jackson assis machado -...

26
Campo Grande - MS 2017 JACKSON ASSIS MACHADO ALINHAMENTO DE ACOPLAMENTOS MECÂNICOS

Upload: doquynh

Post on 10-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Campo Grande - MS 2017

JACKSON ASSIS MACHADO

ALINHAMENTO DE ACOPLAMENTOS MECÂNICOS

JACKSON ASSIS MACHADO

ALINHAMENTO DE ACOPLAMENTOS MECÂNICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em engenharia mecânica.

Orientador: Cesar Campos

Campo Grande - MS

2017

JACKSON ASSIS MACHADO

ALINHAMENTO DE ACOPLAMENTOS MECÂNICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em engenharia mecânica.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Esp. Mauro Alves Chaves

Prof. Esp. Osvaldo da Silva Lopes Junior

Prof. Esp. Rafael Henrique de Oliveira

Campo Grande, 08 de dezembro de 2017

MACHADO, Jackson Assis. Alinhamento de Acoplamentos Mecânicos. 2017. 26p. Trabalho de Conclusão de Curso em Graduação em Engenharia Mecânica – Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, Campo grande, 2017.

RESUMO

Este trabalho trata da caracterização das técnicas e procedimentos utilizados na detecção do desalinhamento em acoplamentos mecânicos, seus efeitos, os métodos e equipamentos existentes para o alinhamento de acoplamentos e a importância desses procedimentos na indústria. O estudo foi desenvolvido a partir do método de pesquisa bibliográfica, onde foram reunidas informações advindas de artigos científicos, obras e estudos relacionados ao assunto. Os resultados mostram o quanto podem ser prejudiciais os efeitos causados pelo desalinhamento nos acoplamentos mecânicos, ressaltando a importância dos procedimentos de detecção do desalinhamento e de um correto alinhamento com técnicas precisas. Conclui-se que se mantendo adequadamente um controle das condições de trabalho desses elementos mecânicos, podem ser reduzidos consideravelmente os custos com manutenção, e prejuízos com quebras de equipamentos e paradas inesperadas na produção, dessa forma tornando o processo produtivo mais eficiente.

Palavras-chave: Acoplamentos mecânicos; Alinhamento a laser; Desalinhamento.

MACHADO, Jackson Assis. Alignment of Mechanical Couplings. 2017. 26p. Trabalho de Conclusão de Curso em Graduação em Engenharia Mecânica – Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, Campo grande, 2017.

ABSTRACT

This work deals with the characterization of the techniques and procedures used in the detection of misalignment in mechanical couplings, their effects, the existing methods and equipment for the alignment of couplings and the importance of these procedures in the industry. The study was developed from a method of bibliographical research, which gathered information from scientific articles, works and studies related to the subject. The results show how harmful the effects caused by misalignment in mechanical couplings may be, highlighting the importance of misalignment detection procedures and a correct alignment with precise techniques. It can be concluded that by properly maintaining a control of the working conditions of these mechanical elements, maintenance costs can be reduced considerably, as well as losses due to equipment breaks and unexpected production stoppages, thus making the production process more efficient.

Key-words: Mechanical couplings; Laser Alignment; Misalignment.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7

1 ACOPLAMENTOS ................................................................................................... 9

1.1 TIPOS DE ACOPLAMENTOS ............................................................................... 9

1.1.1 Acoplamentos fixos ou rígidos............................................................................ 9

1.1.2 Acoplamentos elásticos ou flexíveis ................................................................. 10

1.1.3 Acoplamentos moveis ...................................................................................... 10

1.1.4 Acoplamentos Hidráulicos ................................................................................ 11

1.2 DESALINHAMENTO ENTRE EIXOS DE UM SISTEMA ACOPLADO ................ 11

1.2.1 Tipos de desalinhamentos................................................................................ 12

1.2.2 Efeitos do desalinhamento ............................................................................... 12

2 DETECÇÃO DO DESALINHAMENTO .................................................................. 14

2.1 ANÁLISE DE VIBRAÇÕES ................................................................................. 14

2.1.1 Frequência de vibração .................................................................................... 14

2.1.2 Análise de espectro .......................................................................................... 15

2.1.3 Variáveis a serem medias ................................................................................ 16

2.2 TERMOGRAFIA .................................................................................................. 17

2.3 FERROGRAFIA .................................................................................................. 18

3 MÉTODOS DE ALINHAMENTO ............................................................................ 19

3.1 ALINHAMENTO COM RELÓGIO COMPARADOR ............................................. 19

3.2 RÉGUA E CALIBRADOR DE FOLGA ................................................................. 20

3.3 ALINHAMENTO A LASER .................................................................................. 21

3.3.1 Procedimentos de Alinhamento ........................................................................ 22

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 24

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 25

7

INTRODUÇÃO

Um grande problema existentes hoje nas industrias, são os desgastes e

quebras prematuras em conjuntos mecânicos acoplados, a exemplo de conjuntos

moto bomba, moto geradores, redutores entre uma enorme variedade de sistemas

mecânicos que utilizam acoplamentos mecânicos. Esses defeitos acabam gerando

grandes prejuízos às empresas, seja na substituição dos equipamentos danificados,

ou nas paradas inesperadas da produção. A crescente busca das industrias por

eficiência produtiva, demanda cada dia mais, a usualidade de procedimentos e

técnicas que possam garantir maior confiabilidade e eficiência nos processos

produtivos, possibilitando manter todo o sistema produtivo em constante

funcionamento, sem perdas e prejuízos inesperados.

Essa demanda por confiabilidade, exige da engenharia, o domínio e

conhecimento dessa técnicas e procedimentos, para que possa ser possível essa

eficiência de maneira efetiva. Um dos maiores responsáveis por esses problemas, é

o desalinhamento nos acoplamentos desses sistemas mecânicos. Esse

desalinhamento, na maioria dos casos, é resultante de técnicas de montagem

inadequada no conjunto acoplado, que muitas vezes é executado por pessoal não

treinado, sem os conhecimentos necessários para um correto alinhamento do sistema.

Como solucionar a questão dos grandes prejuízos gerados às industrias com

quebras de maquinas e paradas inesperadas na produção devido a desalinhamentos

em maquinas rotativas, para que se tenha uma maior eficiência no processo

produtivo?

O objetivo deste trabalho é caracterizar as técnicas e procedimentos utilizados

no alinhamento de acoplamentos mecânicos e seus benefícios, tipos de equipamentos

existentes para efetuar o alinhamento e seus métodos de aplicação e os

procedimentos utilizados para a detecção do desalinhamento e a importância desses

procedimentos nas indústrias. Especificamente, objetiva-se:

Pesquisar os tipos de desalinhamentos em acoplamentos e seus efeitos;

Caracterizar os métodos existentes para a constatação do desalinhamento;

Caracterizar as técnicas existentes para o alinhamento de acoplamentos

mecânicos.

8

Quanto à metodologia, este estudo consiste em uma pesquisa bibliográfica, que

se caracteriza pela coleta de informações publicadas em artigos científicos e estudos,

em congressos ou periódicos científicos da área.

9

1 ACOPLAMENTOS

Acoplamento mecânico é um tipo de elemento de máquina constituído por um

conjunto mecânico com a função especifica de transmitir movimento de rotação e

torque entre dois eixos posicionados de forma concêntrica e colinear entre si

(BARBOSA, 2010).

Uma grande quantidade de diferentes tipos de acoplamentos está disponível

comercialmente, com variações que vão desde acoplamentos rígidos até os tipos mais

complexos que utilizam elastômeros especiais e até mesmo fluidos para transmitir o

movimento e torque de um eixo para outro (NORTON, 2013).

1.1 TIPOS DE ACOPLAMENTOS

Os acoplamentos podem ser classificados de acordo com sua forma

construtiva, existem vários tipos diferentes de acoplamentos, para diferentes tipos de

uso, que são adequados às aplicações especificas, que variam de acordo com o tipo

de equipamento a ser acionado, rotação de trabalho do equipamento, torque máximo

exigido, ciclo de trabalho, entre outros fatores que influenciam nas suas características

construtivas (AFFONSO, 2002).

As classificações dos acoplamentos podem ser divididas em quatro principais

tipos:

Acoplamentos fixos ou rígidos;

Acoplamentos elásticos ou flexíveis;

Acoplamentos moveis;

Acoplamentos hidráulicos.

1.1.1 Acoplamentos fixos ou rígidos

Os acoplamentos fixos têm a função de unir dois eixos de maneira que não haja

movimentação relativa entre eles, mantendo um preciso alinhamento entre os

mesmos, se comportando como se fosse um único eixo sem uniões, esse tipo de

acoplamento é muito utilizado em sistemas que trabalham com rotações relativamente

altas, a exemplo de turbinas a gás estacionarias e turbinas a vapor acopladas em

geradores de energia elétrica (PIOTROWSKY, 2010).

10

A forma construtiva desse tipo de acoplamento, compreende várias formas

diferentes, podendo ser montados a partir de flanges fixadas por parafusos, por luvas

de compressão e também de discos ou de pratos.

1.1.2 Acoplamentos elásticos ou flexíveis

Esse tipo de elemento, transmite o movimento de forma mais suave, em

conjuntos mecânicos que tenham movimentos bruscos ou variações de carga

repentinas, proporcionando um amortecimento das vibrações, absorvendo choques e

sobrecargas.

Esse tipo de acoplamento tem a capacidade de trabalhas com certos níveis de

desalinhamento paralelo e angular entre os eixos do conjunto mecânico, absorvendo

essa diferença de alinhamento através da deformação do seu elemento de junção,

normalmente fabricado a partir de borrachas elastoméricas (HALL; HOLOWENKO;

LAUCHLIN, 1977).

Os acoplamentos flexíveis, são os tipos com maior utilização na indústria,

devido a essas características de aplicação e também por ser o tipo de acoplamento

de maior simplicidade para montagem.

1.1.3 Acoplamentos moveis

São utilizados em aplicações que seja necessário o movimento longitudinal

entre os eixos acoplados. Esse tipo de acoplamentos necessita que seja acionado

para que possa ser transmitido o movimento entre os eixos do conjunto mecânico,

pois trabalham com um sistema de engate e desengate do mesmo, podem ser de

garras ou dentes que são encaixados entre si (AFFONSO, 2002).

Esse elemento tem grande utilização em maquinas ferramentas convencionais,

como tornos mecânicos e fresadoras e furadeiras, como também em vários outros

tipos de mecanismo. Um exemplo muito comum desse tipo de acoplamento, está

presente nas caixas de câmbio de veículos automotores, onde é utilizado no

acoplamento e desacoplamento dos diferentes pares de engrenagens na execução

das tucas de marcha (PIOTROWSKY, 2010).

11

1.1.4 Acoplamentos Hidráulicos

Os acoplamentos hidráulicos funcionam a partir de movimento hidrodinâmico

relativo, é constituído por dois rotores com aletas que trabalham como turbinas

direcionando o fluxo de óleo de um rotor para o outro (LAGO; GONÇALVES, 2006).

Esse tipo de acoplamento é característico pela não existência de contato direto

entre os dois rotores, tendo a transmissão de movimento e torque apenas pelo efeito

hidrodinâmico. Os acoplamentos hidráulicos também são conhecidos como

conversores de torque, pois no seu funcionamento, quando existe movimento relativo

entre os rotores, o fluxo e óleo é direcionado do rotor acionado para o rotor movido de

tal maneira que o torque é multiplicado em muitas vezes, e gradativamente vai

diminuindo conforme a velocidade dos dois rotores vão se equalizando, até que se

torne constante o torque de entrada com o torque de saída (BARBOSA, 2010).

Esses acoplamentos são comumente utilizados em veículos pesados que

exigem autos níveis de torque como tratores de esteira, e também em veículos que

utilizam transmissão automática, em função de suas características de funcionamento

(MATHIAS, 2011).

1.2 DESALINHAMENTO ENTRE EIXOS DE UM SISTEMA ACOPLADO

O desalinhamento entre os eixos de um conjunto mecânico acoplado, consiste

na não coincidência das linhas centrais dos dois eixos unidos, tendo um deslocamento

que pode ser paralelo ou angular, ou até mesmo uma combinação desses dois tipos

de desalinhamento. Essas irregularidades no posicionamento desses componentes,

acaba gerando esforços excessivos nos mancais e rolamentos do conjunto,

ocasionando quebras prematuras, e reduzindo muito o tempo entre falhas dos

equipamentos em questão (BLAABJER et al., 1995).

Para que funcione de maneira correta, os eixos devem estar concêntricos e

colineares um em relação ao outro, livre de qualquer desalinhamento, garantindo

assim um melhor desempenho do conjunto, e uma maior vida util.

12

1.2.1 Tipos de desalinhamentos

Nos conjuntos mecânicos acoplados, podem ocorrer dois tipos diferentes de

desalinhamento, ou mesmo uma combinação dos dois. Esses dois tipos de

desalinhamentos são: desalinhamento paralelo ou radial, e desalinhamento angular

(AFFONSO, 2002).

O desalinhamento paralelo, ocorre quando as linhas centrais dos dois eixos não

coincidem entre si, mesmo estando paralelamente alinhadas. Esse tipo de

desalinhamento pode ser causado por diferenças de altura entre as duas partes do

conjunto mecânico, mais comumente presente na parte acionadora, normalmente

motores elétricos (MATHIAS, 2011).

No desalinhamento angular, as linhas centrais dos dois eixos coincidem um

com o outro nas faces de encontro do acoplamento, porem sofre um deslocamento

angular ao longo de seu comprimento, desta maneira o conjunto acoplado não se

mantem colineares entre si (LAGO; GONÇALVES, 2006).

Em situações reais, o que normalmente ocorre, são situações onde essas duas

condições distintas ocorrem simultaneamente, formando uma combinação desses

dois tipos de desalinhamento, e não ocorrendo apenas um desses dois tipos de

desalinhamento isoladamente, no qual é denominado desalinhamento combinado ou

desalinhamento misto (PIOTROWSKY, 2010).

1.2.2 Efeitos do desalinhamento

Um conjunto mecânico acoplado com eixos desalinhados, pode gerar uma série

de problemas, os esforços concentrados nos conjuntos deslizantes como mancais e

rolamentos, tem sua vida útil totalmente comprometida, pois o desgaste nessas

condições de trabalho passa a ser muito acelerado (HALL; HOLOWENKO;

LAUCHLIN, 1977).

A vida útil dos rolamentos e mancais é significativamente afetada pelos

esforços a que são submetidos. Mesmo alguns fabricantes afirmando que seus

acoplamentos são capazes de absorves pequenos valores de desalinhamento,

estudos comprovam que pequenos níveis de desalinhamentos são suficientes para

13

gerar concentrações de forças excessivas nos rolamentos, causando também a

abertura dos vedantes e retentores, permitindo o vazamento de lubrificante e

permitindo a entrada de contaminantes e partículas solidas, comprometendo assim o

funcionamento adequado das partes deslizantes (LAGO; GONÇALVES, 2006).

As forças excessivas que são geradas em um conjunto mecânico acoplado com

desalinhamento excessivo, podem causar empenamento nos eixos e devido a fadiga

acumulada no material, pode acabar evoluindo a situações mais extremas como a

quebra dos eixos ou até mesmo o próprio cubo do acoplamento, comprometendo

assim todo o sistema (MATHIAS, 2011).

Os níveis de ruído sob essas condições de desalinhamento, são sensivelmente

aumentados. Esse aumento do ruído gerado pelo equipamento se dá principalmente

em função da vibração causada pelo funcionamento irregular, que alcança valores

muito acima dos limites máximos aceitáveis (SILVA; CARVALHO; OLIVEIRA, 2010).

O desalinhamento pode causar superaquecimento nos acoplamentos do tipo

flexível, podendo causar o ressecamento nas partes de borracha, que são utilizados

para amortecer esforços (CERDEIRA et al., 2011).

Altos níveis de aquecimento são observados nos mancais e em suas

proximidades, as altas temperaturas também acometem de maneira notória os

elementos do acoplamento, como os dois cubos, elemento flexível e os elementos de

fixação (PIOTROWSKY, 2010).

Maquinas com acoplamentos desalinhados tem um impacto significativo no

aumento do consumo de energia elétrica das plantas industriais, gerando perdas que

elevam muito o custo operacional da indústria. Economias que variam de 2% a 17%

no consumo de energia elétrica, podem ser observados após o correto alinhamento

do conjunto mecânico acoplado (BLAABJER et al., 1995).

Estudos mostram que nas indústrias brasileiras, em virtude da cultura de

manutenção existente, onde não são normalmente consideradas as manutenções

preventivas e preditivas, as paradas de máquinas resultantes de problemas

relacionados ao desalinhamento de eixos, são superiores a 50%, e que cerca de 90%

das maquinas trabalham fora das recomendações mínimas de tolerâncias de

alinhamento (AFFONSO, 2002).

14

2 DETECÇÃO DO DESALINHAMENTO

O processo de detecção do desalinhamento em conjuntos mecânicos

acoplados é um procedimento complexo e um tanto complicado, pois só é possível

ser observado através dos efeitos causados por esse desalinhamento no sistema

mecânico (BARBOSA, 2010).

Algumas técnicas para a detecção do desalinhamento são mais comumente

usas, dentre elas serão abordadas as principais a seguir.

2.1 ANÁLISE DE VIBRAÇÕES

A análise de vibrações consiste na leitura, através de transdutores especiais,

dos espectros de frequência gerado pelo conjunto mecânico em funcionamento, e

posteriormente o tratamento e interpretação desses dados. Os padrões de vibração

encontrados são analisados, e de acordo com suas características é possível

identificar os defeitos específicos (ALLOCCA, 1984).

Com a técnica de análise de vibrações, é possível detectar vários tipos

diferentes de falhas em conjuntos mecânicos. As falhas mais frequentes que

correspondem a maioria das ocorrências são os desalinhamentos,

desbalanceamentos e defeitos em mancais e rolamentos (MATHIAS, 2011).

No processo de análise, o espectro de vibração do conjunto mecânico, é

possível identificar individualmente as características de vibrações e as condições de

cada elemento do conjunto. A deterioração da assinatura espectral é sinal de perda

de integridade do conjunto mecânico (BLAABJER et al., 1995).

2.1.1 Frequência de vibração

Frequência é a razão de recorrência de uma ocorrência cíclica, que é expressa

pela unidade Hz (ciclos por segundo). Normalmente pode ser expressa também em

ciclos de rotação como por exemplo o rpm (rotações por minuto), ou pelos múltiplos

da velocidade de rotação, ou harmônicos da frequência de rotação. Os harmônicos

são valores de frequência múltiplos da frequência de rotação (ALLOCCA, 1984).

15

Toda máquina rotativa que possui um conjunto rotor e mancal pode ser

analisado pelas forças dinâmicas atuantes sobre eles, quando esse mecanismo está

em funcionamento. Situações existentes no mecanismo como desalinhamento,

desbalanceamento, má fixação, desgastes e até fadiga nos componentes do sistema,

causam vibrações particulares e características (AFFONSO, 2002).

O padrão de vibração mais comum acontece na faixa de frequência

correspondente a rotação do conjunto mecânico. Essa vibração proveniente da

frequência de rotação da máquina, normalmente é a parcela com maiores níveis de

amplitude, que se apresentam graficamente como picos tanto nas medidas em

velocidade como em deslocamento. As maiores amplitudes seguinte correspondem

aos harmônicos da frequência de origem que se baseia na rotação de trabalho

(BLAABJER et al., 1995).

Os harmônicos podem ser originados de alguns funcionamentos irregulares

como eventos cíclicos provenientes de desalinhamento do acoplamento ou

desbalanceamento do rotor, ou também por problemas nas fixações das bases do

mecanismo como pé manco (CERDEIRA et al., 2011).

2.1.2 Análise de espectro

A técnica de análise do espectro de frequências, que se baseia nos cálculos da

transformada de Fourier, consiste no processor de decomposição de series de ondas

sinusoidais que através dessa técnica é possível distinguir a frequência fundamental

e as subsequentes frequências e seus harmônicos contidos no sinal obtido pelos

transdutores. Esse conjunto de frequências formam o espectro da frequência de

vibração (SILVA; CARVALHO; OLIVEIRA, 2010).

O tratamento e transformação dos sinais obtidos pelos sensores transdutores

é feito de forma computacional. O sinal é inicialmente passado por filtros passa-banda

de faixa estreita e posteriormente é tratado e analisado por softwares específicos que

compara os padrões encontrados com os de registrados. A partir dessa comparação

de padrões, é possível identificar com grande precisão a real situação do equipamento

analisado, quais os componentes que apresentam falhas, e até mesmo predizer

quando o equipamento ira quebrar (ALLOCCA, 1984).

16

2.1.3 Variáveis a serem medias

As forças que excitam vibrações no sistema, estão presentes em pontos

diferentes da máquina, com harmônicos distintos que geram determinados níveis de

deslocamento, velocidade e aceleração em função da amplitude e frequência da

vibração. O somatório de todos os diferentes harmônicos de frequência, dá origem a

um poli harmônico que se concentra nos mancais (NORTON, 2013)

O total dos constituintes harmônicos da vibração, podem ser divididos em

constituintes de baixa frequência e constituintes de alta frequência. São considerados

de baixa frequência os harmônicos de valores que alcançam até cinco vezes o valor

da rpm do eixo, e os harmônicos que ultrapassam esses valores, são considerados

de alta frequência (PIOTROWSKY, 2010).

Em um único movimento de vibração coexistem três diferentes parâmetros, que

são, deslocamento, velocidade e aceleração. Quando uma força é aplicada à um

ponto, o mesmo irá sofrer um deslocamento. A medida desse deslocamento pode ser

obtida pela distância entre os dois pontos limites da variação da posição da onda

gerada. A unidade mais utilizada para essa medida é µm (micrometro) (MATHIAS,

2011).

O parâmetro de deslocamento é o menos utilizado nas análises de vibração,

sendo eficiente somente nas faixas de rotação abaixo dos 600 rpm, em razão de que

a frequência produzida nessa faixa de rotação, gera pouca vibração para os

parâmetros de velocidade e aceleração, e a unidade utilizada é o µm (micrometro).

No parâmetro de velocidade, a faixa de aplicação se torna maior, atuando dos 10Hz

aos 1.000Hz, sendo o parâmetro de maior utilização na análise de vibrações, e sua

unidade é o mm/s. Já o parâmetro de aceleração tem sua aplicabilidade nas rotações

superiores aos 1.000Hz, sendo mais utilizado na identificação dos defeitos

relacionados as altas frequências de vibração, comumente ocorridos em engrenagens

e rolamentos de equipamentos que operam em regimes de altas rotações. Esse

parâmetro é medido em m/s² (MALDAGUE; MOORE, 2001).

17

2.2 TERMOGRAFIA

A termografia é uma técnica que se registra imagens, definindo as diferenças

de temperaturas de um corpo a partir o espectro infravermelho, através dessas

imagens é possível identificar locais com temperaturas elevadas.

A análise termográfica é um método que permite gerar um perfil térmico de

forma gráfica, que é baseado na captação de radiação térmica que é emitida de forma

natural pelos corpos, gerando termogramas e medindo a temperatura em tempo real.

Essa técnica tem uma elevada relação custo-benefício, em função da economia que

esse procedimento pode gerar com a rápida identificação do problema se comparado

ao custo desse tipo de inspeção (SILVA, CARVALHO e OLIVEIRA, 2010).

A técnica da termografia se baseia na captura da radiação infravermelha que

os objetos emitem, fazendo possível a medição de temperaturas e a percepção de

padrões de calor distribuídos pelo objeto em um determinado sistema. A gama de

aplicação da termografia abrange as mais variadas áreas, como manutenção

industrial, medicina, militar entre outras (CORTIZO; BARBOSA; SOUZA, 2008).

A termografia atua detectando os perfis de temperatura na superfície analisada,

através do mecanismo de transferência de calor, visto que qualquer corpo que esteja

com sua temperatura superior ao zero absoluto, emite naturalmente radiação, em

consequência da agitação existente nos átomos e moléculas (CERDEIRA et al.,

2011).

O mecanismo da transferência de calor acontece em situações onde existem

diferenças nas temperaturas entre os corpos e também entre corpo e ambiente

através do processo da condução, convecção e radiação. A técnica da termografia se

baseia apenas na parte transferida de calor, através do fenômeno da radiação,

utilizando-se de sensores que podem captar o espectro de onda infravermelha

(MALDAGUE; MOORE, 2001).

A termografia aplicada em conjuntos mecânicos permite detectar problemas

gerados por atrito entre peças moveis causados por lubrificação deficiente ou

inadequada, assim como o desalinhamento nos eixos através do aquecimento nos

acoplamentos (NORTON, 2013).

18

Essa técnica mostra algumas limitações na detecção do desalinhamento, pois

o calor gerado pelo elemento flexível do acoplamento e o calor vindo do motor elétrico,

acaba mascarando os resultados da análise, somente em casos mais severos de

desalinhamento onde o aumento da temperatura causado pelo desalinhamento, nos

mancais e rolamentos são mais expressivos (MENDONÇA, 2005).

2.3 FERROGRAFIA

A ferrografia é o estudo realizado a partir da análise do óleo lubrificante, a fim

de definir o percentual de partículas metálicas presentes no mesmo. Dessa forma é

possível avaliar o nível e o tipo de desgastes dos componentes móveis da máquina

ou equipamento a ser analisado (LAGO; GONÇALVES, 2006).

Essa técnica entra na classificação de manutenção preditiva, normalmente

utilizada em conjunto com outros processos como a análise de vibrações e a

termografia, no entanto a ferrografia possui aplicações que vão além da manutenção

preditiva, a exemplo de desenvolvimento de novos tipos de lubrificantes e também de

materiais mais resistentes ao desgaste (PHILLIPS; ROSENBERG, 1966).

A Ferrografia é um tipo de análise microscópica que identifica material

particulado proveniente de desgaste. Essa técnica foi inicialmente desenvolvida no

ano de 1971, sendo utilizada para precipitação magnética de partículas de material

ferroso oriundo de desgaste contido no óleo lubrificante. A técnica teve grande

sucesso na manutenção de motores aeronáuticos militares no monitoramento das

condições dos mesmos. Em consequência desse fato, ouve aperfeiçoamentos na

técnica para ser utilizado em outras aplicações, como por exemplo o desenvolvimento

de uma forma de precipitar o material particulado que não possui características

magnéticas e fluidos diferentes. Nos tempos atuais essa técnica ganhou grande e

importante utilização dentro das industrias, ajudando significativamente na

determinação das condições de desgaste das maquinas, assim orientando mais

precisamente as prioridades de manutenção (HOWSON, 1994).

19

3 MÉTODOS DE ALINHAMENTO

Para qualquer máquina rotativa que trabalhe com acoplamentos de qualquer

tipo, é imprescindível que os eixos estejam dentro das faixas de tolerância de

alinhamento, de maneira que não respeitando essas tolerâncias, pode gerar muitos

problemas e defeitos precocemente no conjunto mecânico. Todos os tipos de

acoplamentos, permitem alguma faixa de desalinhamento, onde podem operam sem

o risco de falhas imprevistas. Mesmo trabalhando dentro dessa faixa aceitável, os

acoplamentos podem provocar flutuação de carga nos mancais e aumentam

consideravelmente o desalinhamento. Deste modo se faz necessário técnicas de

alinhamento capazes de propiciar ao conjunto acoplado um alinhamento com a maior

precisão possível (LAGO; GONÇALVES, 2006).

3.1 ALINHAMENTO COM RELÓGIO COMPARADOR

O alinhamento com relógio comparador, pode alcançar níveis de precisão na

casa dos centésimos de milímetro, sendo considerado uma técnica de boa precisão,

suficiente para a maioria das aplicações comuns encontradas nas indústrias

(NORTON, 2013).

O relógio comparador se trata de um instrumento medição de precisão que atua

no posicionamento relativo do seu eixo. O relógio comparador constituído por uma

carcaça cilíndrica com um mecanismo interno de precisão composto por uma

cremalheira ligada à haste de contato móvel, e um conjunto e engrenagens que se

conecta aos ponteiros de leitura que estão posicionados sobre uma escala com uma

resolução de 0,01mm. A escala do relógio pode ser rotacionado em relação ao

ponteiro, dessa forma propiciando o zeramento do instrumento em qualquer posição

possível. Uma volta completa do ponteira principal representa 1mm, que é mostrado

em um segundo ponteiro menor que completa uma volta a cada 10mm deslocados,

sendo esse o curso máximo do relógio comparador. A haste móvel do instrumento,

quando pressionada desloca o ponteiro no horário, e quando o mesmo retorna para

sua posição original, promove o deslocamento do relógio comparador no sentido anti-

horário (MATHIAS, 2011).

20

No processo de alinhamento, os relógios comparadores são usados para

identificar a posição relativa das linhas centrais dos eixos. São fixados aos eixos a

partir de um suporte instalado no equipamento a ser alinhado. A haste móvel é então

posicionada de maneira a manter contato direto o eixo oposto ao de fixação, e a partir

desse ponto de contato é feito o zeramento do relógio (AFFONSO, 2002).

Nesse procedimento, são fixados nos eixos do equipamento a ser alinhado, os

relógios comparadores através de base magnética ou braçadeiras especiais. Os

relógios comparadores são instalados de forma a ficar com o corpo fixo a um lado do

acoplamento enquanto a ponta de contato fica apoiada na outra parte do mesmo.

Rotacionado manualmente o eixo, pode ser mensurado o desvio do veio central no

eixo a partir do deslocamento do ponteiro do relógio comparador, a partir dos valores

extraídos, é calculado o desvio angular e paralelo do conjunto acoplado. Em seguida

o desalinhamento é corrigido, instalando calços calibrados nas bases de fixação de

um dos componentes no conjunto mecânico, normalmente no motor elétrico. Após

essa correção, o processo é repetido até que se alcance o nível exigido de

alinhamento (BARBOSA, 2010).

Esta técnica de alinhamento por relógio comparador, é um processo de

execução relativamente lenta, necessitando de maiores períodos de tempo para

finalização, porem com profissionais com bom treinamento e experiência, é possível

alcançar ótimos resultados no alinhamento (LAGO; GONÇALVES, 2006).

3.2 RÉGUA E CALIBRADOR DE FOLGA

O alinhamento feito com régua e calibrador de folga é mais indicado para

maquinas rotativas que trabalham com rotações baixas, e que utilizam acoplamentos

de grande porte ou em situações que exijam uma intervenção paliativa de urgência no

equipamento (PIOTROWSKY, 2010).

Para alcançar um alinhamento correto, é necessário retirar as medidas em

quatro pontos diferente, com defasagem de 90º entre si, com a utilização do calibrador

de folga, que é introduzido entre as duas partes do acoplamento, a partir dessas

medidas é realizado os ajustes de altura nas bases de fixação da parte móvel do

conjunto acoplado, adicionando ou retirando calços calibrados nos fixadores traseiros

21

ou dianteiros, até que se alcance um valor igual de folga nos quatro postos medidos.

O alinhamento paralelo é obtido posicionando uma régua paralela de aço,

longitudinalmente no ponto de junção entre as duas partes do acoplamento, é feito o

ajuste de altura da parte móvel do equipamento adicionando ou retirando os calços

calibrados nos quatro pontos de fixação, até que a parte superior e inferior do

acoplamento fique régua nivelar com ambas as metades do acoplamento com pleno

contato. Da mesma forma é feito para executar o alinhamento horizontal, onde é

movido lateralmente a parte móvel do conjunto acoplado até que se encontre o

paralelismo entre a régua e as duas metades do acoplamento nos dois lados, direito

e esquerdo. No alinhamento angular, as folgas encontradas nos quatro pontos

medidos devem ter valores iguais (HALL; HOLWENKO; LAUCHLIN, 1977).

Esse método tem grande simplicidade e fácil de ser executado, porem seus

resultados são de baixa confiabilidade, pois tem referências geométricas de muito

baixa precisão, e também em função a habilidade do profissional que a executa.

Métodos como esse, somente devem ser utilizados em maquinas que operam em

regimes de baixas rotações, e equipamentos de uso ordinário que utilizam

acoplamentos com diâmetros maiores (AFFONSO, 2002).

3.3 ALINHAMENTO A LASER

O alinhamento de maquinas rotativas utilizando alinhadores a laser, garantem

altos níveis de precisão. Equipamentos industriais que trabalham em regimes de altas

rotações exigem alto gral de precisão, pois valores mínimos de desalinhamento já são

suficientes para causar a destruição do equipamento, a exemplo das turbinas a gás

estacionarias, que trabalham em regimes de rotações muito altas, que excedem os

10.000 RPM (MATHIAS, 2011).

A técnica do alinhamento a laser consiste em um conjunto de aparelhos

formados por um emissor e um receptor de feixe de laser. O conjunto laser realiza

medições das posições angulares e paralelas do acoplamento a partir da emissão de

um feixe de laser pela unidade emissora, fixada em um lado do acoplamento, esse

feixe de laser é direcionado para o prisma presente na unidade receptora (HALL;

HOLOWENKO; LAUCHLIN, 1977).

22

Os dados coletados, são processados por um microcomputador, calculando os

valores do desalinhamento angular e paralelo, orientando a correção necessária em

cada pondo do conjunto mecânico. O microcomputador de controle, deve ser

carregado com as informações de distância entre sensores, altura do centro de giro

no eixo à base de fixação, distância entre o sensor e a primeira das bases de fixação

da parte móvel do conjunto rotativo e distância entre as bases de fixação, a partir

desses dados inseridos no equipamento, o mesmo calcula com exatidão os valores

de altura que deve ser corrigido utilizando calços calibrados em cada ponto de fixação

da parte móvel do equipamento a ser alinhado (PIOTROWSKY, 2010).

3.3.1 Procedimentos de Alinhamento

Para o processo de alinhamento a partir de um alinhador a lazer, é necessário

que inicialmente se faça um bom nivelamento de todo o conjunto da máquina a ser

alinhado, e também um pré-alinhamento nos acoplamentos, garantindo assim um

procedimento mais rápido e eficiente quando se iniciar o alinhamento com o aparelho

de alinhamento a laser. As unidades de medição são fixadas firmemente aos eixos

através de fixadores de corrente. Quando os eixos estão em bom estado de

conservação, sem imperfeições superficiais, é possível a utilização de fixadores

magnéticos, sendo necessário manter o mesmo no eixo sendo pressionado contra o

acoplamento, caso contrário é necessário que se utilize as correntes (AFFONSO,

2002).

As duas unidades de medição são diferenciadas por uma marcação com a letra

M para a unidade receptora e a letra S para a unidade emissora. A unidade com a

marcação M é fixada na parte móvel da máquina, enquanto a unidade com a marcação

S é fixada na parte fixa da máquina. Após as unidades de medição estarem

corretamente fixadas nos eixos, as mesmas são conectadas na unidade de

processamento através de cabos. A partir desse ponto o sistema é ligado e deve ser

carregado com todas as dimensões necessárias, como a distância entre as unidades

de medição, distância entre a unidade M e os fixadores dianteiros da parte móvel da

máquina e a distância entre os fixadores dianteiros e traseiros da máquina. Com o

equipamento ligado é feito o posicionamento das unidades de medição, onde

23

inicialmente é feito o nivelamento das duas unidades a partir dos marcadores de nível

e posteriormente é feito o ajuste de altura, usando como referência a linha do feixe de

laser com linhas horizontais escalonadas gravadas na unidade (LAGO; GONÇALVES,

2006).

No decorrer do processo de medição, os eixos são sujeitos a um deslocamento

de rotação de 180 graus, onde são feitas três medidas, análogas as posições de um

relógio, que são nas posições de 12 horas, posteriormente na posição de 9 horas e

por último na posição de 3 horas. Uma movimentação relativa nas linhas do feixe de

laser, representa um valor de desalinhamento.

Os cálculos lógicos que o sistema de processamento do equipamento realiza,

indicara o nível de desalinhamento e quais os valores corretos a serem corrigidos em

cada ponto da máquina no procedimento de alinhamento. O equipamento indica com

exatidão os valores em milímetros que devem ser ajustados em cada um dos pontos

de fixação, que deve ser corrigido adicionando os calços calibrados com as medidas

especificadas e também o valor do deslocamento lateral que deve ser feito na parte

móvel da máquina (ALLOCCA, 1984).

Ao ser realizado a correção das alturas dos pontos de fixação da máquina com

os calços calibrados, após o reaperto dos parafusos é possível que haja distorções

nas medidas predefinidas pelo processo de alinhamento realizado, por esse motivo é

importante que se repita todo procedimento leitura das diferenças de medida com o

equipamento de alinhamento a laser, assim corrigindo qualquer desvio que porventura

tenha ficado procedimento anterior, garantindo assim um alinhamento com maior

precisão (PIOTROWSKY, 2010).

Uma situação que é de grande importância que seja observada para que não

haja comprometimento na precisão do alinhamento, é a condição de “pé-manco”. Essa

condição representa o apoio desigual dos pontos de fixação da parte móvel da

máquina, onde um dos pontos de fixação fica suspenso e sem contato com a base,

dessa maneira quando os parafusos são apertados, a parte móvel da máquina sofre

uma torção, induzindo assim a erros nos cálculos realizados pelo equipamento de

alinhamento, gerando resultados incorretos (LAGO; GONÇALVES, 2006).

24

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado mostrou o quão prejudicial e danoso podem ser os efeitos

gerados pelo mal alinhamento em acoplamentos de conjuntos mecânicos rotativos em

equipamentos industriais, e os grandes prejuízos financeiros que essas condições

acarretam, dessa forma demonstrando a importância de se manter um controle

adequado das condições de trabalho desses elementos mecânicos, afim de minimizar

prejuízos e maximizar a eficiência. O primeiro capítulo deste trabalho caracterizou a

grande variedade de tipos de acoplamentos mecânicos existentes em uso nas mais

diversas aplicações industriais, suas características construtivas e de funcionamento,

e também os tipos de desalinhamento possíveis de ocorrer nesses elementos

mecânicos e os efeitos que o desalinhamento pode gerar nos equipamentos.

A partir do segundo capítulo foi tratado das técnicas existentes de se detectar

as condições de desalinhamento nos acoplamentos mecânicos em função dos efeitos

característicos gerados por essas anomalias, apresentando os procedimentos e

ressaltando a precisão de cada técnica utilizada para esse objetivo, assim concluindo

que procedimentos rotineiros de manutenção preventiva e preditiva, utilizando-se das

técnicas citadas, propiciam a identificação das condições de desalinhamentos nos

seus estágios iniciais, garantindo que sejam tomadas as ações corretivas necessárias,

e dessa forma mantendo a longevidade do equipamento e evitando prejuízos

desnecessários com quebras e paradas de produção inesperadas.

No terceiro capítulo dessa pesquisa, caracterizou-se os métodos existentes

para se realizar o alinhamento em acoplamentos mecânicos, apresentando as

caraterísticas de cada método, detalhando os paços dos diferentes procedimentos e

ressaltando a precisão alcançada em cada técnica, concluindo que técnicas mais

avançadas de alinhamento, garantem resultados mais precisos, propiciando um

funcionamento adequado ao equipamento e aumentando a vida útil do conjunto

mecânicos, dessa forma tendo um aumento da eficiência do processo produtivo.

Por se tratar de uma pesquisa teórica, o trabalho se limitou apenas às

informações contidas em documentos e pesquisas relacionados ao assunto,

desenvolvidas por outros autores, dessa forma se mostra importante futuras

pesquisas de cunho experimental, afim de se obter resultados práticos desse assunto.

25

REFERÊNCIAS

AFFONSO, L. O. A. Equipamentos Mecânicos: Análise de Falhas e Soluções de Problemas. 1. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

ALLOCCA, J. A. Transducers: Theory and aplication. Virgínia: A Prentice-Hall Company, 1984.

BARBOSA, J. P. Elementos de Transmição Acoplamentos, 2010. Disponivel em: <ftp://ftp.sm.ifes.edu.br/professores/JoaoPaulo/Elementos%20de%20Maquinas%20I/Aula_08%20-%20Modos%20de%20transmiss%E3o%20(Acoplamentos).pdf>. Acesso em: Março de 2017.

BLAABJER, F. et al. Determination of mecharnical Resonances in Induction Motors by Random Modulation and Acoustic Measurement. Transactions on Industry Applications, v. 31, n. 4, Julho/Agosto 1995.

CERDEIRA, F. et al. Energy and Buildings. 8. ed. Oxford: ELSEVIER, v. 43, 2011.

CORTIZO, E. C.; BARBOSA, M. P.; SOUZA, L. A. C. Estado da arte da termografia. Fórum Patrimônio: Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, Belo Horizonte, 2 Agosto 2008. 1 58-1 93.

HALL, A. S.; HOLOWENKO, A. R.; LAUCHLIN, H. G. Elementos Orgânicos de Maquinas. Tradução de Paulo Murilo Araujo da Rocha. 2ª. ed. São Paulo : McGraw-Hill do Brasil, 1977.

HOWSON, M. A. Magnetism of Thin-Films and Multilayers. Contemporary Physics, v. 35, n. 4, p. 347-359, 1994.

LAGO, D. F.; GONÇALVES, A. C. MANUTENÇÃO PREDITIVA DE UM REDUTOR, 2006. Disponivel em: <http://www.posgrad.mecanica.ufu.br/posmec/16/PDF/PM16-0087.pdf>. Acesso em: Março de 2017.

MALDAGUE, X.; MOORE, P. O. Nondestructive Testing: Infrared and Thermal Testing. 3. ed. [S.l.]: Columbus, 2001.

MATHIAS, M. H. Ferramentas de Diagnóstico de Máquinas, 2011. Disponivel em: <https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/46460/11/Aula%2011%20-%20Diagnostico%20de%20Falhas%20-%20Parte%201.ppt>. Acesso em: Abril de 2017.

MENDONÇA, L. V. Termografia por Infravermelhos:Inspecção de Betão. Revista Engenharia & Vida, Lisboa, v. 1, n. 16, p. 53-57, 2005.

NORTON, R. L. Projeto de Maquinas. 4ª. ed. porto alegre: Bookman, 2013.

PHILLIPS, T. G.; ROSENBERG, H. M. Spin Waves in Ferromagnets. Reports on Progress in Physics, v. 29, n. 1, p. 285-332, 1966.

26

PIOTROWSKY, J. A Importância de Alinhamento Entre Eixos, 2010. Disponivel em: <http://tecem.com.br/site/downloads/artigos/importancia_do_alinhamento_entre_eixos.pdf>. Acesso em: Abril de 2017.

SILVA, A. F. D.; CARVALHO, D. B.; OLIVEIRA, R. M. D. Emprego da termografia na manutenção preditiva, 2010. Disponivel em: <http://www.essentiaeditora.iff.edu.br/index.php/BolsistaDeValor/article/download/1803/981>. Acesso em: Abril de 2017.