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IPI Crédito-Prêmio e Crédito Ficto O Entendimento da Administração Tributária Henrique Freitas Subsecretário de Fiscalização

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Page 1: IPI Crédito-Prêmio e Crédito Ficto O Entendimento da Administração Tributária Henrique Freitas Subsecretário de Fiscalização

IPICrédito-Prêmio e Crédito Ficto

O Entendimento da Administração Tributária

Henrique Freitas

Subsecretário de Fiscalização

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Crédito-PrêmiodoIPI

Page 3: IPI Crédito-Prêmio e Crédito Ficto O Entendimento da Administração Tributária Henrique Freitas Subsecretário de Fiscalização

Instituição do Crédito-Prêmio de IPI

Sob a égide da Constituição Federal de Sob a égide da Constituição Federal de 1967, alterada pela EC n° 01, de 17/10/69, 1967, alterada pela EC n° 01, de 17/10/69, foi instituído o crédito-prêmio de IPI, foi instituído o crédito-prêmio de IPI, estímulo concedido à estímulo concedido à indústria indústria exportadora de produtos manufaturadosexportadora de produtos manufaturados (Decreto-Lei n° 491, de 5/3/1969).(Decreto-Lei n° 491, de 5/3/1969).

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Instituição do Crédito-Prêmio de IPI

Justificando a implementação do crédito-prêmio Justificando a implementação do crédito-prêmio de IPI, como de IPI, como medida de política econômica medida de política econômica adotada à épocaadotada à época, o Ministro da Fazenda Delfim , o Ministro da Fazenda Delfim Neto, por meio da Exposição de Motivos n° 53, Neto, por meio da Exposição de Motivos n° 53, de 26/02/1969, argumenta:de 26/02/1969, argumenta:

““Dada a importância da exportação no processo de Dada a importância da exportação no processo de desenvolvimento nacional, impõe-se adotar, com urgência, desenvolvimento nacional, impõe-se adotar, com urgência, medidas suficientemente rigorosas capazes de induzir o medidas suficientemente rigorosas capazes de induzir o sistema empresarial a sistema empresarial a capacitar-secapacitar-se na disputa do mercado na disputa do mercado internacional.”internacional.”

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Legislação do Crédito-Prêmio de IPI

Ato Objetivo

DL 491, de 5.3.1969

Institui o crédito-prêmio de IPI, a ser utilizado prioritariamente para dedução de IPI devido no mercado interno, podendo caso houvesse excedente ser empregado para compensar outros impostos ou aproveitado na forma prescrita em regulamento.

DL 1.658, de 24.1.1979

Reduz o benefício de forma escalonada, até sua completa extinção prevista para o dia 30.06.1983.

DL 1.722, de 3.12.1979

Altera o escalonamento de redução, mantendo, todavia, a data estabelecida para a extinção. Revoga a forma de utilização do crédito-prêmio prevista nos §§ 1º e 2º do DL 491, de 1969.

DL 1.724, de 7.12.1979

Autoriza o Ministro da Fazenda a aumentar, reduzir ou extinguir o benefício.

DL 1.894, de 16.12.1981

Estende o benefício às empresas comerciais exportadoras. Autoriza o Ministro da Fazenda a estabelecer prazo para gozo do estímulo, podendo ainda reduzir, majorar, suspender ou extinguir o benefício.

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Utilização do Crédito-Prêmio de IPI

A utilização do crédito-prêmio, na forma originalmente preceituada, comportava três modalidades:

1) seria lançado na escrita fiscal do IPI para dedução do imposto devido na saída de produtos para o mercado interno;

2) feita a dedução, se ainda persistisse remanescente do crédito apurado, seria compensado com os demais impostos federais;

3) finalmente, ficou facultada a possibilidade de aproveitamento do crédito-prêmio por meio de outras formas que viessem a ser estabelecidas pelo poder executivo.

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Entendimento da RFB

Sob a ótica de autêntica observância Sob a ótica de autêntica observância ao princípio da legalidade e ao princípio da legalidade e cautelosa avaliação das proposições cautelosa avaliação das proposições constantes dos raciocínios jurídicos constantes dos raciocínios jurídicos formulados a respeito da matéria, a formulados a respeito da matéria, a RFB firmou o seguinte entendimento RFB firmou o seguinte entendimento acerca do crédito-prêmio do IPI:acerca do crédito-prêmio do IPI:

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Entendimento da RFB O crédito-prêmio de IPI é considerado

incentivo do gênero fiscal (lato sensu), durante todo o período de sua vigência.

No âmbito do gênero incentivo fiscal, assume, todavia, características de duas espécies diferentes ao longo do tempo: Entre 06/03/1969 e 31/12/1979, o crédito-

prêmio pertence à espécie tributária (fiscal, stricto sensu) até o limite deduzido na escrituração do IPI, e pertence à espécie financeira o valor compensado com outros impostos ou pago em dinheiro.

A partir de 01/01/1980, o crédito-prêmio de IPI pertence à espécie financeira.

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Entendimento da RFB O STF declarou inconstitucionais tanto

as expressões ou reduzir, temporária ou definitivamente, ou extinguir (art. 1º do DL n° 1.724, de 1979), como as expressões reduzi-los e suspendê-los ou extingui-los (inciso I do art. 3º do DL n° 1.894, de 1981).

O STF, além disso, no julgamento do RE 208.260-1 RS, declarou inconstitucional todo o art. 1º do DL n° 1.724, de 1979.

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Entendimento da RFB A Resolução do Senado Federal n° 71, de 2005,

restringiu-se a suspender as normas consideradas inconstitucionais no limite demarcado pelo STF, não tendo validade a disposição acerca da vigência de atos não contemplados na declaração de inconstitucionalidade.

Fica afastada a possibilidade de extinção do crédito-prêmio de IPI em 1º de maio de 1985, pelas portarias ministeriais, posto que editadas com amparo na delegação de competência, considerada inconstitucional pelo STF.

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Entendimento da RFB Os DL n° 1.658 e 1.722, ambos de 1979, não foram

afetados pela declaração de inconstitucionalidade, nem sofreram qualquer modificação – principalmente no que tange ao prazo de extinção do incentivo fiscal – pelos decretos-leis eivados de inconstitucionalidade.

Não houve, por conseguinte, revogação expressa, nem incompatibilidade ou nova regulamentação da matéria para justificar revogação tácita, nos termos do art. 2º, § 1º, da Lei de Introdução ao Código Civil.

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Entendimento da RFB

Dessa forma, para a RFB, e em conformidade com a jurisprudência administrativa, o crédito-prêmio de IPI foi extinto em 30 de junho de 1983, ao término da redução escalonada estabelecida nos DL n° 1.658 e n° 1.722, de 1979.

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Entendimento da RFB Se o crédito-prêmio de IPI não estivesse extinto Se o crédito-prêmio de IPI não estivesse extinto

desde 1983, teria sido revogado em 4 de outubro desde 1983, teria sido revogado em 4 de outubro de 1990, pelo art. 41 do ADCT, da CF, de 1988, de 1990, pelo art. 41 do ADCT, da CF, de 1988, por não ter constado expressamente do rol de por não ter constado expressamente do rol de incentivos setoriais confirmados em lei incentivos setoriais confirmados em lei superveniente.superveniente.

O art. 18 da Lei nº 7.739, de 1989, não tratou do O art. 18 da Lei nº 7.739, de 1989, não tratou do crédito-prêmio de IPI, apenas alterou a forma de crédito-prêmio de IPI, apenas alterou a forma de cálculo, prevista na alínea “b” (crédito relativo à cálculo, prevista na alínea “b” (crédito relativo à aquisição de comerciante não contribuinte de aquisição de comerciante não contribuinte de IPI), do § 1º, do art. 1º, do DL nº 1.894, de 1981, IPI), do § 1º, do art. 1º, do DL nº 1.894, de 1981, que se refere ao crédito previsto no inciso I do que se refere ao crédito previsto no inciso I do caput (crédito do próprio IPI).caput (crédito do próprio IPI).

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Entendimento da RFB

A Lei nº 8.402, de 1992, não confirmou A Lei nº 8.402, de 1992, não confirmou o crédito-prêmio de IPI, donde mais o crédito-prêmio de IPI, donde mais uma vez constata-se que se o benefício uma vez constata-se que se o benefício ainda estivesse em vigor, ou seja, não ainda estivesse em vigor, ou seja, não estivesse revogado desde 1983, teria estivesse revogado desde 1983, teria sido revogado em 4 de outubro de sido revogado em 4 de outubro de 1990, por força do art. 41 do ADCT 1990, por força do art. 41 do ADCT (CF de 1988).(CF de 1988).

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Referências

OLIVEIRA, J. C. D. Crédito-prêmio OLIVEIRA, J. C. D. Crédito-prêmio de IPI: motivos da extinção. de IPI: motivos da extinção. Monografia, Faculdade de Direito da Monografia, Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, 2007.Universidade Federal do Ceará, 2007.

Voto Vencedor do Conselheiro Antonio Voto Vencedor do Conselheiro Antonio Bezerra Neto – Acórdão do 2º Bezerra Neto – Acórdão do 2º Conselho de Contribuintes.Conselho de Contribuintes.

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Crédito-FictodoIPI

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Crédito Ficto de IPI

Convencionou-se denominar de Convencionou-se denominar de CRÉDITO FÍCTO DO IPI os créditos CRÉDITO FÍCTO DO IPI os créditos referentes à aquisição de insumos referentes à aquisição de insumos ISENTOS, IMUNES, NÃO ISENTOS, IMUNES, NÃO TRIBUTADOS OU TRIBUTADOS À TRIBUTADOS OU TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO.ALÍQUOTA ZERO.

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Métodos de Tributaçãonão-cumulativa

Método do Valor Agregado Método da subtração ou “base contra base”: subtrai-se

do total das vendas o total das compras, encontrando-se um “valor adicionado” sobre o qual aplica-se a alíquota pertinente do imposto.

Método da adição ou “método do valor acrescido”: somam-se os pagamentos de todos os fatores de produção, incluindo-se os lucros, sobre os quais (valor adicionado) aplica-se a alíquota referente ao imposto.

Método do crédito de imposto ou “imposto contra imposto” Confronta-se o total dos impostos devidos pelas vendas

com o total incidente sobre as compras, encontrando-se um valor líquido de imposto a recolher.

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Princípio da Não-cumulatividade

Vê-se, então, que a implementação do princípio constitucional da não-cumulatividade que melhor se amolda à nossa Constituição (art. 153, § 3º, II) e ao CTN (art. 49) é a relativa ao método do crédito do imposto ou “imposto contra imposto”. Vejamos:

Art. 153 da CF§ 3º - O imposto previsto no inciso IV:(...) II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em

cada operação com o montante cobrado nas anteriores; (...)” CTN

“Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados.”

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Entendimento da RFBO princípio da não-cumulatividade do IPI é implementado pelo sistema de compensação do débito ocorrido na saída de produtos do estabelecimento do contribuinte com o crédito relativo ao imposto que fora cobrado na operação anterior referente à entrada de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem. Não havendo exação de IPI nas aquisições desses insumos, por serem eles isentos, imunes, não tributados ou tributados à alíquota zero, não há valor algum a ser creditado.

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FIMFIM