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Janaína Cristina Fonseca Alves
LOGÍSTICA EXTERNA
Monografia apresentada como requisito
básico para a obtenção do certificado do
curso de Pós Graduação em Logística
Empresarial – Universidade Faculdade
Cândido Mendes
Orientador: Professor Antonio Ney
Rio de Janeiro
2003
2
SUMÁRIO
1.Agradecimentos 5
2.Dedicatória 6
3. Apresentação 7
4.Introdução 8
CAPITULO II – POR QUE COMPRAR NO EXTERIOR 9
1 – P r o b l e m a s d e c o m p r a r n o e x t e r i o r 1 0
1 . 1 – P r o b l e m a s d e C o m u n i c a ç ã o 1 0
1 . 2 – D i f e r e n ç a d e M o e d a 1 0
1 . 3 – P a g a m e n t o 1 1
1 . 4 – S i s t e m a s J u r í d i c o s D i f e r e n t e s 1 1
1 . 5 – I n c o n t e r m s 1 1
1 . 6 – A l f â n d e g a 1 2
3
C A P Í T U L O I I I – T R A N S P O R T E S 1 2
1 – A n á l i s e d o M e l h o r m e i o d e t r a n s p o r t e 1 2
2 – T r a n s p o r t e F e r r o v i á r i o 1 3
3 – T r a n s p o r t e M a r í t i m o 1 3
4 – T r a n s p o r t e A é r e o 1 3
5 – T r a n s p o r t e R o d o v i á r i o 1 4
5 . 1 – T i p o s d e t r a n s p o r t e r o d o v i á r i o 1 4
5 . 1 . 1 – C a r a c t e r í s t i c a s 1 4
5 . 1 . 2 – V a n t a g e n s 1 5
5 . 1 . 3 – D e s v a n t a g e n s 1 6
5 . 2 – T i p o d e v e í c u l o s e s u a s c a p a c i d a d e s 1 7
5 . 2 . 1 – T i p o s d e v e í c u l o s 1 7
5 . 2 . 2 – C a p a c i d a d e s d e c a r g a 2 0
5 . 3 – C o n h e c i m e n t o d e t r a n s p o r t e 2 0
5 . 4 – F r e t e s 2 1
C A P Í T U L O I V – C O N E S U L 2 3
1 – L e g i s l a ç ã o 2 3
2 – P e r m i s s i o n á r i o s 2 4
2 . 1 – L i c e n ç a o r i g i n á r i a 2 4
2 . 2 – L i c e n ç a c o m p l e m e n t a r 2 5
3 – M I C / D T A 2 6
4 – M u l t i m o d a l i d a d e / I n t e r m o d a l i d a d e 2 7
4
C A P Í T U L O V – C O N T R O L E D E C A M B I A L B R A S I L E I R O 2 7
1 – O r e g i m e c a m b i a l b r a s i l e i r o 2 7
2 – O r g a n i s m o s i n t e r v e n i e n t e s 3 0
3 – S i s t e m a I n t e g r a d o d e C o m é r c i o E x t e r i o r 3 1
C A P Í T U L O V I – S E G U R O 3 3
1 – S e g u r o 3 3
C A P Í T U L O V I I – A D U A N A 3 4
1 – A d u a n a 3 4
C A P Í T U L O V I I I – C O N C L U S Ã O 3 5
B I B L I O G R A F I A 3 6
5
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiro a Deus por ter me dado condições de subir mais um degrau em
minha vida.
Depois a minha filha, pois é dela que vem minha força e energia.
A minha mãe, que mesmo cansada me ouvia falar sobre o trabalho, lia o que eu
escrevia, me substituía no meu papel de mãe, aturava meu mau humor quando algo
saía errado, pelo apoio que me deu quando perdi tudo e pela ajuda para recomeçar.
Tenho nela meu exemplo de mãe.
Querida mamãe, se eu conseguir ser para minha filha ½ do que você é para mim.
Terei a certeza de que cumpri com perfeição meu papel de mãe.
A todos vocês meus sinceros agradecimentos.
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DEDICATÓRIA
Dedico meu trabalho a minha filha Karine, que durante algumas noites não pode ter
sua mãe contando historias até que dormisse ou brincando até que o soninho
chegasse.
Karine, você é a luz que faltava na minha vida. Você trouxe alegria, paz, amor,
carinho e felicidade. Desde que você nasceu, passei a ter mais forca para lutar pelos
meus sonhos e projetos. Tudo que faço hoje é pensando em nos duas.
Me perdoe noites que precisei ficar grudada no computador ao invés de estar
abraçadinha com você. Mas o que me gratifica é saber que um dia você terá muito
orgulho de sua mãe que tanto te ama.
Filha, você foi o melhor presente que Papai do Céu poderia Ter me dado. Obrigada,
por você existir.
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APRESENTAÇÃO
Este trabalho tem como objetivo mostrar de que maneira e feita a Logística Externa
suas vantagens e dificuldades.
O trabalho foi realizado após pesquisa em livros e fontes que trabalham diretamente
com este assunto.
Neste trabalho saberemos o que significa, a Logística Externa, as perspectivas para
o futuro e seus benefícios,
8
INTRODUÇÃO
O enfoque gradual e de flexibilidade nas negociações, que tinha sido observado
durante a primeira fase do processo de integração Brasil – Argentina, foi útil para a
expansão do comércio bilateral, e se revelou o mais adequado para permitir o
aprofundamento da cooperação bilateral. Isso permitiu que se encarasse, com
naturalidade, a discussão sobre a reestruturação de diversos setores econômicos
selecionados e a promoção de uma real complementação de diversos setores
industriais dos dois países. A aceleração decidida, em meados de 1990, passou a
contemplar mecanismos e instrumentos para reorientar a estrutura produtiva em
ambos os países, de forma a aumentar sua competitividade e sua especialização e
desenvolvimento tecnológico. Isso envolve necessariamente uma estreita
coordenação de políticas macroeconômicas.
No Cone Sul o operador logístico vem sendo valorizado, bem como, demostrando
um valor específico em operações de âmbito internacional e nacional, o que viabiliza
consolidar custos .
Em virtude da competitividade entre as empresas serem a cada dia mais acirradas,
buscaremos nesse estudo consolidar algumas questões relevantes na importação
dentro do Cone Sul.
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II - POR QUE COMPRAR NO EXTERIOR?
A maioria dos compradores prefere comprar de fornecedores localizados em suas
proximidades, que falam a mesma língua, pertencem a uma cultura similar, fazem
negócios no mesmo sistema jurídico, trabalham com os mesmos padrões e não têm
problemas de câmbio de moeda. A proximidade de comunicação e os prazos mais
curtos de entrega são outros argumentos a favor do suprimento local. Então, por que
o comércio internacional é crescente?
As razões para o suprimento no exterior são as seguintes:
O comprador pode ser obrigado a comprar no exterior para atender a alguma
exigência. Muitas matérias-primas não são encontradas no Brasil como batatas
manufaturadas pré-fritas para congelamento, cujo, o solo e as condições climáticas
não são favoráveis para o cultivo do mesmo. Tradicionalmente, como solução
poderíamos buscar essas matérias-primas em certas regiões de clima frio e solo
apropriado como na Argentina, Holanda, etc.
O comprador pode preferir comprar de uma fonte estrangeira que oferece
características não favoráveis nos bens fabricados domesticamente.
Embora os bens do tipo exigido sejam domesticamente fabricados, a capacidade
interna pode não ser suficiente para atender à demanda. Assim, o hiato precisa ser
preenchido com a importação.
Pode haver razões estratégicas para comprar no exterior, por exemplo, para
melhorar a garantia de suprimento proporcionada por uma segunda fonte em outro
país.
Pode ser possível comprar bens equivalentes mais baratos no exterior em razão de
quantidades maiores, salários menores, maior produtividade, melhores instalações
de produção ou vantagem na taxa de câmbio.
A countertrade pode obrigar uma empresa a comprar no exterior. Às vezes, não é
possível conquistar um pedido de exportação sem a reciprocidade de um pedido de
importação.
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1 – Problemas de comprar no exterior
Os principais problemas associados ao suprimento estrangeiro são apresentados a
seguir.
1.1- Problemas de Comunicação
Os problemas de comunicação surgem não apenas em razão das dificuldades com
linguagem, mas também pelas diferenças de fuso horário entre os diferentes países
e pelos diferentes significados da terminologia e do vocabulário técnico adotados no
comércio internacional.
1.2 - Diferenças de Moeda
A conversão de uma moeda em outra não oferece qualquer dificuldade se elas
forem conversíveis, mas há problemas consideráveis quando as taxas de câmbio
flutuam. O risco e a incerteza associados à mudança dos valores relativos entre as
moedas dos exportadores e dos importadores tem que ser considerados e
administrados. Não é uma tarefa fácil.
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1.3 - Pagamento
A transferência internacional de fundos apresenta dificuldades peculiares, e uma
terceira parte, geralmente um banco, precisará estar envolvida para facilitar esse
processo. Sem dúvida, esse serviço custa dinheiro, ônus não existente no
suprimento doméstico. A maioria das transações no mercado doméstico é feita a
crédito. Tipicamente, o cliente tem um mês de prazo para pagar a fatura.
1.4 - Sistemas Jurídicos Diferentes
Na compra internacional, é importante estabelecer se os tribunais de um terceiro
país tem jurisdição na eventualidade de uma disputa. No caso de um contrato
celebrado na Inglaterra ou no País de Gales, e na ausência de uma cláusula
expressa em contrário, os tribunais ingleses, normalmente, assumem a jurisdição.
1.5 – Inconterms
Na compra internacional, é importante a definição e o conhecimento das obrigações
de ambas as partes a respeito das “condições de entrega”. Comprador e vendedor
tem obrigações concernentes ao transporte, ao seguro e ao embarque dos bens.
Facilmente podem surgir desentendimentos, e é desejável tomar as providências
apropriadas para evitar a ocorrência de problemas desse tipo.
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1.6 – Alfândega
Os procedimentos de importação e exportação entre os países membros da União
Européia (EU) foram simplificados consideravelmente com o mercado único e a
abolição dos impostos de importação. Entretanto, para as compras de países fora da
UE, é importante uma administração cuidadosa para evitar despesas
desnecessárias.
III – TRANSPORTES
1 - Análise do Melhor meio de Transporte
Da análise sobre a segurança dos meios alternativos, mesmo que eles sejam
agregados os sistemas intermodais, da relação tempo/distância percorrida, dos
prazos de vencimentos dos produtos, das características próprias de cada produto, e
de uma série de outros fatores específicos, é que pode chegar a decisão de escolha
do meio de transporte adequado.
Todos os cinco modos básicos de transporte – rodoviário, ferroviário, aéreo, aquático
(marítimo, fluvial e lacustre) e duto – são usados nas transações internacionais. Mais
de um modo pode ser usado na entrega de bens: uma carga pode ser transportada
por caminhão (rodoviário) e por avião (aéreo).
Dentro do Cone Sul, abordaremos, somente com ênfase o Transporte Rodoviário,
em virtude, do custo frete final e in transit serem menores comparado aos demais
existentes.
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2 – Transporte Ferroviário
À inexistência de rede de caráter nacional, multiplicidade de bitolas e ausência de
infra-estrutura operacional, fazem do sistema ferroviário, situação de desinteresse na
sua utilização, no processo de Distribuição e Transporte.
3 – Transporte Marítimo
O transporte marítimo de cabotagem, até recentemente, sofria do mesmo mau
sistema ferroviário, sob tutela do Estado.
A grande extensão da costa litorânea brasileira e a concentração de grande faixa
populacional ao longo da mesma permitem ao transporte marítimo, condições
básicas de oferecer um sistema de transporte eficiente e não oneroso.
Na prática e experiência tem demonstrado alguns desapontamentos na utilização
desse meio.
A questão portuária e um vetor relevante na escolha desse meio, em virtude, das
condições precárias do porto e a prática burocrática na liberação de mercadorias.
4 – Transporte Aéreo
O custo frete por ser bastante elevado, torna-se inviável a escolha desse meio como
principal operação de transporte.
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5 – Transporte Rodoviário
5.1- Tipos de Transportes Rodoviários
O transporte rodoviário está subordinado ao DTR – Departamentos de Transportes
Rodoviários, órgão vinculado ao Ministério dos Transportes.
Transporte rodoviário é aquele realizado em estradas de rodagem, com utilização de
veículos como caminhões e carretas. Ele pode ser realizado de forma nacional,
dentro de um país, ou internacional, abrangendo dois ou mais países.
No plano internacional é modal utilizado, normalmente, para efetuar transporte entre
países limítrofes, mas ocorrendo também entre países que não façam fronteiras
entre si, conquanto apresentem condições para tal, tanto em relação à distância
quanto à viabilidade de custos e condições das estradas. Neste caso, o trânsito é
realizado através de um terceiro país que, naturalmente, deve permiti-lo.
5.1.1- Características
Entre todos os modais, o rodoviário é o mais adequado nos transportes de
mercadorias, tanto na exportação quanto na importação, nas viagens de curtas e
médias distâncias. É mais recomendado para mercadorias de alto valor ou
perecíveis. Não é competitivo, por exemplo, para produtos agrícolas a granel, cujo
valor é muito baixo, encarecendo sobremaneira o seu custo final.
O espaço no veículo para o transporte da carga é reservado diretamente com o
transportador. A carga poderá ser transportada isoladamente, em veículo exclusivo,
ou juntamente com outras cargas de outros embarcadores, quando não for suficiente
para a ocupação do espaço total do veículo.
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5.1.2- Vantagens
Ele é o mais flexível e o mais ágil no acesso às cargas, permite integrar regiões,
mesmo as mais afastadas, bem como o interior dos países. Nesses casos,
principalmente quando não há outros modais disponíveis.
A simplicidade do funcionamento do transporte rodoviário é o seu ponto forte, pois
não apresenta qualquer dificuldade e está sempre disponível para atendimentos
urgentes.
Este transporte permite às empresas exportadoras e importadoras terem
flexibilidade, podendo oferecer algumas vantagens, dentre as quais:
• vendas na condição de entrega porta a porta;
• menos manuseio da carga, portanto, mais segurança, já que o caminhão é
lacrado no local de carregamento e aberto no local de entrega;
• rapidez na entrega da carga em curta distância;
• o transporte vai até a carga em vez de obrigar o exportador a levá-la até
ele;
• a carga vai até o importador ao invés de obrigá-lo a ir retirá-la;
• possibilidade de utilização de embalagens mais simples e de menor custo;
• peça fundamental da multimodalidade e da intermodalidade.
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5.1.3- Desvantagens
O transporte rodoviário também apresenta algumas desvantagens, dignas de serem
registradas, entre as quais:
• frete mais alto do que alguns outros modais que são ou estão
apresentando-se como seus concorrentes;
• a menor capacidade de carga entre todos os modais;
• custo elevado da sua infra-estrutura;
• um modal bastante poluidor do meio-ambiente;
• a quantidade excessiva de veículos ajuda a provocar congestionamentos,
trazendo transtornos ao trânsito bem como a toda população, inclusive
aumentando o consumo de combustíveis, agravando a situação do país que
é importador líquido de petróleo;
• obriga a construção contínua de estradas, ou a sua manutenção, com
recursos do poder público, ou seja, da população. Isto faz com que, além do
frete visível, tenhamos também um alto frete invisível que recai sobre os
contribuintes.
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5.1.4 - Tipos de veículos e suas Capacidades
Os veículos rodoviários podem variar bastante no seu tipo e capacidade de
transporte de carga. Eles podem, a priori, transportar qualquer tipo de carga,
dependendo para isto da viabilidade econômica e do seu tamanho.
Normalmente, o caminhão tem 2 ou 3 eixos, sendo que as carretas podem
apresentar-se com uma variação de 3 a 6 eixos, dependendo da finalidade para a
qual é utilizada, isto é, a mercadoria ser transportada. No transporte de containers
podem ser auto-sustentados, ou seja, ter equipamentos próprios de embarque, ou
depender de equipamentos ou mão-de-obra externa.
5.1.5 - Tipos de Veículos
Os veículos utilizados no transporte rodoviário são:
Caminhões: são veículos fixos, monoblocos, constituindo-se de uma única parte que
incorpora a cabine, com motor, e a unidade de carga (carroceria). Podem
apresentar os mais variados tamanhos e ter 2 3 eixos, podendo atingir a capacidade
de carga (payload) até cerca de 23 toneladas.
Apresentam vários modelos, para os diversos tipos de cargas, como os de carroceria
aberta, em forma de gaiola, plataforma, tanque ou fechado (baú), sendo que estes
últimos podem ser equipados com maquinários de refrigeração para transporte de
cargas congeladas e refrigeradas.
Carretas: são veículos articulados e, portanto, possuindo unidades de tração e de
carga em módulos separados. Estas duas unidades são denominadas cavalos
mecânicos e semi-reboques.
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Os semi-reboques são equipamentos que não apresentam qualquer eixo na
dianteira, mas tão-somente na traseira, devendo ser acoplados aos cavalos
mecânicos. Eles podem ser dos mais diversos tipos como abertos, em forma de
gaiolas, plataformas, cegonheiras, tanques ou fechados (baús), cada qual
apropriado a uma determinada carga. O semi-reboques fechados podem ser
equipados com maquinários de refrigeração para transporte de cargas que
necessitam de controle de temperatura.
Também apresentam capacidades de carga diversas que, dependendo do número
de eixos do cavalo mecânico (dois ou três), e do semi-reboque (dois ou três), variam
até cerca de 30 toneladas.
São mais versáteis que os caminhões, podendo deixar o semi-reboque para ser
carregado e recolhido posteriormente. Enquanto isso o cavalo pode ser utilizado
para transporte de outros semi-reboques, o que significa que é possível ter uma
quantidade de semi-reboques maior do que a de cavalos, graças ao fato de poder
conjugá-los adequadamente, conforme as necessidades. Este tipo de operação
beneficia o transportador, pois possibilita o aumento do número de viagens.
Boogies/Trailers/Chassis: são as carretas plataformas citadas para o transporte de
containers. Podem comportar containers de 20’e de 40’(vinte e quarenta pés).
Este tipo de veículo de transporte pode apresentar-se em duas formas:
• aquele totalmente dependente de equipamentos externos para a colocação
ou retirada do containers do veículo;
• equipado com guindastes (containerlift). Estes estão colocados nas duas
extremidades da plataforma, permitindo o embarque e desembarque de containers
por seus próprios meios.
Ele pode transferir carga de um veículo rodoviário a outro, de e para um trem, de e
para plataformas efetuando, inclusive, empilhamentos de até dois containers. São
versáteis para o transporte de containers, podendo adaptar-se aos diversos
tamanhos.
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Treminhões: a exemplos das carretas, são veículos articulados, porém, especiais.
São constituídos por cavalos mecânicos semi-reboques, portanto, compostos de três
partes, normalmente apropriados para o transporte de containers, podendo
transportar duas unidades de 20’ (vinte pés), simultaneamente, sendo um semi-
reboque e outro no reboque.
Estes são veículos que não podem transitar por qualquer estrada, em face do seu
peso bruto total (cerca de 70 toneladas), e que seguem apenas roteiros
preestabelecidos e autorizados pelo Ministério dos transportes.
As vantagens destes veículos sobre os boogies , que também podem transportar
dois containers de 20’ (vinte pés), são:
• adequação ao transporte, pois os dois containers, ficam seguros e em
plataformas separadas, sendo um semi-reboque;
• capacidade para suportar um peso maior;
• ova e desova de containers em locais onde não existem equipamentos
próprios para sua movimentação, visto que ambos podem ser posicionados
separadamente nas plataformas de embarque e de desembarque.
Os caminhões e carretas, dependendo da carroceria e do tipo do semi-reboque,
podem transportar cargas gerais ou específicas, como granéis sólidos ou líquidos,
produtos perecíveis, animais vivos, produtos químicos, containers, etc.
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5.2 - CAPACIDADES DE CARGA
As capacidades de carga dos veículos rodoviários são as mais variadas,
dependendo do tipo de veículo utilizado e dos eixos disponíveis.
De acordo com a Legislação Brasileira a carga máxima permitida nas estradas é de
27 toneladas líquidas. No transporte de containers não é computada a sua tara.
5.3 - CONHECIMENTOS DE TRANSPORTE
Como nos demais modais, o conhecimento de embarque, denominado o CRT –
Conhecimento de Transporte Internacional por Rodovia – Carta de Porte
Internacional por Carreta, é o documento mais importante no sistema, de uso
obrigatório no transporte entre países do Cone Sul e tem a função de:
contrato de transporte terrestre;
recibo de entrega de carga;
título de crédito.
O conhecimento é emitido sempre em três originais, que têm a seguinte destinação:
1º original – remetente (negociável);
2º original – acompanha a mercadoria (não negociável);
3º original – transportador (não negociável).
Neste documento devem constar dados como: empresa transportadora, número do
conhecimento, data de emissão, embarcador, consignatário, notificado, locais de
origem e destino da mercadoria, descrição da mercadoria e suas características
gerais como quantidade, peso bruto, embalagem, marcas, valor do frete, local de
pagamento, etc.
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O conhecimento deve ser datado e assinado pelo transportador ou seu
representante, pelo remetente ou seu representante, e a mercadoria deve ser por
ocasião do embarque.
Se o conhecimento não trouxer qualquer ressalva indica que a mercadoria, bem
como a sua embalagem, foram recebidas em perfeitas condições e, portanto, este
será um documento limpo. Qualquer condição defeituosa da mercadoria ou
embalagem deverá constar do conhecimento de embarque para salvaguardar o
transporte e o destinatário da mercadoria.
5.4 - FRETES
O frete no transporte rodoviário é composto, normalmente, da seguinte maneira:
frete básico: calculado sobre o peso (tonelada), volume da mercadoria (metro
cúbico) ou por unidade de transporte (carreta, caminhão, etc.), pela distância a ser
percorrida;
taxa de ad valorem : calculada sobre o valor FOB da mercadoria;
taxa de expediente: pode ser cobrada para cobrir despesas emissão de
conhecimento de embarque.
Por tratar-se de um modal onde não existem acordos de frete, principalmente em
virtude do grande número de transportadores, o que proporciona a livre
concorrência, cada transportador tem o seu próprio frete e é possível negociar as
melhores opções para o transporte de carga disponível.
É necessário, obviamente, cuidado na escolha, para que, eventualmente, um frete
muito baixo não represente, também, uma baixa qualidade do serviço. Este hipótese,
no comércio exterior, poderá trazer péssimos resultados para a empresa
exportadora ou importadora. Embora não restem dúvidas quanto à necessidade de
os custo serem cada vez mais baixos, deve ser entendido que existem limitações de
redução. O limite é aquele que passa a impactar negativamente na qualidade de
qualquer serviço.
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A relação peso/volume no transporte rodoviário é igual 300 quilos = 1 m³ (1 ton =
3,3 m ³).
Os fretes poderão ter as seguintes modalidades quando ao seu pagamento:
• frete pré-pago ( freight prepaid ) : tecnicamente ele é pago na origem, ou seja,
na ocasião do embarque, pelo exportador;
• frete a pagar ( freight collect ) : normalmente é pago no destino pelo
importador, mas isto poderá ocorrer em qualquer lugar.
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IV - CONE SUL
1 - LEGISLAÇÃO
O transporte rodoviário na América do Sul é regido pelo “Acordo sobre Transporte
Internacional Terrestre – ATIT”, cujos signatários são o Brasil, Argentina, Paraguai,
Uruguai, Chile, Peru, Bolívia. Este acordo tem por objetivo regulamentar o transporte
terrestre entre estes países, de modo a proceder uma integração entre eles. Ele diz
respeito ao transporte direto de um país e outro, bem como ao trânsito por um
terceiro país.
O transporte internacional de cargas somente poderá ser realizado por empresas
autorizadas, nos termos deste acordo. Cada país signatário deve assegurar às
empresas autorizadas dos demais países, em base de reciprocidade, tratamento
equivalente ao que dá às suas próprias empresas. No entanto, os veículos de
transporte habilitados num país signatários não podem realizar transporte local em
território de outro país signatário.
Este documento trata dos aspectos pertinentes ao transporte internacional terrestre
e dos procedimentos relativos aos assuntos aduaneiros, migratórios, de seguros e
disposições gerais de operacionalidades do sistema.
Neste acordo são estabelecidos normas e condições para o transporte de cargas, os
veículos utilizados para este modalidade, pessoas e empresas que operam nestes
segmentos, sistema de aduana nas fronteiras e outros assuntos relativos ao
transporte terrestre internacional entre os países signatários.
Ao proporcionar a regulamentação conjunta do transporte internacional de carga,
este acordo permitiu determinar os direitos e obrigações dos transportadores, bem
como garantir o tráfego regular de veículos nas viagens entre estes países.
Embora haja um convênio multilateral, os países são autorizados a negociar,
bilateralmente, procedimentos práticos necessários ao desenvolvimento do tráfego
entre eles, incluindo procedimentos alfandegários, de segurança, etc.
24
2- Permissionários
2.1-Licença Originária
Para operar no transporte internacional de cargas, a empresa transportadora deverá
obter junto às autoridades do país em que está sob jurisdição uma autorização um
denominado “documento de idoneidade”, que é a “licença originária”.
Estar sob a jurisdição de um país significa ter capital social e controle efetivo da
empresa em mãos de cidadãos nacionais. Portanto, considera-se que uma empresa
está sob jurisdição do país em que:
esteja legalmente constituída;
os seus veículos utilizados no transporte estejam registrados;
tenha o seu domicílio real de acordo com as leis desse país.
Esta licença é obtida através de requerimento apresentado ao Departamento de
Transportes Rodoviários – DTR, da Secretaria de Transportes Terrestres do
Ministério dos Transportes, acompanhado de diversos documentos, entre os quais a
relação da frota a ser habilitada, com os respectivos certificados de propriedade dos
veículos.
Esta autorização não é passível de transferência a terceiros.
Este documento é emitido individualmente para cada empresa e para cada país, o
que significa que, para uma empresa operar em diversos países deve requerer
autorização independente para cada um deles.
A licença é dada para cada veículo, considerados separadamente os cavalos, semi-
reboques e reboques. Qualquer modificação na frota habilitada, como venda ou
compra de unidades, requer alteração na autorização para excluir ou incluir veículos.
Também para cada fronteira s ser utilizada deve haver uma autorização, o que
significa a obrigatoriedade da utilização exclusiva do ponto de fronteira autorizado.
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Para habilitar-se ao transporte internacional, a empresa deve apresentar uma frota
mínima, composta de 4 unidades de transporte, ou capacidade estática de pelo
menos 80 toneladas, e que deverá estar sempre em perfeitas condições
operacionais. Também deve apresentar uma infra-estrutura adequada, composta de
escritórios, pátios e de adequados meios de comunicação.
A sua validade será por prazo indeterminado.
2.2 – Licença Complementar
Além da licença originária, a empresa deve obter autorização junto ao país alvo de
sua operação. Ela é denominada “licença complementar” e deve ser solicitada até
120 dias após a concessão da licença originária. A licença complementar deve ser
comprovada junto ao DRT até 30 dias após a sua obtenção junto ao país de destino.
O não cumprimento desta providência pode acarretar o cancelamento da licença
originária.
A licença complementar será fornecida atendendo aos princípios da reciprocidade
consagrados nos acordos bilaterais e multilaterais. Ela somente será expedida
mediante a apresentação de apólice de seguro de responsabilidade civil contra
terceiros, dos veículos autorizados.
A sua validade é a mesma da licença originária.
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3 - MIC/DTA
MIC – Manifesto Internacional de Carga, a exemplo de todos os demais modais,
relaciona a carga que está sendo transportada.
DTA – Declaração de Trânsito Aduaneiro, é o documento que permite a
transferência dos trâmites burocráticos de desembaraço da mercadoria da zona
primária para a zona secundária. Com isto, eliminam-se os atrasos no cruzamento
da fronteira, tornando o tempo de viagem mais curto, já que o veículo não precisa
ficar retido à espera da vistoria da carga transportada. Os pagamentos dos impostos
relativos à importação também não precisam ser realizados na fronteira, podendo
ser transferidos para o destino final.
Para o transporte rodoviário entre os países que fazem parte do Mercosul,
posteriormente ratificado também pelos demais países pertencentes ao ATIT, foram
criados o documento conjunto MIC/DTA – Manifesto Internacional de Carga
Rodoviária/Declaração de Trânsito Aduaneiro, um formulário único, que faz a
combinação entre os dois documentos.
O MIC/DTA é de uso obrigatório nos transportes entre esses países, constituindo-se
em documento necessário ao despacho aduaneiro. Ele pode ser utilizado apenas
como manifesto ou conjuntamente como manifesto e documento de trânsito
aduaneiro. Como DTA ele deve ser utilizado entre zonas alfandegárias.
No caso de sua utilização como DTA, o veículo é lacrado na sua emissão, na
fronteira o lacre é conferido pela Aduana/Receita Federal e, não tendo havido
ruptura ou violação, a carga será liberada para viagem.
É importante que os demais documentos relativos ao embarque estejam na fronteira
à espera do veículo transportador, para não ocorrerem atrasos na liberação e
seqüência da viagem, perdendo-se, com isto, o tempo ganho com a eliminação da
vistoria.
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4 – Multimodalidade/Intermodalidade
O transporte rodoviário é um aliado imprescindível do transporte multimodal e
intermodal, pois apresenta a importante característica de poder buscar na origem os
produtos para exportação e embarque em outros modais. Também o inverso é
aplicável, entregando na porta os produtos trazidos por outros modais.
Este é o único modal de transporte que permite estas operações de multimodalidade
e intermodalidade, já que apenas ele tem capacidade de realizar a ligação entre os
diversos modais, abrangendo todo percurso da mercadoria.
V - O CONTROLE DE CÂMBIO NO BRASIL
1 - O Regime Cambial Brasileiro
O regime cambial brasileiro é um regime controlado pelas autoridades monetárias.
Esse controle tem sido mais ameno ou mais rigoroso conforme as condições
econômicas do momento (ou conforme a mentalidade dos nossos governantes).
Algumas vezes restrições são estabelecidas com objetivos políticos ou para
favorecer determinados setores econômicos.
O Banco Central do Brasil atua como órgão fiscalizador do sistema, controla a
entrada e a saída de divisas e administra as reservas cambiais. Os bancos
comerciais podem operar na área cambial mediante autorização daquele organismo.
A qualquer momento, porém, como, aliás, já ocorreu em algumas ocasiões, o Banco
Central pode decidir centralizar as operações cambiais.
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Quanto às taxas cambiais, durante muitos anos elas foram fixadas pelo Banco
Central. Na determinação dessas taxas eram levados em consideração: o grau de
inflação do Brasil e em determinados países selecionados, o maior ou menor
interesse em aumentar ou diminuir exportações e importações, suas repercussões
sobre os níveis de preços internos etc.
Todavia, um primeiro passo para liberalização das taxas foi dado com Resolução nº
1.552, de 22/12/88, do Banco Central do Brasil, determinando que algumas
operações cambiais pudessem ser realizadas a taxas livremente convencionadas
entre as partes. Estava, assim, criado o Mercado Cambial de Taxas Flutuantes.
Por aquela Resolução e por outras que se seguiram, passaram a ser conduzidas por
esse mercado inúmeras operações, dentre as quais podemos citar: investimentos
(de pessoas físicas e jurídicas), câmbio manual, despesas de viagem, manutenção
de pessoas no exterior, tratamento de saúde, aposentadorias e pensões, serviços
internacionais, heranças, doações, garantias bancárias, cartões de crédito
internacionais, cursos, aquisição e aluguel de imóveis, encomendas internacionais,
transferência de patrimônio, compromissos diversos etc. O objetivo principal era
tentar diminuir a importância do mercado negro de câmbio.
Posteriormente, pela Resolução nº 1.690, de 18/03/90, todas as demais operações
passaram a ser conduzidas pelo mercado de taxas livres. Com isso, desapareceu o
Mercado de Câmbio de Taxas Administrativas (no qual o Banco Central fixava as
taxas de compra e venda do dólar norte-americano), surgindo o Mercado de Câmbio
de Taxas Livres. Neste mercado são conduzidas as transações relacionadas com
exportação e importação de mercadorias, fretes e seguros, comissões de agentes,
empréstimos, financiamentos, amortizações, juros, lucros, royalties etc.
Resumindo, podemos dizer que o atual mercado cambial brasileiro compreende três
segmentos:
mercado de taxas flutuantes;
mercado de taxas livres;
mercado paralelo (negro).
Note-se, porém, que embora as taxas cambiais possam ser fixadas livremente no
mercado, o Banco Central tem plena liberdade de intervir na formação delas quando
julgar conveniente. Como é grande detentor de divisas, interfere no mercado
comprando ou vendendo moeda. É o que se denomina dirty floating (flutuação suja).
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Em de 06/03/95, foi formalizado pelo governo o sistema de faixas cambiais de
flutuação (ou “bandas” cambiais). Informalmente as faixas já existiam desde o início
do Plano Real, em julho de 1994.
A partir de março de 1995, as faixas foram fixadas em R$ 0,88 e R$ 0,93 por dólar,
para os limites inferior e superior, respectivamente. Posteriormente esses valores
foram sendo periodicamente alterados.
O Banco Central intervinha obrigatoriamente sempre que o limite superior ou inferior
das faixas cambiais de flutuação fosse atingido pelas taxas praticadas no mercado.
Em 1999 houve grandes modificações no regime cambial brasileiro.
Em 13/01/99 foi estabelecida uma faixa de flutuação mais larga para as taxas de
câmbio, com limite superior de R$ 1,32 e limite inferior de R$ 1,20 por dólar.
Essa situação não durou muito, pois, em 15/01/99 foi instituído o regime de taxas
flutuantes, com a liberação total das mesmas. A partir daí as taxas começaram a
sofrer grandes variações. Com a ocorrência do overshooting o dólar chegou a atingir
R$ 2,16 no início de março, para declinar progressivamente, até atingir R$ 1,65 em
meados de maio. Posteriormente, foi se elevando lentamente, chegando a R$ 2,00
em meados de outubro. Depois dessa elevação ocorreu um declínio gradual das
taxas, as quais se situaram em redor de R$ 1,80 por dólar no final de 1999. O Banco
Central interveio em poucas ocasiões, caracterizando o dirty floating.
Deve-se mencionar que as posições de câmbio dos mercados de taxas livres e de
taxas flutuantes foram unificadas a partir de 01/02/99 (Resolução nº 2.588, de
25/01/99, do Banco Central do Brasil).
Apesar da liberação das taxas, continua sujeita a penalidade e sanções à
contratação de operações de câmbio que, a critério do Banco Central, situem-se em
patamares destonteantes daqueles praticados pelo mercado no dia e que possam
configurar evasão cambial, sonegação fiscal ou, de qualquer modo, ocasionem dano
ao patrimônio público (Resolução no 1.690, art. 7o, já citada).
Além disso, permanecem os controles sobre as operações cursadas no mercado
cambial (com exceção daquelas conduzidas pelo mercado negro). Toda pessoa,
física ou jurídica, que desejar realizar uma operação cambial deverá cumprir certas
exigências determinadas pelas autoridades monetárias.
Por aí se verifica que, apesar de termos taxas livres de câmbio, não temos um
mercado livre de câmbio, ou seja, aquele no qual inexistam quaisquer restrições.
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2 - Organismos Intervenientes
Vamos agora examinar os principais organismos intervenientes do câmbio e do
comércio exterior em nosso País. Trataremos também, daqueles que, embora não
sejam propriamente intervenientes, encontram-se vinculados àquelas duas áreas.
Como organismos mais representativos podemos mencionar os seguintes:
Conselho Monetário Nacional;
Banco Central do Brasil;
Câmara de Comércio Exterior;
Secretaria de Comércio Exterior;
Secretaria da Receita Federal;
Banco do Brasil S/A;
Ministério das Relações Exteriores;
Secretaria de Política Econômica;
Secretaria de Acompanhamento Econômico;
Secretaria de Assuntos Internacionais;
Comitê Brasileiro de Nomenclatura.
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3 - Sistema Integrado de Comércio Exterior
(SISCOMEX)
O Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), administrado pela SECEX,
pelo BACEN e pela Secretaria da Receita Federal, foi instituído pelo Decreto no 660,
de 25/09/92, tendo entrado em vigor em 04/01/93 para a exportação. A partir de 1º
de janeiro de 1997, passou a vigorar também para a importação.
Segundo o art. 2º do aludido Decreto, vem a ser um instrumento para integrar as
atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio
exterior, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.
São usuários do SISCOMEX (art. 2o da Instrução Normativa no 70, de 10/12/96, da
Secretaria da Receita Federal):
os importadores, exportadores, depositários e transportadores;
a Secretaria da Receita Federal, a SECEX, os Órgãos Anuentes e as Secretarias de
Fazenda ou de Finanças dos Estados e do Distrito Federal;
as instituições financeiras autorizadas pela SECEX a elaborar a licença de
importação;
o BACEN e as instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio, mediante
acesso aos dados transferidos para o Sistema de Informações do Banco Central –
SISBACEN.
A habilitação dos usuários, com exceção dos referidos no item “d” acima, é feita
mediante identificação, fornecimento de senha e especificação do nível de acesso
autorizado.
No que se refere ao acesso ao SISCOMEX, podem ser consideradas três opções:
utilização de terminal próprio, o que implica a necessidade de o usuário habilitar-se
junto à EMBRATEL, obtendo linha especial;
utilização da rede de computadores colocada à disposição dos usuários pela
Secretaria da Receita Federal;
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utilização da rede SISBACEN, a qual permite acessar optativamente o SISCOMEX.
Como bancos e corretoras de câmbio encontram-se credenciados a operar o
SISBACEN, exportadores e importadores podem, por intermédio deles utilizar o
SISCOMEX. É a opção que vem sendo mais considerada, pois muitos bancos e
corretoras oferecem gratuitamente esse serviço, objetivando garantir uma
reciprocidade de negócios da parte de exportadores e importadores.
O SISCOMEX permite:
simplificação e padronização das operações de comércio exterior, com redução da
burocracia;
redução de tempo para liberação das mercadorias importadas e para embarque das
mercadorias a serem exportadas;
ampliação dos números de pontos de atendimento no País;
eliminação de diversos formulários e documentos e de uma série de controles
paralelos, que seriam substituídos por um único documento no final do processo.
Para todos os efeitos legais, os registros no SISCOMEX equivalem à Guia de
Exportação, à Declaração de Exportação, ao Documento Especial de Exportação, à
Guia de Importação e à Declaração de Importação (art. 6º, parágrafo 1º, do Decreto
no 660, de 25/09/92).
O SISCOMEX é, pois, uma espécie de central única de atendimento a exportadores
e importadores.
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VI – SEGURO
Seguro é uma operação que se realiza entre duas partes, isto é, entre o segurado
que precisa proteger uma mercadoria e o segurador que está disposto a fazer esta
proteção. Isto é coordenado por uma terceira parte, denominada corretora, de modo
que a parte segurada, que aderiu a este propósito, possa resguardar seus bens em
eventuais danos ou perdas.
No caso da ocorrência de algum sinistro, o segurado deverá ser indenizado pela
seguradora por quaisquer danos que os bens segurados tenham sofrido e que
estejam previstos no contrato de seguro.
Para segurar os bens o segurado paga uma importância à seguradora, relativa à
carga segurada, e que é combinada previamente por ocasião da contratação do
seguro.
O objetivo do seguro é dar à carga proteção contra danos ou perdas, ou seja, visa
sempre repor o bem sinistrado. O seguro nunca deve ter como objetivo principal
produzir lucros com relação ao bem segurado, muito embora isto possa ocorrer e um
seguro neste sentido possa ser realizado.
O seguro pode, também, cobrir as despesas incorridas pelo beneficiário relativas a
todas as providências tomadas no sentido de evitar ou reduzir os danos que a
mercadoria possa sofrer.
Ele pode, além disso, cobrir muitas outras situações como despesa com vistorias de
carga sinistrada, impostos, lucros esperados, inadimplência do comprador, guerras,
greves, etc.
Uma operação de seguro é um contrato jurídico realizado entre as partes envolvidas,
sendo que os intervenientes têm direitos e obrigações que devem respeitar e
cumprir, e que prevalecem durante o período de vigência do seguro contratado.
O que caracteriza um contrato de seguro são as coberturas e cláusulas
estabelecidas na sua contratação, e que obrigam o cumprimento de determinadas
condições, tanto por parte da seguradora como do segurado.
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As declarações e informações constantes de uma apólice de seguro, tanto as do
segurado como as do segurador, precisam respeitar a estrita verdade dos fatos, sem
nenhuma omissão, nem tampouco se acrescentando dados não verdadeiros. Tal
conceito deve ser considerado durante toda a vigência do seguro, inclusive nas
providências para recebimento da indenização relativa a um sinistro.
A constatação de informações errôneas, feitas de má-fé, anula o contrato, perdendo-
se o direito ao seguro.
VII - ADUANA
Hoje no Cone Sul, temos o primeiro centro unificado de fronteira do Mercosul , com o
objetivo de oferecer uma área totalmente integrada para comércio e o transporte
internacional, e como serviço especial para transportadores, importadores e
exportadores.
Os custos operacionais são competitivos , além do ;que in tramit ser
consideravelmente menor comparado com os demais.
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VIII - CONCLUSÃO
Em um como em outro caso, nossa maior preocupação foi de consolidar uma
aproximação numa passagem prática de alguns agregados burocráticos na logística
internacional.
A logística internacional nas América Latina é um assunto relativamente novo, por
essa razão deve ser ainda bastante explorados por diversos autores, todavia, o
mercado internacional é bastante complexo e suas regras mutáveis.
Por outro lado a crescente dinamização das relações econômica entre grupos de
países da América Latina, bem como a tendência de liberação econômica para o
exterior que se estão registrando na maior parte dos Governos da região, esconde o
fato que o continente está longe de conformar uma perspectiva uniformemente
multilateral, nos moldes, por exemplo, da experiência européia.
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BIBLIOGRAFIA
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da retórica à realidade. São Paulo, Aduaneiras, 1991.
BAILY, Peter & Famer, David. Compras : Princípios e Administração.8. Ed. São
Paulo, Atlas, 2000.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais.3. Ed. São Paulo, Atlas, 1993.
DIAS, Mário & Costa, Roberto Figueiredo. Manual do Comprador. São Paulo, Edicta,
2000.
GARCIA JÚNIOR, Armando Álvares. ALCA: a Área de Livre Comércio das
Américas. São Paulo, Aduaneiras, 1999.
PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro, Campus, 1996.
RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. 10. Ed. São Paulo, Aduaneiras,
2001.