janeiro 2009 É preciso nunca esquecer lei seca será ... · natal é mais antiga que o próprio...

16
FALANDO NISSO Página 2 É preciso nunca esquecer... O inicio da noite de sexta-feira, 13 de Dezem- bro de 1968, mudaria a vida política e cultural do Brasil pelos 10 anos e 18 dias seguintes, até final do ano de 1978. Naquela data, há 40 anos, o Presidente-Militar Artur da Costa e Silva aprovou o Ato Institucional número 5 (AI-5), depois de mais de duas horas de reuni- ão com os 25 membros do Conselho de Segu- rança Nacional. JANEIRO 2009 Lei Seca será aplicada também a embarcações no Litoral Norte do Estado de São Paulo Operação Verão usará bafômetros neste Verão de 2009, para coibir o uso de bebidas alcoólicas também para quem dirige barcos, muito embora esta não seja uma Lei Nova. Segundo a Diretoria de Portos e Cos- tas, 65% dos acidentes têm causa humana. Destes, 85% têm origem em violações ás Leis existentes, como por exemplo a ingestão de álcool. Esta fiscalização deverá ser mais intensiva até ao Carnaval de 2009. Os níveis de álcool tolerados no sangue, serão os mesmos definidos na Lei aplicada aos carros 0,3mg. NOSSA SAÚDE Página 10 Apenas 1,8% da população brasileira doa sangue. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, para manter os esto- ques regulares é necessário que 3 a 5% da população faça isso regularmente. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 49% das doações no Brasil são voluntárias. Quer ajudar a salvar vidas? Procure um Serviço de Hemato- logia e Hemoterapia de sua cidade. Caso não saiba, procure informações junto á Prefeitura do seu Município. DOAR SANGUE É AJUDAR A SALVAR UMA VIDA Educar para quê? Página 05 Biografias 06 Ecossistemas 07 Três formas de terror 08 Aquecimento global 09 Terceira idade 12 Chico Mendes 16 Escola, Família e Sociedade 12 Projeto Planta Brasil 14 Projeto Educar 14 Curiosidades 15 A Confissão de João Ramalho 13 O que é , e motivações deste projeto. Conheça, divulgue e participe. www.plantabrasil.brazi.us Não bastasse isso, ainda a população de São José dos Campos - SP vê suas riquezas naturais serem relegadas ao abandono. Dá para acreditar que esta lagoa era piscatória, linda e sem cheiro ruim e preservada? Hoje é uma poça de á- gua morta, com seu ecossistema sendo deteriorado e com mosquitos... E pior, ao lado de duas Escolas uma Ensino Fundamental e outra uma Creche da própria prefeitura... Leia mais: Página 10 O MISTICISMO DAS PEDRAS Página 11 A Árvore de Natal A origem da árvore de Natal é mais antiga que o próprio nasci- mento de Jesus Cris- to, ficando entre o segundo e o terceiro milênio A.C.. Naquela época, uma grande variedade de povos indo-europeus que estavam se expandindo pela Europa e Ásia consideravam as árvores uma expressão da energia de fertilidade da Mãe Natureza, por isso lhes rendiam culto. O carvalho foi, em muitos casos, considerado a rainha das árvores. No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diferentes enfeites nele para atrair o espírito da natureza, que se pensava que havia fugido. A árvore de Natal moderna surgiu na Alemanha e suas primeiras referências datam do século 16. Foi a partir do século 19 que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados Unidos, Porto Rico e depois, já no século 20, virou tradição na Espanha e na maioria da América Latina. FEITA COM GARRAFAS PET Cristais de Quartzo Diamante Esmeralda São José dos Campos já foi referência em tratamento para doenças respiratórias. Hoje, a cidade é a terceira mais poluída do Estado, aumentando o risco de doenças pulmonares crônicas, além de crises de asma e bronquite. Patrocinador Oficial RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor

Upload: trananh

Post on 09-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

FALANDO NISSO Página 2

É preciso nunca esquecer... O inicio da noite de sexta-feira, 13 de Dezem-bro de 1968, mudaria a vida política e cultural do Brasil pelos 10 anos e 18 dias seguintes, até final do ano de 1978. Naquela data, há 40 anos, o Presidente-Militar Artur da Costa e Silva aprovou o Ato Institucional número 5 (AI-5), depois de mais de duas horas de reuni-ão com os 25 membros do Conselho de Segu-rança Nacional.

JANEIRO 2009

Lei Seca será aplicada também a embarcações no Litoral Norte do Estado de São Paulo

Operação Verão usará bafômetros neste Verão de 2009, para coibir o uso de bebidas alcoólicas também para quem dirige barcos, muito embora esta não seja uma Lei Nova. Segundo a Diretoria de Portos e Cos-tas, 65% dos acidentes têm causa humana. Destes, 85% têm origem em violações ás Leis existentes, como por exemplo a ingestão de álcool. Esta fiscalização deverá ser mais intensiva até ao Carnaval de 2009. Os níveis de álcool tolerados no sangue, serão os mesmos definidos na Lei aplicada aos carros 0,3mg.

NOSSA SAÚDE Página 10

Apenas 1,8% da população brasileira doa sangue. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, para manter os esto-ques regulares é necessário que 3 a 5% da população faça isso regularmente. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 49% das doações no Brasil são voluntárias. Quer ajudar a salvar vidas? Procure um Serviço de Hemato-logia e Hemoterapia de sua cidade. Caso não saiba, procure informações junto á Prefeitura do seu Município.

DOAR SANGUE É AJUDAR A SALVAR UMA VIDA

Educar para quê? Página 05

Biografias 06

Ecossistemas 07

Três formas de terror 08

Aquecimento global 09

Terceira idade 12

Chico Mendes 16

Escola, Família e Sociedade 12

Projeto Planta Brasil 14

Projeto Educar 14

Curiosidades 15

A Confissão de João Ramalho 13

O que é , e motivações deste projeto. Conheça, divulgue e participe. www.plantabrasil.brazi.us

Não bastasse isso, ainda a população de

São José dos Campos - SP vê suas riquezas

naturais serem relegadas ao abandono.

Dá para acreditar que esta lagoa era piscatória, linda e sem cheiro ruim e preservada? Hoje é uma poça de á-gua morta, com seu ecossistema sendo deteriorado e com mosquitos... E pior, ao lado de duas Escolas uma Ensino Fundamental e outra uma Creche da própria prefeitura...

Leia mais: Página 10

O MISTICISMO DAS PEDRAS Página 11

A Árvore de Natal

A origem da árvore de Natal é mais antiga que o próprio nasci-mento de Jesus Cris-to, ficando entre o segundo e o terceiro milênio A.C.. Naquela época, uma grande variedade de povos indo-europeus que estavam se expandindo pela Europa e Ásia consideravam as árvores uma expressão da energia de fertilidade da Mãe Natureza, por isso lhes rendiam culto. O carvalho foi, em muitos casos, considerado a rainha das árvores. No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diferentes enfeites nele para atrair o espírito da natureza, que se pensava que havia fugido. A árvore de Natal moderna surgiu na Alemanha e suas primeiras referências datam do século 16. Foi a partir do século 19 que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados Unidos, Porto Rico e depois, já no século 20, virou tradição na Espanha e na maioria da América Latina.

FEITA COM GARRAFAS PET

Cristais de Quartzo Diamante Esmeralda

São José dos Campos já foi referência em tratamento para doenças respiratórias. Hoje, a cidade é a terceira mais poluída do Estado, aumentando o risco de doenças pulmonares crônicas, além de crises de asma e bronquite.

Patrocinador Oficial

RE

CIC

LE

IN

FO

RM

ÃO

: P

asse

est

e jo

rnal

par

a ou

tro

leit

or

Page 2: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 02

Para anunciar: 0 xx 12—3902.4434 - www.redevalecomunicacoes.com

Gazeta Valeparaibana é um jornal gratuito distribuído mensalmente em mais de 80 cidades, do Cone Leste Paulista, que compõe as Regiões: Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê. Editor: João Filipe Frade de Sousa Tiragem mensal: de 10.000 exemplares, comprovada por Nota Fiscal. Editado e distribuído por: Rede Vale Comunicações

Email: [email protected] Impressão: AGG - Artes Gráficas Guaru, Ltda. Fone: 0xx12 - 9114.3431 ou 3902.4434 Designe e artes gráficas: Rede Vale Comunicações

O jornal Gazeta Valeparaibana é um joint venture do grupo Rede Vale Comunicações e está presente mensalmente em mais de 80 cidades do Cone Leste Paulista, com distribuição gratuita em mais de 2.780

Escolas Públicas e Privadas.

Falando por isso

A Comunicação e a Gazeta Valeparaibana “A comunicação é uma questão crucial para o futuro da humanidade. Pode levar à reconciliação ou à destruição. Pode trazer conhecimento, verdade e inspiração ou espalhar desinformação, mentira e maus cos-tumes. A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade de vida como a comida, a moradia, a saú-de e a educação”.

Convenção de Manila

O Homem ainda não percebeu quanto se deve manter próximo e amigo da árvore.

Sustentabilidade x

Responsabilidade Social

Estas serão as temáticas que deverão estar sendo dis-cutidas, rediscutidas e que nos irão direcionar nos rumos, para a economia mundial, que direcionará o Mundo para uma conduta social mais sustentável, no respeito ao ser humano e seu habitat. Temos que reconsiderar valores e determinar rumos, para assim alcançarmos uma sociedade mais justa e igualitária, com menos violência e, um habitat mais limpo e preservado.

Filipe de Sousa

Poema da mente...

Há um Primeiro-Ministro que mente, Mente de corpo e alma, completa/mente. E mente de maneira tão pungente, Que a gente acha que ele mente sincera/mente, Mas que mente sobretudo, impune/mente... Indecentemente. E mente tão nacional/mente, Que acha que mentindo história afora, Nos vai enganar eterna/mente...

Anônimo

É preciso nunca esquecer... “ AI 5 “

O inicio da noite de sexta-feira, 13 de Dezembro de 1968, mudaria a vida política e cultural do Brasil pelos 10 anos e 18 dias seguintes, até final do ano de 1978. Na-quela data, há 40 anos, o presidente-militar Artur da Costa e Silva aprovou o Ato Institucional nº.5 (AI-5), depois de uma reunião de mais de duas horas com os 25 membros do Conselho de Segurança Nacional. O ato serviu como base para a cassação de 273 mandatos de parlamentares estaduais e federais, a punição de mais de hum mi-lhão e quinhentas mil pessoas e a censura de milhares de obras culturais, entre fil-mes, livros, músicas, peças teatrais, etc. Pessoas consideradas adversárias do regi-me estabelecido, foram torturadas e mortas durante o período de regime ditatorial no Brasil. Muitos corpos até aos dias de hoje ainda não foram localizados. Logo após a reunião comandada pelo pre-sidente Costa e Silva, o AI-5 foi lido ao vivo no programa de rádio “Voz do Brasil” e o Congresso Nacional entrou em recesso por dez meses. Começava ali o período no qual as restrições de liberdade individuais fo-ram sufocantes. O ato deu plenos poderes a Costa e Silva para cassar mandatos eletivos, suspender direitos políticos, proibir reuniões e mani-festações públicas de caráter político, le-gislar por decreto, julgar crimes políticos em tribunais militares, entre outros. A cen-sura aos veículos de comunicação ganhari-a também força durante esse período. “Foi um dos episódios piores que o Brasil já viveu. Eu diria, da história republicana, talvez o pior de todos, desde que foi procla-

mada a República. Foram aqueles anos, principalmente de 1968 até meados da dé-cada de 70. Muito difícil de transmitir para quem não viveu. Para quem não conhece o que é uma ditadura. Por isso que eu digo: a melhor forma de explicar uma ditadura, é descrever o que é. Não precisa de fazer grandes interpretações”, disse o Governa-dor de São Paulo, José Serra, exilado à época da decretação do Ato Institucional nº.5 no ano de 1968. No inicio do regime militar, no ano de 1964, Serra era Presidente da (UNE) União Nacio-nal dos Estudantes, que foi colocada na ilegalidade. Meses depois do golpe, Serra seguiu para o exílio. “ A Ditadura no Brasil se materializou na sua plenitude a partir do AI-5. Uma repres-são fortíssima para os opositores, inclusive para as forças de esquerda, e que até dizi-mou muita gente, nos anos subseqüentes”, acrescenta José Serra. O Governador lembra que na ocasião da aprovação do AI-5 já estava exilado no Chile. Serra só voltaria ao Brasil no ano de 1978, ano em que o AI-5 foi revogado. Segundo Arlindo Chinaglia, ao lembrar o silêncio daqueles que se opunham á dita-

dura: “O AI-5 inaugurou um dos períodos mais tenebrosos da vida pública nacional e que perdurou, infelizmente, por 10 anos e 18 dias. No período em que vigorou, instau-rou uma cultura do medo, embora não te-nha calado por completo s vozes que se opunham à ditadura, seja na luta social, seja na institucionalidade possível”, afir-mou. Segundo também César Brito, Presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil” a maior lição do momento de repressão pela qual passou o País em 1968 é o respei-to à Constituição e de que os direitos não podem ser violados. “Não se pode ferir a democracia, interromper a vontade popular ou rasgar a Constituição de um País, por mais boa vontade que se tenha”, disse. Na realidade, até em tempos de aparente calmaria no que tange a estabilidade demo-crática de um País, sempre a sociedade deve estar engajada na luta pelo respeito ás normas estabelecidas por sua Constitui-ção, pois, outros interesses, por vezes escusos e sectários podem influenciar parlamentares e por vezes até os poderes judiciários, para que se alterem artigos dessa Carta Magna. Filipe de Sousa

AJUDENOS A MANTER ESTA PUBLICAÇÃO E NOSSOS PROJETOS DE EDUCAÇÃO, CULTURA E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

JOSÉ SARAMAGO, Nobel da Lite-ratura no ano de 1998, doutor em máximas, autor de diversos livros traduzidos para as mais diversas línguas inclusive a Persa, Sara-mago retornou ao Brasil, aos 86 anos e mais uma vez expressou suas opiniões desta vez sobre a Crise deste inicio de Século. “Mudar a Vida exige que mude-

mos de vida”. Este escritor Português acredita que nada poderá fazer a economi-a mundial se recuperar da crise dos mercados - salvo as pessoas. Sobre a crise financeira, José Saramago, também afirmou não saber responder, se ela fará com que a atividade humana fique mais essencial, pois segundo ele

não sabemos em que estado fica-remos. “O que posso dizer é que... Não sabemos em que esta-do ficaremos. O que eu posso dizer é que... Estão dizendo que vão refundar o capitalismo ! Mas, como disse antes, não temos al-ternativa política. A esquerda não tem alternativa política, não está organizada. Os sindicatos estão

de restos. Então o que é que va-mos fazer?”. “O Mundo não se volta para coisa nenhuma se nós não nos voltar-mos. Somos nós que temos que nos voltar. Escrevi um dia assim: “Não mudaremos a vida... Se não mudarmos de vida”. Para mudar de vida é preciso que nós mude-mos a vida”.

Page 3: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 03

Divulgação de site

Uma lenda cercada de mistério e magia

“ Papai Noel “ Quem nunca acreditou em Pa-

pai Noel? Um velhinho com roupas

vermelhas, barba branca, cinto e

botas pretos que passa de casa em

casa para deixar presentes às famí-

lias. De geração em geração, a lenda

do Santa Clauss ganha mais realida-

de no mês de dezembro, quando o

mundo celebra o nascimento de Je-

sus Cristo. Será que ele existe? Será

lenda? Bem, isso depende de cada

um. Mas diz a história que o bom

velhinho foi inspirado na figura de

um bispo que de fato existiu. São

Nicolau nasceu no século 3, em Pa-

tras, na Grécia. Quando seus pais

morreram, ele doou todos os seus

bens e optou pela vida religiosa.

Com apenas 19 anos, foi ordenado

sacerdote e logo tornou-se arcebis-

po de Mira. Dizia-se que na cidade

em que ele nasceu viviam três irmãs

que não podiam se casar por não ter

dinheiro para o dote. O pai das meni-

nas resolveu, então, vendê-las con-

forme fossem atingindo a idade adul-

ta. Quando a primeira ia ser vendida,

Nicolau soube do que estava aconte-

cendo e, em segredo, jogou através

da janela uma bolsa cheia de moe-

das de ouro, que foi cair numa meia

posta para secar na chaminé. A mes-

ma coisa aconteceu quando chegou

a vez da segunda. O pai, afim de des-

cobrir o que estava acontecendo,

permaneceu espiando a noite toda.

Ele então reconheceu Nicolau, e pre-

gou sua generosidade a todo o mun-

do. A fama de generoso do bom ve-

lhinho, que foi considerado santo

pela Igreja Católica, transcendeu sua

região, e as pessoas começaram a

atribuir a ele todo tipo de milagres e

lendas. Em meados do século 13, a

comemoração do dia de São Nicolau

passou da primavera para o dia 6 de

dezembro, e sua figura foi relaciona-

da com as crianças, a quem deixava

presentes vestido de bispo e monta-

do em burro. Na época da contra-

reforma, a Igreja católica propôs que

São Nicolau passasse a entregar os

presentes no dia 25 de dezembro, tal

como fazia o Menino Jesus, segundo

a tradição destes tempos e que ain-

da hoje continua em alguns pontos

da América Latina. Os holandeses,

no século 17, levaram para os Esta-

dos Unidos a tradição de presentear

as crianças usando a lenda de São

Nicolau - a quem eles chamavam

Sinter Klaas. Os verdadeiros impul-

sores do mito de Santa Claus - nome

que o Papai Noel recebeu nos Esta-

dos Unidos - foram dois escritores

de Nova York. O primeiro, Washing-

ton Irving, escreveu em 1809 um li-

vro em que São Nicolau já não usava

a vestimenta de bispo, transforman-

do-o em um personagem bonachão e

bondoso, que montava um cavalo

voador e jogava presentes pelas

chaminés. Em 1823, um poema de

um professor universitário, Clement

C. Moore, enalteceu a aura mágica

que Irving havia criado para a perso-

nagem, trocando o cavalo branco

por renas que puxavam um trenó.

Ao longo do século 19, Santa Claus

foi representado de muitas maneiras.

Ele teve diferentes tamanhos, vesti-

mentas e expressões, desde um

gnomo jovial até um homem maduro

de aspecto severo. Em 1862, o dese-

nhista norte-americano de origem

alemã Thomas Nast realizou a pri-

meira ilustração de Santa Claus des-

cendo por uma chaminé, embora

ainda tivesse o tamanho de um du-

ende. Pouco a pouco ele começa a

ficar mais alto e barrigudo, ganhar

barba e bigode brancos e a aparecer

no Pólo Norte.

Saiba tudo so-bre a data

“Natal” A celebração do Natal

antecede o cristianismo em

cerca de 2000 anos. Tudo co-

meçou com um antigo festival

mesopotâmico que simbolizava

a passagem de um ano para

outro, o Zagmuk. Para os me-

sopotâmios, o Ano Novo repre-

sentava uma grande crise. De-

vido à chegada do inverno, eles

acreditavam que os monstros

do caos enfureciam-se e Mar-

duk, seu principal deus, preci-

sava derrotá-los para preservar

a continuidade da vida na Ter-

ra. O festival de Ano Novo, que

durava 12 dias, era realizado

para ajudar Marduk em sua

batalha.

A tradição dizia que o rei devia

morrer no fim do ano para, ao

lado de Marduk, ajudá-lo em

sua luta. Para poupar o rei, um

criminoso era vestido com su-

as roupas e tratado com todos

os privilégios do monarca, sen-

do morto e levando todos os

pecados do povo consigo. As-

sim, a ordem era restabelecida.

Um ritual semelhante era reali-

zado pelos persas e babilônios.

Chamado de Sacae, a versão

também contava com escravos

tomando lugar de seus mes-

tres. A Mesopotâmia inspirou a

cultura de muitos povos, como

os gregos, que englobaram as

raízes do festival, celebrando a

luta de Zeus contra o titã Cro-

nos. Mais tarde, através da Gré-

cia, o costume alcançou os

romanos, sendo absorvido pelo

festival chamado Saturnalia

(em homenagem a Saturno). A

festa começava no dia 17 de

dezembro e ia até o 1º de janei-

ro, comemorando o solstício

do inverno. De acordo com

seus cálculos, o dia 25 era a

data em que o Sol se encontra-

va mais fraco, porém pronto

para recomeçar a crescer e

trazer vida às coisas da Terra.

Durante a data, que acabou

conhecida como o Dia do Nas-

cimento do Sol Invicto, as es-

colas eram fechadas e ninguém

trabalhava, eram realizadas

festas nas ruas, grandes janta-

res eram oferecidos aos ami-

gos e árvores verdes - orna-

mentadas com galhos de lou-

reiros e iluminadas por muitas

velas - enfeitavam as salas pa-

ra espantar os maus espíritos

da escuridão. Os mesmos obje-

tos eram usados para presente-

ar uns aos outros.

Apenas após a cristianização

do Império Romano, o 25 de

dezembro passou a ser a cele-

bração do nascimento de Cris-

to. Conta a Bíblia que um anjo,

ao visitar Maria, disse que ela

daria a luz ao filho de Deus e

que seu nome seria Jesus.

Quando Maria estava prestes a

ter o bebê, o casal viajou de

Nazaré, onde viviam, para Be-

lém a fim de realizar um alista-

mento solicitado pelo impera-

dor, chegando na cidade na

noite de Natal. Como não en-

contraram nenhum lugar com

vagas para passar a noite, eles

tiveram de ficar no estábulo de

uma estalagem. E ali mesmo,

entre bois e cabras, Jesus nas-

ceu, sendo enrolado com pa-

nos e deitado em uma manje-

doura (objeto usado para ali-

mentar os animais).

Pastores que estavam com

seus rebanhos próximo ao lo-

cal foram avisados por um anjo

e visitaram o bebê. Três reis

magos que viajavam há dias

seguindo a estrela guia igual-

mente encontraram o lugar e

ofereceram presentes ao meni-

no: ouro, mirra e incenso, vol-

tando depois para seus reinos

e espalhando a notícia de que

havia nascido o filho de Deus.

A maior parte dos historiadores

afirma que o primeiro Natal

como conhecemos hoje foi

celebrado no ano 336 d.C.. A

troca de presentes passou a

simbolizar as ofertas feitas pe-

los três reis magos ao menino

Jesus, assim como outros ritu-

ais também foram adaptados.

Feliz Natal em mais de 30 idiomas

Alemanha: Fröhliche Weihnachten Bélgica: Zalige Kertfeest Brasil: Feliz Natal Bulgária: Tchestito Rojdestvo Hris-tovon e Tchestita Koleda Catalão: Bon Nadal

China: Sheng Tan Kuai Loh (mandarim) Gun Tso Sun Tan'Gung Haw Sun (cantonês) Coréia: Sung Tan Chuk Ha Croácia: Sretan Bozic Dinamarca: Glaedelig Jul Eslovênia: Srecen Bozic Hispano-América: Felices Pascuas e Feliz Navidad E.U.A: Merry Christmas Hebraico: Mo'adim Lesimkha Inglaterra: Happy Christmas Finlândia: Hauskaa Joulua

França: Joyeux Noel País de Gales: Nadolig Llawen Galego (na Galícia): Bo Nada Grécia: Eftihismena C-hristougenna Irlanda: Nodlig mhaith chugnat Itália: Buon Natale Nova Zelândia em Maorí: Meri Kirihimete México: Feliz Navidad Holanda: Hartelijke Kers-troeten Noruega: Gledelig Jul

Polônia: Boze Narodzenie Portugal: Boas Festas Romênia: Sarbatori vesele Rússia: Hristos Razda-jetsja Sérvia: Hristos se rodi Suécia: God Jul Tailândia: Sawadee Pee mai Turquia: Noeliniz Ve Yeni Yiliniz Kutlu Olsun Ucrânia: Srozhdestvom Kristovym Vietnã: Chung Mung Giang Sinh

LOJA / Papelaria ou livraria

Livraria // site

Page 4: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 04

Divulgação de LOJA virtual

Qual a origem do presépio?

As esculturas e quadros que enfeitavam

os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais semi-litúrgicas

que aconteciam durante a missa de Natal

serviram de inspiração para que se criasse

o presépio, que hoje é uma tradição na

Itália, na Espanha, na França, no Tirol aus-tríaco, na Alemanha, na República Checa,

na América Latina e nos Estados Unidos.

A tradição católica diz que o presépio sur-

giu no século 13, quando São Francisco

de Assis quis celebrar um Natal o mais realista possível e, com a permissão do

papa, montou um presépio de palha, com

uma imagem do Menino Jesus, um boi e

um jumento vivos perto dela. Nesse cená-

rio foi celebrada em 1223 a missa de Natal. O sucesso dessa representação do presé-

pio foi tanta que rapidamente se estendeu

por toda a Itália. Logo se introduziu nas

casas nobres européias e de lá foi descen-

do até as classes mais pobres. Na Espanha, a tradição chegou pela mão

do monarca Carlos III, que a importou de

Nápoles no século 18.

Os Reis Magos No tempo do Rei Herodes, três reis magos

chegaram do Oriente a Jerusalém: Melchi-or, que era um ancião, Gaspar, um jovem

branco, e Baltazar, um homem de raça

negra e barba. Em sua chegada, os reis

magos anunciaram ao povo de Jerusalém

que havia nascido o rei dos judeus em Belém. Ainda que todo o povo tenha se

alarmado, Herodes lhes deu permissão de

viajar até Belém na busca do menino e

pelo caminho uma estrela os guiou até o

berço onde estava o bebê com sua mãe. Os três reis ficaram alegres ao vê-lo e ofe-

receram seus presentes: ouro, incenso e

mirra. Depois disso, regressaram a sua

terra por outro caminho, com medo da

reação de Herodes. Desde então, o dia 6 de janeiro é celebrado em muitos países

pela chegada dos reis magos. Neste dia, é

considerada uma tradição dar presentes

às crianças que tenham se comportado e

carvão aos que foram maus durante o a-no.anos se estendeu ao longo do século

19 e na França não o fez até inícios do

século 20.

A Estrela de Belém A Bíblia relata que uma estrela guiou os

três Reis Magos desde o Oriente e indicou o lugar onde era possível encontrar o Me-

nino Jesus. São muitas as teorias que ten-

tam explicar este milagre, entre elas está a

que se tratava do brilhante planeta Vênus,

da passagem dos cometas Halley ou Hale-

Bopp, uma ocultação da Lua... Uma das hipóteses aceitas é a do astrôno-

mo Johannes Kleper, que em 1606 afirmou

que a estrela era uma rara tripla conjuga-

ção da Terra com os planetas Júpiter e

Saturno, passando pelo Sol e ao mesmo momento por Peixes. Esta conjugação se

apresenta aos olhos do observador terres-

tre como uma estrela muito brilhante. Ou-

tra suposição, esta mais recente, tem a

idéia de uma nova estrela brilhante obser-vada próxima da estrela Theta Aquilae.

A estrela de Belém é relembrada situando-

a tanto na representação do presépio co-

mo na ponta da árvore de Natal.

Os enfeites da Árvore de Natal

As bolas e estrelas que enfeitam a árvore

de Natal representam as primitivas pedras,

maçãs ou outros elementos que no passa-

do enfeitavam o carvalho precursor da

atual árvore de Natal. Cada um desses enfeites tem em si um significado.

Antes de que fossem substituídas por lâm-

padas elétricas coloridas, as velas eram

enfeites comuns nas árvores e simbolizam

a purificação, com a chama sendo acesa como a representação de Cristo, a luz do

mundo. As ferraduras são um clássico

amuleto que atrai a boa sorte.

As habituais pinhas se utilizam como um

símbolo da imortalidade e os sininhos co-mo mostra do júbilo natalino. As maçãs e

as bolas de cores, sua mais tradicional

variante, desenvolvidas pelos sopradores

de vidro da Boêmia do século 18, são sig-

nos que atraem de abundância. Finalmente, as estrelas anunciam os de-

sígnios de Deus. Segundo conta a Bíblia,

cada estrela tem um anjo que vela por ela,

crença que suporta a antiga idéia de que

cada uma das que povoa o firmamento é em si mesma um anjo. A que se põe no

alto da árvore de Natal refere-se à de Be-

lém.

A Missa do Galo É com o nome de Missa do Galo que se

conhece a missa celebrada na noite de Natal. Sua denominação provém de uma

fábula que afirma que foi esse animal o

primeiro a presenciar o nascimento de

Jesus, ficando encarregado de anunciá-lo

ao mundo. Até o começo do século 20 era

costume que a meia-noite fosse anuncia-da dentro do templo por um canto de galo,

real ou simulado.

Essa missa apareceu no século 5 e, a par-

tir da Idade Média, transformou-se em u-

ma celebração jubilosa longe do caráter solene com que hoje a conhecemos. Até

princípios do século 20, perdurou o costu-

me de reservar aos pastores congregados

ali o privilégio de serem os primeiros a

adorarem o Menino Jesus. Durante a ado-ração, as mulheres depositavam doces

caseiros, que logo trocavam por pão ben-

to ou Pão de Natal. Era também costume

reservar um pedaço deste pão como amu-

leto, ao qual só se podia recorrer em caso de doença grave. Outra tradição que per-

durou é a de estrear nessa noite uma peça

de roupa com a qual se afastava o demô-

nio.

Em algumas regiões, esta missa se

celebra durante as primeiras horas do dia. Na maioria dos países da

América de língua espanhola é tra-

dição que toda a família assista a

ela unida.

Os Cartões de Natal

Em 1831, um jornal de Barcelona, na Es-

panha, quis pôr em funcionamento a téc-

nica da litografia, felicitando seus leitores pelo Natal mediante uma estampa, o que

já pode ser considerado uma forma de

cartão de Natal. A confecção do primeiro

cartão de Natal, no entanto, normalmente

é atribuída ao britânico Henry Cole que, em 1843, encomendou a uma gráfica um

cartão com a mensagem: "Feliz Natal e

Próspero Ano Novo" porque não tinha

tempo para escrever pessoalmente a cada

um de seus amigos. Rapidamente, o costume de desejar Boas

Festas com o uso de um cartão se esten-

deu por toda a Europa e, a partir de 1870,

esses cartões começaram a ser impres-

sos coloridos. Já a partir dessa época a

imagem de Santa Claus - com suas diver-

sas variações ao longo das décadas - co-meçou a ser freqüente nos cartões de Na-

tal.os é o momento mais importante das

festas.

Panetone O bolo recheado de frutas secas e uvas

secas é uma tradição do Natal italiano e surgiu em Milão, mas há três versões dife-

rentes para explicar sua origem.

A primeira versão é que o produto nasceu

no ano 900, inventado por um padeiro

chamado Tone. Por isso, o bolo teria fica-do conhecido como pane-di-Tone. A se-

gunda versão da história diz que o mestre-

cuca Gian Galeazzo Visconti, primeiro

duque de Milão, preparou o produto para

uma festa em 1395. E a última versão con-ta que um certo Ughetto resolveu se em-

pregar numa padaria para poder ficar per-

tinho da sua amada Adalgisa, filha do do-

no. Ali ele teria inventado o panetone, en-

tre 1300 e 1400. Feliz com a novidade, o padeiro permitiu que Ughetto se casasse

com Adalgisa.

No Brasil, a tradição começou a se expan-

dir depois da Segunda Guerra Mundial,

quando imigrantes italianos resolveram fazer o mesmo panetone consumido por

eles na Itália na época de Natal.

Peru de Natal Cristóvão Colombo conheceu o peru

quando chegou à América. Ele acreditava

estar chegando às Índias por um novo caminho. Por isso, o peru ficou conhecido

na Itália como gallo d'Índia (ou dindio/

dindo); na França, como coq d'Índe ou

dinde; e na Alemanha, como calecutische-

rhahn, numa referência a Calcutá. Por seu excelente sabor, foi logo aceito na

Europa. De tanto sucesso, em 1549, foi

oferecido à rainha Catarina de Médicis, em

Paris. No banquete foram servidos cem

aves (70 "galinhas da Índia" e 30 "galos da Índia"). Era tão apreciado que se tornou o

símbolo de alimento das grandes ocasi-

ões.

Nos Estados Unidos, o peru representou o

fim da fome dos primeiros colonos ingle-ses que lá chegaram, e hoje é prato obri-

gatório no Thanksgiving, ou Festa de A-

ção de Graças. No Brasil a ave é aprecia-

da desde a época colonial.

FACULDADE OU ENSINO TÉCNICO

Page 5: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 05

Conheça sua regionalidade, suas tradições, suas culturas acesse: www.conelestepaulista.brazi.us

Final do Debate “Educar para que?”

Igualdade aos desiguais Continuando os debates, o estudante Sergi-pano Luis Carlos Pinheiro Júnior, 18 anos, aponta a falta de recursos disponibilizados no Nordeste. “Trabalhando com alunos de escola pública, notei que ali quase todos mal sabem escrever o nome corretamente. É um absurdo que uma jovem numa sétima série não saiba ler e escrever. O Nordeste é muito mal favorecido”. Fernando comple-menta. “as verbas, para serem justas, preci-sam tratar diferentemente os desiguais”. Para Madalena, “O desfavorecimento do Nordeste, a faculdade colocada para muitas pessoas, com grande espaço físico, não se preocupa com a qualidade dos conteúdos. Mas quantos conseguem se formar? Quan-tos conseguem aprender? Esses caras se-rão os professores de amanhã? Provável-mente, os educandos deles aprenderão a metade do que eles absorveram e por ai vai. Se não tiver investimento em formação, a educação vai ser um caos. Na rede pública, as aulas começam em Março; em Julho, as

crianças têm férias de novo. Em Novembro , está concluí-do o Ano Letivo - isso quando não tem greve. Ano eleito-ral, então, é uma vergo-nha”. Ian segue na mesma linha e ressalva

que “a escola, para ser inclusiva, tem que contar com bons profissionais. Não esta-mos num país rico, mas subdesenvolvido. Não temos profissionais de educação, mas profissionais frustrados. Um que quer ser pesquisador, mas está na sala de aula ensi-nando, porque foi a oportunidade que so-brou. Como se educação fosse resto. O físi-co, a mesma coisa. O historiador ensina história. Quem não tem vocação para aquilo, é o que lhe sobra no mercado de trabalho. Falta educador com compromisso com o que faz”. Fernando contesta. Lembra, que na cidade de São Paulo, existem mais de 60 mil pro-fessores na rede municipal. “Se, de um lado, posso conhecer uma série de pessoas que não gostariam de estar ali, que são maus profissionais, digo que, do outro, a enorme massa é capaz. Conhece o aluno pelo nome, são verdadeiros heróis que não aparecem. Devemos tomar cuidado com o educador, porque a imensa maioria dos professores da rede pública é digna, assim como é boa a maioria dos alunos nas universidades. Al-guns prejudicam a imagem desses muitos, mas nós devemos tomar cuidado com essa idéia catastrófica para não queimar ainda mais a imagem da Educação. Esses devem se incorporar nas massa dos bons e não o contrário. E os bons devem denunciar e não colocar tudo na mesma caldeira”.

Djalma salienta, porém, que apesar da boa vontade da maioria, os professores da rede pública estão se cansando. “Muitos alunos estão sem perspectiva, não querem nada com nada. Acabam se equiparando com professores que não estão contentes com a educação”. Para o comerciante paulista Sérgio Tadeu Eleutério do Nascimento, hoje trabalhando no terceiro setor, essa situação se dá por-que existe, atualmente, uma grande respon-sabilidade colocada nas costas do profes-sor. “A escola é tão importante para a for-mação da criança, desde a pré-escola, que hoje em dia a mãe não ensina o filho nem a a amarrar o tênis. Ela acha que o professor é quem tem essa obrigação. E o professor é peça-chave em tudo isso. Precisamos de uma retaguarda aos problemas familiares desses profissionais, para que cuidem tran-quilamente de sua vida educacional. Quere-mos professores ganhando bem, que tenha responsabilidade, que leve a sério o traba-lho, que tenha gosto pela coisa, para passar isso periodicamente e chamar as crianças à escola”. Diante do tema, Fabiano, por meio de seu intérprete, coloca que “a inclusão social, não é só estar por dentro. Conceito de inclu-são é mais amplo, desde a luta política, pas-sando pela identificação das ideologias, que tem início logo na comunicação. Muitos não têm interesse em aprender, não têm qual-quer interesse no conteúdo. Há uma relação maior com o ensino, a criança não pode ser pautada sempre. Os próprios alunos poderi-am orientar os professores e dizerem o que é importante para eles mesmos. Seria um ambiente que tenha todos os tipos de gente. Esforço de todos, para que tudo seja melho-rado”. O mediador completa: “Quando a escola absorve qualquer cidadão diferente da maio-ria, ela não se empobrece. Ao contrário, se humaniza. Por exemplo, perceber o que é fala oral e o que é fala formal, como a escri-ta. É perceber que são diferentes e todas são humanas ; isso enriquece muito mais o professor que imaginava que só existia a fala oral. Quando aceito e compreendo essa diferença, só cresço. Não é um empobreci-mento, mas enriquecimento da cultura e do próprio conceito de educação”. Segundo Marizete, lidar com as diferenças no ambiente de aprendizagem exige do pro-fessor um único elemento: vocação. “O im-portante do professor é ser dedicado e ter educação. Tem que ter vocação. Eu estava na Câmara esses dias e um vereador veio a mim correndo para dar um abraço. Disse: “Se estou aqui é por parte da Senhora”. É um reconhecimento, porque eu fazia sempre reuniões, debates, questões eram debati-das, uns comentavam e todos debatiam. Meus alunos, que passaram por mim, hoje estão se projetando. Gostava dessa vida, dou aula há 31 anos, é amor verdadeiro. Volto à pergunta: ler e escrever para quê? Para tudo na vida. Uma pessoa que sabe ler bem, é fluente, tem facilidade para tudo. Sabe cada palavra, sinônimos, sabe recorrer ao dicionário, redigir um comentário, ofício. Se não, vai encontrar dificuldade demais na vida”.

Ema vez definida a finalidade primeira da escola - ensinar a ler e a escrever para deco-dificar os elementos da sociedade e com-preendê-los - , a questão da promoção da solidariedade, considerada na primeira reu-nião outra atribuição da escola, foi também desenhada por Antonio Luzia. “Infelizmente, dentro da sala de aula, é difícil encontrar quem trabalhe com a solidariedade. Não é difícil encontrar professores que separam a sala em lado dos mais fracos e dos mais fortes. A criança até diz pertencer ao lado fraco ou ao lado forte”. Para ele, existem níveis diferentes de primeira à quarta série, com capacidades diferentes. “Existem crian-ças que não se alfabetizam no primeiro ano e vão bem no segundo. Mas quando se se-para e se explora a competitividade, crian-do-se grupos de mis fracos e mais fortes, os mais fortes não ensinam os mais fracos, e eles não se aproximam. As formas de se ajudar não acontecem”. António Luzia acha que o professor não pode estimular isso, deve entender que há facilidade para alguns alunos e dificuldades para outros e a coor-denação pedagógica das escolas não é feita para as crianças que têm dificuldades. “Meu trabalho é diretamente ligado com crianças que têm muita dificuldade na escola. Somos da unidade e vamos ás casas saber o que está acontecendo, até com os pais. Temos o exemplo de um garoto que briga, bate, é bastante indisciplinado. Muitos pais diziam para tirar o rapaz da escola, colocar em ou-tra, mas insistimos em mantê-lo. Peguei alguns pais que queriam que a criança fosse expulsa e visitamos a família dela. Só assim os pais entenderam o que se passava. Ou seja: tínhamos proposta para ajudar a crian-ça e a família e a questão solidária. A escola tem que ir além dos muros altos que cons-truímos na nossa escola. Precisa trazer a participação da comunidade, efetivamente”. Desenvolver a solidariedade, sem perder de vista as especialidades de cada região. É a idéia encampada por Adeilson em seu dis-curso derradeiro. “Sou voluntário de progra-mas de educação. Programas como o Brasil Alfabetizado não deram certo. Agora esta-mos dentro de um processo de educação do campo, que é saber ler a realidade. Pega-mos temas envolvendo nossa realidade, como por exemplo, por que não tomar coca-cola, por que não comer alimentos transgê-nicos. Além da ideologia, é uma educação ideológica. Ler e escrever é para isso: para entender os temas da própria realidade”.

A escola tem que ir além dos muros altos que construí-mos na nossa es-cola. Precisa trazer a participação da comunidade, efeti-vamente.

Data dos debates: 27 de Agosto de 2005 Mediador de ambos:Fernando de Almeida Participantes: Adenilson de Almeida Amaral (BA), Alberto Kioharu Nishida (PB), Angeli-na Maria Vieira de Souza (SP), Antonio Luzi-a Dias (SP), Joana D’arc da Silva Pereira (MG), Luis Carlos Pinheiro Jr. (SE), Márcia Souza do Nascimento (PB), Maria Madalena Oliveira Firmo (BA), Maria Miquelina Barre-to Machado (AM), Marizete Ribeiro Viana Teles (MG) e Tênia Regina Martins Resende (SP).

Resumo

Resumo deste debate: Uma Escola deve ter qualidade e ser acessível a todos. Qualidade para poucos não é virtude; é pri-vilégio. Mas o que é uma escola de qualidade? Para alguns é o lugar que permite viver em soli-dariedade. Para outros, é quan-do há a formação do espírito crí-tico. Outros a vêem como ambi-ente gerador de auto-estima e inclusão social. Nenhuma des-sas virtudes, porém, será alcan-çada se a escola não cumprir sua primeira missão: ensinar a ler e escrever. Só assim o aluno pode descodificar sua realidade.

Colégio Ensino Médio

Colégio Ensino Técnico

Informática

Page 6: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 06

Divulgação de site

Grandes Nomes... Grandes Obras “Biografias e curiosidades”

CONTINUAÇÃO

A sua inteligência tinha um pen-dor científico. Ao acentuar a necessi-dade da maleabilidade do espírito, de substituir o dogma pela investigação dos fatos, de evitar conclusões defini-tivas, adiantou-se mais de dois mil anos em relação á sua época. Foi ele quem primeiro formulou a norma que podemos considerar a regra de ouro da ciência. “Quando ignoramos uma coisa, reco-nhecer que a ignoramos é sabedoria”. Desta forma, repudiava as crenças supersticiosas e a subordinação do pensamento ao desejo. Igual finalida-de pretendia ao insistir na importân-cia da sinceridade, não simplesmente no discurso mas também no diálogo íntimo de meditação. Para seguir o que ele chamava “O Caminho da ver-dade”, devemos procurar não nos en-ganarmos a nós mesmos. “O caminho da verdade”, dizia, é “largo e fácil de descobrir. O mal está em que os ho-mens não o procuram”. Não se deve deduzir destas razões que Confúcio aconselhasse a frouxi-dão moral ou auto-indulgência. Era um mestre tão rigoroso como exigen-te. Os seus discípulos deviam ser “rápidos na percepção, precisos no juízo, ambiciosos nas aspirações inte-lectuais e possuidores de conheci-

mentos amplos que lhes servissem para exercer a autoridade e suficiente-mente generosos para usarem da cle-mência”. Também deveriam adquirir “dignidade, seriedade, firmeza do pro-pósito, lealdade, bondade e atenção reverente àquilo a que se dedicarem”. Tal como o faria Plantão duzentos a-nos mais tarde, Confúcio traçou as traves-mestras de uma república ide-al, que difere consideravelmente da sociedade que, posteriormente, o filó-sofo grego iria delinear. A república imaginada por Confúcio nasce da nostalgia de um mundo em que os homens viviam como membros de uma única família. Tal conceito era utópico, particularmente na China, nação na qual os vínculos familiares eram mais estreitos e exigentes do que em nenhuma outra nação. Pedir aos Chineses que tratassem todos os homens como seus irmãos era exigir demais. Muito embora o soubesse, Confúcio quis fazer com que o Mundo se encaminhasse para este ideal. E julgou que a única maneira de lhe dar forma seria confiar o desempenho dos principais cargos do governo a homens virtuosos e sábios. Tal como Plantão, Confúcio lutou corajosamen-te toda a sua vida para que um dos principais feudais lhe confiassem um cargo importante na administração pública. Se bem que vários dos seus discípulos tenham sido chamados para exercer tais funções, não parece que ele houvesse alguma vez chega-do a alcançar posição superior à de um sábio mestre tido em grande esti-ma pelos funcionários públicos. Embora Confúcio tenha viajado vários anos pela China, acompanhado de um reduzido grupo de discípulos, na es-perança de encontrar um Monarca que lhe oferecesse a oportunidade de realizar as reformas com que sonha-va, alguns traços de seu caráter con-trariaram a sua própria ambição. Em primeiro lugar, falava com mais fran-queza do que convém a um político. A um príncipe violento que pediu conse-lhos sobre a arte de governar os ho-mens, limitou-se a responder:

“começa por aprender a governar-te a ti mesmo.” Além dessa sinceridade, Confúcio acreditava na aristrocracia do sangue. Asseverava que “por natureza todos os homens são iguais”. Se bem que, naquela época, não se concebesse a democracia tal como hoje é entendi-da, Confúcio sustentou - porventura pela primeira vez na história - que a verdadeira função do governo é velar não só pela prosperidade pública mas também pela felicidade do povo. Velho e cansado, pensando que a sua pregação fora inútil, Confúcio retirou-se para a sua terra natal. Ai viveu ain-da alguns anos, dedicou-se ao ensi-no, e morreu convencido de que a sua vida fora um fracasso. Os discípulos choraram-no como a um pai. E, como derradeira homena-gem, e porque na China era costume os filhos guardarem três anos de luto pelo progenitor, os discípulos empre-garam todo este tempo inventariando e anotando as instruções do mestre. Estas compilações converteram-se em Bíblia do povo chinês. Mas do que Bíblia, tornou-se o tratado de civilida-de, a origem das leis e do procedi-mento político pelas quais aspirava a guiar-se todo o bom príncipe. No século III antes de Cristo, déspo-tas brutais prescreveram e queima-ram os textos de Confúcio e condena-ram à morte os seus adeptos. Esta perseguição, porém, em vez de aca-bar com os discípulos da filosofia de Confúcio, multiplicou o seu número, tal como um temporal que em lugar de apagar as chamas de um incêndio as ativa e propaga. Mais tarde, reinou um Imperador sensato que adotou o confucionismo e lhe deu a aprovação oficial. Tantos livros se escreveram acerca da sabedoria de Confúcio que a vida inteira de um homem não seria sufici-ente para os ler. A simplicidade, a pureza, a elevação da arte de viver ensinada e praticada pelo mestre farão que o seu pensa-mento resplandeça perpetuamente.

Filipe de Sousa

“Aonde fores vai com todo o teu coração.” “O maior dos de-feitos é ter defei-tos e não procu-rar corrigi-los.” “Não te suponhas tão grande que os outros te pare-

çam pequenos.”

CRISTÓVÃO COLOMBO Almirante do Mar Oceano

Cristóvão Colombo foi cardador de lã, cartó-

grafo, vendedor de livros, comercian-te de açúcar e marinheiro. Era um ho-mem alto, bem parecido, de nariz a-

quilino e maçãs do rosto salientes, olhos azuis e cabelos ruivos; tinha um sorriso agradável, mas muito pou-co sentido de humor. Bom conversa-dor, gostava de se vangloriar das pró-prias proezas.

Cristóvão Colombo, cometeu um dos maiores feitos de coragem individual na História da Humanidade: a desco-berta da América, para os Europeus. Parte do que se diz a seu respeito é falso; por exemplo, o mito de que era o único homem da sua época conven-cido da esfericidade do Planeta Terra. CONHEÇA TUDO SOBRE ESTE MITO

NA PRÓXIMA EDIÇÃO

Cinemas

Presentes

Loja de Departamentos

Page 7: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 07

www.abrigojoaopauloii.org.br

O aumento nos níveis de dióxido de carbono na at-

mosfera pode fazer os ocea-nos da Terra ficarem mais

ácidos com maior rapidez do que se previa, desequilibran-

do ecossistemas no processo,

afirma novo estudo. Cientistas medem desde 2000 a acidez da água do mar em torno da ilha Tatoosh, no litoral do Estado de Washington. A acidez cresceu 10 vezes mais rápido do que os modelos climáti-cos haviam previsto. A pesquisa também revelou que o efeito corrosivo de ocea-nos ácidos pode iniciar uma mudança dramática nas espécies costeiras e colo-car em risco os estoques de frutos do mar.

"O aumento da acidez que observamos durante o estudo foi quase da mesma magnitude que esperávamos para o de-correr do próximo século," disse o co-autor do estudo Timothy Wootton, biólo-go marinho da Universidade de Chicago. "Isso é um alerta de que talvez os ocea-nos estejam mudando mais rápido do que as pessoas pensam", disse. O aumento das emissões de dióxido de carbono de atividades humanas elevou em 30% a acidez dos oceanos nos últi-mos 200 anos. Quando o dióxido de carbono da atmos-fera se dissolve nos oceanos, ele se transforma em ácido carbônico, nocivo à vida marinha. Estudos de laboratório mostram que, conforme a acidez da água do mar aumenta, as conchas de carbona-to de cálcio e os esqueletos de muitas espécies marinhas, como corais, ouriços-do-mar e algas marinhas rígidas, come-çam a ser corroídos.

Os OCEANOS estão 10 vezes mais ácidos, que se estimava.

Cerca de 200 mil km² de fundo do mar estão

praticamente mortos, quase quatro vezes mais que

há 13 anos, segundo um relatório

apresentado hoje em Ham-burgo pelo Fundo Mundial da Natureza (WWF, na sigla em inglês) por ocasião do Dia

Mundial dos Oceanos, celebrado em

8 de junho.

"Estamos utilizando os oceanos como aterro de lixo e estamos lhes tirando o ar para respirar. As principais ameaças para os mares são a pesca predatória, a mu-dança climática e a falta de oxigênio", disse o autor do relatório, Jochen Lamp. O mar com a maior superfície "morta" é o Báltico, com um total de 42 mil km², e até 90 mil km nos piores momentos de crise, mas no Golfo do México, no Mar Negro e no Adriático também há grandes regiões

de fundo marinho asfixiado, principal-mente pelos vazamentos de pesticidas. A asfixia ocorre através das águas dos rios, que transportam grandes quantida-des de fósforo e nitratos até os oceanos. Estes adubos impulsionam o início do crescimento da flora marinha e das algas, mas acabam provocando a extinção dos organismos e a falta de oxigênio. Os pei-xes morrem ou acabam fugindo para ou-tras regiões. "Antes, o Mar Báltico era de águas claras. Hoje, está turvo e muito fertilizado, ape-sar de toda tentativa para salvá-lo. A lim-peza dos mares deve, portanto, se tornar prioridade de todos os governos ribeiri-nhos", afirmou Lamp, que acrescentou que o Báltico possui hoje quatro vezes mais fósforo e nitrogênio que há 100 a-nos. As conseqüências da asfixia dos mares são dramáticas não só do ponto de vista ecológico, mas também econômico, pois representa o fim da pesca e, portanto, do sustento de muitas pessoas, acrescenta o WWF, que pediu à União Européia para suspender os subsídios à agricultura convencional para frear a hiperfertiliza-ção dos mares.

Nossos mares

Planeta Terra

Pedra Filosofal António Gedeão

Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida

como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta

em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos,

como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam,

como estas aves que gritam em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento,

bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo,

que fossa através de tudo num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel, base, fuste, capitel,

arco em ogiva, vitral, pináculo de catedral,

contraponto, sinfonia, máscara grega, magia,

que é retorta de alquimista, mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante,

caravela quinhentista, que é Cabo da Boa Esperança,

ouro, canela, marfim, florete de espadachim,

bastidor, passo de dança, Colombina e Arlequim,

passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora,

cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão,

desembarque em foguetão na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida.

Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança

como bola colorida entre as mãos de uma criança.

Queimadas O Brasil é apontado como o 4º. Maior poluidor do mundo. As queimadas são o maior problema.

A fumaça liberada durante as queima-das é composta por gases e fuligem, podendo ser tóxica ou cancerígena, ao ser inalada. As queimadas liberam também muito gás carbônico, contribuindo assim, pa-ra agravar o aquecimento global do planeta. Nas estradas e rodovias, as queimadas são também causadoras de grandes congestionamentos e graves acidentes.

Pequenas queimadas podem-se trans-formar em grandes instantaneamente, podendo fugir ao controle e assim atin-gir residências, fiações elétrica e telefô-nicas, etc.. Na área rural elas matam animais e plantas além de empobrece-rem o solo. Provocar queimadas, queimar mato ou podas de jardins ou chácaras é crime.

DENUNCIE:

Escola Informática

Colégio Supletivo

Escola de Línguas

Page 8: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 08

Patrocinador Oficial

Três formas de terror - Major PMSC Paulo Roberto Bomhofen - Uma história vivida e real

O cenário estava se armando. Quase quaro meses de chuvas. O solo es-tava encharcado, o rio, o famoso Itaja-í-Açu, ganhava vo-

lume e tentava fugir de sua calha. O fi-nal de semana apenas começara, era sábado. Pela manhã fui participar da Conferência Municipal da Cultura. Em meio às discussões sobre a cultura, um único assunto ganhava unanimidade, a chuva. Quando voltei, no período da tarde, para o encerramento dos trabalhos, fui infor-mado de que a conferência estava sus-pensa. O prefeito havia decretado esta-do de emergência. Voltei para casa e no caminho pude notar que as pessoas an-davam apressadas, preocupadas. Che-guei a casa e fui deitar. O barulho da chuva, que caia de forma torrencial, acordou-me. Fui até à cozi-nha e comecei a saborear uma castanha, quando pela janela da área de serviço notei o trânsito parado e sobre a pista da estrada havia uma lâmina de água barrenta vermelha. A cidade começava a sangrar e eu não percebera. Fui até à sala, para olhar pela sacada, quando o trânsito parado na via que sai do Parque Vila Germânica, chamou minha atenção. Quando cheguei à sacada a surpresa chocou. A rua em frente ao meu condo-mínio estava tomada pelas águas. Os carros passavam de forma cuidadosa. A água começava a tomar a entrada do condomínio. De súbito, corri e acordei minha esposa. Liguei para o COPOM para saber da situ-ação e fui informado de que o Coman-dante do Batalhão estava presente. Li-guei para ele e ouvi a sentença: “o plano de chamada estava sendo ativado e és o primeiro a ser chamado”. Já havia pas-sado por esta situação antes, em meus 24 anos de serviço policial militar, dos quais 90% servidos em Blumenau (SC), era a minha 5ª. Enchente. Rapidamente preparei uma mochila, com alguns itens básicos, como o material de higiene, meias e cuecas. O fardamento eu guardo no quartel. Moro perto do Quartel do meu Batalhão e, pela experi-ência, sabia que não devia ir de carro. O Quartel pega água e sempre que Blume-nau sofre com uma enchente, a casa da Polícia Militar é uma das primeiras a ser atingida. Não conseguia encontrar cami-nho para o Quartel, estava tudo alagado. Liguei novamente para o Comandante, solicitando uma viatura. Fui socorrido por uma de nossas viatu-ras do tipo camionete e no retorno ao Quartel fomos parados por um grupo de pessoas que pedia auxilio para uma mãe com uma criança de 18 dias. Eram evan-gélicos que estavam participando de um encontro no parque Vila Germânica, en-contro este que também havia sido can-celado. Diante da situação, coloquei a mãe com a criança nos braços, e mais uma senhora na viatura e partimos para a sua casa. Ela nos informou que morava na Rua José Reuter, no Ristow. O cami-nho foi longo. O cenário já era preocu-pante. Muitos alagamentos e desliza-mentos pela via davam uma pequena

mostra do que viria. A cidade não ape-nas sangrava, mas em alguns lugares ela já deixava sua carne á mostra. A ci-dade começava a mostrar suas entra-nhas, mas eu não percebia, não só eu, acho que até aquele momento ninguém percebia. Quando chegamos á Rua indicada, a se-nhora pediu-me que a deixasse antes de sua casa, que era em um morro, pois se parássemos em frente, ela não conse-guiria sair, já que a viatura era muito alta. Lembro que ela ainda apontou para a sua casa e disse: - é lá que eu moro. Hora mais tarde, aquela região foi uma das mais castigadas da cidade, com a destruição de inúmeras casas pelo desli-zamento de terra e muita gente morreu. Quando cheguei ao Quartel, me reuni com o Comandante e adotamos algumas medidas visando proteger o patrimônio. Por volta das 22:OO horas fomos dispen-sados. As provisões não apontavam para cheias. Confesso que fiquei feliz em vol-tar para casa. Fui a pé. As águas já havi-am baixado e não encontrei nenhuma área alagada. Era uma trégua diabólica, apenas para transmitir uma falsa sensa-ção de segurança. Uma pausa para o pior. Blumenau e todo o Vale (do Itajaí)seriam tomados pelo terror. Silenciosa-mente a cidade era tomada por forças de proporções catastróficas. A cidade que aprendera a conviver com as seguidas cheias do rio não estava preparada para o que a aguardava. De forma sistemática e cruel, a natureza iria revelar toda a sua ira. A enchente teria companhia. Como que em uma bizarra aventura épi-ca, um monstro com três corpos iria ata-car o Vale. A população seria acuada, judiada, massacrada. Os morros que em épocas passadas eram o refúgio para as cheias, haviam se transformado em mor-tais armadilhas. Deslizamentos iriam tirar a vida de mais de uma centena de aterrorizados moradores do Vale (do Itajaí). Mas não no Domingo durante o dia. No-vamente as águas recuaram. Nós conti-nuamos no Quartel, havia sido chamado novamente ás 2:00h, em plena madru-gada. Podemos dizer que o Domingo foi ameno durante o dia. Quando a noite se aproximou, nos preparamos para ficar ilhados no prédio do COPOM. Continua-mente, as águas foram subindo. Não como nas enchentes que a cidade já ha-via testemunhado. O volume de água foi demasiado para um solo já castigado e ensopado por quase quatro meses de chuva. A enchente seria procedida de alagamentos. Lugares que tradicional-mente eram atingidos com determinadas cotas do rio, simplesmente ficaram em-baixo de água, independente da cota. É tradição que se adote determinada medida em função das cotas. Esta tradi-ção foi destruída, desmoralizada, não serve mais para nada. De agora em diante, quem se guiar pelas quotas estará placidamente esperando a morte chegar e não, como no passado, estará em estado de alerta para enfren-tar, e vencer como tantas vezes já ocor-reu, com a bravura (a bravura que mol-dou a multicolorida Blumenau) indômita dos orgulhosos blumenauenses, mais

uma enchente. Triste ilusão que cega os sofridos bravos ! Com a chegada da noite nos instalamos no COPOM . Os telefones de emergência não paravam, assim como as águas do Ribeirão da Velha, que perigosamente passavam a míseros metros dos fundos do aquartelamento. Sem pedir licença, e muito menos encontrar resistências, as águas foram tomando o Quartel. Rapida-mente uma furiosa lâmina tomou conta de todo o pátio. O Ribeirão da Velha, ardilosamente se apoderou do nosso quartel e lançou um braço que cortou caminho para evitar uma curva que con-torna os fundos do mesmo. Agora, tínha-mos as Águas do Ribeirão, e sua astuta correnteza, nos cercando. Pelo telefone, a comunidade continuava com seu grito de socorro. Á medida que a noite avançava, o desespero aumenta-va, refletido nos ininterruptos chamados ao telefone 190. A cada telefonema, uma história de horror e desgraça nos alcan-çava. Pelo rádio, o que os policiais mili-tares, homens e mulheres reportavam não era menos estarrecedor. Desmoro-namentos, alagamentos, chuva torrenci-al e o rio, que fazia valer a sua qualifica-ção de “Açu”, que em Guarani significa “grande”. O Itajaí-Açu alargava suas margens e engolia a cidade, engolia o Vale. O COPOM se viu envolto em um medo-nho frenesi. Dividíamos o espaço com os funcionários do SAMU, para alguns de-les, a primeira experiência em catástro-fes. Rapidamente a situação na cidade se deteriorou e o caos se instalou. Os deslizamentos não paravam. Morte e destruição em cada telefonema. Patri-mônios, sonhos e vidas eram levados pelas avalanches de terra. Não demorou muito para que nossas viaturas se vis-sem sitiadas, suas rotas estavam blo-queadas, idem para as viaturas do SA-MU. O socorro não circulava mais. Não chegava e quando chegava não saia. Estávamos vivendo algo inédito. Nunca antes tínhamos enfrentado situação pa-recida. Era uma guerra contra um inimi-go astucioso, mas covarde. Batalhas e-clodiam em todos os cantos da cidade na forma de deslizamentos, que produziam baixas e mais baixas entre os morado-res. A luta era inglória. O número de ví-timas ganhava corpo de forma assusta-dora. Começamos a receber toda a carga da fúria da natureza. A cidade era atacada por todos os lados. Uma força descomu-nal a estava devorando, literalmente. Já não eram mais sinais, era todo o furor em seu esplendor máximo; a cidade es-tava com as suas entranhas expostas. Entranhas famintas, que afloravam para o banquete diabólico. A terra dos morros se liquefazia e descia a encosta levando anos de trabalho duro, de sonhos, de projetos, de patrimônio duramente con-quistado, de vidas, vidas e mais vidas. Entre as solicitações de ajuda, uma veio da Rua José Reuter, no Ristow, dando conta de que cerca de quinze casas havi-am desmoronado como que um efeito dominó, em que as pedras do jogo são casas, são vidas. Será que aquela mãe com seu bebê de 18dias foram atingi-dos? Passados dez dias daquela noite,

ainda não sei. Falta-me coragem para retornar e saber daquelas pessoas. Acho que prefiro não saber. Uma contabiliza-ção macabra foi desenvolvida no CO-POM. Tentávamos imaginar a quantidade de mortos, com base nas súplicas, nos pedidos desesperados por socorro que nos chegavam. Isso na Polícia Militar; e no Corpo de Bombeiros ? Nem dava para imaginar. Já havíamos perdido a energia elétrica e usávamos o sistema de suporte para emergências, um conjunto de baterias administradas por um software. Aos poucos este sistema foi falhando. Os computadores apagaram. Fazia horas que estávamos á luz de velas. Apenas o rádio e o telefone 190 funcionavam. Não tínhamos mais como fazer os registros. O sistema rádio, que é ligado aos com-putadores foi perdido junto com eles: conseguíamos operar apenas através de um rádio tipo HT (aqueles rádios que os policiais usam na cintura). Todo o siste-ma de segurança da cidade, ligado à ma-nutenção da ordem pública, dependia de uma mísera bateria de HT, e quando ela acabasse... Em meio ao caos que assolava a cidade e se refletia em cada policial ilhado na-quela sala, um soldado se aproxima de mim e com os olhos arregalados diz: “Major estão morrendo lá fora e não po-demos fazer nada!” Simplesmente as-senti com a cabeça. No pátio do quartel, aquela lâmina de água agora já tinha mais de um metro de espessura e era varrida por uma forte correnteza. Pensei comigo: se este prédio resistir e não de-sabar, podemos dizer que temos sorte. Passados alguns instantes, perdemos o telefone 190. Todo o sistema caiu, e a bateria do HT resistia bravamente. Aos poucos, fomos percebendo o silêncio e como que um alívio tomou conta do am-biente. As más notícias não paravam de chegar, só que agora em menor número, apenas pela comunicação com as viatu-ras. Fomos informados de que o Gasodu-to explodira em Gaspar. Qual o tamanho da destruição? Havia mortos? Quantos ? Apenas especulações. Aquela noite de terror estava longe de terminar. Pela janela do COPOM podíamos enxergar por detrás dos morros a claridade do incên-dio do gasoduto. Diante de nós, umas paisagem diabólica ganhou forma. A cla-ridade do incêndio era como que um ôr do sol ou uma lua cheia a iluminar a morte e a destruição que se abatia sobre a cidade, que alagada desmoronava sob o seu próprio peso. Terra, água e fogo estavam juntos, uni-dos contra os habitantes do Vale do Ita-jaí. Desta forma, a primeira noite foi vencida e chegou o dia. O primeiro de uma seqüência de dias macabros. Dias que mostraram toda a nossa impotência e incompetência diante da fúria grotesca da natureza, que, sem pedir licença, foi devorando o que encontrava pela frente. Dias que mostraram, também, como a nossa arrogância pode potencializar as forças da natureza quando esta simples-mente resolve seguir o seu curso nor-mal. Mas, ainda não tínhamos conhecido o verdadeiro drama, o tamanho da tra-gédia. Era só o começo !

Paulo Roberto Bomhofen

Page 9: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 09

www.plantabrasil.brazi.us

Aquecimento Global Desmatamento da

Mata Atlântica pode ter

contribuído para tragédia em

Santa Catarina. O desmatamento da Mata Atlântica pode ter contribuído para a tragédia causada pelas chuvas em Santa Catarina. É o que avalia o professor do departamento de Ar-quitetura e Urbanismo da Universi-dade Federal de Santa Catarina, Li-no Bragança Peres. “As árvores foram substituídas por casas e vegetação rasteira, o que contribuiu para a erosão. Esses deslizamentos aconteceriam mais

cedo ou mais tarde, as fortes chu-vas desses dois meses aceleraram o processo”, explica. A floresta cobria uma área de apro-ximadamente 1,29 milhão de quilô-metros quadrados, em 17 estados brasileiros, incluíndo Santa Catari-na. O bioma ocupava cerca de 15% do território nacional. Atualmente , apenas 7% desse total permanece intacto. O desmatamento da Mata Atlântica está diretamente ligado à expansão das cidades brasileiras. E, na opini-ão do professor, a ocupação desor-denada dos municípios pode ser outro fator para a catástrofe no Vale do Itajaí. “Choveu muito acima da média, mas isso é apenas parte do proble-ma. O modelo de ocupação irregu-

lar das cidades do Vale do Itajaí contribuiu para que isso aconteces-se. E tudo com a conivência do po-der público”, explica o professor. Segundo Peres, as primeiras resi-dências na região surgiram durante o século XIX, época da imigração de europeus para o Brasil, próximas aos rios. No século XX, as pessoas passaram a ocupar os morros e as encostas. “O Planejamento Munici-pal começou muito tarde, no Brasil, na década de 1970, quando as cida-des já haviam crescido”, conta. A solução, na avaliação do urbanis-ta, é o governo realocar a popula-ção dos morros e encostas para ou-tros locais mais seguros. “O proble-ma é que boa parte das áreas ade-quadas já foram ocupadas”, ressal-ta.

Uma pergunta que não quer calar.

Por que tão poucas referências à explosão do gasoduto da Pe-trobrás, lá em Gaspar, Blume-nau, Santa Catarina? Segundo relatos de alguns moradores e outras tantas testemunhas; “mais pare-cia uma bomba de alto impacto ou um terremoto, fazendo estremecer a ter-ra”. Este fato foi reportado justamente na região onde se deu a maior destruição por deslizamentos de terra, e onde o-correram o maior número de óbitos por soterramento. “Eu tinha a minha filha nos braços. De repente, quando tentei me apoiar num galho de árvore, ela desapareceu”, diz Juliano Schwamach, de 28 anos. Mora-dor do Morro do Baú, um conjunto de comunidades rurais a 20 km do centro da cidade de Ilhota, ele é o retrato da tragédia que devastou Santa Catarina. Perdeu tudo: família, casa, carro, tra-balho, documentos. Chovia forte havia dois dias. Faltava energia elétrica. Juli-ano e Marinéia, de 23 anos, tinham a-cabado de se deitar. Era domingo, 23 de novembro de 2008. Passava das 21:00 horas, Larissa, de 11 meses, dor-mia com o casal. Um estrondo, pareci-do com o ronco forte de um trovão, assustou toda a família. Juliano, Mari-néia e Larissa foram lançados repenti-namente para fora da casa numa espé-cie de vácuo. O imóvel de alvenaria, de 110 metros quadrados, desmoronou. Uma avalanche de pedras e pedaços de árvores carregou os três para dentro de um córrego a cerca de 20 metros dali. Uma seqüência de explosões clare-ou o céu. Presa pela terra até á cintura, Marinéia gritava por socorro. “Me pu-xa, me puxa”. Foi a última vez que Ju-liano viu a mulher. Agarrado á filha e quase submerso na lama, ele tentava se equilibrar quando veio uma enxurrada e cobriu tudo de água. “Foi muito rápi-do, uns dois ou três minutos. Eu conse-gui segurar a Larissa até fazer assim ó “Juliano tomba o tronco para a esquer-da com o braço flexionado, como se estivesse carregando a menina. Desvia o olhar. Emudece.

Juliano foi resgatado na tarde de Segunda-Feira, por um helicóptero do Exército Brasileiro. Tinha escoriações nas pernas, nos braços e nas costas. Até ao fim de semana , o Morro do Baú continu-ava isolado do resto da cidade. Considerado um ponto turístico, a Região no entorno do morro era dividida em três comunidades: Braço do Baú, Alto baú e Alto Braço do Baú. A casa de Juliano foi uma das primeiras atingidas. “Depois da primeira explosão, a terra tremeu. Fez um clarão no Céu e a noite virou dia. Não deu um minuto e a primeira avalanche de lama veio”, diz Marcos Rincos, de 29 anos, vizinho de Julia-no. Ilhota contava os primeiros mortos quando descobriu que as explosões descritas pelos morado-res ocorreram num gasoduto que passa atrás do morro. Suspeita-se que deslizamentos de terras provocadas pela chuva tenham arrebentado a tubulação do gasoduto e que as explosões de gás tenham provocado e agravado os desmoronamentos, nessa noite de 22 para 23 de novembro de 2008.

Relatos de dor “Santa Catarina” - a explosão

Enquanto isso...

BOVESPA exclui

PETROBRÁS do

Índice de Empresas Sustentáveis.

A Lista de Empresas que inte-gram o “Índice de Sustentabilida-de Empresarial” (ISE), indicador da BM&Bovespa formado por a-ções de companhias que apresen-tam alto grau de comprometimen-to com sustentabilidade e respon-

sabilidade Social , excluiu a Petro-brás neste ano. ONGs, entre elas o Greenpeace, e secretarias estadu-ais do Mio Ambiente encaminha-ram em Outubro uma carta ao Pre-sidente do Conselho Deliberativo do ISE pedindo que a Petrobrás fosse excluída da carteira “Essa decisão mostra que não basta que as Empresas sejam viáveis econo-micamente, elas precisam de uma licença junto à sociedade para o-perar com responsabilidade sócio ambiental”, diz Marcelo Furtado, diretor executivo do Greenpeace. Fonte: Ambiente Brasil

Empresa Energia Água Luz

Page 10: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 10

www.viadanova.brazi.us

A NATUREZA começa a mostrar sua saturação.

A maioria das cida-des brasileiras, se formaram em beira de rios e córregos, desordenadamente e sem qualquer pla-no urbanístico. No

Cone Leste Paulista, não houve exce-ção. Margens de rios, córregos e ria-chos foram sendo ocupadas, morros e encostas sendo desmatados e ocupa-dos, rios assoreados de uma forma de-senfreada e cruel. A natureza foi trata-da como algo imensurável que para os humanos tudo absorvia e acatava sem reclamar. Essa mesma natureza, tudo foi suportando e por séculos se mante-ve numa luta calma e silenciosa para reproduzir o que lhe ia sendo quitado. Hoje está saturada, não agüenta mais repor o que lhe é tirado. No Sul e no Sudeste do Brasil, ela está nos mandando um recado bem preciso de que algo não po-de continuar. Mos-tra suas garras, sua revolta, começa a mostrar sua satura-ção. Só não vê ou entende quem não quer ver ou enten-der. Quem busca interesses pessoais, políticos e de reali-zação pessoal, sem se importar com o coletivo. As mudanças climáticas já podem ser sentidas em todo país, Estados com tendência á desertificação, regiões a-grícolas que tendem a se mudar, inun-dações, desmoronamentos, excesso de chuvas localizadas se contrapondo a secas prolongadas. Milhares de pessoas desalojadas de suas residências, de suas propriedades, especialmente a faixa da população mais carente, centenas de mortes, fa-mílias desmembradas. Não bastasse tudo isso iremos assistir aos rescaldo da tragédia, com doenças como leptospirose, raiva, tétano e fe-bres novas e antigas, entupindo um Sistema Nacional de Saúde incompe-tente e mal aparelhado para socorrer a população.

O Vale do Paraíba, não está fora deste contexto. Esta manchete não é nova, esta man-chete é de final do ano de 2001. Vamos rever: Indústrias e car-ros transforma-ram São José dos Campos em uma das cidades mais poluídas do Esta-do de São Paulo. O município, que chegou a ser centro de tratamento para tuberculose e do-enças respiratórias nos anos 30 e 40, hoje só perde em níveis de poluição para Cubatão, no Litoral Sul do Esta-do e a megametropole São Paulo. Ozô-nio, material particulado (carbono combinado com outras substâncias tóxicas, como o chumbo), dióxido de enxofre e monóxido de carbono são os principais poluentes, segundo o então gerente da divisão de qualidade do ar da CETESB, Jesuino Romano, de São Paulo. Os poluentes podem causar desde irri-tação nos olhos e garganta até crises de asma e, com o passar dos anos, doen-ças pulmonares crônicas (enfisema e bronquite crônica) e câncer. O pneumologista Hélio Speranza Ca-merano Júnior, de São José dos Cam-pos, afirma que o número de veículos que passa pela cidade, especialmente pela Via Dutra, é o principal responsá-vel pela piora na qualidade do ar no município. “O monóxido de carbono emitido pelos veículos fica pouco tempo no ar, mas sua emissão é constante, por isso os carros são mais poluentes do que as indústrias, que nos dias de hoje, em sua grande maioria possuem filtros “, diz o médico.

O Ozônio, proteção natural da terra, pode se tornar nocivo para o ser humano. A camada de ozônio é uma proteção contra os raios ultravioletas emitidos pelo sol. A substância porém é nociva à saúde quando está próxima ao solo e em altas concentrações. Segundo o pneumologista Hélio Speranza, o ozô-

nio causa irritação nas vias respirató-rias, e pode desencadear crises de as-ma. A exposição permanente a esse gás causa envelhecimento precoce e reduz a resistência contra infecções respira-tórias. O ozônio não é emitido diretamente para a atmosfera. A substância é for-mada a partir de reações químicas que ocorrem na presença da luz solar, en-tre poluentes emitidos por indústria e pelos veículos automotivos. No ano 2000 o gás estava presente em São José dos Campos, numa concentração mé-dia de 143 microgramas por metro cúbico/dia. Na metade do ano de 2001, mais precisamente em julho, a média diária foi de 160 microgramas por me-tro cúbico. Um aumento significativo em apenas seis meses, de 11,9 %.

O clima de São José dos Campos nos anos 30e 40 era considerado ideal para o tratamento da tuberculose. Segundo o pneumologista Helio Speranza, de São José dos Campos, acreditava-se que o ar puro pudesse ajudar a curar a doença. Hoje esta doença tem cura e seu tratamento é de seis meses á base de antibióticos. Segundo alguns mora-dores antigos de São José dos Campos, como o filho do advogado e jornalista Altino Bondesan, cujo pai chegou em São José dos Campos, para se tratar da tuberculose no ano de 1935 e nunca mais saiu da cidade, Amilcar Bonde-san afirma que a qualidade o ar está “menos estável”. Este não é o clima dos anos 40 ou 50. A qualidade de vida caiu muito e não somente em São José dos Campos mas, na grande maioria das cidades indus-trializadas do Eixo Rio-São Paulo. A qualidade do ar de são José dos Campos está muito abaixo da reco-mendada pelo Organização Mundial de Saúde. Substâncias tóxicas, como chumbo e metais pesados, liberados no ar de São José dos Campos estão mui-to acima do permitido. Também é agravante o desmatamento e a falta de conservação das Matas re-manescentes, Atlântica, de encosta e de planalto. A falta de preocupação com nossas nascentes, rios e riachos também está contribuindo para a de-gradação ambiental. Esta na hora de revertermos a situa-ção. Não temos mais tempo.

A natureza começa a mostrar seu estado de saturação

Qualidade do ar em São José dos Campos, aumenta risco de doenças co-mo enfisema, asma e bronquite

Ozônio nocivo

Qualidade de vida

Desrespeito á natureza, falta de respeito com um povo que está absolutamente rele-gado a segundo plano na categoria de cida-dãos, pela prefeitura de São José dos Cam-pos. Mato Lixo, entulho, desmoronamentos provocados pela erosão, em virtude da fal-ta de manutenção das ruas, nascentes e córregos, na Zona Leste.

Nesta última foto u lago que antes era pis-catório, formado por duas nascentes e um riacho, hoje absolutamente euforizado e abandonado, onde prolifera matéria orgâ-nica podre e mosquitos. A cidade tecnologia do Vale não sabe cui-dar de seus mananciais.

Limpeza profissional Ecológica

Page 11: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 11

www.melhoridade.brazi.us

O Misticismo das pedras CRISOPÁSIO Esta pedra estimu-la a sexualidade e portanto a procria-ção. É a pedra dos órgãos sexuais e

da cura de doenças venéreas. Tam-bém ajuda na sensualidade e na falta de interesse pelo sexo oposto. Au-menta a fertilidade em ambos os se-xos. Pedra considerada boa também para problemas na visão e para o tratamen-to da miopia e depressão, aumentando a compreensão dos problemas pesso-ais e a serenidade mental. Pode ser usada no chakra básico.

CRISTAL QUARTZO

Estes cristais são usados como um amplificador po-

deroso, usado pelos índios da América do Norte, especificamente os Shamans que conheciam muito bem suas propriedades. São usados como proteção de todos os tipos de radiação; extremamente eficientes em radiodifusão e armazenamento de for-mas de pensamento e dados.

DIAMANTE Pode ser usado em todos os Chakras, dependendo da cor. Possui grande poder de cura e é a mais neutra de todas as

gemas. Extremamente poderosa para re-mover bloqueios, negatividades e disfun-ções sexuais. Elimina as substâncias tóxi-cas do corpo. Fortalece funções cerebrais, ajuda o alinhamento dos ossos do crânio. Quebra bloqueios no chakra coronário, e na personalidade. É um grande curador, afasta as negatividades, purifica e limpa sexualmente. Aumenta a força física e á coragem. O diamante intensifica a energia de outras pedras, promove a clareza do pensamento. Pode ser usado em todos os chakras, só ou em companhia de outras pedras para intensificá-las.

Seu nome significa “Pedra Verde”. Seu verde é único. Trabalha o chakra cardíaco e os corpos elétrico, astral e emocional. É indicada para o equilíbrio mental, emocio-nal e espiritual. Ajuda na meditação, e ele-va a consciência e as habilidades psíqui-

cas. Aumenta o psiquismo e a faculdade da clarividência. Uma ótima pedra, usada para a cura de diversos males. Esta pedra é usada também para alinhar o corpo eté-reo, astral e emocional. Equilibra as emo-ções fortes. Pode ser usada no chakra car-díaco.

FLUORITA

Pedra associada aos ossos e den-tes, previne cáries dentárias, sintoniza a mente com o es-

pírito, facilita o contato com seres su-periores. Ela permite manter o espaço meditativo e concentrado nas ativida-des físicas. Pode ser usada no trata-mento de doenças mentais e proble-mas cerebrais. Aumenta a concentra-ção e a inteligência. Possui qualidades de cura semelhantes às da pedra Ame-tista, ajuda no controle mental e o es-pertar espiritual. Pode ser usada no chakra frontal.

GRANADA

Pedra encontrada em muitas cores, exceto nas tonalida-des do azul. Revigo-

ra o sistema sanguíneo e o coração. Estimula a imaginação, clarividência, orgulho, sucesso, autoconfiança, for-ça e vitória. Pedra ligada ao coração e sexualidade. Pode ser usada nos cha-kras básico e cardíaco.

HELIOTRÓPIO

(jaspe de sangue) para pessoas com fraqueza física. Também indicada para problemas de

bexiga, intestinos e circulação (revigora e oxigena a corrente sanguí-nea), estômago e abdômen. Atrai di-nheiro e prosperidade. Possui poderosas qualidades curati-vas, quando usada por um grande cu-randeiro. Estimula o movimento da Kundalini. Pode ser usada no chakra Esplêndido.

HEMATITA

Hematita é uma pedra que forte poder de cura e proteção. Tem também ótima influ-ência na depuração do sangue e na purifi-

cação dos órgãos. Exerce um forte efeito sobre o sangue. Elimina todas

as perturbações sanguíneas e no cam-po psíquico melhora a auto-estima. Aumenta o magnetismo pessoal, o otimismo e incentiva a coragem e a vontade. Pode ser usada no chakra esplêndido.

INDICOLITA AZUL

Ativa a garganta, revigora os pul-mões, laringe e tirói-de. Pedra muito usa-

da para aliviar o estresse e ativar o sono tranqüilo. Pode ser usada no chakra laríngeo.

INDICOLITA VERDE

A indicolita verde equilibra todos os

níveis etéreos. Acalma o cérebro, mente e sistema nervoso. Esfregando a pedra no corpo, elimina o estresse. Pode ser usada no chakra cardíaco.

JADE

Esta pedra tem a faculdade de au-mentar a concentra-ção e o poder de decisão; atrai a for-

ça. Alivia problemas imunológicos, gera o amor divino. Atrai força. Abre caminho para vidas passadas, especi-almente as vidas no Oriente. O Jade serve como um lembrete da integrida-de da mente e da alma. Pode ser usa-da no chakra do coração.

JASPE

Outra variante do quartzo, com gran-de poder de cura. É encontrada em vá-rias cores. Alivia a dor, principalmente

durante o parto. Auxilia os primeiros meses da gravidez, geral altruísmo, emite força vital e é recomendada para doenças debilitadoras (bexiga, olfato, fígado, rins, vesícula e epilepsia). Cria uma conexão forte com a terra; É bom ter em casa. Acalma a tristeza, desen-volve uma grande sensibilidade e pro-move o entendimento entre os seres. Equilibra, cura o campo áureo e alinha a intuição. Pode ser usada no chakra coração.

Loja de Presentes

Ourivesarias

Loja de Artesanatos

(Produtos para)

Bijuterias e folheados

Page 12: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 12

www.conelestepaulista.brazi.us

Escola, família e sociedade

A relação entre família e escola nos países da OCDE está a mudar o seu rumo. Ambas se encontram intimamente envolvidas na educação das crianças, mas os aspectos pelos quais são responsáveis e o modo como essa responsabilidade é delineada, varia com os tempos e as culturas, de a-cordo com o cenário econômico e político. Três fatores combinam-se para tornar mais amplamente reconhecidos os papéis da família, a escola e a comunidade na educação. A educação formal está a tor-nar-se mais importante do que nunca; os seus métodos são mais diversificados e os seus propósitos mais complexos; e a idéia de que, no futuro, a maior parte das pessoas terá de aprender continuamente ao longo da vida é cada vez mais reconhe-cida. O envolvimento dos pais na educa-ção dos filhos está agora associada à mai-or apreensão de conhecimentos. Essa

percepção complementa outras tendên-cias: um movimento geral direcionado para a descentralização e autonomia local, com muitos governos a quererem, atual-mente, 'tornar as escolas públicas mais em conta para os seus clientes', e mais pais a exercerem pressão sobre os políti-cos para uma maior variedade de escolha no ensino. Em muito países os pais vêm o seu envolvimento na escola como um di-reito democrático; em alguns, como a França, a Alemanha e a Dinamarca, é mes-mo uma norma existente há décadas. E o conceito de contabilidade aplicado às es-colas - tornando mais pública as questões financeiras e os sucessos e falhas das escolas individualmente consideradas - foi acolhida com mais ou menos entusiasmo no Reino Unido, Canadá e Estados Uni-dos. O objetivo desta viragem política é fazer com que a escola dê uma resposta mais cabal às exigências e desejos dos pais e dos contribuintes. Os governos têm uma série de motivos para encorajar a participação dos pais. Há efeitos de efici-ência. Na perspectiva da escolha do con-sumidor, os pais, enquanto consumidores, deveriam poder escolher a escola e a for-ma como funcionam. Assume-se, por isso, que se os pais pensarem enquanto consu-midores terão uma idéia mais concreta sobre o que pretendem e serão mais críti-cos quanto ao que lhes é oferecido - le-vando as escolas a responder mais efici-

entemente às suas pretensões. Os gover-nos sabem também que o envolvimento dos pais pode constituir como que uma alavanca para elevar parâmetros. Estudos de grande escala levados a cabo na Aus-trália, Reino Unido e Estados Unidos mos-tram que as escolas onde os alunos são bem sucedidos (tanto em termos de su-cesso acadêmico como de atitudes positi-vas face à aprendizagem) são caracteriza-das por boas relações casa-escola. Este envolvimento pode igualmente atenuar desvantagens e melhorar a equidade, sa-bendo- se que a prestação de uma criança pode ser melhorada mostrando aos pais como apoiá-la mais eficazmente em casa - uma consideração particularmente impor-tante quando existem diferenças culturais entre os valores do sistema educativo e os da família. Em países como o Canadá, In-glaterra, País de Gales, França e Estados Unidos, as decisões políticos estão a pro-curar soluções ou ajuda das escolas para questões como o abuso de drogas e álco-ol no meio juvenil, promiscuidade sexual e gravidez de adolescentes, abuso de meno-res, violência e bandos juvenis. Existem igualmente considerações de ordem finan-ceira. Não só os pais poderão ajudar a captar fundos extra para a escola, como poderão ser um meio econômico de mobi-lizar recursos, auxiliando em visitas esco-lares, ajudando em atividades desportivas ou assistindo os professores na sala.

Filhos x Avós

Ficar na casa dos avós geralmente é sinônimo de diversão. É comer pipoca e bolo de chocolate, brincar de luta no tapete da sala, ter a comida preferida na hora da refeição e ouvir muitas his-tórias. Mas não é apenas nas brinca-deiras e na fuga da rotina que o papel deles é desempenhado; os avós po-dem ser conselheiros, educadores e um conforto em momentos difíceis. A importância deles no desenvolvi-mento das crianças foi atestada em uma nova pesquisa da Universidade

de Oxford, na Grã-Bretanha, com 1,5 mil crianças e adolescentes de 11 a 16 anos. Os estudiosos observaram que as crianças que tiveram os avós por perto cresceram mais felizes. Princi-palmente nos dias de hoje, quando os pais têm uma rotina atribulada, a pro-ximidade é ainda mais benéfica - e necessária. De acordo com o estudo, quase um terço das avós maternas tomam conta dos netos regularmente na Grã-Bretanha. Em en-trevista a BBC Bra-sil, Eirini Flouri, do Instituto de Educa-ção de Londres, disse que, em épo-cas de separação dos pais, muitos avós desempe-nham um papel im-portante ao trazer conforto aos netos e estabilidade a toda a família. A pes-quisa também levantou que os avós foram muito importantes no momento de superar dificuldades como a impli-cância de colegas da escola e no pla-nejamento do futuro, como a escolha da faculdade.

Quanto mais o tempo passa mais para frente eles se acham.

Um sábio recebeu a visita de um homem que dia já não amar a sua esposa, e que pensava em separar-se. O sábio ouviu-o. Olhou-o nos olhos, disse apenas uma pala-vra, e calou-se: Ame-a Mas eu já disse: Não sinto nada por ela ! Ame-a, disse novamente o sábio. E percebendo o desconforto do homem, depois de um breve silêncio, o sábio expli-cou: Amar é uma decisão, não um sentimento; A mar é um verbo e o fruto dessa ação é o amar. O amor é um exercício de jardinagem; arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excesso de chuvas, Mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame o seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o,

respeite-o. Isso é tudo, Ame !!! A inteligência sem amor, faz-te perverso. A justiça sem amor, faz-te implacável. A diplomacia sem amor, faz-te hipócrita. O êxito sem amor, faz-te arrogante. A riqueza sem amor, faz-te avaro. A docilidade sem amor, faz-te servil. A pobreza sem amor, faz-te orgulhoso. A beleza sem amor, faz-te ridículo. A autoridade sem amor, faz-te tirano. O trabalho sem amor, faz-te escravo. A simplicidade sem amor, deprecia-te. A oração sem amor, faz-te introvertido. A Lei sem amor, escraviza-te. A política sem amor, deixa-te egoísta. A fé sem amor, deixa-te fanático. A cruz sem amor converte-se em tortura. A vida sem amor...não tem sentido. Autor: Padre Jonas Abib

Palavras de sabedoria

Cursos ou Palestras

Papelaria

Loja Informática

Page 13: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 13

www.redefonetelemensagens.com

A Confissão de João Ramalho (Continuação)

São Paulo de Piratininga

Saiba Vossa Reverendíssima que, ape-sar da má vontade do Padre Manoel da Nóbrega, em 1554 ajudo-o a fundar São Paulo de Piratininga, povoação que Tomé de Sousa mandara levantar. Sempre esta minha mania de nadar por entre duas águas, conciliação... Santo André e São Paulo, duas povoa-ções tão próximas uma da outra, mas porquê? Um capitão, que é meu ami-go, pois muito lhe facilitei a vida junto aos tupiniquins, comete inconfidência e mostra-me o Regimento de D. João III para Tomé de Sousa. As instruções são claras: “Será grande inconveniente os genti-os que se tornarem cristãos, morarem na povoação dos outros e andarem misturados com eles; e será muito serviço de Deus e meu apartarem-nos da sua conversação. Encomendo-vos e mando que, os que forem cristãos, morem juntos, perto das povoações das ditas capitanias, para que conver-sem com os cristãos e não com os gentios, e possam ser doutrinados e ensinados nas coisas da Santa Fé; e aos meninos, porque neles imprimi-ram melhor a doutrina, trabalhareis por dar ordem como se façam cristãos e que sejam ensinados e tirados da conversação dos gentios.” Tomé de Sousa não pensava povoar o planalto, São Paulo, com o seu Colé-gio e com o seu Padre Anchieta que tão bem aprendeu a falar tupi que até nessa língua fez hinos e poemas, era apenas um aldeamento para a evange-lização dos índios. Já Mem de Sá, ter-ceiro Governador-Geral do Brasil, é um pau de dois bicos. Começa por proibir escravizar os índios. Mas, ao mesmo tempo, manda desimpedir as veredas de Paranapiacaba e, em 1560 extingue a Santo André dos meus guerreiros Tupiniquins (e de escassos peões portugueses) e promove São Paulo a vila. É um nebuloso convite aos aventureiros, porém convite; su-

bam ao planalto a caçar índios ! E eles começam a subir, ó se começam... E são perigosos, devastadores, pois os portugueses facilmente se adaptam a tudo: se não há farinha de trigo pois coma-se a de mandioca, se não há u-vas pois comam-se jabuticabas, se não há bagaço de vinho pois beba-se aguardente de milho, se não há col-chões, pois durma-se em rede, se não há raparigas pois namorem-se as ín-dias ! Desleixados, sem planos pré-vios levam tudo a eito, dispostos ape-nas ao trabalho de pôr os outros a tra-balhar para eles, sequiosos que estão de honrarias e riquezas... Atormenta-do, rolado entre duas águas, com os meus Tupiniquins abandono a extinta vila de Santo André e retiro-me para o sertão.

Confederação dos Tamoios

Tantas atrocidades são cometidas que bastam apenas dois anos para unir todas as tribos dos Tamoios (Tupinambás), desde Bertioga (SP) a Cabo Frio (RJ), e até mesmo ao Vale do Paraíba... E eis uma nação de ín-dios congregada para arrasar São Paulo de Piratininga, com todos os seus moradores, homens de armas, padres, artesãos, mercadores e se-nhores do engenho, o povo todo... Em desespero de causa o Padre Manuel da Nóbrega manda-me pedido de so-corro. Atendo, é a pecha do costume, as duas águas... Com Tibiriçá, o meu sogro, em dois dias reúne milhares de homens. Em 1562 há lutas, escaramu-ças, guerras e morticínios, mas os Ta-moios (Tupinambás) não conseguem entrar em São Paulo. Sou eu quem comanda toda a defesa. Assim o que-rem os portugueses, assim o faço. Depois os Padres Manuel da Nóbrega e Anchieta vão à Iperoig a parlamentar com os Tamoios. Dão razão às suas queixas e prometem-lhes que os bran-cos não mais irão prear índios porque eles, Padres, são contra a escraviza-ção. Os Tamoios acreditam que assim vai ser. Em 1563, em Iperoig, os Pa-dres e os Tamoios (Tupinambás) fa-

zem a paz. Coitados dos Índios...

Meditação Em 1564 oferecem-me o cargo de ve-reador de São Paulo. Recuso e, com os meus homens, retiro-me para o Va-le do Paraíba. Por lá fiquei até hoje, já lá vão 16 anos. Tive muito tempo para meditar sobre as duas águas em que andei e ando sempre a rolar. Padre: o índio segue natureza, o por-tuguês luta contra ela. Quando, por causa das queimadas, se esgotam as suas terras, o índio abandona-as, pro-cura e desbrava outras e tantas há que parecem não ter fim... Constrói uma nova Taba ou Aldeamento, reconhece o novo território de caça. Para apa-nhar pacas, capivaras, tamanduás, quatis e outros bichos, coloca as ar-madilhas nos trilhos novos. Nos rios que descobriu observa a que pegões vão os lambaris e outros peixes em cada época do ano. O índio está sem-pre a mudar de lugar, para ele não tem sentido a casa de pedra e cal. Também não tem sentido a acumulação de ví-veres, pois o calor apodrece-os. Co-nhecendo a natureza como conhece, em cada momento, vai retirando dela o que precisa. Já a ambição do portu-guês, habituado à penúria dos seus Invernos Europeus, é acumular, de tudo, o mais que possa, em tempo curto; cereais e frutas secas, conser-vas em azeite, ou fumeiros, ou salga-deiras de carnes e peixes. Nem os ín-dios conseguem entender os portu-gueses (aos quais chamam de lou-cos), nem os portugueses conseguem entender os índios (a quem chamam de selvagens). Padre olvidei estas di-ferenças, quis conciliar ou inconciliá-vel e o resultado é o que se vê. Repa-rai agora que todas as tribos que fa-lam tupi, que ocupam a faixa litorânea desde o norte do Brasil até ao Rio da Prata, por causa dos casamentos cru-zados e alargados, são todas elas apa-rentadas. Só mais para o interior é que vivem e reinam as outras tribos ou nações tapuias, que são dezenas, se acaso centenas não forem elas. Até parece que Deus Nosso Senhor, ao espalhar os tupis pela costa do Brasil, quis preparar a entrada dos portugue-ses, pois a estes bastou-lhes aprender apenas mais uma língua, para se faze-rem entender de norte a sul em tama-nho território. Vossa Reverendíssima não torça o nariz porque, embora os portugueses sejam os novos donos do Brasil, aqui a língua portuguesa é como o latim, na no Reino; só poucos o falam... Aqui a

língua-geral é o tupi, embora corrom-pido pela língua portuguesa, porém tupi ainda. E até a língua portuguesa que algumas criancinhas aprendem no Colégio (não nas ocas ou malocas) vai sendo corrompida pelo tupi. Vossa Reverendíssima, em Coimbra, falava um português impecável. Aqui já vai dizendo urubu em vez de abutre, mi-rim em vez de pequeno, saúva em vez de formiga, capim em vez de forragem, jabuti em vez de cágado, arapuca em vez de armadilha, catapora em vez de bexigas, jararaca em vez de cobra, e tantas mais... E eu pergunto-me se as facilidades que os povos de língua tupi deram aos portugueses, estão a ser devidamente retribuídas pela forma como estes tra-tam aqueles. Não, Padre, não estou apenas a falar de sujeição física, mas também daquela outra que promoveis com a evangelização dos índios, esse vosso trabalho de sapa das suas anti-gas crenças e tradições, afinal fazen-do suas referências para a vida ter sentido e apetecer. Estou a falar dos muitos milhares de índios que, em conseqüência, vão perdendo a vonta-de de viver e de resistir à opressão dos brancos. Bem sei que anjos, não homens, é o que vós, jesuítas, preten-deis fabricar nos vossos aldeamentos. Mas vejo que não haveis conseguido nem uma coisa nem outra, apenas mortos-vivos. Padre: estou velho e prestes a apagar-me. Português nasci e só ambiciono, n hora da morte, ouvir falar a minha lín-gua natal. Só por isso tornei a esta Vila de São Paulo e Piratininga, é ain-da esta minha pecha de duas águas... Padre: se tudo o que digo vos parece blasfêmia, pois relevai as patetices de um velho senil que a vós chega ampa-rado pelos seus caribocas, e trata de encomendar-me a alma a Nosso Se-nhor, Deus dos brancos, que um pajé, antes de meu retorno, já a encomen-dou a Tupã, Deus dos Índios.

FINAL

“O TEXTO CONFISSÃO é um texto literário/fictício, que pode ter sido feito para compor alguma peça teatral. No entanto, contém fatos reais da história do Brasil. Fonte: vidaslusofonas.pt.

Livraria ou

Banca de Jornal

Page 14: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 14

www.redevalecomunicacoes.com

Projeto Educar “Uma janela para o mundo” www.gazetavaleparaibana.com

O recente relatório Roots of Resilience: Growing the wealth of the poor, do World Resources Institu-te (WRI), afirma que ¾ das pessoas consideradas pobres – os 2,6 bilhões que vivem com menos de U$2,00 por dia – dependem diretamente do meio ambiente para sua sobrevivência. Es-sa dependência direta expõe as cama-das mais baixas da população mundi-al às mazelas da mudança climática e da destruição provocadas cotidiana-mente pela produção e o consumo sobre a natureza. Por Davi Cordeiro Moreira A grande discussão em relação às comunidades carentes do globo que está por trás deste relatório diz respei-to ao debate da sustentabilidade eco-nômica, pois ações culturais, ambien-tais e de desenvolvimento humano devem ter como foco a criação de al-

ternativas que promovam a autonomia de tais comunidades. Abordagens e projetos têm tanto que criar condi-ções adequadas de sobrevivência e perpetuação das tradições como pos-sibilitar alternativas de subsistência que estejam inseridas na lógica do capital. A conclusão acima está com certeza ligada a uma ideologia humanitária de manutenção da pobreza e redução das perversidades criadas pelo siste-ma. Entretanto, abordar somente des-ta perspectiva é reduzir os esforços historicamente construídos desde a década de 70. A mobilização, princi-palmente por parte da sociedade civil, para uma mudança nos modos de pro-dução e de consumo não diz respeito a uma mera manutenção da miséria, pois está cotidianamente em choque com a concentração de renda e com a destruição do meio ambiente. A sus-tentabilidade, ao considerar a existên-cia de uma relação direta entre a po-breza e a degradação ambiental, visa um patamar ótimo para a dinâmica das relações entre homens-homens e homens-natureza. Seria ideal pensar numa simples resposta

de não-intervenção nas comunidades, dei-

xá-las em “paz”. Infelizmente, valer-se

dessa resposta é negar o conhecimento

de que as práticas de produção e consu-

mo que o capitalismo promove estão além de impactos locais.

Projetos direcionados às comunidades

carentes devem ao máximo primar pela

redução da dependência e aumento da

autonomia em todos os âmbitos: ambien-tal, econômico e, principalmente, de co-

nhecimento. Devem-se mitigar os impac-

tos que as sazonalidades ambientais pos-

sam ocasionar. Por isso, a importância do

fomento da capacidade de geração de ri-queza monetária, visando uma não-

dependência direta ou obrigatória em rela-

ção a um comprador ou receptor de mer-

cadorias. Para tanto, há a necessidade de

criação de redes que integrem as comuni-dades e promovam trocas de saberes, ex-

periências e competências que possibili-

tem a manutenção autônoma de sua exis-

tência.

A Sustentabilidade representa um movi-

mento contínuo à mudança social, o qual aguarda pacientemente que momentos de

crise o fortaleçam até que seja plenamente

difundido entre as relações que os ho-

mens estabelecem.

Projeto Planta Brasil www.plantabrasil.brazi.us

O Projeto “Educar - Uma Janela para o Mundo” nasceu junto com a idéia “Gazeta Valeparaibana”. Um jornal destinado a vi-venciar a cultura, história, tradições, prin-cípios da preservação ambiental, e dirigido ás cinco Regiões que compõem o Cone Leste Paulista. Também sua linha de con-duto é na inserção de matérias 100% edu-cativas, na preservação de valores e de uma sociedade ética, responsável e sobre tudo consciente das suas obrigações cívi-cas, na preservação de seus patrimônios culturais e artísticos, valorização das tradi-ções locais e de sua história. O Projeto “Educar - Uma Janela para o Mundo” visualiza o momento em que se discutem as várias alternativas de preser-vação ambiental, reconstrução social e

educacional de nossos jovens e não só, como também, da sociedade como um todo. Para isso quer absorver no seu con-teúdo as opiniões de toda a sociedade civil, incluindo-se as Diretorias de Ensino, Oficinas Pedagógicas, Escolas, Professo-res, APMs, Secretaria da Educação e Se-cretarias Regionais do Meio Ambiente, entre outros Órgãos e Fundações, na moti-vação de atividades e ações que levem os alunos a repensar, assimilar, avaliar e vi-sualizar oportunidades para seu futuro, nos temas inseridos no contexto “Gazeta Valeparaibana”. A intenção é fazer com que, através de uma saudável competição, os alunos sejam levados a pesquisar e a interagir nos temas e necessidades de cada cidade ou região, colocando-os no papel e submetendo-os a uma competição saudável e aberta. A finalidade é a susten-tabilidade local e a busca de oportunida-des sejam elas de cunho turístico regional, ou local, tais como Hotéis Fazenda, Sítios Históricos, Trilhas Ecológicas, ou até mes-mo comércio em geral, levando a uma mai-or visualização de oportunidades em suas cidades ou Regiões, para o desenvolvi-mento de seu futuro profissional. Ao definirmos as metas e orientações para este Projeto Educacional, fazemos questão de frisar que todas as questões sempre estarão abertas e receptivas a críticas e sugestões, dado que o queremos um espa-

ço aberto, democrático e permanente, não estando nenhuma de suas etapas e, muito menos seus pontos de vista, fechados. A classificação dos objetivos a atingir com este Projeto Educacional têm como refe-rências os pressupostos evidenciados por todas as normativas que regulamentam o “Sistema Educacional Nacional”, susten-tando-se num conjunto de valores que se descrevem a seguir: 1 - Principio da não exclusão, entendido no sentido de não criar oportunidades di-ferentes e percursos diferenciados que conduzam a favorecimento de alguma par-te, ferindo o processo educativo do proje-to, dando liberdade de ação e oportunida-de, igual a todos os participantes, respei-tando seus estilos cognitivos e dificulda-des de aprendizagem. 2 - Principio da Cidadania e da Participa-ção Democrática, encarando cada indiví-duo da comunidade escolar e educacional como um elemento ativo no processo e capaz de intervir de forma responsável, solidária e crítica, neste Projeto Educacio-nal, para um bom termo dos objetivos que pretende atingir. Para maiores informações, visite o site: Www.gazetavaleparaibana.com

Celulares

Oftalmologistas

Exames e laboratórios

Auto-Escolas

Page 15: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 15

www.melhoridade.brazi.us

Curiosidades “Fauna” LAGARTIXA Uma lagartixa sem cauda não é algo que se possa ver r e g u l a r m e n t e . Mas, a maioria das pessoas já ouviu dizer que “se a lagartixa perde o rabo, ele cresce de

novo”. Pois é, mas o que muita gente não sabe é que, a lagartixa pode perder a cau-da, ou rabo, de propósito. A lagartixa assim como a maioria dos la-gartos, têm a capacidade de soltar o rabo como mecanismo de defesa contra o ata-que de seus predadores. A cauda cai e fica se mexendo por alguns segundos para chamar a atenção do predador. En-quanto isso, o animal tenta se salvar do perigo, escapando para algum refúgio em que não possa mais ser visto. Essa capacidade é chamada de autotomia e ocorre também com outros animais, como insetos, crustáceos e répteis. Após algum tempo, a cauda passa por um processo de regeneração e cresce nova-mente, mas, nunca mais ficará do tama-nho original. O interior do membro não mais será composto por osso e terá um outro tipo de tecido cartilaginoso. O animal, no caso, a a lagartixa, poderá se utilizar deste mecanismo de defesa, mas, a cada vez que isto aconteça, na regene-ração, também cada vez ficará menor, a sua cauda. LAGARTIXA, melhor amiga do homem. Segundo alguns geólogos, apesar de ter uma aparência estranha, a lagartixa é jus-tamente considerada por muitos leigos como um animal transmissor de doenças. “Essa espécie não transmite doença ne-nhuma e é uma lenda quando dizem que ela passa cobreiro para as pessoas”. Pelo contrário, afirmam os biólogos, a lagartixa se torna uma grande amiga do homem ao ser uma grande predadora dos filhotes de barata e outros insetos que realmente podem transmitir doenças.

Aranhas Porque as aranhas encolhem as pernas quando morrem? De acordo com o biólogo Hilton Jap-yassú, pesquisa-

dor do Instituto Butantã, a ciência ainda não tem uma resposta exata para o “encolhimento de pernas pós-morte” das aranhas. Mas a estrutura corporal desses animais oferece algumas pistas. Para contrair as pernas, as aranhas pos-suem musculatura nas juntas, e este mo-vimento ocorre de forma semelhante ao

dos humanos. Já para esticar os mem-bros, as aranhas não têm musculatura. “Para realizar a extensão as aranhas bom-beiam hemolinfa ( O “sangue” delas) para dentro das pernas”, diz Japyassú. O bom-bardeio é feito com a contração dos mús-culos que ligam a parte superior da cara-paça que reveste a cabeça e o tórax à par-te inferior da mesma. “Com a contração, aumentaria a pressão hidráulica interna à carapaça, e a hemolin-fa migraria para as pernas, fazendo com que elas se estiquem”, explica. Ao morrer, a aranha poderia relaxar os músculos que ligam a parte superior à inferior da carapaça, diminuindo a pres-são de hemolinfa para dentro das pernas, o que causaria a contração das mesmas. “Outra hipótese seria a de que elas, mor-tas, vão se desidratando, o que também diminuiria o volume de hemolinfa, resul-tando em pressão negativa dentro da ca-rapaça. São hipóteses a serem testadas”, afirma o biólogo.

Camaleões

Porque os camaleões mudam de

cor?

Répteis da ordem dos lacertílios, a mesma dos lagar-

tos e lagartixas, os camaleões se alimen-tam basicamente de insetos. Na hora da caça, ele se movimenta lentamente para não assustar sua presa, conta o professor de Biologia Sr. Daniel Pereira Rocha: “O sucesso da captura depende de sua lín-gua protáctil, que pode atingir quase um metro na velocidade de um piscar de o-lhos”, conta. Esta lentidão, porém, facilita o ataque de seus predadores, motivo pelo qual o camaleão imita a cor do ambiente onde se encontra, processo conhecido como camuflagem. Ser confundido com o ambiente é uma estratégia de defesa e de caça. Ao assu-mir as cores locais, onde se encontra, tais como folhagem, um galho ou tronco de árvore, o camaleão se camufla para captu-rar insetos e ao mesmo tempo não ser visto por seus predadores, como cobras ou aves de rapina. O Biólogo Daniel Rocha explica, que, o cérebro do animal interpreta as cores do ambiente, por meio da visão, e libera hor-mônios que atuarão nos cromatóforos da pele, as células que dão a cor ao animal, ocasionando as mudanças. O professor afirma ainda que a camuflagem ocorre involuntariamente, e que cada uma das mais de 80 espécies de camaleões possui uma gama de pigmentos próprios, em geral nos tons amarelos, marrons ou aver-melhados. Rocha acrescenta que um camaleão cego provávelmente não sobreviveria na flores-ta, já que não poderia ver a caça ou o pre-

dador: “Ele morreria de fome ou seria co-mido rapidamente por outros animais lo-go após a eclosão do ovo. Se por qual-quer motivo vier a ficar cego depois de atingir a idade adulta, morrerá pelos mes-mos motivos. Sem ver a luz, o cérebro não dá comandos para imitar o ambiente”.

Como o Peixe Elétrico dá choque? Não é lenda, como muitos pensam: al-guns peixes têm sim a capacidade de dar choques, alguns inclusive com altas vol-tagens. Os peixes elétricos existem em todo o mundo e, no Brasil, aparecem mais na região norte, especialmente na Bacia Amazônica. O oceanógrafo Ricardo Cardoso, do A-quário de São Paulo, explica que esses animais tiveram uma adaptação da mus-culatura lateral do corpo. Essa musculatu-ra virou uma grande bateria, que armaze-na a eletricidade. Mas de onde vem essa eletricidade? “Todo o movimento muscular se dá atra-vés de sinapses, impulsos elétricos aos músculos. Os peixes elétricos armazenam nos músculos laterais a corrente gerada por essas sinapses, em vez de consumi-la”, diz Cardoso. E usam essa energia para reagir a ataques, se comunicar, dis-putar com outros peixes determinado ter-ritório e para acasalar. “Quanto maior o animal, mais forte o cho-que”, diz Cardoso. Alguns, como o pura-quê amazônico, chegam a dar descargas de 600 volts. Um choque desses pode paralisar os movimentos de um humano e causar o afogamento. Apesar disso, o oceanógrafo sabe apenas de um caso de morte por “ataque” de peixe elétrico: Em um aquário, um desses animais pulou para fora do tanque e um funcionário a-garrou-o para devolvê-lo à água. Com o susto, o peixe liberou a descarga - mas como o homem tinha um marca-passo, o choque terminou por causar um ataque cardíaco.

MAIS - NA PRÓXIMA EDIÇÃO

Faculdades

Faculdades

Vestibulares

Cursinhos

Page 16: JANEIRO 2009 É preciso nunca esquecer Lei Seca será ... · Natal é mais antiga que o próprio ... mentira e maus cos- ... A Comunicação verdadeira é tão essencial à qua-lidade

JANEIRO 2009 Gazeta Valeparaibana Página 16

www.plantabrasil.brazi.us

Não dá para evitar a emoção todas as ve-zes que leio as duas mensagens. Admiro até a caligrafia deixada por seu próprio punho. As suas palavras, que sempre soam tão simples e carregadas de preocupação com a humanidade, me dão a exata medi-da do quanto você era sonhador. Já sei que a revolução com a qual sonhou come-çou quando você era ainda criança, nas

matas de Xapuri. Pai, Sandino, minha mãe e eu sabemos que desde muito pequeno você foi um grande trabalhador. Já nos contaram mui-tas vezes o quanto você era dedicado e organizado em tudo que fazia. Que desde criança já era um seringueiro destemido, assumindo tarefas de verdadeiro homem. O seu exemplo continua sendo uma luz no nosso caminho, especialmente o seu sen-so de responsabilidade na defesa das flo-restas da Amazônia. Sei que costumava levantar bem cedo, quando ainda estava escuro, para cortar seringa, ou para participar de reuniões pela organização dos seringueiros que queriam a proteção de nossos recursos naturais. Às vezes fico imaginando o que com você pensava nos momentos de profunda an-gústia e solidão que enfrentou nesta vida. Você chorou em algum momento? Se cho-rou, meu pai, saiba que ainda existem ho-mens e mulheres que também sonham com uma revolução que seja capaz de revelar a beleza necessária de um novo homem. O homem nasce em beleza única e você, pai, foi único. A sua beleza foi única, mar-cada pela coragem e ousadia de lutar por uma nova sociedade tão almejada. A bele-za ainda existe, pai, mas a nova sociedade

não sei, sinceramente. Pai, sei que, se dependesse de você, esta-ríamos hoje gozando dos benefícios de viver numa sociedade onde cada indiví-duo pudesse desenvolver o seu trabalho de acordo com os seus talentos. Falo de uma sociedade pela qual você lutou, onde os elementos básicos para a sobrevivência, como moradia, saúde, ali-mentação e educação, fossem garantidos a todos e onde o avanço de cada um re-presentasse o progresso da própria socie-dade. Infelizmente, ainda continuamos apenas sonhando em busca de uma sociedade melhor. Já se passaram 20 anos desde aquela noite, quando o vi pela ultima vez, se debatendo no chão, tentando nos dizer, a mim e minha mãe, algo que nunca sabe-rei exatamente o que era. Pai, tenha a certeza de que sua luta não foi em vão. Os seus sonhos já não são somente seus. São também meus e de todos os que ainda acreditam nos seus ideais. Você ainda é a vanguarda da esperança da Amazônia e do nosso amado Acre. ■ Elenira Mendes é formada em adminis-tração e dirige a ONG Instituto Chico Men-des

Carta da filha de Chico Mendes a seu Pai.

Chico Mendes - Xapuri (AC), 15 de Dezembro de 1944 - Xapuri, 22 de Dezembro de 1968 Ainda criança começou seu aprendizado do ofício de seringueiro, acompanhan-do o pai em e x c u r s õ e s pela mata. Só aprendeu a ler aos 20 anos de ida-de, já que na maioria dos

seringais não havia escolas, nem os proprietários de terras tinham intenção de criá-las em suas proprieda-des. Iniciou a vida de líder sindical em 1975, como se-cretário geral do recém-fundado Sindicato dos Traba-lhadores Rurais de Brasiléia. A partir de 1976 participou ativamente das lutas dos seringuei-ros para impedir o desmatamento através dos "empates" - manifestações pacíficas em que os serin-gueiros protegem as árvores com seus próprios cor-pos. Organizava também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos. Em 1977 participou da fundação do Sindicato dos Tra-balhadores Rurais de Xapuri, e foi elei-to vereador pelo MDB local. Recebe então as primeiras ameaças de morte, por parte dos fazendeiros, e come-ça a ter problemas com seu próprio partido, que não se identificava com suas lutas.Em 1979 Chico Mendes re-úne lideranças sindicais, populares e religiosas na Câ-mara Municipal, transformando-a em um gran-de foro de debates. Acusado de subversão, é submeti-do a duros interrogatórios. Sem apoio, não consegue registrar a denúncia de tortura que sofrera em dezem-bro daquele ano. Chico Mendes foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e um dos seus dirigentes no Acre, tendo participado de comícios com Lula na região. Em 1980 foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional a pedido de fazendeiros da região, que procu-

raram envolvê-lo no assassinato de um capataz de fa-zenda, possivelmente relacionado ao assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia, Wilson Sousa Pinheiro. Em 1981 Chico Mendes assume a direção do Sindicato de Xapuri, do qual foi presidente até sua morte. Candidato a deputado estadual pelo PT nas eleições de 1982, não consegue se eleger. Acusado de incitar posseiros à violência, foi julgado pelo Tribunal Militar de Manaus, e absolvido por falta de provas, em 1984. Liderou o 1º. Encontro Nacional dos Seringueiros, em outubro de 1985, durante o qual foi criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), que se tornou a principal refe-rência da categoria. Sob sua liderança a luta dos serin-gueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional. A propos-ta da "União dos Povos da Floresta" em defesa da Floresta Amazônica busca unir os interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativis-tas. Essas reservas preservam as áreas indígenas e a floresta,além de ser um instrumento da reforma agrá-ria desejada pelos seringueiros. Em 1987, Chico Men-des recebeu a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, que puderam ver de perto a devastação da flo-resta e a expulsão dos seringueiros causadas por pro-jetos financiados por bancos internacionais. Dois me-ses depois leva estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o BID. Os financiamentos a esses projetos são logo suspen-sos. Na ocasião, Chico Mendes é acusado por fazendei-ros e políticos locais de "prejudicar o progresso", o que aparentemente não convence a opinião pública internacional. Alguns meses depois, Mendes recebe vários prêmios internacionais, destacando-se o Global 500, oferecido pela ONU, por sua luta em defesa do meio ambiente. Ao longo de 1988 participa da im-plantação das primeiras reservas extrativistas criadas no Estado do Acre. Ameaçado e perseguido por ações organizadas após a instalação da UDR no Estado, Men-

des percorre o Brasil, participando de seminários, pa-lestras e congressos onde denuncia a ação predatória contra a floresta e as violências dos fazendeiros contra os trabalhadores da região. Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, em Xapuri, propriedade de Darly Alves da Silva, agravam-se as ameaças de morte con-tra Chico Mendes que por várias vezes denuncia publi-camente os nomes de seus prováveis responsáveis. Deixa claro às autoridades policiais e governamentais que corre risco de vida e que necessita de garantias. No 3º Congresso Nacional da CUT, volta a denunciar sua situação, similar à de vários outros líderes de tra-balhadores rurais em todo o país. Atribui a responsabi-lidade pela violência à UDR. A tese que apresenta em nome do Sindicato de Xapuri, Em Defesa dos Povos da Floresta, é aprovada por aclamação pelos quase seis mil delegados presentes. Ao término do Congresso, Mendes é eleito suplente da direção nacional da CUT. Assumiria também a presidência do Conselho Nacional dos Seringueiros a partir do 2º Encontro Nacional da categoria, marcado para março de 1989, porém não sobreviveu até aquela data. O assassinato de Chico Mendes Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado na porta dos fundos de sua casa por sua intensa luta pela preservação da Amazônia. Casado com Ilzamar Mendes, deixou dois filhos, Sandino e Elenira, na época com dois e quatro anos de idade, respectivamente. A justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Al-ves da Silva e Darcy Alves da Silva, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão, em dezembro de 1990. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do INCRA, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da A-mazônia, sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e oito meses de prisão. Fonte: Wikipédia

Patrocinador Oficial