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GESTOR ESCOLAR revista do entrevista A motivação como essência o programa O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba resultados Os resultados alcançados em 2016 ISSN 2316-7610 >>> Avaliando IDEPB2016 Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba

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GESTOR ESCOLAR

revista do

entrevistaA motivação como essência

o programa

O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba

resultadosOs resultados alcançados em 2016

ISSN 2316-7610

>>> Avaliando IDEPB2016Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba

ISSN 2316-7610

GESTOR ESCOLARrevista do

>>> Avaliando IDEPB2016Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba

FICHA CATALOGRÁFICA

PARAÍBA. Secretaria de Estado da Educação da Paraíba.

Avaliando IDEPB – 2016 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 2 (jan./dez. 2016), Juiz de Fora, 2016 – Anual.

Conteúdo: Revista do Gestor Escolar.

ISSN 2316-7610

CDU 373.3+373.5:371.26(05)

Ricardo Vieira CoutinhoGovernador do Estado da Paraíba

Ana Lígia Costa FelicianoVice-Governadora

Alessio Trindade De BarrosSecretário de Estado da Educação

Roziane Marinho RibeiroSecretária Executiva de Gestão Pedagógica da Educação

José Arthur Viana TeixeiraSecretário Executivo de Administração de Suprimento e Logística da Educação

Marta Medeiros CorreiaGerente Executiva da Educação Infantil e Ensino Fundamental

Aparecida de Fátima Uchoa RangelGerente Executiva de Ensino Médio

Iara Andrade de LimaMarta Medeiros CorreiaValmir Herbet Barbosa GomesCoordenação Geral do Avaliando IDEPB

EQUIPE TÉCNICA - GEEIEF - SEE

Andrea Freire de AmorimÉlida Medeiros e SilvaIvanê Leite de AndradeJúlia Gislandia de AraujoValdemí Pereira de Souza

Reitor da Universidade Federal de Juiz de ForaMarcus Vinicius David

Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira

Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares

Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende

Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias

Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo

Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo

Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva

Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos

Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira

Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage

sumário

07 apresentação

entrevista

09 A motivação como essência

o programa

16 O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba

resultados

27 Os resultados alcançados em 2016

31 Roteiro de leitura

43 Roteiro de ação

apresentação

V oltada para a equipe gestora da escola, a Re-

vista do Gestor Escolar apresenta os resulta-

dos do Sistema Estadual de Avaliação da Educação

da Paraíba – Avaliando IDEPB, por disciplina e eta-

pa de escolaridade, traçando uma visão ampla do

desempenho dos estudantes de sua escola.

Criado em 2012, com o objetivo de subsidiar

políticas públicas para a melhoria da qualidade do

ensino ofertado na rede estadual da Paraíba, o Ava-

liando IDEPB oferece aos profissionais da educa-

ção informações diagnósticas capazes de auxiliar

a gestão escolar em suas estratégias para reduzir

as defasagens detectadas pela avaliação externa.

Além dos resultados das avaliações, este volu-

me conta com uma entrevista com o Secretário

de Educação Aléssio Trindade de Barros. Nela, há

um balanço do ensino ofertado no estado e suas

principais características, além das expectativas do

secretário em relação às contribuições do Avalian-

do IDEPB para a educação pública.

Para facilitar a compreensão sobre a realidade

avaliada pelo programa, foi incluído, nesta revista,

o perfil das escolas da rede, com destaque para as

ações a serem desenvolvidas a partir da articulação

entre as equipes gestora e pedagógica.

Este exemplar também apresenta orientações

para a leitura dos resultados e um roteiro de ação

que aponta para os possíveis usos desses dados

pela gestão escolar. Nesse roteiro, há um direcio-

namento sobre como o gestor poderá conduzir a

interpretação dos resultados, a contextualização

desses resultados com os demais dados da escola,

o trabalho de definição de metas pela equipe pe-

dagógica e o direcionamento para a aplicação de

ações e monitoramento da educação na escola.

Com a leitura deste material, você será capaz

de entender a realidade de sua escola, compreen-

dendo os seus pontos fortes e aqueles que pre-

cisam de maior atenção. Depois disso, o próximo

passo será o trabalho junto aos professores, esta-

belecendo metas educacionais, possíveis de se-

rem alcançadas, para os próximos ciclos, sempre

visando à melhoria contínua do processo de ensi-

no e de aprendizagem dos estudantes.

Revista do Gestor Escolar 7

Possui graduação em Engenharia Elétrica (1991) e mestra-

do em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba

(1996). Concluiu doutorado em Engenharia Elétrica na Universi-

dade Federal de Campina Grande (2004) e curso técnico profis-

sionalizante em Eletrotécnica no Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia da Paraíba (1985). É professor do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba e exerceu

o cargo de secretário de Educação Profissional e Tecnológica

no Ministério da Educação. Tem experiência na área de Enge-

nharia Elétrica, com ênfase em Medidas Elétricas, Magnéticas e

Eletrônicas; Instrumentação. Atua principalmente nos seguintes

temas: Estimulação Tátil, Engenharia de Reabilitação, Educação

Especial.

Aléssio Trindade de Barros

Secretário de Estado da Educação

8 AVALIANDO IDEPB 2016

entrevista

O Secretário de Estado da Educação da Paraíba Aléssio Trindade de Bar-

ros comenta o trabalho realizado junto às escolas da rede estadual e

enfatiza a importância dos resultados do Avaliando IDEPB na busca por uma

educação de qualidade e equânime.

A motivação como essência

CAEd – Observamos que a qua-

lidade da educação da Paraíba está

crescendo sistematicamente quan-

do se acompanha o Índice de De-

senvolvimento da Educação Básica

(Ideb). Desde 2007, os resultados

aparecem numa crescente e sempre

estão acima da meta para o estado.

Que estratégias contribuem para

esses resultados?

Secretário - Desde 2011, inicia-

mos, enquanto gestão, uma mudan-

ça de visão com relação à educação

pública no estado da Paraíba, valori-

zando-a com foco na aprendizagem

do estudante. O primeiro passo se

deu promovendo a motivação dos

profissionais. Hoje nós temos, em

muitos municípios, escolas novas,

reformadas e/ou ampliadas, com

salas amplas, mobiliário adequado,

laboratórios, inclusive de robótica e

informática, livros atuais e de qualida-

de em nossas bibliotecas. Essa ação

concreta do governo, com resultados

visíveis, termina por motivar aquele

que é o centro de todo o processo

de aprendizagem, o estudante. Então

podemos dizer que ele está sendo

valorizado, pois há investimentos, e

isso gera resultado direto. O alunado

recebe o fardamento, tem o lanche

na escola, além disso, tem professo-

res que receberam investimento em

sua formação. O estado construiu os

Centros de Formação de Educadores

nas grandes cidades e também rea-

lizou muitos processos de capacita-

ção. Na rede estadual, foram ofereci-

das oito mil vagas de especialização

para nossos professores, em parceria

com a Universidade Estadual da Pa-

raíba (UEPB). Tivemos, também, o

programa Gira Mundo, que levou 20

professores da rede estadual para a

Finlândia, a fim de conhecer a rede

de escolas públicas do país e ter um

curso no modelo de aprendizagem

ativa, focado nas competências para

o século XXI, com protagonismo do

estudante. Depois de vivenciar todo

esse processo, os professores volta-

ram muito motivados. Trabalhando

na formação dos docentes, inicia-

mos o ano de 2017 oferecendo ca-

pacitação para os 600 profissionais

que passam a compor o quadro das

Escolas Integrais Cidadãs, as Escolas

Técnicas, que foram de oito para 33

unidades em todo o estado.

Revista do Gestor Escolar 9

CAEd – Fica muito presente na

sua fala a questão da motivação,

tanto dos estudantes quanto da

equipe pedagógica. O senhor des-

tacou todos os investimentos que

foram feitos para que se atinja essa

motivação. De que forma, na práti-

ca, essa motivação é capaz de fazer

com que o estudante tenha um de-

sempenho mais interessante e me-

lhore o seu rendimento escolar?

Secretário – O processo de apren-

dizagem envolve a confiança. A con-

fiança mútua entre a gestão, o profes-

sor e o aluno. Quando se estabelece

esse ciclo de confiança dentro de

um projeto pedagógico autônomo,

a aprendizagem começa a ocor-

rer. É claro que não basta só isso, é

preciso atuar na gestão também. O

governo do estado da Paraíba criou

os Prêmios Escola de Valor e Mes-

tre da Educação. O primeiro deles

estabelece um 14º salário, de modo

que, quando a escola consegue esse

prêmio, todos os seus funcionários

recebem essa bonificação, desde a

merendeira até o gestor da escola,

enquanto, no segundo, um projeto

inovador de um professor pode ren-

der até um 15º salário. Isso motivou

muito, porque para uma escola ser

Escola de Valor, ela tem que estar

bem na sua gestão, na prestação de

contas e tem que ter bons resultados

de aprendizagem dos estudantes.

Isso foi uma ação de gestão comple-

mentar à proposta motivacional.

CAEd – Mas como fazer uma

premiação baseada na aprendiza-

gem dos estudantes?

Secretário – A Secretaria de Es-

tado da Educação (SEE) instituiu o

Avaliando IDEPB, em que, todo ano,

algumas etapas dos ensinos funda-

mental e médio são avaliadas. Como

avaliamos desde 2011, nós já temos

série histórica, a partir da qual o esta-

do montou um plano de metas para

que, a cada ano, as escolas melho-

rem seus resultados. Aquelas escolas

que melhoram seus resultados são

candidatas ao Escola de Valor. No úl-

timo ano, nós avançamos ainda mais.

Quando realizamos a avaliação do 3º

ano, fazemos inferências de como

está o nosso ensino médio, podendo

incidir em melhorias. Nós inserimos,

também, a avaliação no 1º ano do

ensino médio. Isso está sendo muito

interessante, porque agora nós pode-

mos, de forma muito concreta, co-

locar a aprendizagem em foco. Com

isso, nós conseguimos aliar esse pro-

cesso de medição ao processo de in-

tervenção pedagógica das escolas e

às premiações que oferecemos.

CAEd – O senhor citou diversas

vantagens que um sistema de ava-

liação próprio, como o Avaliando

IDEPB, pode oferecer ao estado. No

Plano de Metas do estado, a avalia-

ção externa aparece, diretamente,

em pelo menos duas metas. O se-

nhor acha que isso é um indicativo

de que o Avaliando IDEPB já está

bem incorporado nas ações e nos

planos educacionais do estado?

Secretário – Certamente. Espe-

cialmente desde 2015, nossa meta

era fazer com que esse sistema de

avaliação chegasse ao chão da es-

cola. Acho que nós conseguimos

trabalhar nesse sentido de forma sis-

têmica. Tanto é que o governo do

estado lança, junto aos prefeitos elei-

tos e reeleitos para o próximo ano, o

Soma – Pacto Pela Aprendizagem de

10 AVALIANDO IDEPB 2016

O processo de aprendizagem

envolve a confiança. A

confiança mútua entre a gestão,

o professor e o aluno

Sucesso no estado da Paraíba. A ideia

é ampliar o sistema de acompanha-

mento, formação e capacitação para

além da rede estadual, chegando até

os municípios que aderiram ao Soma,

com avaliações formativas e somati-

vas em diversas etapas, de modo que,

entre elas, incida um processo de for-

mação e protocolos de gestão. Esses

protocolos vão ensinar, em um passo

a passo, como a gestão deve fazer

a leitura dos resultados da avaliação

e como, na sala de aula, o professor

deve fazer essa leitura e se apropriar

desses resultados, a fim de elaborar

projetos de intervenção pedagógica

que visem à aprendizagem dos estu-

dantes. Frente ao diagnóstico obtido,

o professor poderá avançar para que,

na avaliação do outro bimestre, a es-

cola tenha dado um passo. Sabemos,

contudo, o tamanho desse desafio.

Os indicadores do Nordeste ainda

mostram uma realidade difícil, o per-

centual de estudantes que terminam

o 5º ano sem a proficiência mínima

necessária em Língua Portuguesa e

Matemática é muito grande.

CAEd – Um resultado que nos

chama atenção na Paraíba é que,

desde 2014, especialmente em Lín-

gua Portuguesa, nos anos finais do

Ensino Fundamental e no Ensino

Médio, está havendo uma redução

no percentual de alunos no padrão

de desempenho Abaixo do Básico,

ao mesmo tempo em que há uma

incorporação de alunos nos padrões

mais altos. Isso sugere que o pro-

cesso de evolução da qualidade está

acompanhado de equidade. Em que

medida a equidade também está na

linha de frente da sua gestão?

Secretário – Essa é uma questão

muito importante, porque a desi-

gualdade do país nasce desse ponto.

Quando as crianças nascem, todas

são iguais. Elas crescem e entram no

sistema escolar: algumas ingressam

em um ensino fundamental em que

vão ter acesso a uma educação de

qualidade, e outras não terão essa

oportunidade e sairão do 5º ano sem a

proficiência adequada. Aí surge parte

das desigualdades. No ensino médio,

mais de 80% dos alunos da Paraíba

estão na escola pública. Não há so-

lução para a desigualdade do estado

se não houver solução de equidade

para o desenvolvimento da educação

pública estadual. A desigualdade não

vai acabar somente pelo avanço eco-

nômico, vai ter que ser pela educa-

ção e pelas oportunidades oferecidas

às crianças e jovens. Por isso, é muito

importante que o acesso aos bons

resultados da educação seja dado a

todos, e é muito importante que seja

dado rápido, porque as crianças es-

tão crescendo. Daqui a dez anos, as

crianças nascidas hoje já terão essa

idade. Se não agirmos com rapidez, a

mudança virá muito lentamente.

Revista do Gestor Escolar 11

CAEd – Essa questão, de fato, é

muito importante, mas ao mesmo

tempo é muito desafiadora. Garantir

um processo de melhoria da quali-

dade observando a equidade é um

desafio muito grande. Quais são os

caminhos que podem trazer esse re-

sultado?

Secretário – Acreditamos que,

com o ensino integral, consegue-se

melhorar a autoestima, fazendo com

que os alunos sonhem com o que

querem ser, sem limitações. Você

trabalha o desenvolvimento no dia

a dia dos alunos, com mais tempo,

para que possam recuperar suas defi-

ciências. Você oferece aulas de inglês

para que eles tenham equidade com

aqueles que tiveram melhores opor-

tunidades de formação, e o inglês é

um diferencial hoje. Então, um ensi-

no médio integral, focado em proje-

to de vida, levantando a autoestima

do estudante, é muito importante. A

educação profissional também atrai

essas pessoas para algo mais concre-

to. Agora, no ensino fundamental, se

nós queremos equidade, o certo é

que a gente faça diagnóstico de en-

trada de todos os alunos. O projeto

pedagógico para um aluno imaginá-

rio compromete o processo, pois o

aluno real não é atendido pedago-

gicamente. Não sendo atendido em

suas necessidades, corre o risco de

abandonar a escola. Diagnosticando,

será possível uma formação para rea-

lização de intervenção pedagógica

visando à aprendizagem e recupera-

ção de conhecimento de todos os

alunos.

CAEd – Nós gostaríamos que o

senhor deixasse um recado para os

profissionais da rede, para a conti-

nuidade do trabalho que vem sendo

desenvolvido.

Secretário – O que precisamos é

avançar, cada vez mais, e que essa

onda de reformas e construções que

aconteceu – são mais de 2.300 salas

de aulas reformadas ou ampliadas – e

que continua acontecendo – as nos-

sas capacitações e instrumentaliza-

ção das unidades de ensino, com la-

boratórios de ponta –, que fez brilhar

os olhos de tanta gente, faça brilhar

os olhos dos professores na sala de

aula, para que o professor faça brilhar

os olhos dos alunos, pois os docentes

são os grandes agentes de transfor-

mação para os estudantes, que serão

os agentes da transformação social.

Assim, mudamos a realidade que te-

mos. Mas isso só é possível com to-

dos juntos: o governo, os professo-

res, o porteiro da escola, os gestores,

a merendeira. Todos unidos para que

possamos dizer: estamos mudando a

nossa história!

Não há solução para a desigualdade do estado se não houver solução de

equidade para o desenvolvimento

da educação pública estadual.

12 AVALIANDO IDEPB 2016

Aprender - Direito de todosAprender é um direito de todos. A materializa-

ção desse direito é um enorme desafio para pro-

fessores, gestores e toda a comunidade escolar.

O direito à aprendizagem está relacionado

com objetivos que trabalham os aspectos cogni-

tivos, que são fundamentais e, portanto, devem

ser atingidos. Entretanto, cabe à escola, para que

este direito seja, de fato, uma realidade, trabalhar

também com valores que estão relacionados à

formação do ser humano e à construção de uma

sociedade justa, democrática e solidária. Essa é a

complexidade da ação pedagógica que desafia o

dia a dia dos profissionais da educação. Nesse sen-

tido, a definição das orientações curriculares, e a

implementação do projeto político pedagógico no

interior de cada escola são elementos essenciais

para garantir o êxito do processo educativo.

A avaliação em larga escala se situa no interior

de cada escola, em particular, e na rede de ensino,

de modo geral, como uma linha auxiliar ou uma

ferramenta para que o direito de aprender seja ga-

rantido a todos os estudantes.

A igualdade de oportunidades educacionais é

um dos pilares para a construção de uma escola

democrática, inclusiva e de qualidade. É com esse

olhar que professores e gestores devem analisar e

se apropriar dos resultados da avaliação em larga

escala, dando vida e significado pedagógico aos

números, aos gráficos, aos dados estatísticos.

Os dados não falam por si. Eles devem ser con-

textualizados, considerando vários fatores que es-

tão relacionados com os resultados obtidos pela

escola no processo de avaliação em larga escala.

São um ponto de partida, um convite à análise e ao

planejamento para promover a equidade e melho-

rar a qualidade do ensino ofertado. As avaliações

externas complementam o trabalho diário da esco-

la e suas avaliações internas, jamais as substituem.

Além do perfil socioeconômico, que já vem

sendo estudado pelas avaliações como um fator

que pode interferir nos resultados, é importante

destacar também aqueles internos à vida da esco-

la: as características da gestão, as práticas pedagó-

gicas, o clima escolar etc.

O clima escolar está relacionado a vários aspec-

tos característicos do processo educativo e que

são importantes para um bom desenvolvimento

das atividades curriculares: convivência, cuidado,

disciplina, interesse e motivação, organização e se-

gurança; uma gestão democrática comprometida

com a qualidade da educação; professores com-

prometidos com o sucesso escolar e com a viabi-

lização do direito dos seus alunos aprenderem etc.

Todos esses aspectos refletem uma concepção de

escola e de educação, perpassando toda a dinâ-

mica da escola, inclusive na forma como a avalia-

ção é concebida e apropriada pelos agentes que a

constituem. Logo, tudo isso deve estar contido no

projeto político pedagógico da escola, a partir de

um marco referencial que trabalha a formação de

valores e, portanto, a importância da educação na

vida dos estudantes.

É nesse sentido que os resultados do Avaliando

IDEPB 2016 devem ser apropriados pela comuni-

dade escolar, como um diagnóstico importante

para as revisões necessárias ao processo pedagó-

gico desenvolvido. Devem ser analisados em con-

junto com as atividades curriculares e com os pro-

cessos de avaliação interna previstos no cotidiano

da escola.

Sabemos que são muitos os desafios da escola

no mundo atual: ela deve ser um espaço de co-

nhecimento, de liberdade, de criação, de cidada-

nia e de busca permanente pela equidade, além

de transmitir os conhecimentos historicamente

acumulados. E é com o olhar de educador que

enfrenta esses desafios e mantém a esperança e a

capacidade de luta que convidamos você a acom-

panhar os relatos a seguir.

Revista do Gestor Escolar 13

O calor de João Pessoa nos acolhe

na tarde em que vamos visitar o Colé-

gio da Polícia Militar Estudante Rebe-

ca Cristina Alves Simões. Chegando

à antessala, de onde acompanhamos

o movimento na secretaria enquanto

aguardamos o diretor, a porta de vidro

nos chama a atenção: entre as imagens

que a ilustram, misturam-se momentos

de inspiração militar, de organização

dos alunos, com instantes de descon-

tração, abraços e interação entre os

estudantes.

Alunos e funcionários – alguns far-

dados, outros não – circulam pelo am-

biente. Uma estudante pergunta ao

tenente se ele será seu professor de

História no ano seguinte. Ele confirma,

sorrindo, e a aluna comemora. Ela co-

meçará a cursar o ensino médio, e leva

no uniforme as assinaturas dos amigos

da turma com quem está concluindo o

fundamental.

O diretor, que é capitão da Polícia

Militar, nos recebe com alegria. Na sala

da direção, o ambiente reflete bem o

perfil da escola. Muito organizado, con-

fortável, com as bandeiras do Brasil e

da Paraíba descansando ao fundo da

sala e uma estante repleta de troféus

que exibem algumas das conquistas

obtidas pelos alunos. Ali, o diretor nos

conta um pouco da história daquela es-

cola, em que ele atua quase desde sua

fundação, já tendo exercido diversas

funções até chegar ao cargo de diretor.

Nascida do anseio de atender aos

filhos dos policiais militares, através de

um convênio com a Secretaria de Es-

tado da Educação (SEE), a escola tam-

bém recebe estudantes da comunida-

de – até mesmo de outros municípios.

O diretor nos explica que a disciplina

militar inspira a gestão, mas que é um

mito achar que os alunos devem se

comportar como soldados em forma-

ção. "Prezamos, na escola, por com-

portamentos que são esperados de to-

dos os cidadãos: respeito, disciplina e

harmonia. Isso, inclusive, ajuda muitos

de nossos alunos a se prepararem para

o futuro, porque as pessoas percebem

o diferencial de seu comportamento".

Para compreender o que os estu-

dantes e funcionários acham disso, saí-

mos para conhecer as instalações da

escola e conversar com alguns deles.

É semana de provas, e o ambiente está

bem silencioso. As coordenadoras do

ensino fundamental falam, com satis-

fação, sobre o prazer de trabalhar na

Estudante Rebeca. "Os alunos, muitas

vezes, chegam aqui com algumas ex-

pectativas equivocadas, mas, ao co-

nhecerem a nossa cultura, acabam

percebendo que o nosso foco é o de-

senvolvimento escolar de cada um".

Alguns alunos nos aguardam, ansio-

sos, para contar porque seu colégio é

diferente. As aulas do professor de Edu-

cação Física, que é ex-aluno da escola,

estão entre as preferidas. Espontâneos

e comunicativos, muitos estudantes

destacam o ensino, que consideram de

melhor qualidade, e também a rigidez

da escola como algo positivo, que os

auxilia em seu desenvolvimento. Seja

no cafezinho, nos bate-papos ou nos

encontros que tivemos no pátio da es-

cola, percebemos que priorizar a dis-

ciplina não interfere nos afetos e nos

sorrisos.

Um lugar em que a rigidez conversa com o afeto

14 AVALIANDO IDEPB 2016

f "Minha amiga quer vir para cá no ano que vem, eu disse a ela que venha, porque aqui ela vai aprender muito mais."

f "Gosto do festival de arte e cultura da escola, porque ele nos permite criar nossas próprias intervenções a partir de um tema comum."

f "As dificuldades, aqui, nos inspiram. Criamos um núcleo de projetos quando tivemos necessidade de recursos, e esse núcleo continua ativo até hoje."

f "Entrei aqui na escola esse ano. Eu percebo muito bem a diferença na organização e na própria qualidade das aulas."

Um lugar em que a rigidez conversa com o afeto

Revista do Gestor Escolar 15

o programa

Em 2012, o estado da Paraíba, com o intuito de assegurar aos estudantes o acesso a uma educação de qualidade, criou o Sistema de Avaliação da Educação da Paraíba, o Avaliando IDEPB. Seu objetivo primordial é, a partir dos instrumentos de avaliação, produzir diagnósticos sobre a rede estadual de ensino, permitindo a identificação de problemas e virtudes, de modo a subsidiar ações e políticas públicas que enfrentem os primeiros e potencializem as últimas. Inicialmente, o Avaliando IDEPB aplicava testes padronizados nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, aos alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio.

Em 2016, a 1ª série do Ensino Médio substitui a 4ª série do Ensino Normal na avaliação. Além disso, o 9º ano do Ensino Fundamental insere a avaliação das escolas atendidas pelo projeto Alumbrar, que utiliza a metodologia telessala para a correção da distorção entre a idade e o ano letivo do estudante.

Em 2013, a 4ª série do Ensino Normal passou também a ser avaliada.

Gráfico 1

Percentual de participação

Fonte: Avaliando IDEPB.

2013

2014

2015

2016

2012

68,774,3 74,0 77,6

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

2012 2013 2014 2015

Percentual de Participação

O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba – Avaliando IDEPB

A qui, você encontra um pouco da história do Avaliando IDEPB, das prin-

cipais mudanças ocorridas longo do tempo e dos ganhos experimen-

tados pela rede estadual de ensino no que diz respeito aos seus resultados.

Uma história feita não só de números, gráficos e dados, mas, principalmente,

enredada pela vida escolar e pelo dia a dia de milhares de crianças e jovens

paraibanos.

16 AVALIANDO IDEPB 2016

E o que mostram os resultados do Avaliando IDEPB em relação ao desempenho estu-

dantil? Observamos que, após apresentar pequenas quedas no desempenho em 2014 na

maioria dos casos, a situação se reverteu em 2015 em todas as etapas de escolaridade ava-

liadas, tanto em Língua Portuguesa (Gráficos 2, 3, 4 e 5) quanto em Matemática (Gráficos 6,

7, 8 e 9). A única exceção é 4ª série do Ensino Normal em Matemática, que manteve seus

resultados praticamente iguais desde 2013.

Gráfico 2

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa

5º ano do Ensino Fundamental

Gráfico 2 Gráfico 3

Gráfico 4 Gráfico 5

177,5 181,4 174,9 178,4

100,0125,0150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 5º ano do Ensino Fundamental

219,7 226,2 225,9 229,4

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental

249,1 252,8 251,4 254,3

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 3ª série do Ensino Médio

253,7 249,6 253,2

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 4ª série do Ensino Normal

Fonte: Avaliando IDEPB.

Gráfico 3

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa

9º ano do Ensino Fundamental

Gráfico 2 Gráfico 3

Gráfico 4 Gráfico 5

177,5 181,4 174,9 178,4

100,0125,0150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 5º ano do Ensino Fundamental

219,7 226,2 225,9 229,4

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental

249,1 252,8 251,4 254,3

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 3ª série do Ensino Médio

253,7 249,6 253,2

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 4ª série do Ensino Normal

Fonte: Avaliando IDEPB.

Gráfico 4

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa

3ª série do Ensino Médio

Gráfico 2 Gráfico 3

Gráfico 4 Gráfico 5

177,5 181,4 174,9 178,4

100,0125,0150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 5º ano do Ensino Fundamental

219,7 226,2 225,9 229,4

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental

249,1 252,8 251,4 254,3

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 3ª série do Ensino Médio

253,7 249,6 253,2

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 4ª série do Ensino Normal

Fonte: Avaliando IDEPB.

Gráfico 5

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa

4ª série do Ensino Normal

Gráfico 2 Gráfico 3

Gráfico 4 Gráfico 5

177,5 181,4 174,9 178,4

100,0125,0150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 5º ano do Ensino Fundamental

219,7 226,2 225,9 229,4

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental

249,1 252,8 251,4 254,3

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 3ª série do Ensino Médio

253,7 249,6 253,2

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Língua Portuguesa 4ª série do Ensino Normal

Fonte: Avaliando IDEPB.

Revista do Gestor Escolar 17

Gráfico 6

Evolução da Proficiência em Matemática

5º ano do Ensino Fundamental

Gráfico 6 Gráfico 7

Gráfico 8 Gráfico 9

196,2 195,9 186,4 188,2

100,0125,0150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática5º ano do Ensino Fundamental

225,9 226,6 224,2 227,7

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática9º ano do Ensino Fundamental

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática3ª série do Ensino Médio

242,1 241,2 240,7

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática4ª série do Ensino Normal

Fonte: Avaliando IDEPB.

Gráfico 7

Evolução da Proficiência em Matemática

9º ano do Ensino Fundamental

Gráfico 6 Gráfico 7

Gráfico 8 Gráfico 9

196,2 195,9 186,4 188,2

100,0125,0150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática5º ano do Ensino Fundamental

225,9 226,6 224,2 227,7

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática9º ano do Ensino Fundamental

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática3ª série do Ensino Médio

242,1 241,2 240,7

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática4ª série do Ensino Normal

Fonte: Avaliando IDEPB.

Gráfico 8

Evolução da Proficiência em Matemática

3ª série do Ensino Médio

Gráfico 6 Gráfico 7

Gráfico 8 Gráfico 9

196,2 195,9 186,4 188,2

100,0125,0150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática5º ano do Ensino Fundamental

225,9 226,6 224,2 227,7

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática9º ano do Ensino Fundamental

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática3ª série do Ensino Médio

242,1 241,2 240,7

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática4ª série do Ensino Normal

Fonte: Avaliando IDEPB.

Gráfico 9

Evolução da Proficiência em Matemática

4ª série do Ensino Normal

Gráfico 6 Gráfico 7

Gráfico 8 Gráfico 9

196,2 195,9 186,4 188,2

100,0125,0150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática5º ano do Ensino Fundamental

225,9 226,6 224,2 227,7

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática9º ano do Ensino Fundamental

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2012 2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática3ª série do Ensino Médio

242,1 241,2 240,7

150,0175,0200,0225,0250,0275,0300,0325,0350,0

2013 2014 2015

Evolução da Proficiência em Matemática4ª série do Ensino Normal

Fonte: Avaliando IDEPB.

Chama a atenção ainda, especialmente em Língua Portuguesa, o fato de que todas as

etapas conseguiram, de 2014 para 2015, além de aumentar a proficiência, reduzir o per-

centual de alunos no padrão de desempenho Abaixo do Básico (Gráfico 10) e aumentar

o percentual de estudantes nos padrões Adequado e Avançado (Gráfico 11). Esse quadro

sugere um percurso em que a equidade também está sendo observada, assim como a

melhoria da qualidade da educação ofertada.

18 AVALIANDO IDEPB 2016

Gráfico 10

Evolução do percentual de alunos no padrão de desempenho Abaixo do Básico por etapa em Língua

Portuguesa

14,612,4

30,027,1

29,326,4

28,6 28,2

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015

5EF 9EF 3EM 4 Normal

Fonte: Avaliando IDEPB.

Gráfico 11

Evolução do percentual de alunos nos padrões de desempenho Adequado e Avançado por etapa em

Língua Portuguesa

47,7 51,1

31,2 33,6 32,1 34,527,5

32,4

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015

5EF 9EF 3EM 4 Normal

Evolução do percentual de alunos nos padrões de desempenho Adequado e

Avançado por etapa em Língua Portuguesa

Fonte: Avaliando IDEPB.

Revista do Gestor Escolar 19

Os dados contextuais da rede estadual da Paraíba mostram informações que dão pistas sobre algumas

características que ajudam a delinear um diagnóstico que leve em consideração não apenas os dados de

desempenho, mas também questões como as mudanças ocorridas na rede nos últimos anos e o perfil

dos atores educacionais inseridos nesse universo.

O Gráfico 12, por exemplo, mostra que o número de matrículas efetuadas na rede estadual vem sendo

reduzido, sistematicamente, desde 2010, especialmente no ensino fundamental. Os anos iniciais experi-

mentaram uma queda no número de matrículas de mais de 47%, quando comparamos os anos de 2010

(72.985 matrículas) e 2015 (38.062 matrículas). Isso possivelmente se deve ao fato de que o ensino funda-

mental passa por um processo de municipalização, em que os alunos são, gradativamente, transferidos

da rede estadual para as redes municipais.

Já no ensino médio, em que não ocorre esse processo de municipalização, a redução no número de

matrículas durante o mesmo período foi de cerca de 10%, passando de 119.565 matrículas em 2010 para

106.642 matrículas em 2015. Essa redução sugere um processo natural de transição demográfica, sem

interferência de uma política específica.

Gráfico 12

Número de matrículas da rede estadual da ParaíbaGráfico 1: Número de matrículas da rede estadual da Paraíba

Fonte: Inep, 2016.

72.985 69.478 60.485

52.280 44.715

38.062

117.673 112.395

103.951 95.013

89.363 85.277

119.565 114.515 113.912 111.444 110.348 106.642

010.00020.00030.00040.00050.00060.00070.00080.00090.000

100.000110.000120.000130.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Ensino Fundamental - Anos Iniciais Ensino Fundamental - Anos FinaisEnsino Médio

Fonte: Inep, 2016.

O Gráfico 13 ilustra o comportamento da taxa de aprovação dos alunos da rede estadual ao longo do

tempo. Observamos que os índices de aprovação têm apresentado tendência ascendente, ou seja, exis-

te um movimento gradativo que tende a aumentar a taxa de aprovação de alunos no estado. Em 2015,

todas as etapas de ensino apresentaram taxa de aprovação acima de 75%, chegando a 88,7% nos anos

iniciais do ensino fundamental.

20 AVALIANDO IDEPB 2016

Gráfico 13

Taxa de aprovação – Rede estadual

Gráfico 2 – Taxa de aprovação – Rede estadual

80,484,9 86,8 87,9 89,5 88,7

66,569,4 70,5 72,5 73,1

75,571,0 72,5 73,6 74,9 74,2 76,2

60,065,070,075,080,085,090,095,0

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Ensino Fundamental - Anos Iniciais Ensino Fundamental - Anos FinaisEnsino Médio

Fonte: Inep, 2016.

No Gráfico 14, observamos o indicador de fluxo da rede estadual no período de 2009 a 2015. Esse

indicador compreende a média harmônica das taxas de aprovação dos anos escolares que compõem

cada etapa da educação básica. É um indicador muito importante, por ser incorporado ao Índice de De-

senvolvimento da Educação Básica (Ideb), juntamente com o indicador de desempenho.

O que observamos é que o indicador de fluxo da rede estadual da Paraíba mostra tendência ascen-

dente, tendo evoluído de modo constante em praticamente todas as etapas da educação básica, à ex-

ceção dos anos iniciais do ensino fundamental, cujo indicador se manteve o mesmo (0,89) entre 2013 e

2015. Isso sugere que a questão do fluxo vem apresentando melhoras sistemáticas; em outras palavras,

a rede está conseguindo aprovar mais seus estudantes. A continuidade desse movimento ascendente é

fundamental para que se atinjam níveis cada vez mais próximos do ideal, que não comprometam o Ideb

da rede.

Gráfico 14

Indicador de fluxo – Rede estadual

Fonte: Inep, 2016.

0,800,85

0,89 0,89

0,670,70

0,730,760,75 0,76

0,790,80

0,600,650,700,750,800,850,900,95

2009 2011 2013 2015

Ensino Fundamental - Anos Iniciais Ensino Fundamental - Anos FinaisEnsino Médio

Fonte: Inep, 2016.

Revista do Gestor Escolar 21

Analisando o Gráfico 15, podemos perceber que, com relação ao nível de escolaridade dos professo-

res da rede estadual, há uma grande concentração de educadores que possuem ensino superior (licen-

ciatura) ou especialização com, no mínimo, 360 horas. Somados, esses dois grupos reúnem 78,3% dos

professores da rede. Em seguida, aparecem aqueles que possuem grau acadêmico de mestrado (9,5%).

Gráfico 15

Nível de escolaridade dos professores

Gráfico 4 – Nível de escolaridade dos professores

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

2,4%

5,6%

34,4%

3,5%

43,9%

9,5%

0,7%

Qual é o seu nível de escolaridade completo?

Ensino Médio – Magistério.

Ensino Superior – Pedagogia ou Normal Superior.Ensino Superior – Licenciatura.

Ensino Superior – Outros.

Especialização (mínimo de 360horas).Mestrado.

Doutorado ou posterior.

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

Analisando o tempo de experiência dos professores, vemos, no Gráfico 16, que poucos docentes

lecionam há menos de 1 ano (1,7%), enquanto 30,7% deles atuam há mais de 21 anos na sala de aula. Ao

compararmos essas informações com o Gráfico 17, que ilustra há quanto tempo os professores atuam

especificamente na escola em que estão atualmente, observamos que há uma rotatividade característica

na rede.

Enquanto 81,5% dos professores lecionam há mais de 5 anos, a maioria dos docentes (51,2%) ainda

não completou 5 anos atuando na mesma escola, ou seja, a troca de instituição é comum entre os pro-

fessores mais antigos da rede. Essa informação é reforçada ao notarmos que o número de professores

que está há menos de 1 ano lecionando em sua escola atual representa 10,3% do total de profissionais na

rede, enquanto apenas 1,7% deles têm esse tempo de experiência profissional.

22 AVALIANDO IDEPB 2016

Gráfico 16

Tempo de experiência como professorGráfico 5 – Tempo de experiência como professor

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

1,7%

16,8%

20,7%

15,0%

15,1%

30,7%

Há quanto tempo você é professor, considerando também o seu trabalho em outras escolas?

Há menos de 1 ano.Entre 1 e 5 anos.Entre 6 e 10 anos.Entre 11 e 15 anos.Entre 16 e 20 anos.Há mais de 21 anos.

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

Gráfico 17

Tempo de experiência na escola em que atua

Gráfico 6 – Tempo de experiência na escola em que atua

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

10,3%

40,9%

17,1%

8,3%

9,2%

14,2%

Há quanto tempo você é professor NESTA escola?

Há menos de 1 ano.Entre 1 e 5 anos.Entre 6 e 10 anos.Entre 11 e 15 anos.Entre 16 e 20 anos.Há mais de 21 anos.

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

No que diz respeito ao nível de escolaridade dos gestores da rede estadual, notamos, no Gráfico 18,

que a concentração de profissionais que possuem ensino superior (licenciatura) ou especialização com,

no mínimo, 360 horas observada nos professores, se mantém. No caso dos gestores, esses dois grupos

reúnem 74,2% dos profissionais. Chama a atenção o fato de que o percentual de gestores que possuem

mestrado, doutorado ou formação posterior (3,7%) é significativamente menor que o de professores com

esta formação (10,2%).

Revista do Gestor Escolar 23

Gráfico 18

Nível de escolaridade dos gestores

Gráfico 7 – Nível de escolaridade dos gestores

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

2,0%

13,0%

35,6%

7,2%

38,6%

3,4% 0,3%Qual é o seu nível de escolaridade completo?

Ensino Médio – Magistério.

Ensino Superior – Pedagogia ou Normal Superior.Ensino Superior – Licenciatura.

Ensino Superior – Outros.

Especialização (mínimo de 360horas).Mestrado.

Doutorado ou posterior.Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

Observamos no Gráfico 19, que informa o tempo de experiência dos gestores, uma concentração

de profissionais que exercem a gestão há menos de um ano ou entre 1 e 5 anos. Esses dois grupos de

gestores correspondem a 66,5% do total da rede. Apenas 4,1% deles atuam nessa função há mais de 21

anos. Ao compararmos essas informações com o Gráfico 20, que ilustra há quanto tempo os gestores

atuam especificamente na escola em que estão atualmente, observamos que acumular experiência na

gestão de uma mesma escola é algo mais raro entre os profissionais da rede: apenas 18,6% dos gestores

têm mais de 5 anos de experiência.

Gráfico 19

Tempo de experiência como gestor

Gráfico 8 – Tempo de experiência como gestor

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

17,0%

49,5%

17,9%

6,9%

4,6% 4,1%

Há quanto tempo você é gestor, considerando também o seu trabalho em outras escolas?

Há menos de 1 ano.Entre 1 e 5 anos.Entre 6 e 10 anos.Entre 11 e 15 anos.Entre 16 e 20 anos.Há mais de 21 anos.

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

24 AVALIANDO IDEPB 2016

Gráfico 20

Tempo de experiência como gestor na escola em que atua

Gráfico 9 – Tempo de experiência como gestor na escola em que atua

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

23,9%

57,5%

11,3%

3,8% 1,8% 1,7%

Há quanto tempo você é gestor NESTA escola?

Há menos de 1 ano.Entre 1 e 5 anos.Entre 6 e 10 anos.Entre 11 e 15 anos.Entre 16 e 20 anos.Há mais de 21 anos.

Fonte: Avaliando IDEPB, 2015.

Os dados contextuais, como pudemos observar, revelam algumas características que auxiliam a com-

preender a rede estadual da Paraíba. O estado vem experimentando diminuição sistemática do número

de matrículas, especialmente no ensino fundamental, provavelmente em virtude do processo de muni-

cipalização dessa etapa. Os índices de aprovação e fluxo, embora crescentes, precisam continuar esse

percurso para reduzir as reprovações e abandonos e, consequentemente, melhorar os índices do Ideb.

Por fim, o nível de escolaridade e tempo de experiência dos professores e gestores ajuda a compreender

melhor o perfil desses atores fundamentais para a melhoria da qualidade da educação dos estudantes

paraibanos.

O fato de o percurso de avanço seguido por todas as etapas de escolaridade ser similar sugere que a

rede tem olhado para cada etapa com a mesma atenção. Destacamos, ainda, que os dados da avaliação

são mais amplos do que os expostos neste breve resumo sobre o Avaliando IDEPB. De todo modo, a

partir deles, tendo em vista as melhorias diagnosticadas, é possível levantar hipóteses sobre os motivos

pelos quais elas foram obtidas. Eles podem ser inúmeros e oriundos de diferentes fontes.

Revista do Gestor Escolar 25

Este é um exercício que cabe a todos os profissio-

nais envolvidos com a educação no estado da Paraíba.

Os resultados da avaliação podem ser o ponto de partida

para uma série de reflexões acerca das políticas públi-

cas educacionais e das ações, pedagógicas e de gestão,

no interior de cada escola, pois os resultados do Avalian-

do IDEPB são, na verdade um dos muitos aspectos que

envolvem a realidade educacional da rede estadual de

ensino. Debruçar-se sobre eles e analisá-los é uma ação

essencial para que cumpram um importante papel na ga-

rantia do direito de toda criança aprender!

26 AVALIANDO IDEPB 2016

Os resultados alcançados em 2016resultados

P rezado gestor, esta seção apresenta os re-

sultados alcançados por sua escola, nas ava-

liações em Língua Portuguesa e Matemática do

Avaliando IDEPB 2016, por etapa de escolaridade

avaliada.

Em primeiro lugar, estão dispostos os resulta-

dos obtidos por meio da TRI – Teoria de Resposta

ao Item: Proficiência Média dos estudantes da es-

cola; distribuição dos estudantes pelos Padrões de

Desempenho; e, por fim, dados de participação na

avaliação – quantidade de alunos previstos para a

realização dos testes, quantos de fato participaram

da avaliação e o respectivo percentual de participa-

ção. Esses resultados são informados para os três

últimos anos de realização do Avaliando IDEPB.

Após a exposição dos resultados da escola,

você contará com roteiros que o auxiliarão na lei-

tura e interpretação desses resultados.

Além disso, são apresentadas informações

acerca do contexto de sua escola, como o Índi-

ce Socioeconômico (ISE), composto por dados

relacionados à origem social e às condições eco-

nômicas dos estudantes, e indicadores de qualida-

de, como o IDEPB – Índice de Desenvolvimento

da Educação Básica da Paraíba, que envolve dois

componentes: o desempenho em testes padroni-

zados (no caso da Paraíba, obtidos através do Ava-

liando IDEPB) e o fluxo escolar.

O que é o IDEPB?

O Índice de Desenvolvimento da Educação da Paraíba

(IDEPB) é um indicador que reúne dois elementos importantes

para a qualidade da educação: o fluxo escolar e o desempenho

nas avaliações em larga escala. O indicador é calculado com

base nos dados sobre aprovação, obtidos através do Censo Es-

colar, e nos dados de desempenho, obtidos através dos testes

padronizados do Avaliando IDEPB. Dessa forma, o IDEPB apre-

senta resultados sintéticos, permitindo traçar metas de qualida-

de para os sistemas educacionais, específicos para cada escola.

Revista do Gestor Escolar 27

O que é ISE – Índice Socioeconômico?

O Índice Socioeconômico (ISE) reúne informações sobre as

condições sociais, culturais e econômicas dos estudantes e de

suas famílias. Levando em conta uma série de aspectos, como

a escolaridade dos pais e a posse de bens (materiais e cultu-

rais), o ISE é uma importante informação para a compreensão

do desempenho escolar, tendo em vista que ele é influenciado

por diversos fatores, entre eles, o contexto social da escola e as

condições econômicas e sociais das famílias dos alunos.

» Energia elétrica » Água encanada » Até 20 livros no

domicílio » Celular » Geladeira » DVD » Automóvel » Banheiro » Máquina de lavar

roupa » Pais com Ensino

F u n d a m e n t a l incompleto

» Acesso ao serviço de coleta de lixo

» TV a cores » Computador

» Calçamento » Entre 21 e 100

livros no domicílio » Pais com Ensino

F u n d a m e n t a l completo

» Pais com Ensino Médio completo

» 2 ou mais TVs a cores

» 2 ou mais computadores

» 2 ou mais máquinas de lavar

» 2 ou mais banheiros

» 2 ou mais DVDs » 2 ou mais

automóveis » Mais de 100 livros

no domicílio » Pais com Ensino

Superior completo

Nível

Os níveis de ISE calculados para o Avaliando IDEPB são:

Nível

Nível 1

+Nível 2

+Nível 3

+Nível 4

+Nível 5

+

Nível Nível Nível Nível1 2 3 4 5 6

28 AVALIANDO IDEPB 2016

Resu

ltado

s da e

scol

a

Revista do Gestor Escolar 29

Resu

ltado

s da e

scol

a

Roteiros de leitura e análise de resultados

Para que os resultados da avaliação externa em larga

escala atinjam o seu principal objetivo, o de possibilitar a

melhoria da qualidade do ensino ofertado, em primeiro lu-

gar, é necessário compreendê-los de forma coletiva, ten-

do sempre como referência o Projeto Político-Pedagógico

da escola.

1. LEITURA E CONTEXTUALIZAÇÃO

2. ANÁLISE

3. DIAGNÓSTICO

4. PLANO DE AÇÃO

5. MONITORAMENTO

6. RESULTADOS

Revista do Gestor Escolar 31

Por isso, antes do estabelecimento de metas e ações educacionais, propomos algu-

mas orientações de leitura dos resultados. O intuito é mostrar a você, gestor, como o

Avaliando IDEPB pode melhorar o processo de ensino e aprendizagem em sala de aula,

ao observar o desempenho, nos testes, das turmas avaliadas em Língua Portuguesa e

Matemática.

Analisando a proficiência média de cada turma e a distribuição dos estudantes pelos

padrões de desempenho, podemos perceber como está o desenvolvimento de habili-

dades e competências, e também se há equidade entre os estudantes da escola. Isso

permite o planejamento de ações direcionadas aos grupos heterogêneos de estudantes:

recuperação, reforço, aprofundamento e, para os estudantes com desempenho além do

esperado para o seu ano de escolaridade, desafio. O percentual de participação no teste

e a possibilidade de generalização dos dados também são tratados nesta seção.

Outro ponto para análise e reflexão é a relação entre os resultados e o Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), além do Índice de Desenvolvimento da

Educação da Paraíba (IDEPB), que leva em conta a proficiência obtida na Prova Brasil e

no Avaliando IDEPB, respectivamente, e o fluxo escolar. Há metas que demandam estra-

tégias específicas para cada resultado. Cabe ressaltar, também, por meio desses dados,

que o Avaliando IDEPB não está desarticulado da avaliação nacional.

Nossa proposta é que a equipe gestora possa se apropriar dos dados, estabelecer

relações e utilizá-los para ajudar a constituir ações para melhorar e garantir o direto à

aprendizagem.

Orientações para a leitura dos resultados

O processo de avaliação em larga escala não se encerra quando os resultados che-

gam à escola. Ao contrário, a partir desse momento, faz-se necessário que todos os

agentes envolvidos – gestores, professores, equipe pedagógica – se apropriem dos resul-

tados produzidos pelas avaliações, incorporando-os às suas reflexões sobre as dinâmicas

de funcionamento da escola.

É importante conhecer cada uma das informações referentes aos resultados do Ava-

liando IDEPB 2016, compreendendo o que são e como devem ser usadas para melhorar

a gestão da escola e da sala de aula, bem como as práticas pedagógicas, a fim de que os

estudantes possam desenvolver-se, cognitivamente, de acordo com a etapa de escolari-

dade em que se encontram.

Pensando nisso, sugerimos um roteiro com orientações sobre como deve ser feita a

leitura e a interpretação dos resultados do Avaliando IDEPB 2016, em cada componente

curricular e etapa de escolaridade avaliados. Esse roteiro aplica-se aos resultados divul-

gados nesta revista.

Para aprofundar as reflexões acerca dos resultados da avaliação em larga escala, é im-

portante, ainda, consultar o Glossário da Avaliação em Larga Escala, disponível em www.

avaliacaoparaiba.caedufjf.net, bem como os padrões de desempenho estudantil, os quais

descrevem, pedagogicamente, o significado das médias alcançadas pelos estudantes da

rede estadual da Paraíba que participaram do Avaliando IDEPB 2016.

32 AVALIANDO IDEPB 2016

Resultados apresentados nesta revista

Proficiência média alcançada pela escola nas três últimas edições do Avaliando IDEPB, em Língua Portuguesa e Matemática.

Essa é a primeira informação sobre o desem-

penho dos estudantes de sua escola: a média de

proficiência1 alcançada nas três últimas edições

do Avaliando IDEPB, nas disciplinas Língua Por-

tuguesa e Matemática, em cada etapa avaliada. A

observação da média nos ajuda a verificar a me-

lhoria da qualidade da educação ofertada, a partir

da evolução do desempenho da escola.

1 A média de proficiência da escola é o valor da média aritmética das proficiências alcançadas pelos estudantes da escola, no teste.

O termo proficiência refere-se ao conhecimento ou à aptidão que os

alunos demonstram ter em relação a um determinado conteúdo de uma disciplina

avaliada pelos testes cognitivos.

Revista do Gestor Escolar 33

Observe, na página de resultados, as proficiências alcançadas pelos estudantes nas três últimas

edições do Avaliando IDEPB, em uma determinada etapa, e preencha o quadro a seguir.

5º ano do Ensino Fundamental

EDIÇÃO PROFICIÊNCIA MÉDIA ANÁLISE

2014 Qual é o comportamento da média de proficiência da sua escola, ao longo dos anos?

( ) Está aumentando

( ) Está estável

( ) Está diminuindo

OBS.:

2015

2016

Que hipóteses podem ser levantadas sobre a evolução dos resultados da sua escola ao longo

do tempo? Registrem o que vocês, da equipe gestora e coordenação, discutiram. Isso os ajudará

na apropriação das informações fornecidas pelos resultados do Avaliando IDEPB.

ATIVIDADE 1

Distribuição percentual dos estudantes pelos padrões de desempenho nas três últimas edições do Avaliando IDEPB.

Depois de observar a proficiência da escola,

vamos verificar como os estudantes estão distri-

buídos pelos padrões de desempenho. De acordo

com a proficiência alcançada no teste, o estudan-

te demonstra um determinado perfil ou padrão de

desempenho, ou seja, quanto maior a proficiência

do estudante, mais elevado é o seu padrão de de-

sempenho.

Entretanto, em uma turma ou em uma escola,

os estudantes apresentam diferentes padrões de

desempenho. Sendo assim, a escola deve traba-

lhar para que haja menos estudantes nos padrões

mais baixos, aumentando o percentual nos pa-

drões mais elevados, pois almejamos uma educa-

ção que seja de qualidade e para todos. Por isso,

essa análise é tão importante. Ela lhe dará informa-

ções fundamentais para o seu planejamento, para

a construção permanente do Projeto Político Pe-

dagógico e para a definição de metas, estratégias

e metodologias adequadas às necessidades dos

alunos.

34 AVALIANDO IDEPB 2016

Observe o segundo gráfico da página de resultados e preencha o quadro abaixo com o per-

centual de estudantes que se encontra em cada um dos padrões de desempenho. Em seguida,

acrescente o número absolutos de estudantes, na edição de 2016, em cada padrão2.

EDIÇÃO ABAIXO DO BÁSICO BÁSICO ADEQUADO AVANÇADO

2014

2015

2016% de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos

C Os percentuais de estudantes nos padrões mais baixos têm diminuído, aumentado ou man-

tiveram-se estáveis ao longo do tempo?

C Qual é o padrão em que se encontra o maior número de estudantes?

C Observando o percentual de estudantes em cada padrão de desempenho, é possível dizer

que os estudantes da sua escola apresentaram:

( ) Melhora gradativa

( ) Estabilidade no desempenho

( ) Queda no desempenho

C Junto à coordenação pedagógica, levante possíveis hipóteses para esses resultados.

C Que estratégias podem ser utilizadas para aqueles estudantes que estão nos padrões mais

baixos?

Esse exercício é importante para que as ações sejam bem direcionadas e possam ajudar os

estudantes a desenvolverem as competências necessárias, a fim de que tenham seu direito

de aprendizagem garantido.

2 Para encontrar o número absoluto de alunos, em cada padrão, pode ser feito um cálculo utilizando regra de três, considerando o total de alunos que realizou o teste. Exemplo: Alunos avaliados: 80; percentual de alunos no Básico: 20%; total de alunos nesse padrão: 16.

ATIVIDADE 2

Revista do Gestor Escolar 35

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Dados de participação nas avaliações do Avaliando IDEPB nas três últimas edições.

Depois de observar o desempenho alcançado

pelos estudantes da sua escola, é hora de verificar

como foi a participação no teste. O indicador de

participação revela o nível de adesão à avaliação e

é uma informação muito importante para que os

resultados alcançados possam ser generalizados.

Ou seja, quanto maior for a participação dos estu-

dantes nos testes, mais consistente é o resultado

de desempenho alcançado. Consideramos como

percentual mínimo para a generalização dos resul-

tados da escola uma participação acima de 75%.

Na página de resultados, localize o percentual de participação dos estudantes da sua escola,

para cada etapa de escolaridade avaliada, nos últimos anos.

EDIÇÃO PARTICIPAÇÃO OBSERVAÇÃO

2014

Ao longo do tempo a participação

( ) cresceu;

( ) ficou estável;

( ) diminuiu.

Levante hipóteses para o atual índice de participação da escola, em relação aos anos anteriores.

Caso a participação em 2016 não tenha correspondido às expectativas, o que pode ser feito para aumentá-la no próximo ciclo do Avaliando IDEPB?

Um ponto importante nessa atividade é comparar a participação dos estudantes no dia da aplicação do teste e a sua frequência às aulas.

2015

2016

ATIVIDADE 3

36 AVALIANDO IDEPB 2016

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

Depois que, junto à sua equipe, você já identificou e refletiu um pouco sobre os resultados alcançados

por sua escola, é hora de transportá-los para a escala de proficiência e interpretá-los, pedagogicamente.

A escala de proficiência é uma espécie de régua em que

os resultados alcançados nas avaliações em larga escala são

apresentados. Os valores obtidos nos testes são ordenados

e categorizados em intervalos ou faixas que indicam o grau

de desenvolvimento das habilidades para os estudantes que

alcançaram determinado nível de desempenho.

Como o desempenho é apresentado em ordem crescente e

cumulativa, os estudantes posicionados em um nível mais alto da

escala demonstram ter desenvolvido não só as habilidades do ní-

vel em que se encontram, mas também, provavelmente, aquelas

habilidades dos níveis anteriores. A gradação de cores – que vai

do amarelo claro ao vermelho – também nos indica o grau de

complexidade e o nível de desenvolvimento dessas habilidades.

Pedagogicamente falando, cada nível da escala corresponde a

diferentes características de aprendizagem: quanto maior o nível

(posição) na escala, maior a probabilidade de desenvolvimento e

consolidação da aprendizagem.

Revista do Gestor Escolar 37

Você encontra as escalas de proficiência interativas no endereço www.avaliacaoparaiba.caedufjf.net.

Situe nela os resultados da sua escola em Língua Portuguesa e Matemática.

C Em qual padrão de desempenho se encontra a média da sua escola nesse ano?

C De acordo com as médias dos anos anteriores, a escola manteve-se no mesmo padrão ou

modificou sua posição? Se sim, ela avançou nos padrões ou retrocedeu?

A seguir, apresentamos a descrição geral desses padrões. O detalhamento, por disciplina e etapa,

pode ser consultado nas Revistas do Professor.

DisciplinaEtapa de

EscolaridadeAbaixo do Básico Básico Adequado Avançado

Língua Portuguesa

5º Ano EF até 125 125 a 175 175 a 225 acima de 225

9º Ano EF até 200 200 a 250 250 a 300 acima de 300

1ª Série EM até 225 225 a 275 275 a 325 acima de 325

3ª Série EM até 225 225 a 275 275 a 325 acima de 325

Matemática

5º Ano EF até 150 150 a 200 200 a 250 acima de 250

9º Ano EF até 225 225 a 275 275 a 325 acima de 325

1ª Série EM até 250 250 a 300 300 a 350 acima de 350

3ª Série EM até 250 250 a 300 300 a 350 acima de 350

Características de desempenho dos estudantes

Desempenho muito abaixo do esperado para a etapa de avaliada. Os estudantes com esse padrão de desempenho requerem atenção especial, necessitando de recuperação das competências e habilidades não desenvolvidas.

Desempenho básico, caracterizado por um processo inicial de desenvolvimento das competências e habilidades correspondentes à etapa de escolaridade avaliada. Para esses estudantes são necessárias estratégias de reforço.

Desempenho adequado à etapa de escolaridade avaliada. Os estudantes que se encontram nesse padrão demonstram ter desenvolvido as habilidades básicas e essenciais, referentes à etapa de escolaridade em que se encontram.

Desempenho desejável para a etapa avaliada.Os estudantes com esse padrão de desempenho, demonstram ter desenvolvido habilidades além daquelas esperadas para a etapa de escolaridade em que se encontram.

ATIVIDADE 4

38 AVALIANDO IDEPB 2016

ALGUMAS DICAS SOBRE O USO DOS RESULTADOS

Comparar os resultados da sua escola ao longo dos anos, para a mesma etapa de escolaridade. Interpretar os resultados como dados

longitudinais.

Comparar os resultados das diferentes disciplinas.

Tomar a média de proficiência de maneira isolada, sem analisá-la com a

ajuda da escala.

Comparar os resultados das diferentes etapas de escolaridade, com a mesma escala de proficiência, para uma mesma disciplina avaliada.

Analisar os resultados a partir da leitura da escala de proficiência, observando o significado pedagógico da média, tendo em vista o desenvolvimento de habilidades e competências.

O QUE FAZER COM OS DADOS

O QUE NÃO FAZER COM OS DADOS

MÉDIAS DE PROFICIÊNCIA

Revista do Gestor Escolar 39

Identificar, em cada disciplina e etapa, os alunos que têm apresentado maiores dificuldades de aprendizagem.

Reconhecer que a cada padrão correspondem níveis diferentes de aprendizagem e usar essa informação para o planejamento pedagógico.

Acompanhar, ao longo do tempo, se a escola tem tido resultados semelhantes para cada etapa e disciplina.

Entender que, quando os estudantes melhoram sua proficiência, eles necessariamente avançam nos

padrões de desempenho.

Entender que os alunos que se encontram no padrão mais baixo não

são capazes de aprender.

Entender que os alunos que se encontram em um padrão de

desempenho em uma disciplina se encontram no mesmo padrão em outra.

Entender que os alunos que se encontram no padrão mais avançado não necessitam de atenção por parte

do professor e da escola.

Entender que os padrões de desempenho são os mesmos para

todas as etapas e disciplinas avaliadas.

PADRÕES DE DESEMPENHO

40 AVALIANDO IDEPB 2016

Acompanhar a participação dos estudantes nos testes, de modo a buscar a maior participação possível.

Entender que a participação nos testes mensura a garantia do aluno de ser avaliado, decorrência de seu direito de aprender.

Acreditar que, uma vez que a participação já esteja elevada, não é preciso realizar nenhuma ação para

que o percentual aumente ainda mais.

PARTICIPAÇÃO

Revista do Gestor Escolar 41

DADOS CONTEXTUAIS

Compreender que as condições socioeconômicas dos estudantes afetam seu desempenho escolar.

Planejar ações pedagógicas e de gestão na escola com base nos resultados.

Reconhecer que as escolas desempenham importante papel na aprendizagem dos estudantes, a despeito de suas origens sociais.

Monitorar os resultados da escola ao longo do tempo a partir do alcance de metas.

Atribuir a dificuldade na melhoria dos resultados apenas à ação de professores e diretores.

Comparar os resultados com os de outras escolas, sem observar dados de contexto.

Atribuir apenas às condições socioeconômicas o resultado da

aprendizagem dos alunos.

METAS

ISE

42 AVALIANDO IDEPB 2016

C Identificação coletiva dos problemas

prioritários.

C Definição coletiva das metas e ações

pedagógicas de intervenção.

C Decisão coletiva das atividades a serem

executadas e divisão de responsabilida-

des.

C Elaboração coletiva de um diagnóstico

institucional com base nos resultados

da avaliação em larga escala e indica-

dores educacionais.

C Acompanhamento e avaliação das

ações executadas.

Roteiro de ação

Apresentamos, agora, uma proposta de uso dos resultados das

avaliações em larga escala e de indicadores educacionais, com o

propósito de construção de uma agenda de ações com impacto no

ensino e na aprendizagem.

Os processos de análises dos resultados e de planejamento de

ações aqui propostos visam fortalecer a gestão democrática, valori-

zando os procedimentos coletivos de reflexão, tomadas de decisão

e divisão de responsabilidades.

Em linhas gerais, a proposta pauta-se em quatro etapas de exe-

cução: (1) diagnóstico institucional; (2) definição do foco das ações;

(3) elaboração da agenda de ações pedagógicas; e (4) monitora-

mento e avaliação das ações.

1Diagnóstico

institucional

4Monitoramento

e Avaliação

2Definição do

foco das ações

3Elaboração da

agenda de ações

pedagógicas

Revista do Gestor Escolar 43

Etapa 1. Autoavaliação Institucional

O objetivo desta etapa é a construção de um diagnóstico institucional com base na análise

dos indicadores educacionais e resultados das avaliações externas e internas. Para a realização

desse processo, sugere-se que a equipe gestora e os demais profissionais da escola entrem em

consenso sobre os principais problemas de ensino e de aprendizagem.

A seguir, apresentamos os passos para a realização desta etapa.

Definição das fontes de dados e preparação da apresentação dos resultados para o corpo do-

cente.

C Após a leitura e interpretação pedagógica dos resultados do Avaliando IDEPB, a equipe gestora

deverá preparar a apresentação desses resultados para o corpo docente.

C Além dos dados fornecidos pelo Avaliando IDEPB, a equipe gestora poderá enriquecer a apre-

sentação com dados da avaliação interna. Indicadores educacionais como o IDEB e ISE da es-

cola, taxas de rendimento e frequência poderão potencializar a análise dos dados e a discussão

coletiva em torno deles. Caberá à equipe gestora definir quais dados são mais relevantes para

a identificação dos fatores que interferem na aprendizagem e obstáculos a serem superados.

C Ao preparar a apresentação, é importante que a equipe facilite a leitura das informações pelos

participantes. Para isso, poderá utilizar gráficos comparativos com comentários ilustrativos, fa-

vorecendo a análise dos resultados. E, para motivar o debate, a equipe poderá apresentar uma

bateria de questões que provoquem reflexões sobre os resultados alcançados pela escola e o

levantamento de hipóteses sobre as causas dos problemas de ensino e aprendizagem.

1º PASSO

44 AVALIANDO IDEPB 2016

Reunião de análise dos resultados e elaboração do diagnóstico institucional.

C A dinâmica da reunião deve estar fundamentada na promoção do trabalho colaborativo, no

estabelecimento de consenso entre os profissionais da escola e na criação de um ambiente

participativo.

C À medida que os gráficos e comentários forem exibidos, a equipe gestora deverá apresentar

questões que promovam o levantamento de hipóteses sobre os possíveis fatores escolares

que contribuíram para o alcance dos resultados alcançados pela escola.

C Esses procedimentos deverão ser utilizados para todos os resultados selecionados para aná-

lise.

C É importante que um membro da equipe registre todas as informações relevantes e as hipó-

teses apontadas pelos docentes sobre os dados analisados. Esses registros serão fundamen-

tais para a consolidação da autoavaliação institucional. Para facilitar o registro das informa-

ções, a equipe gestora poderá criar formulários.

Definição de um agenda de encontros.

C A equipe gestora deverá elaborar um cronograma de reuniões coletivas para a apresentação

dos resultados e elaboração do diagnóstico e da agenda de ações. É importante possibilitar

a participação do maior número possível de profissionais da escola. Por isso, é fundamental

agendar e comunicar com antecedência as datas das reuniões de diagnóstico e planejamen-

to.

3º PASSO

2º PASSO

Revista do Gestor Escolar 45

Os quadros seguintes apresentam, respectivamente, sugestões de questões para promoção do de-

bate em torno dos resultados alcançados pela escola e um formulário de registro para as hipóteses e

considerações feitas pelos professores:

QUADRO 1: QUESTÕES PARA DEBATE

Resultados Questões para o debate

PARTICIPAÇÃO DOS

ESTUDANTES NA

AVALIAÇÃO EXTERNA

Houve queda do índice de participação da escola, ao longo das edições da avaliação

externa?

Quais são as possíveis razões para o atual índice de participação da escola, em relação

aos anos anteriores?

Caso tenha havido queda no índice de participação, que tipo de ação pode ser im-

plementada, no âmbito da escola, para elevar a participação dos alunos na avaliação

externa?

PROFICIÊNCIA MÉDIA

DA ESCOLA

Houve crescimento contínuo das proficiências médias ao longo dos anos?

Que fatores escolares poderiam ajudar a explicar a variação (evolução ou queda) da

proficiência média da escola ao longo dos anos?

Houve avanço da proficiência média com alteração do padrão de desempenho?

PADRÕES DE DESEM-

PENHO

Em relação à distribuição de alunos da escola por padrão de desempenho no último

ano, em qual padrão se encontra o percentual mais alto de alunos?

A escola consegue identificar quais são os alunos que se encontram nos padrões mais

baixos? Que fatores escolares ajudariam a explicar o percentual de alunos alocados nes-

tes padrões?

São pensadas ações pedagógicas para que os alunos possam melhorar o seu desem-

penho?

ANÁLISE DO PERCEN-

TUAL DE ACERTO

POR DESCRITOR

Ao comparar os percentuais de acerto por descritores e o desempenho das turmas, há

variação ou semelhança de desempenho entre as turmas?

Quais seriam os possíveis fatores que contribuíram para a variação ou semelhança de

desempenho entre as turmas?

Quais seriam os possíveis fatores que contribuíram para que alguns descritores apresen-

tassem percentuais mais baixos?

46 AVALIANDO IDEPB 2016

QUADRO 2: FORMULÁRIO DE REGISTRO

Resultados Hipóteses levantadas e considerações feitas pelos professores

PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES

NA AVALIAÇÃO EXTERNA

PROFICIÊNCIA MÉDIA DA ESCOLA

PADRÕES DE DESEMPENHO

ANÁLISE DO PERCENTUAL DE

ACERTO POR DESCRITOR

Consolidação das análises feitas pelos docentes.

C Após a reunião de análise de resultados, a equipe gestora deverá se encontrar para consolidar as

informações levantadas. A tarefa da equipe será organizar as informações produzidas e elaborar uma

listagem dos problemas de ensino e de aprendizagem identificados pelos docentes.

C Sugere-se que a equipe separe os problemas por três categorias: (1) problemas que poderão ser re-

solvidos no âmbito da escola; (2) problemas que demandam apoio de órgãos superiores para serem

resolvidos; e (3) problemas que poderão ser resolvidos exclusivamente por órgãos superiores.

4º PASSO

Revista do Gestor Escolar 47

Etapa 2. Definição do foco das ações pedagógicas

O objetivo desta etapa é definir o foco das ações que serão propostas na agenda de ações pedagógi-

cas. Para tanto, a equipe gestora e o corpo docente tomarão por base a listagem de problemas da cate-

goria um, ou seja, aqueles que podem resolvidos no âmbito da escola. Em seguida, deverão classificá-los

em ordem de prioridade e propor ações pedagógicas visando a melhoria da aprendizagem.

Apresentamos, a seguir, os passos para a realização dessa etapa.

Definição de objetivos quantificados.

C Após a definição das ações prioritárias, a equipe gestora deverá conduzir o debate para a de-

finição dos objetivos quantificados das ações, ou seja, deverá definir metas para cada ação.

C Atenção! A definição da meta é muito importante, pois permitirá o monitoramento e a avalia-

ção das ações prioritárias.

C O enunciado do objetivo quantificado (meta) deverá conter pelo menos três variáveis: “o que

fazer”, “o quanto fazer” e “quando fazer (prazo)”. É importante que fique bem claro para todos

o que, em que medida e em quanto tempo se pretende fazer.

C Um exemplo: “reduzir em 5% o percentual de alunos que estão no padrão de desempenho

Abaixo do Básico, no decorrer do ano de 2017”.

C Para alcançar a meta dessa ação prioritária, a equipe deverá pensar em um conjunto de ações

estratégicas, atividades ou projetos. O próximo passo da equipe gestora e dos docentes será

construir uma agenda de ações pedagógicas para concretizar as metas definidas pelo grupo.

Reunião para definição do foco das ações.

C Prosseguindo com o cronograma de reuniões, a equipe gestora deverá expor para o corpo

docente a consolidação das análises dos resultados feitas na reunião anterior, para que sejam

validadas por todos profissionais. Em seguida, deverá apresentar a listagem dos problemas, ini-

ciando o debate sobre a priorização dos problemas a serem superados e proposição de ações

pedagógicas prioritárias.

2º PASSO

1º PASSO

48 AVALIANDO IDEPB 2016

Etapa 3. Elaboração da agenda de ações pedagógicas

O objetivo desta etapa é a criação de uma agenda de ações pedagógicas com impacto nos proble-

mas identificados pelo grupo. Como nas etapas anteriores, seguindo os princípios da gestão participativa,

as tomadas de decisão e a divisão de responsabilidades também acontecerão no coletivo da escola. Des-

sa forma, a tarefa da equipe gestora será conduzir o grupo no processo de decisão sobre o que fazer para

alcançar as metas definidas no encontro anterior. Com base nas metas das ações prioritárias, o grupo

deverá decidir: “o que será feito”; “como será feito”; “quando será feito”; e “por quem será feito”.

Apresentamos uma sugestão de formulário de registro para ser preenchido no decorrer da reunião

pelos profissionais que atuam na escola:

QUADRO 3: AGENDA DE AÇÕES PEDAGÓGICAS

AGENDA DE AÇÕES PEDAGÓGICAS

Decisões de Execução

Nome da ação prioritária 1:

Objetivo quantificado:

O que será feito? Como será feito? Quando será feito? Por quem será feito?

Nome da ação prioritária 2:

Objetivo quantificado:

O que será feito? Como será feito? Quando será feito? Por quem será feito?

Revista do Gestor Escolar 49

Etapa 4. Monitoramento e avaliação das ações

O objetivo desta etapa é monitorar a execução das ações pedagógicas e avaliar os seus resultados. Os

instrumentos de avaliação interna podem se constituir em excelentes ferramentas de acompanhamento

dos alunos participantes das atividades propostas. Outros instrumentos de monitoramento podem ser

criados pelo grupo, como relatórios mensais que apresentem os avanços e obstáculos identificados no

decorrer da execução das atividades.

Encerramos este roteiro apresentando uma sugestão de formulário para acompanhamento das ativi-

dades.

QUADRO 4: FORMULÁRIO DE ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS

ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS

Nome da ação prioritária 1:

Objetivo quantificado:

Resultados apresentados até o momento Obstáculos encontrados

Nome da ação prioritária 2:

Objetivo quantificado:

Resultados apresentados até momento Obstáculos encontrados

50 AVALIANDO IDEPB 2016

EQUIPE - GRE - SEE

Wleica Honorato Aragão QuirinoGerente Regional da Educação – 1ª GRE – João Pessoa

Márcia Amaral de OliveiraGerente Regional da Educação – 2ª GRE – Guarabira

Giovana Marques LopesGerente Regional da Educação – 3ª GRE – Campina Grande

Maria das Graças Medeiros de Almeida Gerente Regional da Educação – 4ª GRE – Cuité

Aristtotenes da Silva PrataGerente Regional da Educação – 5ª GRE – Monteiro

Luiz Carlos Gomes Barreto GabiGerente Regional da Educação – 6ª GRE – Patos

Maria do Carmo Lima BezerraGerente Regional da Educação – 7ª GRE – Itaporanga

Maria do Socorro Muniz de OliveiraGerente Regional da Educação – 8ª GRE – Catolé do Rocha

Andreia Braga de OliveiraGerente Regional da Educação – 9ª GRE – Cajazeiras

Maria do Socorro Antunes FerreiraGerente Regional da Educação – 10ª GRE – Sousa

Francisca de Lucena HenriquesGerente Regional da Educação – 11ª GRE – Princesa Isabel

Edla Maria dos Santos BarbosaGerente Regional da Educação – 12ª GRE – Itabaiana

Ione dos Santos Severo FormigaGerente Regional da Educação – 13ª GRE – Pombal

Gerailton Santos da SilvaGerente Regional da Educação – 14ª GRE – Mamanguape