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EDUCAÇÃO CORPORATIVA ON-LINE E SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL - UMA INTEGRAÇÃO NECESSÁRIA Jacks Williams Peixoto Bezerra (UFF) [email protected] A questão socioambiental, no que diz respeito aos grandes desafios e problemas globais, já faz parte da Agenda Internacional. A sociedade civil, desde os anos 60, tem se organizado e cobrado ações - dos governantes, dos empresários e dos cidadãos - mais transparentes e éticas no que concerne à existência e convivência humana no Planeta. Neste processo, o paradigma da Responsabilidade Social Corporativa e Empresarial exige que as Empresas assumam significativos compromissos com os processos de produção e de consumo, bem como com as condições de trabalho e de vida dos seus colaboradores, parceiros e de grupos sociais. Neste complexo cenário, as novas Tecnologias de Comunicação e de Informação, bem como os ambientes e interfaces digitais e em rede, alteram a interação e a interatividade dos seres humanos com o mundo. A (re)construção do conhecimento se processa de modo veloz. Nesta dinâmica, as empresas têm investido, de forma significativa, na qualificação humana e profissional dos seus clientes internos e externos. Neste processo, a educação corporativa de qualidade, inclusive on-line, assume um importante papel, seja por atingir grandes públicos, seja por flexibilizar o estudo e reduzir custos. Neste cenário, torna-se fundamental refletirmos acerca da mediação pedagógica e do processo de aprendizagem e avaliação desta quando do ambiente de educação corporativa on-line. Deste modo, a integração em questão poderá ser de excelência e estratégica, propiciando o sucesso aos Negócios, e efetiva para a saúde, a qualidade de vida, o desenvolvimento humano e profissional e para o bem-estar de todos os seres que habitam a Terra. Palavras-chaves: Aprendizagem, educação corporativa, educação on- line, sustentabilidade 5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN 1984-9354

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EDUCAÇÃO CORPORATIVA ON-LINE E

SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL -

UMA INTEGRAÇÃO NECESSÁRIA

Jacks Williams Peixoto Bezerra (UFF)

[email protected]

A questão socioambiental, no que diz respeito aos grandes desafios e

problemas globais, já faz parte da Agenda Internacional. A sociedade

civil, desde os anos 60, tem se organizado e cobrado ações - dos

governantes, dos empresários e dos cidadãos - mais transparentes e

éticas no que concerne à existência e convivência humana no Planeta.

Neste processo, o paradigma da Responsabilidade Social Corporativa

e Empresarial exige que as Empresas assumam significativos

compromissos com os processos de produção e de consumo, bem como

com as condições de trabalho e de vida dos seus colaboradores,

parceiros e de grupos sociais. Neste complexo cenário, as novas

Tecnologias de Comunicação e de Informação, bem como os ambientes

e interfaces digitais e em rede, alteram a interação e a interatividade

dos seres humanos com o mundo. A (re)construção do conhecimento se

processa de modo veloz. Nesta dinâmica, as empresas têm investido, de

forma significativa, na qualificação humana e profissional dos seus

clientes internos e externos. Neste processo, a educação corporativa de

qualidade, inclusive on-line, assume um importante papel, seja por

atingir grandes públicos, seja por flexibilizar o estudo e reduzir custos.

Neste cenário, torna-se fundamental refletirmos acerca da mediação

pedagógica e do processo de aprendizagem e avaliação desta quando

do ambiente de educação corporativa on-line. Deste modo, a

integração em questão poderá ser de excelência e estratégica,

propiciando o sucesso aos Negócios, e efetiva para a saúde, a

qualidade de vida, o desenvolvimento humano e profissional e para o

bem-estar de todos os seres que habitam a Terra.

Palavras-chaves: Aprendizagem, educação corporativa, educação on-

line, sustentabilidade

5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN 1984-9354

VI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Energia, Inovação, Tecnologia e Complexidade para a Gestão Sustentável

Niterói, RJ, Brasil, 5, 6 e 7 de agosto de 2010

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1. INTRODUÇÃO

Este Artigo busca articular a integração da questão da sustentabilidade empresarial

com a questão da educação corporativa on-line. Para tanto, se apóia em dados da Pesquisa

Nacional “Práticas e Resultados da Educação Corporativa 2009”, realizada pela FEAUSP e

pela FIA - Fundação Instituto de Administração. Nesta dinâmica, ao ressaltarmos que muitos

dos nossos ambientes de trabalho são mediados por tecnologias de informação e comunicação

(TICs) digitais, afirmamos que há a necessidade de uma mediação pedagógica e de uma

avaliação de aprendizagem que realmente permitam o pleno desenvolvimento do saber nos

atuais cenários profissionais do País. Esta mediação, ao agenciar mais plenamente as TICs, a

interação e a interatividade, poderá melhor responder aos ambientes de inovação, de

competências, de comprometimento e de criatividade contemporâneos. Deste modo, a

integração da sustentabilidade com o conhecimento conseguirá ser de fato significativa e

relevante.

Neste sentido, pontuamos que o jornalista William Wack recebeu no programa

televisivo Globo News Painel, exibido em 29 de maio de 2010, os cientistas políticos Carlos

Melo, Lourdes Sola e Murilo de Aragão. A pauta do Programa focalizou a Política Nacional.

Carlos Melo afirmou, então, que os anos 80 tiveram como foco mandatório a Democratização.

Os anos 90 tiveram como exigência a Estabilização. Já os anos iniciais do novo século

focalizaram o Crescimento. Por fim, a partir de outubro de 2010, após o processo de eleição

presidencial, o Brasil vivenciará o imperativo do Desenvolvimento, inclusive Sustentável.

Por sua vez, Lemos (2010), ao focar a questão empresas e sustentabilidade, afirma que

a humanidade tem que enfrentar três grandes desafios: “garantir a disponibilidade de recursos

naturais para continuarmos a produzir os bens e serviços que a humanidade precisa em sua

vida diária”, bem como o de “não jogar sobre a Biosfera mais resíduos e poluição de que ela

pode assimilar” e o de “reduzir a pobreza no mundo”.

Neste processo, Alledi & Quelhas (2002), ao focalizarem a sustentabilidade das

organizações, assinalam que temas “como valores organizacionais; respeito à comunidade,

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aos consumidores, ao meio ambiente e ao trabalhador; discriminação racial e trabalho infantil,

entre outros, estão hoje cada vez mais integrados às boas práticas da excelência em gestão”.

Ao problematizarmos a integração da sustentabilidade empresarial com a educação on-

line, é importante ressaltarmos que Nunes (2009, p. 2), ao focalizar a educação a distância,

nos esclarece que a “principal inovação das últimas décadas na área da educação foi a criação,

a implantação e o aperfeiçoamento de uma nova geração de sistemas de EAD”, que “começou

a abrir possibilidades de se promover oportunidades educacionais para grandes contingentes

populacionais, não mais tão-somente de acordo com critérios quantitativos”, mas,

especialmente, “com base em noções de qualidade”.

Por sua vez, Faria (2002), ao estudar a interatividade e mediação pedagógica na

educação a distância, pontua que “o ambiente virtual permite desenvolver a comunicação

síncrona e assíncrona, enfatizando o diálogo, a escuta, a troca, estabelecendo o vínculo com o

aluno e o desenvolvimento da autonomia, do senso crítico e da criatividade.” Todavia, alerta

que “a multimídia, por si só, não representa a garantia do pleno aproveitamento desse

ambiente propiciador de uma aprendizagem colaborativa, autônoma e contextualizada”.

Neste sentido, “o desafio é entender a importância da adequada utilização das tecnologias de

informação e comunicação, acompanhada de uma nova visão paradigmática da educação,

como um procedimento dinâmico, interativo, coletivo, criativo e multimidiático”, que precisa

ser “permeada pela intenção pedagógica em toda e qualquer ação proposta”.

Nesta dinâmica, Santos (2002), ao dissertar sobre a formação de professores e

cibercultura, assinala que “as novas tecnologias digitais vêm estruturando novas relações

sócio-técnicas, entre as quais podemos destacar a produção e socialização interativa de

conhecimentos no ciberespaço, evento esse conhecido como cibercultura”. Todavia, também

“encontramos na cibercultura práticas curriculares tradicionais e fragmentadas do currículo

moderno, bem como o resgate tecnicista das práticas de educação a distância”. Deste modo,

assinala que não “basta apenas intervir na forma e no conteúdo dos materiais ou estratégias de

ensino" e que essa “constatação tão precisa é preocupante, pois o papel do professor vem se

mantendo no mesmo paradigma da transmissão ou da distribuição em massa”.

A partir dos pressupostos acima apresentados, passamos a aprofundar a nossa reflexão

acerca da integração da sustentabilidade empresarial com a educação corporativa on-line.

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2. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

As empresas são impactadas por 3 grandes desafios socioambientais: garantir a

disponibilidade de recursos naturais; respeitar os limites da biosfera quanto à assimilação de

resíduos e de poluição; reduzir a pobreza em escala mundial. Nesta dinâmica, as empresas

também são impactadas por 5 grandes problemas socioambientais: chuva ácida, destruição da

camada de ozônio, crise da água, poluentes orgânicos persistentes e mudanças climáticas.

As empresas também são impactadas por Tecnologias de Informação e Comunicação

(TICs) novas. O Conhecimento, rapidamente (re)construído, conquistou um relevante valor. A

aprendizagem e o desenvolvimento assumiram funções estratégicas para permanência,

atualização e expansão das empresas no Mercado Globalizado altamente competitivo.

Deste modo, empresas têm investido na educação corporativa, inclusive on-line. A

flexibilidade de estudo, bem como a possibilidade de se atingir grande número de

colaboradores e de se reduzir custos têm favorecido o investimento nesta educação.

A urgência socioambiental exige que grandes públicos tenham acesso a uma educação

de qualidade e transformadora. A Responsabilidade Social Corporativa e Empresarial solicita

que as empresas se comprometam com este diálogo ético. A educação on-line assume um lugar

privilegiado. Todavia, a intermediação pedagógica que se realiza precisa ser avaliada.

Afirmamos que a educação on-line exige metodologia própria que agencie, de forma efetiva,

interações, interatividades, aprendizagem e usos que os seres humanos fazem das TICs novas.

3. OBJETIVOS DA PESQUISA

Refletir acerca da integração da sustentabilidade empresarial com a educação

corporativa on-line e refletir sobre a necessidade de uma mediação pedagógica – no que diz

respeito às tecnologias de informação e de comunicação, bem como aos ambientes e

interfaces digitais e em rede – que responda de forma significativa às condições e demandas

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de desenvolvimento e de aprendizagem dos ambientes corporativos e empresariais

contemporâneos.

4. ASPECTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa bibliográfica foi o Método utilizado para a pesquisa e elaboração deste

Artigo. Por sua vez, as fontes foram os registros constantes em livros e periódicos impressos e

eletrônicos, bem como de programas televisivos.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

5.1. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Para refletirmos sobre o tema Sustentabilidade Empresarial é necessário focalizarmos,

antes, a própria questão ambiental e o conceito de Desenvolvimento Sustentável.

Deste modo, Lemos (2006, p. 7) nos diz que em 1968 houve a criação do Clube de

Roma. Neste, cientistas de vários países tiveram a incumbência de estudar e de propor

soluções para os problemas decorrentes da crescente pressão que a explosão demográfica já

exercia sobre o equilíbrio dos ecossistemas do Planeta, bem como sobre os recursos não

renováveis.

LEMOS (2006, p. 7) assinala que o Clube de Roma apresentou em 1971 o Relatório

“Os Limites do Crescimento”. Este afirmou que se continuassem “as mesmas taxas de

crescimento demográfico, de industrialização e de utilização de recursos naturais, inevitáveis

efeitos catastróficos ocorreriam em meados do próximo século”: fome, escassez de recursos,

poluição e mortandade. O Clube defendeu a imediata política mundial de Crescimento Zero.

A ONU organizou, em Estocolmo, 1972, a 1ª Conferência Internacional para o Meio

Ambiente Humano. No Painel de Founeax, 1971, enfatizou-se que meio ambiente era um

problema relacionado não só com aspectos biofísicos, mas também com os socioeconômicos.

Surgiu o termo ecodesenvolvimento: “desenvolvimento baseado na potencialidade de cada

ecossistema, levando em conta a participação das populações locais, a redução dos

desperdícios de qualquer ordem e a reciclagem dos resíduos”. (Lemos, 2006, p. 9).

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LEMOS (2006, p. 9) nos diz que em Estocolmo os países em desenvolvimento

recusaram a tese do Crescimento Zero. A Primeira Ministra da Índia, Indira Gandhi, proferiu

que “o pior tipo de poluição é a pobreza e a falta de condições mínimas de alimentação, de

saneamento e educação”. A Declaração da Conferência afirma que “nos países em

desenvolvimento, os problemas ambientais são causados, na maioria, pelo

subdesenvolvimento”. A ONU criou, então, o PNUMA - Programa das Nações Unidas para o

Meio Ambiente.

O Clube de Roma lançou, em 1973, o Relatório “Momento de Decisão”. Este priorizou

a questão da energia. Os resultados apresentados foram: grande declínio da população

mundial, a partir de 2025, por causa de crises de alimentação mundial. Conforme Lemos

(2006, p. 10-11) o Clube propôs, então, “a elaboração de uma estratégia cooperativa para

todos os países, orientada por um plano global, que chamaram de “Crescimento Orgânico””.

O Clube de Roma apresentou, em 1976, o Relatório “Para uma Nova Ordem

Internacional”. Lemos (2006, p. 11-12) diz que o Clube mostrou que a relação média de renda

dos países desenvolvidos em relação aos subdesenvolvidos era de 13/1 e afirmou que antes de

serem atingidos os limites físicos do nosso Planeta ocorreriam grandes convulsões sociais,

econômicas e políticas. Propôs: facilidades para o comércio de matérias-primas,

transferências de capital e tecnologia, produtividade agrícola, medidas assistenciais etc.

Em 1981 a União Internacional para a Conservação da Natureza e o Fundo Mundial

para a Vida Selvagem, com o apoio do PNUMA, lançaram a Estratégia Mundial para a

Conservação. Lemos (2006, p. 14) nos diz que a proposta visou harmonizar o

desenvolvimento socioeconômico com a conservação do meio ambiente. Lançaram o conceito

de desenvolvimento sustentado, que se alinhou ao conceito de ecodesenvolvimento.

LEMOS (2006, p. 16) nos diz que as Nações Unidas, em 1983, criaram a Comissão

Mundial Independente sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - presidida pela Sra. Gro

Harlem Brundtland. A Comissão analisou: crescimento populacional, crise urbana, pobreza,

níveis de consumo, acesso à água etc. O Relatório Final, Nosso Futuro Comum (1987),

apresenta o conceito de desenvolvimento sustentável: “aquele que atende às necessidades do

presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias

necessidades”.

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Em 1992, no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente

e Desenvolvimento discutiu as conclusões e propostas do Relatório Brundtland. Aprovou-se:

Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Declaração sobre

Florestas, Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica e Convenção Quadro

das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Apresentou a Agenda 21 etc.

Ressaltamos que a Declaração do Rio, aprovada em 1992, reafirma a Declaração

adotada em Estocolmo (1972), e afirma no seu Princípio 4º que: “Para alcançar o

desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo de

desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste”.

Em 2002, em Joanesburgo, houve a Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável.

Nesta, foi endossada a integração dos três componentes do desenvolvimento sustentável:

crescimento econômico, desenvolvimento social e proteção ao meio ambiente.

Neste contexto, Lemos (2010, p. 1) nos diz que a partir dos anos 80 as indústrias

passaram a investir na modificação dos seus processos de produção, dando ênfase à

minimização da geração de resíduos e sua reutilização ou reciclagem. Isto foi possível,

inclusive, pelo Programa de Produção Mais Limpa, lançado pelo PNUMA em 1989.

LEMOS (2010, p. 1) nos fala que nos anos 90 as indústrias passaram a adotar códigos

de conduta, como a Série de Normas Internacionais ISO 14000, para sistemas de gestão

ambiental. Fase das melhorias nos processos de produção.

Nesta dinâmica, as indústrias passaram a se preocupar com as melhorias no projeto e

no desenvolvimento de produtos. Lemos (2010, p. 2) nos diz que isto ocorreu mediante a

aprovação das “Normas da Série ISO sobre Rotulagem Ambiental, Avaliação de Ciclo de

Vida e Introdução de Aspectos Ambientais no Projeto de Produtos – Ecodesign”.

Lemos (2010, p. 2) nos aponta que a partir dos anos 90, as empresas passaram a ser

cobradas quanto a assumirem um papel mais amplo na sociedade e que isto refletiu a

necessidade de desenvolverem benefícios para as comunidades - onde estão instaladas e de

onde recebem trabalhadores e recursos. Fase da Responsabilidade Socioambiental.

LEMOS (2010, p. 2), ao citar Young (2005), nos diz que “os resultados que foram

alcançados pelas empresas que optaram pelo caminho da sustentabilidade”, são: os benefícios

tangíveis, como: “redução de custos, melhoria de produtividade, crescimento de receitas,

acesso a mercados e capitais e melhoria no processo ambiental”. Os benefícios intangíveis,

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como: “valorização da imagem institucional, maior lealdade do consumidor, maior

capacidade de atrair e manter talentos, capacidade de adaptação e diminuição de conflitos”.

LEMOS (2010, p. 2-3) nos aponta um 4º desafio empresarial: a economia de baixo

teor de carbono. Assim, a ABNT NBR ISO 14064, Partes 1, 2 e 3, e a 14065, que versam

sobre Gases de Efeito Estufa, já trabalham a questão. Por sua vez, o Comitê Técnico 207 da

ISO desenvolve a Norma Internacional ISO 14067 sobre Pegada de Carbono.

Por fim, Lemos (2010, p. 3) afirma que “num mundo submetido a um rápido e

profundo processo de mudanças e à crescente interdependência entre os países, a educação

adquire a responsabilidade fundamental de contribuir efetivamente para o desenvolvimento de

um espírito de solidariedade”, bem como de “cooperação e tolerância, ingredientes

necessários para a construção de uma sociedade mais democrática, ambientalmente

sustentável e socialmente mais justa”.

5.2. EDUCAÇÃO ON-LINE

PRETTO (2005, p. 195-196), ao pesquisar as Tecnologias da Informação e

Comunicação (TICs) digitais, assinala que o computador usado somente “como extensão ou

prolongamento das mãos dos professores e estudantes, para copiar ou transferir informações,

mesmo que de forma mixada, com uma mistura de linguagens e mídias”, é uma ferramenta.

Todavia, afirma que o computador e suas interfaces digitais são “máquinas estruturantes de

novas formas de pensar, sentir e agir na contemporaneidade”.

PRETTO (2005, p. 197), diz que o “ciberespaço surge, não só por conta da

digitalização, evolução da informática e suas interfaces, próprias dos computadores

individuais, mas da interconexão mundial entre TICs digitais conhecida como internet”.

Assim, o “ciberespaço é muito mais que um meio de comunicação ou mídia”, pois “reúne,

integra e redimensiona uma infinidade de mídias em convergência” e “uma pluralidade de

interfaces que permitem comunicações síncronas e assíncronas”, tais como chats, listas,

fóruns, blogs etc.

PRETTO (2005, p. 200) assinala que a “evolução das interfaces interativas e dos

conteúdos hipertextuais nos ambientes virtuais de aprendizagem vêm potencializando

processos significativos de aprendizagem”. Com isto, o aprendiz poderá se comunicar

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através das interatividades um-um e um-todos, “comuns das mediações estruturadas por

suportes como os impressos, vídeo, rádio e teve”, e, principalmente, todos-todos – própria do

ciberespaço.

PRETTO (2005, p. 200), alerta que “muitas práticas de educação on-line ainda se

fundamentam na modalidade da comunicação de massa, no qual um pólo emissor distribui

mensagens, muitas vezes em formatos lineares, com pouca ou quase nenhuma

interatividade”. Com isto, “as TICs digitais são subutilizadas pelos docentes e discentes

desatentos às suas potencialidades”. Os conteúdos são “estáticos, como se ainda estivessem

no suporte material, atômico. Não podem ser modificados pelos aprendizes no processo de

ensino-aprendizagem”.

Neste sentido, Pretto (2005, p. 201), assinala que os “processos de aprendizagem on-

line, muitas vezes, se limitam à prestação de contas e exercícios previamente distribuídos em

formatos de múltipla escolha ou em atividades pontuais e individuais”, ainda que

“aparentemente simpáticas pela utilização pirotécnica de sons, imagens, gráficos” etc. Alerta

que a “educação on-line não é sinônimo de educação a distância”, pois a primeira “é uma

modalidade de educação que pode ser vivenciada e exercitada para potencializar situações de

aprendizagem mediadas por encontros presenciais, totalmente a distância ou híbridos”.

PRETTO (2005, p. 201), pontua que o que “caracteriza a educação a distância é,

principalmente, a separação física entre os sujeitos aprendentes e/ou formadores e os seus

dispositivos e narrativas de formação, a exemplo dos conteúdos, tecnologias, objetos de

aprendizagem”, além do “próprio universo cultural e comunicacional dos sujeitos”. Por sua

vez, na educação on-line, evento da cibercultura, “os sujeitos podem até encontrar-se

geograficamente dispersos”. Todavia, “estão em potência, juntos e próximos,

compartilhando informações, conhecimentos, seus dispositivos e narrativas de formação”.

Nesta dinâmica, Silva & Santos (2009, p. 125), ao dissertarem sobre os conteúdos de

aprendizagem on-line, afirmam que fazer educação on-line exige “metodologia própria que

pode, inclusive, inspirar mudanças profundas na chamada “pedagogia da transmissão”, que

prevalece particularmente na sala de aula presencial”. Pontuam, então, que “a sala de aula

on-line está inserida na perspectiva da interatividade entendida como colaboração todos-

todos e como faça-você-mesmo operativo”. Assim, esta sala corrobora com a “educação

autêntica, baseada na dialógica, na colaboração, na participação e no compartilhamento”.

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Por sua vez, Primo (2007, p. 56), ao pesquisar a interação mediada por computador,

pontua, a partir de uma orientação sistêmico-relacional, que “interação é “ação entre” e

comunicação é “ação compartilhada” e que os participantes da interação são os interagentes.

Deste modo, interação mútua “é aquela caracterizada por relações interdependentes e

processos de negociação, em que cada interagente participa da construção inventiva e

cooperada do relacionamento, afetando-se mutuamente”. Por sua vez, “a interação reativa é

limitada por relações determinísticas de estímulo e resposta”.

PRIMO (2007, p. 100) ressalta que “o estudo das interações mediadas por

computador deve partir de uma investigação das relações mantidas e não dos participantes

em separado, ou seja, é preciso observar o que se passa entre os interagentes”. Pontua, ainda,

que uma “interação mútua não pode ser vista como uma soma de ações individuais”.

PRIMO (2007, p. 149-150) também nos esclarece que enquanto “as interações

mútuas se desenvolvem em virtude da negociação relacional durante o processo, as

interações reativas dependem da previsibilidade e da automatização nas trocas”. Deste modo,

se “um ato foge daquilo que era esperado previamente, ele pode ser ignorado e recusado no

processo ou até mesmo acabar com a situação interativa”. Assim, uma “interação reativa

pode repetir-se infinitamente numa mesma troca: sempre os mesmos outputs para os mesmos

inputs”.

SILVA (2006, p. 10-11), ao pesquisar a interatividade, pontua que a “emergência da

interatividade é um fenômeno da “sociedade da informação” e manifesta-se nas esferas

tecnológica, mercadológica e social”. Isto teria emergido “imbricado em transformações que

se dão na esfera social, onde se pode observar não mais a pregnância da passividade da

recepção diante da emissão do produto acabado, mas uma crescente autonomia de busca”,

ou seja, “cada indivíduo faz por si mesmo”, num ambiente polifônico e polissêmico, no

“processo em curso de reconfiguração das comunicações humanas em toda a sua amplitude”.

Neste processo, Faria (2002, p. 118), ao pesquisar a interatividade e mediação

pedagógica na educação a distância, esclarece, a partir de uma abordagem

sociointeracionista e de Vygostky (2000a), que “a mediação do processo de construção do

conhecimento dos alunos distantes deve levar em consideração a zona de desenvolvimento

proximal”, ou seja, “a distância entre o conhecimento real (em que o aluno pode realizar com

autonomia sobre um desenvolvimento já consolidado) e o nível do conhecimento potencial

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(no qual o aluno realiza atividades com o auxílio de outros), justificando-se, então, a função

da mediação”.

FARIA (2002, p. 121-123) expõe que “redimensionar a metodologia, usualmente

oferecida”, constitui-se “na possibilidade de criação de espaços virtuais, para a construção do

conhecimento, e na inserção no universo mundial da informação”. Afirma que “para que os

cursos virtuais possam ser mais interativos e ajustados às necessidades dos alunos, não

devem estar centrados nos materiais didáticos e sim na interação entre professores e alunos”.

Assim, a “qualidade e a maneira de utilizar o correio eletrônico, o chat, o fórum, a

videoconferência e os demais suportes tecnológicos podem ser um grande auxiliar no

desenvolvimento da educação a distância, mediatizando pedagogicamente a aprendizagem”,

ou seja, utilizar a tecnologia numa perspectiva dinâmica, criativa, inter-relacionada e não-

linear.

Faria (2002, p. 125-126), endossa que a “mediação é um processo de argumentação

construída socioindividualmente, intermediada pela linguagem e pela comunicação, que leva

à meta-cognição num diálogo intra e interpessoal”. Ao citar Primo (2001), afirma que

“preparar o professor para atuar como mediador nesta extraordinária capacidade virtual de

mediação dialógica”, bem como diante de um novo currículo – não-linear, interativo e

dialógico –, segundo a “teoria do conhecimento como rede”, quando o conhecimento se

processa a partir de uma trama de conflitos”, tanto sociocognitivos quanto socioafetivos, é o

desafio atual. Deste modo, “criar e gerenciar esse ambiente de aprendizagem virtual é muito

importante para estabelecer essas relações/interações participativas”.

6. REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS

Há muito que a questão ambiental deixou de ser apenas mais uma variável que

interferia no cotidiano de poucos sujeitos e de algumas empresas. Esta Questão passou a

integrar a pauta de organizações não-governamentais, provocando, inclusive, a criação de

organizações ambientalistas pelo mundo, desde o lançamento, em 1962, do livro Primavera

Silenciosa, de Rachel Carson. Esta denunciou o desaparecimento de pássaros, nos campos dos

Estados Unidos da América, por decorrência do uso de pesticidas, como o DDT, na

agricultura.

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Antes mesmo do livro em questão, graves acidentes provocaram o questionamento

acerca de como a sociedade humana estava se relacionando com o Planeta e fazendo uso do

mesmo. Deste modo, alguns eventos foram paradigmáticos: desastre ocorrido no Vale do

Meuse, na Bélgica, em 1930, quando 60 pessoas morreram e outras 6.000 tiveram a saúde

afetada por causa da emissão de dióxido de enxofre de fábricas de aço e zinco locais. A morte

de 4.000 pessoas, com mais de outras 20.000 afetadas, em Londres, Inglaterra, em 1952, por

causa da queima de carvão (para o aquecimento das casas), das indústrias e dos veículos

movidos a derivados de petróleo - associados a uma inversão térmica. O caso da Baía de

Minamata, Japão, a partir de 1956, quando pessoas começaram a apresentar distúrbios

neurológicos por causa do despejo de efluentes industriais com metil-mercúrio, sem

tratamento, que se concentrou na cadeia alimentar local, provocando a morte de 50 pessoas e

sérios impactos em mais 500, fato que provocou uma indenização de mais 60 milhões de

dólares.

Mais recentemente, tivemos o acidente de Bhopal, Índia, em 1984, quando uma nuvem

tóxica de isocianato de metila – do complexo industrial da Union Carbide – provocou a morte

de milhares de pessoas. Hoje, estamos acompanhando o grave acidente ocasionado pelo

vazamento de petróleo, de uma plataforma da British Petroleum, no Golfo do México.

Historicamente, o próprio reflorestamento da Floresta da Tijuca, Rio de Janeiro/Brasil,

ocorrido entre os anos de 1861 e 1874, região que estava degradada por causa das plantações

de café que foram introduzidas a partir de 1760, o que provocara a escassez da água que

abastecia a Cidade naquela ocasião, aponta que a questão ambiental já é antiga entre nós.

Por isto tudo é que podemos corroborar que a questão ambiental hoje é percebida e

defendida como uma questão socioambiental que cada vez mais incide sobre a realidade das

empresas. Vale ressaltar que o INMETRO (2010) nos informa que a futura ISO 26000,

Norma Internacional de Responsabilidade Social, prevista para ser concluída ainda neste ano

de 2010, abordará como temas centrais a governança organizacional, os direitos humanos, as

práticas de trabalho, o meio ambiente, as práticas leais e justas de operação, as questões do

consumidor e o envolvimento e desenvolvimento da comunidade.

Neste sentido, o INMETRO (2010) ainda nos informa que as organizações que

quiserem exercer um comportamento socialmente responsável, deverão: “ser responsáveis

pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente; contribuir com

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o desenvolvimento sustentável, a saúde e bem estar da sociedade; considerar as expectativas

dos seus stakeholders”, além de “ter um comportamento ético e transparente” e de “estar de

acordo com as normas internacionais de comportamento”.

As questões da ISO 26000 são sinalizadas a partir do Clube de Roma e na Conferência

de Estocolmo (1972), quando é afirmado que “nos países em desenvolvimento, os problemas

ambientais são causados, na maioria, pelo subdesenvolvimento”. A Declaração do Rio (1992)

ratifica ao afirmar que “para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental

constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada

isoladamente deste”. A Cúpula Mundial (2002), em Joanesburgo, confirma ao integrar os

componentes crescimento econômico, desenvolvimento social e proteção ao meio ambiente.

Assim, nos reportamos aos 3º e 4º desafios de Lemos (2006). Afirmamos, então, que

os desafios só poderão ser melhor agenciados e em larga escala, como a urgência da questão

socioambiental exige, se as empresas – alta direção e colaboradores - realmente assumirem a

responsabilidade corporativa e empresarial e se responsabilizarem pelo fato da educação

contribuir “efetivamente para o desenvolvimento de um espírito de solidariedade”, além de

“cooperação e tolerância”, o que possibilitará “a construção de uma sociedade mais

democrática, ambientalmente sustentável e socialmente mais justa”.

Nesta dinâmica, a educação on-line assume funções primordiais! Acreditamos que a

efetividade desta poderá criar conhecimentos significativos, bem como disseminá-los e

integrá-los por todo o ambiente profissional, incorporando, inclusive, novas tecnologias e

inovações, além de corrigir desvios organizacionais. Todavia, pontuamos que a educação em

questão deve ser, de fato, bem implantada, implementada e mediada pedagogicamente para

que todo o investimento orçamentário, de tempo e de esforço coletivo não seja perdido.

Ressaltamos, então, a Pesquisa Nacional “Práticas e Resultados da Educação

Corporativa 2009”, realizada pela FEAUSP e pela FIA. Esta obteve um retorno de 54

empresas, num universo de mais de 800 que receberam o questionário eletrônico, e avaliou 18

Temas. Das empresas que responderam ao questionário, 7 atuam no Setor de Infra Estrutura,

19 de Indústria, 18 de Serviços, 4 de Comércio Varejista e 6 no Financeiro. Com relação à

origem do capital, 67% são de capital nacional, 26% estrangeiro e 7% misto. Ainda: 81% são

privadas, 13% públicas e 6% mistas.

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No que diz respeito ao tema Alinhamento Estratégico e Inserção na Cultura, Reforço

do Conceito de Educação Corporativa, em uma escala de 1 a 5, as Ações Educativas são:

associadas para atingir objetivos estratégicos (4.6), direcionadas para obter vantagem

competitiva (4.5), partem do mapeamento das competências (4.2), obedecem aos ciclos de

planejamento estratégico (3.8), ferramentas de disseminação da cultura (4.5) e refletem

princípios e valores vigentes (4.4).

Pertinentes ainda ao tema Alinhamento Estratégico e Inserção na Cultura, Orientação

para a Gestão, em uma escala de 1 a 5, as Ações Educativas são direcionadas: para a melhoria

da qualidade de processos (4.3), para a melhoria da qualidade da gestão (4.4), para o

desenvolvimento da inovação na organização (3.9) e para o desenvolvimento do

empreendedorismo na organização (3.3).

Nestes aspectos, indagamos se e como os Princípios da Conferência de Estocolmo

(1972), da Declaração do Rio (1992) e da Cúpula Mundial (Joanesburgo - 2002) estão sendo

introduzidos e trabalhados quando do Tema Alinhamento Estratégico das empresas. Deste

modo, é importante refletirmos se a sustentabilidade, ao também integrar os custos e os

impactos negativos socioambientais, está sendo problematizada ou não quando das práticas da

Educação Corporativa, inclusive quanto ao Alinhamento Estratégico.

Ressaltamos, também, a importância de sabermos se os Princípios da Carta da Terra,

que começou a ser elaborada após a Conferência do Rio (1992), através do Conselho da Terra

e da Cruz Verde Internacional, tendo a sua redação final sido concluída em março de 2000,

também estão sendo agenciados nos processos de educação corporativa do Brasil e de que

modo. O Documento ressalta a necessidade de desenvolvermos o estudo da sustentabilidade

ecológica, bem como da integração, na educação escolar e na formação permanente, dos

conhecimentos, dos valores e da capacidade necessária para um modo de vida sustentável.

De igual modo, também é mister que saibamos se o disposto na Agenda Nacional de

Trabalho Decente, do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, está sendo integrado às

práticas e aos saberes e temas da educação corporativa. Para a Organização Internacional do

Trabalho - OIT, a noção de trabalho decente se apóia no respeito às normas internacionais, na

promoção do emprego de qualidade, na extensão da proteção social e no diálogo social. Deste

modo, o Trabalho Decente é a condição para: a superação da pobreza, a redução das

desigualdades, a governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.

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A Pesquisa (2009), quando do tema Programas Educacionais, Critérios para Escolha

dos Provedores de Programas Educacionais, numa escala de 1 a 5, expõe: custo (3.67),

qualidade (4.74), cumprimento dos prazos (4.15), confiabilidade/relacionamento (4.5),

profundidade do conteúdo (4.43), alinhamento com valores e estratégia (4.41), possibilidade

de customização (4.3), reconhecimento do mercado (4.0) e limitação de recursos e estrutura

(3.52).

Nestes aspectos, retomamos a importante questão da mediação pedagógica e da

aprendizagem. Neste cenário, como as variáveis qualidade e profundidade do conteúdo estão

sendo construídas, analisadas e avaliadas e a partir de quais referenciais? Já conferimos a

crítica de Pretto (2005) sobre algumas práticas de educação on-line que se fundamentam,

ainda, na modalidade da educação de massa, com conteúdos estáticos, com pouca

interatividade e com processos que se limitam às atividades pontuais e individuais.

Neste sentido, afirmamos que os provedores de programas educacionais, bem como as

próprias instâncias internas da educação corporativa, não devem enfatizar e privilegiar,

apenas, atividades individuais que sejam avaliadas somente a partir dos raciocínios lógico-

matemático e lógico-argumentativo. Não é apenas este processo que por si só garantirá a

aprendizagem ou não – mesmo porque esta dinâmica pode favorecer a clássica reprodução de

um conhecimento já cristalizado, bem como o plágio, a baixa participação e a evasão. A

produção da escrita, no caso, precisa ser elaborada e dinamizada ao longo de todo o processo

de aprendizagem, através, inclusive, de Portfólios que possam agregar as produções autorais

por completo. A qualidade dos Textos compartilhados e, às vezes, co-construídos de forma

criativa e original, nos diferentes espaços e interfaces da rede, nos mais diversos formatos e

conteúdo, nos mais distintos tempos, é o que deve ser analisada, avaliada e valorizada, em

todo o seu conjunto, bem como socializada com cada autor ou co-autor.

Ressaltamos, também, que os educadores e avaliadores do processo de aprendizagem

mediado pela educação on-line também precisam ser preparados e capacitados para o diálogo

crítico e reflexivo a partir de Textos apresentados através de imagens, de ícones, de gráficos,

de sistemas simbólicos, de sínteses, de oralidades, de gestos e de outras representações.

Deste modo, ao lembrarmos de Nonaka (2000, p. 30), o “elemento central da

abordagem japonesa é o reconhecimento de que a criação de novos conhecimentos não é uma

simples questão de “processamento” de informações objetivas. Ao contrário, depende do

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aproveitamento dos insights, das intuições”, bem como “dos palpites tácitos e muitas vezes

altamente subjetivos dos diferentes empregados, de modo a converter essas contribuições em

algo sujeito a testes e possibilitar seu uso em toda a organização”.

A Pesquisa (2009), no que diz respeito ao tema Práticas de Educação a Distância,

Composição dos Programas Educacionais, informa: 70% presenciais, 17% a distância e 13%

mistos. Com relação as 10 Tecnologias mais Utilizadas em EAD, temos por freqüência:

internet (37), intranet/portal corporativo (41), fórum de discussão (24), vídeo-conferência

(24), cd-rom (20), dvd (24), correio eletrônico (21), chat (23), biblioteca (23) e mídia

impressa (21).

Neste sentido, lembramos o ensinamento de Preto (2005, p. 201) de que educação on-

line não é sinônimo de educação a distância. No que diz respeito à educação corporativa,

defendemos a condição de que as empresas, corporações e instituições, sempre que possível,

por questões logísticas e orçamentárias, possibilitem encontros presenciais para que os

aprendizes apresentem aos pares as sínteses dos seus trabalhos e pesquisas individuais ou em

equipe, os quais foram construídos através de colaboração e cooperação on-line.

Os momentos presenciais precisam oferecer espaços e tempos para que os referenciais

teóricos, científicos, artísticos e/ou sociais, trabalhados ao longo do curso, possam ser

retomados pelo professor-tutor e pelos participantes. A síntese das produções e criações

precisa privilegiar a conexão e a integração dos temas trabalhados com a realidade

profissional e sociocultural da empresa e dos seus colaboradores e parceiros. O Modelo de

Seminários ou de cases são bons exemplos para a dinâmica. Ressaltamos a importância de

que, ao longo deste processo educativo e de aprendizagem, tecnologias de som e de imagem

também sejam oferecidas aos participantes, de forma inclusive síncrona, para que a expressão

escrita não seja a única forma de comunicação e diálogo entre os interagentes.

Reportamo-nos, ainda, as 10 tecnologias mais utilizadas – conforme a Pesquisa

(2009). Ressaltamos, então, que o educador corporativo, especialmente o que agencia a

educação on-line, precisa ser capacitado quanto ao uso e à reflexão crítica e pedagógica

acerca destas tecnologias e de outras que existem. Não podemos permitir que as tecnologias

em questão sejam percebidas e mediadas apenas como ferramentas. O pensamento e a

aprendizagem em rede e hipertextual, então, não seria valorizado, trabalhado e potencializado.

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Ainda quanto ao tema Práticas de Educação a Distância, Motivos para a Utilização de

EAD, temos numa escala de 1 a 5: redução de custos (3.89), ampliação da base geográfica

(4.31), ganho de escala (4.37), aumento da flexibilidade (4.31), redução aplicação no horário

de trabalho (2.28), possibilitar acesso antes inexistente (3.74), melhorar desempenho dos

participantes (4.28), melhorar imagem interna (3.24) e melhorar imagem externa (2.80).

Neste aspecto, chamamos a atenção do risco de se confundir redução de custos e

ganho de escala com a pedagogia da transmissão, conforme Silva & Santos (2009, p. 125).

Assim, a educação on-line exige metodologia própria. Deste modo, a interatividade precisa

ser através da lógica qualitativa da interação todos-todos e não somente um-um ou um-todos.

Neste sentido, os provedores de programas educacionais e, de igual modo, as instâncias

internas da educação corporativa, não devem promover turmas com demasiado número de

participantes inscritos em cada uma, uma vez que isto poderá impossibilitar a efetiva

mediação pedagógica. Caso contrário, a qualidade da aprendizagem individual e coletiva

poderá ser de fato comprometida – o que prejudicará a (re)construção do conhecimento e

expertise.

Por fim, o tema Práticas de Educação a Distância, Públicos Internos Atendidos,

apresenta como freqüência: administrativo (42), operacional (38), executivo (33), força de

vendas (25), trainees e/ou estagiários (28), terceiros (14) e outros (3). No que diz respeito a

Públicos Externos Atendidos, temos: nenhum (30), fornecedores (7), distribuidores (3),

clientes (9), parceiros (9), governo e agências públicas (1), comunidade (7) e outros (1).

Neste tópico, apenas constatamos, no contexto da responsabilidade social corporativa

e empresarial, a questão do alto número de empresas que indicou nenhum no quesito público

externo atendido pela educação a distância. Constatamos, então, o desafio que ainda

precisarmos vivenciar quanto a isto.

Ao nos determos no tema Mensuração e Avaliação dos Resultados, Impactos da

Educação Corporativa na Sustentabilidade, numa escala de 1 a 5, temos: resultados

econômicos (3.56), resultados sociais (3.5) e resultados ambientais (3.02).

Neste aspecto, como um exercício de reflexão paradigmática, devemos pensar acerca

da necessidade e da real dificuldade de conquistarmos, no que diz respeito à Civilização, a

condição de resultados socioeconômicos e ambientais ou socioambientais e econômicos ou

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mesmo econômico-ambientais e sociais, ou seja, integrarmos estas três instâncias de modo

que não haja mais nenhum sentido a fragmentação deste todo.

A Pesquisa (2009) assinala como desafios para a Educação Corporativa: acesso

irrestrito a todos os públicos internos e externos, conscientização e participação das lideranças

em todo o processo, valorização da meritocracia como elemento crítico no desenvolvimento

das pessoas, integração entre ações da educação corporativa e das demais áreas da empresa,

superar as barreiras culturais (internas e externas) para consolidação da educação corporativa,

apropriada mensuração e avaliação dos resultados obtidos, consolidação das práticas

existentes no mercado e a educação corporativa como elemento indutor da sustentabilidade na

empresa.

Lembramos, então, de Primo (2007, p. 56) e da questão da interação como ação entre,

particularmente no que diz respeito à interação mútua. Assim, a educação corporativa on-line

poderá valorizar a meritocracia, como elemento crítico no desenvolvimento das pessoas, caso

construa relações interdependentes que favoreçam a negociação e a cooperação, além da

própria colaboração. Por isto, também, que a quantidade de participantes inscritos em uma

turma corporativa, bem como o processo dos encontros síncronos on-line, além dos

específicos encontros presenciais e condições de Avaliação, incluindo o tempo cronológico do

curso, não podem se descuidar da qualidade da aprendizagem, do seu processo, bem como da

própria mediação pedagógica agenciada.

A superação das barreiras culturais, tanto internas quanto externas, também será

conquistada a partir das interações mútuas mantidas entre os interagentes, conforme pontua

Primo (2007, p. 100). Evidentemente, todo um aparato da tecnologia da informação e da

comunicação, incluindo ambientes que realmente favoreçam o encontro lúdico, dialógico e de

aprendizagem, como o ofertado pelo Moodle, por exemplo, também precisa ser

disponibilizado, incluindo a real existência de um ágil suporte técnico aos participantes. Não

podemos deixar de ressaltar que a possibilidade de acesso ao ambiente virtual de

aprendizagem fora do ambiente físico e horário do expediente contratual do colaborador

permite, sobremaneira, potencializar e qualificar a educação corporativa on-line. Condições

de aprendizagem circunscritas apenas ao espaço e ao expediente oficial de trabalho não

favorecem o aproveitamento máximo e qualitativo da aprendizagem em rede.

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A própria questão da apropriada mensuração e avaliação dos resultados obtidos

precisará levar em conta, bem como agenciar de forma efetiva, a interatividade explicada por

Silva (2006, p.10-11). Deste modo, a mensuração e a avaliação do processo educativo

corporativo on-line precisarão mediar o paradigma da sociedade da informação. Ressaltamos

que também existem os paradigmas da sociedade do conhecimento e o da sociedade da

aprendizagem. Assim, o interagente que estiver ocupando o lugar de professor ou tutor, ou de

professor-tutor, deverá integrar, em sua postura e prática profissional cotidiana, a crescente

“autonomia de busca” reconfigurada pelas atuais condições de comunicação e relação

humana. Precisará ser e agir de forma horizontal em suas interações e interatividades.

A Pesquisa (2009) ainda ressalta que o uso contínuo de tecnologia e sistemas de

informação e parcerias com outras empresas, formando universidades setoriais, são tendências

em Educação Corporativa, bem como que há grande potencial de crescimento das práticas de

educação a distância.

Acreditamos, sim, que há grande potencial de expansão da educação a distância,

especialmente a on-line, inclusive no cenário corporativo e empresarial. Todavia, a partir de

Faria (2002, p. 125-126), este espaço só poderá ser efetivamente conquistado e mediado se

não nos esquecermos que a mediação é um processo de argumentação, o qual é construído

socioindividualmente. Neste sentido, por mais que a aprendizagem em rede seja também

hipertextual e agenciada através do processo todos-todos, a atenção e o cuidado com a

particular subjetividade e com o particular uso que se faz das tecnologias da informação e da

comunicação, pelo interagente, precisam ser constantes. Os processos de linguagem assumem,

então, uma dimensão ainda mais relevante e inovadora. Com certeza, criar e gerenciar o

ambiente de aprendizagem virtual exige clareza, lucidez, técnica, conhecimento e ousadia dos

que estão comprometidos com o processo de aprendizagem on-line. Nesta dinâmica, a

Didática praticada precisa observar e mediar, com efetividade, a Educação no cenário do

conhecimento e da aprendizagem em rede – sempre guiada por princípios éticos e por

objetivos de desenvolvimento humano e de sua proteção.

7. CONCLUSÃO

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O jornalista André Trigueiro recebeu no Globo News Especial, de 23 de dezembro de

2009, Luiz Pinguelli Rosa – Secretário Geral do Fórum Brasileiro para Mudanças Climáticas,

Sérgio Besserman – economista e Marcelo Prado – do Greenpeace Brasil. Dialogaram acerca

da Conferência do Clima (COP 15) - realizada em Copenhague em dezembro de 2009.

No Programa, o economista Sérgio Besserman pontuou – ao ser considerado que a

Conferência havia sido um fracasso, inclusive pela ausência de uma declaração política final

mais incisiva – que o item Mudanças Climáticas não é algo isolado. Ao contrário, é o item

central da Agenda da macroeconomia global, da geopolítica global e do futuro tecnológico do

modo de produzir e de consumir. Neste sentido, também assinalou que o Mundo pode se

encaminhar para um acordo ou para fragmentações. Ao ratificar que o tema das Mudanças

Climáticas é o mais importante tema da vida econômica, social e política da Civilização, neste

início de século, afirmou a necessidade de mais presença das lideranças e de maior

oportunidade de participação democrática dos diversos atores interessados. Neste processo,

afirmou que a economia de baixo teor de carbono é uma inevitabilidade e que o modelo de

sociedade sedimentado na produção e consumo de combustíveis fósseis está chegando ao fim.

Neste sentido, confirmamos a nossa posição de que os aspectos ressaltados acima

precisam, cada vez mais, integrar a variável da responsabilidade socioambiental corporativa e

empresarial aos Negócios. Isto será muito exigido pelas dinâmicas e regras da Economia e

Governança Global, bem como pelo mercado consumidor e opinião pública local, regional,

nacional e internacional. A Responsabilidade em questão vem potencializar as culturas e os

processos que já estão consagrados através da gestão da qualidade, da gestão da segurança e

saúde ocupacional e da gestão ambiental. Esta condição já fora criada, inclusive, pela própria

Norma Internacional SA 8000, que especifica requisitos de responsabilidade social

empresarial, bem como pela Norma ABNT NBR 16001 – que também versa sobre este Tema.

Mediante este nosso diálogo, lembramos os grandes desafios quanto ao

desenvolvimento sustentável: garantir a disponibilidade de recursos naturais; respeitar os

limites da biosfera para absorver resíduos e poluição; reduzir a pobreza em nível mundial.

Também destacamos os problemas socioambientais em escala global: chuva ácida, destruição

da camada de ozônio, crise da água, poluentes orgânicos persistentes e mudanças climáticas.

De igual modo, assinalamos a necessidade de transformação global quanto à primazia da

exploração e uso de combustíveis fósseis, bem como a própria necessidade de acabarmos com

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queimadas e derrubada de matas e florestas. Há, também, a urgência de não mais

impactarmos, de forma negativa, as nascentes, os solos propícios à agricultura e as bacias

atmosféricas.

Igualmente, há o clamor de práticas, de ações e de relações de excelência, éticas,

transparentes e justas quanto aos Negócios e ao Poder Público. Há, também, toda uma

demanda planetária por respeito social e individual, inclusive quanto às diversidades culturais.

Neste vasto cenário, de forma solidária ao Poder Público e ao Terceiro Setor, há os complexos

corporativos e empresarias. O ser humano, em algum momento, pode vivenciar a maior parte

de sua existência nos ambientes profissionais. Estes estão inseridos, cada vez mais, nas

realidades da cibercultura e das redes apoiadas na internet, na intranet e na extranet.

A complexidade da nossa contemporaneidade foi intensificada e dinamizada pelas

interações e interatividades permitidas pelas recentes Tecnologias de Informação e

Comunicação. O processo de aprendizagem precisa ser problematizado. O conhecimento é,

cada vez mais, valorado como capital intelectual estratégico. De igual modo, os ambientes

virtuais de aprendizagem, os seus usos e a própria educação on-line são vivenciados como

especiais processos de qualificação e de desenvolvimento humano e profissional.

Neste processo, o investimento de tempo e capital, bem como na criação deste cenário

de mídia digital e em rede, particularmente pelas empresas, corporações e instituições, tem

sido bastante significativo. Por sua vez, a simples transposição de práticas e de conduções do

modelo de educação e de aprendizagem presenciais para o ambiente on-line não favorecem a

conquista e a potência da (re)construção do conhecimento – inclusive estratégico.

Deste modo, a gestão e o gerenciamento da prática de mediação pedagógica, bem como

do processo de avaliação da aprendizagem, em rede, precisam ser particulares e pertinentes ao

ambiente de educação on-line, inclusive no corporativo. Este processo precisa ser

acompanhado, analisado, avaliado e dinamizado com técnica e criatividade. Deste modo, há a

necessidade de que a empresa ou instituição, internamente, apóie, acompanhe e de fato

dinamize as práticas de tutoria e a qualidade da interação e interatividade dos participantes.

Deste modo, a gestão e o gerenciamento em questão serão melhor e efetivamente agenciados.

Ratificamos, por fim, que a educação on-line, efetiva, a partir de cuidados técnicos, ao

integrar a variável socioambiental à aprendizagem de grandes públicos, internos e externos, de

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forma contínua, tem muito a agregar à sustentabilidade empresarial, à educação corporativa,

ao sucesso das organizações e à preservação e conservação da vida e do Planeta.

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