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á três anos, eles iniciavam sua vida escolar. Novida- des, amigos que se fazem, gente nova se articulando, descobrindo o mundo do saber siste- matizado. Sons, letras, palavras que se constro- em, o encanto da leitura e da escrita que lhes dão o aval de estar alfabeti- zados e, portanto, aber- tos ao conhecimento. Circularam dos jardins I e II ao período da alfa- betização, que, a partir do ensino de 9 anos, sai do cenário para dar lu- gar ao 1º ano do ensino fundamental. Agora se assumem como a última turma de alfabetização da Maria Carvalho. Festa, risos, abraços, sau- dades e novos caminhos por onde andar. Fundação José Carvalho re- cebeu, no dia 16 de novem- bro, uma visita muito espe- cial. O artista das novelas e dos palcos, Jackson Costa, conheceu o Colégio Técnico, o Centro de Capacitação e, ainda, as escolas Rolf e Maria Carvalho. De um jeito bastante simples, como lhe é peculiar, o ator foi às salas de aula, conversou com alunos, professores e funcionários das es- colas. Falou de novela, mas falou também de teatro, cinema poesia e de sua vida até chegar à maior emissora de televisão do País. Almir Lemos, aluno do Colégio Técnico, aproveitou para satisfazer sua curiosidade. Perguntou sobre como é o dia-a-dia de um ator, as dificuldades que tem de enfrentar, e se encantou com a naturalidade com que Jacson trata tudo isso. “Foi uma novidade para nós. Eu tinha muita curiosidade de saber como é, para um ator, represen- tar, como é a sensação na hora agá. Tudo isso ele falou pra gente. Jackson é uma pessoa simples. Quem o vê na televisão pode até pensar que é uma pessoa orgu- lhosa, mas o que pude ver foi uma pessoa bela”, confessou Almir. Para a aluna Joana Rabelo, a pos- sibilidade de se aproximar de um ator como Jacson foi mui- to gratificante para todos os alunos. “Ele foi uma pessoa que rompeu os seus limites, suas barreiras psicológicas, como a ver- gonha. Isso nos dá incen- tivo para lutar pelos nossos sonhos”. Joana disse que o de que mais gostou foi ouvir Jackson falar sobre teatro. “Teatro é cultura. Teatro é vida”, resumiu. Mas a visita não causou admiração apenas aos alunos. O ator baiano se mostrou emocionado com o que viu na Funda- ção José Carva- lho. “Conhecendo a Fundação José Carvalho, tive a felicidade de ver o poder da edu- cação de qualida- de transformando sonhos em reali- dade. O resultado de todo o trabalho da Fundação se traduz no brilho dos olhos dessas crianças”, disse Jackson Costa, admirado com o funcionamento da escola Maria Carvalho. O ator se impressionou com o po- der aglutinador do engenheiro José Jackson Costa Ator global visita a Fundação Carvalho. “É fantástica a capacida- de que ele teve de unir em torno do seu sonho professores, técnicos, funcionários e voluntários que se dedicam à preparação de crianças e adolescentes para um futuro mais digno. Dentro da realidade brasi- leira, o sonho desse homem pode se assemelhar ao de um Quixote; mas, ao contrário do personagem, mais do que moinhos de vento, Dr. Carvalho soube mover o mundo para transformar seu sonho em re- alidade.” Jackson disse que quer ter a hon- ra de participar desse projeto. E já começou a arregaçar as mangas. A presidente, professora Marilene Ferreira, já avisou aos alunos que o ator vai “emprestar sua imagem e sua voz para o próximo vídeo insti- tucional da Fundação, que começa a ser rodado em janeiro de 2010.” H Montagem Gráfica - Rev FJC 03.in1 1 Montagem Gráfica - Rev FJC 03.in1 1 19/1/2010 15:57:49 19/1/2010 15:57:49

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á três anos, eles iniciavam sua vida escolar. Novida-des, amigos que

se fazem, gente nova se articulando, descobrindo o mundo do saber siste-matizado. Sons, letras, palavras que se constro-em, o encanto da leitura e da escrita que lhes dão o aval de estar alfabeti-zados e, portanto, aber-tos ao conhecimento.

Circularam dos jardins I e II ao período da alfa-betização, que, a partir do ensino de 9 anos, sai do cenário para dar lu-gar ao 1º ano do ensino fundamental.

Agora se assumem como a última turma de alfabetização da Maria Carvalho.

Festa, risos, abraços, sau-dades e novos caminhos por onde andar.

Fundação José Carvalho re-cebeu, no dia 16 de novem-bro, uma visita muito espe-

cial. O artista das novelas e dos palcos, Jackson Costa, conheceu o Colégio Técnico, o Centro de Capacitação e, ainda, as escolas Rolf e Maria Carvalho.De um jeito bastante simples, como lhe é peculiar, o ator foi às salas de aula, conversou com alunos, professores e funcionários das es-colas. Falou de novela, mas falou também de teatro, cinema poesia e de sua vida até chegar à maior emissora de televisão do País.Almir Lemos, aluno do Colégio Técnico, aproveitou para satisfazer sua curiosidade. Perguntou sobre como é o dia-a-dia de um ator, as difi culdades que tem de enfrentar, e se encantou com a naturalidade com que Jacson trata tudo isso.“Foi uma novidade para nós. Eu tinha muita curiosidade de saber como é, para um ator, represen-tar, como é a sensação na hora agá. Tudo isso ele falou pra gente. Jackson é uma pessoa simples.

Quem o vê na televisão pode até pensar que é uma pessoa orgu-lhosa, mas o que pude ver foi uma pessoa bela”, confessou Almir.Para a aluna Joana Rabelo, a pos-sibilidade de se aproximar de um ator como Jacson foi mui-to gratifi cante para todos os alunos. “Ele foi uma pessoa que rompeu os seus limites, suas barreiras psicológicas, como a ver-gonha. Isso nos dá incen-tivo para lutar pelos nossos sonhos”. Joana disse que o de que mais gostou foi ouvir Jackson falar sobre teatro. “Teatro é cultura. Teatro é vida”, resumiu.Mas a visita não causou admiração apenas aos alunos. O ator baiano se mostrou emocionado com o

que viu na Funda-ção José Carva-lho. “Conhecendo a Fundação José Carvalho, tive a felicidade de ver o poder da edu-cação de qualida-de transformando sonhos em reali-dade. O resultado de todo o trabalho da Fundação se traduz no brilho dos olhos dessas

crianças”, disse Jackson Costa, admirado com o funcionamento da escola Maria Carvalho.O ator se impressionou com o po-der aglutinador do engenheiro José

Jackson Costa

Ator global visita a Fundação

Carvalho. “É fantástica a capacida-de que ele teve de unir em torno do seu sonho professores, técnicos, funcionários e voluntários que se dedicam à preparação de crianças e adolescentes para um futuro mais digno. Dentro da realidade brasi-leira, o sonho desse homem pode se assemelhar ao de um Quixote; mas, ao contrário do personagem, mais do que moinhos de vento, Dr. Carvalho soube mover o mundo para transformar seu sonho em re-alidade.”Jackson disse que quer ter a hon-ra de participar desse projeto. E já começou a arregaçar as mangas. A presidente, professora Marilene Ferreira, já avisou aos alunos que o ator vai “emprestar sua imagem e sua voz para o próximo vídeo insti-tucional da Fundação, que começa a ser rodado em janeiro de 2010.”

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37Revista da FJC - Dezembro 2009

Nesta Edição...

6 EDITORIAL

7PRESIDÊNCIA

ESCOLA ESTADUAL RURAL MANOEL GOMES DE SÁ 9

COLÉGIO TÉCNICO DA FJC10

FERBASA E FUNDAÇÃO AMPLIAM LAÇOS

ESCOLA MARIA CARVALHO

8 ESCOLA MÁRCIO SENO

NAS TEIAS DA CONVIVÊNCIA 13

scolas rurais, cursos técnicos, colégios convencionais, progra-mas de treinamento. O trabalho

em prol de maior acesso da popula-ção à educação de qualidade tornou a Fundação José Carvalho (FJC) uma referência, não só na Bahia, mas em todo o País. Existem, no entanto, outros projetos em que a Fundação atua como parceira, possibilitando sua ampliação e a potencialização de seus resultados, gerando opor-tunidade para muito mais pessoas. Um exemplo é o Programa de Apoio ao Ensino Técnico, do qual, desde 1996, a FJC passou a participar em parceria com a Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT).César Silva, diretor e presidente da FAT, explica que isso aconteceu por intermédio da VITAE, uma asso-ciação civil sem fi ns lucrativos, que fi nancia projetos nas áreas de edu-cação, cultura e inclusão social, e que já tinha uma antiga história de parceria com a Fundação José Car-valho.“A Fundação José Carvalho nos foi apresentada por intermédio da VI-TAE, que honrou a FAT com o convite para assumir a gestão do Programa de Apoio ao Ensino Técnico e Agro-técnico a partir de 1996, portanto no ano seguinte ao do encerramento das atividades da VITAE”, conta o presidente, ressaltando a admiração que tem pelo trabalho desempenha-do pela Fundação José Carvalho. “Desde o início dessa parceria, nos-sa admiração pelo trabalho educa-cional e social que a FJC realiza no Nordeste, particularmente na Bahia, não parou de crescer. Destacamos a qualidade do ensino e da proposta pedagógica das escolas da Funda-ção, que respondem diretamente às necessidades dos jovens a quem ela atende, particularmente nas escolas rurais, pois são exatamente os que mais necessitam de apoio seja pú-blico, seja privado”, acrescentou.A Fundação José Carvalho apóia, diretamente, as escolas do Nordes-te como as Agrotécnica Federal de Iguatu (CE), de Souza (PB) e de São Cristóvão (SE), além da Escola Família Agrícola de Riacho de San-tana (BA). Joaquim Branco é coor-denador do projeto que implantou o Núcleo de Geoprocessamento e Re-

Parceria com a FAT beneficia escolas do Nordeste

estruturação do Setor de Topografi a da escola de Iguatu, cujo laboratório foi implantado em parceria com a Fundação José Carvalho. Branco conta que o laboratório está possibilitando – além das aulas de topografi a, que atendem a 160 alu-nos por ano, e do curso superior de Irrigação e Drenagem – a execução de importantes projetos científi cos. Entre eles, o coordenador destaca o projeto de geoprocessamento do material de spondia, grupo de frutas da cajarana, cajá e da seriguela. “O projeto envolve 28 alunos – 8 deles bolsistas – que fazem o mapeamen-to dos locais onde existem essas árvores. Dessa forma, é possível ter aceso ao material para fazer a sele-ção genética”.O coordenador relata que, com o projeto, foi possível fazer um ban-co genético de mais de 2 hectares. “Essas frutas são, agora, muito procuradas para a indústria de su-cos, sorvetes e picolés. Muita gente tem bons exemplares dessas árvo-res em casa, no sítio, na fazenda. Plantas que dão frutos doces, mas infelizmente estão se perdendo, em sua maioria, porque as pessoas não têm iniciativa de replantar. O nosso projeto vem resgatar essas culturas, gerando também oportunidades”.Outro importante projeto que o la-boratório de Iguatu possibilitou foi o do levantamento da área irrigada e irrigável da bacia do Rio Bastiões, afl uente do Carius. “Os meninos vão para campo, mapeiam a área para irrigação. Depois, trabalham com imagem de satélite, marcando essas áreas para delimitar aquelas que têm potencial de irrigação”. Branco expli-ca que o estudo possibilita conhecer o consumo de água para irrigação atual e para futuro. “Vamos saber, por exemplo, quanto se pode liberar de água sem comprometer o Açude Canoas, que abastece as lavouras da região”. O açude de Canoas fi ca na cidade Assaré, no Ceará. “Tudo isso só foi possível com o laborató-rio que a Fundação José Carvalho nos ajudou a implantar”, reconhece o professor Joaquim Branco.

Assim como em Iguatu, a parceria da FJC com a FAT tem gerado bons resultados em todas as regiões onde foram desenvolvidos projetos edu-cacionais. Em Campos Sousa, na Paraíba, foi executado um programa de controle de qualidade no proces-samento de alimentos. Já a escola de São Cristóvão (SE) desenvolve a formação na área de processamen-to de leite e derivados.

Em Riacho de Santana, na Bahia, a parceria teve uma importância es-pecial. Resultou na implantação do único laboratório do município e ser-ve às disciplinas de Física, Biologia, Química e também para análise de solo. O laboratório é um instrumento a serviço da escola e da comunida-de.

“Este projeto foi de grande valia por-que dotou a nossa escola de equipa-mentos fundamentais. Além do labo-ratório, conseguimos uma máquina copiadora, data show e computado-res. Foi muito positivo. O resultado é visível”, testemunha a diretora da escola, Vera Lúcia Santos.

César Pires explica que, além da Fundação José Carvalho, partici-pam da pareceria gerida pela FAT a Fundação Itaú Social, a Fundação Lemann, o Banco Itaú-BBA, Institu-to Unibanco e a Vitae. “Desde 2006, estamos contando com o apoio signi-fi cativo da Fundação José Carvalho para projetos específi cos de escolas de educação profi ssional da Região Nordeste. Esse apoio nos permitiu, no período de 2006 a 2008, contem-plar quatro outros projetos além dos 48 para os quais havia disponibilida-de de recursos fi nanceiros do Pro-grama”, explica o diretor, desejando “vida longa” à parceria.

“Que a Fundação José Carvalho continue recebendo o merecido re-conhecimento pelo trabalho que re-aliza e que essa nossa parceria seja duradoura, continuando a nos dar, como retorno, a melhoria da quali-dade do ensino profi ssional gratuito oferecido nas escolas brasileiras”, desejou o presidente da FAT.

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ESCOLA DENISE CARVALHO

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A importância da afetividade na relação professor – aluno * Luiz Augusto A. Carvalho

O enfoque desse tema se constitui, antes de tudo, numa tentativa de re-fl exão crítica sobre a problemática que envolve a qualifi cação do pro-fi ssional da educação, as diversas modalidades de intervenção utiliza-das e as estratégias adotadas por ele em suas interações sociais nos diversos ambientes propícios para a aprendizagem, por se compreen-der que o professor necessita se aperfeiçoar, se atualizar para que se processem mudanças signifi cativas dentro e fora do contexto escolar.

Resultados de pesquisas indicam que há necessidade de se estabele-cer mudanças nos cursos de forma-ção de professores, por se conside-rar que o conhecimento precisa ser reelaborado para que eles possam fazer educação com sentimento positivo e maturidade afetiva e, por conseguinte, busquem acertar e me-lhorar o quadro geral da educação.

Vários autores deixam claro que a formação acadêmica do professor não tem sido adequada ao desem-penho do seu papel de educador, quer seja devido aos currículos dos cursos universitários, quer, também, pelas diversas abordagens de en-sino, sendo necessário repensar o preparo desse profi ssional. Entre tais autores, cabe citar Paulo Frei-re: “A tarefa de ensinar exige amo-rosidade, criatividade, competência científi ca, mas recusa a estreiteza científi ca.”

As intenções de mudança na forma de falar, pensar e agir dos professo-res são as mais convincentes, porém uma boa parte deles acaba abrindo mão de qualquer programação, en-gana, fi ca nas “vivências” e não tra-balha as competências essenciais necessárias para a formação da ci-dadania. Assim, não é difícil revelar contradições entre o que se diz e o que se faz. Alguns se calam, em patamares de conhecimento absolu-to e, assim, deixam de lado a atua-lização, o olhar crítico sobre o que acontece no mundo, e fi cam anos e anos com os mesmos métodos.

Não é sufi ciente para o professor co-nhecer somente o conteúdo da sua matéria; importa, sim, um estudo sobre a importância da afetividade na interação professor-aluno, por se compreender que o professor que se aperfeiçoou, se atualizou para atuar com novas metodologias na escola, na sala de aula e em outros locais convencionais de aprendizagem, é capaz de gerar um clima favorável ao processo de aprender.

A ausência de uma educação que aborde a afetividade em sala de aula traz prejuízos para a ação pe-dagógica, pois suas consequências atingem não só o professor, mas

também o aprendente A falta de pre-ocupação com a área da afetividade revela-se como uma barreira; a es-cola limita-se a promover o desen-volvimento cognitivo, dissociado da afetividade, suporte indispensável à atuação do professor. Por isso, é preciso repensar a efi cácia das rela-ções afetivas não só em locais con-vencionais de aprendizagem, mas também em quaisquer ambientes propícios, nos quais ocorra o pro-cesso de aprendizagem. Quando o professor se propõe a ensinar, e os alunos a aprender, uma corrente de elos de afetividade vai se formando, e o cumprimento das atividades pas-sa a fazer sentido para todos. Sem vínculos afetivos, a aprendizagem signifi cativa não ocorre.

É a afetividade a mola propulsora que faz surgir o desejo de aprender, bem como promove a autoestima do sujeito, que é determinante no exer-cício da autonomia. Tais premissas se constituem no maior desafi o atu-al da instituição escolar; urge, exa-tamente, fazer da sala de aula um lugar de diálogo humanizado, onde o lúdico deve ter um espaço privile-giado e, por isso mesmo, prazeroso tanto quanto as atividades fora da escola na vida cotidiana.

Por que é importante expressar a afetividade na relação professor-aluno? Porque, didaticamente, os esquemas cognitivos dizem respeito à inteligência, enquanto os afetivos levam à construção do caráter. Eles representam a fonte energética que mobiliza a inteligência, sem contudo alterá-la; porém podem determinar em que conteúdos a atividade inte-lectual se concentrará.

Entende-se que uma das tarefas da educação é promover a interação, a união, a integração entre inteligên-cia e afetividade e suas possíveis relações. Tem-se um mundo exter-no, imenso, estruturado a partir da cultura, da natureza, de regras pré-estabelecidas e dos sujeitos que aí vivem. Tem-se também, um mundo interno, da mesma forma grandioso, não somente nas áreas cognitivas, mas nas áreas afetivas (desejos e pulsões).

Os educadores, porém, parecem nada entender sobre como se dá o desenvolvimento, ou como a cogni-ção e a afetividade estão implicadas nesse processo. Ambos estão jun-tos, lado a lado. Paralelo ao cogni-tivo, está o desenvolvimento afetivo. Eles formam uma unidade no fun-cionamento intelectual. É impossível encontrar um comportamento com-posto só de elementos cognitivos ou só de elementos afetivos.

Será que expressar afetividade nas interações sociais com o aprendente

é tão ameaçador?

Acredito que não. Os professores só precisam acabar com a ênfase úni-ca e exclusiva no conteúdo de sua matéria.

Podemos afi rmar que falta à forma-ção dos professores muito mais do que conhecimento especifi co da sua matéria. É preciso que conheçam, acima de tudo, sobre carinho, afe-to, infância, adolescência, sonhos, fases do desenvolvimento psicosse-xual da criança, conhecimento dos processos biológicos, neurológicos e culturais e que demonstrem ma-turidade afetiva e sentimento posi-tivo como: interesse, compreensão, amabilidade e sociabilidade, na re-lação com o aprendente. Como pre-coniza Mauco (1967), “Os educado-res deviam procurar a conquista de si mesmos, de maneira a oferecer à criança um parceiro tão autêntico quanto possível”.

Quaisquer que sejam as modalida-des de intervenção que possam vir a se concretizar, no sentido de mi-nimizar o problema da formação do professor, elas surgirão de necessi-dades dos professores, de sua ca-pacidade de organização e de sua vontade de auto-direcionar-se, ou seja, repensar sua prática para que realmente se processem mudanças dentro e fora do contexto escolar.

Acreditar no essencial consiste em crer naquilo que não é efêmero; é o que marca toda uma existência, que deixa cicatriz, que fi ca na memória. Por isso, mais cedo ou mais tarde, se chegará ao ápice da perfeição; e a expressão da afetividade na rela-ção professor-aluno deixará de ser um sonho ou uma “nuvem passagei-ra que com o vento se vai”.

*Pedagogo, formado pela SUAM/RJ. Pós-graduado pela UFRJ em Psicope-dagogia, Socialização de Defi cientes e Marginalizados, pelo Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação/RJ.

Artigo

Direção: Profª Marilene da S. Barbosa

FerreiraComitê de Comunicação: Augusto Almeida Rivanda ChagasProjeto Gráfi co/Diagramação: Álvaro Fernandes

Jornalista Responsável/Revisão: Gabriel Gomes Profª Dilma EvangelistaFotos: Ronaldo Vasconcelos Ricardo Prado Arquivo Ferbasa Arquivo Fundação José Carvalho

CONSELHO EDITORIAL:Sugestões e cartas: [email protected]

Tiragem: 2.000 exemplares

Revista da Fundação José Carvalho - Ano II - Nº 3 - Dezembro de 2009

36 Revista da FJC - Dezembro 2009

26ESCOLA ROLF WEINBERG

30 CENTRO DE CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO

31UM DIA NO PARQUE...

32 ENTREVISTA - PEDRO BARBOSA DE DEUS

34PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA

36 A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR – ALUNO

37PARCERIA COM A FAT BENEFICIA ESCOLAS DO NORDESTE

38 JACKSON COSTA - ATOR GLOBAL VISITA A FUNDAÇÃO

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mundo proclama a educação como caminho para as

conquistas humanas.

Sob ângulos multifacetados, que se iniciam na vida familiar, elas perpassam a vida escolar e se firmam na sociedade, na qual se refletem os resultados; vemos então quão longe pode estar o sonho da realidade.

O que fazer num mundo globalizado, convulsivo, cujos valores éticos e morais se encontram embotados em contravalores que se camuflam em direitos, leis e oportunidades.

Qual seria o papel das instituições, quer sejam privadas ou não, que têm sob sua responsabilidade o objetivo primeiro de propiciar os meios indispensáveis para que a educação se alicerce como vetor impulsionador de transformação e de mudanças?

A Fundação José Carvalho, uma instituição sempre preocupada com isso, segue além-fronteiras.

O seu espaço físico não limita o homem, objeto principal de toda a sua proposta. Ela expande sua ação sócioeducacional ultrapassando os umbrais de sua estrutura, levando a quem deseja, aos que necessitam, uma educação real e de qualidade.

A partir de vários níveis de ensino, da educação não sistemática, na formação do homem como cidadão do mundo, a Fundação José Carvalho reafirma sua história na certeza de que seu papel, sua vida estão sempre a serviço do ser humano, esperança do futuro.

Editorial

dotados de mais auto-confi ança pessoal e auto-sufi ciência técnica, de modo que possam ser efi cientes corretores das suas inefi ciências e ativos solucionadores dos seus pró-prios problemas. Adicionalmente, essas escolas devem outorgar-lhes uma formação valorizadora que ins-pire melhores hábitos (amor ao tra-balho bem executado, iniciativa e disciplina, perseverança e desejo de superação, cooperação e solidarie-dade, honradez e cumprimento dos seus deveres e responsabilidades, espírito de prevenção e previdência, etc.). A educação básica rural deve caracterizar-se pela marca mais ins-trumental no sentido de proporcio-nar às crianças conteúdos úteis que elas possam aplicar na superação de suas próprias difi culdades.

A Origem da Pedagogia da Alter-nância.Dentre as obras que registram a his-tória dessa Pedagogia, destaca-se o diálogo de um pai, Jean Peyrat, com o fi lho Yves, que defende seu desejo de continuar os estudos sem que, para isso, fosse impedido de trabalhar com o pai. Esse diálogo mobiliza o pai em busca de uma solução, pensada juntamente com o Padre da aldeia, l’Abbé Granere-au, o fi lho Yves e outros agricultores que também enfrentavam o mesmo problema. A iniciativa dos pais, com o auxílio do pároco da aldeia, está na origem da criação da primeira Maison Familiale Rurale (MFR), em 1935, em Lot-et-Garone,região do sudoeste da França.

O abade e os pais dos jovens agricul-tores chegam a um acordo, segundo o qual os jovens, durante três sema-nas, permaneceriam trabalhando em suas propriedades sob a orientação do Plano de Ação orientador do cur-so a partir do qual receberiam uma formação geral, humana e cristã.

Fatores determinantes da efi cácia da Pedagogia da Alternância.

1. A abordagem sistêmica na me-todologia da Pedagogia da Alter-nância.

A diferenciação que caracteriza a Pedagogia da Alternância relacio-na-se com a construção do Pro-jeto Político Pedagógico do qual emana o Plano de Ação orientador das atividades previstas no senti-do da consecução dos objetivos educacionais expressivos.

2. A operacionalização da Didática referenciada às metodologias que assegurem abrangência de técni-cas, estratégias e procedimentos que reconstruam conhecimentos contextualizados consonantes ao regime da periodicidade e dos es-paços estabelecidos, de conformi-dade com o Projeto Pedagógico e o Plano de Ação convertendo-os em saberes escolares e práticas sociais vivenciados e direcionados aos estudos individualizados e so-cializadores.

3. O desempenho dos Formado-res ou Tutores, como Professo-res Educadores e Monitores, bem como dos Supervisores Educa-dores, Coordenadores Pedagógi-cos e Orientadores Educacionais

comprometidos com a dinâmica formativa integral dos alunos, me-diante a Pedagogia da Proximida-de e da Presença, a Pedagogia da Integração, a Pedagogia da Inter-disciplinaridade e a Pedagogia da Transversalidade.

Trata-se, portanto, de se conferir prioridade à formação dos profi s-sionais de educação, principal-mente do professor, de um novo Professor como o Educador Refl e-xivo, Mediador, Facilitador, Orien-tador que, por todos os valores que fazem da educação um bem humano, por excelência, torna-se urgente e imprescindível; um novo Supervisor Escolar, um novo Co-ordenador Pedagógico, um novo Orientador Educacional, aptos ao exercício da liderança indispensá-vel a nosso tempo, porque vivem intensamente no tempo de ago-ra, como pessoas iniciáticas que se renovam a cada instante. É o novo educador o líder insubstituí-vel com o qual o educando precisa conviver e com quem convive para concrescer, mediante incentivos permanentes ao desenvolvimen-to dos níveis de consciência e de sensibilidade para aceitar a reali-dade como primeiro impulso para transformá-la, a fi m de que se in-terprete a educação como estilos de compreensão do signifi cado da vida.

O ser Educador implica, pela pró-pria natureza e funções do traba-lho, uma perspectiva de totalidade pessoal, no exercício de media-ções possíveis do aluno com o mundo, visando a facilitar sua percepção, apreensão e domínio, e, portanto, capacidade transfor-madora da realidade. Ser Educa-dor consiste, ainda, em exercer a mediação coordenadora das rela-ções do aluno com o outro, numa descoberta de leituras coletivas da realidade, na construção de uma solidariedade social de conquista e reconstrução conjunta do co-nhecimento a fi m de que a percep-ção da realidade inspire a propos-ta conjunta de transformação da realidade percebida.

Nesse sentido, o exercício dos Educadores, Docentes e Técni-co-Pedagógicos pressupõe “mais que o domínio dos conhecimentos específi cos em torno dos quais deverão agir”, uma vez que o que mais importa é a compreensão plena das questões envolvidas em seu trabalho, isto é, a capacidade de identifi cá-las e resolvê-las, as-sumindo, com responsabilidade, as decisões assumidas. A capaci-dade e as atitudes críticas são o que nos permite avaliar o trabalho, as escolhas, as decisões facilita-doras da construção do projeto existencial.

4. Sistemática de AvaliaçãoDentre as teorias surgidas nesses últimos anos, despertam interesse dos educadores os paradigmas holonômicos, sob cuja perspecti-va Edgar Morin propõe a lógica do vivente.

Trata-se de paradigmas que de-fendem o princípio unifi cador do saber, do conhecimento em rela-ção ao ser humano.

A avaliação institucional, ao des-tinar-se à avaliação da estrutura e do funcionamento do estabele-cimento escolar (infra-estrutura, avaliação curricular, avaliação do-cente, avaliação da gestão), inclui, necessariamente, a avaliação da aprendizagem dos alunos. Logo, a avaliação da aprendizagem não pode ser excluída da avaliação institucional, mesmo que esta se concentre, especifi camente, na instituição, e a outra se concentre, especifi camente, no aluno, em sua aprendizagem, em seu desenvol-vimento como pessoa e ser social. São distintas, mas inseparáveis, uma vez que a evolução do aluno depende das condições que valo-rizem seu cotidiano sua vivência, o pessoal, a singularidade, o en-torno, o acaso, a decisão, o pro-jeto, a ambiguidade, a escolha, a síntese, vínculo e totalidade, e a fi nitude. Pretendam os novos Edu-cadores, desse modo, restaurar a totalidade do sujeito, valorizando sua iniciativa, sua criatividade, o detalhe, a complementaridade, a convergência e a complexidade da vida.

Etimologicamente, holos, em grego, signifi ca todo, e os novos paradig-mas procuram centrar-se na totali-dade. Essencial.

Segundo Jussara Hoffman (1993) a avaliação é a refl exão transformada em ação.

Vale ressaltar, portanto, a importân-cia da criação de uma cultura de avaliação que propicie um processo avaliativo que seja espaço de refl e-xão e de mudança das ações edu-cacionais, orientadas no sentido da qualidade educativa como dimensão de felicidade.

* Professora aposentada da Universi-dade Federal da Bahia – Faculdade de Educação, onde foi Diretora no período de 1980 a 1984; Conselheira do Conse-lho Estadual de Educação; Membro da Academia Baiana de Educação tendo como Patrono o Prof. Anísio Teixeira; Ex Conselheira do Conselho Municipal de Educação de Salvador/BA; Profes-sora Titular aposentada da Universida-de Católica de Salvador (Faculdade de Educação) e das Faculdades Integra-das Olga Mettig.

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Vivemos o tempo da contemporanei-dade que nos torna testemunhas privilegiadas da mudança dos para-digmas, sobretudo dos paradigmas educacionais que fazem da Esco-la uma “Organização Aprendente” comprometida com a busca de edu-cação de qualidade. A educação de qualidade, expressão que, embora pleonástica, se defi ne a partir da etimologia latina: qualidade signifi ca essência, que, em termos de educa-ção incluindo seu sinônimo forma-ção, indica o que seria mais impor-tante, mais relevante no processo de ensino e aprendizagem para a leitura, compreensão e participação em um mundo em turbulenta trans-formação, envolvido em mudanças rápidas e complexas que determi-nam novos estilos de liderança, rein-venção de um novo perfi l de Profes-sor Educador a quem cumpre refl etir sobre qualidade tendo em vista a di-mensão de intensidade, profundida-de, perfeição, participação e criação. Cumpre, portanto, implementar uma pedagogia diferenciada que assegu-re ao ensino “ fazer com que cada aprendiz vivencie, o quanto possí-vel, situações fecundas de aprendi-zagem” (Perrenoud, 1996) no senti-do do seu próprio desenvolvimento, crescimento como ser humano.

Vale, portanto, que os Educadores assumam refl exões sobre a Quali-dade como um termo polissêmico, cujo signifi cado e sentido dizem do momento histórico, das caracterís-ticas culturais da época e demais variáveis intervenientes no processo do desenvolvimento humano, indivi-dual e social.

A Pedagogia da Alternância, por conseguinte, constitui uma pedago-gia diferenciada, adotada tradicio-nalmente em meio rural, em meios e modos de ação diferenciada, tendo em vista que compreende técnicas, estratégias, procedimentos e con-teúdos desenvolvidos em proces-sos de ensino e aprendizagem que acontecem em tempos, em espaços e em territórios diferenciados e al-ternados. O primeiro é o espaço familiar e a comunidade de origem (realidade); o segundo é a escola onde o educando partilha os diver-sos saberes que possui com os ou-tros atores e refl ete sobre eles em bases científi cas (refl exão) e, por fi m, um terceiro espaço, a família e a comunidade para onde retorna a fi m de continuar a práxis (prática + teoria), seja na comunidade, na propriedade onde ocorrem as atividades técnicas ou na inserção em movimentos sociais.

A questão que se insinua, como preliminar à refl exão, é a de como podemos construir um modelo peda-gógico que seja capaz de articular e integrar o mundo da vida, da edu-cação, do trabalho e da comunidade no meio rural? A Pedagogia de Alter-nância contempla esse anseio.

A alternância signifi ca ato ou efeito de alternar, fazer revezamento. Do latim – alternatione –, a primeira sig-nifi cação de alternância, enquanto aplicada à prática pedagógica, na relação escola/trabalho, defi ne a Pe-dagogia da Alternância como sendo “alternância de tempos de estudo e de períodos de trabalho”. Essa mesma linha é seguida por autores diversos centrados no tema espe-cífi co. São autores que defendem a idéia de que o tempo de estudo não seja interrompido pelo tempo de tra-balho, pois seu período, na proprie-dade, agrega-se ao estudo, de for-ma a constituir períodos sucessivos de estudo que se alternam entre a escola e o trabalho. Na forma tradi-cional, o tempo de trabalho é visto como momento de aplicação da te-oria à prática reforçada, no modelo atual de educação para o meio rural. Sob essa nova visão, a Pedagogia de Alternância aplica a orientação que encontra na relação educação e trabalho à realização de períodos sucessivos de ensino, devidamente coordenados um ao outro concreti-zando uma pedagogia que seja ver-dadeiramente a ciência de formação do trabalhador, na sua dupla função de trabalhador e de homem.

A Pedagogia de Alternância possui a marca distintiva de desenvolver a sincronia escola e trabalho, fazendo com que o jovem continue estudan-do e, ao mesmo tempo, não se des-vincule da família, auxiliando-a com sua mão-de-obra, e, além disso, de proporcionar-lhe outras funções na expansão do seu contexto, a exem-plo de, como o estudante/trabalhador pode contribuir em favor da família, compartilhando com as condições tecnológica, econômica e sociocul-tural conquistadas, das quais decor-rem o consequente crescimento da comunidade e a fi xação no seu meio ambiente.

Considerando o fato de a Pedagogia da Alternância ter surgido há déca-das na França, ressalte-se que essa pedagogia diferenciada, à época, já empregava técnicas e procedimen-tos avançados na dinâmica ensino-aprendizagem, aplicando princípios educativos modernos, tais como o envolvimento e a participação dos pais na educação formal, conferin-do-lhe a característica modelo de educação inovadora. A formação, nesses períodos sucessivos, con-sidera o crescimento de todos e de cada pessoa, estabelecendo decla-rado compromisso com a família e com o meio rural.

A Pedagogia de Alternância baseia-se num método científi co em cujos termos destacam-se: observar, ver, descrever, refl etir, analisar, julgar e experimentar, agir ou questionar (através dos Planos de Estudos na família, comunidade ou na escola), procurar responder às questões (através das aulas, palestras, visi-

tas, pesquisas, estágios) e experi-mentar (fazer experimentar em casa a partir do aprofundamento). Trata-se, portanto, de um método que se inspira na Psicologia de Jean Piaget para quem o “fazer para compreen-der”, ou seja, primeiro praticar, para depois teorizar sobre a prática por meio de mecanismos que denomina diferenciação, coordenação e gene-ralização sejam mecanismos facili-tadores do desenvolvimento huma-no. Tal princípio é o de que a vida ensina mais do que a escola; daí, é que o centro do processo de ensi-no-aprendizagem deve ser o aluno e a sua realidade, e a experiência sócio-profi ssional se torna ponto de partida no processo de ensinar e, também, ponto de chegada, pois o método da alternância constitui-se no tripé ação/refl exão/ação ou prá-tica/teoria/prática, acreditando-se que a teoria está sempre em função de qualifi car a vida.

Logo, a Pedagogia de Alternância signifi ca o processo de ensino-apren-dizagem que acontece em espaços e territórios diferenciados e alternados como uma variável metodológica de formação profi ssional agrícola de ní-vel técnico para jovens, inicialmente do sexo masculino, fi lhos de campo-neses os quais perderam o interes-se pelo ensino regular porque este se distanciava totalmente da vida e do trabalho camponês.

A educação rural no Brasil apresen-ta uma série de elementos inscritos na legislação, nas instituições peda-gógicas, no currículo e mesmo nas recomendações dos organismos in-ternacionais que possibilitam que se trace um esboço da educação rural brasileira a partir dos anos 30. Para a maioria das famílias rurais, a passa-gem pela escola básica rural (do pri-meiro ao oitavo e atual nono ano) é a única oportunidade em suas vidas de adquirir competências que lhes permitiriam eliminar as principais causas internas do subdesenvolvi-mento rural. Portanto, cabe a essas escolas cumprir tão importantíssima função emancipadora de dependên-cias e de vulnerabilidades, de modo que seus conteúdos e métodos pas-sem a ser funcionais e adequados às necessidades produtivas. Cabe destaque ao ensino criativo, partici-pativo e prático sobre aquilo que re-almente necessitam aprender para que os educandos se tornem mais auto-confi antes, mais empreende-dores, mais auto-gestores e mais interpessoais e interdependentes. Nas referidas escolas, continuam in-gressando gerações de futuros agri-cultores, e agricultoras, pais e mães de família, com baixíssima autoesti-ma, sem os conhecimentos, sem as atitudes e sem os valores de que ne-cessitam para ser agricultores mais efi cientes, melhores educadores dos seus fi lhos e solidários protagonistas de suas comunidades. Às escolas cabe a missão de formar cidadãos

Artigo

Pedagogia da Alternância* Maria Anália Costa Moura

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Projeto Caatinga: plantando essa idéia.O Projeto foi concebido e vem sen-do desenvolvido pela Escola Már-cio Seno em parceria com o setor de Meio Ambiente da Ferbasa. De-pois da abertura, foram realizadas várias atividades, como coleta de garrafas Pet para confecção de canteiros na área norte da escola, plantio de mudas nativas endêmi-cas, além de distribuição de mudas e adesivos com o tema do projeto.O projeto visa a: desenvolver ativi-dades de conscientização ambien-tal junto aos alunos da escola e moradores do município, voltadas para a importância de se preservar e plantar árvores nativas da nossa região; implantar um viveiro para produção de mudas nativas na es-cola; implantar uma área demons-trativa com espécies de árvores nativas da caatinga; doar mudas para alunos, pais e associações do município; realizar eventos de educação ambiental com alunos e familiares na área do projeto; des-pertar a consciência ambiental nos alunos, buscando sensibilizá-los para a importância cultural, social e medicinal das árvores da caa-tinga e desenvolver atividades de pesquisa (crescimento, controle de pragas, etc) na escola.

XI Olimpíada EstudantilDesde que foram disputadas pela primeira vez, em sua versão moderna, há mais de 100 anos, as Olimpíadas sempre foram uma grande festa esportiva que simboliza a união entre vários povos. A Escola Márcio Seno sempre valorizou os eventos es-portivos e, desde 1999, promove esse evento com a participação de toda a comunidade escolar.A XI Olimpíada Estudantil da Es-cola Márcio Seno foi realizada no período de 24 a 28/08. O desfi le de abertura, com a Banda Mar-cial da EMS, aconteceu no dia 24/08, pelas principais ruas da cidade, e, à tarde, começaram as competições de futsal, fute-bol society, handebol, basquete e vôlei de areia, as quais se es-tenderam até a manhã da sex-ta-feira (28/08). Nesse mesmo dia, à tarde, houve competições de xadrez e desenho artístico. A parte cultural foi realizada na terça-feira (25/08), à noite, com apresentações de Teatro e Mú-sica, e na sexta-feira (28/08), também à noite, com o Desfi le da Beleza Atlética e o Concurso

de Dança.O tema central des-te ano foi Saúde/Lazer/Integração, e a escola contou com o precioso apoio da FERBA-SA, da Cia de Arte Educação e Cultu-ra Popular de An-dorinha – And’Art, da Secretaria de Cultura e Despor-to e Secretaria de Educação do mu-nicípio

EscolaMárcio Seno

Nessa convivência com o Dr. Carvalho, que momento o se-nhor nunca esquece?

R - Difícil destacar um mo-mento apenas, mas há um comentário de que eu me lembro sempre. Ele, como você sabe, estudou, median-te uma bolsa, no colégio dos jesuítas, ingressou na carreira religiosa e a deixou para se-guir a carreira técnica. Estu-dou em boas escolas no Rio de Janeiro, em Ouro Preto... Um dia ele fez um comentá-rio: “Pedro, parece que minha saída da carreira religiosa foi um projeto divino, porque eu saí e, depois de todo esse trajeto técnico, consegui re-cursos para aplicar na educa-ção das pessoas menos favo-recidas”. Eu não sei se você percebeu bem, mas, fora da vida religiosa, ele pôde ser conduzido por uma força su-perior, de maneira que conse-guiu construir uma obra maior do que poderia construir se tivesse seguido a própria car-reira religiosa. A obra dele se-gue a mesma linha religiosa, voltando o seu esforço e toda a sua inteligência para gerar qualidade de vida para aque-les menos favorecidos pela sorte.

É muito comum vermos uma indústria ou uma companhia qualquer ter um braço social. Mas, no caso da Fundação José Carvalho, é o contrário. A Fundação é acionista da Si-derúrgica. Ela, na realidade, é que tem um braço indus-trial. É quem detém as ações. Como o senhor vê esse ato de Dr. Carvalho de inverter os papeis?

R - Isso demonstra a grande-za e a sinceridade dele com seu projeto de vida, a coerên-cia, levando o seu sonho, no sentido positivo, às últimas consequências. Ele fez um trabalho completo. E a gen-te vê que a Fundação é um projeto realmente inédito, e é um desafi o dar continuidade a essa obra. Aliás, estamos vivendo um pouco esse mo-mento. Todos os amigos dele, os da Fundação inclusive, es-tamos envolvidos nesse com-promisso.

Como é que foi o seu cresci-mento dentro da FERBASA?

R - Eu entrei em 1972; tinha

apenas dois anos de formado e trabalhava com Paulo Sou-to, que era o meu chefe lá na SEPLAC, em Itabuna. Depois, encontrei um colega meu que já trabalhava na FERBASA, o João Almeida, que hoje é de-putado federal. Ele foi lá me convidar para trabalhar nes-sa empresa. Aqui fi quei, tra-balhei um tempo. Depois fui para o Estado. Em 1986, saí do Estado e fui trabalhar com consultoria. Foi quando fui convidado por Dr. Carvalho para prestar consultoria no campo de pesquisa mineral, não só lá nos projetos de cro-mo, mas também em outras unidades da FERBASA. Mais tarde, voltei para o Estado, a fi m de assumir funções de maior relevo – na presidência da CBPM e na Secretaria de Agricultura. Mas nunca perdi o vínculo com a FERBASA. Aqui, fi z muitos amigos, geó-logos, engenheiros de minas, e, nesses anos todos, nunca perdi o contato com a compa-nhia. Fiz uma amizade muito forte com Dr. José Carvalho. Prati-camente, todos os meses, nós almoçávamos juntos, conver-sávamos sobre a cultura, a política e a situação econômi-ca no Estado. Sempre troca-mos ideias sobre essas coi-sas. E, naturalmente, ele me informava também sobre os trabalhos de mineração e per-furação, sobre a FERBASA e acerca das atividades, vamos dizer, práticas, da Fundação, e daqueles projetos que tan-genciavam a pasta da Agri-cultura; trocávamos ideias em torno da elaboração de projetos conjuntos e também a respeito da articulação com

o Governo do Estado, na épo-ca em que fui secretário, para viabilizar essas escolas.

Eu gostaria que o senhor fa-lasse um pouco de sua car-reira acadêmica. O senhor se formou em Geologia, onde?

R – Eu me formei em Geolo-gia na Universidade Federal da Bahia, onde fi z pós-gradu-ação, através de um convênio entre o governo brasileiro e a agência de desenvolvimento econômico do Canadá. Publi-quei alguns poucos trabalhos e me dediquei à pesquisa de cromo e ao conhecimento das chamadas rochas máfi cas e ultra-máfi cas.

Que mensagem o senhor dei-xa, para a Fundação para o ano de 2010?

R - A mensagem que eu deixo é uma mensagem de espe-rança, de otimismo com o fu-turo. Essa minha crença está respaldada, principalmente, no que eu vejo aqui na Funda-ção; a responsabilidade dos corpos docente e administra-tivo da Fundação, a direção atual, professora Marilene, perfeitamente sintonizada com os objetivos traçados por Dr. Carvalho, e o conhecimen-to pedagógico que ela detém me fazem ver um grande fu-turo para a Fundação. Minha mensagem para as pessoas é que vamos todos continuar unidos, trabalhando com de-terminação, com vigor, para realmente levar à frente essa obra tão bem idealizada por Dr. Carvalho.EN

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Para materializar aquilo que muitos poderiam pensar que era apenas um sonho, o empresá-rio José Carvalho contou com o apoio e a força de amigos es-peciais. Amigos que o ouviam contar sobre seus projetos, confi avam na sua capacidade, e estavam juntos para o que desse e viesse. Pedro Barbosa de Deus é, sem dúvida, um des-ses amigos de todas as horas. Hoje, presidente do Conselho de Administração da Ferbasa e vice-presidente da Fundação José Carvalho, Pedro Barbosa testemunhou o início de todo o trabalho. Numa entrevista, leve e descontraída, se diz confi ante com os rumos da organização, da qual se mostrou arquivo vivo e compartilhou com a Revista da Fundação histórias precio-sas e cheias de ensinamentos.A história da Fundação José Carvalho se confunde, muitas vezes, com a história daqueles que dedicaram parte importan-te de suas vidas a esse projeto. Pedro Barbosa de Deus, sem dúvida, é uma dessas pesso-as que emprestaram sua força, seu conhecimento, sua juven-tude em função dessa causa. Como o senhor conheceu a Fundação e todo esse traba-lho benefi cente de Dr. Carva-lho?

R - Eu tomei conhecimen-to do projeto, da ideia de Dr. Carvalho, em 1973, quando ele ainda começava a idea-lizar a Fundação. Na época, eu trabalhava como geólogo, na FERBASA, em Senhor do Bonfi m, Campo Formoso e região. Trabalhava na pros-pecção e pesquisa de cromo.Foi em uma dessas viagens que fi z com Dr. Carvalho e ou-tros colegas para Andorinha, atravessando a serra de Itiú-ba, que ele confi denciou que pensava em criar a Fundação. Ele queria dar oportunidade às pessoas que tinham po-tencial, mas não tinham con-dições para se desenvolver. Hoje, penso que, de algum modo, as coisas melhoraram

Pedro Barbosa de Deus, formado em Geologia pela Universidade Federal da Bahia, vice-presidente da Fundação José Carvalho, presidente do Conselho de Administração da Ferbasa.

muito. Naquela época, havia um isolamento bru-tal, não é? Ele pensava em dar oportunidade a essas pessoas de ter acesso a uma boa educa-ção. Ele queria canalizar par-te signifi cativa dos recursos da FERBASA para, realmente, to-car esse proje-to. E a própria ideia inicial dele foi ampliada, a partir da identifi -cação e do conhecimento da realidade de grande parte da população.

Qual foi a sua reação quando ele contou sobre o projeto? Achou, de fato, que ia se ma-terializar e se tornar o que é hoje?

R - Não, não, não. Sincera-mente, eu não acreditava que a Fundação fosse se mate-rializar, principalmente na di-mensão que tem hoje. Não por falta de confi ança, mas pelas difi culdades que, eu sa-bia, ele teria de enfrentar. Na verdade, eu conhecia Dr. Car-valho. Já sabia do seu bom caráter, da pessoa que era: respeitador, trabalhador; gos-tava dos funcionários, de nós todos. Nunca esqueço que, nessa ocasião, ele fez uma brincadeira comigo e com outros dois colegas que esta-vam presentes no momento. Ele estava criando uma mi-neração nova, Mineração do Vale do Jacurici, e perguntou quantas ações nós iríamos comprar dessa companhia. Uma companhia nova, uma subsidiária da FERBASA, que ele estava criando e, na-turalmente, teria ações em bolsas. Então, um deles dis-se que compraria vinte, outro pediu dez, e outro, cinco. Na verdade, Dr. Carvalho queria nos presentear com aquelas ações. Doou-as, efetivamen-

te, com o valor corresponden-te àquele com o qual quería-mos comprar. Hoje eu sei que ele queria mesmo era conhe-cer o grau de envolvimento que tínhamos com o projeto.

E o senhor pediu menos ou pediu mais?

R - Cinco.

Cinco? R - (risos)

O senhor chegou a participar, diretamente, do processo de implementação da FJC?

R – Não, não. Na ocasião, eu estava completamente envol-vido no trabalho de produção na parte de pesquisa mine-ral, particularmente, e dando início à abertura da primeira mina, a de Medrado, na re-gião do Vale do Jacurici. Es-távamos voltados para a pes-quisa; então, não participei das articulações; mas, em-bora Dr. Carvalho estivesse sempre ligado à mineração, dando toda a atenção às pes-quisas, acompanhando seus resultados, efetivamente ele articulava a formalização des-se projeto que deu origem à Fundação. EN

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Entre as atividades realizadas pela Extensão Rural da Esco-la, em parceria com as famílias dos alunos, se destacaram:

Doação de sementes (feijão e milho) e implantação de horta em Sítio Folha Branca, Taca-ratu/PE, sob a orientação e acompanhamento do Técnico Agrícola Sebastião Xavier.Doação de mudas e plantio (cajueiro anão precoce) em Aldeia Caldeirão, Jatobá/PE.Assistência técnica do perí-metro irrigado em escala co-mercial, em Icó Mandantes, Petrolândia/PE.Manutenção e acompanha-mento do Técnico Agrícola Xavier no plantio de cenoura em escala comercial na Agro-vila 1, bloco 1, Petrolândia/PE.

Jogos EscolaresA Escola Estadual Rural Ma-noel Gomes de Sá se fez presente nos jogos escolares nas fases municipal e regio-nal, na modalidade Natação 50 e 100m livres, cujo primei-ro prêmio coube aos alunos, Wallison e Willames.

Concurso sobre o meio ambiente - CHESF

A Profª Silvana e os alunos das 5ª e 6ª séries participa-ram do Concurso realizado pela CHESF, no 1º semestre de 2009, sobre o tema Meio Ambiente, obtendo o 1º lugar.

Escola Estadual Rural Manoel Gomes de Sá

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Olimpíada Brasileira de Física 2009 – OBFA Sociedade Brasileira de Física desenvolve, desde 1999, a Olim-píada Brasileira de Física, um dos eventos dessa entidade para a di-vulgação da Física como ciência básica necessária à construção de novas tecnologias, e também para aproximar as instituições de ensino superior, tornando a Físi-ca mais conhecida e discutida por adolescentes, no seu cotidiano. No Colégio Técnico, esse evento foi introduzido pelo ex-professor de Física, Geraldo Lima da Silva Filho.A OBF acontece em três etapas: 1ª fase, realizada na escola; a 2ª fase, em uma instituição do muni-cípio, defi nida pela coordenação da OBF, e a 3ª fase, em nível na-cional. Neste ano, foram inscritos 48 alunos, representando as 03 séries. A 1ª fase aconteceu no dia 31 de agosto do presente ano, resultan-do na classifi cação de 20 alunos para a 2ª fase (14 do 1º ano, 03 do 2º ano e 03 do 3º ano)

II Celebrando a FamíliaRealizou-se, no dia 29 de agosto, o II Celebrando a Família, com a temática “Vamos dar as mãos: In-tegrando a família na escola”, com

o propósito de reunir pais, alunos, professores e funcionários numa atividade recreativa. Neste ano, ampliou-se o objetivo do evento; promoveu-se a doação de alimen-tos, que foram entregues, em for-ma de cestas básicas, a famílias carentes das comunidades de Central e Corujão. A entrega dos alimentos foi feita no dia 02 de se-tembro, com a participação de fun-cionários, alunos e representantes da Associação de Moradores das duas localidades.Tanto o evento quanto a entrega de alimentos superaram as expectati-vas, o que confi rma a importância dessa ação que, a partir de agora, passará a fazer parte do Calendá-rio do Colégio.

Arte - Produto & Logomarca - Linguagem Artística: Artes VisuaisEsse projeto, proposto e orientado pelo professor José Carlos Olivei-ra Santos, no Colégio Técnico da FJC, tem, por fi nalidade, incentivar o aluno a externar suas emoções, seus sentimentos e talentos de-senvolvendo habilidades artísticas através de:

criação de produtos sustentá-veis, mediante o uso de mate-riais encontrados no meio am-

biente sem, contudo, agredi-lo;reconhecimento da maior quanti-dade possível de marcas criadas no mercado, e sua relação com o produto com o qual se identi-fi cam;confecção de produtos aplican-do as técnicas aprendidas em aulas;apresentação do produto para observação e análise.

Projeto: “Gente Brasileira: É Arte por Toda Parte!”É a própria responsável por esse projeto, a profª Mª Conceição B. Soares, do Colégio Técnico e da Escola Rural Rolf Weinberg, que explana sobre o trabalho.A música popular brasileira pode ser compreendida como uma tra-ma onde se enlaçam: a nostalgia, a linguagem lírica, o cotidiano do homem comum, a poesia social, as lutas de classes, e a grande festa do futuro, que contempla as várias vertentes políticas e econômicas.O conteúdo das frases elaboradas em cada canção analisada traziam

Um dia inteiro de sol, música, pis-cina e passeio pelo zoológico. As portas do parque Rolf estavam abertas, no dia 11 de novembro, para a comunidade vizinha, do bairro da Bela Vista, mais conheci-do como “Sobe e Desce”. A inicia-tiva da Fundação José Carvalho teve o objetivo de ampliar as rela-ções com aqueles que convivem com a grande estrutura do par-que, mas não têm oportunidade de aproveitá-lo. Jaciara Silva Barbosa, diretora da Escola Municipal Padre Astrogildo, pela primeira vez, pôde levar seus alunos para conhecer o parque. “Primeiro gostaria de falar que isto é um sonho nosso. Os nossos alu-nos já chegaram a fazer buracos no muro para espiar o que aconte-cia aqui dentro. A felicidade deles se restringia a ver o parque e os outros brincando. Mas hoje é o dia deles!”.

Diolgo Liger Fadini, gerente do parque Rolf, explica que a idéia é integrar a comunidade à Funda-ção, “que está longe e, ao mesmo tempo tão perto de todos”. Diol-go calcula que mais de duzentas pessoas, entre pais, membros da comunidade e crianças, puderam quebrar a rotina para ter uma ex-periência diferente e enriquecedo-ra. “O parque estava ali, aberto para aqueles meninos que, muitas vezes, pulavam o muro para des-frutar um pouquinho de um mundo que, para eles, era só um sonho. Hoje, estão aqui podendo aprovei-tar os lanches, o almoço e conhe-cer melhor o parque zoobotânico”.A professora Marilene Ferreira, presidente da Fundação José Car-valho, explica que toda a estrutura da Fundação foi concebida para atender à população, em especial à comunidade mais carente. “Em nossas escolas, por exemplo, es-tudam, além de fi lhos de funcioná-rios da FERBASA e da Fundação, crianças e jovens da região”. A presidente disse ainda que o par-que, o restaurante, o zoológico e toda aquela estrutura foram cons-truídos para gerar recursos para o trabalho social da Fundação. No ano de 2009, o parque Rolf teve uma frequência 27% maior do que a do ano anterior. Ao todo, 87,75 mil pessoas visitaram o par-que de Pojuca. A estimativa é de que, até o fi nal do ano, esse nú-mero chegue a 120 mil. Segundo Diolgo Fadini, mesmo com a crise, a perspectiva é de um faturamento 60% maior do que o de 2008.

A Fundação José Carvalho estuda agora a viabilidade de criar um dia por ano para que o parque esteja aberto para atender, gratuitamen-te, instituições benefi cientes e ONGs, não só da região, mas de todo o Estado.Diolgo Fadini faz questão de es-clarecer que o projeto não vai se resumir na abertura do parque,

Um dia no parque...

mas na realização de um trabalho mais amplo com, inclusive, ativida-des pedagógicas. “A gente preten-de ter ainda mais projetos voltados para a educação, mais projetos sociais e de conscientização am-biental no nosso bairro da Bela Vista”, pontuou.A pequena Fernanda Santos, alu-na da escola, era só contentamen-to. “Gostei mesmo de vir; todos es-tão gostando”. E emendou: “Agora não preciso mais olhar o parque pelo buraquinho. Estou aqui den-tro”.

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o mensagens de busca, cujos ideais eram confundidos com anarquia. Mas tudo o que os compositores queriam era usar dos meios inte-lectuais associados à força da obra poética e a seu poder de retórica, para fazer do Brasil um país justo, coerente que, acima de tudo, res-peitasse os fi lhos deste solo, os quais sonhavam com “a nossa pá-tria mãe gentil”, e se tornasse um país com sua identidade imacula-da, com coerência, sem danos e sem donos. As incursões da músi-ca no teatro, nas artes visuais e na literatura assinalam ideias para se trabalhar no espaço da originalida-de. Assim, esse Projeto traz a pro-posta de se estudar sobre a Músi-ca Popular Brasileira sem ignorar as fronteiras estéticas, porém va-lorizando as várias fases; assim, é possível compreender os talentos do passado, que se encontram no presente, sem se perderem no fu-turo que, por sinal, é agora!Associar a caricatura ao desen-volvimento das atividades foi o recurso aplicado para que os es-tudantes tornassem possível o co-nhecimento dos mestres da MPB e desenvolvessem uma técnica de desenho que vai além dos traços, envolvendo principalmente o senti-mento, o olhar crítico e o conheci-mento técnico. As atividades foram desenvolvi-das devidamente monitoradas, e todas as produções artísticas fo-ram realizadas e registradas em todas as etapas da construção. Os estudantes criaram, construíram, desenvolveram e usaram a criativi-dade com autonomia, porém sem perder a essência da proposta e, para isso, foram utilizadas as téc-nicas necessárias para a realiza-ção dessa tarefa.As fotos mostram os resultados desse trabalho, realizado aliás, por alunos do 1º ano.

Expo Física 2009Como parte do processo avalia-tivo da IV unidade das turmas de 1º e 2º anos do ensino médio, o departamento de Física do CTFJC promoveu a Expo-Física 2009, sob a coordenação dos professo-res Rocpáurio Pires e Anderson Dias; esse evento já faz parte do calendário da escola já há algum tempo.Com o objetivo de pesquisar no-vas fontes de energia, neste ano, a fonte de inspiração foi o ar; e, para tanto, a EXPO-FÍSICA 2009 trouxe, como novidade, a constru-ção de carrinhos movidos a retro-propulsão; eles se movimentam mediante um fl uxo de ar produzi-do por uma hélice adaptada a um motor elétrico. Além disso, houve uma competição de aviões de pa-pel, durante a qual os alunos con-seguiram lançá-los a mais de 18m de distância.No processo de construção dos projetos, os alunos tiveram oportu-nidade de aplicar conhecimentos

já vistos em sala de aula e tam-bém de pesquisar sobre outros temas que ainda não conheciam, para obter melhores resultados em seus trabalhos.É importante ressaltar que, ao vi-venciar essa experiência, os alu-nos passam a ter uma visão mais ampla da disciplina, percebendo-a como algo presente em seu coti-diano, o que os benefi cia constan-temente, promovendo, através do desenvolvimento tecnológico, não apenas conforto e comodidade, mas, principalmente, bem-estar social.O envolvimento dos alunos na ati-vidade e a empolgação com os resultados foram tão grandes que se pôde perceber, em muitos, um espírito de liderança, proatividade e criatividade, muitas vezes não presente nas atividades de classe. Esses fatores fi zeram com que a expectativa de todos para a EXPO-FÍSICA 2010 seja um sucesso ain-da maior. Até o ano que vem!

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o dia 28 de outubro de 2009, aconteceu o encer-ramento da 2ª etapa do Programa Jovem Aprendiz

PERBRAS, que teve inicio em 20 de outubro de 2008, capaci-tando e qualifi cando 20 jovens para o mercado de trabalho através do Curso de Apren-dizagem Industrial Básico de Auxiliar de Operação de Sonda e Perfuração, ministrado pelo SENAI, com 100 % de aprova-ção. Agora, estarão na vivencia prática, que é chamada de 3ª etapa, nas Sondas de Perfu-ração da Empresa PERBRAS, mediante o Jovem aprendiz, por mais 9 meses.

Em 05 de outubro de 2009, deu-se inicio aos cursos de Aprendi-zagem Básica em Eletricidade Predial e Industrial, no turno matutino, havendo 07 jovens contratados pela FERBASA, e a segunda turma de Benefi cia-mento de Minério, no turno ves-pertino, com 5 jovens também contratados pela mesma em-presa; esses cursos são ofe-recidos pelo SENAI aos jovens carentes do município de Poju-ca. A seleção foi realizada por concurso público, em abril/09 com o total de 81 jovens apro-vados.

Com o objetivo de dar oportu-nidade aos desempregados da cidade de Pojuca, o SENAI ini-ciou, no dia 11 de novembro do ano corrente, o curso de Quali-fi cação Profi ssional em Auxiliar de Sonda de Perfuração, com

CENTRO DE CAPACITAÇÃO E

T R E I N A M E N T O

carga horária de 240 horas, contando com a parceria do SIMM (Serviço Municipal de In-termediação de Mão-de-obra) e da Fundação José Carvalho, que ofereceu a estrutura física e fará o acompanhamento do cur-so. As inscrições ocorreram no Balcão Mão-de-obra do municí-pio de Pojuca, através do qual foram selecionadas 45 pessoas do sexo masculino, maiores de 18 anos, com 2º grau completo e de baixa renda.

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O COMPISDRO (Combustor com pistão dobrável)

(*) O COMPISDRO foi feito com o objetivo principal de demonstrar a transformação de energia química em mecânica, que se transforma em elétrica e, posteriormente, em luminosa, sendo observada atra-vés de um refl etor que contém duas lâmpadas-laser de luz fl uo-rescente de 4,5 V cada. A energia elétrica também pode ser obser-vada através de dois plugs para encaixe de terminais de um mul-tímetro.O processo de transformação da energia ocorre da seguinte forma: após dar a partida na ignição, com o combustível no cilindro, ocor-re a combustão. Esse fenômeno exotérmico causa a expansão do gás liberado, o que move o pistão (êmbolo localizado na área interna do equipamento). Assim, a ener-gia química gerada na combustão se converte em energia mecâ-nica; esse movimento acionará um gerador, passando a ser um movimento mecânico curvilíneo, pois há engrenagens internas que fazem girar um imã, envolvido por uma bobina (dínamo), que gera

energia elétrica que alimenta as lâmpadas. Por fi m, percebe-se a última etapa de conversão de toda essa energia em energia lumino-sa.O processo completo não é con-tinuo, como ocorre num motor a combustão comum. O sistema é o mesmo; porém COMPISDRO só gera uma combustão por vez, pois, ao fi m de cada uma, o pro-cesso terá de ser repetido. (*)Texto extraído do Manual de Instruções do COMPISDRO.

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A Olimpíada Baiana de Química tem como objetivo despertar o sen-so crítico do aluno e seu interesse pela Química, correlacionando-os com aplicações futuras nas áreas científi cas e tecnológicas. Os alunos participaram de uma prova, no dia 25 de julho, no Colé-gio Agrícola de Catu.Participando, pela primeira vez, desse Concurso, obtivemos uma

signifi cativa inscrição, com a parti-cipação de 24 alunos. Dentre eles, Laís Barbosa de Carvalho, 2º ano B; Maíra Sampaio da Costa, 2º ano A; Victória Maria de Almeida Cedraz, 3º ano; Flávia Nascimento Fernandes, 3º ano, que receberam Menção Honrosa, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia, no dia 09 de novembro. Vale ressaltar que só poderiam se inscrever até 08 alunos por série.

“Eu criei o projeto desse combustor inicialmente para apresentar em um Seminário de Física, do professor Rocpáurio Alfredo, do Colégio Técnico da Fundação José Carvalho. Gostei muito do resultado e vi possibilidades de aplicação em aulas no Colégio. Então, fi z um segundo modelo, aperfeiçoando o primeiro, e doei para o Laboratório de Física do Colégio Técnico.”

Guilherme Santos Silva, aluno do 2º ano do Colégio Técnico

O verde sombrio O sol brilha pela manhã,o orvalho molha o chão,os pássaros cantam com alegria.Adeus solidão.

A neblina cobre as montanhas,escondendo o verde do Brasil,a riqueza da nossa Pátriao nosso verde sombrio.

As árvores balançamas folhas caem no chão,cobrindo toda a terra que lhe dá sustentação.

Amo minha Bahia,as matas lindas do Brasil,as coisas da nossa terra,viva o verde sombrio.

As matas do nosso Brasil,não estão sendo preservadas,caem lágrimas dos meus olhosao ver tanta “desgraça”

A fl oresta pede-nos socorro.Procuro uma solução.Encontro uma saída,mas depende de todos os cida-dãos.

Isaías de Jesus dos Santos, aluno do 1° ano do Curso de Técnico em Agropecuária

Quando falamos em meio ambiente, pensamos logo que ele é um meio de so-brevivência e equilíbrio dos seres vivos em geral; por isso, é necessário preservar o meio natural.

Nós precisamos nos cons-cientizar de que depende-mos muito da natureza, pois é dela que colhemos o nos-so alimento, utilizamos o ar por ela purifi cado além de tantos outros benefícios que ela nos dá. Temos que pensar também nas futuras gerações que irão precisar de recursos ambientais para sobreviver.

Apesar de muitas campa-nhas de preservação da natureza, ainda acontecem sérios problemas envol-vendo esse meio, e isso nos traz graves consequências, como enchentes, aqueci-mento global entre outros.

Temos que pensar em tudo isso e nos perguntar: por que agimos assim? Será pela ambição? Será que os re-c u r s o s R

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ambientais nunca vão aca-bar?

Como já disse, existem campanhas para minimizar ou conscientizar as pesso-as; existem leis que tentam impedir esse tipo de ação contra a natureza, mas é ne-cessário que cada um faça a sua parte, respeite o meio ambiente e o valorize como se fosse a sua própria vida e, assim, poderá usufruir sempre dos bens mais pre-ciosos que a natureza nos dá: a água, o ar, o solo, os seres vivos para que possa-mos viver melhor. Daniela Ferreira Pereira, aluna do 1º grupo da 8ª série B

O Meio Ambiente

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Olimpíada Baiana de Química 2009 – OBAQ

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o viagem que propomos so-bre o tema Convivência: a pluralidade compreendida

na dimensão das relações e dos sonhos humanos é literária, pois a literatura enquanto instrumen-to de formação e transformação pode nos revelar o não dito, dar voz aos que foram silenciados, le-var-nos a refl etir sobre as formas várias de relação interpessoal tão esquecida nos dias atuais. Ela nos permite fazer leitura de vivências, construir representações diárias do mundo e apreciar a multi-plicidade do ser humano. Todos estamos, como num palco, encenando a vida. E nossas máscaras não se confi guram ape-nas um elemento lúdico, mas antes a possibilidade de sermos muitos.

Por meio delas, se delineia a história invisível que emerge dos tipos sociais que, muitas vezes, tiveram que se calar em histórias que se constituem arre-medos da realidade. Entre eles, Paulo Honório, Policarpo, Olga, Madalena, Marta, Noel e os eus-lí-ricos de Cecília, os quais reconhe-cemos como nossos heterônimos. Neles, nos buscamos imitando-lhes palavras, gestos, usando as mesmas máscaras, carregando nossa linguagem de sentimentos e emoções, pondo em discussão nossos problemas humanos. Des-cobrimos, por meio deles, que aprendemos a ser, não nascemos homem, mulher, negros, brancos, loucos, normais, vítimas, agres-sores; somos produtos de uma construção para a qual concorre uma infi nitude de elementos que constituem uma teia de relações. Somos o resultado, pois, dos afe-tos, dos anseios, dos desejos, dos sonhos, das vontades que o outro com quem convivemos ajuda a plasmar.

O espaço infi nito em que vivemos

não se constitui um universo inani-mado. Os átomos, por exemplo, se animam com sua vontade própria, com seu modo de se interrelacio-nar. Por sua vez, essa vontade não está isolada num universo. Ela é afetada por uma infi nidade de von-tades, havendo nela mesma uma multiplicidade de vontades em re-lação. Podemos dizer, então, que, num mun- do em

cons-

tan- t e s transformações, a convivência é um princípio cósmico que constitui desde a mais ínfi ma partícula até a maior das galáxias. A intransiti-vidade, portanto, não nos cabe. As interferências são muitas. Não temos a última palavra. A vida se traduz em versões infi nitas. Criar espaços de relacionamento se faz tão necessário quanto imprescin-dível.

Conviver pode ser um meio para que os indivíduos se afi rmem en-quanto pluralidade ou se destruam entre si. Nesse jogo de contrastes, percebemos que as diferenças não implicam, necessariamente, incompatibilidade, mas a possibi-lidade de vermos, no outro, o des-dobramento de nós mesmos. As-

Nas teias da

sim, como negar as contribuições dos homens que, de um modo ou de outro, construíram, com suas singularidades, a nossa história?

Escolhido por Deus, Moisés, cuja missão era unifi car o povo hebreu pela fé, teve de confrontar-se com a diversidade cultural da época para conseguir seu objetivo. Por outro lado, ao tentar produzir uma raça pura (ariana), Hitler despre-zou valores éticos, morais e religio-sos dos quais o ser humano não

pode se desprender. Pretensões como essas não culmi-

naram, contudo, numa hegemonia social e/ou

religiosa, já que a realida-de contemporânea revela

não só a existência de vá-rias facções religiosas, mas

também as guerras constan-tes que silenciam e aniquilam

gerações. Os homens sub-meteram seus semelhantes à

escravidão, transformando-os em objetos, coisas a serem ven-

didas por qualquer moeda; seten-ciou-os à tortura em nome de um falso patriotismo, deixa-os morrer à míngua como acontece hoje em regiões da África; em nome de um imperialismo que cresceu com a 2ª Guerra Mundial, os Estados Unidos estende sua rede de dominação a várias nações, provocando rea-ções surpreendentes como a que ocorreu por ocasião da destruição do “Trade Center” e do ataque ao Pentágono; mas os homens tam-bém dedicam suas vidas em prol da liberdade e da justiça como Ghandy, Guevara, Madre Tereza de Calcutá mostrando que, a partir dos papeis que assumimos nessa grande e heterogênea comunidade humana, tanto nos aproximamos quanto nos afastamos da constru-ção de uma sociedade mais com-preensiva e fraterna.

As aspirações dos homens e os seus ideais chocam-se com a for-

convivênciaIV ExpoarteCom base no tema gerador “In-tegração do homem e suas re-lações econômicas”, no dia 12 de outubro de 2009, a Escola Rural Rolf Weinberg realizou a IV Expoarte, cujo tema específi -co foi “O homem, o meio e suas criações”. Através de stands e apresentações de palco, envol-vendo alunos do Ensino Fun-damental II e Ensino Médio, o evento aconteceu.Durante o 4° período, foram dis-cutidas diversas questões enfa-tizando as ações do homem no meio ambiente. A partir daí, se desenvolveram ações criativas no tangente à produção da es-cola, reciclagem com o Grupo OPA, artesanato.

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Através da Arte, o aluno foi le-vado a refl etir acerca do tema desenvolvido, para culminar com uma apresentação artísti-ca.Foi um trabalho de muito suces-so e enriquecimento cultural. Os alunos brilharam mostran-do seus talentos e habilidades; dramatizando, cantando e dan-çando. Contou-se com a parti-cipação de todos os professo-res, Coordenadora e Diretora da Unidade Escolar.

Que bom que é: “Vida é... brin-car, ter liberdade.O mundo mais irmão...Eu queria ver o mundo forman-do um só coração”.

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“O plantio desta árvore, palmei-ra imperial, signifi ca o começo de uma nova vida, de uma vida próspera, uma vida mais feliz, com mais oportunidades”, dis-se Franciele, que ingressou na escola ainda neste ano.

OportunidadeFranciele, Ivan e todos os 70 alunos do curso técnico têm agora acesso ao que há de mais moderno em técnicas e equipamentos voltados para a agropecuária. O coordenador do curso e assessor técnico das escolas rurais da Fundação, Luís Cláudio Cardoso, explica que o curso tem quatro gran-des eixos: a criação de gado leiteiro, a avicultura industrial, a silvicultura e também a área de paisagismo e jardinagem.“A escola recebeu um gran-de investimento. Para o curso de ordenha, por exemplo, que faz parte do curso técnico, a Rolf adquiriu equipamento de ordenha mecânica, tanque de expansão de leite, unidade condensadora, desnatadeira de leite, batedeira de creme de leite, sem falar nos equipamen-tos de inseminação artifi cial, voltados para a melhoria gené-tica do nosso rebanho”, explica Luís Cláudio.O mesmo acontece no campo da suinocultura. O núcleo de produção de suínos foi amplia-do, aumentando, assim, sua ca-pacidade funcional e produtiva. A escola está equipada com la-boratórios de química, biologia e agroindústria os quais, além de atender ao curso, servem de modelo para produtores da re-gião interessados no incremen-to de novas tecnologias.

Associativismo e cooperativismoO curso, que pre-para os alunos no contexto pedagógi-co da informação, do associativismo e do coope-rativismo é, na opinião do coor-denador Luís Cláudio, o grande diferencial do Curso Técnico em Agropecuária da Fundação José Carvalho. Ele explica que os alunos formam uma coope-rativa.“Todos os eixos de produção da escola são de controle da coo-perativa, com o apoio da insti-tuição escolar. E os recursos provenientes dos seus resulta-dos fi nanceiros são aplicados em novos investimentos de ma-teriais didáticos e de insumos para a produção”. Luís Cláudio acredita que essa experiência preparará o aluno para ingres-sar no mercado de trabalho.O conselheiro Adelmo Melgaço, que já está há 22 anos na Fun-dação, não esconde sua alegria. “São estudantes que já têm um futuro garantido, com um traba-lho e uma profi ssão. Você quer coisa melhor? Ter perspectiva para a sua vida, isso é maravi-lhoso!”. Sérgio Dórea, também conse-lheiro da Fundação e diretor co-mercial da Ferbasa, percorreu com os demais convidados as instalações do curso e o consi-derou “um avanço numa região que, apesar de ser uma bacia leiteira, ainda é muito carente de mão-de-obra qualifi cada”. Pedro Barbosa, presidente do Conselho de Administração da Ferbasa e vice-presidente da Fundação José Carvalho dis-se que esse é um passo muito importante por proporcionar o progresso social e preparar o cidadão para a vida. “É um pro-jeto exemplar!”, resumiu Pedro Barbosa.Encerrando as atividades de inauguração do curso, o grupo

“Tons do Amanhã”, do Progra-ma de Musicalização da Fun-dação José Carvalho, apresen-tou um repertório misto entre o clássico e o popular, sob as re-gências dos professores Miguel Lima e Francisco Lima.A assessora pedagógica da FJC e coordenadora do Programa, professora Rivanda Chagas, explica que essa foi uma forma de recepcionar os convidados que vieram presenciar a inau-guração do curso Técnico em Agropecuária e também ver de perto as novas instalações do prédio onde serão desenvolvi-das as atividades dos progra-mas e projetos da FJC.

A Presidente da FJC, conselheiros e convidados prestigiam ao evento

Na foto, Profª Marilene da S. F. Barbosa, conselheiros da FJC, diretores da FERBASA e convidados

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ça do poder, do ódio a depender da forma como se articulam entre si. Temos muito que aprender ain-da nesta vida onde não existem verdades absolutas, e a realidade se abre em leque diante de nos-sos olhos. Podemos preparar me-lhor nossos caminhos para que o mundo se liberte de guerras, do terrorismo, da discriminação racial

e religiosa, do poderio po-lítico e econômico das

grandes nações, resul-tante de divergências

s o - ciais muito profundas.

Por isso, nessa via-gem de sonhos e

esperança que e m p r e e n d e -m o s a cada dia, pedi-mos a generosidade dos artistas, que tornam possíveis os diálogos, que se debruçam sobre nós, reinventando a vida, desnudando-nos em cada personagem que compõe a trama vivencial res-gatada nas obras literárias. Nós nos identifi camos um pouco com todos eles. Situados em contextos diversos, esses nossos heterôni-mos estabelecem laços, mesclam defeitos e qualidades, cultivam amor e ódio, jogando sempre com o artifício perigoso que é a palavra. Vemo-nos representados no uni-verso feminino de Olga, Madalena, Marta e, porque não dizer, no liris-mo de Cecília, o qual ora converge para a submissão parcial e passio-nal, ora aponta para a tentativa, embora frustrada (Olga/Madalena) de afi rmação do indivíduo como pessoa integrada na sociedade.

Estamos segmentados nesse universo feminino de mulheres aprisionadas, silenciadas pelos dogmas sociais, pela falta de reco-nhecimento, pelas incongruências da suposta superioridade mascu-lina, pela fugacidade da vida. Os ecos de lutas feministas não foram sufi cientes, porém, para reverter a amnésia cultural na qual ainda estamos inseridos. Quem de nós nunca teve a determinação de

Marta, a ingenuidade de Ismênia, a sensibilidade castigada de Ma-dalena, a pré-visão de Olga, os questionamentos de Cecília?

Por outro lado, como não nos ver-mos no patriota Policarpo, cujo po-sicionamento oscila entre o ideal e o real, o qual, de forma imediatista, quer mudar o Brasil? Quem de nós, brasileiros, já não desejou resgatar o sentimento de brasilidade perdi-do, buscar um herói genuinamente nacional? Acreditar na loucura de Policarpo talvez seja uma forma de abdicar ou ignorar nossa histó-ria. Essa xenofobia tão acentuada perde o sentido na fi gura de Noel Nutels, pessoa de brilho próprio que, embora perseguido, tornou-se homem de respeito, escalan-do o precipício da sobrevivência, fazendo renascer a esperança de muitos que já não enxergavam, além da tela negra, os sonhos.

onde estão os Nutels dessa terra de cac-tus, de mandaca-

rus que brotam do chão seco e cheio

de fendas; das palmeiras,

d o s s a b i -

ás, das praias more-

nas, do rio secu-lar?

Na vivência de seus papeis, os homens se entregaram aos ape-los do dinheiro e da angústia, es-magados por uma sociedade que ora os molda como opressores, ora como oprimidos. Quem nun-ca teve um momento de fraqueza levado pelas circunstâncias como Delfi no? Quem, num momento de desespero, não negou três vezes? Quem não perdeu anos de vida a maltratar-se a si e aos outros? Quem não endureceu pela falta de afetividade? Quem, dentre nós, não perdeu num espelho qualquer a sua face?

Somos animais de fases, luas ad-versas; dóceis e violentos, solidá-rios e indiferentes, tristes e alegres, arrogantes e humildes, pragmáti-cos e sonhadores. Temos vontade de mostrar algumas delas, escon-

der outras; sorrir quando estamos chorando, calar quando queremos gritar, falar quando ninguém nos ouve. Temos necessidade de gen-te e de ninguém. Nesse mundo de encontros e desencontros, são múltiplas as nossas máscaras, e diversos nossos desejos.

A vida nos impõe, hoje mais do que antes, o desafi o de ser e estar no mundo estabelecendo novas for-mas de relacionamento mais fra-ternas, mais amigas, menos discri-minativas e opressoras. Nenhum avanço tecnológico ou científi co poderá prescindir da comunica-ção equilibrada entre os homens. Sem ela, a nossa história de indi-víduos, de pessoas, de cidadãos não se escreverá, empobrecendo o contexto em que vivemos. Sem a conjugação dessas forças di-vergentes que caracterizam o ser humano jamais seremos homens livres. A convivência possibilita essa liberdade como possibilita to-das as coisas que existem, porque permite que as vontades entrem em conexão visando a mudanças sociais e em cada indivíduo e sua comunidade.

Mas a teia de convivência se tece nas diferenças. O que buscamos, pois, é a harmonia (criativa) en-tre essas diferenças, já que nós, aparentemente, únicos, somos diferentes de nós mesmos ontem. Seres complexos, altamente indi-vidualizados e múltiplos, precisa-mos resgatar essa complexidade ao mesmo tempo bela, frágil, po-tente e densa – por acreditar que a vida é maior e que há um trabalho a ser realizado nesse tempo e nes-se espaço – e com ela o homem global, cidadão do planeta num mundo em que as relações podem ser norteadas a partir de uma vi-são de paz.

“Criaram-se as portas

nos vão do mundo

e eu, a possibilidade de abri-las...”

Texto elaborado com a participa-ção de um grupo de 20 ex-alunos, turma de 2001, do Colégio Técni-co sob orientação das professoras Dilma Evangelista e Mônica Lopes

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“Se você construiu castelos no ar, não pense que desperdiçou seu trabalho; eles estão onde deve-riam estar. Agora construa os ali-cerces”. Henry David Thoreau

oi com as palavras do fi ló-sofo norte-americano Hen-ry David Thoreau que a

conselheira da Fundação José Carvalho, Regina Weinberg, buscou, no dia 23 de setembro, traduzir seu sentimento ao ver implantando o Curso Técnico em Agropecuária da escola que leva o nome de seu marido, Rolf Weinberg – amigo de José Carvalho e fundador da Vitae. A Srª Regina Weinberg explica que José Carvalho sempre foi um sonhador, mas sempre sou-be também construir alicerces sólidos para dar sustentação à sua obra.

“A inauguração deste curso na escola Rolf é exemplo disso. É um sonho alicerçado. É uma realidade”, concluiu. E, para brindar essa grande realização, uma surpresa: José Carvalho, acompanhado de sua neta, Bárbara Klein, chegou para presenciar a solenidade.O evento emocionou a todos. A diretora da escola, Célia Celes, declarou que é uma alegria sa-ber que seus alunos, além do curso médio tradicional, terão agora uma formação profi ssio-nal reconhecida.“Eu sempre digo: os projetos das Escolas Rurais precisam ser perpetuados, justamente por essa valorização que dá aos alunos da zona rural, aos jovens, que precisam tanto de uma oportunidade para mostrar o seu potencial”.

A diretora acre-dita que esses alunos funcio-narão como e l e m e n t o s transformado-res em suas comunidades. “É o que tem a c o n t e c i d o ; os alunos têm

Curso Técnico em Agropecuária

Agora uma realidadecontribuído para transformar as comunidades, a realidade de suas famílias, inclusive têm transformado a nós educado-res, porque muitas coisas temos aprendido com eles. Esses me-ninos nos trazem a experiência deles, a experiência de quem nasceu e se criou no campo. E isso é muito gratifi cante”, ar-gumentou. O conselheiro Aloí-sio Marins concorda e diz que “este é o ideal acalentado há muito tempo pelo engenheiro e educador José Carvalho”. Ma-rins salientou o empenho da professora Marilene Ferreira no esforço de dar continuidade à obra de José Carvalho.

Na inauguração, três palmeiras imperiais foram plantadas pela presidente da FJC, profes-sora Marilene Ferreira, pela conselheira Srª. Regina W e i n b e r g , pelos alu-nos Francie-le de Sou-za da Cruz (16) e Ivan Ferreira dos Santos (21).

Descerramento da placa que marca a implantação do Curso Técnico em Agropecuária

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alco arrumado, auditó-rio lotado. O espetácu-lo começa e a platéia,

por alguns instantes, parece esquecer que está em plena planta de uma indústria. É o projeto “Ampliando Laços” que, na tarde da sexta-feira, 20 de novembro, trazia o talento de crianças e jovens da Fundação José Carvalho (FJC) para sau-dar os funcionários da Ferbasa. Balett, coral, poesia. Arte para alimentar o espírito.

O “Tons do Amanhã”, programa de musicalização da FJC real-mente deu o tom e transformou a atmosfera. O grupo forma-do por meninos e meninas de Pojuca e região mais uma vez emocionou com suas fl autas, violões, teclados e vozes cada vez mais afi nadas. Interpreta-ram a música “Deus e eu no sertão”, de Victor e Léo e hinos

clássicos de Natal. A apresen-tação do Tons do Amanhã foi o prelúdio para a apresentação do grupo clássico de Ballet da Escola Maria Carvalho, criado em maio de 2007 e que já aten-de, hoje, a 180 meninas da co-munidade. A coordenadora do grupo, professora Cleide Mota da Silva, conta que o Núcleo é a “menina dos olhos” da presi-dência. “Professora Marilene tem dado, de forma muito es-pecial, incentivo a nosso grupo. Fomos convidados, em 2009, a mostrar o nosso trabalho em di-versas atividades e eventos da Fundação”, relatou a coordena-dora.

“O objetivo do grupo é buscar o desenvolvimento integral da criança através da arte. Temos meninas entre 4 e 14 anos. O ideal é que elas cheguem com quatro, cinco anos e sigam no grupo até a adolescência”, ar-gumentou professora Cleide.

O espetáculo Casa de Bone-cas, criado pela professora Cleide, trabalha o imaginário infantil das meninas através do símbolo da boneca. Emília, Moranguinho, Sininho e a Bo-neca Mecânica são algumas das protagonistas do mundo encantado representado pelas alunas.

A apresentação teve um mestre de cerimônia mais que especial, Davi Perez, gerente de gestão integrada a Ferbasa, pai de

uma das bailarinas, Letícia Sil-va Perez, de apenas 10 anos, que encantou a platéia com a leveza de seus passos. Davi não conteve a emoção quando a pequena bailarina quebrou o protocolo para abraçá-lo. Todos aplaudiram.

“O programa Ampliando Laços é fruto de uma parceria entre a Fundação José Carvalho e da Ferbasa. Através do programa, a Fundação José Carvalho vem mostrando aos funcionários da fábrica, um pouco das atividade culturais desenvolvidas nas es-colas da organização”, explicou Davi.

Ana Lúcia dos Santos, ana-lista de Gestão de qualidade, comentou que o programa Ampliando Laços “incentiva os funcionários a desenvolver as relações interpessoais, além de aumentar o empenho dos funcionários que percebem de perto o impacto dos projetos sociais desenvolvido pela Fun-dação José Carvalho”.

O Chefe de divisão Luciano Grôppo ressaltou que os pro-jetos sociais “melhoram ainda mais a imagem da empresa”. Groppo acredita também que a apresentação destes proje-tos dentro de uma fábrica serve também como uma espécie de terapia. “Nós saímos da rotina para assistir algo bonito, emo-cionante. É muito positivo mes-mo”.

Ferbasa e Fundação ampliam laços

26 Revista da FJC - Dezembro 2009

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Muitos são os entraves observados no que diz respeito à prática da leitura na atual sociedade, haja vista que se vive num contexto em que o indivíduo pode sucumbir aos recursos de fácil manuseio os quais, mui-tas vezes, não exigem esforço intelectual; a construção e a reconstrução do conhecimento. Assim, deve-se considerar a necessidade de ler, de decodifi car, compreender, analisar, inferir, enfi m, fazer releituras, fator essencial ao desenvolvimento, de fato, da sociedade da informação.

As atividades de Língua Portuguesa visam a oportunizar aos educandos o desenvolvimento da habilidade leitora e de uma visão crítica da sociedade na qual estão inseridos, tendo como ponto de partida a análise de obras, ou criação de textos livres, como os que se seguem:

Ser criançaSer criança é legal

Ser criança é maneiroSer criança é radical

Ser criança o ano inteiro.Lara Trindade Menezes,

aluna da Alfabetização B

Eu...Eu sou assimExistem várias partes de mim....

Uma parte é o beija-fl or que beija a fl or.A outra parte é a fl or que beija o beija-fl or.

Uma parte é o sol que toca a montanha,A outra parte é a montanha que toca o sol.

Uma parte é a solidãoA outra parte é a solução.

Uma parte é alegria.A outra parte é desarmonia.

Uma parte é o meu confl ito interior.Outra parte é a calma exterior.

Uma parte é uma delicada criança.Outra parte é apenas uma mulher cheia de esperança.

Uma parte é uma grande senhora.A outra parte é apenas uma pequena senhora.

Uma parte é apenas uma parte, a última parte apenas faz arte.Maís Stefanie, aluna da 6ª série A da EDC

RitmoSe você parar e escutar

dá pra fazer uma cançãosó com o som das batidas

que faz seu coração.

Os passarinhos cantandopassando de galho em

galho,as folhas dançando

e a água do orvalho.

Reage, samba, pop,forró, pagode,

gospel, axé, hip-hop,sertanejo, rock.

Ritmos que fazem dançar,que fazem cantar,que fazem pular,

que fazem escutar.

Ritmos que fazemvocê não se conter,

que lhe dão o prazerde poder viver.

Da poesiase faz cançãocom a magia

do coração.Évila Silva,

aluna da 8ª série A da EDC

Escola Denise CarvalhoExpo Literária 2009 mobiliza PojucaEm uma manhã nublada de sexta feira, Pojuca acordou com um ar diferente. O tempo fechado ameaçava chover, e, nas ruas, se via uma agitação, como ocorria nas antigas manifestações estu-dantis. Essa cidade ordeira iria sediar uma revolução mirim? O “movimento estudantil” todo ru-mava em direção à Escola Maria Carvalho. Lembrei-me dos “Cara Pintadas”. Mas o movimento que se orquestrava ali era cultural. Rico em alegoria. Eram garotos caracterizados, índios, odaliscas, homens das cavernas, garotas vestidas para baile. Era a Expo Li-terária 2009.Depois do impacto visual, o que mais me chamou a atenção foi a organização, a disciplina e a de-terminação daqueles meninos e também dos pais, professores e funcionários da escola para fazer a grande exposição. A emoção e a expectativa de todos eram mui-to grandes, e eu ainda não sabia bem por quê. Os professores es-tavam ansiosos. Tentei arrancar um depoimento de D. Maria José, diretora, mas ela estava sem pa-lavras. Emocionada. Percebendo a minha ansiedade em saber exa-tamente o que estava acontecen-do, a professora Carolina Barbon, que vestia, literalmente, a camisa do evento, veio em meu socorro. E começou a explicar que se trata-va de um projeto pedagógico que é preparado durante todo o ano, o qual nasceu da necessidade dos professores de avaliar a leitura dos meninos e trazer questões univer-sais da literatura para o cotidiano dos estudantes e da comunidade. E o que acontecia, naquele mo-mento, era o culminar do trabalho de todo um ano. Continuei a perguntar, mas, ao invés de uma resposta, recebi um convite para ver com os pró-prios olhos. “Só vivenciando você vai entender o que é realmente a Expo Literária”.Aceitei o desafi o/convite e fui ao Centro de Cultural de Pojuca, que fi ca bem perto da escola. O espe-táculo começou com o auditório absolutamente lotado por profes-sores, técnicos, pais, estudantes de outras escolas, enfi m casa cheia, como se diz. O banner, na

entrada do teatro, traduzia um pouco de tudo aquilo que estáva-mos vendo. “Processo evolutivo da comunicação oral e artística através da arte”. Começou com um ballet com a trilha de “2001: Uma Odisséia no Espaço”, para abordar o domínio do fogo, a questão dos registros através das pinturas rupestres com a garotada vestida em cou-ro, caracterizando aquele período. Um quadro com ideogramas e le-tras representava a evolução da escrita. Um salto na narrativa e chegamos à era das grandes navegações, que resultou, entre outras coisas, na “descoberta do Brasil” – ou no “achamento”, como se diz hoje. Em homenagem às viagens para a Índia e as contribuições dessa cultura para nós, atores mirins

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na escola. E sei que vou sentir falta de tudo isso”. Ela me disse também que a feira é muito impor-tante. “É muito bom termos proje-tos como este na escola. Não é comum em outras escolas”.Conversei também com Carol Fa-rias, da sétima série, que ressaltou a junção do caráter lúdico e educa-cional do evento. “Está sendo mui-to divertido e, ao mesmo tempo, é um projeto pelo qual os alunos estão se sentindo mais responsá-veis, se empenham mais. Eu pen-so que tem um retorno muito gran-de para a escola – não só para os alunos, mas também para os pais e professores”Mas a conversa foi interrompida, e nossa atenção se voltou nova-mente para o espetáculo. Era a parte em que o grupo homenagea-va escritores cânones da literatura brasileira contemporânea. Houve trechos do Auto da Compadecida adaptados. Os meninos ressusci-taram os cânones e os colocaram para dialogar como personagens. A poesia da década de setenta foi mostrada, e a apresentação termi-nou com uma música interpretada por Bethania. Todos cantaram jun-tos e abraçados a canção “Tocan-do em Frente,” de Almir Sater.

“Conhecer as manhas e as manhãs

O sabor das massas e das maçasÉ preciso amor pra poder pulsar

É preciso paz pra poder sorrirÉ preciso chuva pra fl orir...”

(Hermano Hoisel é sociólogo e profes-sor. Foi, pela presidência da Fundação José Carvalho, convidado a assistir a Expo e escrever um artigo.)

dançavam a coreografi a da nove-la “Caminho das Índias”. O público delirou, aplaudiu muito.A questão da brasilidade, do ín-dio, do negro e do português foi também abordada. Mais um salto, e chegamos ao período da Dita-dura Militar brasileira, e os atores deram um show, com imagens, dramatização e música da época. Esse momento crítico na vida polí-tica brasileira foi mostrado de uma forma que emocionou a platéia. Depois, se fez um retorno históri-co ao período da chamada Dita-dura Vargas 1930 a 1945. O fi m da segunda guerra e da Ditadura Vargas coincidiu com uma onda de redemocratização pelo mundo e no Brasil. Entre uma apresentação e outra, tive a oportunidade de conversar um pouco com os alunos. Uma, dentre eles, da 8ª série, me con-fessou que estava com o coração apertado. “É meu último ano aqui

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Dedicação e criatividade: festi-val de talentos da E M CEm homenagem ao Dia do Es-tudante, a Escola Maria Car-valho realizou, no dia 15 de agosto deste ano, no Centro Cultural de Pojuca, uma Mostra de Talentos. Com envolvimento da direção, professores, funcio-nários, familiares e convidados, o projeto Festival de Talentos teve como objetivo principal estimular e valorizar os dons artísticos dos alunos de 1ª à 8ª série, desenvolvendo, assim, suas potencialidades.

Atletismo: modalidade base de outros esportesO atletismo acompanha o ho-mem desde tempos ancestrais incluindo uma série de desafi os atléticos. É considerado um es-porte de base, pois sua prática refl ete os movimentos essen-ciais do ser humano. Nesse sentido, a escola desenvolveu, durante as aulas de Educação Física no 1º semestre do ano de 2009, um trabalho com os alunos de 5ª à 8ª série. Esse projeto teve como culminância um momento no estádio Muni-cipal de Pojuca com a participa-ção da atleta olímpica de gran-de renome nacional, Marily dos Santos. Na oportunidade, a TV Bahia gravou uma reportagem para o Bahia Esporte, que foi ao ar no dia 16/05 às 9h30min.

Banquete literárioA edição 2009 do Banquete Literário foi um sucesso! Com muita desenvoltura e seguran-ça, os alunos da 8ª série deram um show de interpretação no palco, demonstrando bastante conhecimento sobre os autores e personagens representados.Neste ano, o banquete teve

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como tema “A literatura Brasi-leira Pós-Modernista”, desta-cando as obras de João Cabral de Melo Neto, João Ubaldo Ri-beiro, Lígia Fagundes Telles, Clarice Lispector e outros au-tores. Essa atividade foi bastante en-riquecedora e completa, pois envolveu leitura, pesquisa, pro-dução de texto e dramatização, ao tempo em que despertou o gosto pela literatura.

English music projectO projeto de Língua Inglesa tem como principais objetivos oportunizar o contato com a cultura inglesa e sua infl uência na cultura brasileira; aprimorar a fl uência, a entonação, o ritmo e a pronúncia da língua inglesa, além de promover maior socia-lização entre os alunos. Em 12 de setembro de 2009, foi rea-lizada a 10ª edição, no Centro de Cultura, apresentando o Mu-sical Flashback, com os suces-sos das décadas de 50, 60, 70 e 80, contando com a participa-ção da 5ª à 8ª série

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Parceria FJC - EMBRAPArofª Rosely Machado, dire-tora da ERTC, e os técnicos agrícolas, George Teixeira e

Adenildo Bernardo, foram rece-bidos no dia 06/11/09 pelo Chefe Geral da Embrapa Mandiocultura e Fruticultura Tropical, Dr. Domin-gos Haroldo Reinhardt, por Alberto Vilarinhos (Chefe Adjunto de Co-municação e Negócios), Antonio Alberto (Chefe Adjunto Substituto de Pesquisa & Desenvolvimento), Carlos Estevão Cardoso (Super-visor da Área de Comunicação e Negócios) e pelos pesquisadores Joselito Motta e Mauto Diniz.O objetivo do encontro foi discutir sobre a ofi cialização da parceria entre Embrapa e Fundação José

Carvalho, através da Escola Rural Tina Carvalho.O Chefe Geral e toda a equipe se mostraram totalmente favoráveis à ofi cialização da parceria fi cando acertada uma visita à ERTC, para maior conhecimento do trabalho desenvolvido e defi nição das futu-ras ações a serem contempladas através da parceria.Dr. Joselito Motta ressaltou, no en-contro, o signifi cado dessa parce-ria para a Embrapa, relacionando os valores referentes ao caráter humanístico da FJC, na fi gura do seu instituidor, José Carvalho, e da forma séria e comprometida como foi implantado o Projeto de Man-diocultura na ERTC.

Iº Seminário Agropecuário Pequeno PesquisadorA ERTC realizou, no dia 22/09/09, o Iº Seminário Agropecuário Pe-queno Pesquisador. O evento teve como principal objetivo a apre-sentação de novas tecnologias na área agropecuária, praticadas pe-los alunos na unidade escolar. Os alunos da 4ª série demonstraram, no seminário, todos os conheci-mentos teóricos adquiridos com-provando-os na prática através de fotos em slides. No evento, esta-vam presentes pais, representan-tes da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agropecuário), Secretaria de Agricultura do Mu-nicípio, Escola Agrícola de Entre Rios e Escola Família Agrícola de Rio Real.

Projeto: Frente a frente com o que nos torna diferenteEsse projeto está sendo desenvol-vido na ERTC, no terceiro período. Ele tem como objetivo valorizar as diferentes manifestações culturais existentes no nosso país, reconhe-cendo as qualidades da própria cultura, para evitar discriminação.Durante o período, os alunos re-alizaram diversas atividades rela-cionadas ao tema e, na ocasião da culminância, foram convidadas es-colas públicas e particulares para assistir às apresentações e visitar a exposição dos trabalhos realiza-dos.

Escola Rural Tina Carvalho

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lunos, pais, professores, funcionários, assim como toda a comunidade de

Pojuca e região, tiveram, no dia 29 de outubro, um grande motivo para comemorar: a con-clusão do projeto de reforma e ampliação de uma das mais importantes escolas do municí-pio – a Maria Carvalho (EMC). O trabalho é parte do Programa de Responsabilidade Social da FERBASA e foi realizado em parceria com a Fundação José Carvalho.O objetivo das obras foi dar condições para que a educa-

ção de qualidade aconteça, be-nefi ciando crianças e jovens da comunidade onde a FERBASA mantém atividades operacio-nais.A aluna Rivana Kawamorita, da sétima série, diz que con-tava os dias para ver a escola pronta, e gostou muito do seu novo visual. “Após um grande período de ansiedade e expec-tativa com a reforma do prédio escolar, pudemos fi nalmente inaugurá-la em uma cerimônia emocionante”. Para Rivana, a inauguração da escola é uma alegria. “Hoje, para a alegria de todos, desfrutamos do novo es-paço, mais moderno, mais aco-lhedor”, relata.Quem entra agora na Esco-la Maria Carvalho tem a im-pressão de estar num colégio recém-construído. Está tudo novo e em perfeito estado de funcionamento. Cinco salas fo-ram construídas, gerando 300 novas vagas. São mais 30 alu-nos em cada sala, por turno. É mais oportunidade para quem sonha estudar nas escolas da Fundação.

Maria Clara Aragão ingressou na EMC em 2002, para ser al-fabetizada. Hoje, na sétima sé-rie, sabe que está no penúltimo ano na unidade escolar; mes-mo assim, vibra com as opor-tunidades que a obra vai gerar. “A ampliação e a construção de novos espaços nos possibilita-ram visualizar o futuro, com o ingresso de novos alunos em nossa escola”. Para Maria Cla-ra, a reinauguração da Maria Carvalho foi um dos momen-tos mais marcantes que já vi-venciou ali. “A solenidade de inauguração emocionou tanto a nós, alunos, quanto a todos os presentes. Particularmente, me senti honrada em partici-par deste momento ímpar na história da nossa escola. Trago comigo a eterna responsabili-

Uma escola novinha em folha

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Dr. José Carvalho, presente na inauguração, recebe homenagem

Descerramento da placa pela Profª Marilene da S. F. Barbosa e pelo Dr. Pedro Barbosa

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Nesse projeto, a avaliação tem especial importância no pro-gresso dos resultados, uma vez que houve diagnóstico de difi -culdades e programação das atividades. Quinzenalmente, as professoras registram, em seus diários, relatos dos resul-tados obtidos através do de-senvolvimento das atividades e do interesse dos alunos em realizá-las. Bimestralmente (a cada unidade), as professoras de sala de aula e de reforço, preenchem um quadro com as principais difi culdades detecta-das em sala de aula e no re-forço, para direcionamento das ações.

Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica – OBA- 2009

O reconhecimento da capaci-dade intelectual dos alunos da Escola Maria Carvalho foi rati-fi cado pela Sociedade Astronô-

PoesiaLer é minha vidaLer é meu aprendizadoGosto muito de lerLendo eu fi co ligado

Porque é com a leituraQue eu posso imaginarDescobrir aventurasE com o mundo sonhar.Anna Beatriz Salles, aluna da 3ª série da EMC

O papel da educaçãoConsiderar a educação como ferramenta para mudar o mun-do é normal e óbvio; o pro-blema é percebê-la como tal, principalmente na visão de um jovem que, nos dias atuais, pa-rece acreditar na permanente condição de adolescente, sus-tentado pelos pais, sem muita responsabilidade e com pouca preocupação com a vida.Sabemos que nós, crianças e adolescentes, representamos o futuro, somos a próxima gera-ção adulta e a nós cabe a difícil tarefa de nos tornar cidadãos ativos, participativos, capazes de contribuir de forma posi-tiva para nossa nação. A nós atribui-se uma expectativa de solucionar os problemas mun-diais. Mas será que estamos preparados para esse papel de quase heróis?Acredito que não. A verdade é que o jovem de hoje não se preocupa tanto com o futuro.

Vive o presente, o imediato, en-volve-se em suas tarefas diárias, ocupa-se com ferramentas tecno-lógicas, mas difi cilmente as rela-ciona a um fi m educativo.Porém não podemos culpar so-mente os jovens pelo descaso com o seu futuro, e consequen-temente com a sua educação. Precisamos de escolas, famílias e governos empenhados em formar essa legião de quase heróis.Infelizmente o que vemos não é isso. Temos professores mal-remunerados, famílias desestru-turadas, violência, exploração infantil, políticos corruptos e muitos outros problemas sociais que impedem que a educação no nosso país tenha qualidade, efi -ciência e alcance seu verdadeiro objetivo.Afi nal, o papel da educação é formar cidadãos conscientes, preparados para a vida e preocu-pados com o futuro. À educação cabe a preparação de uma gera-

ção de idealizadores que não se acomodem aos problemas e lutem por soluções. E esse papel compete a todos nós, jovens, adultos, enfi m a todos os cidadãos. Maria Clara Leite Aragão, aluna da 7ª série B da EMC

mica Brasileira (SAB), Agência Espacial Brasileira (AEB/MCT) e Furnas Centrais Elétricas (AEB/MCT), por sua participa-ção na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica – OBA- 2009, através da en-

trega de 440 certifi cados e três medalhas de bronze. Os alu-nos premiados com medalhas foram: Alane Iasmin Cordara da Silva (8ª série), Lys Ayanne Dias Santos (8ª série) e Lucas Renan Feitosa Alvim (7ª série).

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de representá-la, tornando-me uma cidadã preparada para a vida.”Rampas foram criadas em to-dos os pavimentos, para dar condições de acessibilidade a estudantes, professores e fun-cionários portadores de neces-sidades especiais. A escola ga-nhou também uma nova quadra de esportes, sala de professo-res, área de lazer com parque, para os alunos da pré-escola, uma brinquedoteca equipada com brinquedos educativos. A biblioteca e a sala de exposi-ção, Marilene da Silva Barbosa Ferreira, criada em 1999, foram totalmente reformadas. A alegria pela recuperação da escola estava estampada no rosto de todos, mas, para a di-retora, Maria José Alves, foi es-pecial. “É emocionante quando a gente percebe que trabalhou dezesseis anos em uma escola aconchegante, pequena e hoje, ela tem outra dimensão. A nos-sa escola do interior ganhou equipamentos, estrutura e es-paços iguais aos de uma boa escola da capital”. Professora Maria José explica que aquele é o resultado do tra-balho de todos. “Da determina-ção da presidente da FJC, pro-fessora Marilene Ferreira; dos pais, que, através do Conselho de Pais, opinaram, acompanha-ram e vibraram a cada etapa da obra; dos funcionários que se colocaram disponíveis em todos os momentos; da FER-BASA, que aceitou o desafi o, e dos alunos, que dão sentido a tudo isso”, enumerou.O pai, Gilson Mendes de Souza, membro do Conselho há cinco anos, diz que, para ele, a Es-cola Maria Carvalho é mais do que um centro educacional. “É a extensão do lar; nela, não se

aprende apenas a ler e a escrever. Lá, os alunos tri-lham os caminhos para a conquista da cidadania, do respeito mútuo, da realização de grandes sonhos”. Souza disse ain-da que a Maria Carvalho é “a base para formar cidadãos capa-zes de enfrentar os obstáculos que a vida impõe”.

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Nova quadra poliesportiva

A escola agora conta com rampas de acesso para todos os pisos

Acima, a sala de exposições Profª Marilene da Silva Barbosa Ferreira, que discursa na foto à esquerda; abaixo, coral da EMC

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JEMC – interação e cidadania entre estudantes A VIII edição dos Jogos da Es-cola Maria Carvalho teve início no começo do ano, culminando nos dias 28 e 29 do último mês de agosto; contou com a parti-cipação de 207 alunos da 5ª à 8ª série do ensino fundamental, durante o período de realização. Os alunos, com idades entre 10 e 15 anos, foram divididos em categorias, por faixa etária, par-ticipando de competições em cinco modalidades esportivas: handebol, baleado, futsal, xa-drez , futebol de campo, salto em distância e futebol society, visando a conscientizar os alu-

nos-atletas sobre a importância do esporte em prol da qualida-de de vida, além de promover a inclusão social. Através desse trabalho, os alunos adquirem maior segurança, desenvolven-do o espírito de liderança, união e respeito mútuo.Segundo o professor de Educa-

Pojuca pura arteEm homenagem ao 91º anos de Emancipação Política de Pojuca, a Escola Maria Carva-lho, em parceria com a Gerên-cia de Cultura de Pojuca, pro-moveu um espetáculo de ballet clássico. Na oportunidade, fo-ram apresentadas coreografi as com alunas do núcleo de ballet da EMC, as quais mostraram todo o seu talento com muito entusiasmo e brilhantismo.

ção Física, Reynaldo Tavares, o esporte dissemina o sentido de competição salutar destacando também o espírito de liderança, promove a inclusão social dos nossos jovens e ajuda na sua formação como cidadãos, moti-vos que fazem do esporte uma grande arma na luta contra as possíveis situações de riscos sociais às quais a classe estu-dantil possa estar suscetível.

Reforço escolar: vencendo obstáculosTendo em vista a multiplicidade de difi culdades apresentadas por parte de nossa clientela e a necessidade de promover pro-gresso em sua aprendizagem para que possam prosseguir em seus estudos, foram promo-vidas aulas de recuperação nas disciplinas de Língua Portugue-sa e Matemática para alunos de 1ª à 4ª série. As aulas ocorrem de forma con-tínua, como parte integrante do processo de ensino e apren-dizagem, no desenvolvimento das aulas regulares, ao longo do ano letivo.

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1) Cerimônia de reinauguração; 2) Rampa de acesso ao 1º piso; 3 e 4) Sala de exposições Profª Marilene da S. F. Barbosa; 5 e 6) Rampas de acesso ao 2º e 3º pisos

7) Dr. José Carvalho recebendo homena-gem; 8) Alunos da EMC marcando presen-ça; 9) Conselho de Pais da EMC; 10) Novos equipamentos para atividades dos alunos; 11) Convidados da Ferbasa e unidades da FJC na solenidade; 12) A conselheira da FJC, Regina Weinberg e a Profª Marilene da S. F. Barbosa

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