua vez, refere-se organizao do quadro pessoal penitencirio. J o art. 77, trata da escolha de pessoal administrativo, dispositivos, conclui-se que as funes de diretor, chefia de servios e de assessoramento tcnico, no so passveis de terceirizao.(TOURINHO 2003)

Existem doutrinadores, juristas e estudiosos, que so contra a privatizao do sistema prisional, e o principal ponto de discrdia est em relao entrega do direito de punir, que pertence exclusivamente ao Estado, vejamos o posicionamento de alguns desses estudiosos:Fernando Capez declarou ser a favor da privatizao:

Sou a favor da privatizao do sistema prisional, desde que haja investimento de capital privado desde o princpio. Se isso ocorrer na construo do presdio na implementao de estruturas que sejam capazes de dar concretura a Lei de Execuo Penal, a privatizao bem vinda.(CAPEZ 2010)

Nesse mesmo sentido se posicionou Luiz Flavio D Urso:

Sou amplamente favorvel privatizao, no modelo francs (que se assemelha ao que esta sendo adotado no Brasil) e as duas experincias brasileiras, uma no Paran h um ano e a outra no Cear, h dois meses, h de se reconhecer que so um sucesso, no registram uma rebelio ou fuga e todos que orbitam em torno dessas unidades, revelam que a "utopia" de tratar o preso adequadamente pode se transformar em realidade no Brasil.(D URSO 2009)

Sustentam alguns doutrinadores que a privatizao inconstitucional, sendo que a atual Legislao no permite a delegao de servio penitencirio iniciativa privada. Ferindo a tica moral, ou seja, o principio da dignidade. Arajo Junior contra a privatizao do sistema penitencirio, neste sentindo observa:[...], portanto, o Estado, seja do ponto de vista moral, seja do ponto de vista jurdico, no est legitimado para transferir a uma pessoa, natural ou jurdica, o poder de coao de que est investido, e que exclusivamente seu, por ser, tal poder, violador do direito de liberdade.(ARAUJO JUNIOR 1995)Joo Marcello de Arajo Junior acredita no ser possvel delegar este tipo de servio iniciativa privada, assim menciona:[...] que no Brasil a privatizao possui obstculos de trs ordens: obstculos ticos, jurdicos e polticos. O autor explica que a nica coao moralmente vlida a exercida pelo Estado atravs da imposio e execuo de penas ou outras sanes, no estando o Estado legitimado, do ponto de vista moral, a transferir a qualquer outra pessoa esse poder de coao de que est investido e que exclusivamente seu. (ARAUJO JUNIOR 1995). As vantagens e desvantagens da privatizao do sistema penitencirio tm sido bastante discutidas, mas unnime a posio dos doutrinadores quanto falncia do atual sistema carcerrio brasileiro. As vantagens com a privatizao seria repassado aos entes privados a responsabilidade quanto educao, vesturio, alimentao, higiene, tratamentos mdicos e odontolgicos, assistncia psicolgica e jurdica, alm da oportunidade de aperfeioar profissionalmente, tendo mais possibilidades quando do retorno sociedade.As desvantagens a perda do Estado em relao ao poder de aplicar da execuo da pena, a possibilidade de falncia da empresa co-gestora, a possibilidade que essas empresas privadas possam cair nas mos de crimes organizados.A possibilidade de se conseguir ressocializar um apenado no sistema prisional hoje existente, quase nulo, basta observarmos o nmero de reincidncia, o aumento da criminalidade, estes nmeros servem apenas para comprovar a falncia que se encontra o sistema carcerrio brasileiro, no qual o condenado ao cumprir sua pena comete novos crimes.

Est demonstrado que o sistema penitencirio brasileiro esta em crise, podendo ser apontado diverso situaes, entre elas, falta de investimento pblico, condies desumanas que o encarcerado submetido, falta de profissionais capacitados, corrupo, rebelies.Renan Calheiros acredita ser necessrio buscar um modelo de atendimento mais eficiente, dentro das regras do Estado de Direito, com princpios de humanizao, assim considera:

O contedo retributivo do mal conseqente do crime, sendo assim as entidades devem conceder ao cidado privado da liberdade, como um reeducando, ou seja, algum precisa ser submetido a um processo de reeducao onde ele tenha acesso a educao, trabalho, lazer e acima de tudo respeito a vida, para que amanh ele possa ser um egresso, ou seja, algum que volte a sociedade e todos os acolham como pessoa e no mais como marginal. (RENAN 1998)

O Estado o responsvel por estabelecer a ordem, a Lei e a segurana, mas o que encontramos so celas super lotadas, direitos e garantias individuais suprimidas, descumprindo sua funo de garantir a integridade fsica e moral dos encarcerados, ferindo o artigo 5 e inciso XLIX da Constituio Federal:

Art: Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:XLIX assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral;(CONSTITUIO FEDERAL art. 5)

O encarcerado tem todos os direitos no atingidos pela sentena, tem garantido a inviolabilidade do direito vida e segurana, alm do respeito a integridade fsica e moral, e podemos observar que o Estado tem falhado em suas obrigaes.O artigo 88 da Lei de Execuo Penal ainda prev como deve ser tratado o condenado: O condenado ser alojado em cela, individual, que conter dormitrio, aparelho sanitrio e lavatrio.(LEI 7210/84 art. 88)O legislador procurou oferecer um ambiente condizente com as necessidades bsicas do ser humano, mas o que temos um amontoado de pessoas em condies desumanas, ou seja o Estado inerte. Como a privatizao do sistema penitencirio, ser terceirizado os servios com alimentao, vesturio, assistncia mdica, jurdica, odontolgica, vigilncia, lazer, entre outros, permanecendo o Estado com a tutela do Estabelecimento, nos aspectos relacionados s atividades jurisdicionais ou de cunho administrativo judicirio.O encarcerado alm de ter melhores condies para o cumprimento da pena poder substituir a ociosidade, por horas dirias de trabalho, podendo aprender uma profisso atravs do trabalho desenvolvido dentro das unidades e com isso ter sua pena diminuda e tambm uma remunerao que colaborar com o sustento de sua famlia, com isso se preparando para a reintegrao social. Primeiramente o Estado no pode se desvincular de suas obrigaes, que so indelegveis e intransferveis, somente o Estado pode punir, ou seja, privar algum de sua liberdade, estaria ferindo vrias determinaes legais e constitucionais. Tal afirmao est prevista no artigo 2 e artigo 144 ambos da Constituio Federal, vejamos: Art. 2. So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio. (CONSTITUIO FEDERAL art. 2 e 144)Vejamos tambm o artigo 144 da Constituio Federal:

Art. 144. A segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio, atravs dos seguintes rgos:I - polcia federal;II - polcia rodoviria federal;III - polcia ferroviria federal;IV - policiais civis;V - policiais militares e corpos de bombeiros militares.

Nesse mesmo sentindo vejamos o artigo 24, pargrafo 1 da Constituio Federal:

Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 1 - direito tributrio, financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico;(CONSTITUIO FEDERAL art.24)

Podemos observar que a represso da criminalidade e da violncia, a administrao da justia e a manuteno das foras de segurana so deveres do Estado, previstos na Constituio Federal.Alm do mais, vale a pena lembrar que o particular privado e visa lucro e a pessoa humana no pode ser tratada como mercadoria. Nesse sentido o doutrinador Minhoto, ressalva o seguinte: [...] a privatizao das prises mostra muito bem como a reestruturao econmica por meio das foras de mercado aniquila os mais elementares direitos fundamentais e corri tanto os padres ticos quanto as prprias estruturas jurdicas-polticas do Estado de Direito. (MINHOTO 2000)

O artigo 26, caput, do Cdigo Penal dispe que isento de pena o agente que, por doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ao ou da omisso, inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (BRASIL, 2013b).Se o agente, no tempo da ao ou omisso do crime, no possuir a integridade de suas faculdades mentais, o Estado, em vez de aplicar pena, aplicar medida de segurana (MARCO, 2008, p. 254). A medida de segurana aplicada atravs de sentena absolutria imprpria, sendo que pode ser atravs de tratamento ambulatorial e internao, para delitos mais graves. Segundo Bruno de Morais Ribeiro, As medidas de segurana so verdadeiras sanes penais, pois participam da natureza da pena, tendo, porm existncia em funo da perigosidade do agente. Penas e medidas de segurana so, portanto, a nosso ver, duas espcies do mesmo gnero: o gnero sano penal. Por essa razo, o nosso sistema legal prev a possibilidade de substituio da pena privativa de liberdade por medida de segurana, no caso de agente semi-imputvel (MARCO, 2008, p. 257).A internao, conforme artigo 96, inciso I, do Cdigo Penal, ser feita em hospital de custdia e tratamento psiquitrico ou, falta, em outro estabelecimento adequado, sendo que o pargrafo nico, do mesmo artigo, dispe que se houver extino da punibilidade no ser imposta medida de segurana (BRASIL, 2013b).As causas de extino da punibilidade do agente esto presentes no artigo 107 do Cdigo Penal: morte do agente (inciso I), anistia, graa, ou indulto (inciso II), retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso, tambm chamada de abolittio criminis (inciso III), prescrio, decadncia e perempo (inciso IV), renncia do direito de queixa ou pelo perdo aceito, nos crimes de ao privada (inciso V), retratao do agente (inciso VI) e perdo judicial (inciso IX).O artigo 112, caput, da Lei de Execuo Penal, prev que a pena privativa de liberdade dever ser cumprida de forma progressiva, com a transferncia para o regime mais brando. Sempre que o condenado cumprir um sexto da pena no regime anterior, alm de demonstrar bom comportamento, o juiz poder determinar a progresso de regimes (MARCO, 2008, p. 115).Assim, se durante a fase de execuo da pena ocorrer retroatividade de lei que no mais considera o fato criminoso, o Estado ter que extinguir a punibilidade do agente. Por exemplo, o adultrio deixou de ser crime, desse modo, todos os condenados pelo delito de adultrio tiveram sua punibilidade extinta.

2. RESULTADOS

Os objetivos so importantes, pois so os vetores da busca de uma realidade melhor. Dessa forma, ampliar a capacidade de gesto, atendendo as demandas resultantes da expanso e maior competitividade no cenrio internacional representa a proposta de futuro e de manuteno da empresa. Alm de objetivar assegurar a lucratividade, sem perder as experincias acumulados e aumentar a transparncia com acionistas e mercado de capitais.J nosso foco, em segurana pblica, o gerenciamento de crise tem duplo objetivo: preservar vidas e aplicar a lei e, estes objetivos, devem ser buscados exaustivamente.A maior prioridade dada sinergia estratgica, pois leva ao cumprimento de metas de longo prazo e sustentabilidade. A integrao de sistemas de gesto na segurana privada deve ser coordenada por lidar com os aspectos em um nico e no em vrios rgos administrativos. Isto implica que o tamanho de uma equipe de gesto de segurana privada, automaticamente dita que necessita, portanto, de um grau de integrao e ir, obviamente, ser afetada pela sua dimenso se no bem gerida.Assim considerando a definio da gesto estratgica como parte substancial do que a empresa pretende em termos de definio de seu planejamento estratgico uma fase bastante delicada e que exige preciso por parte dos colaboradores do plano e da alta administrao. Assim, a Gesto de Segurana Privada tem por objetivo delinear como se d a formao qualificada de profissionais para gerir empresas e reas de segurana patrimonial interna ou terceirizada. Por meio dos conhecimentos adquiridos nas atividades terico prticas e habilitados para a ampla compreenso dos princpios gerais e dos fundamentos que norteiam a gesto empresarial dos recursos humanos e materiais envolvidos, os profissionais tem de estar aptos para anlise, planejamento, execuo e controle das operaes de segurana.J na gesto de segurana Pblica podemos conceber que o primeiro passo melhorar a reincidncia de crimes, melhorando o sistema penitencirio para que hajam recuperaes no mesmo ao invs s de punio e privao de liberdades.

5. CONSIDERAES FINAIS

A Lei n 12.313/ 2010, que alterou a Lei de Execuo Penal, Lei n 7.210/84, inseriu em seu captulo IX, nos artigos 81-A e 81-B, o dever de atuao da Defensoria Pblica na fase de execuo da pena para efetivar o direito de acesso justia das pessoas em fase de execuo, cabendo ao defensor pblico requerer, por exemplo, extino da punibilidade (artigo 81-B, inciso I, alnea c), remio de pena (artigo 81-B, inciso I, alnea e), progresso de regime, suspenso condicional da pena, livramento condicional (artigo 81-B, inciso I, alnea h), entre outros benefcios de execuo penal. Art. 81 A. A Defensoria Pblica velar pela regular execuo da pena e da medida de segurana, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execuo, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instncias, de forma individual e coletiva (BRASIL, 2013e).Neste sentido, o papel da Defensoria Pblica, ou assistncia jurdica gratuita e integral, muito importante, pois atravs dela que os condenados pena privativa de liberdade tero seus direitos assegurados. O artigo 2, da Lei n. 7.210, de 1984, estabelece que a jurisdio penal dos juzes ou tribunais de Justia ordinria, em todo o territrio nacional, ser exercida, no processo de execuo, na conformidade desta Lei e do Cdigo de Processo Penal (BRASIL, 2013e). O referido artigo justifica a inteno do Estado de fornecer os mesmos direitos e garantias que o acusado possui na fase de conhecimento ao condenado. Assim, garantido o direito ao contraditrio e a ampla defesa.A Lei de Execuo Penal representa, como lembra Ren Ariel Dotti, um marco divisrio entre a marginalizao absoluta do condenado e a oportunidade para que ele exera os seus direitos. Porm, uma das crticas costumeiramente ouvidas contra a referida Lei a de que ela resulta de Projeto elaborado por um grupo de sonhadores e idealistas, distantes da realidade carcerria. Vale citar alguns direitos presentes na Lei de Execuo Penal: aplicao de medida de segurana, declarao de extino da punibilidade, progresso de regimes, remio de pena, livramento condicional, suspenso condicional da pena, sadas temporrias etc.A privatizao dos presdios uma forma de gerenciamento, baseado no argumento de melhoria das condies de vida do encarcerado, viabilizando a ressocializao, sem necessidade de nus ao Estado, e na suposta reduo dos crescentes custos com do Estado com os encarcerados, entretanto a verdadeira inteno de privatizar os presdios surge baseados em interesses econmicos e de manuteno de polticas excludentes atravs do controle social repressivo, confirmando a relao entre o crcere e o trabalho penal, torna-se inconcebvel a implementao de um sistema penal baseado na obteno de lucros s custas do trabalho do condenado.Com a privatizao teremos uma indstria de criar presos, com um nico interesse de se obter lucro. O encarcerado volta a ser visto como objeto, volta a serem tratados como mercadorias, sendo que o ente particular no ter a devida preocupao com a reabilitao do preso, pois no este seu principal objetivo. Enquanto o Estado no ter mais qualquer responsabilidade para com o preso.No sistema penal brasileiro existem trs tipos de regime de penas: regime fechado, regime semi-aberto e regime aberto. A pena de deteno prev o regime semiaberto e o aberto, enquanto a pena de recluso prev, tambm, a possibilidade de regime fechado.A privatizao se faz em termos necessria exatamente porque o sistema penitencirio no est de acordo, e at urgente de acordo com muitos dos argumentos vistos nos estudos pelos autores, mas tambm se expos o como essa privatizao est invivel no panorama do estado atual, e da constituio atual.Com j dito anteriormente, primeiramente o Estado no pode se desvincular de suas obrigaes, que so indelegveis e intransferveis, e desta forma sabemos tambm do princpio em que somente o Estado pode punir, ou seja, privar algum de sua liberdade, estaria ferindo vrias determinaes legais e constitucionais, e isto no pode partir de uma iniciativa privada mesmo que regulada pelas leis do estado e pela constituio de nosso pas.Ento, resta-nos como uma soluo mais vivel e prtica de aplicar at na legislao o uso de penas alternativas de forma mais ampla do que estamos utilizando e de forma tambm eficiente pois o sistema penitencirio atual no est recuperando e apenas servindo como punio o que est longe de ser o real e nico objetivo da recluso. Esta seria a primeira gesto da crise em segurana pblica que estamos enfrentado no panorama atual do Brasil.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

ANDRADE, Maria Margarida de. Introduo Metodologia do Trabalho Cientfico. So Paulo: Editora Atlas S/A, 2003.

BEUREN, Ilse Maria; LONGARAY, Andr Andrade. Como Elaborar Trabalhos Monogrficos em Contabilidade:Teoria e Prtica. So Paulo: Atlas, 2006.BEUREN, Ilse Maria (org). Como elaborar trabalhos monogrficos: teoria e prtica. Longaray A.; Raupp F.; Souza M.; Colauto R.; Porton R. 2. ed. So Paulo Atlas, 2003.CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia cientfica. 4. ed. So Paulo: Makron Books, 1996.GIL, Antonio Carlos. Estudo de Caso. So Paulo: Atlas, 2009.148 p.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. So Paulo:Atlas, 2002.GIL, Antnio Carlos. Como elaborar trabalhos cientficos. So Paulo: Atlas, 1999.LAKATOS, Eva Maria. Metodologia cientifica. So Paulo: Atlas, 2006. LAKATOS, E.M.; MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia cientfica. 5 ed. So Paulo: Atlas, 2003.MARTINS, Gilberto de Andrade e LINTZ, Alexandre. Guia para Elaborao de Monografias e Trabalhos de Concluso de Curso. So Paulo : Atlas, 2000.OLIVEIRA, Silvio Lus de. Tratado de metodologia cientfica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertaes e teses. So Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatrios de pesquisa em administrao. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2004. 96 p.

SILVA, Edna Lcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaborao de dissertao. 3. ed. Florianpolis: Laboratrio de Ensino a Distncia da UFSC, 2001. Disponvel em: . Acesso em: 07/08/2014 s 16:49horas.

AGUIAR, Maria Aparecida Ferreira de. Psicologia Aplicada Administrao. So Paulo, Excellus, 1999. BERGAMINI, Ceclia Whitaker. Psicologia Aplicada a Administrao de Empresa: Psicologia do Comportamento Organizacional. So Paulo, Editora Atlas, 1996.BYHAM, William C. Zapp! O poder da energizao. Rio de Janeiro, Editora Campus, 2005.CASTRO, Alfredo P.de; Maria, Valria Jos.Motivao de Equipes Virtuais. So Paulo, Ed Gente, 1999.DUBOIS, D. A. and Rothwell, W. J. (2004). Competency-Based Human Resource Management (Palo-Alto, CA: Davies-Black).DUTRA, J.S. Administrao de Carreiras.So Paulo: Editora Atlas, 1996, 7 Tiragem.HOFFMANN, Silvana Carvalho.SistemasdeGestoIntegrados - Qualidade, Meio Ambiente, Responsabilidade Social, Segurana e Sadedo Trabalho, Senac Editora, 2008JURAN, J. M. Juran Planejando para a qualidade. 2.ed.So Paulo: Enio Matheus Guazzelli & CIA Ltda, 1992.KOZICKI, S. Negociao Criativa.Conselhos e tcnicas p/ o melhor resultado.1Ed.SP. Futura1999.LEITE, Rita Mara et al . Business budget: a survey of scientific production in the period from 1995 to 2006. Rev. contab. finan.,So Paulo,v. 19,n. 47,Aug.2008 .LIMA, Debora Cristina Sardeli de et al. Gesto do conhecimento organizacional. XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUO A integrao de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentvel. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008PINHEIRO, Angelo Bernard Como gestores controlam o trabalho intensivo em tecnologia? Journal of Technology Management & Innovation Universidad Alberto Hurtado, Facultad de Economa y Negocios Recebido 28 de maio.2010 / Aceito 10 de agosto de 2010 J. Tecno.Manag.Innov.2010, Volume 5, Issue 2 ISSN: 0718-2724.(Http://www.jotmi.org)SANTO, Alexandre do Esprito.Delineamentos de metodologia cientfica. So Paulo: Edies Loyola, 1992.

SHAPIRO, Janet. Strategic Planning Toolkit by 2007 Disponvel em Acesso em 07/082014 s 20 horas.

ZAFEIROPOULOS, Ioannis et al . Installing an ERP System with a methodology based on the principles of goal directed project management.JISTEM J.Inf.Syst. Technol. Manag. (Online), So Paulo, v. 6, n. 3, 2009 . Available from .http://dx.doi.org/10.4301/S1807-17752009000300001 acesso em 12/08/2014 s 16:37 horas..

SIMMS, Jane. Controlling a crisis. Marketing .London.2000.

HAMILTON, Dennis C. As bases do gerenciamento de crise. HSM Management julho de 2004.

LUECKE, Richard. Gerenciando a Crise. 1. ed. Rio de Janeiro: Record, 2007.

NEVES, Roberto de Castro. Comunicao Empresarial Integrada. 1 ed. Rio de Janeiro: Mauad, 2000.

NEVES, Roberto de Castro. Crises empresariais com a opinio pblica: como evita-las e administr-las. 1. ed. RJ: Mauad, 2002.

OLIVEIRA, D. P. R. de. Planejamento Estratgico: Conceitos, metodologia, prticas. 14 ed. So Paulo: Atlas, 1999.ADOLFO, Lcio. A Execuo Penal no Brasil. Consulex: Revista Jurdica, v. 7, n.159, ago., 2003ALMEIDA, Gevan de. O Crime Nosso de Cada Dia. Rio de Janeiro: Editora Impetus. 2004.

ARAUJO JUNIOR, Joo de Marcello de. Privatizao das Prises. So Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 1995.

ARAJO JNIOR, Joo Marcelo de (Coord.) Privatizao das prises. So Paulo: Revista dos Tribunais, 1995.

ANDRADE, Maria Margarida de. Introduo Met