islam e seus principios

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1 Da orientação do Islam I - Islam em seus princípios Tradução de AÍDAH RUMI 2ª Edição Islam em seus princípios SHEIKH TALEB HUSSEIN AL-KHAZRAJI Da Orientação do Islam I

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Religion

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  • 1Da orientao do Islam I - Islam em seus princpios

    Traduo de ADAH RUMI

    2 Edio

    Islamem seus princpios

    SHEIKH TALEB HUSSEIN AL-KHAZRAJI

    Da Orientao do Islam I

  • 32 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Todo agradecimento e reconhecimento para os irmos os quais se es-foraram para a edio, reviso, diagramao e arte-final deste livro, Islamem seus princpios, peo para Deus que d a eles a melhor das recompen-sas especialmente para meu querido filho, a luz dos meus olhos e o meucompanheiro Nasereddin Taleb Al-Khazraji o qual se esforou muito para aapresentao da nova edio deste livro. Com inteno direcionada a Deus,e para esclarecer e divulgar o Islam, em homenagem ao hospitaleiro povobrasileiro, foi editada a segunda edio deste livro.

    AGRADECIMENTOS

    EM HOMENAGEM

    primeira escola a qual abri os meus olhos nela. quem me criou e me educou pelo Islam o qual carrega o bem para a

    humanidade toda e a qual me despertou o amor pelo Profeta Mohammad(S.A.A.S.) e os purificados Ahlul Bait (A.S.)

    minha me Sra. Rabab Al-Asad (Que a beno de Deus esteja com asua alma) reconhecendo seus esforos, homenageio este livro a ela comtotal respeito, humildade e amor.

  • 54 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    NDICE

    Regulamentos da Religio ......................................................................... 9Conhecimento da Doutrina Islmica .................................................. 9Fundamentos do Islam........................................................................ 9O Islam selo das Doutrinas Celestiais .............................................. 10O Islam na vida contempornea ....................................................... 10Testemunhos do Islam ...................................................................... 11As instituies Islmicas .................................................................. 12

    A Unicidade ............................................................................................. 13A Justia .................................................................................................. 15O Profetismo ........................................................................................... 17

    Milagres do Profeta Mohammad ...................................................... 21A viagem noturna e a ascenso ........................................................ 21Fragmentao da Lua ....................................................................... 21O Milagre eterno do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) ......................... 22O Milagre da Eloqncia .................................................................. 23As indicaes cientficas no Alcoro Sagrado ................................. 24As graduaes nas mensagens Divinas ............................................ 27Estilo de texto ................................................................................... 28Estilo da expanso e abrangncia nas sentenas e nos cdigos ....... 29O Mensageiro Mohammad, a boa nova dos Profetas ....................... 29O Tourat pela Anunciao do Profeta Mohammad .......................... 31O Evangelho pela Anunciao do Profeta Mohammad ................... 32

    O Imamato ............................................................................................... 37Qualidades de um IMAM ................................................................. 37A Infalibilidade ................................................................................. 38Permanncia da Mensagem Islmica ............................................... 41Os sucessores do Profeta Mohammad no Alcoro Sagrado e nos Dilogos Profticos .................................................................... 42Obedincia as Autoridades Fundamentais ....................................... 43Quem so as Autoridades Fundamentais? ........................................ 44Talvez se exponha uma indagao ................................................... 47Os doze Imames na fiis Tradies .................................................. 48O Profeta Mohammad e a sucesso .................................................. 50O eterno acontecimento de Al-Ghadir .............................................. 50

    A Eternidade ............................................................................................ 52Glossrio .................................................................................................. 55

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Al-Khazraji, Taleb HusseinIslam em seus princpios / Sheikh Taleb Hussein Al-Khazraji; tradu-o de Ada Rumi -- 2. ed. -- So Paulo: Centro Islmico no Brasil,2004 -- (Da orientao do Islam; 1)

    1. Islamismo - Doutrinas I. Ttulo. II. Srie.

    04-8572 CDD-297.2

    ndice para catlogo sistemtico

    1. Islamismo: Princpios e regulamentos:Religio 297.2

    Traduo: Ada Rumi

    Capa, Projeto Grfico e Editorao: Flvia RodaNasereddin Taleb Al-Khazraji

    Impresso e Acabamento: Editora MarseTel.: (11) 6292-3322 - E-mail: [email protected]

    Tiragem: 3.000 exemplares

    Data da Edia: Hamadan 1425 Hejrita, Outubro de 2004

    Tel: 55 11 3361-7348 - Fax: 55 11 3331-5077www.arresala.com.brE-mail: [email protected]

    proibida a reproduo de parte ou da totalidade dos textossem a autorizao prvia. Todos os direitos so reservados.

  • 76 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Louvado seja o Senhor do universo, que a paz e a beno estejamcom o Profeta, Selo dos Profetas e Mensageiros, Mohammad ibnAbdellah, com seus bondosos e purificados descendentes, seus benvo-los companheiros e com todos os demais Profetas e Mensageiros deDeus.

    Apresentamos aos nossos caros leitores o volume 1 da coletnea Da Ori-entao do Islam, referente aos regulamentos da religio, abordando a firmecrena e ideologia islmica, alicerces da doutrina com suas diversas leis queoferecem ao muulmano uma idia completa sobre o universo e a vida escla-recendo o conhecimento dos caminhos de Deus para o bom direcionamentona vida terrena e na vida eterna e a conscincia do significado da morte.

    Ressalte-se a importncia do estudo e compreenso do ideal islmico,imprescindvel para o fortalecimento das faculdades mentais na f, no raci-ocnio e nos princpios necessrios, tanto para os que abraam o Isl quantopara os seus simpatizantes ou interessados no assunto.

    Nos dirigimos respeitosamente aos que se empenham nos objetivos edu-cativos e aos que procuram a melhora da sociedade para solicitar maior afin-co e sacrifcio no ensino e na orientao de seus filhos para que construam asfamlias a partir de bons princpios morais e instrutivos numa sociedade sa-dia com condies de enfrentar as correntes e tendncias dissimuladas, ospensamentos deturpados e as veredas diabolicamente maliciosas.

    Sheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Em nome de Deus Clemente Misericordioso

    INTRODUO

    Introduo da 1 Edio

  • 98 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    REGULAMENTOS DA RELIGIO

    Conhecimento da Doutrina Islmica

    a Mensagem celestial que Deus Supremo revelou atravs do Fiel AnjoGabriel ao Selo dos Profetas e Mensageiros (A.S.), o Profeta Mohammad(S.A.A.S.) para a salvao de toda a humanidade, orientando-a ao caminhoreto da correo, da verdade e da virtude. Transportando-a das trevas para aluz, da ignorncia para o conhecimento para que tenham uma vida feliz.

    Deus revelou no Alcoro Sagrado:

    Alif.Lam.Ra. um livro que te revelamos para que retires os huma-nos das trevas levando-os para a luz com a permisso de teu Senhor,encaminhando-os a senda do Poderoso, Laudabilssimo.

    (S. 14, V. 1)

    Fundamentos do Islam

    O Islam foi estabelecido sobre os alicerces da f em Deus e sua Unici-dade, na convocao para a sua adorao, na crena na eternidade, na reve-lao e no profetismo.

    Estes so fundamentos de todas as mensagens divinas que os Profetas(A.S.) anunciaram humanidade.

    Em adio a isso o Islam estimula a prtica do bem e o afastamento domal, confirmando a excelente moral e a orientao da sociedade humana, ainstituio da justia e do direito e a resistncia opresso e corrupo.

    O Islam se estabelece na convico de todos os Profetas e Mensageiros(A.S.) e suas admoestaes e convocaes sendo que Deus concluiu o cicloproftico com o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) lhe revelando o Alcoro Sagra-do para a orientao de toda humanidade, tal como o fez com Abrao, David,Moiss e Jesus (A.S.) atravs do Livro dos Salmos, do Tourat e do Evangelho.

    Quando o esprito das mensagens celestiais era somente um, o qual seresume em seguir os princpios divinos e caminhar na trilha dos profetas,isso o Islam o qual se resume nele todas as mensagens.

    Ento, tornou-se nossa obrigao esclarecer e divulgar esta religiopara podermos compreend-la e conhec-la desde os seus fundamentos. Apartir da, foi elaborado este livro esclarecedor dos princpios do Islam,cujo livro contm a doutrina da religio.

    No momento em que a primeira edio foi esgotada, decidimos editara segunda edio.

    Pedimos para os irmos leitores os quais se interessam pelo assuntoque nos ajudem com suas opinies verdadeiras e crticas construtivas, casohaja algum erro nos informar, pois a religio tambm aconselhar e ajudaruns aos outros, todos ns estamos sujeitos a erros e esquecimentos, caben-do a perfeio somente a Deus.

    Louvado seja Deus senhor do Universo.

    Sheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Introduo da 2 Edio

  • 1110 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    O Islam selo das Doutrinas Celestiais

    Pelo fato do Islam ter sido a ltima das mensagens reveladas por Deusaos humanos, f-lo ser o mais completo, amplo e abrangente em seus mto-dos, leis e sistemas, abordando todas as formas e circunstncias da vida.

    Deus revelou no Alcoro Sagrado:

    ...e te revelamos o Livro que uma explanao de tudo, guia,misericrdia e auspcio aos muulmanos

    (S. 16, V. 89)

    Na nobre tradio alusiva ao Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) na qual elefala:

    Deus Bendito e Supremo revelou no Alcoro uma explanao sobretudo, no deixando faltar coisa alguma que seus servos necessitassem...O Alcoro vivente e jamais morrer pois ele passa tal como passam asnoites e os dias e como passam o sol e a lua. Passar pelo ltimo de nsassim como passou pelo primeiro que nos antecedeu.

    A tradio menciona que o Imam Jafar ibn Mohammad Assadeq (A.S.)tenha dito:

    Nada existe que no haja sobre ele um livro ou preceito

    O Islam na vida contempornea

    O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) exps as sentenas islmicas e deta-lhou o que o Alcoro Sagrado condensou e elucidou, isto atravs de suaspalavras, aes e determinaes. Porquanto o preceito proftico tornou-sea segunda fonte na legislao, sendo que Ahlul Bait, ou seja, a Gente daCasa e seus recomendados os Imames Purificados (A.S.) conduziram-se deacordo com o sistema do Profeta Mohammad (S.A.A.S.).

    Assim sendo, Deus incumbiu a nao islmica a seguir o exemplo destes e ase saciar de seu conhecimento, como tambm a aproveitar o saber e a especializa-o dos eruditos e juristas que se empenharam na elaborao de respostas a todas

    as questes e inovaes no processo do desenvolvimento da civilizao, o que denominada a cincia do Ijtihad (aplicao ou inferncia dos princpios e leis).

    O Islam incumbe os muulmanos a seguirem os ensinamentos dos s-bios e usufrurem de sua sabedoria conhecendo suas sentenas legais.

    O conjunto destas incumbncias vem a ser a Tradio.E assim, sob a luz do Ijtihad a legislao islmica conseguiu delinear o

    sistema de vida legando aos muulmanos um parecer aplicado e claro a tudoque possa vir ocorrer no que diz respeito s mudanas da civilizao afastando-os de aspectos negativos e prejudiciais como:

    1. A insensibilidade, a ociosidade e a rejeio ao progresso e a inovao.2. A inquietao relativa s necessidades autnticas, da dissoluo na

    natureza, na condio material e nos princpios contrrios ao Islam.

    Com o Ijtihad o Islam conseguiu responder os desafios do progresso emtodos os campos da atividade e das relaes humanas. Tornou-se efetivo sem seafastar da graa divina no mundo dos homens e sem deix-los desamparadosno turbilho da modernidade e do extravio porque no se limitou a ensinamentosrestritos a culturas locais; pois crena e leis que renem todos os pontos davida humana por mais distantes que estejam em tempo ou lugar.

    Testemunhos do Islam

    O Islam se fundamenta sobre dois testemunhos:

    QUE NO H DIVINDADE ALM DE DEUS E QUEMOHAMMAD O MENSAGEIRO DE DEUS.

    Portanto, aquele que declara com f e convico tais testemunhos, torna-semuulmano, tendo os mesmos direitos dos demais muulmanos e as mesmasobrigaes, seguindo esta doutrina com f, ao e prtica, de acordo com ocontedo da Mensagem Islmica para que se torne um verdadeiro devoto.

    A aceitao convicta destes dois testemunhos significa a crena noRemissor que Deus Supremo e no Mensageiro Mohammad (S.A.A.S.), oSelo dos Profetas e na Mensagem Divina do Islam, a ltima das mensagenscelestiais, que a doutrina de Deus.

  • 1312 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    A UNICIDADE

    A Unicidade a convico de que Deus Supremo Uno, nico, mpare Eterno.

    o Criador do universo e ningum est associado a Ele, isto , no temparceiro, semelhante, pai, me, esposa e tampouco filho pois a origem dacriao, a razo das razes e o motivo dos incios.

    A Ele se aplicam as magnficas qualidades e os atributos mais subli-mes porque Ele o Sapientssimo, o Prudentssimo, o Todo-poderoso, oImortal, o Misericordioso, o Eqitativo, o Generosssimo, o Influente, oGrandioso, o Altssimo e o que determina todo o bem para suas criaturas.Em suas mos esto as benos e todo o poder.

    Ele o nico e o Supremo que cria e dispe. Faz viver e faz morrer edestina os mortos as moradas merecidas. Ningum possui a capacidade deefetivar as suas realizaes ou se associar as suas decises e no existedivindade alm Dele. A evidncia disto o que nos rodeia em sinais e ves-tgios sobre a sua Magnificncia e a minuciosidade da constituio do uni-verso. Com efeito, tudo que existe no universo lembra Deus Supremo Glo-rificado. Se o ser humano olhar para si mesmo j lhe bastar para crer naunicidade de Deus!

    Relata-se na Nobre Tradio:

    Aquele que conhece a si mesmo, conhece a Deus.Se meditarmos sobre a imensido do universo verificaremos que todas

    as coisas que h nele so os prprios vestgios de Deus. Se houvesse outradivindade alm de Deus Supremo teramos sem dvida sinais contraditrios.

    Certa vez o Imam Ali ibn abi Taleb (A.S.) recomendou ao seu filho Al-Hassan (A.S.):

    ...E saibas meu filho que, se houvesse parceiro viriam a ti seusmensageiros e tu verias seus vestgios, seu reino e poderio e reconhece-rias as suas qualidades e aes, porm, Deus Uno e ningum o con-traria em seu Reino.

    Deus revelou no Alcoro Sagrado:

    Deus no teve filho e no existe com Ele alguma divindade!

    As instituies Islmicas

    O Islam se estabelece sobre um conjunto de regras e normas importantesque so os Regulamentos da Religio, ou seja, os cinco pilares que o formame concretizam a f atravs do raciocnio, da evidncia e do argumento, e quese dividem em cinco sustentculos:

    1. A Unicidade2. A Justia3. O Profetismo4. O Imamato5. A Eternidade

  • 1514 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    A JUSTIASe assim fosse, cada divindade se apropriaria de sua criao eteria prevalecido sobre as demais. Glorificado seja Deus acima de tudoque lhe atribuem.

    (S. 23, V. 91)

    Eis que esclarecemos a Unicidade de forma sumria:

    1. A f na existncia de Deus Supremo.2. A f que Deus Uno, sem parceiros ou semelhantes.3. A Ele se atribui as melhores expresses e as mais altas qualidades,

    sendo Ele o Grandioso, Magnificente e Absoluto.4. Ningum merece ser adorado alm Dele. Glorificado Seja!

    A justia a convico de que Deus Supremo eqitativo, ordena ajustia e que Ele muito acima do despotismo e de todo ser abominvel.

    Deus em sua onipotncia jamais oprimiria sequer no peso de um to-mo, seja na terra ou no espao. E tampouco permitiria aos homens oprimi-rem-se uns aos outros, pois a justia uma das qualidades completas deDeus que no age e no ordena algo que contrarie a prudncia, a sabedoriae os interesses comuns (do conjunto da sociedade).

    Deus revelou no Alcoro Sagrado:

    Deus d testemunho de que no h divindade seno Ele, e os An-jos e os sbios confirmaram-no o justiceiro, no h divindade excetoEle, o Poderoso, o Prudentssimo

    (S. 3, V. 18)

    No h tirania em sua ao e nem injustia em sua prudncia. Ele re-compensa os obedientes e castiga os insubmissos e jamais usa o que a razoabomina. E tudo o que ordena e adverte em sua doutrina est em concor-dncia com a qualidade inata e a razo sadia, sem que haja contradio oudivergncia.

    Ele, em sua benevolncia no far o obediente entrar no inferno e nemo insubmisso entrar no paraso, pois o inquo tem a mente impura e o pro-cedimento injusto.

    Ao seguirmos os princpios islmicos encontraremos os sinais da justi-a de Deus Supremo revelados com clareza em todos os assuntos e em suasadvertncias, bem como, em sua Execuo e Prudncia.

    Deus altssimo justo e s ordena a justia, advertindo os humanos contraa opresso, abominando os tiranos e intensificando sobre estes a sua punio.

    Ele adverte terminantemente contra o apoio a tirania e aos opressores.

    Deus revelou no Sagrado Alcoro:

    E no vos filieis aqueles que oprimiram, porque o fogo vos atingir...(S. 11, V. 113)

    Nas fiis tradies est mencionado que o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.)tenha dito:

  • 1716 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    O PROFETISMOA justia por uma hora prefervel a adorao por setenta anoscom suas oraes noturnas e jejuns diurnos. E a tirania de um governopor uma hora, aos olhos de Deus, mais intensa do que a desobedin-cia e a insubmisso a Ele por setenta anos.

    O Islam adverte contra o apoio aos tiranos e a anuncia a suas aespois aquele que concorda e apoia os procedimentos do opressor cmplicedo mesmo na tirania e na runa da justia.

    Imam Ali ibn abi Taleb (A.S.) falou certa vez:O tirano, seu assistente e seu condescendente so cmplices.

    O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) disse:Aquele que patrocina dez homens e no usa de justia entre eles,

    no dia da ressurreio suas mos, seus ps e sua cabea estaro namira da lmina do machado.

    Com estes dizeres entende-se perfeitamente que Deus Glorificado eSupremo justo e ordena justia. No admite a opresso e a tirania ou acontradio s regras da eqidade e da prudncia.

    Assim sendo, com a conexo da Justia e da Unicidade e consideran-do-a uma das qualidades completas do Criador Supremo ns a reforamospara o melhor esclarecimento das evidncias.

    O profetismo a crena de que Deus Supremo enviou os Profetas e Mensa-geiros (A.S.) para as criaturas humanas a fim de anunciar sua Mensagem Divina,a sua instituio e doutrina para que fossem orientados e guiados ao caminho daretido. Ensinando-lhes as determinaes de Deus Altssimo e suas sentenas.

    Os Profetas (A.S.) so os honrados servos de Deus, escolhidos por Elepara serem portadores da Mensagem e pregadores de sua convocao, poisso protegidos contra o erro e o equvoco, bem como, contra o esquecimen-to e a omisso; no tendo culpas e tampouco rebeldia por menor que fosse,seja antes ou aps o Profetismo.

    O ciclo proftico iniciou-se com Ado (A.S.), processando-se atravsde uma corrente abenoada formada de anis contnuos dentre os quais sedestacaram: o Profeta No, o Profeta Abrao, o Profeta Moiss, o ProfetaJesus (A.S.) e o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) o qual concluiu todas as men-sagens com a Mensagem que divulgou por ordem de Deus, sendo o recep-tor do Alcoro Sagrado revelado por intermdio do anjo Gabriel, sendo oLivro da constituio e das sentenas do Islam.

    O Alcoro Sagrado considerado o milagre eterno do Profeta Moham-mad (S.A.A.S.) por ser uma corrente entre as mos dos muulmanos e talcomo Deus o revelou, este livro no contm diminuies nem aumentos etampouco deturpaes. Os pervertidos no conseguem profan-lo. Perma-nece da mesma forma que foi transmitido pelo fiel anjo Gabriel atravs doAl-Wahi.

    No Alcoro Sagrado so mencionados alguns dos Profetas, no a todospor serem em grande nmero, conforme o citado em alguns Livros da Tra-dio, o total de cento e vinte quatro mil.

    Foram citados no Alcoro vinte cinco Profetas:ADO - IDRIS - NO - HUD - SALEH - LOT - ABRAO - ISMAELISAAC - JAC - CHUAIB - MOISS - HAROUN - DA-UD (DAVID)SALOMO - AYUB (JOB) - DHUL KAFAL - JONAS - ELIASAL YASSA - ZAKARIA - YAHIA (JOO BATISTA) - ISSA (JESUS)a paz esteja sobre eles, e finalmente

    o Profeta MOHAMMAD (S.A.A.S.).

    O Islam determinou a crena em todos os Profetas, consagrando-os eenaltecendo-os, tomando como exemplos suas vidas, suas lutas e perseve-

  • 1918 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    rana por terem sido os honrados servos de Deus e seus Mensageiros puri-ficados, por Ele escolhidos para divulgarem a Mensagem e constituir anao da unicidade na terra.

    O Profeta Mohammad (S.A.A.S.) falou:Fui enviado para concluir a nobreza dos sentimentos e da moral.Deus Supremo enviou seu Profeta para completar a senda dos Profetas

    anteriores e concluir seus esforos para a formao de uma sociedadealicerada na moral.

    No Islam denomina-se Milagre um fato extraordinrio apresentado humanidade com a vinda de algum (a quem Deus tenha dado poder parafaz-lo) tal como ocorreu com alguns Profetas para que pudessem demons-trar a veracidade de suas mensagens e evidenciassem o seu compromissocom Deus Glorificado. De maneira que tal feito extraordinrio servisse demotivao s pessoas para abraarem a Doutrina com f e devoo.

    Um dos milagres do Profeta Moiss (A.S.) foi lanar o seu cajado diantedo Fara transformando-o numa serpente. Na ocasio, a magia era ampla-mente praticada na forma de ilusionismo e os sbios e feiticeiros do fararepetiram a faanha de Moiss, de modo que cada um deles lanou tambmseu basto, tornando-os por meio de ilusionismo (hipnose coletiva) a seme-lhana de serpentes. Contudo, por vontade de Deus, o cajado de Moissdevorou o que haviam produzido. Portanto reiteramos que o milagre deMoiss prevaleceu com a vontade de Deus para que cressem no Deus Ver-dadeiro que Moiss anunciava a eles.

    Deus revelou no Alcoro Sagrado:

    Moiss disse: Oh fara, sou enviado do Senhor do Universo. justo que eu no diga a respeito de Deus seno a Verdade, pois vim

    com um sinal de vosso Senhor, mande pois, os filhos de Israel comigo.Respondeu-lhe: Se viestes devers com um prodgio mostrai-nos se fo-res sincero. Ento Moiss lanou seu basto e este se tornou uma au-tntica serpente. E mostrou a sua mo e eis que estava branca diantedos espectadores.

    (S. 7, V. 104 a 108)

    Como se v, o Alcoro Sagrado menciona que houve um segundo mi-lagre diante do Fara. Quando Moiss introduziu a sua mo em seu bolso,retirando-a em seguida com uma brancura fulgurante.

    O Alcoro Sagrado menciona aquela entrevista na qual Moiss saiu-sevencedor suplantando sbios e feiticeiros tal como segue:

    E vieram os feiticeiros ante o fara e disseram: de se supor queteremos uma recompensa se sairmos vencedores. Ele respondeu:

    Sim, e vos contareis entre os mais prximos. Perguntaram:

    Oh Moiss, lanars tu ou seremos ns os primeiros a lanar?

    Respondeu-lhes: Lanai vs! E quando lanaram, hipnotizaram osolhos das pessoas e os aterrorizaram e se apresentaram com uma ma-gia extraordinria.

    E inspiramos ento, Moiss: lana o teu basto!

    E eis que este devorou o que haviam simulado. E a verdade prevale-ceu e se tornou nulo o que haviam simulado, e foram vencidos e torna-ram-se humilhados. E os feiticeiros caram prostados e disseram: Cre-mos no Senhor do Universo, o Senhor de Moiss e de Haroun!

    (S. 7, V. 113 a122)

    Quanto ao Profeta Jesus (A.S.) seus milagres foram a cura do cego denascena, do leproso, a ressurreio dos mortos e vrios outros feitos extra-ordinrios; todos realizados pela vontade de Deus Supremo. Em seus ser-mes, o Profeta Jesus (A.S.) aconselhava o povo sobre o que deveriam co-mer e o que armazenar em suas casas e tudo isto em conformidade com asdeterminaes de Deus. Jesus (A.S.) tal como menciona o Alcoro, chegoua fazer um pssaro de barro e soprar em suas narinas transformando-o poranuncia de Deus, num pssaro vivo.

    Diz o Alcoro Sagrado:

    E ser Profeta para os filhos de Israel que lhes dir: Eis que vim comum prodgio de vosso Senhor. Criarei para vs, do barro, a figura de umpssaro e nele soprarei e ser um pssaro com a anuncia de Deus; cura-rei o cego de nascena e o leproso e ressucitarei os mortos, com a aprova-o de Deus e vos revelarei o que comereis e o que armazenareis em vossoslares. Isso para vs um prodgio se sois crentes.

    (S. 3, V. 49)

  • 2120 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Eis que observamos que os milagres divinos acompanharam o ProfetaJesus (A.S.) desde o seu nascimento. Sua natividade em si foi um aconteci-mento milagroso por ter sido gerado sem a participao de um pai. Falouaos presentes ainda no bero, tendo apenas algumas horas de vida terrena.

    Deus revelou no Alcoro Sagrado:

    ...os anjos disseram: Oh Mariam, Deus te anuncia seu verbo, cujonome Issa (Jesus) o Messias, filho de Mariam, nobre no mundo e naeternidade e se conta entre os bem-aventurados. Falar aos homens aindano bero e na maturidade se contar entre os virtuosos. Ela exclamou: Ohmeu Senhor! Como poderei ter um filho se mortal algum jamais me tocou?

    Disse: Assim como Deus cria o que deseja, sendo que, quando de-creta algo, Ele diz: Seja! E .

    (S. 3, V. 45 a 47)

    Entretanto, aquele que considerou Issa (A.S.) como filho de Deus porcausa dos milagres divinos que ele realizou, errou em sua suposio!

    blasfmia afirmar que Deus gerou um filho! Deus criou Jesus (A.S.)tal como criou Ado (A.S.) anteriormente, sem pai e sem me.

    O Alcoro Sagrado menciona o Profeta Jesus (A.S.) em vrios captu-los, juntamente com sua me, a ntegra e purificada Mariam bent Imran(A.S.) a fim de dissipar a dvida e a confuso da mentalidade dos homens.Deus o enriqueceu com uma infinidade de milagres no tempo em que aprtica da medicina e das cincias ainda iniciava seu desenvolvimento.

    Assim Jesus (A.S.) confirmou o poder divino de Deus Onipotente comseus milagres de cura, com o intuito de exortar o povo a adorar somenteDeus Altssimo.

    Portanto, o Alcoro Sagrado menciona alguns Profetas e seus feitos,convocaes e milagres.

    Quando o Profeta Abrao (A.S.), o Escolhido, renegou a adorao dosfalsos deuses pagos e por causa disso seu povo e os tiranos de sua poca, osNimrod, quiseram execut-lo numa fogueira por muito tempo alimentada.Eis que o lanaram nela e Deus Onipotente fez com que o fogo se esfriasse.

    Diz o Alcoro Sagrado:

    Disseram: Queima-o e faam triunfar vossos deuses se assim oquiserdes! Ordenamos pois: Oh fogo, s frescor e poupa Abrao!

    (C. 21, V. 68 e 69)

    Diante da ordem de Deus Supremo natureza, Abrao (A.S.) saiu dafogueira que crepitava so e salvo milagrosamente para que pudesse pros-seguir na divulgao da Mensagem Divina aos humanos.

    Milagres do Profeta Mohammad

    Tambm ao Profeta de Deus Mohammad (S.A.A.S.) ocorreram milagresque o acompanharam desde o incio de sua abenoada misso para quefosse confirmado atravs do Senhor dos mundos de que ele era seu Envia-do e o ltimo dos Profetas.

    Alguns desses milagres aconteceram em Meca, a cidade Sagrada e a terranatal do Mensageiro, e outros em Medina, a iluminada, cidade para onde osprimeiros muulmanos emigraram. Citaremos alguns desses milagres:

    A viagem noturna e a ascenso

    Fato ocorrido ao Profeta Mohammad (S.A.A.S.) em que foi levado de Meca,Masjedol Haram, para a Mesquita de al Aqsa, Masjedol Aqsa, em Jerusalmnum curtssimo espao de tempo sendo que naquela poca os meios de trans-porte eram precrios e consistiam apenas do uso de animais de carga. Emseguida nesta viagem noturna o Profeta ascendeu de al Aqsa at os cus.

    O Profeta (S.A.A.S.) retornou a Meca pela manh e a noite daquele mes-mo dia anunciou o fato para os seus companheiros relatando-lhes tudo oque lhe ocorrera.

    Diz o Alcoro Sagrado:

    Glorificado seja aquele que transportou seu servo durante a noitedo Masjedol Haram at o Masjedol Aqsa cujo recinto abenoamos paramostrar-lhe alguns de nossos milagres. Sabei que Deus o Oniouvinte,o Onividente.

    (S. 17, V. 1)

    Fragmentao da Lua

    um acontecimento ocorrido em Meca, relatado e confirmado peloseruditos da interpretao. Consta que os idlatras se reuniram com o Men-sageiro de Deus (S.A.A.S.) e lhe disseram:

  • 2322 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    - Se verdadeiro o que dizes, corte a Lua em duas partes.

    - Se eu o fizer, crereis? Perguntou-lhes o Profeta (S.A.A.S.).- Sim. Afirmaram os idlatras.

    Naquele mesmo dia, em noite de Lua cheia, o Profeta (S.A.A.S.) ro-gou a seu Senhor para que realizasse o que os idlatras lhe determina-ram e Deus, em sua infinita glria atendeu suas splicas fragmentandoa lua em dois pedaos.

    Emocionado, o Profeta (S.A.A.S.) chamou as pessoas exclamando:- Olhem! Olhem... Testemunhai!

    E todos presenciaram o Milagre de Deus impressionados com o queviam, porm, por convenincia, a maioria dos ricos idlatras se recusa-ram a crer nele.

    A histria nos relata que o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) conversavacom as pessoas de acordo com o que possuam espiritualmente e conheciatudo o que se ocultava dentro deles e de suas intenes.

    Os milagres do Profeta (S.A.A.S.) foram reunidos e mencionados noslivros de todos os muulmanos, um dos quais se intitula Itbn Al Huda binNuus wal Mujizat, Demonstrao das diretrizes pelos textos e milagres,de autoria do Sheikh Al-Hurr Al-Ameli, no qual expe alguns dos milagresdo Profeta (S.A.A.S.) ocorridos em seu tempo adequado a fim de ser o cami-nho e a prova concreta para a sua divulgao.

    O Milagre eterno do Profeta Mohammad (S.A.A.S.)

    O Islam considerado a ltima das mensagens divinas e de fato no surgiuqualquer outra mensagem depois dele. Assim sendo, reputamos que o Mensagei-ro de Deus Mohammad (S.A.A.S.) o Selo dos Profetas, tal como o prprio Alco-ro Sagrado afirma, posto que nenhum outro veio depois dele, o que significa queo Islam foi a ltima das doutrinas celestiais autnticas reveladas a humanidade.

    O Islam atende a todas as necessidades da humanidade desde que sur-giu, permanecendo inclume ao passar dos sculos em todos os aspectos davida humana.

    Os Profetas que antecederam o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) tiveramos seus milagres limitados as circunstncias de suas pocas, isto porque

    foram sucedidos por outros que surgiram em apoio a tais sinais testificandoa veracidade de seus objetivos.

    No caso do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) sendo sua Mensagem Defini-tiva, precisava de um milagre permanente e efetivo para todas as pocas elugares. Por isso o Alcoro Sagrado um milagre eterno que permanece demodo efetivo, seu contedo toca a sensibilidade dos espritos guiando aocaminho do bem e da bondade e a medida que o tempo passa mais e maiseruditos descobrem os tesouros do Alcoro Sagrado atravs de seus conhe-cimentos concluindo que ele essencial s necessidades humanas em todosos sentidos. Enfim, tudo o que o Alcoro Sagrado contm miraculoso porser insupervel na informao dogmtica, na legislao integral e cientficae em todas as vertentes do conhecimento, da medicina, da astronomia etc.

    O Alcoro Sagrado foi protegido por Deus Supremo contra as altera-es em sua pronncia e escrita, defendendo-o da ao dos pervertidos,mantendo seus versculos intactos, de modo a no haver neles algo a maisou a menos; permanecendo tal como foi revelado ao Profeta (S.A.A.S.).

    Os eruditos e os doutores da teologia islmica confirmam indubitavel-mente que se ocorrer nele algum erro, troca de palavras ou sinal grfico,modificao ou acrscimo de uma letra sequer, imediatamente se percebera discrepncia pois no haveria mais concordncia em seu elevado signifi-cado e correta pronncia, tampouco sua completa autenticidade. Deus Su-premo confirmou esta verdade, o que o torna protegido de toda adultera-o, tal como podemos verificar em um de seus versculos:

    Ns revelamos a Mensagem e somos dela guardies(S. 15, V. 9)

    Eis que apresentamos alguns dos milagres citados referentes ao Alco-ro Sagrado:

    O Milagre da Eloqncia

    O Alcoro Sagrado notabilizou-se pela eloqncia da lgica, pela com-pleta beleza das letras, pela harmoniosa concordncia de suas letras e pala-vras e por fim, pela excelncia de sua pronncia.

    O seu incio tal qual o seu final, e o seu meio igual aos mesmos. Noh nele contradies ou imperfeies a despeito de seus versculos teremsido revelados em diversas circunstncias ou seja, durante o tempo de paze durante dias de guerra, durante a opulncia e durante a penria e os mo-mentos de aflio e perigo.

  • 2524 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Deus Supremo revelou atravs do fiel Anjo Gabriel (A.S.):...se tivesse sido de outra fonte que no fosse de Deus encontrar-

    se-ia nele muitas divergncias(S. 4, V. 82)

    Quando os eruditos e os intelectuais rabes ouviram as recitaes doAlcoro Sagrado ficaram extremamente surpresos. Os rabes, desde o pe-rodo pr-islmico notabilizaram-se pelo seu gosto, cultura e poesia as quaisse dedicavam com afinco. Os eruditos tentaram em vo produzir ao menosuma surata semelhante. Terminaram por desistir e se submeteram ao Alco-ro Sagrado reconhecendo-o e confirmando-o como sendo o Livro das pa-lavras de Deus e no das palavras dos homens.

    Desse modo o Alcoro permanecer com o passar das pocas e a hu-manidade continuar incapaz de imitar sequer um de seus versculos.

    Deus Supremo menciona nele:

    E se duvidares sobre o que temos revelado a nosso Servo (o ProfetaMohammad), vinde pois com uma surata semelhante as dele (do Alcoro)...

    (S. 2, V. 23)

    Em outro versculo Deus confirma a incapacidade dos humanos quan-to a composio de algo que se iguale ao Alcoro Sagrado nem que estes sealiem aos gnios nesta tentativa:

    Dize: Nem que os humanos e os gnios se reunirem para produzi-rem algo que se assemelhe a este Alcoro, jamais o conseguiro, aindaque se apoiem mutuamente

    (S. 17, V. 88)

    As indicaes cientficas no Alcoro Sagrado

    Citaremos alguns dos indcios cientficos mencionados no Alcoro Sa-grado, os quais expem a magnitude e o poder de Deus Supremo e faz comque o homem perceba os benefcios com que Deus o agraciou ao compre-ender o significado de alguns deles, que s foram descobertos em nossapoca e que foram mencionados no Alcoro Sagrado h mais de 1400 anosatrs num tempo em que a humanidade vivia em profunda ignorncia tc-nica e cientfica, tais como:

    1. Na expresso que se refere ao Princpio do Universo e sua criao:

    Acaso ignoram os descrentes que o cu e a terra eram uma smassa e os desagregamos e criamos da gua todo ser vivente?ainda assim no crem?

    (S. 21, V. 30)

    Isto confirma que o universo em seu princpio era uma s massa, separan-do-se depois e formando os corpos celestes. E conforme o versculo acima foida gua que surgiram os seres vivos, tal como a cincia moderna atesta.

    2. Com referncia aos ventos da fecundao:

    E enviamos os ventos fecundativos e fizemos descer a gua doscus da qual vos damos de beber e que no podeis armazenar

    (S. 15, V. 22)

    Este versculo aponta o papel dos ventos no transporte dos gros fecundadoresdas plantas, na formao, no movimento das nuvens e das tempestades.

    3. No que diz respeito a lei universal do acasalamento o Alcoro Sagradonos informa:

    E de cada espcie criamos um casal para que reflitais(S. 51 V. 22)

    O versculo acima indica que o acasalamento um princpio geral detodas as espcies viventes, isto , no mundo animal, vegetal e mineral, poisa semente considerada a base da criao se compe de Eltrons, negativose de Prtons, positivos.

    4. As impresses digitais so um dos milagres de Deus pois encontra-mos no Alcoro Sagrado o seguinte:

    Acaso pensa o homem que jamais reuniremos seus osso? Sim!Ns somos capazes de restaurar as cartilagens de seus dedos

    (S. 75, V. 3 e 4)

    Estes versculos apontam uma realidade cientfica maravilhosa que sig-nifica que Deus favoreceu cada pessoa com impresses digitais particula-res e individuais. Marcas nas dobras cutneas dos dedos que no so iguaisem nenhum outro ser humano desde o princpio da criao. Isto tem sua

  • 2726 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    razo de ser e possui um papel importante na cincia criminalista.No fosse este milagre de Deus Poderoso dificultar-se-iam as investi-

    gaes sobre os delitos cometidos e a justia na sentena se compromete-ria. Isso comprova o quanto Deus Magnnimo cuidadoso com as menoresparticularidades em suas criaturas.

    5. A utilidade do sol e da lua so tambm citados no Alcoro Sagrado:

    E vos submeteu o sol e a lua que seguem os seus prprios percur-sos e vos submeteu a noite e o dia e vos agraciou com tudo quantosuplicastes e se contardes as graas de Deus no podereis enumer-las, pois o homem injusto e ingrato

    (S. 14, V. 33 e 34)

    Estes versculos demonstram que Deus submeteu o sol ao homem, sen-do este astro a fonte de energia a qual pode ser utilizada de diversas formas;o mesmo ocorre com a lua, que til ao homem para a determinao dasdatas atravs de suas fases.

    Na verdade, as graas de Deus so infinitas e o homem no consegueenumer-las, apesar de j conhecer algumas delas enquanto outras perma-necem ocultas.

    Se analisarmos os motivos da fome e da pobreza verificaremos que soprovocadas pelo prprio homem que gera e motiva a misria e a violaodos direitos em razo de seu egosmo e de sua ganncia em possuir mais doque necessita.

    Enfim, existem muitos versculos no Alcoro Sagrado que se referem squestes cientficas para desenvolver e esclarecer a mente humana dirigindo-aa seu Criador para que reconhea os segredos da Criao e a grandeza dasrealizaes divinas na organizao e harmonia do sistema Universal.

    Com o objetivo de que o homem abrace a religio de Deus e siga seusdogmas obedecendo suas sentenas que so para o bem e a felicidade doser humano, tanto nesta vida terrena quanto na vida eterna aps a morte; etudo isso s pode ser encontrado na doutrina do Islam que Deus enviou-noscomo a ltima e conclusiva das doutrinas, na qual existe a soluo de tudopara o benefcio do homem em todos os aspectos de sua existncia.

    Todavia, ainda h muito que compreender do significado de vriosversculos do Alcoro Sagrado, cujos segredos profundos ainda no foramdesvendados e que s com o tempo e com a evoluo da cincia se revelaro

    por completo. Ao compreender a magnitude e o milagre do Alcoro Sagradoa humanidade passar a recorrer a ele para alcanar os segredos do Universo,das cincias e da medicina, a medida que os sbios e cientistas se empenha-rem no estudo e no conhecimento deste grandioso Livro.

    O Alcoro Sagrado o estatuto divino que Deus Supremo apresentou ahumanidade com o programa mais completo e amplo para uma vida dignae honrada do homem aqui na terra. Entretanto, os homens sofrero umaviolenta regresso em razo das guerras e divises se persistirem em igno-rar os ensinamentos divinos constantes no Alcoro.

    Este livro uma maravilhosa ddiva do Senhor do Universo a todos osseres humanos.

    As graduaes nas Mensagens Divinas

    Todas as mensagens divinas se encontram numa nica linha, destinan-do-se a uma mesma meta, que a salvao e preservao da humanidadecontra as trevas da alma dirigindo-a a luz e afastando-a da ignorncia, paralev-la ao conhecimento e livrando-a da iniqidade. Estas mensagens tminclusive, o objetivo de conduzir as pessoas aos caminhos dos princpios daf elevada e as fontes dogmticas, representadas pelos estatutos divinos,pelo bom carter, pela ordem estruturada pela razo em estgios, pelo equi-lbrio para o progresso social da humanidade e sua boa formao.

    Todo Profeta ou Mensageiro preparava o caminho para aquele que osucederia empenhando-se na realizao do amadurecimento dos homensno que diz respeito a meditao e a espiritualidade, a fim de prepar-lospara receber a nova Mensagem Divina trazida pelo prximo Profeta queviria, o qual daria continuidade aos esforos do que o antecedera. Cada umdeles de acordo com sua poca se empenhava em eliminar a contradio naconvocao a Deus Supremo, purificar a ndole humana de todos os traosde ignorncia e dos conflitos da mente e dos sentimentos para que aquelasociedade se tornasse nobre e elevada.

    Desta forma as Mensagens Divinas se sucederam nestas duas linhas: alinha da destruio e a linha da construo, a primeira destinava-se a elimi-nao das ndoles e ideologias perversas e a segunda aplicava-se aos bonsprincpios espirituais e a elevada doutrina que tinha por finalidade enrique-cer o ser humano com a bondade em sua vida e em seu mundo.

    Continuou pois a sucesso das profecias at que se completaram com osenhor dos Profetas, Mohammad ibn Abdellah (S.A.A.S.) sendo a sua mensa-gem a ltima convocao tendo ela a fonte cristalina para o aperfeioamentodo homem com a frmula mais apurada na f.

  • 2928 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    O Alcoro Sagrado menciona:

    Dizei: Cremos em Deus e no que tem sido revelado e no que foirevelado a Abrao, a Ismael, a Isaac, a Jac e Al-Assbtt (tribos deIsrael) e no que foi concedido a Moiss e a Jesus e no que foi dado aosMensageiros por seu Senhor, no fazemos distino entre nenhum delese ns lhe somos muulmanos (submissos)

    (S. 2, V. 136)

    Com este versculo a doutrina islmica tornou-se a mais completa nomundo, tendo o caminho mais claro para concretizar a felicidade e asegurana e principalmente a dignidade para a humanidade oprimida.

    Deus Supremo revelou no Alcoro Sagrado:

    Para Deus, a Religio o Islam...(S. 3, V. 19)

    E revelou ainda:

    E aquele que seguir outro culto que no seja o Islam, no seraceito por Deus e contar-se- na eternidade dentre os desaventurados

    (S. 3, V. 85)

    As mensagens divinas realizaram com suas divulgaes o progresso e oaprimoramento em seus dogmas atravs de dois estilos importantes que so:

    Estilo de texto

    Que a expresso sobre personagens de Leis Celestiais anteriores e o desco-brimento de outra Lei mais sutil, isto , Deus revelou uma lei para substitu-la.

    Deus revelou no Alcoro Sagrado:

    E a nenhum Profeta foi possvel apresentar um versculo, seno coma anuncia de Deus. A cada poca corresponde seu Livro. Deus impugnae confirma o que Lhe apraz, porque o Livro-me est em Seu poder.

    (S. 13 V. 38 e 39)

    Assim como as Leis Sagradas anteriores submeteram-se ao Islam atra-vs dos respectivos textos em sua totalidade, as Leis da Doutrina Islmicatambm se sujeitaram as bases progressivas e a sua prpria complementaolegal, e o Alcoro Sagrado expressou-se a respeito disso:

    No abrogamos nenhum versculo, nem fazemos com que seja es-quecido sem que o substituamos por outro melhor ou similar.

    Ignoras tu que Deus sobretudo Onipotente?(S. 2, V. 106)

    Estilo da expanso e abrangncianas sentenas e nos cdigos

    Se refere ao fato que cada Mensagem revelada por Deus Supremo ahumanidade em cada etapa de sua existncia tornava-se mais ampla e abran-gente, com maior dinamismo em comparao a Mensagem anterior.

    Assim as Mensagens sucederam-se neste ritmo de expanso e abrangnciaat a ltima delas anunciada pelo Profeta Mohammad (S.A.A.S.). O AlcoroSagrado registrou este fenmeno e esclareceu a relao entre seus princpios:

    Temos te revelado o Livro por direito, confirmado pelos que Ele temnas mos e sendo o guardio dos demais. Julgue-os pois conforme Deusrevelou e no segues suas concupiscncias, desviando-se da verdade quete chegou. A cada um de vs temos ditado uma lei e uma norma...

    (S. 5, V. 48)

    O Mensageiro Mohammad,a boa nova dos Profetas

    Depois de esclarecer a humanidade por meio destes dois estilos contidosnas Mensagens Divinas, Deus determinou com sua Onipotncia eEssncia Divina enviar ao mundo uma doutrina definitiva, prometida por Deus humanidade, anunciada pelos Profetas (A.S.) atravs de suas Mensagens. Dentreos quais o Profeta Abrao, o Profeta Moiss e o Profeta Jesus (A.S.)

  • 3130 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    profetizaram a vinda do Profeta Mohammad (S.A.A.S.), sendo ele o prometido,tal como mencionado em seus nomes no Tourat e no Evangelho. E isto foium sinal ao Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) e a confirmao da sua profeciaperante cada um que cr em Deus e em seus enviados.

    Deus Supremo revelou no Alcoro Sagrado:

    ...os quais seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado que encontra-ram mencionado no Tourat e no Evangelho, ele os ordena o bem e osadverte contra o ilcito, lhes libera o que benfico e veda-lhes o impu-ro e os alivia de seus fardos e dos grilhes que os oprimem. Aqueles queNele creram, honraram-no, defenderam-no e seguiram a luz que comEle foi enviada, so os bem aventurados.

    (S.7, V. 157)

    O Tourat e o Evangelho trouxeram indicaes alusivas ao Selo dosProfetas, Mohammad (S.A.A.S.), nas quais relatam suas qualidades e a qua-lidade de sua misso, inclusive seu nome e o local onde surgiria. E os ho-mens de conhecimento aguardavam com ansiedade a chegada daquela luzdivina com a nobre misso do ltimo Profeta.

    O Alcoro Sagrado reitera a indicao que o Profeta Jesus (A.S.) anun-ciou a vinda do Mensageiro de Deus, Mohammad (S.A.A.S.):

    E quando Issa (Jesus) disse: Oh filhos de Israel, sou o Mensa-geiro de Deus confirmado e enviado a vs pelo que o Tourat afirmae sou alvissareiro de um Mensageiro que vir depois de mim, cujonome ser Ahmad. E quando lhes apresentou os sinais disseram:Isto magia evidente!

    (S. 61, V. 6)

    Mohammad, o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) dizia:Eu sou a invocao de meu pai Abrao e a anunciao de Jesus, a

    paz esteja com ambos

    Se pesquisarmos a histria antiga do judasmo e dos primeiros temposdo cristianismo no encontraremos qualquer resistncia por parte doscristos primitivos e dos judeus contra o Islam quando o Alcoro Sagrado

    foi revelado pois o Tourat e o Evangelho mencionavam a vinda de um lti-mo Profeta. Porm o que ocorreu na verdade, foi a dvida entre eles se oMensageiro seria realmente o que havia sido anunciado. Contudo, muitosjudeus e cristos creram e aderiram ao Islam baseados na prpria convic-o e pelo que suas escrituras confirmavam.

    O Tourat pela Anunciao doProfeta Mohammad

    Em deuteronmio o Tourat refere-se claramente ao Profeta Moham-mad (S.A.A.S.) conforme segue:

    E o Senhor veio do Sinai e raiou sobre eles desde Seir. Reluziudesde a regio montanhosa de Parn e com ele havia Santas Mirades ea sua direita surgiu o fogo de cdigos para eles.

    (Deuteronmio, c. 33, V. 2)

    Ao se referir que Deus veio de Sinai e raiou para eles desde Seir parareluzir em Parn evidencia-se que Parn a regio montanhosa do Hijz,como a denominavam os antigos hebreus, sendo uma palavra hebraica-arabizada e que de acordo com o Dicionrio dos Pases de autoria de ibnYaqut Al Hamawi, Faran ou Parn era um dos nomes de Meca na antigi-dade. Seir so as montanhas ao sul da Palestina, onde Deus revelou a Jesus(A.S.) o Evangelho; e de Seir para Parn, onde revelou a Mohammad (S.A.A.S.)o Alcoro Sagrado.

    Portanto a prpria histria geogrfica confirma isto com exatido.

    ...e com ele havia Santas Mirades e a sua direita surgiu o fogo decdigos para eles. Ora, Mohammad (S.A.A.S.) esteve com dez mil guer-reiros vindo de Medina para a conquista de Meca, e com ele o fogo decdigos que o prprio Alcoro Sagrado, o qual menciona:

    E quando chegar o triunfo de Deus e a conquista, e vires as pesso-as aderirem em massa a religio de Deus, celebra ento com os louvo-res de teu Senhor e implora o seu perdo, pois Ele remissor

    (S. 110, V. 1 a 3)

  • 3332 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    O Evangelho pela Anunciao doProfeta Mohammad

    Apesar dos muitos desvios que os Evangelhos sofreram, ainda existevestgios da anunciao do Mensageiro de Deus Mohammad (S.A.A.S.) e eisque chamamos a ateno sobre os seguintes versculos:

    Se me amardes, observeis os meus mandamentos e eu vos solicitarei aoPai e Ele vos dar outro consolador para estar convosco para sempre...

    (Evangelho de Joo, c. 14, V. 15 e 16)

    Mas o consolador, que o Pai enviar em meu nome, esse vos ensinarem todas as coisas e vos far lembrar todas as coisas que eu vos disse

    (Evangelho de Joo, c. 14, V. 26)

    No mais falarei muito convosco, pois o governante do mundoest chegando...

    (Evangelho de Joo, c. 14, V. 30)

    Quando chegar o consolador que eu vos enviarei do Pai, o espri-to da verdade que procede do Pai, esse dar testemunho de mim e vs,igualmente haveis de dar testemunho, porque estivestes comigo desdeque comecei

    (Evangelho de Joo, c. 15, V.26 e 27)

    Ainda tenho muitas coisas para vos dizer, mas no sois atualmen-te capazes de suport-las. No entanto, quando esse chegar, o espritoda verdade, ele vos guiar a toda verdade, pois no falar de si mesmo,mas falar do que tiver ouvido e vos declarar as coisas vindouras.Esse me glorificar, pois receber do que meu...

    (Evangelho de Joo, c. 16, V. 12 a 14)

    No obstante tenho vos falado estas coisas para que quando che-gar a hora delas vs lembrareis de que vos falei delas. Estas coisas, po-

    rm, eu no vos disse no princpio porque eu estava convosco. Mas ago-ra eu vou para aquele que me enviou e ainda assim, nem um s de vs mepergunta: para onde vais? mas, porque vos falei estas coisas vossos co-raes esto cheios de pesar. No obstante eu vos digo a verdade: paravosso proveito que vou embora. Pois se eu no for embora de modo al-gum vir a vs o consolador (parclito ou consolador), mas se eu forembora eu o enviarei a vs. E quando ele chegar dar ao mundo evidn-cia convincente a respeito da justia e a respeito do julgamento

    (Evangelho de Joo, c. 16, V.12 a 14)

    Portanto verificamos que:

    a) O Messias anunciava a seus discpulos a vinda de algum depoisdele, porm o adjetivo Paracleto (em grego) foi dissimulado pelapalavra Parclito (consolador).Na verdadeira verso est como Paracleto que significa em gregoO mais louvado, em aramaico (a lngua que Jesus utilizava) Ahmade em rabe Mohammad.

    b) A vinda do Consolador deveria ocorrer depois que o Messias partisse.c) Ele, o Consolador, seria enviado por Deusd) Ele, o Consolador, ensinaria a verdade integral.e) Ele, o Consolador, lembraria os ensinamentos do Messias.f) Ele, o Consolador, daria seu testemunho sobre Jesus e sobre sua

    condio de Messiasg) A humanidade seguiria sua religio.h) Ele, o consolador, no falaria por si, mas sim, pelo que ouviria (atra-

    vs do esprito fiel, anjo Gabriel)i) Ele, o Consolador, evidenciaria sobre as questes dos homens e so-

    bre o futuro.j) Ele, o Consolador, glorificaria o Messias.k) Ele, o Consolador, ficaria com a humanidade para sempre, isto , a

    sua doutrina permaneceria at a Eternidade.

    Ao observarmos as qualificaes do Mensageiro Mohammad (S.A.A.S.)verificamos que as indicaes referidas nas escrituras antigas so indiscuti-velmente compatveis a ele.

  • 3534 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Portanto o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) o portador do Alcoro Sa-grado anunciado em Deuteronmio como o fogo de cdigos o qual elucidatodos os assuntos, dando testemunho sobre a misso proftica de Jesus.

    ...pois no falar de si mesmo, mas falar do que tiver ouvido...logo, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) falava conforme a inspirao divi-na (revelao) que o anjo Gabriel lhe transmitia.

    O Alcoro Sagrado menciona:

    Nem pronunciava por capricho; isso no seno inspirao quelhe foi revelada

    (S. 53, V. 3 e 4)

    Assim, os versculos de Jesus (A.S.) confirmaram e convenceram a seusseguidores o quanto seria necessrio seguir-lhe as recomendaes e se ori-entarem por suas palavras crendo em sua profecia. E quem ama verdadeira-mente a Jesus, o Messias, aquele que cr com convico no que ele reco-mendou, especialmente no que tange ao Selo dos Profetas que o sucedeu,que o Lder dos Profetas, Mohammad (S.A.A.S.). Reiteramos que ele aanunciao de Jesus filho de Mariam (A.S.) e dos que o antecederam e queo Islam veio como misericrdia a toda humanidade e a religio eterna porconter as solues de todas as questes da vida humana, por conseguintetanto a Mensagem de Mohammad (S.A.A.S.) quanto a Mensagem de Jesus(A.S.) so procedentes da mesma fonte pela causa da convocao verdade.

    Citemos o exemplo do imperador Negus da Etipia, antiga Abssnia, oqual professava a f crist, quando recebeu do emissrio do Profeta Mo-hammad (S.A.A.S.) uma carta pela qual o exortava para o Islam. Depois decompreender a doutrina, Negus aderiu a mesma com suas eternas palavrasregistradas pela histria como o testemunho da justia.

    Sem se submeter as presses da vaidade e do fanatismo e sem con-siderar os interesses de poder Negus disse: ...e eu testemunho por Deusque Mohammad o Profeta esperado por Ahlol Quitab (povos da escri-tura, judeus e cristos).

    Quando Jafar ibn abi Taleb, chefe dos emigrantes muulmanos, recitouos versculos do Alcoro Sagrado alusivos a Jesus, filho de Mariam (A.S.) eem seguida recitou a Surata Mariam, Negus e os bispos presentes choraramde emoo e Negus ento disse a Jafar:

    Isto que acabais de recitar, e o que foi descrito sobre Jesus, luzemanada do mesmo lampejo!

    Cabe lembrar os documentos que a histria conserva referentes a trocade correspondncia ocorrida entre o honrado Mensageiro Mohammad(S.A.A.S.) e o Imperador Negus Ashkuma ibn Abjor atravs da comitiva che-fiada por Jafar ibn abi Taleb:

    Em nome de Deus Clemente e Misericordioso

    De: Mohammad, Mensageiro de Deus

    Para: Negus Ashkuma ibn Abjor, soberano da Abssnia

    A Paz esteja convosco

    Eu rogo a Deus por vs oh soberano, crente e poderoso, e sou tes-temunha de que Issa (Jesus) o esprito de Deus e seu verbo sopradosobre a Virgem Mariam, a pura, a bondosa, a honrada, a qual conce-beu a Issa pelo esprito e sopro de Deus, tal como criara Ado.

    Eis que vos convoco a crena em Deus nico Onipotente e que mesigais e que acrediteis naquilo que recebo pois eu sou o Mensageiro deDeus, e eu enviei a vs o meu primo Jafar e com ele um grupo de mu-ulmanos aos quais peo que apoieis, abdicando o orgulho pois eu vosexorto e a vossos sditos a Deus Protetor e Majestoso.

    Eis que j comuniquei e recomendei, aceitai pois a minha recomen-dao e a paz esteja com todo aquele que seguiu a orientao.

  • 3736 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    O IMAMATOA Mensagem do Imperador Negusem resposta ao Profeta (S.A.A.S.)

    Em nome de Deus Clemente, Misericordioso

    Para: Mohammad, Mensageiro de Deus

    De: Negus Ashkoma ibn Abjor

    A paz esteja convosco oh Mensageiro de Deus, e a misericrdia deDeus e suas benos tambm!

    No h divindade alm de Deus que me guiou para o Islam!

    Li vossa missiva oh Mensageiro de Deus, no que referiste na ques-to de Issa. E pelo Senhor dos cus e da terra que Issa no mais doque mencionaste e soubemos do que nos remeteste e apoiamos vossoprimo e seus companheiros, e sou testemunha de que s o Mensageirode Deus reconhecido e confirmado, bem como, ns vos acatamos e aovosso primo e seus companheiros e aderimos ao Islam nas mos dele, ese desejares que eu v at vs, ento irei, oh Mensageiro de Deus!

    A carta do Imperador Negus e todas as demais correspondncias entreele e o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) atestam que a convocao e a exorta-o ao Islam no foram impostas por meio de iniqidades, opresses, pri-ses ou danos, mas sim, foram praticadas atravs da divulgao da Mensa-gem do Islam, a fim de abranger a humanidade para que o estandarte doIslam fosse iado, prestigiado e salvaguardado em toda a terra como sm-bolo da ltima Mensagem enviada por Deus aos homens para se consagra-rem a Ele.

    O Imamato (liderana) uma determinao e escolha divina. a repre-sentao de Deus e de seu Mensageiro (S.A.A.S.) aqui na terra.

    O Imam eleito por Deus Glorioso e Ele, em sua magnitude, determi-nou ao Profeta Mohammad indic-lo e profetizar acerca disso as pessoas,aos quais o Profeta (S.A.A.S.) ordenou seguir suas diretrizes obedecendo-os.

    O Imamato considerado um benfico prolongamento do ciclo profti-co, em virtude dos Imames serem possuidores de uma posio privilegiadaque abrange a Sucesso, o governo, a liderana e a soberania. Tal posiodetm as mesmas atribuies de um Profeta, exceto o Al-Wahi, atribuioque coube unicamente aos Mensageiros (A.S.) e que se encerrou com Mo-hammad (S.A.A.S.), o Selo dos Profetas.

    Na verdade o Imamato uma sria determinao pelo grau de sua im-portncia. Por isso tornou-se mister entre os muulmanos que os Imamesfossem da descendncia de Ahlul Bait (a gente da casa do Profeta) porterem sido o princpio dos Regulamentos da Religio.

    De fato, o Imamato uma posio divina que Deus Glorificado e Su-premo confiou aqueles que ele mesmo distinguiu entre seus servos a fim deque pudesse o escolhido assumir, aps o Profeta Mohammad (S.A.A.S.), comgrande energia a liderana do povo com a prtica do bem e da orientao.

    Da mesma maneira que um Profeta no eleito por um conselho eletivo,os Imames tambm so prerrogativas de Deus Supremo e assumem umaresponsabilidade, tal que so os protetores da religio divina e lderes dojulgamento, no governo e na soberania.

    Por isso cada um deles denominado Imam (lder), enquanto que oportador da revelao divina e da doutrina celestial denominado Profeta.

    Qualidades de um IMAM

    O Imam nesta elevada posio e responsabilidade distingue-se dos lderescomuns e do povo por possuir caractersticas singulares prprias desta posiodivina das quais se origina sua sabedoria, retrica, coragem, probidade, devo-o, pureza, f, bondade, solicitude, discernimento, capacidade de resoluo,temperamento elevado, generosidade, justia e caridade. O Imam eleito porDeus rene todas as qualidades dignas de louvor em seu mais alto grau.

  • 3938 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    O Oitavo Imam Ali ibn Mussa, Al-Reda disse:

    O Imam... a complementao em sabedoria e a perfeio nojulgamento, forte no imamato e sapientssimo na Poltica.

    A Infalibilidade

    exigida do Imam a Infalibilidade, ou seja deve ser isento de enganosou princpios falveis, no devendo jamais usar de dissimulao, omissoou injustia e ser acima de qualquer deturpao, corrupo ou tirania; por-quanto a infalibilidade no caso do Imam uma exigncia similar a exigidaa condio de Profeta.

    O que significa que esta infalibilidade reflita uma perfeita harmonia,seja no comportamento, nas atitudes e nas palavras porque o Imam encar-regado da interpretao correta dos conhecimentos divinos. A perfeita fa-culdade intelectual e sua destreza asseguram sua infalibilidade pois aqueleque Deus tenha encarregado a liderana da nao e a orientao do povono pode ser um homem comum sujeito a erros e omisses e sua ndoledever ser impecvel. Dotado de uma conduta pura, estando livre de culpa-bilidade, da prtica do crime, da corrupo e dos delitos para que seja dignodo grau de infalibilidade. De modo que as pessoas possam confiar plena-mente nele e obedec-lo fielmente.

    Com efeito, o Imam Infalvel coberto com a proteo, a assistncia e oapoio de Deus para que Sat no possa dominar sua alma atravs de suas sedu-es e arrast-lo a sublevao o que se refletiria gravemente na comunidade.

    O Alcoro Sagrado menciona o dilogo ocorrido entre Deus Supremoe o Profeta Abrao (A.S.), o Eleito, quando Deus Glorificado lhe disse:

    Eis que te designamos Imam para os homens. Abrao perguntou:

    E os de minha semente? Respondeu-lhe: Minha promessa no al-canar os inquos

    (S. 2, V. 124)

    Este versculo nos esclarece que o imamato no cabe aquele que injustoa si mesmo ou com seu prximo, seja praticando pequena ou grande tirania.

    Em outro versculo do Alcoro Sagrado Deus afirma:

    Depois fizemos herdar o Livro aqueles que elegemos dentre osnossos servos...

    (S. 35, V. 32)

    Portanto aquele que Deus elege estar sem dvida protegido contra oerro e a omisso, por isso Deus especificou Ahlul Bait com a pureza e ainfalibilidade e disse no Alcoro Sagrado:

    ...Deus deseja somente afastar de vs a abominao oh Ahlul Baite purificar-vos integralmente

    (S. 33, V. 33)

    Logo, com o afastamento da abominao que rene todas as malcias,sejam pequenas ou grandes, aparentes ou secretas; e a purificao de todasas culpas e rebelies mesquinhas, se estabelece a infalibilidade menciona-da por Deus Altssimo ao prestigiar Ahlul Bait (A.S.) que so os da casa doMensageiro de Deus (S.A.A.S.) e que se compe de sua filha Ftima Azzahra,de seu recomendado, Imam Ali ibn abi Taleb (A.S.),marido de Ftima, osfilhos de ambos Al-Hassan e Al-Hussein (A.S.), o versculo acima tambmse refere aos nove Imames (A.S.) descendentes de Al-Hussein (A.S.).

    De acordo com a tradio do Mensageiro de Deus (A.S.) assegura-se osignificado da Infalibilidade do Imam:

    Oh Humanos, eis que lhes deixo algo que no devereis perder nemnegligenciar, e que so o Livro de Deus e a minha descendncia deAhlul Bait

    (Sahih Tirmidh, vol. 5, pg. 328; Al Hakim fil Mustadrak, vol. 3, pg. 148;Musnad ibn Hambal, vol. 5, pg. 189)

    Entende-se com isto, de que h duas grandiosas questes necessriaspara que o homem se firme a elas para no se perder dos caminhos de DeusSupremo: a primeira o Alcoro Sagrado, pois com ele no alcana a falsi-dade e a hipocrisia e a segunda Ahlul Bait, porque esta descendncia temo grau da infalibilidade. De modo que o Profeta (S.A.A.S.) associou-a aoAlcoro Sagrado, para a orientao dos seres humanos.

    Em outra Tradio, chamada Al-Safina, isto o navio, diz o Mensagei-ro de Deus (S.A.A.S.):

    O exemplo dos descendentes de minha casa tal qual a arca de

  • 4140 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    No, aquele que nela embarcou se salvou e aquele que ficou de foradela, se afogou

    (Mustadrak Al Hakim, vol. 2, pg. 343)

    Neste dizer o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) comparou a gente de suacasa, Ahlul Bait, com a Arca de No. sabido que a arca era o nico meiode se salvar do dilvio e os que ficaram de fora dela morreram afogados,sem exceo. Portanto, se no fossem os Ahlul Bait (A.S.) altura da infali-bilidade o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) no os teria comparado com a arcade No. Por conseguinte todo aquele que firma a sua orientao se salvarcom segurana e os que deixam de faz-la perecero.

    Em outra tradio o Profeta de Deus (S.A.A.S.) disse:Aquele que deseja viver minha vida e morrer como a minha morte

    e entrar no Paraso que meu Senhor me prometeu, a qual a vida eter-na, dever acatar Ali e sua descendncia depois de mim; porque elesjamais lhe negaro a porta da orientao e jamais o faro entrar pelada perdio.

    (Quenz el Umml, vol. 1, pg. 155; Majma al Zawed de Hathami, vol. 4,pg. 108; Tafsir At Tabari, vol. 13, pg. 108; Xawhid Al Tanzil, vol. 1, pg.

    293; Al fusul Al Mohima e Janb Ul Mawadda)

    Esta afirmao nos assegura de forma clara que Ali ibn abi Taleb (A.S.)e sua descendncia purificada (A.S.) so protegidos contra qualquer erro ouengano e so certamente o prolongamento natural do Mensageiro de Deus(S.A.A.S.) pois assim como ele, no nos negam a porta da orientao e nonos faz entrar pela porta da perdio.

    Ahlul Bait (A.S.) por serem protegidos contra a prtica dos crimes, doserros e de toda forma de desobedincia tambm alcanaram o grau de res-peitabilidade mxima ao lado do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.). Deus nosprivilegiou com a existncia deles e ser seus seguidores o mesmo queestar junto ao Mensageiro Mohammad (S.A.A.S.). Alm disso, aquele queerra jamais poder ser considerado infalvel e tampouco poder ser orientadorpara as pessoas.

    Assim sendo, a posio do Imamato requer a Infalibilidade, tal comoera requerido ao Profeta (S.A.A.S.) e ao Imam Infalvel prioritria a obedin-cia e o acatamento; por ser este orientador da verdade e aquele que orientapara o caminho da verdade tem o direito de ser seguido.

    O Alcoro Sagrado afirma este princpio grandioso com as palavras deDeus Supremo:

    Deus orienta verdade e aquele que guia a verdade prioritrioque seja seguido...

    (S. 10, V. 35)

    Do mesmo modo que a verdade alcornica nos obriga a seguir os Imamesda verdade e da orientao, nos ordena a contestar os Imames da falsidadee da perdio.

    Permanncia da Mensagem Islmica

    Sendo a mensagem islmica a ltima e mais completa, torna-se univer-sal, sem limites ou fronteiras. No se atendo a determinada faco e noestando submetida a uma determinada poca. Ou mesmo sendo circunscri-ta a um aspecto nico da existncia, espiritual ou material.

    Como Mensagem Celestial enviada a toda humanidade a fim de gui-la para o bem-estar e a felicidade e para orient-la a bondade.

    Para que esta Mensagem final (Islam) permanea e acompanhe os passosda humanidade para encaminh-la a igualdade e a justia, pois do contrrioesta se desviar da salvao, a benevolncia divina determinou que houvessesucessores para o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) os quais suportariam o peso daresponsabilidade da liderana islmica com o intuito de tornar evidente hu-manidade a verdade do conhecimento da doutrina de Deus, agindo com justiaentre os homens e triunfando sobre os tiranos. Prolongando a biografia doMensageiro de Deus (S.A.A.S.), seu empenho na divulgao e comando, tal comosucedeu nas Mensagens Celestiais anteriores atravs dos Profetas (A.S.). A es-tes, Deus determinou quem os sucederia. Ao Profeta Moiss sucedeu Josu ibnNun, ao Profeta Jesus sucedeu Simo Pedro e ao Profeta Salomo sucedeuAsef ibn Barquia na liderana do povo, a ttulo de exemplo.

    De modo semelhante, Deus determinou que seu Nobre Mensageiro Mo-hammad (S.A.A.S.) tivesse Doze sucessores, os quais encaminhar-se-iam pelaeloqncia do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) no que diz respeito as legisla-es islmicas e o esclarecimento dos conhecimentos do Alcoro Sagradocom o objetivo do estabelecimento do governo de Deus na terra.

    O Alcoro Sagrado apontou os doze Imames sucessores do Profeta Mo-hammad (S.A.A.S.) em diversos versculos e o prprio Mensageiro de Deus(S.A.A.S.) mencionou-os repetidamente em seus colquios.

  • 4342 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Os sucessores do Profeta Mohammadno Alcoro Sagrado e nos Dilogos Profticos

    Deus menciona no Alcoro Sagrado:

    Oh crentes, obedecei a Deus, ao Mensageiro e as AutoridadesFundamentais dentre vs! Se desentenderdes sobre algo, recorrei a Deuse ao Mensageiro se credes em Deus e no dia do juzo; isso prefervele de melhor alvitre

    (S. 4, V. 59)

    Este versculo abenoado afirma que devemos obedincia a Deus e seuProfeta (S.A.A.S.) pois ambos provm da mesma fonte, sendo que a obedin-cia a Deus significa a obedincia ao Profeta (S.A.A.S.) e obedecer ao Profeta(S.A.A.S.) certamente obedecer a Deus Supremo.

    No Alcoro Sagrado Deus revelou:

    Aquele que obedece o Mensageiro, obedece a Deus...(S. 4, V. 80)

    Os intrpretes do Livro Sagrado e da Tradio dizem que o ProfetaMohammad (S.A.A.S.) possui duas distines:

    A primeira a comunicao da legislao islmica e o que Deus reve-lou, assim, encontramos no Alcoro Sagrado o seguinte versculo:

    ...e revelamos a ti a meno honrosa para demonstr-la aos hu-manos, concernemente ao que foi revelado para o seu benefcio e paraque meditem

    (S.16, V. 44)

    A segunda distino a posio de liderana e do julgamento entre aspessoas, pois Deus revelou no Alcoro Sagrado:

    Temos te revelado o Livro com a verdade a fim de que julguesentre os homens segundo o que Deus te ensinou...

    (S. 4, V. 105)

    O Alcoro Sagrado afirma que a obedincia ao Mensageiro Mohammad(S.A.A.S.) e o apoio a sua autoridade nos dois campos, legislativo e de lideran-a, so as virtudes mais destacadas no homem verdadeiramente muulmano,pois com isto traduz sua devoo a Deus Protetor e Majestoso e se submeteatravs de suas aes, de sua vida, de seus pensamentos e sentimentos unica-mente a Deus Magnificente e a seu generoso Profeta (S.A.A.S.).

    Deus revelou no Alcoro Sagrado:

    No dado ao crente nem a crente obrar conforme o seu arbtriose Deus e seu Profeta decidem a questo. E aquele que desobedecer aDeus e seu Profeta perder-se- num extravio evidente

    (S. 33, V. 36)

    O essencial neste caso que o homem de convico atue de acordocom os preceitos do Mensageiro de Deus (Sunnat Annabi) no que se refereaos seus assuntos, advertncias e sentenas, porque com a confirmao desua obedincia estar automaticamente obedecendo a Deus Majestoso, poiso Profeta (S.A.A.S.) o intermedirio na Propagao da Mensagem. Porm,aquele que o contrariar e se opor aos seus preceitos (Sunah) estar contrari-ando a Deus.

    O Alcoro Sagrado menciona:

    Se verdadeiramente amais a Deus, segui-me. Deus vos amar...(S. 59, V. 31)

    E menciona ainda:

    Aceitai o que o Mensageiro vos deu e abstende-vos de tudo quantoele vos advertiu...

    (S. 59, V. 7)

    Obedincia as Autoridades Fundamentais

    Quanto aos Ualiol Amr, as Autoridades Fundamentais, foram mencio-nados com o Mensageiro de Deus na S. 4, V. 59 Obedecei a Deus, aoMensageiro e as autoridades fundamentais dentre vs..., o versculo

  • 4544 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    determina a obedincia s autoridades fundamentais similar a obedinciaao Profeta (S.A.A.S.) seja no que concerne a questo governamental ou jur-dica e que necessrio acatar suas decises por serem eles os responsveispelas questes do povo e tm poder legtimo sobre seus governados.

    O versculo tambm ressalta a unicidade da obedincia, isto , a obedi-ncia ao mensageiro e as autoridades fundamentais a obedincia a DeusSupremo como a extenso natural de uma a outra.

    Quem so as Autoridades Fundamentais?

    De acordo com as fiis tradies do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) asautoridades fundamentais (Ualiol Amr) mencionadas no Alcoro Sagradoso os doze Imames recomendados. Citaremos dois colquios da tradioque se referem a esta questo.

    1. Al Hamawainy, um dos mais conceituados eruditos menciona umcolquio do Prncipe dos crentes, Imam Ali ibn abi Taleb (A.S.):

    O Mensageiro de Deus falou Eu vos convoco em Nome de Deuspara o que me foi revelado oh crentes! Obedeam a Deus e obedeamao mensageiro e os Ualiol Amr dentre vs, pois recebi a revelao quediz... que o Vosso Soberano Deus e seu Profeta e aqueles que creram,oram e praticam a caridade e so os genuflexos... e me foi reveladomais... no tomeis associados (na adorao) sem a anuncia de Deus(...)

    Ento, as pessoas lhe perguntaram: Oh Mensageiro de Deus, existealguma distino entre os crentes ou se trata dos crentes em geral?

    Neste momento, Deus Protetor e Majestoso ordenou a seu Profeta no-tificar o povo sobre as Autoridades Fundamentais e explicar-lhes o queseriam estas autoridades tal como o fez sobre as oraes e a prtica doAzakkat e da Peregrinao; e,em seguida, o Mensageiro de Deus nomeou-me seu Sucessor para o povo reunido em Ghadir Khum... citando o queImam Ali lhe relatara, e ento o Mensageiro de Deus discursou:

    Oh humanos, sabei que Deus Protetor e Majestoso meu sobera-no e eu sou o soberano dos crentes e sou quem lhes soluciona as ques-tes e no eles mesmos?

    E as pessoas responderam: Sim, oh mensageiro de Deus! Com issoo Profeta (S.A.A.S.) falou: Levante-se oh Ali, e eu me levantei e entoele continuou:

    Aquele que lhe sou soberano, Ali lhe ser soberano. Deus apoiarquem o acatar e se inimizar com quem se inimizar com ele.

    Ento, Salman se levantou e questionou-o: Oh Mensageiro de Deus,soberano como?

    E o Profeta Mohammad lhe respondeu: Soberania como a minhasoberania. Aquele que lhe sou mais importante do que a si mesmo, Alilhe ser tambm mais importante do que a si mesmo. E Deus revelousua meno honrosa:

    ...hoje completei para vs a vossa religio e tenho vos agraciadograciosamente e apontei para vs o Islam como religio, e o Mensa-geiro de Deus exclamou: Deus o Excelso! completou-se a minha pro-fecia e completou-se a doutrina de Deus e Ali o meu sucessor! Aoouvirem isto do Mensageiro, Abu Bakr e Omar ibn Al-Khattab questio-naram-no: Oh Mensageiro de Deus, os versculos se referem a Ali? Eo Profeta lhes respondeu:

    Sim, referem-se a ele e aos seus descendentes at o Dia da Ressur-reio e eles tornaram a falar: Oh Mensageiro de Deus, mostre-ospara ns!

    E o Mensageiro lhes disse: Ali meu irmo, meu ministro, meurecomendado e meu sucessor para a minha nao, soberano de todocrente. E depois dele vir meu filho Al-Hassan e depois meu filho Al-Hussein, do qual sucedero nove de sua descendncia, um filho do ou-tro, e o Alcoro estar com todos eles e eles estaro com o Alcoro.

  • 4746 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Eles no se separaro do Alcoro, o qual por sua vez, no se separardeles at que retorne a mim a questo. Depois que o Mensageiro ter-minou, ambos disseram: Sim, pois por Deus que te ouvimos e somostestemunhas do que disseste.

    (Ghayyat Al Marm, vol. 4, pg. 264)

    Neste dilogo registrado na Tradio evidencia-se que os sucessoresrecomendados do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) perfazem o total de DozeImames, autoridades fundamentais para todos os muulmanos em todos osseus assuntos.

    O relato acima refere-se ao acontecimento conhecido como o aconteci-mento de Al-Ghadir ocorrido no dia 18 do ms de Zul Hijjah no Ano 10 Hejrtaquando o Profeta (S.A.A.S.) retornava da Peregrinao do Adeus com destino aMedina. Durante o trajeto foi-lhe revelado o seguinte versculo sagrado:

    Oh Mensageiro, anuncia o que teu Senhor te revelou porque seno o fizeres no ters cumprido a sua misso e Deus te proteger doshomens

    (S. 5, V. 67)

    Ento o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) reuniu o povo, uma multido demais de cem mil homens na localidade de Ghadir Khom e proferiu o dis-curso citado acima.

    Nota: Este acontecimento grandioso foi registrado em inmeras coletneas de sbiose historiadores renomados tais como: A coletnea de Ahmad ibn Hambal, vol. 4, pg.281; Interpretao de Al Tabari - A grandiosa interpretao de Ar rzi, vol. 3, pg.636; Al awq Al Muhriqa ibn Hujr, Al Baghddi, Al Xahrastni, entre outros.

    2. De comunicao de Jabir Al Jafari:

    Certa vez ouvi Jabir Al Ansri perguntar ao Mensageiro de Deus:Quem so as autoridades fundamentais a quem Deus associou a obe-dincia a eles com a obedincia a ti? E o Profeta respondeu: Eles soos meus sucessores, oh Jabir, os Imames dos muulmanos, depois demim, sendo o primeiro deles Ali ibn abi Taleb, depois vir Al-Hassan,depois Al-Hussein, depois Ali ibn Al Hussein, depois Mohammad ibnAli, o qual chamado na Torah de Al Bqir, depois Jafar ibn Moham-

    mad, que ser conhecido por Assadeq, depois Mussa ibn Jafar, depoisAli ibn Mussa, depois Mohammad ibn Ali, depois Ali ibn Mohammad,depois Al- Hassan ibn Ali, e finalmente aquele que ter o meu nome e omeu apelido e ser a virtude e a veracidade de Deus na terra, remanes-cente de seus servos, sendo ele o filho de Al-Hassan ibn Ali, para o qualDeus Supremo abrir as fronteiras orientais e ocidentais da terra pelasua meno honrosa; o qual se ausentar de sua gente, de seus segui-dores e sditos numa ausncia indefinida, exceto para aquele que Deusexaminou seu corao e avaliou sua f.

    Pensativo Jabir Al Ansri perguntou: Oh Mensageiro de Deus, serque haver dentre os seus seguidores quem se beneficie durante suaausncia? E o Profeta respondeu:

    Por aquele que me enviou com a profecia, que estes se iluminarocom a luz dele e se beneficiaro com o seu comando durante a suaausncia tal como os homens se beneficiam do sol mesmo quando asnuvens o envolvem.

    (Ghayat Al Marm, vol. 10, pg. 267)

    Talvez se exponha uma indagao

    Se as Autoridades Fundamentais se encontram numa sublime e altaposio e Deus Glorificado quis com isto associar a obedincia ao Profeta(S.A.A.S.) com a obedincia a eles e igualar sua legtima autoridade com aautoridade deles, bem como o amor ao Profeta (S.A.A.S.) com o amor a eles,muitos perguntariam porque ento Deus no revelou no Alcoro Sagrado onome de cada um deles como foi mencionado nos livros fiis da Tradiopara que os muulmanos os conhecessem, considerando que so o prolon-gamento do Profeta Mohammad (S.A.A.S.)?

    A resposta que o preceito proftico (Sunah) a segunda fonte doconhecimento e o Profeta (S.A.A.S.) fundamentou-se no Livro de Deus eesclareceu os diversos versculos revelados referentes as aplicaes, sen-tenas, cultos, proibies etc.

  • 4948 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Se observarmos separadamente os versculos alcornicos verificara-mos que eles estariam incompletos sem o puro preceito proftico. Por exem-plo, os versculos sobre a orao, o Azzakat, o Khoms, a peregrinao, ojejum, o matrimnio, os contratos e outros assuntos.

    O Mensageiro Mohammad (S.A.A.S.) empenhou-se em esclarecer os seusmuitos detalhes e demonstrar sua prtica de forma evidente. No caso daorao, que um dos Pilares do Islam, o Profeta (S.A.A.S.) a esclareceu edeterminou cada uma de suas partes, suas condies, a quantidade degenuflexes e o que eventualmente a anulasse. Da mesma maneira proce-deu a respeito dos versculos referentes as demais prticas e rituais.

    Em virtude disso, no podemos subestimar ou desdenhar os purifica-dos preceitos profticos (Sunah) ou nos omitirmos deles de forma algumapois so a segunda fonte para a legislao islmica. Porquanto a obedinciaao Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) necessria e obrigatria e contrari-loseria o mesmo que contrariar a vontade e as determinaes de Deus Supre-mo, tal como foi revelado no Alcoro Sagrado:

    Aceitai o que o Mensageiro vos deu e abstende-vos de tudo o quantoele vos advertiu...

    (S. 59, V. 7)

    E ainda:

    No dado ao crente nem a crente obrar conforme o seu arbtrio,se Deus e seu Mensageiro decidem a questo, e aquele que desobedecera Deus e seu Mensageiro perder-se- num extravio evidente

    (S. 33, V. 36)

    Assim sendo com a ligao entre a obedincia ao Mensageiro de Deus(S.A.A.S.) e a obedincia aos Imames Infalveis (A.S.) j mencionada, a oposi-o contra qualquer um deles seria atraio-los tal como se trassemos o Men-sageiro de Deus (S.A.A.S.), o que por sua vez seria uma traio a Deus altssimo.

    Os doze Imames na fiis tradies

    Em muitos colquios das tradies afirma-se que os doze Imames sorealmente da linhagem do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.), mencionamosaqui alguns a seguir:

    1. O Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) disse:Depois de mim viro doze Imames, e o primeiro deles s tu oh Ali,

    e o ltimo aquele que Deus Protetor e Majestoso por intermdio deleabrir o Ocidente e o Oriente da terra.

    2. Imam Jafar Assadeq (A.S.) quando se referia a seus ancestrais men-cionava sempre um dizer do Mensageiro de Deus (A.S.) no qual falava:

    Deus Protetor e Majestoso me preferiu dentre todos os Profetas eescolheu Ali dentre todos para me suceder, determinado Al-Hassan eAl-Hussein para suced-lo e finalmente, estabeleceu o filho de Al-Hussein e sua descendncia como os demais sucessores, os quais seroos guardies da religio a fim de proteg-la contra a deturpao e adistoro dos pervertidos, bem como contra adoo dos dissimuladorese finalmente, contra a falsa interpretao dos extraviados.

    3. O Imam Al-Reda (A.S.) ao se referir tambm aos seus ancestrais,citou um dos dilogos do Profeta (S.A.A.S.) que dizia:

    Eu e Ali somos os pais desta nao. Aquele que nos d crdito ereconhecimento praticamente reconheceu a Deus, e aquele que nos re-negou, abjurou contra Deus Protetor e Majestoso, e os filhos de Ali soos netos desta nao e senhores dos jovens habitantes do Paraso queso Al-Hassan e Al-Hussein, e do filho de Al-Hussein viro nove de suadescendncia cuja obedincia similar a obedincia a que tenho direi-to e quem os desobedecer estar a desobedecer a mim; e o nono des-cendente dentre eles ser o Reformador, o Al Mahdi, o Guia.

    4. Em outra meno do Imam Assadeq (A.S.) cita o seguinte dizer doMensageiro de Deus (A.S.):

    Depois de mim viro Doze Imames, o primeiro ser Ali e o ltimoser o Reformador, e todos sero meus descendentes.

  • 5150 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Na verdade, so muitos os livros que citam a questo da sucesso doProfeta (S.A.A.S.) afirmando que o Imamato seria uma sucesso dentro dalinhagem do Mensageiro de Deus (S.A.A.S.).

    O Profeta Mohammad e a sucesso

    Ao anunciar seus sucessores o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) o fez comfirme propsito e referindo-se ao primeiro disse:

    Para todo Profeta houve um sucessor e o meu sucessor Ali ibnabi Taleb.

    (ibn AsSqwir Ax Xfyy, vol. 3, pg. 5; Manqib al Khawarzami, pg. 42;Yanbi Al Mawadda, pg. 59)

    A sucesso do Profeta Mohammad (S.A.A.S.) foi relatada e confirmadacom preciso em vrios livros importantes, cujos autores so merecedoresdo mais elevado mrito e considerao.

    O eterno acontecimento de Al-Ghadir

    Gostaramos de prosseguir o nosso relato sobre o Imamato, relembrandoo acontecimento mais em foco, ocorrido na poca do Mensageiro de Deus(S.A.A.S.) pelo fato de estarem presentes todos os seus companheiros(Assahaba) e que, diante de todos, ele determinou e nomeou o seu sucessorpara a sua nao, e isto foi mencionado nos Livros sobre a Tradio, e quea maioria dos muulmanos possuem.

    Este fato condensa-se quando o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) voltavada Peregrinao do Adeus no ano 10 Hejrta, com destino a Medina, elerecebeu durante o trajeto uma Revelao do anjo Gabriel (A.S.) no dia 18 doms de Zul Hijjah, dizendo-lhe:

    Oh Mohammad (S.A.A.S.), Deus te sada e manda dizer-lhe: OhApstolo, anuncie o que teu Senhor te revelou, porque se no o fizeres,no ters cumprido a Sua mensagem e Deus te proteger dos homens.

    (S. 5, V. 67)

    Foi ento que o apstolo de Deus (S.A.A.S.) reuniu todas as pessoas,sem excesso, os quais eram mais de cem mil homens, numa regio chama-da Ghadir Khom, onde lhes discursou longamente, e eles testemunharamde que ele lhes soberano sobre si mesmos para a soluo de seus assuntos,depois, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) tomou a mo do Imam Ali ibn abiTaleb (A.S.) e a levantou dizendo:

    Aquele que lhe sou soberano, Ali o ser tambm. Deus apoia quemo apoiar e se inimiza com quem se inimiza com ele. Deus triunfa quemo triunfar e desampara quem o abandonar, pois Ele deu-lhe o conheci-mento da verdade, tal como ela .

    Logo que terminou sua recomendao ao povo, o Mensageiro de Deus(S.A.A.S.) colocou o seu turbante sobre a cabea do Imam Ali ibn abi Taleb(A.S.) e mandou que se fizesse uma fila, para que os crentes o cumprimen-tassem um por um, inclusive todos os Assahaba, isto , seus primrdioscompanheiros, os quais exclamaram ao cumprimentar o futuro Califa:

    Ora, ora! Parabns oh Ali, tu te tornaste o soberano de todo cren-te e de toda crente!

    (Ahmed ibn Hnbal, vol. 4, pg. 281; Interpretao de Al-Tabari Dagrandiosa Interpretao de Al-Rzi, vol. 3, pg. 636; Al-auaq; Al-Mohreqa de

    Ibn Hojr; Al-Baghddi, Al-Chahrastni e outros)

    Terminados os cumprimentos e felicitaes ao Imam Ali ibn abi Taleb(A.S.), o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) recebeu mais uma Revelao:

    Hoje completei para vs a vossa doutrina e completei sobre vs aminha graa e permiti a vs o Islam como religio...

    (S. 5, V. 3)

    Aps receber a Revelao acima, o Profeta Mohammad (S.A.A.S.) exclamou:Deus Excelso! Pelo aperfeioamento da religio e pela genero-

    sidade da graa e pela aprovao do Senhor minha misso e suces-so de Ali!

    (Al-Hken Al-Hascni sobre Ibn Sad Al-Khouri, vol. 1, pg. 157 e 158 e 211 e212; Al-Hken Al-Hascni sobre ibn Huraira, pg. 158; A Histria por ibn

    Cathr, vol. 5, pg. 214)

  • 5352 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    Neste estgio do alm, a alma perceber muitas coisas ocultas aos vi-vos e ver coisas alm da imaginao humana.

    Portanto, a morte no o fim, mas, uma transio de uma existncia aoutra... a mudana de um mundo de prticas para um mundo de prestaode contas.

    O Profeta Mohammad (S.A.A.S.) disse:Vs no nascestes para a extino, mas para serem eternos pois

    sero transportados de uma morada para outra.

    A RESSURREIO o retorno das almas a seus corpos. Eis que Deus osreunir para o julgamento e para Deus nada impossvel, pois Ele o Criador eo Onipotente e Ele quem d a vida e decreta a morte e a Ele retornar a questo.

    Deus far com que toda humanidade se submeta diante das Leis Divi-nas no dia do Juzo.

    Neste dia descobrir-se-o os segredos e se esclarecero os resultadosdas aes: ou o Paraso e a felicidade eterna ou a tortura e o fogo infernal.

    O Alcoro Sagrado menciona em muitos versculos a realidade da res-surreio e citamos a seguir alguns deles:

    E nos propem comparaes e esquecem sua prpria criao di-zendo: Quem poder recompor os ossos quando eles j se tornaramdecompostos? Dize: Recompo-los- aquele que os criou pela primeiravez, porque ele o conhecedor de toda a criao.

    (S.36, V.78 e 79)

    E ento, quanto aquele que se rebelou e preferiu a vida terrenacertamente ter a fogueira do inferno como morada, porm, aquele quetemeu a posio de seu Senhor e refreou sua luxria, ter ento o para-so como morada

    (S.79, V. 37 e 41)

    Aquele que cometer uma maldade ser pago por outra igual eaquele que praticou o bem, sendo homem ou mulher e crente, esteentrar no paraso onde ser agraciado incomensuravelmente.

    (S. 40, V. 40)

    A ETERNIDADE

    A eternidade o quinto fundamento da f islmica e todas as MensagensCelestiais e todos os Profetas a anunciaram. Trata-se do retorno (ressurreio)das almas a seus corpos no dia em que Deus Supremo reunir toda a humanidadepara julg-los, dia este que denominado por Deus como O dia da prestao decontas, dia da ressurreio, dia da recompensa ou Dia do Juzo final.

    Neste dia todos os seres humanos prestaro contas de suas aes du-rante a vida terrena.

    Os bons que creram e agiram com bondade, que foram fiis a Deussero agraciados com a entrada no paraso da felicidade eterna; os descren-tes, os maus, que obraram a tirania e a crueldade sero condenados ao su-plcio no fogo infernal.

    A eternidade uma das realidades da justia de Deus Supremo, pois oseu julgamento neste dia significa que no deixar de recompensar aquelesque creram nele e praticaram o bem e no deixar de condenar os que agi-ram com absoluto egosmo e maldade e que cada um receber o merecidode acordo com a intensidade de suas aes e intenes.

    Citamos pois os estgios da vida humana concernentes a Eternidade:

    A VIDA TERRENA a primeira etapa na qual o ser humano passa, a suaestada para seus esforos, sendo sua lavoura para a Eternidade, pois aquele queplanta o bem nesta vida ir colher o bem na eternidade e aquele que semeia amaldade ir colher o mal na eternidade. Portanto a vida terrena o preldio, emconformidade com as aes, para a eternidade. De modo que prioritrio apro-veitar as oportunidades na vida terrena para a prtica do bem e da caridade etodas as aes que contentaro a Deus Supremo. Sendo igualmente necessrionesta etapa terrena respeitar os limites determinados por Deus Altssimo no quese refere ao que decretou como Lcito e Ilcito ao ser humano.

    A MORTE o final da etapa terrena, a ponte entre a vida terrena e oalm. Com a morte fsica a alma permanece viva no mundo do alm ondese depara com suas aes na vida terrena. Se estas aes forem benficas asua morada ser entre os bondosos e devotos a Deus; do contrrio, a almaexperimentar as torturas junto aos espritos dos mpios, descrentes e tira-nos, os quais, na sua desobedincia a Deus praticaram o mal.

    Dessa maneira, a sua morada (o tmulo) poder ser semelhante a umdos jardins do paraso ou semelhante a uma das covas do inferno.

  • 5554 Da orientao do Islam I - Islam em seus princpiosSheikh Taleb Hussein Al-Khazraji

    GLOSSRIO

    (A.S.): Que a paz esteja com ele. Alaihe Assalm.(S.A.A.S.): Que a paz de Allah esteja com ele e os Ahlul Bait.Abi: Usado aps o nome significa pai de.

    Abu Bakr: Um dos companheiros do Profeta Mohammad (S.A.A.S.)Ahlol Quitab: O povo que segui um livro celestial.Ahlul Bait: O